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Informativo do Hospital Municipal Odilon Behrens Belo Horizonte - Ano 2 – N.º 19 – agosto de 2011

Saúde e arte: relação que humaniza o ambiente hospitalar Págs. 4 a 7

Dia dos Pais foi comemorado no HOB Pág. 2

Conheça a Comissão Intra-hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para fins de Transplantes Pág. 8

HOB realiza Seminário de Qualificação e Valorização da Preceptoria Pág. 8


Editorial

Dia dos Pais foi celebrado no HOB

Desta vez, a relação entre a saúde e a arte é o destaque do jornal HOBservador. Funcionários, pacientes, acompanhantes e voluntários do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB) presenciaram e participaram de ações que ocorreram na Semana da Saúde e da Arte do HOB, realizada em agosto. Na matéria, há fotos e detalhes desse evento que trouxe oficinas, exposições e apresentações artísticas para o HOB e que contribuiu ainda mais para a humanização no ambiente hospitalar. Outro destaque desta edição é a realização do Seminário de Qualificação e Valorização da Preceptoria do HOB, promovido pela Comissão de Residência Médica (COREME) e pela Comissão de Residência Multiprofissional (COREMU). O evento propôs uma construção coletiva de novas diretrizes à pratica da boa preceptoria e qualificação da residência no HOB. Além de reafirmar o papel de Hospital de Ensino da instituição. Outro importante assunto, como o trabalho realizado pela Comissão Intrahospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para fins de Transplantes (CIHDOTT), do HOB, também podem ser lido. É de fundamental importância que nós, profissionais da saúde ,nos engajemos para que haja um aumento das doações de órgãos. Envie sugestões para o jornal HOBservador pelo e-mail hobascom@pbh.gov.br

O Dia dos Pais no Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB) foi comemorado no dia 12 de agosto. Para isso, foi preparado um dia inteiro destinado aos homens do Hospital, com atividades voltadas a saúde e bem-estar masculinos. O momento contou com o apoio, na sua realização, da Gerência de Saúde do Trabalhador (GSAT) e Gerência de Nutrição e Dietética (GND). Pela manhã, os funcionários e pacientes tiveram a oportunidade de ver seus cabelos mais de perto, literalmente. Por meio de um aparelho de ultrassom especializado, operado por uma técnica da Mix Perfumaria, os participantes tiveram seus cabelos diagnosticados. O paciente Felipe Caputo, de 26 anos, gostou da experiência ao ver o cabelo no monitor. “Normalmente, existe um certo preconceito, mas cuidar do cabelo é coisa de homem e mulher. Vou parar de usar gel e tratá-lo um pouco melhor”, explica o programador de sistemas. Além da análise capilar, os homens também puderam fazer tratamento facial, massagem e hidratação do rosto. Já no período da tarde, o Coral infantil da Copasa se apresentou no jardim do HOB para homenagear os pais. Cerca de 40 crianças, entre 6 e 11 anos, cantaram músicas como “Planeta Água”, de Guilherme Arantes,

e “Nós queremos paz”, de Joanna. O Coral da Copasa, que é regido por Alex Lima Braz, existe há 6 anos e já se apresentou outras vezes no Hospital. Gerônimo França Neto, que é pai e acompanhou a apresentação, saiu contente. “Foi muito bonito, eu fiquei emocionado”, elogiou. Outra atividade para os “papais do HOB” foi a barraca da Saúde do Homem. Montada na área externa do Hospital, próxima à portaria principal, a barraca contou com enfermeiros do próprio HOB, para aferir a pressão e glicose dos participantes, e com funcionárias da GND, para explicar a quantidade diária de sal e gordura de que o corpo necessita. Também contou com Aurélia de Castro, enfermeira da GSAT, que distribuía espetinhos de frutas para os visitantes, além de camisinhas e folhetos explicativos sobre doenças sexualmente transmissíveis, diabetes, alimentação saudável, cigarro e envelhecimento. Geraldo Gonzaga Ferreira, que passava pelo HOB para visitar a irmã internada, aproveitou para aferir a pressão e a glicose na barraca da Saúde do Homem. “Esse tipo de campanha é muito importante para a gente conhecer como estamos vivendo, como está a nossa saúde”, afirma o acompanhante.

