PORTUGAL PROTOCOLO MAGAZINE #19 | 2013

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António Ferreirade CAERLIS arvalho P C L da

José

e

antónio

residente ônsul da ibéria

T enente no Museu do Traje

Património N acional Real Convento de Mafra # 19.2013


Livros para executivos e empresas de Excelência O Protocolo é essencial na gestão de uma carreira de sucesso feita de reuniões, encontros, apresentações, jantares sociais, comunicação aos órgãos de comunicação social entre tantos outros eventos que fazem, cada vez mais, parte do dia-a-dia de um profissional exigente e conhecedor.


5 | Editorial 7|À

mesa com

Presidente 18 | O

da

António Ferreira

AERLIS

e

de

Carvalho,

Cônsul Geral

sentido do paladar, por

da

Maria Dulce Varela

22 | Património, Real Convento 34 | Cultura, Palestra “O Chá, na

Casa-Museu

da

a

de

Dança

do

Mafra

Planta Divina” e

Almeida

antiga de

52 | Cultura, Colecções Museu

de

Fundação Medeiros

46 | Academia

Libéria

em

Lisboa

Diálogo,

Traje - José António Tenente

62 | Exposição “Mesas

de

a favor da

81 | Protocolo, Condecoração

Outono”, Acreditar

Escuteiros

dos

no

seu centenário

84 | Protocolo, Visita

de

Estado

do

Presidente

de

Timor-Leste

PORTUGAL PROTOCOLO Edição Digital Nº 19 | 2013

Director

João Micael

Jornalista Convidada Maria Dulce Varela Arte

Portugal Protocolo Design

Propriedade João Micael - Protocolo, Imagem e Comunicação

Unipessoal, Lda.

Rua Actor Augusto de Melo, Nº 4, 3º Dto. 1900-013 Lisboa Portugal Tel. +351 21 410 71 95 | Telem. +351 91 287 10 44 protocolo@portugalprotocolo.com www.portugalprotocolo.com

Registo ERC Nº 125909 INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E IMAGENS POR QUAISQUER MEIOS

Por

vontade expressa do editor a revista respeita a ortografia

anterior ao actual acordo ortográfico. nº19

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www.p ort u galp rot oc olo.c om


E

d i t o r i a l

Ao iniciar este editorial tive conhecimento de mais um acto de puro atentado ao Património Nacional – a Câmara Municipal de Lisboa pretende substituir a Calçada Portuguesa na capital pela simples razão de tornar o pavimento "mais acessível" aos idosos, mas garante que nas zonas históricas será mantida aquela preciosidade nacional. Aponta a autarquia as razões da comodidade e acessibilidade para facilitar a deslocação dos idosos e da população com fraca mobilidade, que por si são meritórias mas não convencem, pois outros condicionamentos alheios à Calçada Portuguesa, como passeios diminutos ou elevados, escadarias ingremes, obras intermináveis e incontornáveis, entre outras maravilhas da inoperacionalidade camarária. Ora a Calçada Portuguesa tem a sua origem no reinado do rei D. Manuel, no fim do século XIV, que iniciou o calcetamento das ruas de Lisboa em granito da região do Porto. Após o terramoto de 1755, a calçada sofreu um período de estagnação, tendo sido recomeçada uma nova configuração em pedra calcária em meados do século XIX com desenhos de traçado simples mas insólita para a época. A Calçada Portuguesa rapidamente se disseminou por todo o país e pelas províncias ultramarinas, dentro de um modelo actual de moda e de bom gosto aliados à funcionalidade. Foi tal o sucesso que os mestres calceteiros portugueses foram solicitados para executar e ensinar a sua arte no estrangeiro. E é esta Tradição Artística e Cultural que se pretende exterminar em vez de exaltar e promover como o verdadeiro Exlibris português. Também por motivos culturais Portugal é referido negativamente no inquérito Eurobarómetro, que indica que os portugueses são dos cidadãos da União Europeia com menores taxas de participação em actividades culturais e que é o país onde há maior falta de interesse pela leitura!!! Se esta situação se verifica não será por acaso, mas tão-somente devido à deficiente (e isto é dizer pouco) informação veiculada em alguma comunicação social que teima em criar "mitos" culturais medíocres e a massificar a sua divulgação, ignorando de modo autista e demonstrando total desrespeito pela Cultura e pelos Artistas Portugueses - os genuínos! Relembro, pela enésima vez, o

sucesso da exposição de Amadeo de Souza Cardoso, que perdurou até altas horas de madrugada com filas enormes, o Festival de Música Barroca no Centro Cultural de Belém com récitas pela manhã, caso nunca visto e confirmado pelo público estrangeiro, que esgotaram bilheteiras. Entretanto, o novo Museu dos Coches está encerrado por falta de verbas para a sua manutenção - já existindo um museu porque era imperativo construir um novo edifício numa época de

falta de dinheiro? -, também o novo Museu do Dinheiro não abrirá para não "levantar ondas de descontentamento" e não parecer que se gasta muito dinheiro, assim é preferível mantê-lo encerrado, e tudo isto com o erário público. É urgente criar a Lei do Mecenato, permitir à Sociedade participar, apoiar e incentivar, com os devidos enquadramentos e incentivos fiscais, a Cultura Nacional, para que não esta não dependa dos governantes do Estado, geralmente clientelistas, para o desenvolvimento Cultural Nacional que anda pelas ruas da amargura com lustres de tampões higiénicos, com as praças nobres nacionais alugadas para as hortas e cantores pimbas e quejandos, e por autores criados pelas editoras que assinam textos alheios… João Micael, Director de Portugal Protocolo nº19

