Circuito Mantiqueira

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edição 01

Nº19 - R$ 10,00 - BRASIL

www.cidadeecultura.com.br

Circuito

Campos do Jordão Monteiro Lobato Pindamonhangaba Piquete São Francisco Xavier Santo Antônio do Pinhal São Bento do Sapucaí

Mantiqueira Harmonia e paz em meio a natureza

história | arte| turismo | arquitetura | gastronomia


quest

A KREMER De origem inteiramente nacional, a Kremer Cervejaria é uma empresa da cidade de Morungaba, com foco em excelência e qualidade na fabricação de chopp.

O produto se tornou referência através de seus modernos processos industriais e alta

tecnologia cervejeira. Dessa forma, foi mantida a característica produtiva artesanal,

conquistando excelente receptividade aos amantes do chopp, que vai além do tradicional. Com fábrica localizada no circuito das frutas e região das águas paulistas, a estrutura trabalha harmonizando aspectos de segurança e atendimento juntamente com a preservação do meio ambiente, impulsionando o desenvolvimento sustentável.

Por falar em fábrica, as instalações da Kremer Cervejaria passaram por adequações estruturais, tornando-se empreendimento integrante do Polo Turístico do Circuito das Frutas, com o projeto "Colhendo Frutos com o Turismo".

Em parceria com o SEBRAE, esta idealização tem como objetivo contribuir com o

desenvolvimento socioeconômico da região, melhorando assim a qualidade de vida e contribuindo para a integração dos municípios.

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www.choppkremer.com.br


KREMER E A SERRA DA MANTIQUEIRA

Conhecida como o ‘O Himalaya Brasileiro’ por abrigar os dez picos culminantes do Brasil, a Serra da Mantiqueira se estende por três estados: Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O lugar é repleto de formas de cultura tradicional de grande interesse e beleza, caracterizadas por caboclos, que vivem segundo antigas tradições indígenas e ibéricas de enorme importância cultural e antropológica. É na região desse verdadeiro santuário que estão localizadas três unidades Kremer Express.

TAUBATÉ

Rua Doutor Emílio Winther, 1198

CAÇAPAVA

Avenida Coronel Manoel Inocêncio, 1034

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Rua Francisco Paes, 356

KREMER EXPRESS

Com o intuito de privilegiar os apreciadores do Chopp Kremer e levar qualidade e eficiência no atendimento e nos produtos, nasceu a rede de lojas Kremer Express. São lojas padronizadas e prontas para atender a clientela da cidade onde estiver instalada e pode vender tipos do Chopp Kremer, além de proporcionar toda essa experiência direto na casa do cliente.

ONDE ENCONTRAR KREMER EXPRESS

São Paulo: Adamantina, Americana, Amparo, Araraquara, Atibaia, Barretos, Bragança Paulista, Caçapava, Campinas, Ibitinga, Itatiba, Jundiaí, Monte Aprazível, Morungaba, Rio Claro, Santa Bárbara D’Oeste, São Paulo – Santana, São Joaquim da Barra, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Sumaré, Valinhos, Vinhedo, São Paulo – Vila Medeiros | Bahia: Vitória da Conquista | Minas Gerais: Três Corações | Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Três Lagoas | Paraná: Londrina, Maringá | Goiás: Goiânia.




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Editorial EM UMA DAS MAIS ENCANTADORAS REGIÕES DO ESTADO DE SÃO PAULO, a Serra da Mantiqueira abriga em seus meandros verdadeiros tesouros culturais e naturais espalhados entre as acolhedoras cidades de Campos do Jordão, Pindamonhangaba, Santo Antônio do Pinhal, São Francisco Xavier (distrito da cidade de São José dos Campos), Piquete, Monteiro Lobato e São Bento do Sapucaí. Aqui poderemos desfrutar desses locais que, juntos, formam o Circuito Mantiqueira, conhecer suas peculiaridades e entender a formação de sua cultura, sua gastronomia e seus atrativos em geral. Bom passeio!

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98 Conselho Executivo Ana Lucia F. dos Santos, Andreia Roque, Eduardo Hentschel, Luigi Longo, Márcio Alves, Mário Zelic, Sandro Cobello e Thabata Alves Editora Renata Weber Neiva Reportagem Alice Neiva e Nathália Weber Assistente de produção Evellyn Alves Revisão Silvia Mourão CIDADE & CULTURA CAMPINAS é uma publicação anual da KM Marketing Cultural PARA ANUNCIAR (11) 97540-8331

Diretor comercial Paulo Zuppa Produção Gráfica Wagner Ferreira Fragoso Produção Digital Strawberry Web Design Produção Audiovisual Marcio Marques - VSET Fotografias Carlos Moura, Marcio Masulino, Thabata Alves, Evellyn Alves, André Prata, Thiago Andrade e Ricardo Lima Foto Capa Márcio Masulino Impressão Gráfica Silvamarts CONHEÇA O NOSSO SITE www.cidadeecultura.com.br


64 FOTO CARLOS MOURA - MANTIQUEIRA EXPEDIÇÕES

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Índice

64 Meio ambiente Belezas escondidas nas serras

78 Pássaros Observar com a alma

08 Linha do Tempo

82 Turismo rural

Evolução histórica

Passeios inesquecíveis

12 Histórico

94 Haras

Dos exploradores ao turismo

Amor e interação

24 Quiririm

96 Cachaçaria

História preservada

Produto de raiz

26 Revolução de 1932

98 Esportes

Por uma nação melhor

Radicais ou não, temos de praticar

28 Religiosidade

108 Trilhas

Alicerce dos povoados

4x4 de Santo Antônio do Pinhal até Piquete

32 Estrada de ferro

112 Gastronomia

Desenvolvimento e união

Para todos os gostos

36 Lendas

120 Roteiro

Tradição oral

Não deixe de visitar

40 Arquitetura

128 Dados estatísticos

Marco histórico e cultural

Conheça mais

48 Artes

130 Depoimento

Retrato da cultura da região

Impressões que ficam

digital Acesse o Google Play ou a App Store. Busque por Cidade&Cultura. Instale nossa banca em seu tablet ou smartphone e tenha acesso às edições digitais. www.cidadeecultura.art.br

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Cronologia

Primeira sesmaria concedida no Vale do Paraíba

1628

8 Cidade&Cultura

Descoberta de ouro em Minas Gerais

10 de julho – Fundação de fundação de São Bento do Pindamonhangaba Sapucaí

1693 1705

O café chega ao Vale do Paraíba

13 de junho – fundação de Santo Antônio do Pinhal

1832 1836 1860


Mantiqueira

FOTOS MARCIO MASULINO E THIAGO DE ANDRADE

Linha do tempo

29 de abril – fundação de Campos do Jordão

26 de abril – elevação de Monteiro Lobato a vila

15 de junho – fundação de Piquete

Formação do distrito de São Francisco Xavier

1874 1880 1891 1892

Início da pecuária na região

1900

Uma das principais regiões de turismo do Brasil

2015

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Aqui, cada detalhe faz a diferença.

Emoldurada pela natureza de São Bento do Sapucaí, a Pousada do Quilombo Resort, une simplicidade e requinte, trazendo uma experiencia única para você e sua família. Área de 170 mil m2 de muito charme e conforto, com estrutura completa de lazer, esportes, eventos e um spa completo para você relaxar.


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Histórico

e força

FOTOS MARCIO MASULINO E THIAGO DE ANDRADE

Coragem

A fé em um futuro melhor

12 Cidade&Cultura


NADA ACONTECE SE NÃO ESTIVERMOS DISPOSTOS A LUTAR PELO NOSSO IDEAL e melhorar nossas condições de vida. Inspirados por essa filosofia, os colonizadores que aqui chegaram, desde a armada de Martim Afonso de Sousa pelos idos de 1532, lutaram bravamente contra todos os obstáculos impostos pelo novo território a ser conquistado. Nada fácil para quem chegava do mundo civilizado. Aqui, os índios, com características tão opostas às dos novos moradores, eram como verdadeiros animais selvagens. Não havia nada que sequer lembrasse o continente europeu. Apenas florestas cheias de feras, mosquitos transmissores de doenças tropicais e uma imensidão de terras. ÍNDIOS E BANDEIRANTES Com os constantes ataques dos índios às vilas do planalto paulista e a falta de mão de obra nos engenhos de cana-de-açúcar do litoral, teve início uma nova fase de conquistas rumo ao interior: o bandeirismo de aprisionamento de índios. Inicialmente com João Ramalho, o Vale do Paraíba começou a ser desbravado pelos colonizadores do litoral. Mais tarde, vieram João Pereira de Souza Botafogo, André de Leão, Martim Corrêa de Sá, Fernão Dias Paes, Lourenço Castanho Taque, o Velho (o primeiro a descobrir ouro no Brasil), entre outros que encontraram várias tribos indígenas pelo caminho. Não se sabe ao certo os nomes das tribos indígenas da região, apenas que mantinham intercâmbio com os tamoios de Paraty. Porém os nomes de locais como Jacareí, Caçapava, Taubaté, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, Paraíba, Paraitinga, Paraibuna, Una, Circuito Mantiqueira 13


Histórico

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Piagui, Tiratingui, Buquira, Mantiqueira, Bocaina, e outros tantos, sugerem que a presença indígena era predominante. Muitos índios foram aprisionados e levados para os engenhos, compondo a força motriz da precária economia da época.

seu solo fértil atraiu muitos colonos. Terras foram distribuídas, vilas se formaram, roças foram abertas e as atividades começaram a se desenvolver. Em 1759, a vila foi elevada a aldeia, agora denominada São José da Paraíba.

A FIXAÇÃO DOS PORTUGUESES Em 1628, o bandeirante Jacques Félix recebeu de Maria de Sousa Guerra, Condessa de Vimieiro, neta de Martin Afonso de Sousa e donatária da Capitania de Itanhaém, terras entre Pindamonhangaba e Tremembé. Em 1636, Jacques Félix recebe permissão para entrar no sertão de Taubaté, onde deu início a um povoado chamado Vila de São Francisco de Chagas de Taubaté, em 1645. Essa vila, fundada por volta de 1680 pelo jesuíta Manuel de Leão, foi o passo inicial para o povoamento do Vale do Paraíba e

DESENVOLVIMENTO SOCIAL O início foi muito duro para os colonos, pois, apesar da fertilidade do solo, o isolamento era um obstáculo a qualquer atividade que não fosse a de subsistência. Foram anos de adaptação ao meio em que se encontravam, recebendo muitas influências dos índios, principalmente na alimentação. Com utensílios extremamente rudimentares, ainda assim fabricavam açúcar, farinha, fubá, melado e aguardente. Nesse isolamento, as festas religiosas eram o ápice da vida social. Nascimentos, mortes e disputas de

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pendências também ajudavam a quebrar a rotina. O OURO Para sair desse isolamento, não só das vilas do Vale do Paraíba, como também em relação à cidade de São Paulo, só havia um jeito: explorar os territórios em busca de algo que transformasse o marasmo econômico em que viviam. Os homens destemidos que tomaram a decisão de deixar suas casas e seus familiares para partir em uma viagem, talvez sem volta, foram chamados de bandeirantes e receberam esse nome em razão do costume tupiniquim de levantar uma bandeira em sinal de guerra. Em 1693, Borba Gato e o taubateano Antônio Rodrigues Arzão encontraram ouro em Minas Gerais, depois de passarem pela Serra da Mantiqueira e atravessarem os rios


1 - Início da colonização - Fazenda São Sebastião do Ribeirão Grande em Pindamonhangaba - Sítio Arqueológico 2

2 - Rota do ouro 3 - Marco Histórico da Estrada Real Pindamonhangaba

das Velhas e da Morte. O ponto de partida para as expedições rumo ao sertão dos Cataguases, do outro lado da Mantiqueira, era a Vila de Taubaté que, em 1695, foi instalada a mando do governador-geral do Rio de Janeiro, Dom César Antônio Paes de Sande. O caminho até as minas de ouro demorava dois meses e meio a ser percorrido até Lorena para depois alcançar a Garganta do Embaú. Quando chamamos esse período de a “Febre do Ouro” não é à toa, pois uma verdadeira multidão foi atrás da preciosidade, dando ensejo a vários episódios de triste lembrança, como a Guerra dos Emboabas. Então, o caminho da Mantiqueira era intensamente percorrido por inúmeras pessoas provenientes de todas as regiões, inclusive portugueses que desembarcavam em busca do metal valioso. Os valeparaibanos conquistaram um robusto

patamar econômico, pois, além de exploradores das minas e provedores de alimentos e mercadorias aos viajantes, também fundaram Ouro Preto, Mariana, Caetés, São João Del Rey (Tiradentes), entre outros povoados.

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O AÇÚCAR Com o declínio da exploração do ouro, em meados do século XVIII, o Vale do Paraíba teve de reinventar sua economia com a cultura da cana-de-açúcar. Lorena e Pindamonhangaba instalaram os engenhos onde utilizavam mão de obra escrava. Com a exportação do produto pelos portos de Paraty, São Sebastião e Ubatuba, surgiram novas personalidades e profissões, como o senhor de engenho, e artesãos, tropeiros, ferreiros, carpinteiros, seleiros, cangalheiros, tecelões e fiandeiras.

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Histórico

O CAFÉ Em 1836, o café, vindo do Rio de Janeiro e tendo encontrado solo propício, já dominava as paisagens do Vale do Paraíba, alcançando uma produção exportadora. As décadas de 1850 e 1860 registraram o ápice da produção, chegando a incríveis 2.730.000 arrobas, o que tornou a região a mais produtiva da Província de São Paulo e do Brasil Império. Surgiram então a casa-grande, a senzala, as tulhas, os tanques e tudo o mais que era necessário ao cultivo e à exportação do café. As matas foram derrubadas e migrantes mineiros ultrapassaram a Mantiqueira para se fixaram nas lavouras do ouro negro. Saíram de cena os senhores de engenho e apareceram os Barões do Café. Uma elite poderosa que fez das vilas um cenário majestoso e riquíssimo, com materiais importados da França e da Itália, em uma demonstração de poder soberano. A população aumentou, principalmente pela quantidade de escravos necessários a todas as atividades. Em 1886, o Vale do Paraíba chegou a ter mais de 300 mil habitantes. Com a decadência dos engenhos nordestinos, os escravos eram vendidos nessa região, principalmente depois da Lei Eusébio de Queiroz, em 1850. Um dado incrível é que, na época da abolição da escravatura, em 1888, 75% da mão de obra escrava no Brasil estava concentrada no Vale do Paraíba, nas fazendas de café. A decadência começou a partir de 1870 com o esgotamento do solo, a falta de novas tecnologias, erosões, endividamentos progressivos dos produtores e a expansão do ouro negro no Oeste paulista, situação que perdurou até 1920. 16 Cidade&Cultura

O LEITE O declínio do café levou o leite a se destacar na economia valeparaibana, principalmente pelo concurso dos mineiros que compraram várias fazendas de café arruinadas e implantaram a pecuária de leite. Até 1960, essa atividade foi a grande impulsionadora econômica da região, favorecida por vários incrementos na produção com usinas de beneficiamento e vendas substanciais para os mercados de São Paulo e Rio de Janeiro. A INDÚSTRIA E O COMÉRCIO Com a expansão da economia leiteira, pequenas propriedades foram adquiridas para pasto e criou-se então um contingente rural que migrou para os novos centros, transformando em definitivo as paisagens rurais e urbanas. O segmento de prestação de serviços se ampliou e a chegada de indústrias básicas passou a absorver toda a mão de obra. Com isso, apareceram outros elementos na paisagem urbana, voltados ao lazer das novas levas de trabalhadores, como bosques, pontes e coretos. O TURISMO Muito tempo transcorreu desde a chegada dos primeiros bandeirantes ao Vale do Paraíba. Muitas histórias de superação e pioneirismo transformaram essa região. Surgiu, depois, uma nova fase: a do turismo consciente. E é nessa atual conjuntura que o Circuito Mantiqueira brinda os visitantes com uma paisagem de tirar o fôlego, valorizando suas tradições e sua geografia maravilhosa. Dentro de uma nova visão de preservação, as terras que antes eram usadas somente para cultivo e extração, hoje exibem suas verdadeiras riquezas.



Histórico

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1 - Sanatório S. Paulo na década 1940, em Campos do Jordão 2 - Praça marco inicial do distrito de São Francisco Xavier

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Campos do Jordão Em 1771, Inácio Caetano Vieira de Carvalho, mineiro da região do rio das Mortes, seguiu as pegadas deixadas por Gaspar Vaz Cunha (o Oyaguara) e Miguel Garcia que haviam partido do vale do Ribeira em busca das minas de ouro em Minas Gerais. Estabeleceu-se à margem do rio Capivari, construindo a Fazenda Bom Sucesso de gado leiteiro e de caça para a produção de peles. Por outro lado, a família Costa Manso, oriunda da capitania de Minas Gerais, construiu a Fazenda do Campinho, bem na divisa dos estados, o que então deu margem a um conflito territorial com Inácio que culminou com a intervenção do capitão e juiz de Taubaté. Antes de chegarem a um consenso, Ignácio faleceu, sendo enterrado entre pinheiros que formavam um triângulo, o que originou a representação de três pinheiros no brasão da cidade. Suas terras foram hipotecadas para o brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão, em 1825. O nome oficial da fazenda era “Natal”, mas o que se popularizou mesmo foi seu apelido: Campos do Jordão. Em 1874, data da fundação da cidade, Matheus da Costa Pinto, fazendeiro de Pindamonhangaba, comprou alguns lotes de Jordão à beira do rio Imbiri e construiu uma vendinha, uma pensão para “respirantes” (tísicos), uma pousada e uma capela dedicada a São Matheus. Por muitas décadas, Campos do Jordão se tornou o destino de vítimas da tuberculose. A partir da década de 1930, a cidade se transformou em um dos maiores centros turísticos do Brasil.


