METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA AULA 05 PROCEDIMENTOS TÉCNICOS METODOLÓGICOS PARA ELABORAÇÃO DA MONOGRAFIA
AULA 05 - PROCEDIMENTOS TÉCNICOS METODOLÓGICOS PARA ELABORAÇÃO DA MONOGRAFIA
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PROCEDIMENTOS TÉCNICOS METODOLÓGICOS PARA ELABORAÇÃO DA MONOGRAFIA A monografia necessita de um planejamento uniforme, independentemente das normas técnicas e metodológicas do seu desenvolvimento e apresentação final. Este planejamento comporta variáveis que permitem analisar com detalhes, antes da elaboração e depois da conclusão, os diversos elementos que compõem o tema. Os pesquisadores podem estabelecer as variáveis do trabalho, conforme o teor e a complexidade da questão enfocada. Influem na disposição dos itens a área abordada, o tema e a proposta que se pretende apresentar. Tais variáveis podem abranger os títulos de itens metodológicos; estilo de comunicação do pesquisador; cuidados tomados com as provas ou experimentações; apresentação e argumentos; considerações feitas pelos leitores.
Segue-se ao detalhamento de cada um dos itens:
VARIÁVEIS METODOLÓGICAS: - Tema escolhido; - Importância que o justifica; - Contexto definido; - Delimitações; - Título; - Organização do texto; - Roteiro; - Destaques do conteúdo; - Sequência. ESTILO DE COMUNICAÇÃO DO PESQUISADOR: - Objetividade; - Adequação gramatical; - Valorização do tema; - Características do estilo. CUIDADOS COM AS PROVAS OU EXPERIMENTAÇÕES: - Elementos seguros de consulta; - Referências recentes;
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- Experimentações compatíveis; - Apoio metodológico. APRESENTAÇÃO E ARGUMENTOS: - Distribuição adequada do texto; - Linguagem persuasiva; - Tratamento imparcial; - Oportunidade do assunto; - Aplicabilidade. CONSIDERAÇÕES ESPERADAS DO ESTUDIOSO E LEITOR: - Interesse pelo tema; - Aplicabilidade; - Atendimento à necessidade específica. O pesquisador deve manter uma ótica construtiva, visando a qualidade da sua monografia. Um passo importante é submetê-la com confiança ao Orientador para que os itens relacionados alimentem, eventualmente, a crítica construtiva sobre o texto, a proposta e os objetivos. O ideal é conseguir produzir uma redação de interesse para a comunidade universitária e empresarial, e não apenas cumprir um requisito regulamentar para a obtenção do título de Especialista. A crítica ao trabalho durante a sua elaboração, e mesmo depois de concluído, é necessária. Para avaliar um trabalho produzido é importante a opinião alheia e, tratando-se da ciência da administração, o apoio intelectual é fundamental. A autocrítica é necessária e para exercê-la com plenitude, espera-se que o pesquisador consiga: 1.
Intuição para formular a hipótese;
2.
Sensibilidade para expor as descobertas da melhor maneira;
3.
Argumentos e apoios bibliográficos;
4. Conhecimentos suficientes para valorizar a qualidade do que se propõe, e gerar interesse nela. A convicção de quem escreve influi na verdade e, por isso, de uma forma ou de outra, o pesquisador acaba sendo parcial em determinadas colocações. Assim, quando escreve, o pesquisador deve fazer um esforço para não perder a visão do conjunto, sabendo-se que, ao final, as partes vão reunir-se num todo, e estas devem relacionar-se entre si. Destaque: Há alguns aspectos que devem deixar atentos os pesquisadores, pois
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é fácil confundi-los, principalmente quando a disponibilidade de material e referências for grande. É importante relembrar que o trabalho começa por uma rigorosa seleção de hipóteses, temas e apoios. Esta é a grande chance de aprender e se exercitar na metodologia científica, que conduz os pesquisadores ao rigor temático, à ordem e à vigilância constante sobre os objetivos. Afinal, no exercício de cargos gerenciais e de comando, em geral, os profissionais terão que optar por esta postura para o cumprimento de planejamento, metas, meios disponíveis e resultados. Para resumir esta preocupação, os pesquisadores devem se habituar a ler, mas fazendo esta leitura sempre de forma crítica, apoiando ou contestando, com argumentos, as informações recebidas e os conhecimentos e habilidades pessoais