DOM - 03/03/2016

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Fotos: Marina Poblet

Ano XXII • N. 4.999 • R$ 0,90

BELO HORIZONTE Diário Oficial do Município - DOM

Tiragem: 1.550 • 3/3/2016

Prefeitura inaugura unidades de apoio ao tratamento da dengue Prioridade

O Centro de Atendimento a Pacientes com Dengue (CAD) é um espaço exclusivo para pacientes com sintomas da doença e conta com cinco clínicos. O fluxo tem início com a classificação usual na UPA Venda Nova e, de acordo com os sintomas, o paciente é encaminhado para o atendimento na unidade, onde terá prioridade no atendimento. Os sintomas da dengue incluem febre, manchas na pele, dor no corpo, dor articular, cefaleia, dor atrás dos olhos, sangramentos, plaquetas baixas, leucócitos baixos e aumento dos gânglios. Nessa unidade o paciente passa por uma consulta de enfermagem, que estratifica os casos de dengue de acordo com o critério de gravidade e, a partir daí, ele é encaminhado. Os casos menos sintomáticos passam pela coleta de sangue, aguardam o resultado dos exames e, assim que o hemograma fica pronto, passam pelo médico e são encaminhados para o tratamento usual de dengue. “O atendimento foi rápido e muito bom. O novo centro fez toda a diferença”, disse a vendedora Cristiane da Silva. A unidade tem capacidade para receber mais de 300 atendimentos diários. São cinco consultórios exclusivos para o tratamento da dengue, que funcionam das 7h às 21h, diariamente, incluindo sábados, domingos e feriados. De acordo com a superintendente do Hospital Odilon Behrens (HOB) e membro do Colegiado Gestor de Urgência e Emergência, Paula Martins, a unidade faz parte da estratégia de atendimento à sazonalidade da dengue na cidade. “Este é o primeiro ano que a gente faz um CAD, um centro de consultas. Estamos em uma etapa do nosso plano de contingência do atendimento aos pacientes com dengue e esperamos que essa medida possa chegar à capacidade plena”, disse. Em caso de epidemia, o CAD poderá desafogar todo o eixo Norte, que inclui as regiões Pampulha, Venda Nova, Norte e Nordeste.

URV foi instalada na UPA Odilon Behrens, tem 40 leitos para hidratação venosa e capacidade para atender até 100 pessoas

A Prefeitura de Belo Horizonte trabalha para agilizar o atendimento aos pacientes com dengue e, em fevereiro, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), abriu a Unidade de Reposição Volêmica (URV) no segundo andar da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Hospital Odilon Behrens (Rua Doutor João Carvalhais de Paiva, 85, bairro São Cristóvão) e o Centro de Atendimento a Pacientes com Dengue (CAD) no segundo andar da UPA Venda Nova (Rua Padre Pedro Pinto, 175, Venda Nova). A URV e o CAD estão previstos no Plano de Contingência, que prevê a ativação de serviços de saúde, de forma gradativa, conforme necessidade da população. A URV é destinada a pacientes referenciados, que não necessitam de internação hospitalar, mas de cuidados especiais com soroterapia intravenosa para evitar maiores complicações. A

unidade recebe pacientes encaminhados pelos centros de saúde e pelas UPAs. São 40 leitos para hidratação venosa e capacidade para atender até 100 pessoas. O espaço conta com dois médicos, dois técnicos de enfermagem e uma enfermeira. A população deve procurar atendimento nos centros de saúde ou UPAs e somente depois da avaliação clínica é que serão transferidos para a URV, que funciona 24 horas por dia. O transporte é realizado pela SMSA. O monitor da equipe supervisiona as vagas e informa a disponibilidade às unidades. No local, o paciente recebe hidratação intravenosa, necessária para se restabelecer. Na URV são monitorados os dados vitais do paciente, com acompanhamento de rotina, de quatro em quatro horas, e realização de exames laboratoriais para acompanhar a evolução do paciente. O he-

