Livro Campinas 250 anos

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CAMPINAS 250 anos

CAMPINAS 250 anos

Catedral Metropolitana de Campinas

Campinas Metropolitan Cathedral

PREFÁCIO FOREWORD

Ao completar 250 anos, Campinas se apresenta como um retrato vivo das transformações e das conquistas que moldaram sua trajetória ao longo do tempo. Esta obra é uma celebração do legado e da evolução dessa cidade, cuja história reflete mudanças de comportamento, assim como na economia e na cultura da sociedade campineira.

Desde sua origem como ponto de parada de viajantes até sua posição atual como um dos principais centros urbanos e econômicos do país, Campinas experimentou diversos ciclos de desenvolvimento, cada um deixando sua marca na paisagem urbana e na alma de seus habitantes.

A cana-de-açúcar, que remonta aos primeiros tempos de colonização da região, desempenhou um papel crucial na formação de Campinas. Durante os séculos XVIII e XIX, as vastas extensões de terra fértil e um clima propício ao cultivo proporcionaram as condições ideais para o estabelecimento de engenhos e fazendas de cana. Quando o café se tornou o principal produto brasileiro, Campinas passou a ser um importante centro de comércio e negócios.

A partir da segunda metade do século XX, o surgimento de empresas de alta tecnologia, centros de pesquisa de ponta e um ecossistema inovador transformou a cidade em um polo de conhecimentos de vanguarda, atraindo talentos e investimentos de todo o mundo.

Neste livro, exploraremos esses e outros momentos-chave da cidade e como eles contribuíram para as artes, a arquitetura, os esportes e outros segmentos da sociedade. Desde os primeiros bandeirantes que desbravaram a região até os empreendedores e pesquisadores que moldam o futuro da cidade hoje, cada página é uma homenagem à resiliência, à criatividade e à determinação do povo que escolheu Campinas como local para viver.

Convidamos você a descobrir as muitas facetas dessa cidade extraordinária e as características fascinantes que a tornam única. Que esta obra inspire as gerações futuras a continuarem a escrever a história de Campinas com coragem, paixão e compromisso, desenhando um futuro melhor para todos os seus habitantes.

As it turns 250 years old, Campinas is a living portrait of the transformation and achievements that shaped its history over time. This book is a celebration of the legacy and evolution of the city whose history reflects changes in the behavior, as well as in the economy and culture of its society.

From its origins as a resting site for travelers to its current position as one of the country’s main urban and economic centers, Campinas has gone through several development cycles, each one leaving its mark on the urban landscape and the souls of its inhabitants.

Sugar cane, which dates back to the region’s early days of colonization, played a crucial role in developing Campinas. During the 18th and 19th centuries, vast expanses of fertile land and a favorable climate for agriculture provided the ideal conditions for the establishment of sugar mills and farms. When coffee became the main Brazilian product, Campinas became an important commercial and business center.

From the second half of the 20th century onwards, the presence of high-tech companies, cutting-edge research organizations, and an innovative ecosystem turned the city into a progressive knowledge hub, inviting talent and investments from all over the world.

In this book, we will explore these and other key elements in the city’s history, and how they have contributed to the arts, architecture, sports and other society segments. From the first adventurers (the so-called bandeirantes) who explored the region to the present day entrepreneurs and researchers who shape the city’s future, each page is a tribute to the resilience, creativity and determination of all the people who chose Campinas as a place to live.

We invite you to discover the many sides of this extraordinary city and the fascinating stories that make it so unique. May this work inspire future generations to keep on writing the history of Campinas with courage, passion and commitment, therefore designing a promising future for all its inhabitants.

Rodovia D. Pedro I, km 137
D. Pedro I Highway, km 137

PALAVRAS DO PATROCINADOR WORDS FROM

THE SPONSOR

Desde o início da concessão do Corredor Dom Pedro de rodovias, em abril de 2009, uma característica que sempre me encheu de orgulho na atuação da Rota das Bandeiras é que, além da busca permanente pela segurança, qualidade no atendimento e conforto nas viagens de nossos usuários, nosso trabalho conecta inúmeras histórias de vida ao longo de 297 km de malha rodoviária.

Essa, por sinal, é uma característica também presente no DNA de Campinas, a maior entre as 17 cidades do Corredor Dom Pedro, metrópole que se destaca como um dos principais polos logísticos do país. Desde sua origem, no século XVIII, a cidade se estabeleceu como um entreposto para os bandeirantes que seguiam em direção ao oeste para desbravar o interior do Brasil. Característica que, décadas mais tarde, justificaria sua transformação em um importante entroncamento ferroviário e, posteriormente, num polo rodoviário que conecta algumas de nossas mais movimentadas rodovias.

Nesse intenso vaivém de viagens e encontros, o amplo sistema rodoviário que atende Campinas – incluindo as rodovias D. Pedro I (SP-065), Prof. Zeferino Vaz (SP-332) e José Roberto Magalhães Teixeira (SP-083), o popular Anel Viário, todas administradas pela Rota das Bandeiras – faz parte do dia a dia de seus moradores e contribui para o desenvolvimento da metrópole.

Hoje, quando Campinas celebra seu aniversário de 250 anos, consolidada como uma das mais pujantes cidades do país, reafirmo o compromisso da Rota das Bandeiras em avançar com os investimentos que qualificam a infraestrutura local. Desde 2009, posso listar obras transformadoras, como a implantação das marginais da rodovia D. Pedro I e a remodelação de seus principais trevos, além do prolongamento do Anel Viário Magalhães Teixeira. Outras novidades estão por vir, como a implantação das marginais da Zeferino Vaz e a construção da terceira faixa do Anel Viário, entre as rodovias D. Pedro I e Anhanguera.

Mas não quero usar esse espaço para falar exclusivamente sobre os investimentos na infraestrutura do município. Nosso trabalho também está focado no incentivo ao turismo e na valorização da história das cidades do Corredor Dom Pedro. Por isso, tenho a satisfação de apresentar o livro Campinas 250 anos, um verdadeiro presente para a cidade, que resgata fatos marcantes, a cultura, tradições, pontos icônicos e os símbolos que, desde 14 de julho de 1774, ajudam a escrever sua incomparável história. Boa leitura!

Since the beginning of the Dom Pedro Highway Corridor concession in April 2009, a feature that has always made me very proud about Rota das Bandeiras operations is that our work links countless life stories along its 297 km of road network, together with our ceaseless search to provide safety, quality service, and comfort for its users.

The same set of attributes is also present in Campinas’s DNA. Being the largest metropolis among the 17 cities along the Dom Pedro Corridor, it stands out as one of the main logistics hubs in the country. From its origins in the 18th century, the city came about as an outpost for adventurers (the so-called bandeirantes) who headed west to explore Brazil’s hinterland. Decades later, this feature would explain why Campinas became first an important railway junction and next a road hub, connecting some of our busiest highways.

In its continuous back-and-forth of travels and meetings, the large-scale road system that serves Campinas – including the D. Pedro I (SP-065), Prof. Zeferino Vaz (SP-332), and José Roberto Magalhães Teixeira (SP-083), the popular Road Ring, all managed by Rota das Bandeiras – is part of the daily lives of its inhabitants and contributes to the metropolis development.

Today, as Campinas celebrates its 250th anniversary, established as one of the most thriving cities in the country, I restate Rota das Bandeiras’s commitment to keep the investments program to upgrade local infrastructure. Since 2009, some improvement works have been done that deserve to be mentioned, such as implementing D. Pedro I highway side roads, remodeling the main road interchanges, and extending the Magalhães Teixeira Ring Road. Soon there will be more news about implementing Zeferino Vaz side roads and building the Ring Road third lane between the D. Pedro I and Anhanguera highways.

Here though I do not mean to talk only about investments in the municipality’s infrastructure. Our work is also focused on encouraging tourism and highlighting the history of other cities along the Dom Pedro Corridor. So, I am pleased to introduce the book Campinas, 250 Years Old as a gift to Campinas. Its pages remember remarkable facts, and show its culture, traditions, iconic sites, and symbols that, since July 14th, 1774, have weaved its incomparable history. Good reading!

Vista áerea da cidade com a Torre do Castelo (página anterior) City air view with the Castle Tower (previous page)

Capela Nossa Senhora da Boa Morte Nossa Senhora da Boa Morte Chapel

HISTÓRIA, CULTURA E TURISMO HISTORY, CULTURE AND TOURISM

A Campinas do presente é impulsionada por um conjunto de características que alimentam a inovação, a expressão cultural e o turismo. A diversidade étnica, cultural e social de uma metrópole com mais de 1,1 milhão de habitantes promove um ambiente inclusivo e enriquecedor para o intercâmbio de ideias e experiências.

Sua cena cultural diversificada abrange diferentes áreas da arte, como a fotografia, a música, o teatro e a dança. Além dos espaços tradicionais, as ruas da metrópole também têm sido ocupadas por artistas, e eventos culturais e corporativos atraem espectadores de todo o país, promovendo a criatividade e a expressão artística.

O patrimônio arquitetônico de Campinas apresenta uma diversidade que reflete sua história e seu desenvolvimento ao longo dos anos. Das fazendas dos ciclos da cana e do café a prédios futuristas espelhados, a cidade apresenta ícones construídos com diferentes técnicas e estilos. Até o início do século XX, as construções saíam das mãos do negro escravizado. Campinas registra a triste marca de ter sido uma das últimas cidades do país a abolir a escravidão, mas a resistência do seu povo também está presente em manifestações culturais, em espaços de memória e monumentos. Já a presença de imigrantes italianos, japoneses e alemães contribuiu para o desenvolvimento agrícola e comercial da cidade.

Os espaços religiosos são destaque na paisagem e muitas dessas construções históricas inspiram lendas urbanas que, mais recentemente, fomentam o turismo de experiências na cidade.

Present day Campinas is driven by a set of characteristics that fuel innovation, cultural expressions and tourism. The ethnic, cultural and social diversity of this metropolis with more than 1,1 million inhabitants provides an inclusive and enriching environment for exchanging ideas and experiences.

Its multilayered cultural scene encompasses several art areas such as photography, music, theater and dance. In addition to traditional venues, the metropolis streets are also occupied by artists. Cultural and corporate events invite audiences from all over the country, promoting creativity and artistic expression.

Campinas’s richly diversified architectural heritage reflects its history and development over the years. From sugarcane and coffee colonial farms to futuristic mirrored buildings, the city presents icons built with different techniques and styles. Until the first years of the 20th century constructions were handmade by enslaved black people. Campinas is known to have the regrettable record of being one of the last cities in Brazil to abolish slavery, but the resilience of its people is alive in cultural events, historic mementos’ sites and monuments. Italian, Japanese and German immigrants have also contributed to the city’s agricultural and commercial development.

Religious venues stand out in the landscape. Many of these historic buildings inspire urban legends that, more recently, are promoting the experience tourism in the city.

Ritual durante a lavagem da escadaria da Catedral Ritual during the Cathedral Staircase Washing

RIQUEZA DA MISCIGENAÇÃO THE RICHNESS OF MISCIGENATION

O protagonismo negro nas raízes da cidade

A população de Campinas em 1774, ano de sua fundação, era composta de apenas 475 moradores e as Listas Nominativas apontam 87 escravos, ou seja, 18,3% da população.

O desenvolvimento dos engenhos de açúcar e, mais à frente, o cultivo do café, logo transformaram a cidade, que deixou de ser uma sociedade rural de autoconsumo — com elevado índice de livres —, para ser uma região agrícola mercantil, com grande presença de escravizados negros. Em 1829, essa população superou a de brancos livres e chegou a 56,2% do total de 8.545 habitantes no município.

Os navios que atravessavam o Atlântico não traziam apenas negros para o trabalho forçado, mas indivíduos com identidade, cultura e crenças e que, mesmo diante de um tratamento desumano, não sucumbiram aos desmandos dos senhores de engenho e da aristocracia. Apesar de um processo no passado que tentou apagar parte desses fatos, há diversos pontos e expressões culturais em Campinas que hoje exaltam as tradições africanas, ao lado de outros que fazem sua população refletir sobre um período triste da história.

Atualmente, diversas organizações culturais são responsáveis por manter viva a cultura africana em Campinas em manifestações como o jongo, uma dança que é patrimônio imaterial cultural afrobrasileiro e conta com três elementos essenciais: os pontos, a dança e os tambores.

Entre as principais organizações afrobrasileiras estão a Casa de Cultura Fazenda Roseira, a Comunidade Jongo Dito Ribeiro e a Casa de Cultura Tainã.

The leading role of black people in the beginnings

of Campinas

In 1774, the year of its foundation, Campinas population was made up of merely 475 dwellers, while the Nominative Lists mentioned 87 slaves, that is, 18.3% of the population. The development of sugar mills followed by coffee plantations soon changed the city, which no longer was a self-consumption rural society, with a high rate of free people, but become a agricultural region with a large number of black slaves. In 1829, this meant a bigger population than the free whites’ one, and reached 56.2% of the overall 8,545 municipality citizens. The ships that crossed the Atlantic did not bring only black people for enforced labor. These were individuals with their own identity, culture and beliefs, who, even suffering the cruelest treatment, did not succumb to the planters’ and the aristocracy’s behavior. Despite some past attempts to erase part of these facts, there are several sites and cultural expressions in Campinas today praising African traditions, together with some others that make its population think about such sad period in the human history.

Nowadays, there are several cultural organizations in charge of keeping African culture alive in Campinas, promoting artistic expressions such as jongo, a kind of dance that has been deemed an Afro-Brazilian intangible cultural heritage, and has three identifying elements: ritual songs, the dance, and the drumming.

Among the main Afro-Brazilian projects now in action in Campinas, Casa de Cultura Fazenda Roseira [Rose Farm Culture Center], Comunidade Jongo Dito Ribeiro [Dito Ribeiro Jongo Community], and Casa de Cultura Tainã [Tainã Culture Center] are noteworthy.

Cerimônia da Lavagem da Escadaria da Catedral Metropolitana
Staircase Washing Ceremony of the Metropolitan Cathedral
Samba de bumbo campineiro Bass drum samba from Campinas
Coletivo de Axé Quebra Coco Axé Group Quebra Coco

Imigração Italiana

A forte presença de italianos em Campinas tem início na virada do século XIX para o XX. Entre 1898 e 1903, chegam à cidade mais de quatro mil italianos, oriundos de diferentes regiões, atraídos por falsas propagandas difundidas na Europa sobre grandes oportunidades com o ciclo do café. Com o fim do período da escravidão, a elite brasileira buscava uma nova mão de obra. Embora livres, os europeus que aqui chegavam eram submetidos a um ritmo intenso de trabalho, geralmente mal remunerado. Em Campinas, os italianos se concentraram sobretudo nos distritos de Sousas e Joaquim Egídio, para atuar nas fazendas.

Os primeiros italianos a chegarem a Sousas logo criaram uma sociedade para preservar a cultura da pátria distante e dar apoio à comunidade que ali se formava. A Societá Italiana Lavoro e Progresso foi fundada em 1894 e as reuniões ocorriam nas casas dos fundadores. Em 1900, foi construída uma sede que, até hoje, promove atividades culturais, com festas típicas e cursos.

Um segundo ciclo migratório para a cidade ocorreu após a primeira Guerra Mundial (1914-1918), com forte presença de artistas e trabalhadores de diferentes áreas que se instalaram sobretudo em quatro bairros da região central da cidade: a Vila Industrial, habitada em sua grande maioria por operários da Companhia Paulista de Estradas de Ferro; Bonfim e Guanabara, redutos de indústrias que estavam nascendo; e Ponte Preta, que seguia a linha do bonde.

Localizado em frente à Matriz de Sant’ana, na principal praça do distrito de Sousas, o Monumento ao Imigrante foi inaugurado em 1970 em homenagem à comunidade italiana.

Desde 1978, a Casa D’Italia divulga e promove a língua, a cultura e a arte do país. O Dia da Comunidade Italiana no município é festejado em 17 de abril, data de fundação do Circolo Italiani Uniti, uma das duas instituições italianas de Campinas remanescentes do século XIX.

Società Italiana Lavoro e Progresso em Sousas

Società Italiana Lavoro e Progresso in Sousas

Italian Immigration

The strong presence of Italians in Campinas began at the turn of the 19th to the 20th century. Between 1898 and 1903, more than four thousand Italians arrived in the city, coming from different regions, attracted by false propaganda spread throughout Europe about great opportunities within the coffee economy. Facing the end of slavery, Brazilian elite was looking for a new workforce. Although free, the Europeans who came here were subjected to a very hard work regime, besides being generally poorly paid. In Campinas, the Italians concentrated mainly in the districts of Sousas and Joaquim Egídio to work on the farms.

The first Italians who arrived at Sousas district soon formed a society both to preserve the culture of their distant homeland and to support the community that was being shaped there. The Societá Italiana Lavoro e Progresso was founded in 1894 and its meetings took place in the founders’ homes. In 1900, a headquarters was built that to this day promotes cultural activities with typical festivals and courses.

A second migration wave to the city occurred after the end of the I World War (19141918), bringing a large group of workers from different parts of Italy who settled mainly in four neighborhoods in Campinas central area: Vila Industrial, mainly inhabited by workers from the Companhia Paulista de Estradas de Ferro [Railroad Company]; Bonfim and Guanabara, strongholds of emerging industries; and Ponte Preta, which stretched along the tram line.

Installed in front of Sant’ana Church, in the Sousa district’s main square, the Monument to the Immigrant was inaugurated in 1970 as a tribute to the Italian community.

Since 1978, Casa D’Italia has spread and promoted the country’s language, culture, and art. The Italian Community Day in the municipality is celebrated on April 17th, the foundation date of Circolo Italiani Uniti, one of the two Italian organizations in Campinas remaining from the 19th century.

Monumento ao Imigrante em Sousas Monument to the Immigrants in Sousas

Casa de Saúde Campinas Campinas Health Center
Igreja Luterana de Friburgo Friburgo Lutheran Church
Fazenda Tozan
Tozan Farm

Presença japonesa

A chegada de japoneses ao Brasil está concentrada, sobretudo, nos períodos da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais. Ao atravessarem o mundo de navio, vinham em busca de trabalho na lavoura e no comércio para construir uma nova vida, muitos com a esperança de um dia retornar ao país de origem. A derrota na Segunda Guerra, contudo, fez com que a maioria dos imigrantes japoneses permanecesse no Brasil em caráter definitivo.

Em Campinas, o primeiro grande grupo, formado por 56 japoneses da região de Okinawa, chegou em 1918 para trabalhar na Fazenda Itaoca, entre Campinas e Indaiatuba. No caminho para Indaiatuba, Hisaya Iwasaki, filho do criador da Mitsubishi, comprou em 1927 a Fazenda Ponte Alta, que passou a se chamar Monte D’Este e recebeu mais uma colônia de japoneses. A partir de 1934, foi fundada a Indústria Agrícola Tozan, como a fazenda é conhecida até hoje. O local foi pioneiro na produção de saquê na América do Sul. Durante a Segunda Guerra Mundial, contudo, a fazenda foi desapropriada pelo governo brasileiro. A fazenda Chapadão foi outro ponto que recebeu japoneses. Houve ainda uma quarta onda de imigrantes formada por comerciantes.

Hoje, tem destaque a região rural de Pedra Branca, produtora de frutas por lavradores vindos principalmente do Japão e da Itália. A principal variedade de goiaba branca comercializada no mercado nacional foi desenvolvida na região, pela família Kumagai, presente até hoje no local.

Colônia alemã

A pujança do café também atraiu alemães à região, entre o fim do século XIX e o início do século XX , tanto para trabalhar na lavoura, quanto para atuar nas companhias ferroviárias, que buscavam na Europa mão de obra especializada. Em Campinas, eles se concentraram na região que hoje é ocupada pelo Aeroporto Internacional de Viracopos. Foi por lá que Frederich Tamerus adquiriu uma área de cerca de 800 alqueires e fundou a colônia Friedburg, trazendo 34 famílias alemãs para cultivar a terra. Com a Segunda Guerra Mundial e o projeto de nacionalização de Getúlio Vargas, o local teve o nome abrasileirado e passou a se chamar Friburgo. Até hoje, o local mantém tradições germânicas, com a realização de festas típicas.

Imigrantes do Século XXI

Campinas segue sendo o destino de quem deixa países que enfrentam guerras ou a pobreza e distúrbios sociais. Na última década, a cidade passou a receber de maneira mais recorrente imigrantes da vizinha Venezuela e do Haiti.

O grande número de imigrantes levou o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), ligado ao Ministério da Justiça, a criar um núcleo regional de atendimento em Campinas em 2023. Há apenas outros três no país: em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Japanese presence

The arrival of Japanese immigrants in Brazil mainly happened during the First and the Second World Wars. Crossing the world by ship, they came in search of opportunities to work in farms and commerce establishments to build a new life, many of them hoping one day they would return to their homeland. As a result of Japan’s defeat in World War II, however, most Japanese first immigrants remained in Brazil forever.

In Campinas, the first large group, made up of 56 immigrants from Okinawa, arrived in 1918 to work at the Itaoca Farm, between Campinas and Indaiatuba. On the way to Indaiatuba, Hisaya Iwasaki, son of Mitsubishi founder, bought the Ponte Alta Farm in 1927, which was renamed Monte D’Este and welcomed another Japanese colony. In 1934, Tozan Agricultural Industry was founded, and the farm is famous today as a pioneer in sake production in South America. During the Second World War, however, the farm was expropriated by the Brazilian government. The Chapadão Farm was another place where Japanese people settler. There was also a fourth wave of immigrants made up of traders.

Nowadays, the countryside area of Pedra Branca stands out as a fruits’ producing hub with farmers who came mainly from Japan and Italy. The white guava variety sold on national scale was developed at Pedra Branca, by the Kumagai family, still working the land there.

The German Colony

From the end of the 19th century to the beginning of the 20th century, the coffee industry strength attracted many German immigrants to Campinas , both to work on the farm and to work for railway companies, which were looking for specialized labor in Europe. They concentrated around the area presently occupied by the Viracopos International Airport. There, Frederich Tamerus originally acquired some 800 acres and founded the Friedburg colony, initially bringing 34 German families to farm the land. In face of the Second World War and Getúlio Vargas’s nationalization project, the place’s name changed to Friburgo. To this day, the community keeps Germanic traditions, organizing typical festivals..

21st Century Immigrants

Campinas still is the destination for many people who decide to leave countries facing wars or poverty and social unrest. More frequently in the last decade, the city also began to have immigrants coming from neighboring Venezuela and Haiti.

Such large number of immigrants prompted the Justice Department National Committee for Refugees (Conare) in 2023 to create a regional center in Campinas. There are only three other ones in the country, namely in Brasília, Rio de Janeiro and São Paulo.

RELIGIOSIDADE RELIGION

O processo de criação de cidades no Brasil esteve intrinsecamente ligado à presença e à influência da Igreja Católica, especialmente durante os períodos de colonização e de expansão territorial. A missa para comemorar a fundação oficial do território de Campinas, que já era desejo do povoado que começava a se estabelecer há alguns anos em torno da atual Praça Bento Quirino, foi finalmente celebrada no dia 14 julho de 1774.

Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso de Jundiaí: assim foi denominada a nova cidade, sem poupar homenageados. “Nossa Senhora da Conceição” aludia à santa cultuada na pequena capela da celebração; “Campinas” fazia referência às planícies do território; “Mato Grosso” era devido ao fato de a cidade fazer parte do caminho dos bandeirantes que iam para Mato Grosso e Goiás; a vizinha Jundiaí era a localidade à qual a nova freguesia estava ligada.

A capela logo deu lugar à primeira igreja matriz, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, localizada a poucos metros do marco zero da cidade. Inaugurada em 1781, foi a principal sede religiosa até 1883, quando a atual catedral foi inaugurada.

O povo negro escravizado também cultuava santos católicos e, nesse contexto, destaca-se o trabalho de Tito de Camargo Andrade, o mestre Tito, um escravo liberto que liderou o projeto para a construção da Paróquia de São Benedito, ainda no século XIX.

O local escolhido ficava próximo do antigo Cemitério dos Cativos, pois era um espaço importante para a religiosidade negra, fortalecendo a ideia de que seus antepassados seriam abençoados na vida após a morte. A igreja foi construída somente em 1966 e, além da homenagem ao negro franciscano, tem à sua frente um monumento à Mãe

Preta, erguido em 1984. O passado escravagista criou no imaginário brasileiro a figura da empregada doméstica responsável por criar crianças brancas, filhas de seus patrões.

Esse papel foi apropriado pelo moderno movimento negro brasileiro e ressignificado como um símbolo de força, digno de homenagens. Hoje, Campinas conta com uma rica diversidade de templos religiosos, representando diversas tradições e crenças. Há uma comunidade protestante diversificada, com igrejas de diferentes vertentes tradicionais, como a luterana, a batista, a metodista e a presbiteriana. Religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, também têm espaços próprios para manifestações da fé ancestral. A cidade possui ainda centros budistas e a grandiosidade dos templos da Igreja Universal do Reino de Deus e da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que chamam a atenção na paisagem.

Especially during the territorial expansion period, founding cities in colonial Brazil was a process basically linked to the Catholic Church influence and power. As regards Campinas official establishment, on July 14th, 1774 it was finally celebrated the mass that had been a long-time wish of the people inhabiting the village that had begun to form itself a few years before around where now there is Bento Quirino Square.

Parish of Our Lady of Conception of Mato Grosso Meadows of Jundiaí—this is the new town’s name, in quite a generous tribute to its many peculiar features. “Our Lady of Conception” alluded to the saint worshiped in the small chapel where the celebration mass took place. “Meadows” is a reference to the territory’s plains. “Mato Grosso” comes from the fact that the city was the main route for the bandeirantes travelling towards the wilderness of Mato Grosso and Goiás; neighboring Jundiaí was the city to which the new parish was linked.

The chapel was soon replaced by the first parish church, called the Church of Our Lady of Carmo, only a few meters away from the city’s ground zero. Inaugurated in 1781, it was the main religious temple until 1883, when the current cathedral was inaugurated.

Enslaved black people also worshiped Catholic saints. In this regard, the work of Tito de Camargo Andrade stands out. Master Tito was a freed slave who spearheaded the construction project of the Saint Benedict Parish, back in the 19th century. The site was chosen for being close to the old Slaves’ Cemetery, a meaningful religious landmark for the black people who believed their ancestors would be blessed in the afterlife. The church itself was finally built in 1966. Besides the tribute to the black Franciscan a monument to the Black Mother was especially installed facing its main entrance in 1984. The slavery period introduced in the Brazilian culture the role of the black house maid in charge of raising the white children who were the sons and daughters of their masters. The concept was appropriated by the Brazilian modern black movement that redefined it as a symbol of resilience, worthy of tributes.

Today, Campinas embraces a wide variety of religious temples, representing many different traditions and beliefs. Among them, the strong Protestant community includes churches for Lutherans, Baptists, Methodists and Presbyterians. African-based religions, such as Candomblé and Umbanda, also have their own spaces for honoring their ancestral faith. The city has Buddhist centers too, and both the temples of the Igreja Universal do Reino de Deus [Universal Church of the Kingdom of God] and the Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias [Jesus Christ Church of the Last Days Saints] draw attention for their grandiose buildings.

Catedral Metropolitana de Campinas Campinas Metropolitan Cathedral
Basílica de Nossa Senhora do Carmo Basilica of Our Lady of Carmo
Igreja São Benedito
São Benedito Church
Igreja Nossa Senhora das Dores Nossa Senhora das Dores Church
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (pág. esq.)
Jesus Christ Church of the Last Days Saints (left page)
Igreja Universal do Reino de Deus (pág. esq.)
Universal Church of the Kingdom of God (left page)
Estação Cultura, antiga estação da Cia. Paulista de Estradas de Ferro Culture Station, former station of the São Paulo Rail Road Company

ARQUITETURA ARCHITECTURE

A arquitetura de Campinas é uma mistura fascinante de estilos e influências que refletem não apenas a evolução da cidade ao longo de seus 250 anos, mas também sua diversidade cultural e histórica. A transformação de uma cidade que, entre os anos de 1910 e 1970, saltou de 100 mil para mais de meio milhão de habitantes, também provocou a demolição de muitas das suas primeiras construções, mas ainda hoje é possível encontrar fazendas nas áreas rurais, assim como igrejas, casarões e prédios públicos do fim do século XIX. A construção mais antiga que permanece de pé, contudo, é ainda mais antiga, do final do século XVIII, e remete à transição do ciclo de cana-de-açúcar para o café.

O conjunto formado pela casa-grande e a tulha foi tombado nos níveis municipal, estadual e federal. Somente ele e o Palácio dos Azulejos possuem, na cidade, o tombamento das três esferas. A localização da casa-grande e da tulha exemplifica bem como a dinâmica da cidade se transformou. A construção, umas das mais conhecidas de Campinas, era sede de uma enorme fazenda, em um local então afastado da cidade.

O “ouro negro”, como era apelidado o café, também trouxe a Campinas as construções neorrenascentistas típicas da Europa, presentes nos casarões dos barões do café, que, no início do século XIX, viam a necessidade de se estabelecer na região central da cidade para facilitar os negócios. Os verdadeiros palacetes, como o Solar do Barão de Ataliba Nogueira, mesclavam elementos de ferro, azulejo e vidro.

O Mercado Municipal de Campinas foi inaugurado em 1908, em estilo neomourisco. O Jockey Club Campineiro, por sua vez, tem características art nouveau e neorrenascentistas. Palco de festas da alta sociedade, foi inaugurado em 1925 e teve o primeiro elevador da cidade, em funcionamento até hoje.

Outro momento de transformação arquitetônica ocorreu a partir de 1951, com o Plano de Melhoramentos Urbanos, de Prestes Maia, que alterou a estética da cidade, com a construção de avenidas largas, novos zoneamentos urbanos e a verticalização das construções. O primeiro prédio exclusivamente residencial de Campinas, o Edifício Itatiaia, inaugurado em 1957, foi projetado por um dos gênios da arquitetura mundial, Oscar Niemeyer. A construção é um exemplo da arquitetura moderna, com quatro dos cinco pontos previstos por Le Corbusier, e os traços que consagraram o arquiteto brasileiro.

Campinas’s architecture is a fascinating mix of styles and influences that reflect not only the city’s evolution over its 250 years but also its cultural and historical diversity. The changes needed of a city that, between 1910 and 1970, grew from 100,000 to more than half a million inhabitants also led to the demolition of many of its first buildings. Nevertheless, even today it is possible to find countryside farms as well as churches, mansions, and public buildings from the end of the 19th century. The oldest building that remains standing, however, is even older. Dating from the end of the 18th century, it is a true example of the transition from the sugar cane cycle to the coffee one.

The complex formed by the mansion and the warehouse, as well as the Tiles Palace [Palácio dos Azulejos], are the only properties in the city listed in municipal, state and federal levels. The location of the big house and the warehouse shows how the city’s dynamics have changed. One of the best known in Campinas, the building was the headquarters of a huge farm in a site that then was in the city outskirts.

The “black gold”, as the coffee was called, brought to Campinas the neo-Renaissance buildings typical of Europe at the time. The construction style was used for most coffee barons’ mansions. In the beginning of the 19th century, these entrepreneurs saw the need to establish themselves in the city central region to make it easier for doing business. Places such as Barão de Ataliba Nogueira Mansion mixed elements of iron, tiles, and glass.

The Campinas Municipal Market was opened in 1908, in neo-Moorish style. The Campinas Jockey Club, in turn, displays art nouveau and neo-Renaissance traits. As a venue for high-society parties, it was opened in 1925 and had the first elevator in the city, still operating today.

Another landmark of the architectural transformation happened in 1951 with the Urban Improvement Plan, by mayor Prestes Maia. The project that changed the city’s whole aesthetics included opening wide avenues, new protocols for urban zoning, and skyscraping buildings. The first exclusively residential building in Campinas, the Itatiaia Building, inaugurated in 1957, was designed by one of the world’s architectural geniuses, Oscar Niemeyer. The construction is an example of modern architecture, with four of the five points predicted by Le Corbusier, and the features that made the Brazilian architect world-famous.

Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) MIlitary Academy Preparatory School
Antigo Hospital Coração de Jesus Old Heart of Jesus Hospital
Instituto Agronômico (IAC) Agronomic Institute
Casa-grande e tulha, na antiga chácara
Paraíso das Campinas Velhas
Main House and warehouse, in the former
Paraíso das Campinas Velhas Farm
Mercado Municipal Municipal Market
Solar do Barão de Ataliba Nogueira
The manor town house of Baron of Ataliba Nogueira
Palácio dos Azulejos, sede do Museu da Imagem e do Som de Campinas (MIS) Tiles Palace, head office of the Campinas Museum of Image and Sound
Torre do Castelo Castle Tower

CAMPINAS CRIATIVA

CREATIVE CAMPINAS

Cinema

Campinas já foi chamada de “Hollywood brasileira”. O primeiro longa-metragem do país foi produzido na cidade. “João da Mata” foi dirigido por Amilar Alves em 1923 e poucos fragmentos restaram dessa obra.

Muitos anos depois, outro filme também colocaria a cidade na história do cinema. Após um período de muito sucesso da pornochanchada, o primeiro filme de sexo explícito nacional foi filmado em Campinas. “Coisas Eróticas” estreou no cinema em 1982 e o ineditismo levou mais de 4,5 milhões de espectadores às sessões.

Em todo o mundo, o apogeu das salas de cinema ocorreu durante o século XX, com enormes espaços requintados que, no início, atraíam apenas a alta sociedade.

Em Campinas não foi diferente e, ainda antes da virada para os anos 1900, o Theatro São Carlos exibia filmes. Ao longo do último século, surgiram quase 30 espaços dedicados ao cinema nas ruas de Campinas, praticamente a totalidade na região central. Hoje, alguns dos grandes salões são ocupados por igrejas e outros não existem mais. E, aos poucos, as salas de cinema foram se concentrando em shoppings, algo corriqueiro nas metrópoles brasileiras.

Um grave acidente também ficou registrado na história dos cinemas em Campinas.

O Cine Rink ocupava um prédio inaugurado em 1878, inicialmente como rinque de patinação, e, no dia 16 de setembro de 1951, estava praticamente lotado – tinha capacidade para 1.200 pessoas – quando o teto começou a desabar. Foram 40 mortos e mais de 400 feridos.

Entre tantas salas de cinema, teve destaque o Cine Paradiso, pelo seu propósito de exibir películas do chamado “circuito alternativo”, sobretudo produções europeias. Inaugurado primeiramente nas dependências do Senac, foi transferido para a Galeria Barão Velha, na rua Barão de Jaguara, em 1992, onde permaneceu até seu fechamento, em 2009, encerrando um ciclo do cinema de rua da cidade.

Desde 2022, o Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas tem a sala Glauber Rocha, com a exibição gratuita de nove filmes por semana.

O Espaço Cultural Casa do Lago, ligado à Unicamp, é outro espaço fora dos shoppings que eventualmente exibe sessões.

Cinema

Campinas has been called the “Brazilian Hollywood”. Indeed, the country’s first feature film was produced there. João da Mata was directed by Amila Alves in 1923, and a few fragments of this work can still be found.

Many years later, another film would also give the city a place in cinema history. After a very successful period of sex comedies, the first national explicit sex film was shot in Campinas. Coisas Eróticas [Erotic Things] premiered in 1982 and its originality brought more than 4.5 million viewers to the screenings.

All over the world, the heyday of movie theaters happened along the 20th century with their huge, exquisite spaces that initially was only attended by the high society. In Campinas it was no different and, even before the turn of the 1900s, Theatro São Carlos showed films. Over the last century, almost 30 cinema venues were opened on Campinas streets, practically all of them in the heart of the city. Today, some of these big halls are occupied by churches while others no longer exist. Little by little, movie theaters are moving to shopping malls, a fact that became common in Brazilian larger cities.

A serious accident was also recorded in the history of Campinas cinema. The Rink Cine operated in a building opened in 1828, initially as a skating rink. On September 16th, 1951, it was practically full – seating 1,200 people – when the roof began to collapse. There were 40 dead people and more than 400 got injured.

Among so many movie theaters, Cine Paradiso stood out given its core business, which was exhibiting films from the so-called “alternative circuit,”especially European productions. First opened on Senac premises, it was moved to Galeria Barão Velha on Barão de Jaguara St in 1992, where it remained until 2009 when it closed its doors and put an end to the street movie theaters industry in the city.

Since 2022, the Glauber Rocha Room in the Museum of Image and Sound (MIS) in Campinas provides free screenings of nine films per week.

The Lake House Culture Space, kept by Unicamp, is another venue outside shopping malls that has movie sessions once in a while.

Sessão de filme na Sala Glauber Rocha Movie session at the Glauber Rocha Room
Sala de Cinema Glauber Rocha no Museu da Imagem e do Som (MIS).
Glauder Rocha Room in the Museum of Image and Sound

Concerto da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC) no Teatro Municipal “José de Castro Mendes” (página anterior)

Concert by the Campinas Municipal Symphony Orchestra at José de Castro Mendes Theater (previous page)

Campinas, berço da música clássica

Carlos Gomes é o nome do campineiro mais famoso em toda a história da cidade.

Nome de praça, escola e bairro, sem falar das homenagens em espaços artísticos e do clube de futebol inspirado na sua maior obra, a ópera O Guarani.

Nascido em 11 de julho de 1836, tornou-se um ícone da ópera brasileira e é reconhecido internacionalmente. Financiado por D. Pedro II, foi enviado a Milão e, em 1870, estreou no Teatro Alla Scalla a ópera O Guarani, que depois ganhou o mundo.

Quando a Academia Brasileira de Música (ABM) foi fundada por Heitor Villa-Lobos em 1945, o campineiro foi homenageado e se tornou o patrono da cadeira número 15.

Desde 1974, a maior honraria artística em Campinas – a Medalha do Mérito Cultural conferida pela Câmara Municipal de Vereadores – também leva o seu nome. Lembrada em uma tradicional rua que corta o bairro do Cambuí, Maria Monteiro também encantou a família imperial e, com apenas 17 anos, foi enviada à Itália para estudar canto lírico. Lá, foi acolhida por seu primo, o famoso Carlos Gomes. Maria Monteiro permaneceu na Europa por dez anos e se tornou prestigiada, até falecer com apenas 27 anos, jovem mesmo para os padrões da época.

Já a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas foi a primeira instituição do gênero a surgir fora de uma capital brasileira, em 1929. Em quase cem anos de história, tornouse uma referência internacional e, desde então, conquista diferentes públicos pela pluralidade de seu repertório que transita entre o erudito e o popular.

Campinas, birthplace of classical music

Carlos Gomes is the most famous Campinas born in the entire history of the city. A square, a school and a neighborhood were named after him, besides several other forms of tribute in art venues, and the football club whose name was inspired by his greatest work, the opera O Guarani.

Born in July 11th, 1839, the icon of Brazilian opera Antonio Carlos Gomes became internationally acclaimed. With the financial support of D. Pedro II, he went to Milan. In 1870, premiering at the Teatro Alla Scalla, the opera O Guarani later won the world over. When the Brazilian Academy of Music (ABM) was founded by Heitor Villa-Lobos in 1945, the Campinas composer became the Chair Number 15 patron. Since 1974, Campinas’s highest artistic honor—the Medal of Cultural Merit given by the City Council Chamber—also bears his name.

Remembered in a traditional street that runs through Cambuí neighborhood, Maria Monteiro also dazzled the imperial family. So much so that when she was only 17 years old, she was sent to study operatic singing in Italy where she was welcomed by her famous cousin, Carlos Gomes. Maria Monteiro remained in Europe for ten years and became well-known until she died when she was merely 27 years old, quite a young age even by the standards of the time.

The Campinas Municipal Symphony Orchestra was the first institution of its kind to come to fore outside a Brazilian capital, in 1929. Performing along almost one hundred years now, it has acquired international reputation winning over many different audiences due to the plurality of its repertory, ranging from classical to popular pieces.

Música contemporânea

Campinas também produziu músicos de diferentes estilos. Os irmãos Sandy e Júnior se tornaram conhecidos, primeiramente, por canções do universo sertanejo, herança do pai Xororó, para depois dominarem o cenário pop adolescente do país durante a década de 1990 e o início dos anos 2000. A dupla dos irmãos acabou, mas os dois artistas seguem contribuindo para a música brasileira, com trabalhos relevantes em diferentes formatos.

Nas ruas de Campinas, surgiu a dama do rap brasileiro. Viviane Lopes Matias ficou conhecida como Dina Di, vocalista do grupo Visão de Rua. Suas letras, na década de 1990, tratavam de temas em alta hoje na sociedade, como machismo, sexismo e o cotidiano das periferias. O grupo venceu as duas primeiras edições do Prêmio Hutúz, em 2000 e 2001, a maior premiação do hip hop brasileiro. A cantora morreu aos 34 anos, em 2010, após uma infecção hospitalar, mas seu legado segue cultuado por outros artistas, como Negra Li e Criolo.

Mais recentemente, Campinas foi literalmente palco da banda Francisco, el Hombre. Em 2013, os irmãos mexicanos Sebastián e Mateo Piracés-Ugarte chegaram ao distrito de Barão Geraldo e formaram a banda, um quinteto com os brasileiros Andrei Martinez Kozyreff, Juliana Strassacapa e Helena Papini. Transitando em diferentes estilos e com canções em português, espanhol e inglês, se apresentavam em locais como a Praça do Coco e a Lagoa do Taquaral. O dinheiro recolhido no “chapéu” permitia o sonho de viver da música até que, em 2015, um fato inusitado os tornou famosos. Em Mendoza, na Argentina, foram assaltados e perderam todos os pertences, incluindo instrumentos e documentos. Contaram com uma vaquinha online e ajuda dos amigos para retornarem a Campinas. Dois anos depois, concorreriam ao Grammy Latino com a música “Triste, Louca ou Má”. A banda anunciou um hiato na carreira em 2024, com uma turnê de despedida que passou pelo distrito campineiro.

Sala do MIS com peças do seu acervo de música

MIS room with pieces of its music collection

Contemporary Music

Campinas also has always been home to musicians performing in many different styles. The brothers Sandy and Júnior became first known for their countryside repertory, which they inherited from their father, famous Xororó. Next, they were the country’s leading teenage pop artists during the 1990s and early 2000s. After their end as a performing duo, both artists keep on working and contributing to Brazilian music, though in their own personal style.

One of the main artists in the Brazilian rap world came to fore in the streets of Campinas. Viviane Lopes Matias, alias Dina Di, was the leading singer of Visão de Rua [Street View] band. In the 1990s, her lyrics dealt with topics that are now trending, such as the macho culture, sexism, and daily life on the outskirt communities. The band won the first two editions of the Hutúz Prize, in 2000 and 2001, the biggest award in Brazilian hip hop. In 2010, Dina Di died at 34 years old, victim of a hospital infection but her legacy is kept alive by artists such as Negra Li and Criolo.

More recently, Campinas was literally the stage for Francisco, el Hombre band. In 2013, the Mexican brothers Sebastián and Mateo Piracés-Ugarte arrived at Barão Geraldo district and founded the band, a quintet with Brazilians Andrei Martinez Kozyreff, Juliana Strassacapa and Helena Papini. Performing in different styles with songs in Portuguese, Spanish and English, they performed in places such as Praça do Coco [The Coconut Square] and Lagoa do Taquaral [The Taquaral Lake]. The money spontaneously collected from bystanders was enough to make them dream of making a living from music until, in 2015, an unusual event made them famous. While in Mendoza, Argentina, they were robbed and lost all their belongings, including instruments and documents. The help from an online crowdfunding organized by friends allowed them to return to Campinas. Two years later, they participated in the Latin Grammy Award with the song “Triste, Louca ou Má” [Sad, Mad or Bad]. The band announced a career pause in 2024, with a farewell tour in Campinas.

Espetáculo “Zabobrim, o Rei Vagabundo” do Barracão Teatro

“Zabobrim, o Rei Vagabundo,” play performed by Barracão Teatro

Artes Cênicas

O primeiro espaço dedicado às artes no município foi inaugurado em 1850, atrás do prédio da antiga Catedral Metropolitana. Quatro anos antes, tinha sido formada a Associação Campineira de Theatro São Carlos, que viabilizou o espaço, voltado à elite que começava a se enraizar em Campinas. Apenas 17 anos depois, uma reforma ampliou significativamente o espaço, porém mantendo o estilo neoclássico da construção. Em 1875, foi o primeiro edifício a receber iluminação a gás, impulsionando a vinda de diversas atrações, como a Empresa Ferri, a primeira companhia lírica a se apresentar na cidade. No início do século XX, novamente o Theatro ficou acanhado para Campinas e, em 1922, foi demolido para que em seu lugar fosse erguido o Teatro Municipal, inaugurado oito anos depois, com capacidade para 1.300 espectadores. A sua abertura teve cinco dias dedicados a peças líricas, com destaque para a apresentação de Bidu Sayão na ópera O Guarani, de Carlos Gomes. Em 1959, o Theatro passou a ter o nome do compositor, mas a homenagem durou apenas seis anos. Com problemas estruturais e muita polêmica envolvida, o prédio foi demolido em 1965. O espaço, entre as ruas 13 de Maio e Costa Aguiar, chegou a ser um estacionamento e, a partir da década de 1980, passou a abrigar uma loja de departamentos, até hoje instalada no local.

Contudo, a cidade não poderia ficar sem um local dedicado às artes e, novamente com Carlos Gomes sendo homenageado, em 1970 o Teatro Municipal José de Castro Mendes abriu suas cortinas, em comemoração ao centenário da apresentação do compositor no Teatro Alla Scala, em Milão. Desde a sua inauguração, o Castro Mendes já passou por momentos mais turbulentos, sendo fechado em algumas oportunidades para reformas, mas se mantém como o maior e principal teatro da cidade, com inúmeras apresentações de companhias nacionais e internacionais.

Fundado em 1985, o LUME Teatro se tornou referência mundial na pesquisa da arte do ator. O grupo já esteve em países de quatro continentes. Vencedor do Prêmio Shell 2013 em pesquisa continuada, possui repertório de teatro físico, espetáculos de palhaço, dança pessoal, além de intervenções ao ar livre. Desde 2003, organiza o festival internacional Feverestival.

Tradicional reduto de artistas e voltado à formação técnica nas áreas do audiovisual e artes cênicas, o Teatro de Arte e Ofício (TAO) foi fundado por Teresa Aguiar, outro nome fundamental da história teatral campineira, também fundadora do Teatro de Estudantes de Campinas (TEC), nos anos 1950, e do Grupo Rotunda, em 1967.

Performing Arts

The first venue for the performing arts in the municipality was opened in 1850 on a site behind the building where the Metropolitan Cathedral was built. Four years earlier, the Associação Campineira de Theatro São Carlos [São Carlos Theatre Association of Campinas] had been founded to ensure the venue could operate, aiming at the elite that was beginning to take root in Campinas. Merely 17 years later, the venue became much larger after a renovation project while maintaining the neoclassical style of the original construction. In 1875, it was the first building to receive gas lighting, and this encouraged several new performers. The Ferri Enterprises was the first opera company to perform in the city.

In the beginning of the 20th century, once again the Theater became too small for Campinas and, in 1922, it was demolished so that eight years later the Municipal Theater could be built in its place, sitting 1,300 spectators. Its opening lasted five days and it had several lyrical performances, highlighted by Bidu Sayão’s performance of Carlos Gomes’s opera, O Gurani. In 1959, the Theater was named after the composer but the tribute lasted only six years. Suffering with structural problems and involved in much controversy, the building was demolished in 1965. The venue at the 13 de Maio and Costa Aguiar streets corner became a parking lot. From the 1980s onwards, it houses a department store, still open.

However, the city could not do without some venue dedicated to the arts. So, with yet another tribute to Carlos Gome, the Municipal Theater José de Castro Mendes opened its curtain in 1970 to celebrate the centennial anniversary of the composer’s performance at the Teatro Alla Scala, in Milan. Since its opening, Castro Mendes has gone through a few turbulent times, eventually closed for renovations but it still remains the largest and main theater in town, presenting many performances by national and international companies.

Founded in 1985, LUME Theater has become a world reference as researching acting goes. The group is already known in countries on four continents. Winner of the 2013 Shell Award for its continuous research, its repertoire includes physical theater, clown shows, personal dance, as well as outdoor interventions. Since 2003, it organizes the international festival Feverestival.

Traditional stronghold of artists and focused on the technical training in the audiovisual field and the performing arts, Teatro de Arte e Ofício (Art and Profession Theater) was founded by Teresa Aguiar, a reference name in the theatrical history of Campinas. She also founded the Campinas Student Theater (TEC), in the 1950s, and the Rotunda Group, in 1967.

Teatro Municipal Carlos Gomes, demolido em 1965
Municipal Theather Carlos Gomes, torn down in 1965

Espetáculo “Cordel do Amor sem fim” do grupo Os Geraldos

“Cordel do Amor sem fim” play performed by Os Geraldos

Espetáculo “Como se Fosse” do Grupo Matula Teatro

“Como se Fosse” play performed by Matula Teatro

Espetáculo “O Quebra-Nozes” do Projeto Dança e Cidadania

The Nutcracker, ballet performance by the Dance and Citizenship Project

Espetáculo “La Scarpetta-Spettacolo Artistico” do Lume Teatro

“La Scarpetta-Spettacolo Artistico” play performed by Lume Teatro

Fotografia, uma criação “campineira”

Coube a um europeu radicado em Campinas fazer uma enorme contribuição à fotografia. O francês Hercule Florence primeiro percorreu o Brasil em uma expedição de 13 mil quilômetros, entre 1825 e 1829, registrando, em desenhos e mapas, animais, florestas e o povo indígena. Ao se fixar na cidade, sua primeira grande invenção relacionada à impressão foi a poligrafia (ou a autografia). O método foi desenvolvido quando ele encontrou dificuldades para imprimir seu artigo sobre as “vozes dos animais”, a zoofonia. Depois, ao observar a perda da cor que as impressões em tecido sofriam por exposição ao sol, passou a investigar o que viria a chamar de “fotografia”.

Ao obter informações sobre as propriedades químicas do nitrato de prata, começou a realizar testes até que, no dia 15 de janeiro de 1833, fez anotações em seu diário sobre “imprimir pela ação da luz”. De fato, o primeiro registro do que hoje se chama fotografia foi do conterrâneo Joseph Nicéphore Niépce, em 1826. À época, o processo foi chamado de heliografia (gravura com a luz do sol). Foi somente em 1839 que a Academia de Ciências da França anunciou ao mundo a descoberta da daguerreotipia, processo desenvolvido por outro francês, Louís Daguerre, que absorveu o processo de Niépce e se tornou o pai oficial da fotografia.

Posteriormente, Hercule Florence ainda tentou que a invenção fosse atribuída a ele, mas sem sucesso. Foi somente a partir de 1976, após pesquisa do fotógrafo brasileiro Boris Kossoy, que surgiram documentos comprovando o emprego da palavra “photographie” por Hercule Florence, ao menos cinco anos antes de ser usada pela primeira vez na Europa. De todo modo, sua descoberta em solo campineiro tornou-se extremamente importante para o desenvolvimento da fotografia e, desde 2007, Campinas celebra o Festival Hercule Florence, com exposições, workshops e oficinas.

Acervo que mostra a história da cidade

Ainda no século XIX, mas sobretudo a partir do século XX, Campinas passou a ter diversos fotógrafos que, por meio de suas lentes, contam a história do município. Aqui é preciso fazer uma homenagem a Aristides Pedro da Silva, o V8, a principal figura a se dedicar à documentação dos registros. Falecido em 2012, V8 fotografou momentos históricos da cidade que, a partir de 1932, passou a demolir construções mais velhas para abrir espaço a avenidas e vias expressas. Outro momento marcante registrado por suas lentes foi a despedida dos bondes, em 1968. Contudo, ao compor um acervo com obras de outros fotógrafos, V8 contribuiu ainda mais para a história da cidade, catalogando registros a partir de 1880. Sem sua dedicação, uma parte significativa das imagens de Campinas entre o final do século XVIII e meados do século XIX teria se perdido. As mais de 4.500 impressões e negativos hoje integram o acervo do Centro de Memória da Unicamp (CMU).

Photography: “Campinas creation”

It was up to a European who lived in Campinas to make a huge contribution to photography. Between 1825 and 1829, the Frenchman Hercule Florence traveled across Brazil in an expedition that covered 13 thousand kilometers, recording animals, forests and native peoples in drawings and maps. After settling back in the city, his first major invention related to printing was the so-called polygraphy (or autography), a method he developed to overcome difficulties in printing his article on the “voices of animals,” or zoophony. Later on, noticing the fading colors in fabric prints exposed to sunlight, he began to research what he would later call “photography.”

After gathering information on silver nitrate chemical properties, Florence started to carry out experiments. On January 15th, 1833, he made a specific entry in his diary about “printing by the action of light.” The first record of what is now called photography though had been done by a fellow countryman named Joseph Nicéphore Niépce, in 1826. At the time, the process was called heliography (engraving by sunlight). It was only in 1839 that the French Academy of Sciences made a public announcement about discovering the daguerreotype, a process developed by another Frenchman, Louís Daguerre, who had assimilated Niépce’s process and then became the official father of photography.

Later on, Hercule Florence tried unsuccessfully to have the invention attributed to him. It was only in 1976, after some research by the Brazilian photographer Boris Kossoy, that documents were found proving the word “photographie” was used by Hercule Florence at least five years before it was heard for the first time in Europe. In any case, its discovery on Campinas soil became a milestone for the development of photography. Since 2007, the city hosts the Hercule Florence Festival, with exhibitions, workshops and hands-on.

Art collections that tell the city history

Since the 19th century but especially from the 20th century on, Campinas’s history is being told through the lenses of many talented photographers. Here we should mention one of them in particular, namely Aristides Pedro da Silva, alias V8, whose work focused on documenting historic records. Before passing away in 2012, he photographed the city’s historical sites that were demolished from 1932 onwards, so that avenues and expressways could be built. As part of the same project, trams were deactivated in 1968. However, by putting up a wide collection with works from other photographers too, V8 made an even greater contribution to the city’s history while cataloging records from 1880 onwards. Without his commitment, a major part of the images of Campinas from the end of the 18th century to mid -19th century would have been lost. The more than 4,500 prints and negatives are now part of the collection of the Unicamp Memory Center (CMU).

Réplicas baseadas em ilustrações de Hercule Florence, parte do acervo do MIS

Replicas based on Hercule Florence illustrations, part of MIS collection

Retrato de Hercule Florence Hercule Florence
Academia Campinense de Letras (ACL) Literary Campinas Academy

Artes literárias

Uma rica rede de centros e instituições dedicadas ao estudo linguístico, além de bibliotecas e centros culturais, fazem Campinas oferecer múltiplas oportunidades para estudantes, pesquisadores e amantes da literatura.

O Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp é um dos mais importantes centros de estudos do país. Promove seminários, conferências e publicações acadêmicas, além de contar com um robusto acervo bibliográfico. Também na Universidade, a Biblioteca Central Cesar Lattes (BC-CL) contém um vasto acervo de literatura e estudos literários.

A cidade também sedia algumas editoras e favorece o surgimento de novos autores. Pelas ruas do centro, também é mantida viva a cultura dos sebos, onde é possível encontrar uma infinidade de obras a preços populares.

A Academia Campinense de Letras (ACL) tem uma sede imponente, em estilo grego. Composta de cadeiras vitalícias para 40 acadêmicos, seguindo os moldes da Academia Brasileira de Letras, congrega intelectuais e literatos com o objetivo de promover as letras, incrementar a cultura e celebrar a história da cidade de Campinas. O nome chama a atenção. Fundada em 1956, a Academia adotou o termo “Campinense” por ser um português mais erudito.

Literary Arts

A rich network of art centers and institutions focusing on linguistic studies, as well as libraries and many culture centers allow Campinas to offer countless opportunities for students, researchers and literature lovers.

Unicamp’s Institute of Language Studies (IEL) is one of the most distinguished specialized study centers in the country. It promotes seminars, conferences and academic publications, and has a large bibliographic collection. Also at the University, the Cesar Lattes Main Library (BC-CL) holds a vast collection of literature and literary studies.

The city is also home to some publishing companies and fosters new authors. The secondhand book culture is also kept alive on downtown streets where it is possible to find a large number of books at good prices.

The Academia Campinense de Letras [Literary Campinas Academy] (ACL) operates in imposing headquarters built in Greek style. With lifetime chairs for 40 academics, as per the Brazilian Literary Academy [Academia Brasileira de Letras] model, ACL brings together intellectuals dedicated to promoting literature, culture who also help to keep alive Campinas’s history.

Egas Francisco, artista plástico em seu ateliê em Campinas
Plastic artist Egas Francisco at his atelier in Campinas

Artes Plásticas

A cena artística em Campinas tem como ponto de partida a criação do Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA), em 1901, idealizado por um grupo de cientistas, artistas e intelectuais ligados ao colégio Culto à Ciência e ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC). O pioneirismo e os ideais positivistas e republicanos do período ressaltam a importância da cidade no início do século passado.

O CCLA conta hoje com uma biblioteca de 150 mil volumes, uma pinacoteca e dois museus, dedicados ao Maestro Carlos Gomes e a Campos Sales, quarto presidente da história do Brasil. O Centro também tem uma galeria de arte, uma sala de leitura, uma vitrine cultural e um auditório para 220 pessoas.

Outro momento marcante das artes plásticas em Campinas ocorreu em 1958, quando 11 artistas se reuniram e, em manifesto publicado no jornal do CCLA, deram origem ao Grupo Vanguarda, com espírito modernista. Anos depois, os artistas seriam responsáveis pela criação do Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC).

As esculturas também fazem parte do cotidiano da cidade, com diversos bustos instalados em praças e outros espaços públicos, em homenagem a personalidades e fatos históricos do município.

A partir de 1972, com a criação do então Curso de Educação Artística na PUCCampinas, a cidade passou a formar artistas em diversos campos. Seis anos depois, a Unicamp começou a oferecer cursos livres de desenho, pintura e escultura, e, em 1984, teve início a primeira turma de graduação. Ambos os cursos depois evoluíram para o de Artes Visuais.

O histórico vanguardista da cidade e sua efervescência cultural resultam, hoje, em inúmeros ateliês e espaços dedicados a exposições e projetos culturais.

Alberto Nadeo; Rio Della Pietá; 1930; óleo sobre madeira - Acervo CCLA

Alberto Nadeo; Rio Della Pietá; 1930; oil on wood - CCLA Collection

Plastic Arts

The starting moment of the art world in Campinas happened when the Sciences, Humanities and Arts Center (CCLA) was founded in 1901, as a dream coming true for this group of scientists, artists, and intellectuals associated to the Culto à Ciência School and the Campinas Agronomy Institute. Both the pioneering spirit and the positivist republican ideas of the time highlight the importance of the city in the dawn of the 20th century.

Nowadays, the Center avails itself of a library with 150 thousand volumes, a rich art collection, and two museums, one as a tribute to Maestro Carlos Gomes, and the other dedicated to Campos Sales, the fourth Brazilian president. The Center also has an art gallery, a reading room, a cultural exhibition area, and a 220 seats performance hall.

In 1958 Campinas plastic arts community once more lived a special moment when eleven artists published a manifesto in the CCLA Bulletin to introduce the Grupo Vanguarda [Vanguard Group] as a modernism-inspired collective. A few years later, those artists will be responsible for creating the Campinas Contemporary Art Museum. Sculptures also belong to the city daily life, and several busts are placed in squares and other public sites as a tribute to famous people and historical facts about the municipality.

As of 1972, when the first Art Education Course was created at PUC-Campinas, the city began to have graduate artists in many different fields. Six years later, it started to offer free courses on drawing, painting, and sculpting. In 1984, it opened its first graduation class. Both courses next became the Visual Arts course.

The city’s vanguard appeal and its cultural liveliness have resulted in ateliers and art shops with inviting exhibitions and cultural projects.

Monumento a Bento Quirino (pág. esq.)

Monumento-túmulo de Carlos Gomes
Carlos Gomes Monument Tomb
Bento Quirino Monument (left page)

Grafite no corredor Campo Grande, Vila Itália (página anterior)

Graffiti on Campo Grande Bus Track, Vila Itália neighborhood (previous page)

Arte nas ruas

As milhares de pessoas que se movimentam diariamente pela cidade tornam-se espectadoras de diferentes manifestações que ocupam os espaços públicos. Há quem busque o reconhecimento artístico em semáforos de avenidas movimentadas, com apresentações circenses ou de malabares, assim como quem utiliza parques e praças como palco para apresentações musicais.

A Campinas do século XXI também tem abertura para novas manifestações culturais, como a ocupação de praças por jovens da periferia que utilizam a poesia como forma de contestação em rodas de slam. Saraus e desafios de rap são outras formas artísticas que ocupam as ruas.

A cidade tem se tornado mais colorida graças aos trabalhos de grafiteiros, que utilizam muros e fachadas para expor suas obras ao ar livre, em integração com o entorno dos espaços.

Outra ocupação recente do espaço urbano está nas empenas, a saber, a fachada lateral de prédios que não contam com janelas. A primeira obra foi realizada por Fabiano Carriero, em 2021. Quem transita pela avenida Moraes Salles de longe já avista uma caricatura feminina com formas surreais, uma das principais características do artista. A pintura no edifício Dona Othilia, no cruzamento com a avenida Júlio de Mesquita, foi intitulada “Carne de Caju” e teve como inspiração a música “Morena Tropicana”, um dos grandes sucessos do cantor e compositor Alceu Valença. A presença feminina não se limita às artes plásticas, mas está presente também em quem utiliza o spray e itens similares para produzir trabalhos. Das sete empenas decoradas existentes em Campinas, cinco foram criadas por mulheres, com destaque para o trabalho coletivo de Miss (Marta Henrik), Gim (Gislaine Martins) e Estela Luz, que deram cores a três prédios do CDHU Padre Anchieta, a única obra fora da região central da cidade.

Uma homenagem às vítimas da Covid-19 ocupa o muro do Colégio Técnico da Unicamp (Cotuca). Os quase 500 m2 foram produzidos pelo campineiro Gustavo Nénão, artista radicado em Londres, com trabalhos em 39 países.

Street Art

Public spaces in Campinas are the stage for many different forms of art expression seen by the thousands of citizens in their daily dealings around town. At traffic lights of busy avenues, performing artists aim to become known, usually juggling or showing other circus skills. Public venues such as squares and parks are constantly occupied by aspiring amateur musicians.

In the 21st century, Campinas remains an open city for new cultural expressions. Young people from underprivileged communities occupy squares to perform their poetry in slam contests. Rap challenges and poems reciting groups also are some of the contemporary art forms happening on the streets.

The city is getting more colorful thanks to the graffiti people who normally use walls to express their creativity on public open-air surfaces.

A recent form of occupying urban spaces is the art intervention on gables, which are the windowless side façades of buildings. The first work of its kind was done by Fabiano Carriero in 2021. People coming through Moraes Salles Avenue can spot from a long distance a female caricature of surreal dimensions, which is one of the artist’s signature strokes. The painting on “Dona Othilia” building corner with Júlio de Mesquita Avenue, called “Cashew Nut” was inspired by a song written by singer/composer Alceu Valença, “Morena Tropicana”, a big hit of the famous artist. Women works are not limited to plastic arts, and are also present in spray painted pieces. Among the seven decorated gables we see around Campinas, five of them were done by women, notably the group effort with Miss (Marta Henrik), Gim (Gislaine Martins), and Estela Luz. The artists made three buildings from the Anchieta Father housing projects come alive with colors. By the way, these are the only art work of its kind in the city outskirts.

A tribute to Covid-19 victims is on the Unicamp Technical School walls. Displaying nearly 500 m2 it was done by Campinas artist Gustavo Nénão, nowadays living in London. Nénão has pieces exhibited in 39 countries.

Raiz Fundamental, autor Maicongo
Raiz Fundamental by Maicongo

Teatro Municipal José de Castro Mendes (página anterior)

José de Castro Mendes Municipal Theater (previous page)

Centro de Convivência Cultural Cultural Coexistence Center

AMBIENTES CULTURAIS CULTURE VENUES

Espaços dedicados à promoção da arte e da cultura estão espalhados por Campinas.

Centros culturais, teatros, arenas e museus exercem um papel fundamental no desenvolvimento social da cidade.

O Centro de Cultura Caipira e Arte Popular e o Centro Cultural Casarão, por exemplo, oferecem oficinas, exposições, palestras e apresentações musicais, que incentivam a participação da comunidade e promovem a inclusão social.

O Centro de Convivência Cultural conta com dois teatros. O de Arena tem capacidade para cinco mil pessoas, e a sala de espetáculos acomoda 500 espectadores. No momento, os dois espaços passam por uma ampla reforma e a previsão é que sejam reabertos ainda durante as comemorações dos 250 anos do município.

Museus como o de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) e da Imagem e do Som (MIS) são guardiões do patrimônio histórico e artístico da cidade.

O acolhedor Teatro de Arena da Unicamp, além de receber diversas apresentações de variadas expressões artísticas, é utilizado para aulas, debates e encontros culturais.

O cenário artístico também tem um papel importante na economia local, atraindo turistas e fomentando a indústria cultural. Eventos, festivais e exposições ajudam a dinamizar a economia e criam empregos e oportunidades para artistas e profissionais do setor.

One can find venues promoting art and culture all over Campinas. Culture centers, theaters, arenas, and museums play a major role in the city’s social development.

The Center for Countryside Culture and Popular Art and the Casarão Culture Center, for example, offer workshops, exhibitions, lectures, and musical performances, encouraging community participation and fostering social inclusion.

The Cultural Coexistence Center has two theaters. The Arena one has five thousand seats, and the concert hall can sit 500 spectators. Both spaces are currently undergoing extensive renovation and are expected to reopen during the city’s 250th anniversary festivities.

Institutions such as the Campinas Contemporary Art Museum (MACC) and the Image and Sound Museum (MIS) are true guardians of the city’s historical and artistic heritage.

Unicamp’s charming Arena Theatre stages artistic shows of many different kinds, and it is also a place for classes, all sorts of debates, and cultural meetings.

The artistic scene also plays an important role in the local economy, attracting tourists, and promoting the culture industry. Events, festivals, and exhibitions help boost the economy and create jobs and opportunities for artists and professionals in the field.

Teatro de Arena na Unicamp (pág. dir.) Arena Theater at Unicamp (right page)
Estação Cultura Culture Station
Biblioteca Central Cesar Lattes da Unicamp
Cesar Lattes Main Library at Unicamp

Glass

Auditório Beethoven (Concha Acústica) no Parque Portugal
Beethoven Auditorium (Acoustic Shell) at Portugal Park
Casa de Vidro no Parque Portugal com o Museu da Cidade
House at Portugal Park, home to the City Museum
Espaço Cultural Casa do Lago na Unicamp Lake House Cultural Venue at Unicamp
Museu de Arte Contemporânea de Campinas José Pancetti - MACC
Campinas Contemporary Art Museum
José Pancetti
Vista áerea do campus da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp
Air view of the State University of Campinas campus- Unicamp

Edifício do Projeto Sirius do Laboratório Nacional de Luz Síncotron - LNLS (página anterior)

Sirius Project Building at the Synchrotron Light Nacional Laboratory (previous page)

EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

EDUCATION, SCIENCE AND TECHNOLOGY

Campinas se destaca como um polo de educação, ciência e tecnologia no Brasil.

Com uma infraestrutura robusta e instituições renomadas, a cidade impulsiona o desenvolvimento regional e nacional em diversas áreas. Universidades como a Pontifícia

Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) oferecem cursos de graduação, pós-graduação e extensão em uma ampla gama de disciplinas, preparando profissionais altamente qualificados.

A cidade também abriga uma variedade de centros de pesquisa e instituições tecnológicas, em áreas como agricultura, energia e biotecnologia. Projetos inovadores, como o Sirius, o maior acelerador de elétrons da América Latina, e o

Parque Científico e Tecnológico da Unicamp (CIATEC), estimulam a colaboração entre universidades, empresas e instituições de pesquisa, promovendo a transferência de tecnologia e a geração de inovação.

A integração entre a academia, o setor produtivo e o governo constitui um ecossistema que impulsiona o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas, estimula o empreendedorismo e fortalece a economia local. São inúmeros os casos de sucesso de startups que começaram na cidade – a exemplo do maior aplicativo de entrega de comida na cidade – e se tornaram nacionalmente reconhecidas.

Campinas stands out as a hub for education, science, and technology in Brazil. With a solid infrastructure and renowned institutions, the city leads regional and national development in several fields. Universities such as the Pontifical Catholic University of Campinas (PUCCampinas) and the State University of Campinas (Unicamp) offer undergraduate, postgraduate, and extension courses in a wide range of disciplines, preparing highly qualified professionals.

The city is also home to several research centers and technology institutions in many different areas such as agriculture, energy, and biotechnology. Innovative projects among which Sirius, the largest electron accelerator in Latin America, is noteworthy, and the Unicamp Scientific and Technological Park (CIATEC) endorse collaboration projects among universities, companies, and research institutions, promoting technology transfer and innovation in several fields of knowledge.

The integrated ecosystem among academia, the productive sector, and the government gives rise to the development of new technological solutions, encourages entrepreneurship, and strengthens local economy. There are countless stories of successful startups that began operating in the city, such as the largest food delivery app in town, and became nationally recognized.

Pioneiros da pesquisa e da educação

O início do sistema educacional e de pesquisa em Campinas está intrinsecamente ligado ao período da Proclamação da República, no final do século XIX. O ensino teve início em instituições particulares, que ocasionalmente ofereciam aulas gratuitas. Fundada em 1874, a escola Culto à Ciência é a mais antiga do Brasil em funcionamento no mesmo prédio. Em seus primeiros anos, o ensino era voltado aos maçons, mas, antes ainda da virada do século, passou a ser administrado pela Prefeitura de Campinas e, em seguida, pelo governo do Estado. Em seu quadro de ex-alunos constam nomes como o engenheiro e arquiteto Lix da Cunha e o pioneiro da aviação, Santos Dumont.

A educação pública efetiva em Campinas teve início em 1897, com a criação do primeiro Grupo Escolar de Campinas. O edifício na avenida Moraes Salles foi projetado pelo engenheiro e arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo em estilo eclético, com elementos neorrenascentistas e neogóticos. A partir de 1917, o prédio passa a se chamar “Francisco Glicério”, em homenagem ao intelectual e político campineiro, figura marcante na Proclamação da República. O colégio oferecia ensino somente para os quatro primeiros anos e assim, em 1903, foi inaugurada a Escola Complementar de Campinas, que inicialmente ocupou um imóvel na esquina da rua 13 de Maio. Em 1924, um novo prédio foi inaugurado na Avenida Anchieta. A partir de 1936, a instituição de ensino passou a se chamar “Carlos Gomes”.

A força do ciclo do café também levou o município a ser sede do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). A inauguração, ainda no período imperial, teve a presença de D. Pedro II. Até o presente, o Instituto se notabiliza por resultados expressivos na área de melhoramento genético e técnicas de culturas. Em 1968, uma outra visita histórica: a da rainha do Reino Unido, Elizabeth II, acompanhada do príncipe Philip, que tinha especial interesse em conhecer o programa de melhoramento do café, referência no mundo.

Pioneers of research and education

The beginning of the educational and research system in Campinas are intrinsically linked to the period of Proclamation of the Republic, at the end of the 19th century. Education was initially provided by private institutions, which occasionally offered free classes. Founded in 1874, Culto à Ciência is the oldest school in Brazil operating in the same building. In its early years, education was aimed at Freemasons but, even before the turn of the century, it began first to be managed by Campinas’s administration and next by the State government. Its alumni list includes names such as engineer and architect Lix da Cunha and aviation pioneer Santos Dumont.

The public education in Campinas officially began in 1897, when the first Campinas Elementary School was founded. The building at Moraes Salles Avenue was designed by engineer and architect Francisco de Paula Ramos de Azevedo in eclectic style, with neoRenaissance and neo-Gothic elements. From 1917 onwards, the building was renamed “Francisco Glicério,” as a tribute to the famous academic and politician from Campinas, a prominent activist in the Proclamation of the Republic. Since the school only had classes for the first four years, in 1903 the Campinas Complementary School was inaugurated, initially on a venue at the corner of 13 de Maio Street. In 1924, a new building was opened on Anchieta Avenue. From 1936 onwards, the educational institution was renamed Carlos Gomes.

The strength of the coffee cycle also led the municipality to become the headquarters of the Campinas Agronomic Institute (IAC). Still in the imperial period, the inauguration was attended by D. Pedro II. To date, the Institute is noteworthy for its major accomplishments in genetic improvement studies and crop techniques. In 1968, a historic visit to the IAC happened when the Queen of the United Kingdom, Elizabeth II, accompanied by her husband. Prince Philip had come to check the coffee improvement program, a worldwide reference project by then.

Instituto Agronômico de Campinas (IAC) - Fazenda Santa Elisa Agronomic Institute of Campinas - Santa Elisa Farm

Vocação para a ciência

Campinas abriga parques tecnológicos e incubadoras que fornecem suporte e infraestrutura para empresas de alta tecnologia. A cidade, que é lar de uma variedade de empreendimentos e se destaca em inovação, inclui multinacionais e startups em setores como eletrônicos, software, biotecnologia e telecomunicações.

Dois polos tecnológicos estão em funcionamento em uma única área, na região da Unicamp. Muitas das empresas instaladas são desdobramento das atividades da própria Universidade e do CPQD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações), o primeiro ecossistema a se instalar na cidade, em 1976.

Somente o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), conta com quatro laboratórios nacionais: o de Luz Síncrotron (LNLS), o de Biociências (LNBio), o de Biorrenováveis (LNBR) e o de Nanotecnologia (LNNano).

Sirius, uma nova fonte de luz síncrotron, é a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no país. O acelerador de elétrons de quarta geração é extremamente útil para experimentos em áreas da ciência como física, química e biologia. À disposição da comunidade científica brasileira e internacional, essa fonte de luz contribui para o desenvolvimento de vacinas, medicamentos e novos tratamentos para doenças. Na agricultura, pesquisas buscam novos fertilizantes, vegetais mais resistentes e novas tecnologias de cultivo.

O CPQD, por sua vez, se destaca por ser um centro de inovação aberto que alavanca o empreendedorismo, o desenvolvimento de tecnologias como a internet das coisas (IoT), a inteligência artificial (IA), a conectividade, a blockchain e a mobilidade elétrica.

O ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos) é uma das instituições líderes em ciência aplicada na América Latina, exercendo um papel central em inovação especializada em alimentos, bebidas, ingredientes e embalagem.

O Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer também é uma importante unidade de pesquisa que foi instalada às margens da rodovia D. Pedro I (SP-065) em 1982. As ações de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico ali realizadas têm foco em quatro principais eixos temáticos: indústria 4.0, saúde avançada, tecnologias habilitadoras e governo digital.

Science as Mission

Campinas has technology parks and incubators providing support and infrastructure to high tech companies too. Being home to a full range of enterprises and a leading innovation hub, Campinas ranges from multinational businesses to startups in electronic components, software, biotechnology and telecommunication.

Two technology hubs are at work in a single area around Unicamp. Many companies that operate there result from activities carried on by the University itself. The Telecommunication Research and Development Center – CPQD was the first ecosystem established in Campinas, in 1976.

As a branch of the Ministry of Innovation and Technology, the Energy and Materials National Research Center has four labs of its own, namely Synchrotron Light, (LNLS), Biosciences (LNBio), Biorenewables (LNBR), and Nanotechnology (LNNano).

Sirius, a synchrotron light source, is the largest and more complex scientific structure ever built in the country. The fourth-generation electrons accelerator is extremely useful for studies in physics, chemistry, and biology. Available for scientific communities both in Brazil and abroad, the light source fosters the development of vaccines, medicines, and new kinds of treatment for several diseases. As regards agriculture, scientists are researching new fertilizers, more resistant plant species, and new crop technologies.

CPQD also stands out as an open innovation center fostering entrepreneurship as well as the development of technologies such as the internet of things (IoT), artificial intelligence (IA), connectivity, blockchain, and electric mobility.

As applied science goes, the Food Technology Institute – ITAL is a leading organization in Latin America, playing a major role in innovation on food, drinks, ingredients, and packaging.

The Renato Archer Information Technology Center (CTI) is an important research facility with headquarters alongside D. Pedro I (SP-065) highway since 1982. The research and scientific development programs under way at CTI consist of four main projects, namely industry 4.0, advanced health, enabling technologies, and digital government.

Informação

Centro de Tecnologia da
Renato Archer - CTI
Renato Archer Information Technology Center
Parque Científico e Tecnológico da Unicamp
Unicamp Scientific and Technological Park
Campus I da Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Pontifical Catholic University of Campinas (PUC-Campinas) Campus I

Universidades

O desenvolvimento do Polo Tecnológico de Campinas anda em paralelo com a oferta de universidades na cidade. A partir do fim da década de 1990, proliferaram as universidades particulares e hoje a cidade abriga instituições renomadas, como a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Mackenzie e a São Leopoldo Mandic. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), mantido pelo Ministério da Educação, está na cidade há dez anos e também faz importante contribuição ao sistema educacional de ensino superior no município. É preciso destacar, contudo, a importância da PUC-Campinas e da Unicamp em todo esse processo.

O ensino superior em Campinas teve início em 1941, com a criação da Sociedade Campineira de Educação e Instrução (SCEI). A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras passou a oferecer 12 cursos em 1944 no antigo solar do Barão de Itapura, no centro da cidade. A edificação na rua Marechal Deodoro tornou-se conhecida como Pátio dos Leões por conta das esculturas que até hoje adornam seu portão principal. Em 1955, a Faculdade passou a ser a Universidade Católica e o título de pontifícia foi concedido em 1972, período em que já estava em construção o campus I da Universidade, na região da Fazenda Santa Cândida. Ainda durante a década de 1970, foi construído o campus II, na avenida John Boyd Dunlop, junto com o Hospital Universitário Celso Pierro. A instituição acompanhou o desenvolvimento da sociedade e a oferta constante de novos cursos –não só de graduação, mas também de extensão e pós-graduação – contribuiu para que muitos jovens de outras cidades do Brasil viessem morar em Campinas.

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) teve o lançamento da sua pedra fundamental em 1966, em uma área então remota no distrito de Barão Geraldo. Sua primeira turma surgiu três anos antes. A Faculdade de Medicina da Universidade de Campinas (FMUC), uma antiga demanda da sociedade, foi instalada no prédio da Santa Casa de Misericórdia. O curso permaneceu na avenida Júlio de Mesquita até 1985, quando foi integrado ao campus da Universidade.

Essa universidade figura entre as melhores do mundo. Projetada do zero como um sistema integrado de centros de pesquisa, produziu, somente no período entre 2017 e 2022, 29.957 trabalhos científicos, sendo 37,9% em regime de colaboração internacional.

A sua Agência de Inovação funciona como incubadora de novas empresas e já registrou 1.298 patentes, tornando-se um dos principais pontos de invenção do Brasil.

Universities

The development of the Campinas Technological Hub goes hand in hand with universities. From the end of the 1990s onwards, the number of private institutions grew considerably, and today the city is home to famous schools, such as Getúlio Vargas Foundation (FGV), Mackenzie and São Leopoldo Mandic. The Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo (IFSP), sponsored by the Ministry of Education, has been in the city for ten years now, and also makes an important contribution to the higher education system in the city. Nevertheless, the important role played by PUC-Campinas and Unicamp in this regard deserves to be specifically mentioned.

Higher education in Campinas began in 1941 when the Campinas Society of Education and Instruction (SCEI) was created. In its early times, the Philosophy, Sciences and Humanities College offered 12 courses in 1944 at the former Barão de Itapura mansion downtown. The building on Marechal Deodoro St became known as Lions Yard thanks of the sculptures that still flank its main gate. In 1955, the College became the Catholic University, and the Pontifical title was granted in 1972, at the time campus I of the University was already under construction around the Santa Cândida Farm. Still during the 1970s, campus II was built on John Boyd Dunlop Avenue together with the Celso Pierro University Hospital. The institution kept up with society’s growth, and the constant offer of new courses – not only undergraduate but also extension and postgraduate ones – draw many young people from other Brazilian cities to come and live in Campinas.

The foundation stone of the State University of Campinas (Unicamp) was laid in 1966 at a then remote area in Barão Geraldo district. Its first class took place three years later. The University of Campinas Medicine College (FMUC), an old demand from society, was first established in the Santa Casa de Misericórdia [Holy House of Mercy] building. Students attended classes on Júlio de Mesquita Avenue until 1985, when the course migrated to the University campus.

Unicamp is among the best higher education institutions in the world. Designed from scratch as an integrated system of research centers, between 2017 and 2022 it alone produced 29,957 scientific works, 37.9% of which in international collaboration projects. Its Innovation Agency works as an incubator for new companies, and has already trademarked 1,298 trademarks, making it one of the main invention sources in Brazil.

Centro de Pesquisa Boldrini Boldrini Research Center
Instituto Penido Burnier
Penido Burnier Institute

Saúde

Campinas é reconhecida como um importante polo de saúde, com a presença de instituições renomadas e um histórico significativo na medicina. A Casa de Saúde de Campinas foi fundada em 1881 por mãos italianas e se chamava Circolo Italiani Uniti.

O edifício projetado por Samuele Malfatti (pai da pintora Anita Malfatti) originalmente servia de escola para os filhos de imigrantes, além de ser uma Casa de Caridade e Centro Cultural. Em 1883, com o primeiro surto de febre amarela na cidade, o local passou a ser um importante posto de atendimento. No ano seguinte, o prédio foi ampliado, com a construção de um hospital e uma escola. A febre amarela voltou a devastar a cidade em 1889 e 1897, momentos em que a escola suspendia as aulas e as salas se transformavam em enfermarias. Com a gripe espanhola de 1918, o edifício foi transformado de vez em hospital.

Dois hospitais ligados às faculdades de medicina – o Celso Pierro, da PUC, e o Hospital das Clínicas, da Unicamp – garantem atendimento à população, sendo referência sobretudo em situações de emergência, e atraem residentes de Medicina de todo o país.

O Instituto Penido Burnier, fundado em 1926, é outra unidade de saúde que se destaca por sua contribuição nas áreas de educação e pesquisa. O centro oftalmológico oferece programas de residência e especialização, e realiza pesquisas científicas e estudos clínicos, contribuindo para a ciência oftalmológica.

Fundado por um grupo de voluntários, o Centro Infantil Boldrini representa um modelo de instituição que alia excelência médica, pesquisa científica, educação e compromisso social, oferecendo esperança e cura para milhares de famílias no tratamento de crianças com câncer e doenças do sangue.

Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) citou a atuação humanizada do Serviço de Saúde Cândido Ferreira e levou Campinas ser apontada como modelo no tratamento da saúde mental. Os atendimentos ocorrem em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e em Centros de Convivência (CECOs) espalhados pelo município, e são substitutivos ao modelo asilar. A integração com a sociedade tem seu ponto alto no Carnaval, quando pacientes e profissionais desfilam com o bloco “Unidos do Candinho” pelas ruas do distrito de Sousas, como uma forma de combater o estigma do transtorno mental.

Health

Campinas is famous as an important health hub, with its several renowned institutions and a relevant history in medicine. Originally called Circolo Italiani Uniti, the Casa de Saúde de Campinas [Health Center of Campinas] was founded in 1881 by an Italian group and. The building designed by Samuele Malfatti (painter Anita Malfatti’s father) started as a school for the immigrants’ children, as well as operating as a Charity House and Cultural Center. In 1883, with the first outbreak of yellow fever in the city, the place became an important care unit for the sick. The following year, the building was enlarged with the construction of a proper hospital and a school. Yellow fever outbreak devastated the city two more times, in 1889 and 1897. When classes were suspended the classrooms became infirmaries. To fight the 1918 Spanish flu, the building was definitely made into a hospital.

Two hospitals linked to the medical schools—Celso Pierro, from PUC, and the Clinics Hospital, from Unicamp—ensure the population is well treated. Being famous as reference institutions, especially in emergency room cases, both draw many medical residents from all over the country.

Founded in 1926, the Penido Burnier Institute is another health unit that stands out also for its contribution to education and research. The ophthalmological center offers residency and specialization programs, and carries out scientific research and clinical studies, contributing to ophthalmological science.

Founded by a group of volunteers, the Boldrini Children’s Center represents a model institution that combines medical excellence, scientific research, education and social commitment, offering hope and healing to thousands of families in the treatment of children with cancer and blood diseases.

In 2021, the World Health Organization (WHO) mentioned the humane performance of the Cândido Ferreira Health Service, and thus Campinas came to be identified as a protocol model in mental health treatment. Patients are seen in Psychosocial Care Centers (CAPS) and Community Centers (CECOs) spread across the city, replacing the old asylum model. Integration with society reaches its peak during Carnival, when patients and professionals parade through the streets of the Sousas district as a group (Unidos do Candinho), in an attempt to fight the stigma of mental disorders.

Vista aérea do Rio Jaguari, divisa Campinas - Pedreira (página anterior) Air view of Jaguari River, between Campinas and Pedreira (previous page)

MEIO AMBIENTE ENVIRONMENT

Apesar da forte urbanização, Campinas se destaca por ser um município com arborização abundante. Ruas e avenidas exibem espécies variadas, que ajudam na preservação do meio ambiente. Parques e bosques também são abrigos para a proliferação e a manutenção da fauna e da flora nativas.

Esses espaços são frequentemente utilizados para atividades de educação ambiental e recreação, assim como para promover o contato das pessoas com a natureza e a conscientização da importância da biodiversidade.

Além dos grandes parques, Campinas possui diversas praças e áreas verdes espalhadas por toda a cidade, que contribuem para a qualidade da vida urbana ao mesmo tempo em que preservam habitats naturais.

A cidade lidera o programa Reconecta RMC, um projeto de cooperação mútua entre os 20 municípios que compõem a Região Metropolitana de Campinas, traçando estratégias conjuntas em relação à conservação e à recuperação da fauna e da flora locais. O programa tem três focos principais: proteção animal, recuperação de áreas de preservação permanente e fortalecimento de áreas protegidas existentes ao lado da criação de novas. Entre as iniciativas, o programa tem construído passagens de fauna para animais silvestres, como macacos, gambás e ouriços –, poderem atravessar rodovias em segurança.

A região abriga uma fauna diversificada e abundante, fruto de esforços significativos por parte de iniciativas de conservação ambiental e conscientização da população. Entre os animais presentes nessas áreas estão felinos, primatas, répteis, insetos, cervídeos, aracnídeos e uma variedade de aves, que merecem uma atenção especial, dada sua diversidade e importância para o ecossistema local.

Além disso, o bioma abriga uma rica diversidade de espécies, com ipês, pausjacarés, paineiras, copaíbas, angicos, cedros, jequitibás, paus-d’alho, perobas-rosas e quaresmeiras, entre as várias espécies arbóreas, além de orquídeas, bromélias, begônias, antúrios, helicônias e outras flores. Preservar e compreender essas paisagens é crucial para garantir sua perpetuação e beleza.

Despite its vigorous urbanization, Campinas stands out for its abundant number of trees. Streets and avenues display several different species, which help preserve the environment balance. Parks and forests are also shelters for the proliferation and maintenance of native fauna and flora.

These areas are commonly used for environment education and recreation activities, as well as to encourage people to get closer to nature and increasingly aware of how important biodiversity is.

Campinas has a lot of public squares and green areas spread throughout the city, which contribute to the quality of urban life while preserving natural habitats.

The city leads the Reconecta RMC program, a mutual cooperation project between the 20 municipalities that make up Campinas Metropolitan Region. The program is in charge of outlining joint strategies regarding the conservation and recovery of local fauna and flora, focusing on three main elements, namely animal protection, recovery of permanent preservation areas, and strengthening existing protected areas as well as creating new ones. One of its main initiatives is building wildlife crossings so that wild animals, such as monkeys, possums, and hedgehogs can safely cross highways.

The region is home to diversified and abundant fauna, resulting from the remarkable efforts of environment conservation projects and increased public awareness. Among the animals living in these areas there are felines, primates, reptiles, insects, cervids, arachnids, and a variety of birds that deserve special attention, given their diversity and importance to the local ecosystem.

Furthermore, the biome is home to a rich number of tree species—ipês, pau-jacarés, silk floss, copaíbas, rosewood, cedars, jequitibás, paus-d’alho, pink perobas and purple glory— together with orchids, bromeliads, begonias, anthuriums, heliconias, and other flowers. Fungi, essential to organic matter decomposition and genesis, and lichens, embellishing tree trunks with their peculiar colors, also make up the forest’s rich beauty. Preserving and understanding these landscapes is crucial to ensuring their perpetuation.

Cutia Agouti
Esquilo Squirrel
Sagui Marmoset
Jaguatirica (pág. esq.)
Ocelot (left page)
Quati Coati

Beija-flor Hummingbird

Saíra-de-chapéu-preto Hooded Tanager

Pássaro-preto-soldado Yellow-rumped Marshbird

Arara-canindé (pág. dir.) Blue-and-yellow Macaw (right page)

Pluma flor brasileira Brazilian Plume Agapanto Lily of the Nile
Primavera-branca
White Paperflower Helicônia Lobster Claw
Amarílis Jersey Lily

Áreas de Proteção e Hidrografia

As Áreas de Proteção Ambiental (APAs) são fundamentais para proteger os recursos naturais, garantindo a qualidade da água e a preservação da biodiversidade. Abrangem diversas regiões de Campinas, incluindo áreas urbanas e rurais, e têm como objetivo controlar o uso e a ocupação do solo para evitar a degradação ambiental. Os distritos de Sousas e Joaquim Egídio pertencem à APA Campinas.

A hidrografia de Campinas é marcada por rios e riachos que são cruciais tanto para o abastecimento de água como para a agricultura intensiva da região. O rio Atibaia é fundamental para o abastecimento de Campinas e outras cidades da região. Os rios Capivari e Jaguari são outras importantes fontes de abastecimento para o município.

A cidade se destaca no cenário nacional na gestão de seus recursos hídricos. A Sanasa, uma sociedade de economia mista controlada pelo município, atende a 99,84% da população com água potável encanada e trata 94% do esgoto. O eficiente sistema de saneamento ajuda a manter a qualidade dos rios e riachos locais, como o ribeirão Anhumas e o ribeirão Quilombo.

A urbanização e a expansão agrícola representam desafios constantes para a conservação desses recursos. A gestão integrada dos recursos hídricos e os projetos de recuperação e proteção de nascentes são cruciais para melhorar a qualidade e a disponibilidade da água. Programas de educação ambiental também são imprescindíveis para conscientizar a comunidade.

Vista aérea do Rio Jaguari, divisa Campinas - Pedreira

Air view of Jaguari River, between Campinas and Pedreira

Protected Areas and Water Systems

The Environment Protected Areas (APAs) are essential to preserve natural resources so as to ensure water quality, and to maintain biodiversity. APAs include many urban and countryside regions around Campinas. Their main purpose is to manage how the land is taken and used so as to avoid environment degradation. Both Sousas and Joaquim Egídio districts belong to APA Campinas.

Campinas’s water system covers several rivers and brooks that are crucial sources of water supply, supporting its vigorous agriculture industry. The Atibaia River is a major water supply for Campinas and other surrounding cities. Both Capivari and Jaguari rivers also are a important water sources for the whole county.

Campinas’s hydric resources are so well managed that the city stands out nationally. Sanasa is a mixed economy society controlled by the city government that provides drinking water to 99.84% of the population, and treats 94% of Campinas’s sewage volume. Effective sanitation programs also help to maintain in good shape local rivers and brooks, such as Anhumas and Quilombo.

Both increasing urbanization and agriculture growth present endless challenges for water preservation. The integrated management of hydric resources and projects designed to restore and protect springs is an essential step to improve water’s quality and availability. Environment education programs are also instrumental to raise awareness in the population.

Mata de Santa Genebra

A Mata de Santa Genebra, localizada no distrito de Barão Geraldo, às margens da rodovia Prof. Zeferino Vaz (SP-332), tem uma área de 251 hectares de Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do Brasil. Criada em 1981 como uma reserva biológica, a mata é um importante refúgio para a flora e a fauna nativas, desempenhando um papel crucial na preservação da biodiversidade.

A reserva abriga árvores de grande porte, como jequitibás, perobas e cedros. A fauna é igualmente diversa, com 329 espécies de vertebrados já identificadas, entre aves, anfíbios, mamíferos e répteis. A Mata de Santa Genebra abriga espécies animais ameaçadas, como a onça-parda, a jaguatirica, o gato-do-mato-pequeno e o bugio-ruivo. Também já foram catalogadas mais de 700 espécies de borboletas.

A reserva também serve como um importante corredor ecológico, facilitando a movimentação, o acasalamento e a dispersão de espécies entre diferentes áreas da floresta. Esse é um fator vital para a manutenção dos processos ecológicos e para a sobrevivência das espécies a longo prazo.

Um dos pilares da gestão da reserva é a educação ambiental. Programas educativos são oferecidos para escolas e o público em geral, e as visitas monitoradas permitem que os visitantes conheçam a biodiversidade local. Caminhadas em trilhas e observação de aves são promovidas para engajar a comunidade e incentivar a preservação do meio ambiente. A reserva também é um importante centro de pesquisas científicas. Diversos estudos de botânica, zoologia e ecologia são realizados na área, em parceria com universidades e instituições de pesquisa.

Saint Geneva Forest

The Saint Geneva Forest, in Barão Geraldo district, on the banks of Prof. Zeferino Vaz (SP332) state highway, covers 251 hectares of Atlantic Forest, one of the most threatened biomes in Brazil. Created in 1981 as a Biological Reserve, Saint Geneva Forest is an important haven for native flora and fauna specimens, and it plays an essential role in preserving biodiversity.

The Reserve is home to huge trees, such as jequitibás (Cariniana legalis), perobas (Aspidosperma polyneuron) and cedars. The fauna is also much diversified, with 329 species of vertebrates already identified, among birds, amphibians, mammals and reptiles. Some animal species are threatened species, namely pumas, ocelots, wild cats and the red howler monkeys. More than 700 species of butterflies have also been catalogued.

The Saint Geneva Forest is an important ecological corridor too, ensuring species the necessary conditions for them to move, mate, and disperse amid different forest sites. This is crucial for maintaining ecological processes and helping the long-term survival of species.

One of the pillars of reserve management is environmental education. Educational programs are offered to schools and the general public, as well as guided tours that allow visitors to learn about local biodiversity. Trail walks and bird watching are provided to engage the community and encourage environment preservation. The Reserve is also a relevant center for scientific research. Several botany, zoology and ecology studies are carried out in partnership with universities and research institutions.

Mata de Santa Genebra
Saint Geneva Forest

Parques e Bosques

Vastas áreas verdes e parques oferecem um alívio em meio ao ritmo acelerado da vida urbana. A cidade conta com 24 bosques e parques públicos, essenciais para a qualidade de vida dos moradores, proporcionando locais para lazer, prática de esportes e contato com a natureza. Além disso, praças e ruas contam com diversas espécies de árvores que contribuem para uma temperatura mais amena e favorecem o equilíbrio ambiental.

O Parque Portugal, conhecido como Lagoa do Taquaral, é um cartão-postal da cidade, com pistas para caminhada e corrida, ciclovia, quadras poliesportivas, pista de skate e piscina. Em sua imensa lagoa, é possível fazer passeios de pedalinho, que encantam crianças e casais apaixonados. O Parque também exibe uma réplica da caravela que trouxe Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500.

A distribuição dos parques e bosques por diferentes regiões da metrópole encoraja o contato com a natureza para toda a população. Nesses espaços, como o Bosque dos Jequitibás, é comum encontrar saguis, pequenos roedores e várias espécies de aves, o que proporciona aos visitantes uma experiência única de observação da fauna local e momentos de relaxamento e contemplação. Essas áreas também contam com infraestrutura para atividades físicas variadas, inclusive com aulas gratuitas, oferecidas pela Prefeitura, em locais como o Parque Linear Capivari. Em um ambiente onde a urbanização avança rapidamente, a presença dessas áreas verdes em vários pontos da cidade é um alívio bem-vindo e um compromisso com a sustentabilidade e a qualidade de vida.

Lagoa do Taquaral (página anterior)

Taquaral Lake (previous page)

Parque Ecológico Prof. Hermógenes F. Leitão Filho

Prof. Hermógenes F. Leitão Filho

Ecological Park

Parks and Woodlands

Large green areas provide a welcomed relief to the speed and agitation of urban life. Campinas 24 woodlands and public parks are an essential tool for a better quality of life for its citizens, providing leisure areas, sport courts, and places to be close to nature. The high number of trees in squares and streets also ensure mild temperatures and help keep the environment balance.

The Portugal Park, also known as the Taquaral Lake, is a true city postcard with its walking and running trails, bike lanes, sport courts, skate park, and an open-air swimming pool. In its huge lagoon children and couples in love can enjoy memorable moments. The park also has on display a replica of the caravel that brought Pedro Álvares Cabral to Brazil back in 1500.

The parks and woodlands across town are distributed in such a way as to encourage all inhabitants to get in touch with nature. In the Jequitibás Woodland, for instance marmosets, small rodents and many different bird species are easy to see, allowing visitors to enjoy quite an especial watching experience as well as a few moments to just relax and contemplate. These places also provide basic equipment needed for several physical activities as well as free sport classes provided by the city administration, as in the Capivari Linear Park. In areas where the urbanizing process rapidly takes over, such green patches across town are a much-welcomed source of rest, proving the government’s commitment to sustainability and quality of life.

Praça Ulisses Guimarães
Ulisses Guimarães Square
Bosque dos Jequitibás (pág. esq.)
Jequitibás Woodland (left page)
Caravela na Lagoa do Taquaral
Caravel in Taquaral Lake

VIVÊNCIAS RURAIS RURAL EXPERIENCES

Pode soar inusitado, mas quase metade do território de Campinas é rural. A extensão é maior do que capitais como Belo Horizonte, Porto Alegre ou Curitiba. Essa cidade, tão conhecida por sua movimentada atmosfera urbana, guarda nos seus extremos uma vasta e diversificada vida campestre. O fato é que, ao redor de uma metrópole com mais de um milhão de habitantes, há uma paisagem que abriga desde pomares de frutas e campos de cultivo de vegetais até fazendas de gado, de produção de leite e mel, e de uma infinidade de produtos típicos da roça.

São onze áreas rurais, que concentram pouco mais de três mil propriedades e trazem uma enorme contribuição à economia do município. Além disso, a maior parte das Áreas de Proteção Ambiental (APA) está na zona rural, o que é imprescindível para a qualidade de vida, a preservação do meio ambiente e proteção à fauna.

A Campinas rural também conserva importantes elementos socioculturais que foram decisivos para o seu desenvolvimento ao longo destes 250 anos. Recantos para desfrutar da tranquilidade, da culinária, e de hábitos e costumes da roça também fomentam o turismo rural, com passeios atrativos para a população de outras cidades e até mesmo de moradores da Campinas metropolitana, que se encantam com o contraste entre a vida urbana e no campo.

Fazenda Atibaia (página anterior) Atibaia Farm (previous page)

It may seem surprising but almost half of Campinas territory is rural, and its extension is larger than capitals such as Belo Horizonte, Porto Alegre or Curitiba. So well-known for its bustling urban atmosphere, the city also has a vast and diversified rural life at its edges. As a fact, around a metropolis with more than a million inhabitants, there is a landscape with everything from fruit orchards and vegetable fields to cattle farms, milk and honey production sites, and countless typical farm items producers.

There are eleven rural districts concentrating just over three thousand properties that make a robust contribution to the municipality’s economy. Furthermore, most of the Environmental Protection Areas (APA) in rural zones are an essential element for quality of life, preserving the environment and protecting the animals.

Rural Campinas also keeps alive important sociocultural features that were decisive for its development over the last 250 years. Secluded places to enjoy leisure time, typical cuisine, and countryside habits and customs also enhance rural tourism, with attractive tours for visitors from other cities and even for those who live in Campinas and want to experience the contrast between urban living and rural life.

Parque

Pico das Cabras em Joaquim Egídio

Goats Peak Park in Joaquim Egídio

Os encantos dos distritos

Os distritos de Sousas e Joaquim Egídio concentram algumas das bem-conservadas construções históricas e, há décadas, exploram os passeios rurais. Suas trilhas são um convite para caminhadas, passeios de bicicleta, e até a cavalo. Para quem busca mais adrenalina, há caminhos para passeios de quadriciclo. Mais recentemente, a valorização da integração com a natureza também fez surgir passeios de rafting pelo rio Atibaia. Em maio de 2024, a Prefeitura de Campinas criou a Rota Turística dos Distritos de Sousas e Joaquim Egídio, com 13 pontos que contemplam aspectos históricos, culturais, gastronômicos e ambientais. Os centros dos distritos de Sousas e Joaquim Egídio contam com muitos bares e restaurantes dos mais diversos tipos. Ruas de paralelepípedos e casas coloniais contam histórias antigas, enquanto ateliês e pequenos negócios acrescentam um toque de encanto ao local. Pequenas capelas e casarões preservados embelezam a paisagem arquitetônica, remetendo a outras épocas.

Para quem quer desbravar os distritos a pé, uma ótima dica é fazer a trilha do Caminho do Bonde. Com seus seis quilômetros de extensão, esse percurso suave e sereno une os corações de dois núcleos urbanos. Trilhando o antigo Caminho da Cabrita, como era carinhosamente chamada a Maria-Fumaça do antigo Ramal Férreo Campineiro, os viajantes deparam com relíquias do passado, como a ponte metálica sobre o Rio Atibaia. Essa jornada leve, ideal para ser compartilhada com toda a família, é onde os laços do passado se fundem com a beleza intocada da natureza viva.

Nas estradas de terra batida, é possível encontrar fazendas transformadas em restaurantes aconchegantes, ou que se tornaram cenários mágicos para celebrar o amor em casamentos, além de pequenos comerciantes que mantêm vivas as tradições locais.

No Pico das Cabras, entre o céu estrelado e o horizonte que se estende até onde a vista alcança, os visitantes têm a oportunidade única de contemplar a vastidão do universo e mergulhar na imensidão do cosmos.

E, mesmo em um local tão afastado da cidade, a valorização da ciência, que sempre marcou Campinas, se mostra presente. O Observatório Jean Nicolini foi inaugurado em 1977 como o primeiro observatório municipal do país, além de pioneiro na oferta regular de ações educativas.

Districts’ Charm

Sousas and Joaquim Egídio are districts with some of the most well-preserved historical buildings in town. For decades, they have been the destination of rural ride programs. Its trails are an invitation for hiking, cycling and 7horseback riding. For those who appreciate a rush of adrenaline, there are paths for quad bike rides. More recently, the search for integration with nature has also led to rafting trips along the Atibaia River. In May 2024, Campinas City Hall created the districts’ Tourist Route, with 13 main visiting spots covering historical, cultural, gastronomic, and environment aspects.

Both in Sousas and Joaquim Egídio districts, there are bars and restaurants for all sorts of costumers. Cobblestone streets and colonial houses tell ancient stories, while ateliers and family businesses add a touch of charm everywhere. Small chapels and well-kept mansions design a rich architectural landscape, reminiscent of olden times.

For those who want to explore the districts on foot, a great tip is to take the Tram Way (Caminho do Bonde). Being six kilometers long, this gentle and peaceful trail links two urban centers. Walking the path of the old Goat (Cabrita), as the steam locomotive (Maria-Fumaça) of the old Campinas Railroad Extension is affectionately called, travelers come across relics of the past such as the metallic bridge over the Atibaia River. This great ride to be shared with the whole family is a light journey where remnants of the past merge with the untouched beauty of living nature.

Along unpaved roads, one can find farm houses that have been remodeled into cozy restaurants, and can also be rented as magical settings to celebrate weddings. These small businesses keep local traditions alive.

At the Goats Peak (Pico das Cabras), between the starry sky and the horizon that stretches as far as the eye can see, visitors have the unique opportunity to contemplate the vastness of the universe and let themselves feel the immensity of the cosmos.

At the same time, though so far from the city, science which has always distinguished Campinas is equally appreciated. The Jean Nicolini Observatory was opened in 1977 as the first municipal observatory in the country with its pioneering work in providing regular educational activities.

Observatório Municipal de Campinas “Jean Nicolini” no Pico das Cabras Municipal Observatory of Campinas Jean Nicolini at Goats Peak
Réplica da antiga Estação Ferroviária de Joaquim Egídio
Replica of the old Joaquim Egídio Railway Station
Centro de Cultura Caipira e Arte Popular de Campinas em Joaquim Egídio
Countryside Culture and Popular Arts Center in Joaquim Egídio
Subprefeitura de Sousas
Sousas City Hall
Capela de São Sebastião em Sousas São Sebastião Chapel in Sousas

Fazenda Mato Dentro no Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim Mato Dentro Farm in the Monsenhor Emílio José Salim Ecological Park

Fazendas

Nas áreas rurais de Campinas, fazendas dos ciclos do café e da cana-de-açúcar encantam por sua beleza arquitetônica e servem como museu a céu aberto para os visitantes refletirem sobre o período da escravidão.