que exercitam a percepção. Para complementar estas habilidades, tomar o cuidado de separar opiniões pessoais de informações que seguem o método científico. Nem sempre o dito de uma pessoa ligada a uma determinada área tem fundamento, pois o que valoriza uma premissa no campo científico é a sua experimentação, a prova, a verdade descoberta. A simulação é bem acolhida num processo de criação de argumentos, mas é preciso que siga os princípios da prova e do conteúdo experimental. Por essa razão é muito produtivo trabalhar-se com perguntas ao longo do texto, pois estas propõem as respostas capazes de permitirem a visão do objetivo. Em todas as aulas desta unidade curricular, aplicou-se este princípio orientador para os pesquisadores. As observações estão ligadas à percepção do pesquisador. Permitem captar dados, informações importantes e a inserção no cenário do tema. Observar enriquece o trabalho com identificações e; sobretudo, apoia a certeza das propostas que se querem fazer. Para refletir: Inúmeras conclusões estão desfilando nesta aula e, assim, também será na aula seguinte. À medida em que os conhecimentos apresentados possibilitam conclusões, é natural que os pesquisadores já consigam raciocinar em termos práticos, pois os problemas se dispersam por aí e, ao mesmo tempo em que sensibilizam os estudiosos, mostram o dinamismo das organizações. Os seres humanos – clientes internos e externos – estão em contínua interação, mostrando lacunas importantes, ou seja, temas para as monografias. É preciso ter cuidado, no entanto, com as contradições ou aparências que se mostram com tintas de realidade. No método científico se trabalha com realidades e se busca a verdade dentro de uma área delimitada. Entendeu bem essa questão? Há possibilidade de se trabalhar com fundamentos reais? Quais os argumentos favoráveis? Quais as provas? Mãos à obra.
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A esta altura dos acontecimentos, os pesquisadores já definiram uma série de hipóteses. Aplainaram os caminhos para o trabalho a ser realizado e já começam a visualizar temas. Isto é ótimo. Recomenda-se anotar títulos de temas de assuntos, ainda sem a preocupação de encontrar o tema ideal. Neste momento, o exercício é unir a percepção à imaginação, alimentando ambas com assuntos reais que possam consolidar um título que permita reunir dados e antever propostas.
BOA SORTE!
Os procedimentos técnicos metodológicos para a elaboração da monografia são os seguintes: 1. A boa qualidade da monografia depende de planejamento uniforme, com variáveis que destaquem detalhes antes da elaboração e depois da conclusão. Tais detalhes são estabelecidos conforme teor e complexidade da questão enfocada – atinge títulos de itens metodológicos, estilo de comunicação do pesquisador, cuidados tomados com as provas ou experimentações, apresentação e argumentos e considerações feitas pelos leitores. 2. Variáveis metodológicas são: tema escolhido, importância que o justifica, contexto definido, delimitações, título, organização do escrito, roteiro, destaques do conteúdo e sequência. 3. Estilo de comunicação do pesquisador caracteriza-se por objetividade, obediência gramatical, valorização do tema e características do estilo. 4. Cuidados com as provas ou experimentações – devem permitir fontes seguras de consulta, referências recentes (preferencialmente com menos de 10 anos de publicação), experimentações compatíveis e apoio metodológico). 5. Apresentação e argumentos – distribuição adequada do texto, linguagem persuasiva, tratamento imparcial, oportunidade do assunto e aplicabilidade. 6.
Considerações esperadas do estudioso e leitor – interesse pelo tema, aplicabilidade
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e atendimento a necessidade. 7.
Para exercer a autocrítica é necessário:
•Intuição para formular a hipótese;
•Sensibilidade para expor as descobertas da melhor maneira;
•Argumentos e apoios bibliográficos, e
•Conhecimentos suficientes para valorizar a qualidade.
8. A simulação é importante no processo de criação de argumentos – seguir os princípios da prova e do conteúdo experimental. 9. Recomenda-se anotar títulos de temas, exercitando a percepção com imaginação criativa.