Apresentação do Coral emocionou os presentes

Boa leitura. Larissa Vilela Cruz Diretora de Atenção Ambulatorial e Urgência

Participantes puderam fazer análise capilar

Funcionários receberam cartilhas informativas sobre questões de saúde

Expediente Jornal HOBservador Edição – Assessoria de Comunicação do Hospital Municipal Odilon Behrens – HOB (ASCOM-HOB) Supervisão Editorial – Assessoria de Comunicação Social do Município de Belo Horizonte

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Fotografias – Arquivo ASCOM HOB Periodicidade – mensal Distribuição gratuita

Hospital Municipal Odilon Behrens Rua Formiga, 50 – bairro São Cristóvão CEP 31.110-430 – Belo Horizonte/MG Contatos – hobascom@pbh.gov.br (31) 3277-6220

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Um dia de...

Indicadores HOB junho/julho 2011 janeir

HOB - junho 2011 Pronto-Socorro Total de Pacientes Atendidos no PS Pacientes Atendidos na Sala de Emergência*

...Oficial de manutenção

12.895 386

Remoções do PS para outros Hospitais

116

Pacientes Atendidos na Odontologia**

1.360

Pacientes Internados

1.363

Média de Permanência

(dia)

Linha de Cuidado ao Adulto e Idoso

12,9

Linha de Cuidado Cirúrgico Linha de Cuidado de Atenção à Mulher Linha de Cuidado da Criança e do Adolescente

6,8 3,1 11,9 8,3

HOB Taxa de Ocupação

(mês)

Linha de Cuidado ao Adulto e Idoso

94,5%

Linha de Cuidado Cirúrgico

92,1%

Linha de Cuidado de Atenção à Mulher

90,3%

Linha de Cuidado da Criança e do Adolescente

90,9%

HOB

91,4%

Consultas Ambulatoriais

8.272

Bloco Cirúrgico

Ricardo Martins trabalha no setor de Manutenção do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB) desde 2004, mas também já trabalhou no Hospital como técnico de enfermagem por dois anos. Conhecido em todos os departamentos, Ricardo é responsável por realizar tarefas das mais variadas. Inclusive, relacionadas à assistência oferecida aos pacientes do HOB. Nascido em Belo Horizonte, mas torcedor do São Paulo Futebol Clube, Ricardo gosta de praticar esportes nos fins de semana. “Ando muito de bicicleta, jogo peteca e faço natação. Quero manter a boa saúde” ressalta o funcionário. Ricardo começa seu expediente fazendo uma ronda pelo Hospital, verificando o controle de oxigênio e ar comprimido do HOB. O funcionário inicia a manutenção de alguns setores. Primeiro vai à Sala de Emergência para checar o funcionamento das saídas de oxigênio, vácuo e ar comprimido. Depois, passa na Pediatria, para observar se a bala de oxigênio (espécie de recipiente) está cheia. No setor de transportes, o oficial observa o funcionamento dos equipamentos que regulam a distribuição de água quente para os setores. A Manutenção também é responsável pelo controle dos “pulmões” do Hospital: o tanque geral de oxigênio e a máquina de vácuo, que coleta secreções dos pacientes.

Ele e seus colegas também checam o funcionamento das máquinas que regulam o ar comprimido do Hospital. Como esses equipamentos ficam no telhado, aproveita-se para observar se há sujeira ou animais nas telhas e antenas. Em caso de necessidade, a Manutenção entra em contato com o departamento de limpeza do HOB ou a zoonose da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. No telhado, também são verificados os canos por onde passa o oxigênio e o ar comprimido para pacientes. Depois disso, observam se as janeir janelas do Hospital estão sujas ou quebradas. Ao longo do dia, Ricardo e outros funcionários da Manutenção podem realizar trabalhos dos mais diferentes, como transportar móveis quebrados de outros setores para a oficina (e vice-e-versa) e até desentupir canos de esgoto do Hospital. “As tarefas chegam a ser bem variadas. Fazemos de tudo um pouco” explica o funcionário. Por fim, de volta ao setor, ele aguarda a chegada de novas demandas, que também são feitas pelo telefone. Ricardo conclui que o setor de Manutenção está presente em todo o Hospital e reforça o bom relacionamento com os demais funcionários: “conheço todos que trabalham aqui no HOB. Faz parte da minha profissão porque circulo por todos os departamentos do Hospital”.