No período colonial, a cana-de-açúcar foi a principal força motriz da economia brasileira. Esses engenhos eram latifúndios que incluíam não apenas os campos de cana, mas também complexos industriais onde a cana era processada até se tornar açúcar. As construções típicas das fazendas de cana-de-açúcar, como as casas-grandes, as senzalas e as capelas, revelam muito sobre a organização social e econômica da época.

A casa-grande, que era a residência dos senhores de engenho e suas famílias, geralmente era construída em estilo colonial, com influência do barroco português. Caracterizada por grandes varandas e amplos salões internos, refletia a importância e o poder dos proprietários. A senzala, por outro lado, comprova a precariedade em que vivia o povo negro escravizado. Nas fazendas ao longo do eixo Campinas-Mogi, onde a cidade deu seus primeiros passos, a história do café é contada em fazendas, como a Pau d’Alho e a Tozan.

Com o declínio do ciclo da cana-de-açúcar, o café surgiu como a nova força econômica e as fazendas do período muitas vezes se mostram mais sofisticadas. As construções apresentam uma evolução arquitetônica, incorporando estilos como o neoclássico e o eclético. O neoclássico é visível em muitas casas-grandes das fazendas de café, com suas fachadas simétricas, colunas e elementos decorativos que remetem à antiguidade clássica. Além disso, o ecletismo, que combina aspectos de diferentes estilos arquitetônicos, também é bastante presente. Esse estilo permitia uma maior liberdade criativa e era um símbolo de status, exibindo o poder econômico e o cosmopolitismo dos fazendeiros. Muitas casas-grandes construídas nesse período exibem uma mistura de estilos, com influências da estética gótica, do período renascentista e até mesmo do estilo art nouveau.

Farms

In rural Campinas, farms from the coffee and sugar cane cycles create a fascinating architectural beauty. Visitors who come to these open-air museums can have quite an opportunity to reflect on the slavery period.

During colonial times, the sugar cane industry was the main driving force of the Brazilian economy. These mills were large properties containing not only sugarcane fields but also industrial plants where sugarcane was processed into sugar. The typical buildings of sugar cane farms—with the main house, slave quarters and chapels—tell much about the social and economic organization of the time.

The main house where the planters and their families lived was built in colonial style with Portuguese Baroque influence. Characterized by large balconies and wide halls, they reflected the owner’s status and power. The slave quarters, on the other hand, show the precariousness to which enslaved black people were subjected. Along the Campinas—Mogi axis where the city took its first steps, the history of coffee is told on farms such as Pau d’Alho and Tozan.

When the sugarcane cycle declined, coffee emerged as the new economic force, and farms of the period often became more sophisticated. The buildings indicate the architecture’s evolution, incorporating styles such as neoclassical and eclectic. Neoclassical construction techniques are visible in many large houses on coffee farms, with their symmetrical facades, columns, and decorative elements referring to classical antiquity. The eclectic aesthetic combining elements from different architectural styles is also very common. Allowing for greater creative freedom, the style was a symbol of status, displaying the economic power and cosmopolitanism of farmers. Many large constructions built during this period show mixed styles with elements from the Gothic, Renaissance and also Art Nouveau styles.

Fazenda Santa Maria em Joaquim Egídio
Santa Maria Farm in Joaquim Egídio
Fazenda Floresta em Sousas
Floresta Farm in Sousas
Fazenda Santa Margarida em Joaquim Egídio
Santa Margarida Farm in Joaquim Egídio
Fazenda das Cabras em Joaquim Egídio Cabras Farm in Joaquim Egídio

ESPORTES SPORTS

Uma cidade inclusiva também deve proporcionar ambientes para a prática esportiva, fundamental na promoção da saúde, do bem-estar e do desenvolvimento de valores importantes. Além dos benefícios físicos, o esporte também desempenha um papel crucial na saúde mental e emocional. A prática esportiva regular é associada à redução do estresse, da ansiedade e da depressão. Participar de atividades esportivas pode melhorar o humor, aumentar a autoestima e promover uma sensação geral de bem-estar. Além disso, o esporte proporciona oportunidades de socialização e construção de relacionamentos.

Em praças, ginásios e centros esportivos, campineiros de todas as idades podem participar de aulas de diferentes modalidades, ofertadas pelo Poder Municipal. Também há espaços para recreação, como piscinas públicas e quadras poliesportivas.

A cidade tem igualmente fomentado o ciclismo, com a ampliação de ciclofaixas em diferentes regiões. Nas áreas rurais, é crescente a busca por trilhas para caminhadas em meio à natureza, assim como lugares para a prática de esportes mais radicais, como mountain bike e rafting.

12a Meia Maratona de Campinas (página anterior) Campinas 12th Half Marathon (previous page)

An inclusive city must provide adequate sport venues, as regular physical exercising is a fundamental element in promoting health and well-being as well as developing important values. In addition to benefits for the body, sports also play a crucial role in mental and emotional health. Regular sports practice is associated with reducing stress, anxiety, and depression. Participating in sport activities can improve mood, increase self-esteem, and promote an overall sense of well-being. Furthermore, sports provide opportunities for meeting people and build relationships.

In squares, gyms, and sports centers all over town, Campinas dwellers of every age bracket can have all sorts of free classes provided by the Municipal Administration. There also are recreation spaces, such as public swimming pools and sports courts. The city has been promoting cycling, building more cycle lanes in different neighborhoods. In countryside areas, more and more people are going on hiking trails amidst nature. The number of extreme sports lovers is increasing by the day too, and mountain bikers and rafting paddlers have plenty of places to enjoy exciting rides.

Passeio de mountain bike em área rural Mountain bike trail in the countryside
Esportes diversos no Parque Portugal Sports at Portugal Park
Estádio Brinco de Ouro da Princesa do Guarani FC
Guarani FC’s Brinco de Ouro da Princesa Stadium
Estádio Moisés Lucarelli da Ponte Preta Ponte Preta’s Moisés Lucarelli Stadium

Futebol

A rivalidade entre Guarani e Ponte Preta já dura mais de um século. As equipes fazem um dos clássicos mais tradicionais do futebol brasileiro e dia de dérbi é sempre uma data especial na cidade.

Ambas as equipes não vivem mais os dias de glória do passado e frequentam a Série B do Campeonato Brasileiro nos últimos anos. Ainda assim, despertam muita paixão. Entre as muitas curiosidades do embate, está a proximidade entre os estádios.

O Brinco de Ouro da Princesa, do Guarani, e o Moisés Lucarelli, da Ponte Preta, ficam a apenas 800 metros de distância um do outro. Outra é o fato do resultado do primeiro clássico, em 1912, ser desconhecido.

As duas equipes tiveram seu melhor desempenho nas décadas de 1970 e 1980.

O Guarani é o único time do interior do Brasil a conquistar o Brasileirão. O título de 1978 foi em cima do Palmeiras, com brilho do atacante Careca, que mais tarde se tornaria ídolo no São Paulo, disputaria duas Copas do Mundo com a Seleção Brasileira e ainda formaria uma dupla histórica no Napoli, da Itália, ao lado de Maradona. Uma infinidade de craques já vestiu a camisa verde do Guarani, como Amoroso, Renato, Zenon e Luizão, mas seu maior artilheiro é ainda da fase amadora do futebol. Zuza atuou na década de 1940 e fez 221 gols. Ele também é o jogador com mais gols na história do dérbi, com 18 bolas na rede.

Já a rival Ponte Preta era tão forte na época que, em apenas onze anos, foi vicecampeã paulista em quatro oportunidades: 1970, 1977, 1979 e 1981. Além disso, três de seus maiores craques, o goleiro Carlos e os zagueiros Oscar e Polozzi, foram convocados para disputar a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, feito jamais obtido por outro clube do interior.

A potência do futebol na cidade rendeu uma capa histórica da revista Placar. Em 1978, o então semanário, publicou a reportagem “Campinas FC: uma equipe imbatível” e a foto de José Pinto reunia uma verdadeira seleção formada somente por jogadores das duas equipes. Curiosamente, o maior ídolo e artilheiro da Ponte em sua história não aparece na “seleção”. O meia Dicá fez 581 jogos e 155 gols pela Macaca e tem até busto em sua homenagem no estádio. Outro momento especial na história da Ponte é mais recente: em 2013, em sua primeira participação em um torneio internacional, superou os campeões mundiais Vélez Sarsfield, da Argentina, e o São Paulo para chegar à decisão da Copa Sul-Americana, sendo superada pelo Lanús, da Argentina, na final.

Soccer

The rivalry between Guarani and Ponte Preta soccer teams lasts for over a century now. The day the two soccer teams play against each other is always a special time for supporters all over town.

Nowadays both clubs do not live their most glorious days like they used to. Despite having been demoted to the B Series in the National Soccer Championship a few years ago, Guarani and Ponte Preta still have many passionate fans. A fun fact about them is that both teams’ stadiums are very close to each other. The distance between Guarani’s “Brinco de Ouro” [The Princess Golden Earring] and Ponte Preta’s “Moisés Lucarelli” is a mere 800 meters. The second fun fact about them is that the result of their first match, the classic of 1912, was never disclosed.

Both teams had their best years during the 1970s and 1980s. Guarani is the only soccer team from countryside Brazil to ever win the National Championship. The 1978 title happened when the team defeated Palmeiras, with a spectacular performance of striker Careca, who would later become an idol at the São Paulo Soccer Club, besides playing in two World Cups with the Brazilian national team, and even making a historic duo with Maradona when both played for Napoli in Italy. Many other stars have already worn Guarani’s green shirt, such as Amoroso, Renato, Zenon and Luizão, but their top scorer still is an amateur. Zuza played in the 1940s and scored 221 goals. He also is the soccer player who scored more goals than anyone else in the derby’s history, hitting the net 18 times.

Rival Ponte Preta was so strong at the time that in just eleven years it was a four times runner-up in São Paulo Championship, in 1970, 1977, 1979, and 1981. Besides that, three of its greatest stars, goalkeeper Carlos and defenders Oscar and Polozzi, were called up to compete in the 1978 World Cup in Argentina, a feat never achieved by another club from the interior.

The two powerful soccer teams in Campinas were given a historic front cover article in Placar magazine. In 1978, it published the report “Campinas FC: an unbeatable team,” and a José Pinto’s photo brought together a true best of the best made up only of players from both teams. Interestingly enough, Ponte’s greatest idol and top scorer in its history is not portrayed in the photo. Midfielder Dicá took part on 581 games and scored 154 goals for the team was finally honored with a bust at the stadium. Another special moment in Ponte’s history is more recent: in 2013 it played in an international tournament, and defeated both Vélez Sarsfield, from Argentina, then world champion, and the São Paulo team, opening way to the finals of the South American Cup, when it lost to Lanús, from Argentina, in the last match.

No contexto histórico, a Ponte Preta se orgulha de ser a primeira democracia racial do futebol brasileiro. Fundada em 1900, teve negros em sua primeira diretoria, e Miguel do Carmo foi titular da primeira equipe de futebol. O apelido do time também foi uma forma de combater o racismo. Ao serem chamados de “macacos” por torcidas adversárias, os pontepretanos tomaram para si o apelido. O time também é um dos poucos do Brasil a ter uma mascote feminina.

A fundação do Guarani, em 1911, ocorreu em uma reunião de adolescentes na praça Carlos Gomes. Em homenagem ao maestro, usaram sua ópera mais famosa para dar nome ao clube. Recentemente, um monumento lembrando a fundação do clube foi inaugurado nessa praça.

Outros esportes

Em termos de atletas de alto rendimento, Campinas também coleciona momentos históricos em outros esportes. O principal feito é do time de basquete da Ponte Preta que, no início da década de 1990, conseguiu reunir na mesma equipe Magic Paula e Hortência, as duas maiores jogadoras brasileiras da história. Sob comando da Maria Helena Cardoso e com outras atletas renomadas, como a pivô argentina Karina, além de Roseli, Nádia, Helen Luz, Silvia Luz e Ruth, todas com passagens pela seleção brasileira, o time foi um fenômeno entre 1992 e 1994, lotando as partidas no Ginásio do Taquaral.

Em 1993, com a dupla em quadra, o time da Macaca se tornou praticamente imbatível. Foram 66 vitórias em 71 jogos, conquistando os cinco campeonatos que disputou. O mais expressivo ocorreu longe de Campinas: em Guarulhos, a equipe se tornou campeã mundial ao bater o Parma, da Itália. Na temporada seguinte, Magic Paula retornou ao time de Piracicaba, e as rivais do interior paulista se enfrentaram na decisão do Mundial, com nova vitória pontepretana. Após o bicampeonato mundial, a equipe, bancada pela Nossa Caixa, foi desfeita, mas o desempenho meteórico é lembrado até hoje.

Uma nova equipe de basquete feminino defende Campinas desde 2018, tendo conquistado inclusive um Brasileiro e dois Paulistas. A equipe joga no ginásio do Tênis Clube, no Cambuí.

A equipe de maior prestígio atualmente, contudo, é a do vôlei masculino. O projeto, encabeçado pelos campeões olímpicos André Heller e Maurício Lima, existe desde 2010. O time já conquistou um tricampeonato Paulista e chegou a duas decisões da Superliga.

O vôlei, por sinal, tem grande tradição na cidade e já revelou para o país ídolos como Vera Mossa e seu filho, Bruninho, além do próprio Maurício Lima. Na temporada 1995-1996, o time masculino foi campeão da Superliga Masculina, com craques como Maurício e Marcelo Negrão no elenco.

As the social context is concerned, Ponte Preta is proud to be the first racial democracy in the Brazilian soccer scene. Founded in 1900, there were black people on its first board, and Miguel do Carmo played in their first team. “Macaca,” the team’s nickname, was also a way to fight racism. When the athletes were called “monkeys” by opposing fans, the Ponte Preta nation took the nickname for themselves. Ponte Preta also is one of the few Brazilian teams with a female mascot.

Guarani’s founding in 1911 took place during a teenagers’ meeting at Carlos Gomes Square. As a tribute to the maestro, they used his most famous opera to name the new soccer team. Recently, a monument in honor of the club’s foundation was inaugurated at this square.

Other Sports

As regards high-performance athletes, Campinas is proud of its historic moments in other sports as well. The main achievement belongs to the Ponte Preta women’s basketball team. In the early 1990s, the club managed to bring together Magic Paula and Hortência, the two greatest Brazilian basketball players of all times. Directed by Maria Helena Cardoso the group also had other renowned athletes, such as Argentine center Karina, and Roseli, Nádia, Helen Luz, Silvia Luz, and Ruth, all of whom played for the Brazilian national team. Between 1992 and 1994, the phenomenal Ponte Preta team played before packed audiences at the Taquaral Stadium.

In 1993, with the famous duo in court, the team became practically unbeatable. There were 66 victories in 71 games, winning the five championships they played. The most important game happened away from Campinas though. In Guarulhos, they became world champion by beating Parma team, from Italy. The following season, Magic Paula returned to the Piracicaba team, and the rivals from the interior of São Paulo faced each other in the World Cup finals, which Ponte Preta won. After winning their second world championship, the team, supported by a banking institution, was disbanded but their performance is always remembered.

The new women’s basketball team that has been defending Campinas since 2018 won one National and two São Paulo championships. The team’s training courts are the Tennis Club gym, in Cambuí district.

However, the most prestigious group currently is men’s volleyball lineup. Headed by Olympic champions André Heller and Maurício Lima, the project is under way since 2010. The team has already won its third São Paulo Championship, and reached two Super League decisive matches.

Volleyball, by the way, has a great tradition in the city and has already revealed to the country idols such as Vera Mossa and her son, Bruninho, as well as Maurício Lima himself. In the 1995-1996 season, the men’s team was champion of the Men’s Superliga, with stars such as Maurício and Marcelo Negrão in the squad.

Jogo de Vôlei do Renata no Ginásio do Taquaral
Renata’s Volleyball Game at Taquaral Gymnasium
Jogo de Basquete no Ginásio da Ponte Preta Basketball Game at Ponte Preta Gymnasium

Parque Pico das Cabras (pág.anterior)

Goats Peak Park (previous page)

Trem Turístico Maria Fumaça na Esração Anhumas

Maria Fumaça Touristic Train at Anhumas Station

TURISMO TOURISM

A cidade permite um turismo multifacetado, com opções que vão de vivências rurais ao turismo de compras e negócios, sustentado por uma infraestrutura robusta e eficiente. Também é crescente o chamado turismo de experiência, que vai além das tradicionais visitas a pontos turísticos e tem o propósito de envolver os visitantes de maneira profunda e pessoal, permitindo que se conectem com a cultura, a história, a gastronomia e o modo de vida locais. A ideia é que o turista participe ativamente das atividades, em vez de ser apenas um observador passivo.

O turismo rural em Campinas é um dos destaques e oferece aos visitantes a oportunidade de explorar a vida no campo em meio a belas paisagens naturais. Fazendas históricas abrem suas portas e proporcionam um mergulho na história da cafeicultura e do cultivo da cana-de-açúcar, além de oferecer atividades como passeios a cavalo em trilhas e a degustação de produtos artesanais.

O turismo de compras é outra forte vertente em Campinas, que conta com modernos e amplos centros comerciais, com lojas de grife, serviços e opções gastronômicas de alto padrão. A cidade também abriga feiras e mercados em que artesãos locais comercializam suas criações.

Além disso, Campinas é um importante hub para o turismo de negócios. A cidade conta com uma infraestrutura de ponta para eventos corporativos, com centros de convenções equipados para receber conferências, feiras e eventos de grande porte. O

Aeroporto Internacional de Viracopos e a ampla infraestrutura viária são pontos-chave para a realização de eventos.

A rede hoteleira, por sua vez, é ampla e diversificada, atendendo o turismo de luxo e oferecendo também opções mais econômicas, sempre garantindo conforto e qualidade para todos os tipos de visitantes.

The city allows for different tourism purposes, with options from countryside experiences to shopping and business trips, supported by a robust and widely efficient infrastructure. The so-called experience tourism is also a growing trend, going beyond traditional visits to tourist attractions due to its aim to engage visitors in deep personal experiences, allowing them to connect with the culture, history, gastronomy and way of life of local people. The idea is for tourists to actively participate in activities, rather than just being passive observers.

The countryside tourism in Campinas is one of the industry’s highlights, as it offers visitors the opportunity to explore the country life amid beautiful natural landscapes. Historic farms open their doors and provide a dive into the history of coffee and sugar cane crops, besides activities such as horse riding, trail riding, and tasting artisanal products.

Shopping tourism is another strong field in Campinas, with its modern and spacious shopping malls displaying designer stores, top-notch services, and high-end gastronomy options. The city also hosts fairs and open-air markets where local artisans sell their creations.

Campinas is also a major hub for business tourism. The city has a cutting-edge infrastructure for corporate events, with convention centers equipped to host conferences, fairs and other large events. Viracopos International Airport and the extensive road infrastructure are strategic for large happenings.

As regards the hotel network, it is broad and diversified, catering both to luxury tourism and less expensive options, always aiming the guests’ comfort and quality accommodations, whatever room they choose to stay.

“BEG Experience”, imersão na BEG

Destilaria

“BEG Experience”, immersion at BEG

Distillery

Observação de Pássaros no Bosque dos Jequitibás

Birdwatching in the Jequitibás Woods

Turismo de experiência

O turismo de experiência oferece uma abordagem que vai além do simples ato de visitar um lugar. Trata-se de vivenciar momentos que proporcionem conexão emocional, aprendizado e memórias significativas. Caracteriza-se por uma imersão completa no destino, onde os turistas têm a oportunidade de interagir com a cultura local, explorar sua história, experimentar a gastronomia típica e participar de atividades autênticas.

Em Campinas, é possível conhecer a história da região e vivenciar momentos que remetem a uma época vivida por nossos avós ou bisavós, a bordo de um trem movido a vapor, com paradas em estações conservadas e mantidas fiéis à sua construção, o que é um passeio absolutamente inesquecível. Uma experiência altamente enriquecedora, entre tantas outras, como visitar uma criação de ovelhas com sua produção artesanal de queijos, participar com um grupo de amigos de uma degustação de cervejas artesanais em um ambiente igualmente informal e acolhedor, ou visitar uma fábrica de gim e entender os detalhes de sua fabricação, participando de uma animada sessão de degustação.

Se o turista se interessa por ciência e astronomia, a visitação ao MAAS (Museu Aberto de Astronomia), para observações diurnas e noturnas, é um convite para se conhecer mais sobre o sistema solar e o nosso planeta.

O contato com a natureza, com a flora e a fauna locais, inevitavelmente traz uma sensação de pertencimento e bem-estar, e o passeio e a observação de aves na Mata Santa Genebra é um ótimo exemplo disso.

Alguns pontos lendários da cidade também se tornaram roteiros turísticos. O projeto “O que te assombra?” faz expedições por locais incomuns, como o único túnel para pedestres, que liga o Centro à Vila Industrial e tem diversas lendas a respeito; e a Santa Casa de Misericórdia, com suas assombrações.

O Cemitério da Saudade é um verdadeiro museu a céu aberto, com mais de três mil sepulturas, muitas delas de figuras históricas e algumas mal-assombradas. Todo este contexto levou à criação de um passeio noturno pelo local, que dura duas horas e meia.

As lendas também inspiram festividades. A mais tradicional é a do Distrito de Barão Geraldo. A lenda do “Boi Falô” tem duas versões, mas ambas relatam um acontecimento em uma Sexta-Feira Santa, quando um animal, no momento em que tentaram tirá-lo de um lugar à sombra, teria dito que aquele era um dia santo, dedicado ao Senhor, e não para o trabalho. A Festa, que recebe o nome da lenda, movimenta a comunidade com apresentações folclóricas e a tradicional distribuição de macarronada.

Experience Tourism

Experience tourism is an approach that goes beyond the simple act of visiting a place. It’s about living moments that provide emotional connection, learning, and meaningful memories. It means a complete immersion in the destination, where tourists are able to interact with the local culture, explore its history, try typical cuisine, and participate in authentic local activities.

In Campinas, it is possible to learn about the history of the region and live moments that take us back to when our grandparents and great-grandparents lived, aboard a steam-powered train that stops at well-preserved stations kept faithful to their original construction, thus making it a totally unforgettable tour. Other highly enriching experiences are visiting a sheep farm and its artisanal cheese production, participating with a group of friends in a craft beer tasting in an informal and welcoming environment, or visiting a gin factory and understanding the details of its manufacture while enjoying a lively tasting session.

If tourists are interested in science and astronomy, visiting the MAAS – Open Astronomy Museum whether for a daylight or a night observation is a great opportunity to learn more about the solar system and our planet.

A close contact with nature, and local flora and fauna, inevitably brings a sense of belongingness and well-being. Walking through the Saint Geneva Woodlands and having a bird watching session is an example of that.

Some legendary spots in the city have also become tourist routes. The project “What haunts you?” goes on expeditions through unusual places, such as the only known pedestrian tunnel in town, which connects downtown to Vila Industrial and its many tales, and the Holy House of Mercy that supposedly is home to ghosts.

The Saudade Cemetery, opened in 1881, is a true open-air museum, with more than three thousand graves, many of them of celebrity historical figures, and others considered haunted.

All this led to a night tour of the site, lasting two and a half hours.

Legends also inspire festivities. The most traditional one happens in Barão Geraldo district. The legend of the “Boi Falô” [The Ox Spoke] comes in two versions but both refer to something that occurred on a Good Friday when an ox was resting by a tree shade. When they tried to take it out, the animal would have said that that was a holy day, dedicated to the Lord, not a workday. The festival named after the legend engages the community in folklore performances and the traditional distribution of pasta.

Passeio no Cemitério da Saudade

Tour around Saudade Cemetery

Apresentação na Comunidade Jongo Dito Ribeiro

Performance at the Jongo Dito Ribeiro community

Vivência na fazenda de criação de ovelhas Cabanha Camprestre 53

Hands-on experience in the sheep breeding farm Cabanha Campestre 53

Festa do Boi Falô Boi Falô Festival

Saint Patrick’s Day, evento realizado pelo Polo Cervejeiro RMC

Saint Patrick’s Day, event sponsored by Beer Hub RMC

Shopping Iguatemi

Shopping Iguatemi

Turismo de Compras

Campinas oferece uma vasta gama de opções de compra, desde shopping centers e grandes redes varejistas, até boutiques exclusivas e lojas de marcas de luxo. A cidade foi a primeira não capital brasileira a ser classificada como metrópole pelo IBGE, em 2018. Dois fatores foram determinantes nessa avaliação: o número expressivo de empresas e instituições públicas que se interligam a outras pelo Estado e pelo país, e a atratividade para as áreas de bens e serviços. A Região Metropolitana de Campinas (RMC) é composta de 20 municípios que somam quase 3,2 milhões de habitantes. Cinquenta dentre as 500 maiores empresas do mundo estão instaladas na região.

Todo esse cenário contribui para um comércio altamente qualificado e diversificado. Campinas tem oito shopping centers , além de inúmeras galerias e centros comerciais descentralizados, em diferentes regiões. O comércio de rua, no centro da cidade, também atrai franquias nacionais de diferentes segmentos. Grandes avenidas, como a Norte-Sul, a Júlio de Mesquita e a Orosimbo Maia, se notabilizam pelas concessionárias de veículos de luxo.

O Shopping Iguatemi, inaugurado em 1980, foi o primeiro a se instalar na cidade e, após duas grandes expansões, hoje é o maior shopping da rede no Brasil, reunindo 16 empreendimentos. O Parque Dom Pedro, por sua vez, está em uma localização estratégica, às margens da rodovia D. Pedro I (SP-065), a poucos quilômetros do entroncamento com a via Anhanguera (SP-330), o que o torna um shopping regional, atraindo consumidores das cidades do entorno, especialmente nos fins de semana.

Característica semelhante tem o Campinas Shopping, instalado no entroncamento das rodovias Anhanguera e Santos Dumont (SP-075). Já o Galleria Shopping tem um ambiente sofisticado e marcas de luxo como seu principal atrativo.

Campinas também realiza feiras de artesanato e antiguidades e oferece locais como o Centro de Convivência. Os distritos de Barão Geraldo e Joaquim Egídio reúnem artesãos exibindo diferentes produtos, em ambientes ao ar livre que atraem consumidores de toda a região.

Tourism for shopping

Campinas offers a wide range of options for buyers, from shopping centers and big retail chains to exclusive boutiques and luxury brand stores. The city was the first Brazilian non-capital to be classified as a metropolis by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), in 2018. Two factors were decisive in this assessment: the high number of companies and public institutions interconnected with others throughout the State and the country, and the attractiveness for the goods and services industries. Campinas Metropolitan Region is made up of 20 municipalities with an overall population reaching almost 3,2 million inhabitants. Fifty of the 500 largest companies in the world have their headquarters in the region.

This encompassing scenario contributes to highly qualified and diversified businesses. Campinas has eight shopping malls besides several galleries with all kinds of stores, and decentralized shopping centers, all over the city. Downtown street commerce also attracts national franchises from many segments. Large avenues, such as Norte-Sul, Júlio de Mesquita and Orosimbo Maia, stand out for their luxury vehicle dealerships.

Opened in 1980, Shopping Iguatemi was the first of its kind to establish in the city. Nowadays, after two major renovations, it is the largest mall in the chain in Brazil, bringing together 16 enterprises. Parque Dom Pedro, in turn, with its strategic location on the banks of the D. Pedro I highway (SP-065), only a few kilometers away from the junction with Anhanguera (SP-330), is actually a regional shopping mall that attracts consumers from every surrounding city, especially on weekends. Campinas Shopping has a similar profile, located by the Anhanguera and Santos Dumont (SP-075) highways junction. Galleria Shopping offers a sophisticated atmosphere and luxury brands as its main attractions.

Campinas also holds craft and antiques fairs, as well as places such as the Meeting Center (Centro de Convivência), while Barão Geraldo and Joaquim Egídio districts bring together artisans displaying all kinds of rare and hand-made products in open-air environments welcoming consumers from all over the region.

Turismo de Negócios

O acesso facilitado, seja por meio terrestre ou aéreo, aliado à maciça presença de empresas nacionais e multinacionais, também faz da região de Campinas um polo para a realização de eventos corporativos. A cidade ocupa a quinta posição entre as cidades do país que mais recebem eventos dessa natureza, atrás apenas das capitas São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre.

Os complexos contam com infraestrutura para receber encontros latinoamericanos e até mesmo mundiais. Somente em 2023, foram realizados 227 eventos de grande porte – aqueles com a presença de mais de 500 participantes. A cidade comporta dois centros de convenções com capacidade para mais de 10 mil pessoas.

Já a rede hoteleira dispõe de mais de 15 mil leitos, de diferentes categorias. Alguns empreendimentos oferecem um ecossistema completo para os visitantes: hospedagem, sala de convenções, coworking e alta gastronomia. O setor de eventos corporativos representa cerca de 80% do faturamento da hotelaria regional. Os grandes eventos movimentam cerca de 50 setores, entre gastronomia, fornecedores de equipamentos e transportes, além de gerar empregos, renda e impostos para o município.

Aeroporto de Viracopos Viracopos Airport

Business Tourism

With easy access whether by land or air, and the massive presence of national and multinational companies, Campinas is a much sought-after destination for corporate events.

The city is number 5 in the country for hosting business events, behind only capitals such as São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília and Porto Alegre.

The complexes provide infrastructure adequate to host both Latin American and global meetings. In 2023 alone, there were 227 large events, meaning those with more than 500 attendants. The city has two convention centers with capacity for more than 10 thousand people.

The hotel chain offers over 15 thousand rooms of different categories. Some places provide complete ecosystems for visitors, including accommodation, convention rooms, coworking venues and haute cuisine. The corporate events industry represents around 80% of the regional hotel revenue. Major events engage around 50 segments, including gastronomy, equipment suppliers, and transportation, besides generating jobs, income, and taxes for the municipality.

GASTRONOMIA GASTRONOMY

Campinas oferece uma diversidade de opções gastronômicas que transformam a cidade em um destino imperdível para os apreciadores da boa comida e de drinques requintados. A cultura de bares na cidade é rica e variada, proporcionando ambientes para todos os gostos, desde botecos tradicionais, que oferecem petiscos e uma boa gama de cervejas, até gastrobares sofisticados. Restaurantes renomados de culinária internacional garantem uma experiência de alta qualidade.

Há opções de comida italiana, japonesa, francesa, mexicana e árabe, entre outras especialidades. Com o aumento da demanda por opções saudáveis e sustentáveis, a cidade tem registrado um crescimento no número de restaurantes vegetarianos e veganos. Também há locais com comida típica brasileira, como feijoada, moqueca e churrasco.

Os gastrobares combinam a sofisticação da alta gastronomia com a descontração dos bares, muitos deles contando com música ao vivo. Oferecendo coquetéis artesanais e pratos elaborados, tornam-se destinos populares para quem busca uma experiência culinária única em um ambiente informal.

Bairros como Cambuí e os distritos de Sousas e Joaquim Egídio concentram espaços para diferentes paladares e bolsos, assim como os principais shoppings, que passaram a dedicar alas exclusivas aos restaurantes mais renomados, sejam franquias ou de chefs que escolheram Campinas para produzir suas obras-primas. Além desses polos gastronômicos, ainda há deliciosas opções espalhadas pela cidade. E ações como a Restaurante Week ou Chefs Campinas têm contribuído para que mais pessoas conheçam os espaços e os cardápios diversificados.

In Campinas there are so many gastronomic options that the city is a must-go destination for lovers of good food and exquisite drinks. Its bar culture is vibrant and varied, providing environments for all tastes, from traditional pubs serving snacks and a good range of beers, to modern sophisticated gastrobars. Renowned international cuisine restaurants guarantee a top-notch experience.

One can have a taste of Italian, Japanese, French, Mexican and Arabic food, among other specialties. With the increased demand for healthy and sustainable food, the city has seen a growing number of vegetarian and vegan restaurants. There are also places for typical Brazilian dishes, such as feijoada, moqueca and barbecue.

Gastrobars combine the haute cuisine sophistication with the relaxed atmosphere of bars, many of which feature live music. With their craft cocktails and elaborate dishes, gastrobars became popular destinations for those looking for a unique culinary experience in a casual setting.

Neighborhoods such as Cambuí and Sousas and Joaquim Egídio districts are packed with venues for all sorts of tastes and budgets, besides the main shopping malls, which have begun to have exclusive wings to the most renowned restaurants, whether franchises or owned by chefs who chose Campinas to produce their masterpieces. In addition to the gastronomic centers, there are still delicious options spread across the city. Projects such as Restaurant Week and Chefs at the Square have brought more people to know the many options and all kinds of menus.

Invenções campineiras na culinária

Se você não é da cidade, provavelmente não conhece o estilo “boca de anjo” para lanches, uma legítima invenção campineira. Mas bastará visitar um dos inúmeros bares da metrópole para logo descobrir como é feito o corte no pão francês, que o imortalizou. Os pequenos pedaços fatiados são um convite para que o lanche seja compartilhado. O recheio vem em sabores variados, que agradam crianças e adultos.

A história do lanche teve início na década de 1960, quando o chapeiro Moleza, do tradicional Giovanetti, resolveu fazer esse corte para repartir o lanche com os colegas, no fim do expediente. O sanduíche era feito com pontas de frios que não eram vendidos fatiados, e assim nascia o lanche mais famoso do bar, o Psicodélico. O nome dá uma ideia da infinidade de ingredientes que podem ser usados. O sucesso entre os funcionários logo levou o estilo para o cardápio e, quando as mulheres, que até então pouco frequentavam o bar, passaram a pedir o lanche, o corte ganhou o nome.

No entanto, há uma outra receita criada em Campinas que se tornou nacionalmente famosa – e poucas pessoas sabem qual é sua origem. Estamos falando da Torta Holandesa, que realmente não é européia, mas surgiu em uma cafeteria no Cambuí e seu sucesso logo a levou para as confeitarias de todo o país. Seu nome vem do fato de sua criadora, a empresária Silvia Maria Espírito Santo, ter trabalhado na casa de uma família holandesa na Inglaterra, e ter criado o doce para homenageá-la.

Campinas innovative food options

If you’re not originally from Campinas, you probably don’t know the so-called “angel’s mouth” sandwich, a legitimate local snack creation. It is enough to go and check one of the countless diners around the city to quickly find how the French roll bread is cut into fingersize slices that made it so famous. The small pieces are an invitation for sharing the delicacy. The filling comes in countless flavors, pleasing both children and adults.

The history of the snack began in the 1960s, when a baker nicknamed Moleza [Sluggish], from traditional Giovanetti’s, decided to slice the buns to share with his colleagues at the end of the shift. The sandwich filling was made of parts of cold cuts that were not to be sold. This is how the diner’s most famous snack—the Psychedelic—was born. The name gives an idea of the very many different ingredients that can be used. It was so successful among the employees that it soon was added to the menu. At the time, though women did not use to go to diners much they started to regularly order the snack, and thus the unusual sandwich got its fame.

However, there is another recipe born in Campinas that has become nationally famous— and few people know its origins. We’re talking about the so-called Dutch Pie, which isn’t really Dutch but actually made its debut in a cafeteria in Cambuí. It became so successful that in no time basically every bakery in the country was making it and selling it. Its name comes from the fact that its creator, businesswoman Silvia Maria Espírito Santo, worked at a Dutch family’s home in England, and created the desert to please them.

Torta Holandesa Dutch Pie

Polo cervejeiro

As cervejas artesanais são caracterizadas por uma produção em pequena escala, a utilização de ingredientes de alta qualidade e um processo de produção manual que preserva técnicas tradicionais. O Polo Cervejeiro da Região Metropolitana de Campinas, formado por 27 cervejarias, promove a cultura cervejeira artesanal desde 2017.

Os cervejeiros locais são conhecidos por sua criatividade e capacidade de inovação, frequentemente experimentando novos estilos e sabores. A diversidade vai de IPAs intensamente lupuladas até stouts ricas e encorpadas, além de criações únicas com adição de frutas, especiarias e outros ingredientes exóticos. Como parte da comemoração dos 250 anos do município, uma cerveja especial foi lançada no dia de aniversário do município.

Para fomentar o mercado regional e promover o turismo, o Polo Cervejeiro organiza roteiros turísticos mensais que permitem aos visitantes explorar as diversas cervejarias. Esses roteiros são uma excelente oportunidade para os amantes de cerveja conhecerem de perto o processo de fabricação, desde a escolha dos ingredientes até a fermentação e o envase.

Durante a visita, os participantes têm a chance de conversar com os cervejeiros, conhecer as técnicas utilizadas e, claro, degustar a cerveja diretamente da torneira. Também é possível encher growlers com as cervejas preferidas, permitindo que os visitantes levem um pouco desse “líquido mágico” para casa. Muitos rótulos também são encontrados em bares na cidade.

Brewery hub

Craft beers are produced in small-scale operations with high-quality ingredients in a manual production process that preserves traditional techniques. The Campinas Metropolitan Region Brewery Hub, made up of 27 breweries, has been promoting the craft beer culture since 2017.

Local brewers are known for their creativity and innovative approach, often trying new styles and flavors. The diversity ranges from intensely hoppy IPAs to rich, full-bodied stouts, as well as unique creations using fruits, spices, and other exotic ingredients. As part of the celebration of the municipality’s 250th anniversary, a special beer was launched.

To foster the regional market and promote tourism, the Brewery Hub organizes monthly tours to allow visitors to explore several breweries. These programs are an excellent opportunity for beer lovers to get to know up close the several stages of the manufacturing process from choosing the ingredients to fermentation and packaging.

During visitation, the participants can talk to brewers to learn about the techniques they use and of course taste the beer directly from the tap. It is also possible to fill growlers with your favorite kind, so visitors can take home some “magic liquid.” Many such labels are also

Pista do Aeroporto Internacional de Viracopos
Runway at Viracopos International Airport
Avião de 1942 de Mônica Edo no Aeroclube de Campinas
Monica Edo’s 1942 Airplane, Campinas Flying Club

INFRAESTRUTURA INFRASTRUCTURE

Aeroportos

O Aeroporto Internacional de Viracopos exerce papel fundamental na economia de Campinas. É a partir dele que grande parte da produção regional de produtos manufaturados é transportada para o restante do Brasil e para o exterior, assim como grandes remessas chegam diariamente para abastecer empresas de diferentes segmentos e clientes finais. Sua posição geográfica também fomenta o turismo.

O Aeroporto encerrou 2023 com o recorde de 12,5 milhões de passageiros transportados. Para se ter uma ideia do aumento do fluxo de viajantes pelo terminal, foi somente em 2007 que o local ultrapassou a marca de 1 milhão de passageiros. Em 2023, esse número foi atingido somente por passageiros em viagens internacionais. Grande parte desse aumento substancial de passageiros se dá pela escolha de uma empresa de aviação, desde o ano da sua criação, em 2008, em adotar Viracopos como seu hub. Ao lado dos aeroportos de Brasília e de Guarulhos, Viracopos integrou o primeiro pacote de concessões do governo federal, em 2012. O novo terminal foi inaugurado em 2014 e, desde então, é o maior vencedor na pesquisa de satisfação realizada com passageiros pela Secretaria de Aviação Civil (SAC). Em 2018, também foi eleito o melhor aeroporto de cargas do mundo, posto que poderá retomar com o novo espaço inaugurado, em maio de 2024.

O Terminal de Carga (TECA) já é um dos mais importantes e movimentados do país e é o maior em importação de cargas em território nacional, responsável por receber cerca de 1/3 de toda a carga aérea importada pelo Brasil pelo modal aéreo. A expansão faz parte de um grande plano de desenvolvimento imobiliário, baseado no conceito de uma “Aerotropolis”, com espaços no entorno reservados também para hotéis, shopping centers, centro de convenções e exposições, prédios de escritórios, grandes lojas, residências de longa permanência e um hospital.

Campinas também é responsável pela formação de milhares de pilotos da aviação.

O Aeroclube de Campinas foi fundado em 1939 e opera no Aeroporto Campos dos Amarais, local que também serve para pousos e decolagens de aeronaves comerciais de pequeno porte. Desde 2013, o local conta com um centro histórico, com objetos e aeronaves que resgatam a história da aviação na cidade.

Airports

Viracopos International Airport plays a crucial role in Campinas economy. Through its gates a large amount of the regional manufactured goods is sent to other places in Brazil and abroad. Everyday large shipments arrive with supplies for companies and end costumers of several different segments. Its geographical location also fosters tourism.

By the end of 2023, the Airport reached a record 12.5 million passengers. To give an idea of the growth increase in travelers’ numbers at the terminal, it was only in 2007 that the 1 million mark was overcome. In 2023, the same number would apply to passengers on international trips only.

A large part of this substantial growth in passengers’ number resulted from the fact that a specific aviation company, since it was founded in 2008, decided to use Viracopos as its hub.

Alongside Brasília and Guarulhos airports, Viracopos was part of the federal government’s first concession package, in 2012. A new terminal was inaugurated in 2014 and, since then, it has been the biggest winner in costumer’s satisfaction surveys carried out with passengers by the Civil Aviation Agency (SAC). In 2018, it was voted the best cargo airport in the world, a title it can resume once the new section was inaugurated in May 2024. The Cargo Terminal (TECA) is already one of the most important and busiest in the country, as well as the largest one as regards cargo imports in our national territory, in charge of receiving around a third of all air delivered cargo in Brazil. The expansion is part of a large real estate development plan, based on the concept of an “Aerotropolis,” with surrounding lots for hotels, shopping malls, convention centers, office buildings, large stores, long-term residences, and a hospital.

Campinas is also in charge of training thousands of aviation pilots. The Campinas Flying Club was founded in 1939, and it operates at Campos dos Amarais Airport, that is also used for landings and takeoffs of small commercial aircrafts. Since 2013, the Flying Club also avails itself of a memorial center with small items and aircrafts that tell the history of aviation in the city.

Rodovia D. Pedro, trevo do km 139
D. Pedro Highway, roundabout at km 139

Rodovia D. Pedro, trevo km 129 D. Pedro Highway, roundabout at km 129

Rodovias

Avenidas largas e extensas, que conectam diferentes regiões da cidade, e rodovias que estão entre as melhores do país atraem empresas de diferentes segmentos e facilitam a mobilidade em um dos centros urbanos mais ricos do país. A infraestrutura viária de Campinas é um ponto-chave para o desenvolvimento econômico do município.

Apesar do seu início calcado na produção de cana-de-açúcar e de café, ainda na década de 1940 Campinas já vivia um intenso processo de urbanização. O Plano de Melhoramentos Urbanos, de Prestes Maia, previu então a abertura de avenidas e a demolição de construções para que a cidade passasse a ter uma distribuição mais parecida com a que encontramos hoje. A grande transformação ocorreu entre 1956 e 1965. O desenvolvimento da cidade ao longo das últimas décadas também levou a importantes modificações no sistema de tráfego, sobretudo com a implantação de faixas exclusivas e, mais recentemente, do sistema BRT de transporte público, com eixos importantes nas avenidas John Boyd Dunlop, Amoreiras e Ruy Rodriguez, para qualificar a conexão entre a região central e os populosos distritos do Campo Grande e Ouro Verde.

O desenvolvimento econômico e social também alterou o fluxo das rodovias que cortam o município, muitas delas tornando-se verdadeiras avenidas para o deslocamento diário mais ágil entre os moradores da metrópole. A rodovia D. Pedro I (SP-065), por exemplo, ganhou vias marginais em todo o seu perímetro urbano e é o principal acesso aos três maiores shoppings da cidade. Além disso, há importantes empresas e centros empresariais instalados à sua margem, além da Ceasa, o segundo maior entreposto agrícola do Estado e o maior mercado permanente de flores da América Latina. Além do fluxo urbano, a D. Pedro I faz a ligação da região com o Vale do Paraíba, sendo o principal eixo de acesso para o Porto de São Sebastião. Já as rodovias Anhanguera (SP330) e Bandeirantes (SP-348) servem como via de deslocamento para a capital paulista e outras cidades do interior.

Essas três rodovias principais fazem conexão com o anel viário Magalhães Teixeira (SP-083), com a Prof. Zeferino Vaz (SP-332), a Santos Dumont (SP-075), a Gov. Adhemar de Barros (SP-340) e a Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101), todas rodovias com excelente padrão de qualidade, que integram o Programa de Concessões Rodoviárias do Estado e conectam o município a outros importantes pontos do interior paulista.

Highways

Wide and long avenues connecting different parts of the city, and highways that are among the best in the country attract companies from many segments and promote mobility in one of the richest Brazilian urban centers. Campinas’s roads system is a key element in the municipality’s economic development.

Despite being initially based on sugar cane and coffee industries, Campinas started a vigorous urbanization process in the 1940s. The Urban Improvement Plan, by Prestes Maia, envisaged opening avenues and demolishing old buildings so that the city would have a distribution that resembles the one found nowadays. The great transformation happened between 1956 and 1965. The city’s growth over the last few decades has also led to big changes in the traffic system, especially after implementing exclusive lanes, and more recently the BRT public transportation system, integrating main avenues such as John Boyd Dunlop, Amoreiras, and Ruy Rodriguez, to qualify the connection between the central region and the populous districts of Campo Grande and Ouro Verde.

Economic and social development has also changed the flow of the highways that cross the city, many of which became actual avenues for faster daily travelling for the metropolis residents. For instance, D. Pedro I highway (SP-065) now has marginal roads throughout its urban perimeter, and it is the main access to the city’s three largest shopping malls. Furthermore, there are big companies and business centers located on its banks, as well as Ceasa, the second largest agricultural warehouse in the State of São Paulo and the largest allyear-long flower market in Latin America. Besides easing the urban flow, D. Pedro I connects the region to the Paraíba Valley, being the main road to reach the São Sebastião Harbor. Anhanguera (SP-330) and Bandeirantes (SP-348) highways are the main gateways to São Paulo city and other places in the state.

These three main highways connect with the Magalhães Teixeira Ring Road (SP083), as well as with Prof. Zeferino Vaz (SP-332), Santos Dumont (SP-075), Gov. Adhemar de Barros (SP-340) and Journalist Francisco Aguirre Proença (SP-101), all of which are roads complying with excellent quality standards, that are part of the State Highway Concessions Program (Programa de Concessões Rodoviárias do Estado) and connect the municipality to other important cities in the State of São Paulo.

Foto aérea da região central Air view of downtown Campinas

ESTATÍSTICAS

STATISTICS

Área Territorial 794,571 km²

População

1.139.047 pessoas, a 14a cidade mais populosa do país

Densidade demográfica 1.433,54 hab/km²

PIB per capita

R$ 59.634,21

Salário médio dos trabalhadores formais 3,8 salários mínimos

População ocupada 38,82%

Escolarização 6 a 14 anos 96%

Estabelecimentos de ensino fundamental

317

Estabelecimentos de ensino médio 153

Área urbanizada 245,14 km

Arborização de vias públicas

87,5%

Número de empresas 56.149

Frota

947.743 veículos

* Dados oficiais disponíveis em 2024 Official data availabe in 2024

Territorial Area 794.571 km²

Population

1,139,047 inhabitants, the 14th most populous city in the country

Demographic Density 1,433.54 inhabitants/km²

GDP per capita R$ 59.634,21

Formal Workers Average Salary 3.8 minimum wages

Percentage of Employees in the Population 38.82%

Schooling -- 6 to 14 Years Old 96%

Elementary Education Establishments 317

Secondary Education Establishments 153

Urbanized Area 245.14 km

Public Roads Green Coverage

87.5%

Number of Companies 56,149

Fleet

947,743 vehicles

250 ANOS DE HISTÓRIA 250 YEARS OF HISTORY

O surgimento de Campinas antecede ao dia 14 de julho de 1774, quando uma missa na atual praça Bento Quirino, onde está o túmulo do maestro Carlos Gomes, marcou oficialmente a fundação do povoado, originalmente chamado de Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso de Jundiaí. À época, era praxe estabelecer novos assentamentos a partir da bênção da Igreja, reforçando a ligação entre a colonização portuguesa e a expansão católica no Brasil.

Há poucas evidências históricas da presença indígena no município, embora registros em cidades vizinhas, como Salto, Monte Mor e Indaiatuba, levem a crer que os povos originários também habitaram Campinas.

As primeiras referências históricas datam de 1722, ainda no período do Brasil Colônia.

A formação de Campinas está intrinsecamente ligada às expedições dos bandeirantes, movimento de expedições na busca por metais e pedras preciosas, além da tentativa de extermínio e escravização de tribos indígenas.

Entre 1721 e 1730, paulistas do Planalto de Piratininga abriram a trilha que seguia em direção às minas dos Goyazes, um longo percurso que seguia em direção às recémdescobertas minas de ouro nos atuais estados de Minas Gerais e Goiás.

Campinas nasceu entre duas cidades paulistas já estabelecidas – Jundiaí e Mogi Mirim – e o primeiro povoado surgiu com a instalação de pousos e armazéns com mantimentos para abastecer as expedições e também os tropeiros, comerciantes que percorriam as cidades com diversas mercadorias, no lombo de mulas e burros.

Assim, Campinas surge desse cenário de três povoados – Campinas Velhas, Tanquinho e Santa Cruz – e seu nome faz referência à geografia do local, com campos extensos, planos e desprovidos de uma grande quantidade de árvores.

Matadouro de Campinas, por volta de 1900 (página anterior) Campinas Slaughterhouse, around 1900 (previous page)

Campinas actually came to be before July 14th, 1774, the day a mass in the current Bento Quirino Square, where the tomb of maestro Carlos Gomes is, officially celebrated the foundation of the town, originally called Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso de Jundiaí [Parish of Our Lady of Conception of the Mato Grosso Meadows of Jundiaí]. At the time, it was customary for the Church to bless the establishment of new settlements, which stresses the strong link between Portuguese colonization and the Catholic expansion in Brazil.

There is little historical evidence of indigenous presence in the municipality, although records from neighboring cities, such as Salto, Monte Mor, and Indaiatuba lead us to believe that original peoples also inhabited Campinas.

The first historical references actually date back to 1722, still during Brazilian Colonial times. Campinas was basically a hamlet that provided help to the bandeirantes’ expeditions going after precious metals and gem stones. These groups were also tasked to get rid of and enslave indigenous tribes. Between 1721 and 1730, the inhabitants from Piratininga Highlands opened a long route towards the recently discovered Goyazes gold mines where Minas Gerais and Goiás states currently are.

Campinas began to be established between two already existing cities in the State of São Paulo, Jundiaí and Mogi Mirim. It started with the first inns and warehouses selling goods to support the adventurers and the tropeiros, who were traders travelling from city to city to sell several different goods, carried by mules and donkeys.

As such, Campinas comes from three villages—Campinas Velhas, Tanquinho, and Santa Cruz. Its name refers to its geography with long, flat fields basically lacking large trees.

Rua General Osório - 1915 General Osório Street - 1915
Fazenda São João
São João Farm
Fazenda Pau D’Alho - década de 1920
Pau D’Alho Farm – 1920’s

Campinas se destaca como uma das raras cidades que pode nomear seu fundador. O estabelecimento efetivo do município remonta à chegada de Francisco Barreto Leme, acompanhado de sua família e conterrâneos, oriundos da região de Taubaté, entre os anos de 1739 e 1744. Nesse período, surgia uma nova dinâmica econômica, política e social na região, impulsionada pela chegada de fazendeiros provenientes de diversas cidades paulistas, como Itu, Porto Feliz e Taubaté. Esses fazendeiros buscavam terras propícias para o cultivo e a instalação de usinas de açúcar, recorrendo à mão de obra escrava. Os pontos de parada ao longo das estradas abertas pelos bandeirantes incentivaram a fixação de colonos no local. Em 1767, quando houve o primeiro recenseamento nos arredores de Campinas do Mato Grosso, a localidade “contava com 38 fogos (unidades de residência e produção) e 185 habitantes, vivendo todos de roça, de lavouras ou de tropas”.

Foi a união dos interesses desses fazendeiros, com o apoio do governo da Capitania de São Paulo, que resultou na fundação da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso de Jundiaí, em 1774. No ano seguinte, foi elevada à condição de Distrito de Conceição de Campinas. Com o crescimento, alcançou o status de vila em 1797, adotando o nome de São Carlos e conquistando a emancipação de Jundiaí. Finalmente, em 5 de fevereiro de 1842, a vila foi oficialmente denominada Campinas ao ser promovida à categoria de cidade.

Os ciclos do café e da cana-de-açúcar

O desenvolvimento de Campinas entre o final do século XVIII e meados do século XIX foi marcado pela expansão do cultivo de cana-de-açúcar e, posteriormente, pelo surgimento do café como principal atividade econômica. A cidade chegou a responder por um terço da produção nacional de cana e manteve sua relevância durante o apogeu do ciclo cafeeiro. Esse período viu Campinas se tornar um dos principais redutos escravagistas do país.

A ascensão da economia cafeeira trouxe prosperidade e desenvolvimento para Campinas, atraindo a atenção do imperador Dom Pedro II, que visitou a cidade em pelo menos três ocasiões. Sua primeira visita, em 1848, teve como objetivo fortalecer laços com os grandes fazendeiros e barões do café, figuras influentes na política e na economia

Campinas stands out as one of the few cities that can name its founder. The actual establishment of the municipality dates back to the arrival of Francisco Barreto Leme, followed by his family and fellow countrymen, who all came from the Taubaté region between 1739 and 1744. Starting then, a new economic, political, and social dynamic prevailed in the area, as a result of the large number of farmers coming from several cities in the State of São Paulo, mainly Itu, Taubaté and Porto Feliz. These farmers were looking for suitable land for sugarcane plantations and for setting up sugar mills using slave workforce.

The stopping points along the roads opened by bandeirantes encouraged settlers to stay in the area. In 1767, when the first census took place on the outskirts of Campinas of Mato Grosso, the hamlet “had 38 dwellings (both residence and production units), and 185 inhabitants, all of whom lived on the land, farms or troops.”

The farmers’ common interests and the support of the Captaincy of São Paulo government resulted in the foundation of the Parish of Our Lady of Conception of Masto Grosso Meadows of Jundiai in 1774. The following year, the settlement was elevated to the status of District of Conception of Campinas. As it kept growing, it achieved the village status in 1797 under the name of São Carlos, when it obtained emancipation from Jundiaí. Finally, on February 5th, 1842, the place was officially named Campinas, and called a city.

The Coffee and the Sugar Cane Cycles

Campinas’s development by the end of the 18th century and mid-19th century was based on a growing sugar cane industry, later replaced by the coffee business as its main economic activity. The city accounted for a third part of the whole national sugarcane production, and remained relevant all along the heyday of the coffee cycle. At the time, Campinas became one of the main slavery strongholds in the country.

The rise of the coffee economy brought prosperity and development to Campinas, drawing the attention of Emperor Dom Pedro II, who visited the city on at least three occasions. His first visit in 1848 aimed to strengthen ties with the great farmers and coffee lords, who were influential personalities in the Empire’s politics and economy. Furthermore,

do Império. Além disso, sua relação com a cidade se estreitou devido à amizade com o maestro Carlos Gomes, cuja carreira internacional foi apoiada financeiramente pelo governo imperial.

O ciclo do café resultou na concentração de uma grande população de trabalhadores, tanto escravizados como livres, empregados nas plantações e em outras atividades rurais e urbanas. Nesse período, Campinas iniciou um intenso processo de modernização em seus meios de transporte, produção e vida cotidiana. A primeira estatística oficial da população brasileira foi registrada no Recenseamento Geral do Império, realizado em 1872, que contabilizou 31 mil habitantes em Campinas.

O transporte sobre trilhos

As ferrovias são símbolos importantes da era capitalista do século XIX e surgiram como resultado direto da Revolução Industrial. No Brasil, além dos investimentos estrangeiros, o capital acumulado pela elite paulista por meio da economia cafeeira desempenhou um papel crucial no surgimento de empresas ferroviárias genuinamente brasileiras.

Antes desse período, o transporte de cargas dependia principalmente de animais de carga, como mulas, e o tropeirismo desempenhava um papel fundamental na economia, tanto durante o ciclo do açúcar quanto no desenvolvimento da economia cafeeira.

Nesse contexto, era natural que Campinas atraísse investimentos para escoar a produção dos principais produtos. Mais do que ter trilhos que conectavam fazendas a outras regiões do país, Campinas se notabilizou por ser sede da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, umas das mais importantes do país, e que chegou a instalar mais de 2 mil km de trilhos entre São Paulo e Minas Gerais. Suas oficinas, no histórico Prédio do Relógio, fabricavam locomotivas a vapor, carros de passageiros, vagões de carga e inúmeros componentes.

A inauguração da linha ocorreu em 1875, com o trecho entre Campinas e Jaguariúna. Naquele mesmo ano, a ferrovia foi estendida até Mogi Mirim, fato que trouxe a Campinas novamente o imperador D. Pedro II. A pioneira na cidade, contudo, foi a Companhia Paulista de Estradas de Ferro que, em 1872, inaugurou a estação mais icônica da cidade, em estilo inglês. Renomeada de Estação Cultura, hoje é um dos principais pontos para a realização de exposições e feiras.

his relationship with the city got stronger due to his being friends with Maestro Carlos Gomes, whose international career was supported by the imperial government.

As a result of the coffee cycle, a large group of both enslaved and free workers was employed on plantations and other countryside and urban activities. During the same period, Campinas went through an intensive modernizing process of its means of transportation and production, as well as in daily life. The first official statistics on the Brazilian population were recorded in the General Census of the Empire, carried out in 1872, which counted 31 thousand inhabitants in Campinas.

Rail Road Transportation

As distinguished symbols of the 19th century capitalist values, railways came about as a direct result of the Industrial Revolution. In Brazil, besides foreign investments, the capital accumulated by the São Paulo elite by means of the coffee industry played an essential role in the foundation of genuinely Brazilian railway companies. Before that, freight transport depended mainly on pack animals, such as mules. Groups of traders travelling from place to place on mule back played a major economic role during both the sugarcane cycle and the growth of the coffee economy.

In this regard, it was only natural that Campinas was able to draw investments in transporting the production of the main goods. More than having tracks connecting farms to other areas in the country, Campinas was noteworthy for being the headquarters of the Companhia Mogiana de Estradas de Ferro [Mogiana Rail Road Company], among the most important ones in the country. Mogiana installed more than two thousand kilometers of tracks between São Paulo and Minas Gerais. Set up in the now historic Clock Building, its workshops manufactured steam locomotives, passenger cars, freight cars, and assorted components.

In 1875, the line started operations after the section between Campinas and Jaguariúna was inaugurated. That same year, the railway reached Mogi Mirim, and Emperor D. Pedro II came to Campinas to attend the inauguration event. The pioneer in the city, however, was Companhia Paulista de Estradas de Ferro [São Paulo Rail Road Company]. In 1872, it opened the city’s most iconic station built in English architecture style. Renamed Estação Cultura [Culture Station], it presently is one of the main venues for art exhibitions and fairs in Campinas.

Oficina da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro - 1910 Mogiana Railroad Company Workshop –1910
Aeroclube de Campinas Campinas Flying Club

Crescimento populacional e transição da economia

Na virada para o século XX, a população campineira já havia dobrado e, em 1910, ultrapassou os 100 mil habitantes. Com a crise do café na década de 1930, Campinas iniciou sua transição para uma economia industrializada. Ao longo das décadas de 1930 e 1940, a cidade atraiu migrantes e imigrantes, impulsionando um rápido crescimento populacional. O Plano Prestes Maia, aprovado em 1938, desempenhou um papel crucial na reestruturação da cidade e no estímulo a suas vocações urbana e industrial. Nos anos 1970, sua população já ultrapassava meio milhão de habitantes.

A partir da segunda metade do século XX, Campinas passa a se destacar na educação e como um polo tecnológico. Instituições de ensino e pesquisa, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), passam a promover a inovação e o desenvolvimento científico, que se tornam pilares da economia local. A metamorfose de Campinas ao longo dos anos fez dela a primeira metrópole brasileira que não é uma capital de estado. Hoje, a cidade é um vibrante centro econômico e tecnológico, em que a tradição e a modernidade coexistem harmoniosamente.

Population Growth and Economic Transition

At the turn of the 20th century, Campinas population had already doubled. By 1910, it exceeded 100 thousand inhabitants. After the coffee crisis in the 1930s, Campinas became an industrial economy. Throughout the 1930s and 1940s, the city turned into a magnet for migrants and immigrants, which caused a fast population growth. The Prestes Maia Plan, approved in 1938, played a crucial role in restructuring the city, as it encouraged the growth of urban and industrial sectors. In the 1970s, its population already reached half a million inhabitants.

From the second half of the 20th century on, Campinas started to stand out in the education field as well as a technological hub. Teaching and research institutions, such as the State University of Campinas (Unicamp), sustained innovation and scientific development, which became the main pillars of the new local economy. Over the years, Campinas turned into the first Brazilian metropolis that is not a state capital. Today, it is a vibrant economic and technological center where traditions and modernity live side by side in harmony.

Bonde puxado a burro Aquibadã - 1878

Streetcar and mule, Aquibadã – 1878

Praça Bento Quirino (pág. dir.)

Bento Quirino Square (right page)

Rua Barão de Jaguara - 1931 (pág. dir.)

Barão de Jaguara Street - 1931 (right page)

Benedito Calixto; Moagem de Cana - Fazenda CachoeiraCampinas; 1830; Óleo sobre tela
Benedito Calixto; Moagem de Cana - Fazenda CachoeiraCampinas; 1830; oil on canvas

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:

Créditos das Imagens

Carlos Bassan - pág. 74, 78, 115, 118, 135b, 143b

Denise Jardim - pág. 62, 76a

Erich Sacco - pág. 80, 164, 180

Fabiana Ribeiro - pág. 17a, 17b, 142b

Marcelo F. Junior - pág. 28, 56

Octávio Papais - pág. 53a, 53b, 53c

Acervo MIS Campinas 169, 174 - ADVTP 82 - Alessandro Zocc 100b - Alf Ribeiro 19 - Prefeitura Campinas 143c - Carol Araujo 152 - Acervo CMU 175b - Edovídeo 97c - Edu Conte 112 - Eduardo Bernardes 122 - Ethangabito 101a - Isabela Senatore 55a - João Caldas 54a - Leonardo Mercon 97bMarcelo (stock adobe) 147 - Mariana Rotili 55b - Matheus Campos 140a - Matheus Obst 159a - Maycon Soldan 54b - Museu Imigração 173b - Nathália Nadelicci Graça 124a - Paula Poltronix 50 - Paulo Alberto 10 - Pedro Teixeira 135a - Otto Rudolf Quass 166 - Rafael Berlandi 4ª capa - Rafael Lazzari

Smaira 71 - Ricardo Lima (Lilica) 111a - Rodolfo Plata 96 - Ross Helen 148 - Rudi Ernst 97a - Thiago de Souza 142a - Werner Haberkorn 175a - Yuri Arcurs 151.

As demais imagens são de Márcio Masulino

Patrocínio Realização

Editor - Editor ANA LÚCIA F. DOS SANTOS THABATA DE ANDRADE ALVES

Textos - Texts BERNARDO MEDEIROS

Produção - Production EDU HENTSCHEL

Foto Capa - Cover Photo MÁRCIO MASULINO

Revisão - Proofreading SILVIA MOURÃO

Tradução - Translation SILVIA MOURÃO

Assistente - Assistant RICARDO VILLELA

Impressão - Print by MAISTYPE

Trilho no Parque Portugal Train track at Portugal Park
Patrocínio Realização

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