MODELO DE ARTIGO CIENTÍFICO E CONSIDERAÇÕES GERAIS O artigo científico já foi analisado com teoria em aula anterior. Para melhor visualização, apresenta-se agora um modelo, fornecendo-se aos pesquisadores uma visão melhor da sistemática e das regras que norteiam este exercício sob a metodologia científica. MODELO - EXEMPLO Nome da instituição Pós-graduação em administração Curso Unidade curricular A sociologia e a ciência da administração Nome do aluno RESUMO O presente artigo trata da relação entre Sociologia e ciência da Administração. Relação de natureza entre a organização e os grupos de trabalho. Procedimentos intelectuais no planejamento. Planejamento e configuração de objetivos. Motivação e produtividade. Agregação de valores com exercício motivacional e suas fases. Satisfação
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no trabalho. Teoria dos Sistemas Sociais e Burocracia. Meios de comunicação e informação. Fenômenos sociais da organização. Coordenação de grupos e motivação para o trabalho. Planejamento e futuro da organização. Dinâmica da cooperação. PALAVRAS-CHAVE: Organização – objetivos – burocracia – coordenação – motivação. INTRODUÇÃO A ciência da administração utiliza o planejamento como princípio para obter a excelência no trabalho, servindo-se dele para estabelecer objetivos e definir a linha de ação para atingi-los. São propósitos que visam obter procedimentos intelectuais, ou seja, formular objetivos definindo o curso operacional a seguir e fazendo a opção pelas ferramentas necessárias. Os grupos de trabalho da empresa encontram-se no âmago deste processo, fornecendo à Sociologia uma série de identificações conclusivas. Com universo próprio, a Sociologia faz generalizações sobre a natureza das pessoas, aprofundando-se na integração dos grupos humanos, descrevendo seu comportamento. Aprofunda-se também na estrutura das organizações e no papel delas como exercício de poder e autoridade. O fim a que as pessoas querem chegar é sempre muito pessoal, mas na empresa os objetivos de trabalho serão dos grupos. Assim, objetivos são fatos concretos, têm forma, dimensão e tempo próprio para acontecer. Sem objetivos não pode haver planejamento, e para que estes se tornem viáveis é preciso considerar uma série de detalhes da organização, pois não basta querer melhorar. Estabelecidos os objetivos, define-se o curso operacional voltado para o futuro, sobretudo quanto à “organização administrativa” e à “divisão do trabalho”. É pela divisão do trabalho que se estabelecem os conceitos de eficiência e a expectativa do que se pode esperar dos vários grupos na estrutura administrativa. Encontra-se aqui o ápice do processo organizacional com os grupos: controlamse as atividades, realiza-se a coordenação com a supervisão mais adequada e se desenvolve a motivação. A divisão do trabalho encaminha para a especialização. Quanto mais especializados forem os grupos, mais difícil se torna a supervisão. Pode ocorrer aqui o chamado “comportamento racional”, um “pressuposto individual” que interfere no grupo, muito embora possam existir posições diversas a respeito. Ora, todos vão a procura de trabalho em organizações estruturadas, buscando meios para alcançar integração social e idoneidade. Por outro lado, sempre se encontrarão aqueles componentes de outros grupos que possuem objetivos mais remotos, como fazer uma carreira e colher reconhecimento salarial.
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A ciência da administração é uma ciência social, e por isso vincula-se de maneira íntima e próxima a Sociologia. Há uma relação de natureza da organização e dos grupos de trabalho, pois à Sociologia interessa localizar, nestes aglomerados, a confirmação dos aspectos estruturais e dinâmicos que se revelam nos sistemas sociais em geral. OBJETIVO O presente artigo tem como escopo mostrar a ligação da Sociologia com a Administração, principalmente na questão da coordenação dos grupos e da sua motivação para o trabalho. O exercício motivacional, dentro das organizações, passa por diversas fases, a saber: deveres oficiais e regulamentares contidos nos cargos; estruturação hierárquica; disciplina funcional; impessoalidade administrativa; tentativa de fazer uma carreira; desenvolver o trabalho com parâmetros de eficiência. Com base nesse quadro de formulações, a empresa agrega valores para criar incentivos motivacionais. Visa que os grupos, a partir do esforço individual dos integrantes, absorvam a cultura da organização, valorizando o seu potencial, pois nunca poderá ser esquecido que ela se dirige a tipos diversos de clientes, com os quais objetiva obter lucro. Geralmente