Revista AP&M - Dezembro 2012

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DESCUBRA OS SEGREDOS

PARA SUA DIETA DAR CERTO

FOBIA SOCIAL: SAIBA COMO SUPERÁ-LA ESTRESSE: CUIDE DE SEU SONO E SEJA MAIS FELIZ NO TRABALHO atividade, procedimento e medicina

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MĂŠdico ResponsĂĄvel: Dr. Luiz Augusto G. de Souza CRM 32.402

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EDITORIAL Dezembro já chegou e o ano novo bate a nossa porta, e como já é de costume paramos para pensar, já é Natal, ele chegou mais uma vez. Trazendo todo aquele encanto, um clima gostoso de festa, uma atmosfera mais agitada, com todo aquele corre-corre, preparativos e desejos de felicidades. A Revista AP&M se orgulha de mais um ano de sucesso juntos, agradecemos a todos que nos ajudaram a realizar este trabalho. Nesta Edição Especial de Dezembro a Revista AP&M chega com assuntos interessantes e informativos sobre o estresse. Uma doença que afeta milhões de brasileiros, e que nesta época do ano conseguem aliviar ou não, o estresse acumulado de um ano inteiro. A nova edição da Revista AP&M traz especialistas que entendem do assunto, explicando como o estresse pode afetar o rendimento no trabalho, afetar o sono, tudo isso para você começar 2013 com a cabeça fresca! A Equipe Prime Editorial e Design deseja a todos um ótimo Natal e um Feliz Ano novo!

COMO O TRABALHO PODE FAVORECER O ESTRESSE

SEGREDOS PARA SUA DIETA DAR CERTO!

ESTRESSE: O INIMIGO DO SONO

FOBIA SOCIAL SAIBA O QUE É E COMO SUPERÁ-LA MÉTODO SUPERA O CÉREBRO TAMBÉM PRECISA DE DIETA

EXPEDIENTE Diretor Executivo: Marcelo J. Casaroto comercial@penseprime.com Diretora Financeira: Elisangela R. Casaroto financeiro@penseprime.com Jornalista Responsável: Fabio Moretti (MTB: 41668) redacao@penseprime.com

TRANSFORMANDO AMBIENTES EM BEM-ESTAR

KUMON E O AUTODIDATISMO

Diagramação: Caio Siqueira Campos design@penseprime.com

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Publicidade: vendas@penseprime.com Os artigos e conteúdo técnico científico das matérias são de responsabilidade de seus autores.

PROSA & SEXO POR JÔ FRANCETTO

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Distribuição Gratuita e Exclusiva. 6.000 exemplares Ano 01 - Dezembro 2012

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COMO O TRABALHO PODE FAVORECER O

ESTRESSE

Talvez o ambiente do trabalho tenha se modificado e acompanhado o avanço das tecnologias com mais velocidade do que a capacidade de adaptação dos trabalhadores. Os profissionais vivem hoje sob contínua tensão, não só no ambiente de trabalho, como também na vida em geral. Há, portanto, uma ampla área da vida moderna onde se misturam os estressores do trabalho e da vida cotidiana. A pessoa, além das habituais responsabilidades ocupacionais, além da alta competitividade exigida pelas empresas, além das necessidades de aprendizado constante, tem que lidar com os estressores normais da vida em sociedade, tais como a segurança social, a manutenção da família, as exigências culturais, etc. É bem possível que todos esses novos desafios supere os limites adaptativos levando ao estresse. O tipo de desgaste à que as pessoas estão submetidas permanentemente nos ambientes e as relações com o trabalho são fatores determinantes de doenças. Os agentes estressores psicossociais são tão potentes quanto os microorganismos e a insalubridade no desencadeamento de doenças. Tanto o operário, como o executivo, podem apresentar alterações diante dos agentes estressores psicossociais. O desgaste emocional a que pessoas são submetidas nas relações com o trabalho é fator muito significativos na determinação de transtornos relacionados ao estresse, como é o caso das depressões, ansiedade patológica, pânico, fobias, doenças psicossomáticas, etc. Em suma, a pessoa com esse tipo de estresse ocupacional não responde à demanda do trabalho e geralmente se encontra irritável e deprimida. Um dos agravantes do Estresse no Trabalho é a limitação que a sociedade submete as pessoas quanto às manifestações de suas angústias, frustrações e emoções. Por causa das normas e regras sociais as pessoas acabam ficando prisioneiras do politicamente correto, obrigadas a aparentar um comportamento emocional ou motor incongruente com seus reais sentimentos de agressão ou medo. No ambiente de trabalho os estímulos estressores são muitos. Podemos experimentar ansiedade significativa (reação de alarme) diante de desentendimentos com colegas, diante da sobrecarga e da corrida contra o tempo, diante da insatis-

fação salarial e, dependendo da pessoa, até com o tocar do telefone. A desorganização no ambiente ocupacional põe em risco a ordem e a capacidade de rendimento do trabalhador. Geralmente as condições pioram quando não há clareza nas regras, normas e nas tarefas que deve desempenhar cada um dos trabalhadores, assim como os ambientes insalubres, a falta de ferramentas adequadas. Fatores intrapsíquicos (interiores) relacionados ao serviço também contribuem para a pessoa manter-se estressada, como é o caso da sensação de insegurança no emprego, sensação de insuficiência profissional, pressão para comprovação de eficiência ou, até mesmo, a impressão continuada de estar cometendo erros profissionais. Isso tudo sem contar os fatores internos que a pessoa traz consigo para o emprego, tais como, seus conflitos, suas frustrações, suas desavenças conjugais, etc. O extremo oposto, ou seja, ter uma vida sem motivações, sem projetos, sem mudanças na ocupação ao longo de muitos anos, sem perspectivas de crescimento profissional, assim como passar por período de desocupação no emprego também pode provocar o mesmo desenlace de Síndrome de Burnout. Mesmos sintomas podem surgir em ambos casos, ou seja, falta de autoestima, irritabilidade, nervosismo, insônia e crise de ansiedade, entre outros. Sobrecarga A sobrecarga de agentes estressores também pode ser considerada um fator importante para eclosão do estresse patológico no trabalho. A sobrecarga de estímulos estressores é um estado no qual as exigências do ambiente excedem nossa capacidade de adaptação. Os quatro fatores principais que contribuem para a demanda excessiva de agentes estressores no trabalho são: 1. urgência de tempo; 2. responsabilidade excessiva; 3. falta de apoio; 4. expectativas excessivas de nós mesmos e daqueles que nos cercam.