Cirurgias de Urgência

321

Cirurgias Eletivas

172

Obstetrícia Total de Partos

223

Partos normais

126

Exames Imaginologia

9.509

Laboratoriais

74.559

Refeições - GND

96.811

* Número de pacientes admitidos, sem contar as trasferências internas. ** Pronto-Socorro Odontológico + Buco-Maxilo-Facial + Estomatologia + Cefaléia/Dor Oro-Facial

HOB - julho 2011 Pronto-Socorro Total de Pacientes Atendidos no PS Pacientes Atendidos na Sala de Emergência*

13.241 344

Remoções do PS para outros Hospitais

222

Pacientes Atendidos na Odontologia**

1.599

Pacientes Internados

1.445

Média de Permanência

(dia)

Linha de Cuidado ao Adulto e Idoso

16,5

Linha de Cuidado Cirúrgico Linha de Cuidado de Atenção à Mulher Linha de Cuidado da Criança e do Adolescente HOB Taxa de Ocupação

7,8 2,7 12,8 8,8 (mês)

Linha de Cuidado ao Adulto e Idoso

96,6%

Linha de Cuidado Cirúrgico

95,6%

Linha de Cuidado de Atenção à Mulher

88,1%

Linha de Cuidado da Criança e do Adolescente

88,2%

HOB

92,6%

Consultas Ambulatoriais

8.029

Bloco Cirúrgico Cirurgias de Urgência

325

Cirurgias Eletivas

208

Obstetrícia Total de Partos

269

Partos normais

180

Exames

Ricardo verifica o tanque de oxigênio do Hospital...

...e recebe demandas de setores por telefone

Imaginologia

9.874

Laboratoriais

81.752

Refeições - GND

99.524

* Número de pacientes admitidos, sem contar as trasferências internas. ** Pronto-Socorro Odontológico + Buco-Maxilo-Facial + Estomatologia + Cefaléia/Dor Oro-Facial

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Capa

Saúde e arte: relação que humaniza o ambiente hospitar No mês em que se comemora o Dia Nacional da Saúde (5 de agosto) e o Dia Nacional das Artes (24 de agosto) o Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB) realizou a 1.ª Semana da Saúde e da Arte. O evento, aconteceu entre os dias 8 e 12 de agosto e trouxe atrações aos funcionários, pacientes e acompanhantes, como oficinas de pintura em tela, bordado, manuseio de balões – das quais todos puderam participar - exposição de quadros nos corredores, e apresentações artísticas, como teatro, circo e coral de flautas. (Veja mais detalhes de cada atividade nas páginas 4, 5, 6 e 7). O objetivo da Semana – que foi realizada com o apoio de alguns setores, como a Gerência de Nutrição e Dietética (GND) e Gerência da Saúde do Trabalhador (GSAT) foi difundir a ideia da arte no Hospital, mostrando que este ambiente também pode trazer prazer e ser “leve”. Ao aproveitar as coisas belas da arte em prol da humanização do espaço.

Projeto “Saúde com Arte”

Óbvia e felizmente, a Semana da Saúde e da Arte não foi o primeiro momento em que a arte contribuiu para humanização do HOB. Justamente por esse motivo, foi criado no Hospital, em 2003, o Projeto “Saúde com Arte”, então coordenado pela Gestão de Pessoas e do Trabalho, com o objetivo de fortalecer a cultura organizacional de reconhecimento e valorização dos trabalhadores, além de motivar e pro-

mover o bem-estar dos usuários e comunidade. Em 2010, o projeto foi incorporado à ASCOM do HOB. Interessados em realizar atividades no Hospital devem entrar em contato com a Assessoria de Comunicação pelo telefone 3277-6220 ou enviar e-mail para hobascom@pbh.gov.br.

Voluntariado

O voluntariado, também celebrado em agosto (dia 28), sempre esteve presente no HOB. O talento artístico de alguns dos voluntários, que procuram o Hospital para realizar algum trabalho, faz com que seja constante a humanização do ambiente hospitalar. Há cerca de 11 anos o grupo Ministros da Alegria percorre, semanal e voluntariamente, os corredores do HOB, divertindo pacientes, acompanhantes e funcionários com suas brincadeiras. “Temos comprovado que trazer esperança e alegria ao hospital ajuda na recuperação dos pacientes. Com a arte, podemos nos comunicar em um idioma que a pessoa enferma, com possível dificuldade de compreensão, entende facilmente... a arte é muito importante para cuidar do interior do paciente e isso se reflete no corpo dele”, observa Cláudio Troncoso, o “Dr. Tocador”.