os incentivos são criados pelas organizações quando percebem queda de vendas, aumento da concorrência no mercado e redução de produtividade interna. O primeiro passo eficaz para um projeto de motivação é não lidar com sonhos, mas com fatos e prêmios reais, capazes de seduzirem as pessoas, alimentando-as pela sinergia da comunicação de grupo e, muitas vezes, até pela competição. A motivação, em síntese, visa abrir caminhos para a qualidade e a produtividade na organização, mas depende do atendimento às necessidades internas de cada indivíduo, pois os fatores externos funcionam como reflexos. DESENVOLVIMENTO As organizações revelam vários grupos, com dimensões várias e naturezas específicas. São sistemas sociais, dentro de um conglomerado organizacional, que registram comportamento, interação, sentimentos, normas, relações internas e externas. Aqui se revela a teoria clássica dos sistemas sociais de Max Weber, denominada burocracia. Percebe-se que esta burocracia, entendida como a própria estrutura da organização, produz a dinâmica dos sistemas sociais internos. E aqui, a coordenação gerencial é um fator importante. A motivação é um aditivo para a valorização do comportamento burocrático dos grupos na organização. No entanto, será menos eficaz quando os sentimentos do referido grupo se sobreponham aos objetivos e, sobretudo, quando não haja disciplina para o exercício de um trabalho definido. Está diretamente ligada ao grau de satisfação do trabalho, que é dinâmica e possui limites de tempo – deteriora-se rapidamente caso não seja devidamente alimentada. É muito mais difícil manter grupos motivados no trabalho do que manter a sua motivação.
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Pessoas e grupos, de forma intuitiva e deliberada, procuram fontes de poder pela influência ou pelos interesses estruturais que se formam dentro da organização. O ônus será a desmotivação e até a queda de produtividade, caso a coordenação gerencial não se anteponha às crises e aos eventuais conflitos. Por isso, é importante sempre destacar os objetivos convencionados e os parâmetros da participação prevista para cada grupo. Estas expectativas podem ser equacionadas pelos meios de comunicação bem trabalhados e pelo aproveitamento dos hábitos culturais dos grupos. Os principais fenômenos sociais da organização que mais têm interessado aos sociólogos são os processos de cooperação, competição, conflito e acomodação, pois influem diretamente na produtividade e estimulam alterações no sistema organizacional. Em razão disso, a função gerencial cada vez mais é estimulada a preocupações de fundo social, pois coordenação e motivação dependem de vários fatores anteriores que acompanham os indivíduos. É importante, por isso, conhecer-se a influência da família e da sociedade na postura profissional do grupo. Max Weber, importante teórico da Sociologia, colocou como muito importante avaliar a configuração interna da organização. Neste composto sobressaem-se os conceitos sociais de hierarquia, subordinação funcional, controle e fiscalização, produtividade nas funções, natureza de obrigações específicas por graus de responsabilidade, faculdades de comando, aplicação de penas disciplinares. Com isto imaginou atingir a pirâmide social da organização. Os princípios da burocracia prescrevem, na sua essência, uma unidade comportamental para os grupos, em função dos objetivos determinados no planejamento organizacional. Na prática, constata-se um exercício de caráter social. Este exercício, a que se submetem todos os grupos, planeja uma vida uniforme para que as pessoas possam agir dentro de padrões sociais aceitáveis. CONCLUSÃO Como planejar é a atitude de pensar no futuro, a organização tem o desafio de obter cooperação entre os grupos de trabalho, estando a motivação colocada como um dos meios mais eficazes para tal. Teorias, técnicas, incentivos e benefícios têm sido utilizados de forma didático-pedagógica, visando obter resultados concretos dentro deste raciocínio. Para cada objetivo poderão ser escolhidos vários caminhos – para todos eles, a ciência da Administração disporá da experiência sociológica. Questões como redução de custos, eliminação de desperdícios ou resultados de vendas podem estabelecer uma nova relação entre tempo e espaço, com o melhor aproveitamento dos recursos materiais. Na essência deste exercício organizacional estão questões como divisão do trabalho, relações sociais dos grupos e normas de organização. A organização é um sistema social, e como tal, as pessoas devem saber o que fazem, por que fazem e para que fazem. Com estas respostas alimenta-se o processo de
