METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA AULA 03 METODOLOGIA CIENTÍFICA E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO
AULA 03 - METODOLOGIA CIENTÍFICA E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO
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METODOLOGIA CIENTÍFICA E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO Qualquer pesquisa precisa da percepção. A preocupação com os processos é alimentada pelos conhecimentos que vão se acumulando, ligando o pesquisador ao mundo à sua volta. No seio de uma organização é a mesma coisa: Dezenas de pessoas trabalham diariamente sob padrões estabelecidos, visando atingir metas. Todas de uma forma direta, consciente ou inconscientemente, pesquisam a toda a hora a maneira de executar determinado processo ou de resolver um problema específico. Por isso, a percepção é importante, unindo os sentidos e a criatividade de cada um, muito embora a acuidade e a motivação sejam próprias de cada pesquisador. Uns captam mais rapidamente que os outros, desenvolvem-se mais e os métodos adotados para o trabalho são mais eficientes. Acumulam-se, ainda, a seletividade de cada um e os seus condicionamentos e estilo pessoal. Foram citados, anteriormente, os tipos de pesquisa que interessam às diversas áreas de administração. Vamos repassá-las nesta ocasião: A pesquisa descritiva fundamenta-se num determinado fenômeno ou num grupo de trabalho específico da organização. Preocupa-se em localizar a incidência de um ou mais fatos, e a relação destes entre si – fundamenta-se na realidade e no campo do objetivo. Por exemplo: Constata-se que no inverno, nos dias mais frios, ocorrem acidentes frequentes num determinado setor fabril, impedindo o cumprimento das metas de produção. As pessoas faltam e chegam atrasadas ao trabalho, demonstrando pouca motivação e até desleixo. Então? Isto reflete um pequeno grupo de trabalho, falta de atuação da chefia ou há necessidade de reprogramar os elementos humanos e as condições de trabalho para os dias mais frios? A pesquisa explicativa detém-se nos fatos que alimentam a ocorrência de um fenômeno que chama a atenção, porque gera algum tipo de prejuízo ou afeta o cumprimento de metas estabelecidas. Esta pesquisa vai detalhar, por exemplo, os dados que se encontram na pesquisa descritiva. Ambos os tipos de trabalham se completam. Tanto a pesquisa descritiva quanto a pesquisa explicativa podem ser complementadas ou desdobradas pelo estudo de caso, pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e pesquisa experimental. O estudo de caso é a pesquisa que recebe um tratamento especial com mais profundidade e detalhes minuciosos. Pode relacionar-se com uma estratégia da organização, um produto ou uma linha de produtos, a solução prevista para um acontecimento inusitado na vida de uma organização e assim por diante. A pesquisa documental é aquela que, em função do assunto, há necessidade de se pesquisar documentos da organização, como regulamentos, balanços, atas, comunicações internas e acesso pela Internet a endereços de órgãos públicos de interesse e outros. Esta
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pesquisa vai encontrar documentos que não passaram por normatização científica e devem ser analisados com muito cuidado. O valor deles é decidido isoladamente. A pesquisa bibliográfica é feita em obras, revistas e jornais como apoio ou como fonte única para determinados temas da monografia. A intenção de pesquisa que será analisada em outro momento da aula. A pesquisa experimental visa estabelecer causa e efeito do assunto objeto de estudo, manipula elementos em laboratório e precisa ser desenvolvida com alto rigor científico, muito embora não seja exclusiva de laboratórios. Mantendo o rigor pode ser desenvolvida também em ambientes controlados, utilizando-se ou não de equipamentos diversos, compatíveis com o que se quer medir ou avaliar. Para que a pesquisa se desenvolva de forma didática e harmoniosa cria-se um roteiro para o pesquisador. Ao propô-lo delimita-se o assunto e diminui-se o perigo de abandonar o tema por excesso de informações ou por deformação da ótica que definiu o assunto. Desta forma, a sequência, com ajustes que se recomendem para cada tema específico, pode ser a seguinte: 1. A escolha do tema – O que estudar? Por que estudar isso? O que se espera conseguir? Que delimitações estabelecer? 2. Certezas e dúvidas – Qual é a hipótese? Dúvidas? Certezas? Quais? Prejudicam ou favorecem a decisão pelo tema escolhido? 3.
