Captação e Seleção de Talentos - Aula 01

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CAPTAÇÃO E SELEÇÃO DE TALENTOS AULA 01 CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO

AULA 01 - CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO

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CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO Para refletir sobre o mercado de trabalho nada melhor que informações e dados atualizados do IBGE sobre empregos no Brasil: Indicador/período FEVEREIRO DE 2013 Taxa de desocupação 5,6% Rendimento real habitual R$ 1.849,50 Valor do rendimento em relação a

JANEIRO DE 2013 5,4% R$ 1.827,55 1,2%

FEVEREIRO DE 2012 5,7% R$ 1.805,84 1,4%

A taxa de desocupação em fevereiro de 2013 foi estimada em 5,6% para o conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre). Estatisticamente, a taxa foi considerada estável tanto em relação a janeiro do mesmo ano (5,4%) quanto a fevereiro de 2012 (5,7%). A população desocupada em fevereiro de 2013 (1,4 milhão de pessoas no total das seis regiões investigadas) mostrou estabilidade tanto na comparação mensal quanto na anual. A população ocupada em fevereiro de 2013 (23 milhões) teve queda em comparação com janeiro (-0,7%) e cresceu 1,6% em relação a fevereiro de 2012, representando mais 362 mil ocupados em 12 meses. O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (11,5 milhões) ficou estável em relação a janeiro e cresceu 2,3% em comparação a fevereiro de 2012, ou mais 254 mil postos de trabalho com carteira assinada em um ano. Em fevereiro de 2013, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores (R$ 1.849,50) teve alta de 1,2% frente a janeiro e de 2,4% na comparação com fevereiro de 2012. A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 42,8 bilhões em fevereiro de 2013) mostrou-se estável comparado a janeiro e cresceu 4,2% em relação a fevereiro de 2012. A massa de rendimento médio real efetivo dos ocupados (R$ 42,6 bilhões em janeiro de 2013) reduziu-se (-21,9%) frente a dezembro e cresceu 4,4% em relação a janeiro de 2012. • No mês, a taxa de desocupação ficou estável nas seis regiões metropolitanas investigadas

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Na análise mensal, a taxa de desocupação não assinalou variação em nenhuma das regiões investigadas. No confronto com fevereiro de 2012, a taxa subiu em Recife (de 5,1% para 6,5%), caiu em Salvador (de 7,8% para 6,2%) e no Rio de Janeiro (de 5,7% para 4,6%), e não variou nas demais regiões. TAXA DE DESOCUPAÇÃO (%) MÊS/ANO fev/03 fev/04 fev/05 fev/06 fev/07 fev/08 fev/09 fev/10 fev/11 fev/12 jan/13 fev/13

Total 11,06 12,0 10,7 10,1 9,9 8,7 8,5 7,4 6,4 5,7 5,4 5,6

Rec 12,1 12,7 13,2 15,9 12,3 11,0 9,1 8,8 7,8 5,1 6,3 6,5

Sal 15,0 17,1 15,6 13,6 13,6 12,2 11,0 11,0 10,3 7,8 6,3 6,2

BH 10,1 11,9 9,9 9,1 9,3 7,7 6,8 6,5 6,3 4,7 4,2 4,2

RJ 8,6 8,6 8,4 7,9 7,5 7,0 6,4 5,6 4,9 5,7 4,3 4,6

SP 13,6 13,6 11,5 10,5 10,6 9,3 10,0 8,1 6,6 6,1 6,4 6,5

PoA 8,6 8,5 7,1 7,5 8,3 6,4 6,0 5,1 4,4 4,1 3,5 3,9

FONTE: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Cooredenaçãode Trabalho e Rendimento, pesquisa Mensal de Emprego

O contingente de desocupados em fevereiro de 2013 foi estimado em 1,4 milhão de pessoas no conjunto das seis regiões investigadas, refletindo estabilidade tanto na comparação mensal ( janeiro de 2013) quanto na anual (fevereiro de 2012). Regionalmente não houve variação no contingente de desocupados frente a janeiro de 2013. Em relação a fevereiro de 2012, houve quedas nas Regiões Metropolitanas de Salvador e do Rio de Janeiro (19,3% e 19,0%, respectivamente) e alta em Recife (28,2%). • Índice de ocupação caiu 0,4 ponto percentual no mês e manteve-se estável nos 12 meses A taxa da ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa) foi estimada em fevereiro de 2013 em 54,0% para o total das seis regiões investigadas, registrando queda de 0,4 ponto percentual frente a janeiro do mesmo ano. No confronto com fevereiro de 2012 esse indicador não registrou movimentação significativa. Regionalmente, na comparação mensal, ocorreu queda em Recife (1,5%) e em Belo Horizonte (0,7%), com estabilidade nas demais regiões. Em relação a fevereiro de 2012, a Região Metropolitana de Belo Horizonte registrou retração de 1,2 ponto

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percentual (de 57,3% para 56,1%) e as demais regiões não se alteraram. Quanto à população ocupada, regionalmente, a análise mostrou variação mensal significativa apenas em Recife (queda de 3,2% ou menos 51 mil pessoas ocupadas de janeiro para fevereiro). Na comparação com fevereiro de 2012, houve variação somente em São Paulo (2,5% ou mais 236 mil pessoas ocupadas). Nos grupamentos de atividade, para o conjunto das seis regiões, a população ocupada teve variação mensal apenas no comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio varejista de combustíveis, com queda de 3,2% (menos 141 mil pessoas). Em 12 meses, dois grupamentos tiveram crescimento: educação, saúde, administração pública (4,8%) e outros serviços (4,4%). Houve queda em Serviços domésticos (-8,7%) e estabilidade nos demais. • No mês, o rendimento real habitual subiu em quatro das seis regiões pesquisadas Regionalmente, na comparação com janeiro de 2013, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores aumentou nas Regiões Metropolitanas de Recife (1,6%), Rio de Janeiro (1,7%), São Paulo (1,3%), Porto Alegre (2,2%); ficou estável em Belo Horizonte e declinou em Salvador (-1,2%). Já em relação a fevereiro de2012 houve altas em Recife e em Belo Horizonte (ambas, 7,4%), Porto Alegre (7,3%) São Paulo (2,8%) e no Rio de Janeiro (0,8%). Apenas em Salvador foi verificada queda no rendimento (-9,8%). Na tabela a seguir, os valores e as variações do rendimento real habitual segundo os grupamentos de atividade investigados pela Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE: Rendimento médio real habitualmente recebido (a preços de fevereiro de 2013) Grupamentos de atividade População ocupada

fev/12

jan/13

fev/13

% mês

% ano

1.805,84

1.827,55

1.849,50

1.933,44

1.922,34

1.934,60

0,6

0,1

1.581,88

1.539,96

1.608,90

4,5

1,7

1.416,46

1.460,93

1.488,40

1,9

5,1

2.268,22

2.329,62

2,308,2

-0,9

1,8

Educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social

2.498,35

2.505,35

2.538,40

1,3

1,6

Outros serviços (alojamento, transporte, limpeza urbana e serviços pessoais)