Distrito de São Francisco Xavier – São José dos Campos

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Inicialmente servindo como parada para tropeiros, São Francisco Xavier tornou-se distrito de São José dos Campos em 1892. Por muitas décadas, sua economia esteve ligada diretamente à agropecuária. Em 1911, recebeu iluminação pública com lamparinas e os melhoramentos eram feitos exclusivamente por seus moradores. Atualmente, por suas riquezas naturais, São Francisco foi declarada Área de Proteção Ambiental Federal como parte da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul.

Santo Antônio do Pinhal Em 1785, foi concedida a primeira sesmaria da região e muitos conflitos ocorreram pela proximidade da divisa com as capitanias de São Paulo e Minas Gerais. “Em 1809, foi aberto um caminho pelos mineiros em terras habitadas pelos paulistas da Vila de Pindamonhangaba que já possuíam as sesmarias na região, mas logo foi fechada pelo então capitão-mor Ignácio Marcondes do Amaral. Após um acordo amigável em 1811, ficou combinado que continuaria aberta a estrada com uma guarda mantida por São Paulo no lugar denominado “sertão”, em terras de Claro Monteiro do Amaral, cerca de 10 km acima de Sapucaí Mirim. Na região onde existe hoje a cidade de Sapucaí Mirim, estabeleceramse diversos moradores sob a proteção do capitão Manoel Furquim de Almeida, representante de Minas. Essas terras eram reclamadas pelo paulista Inácio Caetano Vieira de Carvalho, antigo sesmeiro, que conseguiu reavê-las em 1813 após intervenção da câmara de Pindamonhangaba a seu favor. Em abril do ano seguinte, houve um contramovimento por parte de Minas que retirou a guarda do local combinado e, em julho, foi instalado um quartel no alto da Serra da Mantiqueira. Em 31 de agosto do mesmo ano, a

Câmara de Pindamonhangaba obrigou os mineiros a retirarem o quartel, que então ficou abandonado até novembro quando foi queimado pelas autoridades de Pindamonhangaba. A denominação “Quartel Queimado” figura nos documentos de 1847 e no mapa de Minas de 1855. Com a abertura oficial da estrada em 1811, ligando as duas capitanias, a região começou a prosperar. Com a fundação da Freguesia de São Bento do Sapucaí em 1828, as terras do alto da serra ficaram pertencendo à nova freguesia. Foram feitas muitas doações para a capela de Santo Antônio no local denominado Fazenda Pinhal. A mais conhecida delas ocorreu em 11 de abril de 1856, quando Antônio José de Oliveira e sua mulher doaram terras ao santo de sua devoção. Após cem anos de submissão, os descendentes dos antigos povoadores decidiram conquistar a independência. O antigo Bairro do Pinhal dependia unicamente de São Bento do Sapucaí, mas graças aos esforços de heróis pinhalenses, após demandas judiciais, comemorou-se a emancipação em 1960. Dessa data em diante, a nova cidade prosperou e se transformou no ‘Charme da Serra’.” (Fonte: www.santoantoniodopinhal.sp.gov.br)

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Histórico

MUSEU CANTINHO HISTÓRICO DE MARINS Por Lucas Rodrigues

“Termo de Abertura Este livro que recebi! Neste local permanecerá depositado, Afim de acolher assinaturas, Quando este estabelecimento for visitado! Este lugar, uma casinha simples; Mas bastante respeitada, Quanta serventia já teve, Hoje como relíquia, é transformada! Guardando objetos antigos; Museu e artesanatos é formado, Ficando disponível, como lembrança, Com importante significado! Ferramentas que serviram de ganha pão; Pra pessoas que não existem mais. Recordações de grandes amigos; Até mesmo de meus queridos pais! Em cada peça que vejo; Logo me vem na memória, Me lembro tenho saudade, Por ela eu conto uma história! Me sinto feliz com este trabalho; Tenho isto como um tesouro, Por isso vou dar minha assinatura, Abrindo-se com chave de ouro! Bairro dos Marins, 10 de setembro de 2002”. 20 Cidade&Cultura

Sr. Lucas Ribeiro

Piquete Conhecida como Cidade Paisagem, surgiu como parada de tropeiros e era um vilarejo da Freguesia de Nossa Senhora da Piedade, atual município de Lorena. Lázaro Fernandes abriu um caminho em 1741, entre o povoado de Piedade (Lorena) e o arraial de Nossa Senhora da Soledade do Itajubá (atual Delfim Moreira), que, com o tempo, foi transformado em rota de desvio do ouro das minas de Itajubá. Mais tarde, em 1764, foi instalado um posto fiscal para cobrança de impostos dos produtos, os “Direitos de Entrada”. Esse posto foi um dos fundamentos da origem do povoado de Piquete. Em 1891, elevado a vila, passou a se chamar Vieira do Piquete; em 1906, foi elevada a cidade. No governo de Campos Salles, com o intuito de fortificar mais o território brasileiro, o então ministro da Guerra, o marechal João Nepomuceno de Medeiros Mallet, junto com outras medidas, deu início à construção da fábrica de pólvora sem fumaça, mais tarde denominada “Presidente Vargas”, inaugurada em 1909.



Histórico

Pindamonhangaba João do Prado Martins, considerado o primeiro morador, construiu um sítio e um pasto em 1643. Suas terras eram férteis e sua localização boa, pois era passagem dos viajantes que transitavam entre Minas Gerais e São Paulo. Com isso atraiu muitos novos moradores e, em 1680, Pindamonhangaba já era um povoado de Taubaté. Em 1705, por ato da rainha Dona Catarina, foi elevada a vila e, em 1849, a cidade. Em 1811, como Pindamonhangaba era o caminho mais curto entre Minas Gerais e São Paulo, foi oficializada a estrada de ligação entre as duas capitanias. A cidade passou por todos os ciclos econômicos do vale do Paraíba, e se destacou em todos eles, mas, nas décadas de 1970 e 1980, transformou-se em um significativo polo industrial.

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Monteiro Lobato

São Bento do Sapucaí

Antes de se chamar “Monteiro Lobato”, o município teve quatro denominações: Freguesia das Estacas, Freguesia de Nossa Senhora do Bonsucesso do Buquira, Vila das Palmeiras do Buquira e Vila do Buquira. Na língua tupi, “buquira” quer dizer ribeirão dos pássaros. O povoado de Buquira foi criado em território de Caçapava e Taubaté sob a invocação de Nossa Senhora do Bonsucesso. Sob o aspecto eclesiástico, a povoação foi elevada a freguesia e a distrito de paz (em 25 de abril de 1857), e depois incorporada ao município de Taubaté. Buquira só ascendeu à condição de vila em 26 de abril de 1880 e, em seguida, à de cidade, em 19 de dezembro de 1900, através de lei estadual. Reduzida à condição de distrito em 1934, foi incorporada ao município de São José dos Campos, do qual finalmente se emancipou em 1948. Um ano depois ganhou o nome de Monteiro Lobato.

Com a chegada dos Bandeirantes, como Gaspar Vaz da Cunha, o Oyaguara, muitas fazendas foram formadas. José Pereira Alves, considerado o fundador de São Bento do Sapucaí, vindo de Pindamonhangaba, foi o doador das terras para a construção de uma capela, onde hoje está a Igreja Nossa Senhora do Rosário e da igreja de São Bento. Em 16 de abril de 1858, São Bento do Sapucaí passa de Freguesia à Vila.

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(Fonte: http://monteirolobato.sp.gov.br)

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1 - Casario de São Bento do Sapucaí 2 - Igreja São José, inaugurada em 1848, substituiu a primeira capela São José, marco do início do povoado de Pindamonhangaba 3 - Povoado de Monteiro Lobato 4 - Fazenda Buquira, produtora de café em Monteiro Lobato Circuito Mantiqueira 23


Quiririm

Histórias

de trabalho e superação

FOTOS MÁRCIO MASULINO

Aos pés da mantiqueira

CENTO E DEZOITO FAMÍLIAS VINDAS EM 1888 DA ITÁLIA PARA SANTOS e, em 1890, para o Núcleo Colonial Quiririm (em tupi = sossego e paz), instalado na Fazenda Quiririm de propriedade de Francisco de Paula Toledo, aqui receberam do governo suas próprias terras (Ouro Bendito). Dos freis Capuchinhos receberam sementes de arroz para plantar e ensinamentos sobre o cultivo desse cereal. Superando várias dificuldades, formaram a Colônia Agrícola de Quiririm, com a qual chegaram a liderar o mercado de arroz no Estado de são Paulo. Entraram no cultivo também o café e a batata. O crescimento econômico fez com que o povoamento se tornasse Distrito de Paz da cidade de Taubaté em 1925. A tradição italiana segue viva nos museus da Imigração Italiana e da Agricultura e em eventos como a Festa Italiana, realizados pelos descendentes dessas 118 famílias e que atraem um grande público. 24 Cidade&Cultura


FESTAS:

FOTO REPRODUÇÃO

Santa Lúcia de Siracusa Também conhecida por Santa Luzia, é homenageada dia 13 de dezembro com uma festa em sua intenção e que faz parte do calendário de tradições de Quiririm. Colônia A Festa da Colônia Italiana do Quiririm é uma das mais tradicionais e ocorre no mês de abril com seis dias de duração, onde podemos conhecer a comida típica, a dança, o desfile da imigração italiana, regado a bons vinhos.

Museu da Imigração Italiana

O Casarão Indiani

Antiga residência da família Indiani, com arquitetura típica do norte da Itália, data de 1896. O museu foi inaugurado em 1997 e conta em seu acervo com fotografias históricas das famílias italianas pioneiras, os cômodos com decoração de época, e grande quantidade de utensílios.

O sobrado foi construído entre 1896-1903 e, de 1958-1984, ficou abandonado e em ruínas. Em 1985 foi declarado de utilidade pública, iniciando-se um processo de conscientização da sua relevância histórico-cultural. Foi restaurado (1995-1997) e atualmente abriga o Museu da Imigração Italiana. No prédio existem pinturas feitas nas paredes internas pelo então proprietário Basílio Indiani, documentando toda nostalgia e esperança de um povo.

Museu da Agricultura Criado em 2003, esse museu abriga um vasto acervo dos maquinários utilizados no cultivo do café e do arroz e vários painéis explicativos sobre a agricultura do local nas décadas de 1940 e 1950. As peças foram doadas por famílias de Pindamonhangaba, São José dos Campos, Caçapava, Taubaté e Jacareí. Onde: A margem da Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123) Av. Libero Indiani, 550 – Distrito de Quiririm. Telefone: (12) 3686-5494.

Circuito Mantiqueira 25


Revolução de 32 Museu de 32 em São Bento do Sapucaí

ideal COM A FORÇA ECONÔMICA BRASILEIRA BASEADA NO CAFÉ PRODUZIDO NO ESTADO DE SÃO PAULO e no leite vindo de Minas Gerais, a política se tornou palco para o domínio de presidentes de ambos os estados que se alternavam no poder. Em 1929, essa regra foi quebrada com a nomeação do paulista Júlio Prestes à presidência quando deveria ser a vez de um mineiro. Com isso, Minas Gerais buscou apoio dos gaúchos e incentivou Getúlio Vargas. Caso Júlio Prestes fosse eleito em 1º de março de 1930, haveria uma revolução por parte dos aliados de Vargas. Prestes foi eleito à presidência do Brasil pelo Partido Republicano Paulista (PRP), desencadeando o golpe liderado por gaúchos, mineiros e paraibanos antes da posse do novo presidente, depondo Washington Luís e passando o poder a Getúlio Vargas. Este imediatamente montou um “Governo Provisório”, suspendeu a Constituição, nomeou interventores para os Estados, dissolveu o Congresso nacional e as Câmaras estaduais e municipais, e impôs ao país uma ditadura fechada e totalmente centralizada. Muitos políticos foram exilados; jornais apoiadores de Prestes foram fechados. Em São Paulo, os vários interventores 26 Cidade&Cultura

FOTOS MÁRCIO MASULINO

Por um

União do povo

não agradaram os paulistas e, em 25 de janeiro de 1932, na Praça da Sé, houve um comício de enormes proporções exigindo uma nova Constituição e o fim da ditadura Vargas. Em 23 de maio do mesmo ano, cinco jovens foram assassinados (Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa, Antônio Américo Camargo de Andrade e Orlando de Oliveira Alvarenga) por serem a favor dos ideais de nova Constituição, quando a população tentou invadir a sede da Legião Revolucionária, pró-ditadura. Esse fato resultou no Movimento MMDC. Com o apoio da maçonaria, Pedro de Toledo consegue romper com o Governo Provisório. Em 9 de julho, acreditando ter apoio dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, São Paulo inicia a marcha para a derrubada de Getúlio Vargas. Quarenta mil paulistas contra cem mil soldados. Os constitucionalistas lutaram bravamente com o que tinham, resultado de campanhas feitas por todo o Estado e, mesmo com seu porto bloqueado, muito se conseguiu com a união de todos. A estratégia de São Paulo era chegar até a cidade


do Rio de Janeiro (então capital federal) via vale do Paraíba com o apoio de retaguarda de Minas, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Porém, as tentativas de revolta em Minas e Mato Grosso frustraram-se e seus líderes foram presos e exilados. O Rio Grande do Sul decidiu de última hora apoiar Vargas. São Paulo estava sozinho e sob cerco militar, mas os paulistas lutaram e fabricaram novas armas, como a matraca que imitava som de uma metralhadora até o trem blindado do vale do Paraíba. Todos lutaram direta ou indiretamente, cidades foram bombardeadas pelos “vermelhinhos” — os aviões federais –, muitos morreram. Em 2 de outubro de 1932, São Paulo foi derrotado. Esse episódio, que foi a última luta armada em território brasileiro, deixou marcas profundas nos municípios do Circuito Mantiqueira. A região, como ponto de fronteira, teve em suas terras muitos batalhões e combates contra as tropas de Getúlio. Foram situações de espanto e tensão para a população que tentava manter sua rotina

Campos do Jordão, em 1932

Armazém da Fábrica de Pólvora Sem Fumaça

Soldado Paulo de Almeida SallesConst.1932-Pátio Estação E.Ribas

FOTOS REPRODUÇÃO

Sopé do Morro do Elefante com Prefeito Antonio Gavião Gonzaga

ao som de tiros e bombas. Escolas serviram de acampamento para os que nos defendiam, casas serviam de fabriquetas de uniformes e alimentos aos combatentes, crianças se admiravam inocentes com as rajadas de metralhadores na escuridão da noite. Na cidade de Piquete, por exemplo, a fábrica de pólvora “Sem Fumaça” foi dominada pelos federalistas. Campos do Jordão se tornou base fronteiriça. São Bento do Sapucaí ainda guarda algumas marcas no solo, como a trincheira do Quilombo e Museu onde há registros como: “Um fato impressionante de São Bento do Sapucaí foi que a cidade levou mais tempo do que outras para ser avisada de que a guerra havia chegado ao fim. Houve inclusive uma batalha travada contra soldados mineiros depois do fim da guerra, por pura falta de informação...”. Em Pindamonhangaba, a presença do tenente-coronel Júlio Marcondes Salgado com seus feitos heroicos é até hoje lembrada. De Monteiro Lobato, o próprio escritor foi considerado na época um dos grandes intelectuais brasileiros que colaborou com fervor com a causa paulista. Na maioria das cidades da região da Mantiqueira temos um monumento ou um espaço dedicado à Revolução Constitucionalista de 1932. Apesar de termos perdido várias batalhas, não perdemos a guerra, pois, em 1934, foi promulgada a nova Constituição. Circuito Mantiqueira 27


Religiosidade

Sustentáculo

de vida Um sopro divino

OS TEMPLOS CATÓLICOS FORAM POR SÉCULOS O SUSTENTÁCULO DA POVOAÇÃO BRASILEIRA. A fé em Cristo e nos santos fez com que os colonos e os intrépidos bandeirantes pudessem, em certa medida, ter algum consolo espiritual em uma terra inóspita e selvagem. É difícil imaginarmos quanto esses pioneiros sofreram com a solidão e o desamparo.

28 Cidade&Cultura

Longe de seus familiares e de sua terra natal, apenas o poder da comunhão com o Plano Maior podia dar a eles a convicção para continuar. Atualmente, esses templos, mais do que um lugar de adoração e oração, se transformaram em um registro vivo dessa época, escritos e encravados em seus edifícios, um verdadeiro marco na história brasileira.


São Bento do Sapucaí

FOTOS MÁRCIO MASULINO

Igreja Matriz São Bento Datada de 1853 e construída por mãos escravas, possui um valor arquitetônico único por sua construção de taipa com madeira de lei. Onde: praça Cônego Bento de Almeida, 442.

Monteiro Lobato Igreja Matriz Nossa Senhora do Bonsucesso A primeira igreja foi construída em 1850 e, em 1912, foi reconstruída tornandose a atual Matriz. Foi exatamente nesse local que o povoado surgiu sob a proteção da Igreja Católica. Onde: rua Cônego Antônio Manzi, 110.

Pindamonhangaba Igreja Matriz Nossa Senhora do Bonsucesso Em estilo gótico e romano, essa igreja remonta ao século XVIII, tendo sido reformada em 1849. Em seu interior está enterrado o almirante Antônio Bicudo Leme, fundador da cidade e o famoso padre João. Onde: rua Deputado Claro César. Circuito Mantiqueira 29


Religiosidade

Santo Antônio do Pinhal

Campos do Jordão

Igreja Matriz Santo Antônio de Pádua Construção em madeira, datada de 1811, foi reerguida em 1924 em taipa de pilão. E, como Santo Antônio é casamenteiro muitos casais buscam aqui um casamento perfeito e fazem juras de amor. Onde: praça Monsenhor Azevedo, 50.

