Conjuntura Econômica - Aula 02

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CONJUNTURA ECONÔMICA AULA 02 DINÂMICA DA PRODUÇÃO

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MEDINDO A ATIVIDADE ECONÔMICA Em determinados períodos as economias são prósperas, o produto cresce e fica fácil encontrar emprego, por exemplo. Entretanto, há períodos recessivos, a produção cai e encontrar emprego fica mais difícil. Um dos objetivos da Macroeconomia é medir a situação das atividades econômicas. Já que falamos em Macroeconomia, é importante destacar seu conceito. Macroeconomia é o estudo de fenômenos que afetam a economia como um todo, envolvendo o consumo das famílias, os investimentos das empresas, os gastos do governo, a inflação, o mercado de trabalho e a questão do crescimento e desenvolvimento econômico. A partir da medição da atividade econômica podemos fazer uma análise da conjuntura econômica do país em determinados períodos de tempo, verificando por que ocorrem períodos de expansão da economia e períodos de recessão. Além disso, podemos apurar o que deflagrou tal expansão ou recessão. Trataremos do fator tecnologia no Tópico III, mas cabe aqui destacar que quando uma economia sofre alteração na sua estrutura produtiva, isso é consequência da intensidade tecnológica utilizada nos setores primário, secundário e terciário.

Podemos verificar qual setor da economia (primário, secundário e terciário) tem expandido e quais as suas mudanças, pois a partir delas, podemos verificar se uma economia está alterando sua estrutura produtiva no sentido de uma maior utilização de tecnologia.

OS SETORES DA ECONOMIA Os setores da economia são: 1. Setor Primário: no setor primário encontramos as atividades ligadas à terra, como Agricultura (lavouras), Pecuária (criação de animais para abate, como bovinos, suínos, aves e pesca), Extração Vegetal (produção florestal), ou seja, os Recursos Naturais;

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2. Setor Secundário: no setor secundário encontramos as atividades ligadas ao Capital, como as Indústrias de Extração Mineral (minerais metálicos e não metálicos), Indústrias da Transformação (alimentos, vestuário, calçados, mecânica, mobiliário etc., ou seja, atividades de transformação); Indústria da Construção Civil (construções e edificações). É importante destacar que, por Capital, entendemos o conjunto de riquezas acumuladas pela sociedade no decorrer do tempo, abrangendo todos os bens materiais produzidos por ela e que são utilizados na produção como:

• Infraestrutura econômica: energia; telecomunicações; transportes.

• Infraestrutura social: educação; saúde; lazer; segurança.

• Construções: fábricas; empresas privadas e públicas; residências etc.

• Transportes: ônibus; caminhões; aeronaves; embarcações.

• Máquinas e Equipamentos: utilizados nos setores primário, secundário e terciário.

3. Setor Terciário: no setor terciário encontramos as atividades referentes à comercialização e aos serviços. Este setor é subdividido em:

• Comércio: Comercialização de mercadorias no atacado e no varejo;

• Serviços: Produtos sem expressão material, intangíveis, como educação, transporte, comunicação, consultoria e assessoria, governo, diversão, bancos etc. Partindo da análise simultânea da participação relativa (valores percentuais em relação ao total) de cada setor da atividade econômica (primário, secundário e terciário), é possível perceber a estrutura produtiva de diversas economias e, consequentemente, compará-las. Além da comparação, é essencial conhecer a estrutura produtiva de uma economia para efeito de política e planejamento econômico. Podemos verificar esta questão de estrutura econômica nas economias da atualidade. Quanto maior a participação relativa do setor terciário em uma economia, mais “evoluída” é a nação em termos de avanços tecnológicos. Mudanças na estrutura produtiva são de fundamental importância para compreendermos a conjuntura econômica. Como já destacamos, um dos principais objetivos da Economia, particularmente da Macroeconomia, é medir a atividade econômica de um país, ou seja, somar tudo o que foi produzido de bens e serviços em determinado período. O crescimento econômico, ou seja, o crescimento de uma economia, é expresso no resultado do Produto Interno Bruto (PIB). Logo, o resultado do PIB é de fundamental importância para os empresários, pois serve de base para a tomada de decisão em relação a novos investimentos.

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Para exemplificar esta questão, vamos imaginar o seguinte: no período do sistema feudal, as economias estavam voltadas para a agricultura e o setor primário era o gerador da riqueza de uma nação. Vale destacar que não havia indústria. Com o advento do capitalismo, o setor secundário surge e se sobrepõe ao primário, ou seja, o setor primário, por produzir bens de baixo valor agregado, perde participação em relação ao secundário. Com a evolução do capitalismo, o setor terciário, particularmente os serviços, passa a possuir uma maior participação em relação ao primário e ao secundário.

PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) Há duas maneiras de interpretar o Produto gerado em uma economia, pelo Produto Interno Bruto (PIB) e pelo Produto Nacional Bruto (PNB). Vejamos a diferença: Produto Nacional Bruto (PNB): Valor de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada economia, independentemente de onde suas empresas estão instaladas. Produto Interno Bruto (PIB): Valor de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território nacional, independentemente da nacionalidade da empresa. Perceba que a diferença entre estes conceitos está baseada na questão espacial e de nacionalidade das empresas. Enquanto no PNB soma-se tudo que as empresas brasileiras, por exemplo, produziram, independentemente de onde elas estão instaladas, o conceito de PIB procura somar tudo o que foi produzido, por exemplo, no Brasil, independentemente da origem da empresa.

O conceito mais usado é o do PIB, pois é mais coerente e eficaz.

É importante destacar que existem vantagens e desvantagens no resultado do PIB.

1. Vantagens:

• Medida de bem-estar social (usado pela ONU no IDH);

• Comparação entre países;

• Desempenho da economia de um país (crescimento).

2. Desvantagens:

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• Não registra a economia informal;

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• Não considera os custos sociais (meio ambiente);

• Não considera a má distribuição de renda.

O PIB é muito utilizado, também, como ferramenta de Planejamento Empresarial, pois quando o valor da produção sobe, expresso na taxa de crescimento do PIB, é provável que mais pessoas estejam empregadas e que a renda também seja maior – logo, o nível de consumo tende a ser maior. Vejamos um exemplo de como é a composição setorial (setores primário, secundário e terciário) do PIB brasileiro.

A partir da análise simultânea da participação relativa (valores percentuais em relação ao total) de cada setor da atividade econômica (primário, secundário e terciário), é possível perceber a estrutura produtiva de diversas economias e, consequentemente, compará-las. Como vimos, além da comparação, é essencial conhecer a estrutura produtiva de uma economia para efeito de política e planejamento econômico. O Gráfico 1 demonstra a distribuição relativa dos setores no produto final da economia brasileira, ou seja, a composição setorial do PIB (Produto Interno Bruto).

Composição Setorial do PIB Brasileiro Primário 12%

Terciário 53%

Primário

Secundário 35%

Secundário

Terciário

Gráfico 1

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PRODUTO E RENDA O PIB, na verdade, mede duas variáveis simultaneamente – o valor de toda a produção da economia e a renda das pessoas. Isso porque o produto final da economia (PIB) é igual à renda gerada na economia. A partir da produção de bens e serviços são pagos salários, lucros, juros e aluguéis, dando origem à Oferta Agregada (PIB) e à Demanda Agregada (total do consumo das famílias, empresas e governo). Podemos verificar isso com base no fluxo circular da renda e do produto, conforme a Figura 1. O objetivo deste fluxo é demonstrar o movimento da economia como um todo – aspectos de nosso dia a dia sobre os quais nunca refletimos. Diariamente, pessoas e empresas interagem. O fluxo circular procura demonstrar, de maneira sintética, esta interação.

• MERCADO DE FATORES: No qual as empresas compram os fatores de produção, como mão-de-obra. •

MERCADO DE PRODUTOS: No qual os consumidores compram bens e serviços.

Neste diagrama, as famílias compram bens e serviços das empresas que, por sua vez, pagam salários, lucros, juros e aluguéis. O PIB é igual ao total das despesas das famílias no mercado de produtos e é igual ao total de salários, lucros, juros e aluguéis pagos no mercado de fatores.

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Logo, produto é igual à renda, não esqueça isso!

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Uma economia que é composta por uma empresa agrícola, conforme o quadro a seguir. PRODUTO Valor da produção de soja Valor da produção de trigo TOTAL

VALORES 600.000,00 400.000,00 1.000.000,00

RENDA Pagamentos de salários Aluguel de terra Juros pagos Lucro TOTAL

800.00,00 80.000,00 20.000,00 100.000,00 1.000.000

É importante destacar isso porque, à medida em que o produto (PIB) de uma economia cresce, cresce também a renda, portanto, o consumo. Por mais simples que seja este exemplo, isso é essencial para a compreensão de uma análise conjuntural.

VALOR ADICIONADO Você deve estar lembrado que falamos sobre Valor Agregado quando discutimos sobre os setores da economia. Valor Agregado, ou Valor Adicionado (VA), é o valor que se adiciona ao produto em cada estágio de produção. Quando somamos o Valor Adicionado de cada estágio, temos o produto final da economia.