Importância da arte na saúde

A médica Lúcia Amorim, pediatra e supervisora do programa de residência da pediatria, está no HOB há 21 anos e já

presenciou diversos momentos em que a intervenção artística auxilia o tratamento clínico. Ela compartilha uma dessas lembranças: “Recentemente, veio ao setor uma trupe de palhaços e a mascote de um clube de futebol mineiro. Na época, tinha uma criança em tratamento aqui com uma doença crônica. Naquela manhã, eu mesma tinha tentado fazer contato com o menino, mas era quase impossível comunicar com ele, que não queria comer e só chorava... mas ele interagiu com os palhaços e a mascote, e, a partir de então, virou outro menino. No dia seguinte, o médico que o acompanhava não acreditava que era a mesma criança, tamanha a mudança de comportamento”, recorda a pediatra, que acredita que por meio desse contato do paciente com a arte e o lúdico há uma evidente melhora em seu tratamento. Para a psicóloga do Hospital, Eliara Froes, especializada em Psicologia Hospitalar Abordagem Humanista e Centrada na Pessoa e há 22 anos trabalha no HOB, a arte é um dos caminhos favoráveis ao restabelecimento de um equilíbrio interno, com a expressão da criatividade que conecta a pessoa à sua essência. “Então, utilizar a arte no tratamento dos pacientes é oferecer espaço para a expressão da subjetividade, tão importante na sua recuperação. Na minha experiência de trabalho, quando as pessoas escolhem este caminho, o da arte, os resultados sempre são muito satisfatórios”, ressalta a profissional.

Na manhã de segunda-feira da Semana da Saúde e da Arte, ocorreu o curso de automaquiagem, ministrado por Débora Lopes de Oliveira, que trabalha no HOB há 4 anos, no Bloco Cirúrgico. A paciente Rosângela de Fátima Emidio explicou que foi bom para aprender a se maquiar mais rapidamente: “normalmente é minha filha quem faz a minha maquiagem. Vim aqui para saber como ficar mais bonita de um jeito mais prático, porque quando estou trabalhando tenho pouco tempo para me cuidar”. Débora já trabalha com produtos de beleza há mais de um ano e diz que quando as mulheres se embelezam com maquiagem, ganham mais energia e entusiasmo para a rotina: “eu acho que cuidar das pessoas é uma arte. Além disso, qualquer tipo de arte aprimora a qualidade de vida dos pacientes”. Terça e quarta-feira foram dias em que pacientes e funcionários aprenderem a cozinhar reaproveitando todos os componentes dos alimentos, até as cascas! Na Oficina de Culinária Integral, oferecida por Merícia Osório, técnica em nutrição da Gerência de Nutrição e Dietética (GND) e Letícia Castro, estagiária do mesmo setor. Os participantes aprenderam a fazer sucos, como de alface com erva cidreira, além de salpicão verde com casca de melancia e beijinho de soja. Depois da aula, os participantes fizeram uma rodada de degustação. “Adorei! Este fim de semana mesmo já vou preparar o que aprendi aqui” disse Idelzuita Lopes, da Fisioterapia. As “cozinheiras” ainda explicaram o valor nutritivo de cascas e talos de frutas e verdura. “A maioria das pessoas se assusta e faz cara feia quando fica sabendo dos ingredientes, mas depois da degustação acha ótimo” explica Merícia Osório.

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Capa No primeiro dia, foi realizada a oficina Delícias do Odilon pela Associação dos Amigos do Hospital Municipal Odilon Behrens (AMOHOB), na qual os participantes tiveram contato com uma arte presente em nosso cotidiano e que pode passar despercebida: cozinhar. Realizada na cozinha da sala da Terapia Ocupacional, os presentes aprenderam a fazer quitutes como bolo crocrante, broinha de fubá e pão de queijo. “A oficina de culinária é um investimento, já que está presente no nosso dia a dia. Confesso que eu odeio cozinhar, mas saio daqui com o exemplo do carinho que se deve ter com o ato de cozinhar”, revelou Zuleica Santos, do Núcleo de Epidemiologia do Hospital. Todos os participantes levaram cópias das receitas feitas nas oficinas. A presidente da AMOHOB, Lúcia Pinheiro, foi quem também ministrou a oficina e explicou que a ideia de participar da Semana está relacionada a um novo projeto da AMOHOB: o lançamento do livro “Delícias do Odilon”. O material pretende reunir receitas dos funcionários do HOB em um livro, que terá renda revertida aos trabalhos e atividades desenvolvidos pela Associação. A AMOHOB é uma entidade filantrópica, formada por funcionários e voluntários do Hospital, com o objetivo de contribuir para que pacientes e seus familiares tenham mais conforto durante o tratamento. O projeto do livro encontra-se em fase inicial, inclusive na busca de apoio e patrocínio. Quem tiver interesse em ajudar e contribuir deve entrar em contato pelo e-mail amohob@gmail.com.