Falta de Estímulos A falta de estímulos também pode resultar em estresse patológico e doença. O risco de ataques cardíacos, por exemplo, são significativamente maiores nos dois primeiros anos após a aposentadoria. Nesses casos a condição associada ao estresse costuma ser o tédio, a sensação de nulidade e/ou a solidão, portanto, a falta ou escassez de solicitações também proporciona situações estressoras. Às vezes, no final do dia, sentimos nosso corpo exausto mas, apesar disso, experimentamos uma agradável sensação de bem estar. Em geral uma atividade pode se tornar muito gratificante quando possui um significado especial ou quando desperta grande interesse em nós. No trabalho, as atividades medíocres, destituídas de significação ou aquelas onde não temos noção do porquê estamos fazendo isso ou aquilo, podem ser extremamente estressantes. As tarefas alta-mente repetitivas ou desinteressantes também podem produzir estresse. Essas situações de carência de solicitações ou a sensação de falta de significado para as coisas que fazemos costumam também causar estresse em crianças e idosos. Ruído O ruído excessivo pode causar estresse pela estimulação do Sistema Nervoso Simpático, provocando irritabilidade e diminuindo o poder de concentração. Dessa forma, o ruído pode ter um efeito físico e/ou psicológico, ambos capazes de desencadear a reação de estresse. Este fator estressante pode produzir alterações em funções fisiológicas essenciais, como é o caso do sistema cardiovascular. O ruído também pode influenciar outros hormônios, como a testosterona, por exemplo, e dessa forma, pode ter efeitos pro-

longados sobre o organismo, considerando que as alterações hormonais são sempre de efeito mais longo. Experiências com pilotos de aeronaves na Argentina demonstraram que, ao ficarem expostos aos ruídos de alta intensidade das turbinas aéreas, sua produção de testosterona reduziu-se pela metade. Além disso, foi relatada uma forte correlação entre a perda de audição devida a ruídos e a concentração plasmática de magnésio. Alterações do Sono O contínuo atraso do sono pelos horários de trabalho, viagens e variações do rítmo das atividades sociais, facilitadas pelo uso da luz elétrica e atrações noturnas, pode levar à insônia e, conseqüentemente ao estresse. Na síndrome de fusos horários das viagens internacionais, recomenda-se não tomar decisão importante ou não competir antes da readaptação fisiológica. Os operários que fazem turnos ou têm trabalho noturno, geralmente possuem um sono de má qualidade no período diurno. Isso se dá em decorrência dos conflitos sociais (coisas que fazemos de dia e coisas que fazemos de noite) e do excesso de ruído diurno. Essa má qualidade do sono acabará provocando aumento da sonolência no período de trabalho (seja noturno ou diurno), muitas vezes responsável por acidentes, desinteresse, ansiedade, irritabilidade, perda da eficiência e estresse. Falta de Perspectivas A esperança, perspectiva ou expectativa otimista é uma das motivações que mais aliviam as tensões do cotidiano. Saber (ou achar) que amanhã será melhor que hoje, ou o mês que vem melhor que este, ou ano que vem será bem melhor, etc, são sentimentos que aliviam e minimizam a ansiedade e a

ASIATICA DESEJA UM FELIZ NATAL E UM PROSPERO ANO NOVO A TODOS MÉDICOS E EQUIPES. ASIATICA SEMPRE POR VOCÊ.

FELIZ NATAL!!! FELIZ 2013!!! Av DR. Cássio Pascoal Padovani, 1655 Morumbi - Piracicaba

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frustração do cotidiano. Está claro que na falta das boas perspectivas ou, o que é pior, na presença de perspectivas pessimistas a pessoa ficará totalmente à mercê dos efeitos ansiosos do cotidiano, sem esperanças de recompensas agradáveis. Há ambientes de trabalho onde o futuro se mostra continuamente sombrio. É completamente falso acreditar que funcionários temerosos produzem mais. O medo motiva para a ação durante um breve período de tempo (veja a fisiologia do estresse), mas logo sobrevêm o estado de esgotamento com efeitos imprevisíveis. Mudanças Constantes Esse assunto merece considerações mais amplas. As necessidades de mudanças podem ser comparadas a um ciclo vicioso; o momento presente está quase sempre exigindo mudanças, essas mudanças acabam trazendo novos problemas. Esses problemas despertam novas soluções, as quais passam a exigir novas mudanças e assim por diante. Mudanças determinadas pela empresa Esses tipos de mudanças podem ser determinadas por uma nova chefia ou devido à nova orientação geral da empresa, seja por causa de alguma fusão ou aquisição da empresa. Normalmente esse tipo de mudança pode gerar muita insegurança, inicialmente. Até agora associamos sempre o estresse à adaptação e, diante das mudanças, o que mais se solicita das pessoas é a adaptação, portanto, é o momento onde o estresse está acontecendo. Evidentemente as pessoas naturalmente possuidoras de dificuldades adaptativas sofrerão mais. Abrir mão de métodos usuais para aprender ou aceitar novos métodos sempre exige uma participação emocional importante. A pessoa que passa por momentos de ansiedade e estresse por causa de mudanças deve ter em mente que, mesmo que o departamento esteja sendo “desmontado” ou algum colega estimado esteja perdendo sua posição, ela continuará sendo o mesmo profissional que é, seus conhecimentos continuarão intactos e a empresa poderá utilizá-los até de forma melhor na nova situação. Nessa situação o mais importante é não deixar que considerações emocionais (mágoa, orgulho, inveja, rancor, etc) dominem o lado racional. Mudanças devidas à novas tecnologias A tecnologia normalmente está em contínua substituição por sistemas mais modernos. Nessa situação também as pessoas são emocionalmente solicitadas à se adaptar ao novo. Nesse caso o estresse será variável, de acordo com as Disposições Pessoais e de acordo com o tipo dessa nova tecnologia a ser implantada. Pela Disposição Pessoal sofrerão mais as pessoas com instabilidade afetiva, com traços marcantes de ansiedade ou já previamente estressadas. Em relação às próprias mudanças, sofrerão mais as pessoas confrontadas com novas tecnologias ideologicamente diferentes das anteriores. Na Inglaterra, há anos, foi feita uma pesquisa entre trabalhadores de uma refinaria de petróleo e de uma central telefônica, ambas submetidas à mudanças tecnológicas radicais. Na refinaria, apesar das mudanças para automação terem sido profundas, como o sistema de craqueamento do petróleo é sempre o mesmo, a incidência de estresse foi mínima entre os funcionários, inclusive entre os mais antigos. Entretanto, na telefônica a situação foi muito diferente. O novo sistema não tinha nenhuma analogia com o anterior e os funcionários mais antigos tiveram que ser transferidos ou demitidos. Isso mostra que as exigências para adaptação ao novo exercem profundo impacto sobre a ansiedade (e estresse, conseqüentemente) das pessoas.