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E n t r e v i s ta ,

à mesa com

António Ferreira

Um almoço, mais uma vez no Aura, para um encontro com um homem fascinante, pelo mundo que tem, pela cultura e pela sua faceta de “bonvivant”, sempre presente nas suas respostas, mesmo as mais “sérias”. O nosso entrevistado é um reputado empresário, cuja profissão o levou, por exemplo, até à diplomacia. Vale a pena ouvi-lo!.

de

C a r va l h o

Pedro Ferreira de Carvalho, Maria Dulce Varela, António Ferreira de Carvalho e João Micael

Texto de Maria Dulce Varela Fotografias de João de Sousa nº19

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E n t r e v i s ta ,

à mesa com

António Ferreira

de

C a r va l h o

Um almoço para falar de trabalho, música, gastronomia... Por onde quer que comece? São todos temas que me são queridos... Então, vamos escolher de forma aleatória. É aquilo qie se costuma classificar de um empresário de mão cheia, distribuindo-se em múltiplas áreas ligadas ao empresariado... Como é que gere todas estas áreas? E vejo aqui uma parte diplomática, também... ligada à parte empresarial... ? Isso vem da empresa familiar que ainda hoje existe... que tem 63 anos, feitos ... ainda hoje está no nome da família e eu, como segunda geração, estou lá com a minha irmã, à frente da empresa ... Estamos a falar da JOCAMETALOMECÂNICA... Exactamente. Temos também uma outra empresa, que também faz parte das nossas empresas familiares. Estamos a gerir essas duas empresas, neste momento. Os meus pais já não estão no activo... Mas continuam a dar conselhos... Infelizmente, já não. Eu penso que o segredo, o segredo do sucesso é o acordo sobre aquilo que é criado pela família, é preciso trabalhar muito, mesmo 24 horas. Eu estou aqui a falar consigo, mas tenho aqui dois telefones que podem tocar a qualquer momento, daí a importância do contacto permanente. Posso ficar em casa e trabalhar de lá, mas vou frequentemente às empresas, porque é necessário contactar com o pessoal e ser visto. É necessário ver como é que as coisas estão a correr... se não vemos as coisas, não nos vêm 8 | Portugal Protocolo 2013 |

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E n t r e v i s ta ,

à mesa com

António Ferreira

de

C a r va l h o

dizer nada ... Estamos lá, eu a minha irmã, que é a mais velha da segunda geração, o meu filho e as minhas sobrinhas... tenho lá duas sobrinhas e o meu filho, que são a terceira geração e já temos uma quarta geração. Uma das minhas sobrinhas já tem uma filha com treze anos e daqui a meia dúzia de anos também estará lá a trabalhar, se assim for o seu desejo. Há assim, uma natural apetência de cada uma das gerações para trabalharem nas empresas da família...!? Estão sempre lá a trabalhar... nesse aspecto a continuidade está assegurada. A próxima geração... com jeitinho é capaz de dar continuidade, espero eu ... nº19

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à mesa com

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António Ferreira

de

C a r va l h o


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à mesa com

António Ferreira

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C a r va l h o

A sua vida empresarial obriga-o, de alguma maneira, a tomar contacto com outras empresas da mesma área. Fazemos parte da Associação das Empresas Metalúrgicas e Metalomecânicas, da qual somos associados e de que, em tempos, o meu pai foi dirigente. A nível da AERLIS (Associação Empresarial da Região de Lisboa), de que eu sou presidente, temos a vice-presidência da Organização das Associações Patronais das Capitais Europeias. Ainda a semana passada, vim da reunião do Conselho de Administração em Varsóvia. Viajo mais por aí... são, mais ou menos, três ou quatro viagens por ano. Há uns anos atrás fazia parte das missões empresariais e, nessa qualidade, fazia uma série de viagens, quer pela Europa, quer por África. Actualmente, a AERLIS mantém contacto com as outras congéneres na Europa. Como sabemos o país atravessa um período de grandes dificuldades. Como é que essa circunstância tem afectado as vossas empresas? Eu não me posso queixar, até porque estamos a fazer uma gestão muito rigorosa. Temos clientes e, acima de tudo, temos capacidades únicas no País. Há muitos trabalhos que têm que ser feitos na nossa fábrica. Isso já ajuda a que os clientes se mantenham. Também os nossos clientes estão em retracção e, por isso, também nós sentimos um bocadinho. Os efeitos da crise começam agora a fazer-se sentir um bocadinho. Mas estamos a trabalhar com dignidade, sem necessidade de recorrermos a nº19

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E n t r e v i s ta ,

à mesa com

António Ferreira

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C a r va l h o

financiamentos externos. Estão cientes que vai haver uma recuperação? Todos nós temos que acreditar nisso. Senão, não fazemos nada. Temos que continuar a acreditar. Trabalhar com maior afinco. Nós temos empresas fabulosas e empresários fabulosos e que estão a ajudar a nossa economia. Vamos então para a parte diplomática... O António Ferreira de Carvalho tem funções diplomáticas, correcto? Sou Consul Geral Honorário da República da Libéria...

