METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA AULA 04 TIPOS DE LINHAS DE PESQUISA: TEORIA E PRÁTICA
AULA 04 - TIPOS DE LINHAS DE PESQUISA: TEORIA E PRÁTICA
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TIPOS DE LINHAS DE PESQUISA: TEORIA E PRÁTICA As Linhas de Pesquisa para o universo da Pós-Graduação em Administração são, em geral: 1. Marketing; 2. Finanças. 3.
Gestão de Pessoas.
4.
Gestão de Negócios.
Cada uma destas linhas possui objetivos bem definidos, relacionados com suas áreas específicas. Por outro lado, em cada uma pode-se encontrar um sem número de temas, exatamente correspondentes à variedade de organizações, seus produtos ou públicos internos e externos. O elemento catalisador é o pesquisador, sua percepção, capacidade de análise e exercício constante voltado para a mudança construtiva com o aproveitamento de oportunidades. Alguns dos tipos de objetivos que podem servir às diversas Linhas de Pesquisa destacam-se sob a influência atuante da inovação global no campo da administração: gestão empresarial, estratégia competitiva, desenvolvimento de competências, exercício do trabalho cooperativo, projetos práticos e “pensar globalmente e agir localmente”. Propomos alguns exemplos a seguir, colocados aqui de forma genérica. Porém, na monografia, devem receber um tratamento mais objetivo, identificando circunstâncias, dados e componentes reais. Quanto mais localizada estiver a pesquisa, mais autêntica ficará, ou seja, dentro de um universo previamente definido e delimitado.
Marketing
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1.
Ampliando a distribuição;
2.
Novas oportunidades de mercado;
3.
Criando vantagem competitiva para o produto x.
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Finanças 1.
Decisão estratégica de investimento para a criação de novo produto;
2.
Demonstração financeira dos resultados do exercício: planejamento estratégico empresarial para o próximo período;
3.
Margens de lucro com vistas à aplicação de incentivos.
Gestão de pessoas 1.
Plano de treinamento: educação continuada para as chefias;
2.
Motivação e parceria visando satisfação e produtividade no trabalho;
3.
Gerenciando pessoas no centro dos negócios.
Gestão de negócios 1.
Inovação tecnológica no atendimento ao cliente de varejo;
2.
O comércio eletrônico e o sucesso nos negócios.
3.
Telemarketing e satisfação dos clientes.
As Linhas de Pesquisa fornecem aos pesquisadores a possibilidade de enquadrarem as hipóteses na sua área de atuação preferencial. Neste momento, é conveniente responder algumas das várias perguntas que surgem no percurso do trabalho e que já foram abordadas nas aulas anteriores. Neste passo, elas estão sendo sintetizadas para que fiquem relacionadas pelos pesquisadores. Outras surgirão, certamente, mas as que se apresentam abaixo são as mais comuns. Eis as perguntas: COMO DEFINIR O ASSUNTO DA MONOGRAFIA? Os temas surgem da percepção e da observação. Passam à frente do olhar do pesquisador e, por isso, é importante não deixá-los escapar. A busca pela complementação, isto é, a relação do tema com a organização, com outras organizações e com o mercado, será feita por meio da leitura de jornais, revistas especializadas, apostilas e anotações de aulas do Curso, das referências bibliográficas adotadas, além de pesquisas pela Internet, entrevistas com professores e profissionais da área do tema escolhido e assim por diante.
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Na verdade, há sempre algo interessante à espera do olhar do pesquisador para ser usado na monografia. Como complementação, sugerimos consultar endereços da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e outros que divulgam suas normas na Internet. QUEM PROPÕE O ASSUNTO DA MONOGRAFIA? Os alunos, cada um por si. Com a Intenção de Pesquisa, apresenta-se o projeto e este é encaminhado à Coordenação do Curso, que analisa o atendimento às normas estabelecidas e devolve-o ao aluno com as suas considerações. Pode ocorrer a aceitação ou rejeição da Intenção de Pesquisa. No caso de rejeição, devese apresentar uma nova proposta no prazo de 30 dias, não prorrogável. QUE PREOCUPAÇÕES O TRABALHO MERECE? A redação deve ser feita com equilíbrio, valorizando-se todos os pontos destacados. Enquanto a bibliografia apoia os argumentos, as conclusões devem ser lógicas e contextualizadas para serem viáveis. QUAL A FINALIDADE DA MONOGRAFIA? A monografia cumpre duas finalidades. A primeira é a norma regulamentar ministerial que deu chancela aos cursos de Pós-Graduação; a segunda é fazer com que se percebam os novos enfoques das organizações e a inserção do sistema global na administração e nos negócios. Independentemente da Linha de Pesquisa escolhida e do tema nela focalizado, há características comuns a observar considerando-se que o pesquisador se tornará um especialista na questão, dada a necessidade de imersão no assunto escolhido. Verificase o motivo pelo qual isso decorre desta maneira quando se aplicam características necessárias ao desenvolvimento do conhecimento científico.