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Mudanças devidas ao mercado As constantes exigências do mercado sempre são levadas a sério pelas empresas e, freqüentemente, determinam mudanças de procedimentos no trabalho. Os ansiosos tende mais para o estresse devido, principalmente, à ansiedade antecipatória, ou seja, a ansiedade que aparece muito antes de quaisquer resultados das mudanças. Embora o bom senso recomende que as pessoas devam estar continuamente atentas aos resultados dessas mudanças, sofrer antecipadamente não resolve problemas, não facilita a adaptação e podem determinar atitudes precipitadas danosas. Mudanças auto-impostas São as exigências que fazemos de nós mesmos. Em psiquiatria, o mais sadio é que estejamos sempre inconformados e sempre adaptados. Isso significa que, através do inconformismo estamos sempre buscando fazer com que o amanhã seja melhor que o hoje. Entretanto, é indispensável que a pessoa se mantenha adaptada às circunstâncias atuais, mesmo que sejam circunstâncias adversas. Sadio seria reclamar do trânsito, quando este está ruim, para podermos buscar opções que melhorem nossa vida em relação à esse trânsito (mudar itinerários, horários, etc), outra coisa é estarmos padecendo de hipertensão, úlcera, ansiedade ou enxaqueca por causa desse trânsito ruim. Essa é a diferença. O próprio inconformismo humano exige uma reciclagem constante, ou seja, exige mudanças continuadas e necessidades de adaptação à essas mudanças. Encarar a mudança sob uma perspectiva de crescimento e adequação pode ajudar nossa adaptação, considerá-la uma tarefa tediosa, inútil e humilhante “para quem já sabe tanto”, favorece o descontentamento, a ansiedade e, conseqüentemente, o estresse. Ergonomia O conforto humano em seu trabalho deve ser sempre considerado, em se tratando de estresse. Como enfatizamos sempre, não devemos privilegiar apenas as razões emocionais em relação ao estresse, por ser este uma alteração global do organismo (não apenas emocional). Aqui deve ser considerado o conforto térmico, acústico, as horas trabalhadas ininterruptamente, a exigência física, postural ou sensoperceptiva e outros elementos associados ao desempenho profissional. Ambientes hostis, em termos de temperatura, unidade do ar e contacto com agentes agressivos à saúde fazem parte da exigência física a que alguns trabalhadores estão submetidos. Daí a enorme importância do acessoramento técnico da Medicina do Trabalho para prevenir estados de esgotamento. Atividades que exigem posições anti-fisiológicas, repetitividade de exercícios danosos, e permanência exagerada em atitudes cansativas fazem parte das exigências posturais a que são submetidas as pessoas durante o trabalho.

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DR. DALTON MARANHA PSIQUIATRA - CRM-SP 106.190

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Então, quais são as estratégias vencedoras de uma dieta? O roteiro básico da dieta é:

SEGREDOS PARA SUA DIETA DAR CERTO! Muitos fazem dieta, mas poucos perdem peso. Porque as dietas não funcionam e quais os segredos para a sua dieta dar certo! Dieta é o assunto mais frequente nos consultórios hoje. Depois do extenso debate sobre as dietas South Beach, dieta Atkins, dieta do tipo sangüíneo a dieta voltou ao centro das atenções após a divulgação de um estudo sobre a falta de eficácia da dieta na prevenção do câncer. Afinal, fazer dieta funciona? Fazer dieta é melhorar os hábitos alimentares para evitar doenças específicas (obesidade, doença cardiovascular ou câncer). A adoção de uma dieta deve ser baseada em objetivos claros que vão determinar os alimentos a serem consumidos e o tempo necessário para atingir o objetivo da dieta. Se um portador de diabetes faz uma dieta pobre em carboidratos para controlar a glicemia, em um dia ele pode notar melhora das dosagens de glicose no sangue. Se um adulto faz uma dieta pobre em gordura para reduzir o colesterol, ele provavelmente passará alguns dias fazendo dieta a fim de melhorar o seu colesterol. A principal razão pela qual alguém faz uma dieta é o peso. Para perder peso a dieta deve conter alimentos cujo total de calorias seja inferior à energia gasta no mesmo período. Em média consumimos cerca de 2000 calorias ao dia. Se uma pessoa faz uma dieta de 1600 calorias, mas gasta 1480 calorias com um dia de pouca atividade física e muito escritório, apesar de fazer uma dieta, ao final do mês terá acumulado cerca de 500g, em um ano 6 quilos. E a diferença de calorias entre consumo e gasto energético equivale apenas a um bombom de cereja ou uma xícara de leite! Curiosamente, pessoas mais obesas (pesando mais quilos) tendem a ter uma perda de peso com dieta maior que as mais magras. Isto ocorre porque para qualquer atividade (como por exemplo, tomar um banho) este indivíduo carregará alguns quilos a mais se deslocando, logo, seu gasto energético é maior, portanto a diferença entre o consumo de calorias na dieta e gasto nas atividades será maior em relação ao mais magro. Para cada 10 quilos que engordamos o gasto energético aumenta entre 100 e 150 calorias. Infelizmente existem vários fatores para que uma dieta não funcione: a adoção de medidas radicais, a falta de atividade física, a desinformação, o adoção de dietas que não são adequadas ao paladar individual de cada pessoa. A dieta é, muitas vezes, pensada como uma mudança radical no hábito alimentar que levará a um resultado proporcional ao sacrifício realizado durante uma dieta. A adoção de restrições radicais na dieta impossibilita sua manutenção por tempo prolongado.

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Restringir o consumo de calorias durante a dieta desencadeia mecanismos fisiológicos de sobrevivência que reduzem o gasto energético corporal. Caso contrário, a falta de alimento nos levaria a morte em poucos dias. Enquanto reduzimos as calorias fazendo dieta, o corpo reage reduzindo o gasto energético, o que dificulta a perda de peso. Para tornar uma dieta mais eficaz é necessário aumentar o gasto energético com atividade física. Pessoas sedentárias apresentam mais dificuldade em perder peso com dieta, comparadas às mais ativas. O gasto de energia, fator determinante na perda de peso, varia de acordo com a proporção de massa muscular em relação à gordura. Quanto mais massa muscular, maior o gasto energético e mais fácil é a perda de peso na dieta. Indivíduos sedentários têm menor quantidade de massa muscular, menor gasto energético e mais dificuldade em perder peso após uma dieta. Além disso, durante o envelhecimento ocorre perda de massa muscular e ganho de gordura o que torna cada vez menor o gasto energético de nosso corpo. Outro problema comum são crenças populares de caráter pseudocientífico (acreditar que o tipo sanguíneo influencia o metabolismo energético, que o vilão das calorias é um grupo alimentar como proteínas ou carboidratos ou que o segredo está em descobrir uma solução mágica no reino vegetal como a porangaba). A dieta é uma oportunidade de reeducação do estilo de vida. É o momento crítico onde alguém, que sempre teve hábitos alimentares e de atividade física prejudiciais à qualidade de vida, opta por tentar modificar estes hábitos. Busca-se o equilíbrio do peso, o equilíbrio do gasto e consumo energético. A dieta deve conter todos os grupos alimentares de forma equilibrada. A opção por uma dieta inadequada, a desinformação que as dietas da moda e as crenças populares causam pode arruinar este momento único e especial levando a uma descrença da possibilidade de melhora e uma sensação de fracasso. A necessidade de dieta deve ser avaliada por um médico a fim de traçar objetivos claros a serem alcançados (perda de peso, melhora de glicemia, colesterol, redução de lesões articulares), avaliar e tratar distúrbios emocionais que possam interferir com a alimentação e orientar mudanças de estilo de vida para aumentar o gasto energético, bem como avaliar o risco cardiovascular da prática de atividade física. O acompanhamento por nutricionista permite elaborar uma dieta que atenda aos objetivos do paciente, respeitando os hábitos individuais de cada uma e adequando a alimentação ao paladar de quem faz a dieta. O atendimento multiprofissional (médico, nutricionista e psicóloga) aumenta a chance de sucesso da dieta e estimula a manutenção dos bons hábitos adquiridos.