Igreja Matriz Nossa Senhora Teresinha Datada do século XIX, essa igreja foi construída com a intenção de prestar consolo aos doentes da tuberculose que se internavam na cidade. Onde: rua Tadeu Rangel Pestana, 662.

Distrito de São Francisco Xavier

Piquete

Igreja Matriz São Francisco Xavier Nas terras do fazendeiro Luciano José das Neves, foi erigida por mãos escravas a capela de São Francisco Xavier, em 1892, tornando-se assim um marco da fundação do Distrito. Onde: rua Sete de Setembro, 194.

Igreja Matriz São Miguel Arcanjo Construída na década de 1960, com projeto do arquiteto Prometheu da Silveira, é adornada por imagens do artista plástico Antônio César Dória. Onde: rua Cel. Luiz Relvas, 13.

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FOTO DIVULGAÇÃO

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Estradas de ferro

Caminhos

da cura

Maria Fumaça e Bondinho da Estrada de Ferro Campos do Jordão - EFCJ - Pindamonhangaba

Desenvolvimento social

EFCJ – Estrada de Ferro de Campos do Jordão As cidades de Pindamonhangaba e Campos do Jordão são privilegiadas por contarem com um dos mais pitorescos meios de transporte: o trem. A ideia desse trem surgiu dos médicos sanitaristas Emílio Marcondes Ribas e Victor Godinho, em 1911, para facilitar o transporte dos doentes de tuberculose até Campos do Jordão, depois de terem projetado uma vila sanitária na cidade. Foi inaugurada em 15 de novembro de 1914. Com a Primeira Guerra Mundial, a ferrovia passou por grandes problemas financeiros e o governador de São Paulo, Francisco de Paula Rodrigues Alves, decretou que o Estado encampasse a ferrovia. Em 1924, o trajeto foi totalmente eletrificado pela English Electric. Em sua função básica, desempenhou um papel crucial de ajuda aos pacientes e também no escoamento de produtos 32 Cidade&Cultura

agrícolas da região, mas o seu melhor momento ainda estava por chegar. Ao término da ingrata fase da doença dos românticos, começa na década de 1970 a fase do turismo, o que deu à via férrea um propósito mais ameno. Diante das belezas naturais da Serra da Mantiqueira, logo se tornou um dos principais cartõespostais da cidade. Ao longo de seus 47 quilômetros, a uma velocidade média de 32 km/h, o passageiro pode se deslumbrar com os panoramas da região, mas o fato mais interessante é que em alguns trechos de serra a velocidade cai para 16 km/h. Dentre as estações a mais alta é a Parada Cacique, também chamada Alto do Lageado, a 1.743 metros de altitude. Sabendo disso, nem é preciso falar da visão espetacular que se tem de toda a cidade e arredores.


Distância e altitude das estações PINDAMONHANGABA PARQUE REINO DAS ÁGUAS CLARAS SANTO ANTÔNIO DO PINHAL ABERNÉSSIA EMÍLIO RIBAS

km 0 km 17 km 28 km 43 km 47

552 metros 552 metros 1.162 metros 1.585 metros 1.573 metros

Estação Pindamonhangaba Inaugurada em 1922, com a presença de Washington Luís, é a estação de marco zero, ponto de partida da estrada de ferro. O edifício da estação foi construído segundo o modelo arquitetônico da estrada de ferro Central do Brasil. – Pindamonhangaba.

Fundado em 1970 pela companhia da estrada de ferro de Campos de Jordão e estruturado em uma área verde de 21.311 m2, é uma excelente opção de lazer para toda a família. Com uma completa infraestrutura com lanchonete, restaurante, sanitários, enfermaria, armários individuais, parquinho de diversão para os pequenos, campo de futebol, churrasqueiras e quiosques, recebe a todos com conforto e segurança. Caminhando pelo parque, os visitantes encontram várias esculturas em tamanho natural, feitas de barro e cozidas em forno de olaria, dos famosos personagens do Sítio

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Parque Reino das Águas Claras

do Pica-Pau Amarelo, uma homenagem ao escritor Monteiro Lobato. As esculturas são obras dos artesãos José Pyles, Alarico Correa Leite e José Ferreira. Onde: Rodovia dr. Caio Gomes Figueiredo, km 17 – Pindamonhangaba. Circuito Mantiqueira 33


Estradas de ferro

Estação Eugênio Lefèvre Inaugurada em 1916, possui a vila ferroviária, o virador e a subestação da ferrovia. Local agradável, em uma altitude de 1.162 metros, equipado com uma lanchonete que tem petiscos maravilhosos e, ao lado, o Mirante de Nossa Senhora Auxiliadora. Santo Antônio do Pinhal.

Estação Abernéssia A primeira estação dessa estrada de ferro foi concluída em 1919 e o responsável pela obra foi o engenheiro José Antônio Salgado. O nome “Abernéssia” tem uma origem curiosa: vem da Escócia, em uma composição do nome das cidades de Aberdeen e Inverness. O prefixo “aber-” (da língua celta) significa confluência de rios, e o sufixo “-ness” (de origem escandinava) indica promontório. A estação foi restaurada em 1976. Campos do Jordão.

Estação Emílio Ribas O nome original dessa estação era Campos do Jordão, mas foi alterado para homenagear o importante médico dr. Emílio Ribas. A obra da estação foi de responsabilidade dos irmãos Mondim e Nascimento, que a inauguraram em 1924. Originalmente, as paredes no interior da estação eram todas pintadas com belas imagens retratando a natureza local. Campos do Jordão. 34 Cidade&Cultura


FOTOS MÁRCIO MASULINO

Companhia de Estrada de Ferro D. Pedro II Por meio da atualmente denominada Estrada de Ferro Central do Brasil, o imperador Dom Pedro II queria integrar o restante do Brasil à então capital, Rio de Janeiro. Em 1855, sob o gerenciamento de Christiano Benedicto Ottoni, deu início a essa monumental obra. A ligação chegou à Província de São Paulo em 1875, às margens do rio Paraíba. Em 1889, após a proclamação da República, essa estrada de ferro passou a se chamar Estrada de Ferro Central do Brasil.

Estação Rodrigues Alves Em 1906, foi construído o ramal de Piquete – Estação Rodrigues Alves, anos mais tarde Piquete, a 636 metros de altitude, chamado Estrada de Ferro Lorena–Benfica. Servia para atender ao transporte de produtos da fábrica de materiais bélicos do Exército Brasileiro em Piquete. Em 1907, foi concluído, com uma linha exclusiva para a fábrica – estação Estrela do Norte. Piquete

Estação Estrela do Norte “A estação foi aberta com o nome de Venceslau Brás, em data indefinida. Mais tarde (antes dos anos 1940) passou a se chamar Estrela do Norte. Ficava no trecho controlado pelo Exército, entre as estações de Piquete e Limeira, e servia à vila militar, ao lado. Da estação partia uma linha de bondes e trólis que serviam à vila, dentro da qual existia uma estação pequena, chamada Serrinha, no meio de uma praça ajardinada”. Fonte: www.estacoesferroviarias.com.br. Piquete

Circuito Mantiqueira 35


Lendas

Campos do Jordão Cachoeira dos Ouros Essa lenda se passa no Bairro do Amaral, na Fazenda do Horto Florestal, segundo a professora Gracy De Vito Amary: “No tempo em que morei naquele bairro, vi por diversas vezes, em certas noites de lua, daquelas bem claras, a Mãe do Ouro, de um alto para outro. Ela possuía o tamanho de uma pessoa, não se sabendo se era homem ou mulher. Passava de um lado para o outro. Não somente eu a vi, como também outros vizinhos. Ouvia-se o barulho de pessoas que falavam, cantavam, assobiavam, mas a gente não sabia quem era e imaginava que fossem índios. Quando o dia começava a surgir, as vozes aquietavam. Eis que, num certo dia, em maio de 1952, apareceram por lá dois homens americanos, que ficaram hospedados dois meses na casa de uma família. A dona da casa em que os americanos ficaram era viúva e possuía seis filhos. Seu nome era Maria Tavares. Esses dois americanos pagavam direitinho as diárias, saíam de manhã e seguiam o rio, a uma grande distância que medeia entre o rio e a Cachoeira dos Ouros. Cada um deles carregava uma grande sacola. Certo dia, acertaram as contas com a dona da casa e foram embora e, desse dia em diante, ninguém nunca mais viu a Mãe do Ouro e nunca mais se ouviu o seu barulho e as cantorias. Dizem que os dois americanos, com certeza, muito estudados no assunto, recolheram o ouro e o carregaram”. (Fonte: www.camposdojordaocultura.com.br)

Monteiro Lobato Cuca “A Cuca é um dos principais seres mitológicos do folclore brasileiro. Ela é conhecida popularmente como uma velha feia na forma de jacaré que rouba as crianças desobedientes. A origem dessa lenda está em um dragão, o coca das lendas portuguesas, tradição trazida para o Brasil na época da colonização. Diz a lenda que a Cuca rouba as crianças que desobedecem a seus pais. A Cuca dorme uma noite a cada sete anos, e quando fica brava dá um berro que se pode ouvir a 10 léguas de distância. Pelo fato de a Cuca praticamente não dormir, alguns adultos tentam amedrontar as crianças que resistem a ir para a cama, dizendo que se elas não dormirem, a Cuca virá pegá-las. A Cuca é, sem dúvida, uma das principais criaturas do folclore brasileiro, principalmente pelo fato de o personagem ter sido descrito por Monteiro Lobato em seus livros infantis e em sua adaptação para a televisão, o Sítio do Pica-Pau Amarelo.” (Fonte: lendasfolcloricas.blogspot.com.br)

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Santo Antônio do Pinhal Cemitério Um local muito curioso de se conhecer nas cidades são seus cemitérios. Além de deparar com túmulos de pessoas historicamente famosas, conhecemos também outras que são um verdadeiro alicerce de fé para os que lhe rogam por graças. No caso do cemitério de Santo Antônio do Pinhal, podemos ver o túmulo do Barão de Motta Paes que, segundo contam, era um escravagista ferrenho; o do comentador Elisário de Carvalho Monte Negro, um abolicionista; o do padre Guilherme Landell de Moura, irmão do inventor do rádio, padre Roberto Landell de Moura; os santos populares Alzira Coelho Ferreira, Armando Mondadori e Geraldo Sanches. Uma curiosidade está no túmulo de Antônio de Barros Pimentel Jr. que nasceu em 1º de abril de 1875 e morreu em “30” de fevereiro de 1892!


FOTO: GERALDO FRANCISCO DA SILVA

São Bento do Sapucaí Cachoeira dos Amores “Banhava-se nas águas, entre as matas da Mantiqueira, uma donzela muito bonita. Pele branca como neve, olhos que refletiam o azul do céu e cabelos cor de ouro. Ninguém sabia como ela chegara ali, mas só que despertara de um sono profundo. Morava numa cabana, alimentava-se de frutas e mel. Tinha medo de se afastar dali. Um dia percebeu que alguém se aproximava, um cavaleiro de pele queimada pelo sol, olhos negros, cabelos longos e pretos, caindo sob um chapelão de abas largas. Desceu do cavalo e foi saciar sua sede e nem viu a bela moça que se aproximou dele. Ele e ela se entreolharam. Ela pegou suas mãos e cantou para ele em sua cabana. Ele adormeceu. Quando despertou ela acariciava seus cabelos, e ela o chamou de Rubalá, e ele a chamou de Cabelo de

Sol. Viveram muito felizes, até uma noite em que as águas do rio se avolumaram e transbordaram, levando tudo que encontravam, inclusive Rubalá. Cabelo de Sol tentou segurá-lo, mas não conseguiu. Ela chorou tanto e por tanto tempo que suas lágrimas cavaram profundos sulcos naquelas pedras. Numa noite de nevoeiro ela desapareceu, ficando apenas suas lágrimas rolando pelas pedras. Os soluços misturados com as lágrimas dela formaram a cachoeira que desce barulhenta. Desde então, todos passaram a chamá-la de Cachoeira dos Amores, onde a alma dos dois vive nas suas águas.” (Fonte: www.camarasbs.sp.gov.br/folclore)

Pindamonhangaba A mucama e o feitor Narrada por Newton Lacerda César: “É sobre uma escrava chamada Lavínia que servia seus patrões numa fazenda de café, propriedade de um ‘foral’ do Império, pras bandas do Bairro da Cruz Grande e do Morro da Piedade. Nessa fazenda havia um feitor muito ruim que maltratava todos os escravos do patrão. Lavínia era uma escrava cheia de encantos e durante as tardes muito quentes acompanhava as sinhazinhas até uma lagoa, onde se banhavam. Tão acostumada estava que, quando as meninas decidiam por outras diversões, Lavínia acabava indo pra lá sozinha, pois o local era bem discreto. Aconteceu que o feitor engraçou-se até à paixão pela mucama Lavínia. Um dia, chegando à lagoa sozinha, preparava-se para entrar na água, claro que só na beirinha, pois não sabia nadar, quando um homem tentou agarrá-la: era o feitor. A fim de se livrar do monstro, a escrava caiu na lagoa e desapareceu.

Sem contar a ninguém sobre o ocorrido, ainda o feitor ajudou nas buscas encetadas durante algum tempo para encontrar a escrava sumida. Nunca mais esse homem teve sossego. Via a assombração da moça por toda parte; mais ainda quando passava pela lagoa. Aí, ela surgia nua, mostrando toda a beleza que ele nunca vira, e, com brejeirice, o convidava a entrar com ela. Um dia, ele não resistiu ao convite e jogou-se na água para nunca mais voltar”. Circuito Mantiqueira 37




DIVULGAÇÃO

Arquitetura

Lar

doce lar

A arte do abrigo

MAIS DO QUE UMA TÉCNICA DE ORGANIZAÇÃO DE ESPAÇO E ABRIGO, a arquitetura é uma das mais poderosas ferramentas de entendimento da cultura de um local, região ou país. São muitos elementos agregados em um projeto, que vão desde o solo e a matéria-prima até as necessidades pessoais, o nível econômico, o clima etc. São registros de valor incalculável para a preservação histórica de um povo. Exemplos no mundo todo estão aí como prova de que a arquitetura é um poderoso atrativo turístico, não deixando dúvidas de que sua preservação é um fator determinante no desenvolvimento econômico local. O Circuito Mantiqueira abriga em seus edifícios várias influências históricas de diversas origens. Os primeiros a construir nessa região foram os desbravadores do sertão paulista em busca do ouro das minas, que se estabeleceram ao longo dos caminhos abertos. Utilizaram a matéria-prima que estava à mão: madeira e terra. Des40 Cidade&Cultura

sa combinação surgiu a técnica chamada taipa de pilão, que consiste “no forte apiloamento de terra úmida entre dois pranchões de madeiras removíveis que, no taipal, se mantêm de pé e afastadas entre si graças a travessas ou escoras” (Museu das Cidades). A técnica caracterizou as construções do século XVI ao XVIII, definindo as construções rurais. Outra técnica construtiva é o pau-a-pique, ainda utilizado nos dias atuais, aqui é feita uma estrutura de madeira roliça disposta em xadrez, amarada com cipó e preenchida com barro socado a mão. ENGENHOS DE CANA-DE-AÇÚCAR Ao conquistar a liderança do mercado mundial no fornecimento de açúcar, o Brasil experimentava seu segundo ciclo econômico mais relevante. A produção do açúcar e seus engenhos modificaram a paisagem. Os engenhos se tornaram construções operacionais e abrigavam mais do que a família. Escravos, feitores, animais de tração


FOTOS MÁRCIO MASULINO

Palacete Tiradentes, em Pindamonhangaba

Palacete Tiradentes

Palacete Visconde da Palmeira, em Pindamonhangaba

“O prédio que sediou por muito tempo a Câmara foi inaugurado no ano de 1864, situado no antigo Largo São José. Sediou a Câmara Municipal no piso superior e a Cadeia Pública no térreo até 1913. Serviu como instalação provisória da Faculdade de Farmácia e Odontologia até a transferência da escola para o Palacete Visconde da Palmeira. Logo depois o prédio foi doado à Congregação das Irmãs Franciscanas, que instalaram ali o Externato São José. Em 1976 foi vendido a particular e posteriormente tombado como patrimônio pelo Condephaat em 1981. A partir de 1984 foi alugado para novamente ser instalada a Câmara de Vereadores, recebendo oficialmente o nome de Palacete Tiradentes. Em 2008 foi transferida para sua sede própria, localizado no loteamento Real Ville e denominado Palácio Legislativo Dr. Geraldo José Rodrigues Alckmin”. Atualmente abriga o Departamento de Turismo, Cultura, APL e EUTERPE. (Fonte: http://www.camarapinda.sp.gov.br)

Onde: rua Dr. Gregório Costa, 22 – Pindamonhangaba.

constituíam a vida açucareira. Cada engenho contava com a “fábrica”, o local de manufatura do açúcar; a casa-grande onde habitavam os donos da propriedade; a casa do administrador; a senzala e a capela. Os engenhos eram construídos principalmente próximos da água corrente onde instalavam a roda d’água – que ainda se pode avistar em vários locais –, e também para facilitar o transporte. Outros fatores importantes na localização eram o solo, a proximidade das matas como fonte de lenha e uma distância razoável dos índios. OS CAFEZAIS, OS PALACETES E SEUS BARÕES Após o declínio da cana-de-açúcar, que perdeu força com a concorrência dos países da América Central, a região do Circuito Mantiqueira voltou a prosperar com o cultivo do café no final do século XVIII e princípio do século XIX. Esse período foi marcado pela grande influência e riqueza que o ouro negro trouxe para a região. Os antigos enge-

nhos foram transformados e adaptados à nova cultura e sua arquitetura se modificou com a adoção de novos elementos decorativos importados da Europa. Começam a ser acrescentados pavimentos à casa-grande, um terreiro para secagem do grão, senzalas maiores, e, após a proibição de importação de novos escravos, são construídas casas para os colonos imigrantes, principalmente italianos e espanhóis. A riqueza gerada pelo café causou uma profunda modificação nos padrões sociais da época, quando a simplicidade dá lugar ao luxo e surgem objetos nunca dantes vistos em terras do interior do Brasil. As fazendas de café passaram a formar um povoado em si, pois ali, dentro de seus limites, havia armazém para a venda de produtos aos colonos e capela para missas, ou seja, os trabalhadores, escravos ou não, não necessitavam sair do local. A vida econômica e social estava entrincheirada na própria fazenda, autossuficiente, autárquica e contínua. Mais tarde, diante da necessidade de dominarem Circuito Mantiqueira 41


Arquitetura

todo o ciclo produtivo do grão, do plantio ao embarque nos portos, os cafeicultores se viram obrigados a também possuir propriedades nas vilas, basicamente utilizadas para hospedar a família, em especial na época das festas religiosas. Abastados como ficaram, fizeram dessas moradias verdadeiros palacetes e introduziram na paisagem urbana muitos melhoramentos, como calçadas, pavimentação de ruas, iluminação. Com isso, os cafeicultores cresceram em poder político. Os palacetes dos Barões do Café seguiam a mesma técnica de construção, taipa de pilão, mas ostentavam em suas fachadas esplendorosos frontões, normalmente exibindo o brasão da família. Em seu interior, as majestosas residências eram uma clara exibição das inovações do que o dinheiro oriundo do café era capaz de comprar: estruturas de ferro, vidro, azulejo hidráulico. As famílias usavam louças francesas e inglesas, cristais do leste europeu, móveis italianos. Dessa forma, o Brasil interagia com o resto do mundo e estava rompida a conhecida uniformidade arquitetônica, que resistira dois séculos; com o desuso em que entrou o estilo colonial, entra em cena o neoclássico.