718,64

757,63

768,70

1,5

7,0

1.584,96

1.571,39

1.594,00

1,4

0,6

Indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água Construção

Comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo

Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira

Serviços domésticos

1,2

2,4

FONTE: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Mensal de Emprego

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Como mostra a tabela a seguir, na comparação mensal, duas das quatro categorias de ocupação tiveram altas no rendimento: empregados com carteira (0,9%) e empregados sem carteira (3,6%). Já em relação a fevereiro do ano passado, três categorias mostraram altas: empregados com carteira (1,2%), empregados sem carteira (4,5%) e militares e funcionários públicos (4,1%). Rendimento médio real habitualmente recebido (a preços de fevereiro de 2013) Categorias de posição na ocupação

fev/12

jan/13

fev/13

% mês

% ano

1.347,60

3,6

4,5

Empregados com carteira no setor privado

1.666,87

1.671,70

1.687,30

Militares e funcionários públicos

3.106,60

3.236,97

3.232,70

Empregados sem carteira no setor privado Pessoas que trabalham por conta própria

1.290,02

1.300,67

1.586,02

1.586,25

1.584,90

0,9

-0,1

1,2 4,1

-0,1

-0,1

FONTE: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Mensal de Emprego

Emprego industrial tem variação nula em janeiro Em janeiro de 2013, o total do pessoal ocupado assalariado na indústria mostrou variação nula (0,0%) frente a dezembro de 2012, na série livre de influências sazonais, após registrar 0,1% em novembro e -0,3% em dezembro. Com esses resultados, o índice de média móvel trimestral assinalou variação negativa de 0,1% no trimestre encerrado em janeiro comparando com o mês anterior, após ficar estável por cinco meses consecutivos. O emprego industrial mostrou recuo de 1,1% no índice mensal de janeiro de 2013, décimo sexto resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto, e manteve ritmo de queda próximo ao observado no último trimestre de 2012 (-1,2%), conforme todas as comparações contra igual período do ano anterior. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao registrar queda de 1,4% em janeiro de 2013, prosseguiu com a trajetória descendente iniciada em fevereiro de 2011 (3,9%). Indicadores Conjuturais da Industria Brasil - Janeiro 2013 Variação (%)

Variáveis Pessoal ocupado assalariado Números de horas pagas Folha de pagamento real *Série com ajuste sazonal

Janeiro 13/ Dezembro 12*

Janeiro 13/ Janeiro 12

Acumulado Janeiro - Janeiro

Acumulado nos últimos 12 meses

0,0

-1,1

-1,1

-1,4

-5,0

0,9

0,9

4,1

-0,3

-1,4

-1,4

-1,9

FONTE: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Industria

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No confronto com janeiro de 2012, o emprego industrial recuou 1,1% em janeiro de 2013, com o contingente de trabalhadores diminuindo em dez dos quatorze locais pesquisados. O principal impacto negativo ocorreu na região Nordeste (-4,8%), pressionada pelas taxas negativas em 14 dos 18 setores investigados, com destaque para as indústrias de alimentos e bebidas (-7,0%), calçados e couro (-5,7%), refino de petróleo e produção de álcool (-14,0%), vestuário (-4,3%), indústrias extrativas (-9,9%) e têxtil (-4,8%). Outros impactos negativos importantes vieram de São Paulo (-1,0%), Rio Grande do Sul (-3,1%), Pernambuco (-9,0%) e Bahia (-4,2%). O primeiro foi influenciado pela queda verificada nos setores de produtos de metal (-8,1%), têxtil (-10,4%), outros produtos da indústria de transformação (-11,0%), meios de transporte (-4,1%), vestuário (-4,4%) e papel e gráfica (-1,7%). O Rio Grande do Sul registrou perda em calçados e couro (-6,8%), máquinas e equipamentos (-6,9%), meios de transporte (-5,3%), borracha e plástico (-8,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-9,5%), vestuário (-16,8%) e têxtil (-12,2%). Já Pernambuco foi pressionado pelo setor de alimentos e bebidas (-16,0%) e a Bahia mostrou recuo em calçados e couro (-18,9%). Paraná (2,1%) apontou a contribuição positiva mais relevante sobre o emprego industrial, com destaque para os setores de alimentos e bebidas (4,0%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (10,3%), têxtil (15,6%) e produtos químicos (8,2%). Setorialmente, o pessoal ocupado assalariado recuou em 12 dos 18 ramos pesquisados. As principais pressões negativas vieram de vestuário (-7,2%), têxtil (-5,1%), outros produtos da indústria de transformação (-4,2%), calçados e couro (-3,4%), meios de transporte (-2,0%) e madeira (-5,6%). Já os principais impactos positivos foram observados nos setores de alimentos e bebidas (1,6%) e de borracha e plástico (2,7%). •

Número de horas pagas é 0,3% menor que em dezembro

Em janeiro de 2013 o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, já descontadas as influências sazonais, caiu 0,3% comparado a dezembro de 2012, terceira taxa negativa seguida nesse tipo de confronto, período em que acumulou perda de 0,7%. Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral, ao apontar variação negativa de 0,2% na passagem dos trimestres encerrados em dezembro e janeiro, interrompeu a sequência de três resultados positivos: outubro (0,1%), novembro (0,1%) e dezembro (0,2%). O número de horas pagas mostrou recuo de 1,4% na comparação com janeiro de 2012, décima sétima taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto e acelerou o ritmo de queda frente ao fechamento do quarto trimestre de 2012 (-1,1%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. As taxas foram negativas em 11 dos 14 locais e em 12 dos 18 ramos pesquisados. Em termos setoriais, as principais influências negativas vieram de vestuário (-7,8%), calçados e couro (-5,9%), outros produtos da indústria de transformação (-5,3%), máquinas e equipamentos (-2,9%), têxtil (-4,6%), madeira (-6,9%) e papel e gráfica (-2,6%). Alimentos e bebidas (1,6%) assinalou o principal resultado positivo no mês.

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Entre os locais, ainda na comparação com igual mês do ano anterior, a região Nordeste (-4,0%) apontou a principal influência negativa, pressionada pela redução no número de horas pagas nos setores de alimentos e bebidas (-5,9%), vestuário (-4,4%), refino de petróleo e produção de álcool (-9,9%), indústrias extrativas (-8,4%) e borracha e plástico (-6,7%). Os impactos negativos foram assinalados pelo Rio Grande do Sul (-4,2%), devido à retração em calçados e couro (-13,0%), máquinas e equipamentos (-7,7%), borracha e plástico (-10,0%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-11,5%). Região Norte e Centro-Oeste (-3,2%), em função do recuo em máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-15,3%), meios de transporte (-17,0%), madeira (-11,3%) e minerais não-metálicos (-10,1%); São Paulo (-0,8%), por conta dos recuos vindos de produtos de metal (-7,0%), outros produtos da indústria de transformação (-11,1%) e têxtil (8,7%); e Pernambuco (-7,6%), explicado pelo menor número de horas trabalhadas no setor de alimentos e bebidas (-12,9%). O Paraná (1,7%) exerceu a principal contribuição positiva no número de horas pagas, impulsionado pela expansão vinda dos setores de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (15,6%) e alimentos e bebidas (4,0%). A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos 12 meses, ao recuar 1,9% em janeiro de 2013, repetiu o resultado de novembro e dezembro e permaneceu com a trajetória descendente iniciada em fevereiro de 2011 (4,5%). •

Valor da folha de pagamento real cai 5,0% em janeiro

Em janeiro de 2013 o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria ajustado sazonalmente mostrou queda de 5,0% frente ao mês imediatamente anterior, segunda taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto, acumulando nesse período perda de 6,9% e praticamente eliminando o avanço de 7,9% verificado em novembro último. Tanto o setor extrativo como a indústria de transformação registraram o segundo mês consecutivo de resultados negativos, após assinalarem expansões acentuadas em novembro: 8,3% e 7,4%, respectivamente. Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral apontou variação positiva de 0,1% na passagem dos trimestres encerrados em dezembro e janeiro e manteve a trajetória ascendente iniciada em setembro último. O valor da folha de pagamento real cresceu 0,9% na comparação com janeiro de 2012, trigésimo sétimo resultado positivo consecutivo nesse tipo de confronto, mas em ritmo bem menos intenso do que o observado no último trimestre do ano passado (7,5%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Os resultados foram positivos em 11 dos 14 locais investigados. As maiores influências positivas ocorreram no Rio de Janeiro (7,3%), Rio Grande do Sul (4,6%), região Norte e Centro-Oeste (4,2%), região Nordeste (1,7%) e Santa Catarina (1,1%).