Problema a estudar – Consegue-se formular a pergunta?
4. Instrumentos – Que tipos de pesquisa são recomendáveis? 5. Metodologia – Que padrão vai ser utilizado? 6. Fundamentação – O quê? Por quê? Com quem? Como? 7.
Análise e Discussão das Informações – São úteis? Com que base?
8. Considerações finais – Alcançaram-se os resultados? O que se resolve com isso? As pessoas foram consideradas? Como isso foi tratado? 9. Referências Bibliográficas – As obras pesquisadas ajudam a fundamentar a proposta? Em quê? Na fase da hipótese, que antecede o projeto da pesquisa, é recomendável que se relacionem os conhecimentos adquiridos nas diversas disciplinas da Pós-Graduação, e quais os subsídios que podem fornecer. É recomendável fazer esta imersão para possibilitar uma dinâmica alimentadora do processo. Já dissemos que a interdisciplinaridade é básica – é preciso saber para onde se caminha e quais são as relações existentes entre as diversas disciplinas. Afinal, este curso possibilita o aumento do ângulo de visão dos pesquisadores. A estes compete descobrir onde estão estes conhecimentos e como tornar viável a sua aplicabilidade.
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Ao definirem-se os objetivos é primordial entender a importância dos verbos nos textos. O verbo significa ação e movimento, e o objetivo é uma ação a valorizar pela importância que adquire na solução de um problema. Verbos como demonstrar, apontar, estudar, identificar, constatar e assim por diante, são exemplos das ações que devem nortear o trabalho para a monografia na identificação dos objetivos gerais e específicos. Enquanto os objetivos gerais mostram a finalidade ampla, os objetivos específicos antecipam os resultados da pesquisa mostrando o que se pretende alcançar.
1. A pesquisa necessita da percepção, pois é esta que alimenta os conhecimentos unindo os sentidos e a criatividade; 2. A pesquisa pode ser descritiva ou explicativa, complementando-se com pesquisa documental, pesquisa bibliográfica, pesquisa experimental e estudo de caso. De uma forma geral, visa localizar a incidência de um ou mais fatos, e a relação destes entre si – fundamenta-se na realidade e no campo do objetivo; 3. A pesquisa explicativa detém-se nos fatos que alimentam a ocorrência de um fenômeno que chama a atenção. 4. O estudo de caso é a pesquisa que recebe um tratamento especial, com mais profundidade e detalhes mais minuciosos. 5. A pesquisa documental concentra-se em documentos da organização como regulamentos, balanços, atas, comunicações internas e acesso pela Internet a endereços de órgãos públicos de interesse. 6. A pesquisa bibliográfica é feita em obras, revistas e jornais como apoio ou, até, como fonte única para determinados temas da monografia. 7. A pesquisa experimental visa estabelecer causa e efeito do assunto objeto de estudo. Manipula elementos em laboratório e é desenvolvida com alto rigor científico. 8. O roteiro para elaboração da pesquisa necessita identificar a escolha do tema, certezas e dúvidas, problema a estudar, a metodologia que melhor se adapte, instrumentos, fundamentação, análise e avaliação das informações, considerações finais e referências bibliográficas. 9. Os verbos são importantes na definição dos objetivos do tema – significam ação e movimento, e o objetivo é a ação. 10. Os objetivos gerais mostram a finalidade ampla e os objetivos específicos antecipam os resultados da pesquisa mostrando o que se pretende alcançar.