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comunicação, possibilitando também a tomada de decisão com mais segurança. Na prática, a comunicação eficaz é um dos principais ingredientes do sucesso nas organizações. A natureza da organização e a sua presença como instituição social interessam à Sociologia, pois interferem na vida dos indivíduos que a compõem, recebendo também a cultura familiar e os hábitos culturais da comunidade a influir no chamado ordenamento político da sociedade. Entre a empresa e a sociedade há uma constante mudança, muito embora se verifique uma integração muito íntima. Daqui deriva a conjugação das duas ciências. REFERÊNCIAS MACEDO, Ivanildo Izaias et al. Aspectos comportamentais da gestão de pessoas. Rio de Janeiro: Editora FGV. 2004. MORGAN, Gareth. Imagens da organização. São Paulo: Editora Atlas. 2002. Cidade/ Estado, dia/mês e ano. (assinatura do autor) ALGUMAS EXPLICAÇÕES SOBRE O ARTIGO CIENTIFICO: 1. O artigo será melhor compreendido pelo leitor se o pesquisador conseguir evitar a divagação e, ao mesmo tempo, não se perder no contexto. A atenção deve ser dedicada à síntese, sem desvios, para que o contexto criado se mantenha vivo a cada passo. 2. O contexto enfocado complementa a definição que se deseja dar ao tema, e o leitor deve perceber facilmente esta nuance. 3. O artigo não deve ser muito curto e nem muito longo. O ideal é que o pesquisador siga o padrão, entre 8 e 12 páginas, incluindo capa e referências. É preferível, caso o assunto seja mais extenso, optar por desmembrá-lo em vários artigos, estabelecendo conexão entre eles, sem manter o título idêntico nem numerá-los. Cada um deve ser independente entre si, seguindo o mesmo esquema de introdução, objetivo, desenvolvimento, conclusão e referências, como exemplificado anteriormente. 4. O porquê da escolha do tema: ou o pesquisador atende uma solicitação de uma unidade curricular ou tem outra razão específica para escrever o artigo. O motivo não modifica as características que devem ser seguidas, pois a forma é a mesma. O importante é destacar no texto do artigo científico o escopo do mesmo, como consta no exemplo dado. 5. Colocar ao leitor os argumentos de forma clara, sem esperar produzir raciocínios especiais. O artigo científico é uma informação direta e objetiva, enquanto a monografia é mais extensa, visa resolver uma situação e demanda, muitas vezes, a prática resultante do caráter experimental. 6. Ao escrever, o pesquisador deve assumir a postura científica, pois é preciso estar consciente da importância das conclusões e da ótica defendida. Um artigo científico dirige-se a uma comunidade de padrão cultural mais alto ou próximo do pesquisador e, por isso, há que se considerar se a linguagem está adequada e se o que se vai expor faz
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parte, realmente, do contexto. 7. Praticar a empatia sempre. Imaginar-se no lugar do leitor para poder entender o pensamento colocado no texto, assim como as reflexões que este propõe. Exercitar-se no lugar do outro – é para ele que se escreve e se argumenta. 8. Observar a coerência no que se escreve. Parar de vez em quando para reler o que escreveu e constatar que o caminho continua o mesmo. Evitar dispersões, pois mesmo eventuais elementos de apoio devem ser interdependentes. É por isso que o texto do artigo científico deve ser uma resolução interpretativa do pesquisador com conclusão firmada. 9. O artigo científico escrito corretamente apresenta ritmo e harmonia. A conclusão do que é dito ao longo do texto é uma continuação que o leitor deve quase pressupor durante a leitura. Para tanto, as regras da escrita devem ser obedecidas: unidade gramatical e estrutural – as ideias devem ser elucidativas e claras, simples e objetivas. 10. A resolução da questão levantada, ou seja, a Conclusão – ou Considerações Finais – deve ser de tal forma que deixe o leitor satisfeito após ter acompanhado as diversas fases da exposição. Com isso, ele terá participado do sentimento e do sentido do tema proposto, acompanhando-o a par e passo, do início ao fim, identificando, no todo, coerência e realidade. IMPORTANTE A abordagem do tema escolhido para o artigo científico deve manter estreita relação com o que se vai escrever sob o título de Objetivo. A linguagem clara auxilia o leitor a compreender melhor. Esta recomendação parece óbvia, mas são muitos os trabalhos de pós-graduados que se mostram sem a preocupação de exercitar empatia com os seus leitores. Com isso, aumenta-se o grau de abstração e perde-se consistência e objetividade. Outro detalhe importante na abordagem é o cuidado que o pesquisador deve ter para não se colocar no centro do texto. De que forma? Usando sempre a terceira pessoa do singular nas frases. Exemplos: acredita-se, conclui-se, define-se, e assim por diante. A forma de transmitir é de grande importância. Procurar estabelecer uma relação direta entre a primeira e as últimas frases, pois o que se diz na abertura deve ser o tom do escrito. O texto todo deve ter algum tipo de relação com o que se disse, para que não se promova a confusão do leitor. É como fazer uma declaração solene e depois não a cumprir. MANEIRAS DE IDENTIFICAR O ESTILO DE ESCREVER E A TRANSMISSÃO Quando se escreve um texto, revela-se a adequação das ideias do autor e o seu estilo,