Nestes locais, as atividades que mais contribuíram positivamente para o aumento

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do valor da folha de pagamento real foram: indústrias extrativas (11,6%), borracha e plástico (32,0%), máquinas e equipamentos (17,6%), alimentos e bebidas (10,9%) e produtos de metal (17,6%), na indústria fluminense; alimentos e bebidas (16,4%), produtos de metal (10,6%) e meios de transporte (5,1%), no setor industrial do Rio Grande do Sul; alimentos e bebidas (10,6%) e indústrias extrativas (12,0%), na região Norte e Centro-Oeste; produtos químicos (9,7%), minerais não-metálicos (10,3%) e metalurgia básica (19,4%), no setor industrial nordestino; e borracha e plástico (9,1%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (8,5%), alimentos e bebidas (2,5%), têxtil (4,2%), produtos químicos (11,7%) e meios de transporte (12,7%), em Santa Catarina. Em sentido oposto, São Paulo (-0,9%) e Minas Gerais (-1,6%) assinalaram os maiores impactos negativos nesse mês, influenciados especialmente pelos setores de metalurgia básica (-23,2%), meios de transporte (-2,5%), produtos de metal (-7,9%), vestuário (-13,4%) e têxtil (-8,2%), no primeiro local, e de meios de transporte (-13,4%) e metalurgia básica (-10,4%) no último. Setorialmente, ainda no índice mensal de janeiro de 2013, o valor da folha de pagamento real cresceu em dez dos dezoito setores investigados, com destaque para alimentos e bebidas (4,9%), produtos químicos (6,1%), borracha e plástico (7,0%), indústrias extrativas (5,9%), máquinas e equipamentos (1,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (2,7%) e minerais não-metálicos (2,3%). Os principais impactos negativos foram observados em meios de transporte (-3,5%), metalurgia básica (-8,5%) e vestuário (-7,1%). A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos 12 meses, ao crescer 4,1% em janeiro de 2013, apontou ligeira redução na intensidade do crescimento frente ao resultado de dezembro (4,4%). Ao olhar o cenário com essas informações do IBGE sobre o mercado de trabalho, pode-se até ficar pessimista em relação ao que fazer e como fazer. Para onde correr e o que fazer, de que forma sobreviver nesse contexto em que os dados mostram quedas ou oscilações em relação a vários ramos de atividade. Economicamente pode-se dizer que sempre foi assim, as coisas parecem ruins, mas não são assim, pois quem se prepara para enfrentar o mercado de trabalho, consegue achar respostas e saídas diferentes para sua carreira. O mercado de hoje busca profissionais com maior competência e que muitas vezes possam brilhar por meio do seu talento, o qual muitas vezes precisa ser descoberto para que seja lapidado por meio do desenvolvimento pessoal/profissional. Não é segredo para ninguém que o mercado de trabalho está passando por profundas alterações e que, cada vez mais, tanto quanto os empregadores, é preciso estar atento às mudanças para ser competitivo, em outras palavras, para ser empregável. Vale destacar, no entanto, que são muito poucas as pessoas que conseguem montar um retrato da realidade sem grandes distorções. Isso é explicável porque a maioria está tão envolvida com os problemas do dia-a-dia da empresa que não tem nem mesmo tempo para observar o que ocorre ao seu redor. É por isso que tomou-se por bem aproveitar a experiência no setor de RH para elaborar um quadro sinótico que dê aos interessados uma noção mais próxima desse retrato das relações de trabalho em ebulição. Para ser didático, dividiu-se as questões em dois grandes grupos: mitos e verdades. Para efeito de análise e ponderação, considera-se mitos aquelas assertivas nas quais

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muitos ainda acreditam, embora a prática do mercado mostre que o usual (a verdade) é bem diferente, até mesmo o oposto. Então, veja: O MITO •

Quem está empregado está seguro;

Quem tem diploma já sabe tudo e não precisa mais aprender.

• A maneira mais segura de construir uma carreira é subir de posição, pelo esforço, dentro de uma mesma área na mesma empresa; •

Quem fica 30 anos na mesma empresa prova que é um ótimo profissional

Vida pessoal e vida profissional não se misturam.

A VERDADE •

Hoje só está seguro quem é empregável;

O diploma é necessário, mas não garante mais o emprego;

• O diploma pode indicar que a pessoa aprendeu a aprender, mas é preciso continuar buscando aprender; • Hoje as carreiras tendem a ser construídas pela experiência agregada em várias áreas ou pela passagem em algumas empresas; • Hoje são mais valorizadas as pessoas que acumulam experiências diversificadas, que tenham vivenciado diferentes tipos de situações, com experiências de atuação em vários segmentos, que tenham trabalhado com culturas diferentes • Hoje já se sabe que não é possível ignorar a vida pessoal dos profissionais. Ela interfere no desempenho das pessoas no trabalho. Claro que esse conjunto de mitos e verdades não se esgota em si mesmo. Cada profissional pode, à sua maneira, incluir novos parâmetros na discussão, checando item por item, ou até mesmo estabelecendo, para cada caso, uma ordem hierárquica do seu próprio quadro de mitos e verdades. O importante é ter um ponto de partida para a análise e tomada de decisões quanto ao rumo das carreiras. Nesse aspecto, o conjunto de mitos e verdades apresentados serve de convite à reflexão.

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O mercado de trabalho, nos últimos meses, exibe um quadro paradoxal: existe um quase pleno emprego, porém começa a se verificar na indústria uma queda da taxa de emprego e a folha de pagamentos acusa um nítido aumento da redução, apenas no setor dos bens não comercializáveis (serviços). Apesar disso, o governo brasileiro estuda uma abertura para a mão de obra estrangeira especializada. A palavra desemprego apareceu recentemente por aqui, porque até pouco tempo o Brasil era imune a esse fenômeno, que parece tomar conta de todos os países do Hemisfério Norte. Os dados referentes ao pleno emprego têm uma explicação relativamente simples, com origem na evolução demográfica. Embora isso tenha sido previsto estamos assistindo a uma forte redução dos jovens que chegam ao mercado de trabalho, fenômeno que se vê potencializado pelo fato de haver um aumento paralelo de jovens ingressando no ensino superior. Esse fator favorece a impressão de uma fase de pleno emprego na economia, o que, como se sabe, estimula reajustes salariais acima do desejável, mais ainda para os trabalhadores especializados, coisa que já se fazia sentir há muito tempo, em razão da baixa qualidade do ensino, mas que se exacerba agora. Isso, aliás, explica que a taxa de emprego não se reduza, como seria normal diante da evolução péssima da produção industrial. Quando se tem um trabalhador especializado, embora esteja subempregado, procura-se mantê-lo na empresa sabendo das dificuldades que haverá para contratar um outro também especializado, quando a produção for retomada. Além disso, não podemos esquecer do custo elevado para demitir um empregado, o que faz com que a empresa prolongue ao máximo sua permanência na função. O governo age de maneira muito sensata quando se mostra inclinado a abrir as fronteiras a operários e técnicos estrangeiros especializados. Estamos atravessando um período muito propício para atraí-los ao nosso país, em razão da amplitude do desemprego nos países desenvolvidos. O número de operários dispostos a se exilar cresceu muito e atinge quase todos os setores de atividade. O único cuidado que se precisa ter é em escolher realmente os melhores especialistas e em atividades pouco cultivadas no Brasil. A presença desses profissionais poderá ter efeitos importantíssimos para a economia em geral, assim como permitir um avanço na realização de investimentos que estão sofrendo grande atraso.