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Para concluirmos este assunto é importante grifar que a pesquisa pode ter várias hipóteses. A questão é definir qual delas é mais interessante e qual concentra na proposta desejável. Naturalmente, o conhecimento do pesquisador e a sua direção profissional vão influir neste momento. Convém ter em mente que as hipóteses são sentenças provisórias que só se confirmam após as evidências serem analisadas, e com elas toda a gama de dados coletados e dos fatos comprovados. Da reflexão, da atenção e do modo de ver e sentir chega-se a um enunciado. Com estes elementos a monografia apresenta o problema de forma delimitada e a hipótese é a sua diretriz. Por isso, a forma de apresentação, redação, argumentos e outros detalhes precisam apresentar-se de forma simples para facilitar a compreensão. A teoria que venha a desenvolver-se deve ser clara, viável, ter possibilidades de verificação para não ser utópica. Em síntese: Ela deve ser importante dentro do contexto em que é colocada e relacionada com o objetivo do trabalho de forma consistente. Insiste-se na questão da importância da hipótese, por ser fundamental como ponto de partida do trabalho. Mostram-se agora as suas variáveis com exemplo concreto: 1. “A fidelidade do cliente está diretamente relacionada com a qualidade do produto e do atendimento”. Fidelidade do cliente é a primeira variável, ou seja, o fator de maior importância na questão; qualidade é a variável de dependência. Ora, se a empresa apresenta queda de vendas é importante criar hipóteses sobre a qualidade atual dos produtos ou pelo exame da assistência técnica prestada e outros detalhes. 2. “Os salários baixos pagos pela empresa determinam a admissão de profissionais desqualificados, aumentando o índice de acidentes de trabalho”. Procede-se da mesma forma que no exemplo anterior, pois, acidentes de trabalho interrompem as operações de produção e, assim, as variáveis verificadas levam a concluir que a revisão salarial, o treinamento operacional e, possivelmente, a redução de operários por setor geram uma economia comprovada por custos menores, qualidade na produção e boa lucratividade.
Identificar e compreender um problema Em geral, o cliente que reclama, conforme o valor investido numa compra, é aquele que ainda está ligado à empresa de alguma forma. Por isso, a monografia podese inspirar num grupo de clientes que reclamam de certas coisas.
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Trabalhar para a montagem da monografia propõe indagações constantes, e por isso, é necessário estar sempre a indagar-se da ótica utilizada para encarar e entender tais reclamações e as suas resultantes. Quando o cliente desiste da empresa sem reclamar – e quantos fazem isso sem se revelarem! – não há contribuição dele para a qualidade da empresa, seja com relação aos produtos, preços praticados, assistência técnica, qualidade do atendimento e etc. Uma coisa é certa: O cliente que reclama é melhor e colabora com a empresa diretamente, mesmo que as suas ponderações não sejam muito simpáticas. O trabalho de recuperação do cliente e, por conseguinte, de imagem da empresa é sempre um desafio. Mas vale a pena. Para resolver os impasses com os clientes que dão sinais evidentes de fidelidade as empresas criam o SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente ou organizam um departamento com um Ombudsman, embora as responsabilidades sejam bem distintas. O SAC geralmente possui uma linha telefônica de acesso gratuito, algumas funcionando até 24 horas. É um canal de ligação direta que se mantém ativo com o cliente numa permanente via de mão dupla até que a questão levantada seja resolvida de alguma forma para a satisfação do reclamante. O Ombudsman é uma ouvidoria, na sua estrutura básica, implantado em grandes empresas e em órgãos de governo que visam estabelecer canais de comunicação ativos com clientes e usuários. Tanto o SAC quanto o Ombudsman podem fornecer ao pesquisador elementos preciosos para a formulação das hipóteses na busca de um tema apropriado para a monografia. As empresas que possuem na sua estrutura estes canais com o mercado possuem elementos para a formação de uma aliança produtiva com os clientes, uma fidelidade realmente usufruída com vigilância e determinação. Na prática, encontram-se temas de toda a espécie e até alguns surpreendentes. É preciso entender, afinal, que o cliente que reclama é leal e deve receber atenção diante de um mercado competitivo em todos os sentidos. É bom lembrar: Quem decide sobre a qualidade é o cliente. No mundo global não há como desprezar esta afirmação, pois ela contém os ingredientes necessários para um trabalho permanente de observação e medida do grau de satisfação de quem usa os serviços de uma empresa, comprando produtos ou serviços. Este é um entendimento necessário para o trabalho que está preparado pelos pesquisadores.