“...Temos

grandes pessoas a

fazer coisas espectaculares e que fazem com que eu acredite completamente que o

País

tem

futuro...”

Traduzindo por miúdos, isso quer dizer o quê...!? Quer dizer que eu represento a Libéria, juntamente com o Embaixador, que está sediado em Paris e abarca a França, Espanha, Portugal, Suiça, Itália e Grécia. Como o embaixador tem vários países à sua responsabilidade, ele tem de ter consules honorários sedeados nesses países. São consules honorários, como eu sou, porque o país com fracos recursos financeiros. Eu fui convidado e perguntaram-me se eu queria ser, queriam um cônsul estável aqui em Portugal. Recebi o convite e no dia seguinte já tinha marcado uma viagem a Paris. Então, fui falar com o embaixador e ele veio cá... conhecemo-nos ... e eu fui então nomeado Consul Geral Honorário. Quais são as suas atribuições? Isso obriga-o a fazer o quê? Obriga-me, em primeiro lugar, a respeitar a República da Libéria, a fazer um representação digna desse país, perante todo o corpo diplomático e perante as autoridades portuguesas.

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António Ferreira

de

C a r va l h o

Faço a emissão de vistos para as pessoas que queiram ir à Libéria. Em resumo, é isso. Já visitei a Libéria... já levei lá alguns empresários. Há agora um renovado interesse dos investidores na Libéria. Mas para os investidores portugueses isso ainda vai demorar algum tempo. Passou um período de guerra civil, mas actualmente é um país pacificado. A Libéria foi das primeiras Repúblicas Independentes de África e é a única República de África que tem uma mulher como Presidente. Está a meio do segundo o mandato e tem dado provas fabulosas na governação do país, inclusivé foi Prémio Nobel da Paz o ano passado. O país ficou arrasado, completamente. Sem ajuda externa vai ser muito difícil recuperar. Mas vai recuperar. Devagar, mas vai recuperar. É um trabalho a longo prazo. É um trabalho bom para a minha reforma. Recordo-lhe que, quando acabou a escravatura nos Estados Unidos, os antigos escravos emigraram para aquele território e deram origem à República da Libéria. Há algum vestígio da presença portuguesa na Libéria? Não. Há algum intercâmbio cultural entre os dois países? Estamos em contacto com o ministério dos Negócios Estrangeiros para que a presidente venha até Portugal... Aligeiremos a conversa. Quais são os seus prazeres? Estou agora dedicado à cozinha .... começei a adquirir os primeiros conhecimentos de como se cozinha com uma cozinheira que havia lá em casa e confesso que achei interessantíssimo. Faço da cozinha um laboratório... nº19

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E n t r e v i s ta ,

à mesa com

António Ferreira

gosto de experimentar sabores ... Quais são as suas especialidades. Algumas, pelo menos, para aliciar o apetite... Pescada das mais diversas maneiras, bechamel com maiones, camarões , que acompanho com puré de batatas e cenouras, faço uma óptima sopa de feijão à portuguesa e um divinal pato com azeitonas, com o auxílio da “bíblia da cozinha”, que é para mim o livro assinado por Jorge Valle. Qual é o papel da música na sua vida? Gosto muito de música clássica, mas gosto também do fado, particularmente do fado de Coimbra, que aprendi a apreciar depois de uma pequena estadia naquela cidade... comecei mesmo a cantar... E tem boa voz? Penso que sim... Como o Passos Coelho? Não. Mas tenho respeito pela coragem do homem, face ao estado em que o País está, ter que tomar estas medidas gravosas para a generalidade do povo português. Temos que lhe tirar o chapéu. Pode estar a queimar-se completamente para o futuro, mas ele assumiu a obra da vida dele. Tiro-lhe o chapéu por isso. Clubes de futebol...? Tenho simpatia pelo Porto, cidade que conheci mais de perto quando o meu filho lá viveu durante 7 anos, e fiquei com uma grande simpatia por aquela cidade. Gostava de saber a sua opinião, e aproveitando a situação da crise em que vivemos, não 14 | Portugal Protocolo 2013 |

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C a r va l h o

esquecendo que foi uma crise que nos empurrou para o mar, para os Descobrimentos, numa óptica de coragem pura e dura. Neste momento, temos ou não temos portugueses, temos ou não temos cérebros, temos ou não temos capacidades para vencer neste Mundo? Temos com certeza, ainda que haja um défice de puxar para cima tudo o que há de bom nesta terra. Temos grandes pessoas a fazer coisas espectaculares e que fazem com que eu acredite completamente que o País tem futuro. Vejo estas pessoas trabalharem e se conseguirem atingir os seus objectivos, de certeza que viveremos dias melhores e tal como nos Descobrimentos, dando mundos ao Mundo. Mas com orgulho próprio, não precisamos de importar modelos estrangeiros, pois não? Não podemos inventar o que já está inventado. É preciso aproveitar o bom que já existe. Se houver um modelo que se adapte à nossa maneira de viver, porque não? Mas o que é melhor é aproveitar o que já está feito e tentar melhorar e temos toda a capacidade. E, sobretudo, tentar alterar os “media” que desapoiam. É necessário dar alento às pessoas e fazer com que as elas acreditem no país que têm. Se ficarmos indiferentes, perdemos o estímulo para melhorar o nosso País. Aproveitar o que já existe e tentar melhorar, é fundamental! No seu relacionamento com outras pessoas de outros países e de outras realidades, qual é a sua percepção sobre o que pensam essas pessoas sobre o potencial português no aspecto cultural,


E n t r e v i s ta ,

à mesa com

António Ferreira

“...É

de

C a r va l h o

necessário dar alento às

pessoas e fazer com que as elas acreditem no país que têm.

