Portugal em Destaque, Junho 2021

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ELECTRÃO

Na ótica do Electrão de que forma é que esses resultados poderiam ser melhorados a nível nacional? O Electrão tem uma visão sobre algumas medidas que poderiam ser tomadas para alterar a situação, particularmente no que diz respeito aos equipamentos elétricos usados, que se confrontam com a problemática do mercado paralelo, que promove o desvio destes resíduos, face ao seu valor, impossibilitando que sejam descontaminados e reciclados com graves prejuízos para a saúde humana e ambiente. Defendemos que deveria ser proibido misturar equipamentos elétricos usados com outros resíduos. Teriam que existir sanções e um reforço de fiscalização, tanto em relação a particulares, como a empresas. Os equipamentos elétricos usados ou outro

"Em plena pandemia

a campanha “Quartel Electrão” atingiu um máximo histórico de recolha de pilhas e equipamentos elétricos usados, alcançando as 2.029 toneladas"

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tipo de resíduos volumosos só poderiam ser colocados à porta, por parte do consumidor, após o contacto com os serviços de recolha de monstros ao respetivo município. Seria importante que esses serviços implementassem recolhas porta-a-porta, com a entrega dos equipamentos através de contacto com o munícipe no momento exato da sua recolha, limitando o tempo em que os equipamentos estão disponíveis na via pública. Seguindo a mesma lógica as empresas deveriam entregar seletivamente os equipamentos elétricos, identificando as tipologias, para que não estes resíduos não fossem misturados. Os resíduos elétricos usados, como lâmpadas ou frigoríficos, com perigosidade acrescida, deveriam ser entregues direta e exclusivamente às entidades gestoras ou a operadores de gestão de resíduos com contratos com estas entidades de forma a impedir o extravio. Importaria por fim, não menos importante, fiscalizar e sancionar os intervenientes da cadeia de valor do mercado paralelo, mas também fiscalizar e sancionar os operadores de gestão de resíduos, alguns dos quais deliberadamente promovem a desclassificação de equipamentos elétricos a resíduos ferrosos e não ferrosos, inviabilizando o seu correto tratamento. Quem tem o poder para implementar essas medidas? Estas medidas incidem sobre diferentes agentes da cadeia de valor de fim de vida, como municípios, sistemas de gestão de resíduos urbanos, empresas de instalação reparação e manutenção, distribuidores entre outros. Mas também sugerem uma intervenção mais conscienciosa por parte dos consumidores e das empresas geradoras destes resíduos no que diz respeito à correta separação e encaminhamento para reciclagem. Há também um papel da maior relevância para os organismos da fiscalização ambiental como o SEPNA ou a IGAMAOT na mitigação do mercado paralelo e informal. Naturalmente e a montante, o Governo e a Assembleia da República na definição e estabilização de um quadro legal e regulamentar que seja catalisador da implementação destas diferentes medidas e da atuação dos diferentes agentes.

A inovação é um dos valores do Electrão. Que tipo de projetos de I&D têm desenvolvido? Um dos projetos mais emblemáticos desta área é a Academia Electrão, uma iniciativa que pretende promover os projetos que contribuem para a economia circular e sustentabilidade ambiental. Na primeira edição foram distribuídos 18 mil euros aos seis projetos vencedores. Este ano recebemos 78 candidaturas nas várias categorias a concurso, mais do que no ano passado, o que é revelador do interesse que a iniciativa está a gerar. Os resultados desta segunda iniciativa vão ser comunicados em julho e os prémios serão entregues em setembro. O Electrão desenvolve inúmeras campanhas de “Sensibilização, Comunicação & Educação”. Quais as principais iniciativas a decorrer? Além da mais recente campanha, o movimento “Faz Pelo Planeta By Electrão”, o Electrão tem reforçado as suas atividades de sensibilização, comunicação e educação. Os bombeiros voltaram a aceitar o repto lançado pelo Electrão. Em plena pandemia a campanha “Quartel Electrão” atingiu um máximo histórico de recolha de pilhas e equipamentos elétricos usados, alcançando as 2.029 toneladas. Este foi o valor mais alto registado nas cinco edições. Também a campanha “Escola Electrão” está ativa este ano letivo. Até março deste ano foram recolhidas 140 toneladas de resíduos elétricos usados, ou seja, mais que as 125 toneladas recolhidas durante todo o ano letivo passado. A campanha TransforMar, em parceria com o Lidl, que em 2020 permitiu a recolha de um recorde de 47 toneladas de plástico, em 15 praias, convertidas em donativos monetários para apoiar 15 instituições, está de volta também este ano. Estas campanhas são apenas uma amostra de iniciativas que têm como objetivo contribuir para o aumento da recolha e reciclagem em Portugal. Recolher, reutilizar e reciclar mais e melhor é um compromisso do Electrão. O que podemos esperar desta entidade para o futuro e quais as bandeiras que a guiarão, rumo à construção de um mundo mais sustentável? O Electrão pretende continuar a desempenhar o seu papel de desenvolvimento e gestão dos sistemas nacionais de reciclagem contribuindo para um modelo económico nacional de maior circularidade e proteção ambiental na utilização dos materiais. Os sistemas de reciclagem de elétricos, embalagens e pilhas em que já atuamos têm metas ambientais ambiciosas. No entanto existe uma diversidade de novos sistemas de reciclagem e fim de vida que têm que ser implementados e operados no país. Mas são desafios nacionais de equilíbrio ambiental, económico e social na medida em que o aumento da reciclagem tem implicações que importam acautelar como o aumento do preço dos produtos que consumimos.


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