Ano XXI • N. 4.881 • R$ 0,90
BELO HORIZONTE Diário Oficial do Município - DOM
Tiragem: 2.100 • 5/9/2015
servidores, no entanto, foi fundamental. “O sucesso dessas ações se deu pelo envolvimento de todos os servidores das regionais, secretarias e autarquias da Prefeitura”, ressaltou o coronel Alexandre Lucas, coordenador municipal da Defesa Civil. Adesivos, folders e cartazes foram espalhados nos diversos órgãos que compõem a Prefeitura, como centros de saúde, escolas municipais e parques, com o objetivo de alertar todos os funcionários públicos sobre a ameaça da falta d’água. Com o despertar para uma nova realidade, medidas alternativas começaram a aparecer. No fim do ano passado, foi descoberta uma mina d’água na área de desembarque da Rodoviária. A nascente gera cerca de 10 mil litros de água por dia, usados para a irrigação dos jardins e limpeza de todas as áreas do terminal. Em média, eram gastos R$ 110 mil por mês com água e esgoto. Com a utilização alternativa dessa água, que não é potável, a conta baixou para R$ 65 mil mensais. Uma redução de 33% no consumo. Nos parques municipais, houve expressiva redução na conta de água: 50,11% a menos do consumo foi registrado na conta de abril deste ano, quando comparado com as médias mensais dos anos de 2013 e 2014. Foram implantadas mudanças e adaptações significativas nas rotinas dos parques, como substituição de hidrômetros, alterações no sistema de molhagem, con-
Breno Pataro
Por meio de ações práticas e de conscientização coordenadas pela Defesa Civil do Município, a Prefeitura de Belo Horizonte reduziu em 32,65%, no mês de junho, o consumo total de água em seus equipamentos públicos. E as iniciativas surtiram resultado expressivo: 147 milhões de litros foram economizados de fevereiro a junho deste ano, volume que daria para abastecer uma cidade de 30 mil habitantes por 29 dias. A redução do consumo superou a meta de 30% de economia, estipulada pelo Executivo em março, quando também foi criado o Grupo Executivo para Uso Sustentável da Água (Geusa). O Geusa estipulou medidas de economia considerando a crise de disponibilidade de água nos reservatórios que abastecem a capital e elaborou um plano estratégico de contingência, com três pontos focais: o consumo dos servidores durante sua permanência no interior dos próprios, o volume utilizado para a manutenção das vias, praças, canteiros, fontes, etc. e, por fim, o consumo dos responsáveis pela conservação dos prédios da PBH. Captação de água de chuva ou de nascentes, diminuição da vazão das torneiras e descargas, maior espaçamento entre os aspersores que regam os canteiros e jardins e o monitoramento semanal do consumo registrado nos hidrômetros foram algumas medidas que contribuíram para o resultado. A conscientização dos
Gustavo Nassif
As novas Umeis foram planejadas para economizar água e energia elétrica e ações realizadas resultam em uma economia de 34,75%
Diminuição de vazão de torneiras e descargas e espaçamento entre aspersores que regam canteiros e jardins foram algumas das ações tomadas
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Na Fundação Zoo-Botânica, a água dos lagos que antes era descartada começou a ser reaproveitada para diversos fins
sertos de torneiras e válvulas defeituosas. Além disso, foram ministradas palestras sobre uso sustentável da água para funcionários, permissionários e demais entidades que utilizam as dependências dos parques; eliminados pontos de vazamentos nas redes de distribuição e sanitários; substituída a água da Copasa por água de poço artesiano para abastecimento de caminhões-pipa e instalados redutores de vazão nas torneiras. No Centro de Saúde Ermelinda, na região Noroeste, o encarregado de Zoonoses, Pedro Lazareno, e o agente de combate a endemias, José Maria da Silva, criaram uma forma de armazenar a água. Com apoio de moradores do bairro, que disponibilizaram uma caixa d’água para o centro de saúde, os dois usaram canos para conectar a calha com o reservatório, de forma a armazenar e reutilizar a água para limpeza da unidade. “Tivemos uma redução de dois mil litros de água. Esperamos, até o fim do ano, contar com mais três caixas d’água”, diz Pedro Lazareno. José Maria da Silva contribuiu com a ideia e ainda virou exemplo para os moradores da região. “Assim que terminamos a caixa d’água aqui no centro, os vizinhos já pediram minha ajuda para fazer o mesmo em suas residências. Espero que possamos inspirar mais pessoas ainda”, disse. Economizar água virou regra também no Jardim Botânico e no Aquário, localizados na Fundação Zoo-Botânica, na Pampulha. No Jardim Botânico, a água dos lagos que antes era descartada começou a ser reaproveitada para diversos fins. As mudas arbóreas que antes eram irrigadas por aspersão, agora são regadas por gotejamento. No Aquário, as plantas são irrigadas com água de um poço artesiano e garrafas com areia foram inseridas nas caixas das descargas para dimi-
Gustavo Nassif
Conscientização dos servidores e medidas expressivas de redução do consumo foram essenciais para obtenção do resultado
Gustavo Nassif
PBH atinge meta, reduz consumo de água e economiza 147 milhões de litros
nuir o volume de água utilizada. A gestão para o uso sustentável da água continuará sendo exercida no âmbito da PBH, com
monitoramento permanente, com o objetivo de manter, nos próximos meses, a meta alcançada no mês de junho 2015.
Políticas ambientais
BH possui aproximadamente 480 mil árvores. Neste número, constam as 54 mil plantadas pela Prefeitura nos últimos 3 anos. Essa ação garante a manutenção de áreas permeáveis nos períodos chuvosos. “Sabemos da importância de áreas verdes para a permeabilidade do solo. Temos o compromisso com a manutenção dessas áreas pertencentes ao município para melhorar a qualidade do ar, além de contribuir para o equilíbrio da natureza diante das mudanças climáticas”, salientou o vice-prefeito e secretário municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros. Por meio do Selo BH Sustentável, empreendimentos da capital que reduzem o consumo de água e energia e fazem a gestão ambiental correta dos resíduos sólidos recebem uma certificação. Há Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis), por exemplo, que seguem esse padrão. Desde a concepção do projeto até a construção e o funcionamento, as mais novas Umeis construídas foram planejadas para economizar água e energia elétrica e adotar a coleta seletiva de resíduos. As torneiras são aeradas, as válvulas de descarga possuem regulagem de vazão e as áreas externas são permeáveis. A economia de água chega a 34,75% em relação aos sistemas convencionais. Para economizar energia, as Umeis são equipadas com aparelhos certificados com o selo Procel A, possuem aquecedor solar e lâmpadas fluorescentes. As construções privilegiam a iluminação e a ventilação naturais, o que gera uma economia de 28,5%. Das 110 Umeis existentes hoje na cidade, 42 são sustentáveis.
04/09/2015 18:14:00