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Desenvolveu-se nesta aula até agora um esforço de compreensão para se entender o triângulo que se forma num vértice com as hipóteses, e nos outros com os objetos e suas variáveis. É fundamental que se entenda o caminho para as pesquisas, pois as fontes alimentadoras são de extrema importância. Assim, com o SAC e o Ombudsman aprimorou-se a via de mão dupla com o mercado, podendo-se agora imaginar que as reclamações de clientes, e o seu encaminhamento, podem fornecer uma vastidão de assuntos para a monografia. O SAC envolve-se com as questões do quotidiano; o Ombudsman, por outro lado, é o representante do cliente dentro da empresa e assume um papel crítico muitas vezes incômodo para a organização. As situações reais são as melhores e mais importantes para a definição do tema, pois trazem consigo as competências e a percepção das pessoas. Deve-se lembrar que também a monografia, depois de elaborada, é uma via de mão dupla para a melhoria de uma organização. Durante o período de elaboração da monografia o pesquisador cria um mundo com as palavras que escolhe e os argumentos de apoio que extrai da bibliografia, ocorre um fenômeno: é como se estas palavras pudessem definir os parâmetros do sucesso. Não pensemos que há um único leitor para a proposta apresentada, o orientador, pois além das outras pessoas que terão acesso à monografia, há um aspecto de suma importância a considerar na redação: O pesquisador deve analisar a sua maneira de falar, de expor suas idéias, de observar, escrever e ao mesmo tempo, que vocabulário é utilizado por pessoas de sucesso conhecidas. Certamente, vai-se constatar que estes profissionais utilizam palavras de entonação forte e, sobretudo, construtivas. Não é preciso criar imitações, mas verificar como tem sido a comunicação, e a influência que isto produz nos sentimentos das outras pessoas. Propõe-se uma atividade: Meditar e escrever silenciosamente sobre quais as palavras, principalmente verbos, que se utilizam na vida social e na vida profissional. Quais os resultados sugeridos por este exercício? Um questionamento sobre a qualidade da comunicação pessoal estimula a visualização do entendimento, da compreensão, e assim, as ideias que vão surgindo se identificam melhor com a experiência individual dos pesquisadores. Temas diversos de trabalho expressam situações que se colocam em avaliação e com frequência.
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Mãos à obra: Qual tem sido o interesse dos funcionários da organização, mesmo os que não estão diretamente envolvidos, em conhecer as atuações do SAC ou do Ombudsman, e as providências saneadoras que têm sido tomadas? Caso a organização não possua estes mecanismos na sua estrutura, como consegue ouvir e comunicar-se com os clientes? Quais os resultados obtidos?
A exemplificação continua com o pesquisador. O que acontece depois deste avanço que se fez, ao introduzir novos elementos visando o sucesso da pesquisa? 1. Em função das hipóteses imaginadas qual o tipo ou tipos cumulativos de pesquisa que se imaginam viáveis para o trabalho a ser desenvolvido? Há certeza disso? Por quê? 2. A organização possui serviços de SAC ou de Ombudsman? Que nível de conhecimento destes serviços possui o pesquisador a respeito deles? Qual a utilidade deste conhecimento neste momento? 3. Como a organização utiliza os relatórios do SAC ou do Ombudsman para reprogramar a sua qualidade e os seus procedimentos na direção do mercado? Qual a experiência que se tem tido com isto?