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A vida profissional coloca os homens muitas vezes tão ocupados na luta pela sobrevivência e manutenção do emprego, que não notam o que acontece ao redor, e por isso não se preparam para enfrentar as adversidades ou para que possam se posicionar ou mesmo saber onde estão e para aonde podem ou querem ir. Assim, como você se posiciona diante dessa questão?

O BRASILEIRO; O EMPREGO E O DESEMPREGO E OS TIPOS E MODALIDADES DE TRABALHO: FORMAL E INFORMAL OS BRASILEIROS E O TRABALHO •

O aumento médio dos salários no mercado geral, em fevereiro, foi de 0,23%

A pesquisa Datafolha Bolsa de Salários, atualizada mensalmente, apontou em fevereiro de 2013 que os salários do segmento de Serviços foram os que mais apresentaram reajustes, variação média de 0,49%, os demais segmentos, Comércio, Construção Civil e Indústria não apresentaram oscilações nas médias salariais. Das 130 empresas participantes da pesquisa, 3,8% concederam reajustes salariais. Os índices aplicados, de forma linear, foram na ordem de 7%, referente aos dissídios dos Sindicatos dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação de São Paulo; e das Empresas Distribuidoras de Títulos e Valores Imobiliários de São Paulo. O mesmo índice também foi aplicado de forma escalonada, ou seja, 7% para quem ganha até R$5.000, acima disso, fixo de R$350, referente ao Sindicato dos Trabalhadores de Movimentação de Mercadorias em Geral e Auxiliares Administrativos em Geral de São Paulo. Dos 350 cargos pesquisados, 35% apresentaram variações médias, com variação entre 0,1% e 5,9%, os demais cargos permaneceram inalterados.

Entre os dez grupos de ocupações que compõem a tabela, o grupo de Ajudantes e

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Auxiliares apresentou a maior variação média, 0,47%, seguido por Assessores e Assistentes, 0,44%. Na terceira colocação figurou o grupo de Analistas, variação de 0,31%. •

Nos últimos doze meses o aumento médio dos salários foi de 7,39%

Nos últimos doze meses, período de janeiro a dezembro de 2012, a pesquisa constatou aumento médio dos salários em 7,39%. O IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) registrou inflação acumulada na ordem de 5,1%, no mesmo período analisado, sendo assim, o aumento médio dos salários ficou 2,29 pontos percentuais (p.p.) maior que o índice de comparação. Os índices de reajustes salariais foram aplicados pelas empresas participantes, igual ou acima da inflação acumulada dos últimos 12 meses anteriores a cada data-base. Os maiores aumentos médios salariais, registrados durante o ano de 2012, ocorreram nos meses de maio, 1,5%; janeiro, 1,35%; e novembro, 1,1%.

BOLSA DE SALÁRIOS, POR SEGMENTO

Variação média acumulada dos salários - ano de 2012 (em%)

7,39% foi a variação média dos salários pesquisados no mercado geral que engloba os segmentos do comércio, construção civil, indústria e serviços.

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CAPTAÇÃO E SELEÇÃO DE TALENTOS


O segmento da Construção Civil, entre os quatro analisados, registrou os maiores índices de dissídios aplicados no ano, variação média de 10,5%. Maiores reajustes médios: Entre os dez grupos de ocupações da pesquisa, o grupo Ocupação da Produção, com 8,5%, registrou o maior reajuste médio, destaque para a função de Operador de Eletroerosão, índice médio acumulado de 17,48%; na segunda colocação, reajuste médio de 7,75% para o grupo de Administração, Vendas e Finanças, liderado pela função de Vendedor, média acumulada de 9,89%; já a terceira posição ficou com o grupo Ajudantes e Auxiliares, índice de 7,59%, com a função de Auxiliar de Crédito e Cobrança, com índice médio acumulado de 10,8%. Menores reajustes médios: O grupo de Diretores e Gerentes, com reajuste de 6,6%, aparece entre os menores reajustes médios, com a função de Gerente Adjunto de Operações, índice médio acumulado de 2,8%; em segundo lugar o grupo de Ocupações de Ensino Superior, reajuste médio de 6,82%, representado pela função de Médico Clínico Geral e Plantonista , índice de 4,11%; e na terceira posição, o grupo Ocupações de Ensino Médio, 6,85%, com a função de Editor de Texto, Imagem, TV e Vídeo , índice médio de 0,59%.

AULA 01 - CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO

13


• Bolsa de Salários, geral por grupos de ocupações Variação média acumulada dos salários - ano de 2012 (em%)

Cargos com as maiores variações médias acumuladas no Mercado Geral

Dos 350 cargos analisados, no Mercado Geral, o maior índice médio acumulado ficou para função de Operador de Eletroerosão, 17,48% (grupo Ocupações da Produção), pertencente ao segmento da indústria. Essa variação foi impulsionada pelas empresas participantes com este cargo, que tem data-base em novembro. Os sindicatos que representam a função citada, e que tiveram os índices definidos e aplicados retroativos, na data-base novembro, foram: Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas de Osasco e Região, índice de 10%, homologado em novembro de 2011 e aplicado em janeiro de 2012. Em novembro de 2012 foi homologado 8%, para o mesmo cargo acima, pertencente aos Sindicatos dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas de Guarulhos; e de Osasco, aplicado por algumas empresas no mesmo ano. O segundo maior índice médio acumulado, 13,59%, ficou com a função de Operador de Torno Revólver, (também do grupo Ocupações da Produção), função esta concentrada no segmento da indústria, igual ao primeiro lugar. Esta função teve seus índices aplicados de forma retroativa e na própria data-base, ou seja, índice de 10% definido em novembro de 2011 e aplicado em janeiro de 2012, e índice de 8% aplicado na própria data-base, em novembro de 2012. A referida função é representada pelo Sindicato dos Empregados das Indústrias Metalúrgicas de Osasco; de Guarulhos; e de São Paulo.

14

CAPTAÇÃO E SELEÇÃO DE TALENTOS


Cargos com as menores variações médias acumuladas no Mercado Geral

Entre os índices médios acumulados, do total de 350 cargos pesquisados, ficou abaixo do IPC-Fipe, com índice de 5,1%, a função de Editor de Texto, Imagem, TV e Vídeo, variação acumulada de 0,59% (grupo Ocupações de Ensino Médio), presente no segmento de serviços, e representada pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, índice de 6,2%, homologado em dezembro de 2011, aplicado em janeiro de 2012; Sindicato dos Auxiliares da Administração Escolar do ABC; e de São Paulo, índice 6,9%; aplicado em duas partes 5,3% na data-base março e 1,6% em agosto. A empresa com a maior frequência de cargos para esta função, com datas-bases em maio e dezembro, não teve o dissídio homologado pelo sindicato em 2012. A segunda menor variação média acumulada, representada pela função de Técnico de Eletricidade, índice médio acumulado de 1,55% (grupo Ocupações de Ensino Médio), e pertencente aos segmentos da indústria e serviços, representada pelo Sindicato da Indústria de Óleos e Vegetais e seus Derivados no Estado de São Paulo, índice de 8%; e Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo, índice de 7%. As empresas com as maiores frequências de cargos para as funções citadas, com datas-bases em maio e dezembro, não tiveram os dissídios homologados pelos sindicatos, patronal e empregados, em 2012, refletindo assim na variação média anual. Comparativo 2012 x 2011 •

Variação média salarial x IPC-Fipe, acumulados em (%)

A reposição salarial, em 2012, ficou 0,69 p.p. menor, comparado ao ano de 2011.