mograma mede as alterações no exame de sangue em relação às plaquetas e a concentração dos glóbulos vermelhos. Segundo a enfermeira Rachel Melo Fonseca, o paciente dá entrada na unidade e é avaliado por um médico. Após essa avaliação e feitas as prescrições, o paciente é hidratado por via venosa e realiza as medicações conforme necessidade. Os pacientes atendidos nas URVs costumam receber hidratação venosa por até 48 horas, mas no caso da auxiliar administrativa Sarah Carolina Marques Alves, de 28 anos, os cuidados precisaram ser estendidos. Sarah apresentou um quadro grave, com sangramento, pressão baixa, diarreia, vômito e dor no corpo. “Aqui eu me senti bem melhor, porque realmente precisava de assistência e de um acompanhamento médico constante, que foi o que aconteceu”, disse Sarah no seu quarto dia de internação.

CAD funciona no segundo andar da UPA Venda Nova e pode receber mais de 300 atendimentos diários

Trabalho integrado de combate ao Aedes aegypti apresenta bons resultados na região da Pampulha

Cláudia Capistrano

A luta para eliminar criadouros do Aedes aegypti vale todos os esforços. Na região da Pampulha, os bairros Jardim São José, Liberdade, Confisco, Santa Terezinha, Jardim Alvorada e Ouro Preto foram os primeiros a receber os mutirões intersetoriais de combate ao vetor e mais de 90 mil moradores das áreas de abrangência das respectivas unidades de saúde participaram dos trabalhos. Mais de 540 toneladas de lixo foram recolhidas. A estratégia contempla dois momentos: no dia anterior ao mutirão, funcionários da Prefeitura e voluntários da comunidade percorrem as ruas do bairro para distribuir panfletos e sensibilizar os moradores quanto à importância de não deixar água parada em suas residências. No dia do mutirão, as pessoas depositam os materiais inservíveis nas calçadas para serem recolhidos pelos caminhões. Em cada mutirão, mais de 100 pessoas estão diretamente envolvidas, entre agentes comunitários de saúde e de combate a endemias, coordenadores e encarregados de Zoonoses, gerentes de unidades de saúde e da secretaria regional, além de voluntários de igrejas e conselheiros de saúde, entre outros. Esta turma faz um pente-fino nas residências, não só orientando como também ajudando a recolher objetos e recipientes que podem se tornar possíveis criadouros do mosquito. Outra ação muito importante é o tratamento focal com larvicida onde são encontradas larvas do mosquito. A participação do grupo de teatro Mobiliza SUS incentiva a participação de todos. No bairro Jardim São José foram visitados 7.252 imóveis e recolhidas 74.060 toneladas de lixo. No Confisco, as equipes trabalharam em 4.305 imóveis e recolheram 70.340 toneladas de inservíveis. No Santa Terezinha, foram 4.459 imóveis e mais de 81 toneladas, enquanto no Jardim Alvorada, nos 6.269 imóveis visitados, mais de 270 toneladas de lixo foram retiradas. No bairro Ouro Preto, mais de 4 mil imóveis foram visitados e 44.300 toneladas de lixo recolhidas. Segundo o agente de combate a endemias do Centro de Santa Terezinha, Rodrigo Ramon, o trabalho em conjunto é bem produtivo. “É muito positiva a troca de experiências com os colegas de outras unidades. Agregar formas de trabalho diferentes em torno de um mesmo objetivo amplia o processo de conscientização das pessoas”, disse. Moradora do bairro Jardim Alvorada, Eliete Figueiredo elogiou a seriedade do trabalho da Prefeitura. “É muito importante esse movimento. Acho que as pessoas estão mais conscientes e colaborando mais”, disse. O secretário regional, José Geraldo Prado, reforçou a importância da mobilização dos Mais de 540 toneladas foram recolhidas nos seis primeiros bairros da região que receberam o mutirão moradores. “Só com um trabalho conjunto conseguiremos enfrentar e vencer o mosquito”, disse.

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