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Vamos entender melhor o conceito de Valor Adicionado por mais um exemplo, conforme o Quadro 2. Estágio de Produção Custos Intermediários Fazenda de trigo 0 Moinho 140 Panificadora 245 Valor Adicionado

Vendas 140 245 390

VA 140 105 145 390

Podemos dizer que o Valor Adicionado (VA) é igual ao valor de saída (output) menos o valor dos suprimentos (input). Neste contexto, na ótica dos setores da economia, o setor primário é o que possui o menor Valor Adicionado, pois seus produtos são, na maioria, commodities (bens primários). O setor secundário possui grande capacidade de gerar Valor Adicionado; imagine, por exemplo, a produção de um carro. Atualmente, o setor terciário, particularmente os serviços, possui a maior capacidade de gerar Valor Adicionado. Imagine a elaboração de um software para a NASA; uma consultoria na área de exploração de petróleo em plataforma submarina; um sistema de logística para uma companhia aérea, etc. CRESCIMENTO ECONÔMICO A ideia de crescimento econômico é relativamente recente, pois antes do capitalismo as sociedades viviam literalmente estagnadas, a base econômica era predominantemente agrícola e voltada para a subsistência. O capitalismo, a partir de mudanças tecnológicas e acumulação de capital, alterou a forma de vida das sociedades. No século XX, a produção industrial cresceu entre 30 a 40 vezes e a população praticamente dobrou. Assim, a produção per capita cresceu entre 15 e 20 vezes. Esse expressivo aumento do produto trouxe consigo um aumento na qualidade de vida de diversas sociedades. Entende-se por Crescimento Econômico o aumento contínuo do Produto Interno Bruto (PIB) global e per capita ao longo do tempo. Ou seja, para que ocorra crescimento econômico em uma sociedade é necessário que a taxa de crescimento do PIB seja

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significativa e permanente, e seja maior que a taxa de crescimento da população, para que a renda per capita aumente. É um conceito quantitativo do produto gerado em uma economia. Com isso, chegamos ao conceito de PIB per capita, que é o principal indicador de crescimento econômico de uma nação, conforme a fórmula a seguir:

PIB per capita

=

PIB População

Lembre-se que o produto (PIB) gerado em uma economia é igual à renda. Logo, PIB per capita é igual à Renda per capita. Isso significa que à medida em que o produto cresce, cresce também a renda da população, desde que não haja concentração de renda. Logo, a expansão do mercado interno ocorre a partir do crescimento do produto. Há muita diferença entre a renda per capita de país para país. Os países mais desenvolvidos, como Estados Unidos, Japão e muitos países Europeus, possuem elevada renda per capita. Já os países menos desenvolvidos, como o caso do próprio Brasil, possuem renda per capita relativamente baixa. Podemos ver um exemplo disso na tabela a seguir RENDA PER CAPITA DE PAÍSES SELECIONADOS - 2000 PAÍS RENDA em US$ Suíça 38.120,00 EUA 34.260,00 Japão 34.120,00 Noruega 33.650,00 Alemanha 25.050,00 Inlaterra 24.500,00 França 23.670,00 Itália 20.010,00 Emirados Árabes 18.060,00 Argentina 7.440,00 Arábia Saudita 6.900,00 México 5.080,00 Brasil 3.570,00 Fonte: IBGE, FMI

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CRESCIMENTO SUSTENTADO Basicamente, para que uma economia tenha seu crescimento econômico sustentado, é necessário que ocorra: 1. Acumulação de Capital – a acumulação de capital acontece por meio do aumento de máquinas, equipamentos e indústrias; obras em infraestrutura, como estradas e energia; investimentos em recursos humanos, com melhoria na produtividade da mão-de-obra. É importante destacar que a acumulação de capital, no sentido de industrialização, se desdobra em dois departamentos: Departamento I (DI), na produção de máquinas e equipamentos; e no Departamento II (DII), na produção de bens de consumo, os quais se desdobram em bens de consumo duráveis e bens de consumo não duráveis. O DI é, historicamente, o impulsionador do crescimento capitalista, pois é o setor que produz os insumos indispensáveis para o desenvolvimento do DII. Quando o DI é insuficiente, o processo de industrialização fica comprometido. 2. Crescimento da População – o aumento na população gera um contingente de mão-de-obra e, consequentemente, consumidores para uma nação, ou seja, conduz para a formação de um mercado interno. 3. Progresso Tecnológico – o crescimento econômico deve trazer consigo significativas mudanças no padrão de tecnologia de uma nação. Trataremos deste assunto no Tópico III. O Crescimento Econômico depende de consumo: por parte das famílias, de bens e serviços; por parte das empresas, de investimento; por parte do governo, em gastos; e pelas exportações. A soma destas variáveis nos dá a Demanda Agregada. DEMANDA AGREGADA E CRESCIMENTO ECONÔMICO Para que ocorra o consumo das famílias, de extrema importância para a Demanda Agregada, são necessários os seguintes determinantes: 1. Renda – o nível de renda é, sem dúvida, o principal determinante da Demanda Agregada por parte das famílias, pois à medida em que a renda das famílias se eleva, o consumo por bens e serviços aumenta, e vice-versa. 2. Distribuição de Renda – o Crescimento Econômico associado à concentração de renda retarda a expansão do mercado interno, além de elevar o nível de pobreza de parte da população. É crucial que a distribuição de renda seja igualitária, pois a distribuição equitativa da renda eleva o consumo das famílias. 3.