Em 2012 o aumento médio acumulado dos salários foi de 44,9% contra 39,07% de 2011 (variação média acumulada dos salários em relação ao IPC-Fipe acumulado do mesmo período).

AULA 01 - CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO

15


A variação acumulada do IPC-Fipe, 2012 em relação a 2011, foi negativa em 0,71 ponto percentual. A incógnita do setor industrial para 2013 ABRIL 2013 | Notícias IBRE | Indústria 03 de abril de 2013 A indústria brasileira voltou a crescer neste começo de ano. O setor teve um aumento significativo se compararmos com o mês de dezembro, quando foram gerados números aquém do especulado. Segundo Aloisio Campelo, superintendente de Análises Econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE), a melhora do setor em janeiro, embora comemorada, foi disseminada entre os setores. O avanço percentual do indicador foi influenciado por bem de capital, o qual, por sua vez, foi influenciado pelo segmento de caminhões, que vinha com números baixos ao longo de 2012, mas teve uma melhora significativa na virada do ano. “Em 2012, nada foi produzido nos bens de investimento, máquinas e equipamentos, caminhões etc. O que a sondagem mostrou é que parte desse crescimento foi devolvida”, explica Campelo. Apesar da queda do setor em 2,5% no mês de fevereiro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — praticamente eliminando o crescimento de janeiro —, há um estoque de confiança, mesmo se levada em consideração uma possível desaceleração em março. “Há um estoque de otimismo, ou seja, ainda há a visão de que a indústria está em rota de recuperação, mas uma recuperação muito lenta. Então, os empresários estão jogando um pouco mais para frente. E assim que houver um primeiro sinal de que há uma recuperação melhor, eles podem voltar, gradualmente, a investir”, avalia Campelo. E completa: “A não ser que mudem muitas coisas, repentinamente, no Brasil, ainda passamos por dificuldades. Ela (indústria) voltou a crescer, mas 2013 é um ano que vem sofrendo muito com a competição externa”. Relação com a atividade exercida Para iniciar a análise dos resultados dessa pesquisa, é importante saber como os trabalhadores percebem sua relação com o próprio trabalho. Os resultados dessa questão, ilustrados na Figura 1, indicam que 41% dos trabalhadores afirmaram que a atividade que exercem foi escolhida por eles por interesses profissionais. Outros 26,6% disseram que estão nessa atividade porque dependem dela para sobreviver, pois dificilmente encontrariam outro trabalho; e 18,4% percebem seu trabalho atual como uma atividade transitória, na qual se encontram somente até conseguirem algo melhor.

16

Em outras três opções encontram-se aqueles que percebem seu trabalho como:

CAPTAÇÃO E SELEÇÃO DE TALENTOS


uma atividade que fazem por ser uma tradição ou negócio familiar (5,9%); uma atividade que fazem principalmente por engajamento político (4,7%); e apenas uma atividade para ocupar temporariamente o tempo livre (3,1%). Quando se desdobra os resultados por vínculo trabalhista, fica evidenciado que os trabalhadores subordinados formais possuem a maior proporção entre os que responderam escolher sua atividade atual por interesse profissional, sendo os trabalhadores da administração pública e da indústria os que mais afirmaram tal percepção. O contrário ocorre entre aqueles que responderam encarar sua atividade atual como transitória ou que a exercem apenas porque dependem dela para sobreviver, onde os subordinados informais e os autônomos abrigam a maior proporção. Percepção dos trabalhadores quanto ao seu trabalho atual 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0%

41% 26,60% 18,40% 4,70%

3,10%

5,90%

Uma atividade Uma atividade Apenas uma Uma atividade Uma atividade Depende dele que escolheu que faz atividade para que faz por ser transitória até para sobreviver, por interesses principalmente ocupar o tempo uma consegui algo pois dificilmente pessoais por engajamento livre tradição/negócio melhor encontraria político familiar outro

Jornada de trabalho

Em termos de definição do horário do trabalho, a maioria dos entrevistados, 58,5%, afirmou exercer horário fixo, contra 41,5% que exercem horário flexível de trabalho, sendo que esses últimos são compostos por 30,5% que definem seu próprio horário e 11% cujo horário é definido pelo empregador. Ao diferenciar por vínculo trabalhista, vê-se pela Figura 2 que esses números apresentam variações significativas. Enquanto os subordinados informais apresentam valores próximos à média geral, entre os subordinados formais a grande maioria exerce jornadas de trabalho com horário fixo, 83,3%. Já entre os autônomos, esse valor se inverte, com 74,8% deles exercendo horários flexíveis definidos por eles próprios, o que já era de se esperar pela própria natureza do trabalho autônomo. Esses resultados refletem diretamente nas análises por setor de atividade. Os setores que apresentam maior grau de formalização, como indústria

AULA 01 - CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO

17


e administração pública, possuem maior proporção de seus trabalhadores exercendo jornadas fixas de trabalho, enquanto que em setores como agricultura, comércio e serviços, com maior índice de informalidade e trabalho por conta própria, tendem a apresentar uma proporção maior de trabalhadores com horários flexíveis. Forma de organização do horário de trabalho 90%

83,30% 74,50%

80% 70% 60%

58%

54,40%

50% 40% 30% 20% 10% 0%

30,50%

27,20% 19,10%

11,00% Fixo

18,80% 11,30% 5,40%

6,00% Flexível, decidido pelo Empregador

Flexível, decidido pelo Trabalhador

Outro ponto questionado diz respeito à exigência de se chegar antes do horário de trabalho para alguma preparação. Do total dos entrevistados, 74,5% afirmaram não haver tal exigência em seus locais de trabalho, contra 25,5% dos que afirmaram haver. Os trabalhadores subordinados formais foram os que apresentaram o maior percentual de exigência, com 34,8%, como se observa na Figura 3. Em termos de termos de setor de atividade, os trabalhadores da indústria apresentaram o maior percentual de exigência, com 37,8%. Os motivos mais recorrentes expostos para justificar essa exigência foram: vestir uniforme ou equipamento de proteção; conferir o caixa; e conferir equipamentos. Exigência de se chegar antes do horário de trabalho para alguma preparação 84,80%

90,00% 80,00%

83,50%

74,50% 65,20%

70,00% 60,00% 50,00%

34,80%

40,00% 30,00%

25,50% 16,50%

15,20%

20,00% 10,00% 0,00%

0,00% 0 TOTAL

AUT

SF Sim

18

CAPTAÇÃO E SELEÇÃO DE TALENTOS

Não

SI


Questionou-se posteriormente sobre se os trabalhadores conseguem aproveitar seu horário de almoço para alguma outra atividade. Os resultados demonstrados na Figura 4 apontam que, primeiramente, 15,8% dos entrevistados afirmaram não ter tempo ou não ter previsão para seu horário de almoço. Esse resultado é mais grave para os autônomos, com 24,5%, e menos para os subordinados formais, 10,1%. Além desses, 27% afirmaram que só têm tempo de almoçar e voltar ao trabalho, sendo que esse percentual não variou significativamente entre os diferentes vínculos. Já quanto aos setores de atividade, os trabalhadores da indústria e da construção civil foram os que apresentaram os menores percentuais entre os que não têm tempo ou previsão de almoçar. Como os trabalhadores aproveitam seu horário de almoço 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00%