MONOGRAFIAS – TIPOS E CONTEÚDO A monografia expressa uma reflexão do pesquisador sobre um assunto que lhe mereceu a atenção e foi investigado, estudado e mereceu conclusões que permitem apresentá-lo como uma proposta de melhoria para uma área específica. É um trabalho científico muito importante, pois possibilita obter o grau de Especialista na Pós-Graduação. Além disso, permite sintetizar conhecimentos, ordenar a vivência multidisciplinar do curso e, sobretudo, passar com objetividade da teoria para a prática propondo resultados. Deve ser um trabalho detalhado e convincente, amparado por uma revisão de literatura pertinente, documentos, entrevistas e por outras formas que sejam necessárias para o fim específico.
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A vantagem da apresentação de um tema pela monografia é a concentração do
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pesquisador num tema básico, abstraindo-se a dispersão de ideias. Ocorre o exercício da investigação científica, o que permite contribuição efetiva respaldada por verdades da organização e do seu mundo. Existem vários tipos de monografias. Estas podem ser de Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado, sua circunstância se relaciona com os graus dos cursos universitários, que é o que aqui se aborda. Há monografias de outros tipos e finalidades, mas esta unidade curricular de Metodologia da Pesquisa Científica concentra-se no seu universo – os cursos de PósGraduação na área de Administração, por isso, a comunicação dirigida é específica e não genérica. A monografia de Graduação de cursos da área tecnológica é também designada como TCC – Trabalho de Conclusão de Curso. Não apresenta, em geral, grande preocupação com a metodologia científica. A monografia de Especialização está vinculada a cursos de Pós-Graduação nas mais diversas áreas do conhecimento. Nesse caso, a fundamentação científica já é observada, mas ainda não se fazem as exigências significativas que se aplicam nos cursos de Mestrado e Doutorado. A monografia de Mestrado é designada dissertação; a de doutorado chama-se tese. Ambas possuem características próprias e, de uma forma geral, são apresentadas com temas inéditos. A verdade é que os pesquisadores neste tipo de monografias devem aprofundar-se na apresentação das propostas metodizadas, utilizando-se de obras consagradas nas referências bibliográficas. Dissertações e teses podem vir a ser publicadas por Editoras, desde que estejam comprometidas com a metodologia científica e com valiosas contribuições à ciência e ao conhecimento, nas áreas a que se referem. As normas metodológicas que foram desenvolvidas até este ponto também se aplicam integralmente ao estudo de caso e ao artigo científico. Como já dissemos o estudo de caso pode ser transformado em monografia, desde que se obedeça à metodologia científica. Na sequência do tema solicitamos ao pesquisador que considere alguns itens importantes para a qualidade da monografia, como se destaca a seguir: • Número de páginas. Mínimo de 30 e máximo de 50, desconsiderando-se a capa, folha de rosto, termo de aprovação, dedicatória, agradecimentos e sumário. Resumo, abstract e índice são considerados na contagem das páginas; • Constituição do trabalho cientifico. Elementos Pré-Textuais, Elementos Textuais e Elementos Pós-Textuais; • Descrição dos elementos Pré-Textuais. Incluem capa externa de encadernação espiralada ou capa dura (só deve ser feita após a realização da defesa, correções finais e aprovação do Orientador), capa interna, folha de rosto, folha de aprovação,