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Mecanismos de Crédito – a disponibilidade de crédito e seu custo são muito

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importantes para determinar o consumo das famílias, principalmente em economias de baixa renda. INVESTIMENTO Enquanto o comportamento e, consequentemente, a estrutura de gastos das famílias não sofre alterações ao longo do tempo, é importante destacar que o investimento das empresas é volátil e sujeito a oscilações, inclusive no curto prazo. Vamos comentar alguns dos fatores determinantes na decisão de investir: • Capacidade Ociosa – a capacidade ociosa refere-se a não utilização plena do potencial de uma empresa. Exemplo: Uma indústria pode produzir 1.000 pares de sapatos por dia, mas está produzindo 800. Então, dizemos que a capacidade ociosa da empresa é de 20%, ou seja, ela poderia produzir 1.000 pares, que é toda a sua capacidade (100%), mas produz 800, logo, 20% de sua capacidade instalada está ociosa. Normalmente, as economias atuam com certo grau de capacidade ociosa. Porém, se a capacidade ociosa for muito elevada, o que ocorre em períodos recessivos, o investimento empresarial não ocorre rapidamente no caso de uma retomada no consumo. 1. Ambiente de Negócios – um ambiente propício para fazer negócios é fundamental para propagar o índice de investimento na economia. Esse ambiente propício é, em geral, uma consequência do Crescimento Econômico. A expansão da economia, a partir de um aumento na Demanda Agregada, é um estimulante para que os empreendedores ampliem seus investimentos. O ambiente favorável para os negócios define grande parte das decisões de investimento em uma economia. Como muitos dos investidores são movidos pela “expectativa”, projeções sobre o crescimento da economia – taxa de crescimento do PIB – são fundamentais para estimular novos investimentos. 2. Retorno – além das questões de ociosidade e do ambiente propício para os negócios, a taxa de retorno de um empreendimento é fundamental para determinar a decisão de investir. Quanto mais atrativas forem as taxas de juros em uma economia, maior tende a ser o retorno esperado por um empreendimento – supondo que este empreendimento está sendo elaborado a partir de um plano de negócios. Um custo de capital elevado dificilmente trará uma boa taxa de retorno. Os gastos do governo e a carga tributária também são importantes para determinar o Crescimento Econômico. O governo pode estimular a economia baseando seus gastos em obras de interesse coletivo e reduzindo a carga tributária. As exportações também fazem parte do conjunto dos determinantes do crescimento econômico. Trataremos desta variável no próximo item (2.3). O conjunto dos determinantes do Crescimento Econômico

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pode ser observado, grosso modo, em uma única variável: a produção industrial. A produção industrial pode ser uma referência ou, como chamam os economistas, uma proxy do desempenho da atividade econômica em determinado país. Os resultados da produção industrial são disponibilizados pelos indicadores, por subsetor de atividade da indústria de transformação. Além dos resultados por subsetor, esta informação também está disponível em série histórica. Com base na série histórica podemos efetuar uma análise do desempenho do setor produtivo no curto, médio e longo prazo. Podemos ainda verificar quais foram as mudanças estruturais no setor secundário e quais atividades foram responsáveis por estas mudanças, assim como verificar qual a especialização produtiva de um determinado país. Talvez você esteja pensando: “foi destacada a importância do setor de serviços como o principal gerador de VA, então por que a indústria é tão importante”? Imagine que a economia capitalista é um trem. Para puxar esse trem é necessária uma locomotiva. A locomotiva é o setor secundário, particularmente a indústria de transformação, e os vagões são os setores primário e terciário. Quando destacamos o setor terciário, particularmente os serviços, comentamos sobre os serviços direcionados para a atividade industrial, como software, logística, consultoria, marketing etc. Quando a indústria está “aquecida”, a economia como um todo tende a crescer junto, ou seja, o setor industrial, quando em expansão, traz consigo uma expansão dos setores primário e, principalmente, terciário.