40,50% 27,00%

12,10%

Resolver questões pessoais

11,60%

Descansar e/ou cochilar

2,30%

1,50%

Estudar ou Ler

Fazer alguma atividade recreativa

4,20% Apenas Nunca tem Não tem almoçar e tempo para previsão de voltar ao almoçar horário para trabalho almoçar

Além do horário de almoço, foi questionado também aos trabalhadores sobre a possibilidade deles satisfazerem uma série de necessidades ao longo do horário de trabalho. As Figuras 6 a 10, a seguir, apresentam esses resultados. Em três delas, mais de 95% do total afirmaram ter liberdade para satisfazê-las, quais sejam: ir ao banheiro; tomar água; e parar para tomar café/lanche. Em outras três, o percentual das respostas afirmativas apresentou algumas variações: 72,4% afirmaram poder sair para resolver algum problema pessoal no horário de trabalho, 83,1% afirmaram poder conversar sobre assuntos gerais com algum colega de trabalho, e 69,6% afirmaram poder parar um tempo para descansar após alguma atividade. Nessas últimas três questões, verificou-se que os subordinados formais são os que apresentam a maior rigidez em termos de tempo de trabalho, com percentuais abaixo da média geral em todas: 60,3%, 78% e 59,6% respectivamente. Por setor de atividade, os trabalhadores da indústria também apresentaram os menores percentuais de respostas afirmativas nessas três questões: 55,3%, 72,8% e 50,5%.

AULA 01 - CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO

19


Liberdade para ir ao banheiro 120,00% 100,00%

98,50%

98,20%

97,90%

98,50%

80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00%

1,80% TOTAL

2,10%

1,50% AUT Sim

SF

1,50% SI

Não

Liberdade para tomar água 120,00% 100,00%

98,70%

99,10%

98,50%

98,90%

80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00%

1,30% TOTAL

1,50%

0,90% AUT Sim

SF

1,10% SI

Não

Liberdade para tomar café/lanche 120,00% 100,00%

93,20%

97,60%

90,20%

94,40%

80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00%

6,80% TOTAL

AUT Sim

20

9,80%

2,40%

CAPTAÇÃO E SELEÇÃO DE TALENTOS

SF Não

5,60% SI


Liberdade para resolver problemas pessoais 100,00% 80,00%

89,50% 77,80%

72,40% 60,30%

60,00% 40,00%

39,70% 27,60%

20,00% 0,00%

22,20% 10,50%

TOTAL

AUT Sim

SF

SI

Não

Liberdade para conversar com colegas de trabalho 100,00%

83,10%

91,70% 78,00%

80,00%

83,10%

60,00% 40,00% 20,00% 0,00%

16,90%

TOTAL

22,00%

16,90%

8,30% AUT Sim

SF

SI

Não

Liberdade para descansar após uma atividade 100,00% 80,00%

87,10% 69,60%

59,60%

60,00% 40,00%

31,60%

12,90%

20,00% 0,00%

40,40%

30,40%

68,40%

TOTAL

AUT Sim

SF

SI

Não

AULA 01 - CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO

21


EXIGÊNCIA DE CAPACIDADES A pesquisa focou também na percepção dos trabalhadores sobre algumas capacidades que lhes são exigidas em sua atividade laboral, seja pelo empregador, no caso dos trabalhadores subordinados, ou pelos clientes, no caso dos autônomos, e que são imprescindíveis para a manutenção de seu posto de trabalho. Nesse sentido, foi questionado o grau de exigência para um grupo de cinco capacidades gerais diferentes. A primeira delas referiu-se à capacidade de exercer várias funções diferentes no local de trabalho. No total, 34,9% afirmaram haver um grau baixo de exigência, 18,6% que há exigência média, e 44,1% que há uma alta exigência quanto a essa capacidade. Os trabalhadores formais apresentaram maiores índices de alta exigência e menores quanto à baixa exigência, embora não se note uma grande variação seja entre os vínculos ou entre os setores de atividade. Capacidade de exercer várias funções diferentes 50,00% 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00%

47,50%

44,10%

40,60%

38,80%

34,90%

40,60%

36,40%

32,10%

18,60%

17,80%

18,60%

20,10%

TOTAL

AUT

SF

SI

Baixa Exigência

Exigência Média

Alta Exigência

Posteriormente, foi questionada sobre a exigência de capacidade de trabalho em grupo, que teve como resultado geral: 32,7% com baixa exigência, 18,5% com exigência média; e 46,8% com alta exigência (Figura 12). Sobre esse ponto, os subordinados formais também apresentaram a maior proporção de alta exigência e a menor proporção de baixa exigência. Os subordinados informais e os autônomos apresentaram índices parecidos e abaixo da média quanto à exigência da capacidade de trabalho em grupo, o que leva a crer em uma organização atomizada e pouco coletiva do trabalho autônomo e informal no Brasil. Entre os setores, os trabalhadores da administração pública e da indústria, consequentemente aqueles com maior grau de formalização de seus vínculos de trabalho, foram os que tiveram o maior percentual de respostas afirmativas quanto à alta exigência de trabalho em grupo: 60,3% e 57,7% respectivamente.

22

CAPTAÇÃO E SELEÇÃO DE TALENTOS


Capacidade de trabalho em grupo 56,60%

60,00% 46,80%

50,00% 40,00%

46,10%

42,10%

30,00% 20,00%

34,30%

33,10%

32,70%

24,20%

18,50%

18,40%

17,50%

TOTAL

AUT

SF

21,30%

10,00% 0,00%

Baixa Exigência

Exigência Média

SI

Alta Exigência

A terceira capacidade abordada foi no tocante à realização de tarefas com grande velocidade. O resultado geral apontou para: 28,7% com baixa exigência, 21,8% com exigência média; e 47,2% com alta exigência. Os autônomos foram que mais destoaram da média geral quanto aos percentuais de baixa e alta exigência, que foi de apenas 31,9% e 43,8% para os trabalhadores desse grupo. Entre os setores de atividade, destaque para os trabalhadores da indústria com 50,4% de alta exigência nesse quesito. Capacidade de realizar tarefas com grande velocidade 60,00%

40,00% 30,00%

49,80%

47,20%

50,00%

28,70%

45,40%

43,80% 31,90%

21,80%

21,80%

TOTAL

AUT

20,00%

27,10% 20,90%

27,40% 24,30%

10,00% 0,00%

Baixa Exigência

SF Exigência Média

SI

Alta Exigência

Outra capacidade questionada na pesquisa foi com relação a se comunicar bem, escrita e oralmente. Os percentuais gerais detectados foram: 20,1% com baixa exigência, 18,5% com exigência média; e 58,8% com alta exigência. Os subordinados informais foram os que mais destoaram da média geral quanto ao percentual de alta exigência detectada, com 49,4%. Os maiores índices de alta exigência foram detectados entre os

AULA 01 - CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO

23


trabalhadores da administração pública e do comércio: 68,4% e 64,7% respectivamente. Capacidade de se comunicar bem (escrita e oralmente) 70,00% 60,00%