Convém, então, que se anote o seguinte:
• O composto da monografia, ao final, explica fenômenos de uma determinada área, vistos pela ótica de um especialista que os observou, estudou e concluiu com uma proposta lógica, racional e metodológica. • O especialista programa-se para o trabalho a ser desenvolvido e, por isso mesmo, espera-se que seja sistemático e metódico na explicação da sua proposta. •
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De alguma forma, pelo método científico, o especialista cerca-se de certezas
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diante do que demonstra, devendo sempre justificar e exemplificar os motivos das conclusões. • Durante a exposição, o especialista consegue estabelecer leis válidas para casos similares, atingindo com clareza condições análogas aos objetivos presentes. • A monografia resulta de um complexo processo de análise e síntese que deve permitir ao leitor a compreensão dos detalhes, para entendimento e adoção do que está sendo demonstrado. • A evidência dos fatos é regra para a monografia. A monografia não se inventa, pois é fruto das operações já descritas. A monografia nasce de um problema real e das suas possíveis e conclusivas soluções.
1. As Linhas de Pesquisa possíveis para esta Pós-Graduação são Marketing, Finanças, Gestão de Pessoas e Gestão de Negócios. 2. Cada Linha de Pesquisa pode revelar inúmeros temas, que correspondem a uma variedade de organizações, produtos e públicos. 3. Destacam-se alguns dos tipos de objetivos a serviço das diversas Linhas de Pesquisa: inovação global, gestão empresarial, estratégia competitiva, desenvolvimento de competências, exercício do trabalho cooperativo, projetos práticos e “pensar globalmente e agir localmente”. 4. Propõem-se exemplos genéricos para marketing, finanças, gestão de pessoas e gestão de negócios que, na monografia devem receber tratamento objetivo, identificando circunstâncias, dados e componentes reais. 5. As Linhas de Pesquisa fornecem aos pesquisadores a possibilidade de enquadrarem as hipóteses com a sua área de atuação preferencial. 6. Questões básicas para os pesquisadores neste processo: Como definir o assunto da monografia? Quem propõe o assunto da monografia? Que preocupações devem merecer o trabalho? Qual é, afinal, a finalidade da monografia? 7. A monografia deve explicar fenômenos de uma determinada área vistos pela ótica do especialista, gerando uma conclusão com proposta lógica, racional e metodológica. 8. O especialista deve ser sistemático e metódico na explicação de sua proposta, cercando-se de certezas diante do que demonstra, sempre justificando e exemplificando os motivos das conclusões e estabelecendo leis válidas para casos similares.
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9. A monografia resulta de um complexo processo de análise e síntese, que deve permitir a compreensão dos detalhes para entendimento e adoção da demonstração. O texto nasce de um problema real e das possíveis e conclusivas soluções.
IMPORTANTE Ao definir-se a Linha de Pesquisa e o problema que se pretende analisar é necessário ter em mente, de forma nítida, a diferença entre fato e acontecimento. Isso não é um mero jogo de palavras e, por conseguinte, o pesquisador atento deverá reconhecer a diferença e a importância dos seus conceitos no trabalho que vai executar. A diferença entre estes termos é muito sutil, embora qualquer um deles possa ser adotado diante da análise conjuntural que sensibilizou o pesquisador. O fato está dentro da organização, envolve as pessoas, os departamentos, as relações organizacionais e outras ocorrências de dimensão menor. Já o acontecimento possui dimensão maior e pode ser interno ou externo. Dimensiona-se pelo universo do seu alcance. Geralmente irradia-se de fora para dentro, influenciando a organização.
Políticas de governo, ajustes monetários ou fiscais e eleições são exemplos que podem trazer influências e afetar o comportamento organizacional em salários, política de preços e outros. No entanto, um grupo empresarial de porte pode influenciar também o mercado, o governo e até empresas não concorrentes. Então, fato e acontecimento podem superporse e influir na ordenação das realidades a estudar. Poderia estudar-se aqui, por exemplo, como funciona a articulação entre a estrutura da organização e a conjuntura econômica. Seria um tema já voltado para a estratégia empresarial. Parece complicado, mas não é. Explicamos, para melhor acompanhamento e compreensão: há sempre um cenário de fundo em qualquer fato ou acontecimento, representando o conjunto de forças que move a ocorrência. Isso se verifica em qualquer setor da vida humana, pois são as pessoas que manipulam os fatos ou mesmo perdem o controle sobre eles, dependendo das atitudes que tomam. A lógica nem sempre está presente e, por isso, lembramos ao pesquisador de que o universo e o tempo de um “olhar”, para determinadas situações, podem revelarse exíguos. Não há como evitar isso e, desta maneira, a concepção do tema – agora formulado dentro da Linha de Pesquisa – deve considerar o seu tempo de validade.
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Identificar realidades antes de definir linha de pesquisa Não há modelos prontos, embora muitas vezes se tente imitar o sucesso dos outros, ou mesmo se tente evitar os seus fracassos. A Linha de Pesquisa é um caminho proposto para uma situação em particular, que vai atender um problema setorizado, departamental, de mercado ou mesmo de políticas e estratégias de atuação. A identificação da realidade não segue, pois, o padrão estabelecido para a solução a propor. O que é bom para uma organização pode não ser para outra. Consequentemente, não se anula a metodologia, mas deixa de valer a hipótese. O pesquisador deve estar atento e não se deixar trair pelos rompantes provocados pela mudança – é grande a diversidade das empresas em tamanho, escopo, cultura e tecnologia. As técnicas e maneiras de tratar os problemas localizados não podem ferir culturas, e para alterar processos e técnicas há necessidade de se considerar as pessoas que, dentro ou fora da empresa, são a razão de tudo. A Linha de Pesquisa lida com o ambiente da organização. Quanto mais perto o pesquisador estiver desta organização – executivo, encarregado, chefe de setor, estagiário ou funcionário sem poder decisório –, mais o trabalho estará propenso a obter sucesso diante da mudança proposta. É o ambiente, afinal, que vai revelar a Linha de Pesquisa ao pesquisador e, dentro dela, a proposta de mudança em alguma questão específica, visando a melhoria da organização e a satisfação dos clientes internos e externos. Para tanto, é importante definir em caráter prioritário a realidade que se pode observar e exemplificar.
O exercício mais completo e eficaz para se encontrar a Linha de Pesquisa, e nela enquadrar o tema da monografia, é entender o que circula à sua volta, ou seja, qual é o cenário em que se desenvolve. Neste universo comum circulam problemas de vários tipos, dimensões e expressões – organizacionais, gerais, funcionais, de comunicação.
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Certamente, os problemas de comunicação podem até estar sendo tratados de forma generalizada, e por isso a sua identificação e os danos provocados ganham outras configurações. Anotar, então, que a opção pelo tema na Linha de Pesquisa segue uma sequência lógica com cuidados – muitos cuidados! – no desenvolvimento da comunicação. O passoa-passo é o seguinte: fundamentos captados pelo “olhar para dentro da organização”, compreensão do que foi percebido, destaque da competência do pesquisador, capacidade de observação comprovada e construção das ideias básicas do trabalho.
É o momento da pergunta-chave do pesquisador:
Quais os assuntos atuais da organização que provocam maior “estímulo para trabalho” para a elaboração da monografia?
ROTEIRO OPERACIONAL Ao definir a Linha de Pesquisa, traça-se um percurso de trabalho de caráter estratégico, pois esta passa a ser uma área exclusiva de concentração. Se o roteiro distinguiu a Linha de Marketing, por exemplo, esta vai servir de orientação para questões de ordem estratégica em categoria operacional para o gerenciamento, ou de microatividades nas áreas operacionais. Aqui devem se constituir novos processos para envolver as equipes em metas comuns de vendas, lançamento de produtos ou outros. Novamente, alertam-se os pesquisadores para as ações e interferências geradas pelas comunicações e pelos tipos de informação. É certo que as tecnologias interferem em todos os setores das organizações e, neste caso, mais do que desafiar as equipes de trabalho, são também motivos para respostas positivas ou negativas expressas pelas mesmas. Tudo vai depender das políticas de recursos humanos adotadas e da importância operacional que é dada às equipes. A Linha de Pesquisa revela um roteiro operacional próprio, de características que lhe permitem ser descritiva na área de concentração qualitativa e, desta forma, apresenta aspectos essenciais positivos. Quanto mais se acentuar esta área de concentração, mais o tema será visto e encarado como um todo. Sim, porque a Linha de Pesquisa não isola o tema, mas dá-lhe amplitude. Seria negativo, e de resultados improcedentes, imaginar-se que os conteúdos seriam criados fora dos grupos de trabalho. Isso não acontece de forma alguma, pois os acontecimentos geram o tema, e este surge, cria-se, evolui e corrige-se de forma criativa no seu ambiente natural – a organização e as pessoas. São estas, sem dúvida, que alimentam e mantêm vivos os processos. Já dissemos antes que as pessoas criam as informações e alimentam bem ou mal a comunicação. A Linha de Pesquisa vai atrás do significado dos resultados da organização
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para conseguir criar o tema em uma área específica – dá-lhe um título e analisa-o como um fenômeno da organização em que atuam pessoas, dentro e fora. As pessoas são os sujeitos dos processos, não interessa o nível hierárquico em que se localizam na organização. O material que cada um possui é o fruto do seu trabalho, as suas rotinas – o processo, bem ou mal descrito e avaliado. Os objetos são os procedimentos que levam aos resultados. Todo o ciclo de vida da monografia, desde a primeira percepção até o dia da defesa da mesma, é percorrido por etapas, e nestas aprofundam-se as ideias e aprimoram-se os conceitos que devem confirmar a proposta de solução. O ciclo de vida contém o projeto, que se vem descrevendo desde a primeira aula, em diversas fases. Cada fase corresponde a uma determinada série de procedimentos da pesquisa e outras tantas conclusões subordinadas aos diversos sistemas que compõem as organizações. Estes sistemas auxiliam a compreensão, se bem entendidos, e permitem estabelecer as relações do problema a ser estudado. Assim, todas as organizações possuem componentes intrínsecos: 1.
Sistemas permanentes;
2.
Sistemas temporários;
3.
Sistemas de coordenação.
Cada um destes sistemas interliga-se com os demais determinando o seu tempo de vida, se mais ou menos longínquos no dinâmico processo organizacional. A Linha de Pesquisa adotada necessita da percepção do pesquisador para definir um tempo de vida que mereça o tempo investido para resolver o problema em determinado sistema. É preciso fixar bem isso para evitar perda de esforços e, sobretudo, para não valorizar determinada questão que não é importante no seu contexto. É preciso, então, atribuir conceitos a cada um dos sistemas vigentes dentro da organização. Os sistemas permanentes, ainda que não sejam definitivos, são os que se definem por períodos de tempo mais longos de vida: as linhas de produtos e tipos de serviços da organização, os esquemas de produção, a administração financeira, padronização de produtos, vendas, política diretiva e de gerenciamento e outros que permitam representar a essência da organização. Os sistemas temporários são representados pelas estratégias sazonais e tudo o que venha a ser realizado em resposta a decisões recorrentes de governo, estímulos do mercado e aproveitamento de oportunidades. As reações positivas dos clientes internos e externos podem levar a organização a transformar sistemas temporários em sistemas permanentes.
Isso nasce de descobertas que se fundamentam em bons resultados obtidos.
