BELO HORIZONTE Diário Oficial do Município - DOM
Ano XXII • N. 5.022 • R$ 0,90
Tiragem: 1.550 • 7/4/2016
Cidadão tem como benefícios a gratuidade e acesso mais perto de casa
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), ampliou e descentralizou, desde o ano passado, a distribuição de medicamentos para a população da capital mineira para o tratamento de diversas doenças. O número de remédios distribuídos gratuitamente passou de 112 para um total de 393, ou seja, quase três vezes e meia maior que o comercializado pelo programa Farmácia Popular. Além disso, a rede de distribuição foi ampliada e os remédios estão disponíveis nos 149 centros de saúde, nas unidades de Atenção Secundária e de Pronto Atendimento. Outro dado significativo é com relação aos investimentos adicionais que a PBH mantém e que chegam a ser mais de 200% superiores ao total investido pelos governos federal e estadual. Esses investimentos adicionais por parte da gestão municipal são fundamentais para garantir o atendimento das pessoas que procuram as unidades do Sistema Único de Saúde. O valor para assistência farmacêutica, considerando repasses dos governos federal e estadual, está na ordem de R$ 8,10 por pessoa/por ano. Para garan-
tir o atendimento para a população, a PBH investe anualmente, por pessoa, cerca de R$ 26. “Este complemento é feito com recursos próprios da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde. O investimento mensal necessário é de R$ 5,6 milhões. Recebemos dos governos federal e estadual, por mês, R$ 1,5 milhão”, explica o secretário municipal de Saúde, Fabiano Pimenta. Atualmente, a assistência farmacêutica na capital mineira conta com número maior de medicamentos e aplicação de recursos do que é definido pela legislação vigente no âmbito do Sistema Único de Saúde. A PBH, por meio da rede própria do SUS, oferece uma relação de medicamentos que atende a lista estabelecida pelo Ministério da Saúde, a Relação Nacional de Medicamentos (Rename), e, além destes, mais de 100 outras apresentações diferentes. Entre os medicamentos disponibilizados pelo SUS-BH e custeados exclusivamente pela PBH, destaque para a insulina ultra rápida, para pacientes com diabetes melitus, tipo 1. O investimento anual feito pela Prefeitura na aquisição deste me-
Leandro Couri
Prefeitura amplia e descentraliza distribuição de medicamentos para a população de Belo Horizonte
Assistência farmacêutica na capital tem número maior de medicamentos e aplicação de recursos do que é definido pela legislação do SUS
dicamento é de R$ 1,5 milhão. Outro exemplo é o anticonvulsivante oxcarbazepina, usado para tratar e evitar crises de epilepsia e disponibilizado na Rede SUS-BH em três apresentações distintas. O custo anual deste medicamento, feito pela PBH, é de R$ 190 mil. Mesmo as pessoas que são atendidas na rede privada ou suplementar também são beneficiadas com assistên-
DADOS DO SETOR DE SAÚDE NA CAPITAL MINEIRA
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Total de medicamentos distribuídos gratuitamente
393 (em todos os centros de saúde da capital)
Investimento total mensal na assistência farmacêutica
R$ 5,6 milhões
Repasse mensal dos governos federal e estadual
R$ 1,5 milhão (26,7%)
Investimento mensal da PBH
R$ 4,1 milhões (73,3%)
Repasse per capita anual dos governos federal e estadual
R$ 8,10
Investimento per capita anual da PBH
R$ 26 (220% superior ao repasse dos governos estadual e federal)
Total de receitas atendidas de pacientes particulares ou convênios na rede SUS-BH
26%
cia farmacêutica fornecida na rede pública. Atualmente, 29% das receitas atendidas nos serviços de saúde do SUS-BH são de pacientes que foram atendidos em consultórios particulares ou da rede suplementar de saúde (convênios). Para ser contemplado com o medicamento, o usuário deve ir até a unidade de saúde em que é cadastrado, com a prescrição médica. No ano de 2015 foram realizadas 4.109.988 dispensações nos centros de saúde da capital. A rede de serviços da Secretaria Municipal de Saúde conta com 235 profissionais farmacêuticos que, integrados com as 588 equipes de saúde da família, orientam os pacientes em todas as questões relacionadas à assistência farmacêutica, além da coordenação das farmácias locais e distritais. A infraestrutura das farmácias dos centros de saúde da capital também recebeu investimentos. Em 2016, a assistência farmacêutica foi equipada com 100 novos computadores, o que garante um melhor gerenciamento do serviço e disponibiliza informações que auxiliam no acompanhamento da utilização do medicamento pelo usuário. “O fornecimento dos medicamentos básicos para a po-
pulação é realizado nas farmácias dos 149 centros de saúde, mediante receita médica, sendo realizado por meio de um sistema informatizado que permite o acompanhamento da dispensação de medicamentos de forma on-line e integrada entre as unidades”, disse Fabiano Pimenta. Mesmo com todos os esforços da SMSA, ocorrem atrasos na entrega de medicamentos por parte dos fornecedores, recursos em processos licitatórios, problemas na obtenção de matéria-prima de medicamentos por parte dos fabricantes, que resultam em pregões desertos e fracassados. Um novo pregão eletrônico já está marcado para registro de preços. Segundo Fabiano Pimenta, foi criado um núcleo de compras de medicamentos, com um farmacêutico atuando dentro da gerência de compras, o que vai garantir maior agilidade nos processos. “Já temos pregões agendados para os dias 11, 12 e 13 deste mês. Também vamos realizar o registro de preços, que é um processo que garante o menor preço por item e fornecimento de medicamentos, por 12 meses, com renovação permitida até 2019, caso seja conveniente para o poder público”, explicou.
Estrutura reforçada A Prefeitura tem também investido na ampliação da estrutura do setor de Saúde. Além de 149 centros de saúde, a capital mineira conta atualmente com nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), 63 Academias da Cidade (em 2009, eram 20), além de oito Centros de Referência em Saúde Mental, quatro Centros de Especialidades Odontológicas, 587 equipes de Estratégica Saúde da Família e 60 equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf). São realizadas anualmente cerca de 4 milhões de visitas domiciliares, 110 mil consultas de pré-natal e 430 mil consultas odontológicas.
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