Se

ficarmos indiferentes, perdemos o estímulo para melhorar o nosso

País...” nº19

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E n t r e v i s ta ,

à mesa com

António Ferreira

empresarial, académico? Essas pessoas só certificam o que nós temos cá dentro. Não há nada lá fora que eu diga, nunca mais lá vamos chegar. Vou a qualquer país que está a evoluir com as mesmas capacidades que nós temos. É preciso ver o que se passa à nossa volta. Nas nossas empresas, quando nos queixamos que as coisas não estão a correr como deviam correr , isso é chorar sobre leite derramado. Nós temos todas as condições. Temos que acreditar em nós. Temos que acreditar que temos um potencial enorme. Temos é que trabalhar bem. Sem trabalho, isto não vai lá. Nós temos mesmo que trabalhar. Não é ficar encostados à sombra dos subsídios. Nós temos que trabalhar. E quanto aos subsídios, nós temos que os merecer. No nosso país temos uma grande gente. Temos que ver os que querem um emprego ou os que querem um trabalho. E não nos podemos esquecer que o campo é uma grande riqueza que o país tem. Vamos trazer o seu filho, que é director da ANJE, a associação nacional de jovens empresários, para esta conversa. Como encara a sua posição na empresa familiar e no País? O que aprendi na minha família são regras de ouro. Cumprir com os compromissos assumidos. Primeiro estão os empregados, depois estamos nós. Por isso é que temos uma fábrica com 63 anos e sem um dia de falta de pagamento ao pessoal. Sem uma hora de greve, sem uma comissão de trabalhadores. Falou-me no novo Portugal, no novo Mundo. As pessoas olham para esta crise como uma coisa passageira. Vêm aí novos tempos, mas não é para repetir o passado, não. Os tempos estão a mudar e 16 | Portugal Protocolo 2013 |

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C a r va l h o

nunca mais vão ser como eram. Temos que nos adaptar. Os que conseguem ultrapassar esta crise, não são os mais ricos e os mais inteligentes, são tempos de adaptação. Os que conseguem adaptar-se, adaptam-se e sobrevivem. A nível empresarial, eu acho, lindamente, que os jovens emigrem, assim como acho louvável os que decidem cá ficar, como é o meu caso. Essa liberdade de escolha, às vezes, imposta pelas políticas económicas do País, por esta crise que atravessamos. Acho que honra o nosso passado, o nosso espírito de aventureiros... temos esperança num Portugal melhor.


E n t r e v i s ta ,

à mesa com

António Ferreira

de

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C a r va l h o

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O Sentido

Não Mais

podia deixar de ser.

uma entrevista, desta vez

com o empresário

Ferreira

de

António

Carvalho,

e mais

um delicioso almoço no restaurante

Aura,

ou não

fosse o nosso entrevistado um gourmet de primeira água.

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do

Paladar


O Sentido

do

Paladar

Texto de Maria Dulce Varela Fotografias de João de Sousa

Requintado, delicioso e bem estruturado, assim poderíamos definir este encontro com o que de melhor a gastronomia tem. E começamos por vos falar da deliciosa sopa de peixe, à base de fume de peixe e cabeça de camarão, pimentos vermelhos e verdes, que depois de tudo bem passado, ficou mais rica com os camarões, pedaços de robalinho, mexilhões e crouton de pão que lhe foram adicionados. Saboreámos e bebemos um delicioso Vinha do Mouro Branco 2012, de Estremoz. Depois, o Naco à Mirandesa, desta vez acompanhado pelo Barronco Longo Colheita Seleccionada 2010. A carne estava deliciosa, derretia-se na boca como manteiga, acompanhada pela couve tronchuda, o feijão-frade e a broa de milho torrada, tudo nº19

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O Sentido

do

Paladar

bem temperado com algumas ervas que aqui não revelamos, porque o segredo é a alma do negócio! Apenas dizemos que os ingredientes, os que falámos e os que escondemos, foram enformados e depois temperados com milho aquecido à base de azeite, vinagre, vinho tinto e coentros! Absolutamente fabuloso. E chegámos ao fim do nosso almoço, claro com a sobremesa – Euphoria de Chocolate. Açúcar, manteiga, chocolate, ovos (gemas e claras) farinha, café, cacau e noz-moscada e licor de chocolate foram os ingredientes desta deliciosa sobremesa, que nos deixou, “eufóricos” e a desejar voltar para mais um festival gastronómico. Mas é claro que era preciso fechar com chave-de-ouro. E que melhor que um Passadouro Ruby Reserve para dar outra graça à sobremesa? Delicioso! 20 | Portugal Protocolo 2013 |

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O Sentido

do

Paladar

nยบ19

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P at r i m ó n i o , O R e a l C o n v e n t o