No primeiro dia da Semana da Saúde e da Arte, uma oficina chamou a atenção de funcionários, pacientes e acompanhantes no jardim do HOB. Era a Oficina de Crochê em barbante, ministrada por Eliane Oliveira, da Pediatria. A artista, que já faz o trabalho há mais de 15 anos, diz que o crochê requer calma e concentração pelo uso de agulhas. Por isso, o trabalho ajuda as pessoas a se distraírem, sendo um ponto muito positivo para seu uso dentro do ambiente hospitalar. Para Eliana, “é uma forma de evitar que as pessoas fiquem tensas ou estressadas. A artista já trabalhou com pessoas com doenças graves e que tiveram depressão. Segundo ela, essas pessoas apresentaram mudanças no comportamento e maior qualidade de vida. Quem experimentou a distração do crochê foi a acompanhante Maria das Graças de Souza, que estava com a mãe no HOB, e aproveitou um momento de folga para aprender a técnica. Maria conta que procurava um novo hobby para passar o tempo e encontrou no crochê.

Durante toda a “Semana da Saúde e da Arte”, funcionários e pacientes puderam participar da Oficina de Ponto Cruz, oferecida por Cláudia Maria Barbosa, a Claudinha, da Fisioterapia. Ela ensinou os participantes a bordar por meio do Ponto Cruz que, segundo Cláudia, é mais fácil de aprender que as demais técnicas. Valdênia de Jesus Castro, auxiliar de consultório do pronto socorro odontológico, disse que gosta de trabalhos manuais e queria muito aprender a bordar. “É uma oportunidade para produzirmos trabalhos e darmos de presente. Além disso é uma arte e a arte sempre complementa a saúde” completa Valdênia. Funcionários do HOB que se interessaram pela oficina ou aqueles que não puderam comparecer, podem participar do curso de Ponto Cruz ministrado por Cláudia todas as terças e quartas feiras. “A turma já tem 14 participantes. Gosto muito de compartilhar com os outros o que sei fazer e o Ponto Cruz é uma paixão minha” conta a funcionária da Fisioterapia. Cláudia destaca que o relacionamento com as participantes é muito bom: “é um ambiente sociável. Fazemos confraternizações de natal e nos aniversários, damos presentes produzidos por nós mesmas”. Elgita da Rocha, funcionária da odontologia, está no curso há quase dois meses e diz que o curso vêm melhorando seu dia-a-dia: “Me tornei uma pessoa mais paciente. A atividade ainda melhora a coordenação motora, pois trabalhamos muito com as mãos. Estou adorando”. A professora Cláudia lembra ainda que algumas ex-alunas já até vendem bordados feitos com as técnicas aprendidas nas aulas. O curso acontece de 12h às 12h30, na sala da Terapia Ocupacional.

Uma oficina de pintura foi oferecida dentro da Semana da Saúde e da Arte, mas, só para as crianças. A artista plástica Ana Dias veio pela primeira vez, por indicação do dermatologista e gerente da Agência Transfusional do HOB, Gilberto Ramos, e se dispôs a dar oficinas todos os quatro dias. Ana sentou com crianças em uma sala da Pediatria do Hospital e lhes ensinou a pintar em pequenas tábuas de madeira. Dos trabalhos, su rg i r a m p r é d i o s , carros, vasos de flor e bichos. A artista plástica também presenteou as crianças com um kit de pintura, composto por tintas, pincel, caderno e uma foto da artista com as crianças. A artista já trabalha com pintura há 40 anos e afirma que a arte vem acompanhada de alegria e de momentos de relaxamento, podendo ajudar as crianças internadas. “Arte é saúde, é a saúde mental”, acrescenta Ana Dias.

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Capa Cabelo é uma questão de identidade. Esse era o nome da oficina de tranças oferecida na quinta-feira, no jardim do HOB. Valéria Silva foi convidada a participar da Semana da Saúde e da Arte pelo funcionário Helder de Oliveira. Valéria já faz trabalho com cabelos e a discussão da identidade há 8 anos. Ela participa de um grupo que discute a importância da relação étnica e a aceitação dos diferentes tipos de cabelo. “A questão da identidade tem tudo a ver com a Semana da Saúde e da Arte, pois é a saúde psicológica”, acrescenta. Uma das participantes da oficina, Giselle Gonçalves, internada no HOB há 8 dias, diz que esse tipo de trabalho melhora a autoestima, ajuda no tratamento e faz o tempo passar de uma maneira mais agradável.