No assunto 1, apresentamos a você a importância de medir a economia. O PIB, por exemplo, é o principal instrumento de medição da economia que conhecemos. Com base nele se desencadeiam diversos outros indicadores da conjuntura econômica de um país, o PIB per capita é um deles. Através do PIB per capita percebemos se uma economia está em processo de crescimento econômico.

A seguir, no assunto 2, destacaremos a importância das exportações para a dinâmica econômica e, consequentemente, para o crescimento econômico. No assunto 3, veremos as informações a respeito do mercado de trabalho, uma das mais importantes variáveis de economia por demonstrar a conjuntura econômica no

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curto prazo. A taxa de desemprego, por exemplo, é um excelente indicador de como está a atividade econômica. Para finalizar, veremos um modelo básico de flutuação econômica, no assunto 4. Este é um modelo muito utilizado pelos economistas para verificar as flutuações de curto prazo que podem estar ocorrendo na economia. Sabemos que não é possível prever flutuações, não existe “bola de cristal” na economia; mas, é possível buscar explicações para os processos de expansão e recessão de uma economia.

A partir da compreensão da dinâmica de crescimento econômico, elabore uma série histórica da taxa de crescimento econômico do Brasil desde 2005, em um gráfico (anual), procurando avaliar a evolução desta taxa nos últimos 10 anos.

ECONOMIA INTERNACIONAL COMÉRCIO EXTERIOR Já vimos a importância do setor externo para o Crescimento Econômico. Mas, por que um país precisa exportar ou importar? Imagine a seguinte situação: você é autossuficiente. Então, você tem que construir sua casa, fabricar suas roupas, alimentos, veículos etc. Provavelmente, o seu padrão de vida é baixo, pois falta habilidade e tempo para fazer tudo isso. O que poderia ser feito para que você tivesse um bom padrão de vida? Você poderia se especializar em algumas tarefas que faz melhor. Com isso, você poderia fabricar mais do que precisa e, consequentemente, comercializar o excedente com outras pessoas. Suponha que as outras pessoas também agissem como você, produzindo bens e serviços com base em suas aptidões. Esse fenômeno ocorre entre as nações. Enquanto algumas nações possuem aptidão para a atividade agropecuária, por exemplo, por possuírem vasto território, outras são especializadas em determinados produtos industrializados, outras em serviços etc. Neste contexto, o comércio exterior teve sua origem baseado nas diferentes aptidões das nações, ou seja, suas especializações produtivas. Então, algumas questões

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levam as nações a fazer trocas no âmbito internacional, como por exemplo: 1.

Recursos naturais;

2.

Fatores climáticos;

3.

Estrutura de capital;

4.

Mão-de-obra qualificada;

5.

Desenvolvimento tecnológico.

Os registros das exportações e importações de uma nação estão na sua Balança Comercial. A Balança Comercial, por sua vez, encontra-se no Balanço de Pagamentos. O Balanço de Pagamentos é o registro das transações econômicas entre as nações, e é dividido em três grupos: Transações Correntes; Conta de Capital e Conta Financeira. O Quadro 3 apresenta a estrutura básica do Balanço de Pagamentos. Os dados geralmente são divulgados em dólares. Vamos nos concentrar na Balança Comercial, ou seja, na dinâmica das importações e, principalmente, das exportações. Para tanto, vale destacar as variáveis determinantes das importações e exportações. ESTRUTURA BÁSICA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 1- Balança Comercial

2- Serviços

3- Rendas

Exportações Importações Transportes Viagens Internacionais Seguros Financeiros Informações Licenças Aluguel de Equipamentos Serviços Governamentais Outros Serviços

Remuneração do Trabalho Assalariado Rendas de Investimentos Rendas de Outros Investimentos 4- Transferências Correntes