Mandado

construir na primeira

metade do século

Rei D. João V,

XVIII

pelo

em cumprimento

de um voto para obter sucessão do seu casamento com

D. Maria Ana

de

Áustria

ou a cura para uma grave enfermidade de que padecia, o

Real Convento

de

Mafra

é o

mais importante monumento do barroco português. 22 | Portugal Protocolo 2013 |

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Interior do Zimbório, fotografia de Mário Pereira

de

M af r a


P at r i m ó n i o , O R e a l C o n v e n t o

O conjunto arquitectónico desenvolvese simetricamente a partir de um eixo central, a Basílica, ponto central de uma longa fachada ladeada por dois torreões, e tendo na zona posterior a zona conventual da Ordem de S. Francisco da Província da Arrábida, que foi também ocupada, entre 1771 e 1791, pelos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Construído em pedra lioz da região de Pero Pinheiro e Sintra, o edifício ocupa uma área de 37.790 m2, compreendendo 1200 divisões, mais de 4700 portas e janelas, 156 escadarias e 29 pátios e saguões. Sendo a maior “fábrica” do tempo, aqui trabalharam operários vindos

de

M af r a

Em cima, Escada de acesso ao Laternim da Cúpula, fotografia de Sérgio Medeiros Páginas seguintes, Vista aérea, fotografia de Nuno Trindade

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P at r i m 贸 n i o , O R e a l C o n v e n t o

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de

M af r a


P at r i m 贸 n i o , O R e a l C o n v e n t o

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M af r a

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P at r i m ó n i o , O R e a l C o n v e n t o

P á g i n a ao lado, Ext e ri o r d a C úpula , f o t o gra f i a d e G a bri e l a Cord eiro P á gi n a s se gui ntes, To rre s si n e i ra s e C úpula , f o t o gra f i a d e L u ís Pa v ã o 26 | Portugal Protocolo 2013 |

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de todo o reino, chegando a atingir cerca de 50.000 num mesmo ano. Tal magnificência só foi possível devido ao ouro do Brasil, que permitiu ao monarca pôr em prática uma política mecenática e de reforço da autoridade régia. O modelo adoptado inspira-se na Roma Papal, um barroco classicizante, influenciado por Bernini e com torres de cariz borrominiano, sem esquecer também algumas influências germânicas. A 17 de Novembro de 1717, lançou D. João V a primeira pedra, abençoada pelo Patriarca de Lisboa Ocidental perante toda a Corte. Pensado inicialmente para treze frades, o projecto foi sofrendo sucessivas alterações, primeiro para uma comunidades de 40 frades, depois 80 e, finalmente, 300 religiosos. No domingo 22 de Outubro de 1730, data do 41º aniversário do Rei, realizou-se a Sagração Solene da Basílica, dedicada a Nossa Senhora e Santo António, que durou oito dias no meio de um fausto e magnificência nunca vistos. A construção do Real Convento de Mafra foi a principal obra da centúria de setecentos, tendo servido simultaneamente como a primeira escola de Belas Artes no país, pois aqui funcionou desde o reinado de D. João V uma Aula do Risco que o monarca instituiu para que houvessem no seu reino homens peritos na arte da arquitectura e os não fossem mendigar às nações estrangeiras, onde fossem aprender os rapazes que se achassem de melhor engenho.1 A direcção desta Real Obra foi entregue ao alemão João Frederico Ludovice, ourives de formação que viera para Portugal a expensas dos jesuítas para trabalhar no sacrário de


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P at r i m 贸 n i o , O R e a l C o n v e n t o

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P at r i m ó n i o , O R e a l C o n v e n t o

P á g i n a ao lado, L a n t e ri m d a C úpula , f o t o gra f i a d e G a bri e l a Cord eiro 30 | Portugal Protocolo 2013 |

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S. Antão. Oficial de engenharia militar na Guerra do Eleitorado do Palatinato, Ludovice viveu depois em Roma onde desenvolveu os seus conhecimentos artísticos, designadamente na área da escultura e arquitectura. De referir ainda outros nomes que tiveram participações diversas a nível construtivo e de engenharia. É o caso de Custódio Vieira, inventor de prodigiosos engenhos para elevar as grandes pedras, ou do 1º Arquitecto da Cidade de Lisboa, Eugénio dos Santos, referido por Jácome Ratton nas suas Recordações como sendo da Escola das Obras de Mafra 2 ou ainda Manuel da Maia, responsável por parte do sistema hidráulico. Baptista Garvo e, após a morte deste em 1731, seu filho António Baptista Garvo e Manuel Antunes Feio, e o de carpintaria com a orientação de mestre Tadeu Luís, também italiano. Assim, em Mafra se formaram não só arquitectos e engenheiros, mas também uma mão de obra altamente especializada – pedreiros, canteiros, carpinteiros... – que mais tarde virá a ser utilizada na reconstrução de Lisboa, pois técnicas e máquinas, guindastes e outros “ artificioso engenhos” construtivos aqui foram inventados e testados. Ludovice foi ainda o responsável pelo desenho da Basílica, tendo como modelo a Igreja de Jésú em Roma, introduzindo soluções arquitectónicas que foram aqui utilizadas pela primeira vez, como a iluminação da nave central da basílica com grandes janelas rasgadas junto ao tecto. A Basílica ostenta também uma cúpula octogonal, com 65 m de altura e 13 m de diâmetro, a primeira construída em Portugal, que veio a servir de paradigma a outras como, por exemplo, a Basílica da Estrela.


P at r i m 贸 n i o , O R e a l C o n v e n t o

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P at r i m ó n i o , O R e a l C o n v e n t o

de

M af r a

É na verdade uma dupla cúpula em pedra, exterior e interior, tendo, no vão entre as duas, uma escada em ferro de acesso ao lanternim. Este lanternim, uma pedra inteiriça, levou dois anos a construir, tendo causado grande admiração ao tempo, pois veio já vazado com as oito janelas redondas abertas, tendo trabalhado na sua decoração interior simultaneamente quarenta e um homens, sem se incomodarem uns aos outros. Para o seu transporte foram necessárias oitenta e seis juntas de bois, acompanhadas de 612 homens que a sustentavam com cordas. A forma como, em pouco mais de 2 horas, foi colocada no seu lugar através de mais um invento de Custódio Vieira foi também motivo de espanto. Os poucos objectos que restaram da construção fazem parte, hoje, acervo do monumento. É o caso de um cabrestante, cadernais, macacos elevatórios, compassos ou os instrumentos de suspensão e elevação das pedras. Isabel Yglesias de Oliveira Mª Fernanda Santos Palácio Nacional de Mafra

1

P á g i n a ao lado, C ú p u l a d a Ba sí lica , f o t o gra f i a d e Ko n rad P y z el 32 | Portugal Protocolo 2013 |

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Fr. Cláudio da Conceição “Gabinete Histórico...”, Tomo VIII, 1834 2 Jácome Raton, Recordações, Imprensa da Universidade, 1920


P at r i m 贸 n i o , O R e a l C o n v e n t o

de

M af r a

n潞19

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C u lt u r a , P a l e s t r a “O C h á ,

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nº19

a

P L a n ta D i v i n a ”


C u lt u r a , P a l e s t r a “O C h á ,

Diz

a lenda que o imperador chinês, Shen Nung, o “Curandeiro Divino”, costumava recuperar as suas forças bebendo a água das fontes aquecida ao fogo, durante as suas peregrinações. Então num remoto dia, enquanto a água fervia, algumas folhas de uma árvore de Camellia Sinensis caíram no recipiente, espalhando um suave odor. O imperador ficou tão deliciado que iniciou o cultivo da planta…

a

P L a n ta D i v i n a ”

Fotografias da palestra de Victor Alfaia para Portugal Protocolo Fotografias das peças da exposição cedidas por Casa-Museu da Fundação Medeiros e Almeida

P á g i na a nteri or, “C eri m ónia d o C há ” Espelho pinta d o no rev erso. China de expor tação, Dinastia Q i a nlong ( 1 7 3 6 -1 7 9 5 ) nº19

Qing,

R einado

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C u lt u r a , P a l e s t r a “O C h á ,

P á g i n a a o lado, S e r v i ç o d e c h á c o m 5 p e ç a s – B u l e , c a feteira, aç u ca re i ro, l e i t e i ra e t a ç a s d o s ping os. Pr ata g r av ad a c o m o m o n o gra m a d o I m p era d or N a p o l e ã o B o na pa r te marc a A F C – A n t ó n i o Fi rm o d a C osta . Po r t u ga l , 1 8 1 0 /1 8 2 2 . 36 | Portugal Protocolo 2013 |

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P L a n ta D i v i n a ”

A Casa-Museu da Fundação Medeiros e Almeida, em Lisboa, acolheu a palestra “O Chá, A Planta Divina – História e Cerimonial”, no dia 8 de Outubro, integrada na Comemoração do 5º Centenário da chegada dos Portugueses aos Mares da China, após a qual os convidados saborearam chá e doçaria açorianos oferecidos pelo Turismo dos Açores. A palestra foi proferida por João Micael, especialista em Protocolo, numa viagem à Ásia desde o lendário nascimento do chá, à corte inglesa onde a infanta portuguesa D. Catarina de Bragança implementou o gosto do chá, até à tradição do chá das cinco à inglesa criado pela duquesa de Bedford.


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N esta página, Ser v iço d e chá e choc olate De co ra ç ã o e m grisa i lle e representa çã o d o tem a “Pereg rinos na I lha d e Cítar a” Porcela na d a C hina d e expor taç ão. C hi na , D ina stia Q i ng , R eina d o Q ia nlong ( 1 7 3 6 -1795) Página ao lado, Ser v i ço d e chá com cesto pa ra pic -nic Bule e chávena. Porcela na d e expor ta çã o “M a nd a ri m r ose” C hi na , D ina stia Q i ng , R eina d o Q ia nlong ( 1 7 3 6 – 1795) 38 | Portugal Protocolo 2013 |

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João Micael durante a palestra

Intervenção de Nuno Bobne, administrador da fundação Medeiros e Almedia 40 | Portugal Protocolo 2013 |

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Teresa Vilaça, directora da Casa-Museu da Fundação Medeiros e Almeida e João Micael

João Micael, Nuno Bobone e Manuel Enes nº19

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Aline de Beuvink e Jorge Pereira de Almeida

Miguel e Maria José Couto dos Santos e Manuel Enes 42 | Portugal Protocolo 2013 |

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Angélica Santos e Bartolomeu da Costa Cabral

Beatriz Salles Viana, Virgínia Goes e Teresa Marques Henriques nº19

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Teresa Cabido e João Micael

Gertrudes Évora Turner e Louis Azevedo 44 | Portugal Protocolo 2013 |

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Luísa de Paiva Boléo e Vítor Patinha

Angélica Jorge e João Micael nº19

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Fundada

em 1985, no seguimento das comemorações do 3º Centenário do nascimento de J. S. Bach, a Academia de Dança Antiga de Lisboa tem vindo a revelarse no panorama artístico e cultural nacional com maior destaque desde 1991.

Fotografias de Academia de Dança Antiga de Lisboa 46 | Portugal Protocolo 2013 |

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Dança Antiga

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A Academia de Dança Antiga de Lisboa reúne um número de pessoas cujo interesse comum se baseia na prática da Dança Antiga, tendo como base o trabalho de estudo e investigação. Oriundos de diversas áreas artísticas, ou simplesmente sem preparação artística específica no campo da Dança, os seus elementos desenvolvem na Academia a aprendizagem de técnicas e estilos, base de uma formação académica indispensável. Mantendo uma política de abertura, pretende-se que a sua actividade se desenvolva numa colaboração pluridisciplinar, proporcionando


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Dança Antiga

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Lisboa

a permuta de conhecimentos e experiências necessários à sua actividade. Tem tido o privilégio de apresentar o seu trabalho em salas de espectáculo de referência nacional como o Coliseu dos Recreios, o Teatro de S. Luís, o Teatro Camões e o Teatro Nacional de S. Carlos. Destacam-se os espectáculos de recriação histórica realizados com a produção de Há Cultura e a colaboração com nomes importantes da música nacional como Pedro Caldeira Cabral, Fundação Musical dos Amigos das Crianças, a Orquestra Capela Real ou a Orquestra do Salão Jardim Passos Manuel do Coliseu do Porto. Tem igualmente deixado a sua marca em filmes estrangeiros (La Reine Margot, 1994) e em séries televisivas nacionais (O Processo dos Távoras, 2001; Pedro e Inês, 2005). Assim como a participação em Óperas (Don Giovanni, W. A. Mozart, Festival Rota dos Monumentos, 2006). Como projecto em desenvolvimento, tem esta Academia a pretensão de serem criadas novas infra-estruturas e condições para o desenvolvimento concreto de diversas actividades dentro do seu carácter multidisciplinar da História da Dança. Partindo desta base fundamental, será de intenção primária o incentivo e a continuada investigação na área, com a criação de um centro de documentação/ biblioteca, com acessibilidade a todos os curiosos e investigadores. A vertente prática continuará a ter o seu reconhecimento na produção de espectáculos de recriação das diferentes épocas num ambiente multifacetado das artes performativas e na participação em projectos externos onde a dança histórica se enquadre. nº19

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Danรงa Antiga

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Danรงa Antiga

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Vicente Trindade é o fundador da Academia de Dança Antiga de Lisboa. diplomou-se em Dança pelo Conservatório Nacional de Lisboa, onde estudou com a professora Margarida de Abreu. Frequentou igualmente o Centro de Estudos de Bailado segundo orientação de Anna Ivanova e David Boswell.

Fotografias de Academia de Dança Antiga de Lisboa 50 | Portugal Protocolo 2013 |

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A sua carreira artística iniciou-se em Portugal e continuou no estrangeiro em diversas companhias, nomeadamente: Grand Théâtre de Tours, Ópera de Nice, Ópera de Lyon, Ballet da Ópera de Monte Carlo, Groupe de Danse Contemporaine de Paris, participando também em diversos Festivais Internacionais como os de Bagnolet e das Areans de Cimiez, dançando em grande parte dos bailados do reportório Académico-Clássico e Contemporâneo.

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Lisboa

comemorações do 3º Centenário do nascimento de J. S. Bach, que tem vindo a revelar-se no panorama artístico e cultural Nacional com maior destaque desde 1991, onde exerce as funções de Director Artístico, Mestre de Dança e Investigador.

A sua passagem pela Companhia Nacional de Bailado ficou marcada como intérprete de papéis de composição dos quais se destacam os dos bailados: Baile dos Cadetes, Romeu e Julieta, La Sylphide e O Quebra-Nozes. Como coreógrafo ou assistente coreográfico, colaborou com o Teatro Nacional de São Carlos e outras companhias de Teatro na realização dos seus programas. Com a RTP e com a Radiotelevisão Francesa (Antenne 2) coreografou para séries televisivas e para diversos filmes nacionais e estrangeiros. Foi Director de Cena, Mestre de Dança e Movimento no Teatro Nacional de São Carlos. Como docente, destacouse o seu trabalho nas disciplinas de Dança Histórica, Dança de Carácter e História da Dança no Centro de Formação de Bailarinos da Companhia Nacional de Bailado, na Escola Técnica de Profissionais de Bailado e outros centros de formação artística onde desenvolve workshops. No âmbito da Dança Social, realiza frequentemente a preparação de bailes de debutantes. Em 1985, fundou a Academia de Dança Antiga de Lisboa, no seguimento das nº19

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propósito do tema ‘Memória + Criatividade = Mudança Social’, lançado pelo ICOM em 2013, o Museu Nacional do Traje convidou José António Tenente a apresentar algumas peças da sua colecção que inseridas na exposição permanente deste museu dialogassem entre si até 31 de Dezembro.

Fotografias de Museu Nacional do Traje/ Elsa Mangas Ferraz 2013 52 | Portugal Protocolo 2013 |

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T r aj e - J o s é A n t ó n i o T e n e n t e


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A

exposição beneficente de decoração de mesas é uma iniciativa anual de Maria José Couto dos Santos, que nesta edição contou com o apoio de Portugal Protocolo, para angariação de fundos a favor da meritória causa da ACREDITAR - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro.

Fotografias Portugal Protocolo 62 | Portugal Protocolo 2013 |

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a fav o r d a

ACREDITAR

A exposição “Mesas de Outono” realizou-se nos dias 26 e 27 de Outubro, no Salão Nobre do Four Seasons Hotel Ritz, em Lisboa e contou com a participação voluntária e num espírito de beneficência de inúmeras pessoas que decoraram artisticamente mesas, utilizando para o efeito as suas próprias porcelanas, cristais, vidros, atoalhados, composições florais e outros elementos decorativos, sem recorrer à colaboração de profissionais ou marcas comerciais. A exposição “Mesas de Outono” teve como tema a Natureza, as festividades e as tradições outonais. João Micael


E x p o s i ç ã o “M e s a s

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a fav o r d a

ACREDITAR

Maria José Couto dos Santos e Clementina Paiva

Clementina Paiva e Rosarinho Couto dos Santos nº19

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ACREDITAR

Mesas de jantar de Maria Antonieta Hay

Mesa de chá de Julieta Cunha Gonçalves 64 | Portugal Protocolo 2013 |

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ACREDITAR

Mesa de caça de Aline e Thomas de Beuvink

Mesa de jantar de Sara Freitas do Amaral nº19

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Mesa de jantar de Paula Taborda

Mesa de jantar de Patixa e Maria José Pessoa 66 | Portugal Protocolo 2013 |

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Mesa de jantar de Maria Augusta Osório de Castro

Mesa de jantar de Maria Augusta Osório de Castro e Rosa Duarte nº19

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Mesa de jantar de Mendes de Almeida, acompanhada de Rosarinho Couto dos Santos

Mesa de jantar de Paula Alvito 68 | Portugal Protocolo 2013 |

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Mesa de jantar de Carlos Veríssimo

Mesa de jantar de Ana Projecto nº19

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Mesa de jantar de Helena Cabral

Mesa de jantar de Margarida Ruas e Fátima Crespo 70 | Portugal Protocolo 2013 |

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Mesa de jantar de Maria Helena Pereira da Silva

Mesa de jantar de Madalena Pinheiro de Mello nº19

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Mesa de jantar de Leila Nyrop

Mesa de jantar de Maria do Castelo Barros 72 | Portugal Protocolo 2013 |

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Mesa de jantar de Filomena Alves

Miguel, Rosarinho e Maria José Couto dos Santos e João Micael nº19

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Maria Antonieta Hay e algumas visitantes

Maria José Couto dos Santos, comandante João da Cruz Gonçalves e Palmira Fino 74 | Portugal Protocolo 2013 |

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Thomas e aline de Beuvink com Jacob Dammann

Sara Freitas do Amaral e João Micael nº19

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Maria do Carmo Castelo Branco e Fátima Poças

Piedade Vasconcelos e Rosarinho Couto dos Santos 76 | Portugal Protocolo 2013 |

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a fav o r d a

ACREDITAR

Jorge Santos Silva, Rosarinho Couto dos Santos, Paula Taborda, Maria José Couto dos Santos, Carlos Veríssimo e Pedro Ramos e Ramos

Rosarinho Couto dos Santos agradecendo a participação dos decoradores e visitantes antes da cerimónia de entrega dos diplomas. nº19

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, 100º Aniversário Escuteiros de Portugal

O Presidente da República agraciou, em Setembro, os Escuteiros de Portugal no seu 100.º aniversário com o título de Membro Honorário da Ordem de Instrução Pública, numa cerimónia no Palácio de Belém.

Fonte: © 2006-2013 Presidência da República Portuguesa nº19

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, Visita de Estado do Presidente de Timor

O Presidente Cavaco Silva recebeu homólogo de Timor-Leste no início da visita de Estado a Portugal no dia 20 de Setembro.

Fonte: © 2006-2013 Presidência da República Portuguesa 84 | Portugal Protocolo 2013 |

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No início da visita de Estado a Portugal, o Presidente da República Democrática de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, reuniu-se, no Palácio de Belém, com o Presidente Aníbal Cavaco Silva. Após uma deslocação ao Mosteiro dos Jerónimos, onde depositou uma coroa de flores no túmulo de Luiz Vaz Camões, o Presidente da República de Timor-Leste dirigiu-se ao Palácio de Belém, onde lhe foram prestadas honras militares. O Presidente da República e a Dra. Maria Cavaco Silva mantiveram um encontro com o Presidente timorense e Senhora, Dra. Isabel da Costa Ferreira, o qual foi seguido por uma reunião entre os dois Chefes de Estado, acompanhados das respectivas delegações.


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O Presidente

da República ofereceu jantar em honra do Presidente Taur Matan Ruak.

Fonte: © 2006-2013 Presidência da República Portuguesa 86 | Portugal Protocolo 2013 |

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Por ocasião da visita de Estado a Portugal do Presidente da República Democrática de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, e da Dra. Isabel da Costa Ferreira, o Presidente da República e a Dra. Maria Cavaco Silva ofereceram um jantar no Palácio da Cidadela, em Cascais.


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