BELO HORIZONTE Diário Oficial do Município - DOM
Ano XXI • N. 4.948 • R$ 0,90
Tiragem: 1.550 • 17/12/2015
Entrega da 2ª edição do prêmio valoriza conhecimentos dos mestres e reforça a importância de reconhecer as raízes culturais e o patrimônio imaterial da capital
Cultura popular e tradicional é conhecida como aquela que é passada de geração em geração sem formalidades acadêmicas. O mestre passa seu conhecimento para outra pessoa, que passa a colocar em prática seus ensinamentos e assim por diante. É a cadeia que mantém viva tradições como o congado, a capoeira e a benzeção. A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura (FMC), tem se dedicado a valorizar esses conhecimentos e a importância deles para a manutenção de nossas raízes culturais e de nosso patrimônio imaterial. Pensando nisso, foram entregues no último final de semana, em evento no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado, as premiações da segunda edição do Prêmio Mestres da Cultura Popular. Os três vencedores foram Tia Zilda (fundadora da Guarda de Congo Feminina de Nossa Senhora do Rosário do Bairro Aparecida), Mestre Cavalieri (mestre de capoeira) e Dona Fininha (benzedeira do bairro Novo Glória). O prêmio identifica e salvaguarda saberes, celebrações e formas de expressão portadoras de referência à identidade, à história e à memória dos grupos formadores da sociedade belo-horizontina. Cada um dos mestres premiados recebeu um prêmio de R$ 15 mil e um certificado alusivo ao título de “Mestre da Cultura Popular de Belo Horizonte”. O presidente da FMC, Leônidas Oliveira, destacou a importância da valorização da cultura popular e tradicional e enfatizou que a Prefeitura vai continuar e intensificar este trabalho, que reforça nossas raízes e nossa diversidade e baseia toda a nossa história como cidadãos. O prêmio tem como objetivo identificar e salvaguardar saberes, celebrações e formas de expressão portadoras de referência à identidade, à história e à memória dos grupos formadores da sociedade belo-horizontina. “A iniciativa também tem a intenção de valorizar e divulgar a atuação dos mestres na transmissão e perpetuação da cultura popular ao longo do tempo, além de contribuir para a melhoria das condições sociais e materiais de transmissão e perpetuação dos
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Fotos: Ricardo Laf
Prefeitura premia Mestres da Cultura Popular da capital
Dona Fininha, Mestre Cavalieri e Tia Zilda foram premiados no último final de semana, em evento no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado
bens culturais imateriais da cidade”, comentou Leônidas Oliveira.
Indicação
Os mestres participantes foram indicados por suas comunidades por serem detentores de um conhecimento indispensável à transmissão de saber, celebração ou forma de expressão tradicional. Um dos critérios para indicação é a atuação do mestre por mais de dez anos em sua atividade, além de ter mais de 60 anos. O processo de seleção dos mestres premiados foi realizado por uma comissão formada por três representantes da FMC, um representante do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município e um representante do Conselho Municipal de Política Cultural.
Dona Fininha, benzedeira do bairro Novo Glória, recebeu seu certificado como mestre da cultura popular no último final de semana
Primeira edição
No ano passado, na primeira edição do prêmio, foram agraciados a benzedeira Dalila Senra Fabrini, o sambista José Luiz Lourenço (Mestre Conga) e a rainha conga do estado de Minas Gerais, Isabel Casimira das Dores Gasparini. Ao todo, 29 pessoas se inscreveram, número considerado alto na época pela Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura, devido ao ineditismo da ação na cidade e, sobretudo, ao perfil muito particular dos candidatos.
Mestre de capoeira, Cavalieri foi agraciado com uma premiação de R$ 15 mil
Tia Zilda é fundadora da Guarda de Congo Feminina de Nossa Senhora do Rosário do Bairro Aparecida
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