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a sua maneira de ver as coisas e interpretá-las. Também o texto de um artigo científico revela o caráter original do pesquisador, ou seja, o raciocínio próprio e os sentimentos. Como se percebe isso? Na forma individual de relatar, argumentar e conduzir o raciocínio. Por isso, o Orientador ou o Professor percebe com mais facilidade os plágios e as adaptações de textos estranhos ao raciocínio, mesmo que a ele se assemelhem. Com o plágio quebra-se ou anula-se a unidade de raciocínio do pesquisador. Pode-se muito bem adotar um autor para apoiar o texto que se escreve sem plagiá-lo. O plágio é crime. Os parágrafos devem ser curtos para melhor apresentarem as ideias centrais. Orações e parágrafos curtos ficam sempre melhor na ordem direta, evitando-se também o gerundismo, em que a ação é apresentada sempre com a junção de dois verbos, um enfraquecendo o outro. Há uma diferença fundamental entre o falar e o escrever. A linguagem falada adquire nuances populares e é incompatível com a metodologia científica. Por isso, o Orientador ou o Professor da unidade curricular serve de apoio aos alunos para que a linguagem seja correta no escrito, facilitando o entendimento. Para concluir este assunto: o texto deve revelar o raciocínio criativo pela escolha e oportunidade do tema, as evidências que se podem fornecer como apoio e justificativa à intenção e, finalmente, a demonstração e as conclusões. Sem que precise ter a apresentação de um tratado, o artigo científico é a descoberta de uma evidência – daí a sua importância.
Propõe-se aos pesquisadores um exercício simples: identificar uma questão em uma unidade curricular atual, para aprofundamento. A ideia é apenas produzir um esquema - não é necessário escrever o texto, mas apenas projetá-lo com ideias esquemáticas, seguindo o roteiro de artigo científico com os seguintes passos: • Definir um tema. • Elaborar o resumo, de forma que permita antever o que se vai desenvolver no texto (o resumo é feito no final, pois representa a essência do apresentado). • Pesquisar as referências de apoio e os textos que serão transcritos ao longo da argumentação (média de um por página). • Desenvolver os capítulos de introdução, objetivo, desenvolvimento e conclusão (apenas com a anotação da sequência das ideias básicas). • Destacar a ideia central da conclusão.
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O entendimento do artigo científico resume-se assim:
Evitar a divagação, mantendo-se fiel ao contexto, planejando-se para desenvolver um texto entre 8 e 12 páginas, incluindo capa e referências. Optar por desmembramento em vários artigos caso o assunto seja extenso. Elaborar artigos independentes para um mesmo assunto, seguindo o esquema de introdução, objetivo, desenvolvimento, conclusão e referências. Considerar que o artigo científico é uma informação direta e objetiva, que exige postura científica, pois se dirige a uma comunidade de padrão cultural mais alto ou próximo do pesquisador. Praticar a empatia sempre, imaginar-se no lugar do outro – é para ele que se escreve e se argumenta. Observar coerência no que se escreve. O texto deve ser uma resolução interpretativa do pesquisador com conclusão firmada, desenvolvido com ritmo e harmonia em unidade gramatical e estrutural. Deixar o leitor satisfeito com a Conclusão, após ter participado do sentimento e do sentido do tema proposto. Abordar o tema em estreita relação com o Objetivo, sem que o pesquisador se coloque como personagem central – usar a terceira pessoa do singular. Estabelecer relação direta entre a primeira e as últimas frases do artigo científico, pois o que se diz na abertura do tema deve ser o tom do escrito. É como fazer uma declaração solene para depois cumpri-la. Evitar quebrar e anular a unidade de raciocínio com plágio e adaptações de textos estranhos. Sempre é possível adotar um ou mais autores para apoiar o texto que se escreve sem plagiá-lo. O plágio é crime.