58,80%

62,60%

57,90%

49,40%

50,00% 40,00% 30,00% 20,00%

20,10%18,50%

21,80% 17,90%

17,10%17,60%

25,90% 22,20%

10,00% 0,00%

TOTAL

AUT

SF

Baixa Exigência

Exigência Média

SI

Alta Exigência

Por último, foi questionado sobre o grau de exigência da capacidade de atender bem aos clientes ou fornecedores. Os percentuais gerais foram: 15,2% com baixa exigência, 12,8% com exigência média; e 69,2% com alta exigência. Verifica-se, portanto, que essa é a capacidade com maior grau de exigência entre os trabalhadores abordados nessa pesquisa. Nesse quesito, assim como no anterior, os subordinados informais apresentaram os menores graus de percepção quanto à alta exigência dessa capacidade, embora tenha sido o maior valor entre as cinco capacidades questionadas para esse grupo, 60%. Interessante notar também que esta foi a única capacidade exigida abordada nessa pesquisa em que o grupo dos trabalhadores formais não foi o que apresentou o maior índice, mesmo com valor acima da média geral, ficando nesse caso por conta dos autônomos, com 73,3%. Em termos de setores, como já era esperado, os maiores índices de alta exigência de bom atendimento foram detectados entre os trabalhadores da do comércio (77,5%), serviços (69%) e administração pública (66,1%). Capacidade de atender bem aos clientes/fornecedores 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00%

73,30%

69,20%

15,20%12,80%

TOTAL

60,00%

15,50%11,90%

12,80%11,40%

AUT Baixa Exigência

24

70,10%

SF Exigência Média

CAPTAÇÃO E SELEÇÃO DE TALENTOS

Alta Exigência

18,40%18,00%

SI


Cobranças e intensidade do trabalho

O último bloco de questões referentes ao tempo de trabalho buscou verificar a percepção dos trabalhadores em termos de cobrança e intensidade do trabalho. Primeiramente, questionou-se se os trabalhadores percebem que em seu trabalho lhes são exigidas atividades que antes eram exercidas por mais de uma pessoa. Como resultado, 41,6% responderam que lhes são exigidos, enquanto 58,4% responderam que não. Os subordinados informais foram os que apresentaram o menor percentual de exigência, com 37%, e os autônomos tiveram o maior percentual, 45,1%. Entre os setores de atividades, apenas os trabalhadores agrícolas destoaram da média geral, com 70% afirmando que lhes são exigidas atividades que antes demandavam mais de uma pessoa. Embora seja um percentual bastante alto, deve-se ressaltar que o tamanho da amostra dos trabalhadores agrícolas foi pequeno, o que compromete a significância estatística dos resultados para esse grupo. O trabalho exige que se faça atividades que antes eram exercidas por mais de uma pessoa 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00%

58,40% 41,60%

TOTAL

58,80%

54,90% 45,10%

41,20%

AUT Sim

SF

63,00% 37,00%

SI

Não

Com relação às cobranças recebidas no ambiente de trabalho atual, sejam elas do empregador ou dos clientes, procurou-se obter informações sobre como os trabalhadores as perceberam em seus ambientes de trabalho. Eles classificaram-nas da seguinte forma: 56,5% afirmaram que são tranquilas, pois há liberdade para exercer as tarefas que lhes são cobradas; 27,8% classificaram-nas como ponderadas, percebendo que as cobranças ocorrem de maneira normal; 11,1% classificaram-nas como tensas, pois há um grau de cobrança bem elevado; e 2,3% disseram que as cobranças no ambiente de trabalho são insuportáveis e ocorrem a todo o tempo. Nos percentuais divididos por vínculo, os subordinados formais apresentam as maiores proporções de trabalhadores que classificam as cobranças como tensas ou insuportáveis, com 17,6% ao todo. Outros 2,3% responderam que esse questionamento

AULA 01 - CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO

25


não se aplica para seu ambiente trabalho, sendo a maioria deles composta por autônomos. Nos setores de atividades, não se constatou grandes variações em torno da média geral. Como classifica o grau das exigências no trabalho 64,90%

70,00% 60,00%

59,60%

56,50%

50,40%

50,00% 40,00% 30,00%

31,90%

27,80% 20,10%

20,00%

11,10% 4,60%

10,00% 0,00%

14,30%

7,50%7,40%

TOTAL

8,00% 3,20%

3,40%

AUT Tranquilo

29,10%

SF

Ponderado

Tenso

SI

Insuportável

Outra questão importante desse bloco refere-se à ocorrência de acidentes ou problemas de saúde sofridos alguma vez pelos trabalhadores em sua vida laboral os quais eles acreditam ser decorrentes do excesso de trabalho. Verificou-se que 17,3% afirmaram já ter sofrido algum acidente ou problema de saúde nessas condições. Ou seja, quase um trabalhador em cada cinco afirmou ter sofrido alguma consequência negativa do excesso de trabalho, um número bastante preocupante no que tange à temática da segurança do trabalho. Olhando para os setores econômicos, os que apresentaram maior percentual foram o dos trabalhadores agrícolas, com 22,2%, e os da construção civil, 19,6%.

Ocorrência de acidente ou problema de saúde decorrente ao excesso de trabalho 100,00% 80,00%

82,70%

82,30%

82,30%

84,70%

60,00% 40,00% 20,00% 0,00%

17,30%

TOTAL

17,70%

AUT Sim

26

CAPTAÇÃO E SELEÇÃO DE TALENTOS

Não

17,70%

15,30%

SF

SI


Uma questão recorrente nos estudos recentes sobre intensidade do trabalhado aborda a temática da inserção dos equipamentos de informática e telecomunicações (computador, internet, celular, etc.) no ambiente de trabalho dos mais variados setores econômicos. Com base nesse ponto, questionou-se aos trabalhadores entrevistados o que eles acham quanto ao impacto desses equipamentos em suas rotinas de trabalho. Constatou-se que: 32% deles classificam o impacto como bom, por considerarem que tais equipamentos aliviaram seu trabalho e agora podem executar as tarefas com um menor esforço; 13,6% disseram ser indiferentes, pois acreditam que a intensidade do trabalho continua a mesma, alterando apenas a forma de executar as tarefas; 1,2% percebem esse impacto como ruim, por acreditarem que a inserção desses equipamentos intensificou seu trabalho, pois agora executam tarefas relativas ao trabalho em seu tempo livre ou precisam ficar de prontidão para uma chamada repentina. Por outro lado, a maioria dos entrevistados, 53%, afirmou que não utilizam equipamentos de informática ou telecomunicações na jornada de trabalho. A Figura 19 a seguir mostra essa divisão por vínculo de trabalho, onde pode-se perceber que a proporção de trabalhadores que classificaram o impacto como ruim não variou muito entre eles. A maior variação ficou por conta da proporção dos que não utilizam esses equipamentos, sendo menor entre os SF e maior entre os AUT e SI. Entre os setores de atividades, a construção civil apresentou o maior percentual de trabalhadores que não utilizam equipamentos de informática/telecomunicações, 71,8%, enquanto o menor índice foi o da administração pública, 28,7%. Percepção sobre o impacto dos equipamentos de comunicação e informática no trabalho 70,00%

64,10%

60,00% 50,00% 40,00%

10,00% 0,00%

44,30%

39,40% 32,00%

25,80%

30,00% 20,00%

59,00%

53,00%

13,60%

14,80%

8,90%

1,20%

1,00%

TOTAL

AUT Tranquilo

Ponderado

Tenso

21,50% 18,20%

1,30%

1,10%

SF

SI

Insuportável

Por outro lado, foi questionado também qual a relação dos trabalhadores com sua atividade laboral quando está fora da jornada e do ambiente de trabalho.