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1. Descubra com o seu médico qual a sua necessidade energética basal (quantidade de calorias necessárias para sua sobrevivência). Uma dieta com menos calorias do que isso não permitirá que você sobreviva, a menos que você abandone a dieta. 2. Descubra qual é seu objetivo. Muitas pessoas querem melhorar suas curvas (bumbum, pernas) e buscam dietas restritivas para perder peso. Algumas só precisam trocar gordura por músculos (que dão forma ao seu corpo) sem precisar modificar o peso total ou mesmo a dieta. 3. Balanceie o conteúdo da dieta. O corpo precisa de carboidratos para queimar energia e proteínas para construir massa muscular, cortá-los da dieta pode causar um apagão energético ou definhar sua silhueta. 4. Mova-se durante a dieta. O gasto energético pode ser aumentado levando o cachorro passear, subindo escadas ou andando na empresa. A dieta sozinha não faz milagres 5. Fazer dieta não é comer mal. Das marcas famosas aos restaurantes da moda, todos hoje buscam reduzir calorias. A ajuda de um nutricionista permite uma dieta rica em sabores e temperos e pobre em calorias.

6. Dieta é organização do tempo, organize-se. Reserve os horários das refeições com a mesma prioridade dada ao trabalho e ao lazer. Evite atrasar ou deixar de fazer uma refeição determinada na sua dieta. 7. Não se deixe levar por soluções mágicas como fórmulas e anfetaminas, os efeitos colaterais e o ganho de peso após a suspensão da medicação tornam você pior após o tratamento. 8. Evite dietas que todos estão fazendo. A população de todo o planeta está cada vez mais obesa, logo é provável que o senso comum sobre dieta não é a melhor dieta para você. Procure um médico ou nutricionista e planeje a sua própria dieta. Personalize sua dieta.

Dr. Rogério Silicani Ribeiro – Endocrinologia CRM: 94.064. • Especialista em Endocrinologia pela SMEM. • Mestre em Fisiologia do Exercício pela UNIFESP. • Fellowship no Brigham and Women’s Hospital Harvard Medical School

• Graduação e Residência na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP)

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ESTRESSE: O INIMIGO DO SONO O acúmulo de funções, a pressão no trabalho, a falta de tempo para o lazer e o trânsito podem levar ao estresse, reação do organismo que afeta a saúde física, emocional e também causa a queda do sistema imunológico. E a correria do dia a dia tem feito com que as pessoas durmam cada vez menos. Durante o sono o corpo se regenera fazendo a síntese de proteínas e por este motivo o cansaço acumulado ao longo do dia desaparece. Enquanto dormimos produzimos alguns hormônios, como o GH. Nas crianças, ele é responsável pelo crescimento e nos adultos é conhecido “hormônio da juventude” que nos dá força muscular, turgescência da pele e fortalece os ossos. Pelo mesmo raciocínio, se o GH for produzido em menor quantidade, o envelhecimento será mais rápido. Para as mulheres o sono também é fundamental devido à produção de prolactina, hormônio que desempenha um papel importante na amamentação e ovulação, e para os homens, a testosterona, que tem está relacionada à sexualidade. Menos testosterona, menos vontade e libido sexual. E uma boa noite de sono evita que organismo acumule altos teores do cortisol, hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais e é liberado em situação de estresse. E quando há falta de sono as pessoas costumam ficar mais irritadas. Aproximadamente 40% dos brasileiros não conseguem alcançar o descanso merecido durante a noite, segundo pesquisa realizada pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN) com 40 mil pessoas. E o tempo ideal de sono depende do cansaço físico, mental, da idade e até da genética de cada indivíduo. Mas a maior parte da população adulta precisa de sete a oito horas por dia, porém, se dormir durante seis horas e acordar disposto no dia seguinte significa que teve um sono reparador. Uma noite mal dormida significa redução do desempenho, desmotivação e aumento do risco de ocorrência de acidentes. A insônia também prejudica a atenção e a memória, além de afetar a circulação sanguínea e o coração. Quem não dorme bem está mais propenso a infecções, obesidade, hipertensão e diabetes. A apneia do sono, por exemplo, pode provocar pressão alta, infarto do miocárdio, arritmias cardíacas e derrame cerebral. Estudos mostram que cerca de 30% dos casos de hipertensão arterial estão relacionados à doença. A apneia afeta 8,5 milhões de brasileiros, ou 5% da população do país, segundo estimativa da ABN. Caracterizada pelo fechamento repetitivo do ar pela garganta durante o sono, o distúrbio provoca múltiplos despertares à noite e sonolência excessiva diurna. O portador da síndrome adormece, para de respirar, acorda, reinicia a respiração, torna a adormecer, para de respirar novamente e assim por períodos sucessivos ao longo da noite. Cada vez que a respiração cessa, o nível de oxigênio no sangue baixa e o músculo do coração trabalha intensamente, levando a um aumento da tensão arterial e por vezes a graves arritmias cardíacas durante a noite. Além da apneia, os transtornos do sono mais comuns dos cerca de cem já identificados pela medicina são insônia, ronco e síndrome das pernas inquietas. Mas para chegar ao diagnóstico preciso, o paciente deve passar pela polissonografia, um exame realizado no laboratório do sono. O exame permite testar durante o sono os potenciais elétricos da atividade cerebral, dos batimentos cardíacos, os movimentos dos olhos, a atividade muscular, o esforço respiratório, a saturação do oxigênio no sangue, o movimentos das pernas e outros parâmetros. E quando a pessoa apresenta distúrbios do sono ou encontram dificuldades para domir, a depressão e o estresse podem se manifestar. Em algumas situações mudanças de hábitos contribuem para uma boa noite de sono.