Escrever parágrafos curtos e na ordem direta, evitando-se o gerundismo.
Falar e escrever possuem diferenças fundamentais entre si. Por isso, um escrito deve apresentar com cuidados a descoberta da evidência.
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A MONOGRAFIA A Monografia é o trabalho final – deve ser elaborado em fonte tipo arial, corpo 12, cor preta, espaço de 1,5 entre linhas, devendo o alinhamento ser feito antes da mudança de linha da margem direita para a esquerda. Eis as normas básicas e regulamentares: Apresentação da monografia: A monografia deve contar com Capa, Folha de Rosto, Agradecimentos, Dedicatória, Sumário, Índice de anexos, Resumo, Abstract, Introdução, Capítulos, Conclusão ou Considerações Finais, Referências, Anexos, Glossário. São opcionais os itens de agradecimentos, dedicatória, anexos e glossário. Resumo e Abstract são opcionais para a monografia dos cursos de especialização, que é o caso dos nossos pesquisadores. O Abstract, inclusive, deve ser feito em Inglês, fazendo-se a versão exata do Resumo. No corpo do texto, todos os títulos devem ser em negrito. Dimensões do papel: Margens – superior: 3cm; inferior: 3cm; esquerda: 3cm; direita: 2cm. As medidas do tamanho do papel e demais detalhes são os mesmos descritos na aula anterior, que tratou do artigo científico. Numeração das páginas: Inicia-se a contagem das folhas desde os itens prétextuais, mas a numeração somente deverá aparecer a partir da primeira folha da parte textual. Os números devem ser escritos em algarismos arábicos e alinhados a 2 cm da margem direita e da margem superior. A capa, o verso das folhas e a página de rosto não são consideradas para iniciar esta numeração. Subtítulos no texto: Compete ao pesquisador, durante a redação da monografia, estabelecer quais e quantos subtítulos deve criar com o desenvolvimento lógico da argumentação. A numeração destes subtítulos é determinada pelo número do capítulo em que se localiza e pela sequência dentro dele. Por exemplo: o pesquisador está no capítulo 2 e decide criar um subtítulo – este deve receber o número 2.1, colocandose logo a seguir, na mesma linha, o respectivo subtítulo. Os subtítulos podem ainda se desmembrar em outros e, desta maneira, a sequência será 2.1.1, e assim sucessivamente. Referências: São apresentadas de maneira específica e em ordem alfabética, sempre nos títulos originais, nacionais ou estrangeiros. Não se coloca numeração na sequência. Aplica-se tratamento diferente para obra de um ou mais autores, citação de artigos de jornais ou revistas, monografias e leis, conforme se exemplifica a seguir. EXEMPLOS DE CITAÇÕES DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Obra com um autor LÜCK, Heloísa. Metodologia de Projetos. 4ª. Edição. Petrópolis: Editora Vozes. 2003. Obra com dois ou mais autores
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COSTA, Marco Antonio F. et al. Metodologia da Pesquisa. Rio de Janeiro: Editora
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Interciência. 2001. Texto extraído de jornal ou revista SOBRENOME DO AUTOR, Primeiro Nome. Título do artigo com a primeira letra maiúscula. Nome do jornal ou revista em negrito. Cidade. Ano da Referência. Número da Publicação. Número da página, ou página única, em que se inicia o artigo. Citação de monografia SOBRENOME DO PESQUISADOR, Primeiro Nome. Título da Monografia, Título do Trabalho em negrito e com a primeira letra em maiúsculo. Tipo de Monografia – Especialização, Dissertação ou Tese. Nome da Instituição, Local, Ano. Citação de Leis JURISDIÇÃO - NOME DA INSTITUIÇÃO DE GOVERNO QUE PROMULGOU A LEI (lei, decreto, portaria, norma e outros). Título Referencial do Documento. Número da Lei. Local, Data da Publicação (dia, mês e ano).
Quando houver necessidade de citar o mesmo autor com uma nova obra, na sequência, coloca-se um traço equivalente a 6 toques (______) no espaço ocupado pelo seu nome na citação anterior. Os demais dados transcrevem-se normalmente.