Roda d`água São Francisco Xavier

Igreja de São Benedito, em Santo Antônio do Pinhal Em um local privilegiado está a Igreja de São Benedito construída no final do século XIX em estilo barroco, tanto na estrutura como em seu interior. Onde: Rodovia Oswaldo Guisard.

Fazenda Buquira, em Monteiro Lobato 42 Cidade&Cultura

Casa para funcionários da Fábrica de Pólvora Sem Fumaça.

Paço Municipal de Monteiro Lobato


Estação Pindamonhangaba Inaugurada em 1922, com a presença do então presidente da República, o dr. Epitácio Pessoa, é a estação de marco zero, ponto de partida da estrada de ferro. O edifício da estação foi construído segundo o modelo arquitetônico da estrada de ferro Central do Brasil. – Pindamonhangaba.

Museu Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina Datado de 1850, construído com a técnica de taipa de pilão nas paredes externas e pau a pique nas internas, essa propriedade foi da família do então barão de Palmeira, mais tarde visconde, capitão Antônio Salgado da Silva, onde permaneceu até 1913. Depois passou para as mãos do barão de Lessa, que montou a Escola de Pharmácia e Odontologia. Mais tarde foi sede da Santa Casa de Misericórdia de Pindamonhangaba e do Ginásio Municipal, que ali funcionou até 1961. Foi tombado em 1969. Em estilo neoclássico e ricamente decorada, essa edificação é um exemplar ímpar da riqueza dos barões. Muitos cômodos, alcovas e dois salões enormes para festas. Vitrais e afrescos compõem a decoração interna. Onde: rua Mal. Deodoro da Fonseca, 246 – Pindamonhangaba.

Palácio 10 de Julho, em Pindamonhangaba “Enquanto a influência inglesa estava ligada às construções das ferrovias, a francesa foi a que predominou na arquitetura dos ricos casarões do Vale do Paraíba, quando a economia do café se expandiu e consolidou nessa região, a partir de meados do século XIX. É o caso do Palácio 10 de Julho, projetado pelo arquiteto francês Charles Peyrouton, ao gosto eclético, em que os detalhes decorativos chamam a atenção pelo requinte e pela qualidade plástica. Seu primeiro proprietário foi Inácio Bicudo de Siqueira Salgado, barão de Itapeva. O edifício foi construído com técnicas mistas, tendo sido verificado o emprego de tijolo queimado. Possui assoalho em pinho de riga, paredes revestidas em papel importado e majestosa escadaria no seu saguão de entrada, protegida por grades trabalhadas em ferro fundido. Todo o seu interior é fartamente decorado com pilastras, capitéis e cimalhas e, no teto de um dos salões do pavimento superior, se observa uma grande e decorada clarabóia.” Atualmente funciona o Centro de Memória Barão Homem de Mello - centro de arquivo, pesquisa, conservação, restauro, capacitação e divulgação. (Fonte: http://www.cultura.sp.gov.br)

Onde: rua Deputado Claro Cesar, 33 – Pindamonhangaba.

Circuito Mantiqueira 43


Arquitetura

CAMPOS DO JORDÃO Chalé Suíço Vila Ferraz A Vila Ferraz, em Campos do Jordão, é um bairro que preserva muitos chalés construídos com pinho jordanense nas décadas de 1920 a 1940. As construções se assentam sobre pilares de alvenaria, pedras ou até madeira (como a aroeira); com isso, o piso era mais alto e, embaixo, havia o porão para melhor ventilação e armazenamento de lenha para o fogão. As paredes, após a colocação da estrutura de vigas ou caibros, são revestidas de pinho com 20 cm ou 30 cm de largura. Se, ao término da construção aparecessem vãos, estes eram fechados com ripas de pinho também, chamadas “matajuntas”, porque normalmente esses vãos surgiam perto das juntas de madeiras. Depois de tudo montado, era usado óleo de linhaça, óleo queimado de motor ou mesmo óleo de cozinha para fechar os poros da madeira. As áreas úmidas (banheiro e cozinha) são de alvenaria. 44 Cidade&Cultura

Outra característica marcante da arquitetura jordanense é o chalé tipo suíço, que lhe confere um “ar” ainda mais europeu, altamente apreciado pelos visitantes. Em Campos do Jordão predomina o “estilo arquitetônico de casa baseado de forma livre no protótipo de chalé suíço. Apresenta dois pavimentos, telhado com duas águas, sacada frontal ou pórtico com balaustrada de volutas, ornamentos de madeira, tabeca de tábua e matajunta ou estuque ornamentado”. (Fonte: Burden, E. Dicionário Ilustrado de Arquitetura)

Palácio Boa Vista Em 1938, Adhemar de Barros, interventor federal do Estado de São Paulo, nomeado por Getúlio Vargas, escolheu Campos do Jordão para construir a residência oficial de inverno do governador. O arquiteto polonês Georg Przyrembel foi incumbido da construção dessa maravilha inspirada no estilo Maria Tudor. O bairro escolhido foi o Alto da Boa Vista, pelo cenário deslumbrante que oferece, com panorama de toda a cidade. Porém, por motivos obscuros, a obra se arrastou durante 25 anos e somente foi terminada em 1964. Internamente, é dividida em 105 cômodos em um terreno de 95 mil m², rodeada por jardins imensos e maravilhosos. Onde: Avenida Adhemar de Barro, 3.001 – Alto da Boa Vista





Artes

FOTO: ALEXANDRE FELIX

A natureza nas mãos

Festival de Inverno - Auditório Cláudio Santoro - Osesp 2 em Campos do Jordao

AO ENTRARMOS NO CLIMA DO CIRCUITO MANTIQUEIRA, FICA MUITO CLARA A PERSONALIDADE DA REGIÃO. Com paisagens que parecem pinturas, é fácil imaginar quanto seus moradores são inspirados pela natureza a produzir arte. As matérias-primas estão ao alcance das mãos e dos olhos dos artistas: o cenário deslumbrante e a criatividade aflorada.

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Campos do Jordão FESTIVA DE INVERNO Foi em 1970, no Palácio Boa Vista, que as primeiras notas musicais saíram do piano de cauda e deram o tom do mais importante Festival de Inverno do Brasil. Ao longo destas décadas, esse festival atraiu milhões de espectadores e milhares de renomados músicos nacionais e internacionais, entre elesKurt Masur, Dame Kiri Te Kanawa, os pianistas Nelson Freire, Cristina Ortiz, Maria João Pires e Arnaldo Cohen, os oboístas Albrecht Mayer e Alex Klein, os violoncelistas Antônio Meneses e Marc Coppey, os violinistas Gilles Apap e Dmitri Berlinski, entre outros. Além da grandiosidade de seus espetáculos, o Festival de Inverno lança novos talentos por meio de bolsas meritórias.


humanas Mutações criativas

DIEGO JOSÉ DA COSTA Aos 7 anos de idade, aprendiz de seu avô, Diego José da Costa seguiu a tradição familiar de trabalhar a madeira, transformando-a em peças utilitárias e incríveis devido à solidez natural dessa maravilhosa matéria-prima. Onde: Estrada Municipal do Itupeva.

REYNALDO CALLES Desde criança, quando brincava no ferro-velho da família, Reynaldo Calles já colocava em prática sua criatividade em peças feitas de ferro. Hoje, sua casa é um enorme acervo de esculturas de arte contemporânea. Calles foi o arquiteto pioneiro no Estado de São Paulo na utilização de material de demolição em suas criações. Suas obras podem ser apreciadas na Inglaterra, na França, na Áustria e nos Emirados Árabes Unidos. Contato: (12) 3662-5118 – Bairro Alto da Boa Vista.

Diego José da Costa

IVAN DE LIMA Escultor há mais de 50 anos, Ivan de Lima, além de grande artista, também é incentivador da inclusão social por meio da arte. Trabalha com esculturas feitas em madeira colorida ou monocromática, criando formas variadas e atraentes. Atualmente, utiliza madeira de reflorestamento, como o cedrinho. Onde: Praça das Arte (Av. Frei Orestes Girardi). MUSEU FELÍCIA LEIRNER Considerado um dos mais importantes parques de esculturas do mundo, em uma área de 350 mil m², com 90 peças esculpidas em bronze e cimento branco, o Museu Felícia Leirner é um monumento a essa artista nascida em Varsóvia e que adotou Campos do Jordão como sua cidade de coração. Onde: Avenida Arrobas Martins, 1.880 – Campos do Jordão.

FOTOS MÁRCIO MASULINO E THIAGO DE ANDRADE

Museu Letícia Leineir - Horizonte 1982

Reynaldo Calles

Ivan de Lima

Circuito Mantiqueira 49


Artes

FOTO: DIVULGAÇÃO

SERGIO CALLIPO Paulista, criado no Bairro da Mooca, é autodidata, já participou de varias exposições nacionais e internacionais. Suas obras estão distribuídas por vários países, como França, Alemanha, Espanha, Itália, Portugal e outros. Foi premiado pelo Governador Geraldo Alckmin, em mandato passado, como melhor escultor do Estado de São Paulo, em uma exposição de presépios com juri acadêmico e popular. Peças as esculpidas em Argila de Cupim. Em Pindamonhangaba possui vários monumentos o mais famoso é o cartão de visita da cidade, uma homenagem a Mazzaropi, que fica na rotatória da estrada que liga Pindamonhangaba à Taubaté. É um dos únicos monumentos confeccionado com cores vivas, expressando a realidade do ator, homenageado pela cidade. A paróquia de Nossa Senhora da Assunção, homenageou São Benedito (nome do bairro) com uma escultura de tamanho natural do Santo, também obra de Callipo. Seu gosto pela História do Vale da Paraíba, lugar que escolheu para residir, o faz expressar-se com obras que descrevem o povo deste belo lugar, como demonstra em seu Presépio Regional, também premiado, onde São José é um pescador e Nossa Senhora é uma lavadeira do rio Paraíba, com animais regionais. Também as cidades vizinhas como São Luís do Paraitinga que possui obras sua, como o monumento homenageando o carnavalesco João Boi. Em sua longa carreira artística já ministrou aulas de Modelagem em a Argila na Faculdade Santa Cecília, e em vários outros lugares. Atualmente, seu gênero criativo esta voltado na Arte Sacra o que sempre gostou de fazer, e como é adepto ao franciscanismo, tem como lema São Francisco. O que não o impede de esculpir o que lhe for solicitado.

50 Cidade&Cultura

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Pindamonhangaba

FELIPE CALLIPO Felipe Callipo, natural de Mogi das Cruzes, nasceu no ano de 1978, onde residiu até seus 15 anos de idade. Desde pequeno sempre acompanhou seu pai, o escultor Sergio Callipo, em feiras e exposições pelo Estado. Foi nesta infância repleta de arte que surgiu o gosto pelo oficio. Começou na adolescência com o apoio da família. Formou-se em Artes Plásticas pela faculdade Santa Cecilia e pós-graduado em Historia da Arte pela IEVAP. Atualmente divide seu tempo entre sua oficina de arte e a sala de aula onde leciona a disciplina de arte. Mas é na oficina que Felipe se realiza tendo grande parte de suas criações voltadas para Arte Sacra, sua paixão verdadeira. Cria e recria imagens do século XVII e XVIII. Já realizou varias exposições pela região e pelo estado, foi premiado em algumas delas. Atualmente participa de uma exposição itinerante chamada “Pinda em cena”, um projeto que leva arte e cultura a todos os bairros da cidade que o acolheu como uma mãe Pindamonhangaba.


PROJETO CERÂMICA – RESGATANDO A CIDADANIA Até 1990, o bairro Cerâmica abrigava uma grande fábrica de tijolos e seus trabalhadores residentes. Após o fechamento da fábrica, a demissão em massa causou um problema social. O Fundo Social de Solidariedade de Pindamonhangaba encampou um projeto intitulado “Projeto Cerâmica – Resgatando a Cidadania” por meio do qual dava oportunidade aos moradores desse bairro para se profissionalizarem na arte da cerâmica, desde o manuseio da argila até a queima e a pintura. Este projeto propiciou o renascimento da cultura local. São produzidas peças únicas de marcante personalidade. Onde: Estrada da Cerâmica, s/n – Bairro Mandu

Distrito de São Francisco Xavier LAS MÁSCARAS A arte medieval no Brasil que nos brinda Carlos Gaudin é de um incrível bom gosto e extrema qualidade. Em sua oficina, Carlos conta toda a história e a magia que envolve um dos símbolos mais marcantes de Veneza: a máscara, usada originalmente para diferenciar os nobres dos plebeus. Mais tarde, se tornou o adereço primordial do carnaval veneziano. Gaudin é mestre nessa arte e a reproduz fielmente, como na Idade Média, sem subterfúgios e tecnologia, utilizando apenas o que na época era a matéria-prima. A firmeza das mãos ao decorar cada detalhe e a riqueza do estudo das expressões do rosto humano são impressionantes. Onde: Estrada Ezequiel Alves Graciano, 16.000.

MANACÁ DA SERRA Camila Giffoni dá forma e eterniza obras com argila queimada a alta temperatura, ao criar peças decorativas e utilitárias de colorido variado e design diferenciado, entre luminárias, infusores, xícaras, pratos, bules, porta-velas e uma infinidade de peças únicas expostas em sua loja. Saiba mais em www.ateliermanacadaserra.com.br. Onde: Estrada das Lavras, 4800 – São Francisco Xavier. Circuito Mantiqueira 51


Artes

Santo Antônio do Pinhal EDUARDO MIGUEL Por suas próprias palavras, Miguel é “um observador, detalhista, perfeccionista e engajado na defesa da vida e na preservação do planeta”. E que se acrescente: uma explosão de energia que envolve a todos que visitam seu ateliê, extremamente organizado; aliás, a própria organização é uma obra de arte. O artista consegue “enxergar” em pequenos galhos e tocos formas que a natureza deixou como pista de sua vivacidade, e disso extrai todo o potencial vital que somente olhos espiritualizados podem captar. Onde: Estrada das Cerejeiras, 203.

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HUMBERTO OLIVEIRA Sob a alcunha de “Escultor da Montanha”, em suas peças Humberto consegue transmitir todo o espírito da cultura caipira. Seu trabalho é realístico e de fato nos transporta ao dia a dia da vida na roça. Trabalho único e rico em detalhes. Onde: Rua Governador Carvalho Pinto, 82.

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DESIGNER ANDRÉ MARX Físico de formação e designer autodidata de móveis, reconhecido nacional e internacionalmente, emprega seus conhecimentos científicos para executar peças confortáveis, versáteis e duráveis, sempre muito disputadas por decoradores e admiradores de sua arte. A preocupação com a madeira a ser usada em seus trabalhos é outro ponto forte do profissional. É seletivo na escolha das espécies de matéria-prima que serão transformadas por suas mãos. Utiliza madeiras não ameaçadas de extinção e outras espécies de reflorestamento oriundas de florestas europeias e norte-americanas, sempre respeitando a conservação das matas. Sua paixão por ferramentas antigas o fez descobrir técnicas tradicionais de fabricação e encaixe perfeitos, com destaque para as europeias e as japonesas. Tanta dedicação ao trabalho, amor à profissão e respeito à natureza conferem às peças suavidade, elegância e um resultado que impressiona. Saiba mais: www.andremarx.com.br

JP DESIGN (OK FOTO) João Paulo Raimundo, nascido em Maria da Fé-MG, designer autodidata, resgatou a técnica milenar do papel machê para fazer o papelão voltar à sua origem. Criando móveis, esculturas e peças de decoração que recebem um fino acabamento, Raimundo produz peças resistentes e com aparência de madeira ou ferro. Há quatro anos expõe as obras em seu showroom em Santo Antônio do Pinhal, a cidade que, segundo João, é rica em inspiração. Onde: Rua Cônego Tomaz, 42.


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Artes

MORITO EBINE Móveis contemporâneos feitos à base de técnicas milenares de encaixe, o que chama atenção é justamente a não utilização de pregos e parafusos. Outro diferencial é a durabilidade das peças produzidas artesanalmente, integrando técnicas tradicionais e novas tecnologias. O resultado é surpreendente: quanto mais se usa, mais bonita a peça ficará. Para saber mais: www.moritoebine.com.