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OS 10 MANDAMENTOS PARA UMA BOA NOITE DE SONO

Horário regular para dormir despertar

Ir para a cama somente na hora dormir

Dormir em um ambiente saudável

Não fazer uso de álcool próximo ao horário de dormir

Não fazer uso de medicamentos para dormir sem orientação médica

Não exagerar em café, chá e refrigerante

Exercícios físicos em horários adequados e nunca próximos à hora de dormir

Jantar moderadamente em horário regular e adequado

Não levar problemas para a cama

Atividades repousantes e relaxantes após o jantar

Shigueo Yonekura CRM 44519

• Médico Neurologista no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP • Titulo de especialista em Polissonografia pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica

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FOBIA SOCIAL “Todos nós somos um pouco tímidos, ansiosos e inseguros em certos ambientes e diante de estranhos. Isso prejudica e limita a vida dos portadores da fobia social.” Drauzio Varela

Iniciarei este artigo com o prefácio que o Dr.Drauzio Varela coloca em seu site sobre Fobia Social : Todos nós somos um pouco tímidos, ansiosos e inseguros em certos ambientes e diante de estranhos. Esse grau de timidez varia de pessoa para pessoa de acordo com a situação. Embora seja normal ficarmos pouco à vontade nessas ocasiões, vencida a inibição inicial, a tendência é irmos nos familiarizando com o ambiente e entrosando com as pessoas. Entretanto, existem indivíduos que fogem dessas experiências como o diabo da cruz. Ficam apavorados só em pensar na possibilidade de viver tais momentos e chegam ao extremo de evitar qualquer contato social. Esse comportamento fóbico se reflete no campo afetivo e profissional e compromete a qualidade de vida. O transtorno pode começar na infância, arrastar-se pela adolescência e atingir a vida adulta. Quanto mais cedo for enfrentado, melhores serão os resultados e menos sofrimento trará para seus portadores. Em nossa vida certa ansiedade social, em contextos como estar esperando uma resposta para um novo emprego, ao apresentar uma estreia teatral, certo grau de preocupação com a imagem, ou ao conversar com uma autoridade, uma prova oral, etc. é normal. Ansiedade social é comum a todos nos. Entretanto existem situações onde o individuo vivencia experiências tremendamente assustadoras e que causam sofrimento dentro de um contexto social normal. Estas pessoas entram no que chamamos de estado fóbico (medo acentuado) e por estar relacionado com situações sociais passamos a denominar de Fobia Social ou de Transtornos de Ansiedade Social (TAS). O termo Fobia geralmente é usado no lugar do termo medo quando existe uma desproporcionalidade da reação emocional com o fato ou mesmo uma percepção equivocada do contexto que esta vivendo, como exemplo uma pessoa entrar em pânico por apresentar um trabalho em classe de aula. Fobia por definição significa medo e o medo pode ser classificado e seis etapas em relação ao grau de intensidade

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1: Prudência 2: Cautela 3: Alarme 4: Ansiedade ( início do nível das fobias) 5: Pânico (medo intenso) 6: Terror (medo muito intenso)

Quando as ansiedades sociais chegam acima do quarto nível do medo, esta sensação fóbica leva a pessoa a ter comportamentos de se esquivarem da vida social. A essência do nascimento das Fobias Sociais é a sensibilidade aguçada de certas pessoas de se sentirem preteridas, com receio de serem humilhadas na frente dos outros. Geralmente, inicia-se na adolescência e persiste na idade adulta, entretanto a fobia social infantil existe, já detectei casos iniciados na infância, levando a um intenso comprometimento psicossocial. As situações sócias mais temidas são: ler e apresentar trabalhos em sala de aula, participar de competições, iniciar uma conversa, pedir ajuda (particularmente para desconhecidos), realizar provas escolares, ir a festas, utilizar banheiros públicos. O temor pode ocorrer de forma generalidades, ou seja, em vários setores, ou setores específicos como realização de provas por exemplo.

Em uma entrevista dada para o site do Dr Dráuzio Varela, o psiquiatra Márcio Bernik, (coordenador do Ambulatório de Transtornos de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo) fala sobre os limites da ansiedade normal e das origens da Fobia Social: Dr.Drauzio – Qual a fronteira entre timidez aceitável e fobia social? Márcio Bernik – Não existe fronteira nítida. Como todos os problemas de ansiedade fazem parte da vida psíquica normal (todos nós sentimos ansiedade em algumas ocasiões e sob certas circunstâncias), estabelecer uma linha divisória entre timidez e fobia social não é uma questão de branco e preto. Existe uma série de gradações de cinza que precisa ser observada. O que vai mostrar o momento de interferir são os prejuízos na vida da pessoa. Se ela é mais tímida e inibida, mas tem amigos, participa das entrevistas de emprego, não é solitária, consegue estabelecer relacionamentos românticos, a timidez é um traço de personalidade e não está prejudicando sua vida. Entretanto, se impedida pela timidez, não consegue encarar essas situações rotineiras e torna-se solitária, precisa de tratamento.

uma campanha para que os adultos interferissem um pouco mais nas relações entre os jovens a fim de evitar fatos como esses. Na verdade, a provocação entre crianças é um caminho de duas mãos: tanto a criança mais tímida e fóbico-social é vítima fácil dos gozadores de plantão, quanto a vitimização faz com que a criança torne-se mais tímida e fóbica social. OS SINTOMAS Quem sofre de fobia, ao se deparar (ou às vezes simplesmente imaginar...) com as situações que desencadeiam suas crises, sentem um enorme medo, em geral acompanhados de pelo menos quatro dos seguintes sintomas: • Falta de ar. • Palpitações. • Dor ou desconforto no peito. • Sensação de sufocamento ou afogamento. • Tontura ou vertigem. • Sensação de falta de realidade. • Formigamento. • Ondas de calor ou de frio. • Sudorese. • Sensação de desmaio, tremores ou sacudidelas. • Medo de morrer ou de enlouquecer ou de perder o controle.

Dr. Dráuzio – São conhecidas as causas da fobia social? A fobia social é extremamente complexa na sua origem. No transtorno de pânico, por exemplo, a possibilidade de ocorrência da doença por fatores genéticos gira em torno de 70% e os fatores ambientais pesam pouco; na fobia social, ao contrário, apenas por volta de 30% dos casos podem ser atribuídos a causas genéticas. O restante se deve a vivências complexas.

Estas reações produzem forte insegurança, levando a pessoa a duvidar de sua capacidade de conseguir desempenhar a função social envolvida na situação.

A criança nasce numa família e os pais constituem o primeiro modelo que conhece. Observar como eles lidam com a adversidade, se veem o ambiente social como fonte de prazer e alegria ou como algo desconfortável e ameaçador, se são tímidos ou têm muitos amigos com filhos de idade próxima com os quais ela aprende a conviver de maneira harmoniosa, essa experiência precoce é muito importante.

É comum que a pessoa comece a temer antecipadamente sentir-se mal nas situações, o que dispara uma ansiedade antecipatória forte. Há um medo de se sentir embaraçado, inadequado e não se sair bem na situação. A dúvida e a incerteza produzem insegurança e ansiedade. Uma das consequências é a pessoa começar a evitar situações em que ela imagina que poderá passar mal, o que vai restringindo sua vida.

