edição 01
www.cidadeecultura.com.br
Frutas
“Caminhos que revelam a história vitoriosa de sua gente”
Nº15 - R$ 10,00 - BRasil
Circuito das
Atibaia | Indaiatuba | Itatiba | Itupeva | Jarinu
Jundiaí | Louveira | Morungaba | Valinhos | Vinhedo
Em uma rEgião privilEgiada gEograficamEntE pEla proximidadE da capital do Estado dE são paulo, dotada de excelentes rodovias e aeroportos, o circuito das frutas formado pelas cidades de atibaia, indaiatuba, itatiba, itupeva, Jarinu, Jundiaí, louveira, morungaba, valinhos e vinhedo, é um importante polo agrícola, histórico, cultural e turístico do sudeste do Estado. com população de mais de 1 milhão de habitantes, hoje constituída pelos descendentes da forte imigração europeia e asiática, mantém vivas suas tradições. isso nos permite conhecer e desfrutar a cultura desses povos que souberam preservar de geração em geração seus costumes e também transformar a história local. Em meio a colinas e serras, ladeadas e cortadas por rios, a região apresenta forte vocação para o turismo rural. suas festas são a representação regular dessas tradições e costumes que o circuito das frutas preserva com amor e consegue despertar, por meio do contato próximo com a natureza, o interesse de turistas de todo o país
68
28
22
FOTOS marciO maSulinO, ThabaTa alveS, ThiagO andrade, divulgaÇÃO, luiz giÃO e deSirée FurOni
Editorial
36 112
60
102
Índice 10 linha do Tempo
68 meio ambiente
fatos decisivos
muito a preservar e admirar
12 histórico
82 Turismo rural
Evolução de um povo
delícias do campo e muito a aprender
22 café
102 as Frutas
o grão que modificou o país
Elemento fundamental da lavoura
28 estradas de Ferro
108 Festas
impulsionadoras do desenvolvimento
36 religiosidade crença em terras desconhecidas
42 imigração mão de obra e perseverança
50 museus o registro de muitas vidas
56 lendas o legado de um povo
60 arquitetura
Homenagem à colheita
112 gastronomia delícias de várias origens
124 esportes mexa-se. aqui você pode
130 estatísticas retrato da região
132 não deixe de visitar Excelentes lugares imperdíveis
146 depoimento impressões que marcam
construções que marcaram a história
Conselho Executivo ana lucia f. dos santos, Eduardo Hentschel, luigi longo, márcio masulino e thabata alves Editora renata Weber neiva Reportagem alice neiva e nathália Weber Assistente de produção Evellyn alves Revisão silvia mourão diretor Comercial paulo Zuppa CIdAdE & CULTURA ATIBAIA é uma publicação anual da Km marketing cultural PARA ANUNCIAR (11) 97540-8331
Produção Gráfica celso andrade e rogério callamari macadura Produção digital onEpixEl Produção Audiovisual leo longo Fotografias Julio masulino, marcio masulino, thabata alves, Evellyn alves, daniel abicair e thiago andrade Foto Capa shutterstock Impressão gráfica silvamarts CONHEÇA O NOSSO SITE www.cidadeecultura.com.br
circuito das frutas 7
Cronologia
Início da colonização portuguesa no Estado de São Paulo
Autorização dada por Catarina de Áustria para o comércio de escravos africanos destinados ao Brasil
Estabelecimento do bandeirante Rafael de Oliveira e sua esposa no sertão de Mato Grosso de Jundiahy
Erigida uma das primeiras capelas do interior de São Paulo: Nossa Senhora do Desterro
Nascimento de Antônio de Queiróz Teles, o Barão de Jundiaí
1532 1559 1615 1651 1789
10 Cidade&Cultura
Começo do cultivo do café no Estado de São Paulo
Chegada dos imigrantes suíços, fundadores da Colônia Helvétia
1797 1854
Circuito das
fotos marcio masulino, Julio masulino, acervo Prefeitura municiPal de Jundiaí e indaiatuba, Jasso - louveira /sP e shutterstock
Frutas Linha do tempo
Atraca, no porto de Santos, o vapor Maria com imigrantes italianos
Inauguração da Companhia Paulista de Estrada de Ferro
Chega ao porto de Santos o navio Kasatu Maru com os primeiros imigrantes japoneses
Crise do café e começo do cultivo de frutas
Surgimento da espécie de uva niágara rosada
Primeira Festa da Uva de Jundiaí. Primeira festa de frutas das cidades do Circuito
Lançamento do Selo “Circuito das Frutas”
O Circuito das Frutas é considerado um dos maiores polos turísticos do Estado de São Paulo
1885 1896 1908 1929 1933 1934 2009 2014
Circuito das Frutas 11
Histórico
Composição E. F. Sorocabana locomotiva Baldwin n° 34 - década de 1960 - local onde hoje está o Parque Ecológico de Indaiatuba
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Aventuras
que mudaram
um país
Acervo Assoc. de PreservAção FerroviáriA de indAiAtubA
Pioneirismo e persistência
Circuito das Frutas 13
Com o desbravamento das terras pelos bandeirantes que partiam em busca de ouro em minas Gerais, no mato Grosso e em Goiás, o interior do estado de são paulo foi paulatinamente se transformando com o surgimento de pequenos vilarejos. mas o maior impulso econômico para essa região veio com a culminância do Ciclo do Café. dotado de terras férteis e com muita mão de obra disposta ao trabalho, o interior paulista viu nascer muitas fazendas produtivas do ouro verde. Com a implantação da estrada de ferro e seus ramais, essas fazendas passaram a dominar economicamente o estado e assim se mantiveram por muitas décadas. a partir de então, a mão de obra imigrante, consolidada após a abolição da escravatura, imprimiu novas características à população e fez com que não só o café, mas também outras lavouras fossem cultivadas e alcançassem novos patamares. essa característica comum aos pequenos povoados permitiu que fossem elevados a cidades e representou um traço singular na produtividade da região. 14 Cidade&Cultura
Wilson novachi acervo restaurante parada do QuiloMBo
Museu Municipal João Batista conti
Histórico
Primeiros habitantes: os índios de origem tupi-guarani e jê, os índios que viviam nessa região eram principalmente sedentários, mas também nômades, e plantavam milho, mandioca, palmeiras, batata-doce, amendoim e feijão. eram guerreiros, caçadores, extrativistas e pescadores. influenciaram costumes, e um exemplo é a queimada no final da colheita que até hoje vemos como uma prática usual nas fazendas. também contribuíram para o nosso vocabulário. muitos nomes das cidades que compõem o Circuito das Frutas são de origem indígena: indaiatuba significa ajuntamento de indaiás (palmeiras); morungaba = colmeia de morungas (abelhas); itatiba = ajuntamento de pedras; itupeva = cascata pequena; atibaia = rio manso; Jundiaí = bagre do rio, e Jarinu = palmeira preta. Os desbravadores: bandeirantes Figura notória em nosso passado, o bandeirante foi o grande desbravador de terras dessa região. não é à toa que a maioria dos nomes das rodovias que interligam
o norte do estado de são paulo (Fernão dias, bandeirantes, anhanguera, raposo tavares) faz homenagem a esses homens intrépidos. na ânsia de encontrar ouro e prata, os bandeirantes adentraram o sertão e muitos se fixaram em locais privilegiados criando povoados, erigindo capelas e construindo entrepostos para venda de mercadorias; assim, nasceram muitas cidades do interior paulista. a área originalmente chamada sertão de mato Grosso de Jundiahy compreendia toda a região nordeste do estado de são paulo até a divisa com minas Gerais. o primeiro a constituir um lar nessa imensa área foi rafael de oliveira. em 1615, junto com petronilha rodrigues antunes, fundou o povoado de nossa senhora do desterro de Jundiahy. rafael era fugitivo, pois cometera o “crime de bandeirismo” que consistia em aprisionar índios contra a vontade da Coroa portuguesa. o casal montou então um entreposto de mercadorias que eram vendidas aos viajantes que iam e vinham do interior de minas Gerais.
Marcio Masulino
Índios guarulhos em Atibaia Itajahy, Primeiras famílias do Bairro Quilombo em Itupeva (1925) e Fazenda Museu Terra Brasil - século XIX - Jarinu
Mão de obra: africanos desde 1530, a presença de africanos no brasil, na condição de escravos, foi a que mais ajudou no desenvolvimento do país e, principalmente, na propagação das culturas de cana-de-açúcar e café no interior do estado de são paulo. os africanos vinham de onde atualmente são angola, moçambique e Congo. Foi por meio de suas mãos que durante 358 anos nossa indústria e nossa agricultura se consolidaram no cenário mundial. Circuito das Frutas 15
Acervo Museu do Porto de sAntos
Histórico
Abertura de fronteiras: imigrantes Após o término do fervor da riqueza mineral de Minas Gerais, a região passou a florescer outra vez com o cultivo da cana-de-açúcar a partir de 1785. Após essa data, a produção agrícola tomou um grande impulso, primeiro com o café e depois com a vinda de imigrantes italianos, ingleses, espanhóis, suíços, alemães, croatas e posteriormente japoneses. A grande massa de imigrantes começou a chegar ao país em meados do século XIX. A maioria se fixou nas lavouras de café no interior paulista. Responsáveis por uma ampla gama de influências, podemos dizer que esse era o ingrediente que faltava para a formação da cultura interiorana do Estado de São Paulo. A formação das cidades do Circuito das Frutas Com o desenvolvimento de povoados no Sertão de Mato Grosso de Jundiahy e com a divisão de fazendas surgem as cidades que fazem parte do Circuito das Frutas: Atibaia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira, Morungaba, Valinhos e Vinhedo, cada qual com suas características, mas unidas em torno de um dos principais produtos brasileiros: as frutas.
Em 1665, o bandeirante Jerônimo de Camargo se estabeleceu em Atibaia e fundou uma fazenda de gado à qual chamou Fazenda São João Batista. Nela também erigiu uma capela tendo o santo como padroeiro. Mas a futura Atibaia começou a ganhar contornos próprios com a vinda do padre Mateus Nunes de Siqueira e com os índios guaru se fixando ao lado da fazenda de Jerônimo. Com localização estratégica e servindo de passagem para os caminhos abertos para Minas Gerais, o local logo se tornou um ponto de abastecimento de tropas.
16 Cidade&Cultura
dIvuLGAÇÃo
Atibaia
Palacete Damásio datado de 1896 - Itatiba
Itatiba Fundada pelos idos de 1786, Itatiba foi constituída inicialmente por 12 famílias oriundas de Atibaia e Bragança que, ao se fixarem às margens do Rio Atibaia, deram início a um povoado. A 1ª capela foi erigida em 1814, sob a invocação de N. Sra. do Belém. Alcançou a condição de Freguesia em 1831 e a de Município em 1857. Indaiatuba Em 1859, Indaiatuba, antes denominada Freguesia da Vila de Itu, foi elevada a Vila. Porém suas origens são do século XVII quando José da Costa edificou uma capela às margens do rio Jundiaí, perto do ribeirão Votura, onde, segundo relatos, encontrou uma imagem de Nossa Senhora da Candelária.
Capela Santa Luzia construção de 1908
Morungaba Entre a Serra das Cabras, à margem do ribeirão dos Mansos, surgem as primeiras casinhas no bairro Conceição de Barra Mansa, ao redor da capela de Nossa Senhora da Conceição. Em 1919, o povoado mudou o nome para Morungaba. Foi elevado à categoria de município em 1965 e de estância climática, em 1994.
18 Cidade&Cultura
Itupeva Itupeva tem seu início na época da construção da estação da estrada de ferro Sorocabana para o carregamento do café produzido na região. Seu impulso maior se deu em 1904 quando da instalação das usinas hidrelétricas Monte Serrat e Quilombo. Foi elevada à categoria de município em 1965. Jarinu A região caiçara, nos idos de 1650, já possuía algumas fazendas. Em 1786, Lourenço Franco da Rocha, considerado o fundador de Jarinu, que na época chamava-se Campo Largo, foi nomeado capitão do local. Lourenço e sua esposa, Rita de Cássia Morais, doaram terras para a construção da Capela de Nossa Senhora do Carmo de Campo Largo. Em 1949, Jarinu foi elevada à categoria de município.
FOTOS MARCIO MASULINO
Histórico
Estação de Valinhos
HArOLDO ÂnGeLO - AcerVO MUseU HArOLDO ÂnGeLO
Histórico
Valinhos Em 1732, Alexandre Simões Vieira recebeu uma sesmaria que abrangia um novo caminho aberto para Goiás, com uma paragem (provavelmente no atual bairro Capuava), à margem do ribeirão Pinheiros. Essa paragem é considerada o marco inicial do povoado de Valinhos. Em 1955, o povoado foi elevado à categoria de município.
DIVULGAÇÃO
Jundiaí Desde os tempos em que era a Freguesia de Nossa Senhora do Desterro, Jundiaí sempre foi um ponto estratégico para as partidas dos bandeirantes, rumo ao sertão desconhecido como principal ponto de abastecimento das expedições. Foi desse local que saíram os novos povoadores da região sudeste do Estado de São Paulo. Elevada a município em 1865.
Vinhedo No caminho que ligava Jundiaí a Campinas, em 1620, existia um pouso para tropeiros (rocinha) e nesse lugar foi instalada a primeira fazenda, chamada Cachoeira, mais tarde transformada em quilombo. Justamente no vale entre a Fazenda Cachoeira e a Estrada Velha de Campinas, já chamada popularmente Estrada da Boiada, a rocinha foi se tornando, a partir de 1840, uma pequena vila. rocinha passou à condição de Vila e de Distrito de Paz pertencente a Jundiaí em 1908, sendo emancipada em 1949.
Louveira Seu primeiro habitante foi o espanhol Gaspar de Louveira ou Gaspar de Oliveira, em 1639. Não se sabe ao certo se o nome dado à cidade de Louveira é devido ao sobrenome de Gaspar ou porque na região existiam muitas louveiras (árvores hoje em extinção). Foi emancipada em 1965.
Estação da Estrada de Ferro de Abadia - Louveira 20 Cidade&Cultura
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CafĂŠ
22 Cidade&Cultura
O ouro
verde
CELSO ANDRADE
Impulsionador de riquezas
ExistEm muitas vErsõEs dE Como o CaFé Foi dEsCobErto pElo sEr humano, porém a mais razoável fala da observação feita por Kaldi, um monge pastor da abissínia, atual Etiópia, que, ao sair com seu rebanho à procura de comida, não conseguia descansar devido à intensa movimentação de seus animais. Eufóricos em demasia, o pastor achava que aquela agitação era uma coisa demoníaca e, ao voltar à comunidade, relatou o fato aos companheiros. passados alguns dias, outros pastores foram até o local do estranho acontecimento e perceberam que ali havia árvores com frutinhas vermelhas. Coletaram alguns exemplares e voltaram para casa onde fizeram vários experimentos culinários. um deles foi uma infusão com a semente moída. ao tomarem o “chá”, todos os presentes sentiram euforia e um sentimento de acentuado bem-estar. a notícia dessa bebida mágica se espalhou rapidamente. muitos a consideravam tóxica e em vários lugares chegou a ser proibida. Como um verdadeiro tesouro, os grãos de café eram traficados por toda
a África até chegarem à Europa, saindo pelo porto africano de moka e alcançando veneza. Em 1616, um pé de café foi clandestinamente introduzido no Jardim botânico de amsterdã. na França, uma muda foi dada de presente ao rei luiz xiv. E assim se infiltrando, de muda em muda, a bebida mágica foi se alastrando por toda a Europa, proporcionando alegria e satisfação à nobreza da época.
Origem “a planta de café é originária da Etiópia, no centro da África, onde ainda hoje faz parte da vegetação natural. Foi a arábia a responsável pela propagação da cultura do café. o nome ‘café’ não é originário da Kaffa, local de origem da planta, e sim da palavra árabe qahwa, que significa ‘vinho’. por esse motivo, o café era conhecido como ‘vinho da arábia’ quando chegou à Europa no século xiv.” (Fonte: www.abic.com.br)
Circuito das Frutas 23
shutterstock
fotos thiago andrade
Café
24 Cidade&Cultura
No Brasil, o chamado ouro verde chegou por meio da biopirataria praticada na Guiana Francesa, em 1727, pelo sargento-mor Francisco de Mello Palheta, a mando do governador do Maranhão e do Pará, João Maria da Gama. A muda que chegou a nossas terras era igual à que tinha sido levada ao Jardim Botânico de Amsterdã, ou seja, do tipo Coffea arabica. Após atravessar a fronteira, o café se espalhou rapidamente em nosso território, fixando-se no Maranhão, na Bahia, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná e em Minas Gerais. Segundo a Abic – Associação Brasileira da Indústria de Café, “[o café] se tornou a primeira realização exclusivamente brasileira que visou a produção de riquezas”. Nos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo a produtividade tomou uma enorme proporção e fez com que o Brasil saísse da condição de território extrativista para se tornar o maior exportador do produto cultivado.
Café
CELSO ANDRADE
Terreiro de secagem de café em Atibaia
O interior de São Paulo tornou-se reduto de grandes fazendas de café. Com sua arquitetura típica, formavam verdadeiros feudos com a casa-grande, o terreiro, a tulha, a senzala e a vila para os não cativos. Era enorme o poder dos donos dessas fazendas, chamados Barões do Café. Sua influência era não só econômica, mas também política e, por muitos anos, decidiram os rumos do Brasil. Os barões, além de suas fazendas, também tinham casas nas vilas, e até nas cidades de São Paulo e Santos para melhor acompanhar o embarque de seus produtos. A febre do café em toda a Europa não cedia e nosso escoamento aumentava cada vez mais. Por meio do ouro verde, o interior de São Paulo cresceu, instalou estradas de ferro, organizou o porto de Santos, criou infraestrutura, formou elites, gerou revoluções, colocou presidentes no comando do país e trouxe para cá a cultura, a arte e a mão de obra europeia. O cultivo do café foi e ainda é o maior impulsionador econômico de nossas atividades agrícolas. 26 Cidade&Cultura
Barão de Jundiaí Dom Pedro II, em 1870, concedeu a Antônio de Queiroz Telles o título de Barão de Jundiaí (1789–1870) por seus préstimos no desenvolvimento do interior do Estado de São Paulo. Visionário, ele se empenhou em criar estradas no interior para melhorar o fluxo de idas e vindas dos moradores entre as cidades de São Paulo e Campinas. Um dos pioneiros na troca da mão de obra escrava pela dos imigrantes, incentivou a construção da Ferrovia Mogiana e também da Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo. Foi juiz de paz, vereador, deputado e delegado. Grande produtor de café e cana-de-açúcar, sua enorme fazenda, o Sítio Grande, abrangia terras imensuráveis nas cidades que hoje constituem o Circuito das Frutas. Da divisão de suas terras formaram-se as fazendas São Luís, Buritis, Boa Vista, Santa Gertrudes e outras. Dos seus oito filhos, três receberam título de nobreza: Antônio de Queiros Telles tornou-se o Conde de Parnaíba; Joaquim Benedito de Queiroz Telles foi nomeado Barão do Japi, e sua filha Ana Joaquina do Prado Fonseca foi a segunda Baronesa de Jundiaí.
Ferrovias
Maquete de pรกtio ferrรณviรกrio confeccionada por Ivan DeMartin
28 Cidade&Cultura
Acervo AssociAção de PreservAção FerroviáriA de inAdAiAtubA
ferro Corredores de
Ligação entre produtor e porto
Circuito das Frutas 29
FOTOS DIVULGAÇÃO
Ferrovias
Após o grAnde boom CAfeeiro dAs volumosAs sAfrAs nos solos interiorAnos, o escoamento do café tornou-se a meta principal dos cafeicultores. A produção ia bem, a mão de obra era barata, cada vez mais havia aumento em números significativos de sacas do ouro verde, mas a barreira representada pelo modo de escoamento era o maior obstáculo para realmente haver a venda do café no exterior. o total da produção era transportado em lombo de mulas até o porto de santos, vencendo uma verdadeira muralha cercada de abismos, assolada por fortes chuvas e todo tipo de doenças causadas pelo clima tropical. portanto, era fundamental descobrir meios que pudessem acelerar a entrega e o embarque do café.
Estrada de Ferro São Paulo Railway o grande visionário que foi o barão de mauá conseguiu a concessão para construir uma ferrovia ligando o porto de santos à cidade de Jundiaí. porém, sua tarefa não seria fácil, devido às condições topográficas da serra do mar, com 800 metros de altura, o que tornaria o empreendimento uma das tarefas de engenharia mais exigentes do país. Após muitos estudos, fundou-se a empresa são paulo railway – spr, em 1859 e, em 1867, a ferrovia foi aberta ao tráfego. A partir desse marco que foi a construção da s. p. railway, o embarque do café foi acelerado, porém mais estradas de ferro deveriam ser construídas, pois não havia meios de se expandir a s. p. railway para o interior. então, com esforços dos próprios fazendeiros, outras estradas de ferro foram construídas para o escoamento mais rápido da produção cafeeira. 30 Cidade&Cultura
Ferrovias
Julio Masulino
Logomarca da Cia. Paulista de Estrada de Ferro
Cia. Paulista de Estradas de Ferro – Jundiaí/Campinas A partir de Jundiaí, a Cia. Paulista de Estradas de Ferro abriu mais caminhos na direção de Campinas em 1872. O projeto contou com forte participação do então presidente da Província de São Paulo, Joaquim Saldanha Marinho, que reuniu fazendeiros e empreiteiros dispostos a participar de tal empreendimento. As cidades que compõem o Circuito das Frutas estavam no trajeto dessa ferrovia, a saber, Jundiaí, Vinhedo, Valinhos e Louveira. Algumas dessas estações ainda estão de pé, muitas destinadas a outras funções e algumas no aguardo de
EvEllyn alvEs
revitalização e restauro.
Sinalização para motoristas e pedestres
A Estação da Cachoeira, em Vinhedo, era a segunda parada da Cia. Paulista e foi inaugurada em 1872. Dois anos após a inauguração seu nome mudou para Rocinha. Em 1930, o prédio foi reformado e somente a fachada não foi modificada 32 Cidade&Cultura
Memórias • A Estação Jundiaí foi aberta em 1898, um pouco distante da instalada pela São Paulo Railway. • Estação Valinhos Velha – O prédio atual foi erguido em 1910. • Estação Valinhos – Terceira parada da Cia. Paulista. O prédio atual foi construído no final do século XIX e reformado em 1913. Depois da desativação da ferrovia, o local tornou-se o Museu de Valinhos Haroldo Angelo Pazzinatto. • Estação Louveira – Inaugurada em 1872 com o nome de Capivari, era a primeira parada do trecho da Cia. Paulista Jundiaí/Campinas. Em 1890, o prédio foi demolido e construiu-se um maior para abrigar a plataforma da Estrada de Ferro Itatibense. • Estação do Tanque, Atibaia; inaugurada em 1884. • Estação Luiz Gonzaga – Construída em 1889. Serviu de meio de transporte para os moradores do povoado de mesmo nome: Luiz Gonzaga.
Ituana Estrada de Ferro Mais clamores, mais resultados. Em 1870, na cidade de Itu, foi decidida a criação de mais trechos de ferrovias para atender aos cafeicultores, interligando Jundiaí e Itu. Mais tarde, em 1892, a Ituana fundiu-se com a Estrada de Ferro Sorocabana, e o nome passou a ser Cia. União Sorocabana e Ituana (CUSI). Em 1919, MaRCio Masulino
a CUSI foi arrendada por Percival Faquhar que a renomeou como The Sorocabana Railway Co. Depois de muitas lutas, essa ferrovia conseguiu quebrar o monopólio da São Paulo Railway e levar seus trilhos até Santos, em 1937. Após longo e dificultoso processo, a FEPASA assumiu a Sorocabana em 1971.
Estação Itupeva – Inaugurada em 1873, era a primeira parada da EF Ituana. Foi construída em terras da Fazenda São João da Via Sacra, produtora de café Circuito das Frutas 33
Ferrovias
Acervo Museu MunicipAl João BAtistA conti
Ferrovia Bragantina Estação Atibaia
Estrada de Ferro Bragantina Em 1872, a Estrada de Ferro Bragantina iniciava em Campo Limpo Paulista e seguia até Bragança Paulista. Foi concluída em 1884 à base de pás e picaretas. Em 1903, os ingleses compraram a Bragantina para evitar que a Estrada de Ferro Mogiana abrisse um trecho em Amparo que escoaria o café até o porto da cidade de São Sebastião. Para tanto, esbarrando na Bragantina. Então, para manter o monopólio do transporte do café, a SPR adquiriu a Bragantina e estendeu-a até Vargem. Também construiu um tronco no bairro Caetetuba, de Atibaia até Piracaia.
Equipamento de Staff fabricado por The Railway Signal Co. Ltda. e Vagão para transporte de animais - Museu Ferroviário de Jundiaí
Estrada de Ferro Itatibense Inaugurada em 1889, a Cia. Itatibense foi o resultado de um grande esforço levado adiante pelos fazendeiros de café que, desde a década de 1870, lutavam pela sua construção. Com 21 km de extensão, passava pelas estações Tapera Grande, Abadia e Luiz Gonzaga até o entroncamento com a Estação de Louveira da Cia. Paulista. Esse trajeto era vencido em cerca de 1h30, seja com trens de passageiros ou de cargas – café, principalmente. Apesar de desativada em 1952, até hoje os trens da “Itatibense” são lembrados pela população.
34 Cidade&Cultura
As estradas de ferro deixam saudade de um tempo que se foi com suas inúmeras histórias e causos. Saudade dos trilhos, do som do apito do trem, da aventura, dos relógios que marcavam os destinos, dos abraços e dos beijos, da melancolia e da alegria das partidas e das chegadas, das riquezas da lavoura, da acolhida dos imigrantes, das notícias do mundo e, principalmente, da capacidade humana de desbravamento, erguendo construções em locais insólitos e inóspitos. As ferrovias marcaram a época do encurtamento das distâncias e suas linhas retrataram as peculiaridades dos habitantes interioranos.
Fotos MArcio MAsulino
o novo trecho teria de passar obrigatoriamente por Atibaia,
Religião
A fé
“
é o instinto
da ação”
Fernando Pessoa
Igreja Matriz de São João Batista - Atibaia
Para um povoado era necessário ter uma capela 36 Cidade&Cultura
Quando o interior do estado de são Paulo Foi oCuPado Pelos euroPeus, principalmente os portugueses, era uma norma da Coroa que, para se constituir um povoado, devia-se construir uma capela. normalmente, o santo escolhido para a devoção era o da preferência do povoador pioneiro. assim, mais do que religião ou monumento à fé, as igrejas se tornaram uma referência histórica no desenvolvimento do Brasil. segue uma relação das principais igrejas de cada cidade do Circuito das Frutas.
Matriz
Louveira
MArcio MAsulino
em atibaia, onde hoje está a igreja Matriz, foi erigida a capela dedicada a são João Batista, em 1665. Mais tarde foi ampliada e não exibe mais os sinais de seus primórdios. em seu interior é ricamente decorada com ícones espanhóis trazidos pelos padres agostinianos. no altarmor temos o painel Batismo de Jesus, de Benedicto Calixto, datado de 1911. Praça Claudino Alves, s/n
EvEllyn AlvEs
Atibaia
em louveira, a imagem de são sebastião, segundo relatos, chegou à cidade em 1940, escoltada por militares vindos de Jundiaí. Ficou abrigada na igreja sagrado Coração de Jesus e, em 1957, recebeu seu templo no centro da cidade, construído em terreno doado pela família steck. a construção contou com recursos dos moradores, mais a arrecadação da Festa da uva e outras festividades. Praça Julio de Mesquita, 342 Circuito das Frutas 37
Religião
MarcIO MasULInO
Matriz
Matriz
MarcIO MasULInO
valinhos
Itupeva Em Itupeva, a Igreja Matriz de São Sebastião foi erguida em função do grande desenvolvimento do bairro, então chamado Itupeva. O terreno foi doado pela família Benedictis, que possuía a fazenda São João da Via Sacra. Av. Brasil, 180
Valinhos conta uma história bem interessante. Em 1889, Campinas foi assolada por uma epidemia de febre amarela. Diante do horror da situação, o padre Francisco Manetta fez uma promessa: se a epidemia fosse erradicada, ele ergueria a primeira Matriz de Valinhos (na época pertencente a Campinas). Como padroeiro escolheu São Sebastião, o santo soldado protetor contra pestes, fome e guerras. Como sua graça foi alcançada, em 1900 o padre Francisco escolheu um lugar perfeito para a construção: o alto de uma colina com vista para todo o vilarejo. R. Padre Manuel Guinot, 74
Nossa Senhora da Candelária pode ser chamada também Nossa Senhora da Luz, das Candeias, da Purificação e da Apresentação. Sua adoração é oriunda de Portugal, mas é cultuada no Brasil e principalmente nas Ilhas Canárias, na Espanha, onde Nossa Senhora apareceu no ano de 1400, na Ilha de Tenerife. Como o local era habitado por nativos, estes quiseram atacá-la, mas suas mãos petrificaram. Sua imagem foi guardada em uma caverna e hoje, no local, está o Templo e Basílica Real da Candelária.
Paróquia Matriz Nossa Senhora da Candelária – A devoção por Nossa Senhora da Candelária provém dos primeiros moradores que chegaram aqui no século XVIII e erigiram uma capela dedicada a ela às margens do rio Jundiaí. Construída em taipa-de-pilão, é um dos raros exemplos de conservação. Sua idade é incerta, porém em 1839 já existiam registros de sua existência. Foi tombada pelo Patrimônio Histórico. Rua da Candelária 38 Cidade&Cultura
Nossa Senhora da Candelária
JULIO MasULInO
Indaiatuba
THaBaTa aLVEs
Matriz
Itatiba Um dos marcos da cidade, a Basílica Menor de Nossa Sra. do Belém teve suas obras iniciadas em 1833. Concluída em 1853, passou depois por várias reformas. O grande marco do século XIX é a sua torre, concluída em 1880. Seus vitrais foram confeccionados pelo polonês Aeystarch Kaskurewicz, vindo para o Brasil em 1952. Praça da Bandeira
Jarinu
Matriz
FOTOs JULIO MasULInO
Matriz Nossa Senhora do Carmo de Campo Largo – Erguida em terras doadas pelo capitão Lourenço Franco da Rocha e sua esposa, Rita de Cássia de Morais, em 1807. Praça Nossa Senhora do Carmo, s/n° Altar-mor Igreja Matriz Sant’Ana de vinhedo e imagem de Sant’ Ana
MarcIO MasULInO
vinhedo Igreja Matriz de Sant’ Ana – Datada de 1958, podemos observar já na fachada a devoção local à proteção dos parreirais, e seu altar-mor é circundado por cachos de uvas. Avó de Jesus e mãe de Maria, Ana sempre foi mais cultuada no Oriente pela Igreja Ortodoxa. Porém, no século VII suas relíquias foram distribuídas para o Ocidente, principalmente na Alemanha e, depois de sua aparição na cidade de Auray, na França, em 1623, muitos católicos tornaram-se devotos. Praça Sant’Ana Circuito das Frutas 39
Religião
Julio Masulino
Nossa Senhora do Desterro de Jundiaí
Jundiaí
Fonte: www.catedral.dj.org.br
Praça Governador Pedro de Toledo 40 Cidade&Cultura
Morungaba Paróquia Imaculada Conceição – Em meados do século XIX, Francisco Bueno de Aguiar doou a Nossa Senhora da Conceição o terreno para se erguer a Capela Nossa Senhora da Conceição de Barra Mansa, hoje, Paróquia Imaculada Conceição. Rodovia Engenheiro Constâncio Cintra
Paróquia Imaculada Conceição
Marcio Masulino
Catedral Nossa Senhora do Desterro – “Em 1651, foi iniciada a construção da igreja que substituiria a primeira capela construída por aqueles que são dados ainda, oficialmente, como os fundadores de Jundiaí: Rafael de Oliveira e Petronilha Antunes. Em 1655, a nova igreja seria dedicada à Sagrada Família, tendo como padroeira Nossa Senhora do Desterro. Construída em taipa-de-pilão, possuía tendências arquitetônicas do barroco português. Muito mais tarde, em 1886, seguindo projeto do arquiteto Ramos de Azevedo, a então Igreja de Nossa Senhora do Desterro passou por uma grande reforma e seu estilo foi totalmente alterado para o neogótico – que tentava resgatar as características do estilo gótico, surgido na França entre os séculos XII e XIV, considerado “a arte das catedrais”. Carregado de simbolismo teológico, tal estilo busca expressar a grandiosidade: tudo se volta para o alto, em direção aos céus e a Deus. Como complemento dessa reforma, em 1921, por sugestão do então vigário, o cônego Hygino de Campos, o interior da igreja sofreu novas transformações. Passou a ter abóbadas ogivais, recebeu vitrais e as paredes ganharam belíssimos afrescos do artista plástico italiano Arnaldo Mecozzi. Há poucos registros, mas as indicações são de que a igreja passou por outras transformações. A reforma mais expressiva ocorreu na década de 1950. Bem mais tarde, entre 1997 e 2000, essa catedral sofreu reformas estruturais e foi restaurada integralmente, no paroquiato de monsenhor Joaquim Justino Carreira. As obras incluíram a ampliação da cripta da catedral onde hoje estão sepultados três de seus quatro bispos: dom Gabriel Paulino Bueno Couto (1º bispo diocesano); dom Roberto Pinarello Almeida (2º) e dom Amaury Castanho (3º)”.
Imigrantes
A terra
prometida
O Atlântico não foi um obstáculo
42 Cidade&Cultura
ThabaTa alves
Em busca da lavoura O séCulO XIX FOI marCadO pOr grandes mudanças na vIda dOs eurOpeus. um dos fatores dessas mudanças foi a crescente industrialização do continente europeu. a maioria dos governos primou pela soberania industrial e deixou os trabalhadores rurais sem subsídios e sem condições de continuarem suas atividades milenares. Com o aumento das divergências internas no Brasil sobre a questão da escravatura e com o empenho dos abolicionistas, decididos a acabar definitivamente com o trabalho escravo em todo o território nacional, o país se tornou um grande atrativo com oportunidades de trabalho na lavoura. essa possibilidade abriu a mente europeia para a solução de um contingente problemático de agricultores fadados à miséria. O Brasil, por sua parte, não mediu esforços para trazer essa massa para seus campos e dar-lhe o trabalho necessário, pois, com o café em alta no mercado externo e o fim da escravidão, a opção de mão de obra barata era sem dúvida a melhor solução para os dois lados. porém, nem tudo saiu como deveria ser. Os agenciadores de imigrantes propagavam uma vida boa, com trabalho digno, justo e quase igualitário. muitos dos que chegaram não tiveram essa sorte, pois os donos de fazenda, acostumados a lidar com os serviçais de forma indigna, demoraram a entender a importância dessa mão de obra qualificada para a prosperidade de seus negócios. Quase que imediatamente, muitos imigrantes quiseram voltar ao seu país de origem devido às condições degradantes de trabalho, moradia e tratamento. em muitos países, os governantes pararam de incentivar a partida de seus compatriotas, desestimulando de maneira drástica sua ida ao novo continente. mas, como tudo tem o tempo certo de maturação, as relações e o convívio com os imigrantes foram melhorando paulatinamente e eles alcançaram lugar de destaque no desenvolvimento da agricultura brasileira como um todo. Circuito das Frutas 43
Imigrantes
Italianos Falar de imigrantes e não falar dos italianos é esquecer boa parte de nossa formação como país. O Estado de São Paulo absorveu a maior parte dos imigrantes italianos que chegaram ao Brasil entre 1820 e 1909. Tanto que, em 1934, chegaram a compor 50% do total da população do Estado. A maioria dos italianos que chegaram aqui veio do Vêneto, da Campânia e da Calábria. Os números não mentem, pois com essa quantidade de imigrantes (considerado um dos maiores fluxos migratórios da história), a influência italiana no cotidiano do interior de São Paulo foi notável em diversos âmbitos: na agricultura, com suas técnicas; na religiosidade, com a intensificação das festas de santos; na língua, com a introdução de milhares de vocábulos; no folclore, com suas festas típicas, e na gastronomia, com a pizza, o panetone, a polenta e as massas. Dentre todos os povos que se fixaram no Brasil, os italianos foram os que mais se integraram como um todo. A influência desses imigrantes é tão forte que muitas vezes, na região do Circuito das Frutas, parece que estamos no interior da Itália. Os nomes e os sobrenomes não mentem. E a alegria e a simpatia são a marca registrada que nos deixam como lembrança.
FOTOS JULIO MASULINO
Adália Bernardi e Pedro Marquezin - Espaço Cultural Museu do Vinho, Certidão de Estrangeiro de Emma Balzanelli Brognoli nascida em Verona desembarque em 1887 navio Vicente Flório e Antonio Brognoli de Verona desembarque 1889 e Monumento ao Herói Imigrante 1983 - Vinhedo
44 Cidade&Cultura
MARCIO MASULINO
Imigrantes
Suíços Foi em 1854, provenientes do Cantão de Odwalden, que 26 famílias totalizando 150 suíços desembarcaram no Brasil com destino à fazenda Sítio Grande, em Jundiaí. Saíram de seu país devido à guerra civil de Sonderbund, em 1847, entre os cantões conservadores católicos e os liberais protestantes. Navegaram de Hamburgo a Santos em uma viagem que demorou 73 dias. Nesse meio tempo morreram 35 imigrantes. Já no Brasil, os suíços foram diretamente para a lavoura do café em um sistema de parceria em que os colonos tinham sido contratados ainda na Suíça. Como adiantamento de seus proventos, o governo pagava a passagem, o transporte até a fazenda e seu sustento até obterem resultados de seu trabalho, quando teriam de pagar 6% de juros do valor do “empréstimo”. Para cada família era dada uma quantidade de cafeeiros e terras para cultivar, colher e beneficiar. Do resultado da colheita, metade ficava com o fazendeiro e outra com os colonos. No conjunto de fazendas chamado Sítio Grande, cujo dono era Antônio de Queiroz Telles, o Barão de Jundiaí, JULIO MASULINO
diferentemente da maioria das outras fazendas, era bom e fluía bem o relacionamento entre dono e colonos, segundo depoimentos dos antigos e seus descendentes. Outros suíços chegaram, mas somente após 1881, e a maioria era parentes dos pioneiros, cuja situação já estava estabelecida e as dívidas, quitadas. Alguns haviam conquistado prestígio dentro da fazenda e outros também já estavam com seus próprios sítios. 46 Cidade&Cultura
Pedra Fundamental e Tradição suíça do cultivo do pêssego dentro da garrafa
Colônia Helvetia em Indaiatuba
pelo menos, assinar o próprio nome. Os primeiros respon-
Quatro famílias adquiriram uma fazenda que é, até hoje,
sáveis já na Colônia Helvetia pelo ensino foram João Des-
a Colônia Helvetia logo de início. Essa fazenda foi dividida
chwanden (1893–1897), Max Landmann (1898–1901), e
entra as quatro famílias e no seu centro uma área foi re-
José Francisco Bannwart (1902– 1904). Hoje, a escola
servada para uso comum no atendimento a suas necessi-
está com o poder público, porém a Sociedade Helvetia con-
dades, como ponto de reunião. Com forte senso religioso
tribui com um curso regular de língua alemã; há também o
e a consciência de que somente pelo estudo eles e seus
Clube de Jazz, o canto e a dança folclórica, o artesanato,
descendentes poderiam prosperar, neste local construíram
as comemorações das datas cívicas, as festas populares
uma sala de aula e uma igreja. A organização da colônia
e o Clube Esportivo Bandeirantes.
foi um ponto crucial para que seus filhos se sobressaíssem na área das ciências. Desde a construção da escola a Colônia teve 0% de analfabetismo. Essa coesão de ideias perdura até hoje, em torno do lema fundamental, cultivado pelos que sucederam os pioneiros, quanto à maneira de lidar com as novidades que fossem surgindo: “Servir, aprender e depois avançar”. Com isso, a integridade da colônia é mantida até os dias atuais em Indaiatuba. Escola São Nicolau de Flües A necessidade de uma escola no Sítio Grande era imensa, pois os filhos da primeira leva de imigrantes suíços não tinham escola, então aprendiam de forma rudimentar a,
O legado - Colônia Helvetia “Helvetia é uma Colônia fundada em 1888. A fundação de Helvetia se deu com a compra do Sítio Capivari Mirim por parte das famílias Ambiel, Amstalden, Bannwart e Wolf. O sítio possuía 463 alqueires e a população inicial era de 34 pessoas. Graças a essas iniciativas (visão), e sua organização é que a Colônia prosperou e conseguiu unir mais 20 famílias. Os helvetianos têm particular respeito por seu patrimônio histórico, cultural e religioso. Procuram preservar as tradições do país de origem através da música, da dança, do canto yodel e da culinária
Igreja Nossa Senhora de Lourdes
suíça, que podem ser apreciados anualmente por ocasião da Festa da Tradição.” Fonte:www.helvetia.org.br
Fundadores da Colônia Helvetia: 1854 – Pedro José Wolf / Maria Langensand (primeira núpcias) | Antonia Strabello (segunda núpcias) 1881 – José Ambiel / Ana Maria Schäli 1881 – Francisco José Bannwart / Carolina Schäli 1891 – Benedicto Amstalden / Francisca Zumstein
JULIO MASULINO
(primeiras núpcias)| Josefa Ambiel (segundas núpcias)
Circuito das Frutas 47
Imigrantes
FOTOS MARCIO MASULINO
Apresentação de Taikô, Réplica de Templo Japonês na Festa das Flores e Morangos em Atibaia e Bonsai
seu nacionalismo, proibiu qualquer comunicação em língua estrangeira, cassou os direitos políticos dos imigrantes, escolas de idiomas foram fechadas, e os que moravam no litoral tiveram de abandonar tudo o que tinham, sendo levados para o interior para trabalhar nas lavouras. Após a década de 1950, as relações entre Brasil e Japão voltaram à normalidade e o fluxo entre brasileiros e japoneses se regularizou. Com a imigração japonesa, nós nos beneficiamos principalmente de seus conhecimentos agrícolas, os quais introduziram ou incrementaram as produções de algodão, arroz, milho, juta, pimenta-do-reino, mamão havaí, melão, mangostão, rambutão, durião, acerola, cupuaçu, açaí e maracujá. Outro ponto para o crescimento dos produtos agrícolas foi a implantação de cooperativas, ideia japonesa com resultado em todo o país. E Atibaia tem em seu território muito dessa cultura. Instalados desde a década de 1920, eles formaram uma verdadeira rede de solidariedade para apoiar os seus e estão sempre prosperando com dignidade e ética. Desenvolveram e impor-
Japoneses
taram tecnologia, com destaque para o morango. O que não podemos esquecer – e é fundamental para os olhos e para
Em 1908, chegou ao porto de Santos o primeiro navio de
a alegria de viver – é a floricultura. Atibaia chegou a fornecer
imigrantes japoneses, o Kasatu Maru, trazendo consigo 165
50% das flores do Brasil. Essa cultura começou nos anos de
famílias. As dificuldades impostas pelas diferenças culturais
1950, quando as primeiras flores cultivadas foram cravos e
unidas ao trabalho quase escravo fizeram com que muitos
gipsófilas e depois rosas. Além dos inúmeros avanços tec-
japoneses fugissem das fazendas cafeeiras e se estabele-
nológicos que os japoneses trouxeram para Atibaia e região,
cessem ao longo das paradas das estradas de ferro. Talvez
outros legados à cultura brasileira, além de sua saudável cu-
o período mais precário para os imigrantes tenha sido a Se-
linária, devem ser citados: beisebol, softbol, kendo, gateball,
gunda Guerra Mundial, com Getúlio Vargas no poder. Com
judô, ikebana, bonsai, bonodori, taiko etc.
48 Cidade&Cultura
Museus
A mem贸ria
resguardada Passado vivo
50 Cidade&Cultura
Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1955, o antigo prédio da Cadeia e Câmara passou a ser, em 1961, o Museu Municipal João Batista Conti. Essa edificação, de taipa embaixo e pau-a-pique no andar de cima, foi construída em 1836. Em seu acervo, podemos encontrar decretos do Brasil Colônia e Império, peças de numismática, fotografias antigas da cidade e de patriarcas, um enorme acervo folclórico entre outras raridades, não só do município, mas também de outras regiões do Brasil. Seu organizador foi João Batista Conti em cuja homenagem foi nomeado o Museu. Praça Bento Paes, s/n – Atibaia museu@atibaia.sp.gov.br - (11) 4412-7153
Jarinu – Fazenda e Museu Terra Brasil O museu, que funciona no casarão, e os arcos da enorme amurada de pedras que circunda o local contêm objetos de várias partes do Brasil, objetos que contam a história do ponto de vista dos povos e das culturas dominadas pelo colonialismo português, desde antes da chegada dos portugueses até os nossos dias. Nos arcos do muro, existem onze grutas que contam, através de exposições, a história do Brasil pela óptica do povo que habitou e trabalhou nessa terra antes da chegada dos europeus: os índios maracanã. Há a história da imigração escravagista, contada pelos povos de origem africana, relatos dos trabalhadores em minas, dos imigrantes (espanhóis, italianos, portugueses, alemães e outros) e a história atual, mostrando a luta pela posse da terra em nosso país. (Fonte: www.fazendaterrabrasil.com.br)
Est. Municipal Atílio Squizatto, km 8,5 – Jarinu Circuito das Frutas 51
FOTOS MARCIO MASULINO
Atibaia - Museu Municipal João Batista Conti
Museus
Indaiatuba - Museu Casarão Cultural Pau Preto FOTOS MARCIO MASULINO
Abriga a memória histórica de Indaiatuba. Com construção do início do século XIX, em sua estrutura foram utilizadas pedras e paredes de pau-a-pique, sendo referência arquitetônica histórica e cultural. Hoje, o espaço pertence à Fundação Pró-Memória. A casa nº 1 pertence ao mesmo núcleo e período.
JULIO MASULINO
Rua Pedro Gonçalves, 477 – Indaiatuba
Itatiba (Museu Histórico Municipal Padre Francisco de Paula Lima) O Museu de Itatiba tem a sua sede num belíssimo exemplar da arquitetura brasileira do século XIX: o “Solar
Museu Ferroviário – Centro Cultural Estação Indaiatuba
dos Godoys Moreiras”. Construído em 1875, o prédio
Aqui estão a locomotiva nº 1 da Estrada de Ferro
passou por um restauro no ano de 1996, justamente
Ituana além de peças do acervo histórico da fer-
para abrigar o Museu. Mantém uma exposição perman-
rovia paulista, como relógios, bancos de estações,
ente - “Caminhos do Passado”, que conta a história de
o cofre etc. Seu acervo é de uma riqueza capital
Itatiba, e exposições. Também funciona muitas vezes,
para a história das ferrovias interioranas.
como centro cultural, absorvendo diversas exposições.
Praça Newton Prado, s/n – Indaiatuba
Praça da Bandeira, 122 52 Cidade&Cultura
Museus Espaço Cultural Museu do Vinho Uma exclusividade nacional abriga a história da imigração italiana em Jundiaí. Estamos falando do tonel de quase seis metros de altura, com capacidade para 110 mil litros, que hoje abriga o Museu do Vinho dentro do complexo Villa Brunholi. De fácil acesso, o local recebe 300 pessoas por final de semana, ávidas pela história da vitivinicultura e a chegada dos italianos na região. O Museu do Vinho foi montado em 2002 por iniciativa da família Brunholi com a colaboração de outras famílias tradicionais da cidade – Fontebasso, Bronzeri, Marquezin e Spiandorelo. No local há painéis, divididos por família, contando a história da imigração, da uva e JUlIo MaSUlIno
do vinho, além de utensílios de uso doméstico e para a produção de vinho. (Fonte: www.brunholi.com.br)
Av. Humberto Cereser, 5900 – bairro Caxambu – Jundiaí
Jundiaí – Museu da Companhia Paulista de Estradas de Ferro O Museu Ferroviário Irineu Evangelista de Sousa (Barão de Mauá) foi inaugurado em 9 de março de 1979 para ser um centro de referência e preservação sobre os suportes materiais da memória e a história da ferrovia da cidade de Jundiaí. No entanto, em 14 de maio de 1995, após seu restauro, foi Haroldo angelo
reaberto com novas bases museológicas, denominando-se Museu da Companhia Paulista. Agora, o Museu retrata a cidade de Jundiaí como berço da ferrovia, visto que a Cia. Paulista de Estradas de Ferro foi a porta de entrada para o desenvolvimento social, econômico e político da cidade e de todo interior paulista. (Fonte: www.museudacompanhiapaulista.jundiai.sp.gov.br)
Av. União dos Ferroviários, 1760 – Jundiaí
Valinhos – Museu Fotógrafo Haroldo Angelo Pazinatto Inaugurado em dezembro de 1996, funciona na estação da Fepasa, numa área de 200 m². Possui um acervo permanente composto de aproximadamente 1.200 peças que fazem parte dos temas “Desenvolvimento Industrial, Agrícola e Urbano” e “Imigração Italiana”. Contendo equipamentos fotográficos, documentos e aproximadamente 50.000 imagens, feitas entre 1910 e 2001, retrata a evolução urbana da cidade, seu patrimônio arquitetônico, as solenidades, as personalidades, as festas e os eventos populares importantes da região e do município
dIVUlgaÇÃo
de Valinhos. Atualmente, grande parte do acervo está em processo de digitalização e conservação. Rua 12 de Outubro, s/n – Valinhos 54 Cidade&Cultura
FelIpe preto
Itupeva – Museu Histórico de Itupeva No local da antiga ferrovia, esse museu retrata a história da própria cidade com a colaboração da população que tem doado fotos antigas, peças e ferramentas. Mais interessante é a sala dos depoimentos de pessoas que fizeram parte da história do cotidiano itupevense.
MarCIo MaSUlIno
Praça São Paulo, 2 – Itupeva
Museu Histórico e Cultural de Jundiaí O Museu Histórico e Cultural de Jundiaí, inaugurado em 1965, foi fundado pelo padre Antônio Tolloi Maria Stafuzza. Nas diversas salas do casarão, que foi residência MarCIo MaSUlIno
do Barão de Jundiaí, por isso também conhecido como “Solar do Barão”, o visitante poderá apreciar uma exposição de longa duração que retrata a história da casa e do Barão de Jundiaí, bem como sobre a Fratelanza
Museu do Imigrante de Louveira
Italiana, com acervo doado pela Sociedade Jundiaiense de Socorros Mútuos – Casa de Saúde Dr. Domingos
Seu acervo é composto por objetos utilizados na antiga
Anastácio, e do Coronel Siqueira Moraes doado pela
colonização rural, utensílios domésticos e de lavoura, e
família, além de grandes e importantes exposições ao
muitas outras curiosidades das famílias tradicionais que
longo do ano.
fizeram a história de Louveira. Fonte: emplasa.sp.gov.br.
(Fonte: www.memorialdoimigrante.org.br)
Rodovia Romildo Prado – Abadia – Louveira
R. Barão de Jundiaí, 762 – Jundiaí Circuito das Frutas 55
Lendas
O sobrenatural
sempre ao lado Relíquias de um passado
ConForme o temPo Passa, Cada vez mais vamos deixando de lado as histórias fantásticas vividas por aqueles que tinham a natureza muito próxima de seu cotidiano. mas, quando visitamos o interior, podemos novamente vislumbrar a riqueza dessas narrativas contadas com tanto fervor que, muitas vezes, passamos a acreditar em tais relatos. o saci-pererê, a mula-sem-
-cabeça, a mãe-d’ouro, o caipora, lobisomens e outros tantos entes fantásticos faziam parte da vida dessa gente. era tão comum o medo dessas aparições que elas regiam seus dias e principalmente suas noites. transcrevemos aqui três das muitas histórias que nos foram contadas, apenas para ilustrar a crença ainda viva na região.
O crime do poço
FOTOS JuliO MaSulinO
Um Caixeiro viajante Chamado domêniCo de LUCa chegou por essas bandas em 1907 e foi vendendo suas mercadorias por muitas vilas da região. Um dia simplesmente sumiu e ninguém sabia o que tinha acontecido com o pobre coitado. algum tempo depois, sua mãe sonhou com um poço situado nos fundos de uma casa. e foi procurando, com ajuda dos locais e da polícia, até achar o dito poço. Para espanto de todos, encontraram domênico morto e seu corpo, com marcas de grande brutalidade, escondido lá dentro. Foi devidamente sepultado no Cemitério municipal da Candelária, em indaiatuba, e a ele são atribuídas muitas graças rogadas por crentes de que seu martírio o tornou um homem santo.
56 Cidade&Cultura
O tesouro de nica Preta
JuliO MaSulinO
em itUPeva morava a esCrava Liberta niCa Preta que tinha uma pousada para tropeiros e caixeiros-viajantes. segundo a lenda, os padres jesuítas lhe confiaram um tesouro para que o escondesse e ela assim o fez. mas, como sempre, ninguém encontrou o tal tesouro. o que ela realmente deixou para os que a sucederam na pousada foi uma excelente receita de cachaça que leva seu nome para todos os cantos do mundo.
era o dia de todos os santos e a viLa de atibaia ia ser instaurada. a comitiva do ouvidor, que viera para a cerimônia, já estava no ribeirão dos Porcos e era vista no alto da encosta. os varões mais importantes da Freguesia, montados em cavalos escovados, de crinas trançadas com fitas e ajaezados com os melhores arreios, desceram o morrão, ao encontro da comitiva que trazia o ouvidor, o dr. joão Pereira da silva. Chegaram ao Largo da matriz. o Largo e a rua direita estavam enfeitados com varas de bambu e bandeirolas. após o jantar, com assados e doces, os hóspedes se recolheram para o descanso da viagem. no dia 5, houve a reunião da lavratura da instalação da vila e os membros da comitiva se reuniram na casa de Lucas. naquela noite, a vila fora tomada por uma alegria contagiante e nem mesmo o sinistro toque de recolher fora lembrado. ouviam-se os sons da mãe África nos românticos lundus. mais ao longe, as cantigas dos congos, com a dolente batida das zabumbas. nos botequins, com bebida farta e estrondosas gargalhadas, o povo festejava. atibaia chegava à categoria de vila. Porém, o Pelourinho não fora benzido; o Padre não estava ali. algum tempo depois, acreditaram que as almas dos escravos ali supliciados reclamavam, e a lenda do pelourinho se perpetuaria por séculos. esse “causo” foi contado por nhá olímpia, velha senhora de descendência africana, parteira da pobreza e benzedeira, que morava num cortiço da rua Coronel joão Pires. reproduzindo sua fala: “no tempo de dante, fizero o Pelorinho pa castigá os escravo, no beco do Gonzaga. o padre num quis benzê, ficano o Pelorinho ‘sem-ficá-bento’. Começô então a aparecê ‘as coisa’. Uma mula-sem-cabeça, que corria por ali em sexta-feira, levano na garupa um vurto horroroso de feio, na garupa dos arrêo, virado pra tráis”.
MaRCiO MaSulinO
instauração da Vila
Circuito das Frutas 57
Arquitetura
60 Cidade&Cultura
THAbATA ALvES
fazenda Museu Terra Brasil em Jarinu - ruas em cascata do perĂodo colonial em Atibaia portas e janelas do ciclo cafeeiro em Itatiba
THIAGO ANDRADE
MARCIO MASULINO
MARCIO MASULINO
fazenda pereira - escola e igreja ao fundo
A história
construída Passado glorioso
A HISTóRIA DE UM pOvO OU DE UM pAíS pode ser contada por meio de sua arquitetura, um reflexo dos costumes e da tecnologia empregados nas construções. No interior do Estado de São paulo, é pela arquitetura que podemos notar os vários ciclos de desenvolvimento dos povoados e de suas circunstâncias econômicas e sociais. Em primeiro lugar, vamos encontrar entre os elementos de edificações uma matéria-prima crua, não elaborada e sem modificações, como a taipa de pilão, o pau-a-pique e o adobe, típicos do período do brasil colônia. Dada a ausência de manufaturas nessa época, faziam-se as casas com materiais encontrados
na natureza, com o que estava à mão: o barro e a madeira. Com o tempo e o crescimento da urbanização, passou a existir a preocupação com um espaço urbano organizado. Um exemplo notório são as ruas em cascata, compostas de casas sem recuo frontal, geminadas (casas em correnteza), uniformes e com a mesma disposição de cômodos. Os casarões maiores, chamados “solares”, tinham dois andares e a parte térrea era destinada ao comércio ou à guarda de muares e escravos. Normalmente, os espaços urbanos eram ocupados a partir da praça principal ao redor da igreja. Depois vinham o pelourinho, a cadeia e a Câmara, que era o símbolo da liberdade de uma vila. Circuito das Frutas 61
Arquitetura Taipa de pilão “Técnica construtiva de origem árabe, utilizada na fatura de paredes e muros, e que consiste no forte apiloamento de terra úmida entre dois pranchões de madeira removíveis que, no taipal, se mantêm de pé e afastados entre si graças a travessas ou escoras. A taipa de pilão caracterizou todas as construções paulistas dos séculos XVI, XVII, XVIII e primeira metade do XIX, numa persistência cultural decorrente, sobretudo, do isolamento causado pela dificuldade de transposição da Serra do Mar.” Existem diversas edificações de vulto feitas de taipa, que datam de mais de 300 anos. Fonte: www.museudacidade.sp.gov.br
Senzala Espécie de alojamento para os escravos.
Solar Coronel Jorge Ferraz - Atibaia
FlÁVIo PIlEggI
Sua construção era extremamente precária e
Na área rural são utilizados os mesmos materiais e formas de construção, porém a disposição das edificações muda conforme a necessidade da produção de cada fazenda. Todavia, já na época dos grandes cafezais, os prédios eram bem definidos: casa-grande, terreiro para secagem do café e senzala.
Os casarões dos barões do café Com a vinda da família real para cá em 1808, o que então constitui nosso país como o centro do reino português, o Brasil toma ciência dos novos elementos da construção civil europeia, principalmente da França e da Inglaterra. A abertura dos portos trouxe para nossas terras novidades arquitetônicas que antes eram impossíveis de se construir. À simplicidade da taipa e do adobe juntam-se aos elementos de fachada o mármore, a madeira nobre, o ferro e o vidro. Com a urbanização das cidades, os casarios simples transformam-se em verdadeiros casarões, incorporando todos os elementos do neoclássico. Essas mudanças aconteceram principalmente a partir de meados do século XIX. Ergueram-
62 Cidade&Cultura
pouco arejada, sem divisórias, e o chão era de terra batida.
Casas de fazenda Em formato quadrado, seu interior era muito semelhante ao dos conventos franciscanos. No andar superior ficavam os cômodos da família e o piso era de madeira. No inferior, o piso era de terra batida e geralmente servia como depósito.
-se as grandes casas dos chamados barões do café. Essa elite paulista conseguiu reorganizar a nova ordem urbana, não só com suas imponentes casas com frontões triangulares a exibir seus brasões, mas também com a construção de jardins públicos, praças, bibliotecas, teatros e escolas superiores. Essa transformação é uma mostra clara da grande produtividade do café e, hoje, ao caminharmos pelo centro das cidades da região do Circuito das Frutas é possível vermos edificações remanescentes dessa época salpicadas aqui e ali em meio a construções modernas. o cotidiano desses ilustres cafeicultores era dividido entre a fazenda e a cidade onde possuíam suas casas, principalmente para se hospedarem durante os ciclos das festas religiosas.
ThabaTa alves
Arquitetura
Palacete Ferraz da Costa Magnífico edifício construído por volta de 1880 pelo senhor antonio Ferraz Costa, grande benemérito de Itatiba. Totalmente restaurado, é a sede da secretaria de Cultura e Turismo. Parque Ferraz Costa
Igreja do Rosário Construída entre 1825 e 1827, é a mais antiga edificação existente na cidade. embora tenha passado por várias alterações ela não perdeu sua importância, pois é um marco histórico, guardando ainda em seu interior várias referências de uma arquitetura barroca simplificada. em seu altar mor podemos observar o nicho que abrigava a primitiva imagem de Nossa senhora do belém que veio para Itatiba em 1792. Praça Comendador Lourenço Alves (Largo do Rosário) - Centro
Casa Número 1 Feita em taipa de mão, essa técnica é evidenciada pela espessura reduzida das paredes (de 0.20 m a 0.25 m) e pelos esteios perceptíveis em diversos pontos. O lote é fechado por um muro feito de taipa de pilão. Diversos trechos das paredes foram substituídos por alvenaria. É atribuída ao estilo colonial predominante em são Paulo até o terceiro quartel do século XIX. De acordo com parecer técnico, a construção foi feita em 1830, com variação de mais ou menos quinze anos. É a ThIaGO aNDRaDe
segunda edificação residencial urbana mais antiga na cidade. a primeira é o Casarão do Pau Preto. Fonte: Arquivo Pró-Memória de Indaiatuba, Rua Padre Vicente Rizzo – Indaiatuba
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Casa Flávio de Carvalho a residência do mais excêntrico artista plástico brasileiro foi durante os anos 1940, 1950 e 1960, um importante centro de artistas e intelectuais de expressão internacional. Projetada em 1929 em estilo modernista e revolucionário, fica localizada na área da antiga Fazenda Capuava, em valinhos. Dominando a composição, há um volume trapezoidal abrigando um salão de 16,5 m x 7,5 m, sem divisões, para ser a sala de estar e refeitório, e com um mezanino que servia de palco para
Sobrado Amalfi Construção datada de 1908, exemplo típico da função das grandes edificações da época, onde a moradia da família ficava na área superior e o comércio, na inferior. Neste imóvel funcionou por muitos anos a farmácia da cidade. Praça João Pessoa, 155 – Morungaba
apresentações e recitais. em suas palavras: “a concepção da casa é um produto puro da imaginação, tentando criar uma maneira ideal de viver”. Foi tombada em 1982 pelo CONDePhaaT.
FOTOs MaRCIO MasUlINO
Rodovia Flávio de Carvalho – Valinhos
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THIAGO ANDRADE
Arquitetura
Fazenda Nossa Senhora da Conceição Abrindo suas portas para o receptivo turístico, a fazenda abriga ainda a verdadeira arquitetura de 200 anos de tradição no cultivo do café. É possível agendar palestras com temas como escravidão, imigração e café, além de restaurante e muitos outros atrativos. Rodovia Constâncio Cintra, Km 72,5 – Jundiaí
Capela da Chave Construída em 1919 em área localizada entre as fazendas Petena e Santa Cruz da Bela Vista, de propriedade de Pedro Scaranzi e Elizeu Queiroz Telles (descendente do Barão de Jundiaí), a Capela de São Roque da Chave recebeu esse nome por ficar próxima a um entroncamento de trilhos de trem da Sorocabana, onde o padre que vinha de Jundiaí e FOTOS MARCIO MASULINO
rezava missas em ocasiões especiais. São Roque foi
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escolhido como padroeiro do bairro por ser o santo protetor contra a “peste”, termo bastante usado naquela época. Em 2004, a capela foi restaurada e é considerada o primeiro patrimônio histórico restaurado da cidade de Itupeva
Meio ambiente
Lindos
contornos Verde vivo
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Daniel abicair
Circuito das Frutas 69
Meio ambiente
Rodovia Morungaba
As exCelentes rodoviAs que interligAm As CidAdes do CirCuito dAs FrutAs fazem da viagem um verdadeiro passeio por si só, pois, ao sairmos das rodovias principais, entramos em muitas vicinais cujas paisagens lembram a bela toscana ou mesmo a alegre Áustria, com suas curvas e seu relevo montanhoso e com pedras cujas formas lembram coisas e animais. tanto é que essas estradas tornaram-se famosas pelos grupos de mo-
tociclistas que invadem as pistas com suas máquinas possantes. Asfalto bom, curvas agradáveis de se fazer e até túneis de bambuzais perfeitamente moldados sobre trechos da estrada. mas, para conhecermos melhor a região, é necessário adentrarmos seus maravilhosos e conservados recantos, com sua rica natureza de fauna e flora e um dos ares mais puros do mundo, como é o caso da cidade de Jarinu.
Monumento Estadual da Pedra Grande o monumento natural estadual da Pedra grande é uma unidade de conservação e o cartão-postal mais popular de Atibaia. no topo da serra do itapetinga, o maciço rochoso se espalha imponente por uma área de 13.000 hectares que oferece variadas opções para esportes como o voo livre, escaladas, rapel ou simplesmente a meditação diante de uma vista privilegiada. o tombamento em 1983 pelo Condephaat foi uma conquista para a cidade, já que os cidadãos estavam preocupados com a vulnerabilidade da natureza no local. A Pedra grande é, sem dúvida, o ponto mais visitado a serra do itapetinga abriga também o Parque municipal da grota Funda, local para vários estudos ambientais. na região do bairro do itapetinga, à margem da serra, fica o rádioobservatório da cidade.
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FOTOS MARCIO MASULINO
pelos turistas que procuram Atibaia. Além dela,
Meio ambiente
Flamingos
Tucano
Jaguatirica
O Zooparque de Itatiba é o maior zoológico particular do Brasil, com 500 mil m² de área verde inserida em um nicho da Mata Atlântica. São cerca de 1.000 animais de 180 espécies diferentes, entre elas várias ameaçadas de extinção. O Zooparque desenvolve diariamente atividades baseadas nos conceitos de educação, pesquisa e conservação, pilares fundadores dessa instituição. Mantém uma grande biodiversidade de aves, além de mamíferos, repteis e anfíbios. Aqui, encontra-se a maior família de rinocerontes brancos do Brasil, além de elefantes, hipopótamos e girafas que vivem em recintos projetados para reproduzir seu habitat natural. Essa filosofia consiste principalmente em preservar a ecologia da espécie e também proporcionar um conhecimento mais amplo ao visitante, já que os recintos são pequenas amostras dos mais variados ecossistemas mundiais. O Zooparque tem restaurante com comida mineira, duas lanchonetes, parque de diversões infantil e uma butique com os mais variados tipos de recordações. (Fonte: zooparque.com.br)
Rod. D. Pedro I km 95,5 - Itatiba 72 Cidade&Cultura
Arara-azul
FOTOS MARCIO MASULINO
Zooparque – O Mundo dos Animais
Meio ambiente
Reserva do Vuna Com uma área de mais de 300 hectares, situa-se em um remanescente de Mata Atlântica, com impressionante variedade de orquídeas, samambaias, bromélias e espécies de árvores e animais. Pequenas cascatas na serra, lajes de pedra, grutas, lagos e riachos também compõem o cenário, que convida ao contato com a natureza. Saída do km 50, Rodovia Fernão Dias – Atibaia
Parque Ecológico de Indaiatuba O principal parque urbano da cidade foi arquitetado pelo famoso Ruy Ohtake. Sua extensão margeia o Córrego Barnabé. Antigamente, esse local, conhecido como Fundo do Vale, era o limite entre as zonas urbana e rural, com a Fazenda Santa Dulce ou Fazenda do Pau-Preto (em sua sede está o Museu Casarão Cultural Pau Preto). Com o crescimento da cidade, o local tornou-se insalubre devido ao lixo e ao esgoto. Na década de 1980, o Fundo do Vale foi saneado e urbanizado, principalmente com a despoluição parcial do Córrego Barnabé. Atualmente, o Parque conta com bosques, lagos, ciclovia, quadras poliesportivas, pistas oficiais de bicicross e skate, raia para remo, campo para rúgbi e outros equipamentos esportivos e turísticos para o lazer de visitantes e moradores. Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé 74 Cidade&Cultura
Tombada pelo Condephaat em 1993, a Serra do Japi é considerada Reserva da Biosfera pela Unesco, com seus 354 km de extensão e altitude de 1.250 m pertencente a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (RBCV). Boa parte de seu território pertence ao município Jundiaí. Essa pequena cadeia montanhosa representa o encontro entre a Serra do Mar e a Mata Atlântica, no interior do Estado de São Paulo. Além de uma flora abundante e variada, podemos encontrar 29 espécies de anfíbios, 19 de répteis e 31 de mamíferos. Hoje seu acesso é restrito.
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FOTOS MARCIO MASULINO
Serra do Japi
Com 500 mil m², o Parque da Cidade concentra uma enorme variedade de fauna e flora em comunhão com sua represa. Além da exuberante natureza, há locais para lazer e prática de esportes. O Jardim Japonês e o anfiteatro marcam o local e marca de desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente de Jundiaí. Rodovia João Cereser, Km 66 - (11) 4522-0499 - Jundiái
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Parque da Cidade de Jundiaí
Parque Ecológico Pedro Mineiro Aproximadamente a 1 km do centro de Morungaba, entre os morros da Serra das Cabras, o Parque Pedro Mineiro possui vários tesouros naturais com áreas de flora nativa, mananciais, quedas d’água e uma paisagem panorâmica da cidade maravilhosa com vista para o vale do Ribeirão dos Mansos. A área de 11 alqueires preserva a memória do passado rústico da região. R. Pedro Miguel, 960 - Morungaba
Louveira Orquidário dos anjos Estrada da Servidão, 4.931, bairro Monterrey – Tel.: (19) 3878-5297
Sítio Cocais Trilhas O sítio está localizado na Serra dos Cocais a mais de 900 metros de altitude, região importante de preservação do meio ambiente. O Turismo Ecológico se refere ao turismo especializado na natureza, com a realização de trilhas e caminhadas monitoradas por áreas naturais. Sua prioridade é promover o respeito ao meio ambiente, a importância de se preservar áreas nativas, e a correta utilização dos recursos naturais pelos visitantes. O Sítio Cocais Trilhas está preparado com toda a infraestrutura para atender a todas as necessidades dos turistas que visitam o local. Rua 5 – Bairro Alpinas, s/n – Valinhos
Circuito das Frutas 75
Graças aos rios e à sua farta fonte de alimentação é que a maioria dos povoados se instalou. As águas sempre foram sinônimo de fartura e esperança, tanto para a pesca como para a lavoura. Essas artérias formam até hoje o principal recurso de subsistência para todos os seres vivos. Constatamos a forte conscientização da população de todas as cidades do Circuito das Frutas em termos da conservação e do reflorestamento de matas ciliares. Hoje, sabem da importância de preservar os recursos hídricos para todos os aspectos da vida. Nessa região existem vários córregos que abastecem os principais rios, a saber: Rio Atibaia – Nasce da junção dos rios Atibainha e Cachoeira, nas cidades de Bom Jesus dos Perdões e Atibaia, respectivamente. Em alguns trechos, o rio Atibaia chega a ter 20 metros de profundidade e 11 metros de largura. Une-se ao Jaguari para formar o rio Piracicaba.
Rio Atibaia
Rio Jaguari
Rio Jaguari – Em tupi, significa “rio das onças”. Sua nascente se localiza no Estado de Minas Gerais e, ao adentrar o Estado de São Paulo, recebe as águas do rio Camanducaia. O Jaguari corta a cidade de Morungaba. Rio Capivari – Na divisa das cidades de Itatiba e Jundiaí, nasce o rio Capivari que passa pelas cidades de Louveira, Vinhedo e Valinhos até desaguar no Tietê.
Rio Jundiaí
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Rio Jundiaí – Sua nascente se situa na Serra da Pedra Vermelha, em Mairiporã. São 123 km de extensão, através das cidades de Jundiaí, Atibaia, Itupeva e Indaiatuba, até chegar ao Tietê.
DIVULGAÇÃO
Hidrografia
FOTOS MARCIO MASULINO
Meio ambiente
Meio ambiente
Podemos encontrar alguns mamíferos de médio porte, aves, serpentes e anfíbios nas localidades periféricas dos centros urbanos do Circuito das Frutas. Furtivos, mas sempre presentes pelos sons emitidos, fazem parte do cotidiano das famílias que vivem em sítios, chácaras e fazendas. Entre os felinos estão a onça-parda, a jaguatirica e o gato-mourisco, e entre as aves podemos encontrar tucanos, saíras, garças, canários-da-terra, trinca-ferros. Os primatas se dividem entre o macaco bugio, o sauá e o sagui-da-serra-escuro. Répteis: rã-grande-das-corredeiras, sapo-de-chifre, camaleão e lagarto teiú. Serpentes: jararaca, cascavel, coral-verdadeira, coral-falsa e as não venenosas jiboia, caninana e cobra-cipó.
Sagui-da-serra-escuro, Teiú, Talurania e Jaguatirica
FOTOS dANIeL AbICAIR
Fauna
Flora
Flores do campo, paineira, flores da estrada e cacto Palma 78 Cidade&Cultura
FOTOS MARCIO MASULINO
jULIO MASULINO
De todas as belezas naturais, as flores são as que mais se destacam por sua beleza delicada e deslumbrante. E, nessa região, elas fazem parte do dia a dia de todos, nos encantando com formas e cores que vão além do que podemos imaginar. Como ainda há muitos trechos preservados remanescentes da Mata Atlântica, podemos observar várias árvores como o ipê e a paina, margeando estradas de terra e ruas da cidade. Outra espécie que chama atenção é o cacto-palma, de origem mexicana.
Turismo
Aproximação
campo
do urbano com o
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“Todos os locais citados nesta edição têm horários e dias diferentes para o atendimento ao público. Favor consultar antes no site ou telefone publicados.”
FOTOs MarciO MasulinO
Atividade de conservação de hábitos
TeCniCamenTe, a expressão “Turismo rural” surgiu na europa e nos esTados unidos em meados do século xx, para designar uma atividade econômica do ramo turístico. na américa do sul, o Brasil, a argentina e o uruguai adotaram essa metodologia a partir da década de 1980. o Turismo rural é uma proposta que visa fomentar as práticas rurais e ao mesmo tempo preservar suas características de forma a atrair pessoas que vivem no meio urbano para conhecer e vivenciar a vida no campo. no Circuito das Frutas podemos conhecer os mais variados produtos e locais, com suas tradições e costumes. a vida rural de cada região é diversificada devido à influência de várias culturas que conseguiram manter seus valores imateriais, tornando-os verdadeiros patrimônios culturais.
ThabaTa alves
Plantações de Crisântemos - Atibaia e colocação de ferradura - jarinu
Circuito das Frutas 83
Adegas
Adega Beraldo di Cale Foi batizada com esse nome em homenagem ao avô Beraldo, nascido em Cittaducale na
As primeiras videiras da espécie Vitisvinifera aportaram no Brasil com a esquadra de Martim Afonso de Souza, na Capitania de São Vicente. Porém, com solo e clima impróprios para seu cultivo, a tentativa de fabricação de vinho falhou. Já no planalto e ainda num clima pouco propício às videiras européias os jesuítas conseguiram colher os primeiros frutos no Brasil tendo como objetivo atender a demanda pelo vinho utilizado nas missas. Em 1640, insistentes na produção de vinho, alguns fazendeiros paulistas tentaram e obtiveram sucesso. O caso foi relatado na 1ª Ata da Câmara de São Paulo. Em sua condição de Colônia, o Brasil era subordinado à Coroa Portuguesa e essa, mais uma vez, coíbe a intenção de manufaturas de grande porte e proíbe a produção de vinhos no país. Esta só é liberada com a chegada da família real em 1808, e o vinho passa a frequentar as mesas mais importantes e as festas de cunho religioso. Dom Pedro II leva o vinho nacional à Europa para apresentá-lo e com isso consegue despertar interesse pelo produto nacional. No ano seguinte, o Brasil faz sua primeira exportação. Quando os imi84 Cidade&Cultura
Itália e que, em 1905, veio com os pais para o Brasil trazendo na bagagemo gosto pelo vinho e pelo cultivo das vinhas. Estrada de Jarinu, km 12 – Bairro Caxambu – Jundiaí. www.beraldodicale.com.br
grantes italianos chegaram, suas técnicas de colheita e fermentação trouxeram um grande aprimoramento ao cultivo das uvas. Com isso, nossos vinhos ganharam em qualidade e competitividade no mercado internacional. Ao visitarmos a região do Circuito das Frutas, podemos observar a abundância das plantações de videiras, cujas formas e cores criam uma linda e atraente paisagem. Também há de se notar quanto o cultivo da uva está presente em todas as localidades do Circuito. São gerações e gerações de vitivinicultores que fizeram dessa fruta a origem de seu sustento e de suas vitórias em um país que, no início, não tratou adequadamente essa mão de obra que se revelou um dos pilares do desenvolvimento do Brasil de hoje.
JULIO MASULINO
Turismo
Adega Lourençon A história da vinícola começa com o tataravô Jordão Lourençon, no ano de 1883, quando ele e outras famílias chegaram da Itália e, juntos, foram trabalhar em uma fazenda de café (Fazenda Sete Quedas), localizada em Campinas. Trabalharam e economizaram por dez anos até conseguirem comprar uma fazenda onde hoje se localiza o bairro Traviu. Plantaram nessa propriedade as primeiras videiras, além de outras culturas para seu consumo. Com o passar do tempo, as videiras se tornaram o principal cultivo, e dela também produziam o vinho que não podia faltar em suas mesas. Hoje já estão na quinta geração de vinicultores, mas, para conseguirem manter a propriedade, tiveram de aumentar o leque de produtos e atividades, fabricando – além de vinhos –, sucos e geleias e abrindo as portas ao turismo rural. Rodovia Akzo Nobel, 3420 (11) 4492-6657 – Itupeva
Nardini Vinhos Em 1891, o italiano Giacomo Nardini chegou a Atibaia onde, desde então, ele e a família FOTOS MARCIO MASULINO
fabricam os vinhos Nardini. Seu filho Adolfo, nascido em 1925, nos conta que desde tenra idade já segurava nas mãos cachos de uva, tendo crescido no meio da plantação. Av. Amador Peçanha Franco, 635 (11) 4412 4207 – Atibaia Circuito das Frutas 85
FOTOS MARCIO MASULINO
Turismo
Adega Quatro Marias O avô paterno, Lourenço Naville, veio de Rovigo em 1885, instalando-se em Jundiaí, enquanto o avô materno, Vendemiale Parise, veio de Verona em 1888 e se instalou na região de Jarinu, no bairro da Moenda. Desde então, começaram a plantar uvas e produzir vinho e não pararam mais. Tanto é assim que a “Quatro Marias” é uma das adegas mais tradicionais da região do Circuito das Frutas. Estrada Benevenutto Parise, km 2,8 – Jarinú
JULIO MASULINO
www.adegaquatromarias.com.br
Adega Tio Mário Mário Scabello é trabalhador rural desde seus 11 anos de idade. Construiu a adega junto com a família, além de plantar figos e goiabas brancas. Aqui você aprende o processo da produção à colheita das frutas. O vinagre, a grapa, os doces, o mel e o própolis são outros atrativos imperdíveis. Estrada Luiz de Queiroz Guimarães, km 7,5 – Valinhos. www.adegatiomario.com.br 86 Cidade&Cultura
Adega Ferragut A família espanhola da região de Mallorca chegou ao Brasil e começou a trabalhar no cultivo de frutas. Depois enveredou pelos caminhos da uva e passou a fabricar artesanalmente vinhos premiados. Av. Rosa Zanetti Ferragut, 499 (19) 3876-3108 – Vinhedo
MARCIO MASULINO
Turismo
+ Adegas • Adega Oliveira – R. Luiz Pontebasso, 397 – (11) 4535-1716 – Jundiaí • Adega Leoni – Rodovia Engenheiro Constâncio Cintra, km 68,5 – (11) 4584-7848 - Jundiaí • Adega Martins – R. Mário Gobbo, 1801 – (11) 4584 -3250 – Jundiaí • Adega Vendramin – Av. Comendador Antônio Borin, 5189 - (11) 4584-441 – Jundiaí • Adega Sibinel – Av. Humberto Cereser, 3500
Vinhos Micheletto
– (11) 4584-1150 – Jundiaí • Adega Negrini – Av. José Mezzalira, 216 –
de origem italiana, os atuais proprietários do Sítio
(11) 4584-5564 – Jundiaí
Santa Rita tem como missão a preservação da tradição
• Adega Marquesin – Av. José Mezzalira, 588 –
de seus antepassados ao mesmo tempo em que se
(11) 4584-2695 – Jundiaí
atentam ao emprego de novas tecnologias de produção
• Adega Português – Av. José Mezzalira, 4465
visando a obtenção de produtos diferenciados e
(11) 4584-0811 – Jundiaí
agradáveis aos mais diferentes paladares. Além dos
• Adega Mazziero – Av. Maria Negrini Negro,
tradicionais vinhos de mesa e sucos integrais, a vinícola
(11) 4584-1810 – Jundiaí
produz o premiado Vinho Syrah SP, entre outros vinhos
• Adega Juca Galvão – R. Antônio Spiandorello,
finos oriundos de uvas produzidas no Sítio Santa Rita
215 – (11) 4584-4782 – Jundiaí
no período de outono/inverno. Você poderá degustar os
• Adega Mingotti – Av. João Batista Spi-
produtos elaborados no local e ainda visitar a produção
andorello, 2585 – (11) 4584-2506 – Jundiaí
da uva, do vinho, aviários ornamentais, orquidário,
• Adega Fontebasso – Av. Humberto Cereser,
cavalos e uma loja com produtos artesanais do Circuito
7405 – (11) 4584-3789 – Jundiaí
das Frutas.
• Adega Santa Bruna – Estrada Municipal
Estrada Teresa Biseto Cestarolli, s/n – Louveira.
Xisto Bernucci, s/n° - (11) 4017-3377 – Jarinu
www.vinhosmicheletto.com.br 88 Cidade&Cultura
Alambiques
Alambique Ferrara Continuando com a tradição do cultivo da cana-de-açúcar e seus derivados, aqui você encontra o Alambique Ferrara com
Com a alta do cultivo da cana-de-açúcar e seus derivados, surge a bebida tipicamente brasileira: a cachaça. Os primeiros a tomarem a cachaça foram os escravos que aproveitavam o caldo “desandado” que saía da cana durante o fabrico da rapadura. Como esse caldo não adoçava bem, seu fim era o descarte. Alguns escravos o bebiam e depois trabalhavam mais alegres e entusiasmados. Percebendo isso, os senhores de engenho incentivaram a produção dessa bebida estimulante. Os membros da Corte, porém, temiam a cachaça, pois percebiam que os cativos ficavam mais ousados após tomarem a bebida. Então, proibiram tal prática. Como sempre havia os mais curiosos ou audaciosos, a cachaça não só continuou sendo feita como foi levada a sério e aperfeiçoada por sucessivas experiências até se tornar uma bebida de qualidade e aceita por todos. O termo “cachaça” vem de cachaço, o local onde os porcos eram criados. Para amolecer a carne do porco, 90 Cidade&Cultura
sua nobre bebida e também uma gama de licores, doces, compotas e geleias de tirar o fôlego, além de queijos e salames. Estrada Municipal Ernesta Beazin Ferrara, s/n – (11) 4016-4130 – Jarinu
usavam esse líquido. Depois da liberação de seu consumo pela Corte, esta passou a taxá-la e foi o dinheiro dessa taxação que ajudou na reconstrução de Lisboa após o terremoto de 1755. A cachaça se transformou em uma bebida de qualidade que caiu no gosto de todas as classes sociais, graças aos experientes proprietários de alambiques que a fabricam com esmero e responsabilidade. No Circuito das Frutas, podemos encontrar alambiques que são verdadeiras aulas de história do Brasil pela perspectiva da tradição vocacional dessa bebida.
FOTOS MARCIO MASULINO
Turismo
Alambique Zanoni Fundado por Guilherme Zanoni em 1940, aqui são produzidas cachaças de três a doze anos de envelhecimento. A tradição é tanta que hoje já estão na terceira geração da família. Rua Juvenal Alvim, 58 (11) 4016 4255/4016 4511 – Jarinu
Alambique JP Tudo começou com Luiz Petena, dono das terras onde hoje está o alambique. No início do século XX, Cirineu Tonoli comprou a fazenda e plantou 80 mil pés de café. Infelizmente, a crise de 1929 abalou suas esperanças. Resolveu então cultivar cana-deaçúcar e até hoje esse é um dos alambiques mais procurados da região pela qualidade de seus produtos. Rod. Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, km 75,5 (11) 4593-1083 - Itupeva
Delícias da Cana – Cachaçaria Franciscon O alambique Franciscon, localizado no bairro do Morro Azul, com quase meio século de tradição, pode ser visitado pelos apreciadores de cachaça. A cana-de-açúcar utilizada para a fabricação da cachaça é produzida na própria região, não utilizando a queima da palha em seu processo de corte. A cachaça Franciscon, assim como licores, vinhos, doces e sucos são vendidos no quiosque Delícias da Cana, de propriedade da família. Estrada do Clube de Campo Fazenda, Chácara 25 (11) 4538-7710 - Itatiba Circuito das Frutas 91
FOTOS MARCIO MASULINO
Turismo
Alambique Andretta Charme e sabor não só da cachaça, mas também dos licores, fazem desse lugar um atrativo a mais da cidade. Estrada da Capela, 1862 – (19) 99603-1728 – Vinhedo
Sal da Toca
Empório da Cana Brasil encontramos vários produtos feitos a partir da cana-de-
Alambique Flaibam
açúcar, entre eles geleias, licor e melaço. No local tam-
em um ambiente extremamente agradável, você
bém encontramos o “sal da Toca”, famoso tempero com
ficará cheio de disposição para experimentar boas
ingredientes secretos que, desde 1965, faz sucesso
cachaças e jogar conversa fora com os amigos.
entre os fãs de um delicioso churrasco.
Rod. Romildo Prado, km 12
Rua Araújo Campos, 524
(11) 4594-1221 – Itatiba
(11) 4014-6652 – Morungaba 92 Cidade&Cultura
Turismo Kremer Se você quer aprender todos os processos da fabricação de uma cerveja de qualidade, então aqui é o local. Com vídeos, conhecimento da matéria-prima e degustação dos produtos Kremer, o visitante terá momentos inesquecíveis. É só agendar.
Malte
Cervejarias Sendo talvez a primeira bebida alcoólica de que se tem notícia, sumérios, egípcios, mesopotâmios e ibéricos já consumiam cerveja em 6.000 a.C. Depois da água e do chá, o mundo inteiro tem como preferência a cerveja. Obviamente, no Brasil, país de clima tropical, é expressiva a produção industrial dessa bebida, porém, ainda é possível encontrar cervejeiros artesanais no Circuito das Frutas, como é o caso das cervejarias Freising Bier (Itatiba), Rofer (Itupeva), Quatro Marias (Jarinu), Karavelle (Indaiatuba) e Kremer (Morungaba). 94 Cidade&Cultura
Kremer - Estrada Municipal Lúcio Roque Flaibam, Km 0,8 - Morungaba www.choppkremer.com.br
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Freising Bier - Rua Ângela Fatori Delforno, 270 Itatiba - www.freisingbier.com.br, Quatro Marias - Av. Estrada Benvenuto Parise Km 2,8 Jarinu - www.adegaquatromarias.com.br, Karavelle - R. Augusto Tonin, 386 - Indaiatuba e Rofer - Via Estevão Poli, 1250 - Itupeva www.rofercervejaria.com.br Circuito das Frutas 95
Turismo
Fazendas e Sítios Após a quebra da Bolsa dos Estados Unidos, em 1929, muitos cafeicultores faliram e venderam suas terras aos imigrantes. À custa de intensa labuta, muitos tinham conseguido economizar para ter a tão sonhada terra própria. Nas áreas que adquiriram, passaram a desenvolver culturas naturais e assim surgiu uma nova realidade no interior paulista. Nas cidades que compõem o Circuito das Frutas, podemos conhecer e nos entreter com os costumes europeus preservados e, de sobra, saborear muitos alimentos e bebidas ali produ96 Cidade&Cultura
Fazenda Paraíso Esta fazenda típica, ativa desde 1860, é um exemplar perfeito da vida rural que ainda conserva os hábitos de uma época histórica do Brasil. As cachaças D. Pedrito e Maracanã existem desde 1910. Rodovia Fernão Dias, km 52 – Atibaia. www.fazendaparaiso.com.br
zidos artesanalmente. Muitos deles também oferecem passeios típicos, convívio com animais e infraestrutura para a prática de esportes.
FOTOS MARCIO MASULINO
Fazenda das Oliveiras Inicialmente batizada como “Emídio Elias de Godoi”, foi uma grande produtora de café em 1850 e fez parte de um dos centros econômicos mais importantes do Brasil. Contemplada com muito verde e cercada por belezas naturais, sua área cobre 6 alqueires, com dois lagos, animais silvestres – entre araras, tucanos e pássaros das mais variadas espécies, além de esquilos, cavalos, pavões, coelhos, faisões, galinhas d’angola – que se misturam com a deslumbrante flora local. Além das belezas naturais da fazenda, há uma infraestrutura completa para eventos e receptivo a turistas. Fonte: www.fazendadasoliveiras.com.br.
Rodovia Bragança Paulista / Itatiba – KM 28, Rua das Quaresmeiras, 15 – Terras de São Sebastião – Itatiba
Sítio Sassafraz Aberto todos os dias aos visitantes. Aos finais de semana serve um excelente café da manhã. Via Paulo Leone, 1.400 – Itupeva. www.sitiosassafraz.com.br Circuito das Frutas 97
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Turismo
Sítio Frediani De família italiana, há atrações muito interessantes como a capela de Nossa Senhora das Graças e o Museu de Antiguidades, além do contato com os animais típicos de sítios. Estrada Engenheiro Agrônomo Aurélio José Frediani (19) 99774-4209 – Vinhedo
Florada da seriguela Valinhos
Sítio Kusakariba Fundado em 1958, tem desde 1960 a goiaba como sua principal cultura, sendo pioneiro em seu cultivo em grande escala na região. Numa área de 6,2 hectares, é realizada também a produção de seriguela. Além de conhecer o processo de cultivo de cada fruta, o visitante tem a opção de provar o “café na roça”, com pães e doces produzidos no próprio sítio. Poderá também levar para casa doces e compotas produzidos ali artesanalmente. (Fonte: www.sitiokusakariba.com.br)
Estrada Luiz de Queiroz Guimarães, km 2,7 (19) 3881-2351– Valinhos
Fazenda Pereiras Fundada por volta de 1840, vivenciou o áureo ciclo do café. Produziu uva, eucalipto, criação de gado de corte
+ Fazenda
e leiteiro. Pertence à mesma famílias há 6 gerações.
Sítio São José
Atualmente produz verduras e legumes orgânicos e
Fundado pela família Abacherly, de origem suíça,
realiza turismo rural e cultural através de apresentações
oferece muitas atrações e um restaurante com
musicais que acontecem na capela da fazenda.
comidas típicas e trilhas na mata. Estrada do
Rod. Eng. Constancio Cintra, Km 96,5 - Itatiba.
Fogueteiro – (19) 3885-5355/3801-4908 – Indaiatuba
www.fazendapereiras.wordpress.com 100 Cidade&Cultura
FOTOS MARCIO MASULINO
Turismo
Japiapé Fazenda tradicional, em atividade desde 1953, no ramo de reflorestamento de eucalipto. Há quinze anos concilia suas atividades agrícolas com o turismo rural e ecológico. Restaurante, educação ambiental, esportes radicais e muito mais. (Fonte: www.japiape.com.br)
Estrada Francisco Misse, 6.000 – Jundiaí
Fazenda Montanhas do Japi Está instalada em uma antiga construção do século XVIII e sua história está vinculada à vinda de italianos para a região, no final do século passado. O comerciante Hermes Traldi mudou-se de São Paulo para Jundiaí, estabelecendo, em 1915, o que seria uma das maiores fábricas de vinho do Brasil. A partir de 1936, adquiriu e unificou 18 sítios, denominando a propriedade de Fazenda São João das Montanhas, onde, além do café, iniciou o plantio de videiras para o abastecimento de sua fábrica de vinho. Essa área era chamada Sítio dos Buenos, originalmente posse dos descendentes de uma família de bandeirantes (antes havia lavouras de milho, café, cana e áreas de pasto que depois foram substituídos em parte por uva e espécies de mata nativas). Nos anos 1970, com o fechamento da fábrica de vinho da família, a uva e o café foram erradicados e hoje a área é coberta por mata nativa de eucaliptos usados para a produção de pasta de celulose e lenha. Conta ainda com pequenas áreas de pastagem, horta, pomar e produção de peixe, ordenha, criação de animais, hospedagem, restaurante, trilhas e lago.
Fazenda Nossa Senhora da Conceição Em uma área de 30 mil m² repleta de atividades, o visitante tem a vivência em várias atrações como lagos, artesanato, a tradição do café orgânico, vinho, além da experiência no convívio de um local preservado de 200 anos. O charme é tão grande que no onde há o Restaurante Dona Maria Helena era a antiga tulha da fazenda. Vale conferir e se divertir. Rodovia Constâncio Cintra, km 72,5 – Jundiaí. www.fnsc.com.br 98 Cidade&Cultura
(Fonte: www.montanhasdojapi.com.br)
Av. Luiz Gobbo, 5.650 – Jundiaí
As frutas
Joias natureza da
Prazer para o paladar
102 Cidade&Cultura
O EstadO dE sãO PaulO, nO iníCiO dO séCulO XX, era praticamente coberto por plantações de café destinado à exportação, principalmente para os Estados unidos. Com a queda da bolsa de nova York em 1929, o Brasil e boa parte da Europa sofreram consequências inimagináveis, e a venda do ouro verde caiu vertiginosamente, deixando os cafeicultores com um estoque enorme apodrecendo; muitos se viram em situação falimentar. O governo brasileiro tentou segurar o preço da saca do café, comprando dos produtores enormes quantidades e queimando-as, mas o estrago foi grande e não havia mais como recuperar os danos. Porém, o investimento na importação da mão de obra europeia valeu cada centavo, pois os imigrantes haviam trazido na bagagem o conhecimento de técnicas agrícolas imprescindíveis para reverter esse quadro. Foram eles que conseguiram transformar as lavouras, produzindo frutas que até então por aqui só eram plantadas para consumo próprio.
Morango nativo da Europa, começou a ser cultivado no século Xiii e se tornou popular no século XViii com o desenvolvimento de novas espécies a partir do cruzamento do morango do Chile e do Fragaria virginiana dos Estados unidos com o da região de Brest, na França. no Brasil, foi trazido por imigrantes italianos na década de 1930 e desenvolvido pelos imigrantes japoneses.
Figo Como a espécie mais antiga conhecida pelo homem, a figueira tem seu destaque na história da humanidade. O figo talvez seja a fruta consumida há mais tempo, pois há registros pré-históricos a respeito na Grécia e na Ásia Menor. E, mesmo nessa época, já era disseminada entre os povos do deserto, o Egito e a de paz e harmonia, é muita citada em passagens bíblicas, talvez como expectadora da evolução da civilização humana. Chegou à Península ibérica por meio da invasão árabe e posteriormente ao Brasil, no século XVi, onde passou a ser amplamente cultivada.
FOTOS MarciO MaSulinO
Morango e Plantação de Figo
Circuito das Frutas 103
ShuTTerSTOck
itália. Considerada um símbolo
shutterstocK
As frutas
Uva
e econômicas para algumas civilizações ocidentais.
Como toda fruta, a uva é de uma plasticidade
O produto fermentado era o vinho, que os romanos
inconteste. Talvez mais antiga do que os hominídeos,
souberam muito bem aproveitar como nicho comercial.
a uva passou a ser cultivada após o fim do ciclo do
Era tão apreciado por todos que chegou a ter conotação
nomadismo humano. Em 600 a.C. o homem aprendeu
espiritual, sendo regido por Osíris, Baco e Dioniso
a podar a videira. Com um lento aprimoramento das
(respectivamente os deuses egípcio, grego e romano
técnicas de cultivo, essa fruta só começou a ser
do vinho). Também há registros no Antigo Testamento
comercializada depois da era das navegações pelo
da existência de videiras na época de Noé e, no
Mediterrâneo. De origem asiática, foi introduzida na
catolicismo, até os dias atuais, é consagrado como o
Grécia e depois na Península Itálica. Difícil de ser
sangue de Cristo. A videira chegou ao Brasil já com os
transportada e por conter altos índices de açúcar, sua
primeiros colonizadores portugueses, mas foi apenas no
fermentação era rápida. Não obstante, transformou-se
século XX, com os imigrantes, principalmente italianos e
em um produto gerador de grandes modificações sociais
alemães, que sua produção tomou vulto.
Goiaba Brasileirinha por natureza, a goiabeira sempre foi amplamente consumida pelos povos indígenas. Quando os primeiros europeus a conheceram, pensaram que estavam no paraíso devido ao seu shutterstocK
aroma.
Goiaba roxa Valinhos
104 Cidade&Cultura
thabata alves
Plantação de pêssegos - Jarinu
Pêssego Marcio Masulino
Predileto entre reis e rainhas, o pêssego era uma fruta de valor altíssimo nas cortes europeias. Mas sua história vem de mais longe. Originário da China, o pêssego é cultivado há pelo menos 4.000 anos e ficou conhecido pelo mundo ocidental por meio da Pérsia. Um fato interessante é que essa
Caqui De origem asiática, o caqui foi levado da China para a Índia e depois para o Japão, de onde se espalhou para o mundo. Na Grécia era chamado diospyros, que significa “alimento dos deuses”. Foi introduzido no Brasil no final do século XIX, em São Paulo,
fruta serviu de modelo a Auguste Renoir para poder pintar os seios femininos. No Brasil, o pessegueiro chegou por volta de 1530 na Capitania de São Vicente com mudas vindas da Ilha da Madeira, mas foi preciso aguardar a década de 1970 para alcançar status comercial.
e tornou-se popular a partir de 1920 com os imigrantes japoneses que conheciam muito bem as técnicas de cultivo. A planta se adaptou bem ao nosso solo e clima,
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tornando-se uma rentável atividade.
Circuito das Frutas 105
Festas
Força do
campo
Belezas cultivadas FOTOS ShuTTerSTOck
ConheCidas e reConheCidas mundialmente, as frutas brasileiras povoam o imaginário europeu desde o século XVi. Pero Vaz de Caminha, por exemplo, já exaltava na carta escrita em 1500 as excelentes “frutas que as árvores davam”, completando ainda que os índios, ao se alimentarem dessas frutas, apresentavam-se mais saudáveis que os portugueses. Posteriormente, todos os viajantes, pintores e escritores estrangeiros que por aqui passaram exaltaram a terra, a natureza e as frutas nativas do brasil como exemplos do “paraíso” aqui encontrado, 108 Cidade&Cultura
dedicando-lhe muitas laudas de louvor. de fato, e por ser um país tropical, o brasil é privilegiado nesse aspecto, pois contamos com muita luz, boa terra e clima apropriado para o bom desenvolvimento de inúmeras espécies frutíferas, inclusive as de origem estrangeira como a uva, o caqui, figo, morango e pêssego que se adaptaram muito bem na nossa região que hoje integra o Circuito das frutas. antiga área onde prosperou a cultura do café, a região que hoje congrega as cidades do Circuito das frutas iniciou o plantio seletivo de frutas já no final do século XiX, ocasião em que alguns imigrantes europeus (italianos, principalmente) trouxeram para o brasil e cultivaram algumas variedades de uvas. em 1894, benedito marengo, grande pioneiro da viticultura nacional, importara dos estados unidos vasta quantidade de material vitícola, de onde veio também a niágara (branca), originária do estado do alabama. Com o declínio da lavoura cafeeira no início do século XX, os imigrantes italianos encontraram na uva uma alternativa de cultivo com o qual tinham grande afinidade. nos primeiros anos do século XX, predominava na região o cultivo da variedade americana isabel, seguindo-se o cultivo da seibel-2 (também conhecida como Curbina) e outras variedades, como barbera, Concord, Jacques, Golden Queen, Catawba, entre outras. Julio seabra inglez de sousa, grande pesquisador do tema, escreveu que “em 1933, apareceu em louveira, na vinha de antônio Carbonari, uma cepa de niágara branca, ostentando em alguns pâmpanos maravilhosos cachos de bagas vermelhas, descobertas pelo viticultor aurélio franzini, patrono de tradicional família hoje residente no bairro da abadia, em louveira. nascia assim a mutação somática niágara rosada, que se tornaria a uva de mesa mais cultivada no estado”. na época, o bairro do traviú, onde ocorreu tal fato, estava ligado a louveira e ambos pertenciam ao município de Jundiaí. rapidamente a niágara rosada conquistou o mercado paulista e carioca com grande sucesso. nas décadas seguintes, o cultivo da variedade se difundiu em diver-
A uva e a saúde a uva tem propriedades antioxidantes, previne doenças cardiovasculares, câncer de mama e catarata, tem efeito antiplaquetário, combate o colesterol ruim, ajuda no controle da pressão arterial, e também possui vitaminas C e K, e potássio.
sos bairros louveirenses como abadia, luiz Gonzaga, monterrey, Capivari e santo antônio, além dos demais municípios da região. “fato verídico, mas pouco divulgado, é que no mesmo ano de 1933, na propriedade da família Gumiero, também em louveira, ocorreu outra mutação da niágara branca que também deu origem a cachos de niágara rosada.” (fonte: daniel fernando miqueletto). Com a consolidação da uva niágara rosada na região, o setor evoluiu e elevou as cidades do Circuito das frutas a um novo patamar; porém, com a crescente industrialização da região e o êxodo rural, instalou-se uma relativa estagnação por um período. atualmente, o que se vê é o inverso desse panorama: o pequeno agricultor conquistou seu espaço com a melhora de seus recursos mediante acesso ao crédito, a novas tecnologias, a outras variedades de uva, o resgate da vinicultura e a abertura ao turismo através do cultivo de outras variedades e diversas outras frutas que vieram para agregar um interesse cada vez maior ao Circuito das frutas paulista. (Fonte: Instituto de Economia Agrícola)
Circuito das frutas 109
Festas
E, como disse Julio Seabra Inglez de Souza: “Podemos eleger o ano de 1933 como o marco de ouro da viticultura jundiaiense”, é que hoje temos as festas que celebram esse grande tesouro nacional. A primeira festa do Circuito das Frutas foi realizada em Jundiaí em 1934, por iniciativa de Antenor Soares Gandra. A partir daí, as festividades foram se consolidando junto ao público e atualmente, em cada festa, seja qual for a fruta comemorada, o que vemos é uma enorme quantidade delas, produzidas e comercializadas. São toneladas e mais toneladas que atraem pessoas do Brasil inteiro. De janeiro a dezembro, o calendário está repleto delas.
atibaia – flores e morango indaiatuba – uva e acerola itatiba – caqui itupeva – uva epêssego Jarinu – pêssego, uva e morango Jundiaí – uva, pêssego e caqui louveira – uva, caqui, figo, goiaba, pêssego e morango
Acervo PrefeiturA MuniciPAl de JundiAí
Produção
1a Festa da uva de Jundiaí - Desfile pelas ruas centrais e Família Steck tradição no cultivo da uva
Calendário das Festas
Morungaba – figo, goiaba e maracujá
Janeiro:
Valinhos – figo e goiaba
Jundiaí – Festa da Uva, Expo Vinhos
Vinhedo – uva
e Festa da Uva do Bairro Caxambu Valinhos – Festa do Figo e Expogoiaba FeVereiro: Vinhedo – Festa da Uva e do Vinho abril: itatiba – Festa do Caqui e Cia. Maio: indaiatuba – Festa das Frutas e Hortaliças louveira – Festa da Uva e Expo Caqui Junho: atibaia – Festa do Morango Jarinu – Festa do Morango
shutterstock
Julho: atibaia – Festa do Morango Jarinu – Festa do Morango SeteMbro:
Todas as festas contam com concursos, shows, degustações, premiações, homenagens, oficinas e muito mais. Há também o encontro dos produtores, com suas histórias e conquistas, mostrando nos resultados de seu trabalho toda a glória e beleza de seus produtos a um público exigente e em busca de qualidade.
110 Cidade&Cultura
atibaia – Festa das Flores e dos Morangos outubro: Jarinu – Festa do Pêssego DezeMbro: itupeva – Expo Uva Fonte: livro “Circuito turístico das Frutas” Sebrae SP
Gastronomia
DelĂcias para
112 Cidade&Cultura
explorar
Delicadeza e sabor
“todos os locais citados nesta edição têm horários e dias diferentes para o atendimento ao público. Favor consultar antes no site ou telefone publicados.”
Restaurante Amadeu Quando a família Furlan chegou à indaiatuba, trouxe consigo uma tradição italiana. pedro virillo, que deu nome à rua do restaurante, inaugurou esta pequena história particular, da qual faz parte o sr. amadeu. Ele foi o primeiro proprietário deste sítio, comprado em 1945 e inspirou sua família neste empreendimento, que resgata e renova suas tradições em cada prato de seu peculiar cardápio, cheio de boas lembranças e inovações. pratos clássicos da Cozinha internacional, com um toque de autoria do Chef igor Furlan. os pratos combinam a nobreza de carnes como pato, cordeiro, bacalhau e frutos do mar às especiarias selecionadas para proporcionar um toque de criatividade e muito sabor. (Fonte: www.amadeurestaurante.com.br)
DIVULGAÇÃO
Rua Pedro Virillo, 467 - Indaiatuba
Por Chef Sérgio Zocchio
Restaurante Amadeu - Lombo de Pirarucu ao molho de açaí, camarão, vatapá e farofa de coco ao dendê
Estradas Charmosas, rodEadas dE plantaçõEs dE Frutas, suavEs Colinas, rEstaurantEs situados em prédios históricos e alguns no meio rural. não estamos falando das paisagens da toscana, na itália, mas do Circuito das Frutas paulista que, com sua beleza, é semelhante a essa região italiana. dirigindo por suas estradas, passamos por vinhedos, plantações de figos, morangos, pêssegos, goiabas e muitas outras frutas. a topografia de colinas, aliada à diversidade de produtos agrícolas, sugere a denominação de toscana paulista. Esta não é oficial, mas foi sugerida durante uma visita com colegas da área de turismo rural: “parece a toscana!”. Em minha opinião, como chef, o que temos a fazer é uma viagem no estilo road trip. não por acaso essa região é um dos locais mais utilizados por motociclistas para passeios em grupo, sempre terminando com um agradável almoço em alguma cidade do Circuito. podem-se explorar as plantações do tipo “colha no pé”, visitar restaurantes rurais situados em lindas propriedades oferecendo pratos da culinária paulista, mineira e italiana – esta região é uma das maiores colônias italianas do Brasil – e, para terminar com chave de ouro, conhecer e experimentar a enorme variedade de doces e compotas feitas artesanalmente com frutas colhidas diretamente do pé para a talha, além de se fartar com os inesquecíveis sabores do campo. Circuito das Frutas 113
Gastronomia Vinhedo prazer em conhecer tomate, alcaparras, calabresa, champignon, manteiga, manjericão, talharine e uma mistura de vinhos máximo e bordô da região
Cantina Azzolin Desde 1982, a família Azzolin pratica a gastronomia italiana servindo suas massas de receitas centenárias. Nhoque, talharine e lasanha estão entre as delícias que podemos experimentar aqui. Rua Santa Cruz, 1363 – (19) 3886-1422 – Vinhedo
AZ Restaurante Cuidado especial nos pequenos detalhes. Foi assim que o AZ tornou-se referência gastronômica para os paladares mais exigentes. Todos os pratos são preparados com ingredientes simples e de altíssima qualidade refletindo o perfil da culinária contemporânea. Com ambiente elegante e música aconchegante, todo serviço oferecido é minuciosamente analisado do começo ao fim. Tudo para oferecer ao cliente AZ o melhor sempre, de A a Z. (Fonte: http://www.azrestaurantes.com.br)
Jorge Maeda, sushiman, descendente de japoneses, foi ao Japão para cursar gastronomia e, seguindo os rígidos padrões de perseverança e qualidade da alimentação nipônica, apresenta em seus pratos requinte e sabor. Segundo Maeda, “quem prepara o prato tem de estar bem para passar uma boa energia para o alimento e sempre agradecer pela mesa farta”. Rua Presidente Dutra, 215 – (11) 4412-1472 - Atibaia
FOTOS MARCIO MASULINO
Av. Pref. José Mauricio de Camargo, 380 – Itatiba
Restaurante Aiko
Restaurante Família Menegon Comida caseira com típica culinária italiana, mesclada
Bacalhau a Portuguesa: posta de bacalhau Gadus Morhua acompanhada de batatas, brócolis, tomate, ovos, azeitonas pretas e cebola caramelizada. Tudo regado com muito azeite extra virgem 114 Cidade&Cultura
com a caipira. Além dessas delícias, também podemos conhecer sua adega que começou há muitos anos com sua própria produção de uvas. Via Paulo Leone, 706 – (11) 4496-2528 – Itupeva
Gastronomia
Restaurante Ossi’s Típica comida alemã, um dos pratos preferidos é o “Schlachtplatte”, cuja história remonta da época do além deste, podemos encontrar uma variedade grande
Schlachtplatte Chucrute Garni
da gastronomia germana. R. Marajó, s/n – (11) 4038-7021 - Jarinu
diVULgaÇÃo
abate dos animais entre o outono e o inverno. Aqui,
Restaurante João do Dão Típica gastronomia portuguesa, com cardápio variado e deliciosas sobremesas. MarCio MaSULino
Rua Princesa Isabel nº 45 (11) 4014-8008 - Morungaba
Adoniran Restaurante Bar O valinhense Adoniran Barbosa, cantor e compositor renomado em todo o país, foi homenageado com a criação de um bar-conceito que recebe seu nome e mantém vivos os valores culturais e a alegria de Adoniran. Sua família cedeu aos empreendedores o direito de uso do nome do artista. O cardápio inclui comidas e bebidas de boa qualidade e o ambiente é decorado com peças e fotos que lembram as músicas Thiago andrade
do cantor e compositor. Rua Francisco Glicério, 1833 – (19) 3327-9930 – Valinhos
Restaurante Parada do Quilombo Oferece comida tradicional mineira com todos os ingredientes muitíssimo bem elaborados em fogão à lenha. O restaurante é administrado por quem nasceu e viveu na roça. O leitão à pururuca é um caso à parte, tamanha a gostosura. diVULgaÇÃo
Estrada Municipal, km 10 – (11) 4592-4587- Itupeva
116 Cidade&Cultura
MarCio MaSULino
Bella Abobrinha fatias de abobrinha, molho de tomate, parmesão, azeitona preta, rúcula e cesta de pães
Fazenda Luiz Gonzaga Para passar o dia na tranquilidade do campo, saboreando excelente comida, e desfrutar das belezas naturais do local. Estrada Romildo Prado, km 5,5 – (19) 3878-2425 - Louveira
Família Brunholi Restaurante Tradição em Jundiaí, esse é o lugar perfeito, tipicamente italiano, no bairro do Caxambu. O cardápio é variado, incluindo caldos, carnes, peixes, frango, cordeiro, com destaque para a massa, leve e diferenciada, responsável pela fama do local, já que é produzida pela família Brunholi desde o início das atividades. O prato mais pedido do restaurante é o filé a parmigiana: são vendidos 500 quilos dessa carne por mês. Conta também com uma ampla carta de vinhos de várias nacionalidades, além dos Brunholi, que vão desde os vinhos de mesa até o frisante Amábile. Elaborado com uva moscatel, de sabor suave e marcante, ideal para momentos descontraídos, é
JULio MaSULino
propício também para brindar grandes acontecimentos. Av. Humberto Cereser, 5900 – (11) 4584-1219 - Jundiaí
Frango a passarinho
Restaurante Spiandorello De família tradicional do bairro de Caxambu, em Jundiaí, os Spiandorello foram um dos pioneiros da lavoura na região. Pascoale Spiandorello chegou ao Brasil em 1890 para trabalhar no cultivo da uva e do café. Seu filho, João Batispta, deu continuidade a esse trabalho, mas em 1958 o neto Moacir começou a explorar o restaurante às margens do rio Jundiaí-Mirim. Seu frango a passarinho com polenta é um dentre os vários pratos Av. Humberto Cereser, 6245 – (11) 4584-0712 – Jundiaí
diVULgaÇÃo
deliciosos e pitorescos do local.
Filet Mignon à Parmegianna Circuito das Frutas 117
JULIO MASULINO
Gastronomia
Como os doces chegaram a nossas mesas Desde a antiguidade, a ciência de conservar os alimentos vem sendo fundamental para a subsistência humana. Primeiro foram as carnes vermelhas e os peixes, conservados em sal ou óleo. Depois os grãos e as frutas. Mas, para as frutas, seriam necessários muitos séculos até que a conserva fosse realizada com sucesso. No século XIV, podemos observar alguns avanços nesse aspecto, quando as monjas católicas portuguesas dedicavam seu tempo de clausura a trabalhos de confeitaria. A cultura de compotas então toma vulto na Europa e se torna símbolo de status. Com a vinda das monjas da Ordem das Clarissas em 1677 para a Bahia e, mais tarde, a chegada
Casinha do Figo com Chocolate Do alto do mirante, desfrutando a vista da cidade de Valinhos, é um requinte saborear este doce inusitado: figo coberto com chocolate. Além disso, encontramos também compotas e pimentas caseiras. Para os deuses! Estrada do Jequitibá, km 2 – casinhadofigo.com.br - Valinhos
de outras missionárias, o gosto pelos doces foi definitivamente consolidado no Brasil Colônia. A novidade por estas bandas foi a quantidade de frutas encontradas em todo o território, e sua abundância foi um fator determinante para o sucesso dos doces. Com inúmeros engenhos de cana-de-açúcar, a combinação de sabores resultou numa variedade enorme, que agradava a todos os paladares. Com as senhoras aprendendo as receitas, doces e compotas dominaram os lares mais abastados. O modo de se comportar à mesa, a prataria, a cristaleira e as louças em que eram servidos os doces tornaram-se o assunto das fofocas semanais. Dessa tradição, as compotas
Doces Portugueses Ricocó
passaram a ser um símbolo da gastronomia brasileira.
Vamos apenas listar os nomes. Experimentar é com você! Pastel de Santa Clara, ninho de ovos, torta de ricota, torta de nozes, quindim, torta de morango, pastel de amêndoas, queijadinha de Abrantes, pastel de Tentúgal, torta de maçã, torta de damasco, bomba de chocolate, pastel de nata, pingo de tocha, pastel de anjo, pastel de Coimbra, ovos moles de Aveiro. Todos artesanais, com receitas originais. Av. Dona Gertrudes, 485 www.docesricoco.com.br - Atibaia
Doces David Um tacho e um fogão foram suficiente para que os Doces David se transformassem numa referência da região. No início, eram feitos para consumo próprio, depois para o dos vizinhos e, passados 100 anos, para quem quiser. Sem conservantes e usando apenas inFOTOS MARCIO MASULINO
gredientes naturais, compotas, geleias, frutas cristalizadas, doces cremosos e doces em barras fazem nosso paladar se maravilhar. Rua Araújo Campos, 533 – www.docesdavid.com.br - Morungaba 118 Cidade&Cultura
MARCIO MASULINO
Gastronomia
Sítio Registro Na década de 1920, o local onde está situado esse sítio era cortado por uma estrada por onde passavam as cargas que iam de Santos a Goiás. Ali, eram registra-
Stalden Chocolates Stalden é o nome de uma pequena cidade do cantão
das todas as encomendas de ouro e café. Atualmente,
de Obwalden, na região central da Suíça, e terra natal
outros tesouros são encontrados, pois o Sítio Registro
de várias famílias que imigraram para o Brasil. Fundada
produz vinhos, cachaças artesanais, geleias, compotas
no início da década de 1960 por Sílvio Talli, a fábrica
e licores, elaborados com receitas especiais.
se chamava Haragay. Em 1978, Silvano Amstalden ad-
Rodovia Romildo Prado, km 6 – (19) 3878-4222 - Louveira
quiriu a fábrica e alterou seu nome para Stalden, em homenagem à cidade natal de seus antepassados suíços. A empresa manteve no princípio os mesmos métodos artesanais e as receitas de fabricação herdadas de seu predecessor. Com o crescimento das vendas, todavia, construiu uma nova fábrica e loja, à rua Ademar de Barros, inauguradas em 1983. Agregando mais produtos, também deliciosos, surgiu uma confeitaria com bolos, cafés e inclusive salgadinhos. Rua Adhemar de Barros, 666 stalden.com.br - Indaiatuba
Desde 1983, esse apiário desenvolve seus produtos com técnica e qualidade. Oferece o serviço “S.O.S. Abelhas” para sua captura e remoção. Via Paulo Leone, 1.050 apiáriosantaemilia.com.br - Itupeva 120 Cidade&Cultura
FOTOS MARCIO MASULINO
Apiário Nona Emília
FOTOS MARCIO MASULINO
Gastronomia
FOTOS MARCIO MASULINO
Casa San Fior A família de descendentes italianos chegou da região de mesmo nome, em 1903. Com a evolução dos acontecimentos históricos e com o aperfeiçoamento do cultivo da uva, hoje são especializados em sucos de uva. Porém não pararam por aí e, com o incremento da produção de caqui, criaram o vinagre de caqui. Av. Ricieri Chiquetto, 1015 – (19) 3848-3735 - Louveira
Queijos Itupeva Se você quiser queijos, aqui os encontrará de diversos tipos: minas padrão, ricota fresca, canastra, minas frescal, minas light e a deliciosa manteiga com sal.
antes + Restaur
Via Estevão Poli, 1.150 –
• Restaurante Casarão 1859 - Rua Florêncio
queijositupeva.com.br - Itupeva
Pupo, 306 – (11) 4594-2535 - Itatiba • Restaurante Pezão - Av. Presidente Kennedy, 571 – (19) 3835-6508 - Indaiatuba • Restaurante Riacho Doce - R. Santo Falasco, 50 - (11) 4592-1218 - Itupeva • Restaurante D’anape - Rodovia Edgard Máximo Zambotto, km 70,5 – (11) 4016-4061 - Jarinu • Restaurante Travitália - Rua Roberto Carbonari, 135 – (11) 4582-1883 - Jundiaí • Chácara Alvorada - Rua Atílio Biscuola, 1628 – (19) 3878-3656 - Louveira • Cantina do Aldo - Av. Nossa Senhora da Abadia, n° 735 - (19) 3878-2767 – Louveira • Restaurante Bambuzal - Rua Duílio Beltramini, 8373 - (19) 3881-1120 - Valinhos • Café do Campo – R. Uirapuru, 747 (019) 3878-5281 – Louveira
122 Cidade&Cultura
Esporte
Disposição, movimento e
resultados
Qualidade de vida
A práticA de esportes, mAis do que umA conquistA de prêmios, hoje em dia se tornou sinônimo de qualidade de vida. não importa qual modalidade e com que fim. para quem gosta de belas paisagens, ar puro e muito verde, a região do circuito das Frutas oferece toda a gama de esportes. na água, na terra ou no ar. opções não vão faltar.
124 cidade&cultura
MARCIO MASULINO
Ciclistas Morungaba
circuito das Frutas 125
Esporte
divulgação
Lamberjacks Vinhedo
terra No iNíCio, os esportes eram CoNsiderados uma demoNstração de força e superioridade entre os povos, e muitas vezes o destino de uma nação inteira era decidido em quadra. atualmente, com mais segurança, porém com a mesma adrenalina, os esportistas ultrapassam a cada dia seus limites e sua capacidade inventiva, e criam uma diversidade imensa de obstáculos e limites esportivos a serem
superadas. entre as várias modalidades atuais, temos motocross, quadriciclo, futebol americano, ciclismo, equitação, beisebol, off-road, kart, mountain bike, downhill, enduros noturnos a pé, polo equestre e muitos outros que tanto você pode desfrutar nas estradas de terra que entrecortam os municípios da região como nos muitos parques espalhados por todas as cidade do Circuito das Frutas.
Futebol – Carlos Renato Frederico
126 Cidade&Cultura
Renato “Pé Murcho”
divulgação
Nascido em morungaba, foi um excelente jogador da posição meia-direita. seu apelido “pé murcho” foi dado por um erro de chute um pouco antes de uma entrevista que os jogadores concederam à revista placar que, na época, publicou os apelidos dos integrantes da seleção de 1982. Como renato não tinha apelido, logo colocaram “pé murcho” e assim ficou. Jogou no Guarani em 1978, clube pelo qual foi campeão brasileiro, e ainda no são paulo, no Botafogo e no atlético mineiro. atuou em 25 jogos na seleção brasileira e marcou 5 gols entre 1979 e 1987. em 1989 foi para o Japão e lá jogou no Yokohama marinos e no Kashiwa reysol. atualmente tem uma escola de futebol em itatiba.
Raphael lopes
eleiandRo FigueiRa
MaRCio Masulino
Moutain Bike Itupeva, Beisebol - Atibaia, Ciclismo - Indaiatuba e Motocross - Atibaia
Circuito das Frutas 127
Esporte
Ar O sOnhO de ÍCarO se realizOu e hOje O ser humanO pode alçar voos com segurança. nessa região, os esportes aéreos tomam proporções profissionais, como é o caso do voo livre (paraglider ou asa-delta) na Pedra Grande, em atibaia. ali perto também temos passeios de balão, e locais para adeptos do aeromodelismo com pista de decolagem e pouso em áreas como o Parque da Cidade, em jundiaí.
Voo Livre Atibaia
Balonismo - Atibaia
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FOTOS MARCIO MASULINO
Aeromodelismo Parque da Cidade Jundiaí
mais dO que uma FOnte de sObrevivênCia e lOCOmOçãO, os rios e as represas tornaram-se palco para os mais variados esportes aquáticos. neles podemos encontrar praticantes de jet sky, vela, embarcações não tripuladas, stand-up, canoagem, remo etc.
EdUARdO PEçANhA SANChES
MARCIO MASULINO
Água
Canoagem - Parque da Cidade de Jundiaí e Standup Paddle - Represa Atibainha Circuito das Frutas 129
MARCIO MASULINO
Estatísticas
Ao todo são dez cidades que compõem o Circuito das Frutas: Atibaia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira, Morungaba, Valinhos e Vinhedo. Juntos, esses municípios perfazem mais de um milhão de residentes, segundo o censo de 2010.
s Especificaçõe
Indústria, comércio e serviços
Clima
Outro fator importante a destacar na região do
tropical de altitude, com temperaturas médias que variam
Circuito das Frutas é o crescente investimento no
de 18 °C a 30 °C.
setor industrial. Aqui, podemos encontrar grandes indústrias nacionais e internacionais. Segundo dados
Altitude média
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2012 estão cadastradas nos dez municípios
720 metros.
dessa região quase 50 mil empresas, que vão de
Território da região
prestadoras de serviços à indústria pesada.
2.836 km².
Parques Vida Completa Serra Azul é um empreendimento composto do parque temático Hopi Hari, em Vinhedo, e o parque aquático Wet’n Wild, em Itupeva, dois shoppings - Outlet e Shopping Serra Azul (suspenso sobre a rodovia) - e um hotel. Esse complexo atrai cerca de 5 milhões de pessoas por ano.
Rodovias de acesso SP 330 – Anhanguera SP 348 – Bandeirantes BR 381 – Fernão Dias SP 65 – Dom Pedro I
Distância em km das cidades até São Paulo Atibaia – 64 | Indaiatuba – 98 Valinhos
Itatiba – 84 | Itupeva – 73
Morungaba
Jarinu – 68 | Jundiaí – 58 Louveira – 71 | Morungaba – 107 Valinhos – 85 | Vinhedo – 79
Distância em km das cidades até Campinas
Indaiatuba
Vinhedo Itupeva
Louveira
Atibaia – 65 | Indaiatuba – 28 Itatiba – 31 | Itupeva – 37 Jarinu – 58 | Jundiaí – 39 Louveira – 27 | Morungaba – 42 Valinhos – 10 | Vinhedo – 22 130 Cidade&Cultura
Jundiaí
Itatiba
Jarinu
Atibaia
ClÁudia Fassina
Roteiro
Indaiatuba Escola ambiental Bosque do saber Pertencente à Prefeitura Municipal, com 11 mil m² de área, oferece várias atividades de Educação Ambiental e atrações como nascentes, árvores nativas, ecobiblioteca, esculturas com materiais recicláveis, construções ecológicas, área para piquenique, monjolo, roda d’água, lagoa, córregos, viveiro de mudas, orquidário, rampa para cadeirantes, reciclagem de papel, compostagem, jardim de borboletas. Nos finais de semana é uma boa opção de lazer para a família toda. R. João Batista D’Alessandro, 610 - Jardim do Sol (19) 3875-7210 - Indaiatuba
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Não deixe de visitar
Vinhedo Hopi Hari
diVulGaÇÃo
Parque temático sobre um país de brincadeiras com bandeira, hino, passaporte, consulado e língua própria: o hopês. dividido em regiões como: Kaminda Mundi (Caminho do Mundo); infantasia (festa o dia inteiro); Mistieri (o mundo antigo) e Wild West (velho oeste). Majestoso e divertido, um passeio imperdível para a família que gosta de emoções e divertimento. Rodovia dos Bandeirantes, km 72, 4007-1134 - Vinhedo
MarCio Masulino
Mosteiro de são Bento Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, muitos monges beneditinos foram expulsos do mosteiro na cidade de Santos. Então, em 1948, resolveram comprar a Fazenda Bela Vista, em Vinhedo, e ali fundaram o Mosteiro de São Bento de Santos. Com a ajuda dos monges de Saint Vicent, da Pensilvânia, Estados Unidos, construíram em 1970 o atual mosteiro e fincaram raízes em Vinhedo. Monges americanos e alemães construíram a Casa Siloé (retiro) e também fundaram as paróquias de São Sebastião e Nossa Senhora de Lourdes. Rua do Observatório, 138 – Vinhedo. www.mosteirosaobento.com.br
“Todos os locais citados nesta edição têm horários e dias diferentes para o atendimento ao público. Favor consultar antes no site ou telefone publicados.”
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Roteiro
Itupeva Polo SerrAzul
FoToS DIVulGAÇÃo
Polo SerrAzul é o maior conjunto de empreendimentos turísticos da América do Sul. Reúne lazer, compras serviços e negócios.
mArcIo mASulIno
Igreja de Santo Antônio Foi construída no início do século XX, em propriedade da família Poli, ao lado de seu armazém de secos e molhados que fornecia produtos a outras fazendas da região. Av. Brasil, 1242 – Itupeva
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Wet’n Wild Inaugurado em 1998, é considerado um dos maiores parques aquáticos temáticos do Brasil, em uma área de 160 mil m², e capacidade de receber 10 mil visitantes por dia. São 7 milhões de litros de água com mais de 25 atrações. Rodovia dos Bandeirantes, km 72 (11) 4496-8000 - Itupeva
Roteiro
Atibaia Tapetes Arraiolos Original da Vila do Distrito de Évora, em Portugal, Arraiolos deixou sua marca no Brasil com sua principal arte: os tapetes. A técnica da confecção e a qualidade dessas peças tornaram-se mundialmente famosas. O ponto não é empregado apenas em tapetes, mas também em painéis de parede, centros de mesa etc. Em Atibaia, no Bairro do Portão, podemos encontrar uma ampla gama de tapetes arraiolos na ARPA – Artesãos do Portão Associados. Rodovia Fernão Dias, km 50,5 – Atibaia. www.arpaarraiolos.com.br
Santuário de Nossa Senhora de Schoenstatt Local de peregrinação para milhares de devotos de Nossa Senhora. Fundado em 1972 pela Comunidade das Irmãs de Maria de Schoenstatt, atualmente está entre os 150 maiores santuários do mundo. Essa comunidade teve início com o padre José Kentenick, em 1885, na cidade de Vallendar, na Alemanha, na localidade de Schoenstatt. Rodovia Dom Pedro I, km 78 – Atibaia. www.maeperegrina.com.br
Mais conhecido como Observatório do Mackenzie, nesse local a pesquisa radiofônica do espaço é feita por meio de antena de dimensões grande sendo a segunda maior do Brasil. Rodovia Fernão Dias, km 45 – Atibaia
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fOTOS mARcIO mASulINO
Observatório de Radioastronomia e Astrofísica de Itapetinga
Morungaba cruzeiro
JASSO - lOuveIRA/SP
No início da subida da Serra das cabras, há um mirante com lindas imagens sacras, e um caminho salpicado de ícones que ilustram a via Sacra. uma vista deslumbrante da cidade de morungaba é um convite à reflexão.
PAulO ZuPPA
motociclismo Conhecida no país inteiro como a cidade das motos, Morungaba é um destino privilegiado por conta das rodovias que a circundam, onde motoqueiros de várias regiões do estado se confraternizam. O ponto de encontro entre eles já está estabelecido: a entrada da cidade. Vale a pena conferir essas máquinas potentes e seus intrépidos pilotos.
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Roteiro
Jarinu cogumelos mazzei Fundada em 2001, a empresa tem o objetivo de produzir cogumelos comestíveis da mais alta qualidade e, para isso, é feito um investimento contínuo nas mais modernas técnicas de cultivo. Pioneira na produção de cogumelos consagrados na Europa, na Ásia e na américa, a empresa produz e oferece uma grande variedade de cogumelos in natura, em conserva e desidratados. a empresa tem um showroom com uma exposição permanente de cogumelos, onde os visitantes recebem informações sobre os mais variados tipos de cogumelos e seus benefícios para a saúde. (Fonte: www.cogumelosmazzei.com.br)
Av. São Luis, 448 – Jarinu
Jundiaí Jardim Botânico FOTOS marciO maSulinO
Margeando o Paço Municipal, possibilita o estudo da vegetação existente na Serra do Japi, último reduto da Mata Atlântica no interior paulista. Tem atrações variadas, como jardins temáticos, trilhas e cachoeiras. (Fonte: Circuito Turístico das Frutas – Sebrae – Jundiaí)
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Roteiro
Itatiba Parque Luís Latorre Construído na várzea da Fazenda Santa Rosa, o parque tem uma área total de 355 mil m2 e surpreende por sua beleza, despontando como umas das atrações preferidas da família itatibense para o lazer diário e nos finais de semana. Conta com áreas para piquenique, dois circuitos para caminhadas e corrida, aparelhos para alongamento, trilha ecológica, parque infantil, ciclovia, duas quadras poliesportivas, lanchonete com uma bela vista para o lago, pavilhão para exposições com 1.000 m2 e um palco livre e coberto onde acontecem as principais festas do município. (Fonte: www.itatiba.sp.gov.br)
FOTOS maRCiO maSuLinO
Avenida Prefeito Erasmo Crispim, 100 – Itatiba
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Sítio São José Com uma fartura em cultivo de frutas, os turistas poderão ter o prazer de colher a fruta do pé, dependendo da época do ano. O sr. Ferrari, proprietário, herdou essas terras há mais de 50 anos e as conserva e aprimora a cada ano. Rodovia Romildo Prado, km 12,5 – (11) 4538-0172
Rancho mombuca Restaurante que oferece frutos do mar, música ao vivo com moda de viola, baias para cavalos, passeios e muitas outras diversões. Estrada Leopoldino Bortolossi, s/n – Itatiba. www.ranchomombuca.com.br
Planetário municipal ‘Professor Benedito Rela’ O espaço exibe sessões com recursos gráficos, que tornam a viagem visual pelo espaço muito mais atraente. O novo equipamento digital permite a projeção digital hemisférica dos vídeos e animações em toda cúpula. As apresentações têm imagens amplas, de qualidade e com alto grau de imersão. (Fonte: www.itatiba.sp.gov.br )
Parque Ferraz Costa – (11) 3183-0009 - Itatiba
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Roteiro
Valinhos Recanto Lago dos Sonhos
Lar São Joaquim A fazenda original, doada pelo Império a um alferes, foi vendida em 1798 para o brigadeiro Luís Antônio de Souza. Em 1896, passou a pertencer a Luís de Campos Salles. Em 1954, tornou-se a morada das missionárias do Coração de Jesus Crucificado. O local está todo preservado, com o casarão, a senzala e a casa de máquinas da fazenda. Aberto para almoço aos finais de semana. Rua Benedito de Campos, s/n – (19) 3871-1299 - Valinhos
Camping Macuco Lazer & Park Aquático Muito verde e diversão, conta com piscinas, toboágua, lagos para pesca e prática de esportes aquáticos, campo de futebol, vôlei de areia, bar, restaurante, pizzaria, piscina de água natural e duchas naturais, bosques, churrasqueiras e chalés. O parque conta com uma área de 400.000 m². Estrada Municipal Governador Mário Covas – Valinhos. www.macuco.com.br
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fotoS MARCio MASuLino
É um espaço de lazer, eventos, e estudo do meio, junto à natureza com localização privilegiada com extensa área verde, lago, cerrado, horta orgânica, campo de futebol, piscina adulto e infantil, playground, quiosque, mini fazendinha com passeios de charrete e muita diversão. Rua Rielli, Lt 46, Dois Córregos - Valinhos. www.recantolagodossonhos.com.br
observatório Abrahão de Moraes – uSP fundado em 1972, em uma área de 450.000 m², são feitas pesquisas na área de Astronomia, Astrobiologia e Geofísica. Estrada Municipal, s/n° - Valinhos com acesso pela Rua do Observatório, s/n° - Morada da Lua (19) 3871-1299 - Vinhedo Circuito das Frutas 143
Roteiro
Louveira chácara Guarani de José valter Pagotti e irmãos
JAsso - louveirA/sP
Mesmo não abertos ao turismo convencional, aqui são vendidas essas maravilhosas uvas, além de pêssegos e goiabas de igual qualidade. (19) 3878-1712
Bairro da Abadia
mArcio mAsulino
Além de plantações de diversas frutas como uvas niágara, pêssegos, caquis, figos, ameixas e morangos, ainda desfrutamos dos ares de uma vida em comunidade. Tendo como centro a própria abadia, encontramos em seus meandros muitas adegas, restaurantes e fazendas. Conheça também a Cantina do Aldo e o Café do Campo.
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Depoimento
É difíCil desCrever a riqueza Cultural, históriCa e tradiCional da região do Circuito das frutas. a presença dos imigrantes que agarraram com todas as forças a oportunidade de produzir suas lavouras foi tanta que seus descendentes conseguiram assimilar essa conquista e dão continuidade aos projetos de seus avós e bisavós. em todas as estradas por onde passamos, as marcas dessa conquista estão à mostra e nos permitem entender a vida do campo e seus simples e legítimos prazeres. a beleza plástica à vista, as cores de frutas e hortaliças, as carroças e os cavalos, vacas pastando em encostas verdejantes convidam quem quiser a saborear as horas sem pressa e desfrutar de um pouco mais de tranquilidade. hoje, o asfalto serpenteia por onde antes eram apenas trilhas que conduziam os moradores ao centro distante. a agilidade tomou conta dos caminhos, mas cessa ao entrarmos nas propriedades rurais. ganham destaque a sinfonia dos pássaros e a simpatia dos que nos recebem. “Prosear com a turma” é a chave do bem receber. tudo fresco e natural, natural como o carinho que nos recepciona e nos deixa com um sorriso na boca e nos olhos. e, graças a essa consciência da necessidade de preservar o que foi conquistado com tanta luta e dificuldade, é que hoje temos ao nosso alcance estes lugares maravilhosos que nos acolhem com palavras e boas-vindas.
MARCIO MASULINO
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