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5- Saldo em Transações Correntes (1+2+3+4) 6- Conta Capital Transferências de Capital Aquisição/Alienação de Bens 7- Conta Financeira Investimento Direto Investimentos em Carteira Derivativos Outros Investimentos 8- Erros e Omissões 9- Resultado do Balanço de Pagamentos (5+6+7+8) DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES 1. Renda Nacional – um aumento no produto e na renda nacional provocará um aumento nas importações, por exemplo, de matérias-primas, bens de consumo e bens de capital. 2. Taxa de Câmbio – um aumento na taxa de câmbio, ou desvalorização cambial, inviabiliza as importações e vice-versa, ou seja, a variação das importações é inversamente proporcional à variação da taxa de câmbio. 3. Preços Externos – um aumento nos preços externos provocará uma queda nas importações. 4. Preços Internos – um aumento nos preços dos produtos internos provocará uma elevação nas importações. 5. Barreiras – a imposição de barreiras tarifárias e não tarifárias pode provocar uma redução nas importações. DETERMINANTES DAS EXPORTAÇÕES 1. Renda Mundial – um aumento na renda mundial tende a estimular o consumo no âmbito mundial, propiciando um aumento nas exportações. 2. Taxa de Câmbio – uma desvalorização na taxa de câmbio estimula as exportações, pois os exportadores ganham com uma taxa de câmbio mais alta. Temos, então, uma relação diretamente proporcional entre exportação e taxa de câmbio. 3.

Preços Externos – um aumento nos preços internacionais estimulará as exportações.

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4. Preços Internos – um aumento dos preços dos produtos exportáveis no mercado interno provocará uma redução nas exportações. 5. Incentivos à Exportação – estímulos ao setor exportador, como subsídios e políticas públicas, tendem a elevar as exportações. Vale destacar a importância da Política Cambial para o setor exportador. Como vimos no Tópico I, a Política Cambial pode beneficiar o setor exportador e desencadear o processo de Crescimento Econômico.

O Assunto 2 procurou demonstrar a importância do setor exportador para uma economia. As exportações vão muito além de um simples relacionamento de divisas – relacionamento comercial entre nações. As exportações têm a capacidade de gerar crescimento econômico e dinamizar a estrutura produtiva de um país. É importante destacar que as exportações têm forte influência sobre a conjuntura econômica, pois além de elevar o produto (PIB) de uma economia, elevam as reservas cambiais. Os dólares que entram na economia por meio das exportações não têm ônus para o país, ou seja, são dólares que não precisam ser devolvidos e nem implicam juros.

No ano de 2011, as exportações no Brasil alcançaram a soma de aproximadamente US$ 256 bilhões, um recorde. Porém, mesmo com esse bom desempenho, o total das exportações do Brasil não alcança 2% do total das exportações do mundo, ou seja, a nossa participação no comércio exterior é muito pequena ainda.

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A partir da compreensão da dinâmica das exportações, elabore uma série histórica do valor das exportações, importações e saldo na Balança Comercial do Brasil desde 1995 em um gráfico (anual) procurando avaliar a evolução do comércio exterior nos últimos 10 anos.

MERCADO DE TRABALHO Com a expansão da produção capitalista surgiu o mercado de trabalho, no qual, basicamente, compram-se e vendem-se serviços de mão-de-obra. O mercado de trabalho é dividido em duas dimensões: formal e informal. O mercado formal refere-se às relações contratuais de trabalho regidas por Lei. Já o mercado de trabalho informal não possui regulação. É importante destacar que, mesmo que o mercado de trabalho informal esteja presente em uma economia, a conjuntura do mercado de trabalho é determinada pelo formal. A dinâmica do mercado de trabalho é um indicador fundamental de conjuntura econômica, pois, à medida em que a atividade econômica cresce, o mercado de trabalho demandará por mais pessoas, e vice-versa. Ou seja, as alterações nas variáveis que compõem o mercado de trabalho, como desemprego, salários, horas trabalhadas, rotatividade, estão condicionadas às flutuações da atividade econômica. Com isso, o mercado de trabalho constitui-se como uma variável essencial para a determinação da demanda agregada. O conceito de trabalho é muito mais abrangente do que imaginamos. Trabalho refere-se a uma ocupação remunerada em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios (moradia, alimentação, roupas etc.), desenvolvida durante pelo menos uma hora na semana. PRINCIPAIS CONCEITOS SOBRE O MERCADO DE TRABALHO 1. População em Idade Ativa (PIA): pessoas com 10 anos ou mais, aptas para ingressar no mercado de trabalho.

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2. População Economicamente Ativa (PEA): pessoas ocupadas e desocupadas, representando o potencial do mercado de trabalho. 3. Pessoas Ocupadas (POC): pessoas que estão trabalhando no mercado de trabalho formal e informal. 4. Pessoas Desocupadas: pessoas sem trabalho e que estão tomando providência efetiva de procurar trabalho. 5.

Pessoas não Economicamente Ativas: estudantes, donas de casa, aposentados.