Crianças provocadas e maltratadas pelos colegas de escola, que vivenciam experiências marcantes de rejeição e sofrimento no relacionamento interpessoal, são mais suscetíveis ao aparecimento da fobia social na vida adulta. No Brasil, essa questão não é muito discutida. Na Inglaterra, porém, não faz muito tempo, houve casos de suicídio de crianças que deixaram cartas acusando a escola de não as ter protegido contra situações desse tipo e foi organizada

Uma das fantasias comuns é que os outros estão percebendo que ela está passando mal, percebendo sintomas como tremor, suor, rubor na face, alteração da voz, etc. Acreditando neste pensamento a pessoa vai ficando cada vez mais inseguro e ansioso o que aumenta seus sintomas. Mesmo que ninguém esteja objetivamente olhando ou avaliando a pessoa, ela sofre com o pensamento distorcido de estar sendo observada, com receio que possam ver como ela está ansiosa, desajeitada, etc.

É evidente que todos nós já sentimos alguma ansiedade, medo, em situações sociais, a diferença esta no nível do medo. Normalmente chegamos até a fase quatro do medo, em ansiedade moderada. Os fóbicos costumeiramente entram na fase cinco (pânico) ou até em terror (fase seis do medo) de enfrentar determinada situação social.

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TRATAMENTO A terapia comportamental tem obtido muito êxito nos tratamentos de fobia, com métodos chamados de dessensibilização sistemática, cujo objetivo é quebrar o ciclo vicioso causado pela Fobia.

Tem sido usado, também com sucesso, o monitoramento do paciente com equipamento de biofeedback, aonde suas funções vitais como pulso, resistência de pele ou respiração, são monitoradas por equipamento computadorizado possibilitando um acompanhamento mais objetivo.

Freud já falava em neurose de pânico. A psicofarmacologia, através de antidepressivos e ansiolíticos ainda é o método mais rápido e eficaz de retirar o paciente do sofrimento, mas em minha opinião as técnicas terapêuticas são essenciais para a estabilização mais fundamentada da situação.

Uma variante da atualidade é a dessensibilização virtual. Aqui, o paciente enfrenta seu medo não imaginando, mas sim vivenciando as situações em ambiente virtual. Em geral seu pulso é monitorado e, tão logo o terapeuta perceba aumento significativo da frequência cardíaca, congela a imagem e induz relaxamento.

Existem escolas que surgem modernamente através da grande evolução do conhecimento do funcionamento cerebral em nível bioquímico e fisiológico que já propõe como a solução de tratamento através de psicofármacos e ponto final. Até a década de 50, imperava a teoria psicanalítica das neuroses. Em poucas palavras, um sintoma psíquico era considerado como a ponta de um iceberg. De nada adiantaria retirar essa ponta que o gelo iria subir, e os sintomas iriam reaparecer. O tratamento, portanto consistia em destruir (ou melhor, reestruturar) todo o iceberg, o que somente seria possível com anos de análise. O resultado prático sempre ficou bem abaixo das expectativas. Na década de 50 surgem os primeiros trabalhos do psiquiatra sul africano Joseph Wolpe, falecido há pouco tempo, que inicia seu processo de inibição recíproca, posteriormente denominado dessensibilização sistemática, baseado em trabalhos da década de 20 de Watson. Em síntese, esse grande médico começou a tratar pacientes com fobias associando uma sensação de prazer e relaxamento a situações imaginárias ou reais de medo e evitação. Como o relaxamento é incompatível com o medo, a fobia tende a desaparecer em pouco tempo. De modo geral, o tratamento das fobias está baseado na quebra do link entre as sensações de desprazer e às situações ou objetos que desencadeiam as crises. Assim, se um elevador gera um reflexo de medo, é possível quebrar esse aprendizado desfazendo o ciclo vicioso. Isso é obtido de diversas maneiras. A mais conhecida é a dessensibilização sistemática. O paciente é primeiramente treinado em técnicas de relaxamento profundo. Em seguida, o terapeuta instiga-o a aproximar-se, de maneira gradual e sistemática, do objeto ou situação que lhe provoca medo, culminando numa dessensibilização.

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Várias formas alternativas ou complementares também têm sido usadas. Outro método recente tem sido o EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing), originariamente utilizado em tratamento do estresse pós-traumático, mas que parece oferecer bons resultados. Nesta recente forma de terapia - começou há apenas 10 anos - os dois hemisférios cerebrais são alternadamente estimulados, originariamente com movimentos oculares e mais recentemente com estímulos tácteis ou auditivos, enquanto o terapeuta estimula o paciente a vivenciar seus pensamentos, sensações e imagens fóbicas, com o objetivo de alterar o processamento das memórias. Em nosso centro usamos a dessensibilização, sempre associados ao uso de psicofármacos. As estatísticas mostram que a associação da medicação com as técnicas terapêuticas é o processo mais eficiente.

O CÉREBRO TAMBÉM PRECISA DE DIETA! Não é novidade que uma alimentação balanceada, rica em folhas verdes, castanhas, peixe e frutas, além de fazer bem para a saúde cerebral, também ajuda a prevenir doenças. Mas isso já não é novidade para muita gente... A novidade é que uma pesquisa científica recente identificou uma molécula do nosso corpo que ajuda o cérebro a se manter jovem e que pode ser desencadeada simplesmente comendo menos. Esta molécula, chamada de CREB1, é ativada por uma dieta de baixa caloria e atua como um indutor de genes importantes para a longevidade e o bom funcionamento do cérebro. Pessoas que não tem maiores cuidados e levam um estilo de vida inadequado (que dormem mal, tem alto nível de stress, não se preocupam com uma boa alimentação, ingerem muitos medicamentos, etc), podem acabar sentindo a decadência mental já aos 30 anos! Um estilo de vida que inclui amplo tempo de relaxamento, meditação, exercícios físicos, ginástica para o cérebro e bom sono, tudo isso ajuda a regenerar e revigorar nosso estado mental. Todos nos queremos um cérebro que seja saudável quando nós estivermos mais velhos, mas nos queremos também um cérebro que funcione em alta velocidade e eficientemente hoje!

DESAFIO! QUAL É O NÚMERO INTRUSO?

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A academia de ginástica cerebral oferece curso individualizado e para todas as idades, com exercícios para várias habilidades cerebrais – atenção, memória, visão espacial, linguagem e raciocínio lógico – no qual você pode desenvolver seus pontos fracos e aperfeiçoar seus pontos fortes com o acompanhamento de instrutores, que garantem um treino variado e progressivo. Experimente!