ATELIÊ DE CERÂMICA NANCY BARROS E SYLVIA GARNER Ao entrarmos no ateliê, fomos recebidos por Nancy que estava ao torno em perfeita harmonia com o barro e à paisagem em volta. Um clima de paz e criatividade pairava no ar e, com simplicidade, essa norte-americana nos contou sobre sua arte e sua vida. Suas peças são delicadas, funcionais e decorativas. Quando não está no haras, sua primeira paixão, dedica-se à confecção de cerâmicas. Onde: Estrada das Cerejeiras, 3.600. 54 Cidade&Cultura

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GUILLERMO ESTEFANIA No ateliê Prata da Lua deparamos com peças em prata de encher os olhos. Não é à toa que Guilherme é considerado um dos melhores da região. Oriundo da Argentina, Guillermo está na cidade há 20 anos, produzindo peças únicas e finíssimas, com detalhes exclusivos. Onde: Estrada do Pico Agudo. Telefone: (12) 3666-2577.

DEJULIS CERAMISTA “Formado pela Escola Pan-americana de Artes em Arquitetura de Interiores, o ceramista Dejulis aplica sua técnica, que resulta em peças utilitárias e artísticas com formas harmoniosas e estruturadas. Teve como mestres na arte da cerâmica renomados ceramistas com quem aprimorou seu talento em criações desenvolvidas em torno elétrico e posteriormente nas técnicas de Raku e Raku Nu, artes japonesas milenares. É o criador da técnica de Ceramigami®, que eterniza a arte do origami angular, que domina com maestria, e finaliza em cerâmica. Contato: (12) 3666-1252



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Artes

HISTÓRIA EM RETALHOS Registros históricos apontam que os faraós já usavam acolchoados com similares aos feitos em patchwork. Na Inglaterra, no século XI, a técnica foi utilizada para confeccionar tapetes e túnicas clericais, mas foi a partir da invenção da máquina de costura que as mulheres americanas ampliaram e diversificaram o uso do patchwork, traduzido em lindas peças de decoração e vestuário. A harmoniosa união de retalhos de tecidos de padronagens e cores variadas é a especialidade desse ateliê, formado por um grupo de amigas em 2002, que retratam a Serra da Mantiqueira com muita arte e dedicação em panôs, colchas, almofadas e diversos outros produtos. As peças de rara beleza são exportadas e publicadas em revistas de artesanato. Onde: Rua Coronel Sebastião Motta dos Santos, 2.500 – Centro – Santo Antônio do Pinhal.

OFICINA DAS ARTES Velas e luminárias feitas em lindas bases, como o interior de toras de madeiras. No local podemos apreciar a confecção de peças de diferentes formas. Onde: Estrada das Cerejeiras.

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MATINHO DI FLOR Com um trabalho extremamente delicado, podemos encontrar arranjos florais das mais variadas formas. O perfume que envolve os buquês é suave e confere ao local um ar leve e harmonioso. Colorido, bonito, diferente. Onde: Estrada do Pico Agudo, km 4,5.

ANTÔNIO MARIA SOARES O trabalho de Antônio é uma reversão de produto final em matéria-prima. Isso mesmo: o material usado é o papelão que, após ser manuseado, se parece perfeitamente com madeira. Impossível identificar que o papelão foi o material básico. Seu tema principal são os animais. Corujas, tartarugas, jacarés, entre outros, enriquecem essa “alquimia”. Onde: Rua Governador Carvalho Pinto, 82. 56 Cidade&Cultura



Artes

São Bento do Sapucaí NAKAWE TECIDOS A arquiteta Claudia Mattos produz seus tecidos em uma casa rústica e aconchegante em meio à mata, com muito verde e uma vista maravilhosa das montanhas. O ateliê é um universo rico em cores, padronagens e geometria onde cada peça é cortada, pintada e montada para a produção de roupas, almofadas, painéis, luminárias, bolsas, colchas, edredons, revestimento de cadeiras e uma infinidade de outros artigos. Tons, formas e desenhos únicos são a marca desses tecidos. Onde: Estrada do Paiol Grande, km 13,5 – São Bento do Sapucaí.

DITINHO DA MAURA Com uma alegria que aquece o coração, Ditinho da Maura, como é conhecido, não tem papas na língua. Logo que vê um transeunte já chama sua atenção para as maravilhas de seu tônico à base de casca de pinheiro e ali mesmo faz a demonstração. Esse menino-moço cativa a todos com suas criações a partir de pinhas e cabaças. Onde: Av. Conselheiro Rodrigues Alves – Centro.

ASSOCIAÇÃO DE ARTESÃOS ARTE NO QUILOMBO A herança cultural negra é perpetuada pelas mãos de artesãos que habilmente criam peças ricas e variadas, utilizando elementos da natureza, como a palha de milho e a de bananeira, argila, fibras e madeira. A associação foi fundada em 2004 por um grupo de dez artesãos, incentivados pelo escultor local Ditinho Joana que, com sua experiência, orientou o grupo a produzir peças com a identidade de seus ancestrais quilombolas. Com o reconhecimento do trabalho, o empresário José Antônio de Abreu doou um terreno no bairro e a Prefeitura construiu o centro artesanal com espaço para produção e loja para exposição e venda das peças. São cestos, utensílios de cozinha, bolsas, artigos para decoração, colares, tapetes e uma infinidade de produtos muito bem tramados e coloridos. Hoje são mais de 80 associados que participam ativamente com suas obras e são considerados referência na arte da trama de palhas. Cultura, tradição, histórias, alegria, festas e persistência são palavras que traduzem o trabalho dessas pessoas. Saiba mais em www.artenoquilombo.com.br. Onde: Rua Projetada – Bairro do Quilombo. DITINHO JOANA Ex-lavrador, Benedito da Silva Santos largou tudo para se dedicar à escultura. Seu trabalho é a expressão pura da vida rural. Reproduz em madeira o cotidiano do seu entorno: botas, fogão à lenha, homens, mulheres e crianças em suas atividades cotidianas, a fabricação de vinho. Para Ditinho Joana tudo é arte que respira, que transborda, nas feições e nos detalhes de suas esculturas. Onde: Rua Projetada, 42. 58 Cidade&Cultura


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Artes

Monteiro Lobato

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MOÇAMBIQUE Esta dança de origem africana louva São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Os irmãos Francisco Lourenço e José Jacinto de Almeida, moradores do bairro de Pedra Branca, iniciaram a tradição desta dança na cidade, em 1940. As cores das roupas dos dançarinos são significativas: a fita azul representa Nossa Senhora e a vermelha, São Benedito. A calça e a camisa são brancas. A calça é presa nos tornozelos, e abaixo dos joelhos são amarrados os guizos que produzem um belo efeito sonoro. Os participantes carregam bastões para marcar o ritmo. O grupo Moçambique Esperança é formado por 20 participantes e se apresenta em festas do município e festivais de congadas na região da Serra da Mantiqueira e no Vale do Paraíba.

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BICHO CARPINTEIRO Arquiteto por formação e carpinteiro por vocação, Jarbas Noronha produz brinquedos e móveis em sua marcenaria fundada em 2005. O próprio galpão traduz a inventividade e a criatividade no uso de materiais recicláveis e de recursos disponíveis para a produção, por exemplo, com o forro do telhado sendo vedado por caixas de leite para isolamento térmico da oficina, e o uso de motores descartados para construção de novas ferramentas. Noronha se especializou na fabricação de brinquedos e hoje mantém uma linha de produção com mais de 40 modelos de muito sucesso entre a garotada. Sua inspiração vem de algumas viagens exploratórias; em seus anos de estrada já visitou mais de 40 países. Onde: Estrada Sebastião Motta dos Santos, 2.500 – Bairro dos Souzas – Monteiro Lobato.

CATIRA A catira é uma dança tipicamente brasileira de origem indígena; dança de recreação, ritmada pelo bater de pés e palmas da mão, é acompanhada por dois violeiros. Em Monteiro Lobato, a catira surgiu na década de 1930, organizada pelos irmãos Francisco e Antônio Rosa. Inspirado na cultura tropeira, surge o grupo Catira Tangará seguindo as tradições e o modo de vida rural do povo lobatense. O nome do grupo é uma homenagem ao pássaro tangará, nativo da cidade, conhecido como pulador, pelo seu canto e por suas cores vermelha e preta. O grupo se apresenta em festas na cidade e em eventos culturais da região.


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(Fonte: Secretaria de Cultura e Turismo de Monteiro Lobato)

PEREIRÕES Os portugueses trouxeram para o Brasil os bonecos gigantes que já faziam parte das festas populares na Europa desde o século XIV. Na década de 1940, em Monteiro Lobato, o artista plástico Tião Munheca deu vida ao boneco Pereirão que foi apresentado no Carnaval da cidade pelo bloco Caminhão do Neco, contagiando os foliões. O sucesso foi tão grande que animou o artista a criar a Maria Pereira e, daí em diante, vários outros bonecos, como os personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo e o Saci desfilam pelas ruas da cidade. Os bonecos gigantes são construídos com estrutura de palha ou arame, papel machê e vestidos de chita. A tradição desses bonecos na cidade, representados pelo Pereirão, completou 70 anos em 2015 quando foi homenageado com muita animação em uma grande festa.

FOTO: DIVULGAÇÃO

FESTIVAL DE LITERATURA INFANTIL O Festival de Literatura Infantil de Monteiro Lobato surgiu em 2010 como parte do projeto de preservação da memória do escritor José Bento Monteiro Lobato, com o objetivo de incentivar a leitura e formar novos leitores. A primeira edição do evento foi um marco na biografia do município, confirmando o potencial e a influência que a literatura infantil mantém na história local. Nessa ocasião, toda a comunidade da região, adultos, adolescentes e crianças, foram envolvidos em atividades de contação de histórias, palestras, apresentações artísticas, além de exposição e distribuição de livros. Foi nesse município que o escritor José Bento Monteiro Lobato iniciou sua brilhante carreira literária, escrevendo contos como Urupês e Velha praga e criando o personagem do Jeca Tatu, sua grande crítica social à figura dos caboclos que trabalhavam na região e em sua propriedade, a então chamada Fazenda Buquira, hoje conhecida como Sítio do Pica-pau Amarelo. O Festival de Literatura Infantil tem como objetivo discutir a importância da literatura infantil no ensino atual e aproximar os jovens do hábito da leitura. Ocorre sempre no mês de setembro, mês internacional da literatura infantil. Todas as atividades são gratuitas.

Circuito Mantiqueira 61


Artes

Monteiro Lobato: o autor JOSÉ BENTO MONTEIRO LOBATO NASCEU EM 1882 NA CIDADE DE TAUBATÉ OU BUQUIRA. Foi advogado e promotor. Com a morte do Visconde de Tremembé, seu avô, em 1911, recebeu de herança a fazenda Buquira na atual cidade de Monteiro Lobato, quando resolveu se tornar fazendeiro. Porém, sempre se dedicou à arte de escrever. Apesar de seu estilo literário mais conhecido ter sido voltado para o público infantil, Lobato foi um dos escritores críticos mais acalorados do país. Controverso em seu estilo, com verdades ditas sem hipocrisia, criou discípulos, mas também adversários. Uma de suas primeiras críticas foi uma carta ao leitor sobre a grande problemática das queimadas, publicada no jornal O Estado de São Paulo. Com o sucesso obtido com essa publicação, animou-se e escreveu Urupês, cujo personagem central era Jeca Tatu, uma versão caricata do caipira. Fez críticas severas à exposição de Anita Malfatti em Paranoia ou mistificação, e com isso ganhou uma legião de inimigos. Hoje sabe-se que, na realidade, Monteiro Lobato criticava o colonialismo ditado pelos europeus, fosse nas artes, na política ou na vida social. Sempre atento a novidades, Lobato montou aeditora Monteiro Lobato & Cia., mais tarde Companhia Editora Nacional, e revolucionou o mundo editorial do Brasil. Com viagens feitas aos Estados Unidos e com incentivo de Júlio Prestes, Monteiro começou sua busca por petróleo em terras paulistas fundando as companhias Petróleo Nacional, Petrolífera Brasileira, Petróleo Cruzeiro do Sul e Mato-grossense de Petróleo. Sua busca pelo ouro negro desagradou os interesses de muitos, pois em 1936 publicou o livro O escândalo do petróleo, onde apresenta o governo brasileiro 62 Cidade&Cultura

como o maior obstáculo às perfurações. Essa foi outra enorme polêmica que levou o presidente Getúlio Vargas a mandar recolher todos os exemplares da obra. Como Lobato insistisse, com críticas ainda mais severas ao governo federal, o escritor acabou ficando preso até 1941. Apesar do interesse no petróleo e de suas peripécias políticas, Lobato nunca deixou de escrever e era com a literatura que conseguia se financiar. Ele provou que era um ícone do sentimento brasileiro, lutando com todas as armas que tinha à mão contra os desmandos dos governantes nacionais. Se hoje as crianças têm conhecimento de nosso folclore, foi graças ao amor intenso pela cultura popular e pelos mitos brasileiros que Monteiro Lobato soube infundir como poucos na imaginação de todos nós. Faleceu 4 de julho de 1948. Saiba mais: “Monteiro Lobato – Cidade e Escritor”, do jornalista André Barreto. andrebarrt@gmail.com



Meio ambiente

Paisagens Lugares ímpares

FOTO CARLOS MOURA - MANTIQUEIRA EXPEDIÇÕES

de tirar o fôlego

Pico dos Marins

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UM DOS MAIS LINDOS LUGARES DO BRASIL. Não há como descrever tamanha exuberância e a beleza plástica desta região. A pureza do ar é percebida em todos os momentos. A impressão é de que ficamos mais leves, mais serenos. Nos dias mais frios, o sol, logo ao amanhecer, faz com que o orvalho gelado evapore. Nesse momento, para onde se olhe, tênues e delicadas espirais de fumaça sobem e se fundem com as nuvens que recobrem as montanhas e os vales. Não há como não se deslumbrar diante da poderosa cadeia de montanhas que, com seus picos e cumes, nos transportam para uma consciência mais elevada. A contemplação se torna rotina. SERRA DA MANTIQUEIRA Uma das regiões mais espetaculares do Brasil, a Serra da Mantiqueira é uma cadeia montanhosa, um maciço rochoso com 500 km de extensão, que ocupa três estados: São Paulo (30%), Rio de Janeiro (10%) e Minas Gerais (60%). De valor imensurável, a região tem várias unidades de conservação nos três estados. Área reconhecida como insubstituível na 18ª colocação no ranking da Revista Science, do mundo. Os ecossistemas da Mata Atlântica e da Mata de Araucária garantem a riqueza da fauna e da flora da Mantiqueira. Os animais silvestres estão por toda a sua extensão e recentemente detectou-se um grande aumento em sua população. Podemos encontrar muitos exemplares de lobo-guará, onça-parda, cachorro-vinagre, macaco sauá, jaguatirica, veado-campeiro, esquilo, bugio, entre outros. Seu nome está diretamente ligado à lenda do Amantikir: “Conta a lenda que havia uma princesa encantada na brava tribo guerreira tupi. Seu nome o tempo esqueceu, seu rosto a lembrança perdeu, só se sabe que era linda. Era tão linda que todos a queriam, mas ela não queria ninguém. Assistia a homens se matarem para vê-la. Tacapes velozes triturando ossos, setas certeiras cortando carnes. Como poderiam amá-la se não se amavam a si próprios? A bela princesa se apaixonou pelo Sol, o guerreiro de cocar de fogo e carcás de ouro, que vivia lá em cima, no céu, caçando para Tupã. Mas o Sol, ao contrário de tantos príncipes, não queria saber dela. Não via sua beleza, não escutava suas palavras, nem se detinha para tê-la. Mal passava, cálido, por sua pele morena, sua tez cheirando a flor, mal

Circuito Mantiqueira 65


Meio ambiente

Araucária Um dos principais símbolos da Serra da Mantiqueira é a araucária, uma árvore esplendorosa e cheia de encantos que oferece à paisagem uma característica única. Essa espécie, de mais de 200 milhões de anos, pode atingir até 50 metros de altura. Foi intensamente comercializada, tanto a madeira como sua semente, por isso a enorme preocupação com sua preservação. Sua reprodução depende do vento para a polinização das pinhas que, quando maduras, caem no solo para nova germinação.

