BELO HORIZONTE Diário Oficial do Município - DOM
Ano XXII • N. 5.006 • R$ 0,90
Tiragem: 1.550 • 12/3/2016
Herlandes Tinoco
Preguiças-reais vão despertar a curiosidade dos visitantes do Zoológico de Belo Horizonte Preguiça-real
Flávia Carvalho
Animal solitário e de hábitos noturnos, a preguiça-real passa quase toda a vida em copas de árvores e é ótima nadadora. É um herbívoro e está se alimentando no Zoo de BH de folhas variadas, frutos e legumes. Uma curiosidade sobre essa espécie é que possivelmente os indivíduos têm o costume de se coçar também para produzir calor. “Assim como nós esfregamos as mãos para nos aquecermos quando estamos com frio, da mesma forma elas passam as unhas nos pelos”, disse Herlandes. A espécie atinge a maturidade sexual com aproximadamente 3 anos (fêmeas) e 4,5 anos (machos), ocorrendo acasalamento durante todo o ano. Após um período de gestação de 9 meses, nasce um filhote com cerca de 400 gramas.
Animais estão se adaptando à nova dieta, ao clima e às pessoas que cuidarão deles
O Zoológico de Belo Horizonte (Avenida Otacílio Negrão de Lima, 8.000, Pampulha) recebeu duas preguiças-reais (Choloepus didactylus) vindas de um resgate de fauna em Rondônia. A espécie, que nunca fez parte do Zoo de BH, traz novos desafios para a equipe de técnicos e vai despertar a curiosidade dos visitantes. Recém-chegados, os animais estão passando pelo período de quarentena, isolados no Hospital Veterinário da Fundação Zoo-Botânica para a realização de exames específicos e para que se adaptem à nova dieta, ao clima e às pessoas que cuidarão deles. Segundo o médico-veterinário responsável pela Seção de Veterinária do Zoo de BH, Herlandes Tinoco, todos os animais que chegam ao Zoológico obrigatoriamen-
te passam pela quarentena, que pode durar até 18 meses, dependendo da espécie. A variação leva em conta o tempo necessário para que determinadas doenças manifestem-se e possam ser detectadas. No caso das preguiças, este período deve ser de aproximadamente dois meses. As duas preguiças tiveram a mão esquerda amputada ainda em Rondônia, pois quando foram resgatadas tinham graves lesões que não puderam ser curadas. “A suspeita é que elas tenham tido contato com fiação elétrica de alta tensão e o choque causou necrose nas patas”, explica Herlandes. De acordo com o responsável pelo Serviço de Educação Ambiental da FZB-BH, Humberto Mello, os ambientes naturais sofrem diversas pressões e ameaças
decorrentes do progresso humano, o que pode gerar sérios problemas para a vida silvestre. “Cumprimos nosso papel de assegurar a sobrevivência e o bem-estar da fauna ameaçada no cativeiro e sensibilizar o público sobre a importância da conservação destes ambientes naturais, dos quais o ser humano também usufrui”, esclarece. Por meio de exames veterinários, que mostraram que os animais estão com a saúde em dia, apesar da amputação de um dos membros, também foi descoberto que se trata de um casal de preguiças-reais. “Esta espécie não apresenta dimorfismo sexual, ou seja, não é possível distinguir entre um macho e uma fêmea através de características físicas não sexuais”, disse o médico.
Recinto dos elefantes africanos é reformado A Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte (FZB-BH) realiza nova reforma no recinto dos elefantes africanos do Zoológico. As principais intervenções são a instalação de grandes pedras no entorno de toda a área externa e fixação de fincos e cercas de proteção ao redor do fosso. Executadas pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as obras têm como objetivo aumentar a segurança de funcionários, visitantes e animais.
Para que isso seja feito, os três elefantes do plantel, o macho Jamba (19 anos, procedente da Namíbia) e as fêmeas Beré e Axé (40 anos, procedente de Botswana, e 28 anos, nascida na FZB-BH, respectivamente), estão restritos à área de manobra e à área mais ao fundo do recinto. A previsão é que as obras se encerrem em abril. Em março de 2014, o recinto passou por inter-
venções que tinham como objetivo a garantia da eficiência das atividades de manejo da espécie e o aumento da segurança dos funcionários. A área de manobra foi ampliada, um brete (corredor para contenção e manejo dos animais) foi instalado e foram aperfeiçoados os sistemas elétrico, de coleta de água pluvial e de destinação de efluentes do recinto. Além disso foram implantados nove portões com sistema deslizante.
Recinto
Recinto onde vivem os três elefantes africanos do Zoo é considerado um dos melhores do país, superando os padrões estabelecidos pelo Ibama
O recinto onde vivem os três elefantes africanos (Loxodonta africana), destaques do plantel do Zoo de BH, é considerado um dos melhores do país, superando os padrões estabelecidos pelo Ibama e garantindo o bem-estar dos animais. Prova disso é que o Zoológico de BH é o único na América do Sul que conseguiu por duas vezes a reprodução dessa espécie altamente ameaçada de extinção. Dividido em duas áreas externas, o recinto possui 7.500 m²: 3.500 m2 na parte da frente e 4.000 m2 na de trás, circundadas por um fosso seco de 2,5 m de largura, 1,5 m de altura (lateral interna) e 1,8 m de altura (lateral externa), que dá acesso a duas áreas de manejo com 70 m2 cada. Compostas por terra e grama, as áreas externas do recinto possuem duas piscinas com volume de água aproximado de 170 mil e 260 mil litros. Já as áreas de manejo são de concreto revestido com cerâmica.