Juliana Santiago Casarin Pedagoga e Diretora do Supera Ginástica para o Cérebro piracicaba.adm@metodosupera.com.br

E para você que viveu ou esta vivendo este processo atualmente, cuide-se, geralmente os resultados são bastante eficientes e rápidos. Se aceite e se ame e então você verá que pertencer e participar mais amplamente da Vida é simplesmente um direito da sua existência. Cuide-se com amor.

Dr Jussieu Roberto Siqueira CRM SP-37870 VIVER – Centro de Evolução Humana www.viverweb.com.br www.facebook.com/viverweb

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Transformando ambientes em bem-estar

I

magine um belo gramado numa manhã de outono... Observe um jardim de flores brancas. Uma brisa leve e fresca toca o rosto, perfumando o ambiente com cheiro de jasmins e orvalho. Uma árvore de folhas pequenas faz uma agradável sombra rendada e ao longe, feixes de luz cortam as nuvens, iluminando uma pequena lagoa prateada. Por alguns segundos, imaginar um lugar assim pode nos dar uma incrível sensação de bem-estar e relaxamento. Enquanto quando pensamos em lugares abafados, fechados e com pouca luz, logo sentimos uma sensação de opressão e angústia. Isto acontece porque o espaço tem grande influência no estado emocional das pessoas. Algumas situações podem ser verdadeiras fontes geradoras de estresse como, por exemplo, excesso de luz ou níveis altos de som. Por outro lado, vários elementos contribuem para qualificar o espaço construído e favorecem o bem-estar psicológico dos usuários. No dia-a-dia, as pessoas sofrem inúmeros estímulos psicológicos que também podem gerar o estresse, como pressões na vida profissional, problemas financeiros, de saúde e de relacionamento. Seja em casa, no trabalho ou na cidade, é importante evitar que o espaço provoque ainda mais reações negativas aos usuários, e ao contrário, utilizá-lo a nosso favor para proporcionar momentos agradáveis, acolhimento e relaxamento. Entre inúmeros fatores, podemos explorar a questão das aberturas e seus benefícios ao ambiente construído. Uma casa com janelas bem posicionadas promove aos seus usuários qualidade de vida e conforto, regulando a luminosidade e ventilação. Pela manhã, a luz natural no quarto ajuda a elevar os níveis de cortisol no sangue, aumentando a disposição e energia no despertar. Durante o dia, cria uma atmosfera agradável e alegre nos cômodos da casa, além de ter ação bactericida. As janelas promovem aos espaços internos uma amplitude visual, muito importante para a nossa necessidade de liberdade e tranquilidade. Além disso, uma janela que emoldura uma bela paisagem promove deleite visual e relaxamento. Ventilação natural adequada mantém a qualidade do ar e a temperatura agradável durante o dia e a noite, muitas vezes eliminando a necessidade de ventilação mecânica. Luz muito forte, seja natural ou artificial, também pode ser prejudicial e causar irritação, desconforto e dores de cabeça. Por isso, devemos controlar as fontes de luz para que sejam sempre indiretas e não ofusquem a vista, e evitar iluminar demais um espaço quando não há real necessidade. Outro elemento que interfere no bem-estar é o som. Ruídos repetitivos, som alto e reverberação são fatores que provocam incômodo e aumentam consideravelmente o nível de estresse. Existem recursos para reduzir os ruídos provenientes do exterior à edificação. Uma alternativa é utilizar paredes mais grossas, revestimentos acústicos e janelas com maior vedação. Para diminuir a reverberação do som nos ambientes internos, é muito eficaz a utilização de tapetes e cortinas, cobrindo as superfícies lisas com tecidos que, além de tudo, tornam o ambiente mais aconchegante e confortável.

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Lugares pequenos, escuros, com poucas aberturas ou tetos baixos podem causar a famosa sensação de claustrofobia. Espaços assim precisam ser cuidadosamente trabalhados para evitar seus efeitos negativos e se tornarem mais agradáveis. Se a luz natural não for possível ou suficiente, utilize luzes difusas, como abajures e luminárias. Cores suaves e espelhos podem dar a sensação de amplitude. A organização também é fundamental para dar ao espaço um aspecto mais amplo e arejado, por isso, é vantagem eliminar os objetos excessivos e optar por móveis maiores e em menor quantidade. Diferentes tecidos, cores e texturas tornam o espaço mais convidativo, charmoso e confortável.

usuários. Clientes mais simples, por exemplo, podem se sentir constrangidos e intimidados em um lugar muito luxuoso. O espaço da cidade também pode influenciar positiva ou negativamente no bem-estar das pessoas. As paisagens, jardins bem cuidados e ciclovias arborizadas são elementos que muito contribuem para a qualidade de vida das pessoas, enquanto o trânsito caótico, a poluição e a degradação do meio ambiente caminham no sentido contrário. Na Áustria, os arquitetos Heribert Wolfmayr e Josef Saller fizeram uma curiosa edificação para promover um recanto de relaxamento, como um oásis, no centro de Viena. A Flederhaus é um edifício público de cinco andares, repleto de redes e com belas vistas para apreciar.

Na agitação do dia-a-dia, precisamos ficar atentos aos espaços que frequentamos e aproveitar da melhor forma os momentos de relaxamento para descansar o corpo e a mente. Frequentemente, os espaços de trabalho e da cidade estão desqualificados e podem acentuar os níveis de estresse dos usuários. Por isso, a qualidade do espaço da casa adquire ainda mais importância. Após um intenso dia de trabalho, de resolução de problemas e decisões, nada melhor do que se refugiar na intimidade do lar, com todo o acolhimento que ele pode oferecer, e recompor as energias. Neste sentido, é muito importante ter cuidado com a configuração da casa. Independentemente do tamanho, ela deve proporcionar aos moradores o conforto necessário, tranquilidade e bem-estar, e assim poderá contribuir significativamente para a diminuição dos níveis de estresse e melhorar a qualidade de vida de todos.

Diana Andrade Camargo - CAU 110439-0 Arquiteta e Urbanista – USP Sim Arquitetura e Construção diana@simarquitetura.com.br Flederhaus, Viena © Mischa Erben

Cores suaves, espelhos e organização tornaram este pequeno quarto muito aconchegante. Uma residência, independentemente do seu tamanho, deve ter espaços que preservem a privacidade de seus usuários. A possibilidade de se fechar uma porta e uma cortina deve ser garantida, pois o ser humano precisa também se resguardar em sua intimidade em determinados momentos. Deve ter ambientes comuns aos usuários como espaços de convívio, mas também lugares onde possa se refugiar em momentos de introspecção e tenha a sua individualidade garantida. Quando não é possível se ter um cômodo privativo, deve haver ao menos uma cama ou um recanto da casa, como uma rede. Não importa o tamanho, mas é importante existir um local que seja respeitado pelos outros moradores. A falta de privacidade é uma situação que causa desconforto, inquietação e pode gerar desentendimentos, pois os limites e intimidades das pessoas ficam expostos ao próximo. Um ambiente de trabalho qualificado pode contribuir muito para a produtividade de uma empresa. Espaços confortáveis para trabalhar e interagir, decoração que estimule a criatividade e espaços de descanso ao ar livre favorecem as relações dos colaboradores, a satisfação e a qualidade de vida. Quanto à aparência do lugar, esta deve estar em sintonia com seus