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que Tupã quis saber o que era que a Lua, cheia de ódio crescente de ciúme, minguando de dor, se fez um novo ser de noite sem lua. Como uma simples mulher ousou amar o Sol? Como o Sol ousou ter tempo para amar alguém? Que ele nunca mais a visse! Mas o Sol tudo vê!... Tupã ergueu a maior montanha que existia lá e dentro dela encerrou a princesa encantada da brava tribo guerreira do povo tupi. O Sol, de dor, sangrou poentes e quis se afogar no mar. A Lua, com a dor de seu amado, chorou miríades de estre-

las, constelações e prantos de luz. Mas nenhum choro foi tão chorado como o da princesinha, tão bela, que nunca mais pôde ver o dia, que nunca mais sentiria o Sol... Ela chorou rios de lágrimas: rio Verde, rio Passa Quatro, rio Quilombo, rios de águas límpidas, minas, fontes, grotas, enchentes, corredeiras, bicas, mananciais. Seu povo esqueceu seu nome, mas chamou de Amantikir, Mantiqueira, a ‘serra que chora’, a montanha que a cobriu... Conta a lenda que foi assim.” (Trecho da peça A Fantástica Lenda de Algures)

FOTOS MÁRCIO MASULINO E THIAGO DE ANDRADE

acariciava seus pelos negros, suas pernas esguias, e, fugaz, seguia impávido a senda das horas e das sombras. Mas ela era tão bonita que senti-la nua, seus pequenos túrgidos seios, seus lábios de mel e seiva, sua virginal lascívia, acabou também encantando o Sol. E o guerreiro de cocar de fogo fazia horas de meio-dia sobre o Itaguaré... A Lua mal surgia sobre a serra, já sumia acolá. Logo não havia noite. O Sol não se punha mais e não havia sonho, não havia sono, e tão perto vinha o Sol beijar a amada que os pastos se incendiavam, a capoeira secava e ferviam os lamaçais... De tênues penugens de prata, plumas alvas de cegonhaçu, a Lua viu que estava ameaçada por uma simples mulher. O Sol, que na Oca do Infinito já lhe dera tantas madrugadas de prazer, tantas auroras de puro gosto, se apaixonara por uma mulher... E foi contar tudo para Tupã. E tanto,



FOTO: CARLOS MOURA - MANTIQUEIRA EXPEDIÇÕES

Meio ambiente

Os picos Em uma região montanhosa como a Serra da Mantiqueira, os picos são uma das atrações mais maravilhosas e dão aos visitantes uma sensação de plenitude. Alguns chegam a ultrapassar 2 mil metros. Em quase todas as cidades do Circuito Mantiqueira podemos desfrutar desses locais mágicos. Entre os principais estão: Pico dos Marins (2.420 metros), com os arredores mais preservados do Brasil, na cidade de Piquete; Pico do Itapeva, que em tupi significa “pedra

achatada”, situado em Pindamonhangaba (2.025 metros); Pico do Selado (2.082 metros) no Distrito de São Francisco Xavier; Pedra do Baú (1.950 metros), destino imperdível para todos, na cidade de São Bento do Sapucaí; Pedra Vermelha (1.841 metros) em São Francisco Xavier; Pico do Focinho D’Anta (1.712 metros), também no Distrito de São Francisco Xavier; Pico Agudo (1.703 metros) na cidade de Santo Antônio do Pinhal; Pico da Meia Lua (1.615 metros).

Pico dos Marins

Cachoeira Jaracatia - Maior cachoeira da Mantiqueira com 200 m. No Ribeirão Mendanha.

FOTO: MÁH AH MARTINS

Pico Agudo, em Santo Antônio do Pinhal

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Rios, ribeirões e cachoeiras

Cachoeira Beira do Riacho em Monteiro Lobato

FOTO: ACERVO TROUPE DA TRILHA MONITORES AMBIENTAIS PIQUETE

Como diz a lenda da Amantikir, o choro da princesinha deixou suas marcas e hoje podemos desfrutar de todas as belezas dos rios que serpenteiam pelas cidades do Circuito Mantiqueira. São tantos que seria impossível descrevê-los em tão pouco espaço. Rios e ribeirões que fizeram prosperar o vale do Paraíba. Paraíba, o rio que dá nome à região, segue acompanhado de outros, igualmente considerados importantes, como o Capivari, o Camanducaia, o Sapucaí, o Buquira e por aí vai... Outro atrativo sem adjetivos que traduzam fielmente sua espetacular realidade são as cachoeiras. Dos mais variados desenhos e tamanhos, enchem os olhos de todos que as visitam com sua beleza e majestade. Algumas têm nomes no mínimo curiosos, por exemplo, Toldi, Zé Maria, Cassununga, Lageado, dos Marins, dos Amores, Poço Curiaco, Mané Bastos, do Ferreira ou Zecão, Mundo Novo ou Medanha, das Andorinha, dos Amores, entre outros.

Cachoeira Ferreira, em Piquete

O clima

FOTO: GERALDO FRANCISCO DA SILVA

Falar da Mantiqueira e não falar de seu milagroso clima seria um grande pecado. Com altitude muito elevada, as temperaturas no inverno são baixíssimas, permitindo a formação de geadas e, em alguns casos raros, nos picos, neve. 0 °C é uma temperatura muito frequente, dando à região um aspecto europeu. Registros de até –12 °C também já ocorreram. O clima tropical de altitude deixa as temperaturas amenas no verão, quando os termômetros raramente ultrapassam os 30 °C. Uma delícia o ano inteiro.

Cachoeira dos Amores

Rio Paraiba, em Pindamonhangaba

Circuito Mantiqueira 69


Meio ambiente

Horto Florestal de Campos do JordĂŁo

Amantikir

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BorboletĂĄrio


CAMPOS DO JORDÃO Parque Estadual de Campos do Jordão – Horto O mais antigo do Brasil, o Parque Estadual de Campos do Jordão – PECJ, conhecido regionalmente como Horto Florestal, foi criado em 1941, em uma área de 8.341 hectares. O parque abriga importantes remanescentes da Mata Atlântica, num mosaico com três fisionomias básicas: a Mata de Araucária e Podocarpus, os Campos de Altitude e a Mata Nebular. Esses ambientes contam com uma riquíssima fauna, com mais de 186 espécies de aves catalogadas e animais ameaçados de extinção, como a onça-parda, a jaguatirica e o papagaio-de-peito-roxo. Os 2.000 hectares que se encontravam degradados receberam plantio principalmente de coníferas do gênero Pinus (elliotti e taeda) as quais deverão ser suprimidas por meio de manejo florestal adequado, possibilitando a regeneração da vegetação natural do local. (Fonte: www.fflorestal.sp.gov.br)

Onde: Av. Pedro Paulo, s/n – Campos do Jordão

Parque Amantikir Conhecido como Dr. Garden, título recebido pelo conhecimento adquirido em mais de 25 anos curando jardins e nas inúmeras visitas feitas a parques botânicos de 40 países, o eng. agrônomo Walter Vasconcellos teve em 2007 a brilhante ideia de criar o Parque Amantikir, com o intuito de homenagear, com algumas referências, os mais de 2.000 jardins nos quais trabalhou ou teve a felicidade de conhecer. Ao todo são 22 espaços representados caprichosamente. Além da beleza encontrada durante a visitação, que é aberta ao público em todos os dias do ano, os guias transmitem valiosas informações históricas e curiosidades a turistas e alunos. As melhores estações para o passeio são a primavera e o verão, pois com o calor e as chuvas, a maioria das espécies está em floração, o que causa um impacto maravilhoso pela diversidade de cores e matizes das mais de 800 espécies. Onde: Rodovia Campos do Jordão/Eugênio Lefévre, 215 – Bairro Gavião Gonzaga – Campos do Jordão.

Borboletário “Flores que voam” Inaugurado em 2007, com 500 m², o local cultiva 35 espécies de borboletas em laboratório, onde vivem livres, sem a presença de predadores. Durante o passeio monitorado, podemos ver a evolução de cada indivíduo – nascimento, acasalamento e morte –, explicada em vídeo de 6 minutos que o visitante assiste antes de entrar. Interessante também é que 20% das borboletas ficam no local, enquanto o restante é solto na natureza para a manutenção do meio ambiente, equilibrando a fauna e a flora ao redor. Outro detalhe é o horário de visitação, pois as borboletas têm seu pico de atividade entre 11h e 15h; fora desse horário, elas entram em repouso. Onde: Av. Pedro Paulo, 7.997 – Campos do Jordão.

Circuito Mantiqueira 71


Meio ambiente

APA São Francisco Xavier Criada em 2002, a APA – Área de Proteção Ambiental de São Francisco Xavier tem como objetivos a proteção dos recursos hídricos e a proteção do primata muriqui. Esta APA integra o Mosaico de Unidades de Conservação da Mantiqueira, formado por Unidades de Conservação dos Estados de SP, MG e RJ, num território de aproximadamente 700 mil hectares sob a responsabilidade da Fundação Florestal. O macaco muriqui ou mono-carvoeiro é o maior primata brasileiro e exclusivo das nossas matas, chegando a pesar 15 kg. Seu habitat, na Mata Atlântica, situa-se entre 600 e 1.800 metros. Atualmente, o muriqui está entre as espécies mais ameaçadas do mundo. Muriqui, em tupi, significa “povo manso da floresta”.

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APA Sapucaí Mirim “A APA de Sapucaí Mirim, criada pelo Decreto Estadual no 43.285, de 3 de julho de 1998, protege a Serra da Mantiqueira, que compreende um imponente maciço montanhoso coberto por densa cobertura vegetal de transição entre a Mata Atlântica e a Mata de Araucária de altitude. Ela protege os remanescentes de vegetação nativa da região, a fauna a ela associada e os recursos hídricos, em especial as nascentes do rio Sapucaí, que é responsável pelo abastecimento da região e de mais 40 municípios de Minas Gerais. Esta APA faz parte de um grande continuum de áreas protegidas na Serra da Mantiqueira, estendendo-se até o Estado de Minas Gerais. A criação da APA foi motivada por um convênio

firmado entre os governos paulista e mineiro, no qual foi estabelecida a gestão ambiental compartilhada na região da divisa entre os dois Estados. Nesse convênio foi firmado o compromisso de criar a APA Sapucaí Mirim nas cabeceiras do rio Sapucaí Mirim, no Estado de São Paulo e a APA Fernão Dias nas cabeceiras dos formadores dos reservatórios do Sistema Cantareira, em território mineiro. Sua área, de 39 mil hectares, compreendida pelo bioma Mata Atlântica, está localizada nas cidades de Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí. (Fonte: www.fflorestal.sp.gov.br)

Jardim dos Pinhais Considerado o primeiro parque temático do Brasil do gênero, une entretenimento e aprendizado junto à natureza. Espécies botânicas de diversos países formam oito jardins cortados por 1.200 metros de passarelas e riachos. Acompanhado de um guia local, em um passeio que dura pouco mais de uma hora, é possível entender o significado das pontes, dos bambus e dos peixes no jardim japonês. Já no espaço desértico, a sensação de aridez vem dos mais variados cactos espinhosos. O visitante pode admirar ainda a exuberância do tapete colorido de flores que formam o jardim canadense. O parque conta com um restaurante com cardápio variado e uma belíssima vista da serra. Onde: Rodovia SP-46. Telefone: (12) 3666-2021 – Santo Antônio do Pinhal.

Circuito Mantiqueira 73


Meio ambiente

APA da Mantiqueira A Área de Proteção Ambiental da Mantiqueira compreende cidades do Estado de Minas Gerais – Aiuruoca, Alagoa, Baependi, Bocaina de Minas, Delfim Moreira, Itamonte, Itanhandu, Liberdade, Marmelópolis, Passa Quatro, Passa Vinte, Piranguçu, Pouso Alto, Santa Rita de Jacutinga, Virgínia e Wenceslau Brás –; do Estado do Rio de Janeiro – Itatiaia e Resende –, e do Estado de São Paulo – Campos do Jordão, Cruzeiro e Lavrinhas, Pindamonhangaba, Piquete, Queluz e Santo Antônio do Pinhal. A delimitação geográfica da APA é estabelecida pela curva de nível de 900 metros de altitude, ou seja, acima desta medida está inserida a APA Mantiqueira.

Bosque da Princesa Criado em 1868, no antigo local do Largo do Porto, o Bosque da Princesa abriga espécies nativas e também exóticas, originais do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, trazidas especialmente por Dom Pedro II. Em 1970, foram construídos o parque infantil, sanitários, três lagos, coreto e bancos. Há também a Biblioteca Municipal, considerada uma das melhores do Estado de São Paulo. Uma curiosidade deste bosque é servir de cenário para histórias trágicas e comoventes de amor como a do casal de enamorados que se suicidou com um frasco de veneno aos pés de um ipê amarelo que depois também morreu. Diz a lenda que antigamente no Bosque da Princesa ainda abrigava um cemitério de escravos. Onde: rua Dr. Monteiro de Godói, 25 -Pindamonhangaba. 74 Cidade&Cultura


Constrói-se o futuro

vivenciando o presente e

do an riz lo va as experiências do passado. respire cultura em nosso site • revistas digitais • vídeos • galeria de imagens

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FOTO: OBJETIVA-DOMICIANO NETO

Meio ambiente

Monumento Natural Estadual Pedra do Baú. Formado por três rochas - Bauzinho, Pedra do Baú e Ana Chata -

Monumento Natural da Pedra do Baú

RPPN Fazenda Renópolis Em 2011, a Fazenda Renópolis tornou-se uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) com uma área de 83 hectares na Serra da Mantiqueira e vegetação de Mata Atlântica. Turismo sustentável, preservação dos biomas, educação ambiental, turismo ecológico e cultural e o desenvolvimento de pesquisas científicas fazem parte dos trabalhos desta RPPN. Onde: Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro, km 38. Telefone: (12) 36661470 – Santo Antônio do Pinhal. 76 Cidade&Cultura

A área de 3.154 hectares de preservação onde está localizada a Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí, e que pode ser avistada de várias cidades do Circuito Mantiqueira, foi destinada a preservação pela importância natural e ecológica da região. O Complexo do Baú é uma formação de rochas gnáissicas que compreende as pedras Bauzinho, Pedra do Baú e Ana Chata. A mais alta é a do Baú com 1.905 metros de altitude, marco divisório das bacias dos ribeirões Paiol Grande e do Baú, afluentes do Rio Sapucaí Mirim. Os irmãos Cortez, em 1940, foram os primeiros a escalar a Pedra do Baú e, em 1942, por meio do empresário Luís Dumont Villares, foram construídas duas vias (escadinhas de ferro) de acesso ao cume do Baú. Mais tarde, foi construído o primeiro abrigo de montanha do Brasil, que foi se deteriorando com o passar dos anos.



Pássaros Quiririm

Caneleirinho de Chapeu Preto Tico Tico do Banhado

Pica-pau-rei

Quete

Em silêncio, MORAMOS “NUM PAÍS TROPICAL, ABENÇOADO POR DEUS E BONITO POR NATUREZA”, e é essa natureza que dá um show com suas 1.825 espécies de pássaros. E, como em um show, os espectadores são levados ao delírio quando praticam a observação de pássaros. O Brasil está entre os três países mais ricos em diversidade de aves. No Circuito Mantiqueira, temos o cenário perfeito para essa prática que podemos desfrutar em meio 78 Cidade&Cultura

à exuberância da paisagem, pois “até agora, [essa] é uma das regiões mais bem preservadas de campos de altitude, floresta ombrófila mista e ombrófila densa. Com toda essa floresta bem preservada e cheia de alimentos, não poderiam faltar os animais, muitos mamíferos e centenas de aves. As aves são as mais cobiçadas e procuradas por observadores e fotógrafos de natureza. Hoje, a observação de aves está um pouco diferente de quando


FOTOS: THIAGO CARNEIRO

Saira Lagarta Choquinha da Serra Gavião Pega Macaco

SETE REGRAS PARA UMA BOA OBSERVAÇÃO:

Beija-flor-de-topete

1 - Comece pelas aves que estão à sua volta; 2 - Respeite a distância de conforto do animal; 3 - Use roupas com cores discretas; 4- O binóculo deixa o passeio mais interessante; 5 - Guias de aves ajudam na identificação; 6 - Ande devagar e em silêncio; 7 - Cuidado onde pisa.

apenas observe começou, pois as máquinas fotográficas evoluíram tanto que ficou fácil ter um bom equipamento fotográfico, e a maioria dos observadores carrega uma máquina além do binóculo. Nossos ecossistemas abrigam um grande número de espécies de aves, entre elas algumas que estão quase desaparecidas do planeta: caneleirinho-de-chapéu-preto, papagaio-de-peito-roxo, saudade, tovaca-de-rabo-vermelho, peito-pinhão, gavião-pega-macaco,

choquinha-da-serra, gavião-macaco”, e outras como: gavião-pombo, gavião-marrom, carcará, urubu-da-cara-preta, urubu-de-cara-vermelha, urubu-rei, azulão-da-serra, sanhaço, gralha, saíra, tico-tico, tovaca-de-rabo-vermelho, sabiá, saí, andorinha, jacu, canário-da-terra, coleirinha, bigodinho, tesourinha, sabiá-do-campo, sabiá-laranjeira, bem-te-vi, quero-quero, pintassilgo, periquito, pica-pau, tucano e seriema (cf. Thiago Carneiro). Circuito Mantiqueira 79




Turismo Rural

prazer

Liberdade e

Uma maravilhosa sensação

82 Cidade&Cultura


O CIRCUITO MANTIQUEIRA NOS BRINDA COM UMA PORÇÃO DE LUGARES ENCANTADORES que nos remetem ao passado de maneira muito prazerosa. Entre as várias montanhas que formam a região, deparamos com lugares tão isolados, tão distantes de tudo que nos fazem pensar na simplicidade da vida de seus moradores e em quan-

to se sentem satisfeitos com seu isolamento. As mãos na terra e no trato com os animais nos dão aulas de bem viver. Muitos abrem seus pequenos paraísos para dividir com os visitantes o prazer e a calma que vêm desse contato tão intenso com a natureza, e é nesse clima de tranquilidade que somos recebidos e muito bem tratados.

CAMPOS DO JORDÃO Fazenda Saint Clair Esta que é uma das maiores produtoras de frutas vermelhas do país possui uma grande variedade dessas espécies tão apreciadas no consumo de doces, compotas e mesmo in natura. A fazenda Saint Clair, ocupando uma vastidão de terras situadas no Pico do Itapeva, nos permite desfrutar de belas paisagens naturais, contemplar vistas de tirar o fôlego, e ainda agregar conhecimentos sobre o trabalho na terra. Nessa fazenda, os produtos são totalmente livres de inseticidas, o que confere ao seu sabor uma deliciosa delicadeza. E, ao caminharmos em meio a suas belezas, também podemos encontrar urutus, preás, lebres etc. Fonte: revista Cidade & Cultura – Campos do Jordão, edição 1.

FOTOS MÁRCIO MASULINO E THIAGO DE ANDRADE

Onde: Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro, km 38,8 – Campos do Jordão.