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dedicatória (opcional), agradecimento (opcional), sumário completo (incluindo ilustrações, abreviaturas, glossário e outros), resumo e abstract; • Descrição dos elementos Textuais. É o trabalho propriamente dito – o seu desenvolvimento – ou seja, introdução, revisão das obras de apoio, resultados com provas (incluem-se aqui amostras, análise e justificativas, propostas de procedimentos) e considerações finais; • Descrição dos elementos Pós-Textuais. Referências bibliográficas e documentais, gráficos e ilustrações (opcional) e anexos, como o glossário (opcional). TERMOS TÉCNICOS DA MONOGRAFIA • Capa externa e interna. Na capa externa, de cor preta, com gravação em letras douradas, devem constar: UNIANDRADE – Centro Universitário Campos de Andrade; Área, nome e grau do curso (Pós-Graduação); Título da monografia; Nome do aluno; Cidade-sede da UNIANDRADE; Ano da elaboração do trabalho. Na capa interna repete-se integralmente o que se escreveu na capa externa; • Folha de rosto. Este item combina os dados apresentados nas capas com mais alguns detalhes, como identificação do tipo de monografia – ESPECIALIZAÇÃO – e o título acadêmico a ser obtido após a conclusão do Curso, com os seguintes dizeres: “Monografia apresentada a UNIANDRADE – Centro Universitário Campos de Andrade como requisito parcial à obtenção do Título de Especialista em...”; • Termo de aprovação. Nesta folha colocam-se o título da monografia; nome do aluno; data da conclusão do trabalho; nome e função dos examinadores e visto do Coordenador da área de Administração; • Dedicatória e agradecimentos. É uma folha opcional. Nela, o pesquisador elogia, agradece e formula comentários sintéticos sobre pessoas ou instituições que tiveram alguma importância na elaboração da monografia. • Sumário ou resumo. O sumário deve apresentar com clareza os pontos mais importantes do texto da monografia. Ao se ler o mesmo deve-se concluir sobre sua apresentação e desenvolvimento. A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas recomenda para este texto de 150 a 500 palavras. •
Abstract. É o sumário ou resumo traduzido para a língua inglesa, opcional.
• Índice. Todos os elementos da monografia devem constar no índice, considerandose sempre a primeira página deste. • Elementos Textuais. Estes elementos representam a essência do trabalho – é condição para a aceitação pelo Orientador que estejam bem caracterizados no contexto da monografia. Recomenda-se elaborar a Introdução apenas no final, ou seja, após o desenvolvimento completo, pois esta deve conter a razão do trabalho feito e o instrumento que permita compreender e aceitar as Conclusões e Recomendações. A Introdução é uma declaração de compromisso do pesquisador – é o momento em
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que se justifica a monografia, os objetivos que se pretendem atingir, a hipótese que fez o tema surgir e as investigações realizadas. Compromisso assumido é também o ponto de partida para o Orientador avaliar a monografia em consonância com a Intenção de Pesquisa. O assunto será devidamente analisado. As Considerações Finais sintetizam o trabalho e confirmam a hipótese apresentada na Introdução. • Elementos Pós-Textuais. Compõem-se de elementos coletados para a elaboração da monografia, que contribuíram para a qualidade apresentada. Fazer constar nas Referências Bibliográficas não somente as obras citadas no texto. Nesse caso, criar mais um título logo a seguir – Bibliografia Recomendada. O próprio Orientador poderá sugerir leituras, quando se ofereça uma oportunidade. O Glossário pode enriquecer a monografia. Nesse caso, o “pequeno dicionário”, ao final, apresentará citações sintéticas sobre termos técnicos, títulos e outros e que venham a facilitar a leitura. A estrutura física da monografia que se descreveu, em resumo, segue normas específicas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Modelos de assuntos abordados nas próximas aulas serão encontrados pelos alunos no AVA – Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem.
Informações gerais sobre o assunto
Conhecidas as regras básicas de elaboração da monografia o pesquisador pode formular exemplos para o tema, sem assumir ainda compromisso efetivo. No decurso do trabalho ainda se pode mudar até o enfoque dado inicialmente, ou mesmo o tema.
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Os conceitos básicos que interessam ao entendimento deste assunto resumem-se assim: 1. Existem vários tipos de monografias – para Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado. A disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica concentra-se na área de Administração, por isso, a comunicação é dirigida, de maneira específica e não genérica; 2. A monografia de graduação de cursos tecnológicos é, muitas vezes, designada como TCC – Trabalho de Conclusão de Curso; 3. A monografia de especialização está vinculada a cursos de Pós-Graduação nas mais diversas áreas; 4. As monografias de mestrado e doutorado recebem exigências próprias e são apresentadas com temas inéditos. 5. A monografia expressa a reflexão do pesquisador sobre determinado assunto, fornecendo-lhe elementos para a elaboração de um trabalho científico. É regra acadêmica que deve ser cumprida com a monografia, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista. 6. Permite também sintetizar conhecimentos, ordenar a vivência multidisciplinar do curso e passar com objetividade da teoria para a prática. 7. Verifica-se a concentração do pesquisador num tema básico abstraindo a dispersão de ideias, além do exercício na investigação científica. 8. As normas metodológicas também se aplicam ao estudo de caso e artigos científicos. Como já dissemos, o estudo de caso pode ser transformado em monografia. 9. Itens importantes a considerar na elaboração dos vários tipos de monografias: Número de Páginas – Constituição do Trabalho Cientifico – Descrição dos Elementos PréTextuais e Pós-Textuais – Termos Técnicos da Monografia – Capa – Folha de Rosto – Termo de Aprovação – Dedicatória e Agradecimentos – Sumário ou Resumo – Abstract – Índice - Elementos Textuais – Elementos Pós-Textuais. 10. A monografia deve seguir normas específicas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
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PROJETO DE ARTIGO CIENTIFICO A redação de artigo científico pode, eventualmente, ser solicitada aos alunos por professores como forma de avaliação parcial, à medida que as disciplinas se desenvolvem e com a finalidade de testar conhecimentos pela percepção analítica, teórica ou argumentativa. Desta maneira há uma preparação para a monografia, uma vez que o artigo científico é parte de um conteúdo maior. É um pequeno estudo em que não há preocupação de configurar uma proposta fechada, mesmo porque este artigo não exige propostas, mas relatos de técnicas, informativos sobre um assunto específico ou o resumo de uma literatura maior e mais ampla. O artigo científico pode ser conclusivo, mas menos aprofundado que a monografia, o tema até pode surgir durante a pesquisa bibliográfica que se desenvolva para esta. O detalhamento do artigo científico é o seguinte: 1. Como a monografia, o artigo científico possui três partes que são básicas – Pré-Textual, Textual e Pós-Textual. O pré-textual faz uma radiografia do que vai ser apresentado, expondo-a logo na primeira página. 2. Os elementos textuais definem a sequência do trabalho e recebem como títulos genéricos – Introdução, Desenvolvimento e Considerações Finais. Alguma outra palavra que precise ser colocada em destaque pode entrar como subtítulo no transcurso do texto. 3.
O Pós-Textual compõe-se de Referências Bibliográficas e Anexos.
Outras informações gerais sobre o artigo científico são as seguintes: •
Fonte Arial, tamanho 12;
•
Utiliza-se folha de papel branco tamanho A4;
• Medidas do papel: 21cm de largura x 29,07cm de altura, na espessura de 75g, com espaços de 1,5 entre as linhas em todo o corpo do texto; • Margens do papel para todo o artigo: 3cm nas margens superior, e esquerda e 2cm na e margem inferior e direita; • Na página em que o trabalho se inicia, ou seja, na página 2, as medidas devem ser as seguintes: 8cm na parte superior, mantendo os 3cm para os capítulos não principais, que não tenham destaque numérico; • Observar os seguintes espaços na margem esquerda do papel: 4cm a partir da margem para eventuais citações que contenham mais de três linhas; 10 toques para
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se começar a escrever a primeira linha; • A numeração é feita a partir da página 2, com uma distância de 1,5cm da margem inferior; • Escreve-se no alto da primeira página, em letras maiúsculas, um sob o outro: nome da instituição, área de pós-graduação, curso e disciplina. Depois: sete espaços abaixo, o título do artigo; seis espaços abaixo, em letras maiúsculas, o nome do aluno; quatro espaços abaixo a palavra RESUMO; • O Resumo deve ser feito em até oito linhas, em pequenas frases, com o conteúdo básico do artigo científico; • Quatro espaços para baixo, destacando as palavras-chave extraídas do texto, destinadas a indicar o conteúdo do artigo; • Os títulos dos capítulos são feitos de forma sequencial, não havendo necessidade de mudança de página quando isso ocorrer; • Após as Referências coloca-se a data por extenso, logo abaixo, na mesma página (cidade, dia, mês e ano) e a assinatura do autor.