6. Taxa de Desemprego: é a relação entre o número de pessoas desocupadas e o número de pessoas economicamente ativas (PEA). Taxa de Desemprego

=

Desocupados x 100

PEA

7. Índice de Emprego: é a relação entre o número de pessoas ocupadas (POC) e o número de pessoas economicamente ativas (PEA). Índice de Emprego =

POC x 100 PEA

A partir da população total de uma nação, subtraindo a população não economicamente ativa e as pessoas que não estão em idade ativa, chegamos ao conceito de população economicamente ativa (PEA), a qual é formada pelo contingente de pessoas empregadas no mercado de trabalho formal e informal, e pelas pessoas desempregadas, que estão pressionando o mercado de trabalho por uma vaga.

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Neste item, vimos a importância dos indicadores de mercado de trabalho para a análise da conjuntura econômica. As informações referentes a emprego e desemprego, por exemplo, refletem a dinâmica da produção nacional. Com base nestas informações podemos perceber, no curto prazo, alterações no ritmo da produção e do comércio, assim como mudanças no padrão de oferta de empregos, como ocupações de caráter tecnológico, por exemplo.

A partir da compreensão da dinâmica do mercado de trabalho, elabore uma série histórica da taxa de desemprego do Brasil desde 2005, em um gráfico (anual), e avalie a evolução desta taxa nos últimos 10 anos.

FLUTUAÇÕES NA ECONOMIA FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS NO CURTO PRAZO As flutuações de curto prazo na economia ocorrem em todas as nações e em todos os períodos da história econômica, e são refletidas na conjuntura econômica. Para compreendê-las, precisamos discutir algumas variáveis que as causam

Basicamente, as flutuações são causadas por mudanças no ambiente de negócios.

Quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresce, as empresas percebem e os negócios tendem a melhorar. Essa melhora provocará um aumento na oferta de empregos e os empresários percebem um ambiente propicio para a expansão dos negócios, pois mais clientes podem ser traduzidos como mais lucros. Entretanto, quando o PIB cai, causando recessão, as empresas percebem a queda no consumo e, consequentemente, no lucro; as demissões serão inevitáveis, elevando

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assim o nível de desemprego. A princípio, as flutuações parecem ser previsíveis e regulares. Porém, não são. Existe uma anedota de Economista que diz o seguinte: “os Economistas previram nove das últimas quatro recessões”. Essa é uma anedota que demonstra que os Economistas não têm “bola de cristal” e que as flutuações são, realmente, imprevisíveis e irregulares. Normalmente, o PIB é a variável mais utilizada para acompanhar as flutuações. Porém, não é uma informação de periodicidade mensal, por exemplo, já que falamos em curto prazo. O PIB é publicado anualmente e sua defasagem depende do processamento das informações pelos órgãos responsáveis pela apuração da riqueza gerada na economia. No Brasil, o órgão responsável pelo cálculo do PIB é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as publicações do PIB podem ser visualizadas na página do Instituto na internet: www.ibge.gov.br. Devido a isso, torna-se necessário eleger uma variável proxy (de aproximação) para acompanhar as flutuações de curto prazo, como, por exemplo, a produção industrial. Esta informação é divulgada mensalmente pelo IBGE em uma publicação denominada “Produção Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF)”. É importante destacar que a maior parte das variáveis que representam o desempenho da atividade econômica flutua em conjunto. No curto prazo estas variáveis, que estão direta e indiretamente ligadas ao nível de renda, flutuam de forma muito similar. Por exemplo, quando ocorre uma queda na produção industrial, a taxa de desemprego aumenta.

Para melhor compreender o comportamento das flutuações de curto prazo, vamos avaliar o modelo básico destas flutuações: o “Modelo de Demanda Agregada e Oferta Agregada”. Este modelo é um dos mais utilizados pelos economistas para explicar as flutuações e as tendências da atividade econômica de um país. Conforme o gráfico a seguir, a Curva de Demanda Agregada apresenta a quantidade de bens e serviços que as famílias, as empresas e o governo adquirem, a certo nível de preços. A Curva de Oferta Agregada apresenta a quantidade de bens e serviços que as empresas produzem e vendem, a certo nível de preços.

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MODELO DE DEMANDA E OFERTA AGREGADA

A Curva de Demanda Agregada pode ser alterada, ou seja, sofrer deslocamentos, com base em mudanças no consumo, no investimento, nas compras do governo e nas exportações; já a Curva de Oferta Agregada pode sofrer deslocamentos com base em mudanças no mercado de trabalho, no estoque de capital, nas reservas naturais e na inovação tecnológica.