Na quinta-feira, o coral de flautas do Projeto de Música São Tiago se apresentou no jardim principal, Pronto-Socorro, além do segundo e terceiro andares. O grupo é composto por nove flautistas, com idade entre 11 e 18 anos. O coral se apresenta desde 2006 e integra o Projeto de Música São Tiago que existe há sete anos e atende mais de 150 jovens e crianças do Bairro São José, oferecendo aulas de música. Para o atual coordenador do Projeto, Maurício Ferreira, a música e a arte têm uma grande função terapêutica. “A arte tem um efeito positivo para a saúde das pessoas, inclusive, médicos já vêm usando a musicoterapia nos casos de alguns pacientes” afirma Maurício.

Durante toda a Semana da Saúde e da Arte, o HOB ganhou uma nova trilha sonora: o canto de Heloísa Tobias, do apoio administrativo da Gerência de Saúde do Trabalhador (GSAT). Na segunda-feira, a funcionária se apresentou no Ambulatório e no decorrer da semana, ela cantou na recepção principal, segundo e terceiro andares do Hospital. Heloísa já canta há 15 anos e começou se apresentando em bares e asilos e, desde 2006, sempre é convidada para cantar no HOB, quando é realizado um evento.

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Na tarde de quarta-feira, a “Semana da Saúde e da Arte” chegou ao Hospital Nossa Senhora Aparecida com a Oficina de Decoração com Balões. Durante a atividade, o estagiário da Assessoria de Comunicação do HOB, Rafael Loureiro, ensinou aos funcionários da unidade a fazer cachorrinhos, espadas e coroas com balões. “Estou grávida de oito meses, vou começar a frequentar ambientes infantis e agora já posso fazer brincadeiras com balões” conta Thailyne Sampaio, enfermeira do CTI. Os participantes também aprenderam a fazer algumas decorações. “Podemos enfeitar festas de criança e até o nosso refeitório em dias de aniversário” explica Júlio César Silva, supervisor de enfermagem da Clínica Médica. Rafael Loureiro acredita que a arte tem efeito terapêutico nas pessoas. “A ociosidade e o ambiente do hospital pode cansar alguns pacientes. O momento artístico distrai positivamente” explica o estagiário. Na quinta-feira, Rafael Loureiro realizou a mesma atividade no Jardim do HOB.

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Capa Na quarta-feira, no início da tarde, quem estava na recepção principal ou no Ambulatório do HOB, pôde prestigiar o teatro do Grupo “Até Tu, SLU?”. O Grupo existe há 10 anos e foi a primeira apresentação dele no Hospital. O “Até Tu, SLU?” é uma ferramenta lúdica do Departamento de Políticas Sociais e Mobilização (DPPSN) do Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) de Belo Horizonte, e suas apresentações são focadas na limpeza urbana e no cuidado que se deve ter com o lixo. “A arte também pode ser usada para passar mensagens sociais, como o cuidado na limpeza urbana. Para isso, nada melhor do que apresentações em um ambiente como o de um Hospital”, ressaltou Gláucia Moreira Pinto, do DPPSN, que acompanhava o grupo no HOB. Para Adriana Parreiras, que estava com seu filho no Ambulatório, a arte melhora a saúde: “Achei ótimo. Adoro teatro. Entretém a gente e isso faz bem”, declarou.

Todos os dias da Semana, funcionários e pacientes puderam desfrutar de alguns minutos de relaxamento através da ginástica chinesa Lian Gong em 18 terapias. Ministradas por funcionários do próprio HOB, a ginástica foi realizada no Jardim e na sala da Fisioterapia. Alguns dos participantes já eram alunos antigos, isso porque, há um ano, todas as segundas, quartas e sextas-feiras são realizadas sessões da ginástica Liam Gong no Hospital, no horário das 15h às 15h45, na sala da Fisioterapia. “Assisti a uma aula e gostei. Passei a fazer três vezes na semana. Com isso, tive melhora, inclusive nos meus problemas respiratórios, além de ficar sem dor no corpo e dormir bem”, contou Stelliane Lourdes Caldeira, funcionária do Ambulatório do HOB. Para Simone Cadaval Pessoa, fisioterapeuta do Hospital e uma das funcionárias que ministram as aulas da ginástica no HOB, o “Liang Gong tem um potencial grande para os funcionários, pois traz relaxamento, trabalha o corpo ´mecanizado´ do dia a dia e faz prestar atenção no corpo, na respiração e ajuda a ter mais equilíbrio”. Ela ainda observou sobre a relação entre saúde e arte: “A arte pode ajudar na saúde ao fazer com que as pessoas se sintam mais felizes. E a felicidade é um remédio maravilhoso”.