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KUMON E O AUTODIDATISMO O método Kumon além de desenvolver o potencial de cada aluno ao máximo limite,tem o autodidatismo como uma de suas principais raízes. Toru Kumon, seu fundador, já previa sabiamente que o autodidatismo seria a chave do sucesso profissional do homem no século XXI. Nos dias de hoje o autodidatismo é um instrumento de preciosidade indiscutível em qualquer profissão. As mudanças promovidas pela dinâmica cultural e tecnológica exige do profissional a aprendizagem constante de assuntos que surgem no dia a dia de sua profissão. Quem desenvolveu o autodidatismo está muito á frente, pois não necessita de ajuda para entender conteúdos não estudados. Aprender a aprender é cada vez mais importante numa época de rápidas mudanças. Para se manter atualizado no mercado você estará sempre aprendendo coisas novas e esse é um dos grandes diferenciais do Kumon: conduzir o aluno ao autodidatismo desde o primeiro dia de aula. Isso acontece porque o estudante inicia seus estudos (matemática, português ou inglês) num ponto fácil que o aluno estuda sozinho e como o material é desenvolvido de forma suave e gradativa, o aluno quando se dá conta estará

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estudando conteúdos complexos sem a ajuda do orientador. Essa é uma das características mais fantásticas do Método Kumon que desenvolve alunos com extraordinárias características que o farão enfrentar quaisquer desafios em sua vida acadêmica e profissional. “Quem tiver a capacidade de aprender rápido, vai se destacar!” O aluno Kumon, com uma base sólida de estudos e sede por conhecimento é levado a aprender sem limites!”Como autodidatas, terão uma postura arrojada frente aos desafios da vida”. O aluno se desenvolve de maneira que realmente surpreende a todos, pois à medida que ele avança nos estudos menos dependente fica do orientador. Ele é um autodidata! Ele é um aluno Kumon, preparado para a vida! Milhões de alunos que estudam por meio do Método Kumon em todo o mundo, ao desenvolverem o autodidatismo , surpreendem educadores, pais e os próprios alunos! Não é sem razão ser merecidamente conhecido como “KUMON -EDUCAÇÃO QUE SURPREENDE!”

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&sexo

prosa

“Estou de chico, estou naqueles dias, estou incomodada...” Existem muitos nomes esquisitos para falar quando a menina “quebra o pote” ou “fica mocinha”, esses últimos também são expressões usadas para a menarca (nome que se dá para a primeira menstruação). Meninas....como lidar com esse novo ciclo da sua vida? Algumas meninas ficam animadas e felizes quando inicia sua menstruação, outras ficam inseguras e irritadas e cada uma tem a reação mesmo, afinal somos diferentes, somos seres únicos. O que vale lembrar é que você está respondendo muito bem ao desenvolvimento do seu corpo e organismo, deixando de ser menina para se tornar uma adolescente, uma mulher e isso não é tudo!!! Em geral a primeira menstruação ocorre entre os 9 aos 14 anos, mas isso não é uma regra, pode ocorrer após essa idade também, muita garotas tem sua primeira menstruação na mesma idade da sua mãe. Como tudo acontece: Assim que você perceber uma manchinha meio marrom na sua calcinha já é bom você compartilhar com alguém de sua confiança, assim vai poder dividir esse momento novo e receber as orientações corretas, tudo de maneira simples e tranquila. É natural ficar uns três meses assim, com manchinhas, pouco fluxo, para depois ocorrer mensalmente. Muitas meninas já têm esse preparo antes feitos pela mãe ou mesmo profissionais da escola, mas pode sim pegar algumas meninas totalmente sem informação e ficarem assustadas com o que está vendo na calcinha. Daí a importância da parceria família e escola ,orientarem sobre as transformações naturais, corporais e sexuais às crianças, sejam elas meninas ou meninos. É legal assim que menstruar já marcar um horário com um ginecologista (médico que cuida da saúde da mulher), você pode falar para sua mãe ou responsável se prefere que seja um médico ou uma médica, pois terá que se sentir tranquila e confortável , pois será esse profissional que fará o acompanhamento para ver se está tudo em ordem com o seu corpo. Você observará que existem muitos absorventes com texturas, tamanhos (ultrafino, regular e noturno) e marcas diferentes, veja o qual você vai gostar e adaptar melhor com seu estilo de vida. Nada de chegar ao supermercado e ou farmácia e ficar morrendo de vergonha para escolher seu absorvente,

lembre- se que você vai menstruar todo mês, é importante marcar o início e o término da menstruação para ficar ligada para o próximo mês, lembrando de ter sempre na sua bolsa de escola um absorvente, porém se for pega de surpresa, fique tranquila, sempre tem uma amiga, uma professora que poderá te ajudar e salvar você dessa distração. Se manchar sua calça ou roupa, amarre uma camiseta ou blusa na cintura até dar o tempo de você trocar de roupa. É muito natural as irritações, ficar mais chorosa, alternar humor, é o que chamamos de TPM (tensão pré menstrual) onde os hormônios têm muitas alterações e afetam nosso humor, sentimentos e comportamento. O negócio é não perder a paciência, mas se perder, ter a boa vontade de chegar e pedir desculpas para quem for preciso. Menstruar como já citei, significa crescer, mas isso não impede que você continue com suas atividades esportivas, ir à praia ou a piscina. No início parece que tudo incomoda, atrapalha, cheira ruim e que nunca mais você poderá fazer o que fazia antes. Calma, não precisa ficar assustada, logo você percebe que a vida continua normal, apenas com uns cuidados e responsabilidades a mais. Você pode observar com as mulheres com que convive ,seja na escola, clube, em casa, elas também passaram e passam pelas mesmas situações. Aproveite essa fase para você conhecer melhor seu corpo e cuidar dele de forma responsável, consciente e saudável, assim poderá inclusive dar dicas para suas amigas que ainda não menstruaram e passam pelos mesmos conflitos, inclusive o medo de crescer. Outra dica bem legal e importante para sua saúde é a higiene. Procure trocar o absorvente de acordo com a quantidade , talvez umas três ou quatro vezes por dia e sempre que possível se lavar com sabonete. Quando for ao banheiro, pense que outras pessoas também compartilham do mesmo espaço, então enrole num papel higiênico ou jogue num saquinho no cestinho de lixo.Você ficou mocinha !!Parabéns! Feliz Natal mocinha linda! Muita luz para você em 2013!

Jô Francetto Pedagoga, Psicopedagoga e Educadora Sexual Jocimara.francetto@gmail.com

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