Agora, vamos efetuar uma reflexão que envolve todo o Tópico II, porém, particularmente, mais relacionado ao assunto 4 - Flutuações Econômicas. Durante a Grande Depressão da década de 1930 e a Segunda Guerra Mundial, as Curvas de Demanda e Oferta Agregada se deslocaram bruscamente. A Grande Depressão marcou a maior queda dos índices de atividade econômica em diversos países. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde o anúncio da depressão eclode no crash da Bolsa de Valores de Nova Iorque, no final de 1929, o PIB caiu, entre 1929 e 1933, aproximadamente 27%, a taxa de desemprego saltou de 3% para 25%, e o índice de preços reduziu em 22%, devido à queda no consumo.

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Não há uma explicação para as causas da Grande Depressão, mas os economistas concordam que uma das principais hipóteses é a da queda na Demanda Agregada. Essa queda é atribuída a uma redução, na economia americana, em 28% na oferta de moeda entre os anos de 1929 e 1933, ou pela queda de aproximadamente 90% no valor das ações na bolsa americana, fazendo com que a riqueza das famílias diminuísse. Já a Segunda Guerra Mundial foi marcada por uma expansão da atividade econômica, particularmente dos Estados Unidos, a partir de uma Política Fiscal expansiva com gastos voltados para as forças armadas. Entre os anos de 1939 e 1944, a Demanda Agregada praticamente dobrou, o índice de desemprego caiu de 17% em 1939 para 1% em 1944, a menor taxa de desemprego registrada na história da economia americana. Mas, após um longo período de expansão da atividade econômica, a economia americana novamente se defrontou com um período de recessão, no ano de 2001. As principais causas foram o fim da bolha das empresas “.com” e os atentados terroristas.

Levando em conta as informações do item “Saiba Mais”, até que ponto as economias estão protegidas de flutuações bruscas no nível de Demanda e Oferta Agregada?

Neste segundo tópico compreendemos a dinâmica da produção e a formação de riqueza em uma economia, ou seja, o Produto Interno Bruto (PIB), destacando a importância de medir o nível de atividade econômica como um instrumento de análise da conjuntura econômica. Percebemos que o produto gerado em uma economia está dividido em basicamente três dimensões: setores primário, secundário e terciário; e que o setor que mais agrega valor (VA) é o de Serviços, destacando sua importância para a dinâmica econômica contemporânea. É importante ressaltar que, nas economias mais avançadas, como por exemplo, Estados Unidos, França e Japão, a participação do setor terciário chega a aproximadamente 70% do produto (PIB) – com ênfase para os Serviços.

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Os salários no setor de Serviços são mais elevados que nos demais setores, pois exige melhor formação. A renda gerada neste setor eleva o padrão de vida e o bem-estar social da população. Isso não faz do setor secundário, a indústria, uma atividade em decadência, pelo contrário. Se observarmos as atividades do setor de Serviços que mais vêm se expandindo, como software, logística, marketing, publicidade e propaganda, assessoria comercial, assessoria jurídica, consultoria, telecomunicações, design, educação, entre outros (terciário superior), percebemos que estão diretamente ligadas ao setor industrial, ou seja, a expansão destes serviços depende, de certa forma, da expansão do setor industrial. O crescimento econômico é de vital importância para que uma sociedade possa desfrutar de um padrão de vida decente, consequência de seu esforço no mercado de trabalho como um colaborador da construção da riqueza coletiva da nação. Descobrindo e se aproveitando de suas vantagens, uma nação poderá efetuar trocas em âmbito internacional, principalmente efetuando trocas por produtos dos quais não dispõe. A constituição de divisas - exportação e importação - é de extrema importância para uma nação elevar seu ritmo de crescimento econômico e suprir a expansão da demanda agregada interna. Também aprendemos que a demanda e a oferta agregada podem sofrer alterações no curto prazo, causando as flutuações econômicas. E é com base nestas flutuações que a análise da conjuntura econômica procura identificar as causas das alterações no nível da produção.

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JONES, Charles. Introdução à Teoria do Crescimento Econômico. Ed. Campus, 2004

MANKIW, Gregory. Introdução à Economia. Ed. Thomson, 2005.

MENDES, Judas T. Economia: Fundamentos e Aplicações. Ed. Prentice Hall, 2004.

NOGAMI, Otto e PASSOS, Carlos. Princípios de Economia. Ed. Thomson, 2004.

PINDYCK, Robert e RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. Ed. Prentice Hall.

ROSSETTI, Domingos P. Introdução à Economia. Ed. Atlas, 2005.

VASCONCELOS, Marco A. Manual de Economia dos Professores da USP. Ed. Saraiva, 2004.

VASCONCELOS, Marco A. Fundamentos de Economia. Ed. Campus, 2004.

BRASIL: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Evolução do Comércio Exterior Brasileiro - 1950 A 2013. Disponível em: < http://www.desenvolvimento. gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=608>. Acesso em: 28/5/2015.

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