Circuito Mantiqueira 83


Turismo Rural

Parque da Floresta Encantada Era uma vez uma senhora que valorizava as histórias infantis e o imaginário das crianças. Para agradar sua filha e sua sobrinha, começou a construir casas temáticas. E, um dia, essas crianças felizardas cresceram e então, em 1977, esse local mágico se transformou em um parque aberto para visitação pública. Depois, em 2001, ficou conhecido como a Floresta Vale Encantado. Hoje conta com sete casas: dos Coelhos, da Bruxa, dos Gnomos, do Fantasma, dos Anjos, das Bonecas e do Papai Noel. A área tem 12 mil m² com árvores nativas, como o pinho- bravo e o manacá. Lanchonete, carroças e casa de árvore. Nos finais de semana, atores fazem o papel dos personagens, garantindo um dia de encanto e magia, não só para os pequeninos, mas também para seus pais. A decoração interna é lúdica e realista. As casas são solidamente construídas de madeira, tijolos etc. Espelhos d’água, alimentados pelas vertentes do Pico do Itapeva, estão espalhados pelo parque. Há um gatil para os gatos de rua que são amparados com a verba gerada com o parque. Fonte: revista Cidade & Cultura – Campos do Jordão, edição 1.

Onde: rua Arando, 270 – Campos do Jordão. 84 Cidade&Cultura

PINHÃO

Formado dentro de uma pinha, é um dos ingredientes básicos dos pratos típicos do Circuito da Mantiqueira.



Turismo Rural

Fazenda São José do Buquira

MONTEIRO LOBATO Recanto Sauá Implantado em um vale, rodeado por montanhas e mata preservada, o camping Recanto do Sauá é um espaço de recreação com excelente estrutura de lazer. As acomodações para 110 pessoas são confortáveis e estão divididas em dois alojamentos, um masculino e um feminino. Possui refeitório, quiosques, salão de eventos, lanchonete, piscina, apartamento para monitores, sala de artes, espaço para jogos de vôlei e futebol, lago para atividades náuticas, tirolesa e pista para mountain board e mountain bike. Todas as atividades são pautadas pela educação ambiental, transmitida ao longo do percurso das trilhas Sauá, Bukira, Jussara e Eucalipto. Local ideal para eventos, festas e retiros. Onde: Estrada da Pedra Branca, km 13, 6.800. Telefone: (12) 9711-6551.

PIQUETE Fazenda Santa Lídia Em 1832, Joaquim Vieira Teixeira fundou a fazenda Ribeirão Vermelho e começou suas atividades de produção de café com a mão de obra de 100 escravos. No fim do século XIX, a fazenda passou às mãos da baronesa de Santa Eulália que se tornou um dos expoentes da cafeicultura e também grande contribuinte de obras de fins públicos, como a Matriz de São Miguel. Após o declínio da produção de café, por volta de 1940, a fazenda se voltou para a criação de gado. Atualmente, a fazenda chamase Santa Lídia e preserva a arquitetura inicial, incentivando a memória histórica local e os turismos histórico e religioso. Podemos visitar a casa-grande, a senzala, a estrada para a mina de talco e muitas obras erguidas por mãos escravas. O mais interessante é que podemos nos hospedar e “respirar” ares imperiais. Além disso, conta com uma enorme infraestrutura de lazer. Visitas com agendamento no www.fazendasantalidia.com. Onde: Bairro do Itabaquara. 86 Cidade&Cultura

A área de 20 mil m² guarda muitas histórias da época áurea do café e do ilustre proprietário, Monteiro Lobato. Conhecida como “Chácara do Visconde”, pertenceu ao Visconde de Tremembé, José Bento Monteiro, avô do escritor José Bento Monteiro Lobato. O casarão colonial, construído no século XIX, mantém as características originais, com mobiliário da época. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e hoje é sede do Museu Histórico e Pedagógico, com um importante acervo de toda a obra literária infantil de Monteiro Lobato. A paisagem revela mangueiras e jaqueiras centenárias, pomar, cafezal, pastos, tulha, lago, cachoeira e animais da fazenda. Nesse cenário, onde a natureza é privilegiada, o ilustre escritor se inspirou para criar uma das mais importantes obras da literatura nacional, o Sítio do Pica Pau Amarelo, com os inesquecíveis personagens Pedrinho, Emília, Narizinho, Dona Benta e Tia Anastácia, que podem ser vistos e fotografados nos agradáveis jardins da propriedade. Onde: Estrada do Livro, km 22


FOTO DIVULGAÇÃO

PINDAMONHANGABA Real Capri

Sítio Algodão Doce

“A Real Capri é uma das principais marcas de queijos de cabra do Brasil. Resultado de uma estrutura completa que abrange a seleção genética dos animais, tecnologia adequada e processos que respeitam as normas da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, serve de modelo para outras usinas do país. Possui um sistema automatizado que atua desde a recepção do leite até sua pasteurização, eliminando todo tipo de contato manual com o produto.” (Fonte: www.realcapri.com.br) Muitos tipos de queijos são produzidos: o frescal é um queijo de massa mole, crua e sabor suave; o moleson possui massa semidura, semicozida e sua maturação segue o modelo de tratamento da casca lavada dos queijos suíços e franceses; o chevrotin é semelhante ao queijo meia cura de leite de vaca. Possui uma casca que mantém uma pequena quantidade de mofos naturais, proporcionando um sabor levemente picante; o boursin tem massa pastosa, delicada e saborosa, com um leve traço de acidez; o petit fromage é enrolado manualmente, possui massa pastosa, delicada e saborosa, e um leve traço de acidez; o crottin tem um leve sabor acentuado e textura úmida, e o saint maure é de leve sabor acentuado, textura úmida e aparência de queijo marmorizado, efeito causado pelo carvão vegetal; quando cortado, oferece um lindo contraste. Onde: Estr. Municipal Wilson Monteiro, 3.500 – Cruz Pequena Pindamonhangaba.

“A propriedade Capril Algodão Doce, do produtor agrícola Paulo Roberto Lopes França, conta com o apoio e o respaldo da Cooperativa de Produtores Rurais do Vale do Paraíba, desenvolvida pelo Departamento de Agricultura da Prefeitura de Pindamonhangaba, que oferece assistência técnica a pequenos, médios e grandes produtores rurais do Vale do Paraíba. A propriedade Capril Algodão Doce de Pindamonhangaba é reconhecida como uma das melhores a produzir queijo com base no leite de cabra do Estado de São Paulo.” (Fonte: www.pindamonhangaba.sp.gov. br)

Onde: Estrada Municipal Wilson Monteiro, 3.500 – Pindamonhangaba.

Circuito Mantiqueira 87


Turismo Rural

SANTO ANTÔNIO DO PINHAL Jardins de Barros – Cerâmica, Ateliê, Café Na mesma estrada que leva ao Pico Agudo, vale a pena visitar esta charmosa casa de propriedade da conceituada artista plástica Cyntia Duarte. Sentado na varanda, apreciando a bela vista da serra e um jardim todo florido, o visitante pode degustar um delicioso café passado na hora em coador de pano, acompanhado de bolos caseiros, pão de queijo, quiches ou broas. O ateliê abriga uma exposição permanente das obras de vários artistas da região com destaque para esculturas, pinturas, luminárias, peças em madeira e as requintadas e coloridas peças de cerâmica da proprietária. Acesse: www. cy@jardinsdebarro.com.br. Onde: Estrada Municipal de Sertãozinho s/n. Telefone: (12) 3666-1897 – Santo Antônio do Pinhal.

Sítio Matão Localizado em uma área de reserva da Mata Atlântica e com completa estrutura de lazer, entre trilhas pela mata e cachoeira com águas geladas e cristalinas, nesse sítio o viajante desfruta de muita comodidade e aconchego ao se hospedar em chalés espaçosos em meio ao verde da serra, com uma vista espetacular. Especializado na criação de trutas desde 1984, o sítio oferece aos visitantes a experiência da pesca cujo produto poderá ser consumido ali mesmo nos quiosques em volta do lago ou de degustar as mais variadas receitas de truta no restaurante local. Para saber mais acesse www.sitiomatao.com.br. Onde: Rodovia SP-46. Telefone: (12) 3666-1386 – Santo Antônio do Pinhal

Sítio Katayama Os primeiros japoneses que se instalaram na Fazenda Renópolis, trouxeram as primeiras mudas de orquídeas para a região, que se adaptaram bem ao clima. Shiguero Katayama importou mais de 20 mil mudas do Japão de diferentes cores e formas. Hoje é um dos maiores produtores e tem em seu plantel raríssimas plantas. Onde: Estrada do Barreiro, km 4,5 – Santo Antônio do Pinhal.

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Empório da Serra Esta charmosa loja, na entrada da cidade, foi montada em 1997 por Max Werner Saubeli para compartilhar com amigos e clientes seus conhecimentos de mais de 25 anos na área da apicultura. A qualidade, o aroma e o sabor inigualável do mel produzido vêm da localização dos apiários, em zonas de proteção ambiental. A extração é feita por maquinários importados da França, quase sem contato manual. Com a cera, são produzidas velas de cores e formas belíssimas. Além do mel, estão à venda geleias, compotas, licores e cachaças artesanais e uma infinidade de peças de muito bom gosto para decoração de ambientes. Saiba mais em www. emporiodaserra.com.br. Onde: Av. Antônio Joaquim de Oliveira, 646. Telefone: (12) 3666-1292 – Santo Antônio do Pinhal

Pharmácia de Quintal Sabe aqueles lugares em que você entra e não quer mais sair de tanta coisa boa e saudável para sua beleza interior e exterior? São incontáveis produtos artesanais entre sais de banho, temperos, xaropes, vários tipos de mel, azeites temperados, e muitas outras coisas gostosas de ter. Onde: Estrada do Machadinho, km 1,5.

Fazenda Renópolis

Casa da Mata

Tomar um saboroso chá ou café coado na hora, essa é a dica. Toda a produção é orgânica e, no caso da fruticultura, a família inaugurou há anos, intuitivamente, o conceito de agrofloresta. São mais de 70 tipos de chá acompanhados de bolos e tortas de vários sabores. No local há ainda peças de artesanato, geleias, doces e licores produzidos ali mesmo. Uma verdadeira tentação. Onde: Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro, km 38 – Santo Antônio do Pinhal.

Localizada em um pequeno sítio, em meio à mata, ali se produz o cogumelo shiitake fresco, seco e enlatado e o mais procurado, o delicioso e inigualável antepasto de shiitake no azeite extra virgem. De origem asiática, o shiitake, do japonês shii, uma árvore parecida com carvalho, e take, cogumelo, é a frutificação do fungo Lentinula Edodes e se desenvolve em bosques e florestas. A produção dessa iguaria foi introduzida no Brasil na década de 1990; é a segunda espécie de cogumelo comestível mais consumida no mundo, rica em proteínas e aminoácidos essenciais de grande valor medicinal. No local também é possível adquirir produtos artesanais, como as almofadas Waldorf, produzidas em tear manual, peças em cerâmica, geleias e molho chutney. Onde: Estrada do Lajeado – Bairro de Santa Cruz – Santo Antônio do Pinhal. Circuito Mantiqueira 89


Turismo Rural

Fazenda Água da Capoeira Com atrativos para toda a família, vale a pena passar o dia nesta fazenda que tem como atividade principal a fruticultura e, para compartilhar toda a generosa estrutura, os visitantes são recebidos pelos proprietários, todos os fins de semana, com uma deliciosa comida da roça, servida ao redor do fogão à lenha. Depois de se fartar com pratos como vaca atolada, feijão tropeiro, quibebe, lasanha, banana frita e outras delícias culinárias acompanhadas de sucos de frutas frescas – atemoia, pêssego, lima da pérsia e caqui –, prepare-se para as sobremesas: torta de limão, goiabada com queijo, pudim de leite condensado, pudim de queijo, manjar de coco, doce de abóbora e mariamole. Para finalizar, um cafezinho de coador passado na hora. O restaurante funciona em um antigo barracão

Bairro do Cantagalo Segundo reza a lenda, o nome desse bairro surgiu por conta de um galo que se fazia ouvir por toda parte. Um dia o tal galo surgiu em uma cachoeira e reluzia a ouro, quando foi visto, sumiu. Uma das primeiras moradoras foi Dona Maria Moreira, filha de índios locais. O sr. Virgulino, doou terras para a edificação da igreja de Santa Maria e assim surgiu o povoado. Há 18 km do centro de São Bento do Sapucaí, o que encontramos foi uma gente bonita e acolhedora, visto que neste lugar os peregrinos encontram repouso e boa comida.

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ATEMOIA

Fruta híbrida do cruzamento da cherimoia e da frutapinha. É muito comum nas estradas que ligam as cidades encontrarmos barracas vendendo essa fruta maravilhosa. que servia para organizar as frutas depois da colheita. O visitante pode escolher entre descansar em redes ou seguir por trilhas visitando a propriedade, passear pela plantação para conhecer as árvores frutíferas, andar a cavalo, passear de charrete e conhecer os animais da fazenda. Não deixe de levar para casa as deliciosas compotas, os doces da fazenda e em especial as pimentas em conserva, em exposição em uma loja muito bem montada. Onde: Estrada do Barreiro, km 2,5 – Santo Antônio do Pinhal.



Turismo Rural

SÃO BENTO DO SAPUCAÍ Viveiro Frutopia Há mais de 30 anos, o Viveiro Frutopia cultiva framboesas em local propício, com sua altitude elevada e clima frio. Ali, mantém um acervo genético com 20 variedades da fruta e se tornou o maior produtor do Brasil. Cultiva também amora, mirtilo, pêssego, ameixa, maçã e variedades viníferas de uva. Lindo de ver, uma delícia de provar. Onde: Estrada Municipal São Bento do Sapucaí, km 5 – São Bento do Sapucaí.

Engenho Velho Preservar a história engrandece o trabalho de nossos antepassados. Valorizar os ensinamentos que nos deixaram e repassá-los para as novas gerações é a proposta do Engenho Velho, com seus maquinários e ferramentas antigas de mais de dois séculos. Ali também podemos saborear o verdadeiro café colonial e conferir toda a criatividade dos artesãos locais. Onde: Estrada do Serrano, km 8 – Bairro do Serrano – São Bento do Sapucaí.

DISTRITO DE SÃO FRANCISCO XAVIER Rancho São Xico Um verdadeiro paraíso para quem gosta de cavalgar em cavalos das raças árabe, mangalarga e quarto de milha, muito bem cuidados e tratados. O Rancho São Xico oferece a experiência única de passearmos no lombo desses magníficos animais por entre as montanhas e os vales que entrecortam São Francisco Xavier. Todos os passeios sãos monitorados. Onde: Estrada Santa Bárbara, 406 – São Francisco Xavier.

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Pesqueiro Pantanal Um lugar para quem gosta de passear com a família e passar o dia todo, o Pesqueiro Pantanal é um lugar pitoresco e totalmente equipado, além de oferecer refeições deliciosas em que o prato principal é a truta, mas você encontrará deliciosas opções também com pintado e dourado. Onde: Estrada Vereador Pedro David, 15.100 – São Francisco Xavier



Haras

Equus

caballus

Para qualquer momento

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TALVEZ O PRIMEIRO OU O SEGUNDO MEIO DE TRANSPORTE HUMANO, o cavalo foi uma das espécies domesticadas que transformou a vida humana, dando oportunidade de explorar e conquistar novas regiões e nelas habitar. Desde sempre, esse magnífico animal nos encanta com sua força, coragem, inteligência e amabilidade. São muitas raças que foram se mesclando e originando outras com mais desempenho em determinadas funções. Seja para longas cavalgadas ou para trabalhos de intenso esforço, hoje o cavalo é também utilizado para terapia de humanos. O cachorro é considerado o melhor amigo do homem, sem dúvida, mas os equinos são nossos melhores companheiros de trabalho.


Haras Hípica Golf “O Centro Hípico Golf oferece atendimento personalizado e diferenciado e, em um único contexto, reúne o hipismo clássico e o de lazer, além de um belo restaurante e hospedagem em uma charmosa pousada dentro de um ambiente familiar e tipicamente italiano. Oferece assessoria técnica para clientes na aquisição de animais, serviços de ferragem, treinamento direcionado dos cavalos, doma racional, transporte dos animais, assistência veterinária, orientação para cobertura de seguro e higiene, e manutenção de todo o material de selaria.” (Fonte: www.hipicagolf.com.br)

Onde: Avenida do Golf, s/n. Telefone: (12) 3663-2719 – Campos do Jordão.

Haras & Rancho Bourganville Aos apaixonados pelo melhor cavalo de sela brasileiro, conheçam o Rancho onde começou uma grande paixão pelo cavalo mangalarga marchador. O Rancho Bourganville está cada vez mais aprimorando a criação do cavalo Pampa. Possui um excelente garanhão homozigoto, filho do famoso cavalo Sincero do Porto Azul, dentre outros animais de muitas qualidades e morfologia. Trabalham com cavalo de sela para venda e também vendem coberturas de garanhões. Onde: Bairro do Sítio. Telefone: (12) 3971-1491 – São Bento do Sapucaí.

Haras Maçaim “Nos idos de 1970, Wilson Valentini Júnior, um jovem apaixonado por cavalos, iniciou seu criatório da raça manga-larga em Pindamonhangaba. Assim surgia o Haras Maçaim, nome de origem tupi, extraído da denominação de uma fazenda da família, situada às margens do rio Paraíba do Sul, a Fazenda Santa Rita do Maçaim. Usuário frequente de cavalos, Wilson estabeleceu o objetivo claro de selecionar animais de função e a criação foi baseada em valores como andamento, com atenção especial para a comodidade, a elegância e o rendimento de passadas, o temperamento para a sela e a rusticidade.” (Fonte: http://harasmacaim.com.br)

Onde: Rodovia Presidente Dutra, km 90 – Pindamonhangaba.