Uma das oficinas que mais cativou os pacientes e funcionários foi a de Pintura a óleo sobre tela, realizada pela funcionária do CME do HOB Luiza de Marilac. Tanto, que estava programada para acontecer em dois dias, mas atendendo a pedidos e contando com a boa vontade de Marilac, a oficina foi realizada durante toda a Semana. “Estava saindo para almoçar, quando lembrei que tinha visto o papel falando da Oficina e resolvi participar. A arte deixa mais leve a rotina do Hospital”, revelou Renata de Almeida, funcionária da GAPE do HOB. Marilac trabalha com artesanato desde os 14 anos e, em 2003, começou a compartilhar seu dom para pintura no HOB, seja realizando oficinas ou expondo seus quadros nos corredores do Hospital. Mas é ela mesma uma das mais beneficiadas com o exercício de sua arte: “Desde quando comecei a mexer com arte, minha saúde teve um desenvolvimento grande. Quando comecei a ter depressão e outras doenças, tomava muitos remédios. Mas, hoje, diminuiram bastante os medicamentos e, psicologicamente, estou bem melhor. Vejo a vida com mais felicidade”, revelou a artista.

Durante toda a Semana da Saúde e da Arte, alguns funcionários-artistas do Hospital tiveram seus quadros expostos pelos corredores do HOB. Um deles foi a funcionária do CME, Luiza de Marilac, que também ofereceu oficina de “pintura a óleo sobre tela”. A funcionária e pintora expôs os quadros que ensinou aos participantes em sua oficina: paisagens rurais, imagens de cachoeiras, lagos com farol, entre outros. Junto a Marilac, quem também expôs sua obra foi Rafael Loureiro, estagiário da Assessoria de Comunicação do HOB, que realizou a oficina de “decoração com balões”. Quadros coloridos como “Cinco da tarde”, que retrata um bule de chá com flores, e “Alegria, alegria”, com um tucano em diferentes texturas, chamaram a atenção de quem passava pelos corredores. Ele também expôs quadros com pinturas abstratas.

Uma surpresa agradável dentro da Semana da Saúde e da Arte foi a visita do “Cirkombinados”, uma companhia de circo infantil da Pedreira Prado Lopes, comunidade vizinha ao HOB. O professor Diego Gamarra e as crianças chegaram na manhã da quarta-feira e passaram pelo ambulatório, hall principal e também pelo segundo e terceiro andares. Entre as atrações, malabarismo, equilibrismo e brincadeiras com os espectadores fizeram a alegria dos participantes. A Companhia faz parte de uma oficina do Programa Fica Vivo, do governo estadual, na própria Pedreira e recebe crianças e pré-adolescentes de 12 a 16 anos. Diego Gamarra, o professor, é argentino e está com o projeto de circo infantil há 5 anos. Para ele, faz muita diferença para o paciente a presença do circo no hospital: “depende do paciente, mas tem muitos que você vê a alegria no olho. Os adultos se sensibilizam muito ao ver crianças levando alegria para os mais velhos”, afirma. Diego ainda diz que a visita faz bem para os circenses também. “O sorriso é uma ótima forma de cuidar das pessoas, faz bem para a saúde”, acrescenta. A Companhia também visitou a Unidade Hospitalar Nossa Senhora Aparecida na semana seguinte, como parte das atrações da Semana da Saúde e da Arte.

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Comissão do Hospital otimiza a doação de órgãos O Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB) possui um grupo de profissionais responsáveis por intensificar a busca por doação de órgãos para transplantes dentro do Hospital. Trata-se da Comissão Intra-hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para fins de Transplantes (CIHDOTT). De acordo com o Ministério da Saúde, através da Portaria 2600/09, a CIHDOTT deve estar presente em todos os hospitais, públicos ou não, cujo número de óbitos seja maior que 200 por ano, além de conter leitos para assistência ventilatória (ventilação mecânica). No HOB, a CIHDOTT compreende um grupo de 35 profissionais da área de saúde (dentre eles enfermeiros, médicos, psicólogos e assistentes sociais) que estão envolvidos no processo de abordar, acolher e sensibilizar os familiares dos pacientes que falecem dentro do Hospital para a possibilidade de doação de órgãos para transplantes. Também é trabalho da CIHDOTT buscar ativamente os possíveis doadores de córneas e órgãos, avaliando cada caso. Além disso, é função da CIHDOTT acompanhar e agilizar o processo de diagnóstico de morte encefálica, aumentando as chances de se conseguir um potencial doador de múltiplos órgãos. Também é trabalho da Comissão a confecção de rotinas e protocolos para normatizar o processo, cursos de captação aos funcionários e membros da equipe, além de campanha de sensibilização.