Citações
Há duas maneiras de apresentar as citações no decurso do texto:
1. As citações com menos de três linhas são escritas na sequência, destacando-se o dito entre aspas. Exemplo: De acordo com Fulano “a ciência da administração é ............... ...............................” (2005, p. 37). 2. As citações com mais de três linhas devem ser destacadas no texto com recuo de 4cm, sem aspas, com o tamanho da fonte menor que o do restante do texto, como se exemplifica a seguir: Fulano de Tal diz: A ciência da administração é ...................................................................... .................................................................................................................................. ..................................................................................................................................
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(2005, p. 37). Nas duas situações, caso a parte citada seja retirada da frase escolhida depois do seu início e/ou concluída antes do final do período, deve-se colocar [...] para marcar o conteúdo suprimido. A citação do autor pode ser feita de duas maneiras – no início ou no final. No início, como foi demonstrado nos exemplos. No final: (FULANO DE TAL, 2005, p. 37). Nota de rodapé Este recurso é opcional, pode ser aplicado quando o pesquisador quiser explicar um termo, um detalhe significativo ou similar. As características da Nota de Rodapé são: corpo 10, espaçamento simples, identificação com número (podem ser feitas várias Notas na mesma página) e texto breve. Importante: Os cursos de pós-graduação podem ser latu sensu ou strictu sensu, em função do grau do curso, da carga horária e da amplitude da pesquisa e investigação realizadas. Para entender melhor:
Latu Sensu: Cursos de especialização e aperfeiçoamento.
Strictu Senso: Mestrado e doutorado.
Os nossos pesquisadores estudam para obter o título de Especialista. Logo, a monografia enquadra-se no tratamento diferenciado de Curso de carga horária e grau de investigação compatível com um programa Latu Sensu.
Os conceitos básicos para entendimento deste assunto resumem-se assim:
• A Monografia é o trabalho final. Possui regras definidas, pois é um trabalho acadêmico de caráter científico. • A monografia deve apresentar o detalhamento especificado nesta aula para que possa ser considerada um documento acadêmico de caráter científico. • Nas Referências distingue-se a forma de citação conforme a apresentação da obra – obra com um autor, obra com dois ou mais autores, texto extraído de jornal ou revista, citação de monografia, sobrenome do pesquisador, citação de Leis, apresentação de duas ou mais obras do mesmo autor ou autores. •
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Para citações com até ou acima de três linhas, quando iniciada depois do início do
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período original, ou finalizada antes do final do período original – usar [...]. • A Nota de Rodapé é um recurso opcional e pode aplicado quando o pesquisador quer explicar um termo ou uma situação qualquer. • O Glossário coloca-se na última parte do texto explicando e exemplificando termos técnicos e outros que sejam interessantes.
Comunicado importante Os(as) alunos(as) devem ter percebido que não se fez nenhuma citação de obras nos textos das aulas, não houve necessidade em função da experiência do professor responsável pela unidade curricular. Mesmo assim, apresentaram-se Referências aos alunos, ao final de cada aula, para que tivessem oportunidade de localizar obras de apoio. Na monografia propriamente dita, a regra diz que só se devem citar nas Referências obras efetivamente citadas no texto. Se desejar fazer constar outras obras não citadas, pode-se criar um novo título – Bibliografia Recomendada. Neste caso, tal título deve constar também do Sumário. Nesta aula desenvolveram-se procedimentos técnicos metodológicos para a elaboração da monografia. Apresentou-se um modelo de artigo científico e desenvolveram-se considerações importantes a respeito deste trabalho acadêmico. Detalhou-se a elaboração da monografia para que os pesquisadores percebam a forma de apresentação e as suas regras acadêmicas, passo final importante para a obtenção do título de Especialista. Na próxima aula o estudo vai concentrar-se na Intenção de Pesquisa, na Implementação do Projeto e nas Considerações Gerais que devem finalizar esta unidade curricular.
AULA 05 - PROCEDIMENTOS TÉCNICOS METODOLÓGICOS PARA ELABORAÇÃO DA MONOGRAFIA
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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª. Edição. São Paulo: Atlas, 2002. LÜCK, Heloísa. Metodologia de projetos: uma ferramenta de planejamento e gestão. 4a. Edição. Petrópolis: Editora Vozes. 2005. RAMOS, Paulo et al. Os caminhos metodológicos da pesquisa. Blumenau: Odorizzi Editora. 2005.
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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA