Métodos Dinâmicos de Análise Financeira - Aula 02

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MÉTODOS DINÂMICOS DE ANÁLISE FINANCEIRA AULA 02 PRESSUPOSTOS PARA A ANÁLISE FINANCEIRA

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CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS DAS EMPRESAS EMPRESAS INDUSTRIAIS Por definição, uma indústria fabrica um produto para vendê-lo. Algumas indústrias compram a matéria prima e mudam sua forma. Uma empresa de ferramentaria assim o faz quando compra metal e o transforma em parafusos. Outras indústrias compram componentes, como os parafusos, e manufaturam o produto final, como os aviões e automóveis.

O ciclo operacional das indústrias inicia-se com o caixa, juntamente com os créditos comerciais disponibilizados pelos bancos para a compra das matérias-primas. Com a utilização destas matérias-primas, o produto final é fabricado e vendido para gerar duplicatas (contas a receber). Com a cobrança das contas a receber, há a geração de caixa que é usada para a compra de novas matérias-primas reiniciando-se, assim, o ciclo.

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Para a indústria obter lucro, o caixa gerado pelo produto deve exceder os custos para produzi-lo e as despesas para vendê-lo. O trabalho do analista é determinar quanto de caixa é gerado e o que fica disponível ao longo do ciclo operacional para pagar os débitos da empresa. Deve-se também levar em consideração qualquer fator que possa interromper o fluxo normal do ciclo operacional e, consequentemente, o fluxo de caixa. Agroindústrias A indústria agrícola merece aqui menção especial devido à sua crescente importância para a economia. Sob a proteção do termo “indústria agrícola”, se agrupam inúmeras empresas que podem ser consideradas como indústrias, atacadistas, varejistas ou de prestação de serviços. Nesse contexto, o termo é empregado especificamente com referência à lavoura e à pecuária, isto é, à produção de safras e à criação de animais e à transformação dessas mercadorias agregando-lhes valor. Por exemplo, o óleo de soja, os empanados de frango ou a produção da seda a partir do bicho-da-seda. O ciclo operacional de uma agroindústria é basicamente o mesmo do de uma indústria comum. O caixa é usado para adquirir sementes, fertilizantes, equipamentos e outros materiais para a produção de estoques. O produto é vendido no mercado, gerando duplicatas que, depois de pagas, geram caixa. O caixa é usado para o próximo ciclo operacional. Os principais ativos circulantes para os agricultores é o dinheiro do caixa ou outros ativos que se tornarão caixa no decorrer do ano, tais como safras, criação de animais negociáveis no mercado, produtos granjeiros, o dinheiro investido no custeio das safras. Os ativos permanentes consistem, geralmente, em implementos agrícolas, criação de animais em desenvolvimento, imóveis e terra. No outro lado do balanço dos agricultores, estão os passivos circulantes e o exigível longo prazo. Os passivos circulantes incluem todas as contas a pagar e os pagamentos do principal e dos juros vencidos durante o ano sobre o débito sazonal ou a longo prazo. A maioria dos exigíveis a longo prazo consiste de empréstimos para aquisição de implementos agrícolas, melhorias nas propriedades agrícolas, hipotecas e contratos de aquisição de terras.

De um modo geral, as indústrias são empresas de capital intensivo, isto é, exigem elevado volume de capital para levar avante suas operações. As indústrias detêm a maior parte de seus ativos em estoques, duplicatas e ativos permanentes (imobilizado).

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Existe alguma diferenciação na composição percentual dos ativos e passivos entre as indústrias. Entretanto, para praticamente todas elas, duplicatas, estoques e ativos permanentes constituem os ativos principais, ficando cada um na média, em aproximadamente, 20 a 40% do total dos ativos. Bom senso da parte do analista e uma comparação com os padrões do segmento de mercado será a melhor medida a adotar para avaliar se a composição dos ativos de uma empresa situa-se, ou não, dentro dos parâmetros aceitáveis. Verifique o balanço a seguir. Ele pertence a uma indústria de conservas e suas contas estão representadas em percentuais indicando a proporção de cada uma em relação ao total do Ativo e do Passivo. Observe a maior representatividade (em vermelho) dos valores operacionais (estoques e contas a receber) e permanentes (imobilizado). No Passivo, as principais fontes de recursos vêm do capital próprio (Patrimônio Líquido) e dos financiamentos (Dividas de Longo Prazo). FABRICANTE DE CONSERVAS Balanço Patrimonial - 2001 ATIVO

%

Caixa e bancos

4,3

Contas a receber

22,1

Estoques

28,9

Outros ativos circulantes Realizável longo prazo

2,3 8,5

Ativos permanentes

33,9

TOTAL DO ATIVO

100,0

PASSIVO Contas a pagar (curto prazo) Salários e Encargos Contas a pagar (fornecedores) Imposto de renda a pagar Dívidas a longo prazo Outros exigíveis a longo prazo Patrimônio líquido TOTAL DO PASSIVO

% 17,3 10,2 15,1 0,6 20,9 4,5 34,6 100,0

EMPRESAS DE COMÉRCIO ATACADISTA Diferentemente das indústrias, os atacadistas não fabricam seus próprios produtos. A finalidade de seu negócio consiste, na maioria das vezes, em adquirir produtos comercializáveis e revendê-los com lucro. Em essência, os atacadistas são “gerentes de estoques” e operam como intermediários entre os fabricantes e os distribuidores finais do produto (varejistas).

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O ciclo operacional de um atacadista começa com o uso do caixa para adquirir estoques dos fabricantes (observe a figura a seguir). Quando os estoques são vendidos, são geradas duplicatas as quais, quando pagas, são convertidas em caixa completando-se assim o ciclo. Uma importante característica do ciclo operacional dos atacadistas é a grande quantidade de estoques que é comprada e vendida. Com este índice elevado de rotatividade dos estoques, o lucro como percentagem de vendas é geralmente baixo. No que diz respeito aos fabricantes, o analista deve estar sempre atento para observar qualquer ocorrência que possa impedir o fluxo normal do ciclo operacional. Na avaliação de uma situação, digamos para um atacadista de conservas de peixe, uma concentração de duplicatas e o fato dos estoques serem bens facilmente perecíveis, bem como sua sazonalidade, tanto em relação à compra como à venda, constituem aspectos que devem merecer consideração. CICLO OPERACIONAL DE UMA EMPRESA DE COMÉRCIO ATACADISTA

Uma parte significativa dos ativos de um atacadista é representada por duplicatas e estoques e parte de seu passivo pelas contas a pagar a fornecedores. Também a grande maioria dos atacadistas possui menos ativos permanentes do que os industriais, que fabricam seus próprios produtos.

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Para o distribuidor de conservas alimentícias, as duplicatas e os estoques totalizavam mais de 50% de todos os ativos. O percentual de ativos permanentes para esse tipo de atividade, em particular, é bastante elevado, em parte devido ao fato de que se esse tipo de segmento de mercado exige equipamentos dispendiosos. Para os atacadistas, em geral, a média de ativos permanentes fica em cerca de 23% do total de ativos, quando se considera que as principais necessidades em termos de ativos permanentes, são artigos como equipamentos de escritório e guinchos para armazéns e algumas empilhadeiras. Observe como os estoques e as contas a receber têm representatividade em suas operações ( juntos, 57,3% dos ativos) e importância do crédito dos fornecedores (contas a pagar de 28%). ATACADISTA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS EM CONSERVA Balanço Patrimonial em 2001 ATIVO

%

Caixa e bancos

8,2

Contas a receber

35,6

Estoques

21,7

Outros ativos circulantes Realizável longo prazo Ativos permanentes TOTAL DO ATIVO

1,6 9,8 23,1 100,0

PASSIVO Contas a pagar (curto prazo) Salários e Encargos Contas a pagar (fornecedores) Imposto de renda a pagar Dívidas a longo prazo Patrimônio líquido TOTAL DO PASSIVO

% 16,8 3,3 28,0 17,5 4,5 29,0 100,0

EMPRESAS DE COMÉRCIO VAREJISTA Os varejistas compram produtos acabados por meio dos atacadistas ou diretamente dos fabricantes e depois os vendem para os consumidores finais. Seus negócios são bastante diversificados. Da mesma forma que os atacadistas, o valor do capital exigido para financiar uma operação no varejo é função do volume de vendas e do tipo de segmento de mercado.

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Uma empresa que apresenta um volume de vendas elevado, geralmente detém uma significativa quantidade de estoques e conta com muitos pontos de venda, o que exige um grande volume de capital de giro. CICLO OPERACIONAL DE UMA EMPRESA DE COMÉRCIO VAREJISTA

O proprietário de uma empresa de armazenamento aluga espaço de armazenagem, prestando um serviço pelo qual cobra. Quando a conta (duplicatas) relativa a esse serviço for paga, há geração de caixa para a empresa de armazenagem, a qual é empregada para pagar as contas de energia elétrica e salários, expandir as instalações e pagar outras despesas em que o proprietário do armazém incorreu para fornecer o serviço. Observe o esquema do ciclo operacional acima. Ao analisar o ciclo operacional de uma empresa de prestação de serviços, deve-se focar a atenção sobre o aspecto das duplicatas.

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SERVIÇOS GERAIS DE ARMAZENAGEM E ESTOCAGEM Balanço Patrimonial em 2001 ATIVO Caixa e bancos Contas a receber Estoques Outros ativos circulantes Realizável longo prazo

% 9,1 17,0 4,1 3,4 11,2

Ativos permanentes

34,1

TOTAL DO ATIVO

100,0

PASSIVO Contas a pagar (curto prazo) Salários e Encargos Contas a pagar (fornecedores) Imposto de renda a pagar Dívidas a longo prazo Outros exigíveis a longo prazo Patrimônio líquido TOTAL DO PASSIVO

% 17,0 5,9 7,6 2,6 32,5 2,5 32,0 100,0

Sob certos aspectos, o balanço mostrado é semelhante ao da maioria das empresas de prestação de serviços: caixa e duplicatas significativos e estoques baixos e maior volume de impostos a pagar. Entretanto, diferentemente da maioria das empresas de prestação de serviços, os ativos permanentes das empresas de armazenagem são elevados, um fato que se pode atribuir aos seus investimentos em instalações para estocagem.

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Empresa

Características Operacionais

Indústria

• Necessidade de capital de giro • Investimentos elevados em equipamentos • Necessidade de recursos próprios e de terceiros

Atacadista

• Volume de estoques para revenda (gestor de estoques). • Volume de duplicatas a receber resultante das vendas a prazo, principalmente a varejistas

Reflexos nos Balanços • Grande volume de recursos aplicados em estoques, contas a receber e imobilizado. • Grande volume de recursos próprios (patrimônio líquido) e de terceiros especialmente a longo prazo (dívidas exigíveis a longo prazo). • Grande necessidade de recursos para financiar capital de giro (estoques e duplicatas a receber) oriundo, especialmente de crédito de fornecedores. • Boa participação dos recursos próprios (patrimônio líquido) no financiamento da atividade.

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Varejista

Serviços

• Disponibilidade de recursos em caixa resultantes da venda a vista, • Crédito de fornecedores, • Quantidade de estoques • Capital próprio como suelevada para atender ao consuporte à atividade. midor final, • Imobilização dependendo da atividade varejista. • Maior imposto de renda a • Disponibilidade de recur- pagar, sos em caixa, • Poucos recursos aplica• Contas a receber de ter- dos na atividade, exceto naquela ceiros, em que haja necessidade de um • Tributação. grande volume de imobilização.

CARACTERÍSTICAS LEGAIS DAS EMPRESAS O que é melhor: uma empresa composta por sócios determinados e identificados ou uma empresa onde haja milhares de sócios (chamados acionistas) em sua maioria desconhecidos uns dos outros? Ambas as formas têm suas vantagens e desvantagens, especialmente quando focamos aspectos relativos aos riscos do empreendimento. Vamos analisar as duas formas e tirar conclusões. SOCIEDADES LIMITADAS Nas sociedades limitadas à responsabilidade dos sócios, é restrita ao valor de suas quotas, mas todos os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital.

Quanto ao contrato social devem constar:

• Denominação ou firma social, objetos da empresa, sua sede e prazo de duração da sociedade. • O capital deverá ser expresso em moeda corrente ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação pecuniária. •

A quota de cada sócio no capital e a forma de realizá-la.

• As pessoas físicas responsáveis pela administração (gerência) e seus poderes e atribuições também devem ser explicitados.

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• Devem, ainda, ser definidas a participação nos lucros e perdas e a responsabilidade dos sócios. Como o capital social divide-se em quotas, é aconselhável a determinação do número de quotas de forma que seu valor seja igual a uma unidade monetária, no nosso caso, R$ 1,00.

Uma empresa limitada é, teoricamente, relativamente fácil de se organizar.

Do ponto de vista dos credores é indispensável que exista um contrato, já que este registra formalmente quaisquer cláusulas estipuladas, e que podem ser importantes para a avaliação de risco de crédito, por exemplo. SOCIEDADES ANÔNIMAS A sociedade anônima é uma entidade jurídica que tem existência própria, independentemente de seus proprietários. As sociedades anônimas pagam impostos, compram e vendem ativos, assumem obrigações e podem processar ou ser processadas judicialmente. Diferentemente da empresa de propriedade individual e da sociedade limitada, a sociedade anônima é amplamente regulamentada. Já que a sociedade anônima é reconhecida como uma entidade independente de seus proprietários, tem direito a todo o lucro líquido gerado. No caso de grandes sociedades anônimas de capital aberto, uma parte significativa do lucro líquido é distribuída aos acionistas na forma de dividendos. A maioria das sociedades anônimas que um Analista vai encontrar é de natureza privada e de capital fechado. Os lucros gerados por essas sociedades são retidos como capital dentro da empresa, ou distribuídos aos proprietários na forma de dividendos ou bonificações. Uma das vantagens oferecidas por uma empresa na forma de sociedade anônima diz respeito ao fato de que esse tipo de estrutura protege seus proprietários da exposição pessoal ao endividamento. Se uma empresa de propriedade individual ou uma sociedade limitada deixar de cumprir suas obrigações quanto ao pagamento de dívidas, os ativos pessoais e societários de seus proprietários estarão correndo risco. Numa sociedade anônima, a responsabilidade dos proprietários está limitada à sua participação acionária na empresa. No caso de falência, os acionistas perdem todo o investimento, mas não há perigo de perderem seus bens pessoais. Este risco limitado de responsabilidade é essencial para o crescimento da empresa; os acionistas relutariam muito em investir em qualquer sociedade anônima se a posse das ações acarretasse uma responsabilidade ilimitada quanto aos débitos da empresa. A não existência de uma responsabilidade pessoal do proprietário quanto aos débitos pode, em certos casos, dificultar a capacidade da sociedade anônima de obter capital na forma de dívida. Quando avalia o grau de credibilidade de uma sociedade

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anônima, o credor poderá apenas considerar a situação financeira da empresa. Por essa razão, muitos empréstimos feitos a sociedades anônimas de pequeno porte e de capital fechado são sujeitos à garantia pessoal do débito pelos proprietários. De outra forma, emprestar a uma sociedade anônima de capital fechado, principalmente quando se encontra em fase inicial de operações, com poucos ativos e sem histórico de crédito, pode ser uma proposta bastante arriscada. Ao abordar um banco comercial, um investidor de risco ou qualquer outro credor com a finalidade de obter financiamentos, os proprietários de uma sociedade anônima recém-constituída devem estar preparados para apresentar um plano de negócios completo. Na falta de ativos suficientes ou de um histórico de crédito consolidado, o plano de negócios pode fornecer ao credor bases para a avaliação das possibilidades de pagamento do débito. Obter capital em forma de dívida é, obviamente, uma tarefa mais fácil para as grandes sociedades anônimas, conhecidas em todo o país e com reputação estabelecida inclusive a nível internacional. As sociedades anônimas diferem das empresas de propriedade individual e das sociedades limitadas em muitos outros aspectos: •

Mantêm sua existência legal apesar de mudanças no quadro acionário.

• Se um grupo de acionistas vender suas ações ou se os principais diretores deixarem a empresa, mesmo assim, a sociedade anônima continua a existir. • Uma empresa de propriedade individual ou uma sociedade limitada deixam de existir com a morte de seus proprietários ou sócios, enquanto a sociedade anônima continua a operar seja qual for o destino de qualquer de seus acionistas.

As características operacionais de uma empresa exercem um peso considerável sobre sua estrutura patrimonial e sobre seus resultados. Aquilo que pode ser considerado aceitável para uma empresa de prestação de serviços como um valor significativo dos ativos representado por duplicatas, pode ser preocupante se ocorrer numa empresa de varejo. Outra diferenciação útil entre as empresas refere-se à sua condição jurídica. A maior parte das pessoas jurídicas é constituída de empresas de sociedade limitada ou de sociedade anônima. Cada uma dessas categorias recebe tratamento legal, creditício e operacional diferenciado. Por essa razão, a identificação da condição jurídica é fundamental na análise da saúde financeira e do desempenho econômico da empresa. As sociedades anônimas, por exemplo, pagam mais impostos, por outro lado são mais seguras sobre o aspecto de tomada de créditos bancários ou comerciais (com fornecedores). Uma empresa limitada deve apresentar padrões diferentes de capitalização

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em relação a uma sociedade anônima. Claro que isso se reflete diretamente na estrutura e condições de endividamento e da lucratividade da empresa, na medida em que endividamento e lucratividade são medidas relativas ao nível de capitalização da mesma. Pense um pouco sobre essas afirmações. Elas vão ser de fundamental importância doravante.

Sociedades Limitadas

Sociedades Anônimas

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VANTAGENS • Fácil de organizar, com poucas despesas e exigências governamentais. • Limitação quanto a distribuição dos lucros. • Usualmente, é mais fácil de se conseguir capital. • A tomada de decisão é, geralmente, mais flexível do que numa sociedade anônima.

DESVANTAGENS • A responsabilidade pelas dívidas é ilimitada. • Em muitos casos, a eliminação de um dos sócios, dissolve a sociedade. • A sociedade depende das ações de uma pessoa, que funcione como agente. • É difícil desfazer-se da participação societária. • As atividades são limitadas por licenças e leis. • A responsabilidade dos • Sujeita à volumosa acionistas é limitada ao valor do legislação local, estadual e investimento. federal. • A propriedade é • A distribuição indireta prontamente transferível. dos lucros representa • A existência é estável um menor incentivo ao relativamente permanente. desempenho da equipe de • É mais fácil obter-se gerenciamento da empresa. capital tanto de credores como • São necessárias de investidores. despesas consideráveis e muito • Possibilidade de contar trabalho burocrático para a com muitas pessoas, com organização. relação ao conhecimento do • Geralmente, são sujeitos negócio a uma maior taxação.

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ASPECTOS PRELIMINARES DE ANÁLISE O PAPEL DA ANÁLISE FINANCEIRA A Administração Financeira das empresas tem por objetivo maior a maximização do patrimônio dos acionistas, quotistas. Nesse contexto, podemos verificar que a função do administrador financeiro é orientar as decisões de investimentos e financiamentos a serem tomadas pelos dirigentes da empresa. Isso é feito com base no trabalho do contador que fornece e analisa as demonstrações contábeis para os acionistas, administradores financeiros e dirigentes. A análise financeira das demonstrações financeiras ou balanços propicia as avaliações do patrimônio da empresa e das decisões tomadas, tanto em relação ao passado, como consta nessas demonstrações, quanto em relação ao futuro, espelhado nas previsões do orçamento. Representa uma poderosa ferramenta que está à disposição das pessoas físicas e jurídicas relacionadas à empresa, como acionistas, bancos, clientes, dirigentes, fornecedores, funcionários, governo e outros. As demonstrações financeiras, também chamadas de peças contábeis, fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com as regras que regem a contabilidade. A Análise Financeira transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir.

Necessário se torna, no entanto, diferenciar os termos “dados” de “informações”.

• Dados são números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente não provocam nenhuma reação em quem os lê. • Informações representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir reação ou decisão. As demonstrações financeiras mostram, por exemplo, que a empresa tem $XXX milhares em dívidas. Isso é um dado. A conclusão de que a dívida é excessiva ou é normal, de que a empresa pode ou não pagar é informação. As demonstrações financeiras publicadas de uma empresa podem apresentar centenas de números, isto é, de dados. Em média são 40 cifras no Balanço, 20 na Demonstração de Resultado, 20 na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e 40 na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, perfazendo aproximadamente 120 valores. Nas empresas de capital aberto (S.A.s), é possível que se tenha aproximadamente 240 números publicados em vista da comparação com o exercício anterior e quando publicadas as demonstrações complementares como Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, Demonstração das Variações do Patrimônio Líquido pode-se aumentar mais ainda a quantidade de números. Com isso, podemos verificar que há um excesso de valores para quem muitas vezes deseja apenas saber se a empresa pode ou não captar recursos provenientes de empréstimos.

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RELATÓRIOS Aspectos Gerais: O papel básico do analista é manipular tecnicamente os números das demonstrações contábeis preparadas pelo contador e tirar conclusões sobre o desempenho econômico-financeiro da empresa no período em análise. Por meio do seu trabalho, o analista irá avaliar a tendência dos indicadores e números da empresa. Com isso poderá concluir sobre o aumento ou redução da lucratividade, por exemplo, ou sobre a redução do endividamento, queda na capacidade solvência (liquidez) da empresa, etc. O trabalho de análise tem linguagem própria, e os pareceres devem ser redigidos de forma acessível sendo, na medida do possível, transparentes à formação da pessoa que o estiver lendo. Deve conter ainda todas as informações relevantes apresentadas nas demonstrações financeiras. O bom trabalho de análise sempre descartará as informações sem relevância das demonstrações contábeis, conseguindo com isso objetividade e clareza. Conteúdo Um relatório de análise pode ser considerado completo se contiver os seguintes elementos: • Avaliação da sua situação econômica evidenciando o desempenho operacional e o comportamento dos lucros. • Avaliação da situação financeira mostrando claramente as relações entre capitais próprios e de terceiros e como essas relações estão afetando a situação patrimonial. •

A utilização dos recursos e a adequação destes às atividades e aos investimentos.

• Capacidade de pagamento e sua dependência da venda de estoques para pagar compromissos. •

Tendência dos números e indicadores.

• No caso de relatórios gerenciais para tomada de decisão, a análise deverá conter a avaliação das causas das ocorrências constatadas e alternativas de solução. Método A análise econômico-financeira deve partir de pelo menos três demonstrações contábeis consecutivas, reclassificadas dentro de um padrão previamente definido.

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O passo seguinte é a seleção dos indicadores relevantes para o objetivo da análise

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que se vai redigir. Se a análise for para servir de base à decisão a uma operação de crédito de curto prazo, por exemplo, o analista irá preferir avaliar os indicadores de liquidez e de endividamento de curto prazo. Já no caso de uma análise de investimento, o enfoque será em indicadores de longo prazo como rentabilidade e endividamento a longo prazo. No passo seguinte, o analista irá avaliar o conceito de tempo e o conceito de espaço. No primeiro, ele irá buscar comparações com informações de empresas do mesmo ramo e porte e observar o comportamento desses indicadores destas no mesmo espaço de tempo, depois observará a representatividade dessas mesmas empresas em seu ramo de atividade.

Finalmente, fará um diagnóstico e concluirá.

O sistema bancário tem sido o principal responsável pela evolução da Análise Financeira com base nas demonstrações contábeis, com seus primeiros registros, no final do século XIX. Obviamente, as demonstrações contábeis eram, no início, peças superficiais e que revelavam de forma clara apenas a capacidade da empresa em pagar suas dívidas (liquidez). Com o passar do tempo outros aspectos foram sendo incluídos, especialmente a partir do desenvolvimento da ciência contábil, quando se dividiu a demonstração contábil básica em grupos de curto prazo (circulantes) e de longo prazo. Com o transcorrer dos anos e o aprimoramento do processo de se elaborar balanços contábeis, desenvolveu-se a noção de comparação de diversos itens, sendo a mais comum a do Ativo Circulante com o Passivo Circulante. Já no início dos anos 10, os índices que mediam relações de endividamento tinham se tornados obrigatórios para a análise de crédito a empresas. A partir dos anos 20, criouse a análise de coeficientes encadeados com base em um período ou valor de referência. Apareceu então a análise vertical e a análise horizontal.

Administração Financeira Maximização do patrimônio com decisões a partir de informações obtidas dos relatórios

Contabilidade Fornece dados sobre a empresa

Analista Financeiro Transforma dados em informações, emitindo relatórios sobre a situação econômico-financeira da empresa

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Poucas empresas dispõem de capital suficiente para operar inteiramente, com base em seus próprios recursos, sem necessitar da existência de outras fontes. É imprudente do ponto de vista financeiro que uma indústria aguarde até que possa acumular capital patrimonial suficiente antes de construir uma nova fábrica ou comprar novos equipamentos. De fato, não é possível acumular capital se não houver lucros porque o equipamento industrial está obsoleto. O melhor caminho a seguir é comprar novos equipamentos e financiar a aquisição por meio de financiamentos de longo prazo que pode ser pago com a utilização do lucro extra, gerado pela capacidade e eficiência de produção decorrentes da expansão da indústria. Isto é, o que se denomina “parceria de risco”. O banco é um dos principais parceiros de risco. Os bancos teriam dificuldades em permanecer ativos se não existissem empresas às quais conceder crédito. Os bancos ganham dinheiro por meio de seus financiamentos e investimentos e uma parcela significativa destes é concedida a clientes pessoas jurídicas. Essa atividade só se viabiliza porque os bancos têm depositantes, pessoas físicas e jurídicas que, em confiança, aplicam seus recursos em troca de rentabilidade. O terceiro parceiro de risco importante no processo é o do fornecedor que, ao vender sua mercadoria para outra empresa, concedendo-lhe prazo para pagar por meio de uma duplicata, está na verdade cedendo uma pequena parte de seu capital de giro em troca de sua devolução a curto prazo. Com isso, a empresa que compra o produto do fornecedor a prazo, tem tempo de produzir, vender e receber o seu produto para pagar a duplicata referente ao produto comprado. Como podemos ver, a parceria capital empreendedor (sócio/acionista) + capital financeiro (banco) + capital produtivo (fornecedor) é a grande responsável pelo sucesso empresarial de muitas empresas, bem como pelo crescimento econômico e pela geração de emprego e renda. Autor: Paulo Schulz

CONCLUSÃO A maioria das empresas pode ser enquadrada numa das cinco classificações que apresentamos: indústrias, atacadistas, varejistas, empresas de prestação de serviços e indústria agrícola. Juridicamente, se enquadram em sociedade limitada ou sociedade anônima. Vimos ainda como são estruturados os relatórios de análise e as formas como podem ser apresentados considerando os aspectos vistos até aqui.

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Você achou interessante tudo isso?

Então, se prepare, porque a partir de agora colocaremos a “mão na massa”. Vamos

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manipular e classificar informações contábeis e avaliá-las para você entender a lógica da estruturação das demonstrações contábeis e mais. Poderá tentar fazer as primeiras análises. É melhor começarmos logo!

Sucesso para você!

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ASSAF N., Alexandre, Finanças Corporativas e Valor, São Paulo, Editora Atlas, 2004. GITMAN, Lawrence, Princípios de Administração Financeira, Lisboa, Editora Harbra. 2002. IUDÍCIBUS, Sérgio, Contabilidade Introdutória, São Paulo, Editora Atlas, 1998. JOHNSTON, Kenneth, Contabilidade e Administração; São Paulo, Editora MacGraw-Hill, 1991. RUTH, George, Análise de Crédito, São Paulo, Editora IBCB, 1994. WESTON, Fred, Fundamentos de Administração Financeira, São Paulo, Editora Makron, 2003.

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