Apresenta-se, a seguir, o resumo do assunto que trata da elaboração de Artigo Científico: O artigo científico pode ser utilizado para testar conhecimentos pela percepção analítica, teórica ou argumentativa, como parte de um conteúdo maior. Da mesma forma que a monografia, o artigo científico possui três partes – Pré-Textual, Textual e Pós-Textual. A ABNT estipula regras específicas para o artigo científico, incluindo tipo de papel e medidas, assim como a personificação da folha de rosto que apresenta uma visão resumida do conteúdo.
Coloca-se no alto da primeira página, em letras maiúsculas, um sob o outro: Nome da Instituição, Área de Pós-Graduação, Curso e Disciplina. Depois, abaixo, seguem-se: o Título do Artigo; Nome do Aluno; Resumo e cinco palavras-chave. O Resumo é escrito em até oito linhas, em pequenas frases, com o conteúdo básico do artigo científico. Finalmente, destacam-se do texto cinco palavras-chave, destinadas a indicar o conteúdo do artigo.
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Os elementos textuais definem a sequência do artigo e são designados como Introdução, Desenvolvimento e Considerações Finais. O Pós-Textual compõem-se de Referências Bibliográficas e Anexos. Após as Referências coloca-se a data por extenso (cidade, dia, mês e ano) e a assinatura do autor. Nesta aula, apresentaram-se os detalhes do processo de ligação da metodologia científica e da pesquisa em administração. Conheceram-se os tipos de monografias e a qualificação e destino dos seus conteúdos. Alcançou-se um sentido prático com os detalhes para o entendimento e elaboração de um artigo científico, como forma de avaliação eventual nas disciplinas da Pós-Graduação em Administração. Entendeu-se, afinal, porque a monografia está diretamente relacionada com o pesquisador, com o seu raio de ação, com as combinações que possam ser feitas pela percepção e criatividade. E, então, neste ponto é que se define qual o tipo de pesquisa mais apropriado, para que a partir dele se obtenham as informações que vão gerar a construção de uma proposta e das bases e argumentos que devem sustentá-lo. Já se conhece agora a sequência para a montagem da monografia. O conteúdo apresentado será detalhado em outra aula, como fizemos com o projeto do Artigo Científico. Na próxima, o estudo vai concentrar-se na teoria e prática das Linhas de Pesquisa. Poderemos, então, criar hipóteses com destino definido. É a oportunidade de estabelecer um roteiro operacional utilizando os conhecimentos já adquiridos nesta disciplina.
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ASOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6027: sumário. Rio de Janeiro, 2003. ASOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: resumos. Rio de Janeiro. 2003 ASOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6029: apresentação de livros. Rio de Janeiro. 2003 ASOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR10520: Informação e documentação – apresentação de citações em monografias. Rio de Janeiro. 2002 ASOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR12225: títulos de lombada. Rio de Janeiro. 1992 ASOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e documentação – trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio de Janeiro. 2002 ASOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informações e documentação – artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro. 2003 ASOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação – referências – elaboração. Rio de Janeiro. 2002 CENTURIÃO, Alberto. Ombudsman – a face da empresa cidadã. São Paulo: Educator editora. 2003 COSTA, Marco Antonio F. da et al. Metodologia da pesquisa – conceitos e técnicas. Rio de Janeiro: Editora interciência. 2001 MENEZES, Luís César de Moura. Gestão de projetos. 2.a edição. São Paulo: Editora atlas. 2003 RAMOS, Paulo et al. Os caminhos metodológicos da pesquisa. Blumenau: Odorizzi editora. 2005
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