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Citam-se como exemplos a boa performance conseguida com produtos ou serviços de estação, abertura de novas filiais ou escritórios de representação. Os sistemas de coordenação, em geral, são formalizados mais em organizações de porte e visam manter o seu equilíbrio e harmonia de funcionamento. São os times de qualidade, comitês de marketing, cargos e salários, fabricação e outros. Embora possam os sistemas de coordenação vir a ser constituídos em caráter permanente, na prática, o seu funcionamento está diretamente ligado ao bom funcionamento da organização. Por isso o seu ciclo de vida está relacionado com as regras básicas da essência da organização. O roteiro operacional ditado por uma Linha de Pesquisa determina, afinal, o enquadramento do problema a ser enfocado. Antes de mais nada, é um conjunto de procedimentos para ampliar conhecimentos obtidos no Curso e estabelecer a interdisciplinaridade. Exercita-se, então, a ligação das unidades curriculares com a manipulação dos conceitos aplicados à administração. Por isso há uma aplicação direta, pois o problema apontado é real, deve ser delimitado para que não se perca o foco e, principalmente, objetivo e claro. Desta maneira apresenta o pesquisador não só como autor da idéia, mas vivendo-a, sentindo-a e apresentando-se no papel de um especialista.
Informações particulares sobre o assunto
A Linha de Pesquisa define a proposta do projeto e, assim, para desenvolvê-lo, é mais conveniente criar perguntas para serem respondidas ao longo do trabalho.
Eis alguns exemplos:
O assunto escolhido define o tema com clareza e permite identificar a sua abrangência com outras disciplinas do Curso? Justificar. As referências bibliográficas escolhidas estão compatíveis com o enunciado e com a proposta que se deseja sugerir? Justificar.
Sujeito e objeto do tema devem ficar claros na visão do problema? Justificar.
É possível fazer uma delimitação clara do tema, visando contextualizar o universo definido sem perda de objetividade? Justificar.
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Os conceitos básicos que interessam ao entendimento deste assunto resumem-se assim: 1. A Linha de Pesquisa permite traçar-se com um percurso de trabalho de caráter estratégico para a monografia. 2. Os pesquisadores devem sempre estar atentos para as ações e as interferências geradas pelas comunicações e pelos tipos de informação. 3. A Linha de Pesquisa revela um roteiro operacional próprio de concentração qualitativa reveladora de aspectos essenciais positivos. 4. Os processos são alimentados por um ambiente natural da organização e das pessoas, as quais alimentam e mantêm vivos os processos. 5. As pessoas são os sujeitos dos processos; os procedimentos que levam aos resultados, o objeto. 6.
As organizações possuem componentes intrínsecos:
•
Sistemas permanentes;
•
Sistemas temporários;
•
Sistemas de coordenação.
Cada um destes sistemas interliga-se com os demais, determinando o seu ciclo de vida. 7. Sistemas permanentes definem-se por períodos de tempo mais longos: as linhas de produtos e tipos de serviços, esquemas de produção, administração financeira, vendas, política diretiva e de gerenciamento, entre outros. 8. Sistemas temporários são as estratégias sazonais e tudo o que venha a ser realizado em resposta a decisões recorrentes de governo, estímulos do mercado e aproveitamento de oportunidades. Reações positivas de clientes, em particular, podem levar a organização a transformar sistemas temporários em sistemas permanentes. 9. Sistemas de coordenação são formalizados mais em organizações de porte, e visam manter o seu equilíbrio e harmonia de funcionamento. 10. Roteiro operacional é um conjunto de procedimentos para ampliar os conhecimentos obtidos no Curso e estabelecer a interdisciplinaridade.
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O QUE É E O QUE NÃO É “PROJETO” DENTRO DE UMA LINHA DE PESQUISA É preciso ser claro – nem todos os problemas detectados numa organização são passíveis de enquadramento numa Linha de Pesquisa. Em função disso é importante distinguir com a ótica de pesquisador-analista o que diferencia um projeto de uma atividade rotineira que, eventualmente, manifeste um problema localizado, como desentendimento entre duas pessoas, atrasos de funcionários e outras ocorrências que não se esgotam em si mesmas. Vão repetir-se e ocorrerão por fatores incontroláveis. A Linha de Pesquisa deve vincular-se a um projeto. Será multidisciplinar e esgotase quando se alcança o seu objetivo. Por isso é importante na sua formulação. O Tema recebe um título e possui sujeito e objeto. O projeto é, então, um empreendimento – a Linha de Pesquisa é a sua identificação. O tema da monografia é a delimitação que tanto se destaca para que não ocorram desvios nem mistura de procedimentos. Assim, distinguem-se duas áreas de acontecimentos numa organização, ou seja, a rotina das operações do dia-a-dia, intrínsecas à própria organização, e o ato inovador, que já foi abordado anteriormente. É o exercício criativo do pesquisador inovando com um projeto específico e cuidadosamente estudado. Além disso, o sucesso do projeto depende também do agente de mudança, ou seja, aquela pessoa que vai responder diretamente ao executor principal e é responsável pelos passos do processo. A monografia deve prever esta figura, em função do porte do próprio projeto. Nas circunstâncias definidas, este responsável pode ser um consultor externo ou uma pessoa escolhida dentro da organização - um coordenador que seja capaz de liderar os passos a serem dados com eficácia. A tarefa principal do agente de mudança diante da Linha de Pesquisa adotada é a de conversão. Converter o problema definido dentro da organização em sentimento que defina, ao mesmo tempo, a motivação e a necessidade de mudar. Sempre ocorrem resistências às mudanças, ainda mais quando estas são estruturais e podem afetar a rotina das pessoas ou exigir mais da sua criatividade e do seu empenho. Um fator muito acentuado nas organizações é a dispersão de esforços, caracterizada por desvios causados pelo agente humano. Um bom projeto pode esbarrar nas resistências acumuladas dentro da organização, e o pesquisador deve ter isso em mente, partindo sempre do ensejo que o seu tema é real e, por isso, sujeito às mais variadas reações humanas. O comprometimento individual é uma chave para que o objetivo seja alcançado. Ao mesmo tempo, deve ficar claro que a proposta da monografia estimula a arte da administração com o processo de inovação. E esta é uma boa maneira de se saber como anda a criatividade e a atitude de trabalho de cada pesquisador.
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Apresentamos, a seguir, o resumo do assunto que trata da diferenciação entre projeto e atividade rotineira: 1. Distinguir, com a ótica de pesquisador-analista, o que diferencia um projeto de uma atividade rotineira. 2. A Linha de Pesquisa vincula-se a um projeto. É multidisciplinar e esgota-se quando alcança o seu objetivo. 3. O projeto é um empreendimento – a Linha de Pesquisa é a sua identificação e o tema da monografia é a delimitação do assunto. 4. Distinguem-se duas áreas de acontecimentos numa organização – a rotina das operações do dia-a-dia, intrínsecas à própria organização, e o ato inovador. 5. O sucesso do projeto depende também do agente de mudança, responsável por converter o problema em sentimento de motivação e de necessidade de mudar. 6. Ocorrem resistências às mudanças – dispersão de esforços caracterizada por desvios no fator humano. O comprometimento individual é uma chave para que o objetivo seja alcançado, e o pesquisador deve ter isso em mente.
Nesta aula desenvolveram-se os assuntos relacionados com as Linhas de Pesquisa que podem ser adotadas, o seu roteiro operacional e o entendimento, afinal, do que pode ser considerado um projeto. Constatou-se a importância da atitude de trabalho para o envolvimento do pesquisador com o tema da monografia. Citaram-se as Linhas de Pesquisa e seus campos de ação para auxiliar a busca e o encontro do tema que fale mais de perto. Não adianta querer evoluir por uma área que não se domine e cujos conhecimentos análogos sejam insuficientes.
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Exercitaram-se, em perguntas e respostas, o que é mais comum surgir como dúvidas, para dar a arrancada do processo de redação. Citaram-se, também, os sistemas empresariais e a sua entrada no roteiro operacional, para concluir com o entendimento a respeito da identificação clara do que seja um projeto. Na próxima aula, o estudo vai concentrar-se nos procedimentos técnicos e metodológicos para elaboração da monografia. O objetivo será detalhar, em termos práticos, a apresentação da monografia. Mais adiante, na última aula, apresentaremos aos pesquisadores um modelo de Intenção de Pesquisa e a sistematização para desenvolver o assunto de maneira prática e objetiva.
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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª. Edição. São Paulo: Atlas, 2002. LÜCK, Heloísa. Metodologia de projetos - uma ferramenta de planejamento e gestão. 4a. Edição. Petrópolis: Editora Vozes. 2005. MENEZES, Luís César de Moura. Gestão de projetos. 2.a edição. São Paulo: Editora Atlas. 2003. RAMOS, Paulo et al. Os caminhos metodológicos da pesquisa. Blumenau: Odorizzi Editora. 2005.
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