Ao todo, cerca de 25 profissionais de diversas áreas do HOB compõem a Comissão

A atual coordenadora da CIHDOTT do HOB, a médica intensivista Fernanda Lara Resende, esclarece, para quem não sabe, que o paciente, quando falece de parada cardíaca pode doar as córneas e que o paciente com um quadro neurológico muito grave, que evolui para a Morte Encefálica, pode doar muitos órgãos, como fígado, rins, pâncreas, coração, pulmões e também as córneas. “Os objetivos da Comissão nada mais são que aumentar a chance de que outros pacientes voltem a viver melhor, valendo-se de um ato de tamanha beleza e sensibilidade que é a doação dos órgãos”, explica Fernanda Lara Resende.

Atualmente, a CIHDOTT está testando um método de trabalho específico às doações de córneas: uma Ficha para Avaliação do Potencial Doador de Córneas, que é encaminhada pelo agente funerário ao médico responsável pelo paciente que faleceu, junto com a declaração de óbito, para que ele avalie se existem contra-indicações à doação. Se não existirem, a CIHDOTT será chamada imediatamente para acolher os familiares e oferecer a eles a possibilidade de doar as córneas. “É muito importante que todos os médicos do HOB colaborem no preenchimento correto dessas fichas”, ressalta a coordenadora da Comissão, Fernanda Lara Resende.

HOB realiza Seminário de qualificação da Preceptoria A Gerência de Ensino e Pesquisa do Hospital Munipal Odilon Behrens (HOB) juntamente com a Comissão de Residência Médica (COREME) e a Comissão de Residência Multiprofissional (COREMU), ambas do HOB, realizaram o I Seminário de Qualificação e Valorização da Preceptoria do HOB. O evento aconteceu no auditório do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, no dia 6 de agosto, e contou com a presença da Secretária Municipal Adjunta de Saúde, Participantes discutiram novas diretrizes à preceptoria do Hospital

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Susana Rates, do presidente da Comissão Estadual de Residência Médica, Sérgio Gonçalves de Oliveira, e da superintendente do Hospital, Yara C.N.M.B. Ribeiro. O objetivo do Seminário foi elaborar, de forma coletiva, diretrizes de boa prática da preceptoria no HOB. Para tanto, durante todo o dia, foram realizadas palestras, grupos temáticos, mesas-redondas e no final, foram definidos encaminhamentos e desdobramentos do Seminário. “Os grupos de preceptoria de todos os programas de residência do Odilon começaram a ler e buscar inovações, modalidades diferentes, técnicas de qualificação de como ser um bom preceptor... assim, foi crescendo essa vontade de unir os conhecimentos e criar uma maneira única de trabalhar. Todos trabalhando juntos, habilidades e competências, para ter uma formação de preceptor e residente cada vez melhor”, explicou a coordenadora da COREMU, Izabel Vieira de Figueiredo Pena. O coordenador da COREME, Reginaldo Valácio, ressaltou que o Seminário buscou “construir coletivamente um referencial” para

Hospital Municipal Odilon Behrens 67 anos

as ações dos preceptores e residentes do HOB. Ele ainda observou a importância de considerar a assistência na elaboração das diretrizes. “Entendendo que preceptoria não é um ensino distante do cuidado, distante da assistência que ocorre no dia a dia, ao contrário, que ela é intimamente relacionada e, portanto, tudo que diz respeito à qualidade do cuidado prestado no hospital, diz respeito à preceptoria”, declarou Reginaldo Valácio, ressaltando que as diretrizes deverão ser consolidadas ainda no próximo mês, a partir dos grupos temáticos. Para o presidente da Comissão Estadual de Residência Médica, Sérgio Gonçalves de Oliveira, a realização do Seminário destaca a importância do HOB como Hospital de Ensino. “Esse curso é extremamente importante, um marco realmente. Em Belo Horizonte, é o primeiro encontro realizado com intuito de debater a qualificação dos profissionais (da preceptoria). O Odilon sempre foi um Hospital que começou vários outros projetos. É um hospital modelo para várias experimentações no Brasil”, ressaltou o Presidente.


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