AULA 01 - CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO

27


Nesse ponto, quase a metade deles, 45,6%, afirmaram que não conseguem se desligar totalmente do trabalho em seu tempo livre, sendo que: 26% do total responderam que ficam de prontidão, pois podem ser acionados para alguma atividade fora de sua jornada normal de trabalho; outros 8% afirmaram que em seu tempo fora da jornada de trabalho também planejam ou desenvolvem atividades referentes ao trabalho via computador ou celular. No primeiro caso, a maior proporção encontra-se entre os autônomos, enquanto que no segundo caso a maior proporção está entre os subordinados formais e informais. O interessante desses resultados é que são bem superiores aos 1,6% daqueles que disseram que a inserção dos equipamentos de informática e comunicação no trabalho é ruim pelo fato de implicarem em execução de tarefas em seu tempo livre ou na necessidade de ficar de prontidão para uma chamada repentina de trabalho, como se observou no parágrafo anterior. Além desses, 7,3% afirmaram que procuram aprender coisas sobre seu trabalho, o que também indica um comprometimento de seu tempo livre em decorrência de sua atividade laboral, e 4,3% realizam outro trabalho remunerado. Entre os demais entrevistados, 54,4% deles disseram que desligam-se totalmente do trabalho quando estão fora de suas jornadas. Pela Figura 20, percebe-se que uma proporção bem menor dos trabalhadores autônomos consegue se desligar totalmente do trabalho em seu tempo livre. Entre os setores de atividades, a indústria apresentou a menor proporção entre trabalhadores que ficam de prontidão para eventuais chamadas de trabalho e a maior proporção entre os que conseguem se desligar do trabalho em seu tempo livre, 19,1% e 62,9% respectivamente. Relação com o trabalho quando está fora da jornada

60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00%

28

Fica de prontidão, Planeja/desenvolve Procura aprender pois pode ser atividades coisas sobre o acionado para referentes ao trabalho alguma atividade trabalho via computador/celular

CAPTAÇÃO E SELEÇÃO DE TALENTOS

Exerce outra atividade remunerada

Desliga-se totalmente do trabalho


Desemprego no Brasil chegou a 5,5% ao final de 2012. Índice anual é o mais baixo da série histórica iniciada em março de 2002

TAXAS ANUAIS

12,40% 11,50%

2003

2004

9,90%

10,00%

9,30%

7,90%

8,10%

6,70%

6,00%

5,50%

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

TAXAS MENSAIS

4,70%

dez/11

6,20%

6,00%

5,50%

5,70%

5,90%

5,40%

5,30%

jan/12

fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12

jul/12

ago/12 set/12

5,80%

5,40%

5,30%

4,90%

4,60%

out/12 nov/12 dez/12

Desemprego fecha 2012 em 5,5%, a menor taxa da série histórica

A taxa de desemprego do País ficou em 4,6% em dezembro e fechou o ano de 2012 em 5,5%, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) e mostram que o índice anual é o mais baixo da série histórica iniciada em março de 2002. O resultado de dezembro do ano passado também é o menor da série histórica. O recorde anterior havia sido registrado em dezembro de 2011 (4,7%). Em novembro de 2012, o índice ficou em 4,9%. Segundo o Ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto o mercado de trabalho vive um cenário de pleno emprego. “Essa taxa histórica demonstra que o mercado

AULA 01 - CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO

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de trabalho brasileiro continua aquecido em todas as formas de ocupações. Reflete também o êxito das políticas de incentivo à produção e das medidas adotadas pela presidenta Dilma Rousseff para enfrentamento da crise, como a queda na taxa de juros e as desonerações que impulsionaram o consumo e consequentemente a geração de empregos, independente do cenário internacional ainda instável. É mais um indicador de que a economia e o mercado de trabalho estão no caminho certo”, acrescentou. Em dezembro de 2012, o Brasil tinha 1,1 milhão de desocupados, 6% a menos do que em novembro, ou menos 72 mil pessoas. Em 2012, os desocupados somaram, em média, cerca de 1,3 milhão de pessoas, 6,1% a menos que em 2011 (1,4 milhão). Na comparação com 2003 (2,6 milhões de desempregados), o contingente de desocupados caiu 48,7%. A população ocupada, que somou 23,4 milhões em dezembro, ficou estável em relação a novembro e representou aumento de 3,1% em relação a dezembro de 2011. Carteira assinada Em 2012, 49,2% dos trabalhadores brasileiros tinham carteira assinada no setor privado. Em 2011, esse percentual era 48,5%. Em 2003 o índice era 39,7%. O número de trabalhadores que contribuem para a Previdência Social aumentou em 5,4 milhões no ano passado, atingindo 72% do total, um aumento de 1,8 ponto percentual em relação a 2011. Em 2012, a média anual do rendimento médio mensal habitualmente recebido no trabalho principal foi estimada em R$ 1.793, 96, o valor mais alto desde 2003, com um crescimento de 4,1% em relação a 2011. Entre 2003 e 2012, o poder de compra do rendimento do trabalho aumentou 27,2% (em 2003, o valor era R$ 1.409,84).

Imagine trabalhar como freelancer tendo a oportunidade de acordar mais tarde, almoçar em casa e dispor de tempo para fazer aquele curso que sempre se sonhou bem no meio do dia. Parece tentador. Mas será que essa seria a rotina profissional almejada pelos brasileiros? Para descobrir se é isso que os profissionais sonham ou buscam, a Trabalhando.com Brasil realizou uma pesquisa com mais de 450 trabalhadores e descobriu que eles desejam exatamente o contrário: 84% deles prefere ter a carteira assinada.

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CAPTAÇÃO E SELEÇÃO DE TALENTOS


“Apesar de termos muita informalidade no mercado de trabalho, quando questionada grande, parte dos profissionais prefere a tranquilidade do regime CLT. Isso demonstra que certa garantia do trabalho e renda deixa o profissional mais tranquilo e, em alguns casos, mais produtivo”, diz o diretor da Trabalhando, com Brasil, Renato Grinberg, especialista em carreiras e mercado de trabalho e com MBA na americana University of Southern Califórnia.

Duas em cada três pessoas entrevistadas para o levantamento do instituto Datafolha declararam que recebem até dois salários mínimos como remuneração mensal. Dos 1.574 trabalhadores avaliados, 61% disseram que estavam contentes com o emprego que tinham e 16% afirmou estar muito contente. E as pessoas estão ficando mais felizes com o passar do tempo: a mesma pesquisa foi feita em novembro de 2001, e o percentual de pessoas satisfeitas com o trabalho era de 45%. O otimismo em relação à carreira no Brasil pode estar relacionado com o aumento de ofertas de emprego, que deve ter gerado maior tranquilidade para o funcionário. Em novembro de 2001, a taxa de desemprego no país chegava os 11,5%. Atualmente, o índice gira em torno de 6%. Nesse meio tempo, a parcela de funcionários que não temia ficar sem trabalho aumentou de 63% para 73%. A pesquisa indicou, ainda, que o ambiente de trabalho também melhorou. Esse ano, 93% das pessoas que responderam a pesquisa afirmam que têm um relacionamento bom ou ótimo com os colegas de trabalho. Em 2001, eles eram 89%. O contentamento com o chefe também melhorou: subiu de 83% para 88%.

AULA 01 - CENÁRIO ATUAL, INFORMAÇÕES E REFLEXÕES DO MERCADO DE TRABALHO

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BITENCOURT, C. Gestão contemporânea de pessoas. 2. ed. Porto Alegre: 2010.

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