Haras Saracuras Esportes Equestres Fundado em 1978, por Nancy Lee Garner Barros, tem como objetivo a equitação clássica. No local também há o Centro de Equoterapia que trabalha com pessoas com necessidades especiais. Com capacidade para 45 participantes, atende às cidades de Santo Antônio do Pinhal, Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí, Caçapava, Pindamonhangaba, Quirim e Sapucaí Mirim. Onde: Estrada das Cerejeiras, 3.600 – Bairro do Barreiro – Santo Antônio do Pinhal. Circuito Mantiqueira 95


Cachaçaria

Produto

genuíno

Representação brasileira

A Bodega Em um ambiente de dar água na boca, A Bodega oferece tudo o que de mais gostoso podemos encontrar por estas bandas. Além da cachaça feita artesanalmente e envelhecida em tonéis de carvalho, há os típicos salames e outras iguarias incomuns, como lombo de javali, e geleias exóticas. Onde: Estrada do Machadinho, a 5 km do centro de Santo Antônio do Pinhal – (12) 3666-1326.

96 Cidade&Cultura

DESDE OS PRIMEIROS ANOS DA COLONIZAÇÃO BRASILEIRA, a cachaça esteve presente como fonte econômica, mesmo com as restrições da Coroa Portuguesa. Da produção do açúcar surgiu uma bebida consumida apenas pelos escravos que, com o tempo e muito estudo sobre sua elaboração, atualmente é consumida no mundo inteiro com o mesmo status de destilados de longa tradição. Apreciada por muitos, a cachaça se integrou à gastronomia de forma definitiva. Aqui, no Circuito Mantiqueira, podemos saborear em cachaçarias locais algumas marcas que atingiram a qualidade necessária para o mais exigente paladar. Aproveite!


Cachaça Sapucaia

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Foi fundada em 1933 por Cícero da Silva Prado, um empreendedor e visionário que decidiu produzir uma cachaça de excelente qualidade para exportação. A plantação da cana-de-açúcar foi introduzida nas fazendas Sapucaia e Coruputuba, no distrito de Moreira César em Pindamonhangaba, e o nome da cachaça Sapucaia é uma referência a essa árvore majestosa, típica da Mata Atlântica, conhecida pelos índios desde o Brasil Colônia e com muitos exemplares na região. Para envasar a cachaça, Cícero Prado procurou um escritório americano que desenvolveu uma garrafa art déco, estilo apreciado na Europa e nos Estados Unidos. A qualidade da cachaça foi reconhecida mundialmente e recebeu vários prêmios nacionais e internacionais. Para mais informações acesse www. cachacasapucai.com.br. Onde: Estrada João Marcondes dos Santos, km 3 – (11) 98265-6500 – Pindamonhangaba.

Cachaça Pau Oco Esta cachaça é produzida desde 1999 e recebeu esse nome devido à lenda de que seus produtores colocavam a cachaça dentro de um pau oco para ser envelhecida no meio da Serra da Mantiqueira, o que lhe dava um sabor todo especial. Circuito Mantiqueira 97


Esporte

aventura A arte da

FOTO: ACERVO MANTIQUERIA AVENTURA

Liberdade acima de tudo

98 Cidade&Cultura


“QUALQUER ATIVIDADE QUE DEMANDE EXERCÍCIO FÍSICO E DESTREZA, COM FINS DE RECREAÇÃO, MANUTENÇÃO DO CONDICIONAMENTO CORPORAL E DA SAÚDE E/OU COMPETIÇÃO”: essa é uma definição clássica do que o esporte significa, mas, com a chegada do que chamamos de esporte radical, agora o certo poderia ser: qualquer atividade que demande exercício físi-

co, destreza, coragem, loucura, vício em adrenalina e uma capacidade ímpar de amar o “quase” impossível. É simplesmente inacreditável o que podemos observar nessa categoria de esporte que leva milhares praticantes ao Circuito Mantiqueira que, devido à sua topografia, é considerado uma das melhores regiões do mundo para a prática dos esportes radicais. Vamos às modalidades:

Circuito Mantiqueira 99


Esporte

Paraquedismo em Pindamonhangaba

Balonismo Em 1709, o padre Bartolomeu de Gusmão fez a primeira tentativa de voo em um balão movido a ar quente. Em 1783, os irmãos franceses Étienne e Joseph Montgolfier realizaram o primeiro teste bem-sucedido com um balão. Como esporte, o balonismo vem sendo praticado em nossas terras desde seu nascimento, mas somente em 1987 foi fundada a Associação Brasileira de Balonismo (ABB), a entidade máxima do esporte no Brasil. No Circuito Mantiqueira a cidade de Pindamonhangaba proporciona aos interessados oportunidades de desfrutar esse interessante e espetacular esporte com a Companhia Voar de Balão. 100 Cidade&Cultura

Em 1306, há registro de chineses que se lançavam de morros segurando um instrumento parecido com um guarda-chuva para amortecer a queda. Será? Porém, esse guardachuva, já nos moldes do paraquedas atual, foi patenteado em 1783, por Louis-Sébastien Lenormand. O primeiro paraquedista oficial, André-Jacques Garnerin, realizou seu salto inaugural em 1797, realizando a proeza de saltar de 8 mil pés, em Londres. No Brasil, o esporte chegou em 1931, no Aeroclube de São Paulo. Em Pindamonhangaba, na área do Aeroclube da cidade, é oferecido cursos e saltos por empresa particular.

FOTOS: ACERVO RADICAIS LIVRES PARAQUEDISMO

Paraquedismo


FOTOS: ACERVO VOAR DE BALÃO

Voo livre O sonho de voar sempre habitou a mente dos seres humanos. Tanto é que na mitologia grega, Ícaro, na tentativa de fuga do labirinto, cria asas de cera e voa em direção ao Sol e sua à morte, com o derretimento das asas. Desde Ícaro, muitos outros insucessos motivaram os destemidos e, ao longo do tempo, com o avanço dos estudos aeronáuticos, esse sonho foi realizado. Vários nomes compõem a galeria dos voadores sonhadores. Do planador ao avião supersônico, o homem criou várias modalidades de voo. Um deles, conhecido como voo livre, pode ser feito com os equipamentos chamados asa delta e parapente, criados pelo australiano John Dickenson e pelo americano David Barish, respectivamente. No início da década de 1970, o voo livre com asa delta ganhou enorme impulso, e continua oferecendo aos esportistas radicais experiências fascinantes, inclusive pela viciante adrenalina que esse esporte proporciona. Não foi fácil desenvolver o melhor tipo de asa a ser utilizada, e a perda de algumas vidas marca a trajetória desse esporte. O parapente começou a despontar no início da década de 1980 e hoje toma conta dos principais picos. O Circuito Mantiqueira possui dois dos mais belos locais para a prática do voo livre: o Complexo do Baú, em São Bento do Sapucaí, e o Pico Agudo, em Santo Antônio do Pinhal, com pouso em Pindamonhangaba. Circuito Mantiqueira 101

FOTO: JEFERSON NEVES

Voo Livre do Pico Agudo


Esporte

Passeio ciclístico em São Bento do Sapucaí

Cicloturismo Uma modalidade do ciclismo, o cicloturismo tem como objetivo conhecer novos lugares, pessoas e culturas. É só escolher o roteiro, planejar, ver os quesitos de segurança e começar a pedalar. Não esqueça que no meio do caminho você pode encarar um cross-country ou até mesmo um downhill nas serras. Pode ser praticado sozinho ou em companhia. Quem sonha com isso, tem apenas de começar. Aproveite que temos no Brasil as cidades do Circuito Mantiqueira, com suas estradas repletas de mata e cachoeiras lindas. Em todas elas o cicloturismo pode ser praticado e apreciado. Cicloturismo em Santo Antônio do Pinhal

102 Cidade&Cultura

FOTO: GERALDO FRANCISCO DA SILVA

Ciclismo do Horto Floresta de Campos do Jordão


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Subida Pedra do Baú

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Esporte

Montanhismo Toda atividade esportiva feita em montanha chamase montanhismo, ou seja, escalada, trilha e rapel são atividades do montanhismo. O marco zero do montanhismo foi a escalada do Mont Blanc com seus 4.808 m, nos idos de 1786. Antes dessa data, muitos já haviam estado em pontos bem elevados do planeta, porém essa conquista mudou de forma definitiva a imagem assustadora que os grandes cumes tinham para as pessoas. A maioria dos picos, coberta por neve ou nuvens, guardava segredos que a imaginação humana sempre relacionara com deuses ou monstros sombrios. Por aqui, a topografia do Circuito Mantiqueira é um convite incessante a essas modalidades, em geral praticadas nos seguintes lugares: em Campos do Jordão no Horto Florestal; no distrito de São Francisco Xavier, nas cachoeiras das Couves, do Roncador e do Sabão; em Monteiro Lobato, no Pico do Trabiju; em Pindamonhangaba, nas Falésias do Paraíso; em Piquete, no Pico dos Marins; em Santo Antônio do Pinhal, nas cachoeiras Eugênio Lefèvre e do Lageado, e em São Bento do Sapucaí no Complexo do Baú e na cachoeira do Toldi. Citamos aqui os pontos mais conhecidos, porém existem centenas de outros locais e cada um deles apresenta uma paisagem mais bela do que a outra.


Trekking em Pico dos Marins

Trekking Caminhar, um dos primeiros atos da raça humana, é uma ação inscrita perpetuamente em nossos genes. Andamos sem nem pensar, assim como respiramos. Porém, como esporte, o ato de caminhar toma outras dimensões. Além de podermos curtir a paisagem ao nosso redor, nos damos o prazer de ultrapassar obstáculos e estabelecer novas marcas em nossas vidas. O Circuito Mantiqueira é uma das regiões mais favoráveis para a prática do trekking, pois alia lindíssimos lugares com obstáculos de diversos níveis a serem vencidos. Em todas as cidades do Circuito, trilhas foram demarcadas para maior segurança dos

que se aventuram: em Campos do Jordão, no Horto Florestal; no distrito de São Francisco Xavier, as trilhas da Revolução, do UHF, do rio Manso e do Queixo da Anta; em Monteiro Lobato, a trilha da Pedra do Sapo; em Piquete, a trilha do Pico dos Marins, do Focinho de Cão, do Pico do Carrasco; em Pindamonhangaba, a trilha do Morro do Pinga, do Parque Municipal do Trabiju e do Pico do Itapeva; em Santo Antônio do Pinhal, as trilhas do Zigue-Zague, do Cruzeiro, do Matão, do Luminoso–Cambraia e do Tropeiro; em São Bento do Sapucaí, as trilhas das Três Pedras, da Ana Chata, dos Amores e da Onça. Circuito Mantiqueira 105

ACERVO TROUPE DA TRILHA MONITORES AMBIENTAIS PIQUETE

FOTO: AROLDO OLIVEIRA

Water Trekking


Esporte

2

1

1 - Trilha Gruta dos Crioulos, em Campos do Jordão 2 - Tirolesa - Aventura no Rancho 3 - Corrida em serras Campos do Jordão

FOTO: DIVULGAÇÃO

4 - Motocross

FOTO: AROLDO OLIVEIRA

3

4

Além das modalidades esportivas já citadas acima, a região do Circuito Mantiqueira também oferece aos seus visitantes condições para a prática de off road, downhill, montain bike, rafting, cascading, motocross, arvorismo, cavalgada, pescaria etc. Procure sempre uma operadora de esportes de aventura com certificado para a segurança de todos. Com audácia e disposição, seu coração vai bater mais forte! 106 Cidade&Cultura



Km S. Francisco Xavier

FOTO MÁRCIO MASULINO

FOTOS: BENTO JUNIOR

Trilha Quiririm 4x4

0

Km 74.70 Km 37.10

Km 75.40

A equipe do Cidade&Cultura convidou o Arquiteto Jayme Alves, um dos maiores conhecedores dos caminhos e trilhas de toda a Serra da Mantiqueira, para traçarmos uma rota entre entre o distrito de São Francisco Xavier e Piquete que pudesse ser feita por um veículo 4x4, bicicleta ou moto. O resultado foi uma trilha de 140 km com duração de 7 horas em velocidade de passeio. Vilas, fazendas, cachoeira, ruínas de construções antigas e a riquíssima fauna e e flora da inegualável Serra da Mantiqueira fazem parte de passeio singular.

km 0 São Francisco Xavier Praça Matriz

Km 19.90 Direita e depois esquerda

Km 37.00 Passe a ponte direita e esquerda

Km 54.50 Divisa S. Bento - Campos Clube de Campo Pereiral

km 2.00 Trevo à esquerda sentido Monteiro Lobato

Km 23.30 Siga em frente trevo à esquerda

Km 37.10 Igreja Matriz esquerda - Posto Torrão

Km 56.20 Igreja São Lázaro

km 6.15 Placas a direita - subir km 12.70 Divisa S. Francisco - M. Lobato siga em Frente (altit. 1456m) km 14.80 Direita - segue principal Km 16.70 Siga em frente (altit. 1350m) 108 Cidade&Cultura

Km 23.50 Esquerda até Sapucaí Km 31.90 Fazenda Palmar desce à esquerda Km 32.90 Trevo à direita Km 35.00 Bairro - seguir a principal

Km 37.70 Atravesse o rodeio siga em estrada de terra Km 39.90 Esquerda no asfalto sentido Sítio Robertinho Km 44.70 Esquerda Sítio Robertinho (altit. 968) Km 46.50 Baú do Meio sentido Baú de Cima

Km 57.30 Sentido Vale Encantado Km 58.30 Esquerda Vale Encantado Km 59.70 Vale Encantado (altit. 1986) km 60.00 Asfalto siga em frente km 60.50 Asfalto sentido Jaguaribe


Km 96.40 Km 110.90 Piquete

Km

km 61.50 Esquerda - passe a ponte km 61.70 Est. de terra à esquerda sentido Capivari km 63.30 Passa linha de trem sentido Horto Florestal

km 78.40 Direira siga em frente km 88.90 Divisa Horto Wenceslau Braz (MG) direita - bairro do Charco km 93.00 Igreja do Charco direita sentido Fazenda da Onça

Km 74.70 Horto Florestal - Portaria seguir estrada de terra sentido Charco

km 96.40 Direita - Fazenda da Onça

Km 75.40 Bosque Vermelho sentido Charco

km 98.20 Em frente sentido Fazenda da Onça

Km 77.20 Manter-se à direita (altit. 1490m)

Km 100.00 Fazenda da Onça

Km 102.30 Direita Pousada do Barão Km 104.40 Em frente (altit. 1636m) Km 105.50 Cachoeira. Siga à esquerda para Pousada do Barão Km 105.70 Entrada Boa Esperança (altit. 1572) Km 106.70 Siga Principal Pousada do Barão

140

Km 110.90 à direita, ruínas do Sanatório ou continue na trilha. Km 113.50 Desça até o Barreiro Km 116.60 Cachoeira (altit. 1564) Km 118.10 Esquerda e desce Km 119.00 Posto Torrão pegue estrada a direita

km 140 Piquete

Km 109.90 Vire à esquerda / ponte

Circuito Mantiqueira 109




Gastronomia

Adearte comer bem

FOTOS MÁRCIO MASULINO

Sabores da Mantiqueira

A GASTRONOMIA É UM DOS PONTOS ALTOS DE QUALQUER LUGAR QUE SE VISITE. É por ela que entendemos grande parte da cultura e dos costumes de um povo. Ela está intrinsecamente ligada à história local. Então, experimentar pratos típicos é mais uma maneira de conhecermos a fundo o lugar onde estamos e também estarmos

112 Cidade&Cultura

atentos as novidades de restaurantes temáticos e que empregam a alta gastronomia, pois são experiências diferentes e ao mesmo tempo deliciosas. COMIDA CAIPIRA Segundo a lógica cronológica da história do Brasil, a comida caipira é originalmente do Estado de São Paulo, tendo depois se alastrado para Minas Gerais e o restante do interior do país pelos bandeirantes e tropeiros que saíam do Vale do Paraíba em busca de ouro. Os assados vêm dos índios (moquear), a fritura vem dos europeus com a banha de porco; e o cozido é a mistura desses dois tipos de preparo. O feijão, a farinha de mandioca e a carne de porco são a base. Para os bandeirantes e os tropeiros cozinharem, montavam um fogão de pedras, o fogão com três varas em triângulo formando um tripé onde apoiavam a panelas e o tucuruva feito de um cupinzeiro abandonado. Essa última versão foi a origem do fogão a lenha que conhecemos hoje. Alguns pratos que exemplificam a comida caipira são: feijão e arroz tropeiro, virado à paulista, cuscuz, rabanada, angu, pé-de-moleque, frango caipira, farofa de linguiça, canjica, vaca atolada, leitão a pururuca, torresmo, rosquinhas de pinga, doce de banana etc.


FOTO DIVULGAÇÃO

Diversidade colorida de espigas de milho

Doces caseiros de batata-doce e abóbora

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CASA DO ME

Variedades em chocolate

BOLOS, COMPOTAS E CHOCOLATES Não há como negar que, com temperaturas amenas o ano inteiro, os doces e os chocolates – marcas registradas do Circuito Mantiqueira – atraem muitos turistas. As variedades fazem a festa dos amantes de doces com opções fantásticas e inusitadas, como a saborosíssima geleia de pimenta. As chocolaterias artesanais completam o “tour” gastronômico que deixam com água na boca aos que apreciam suas maravilhosas vitrines repletas de formas e cores diversas.

FOTO SHUTTERSTOCK

Atualmente, os 15 apicultores da APPR (Associação dos Pequenos Produtores Rurais) de Monteiro Lobato e Região produzem cerca de três toneladas de mel por ano. A APPR foi criada há 15 anos e conta com 23 associados que trabalham com apicultura, horticultura, leite e agroindústria, além dos dez integrantes do Grupo Apicultura Jovem e de oito artesãs do Grupo de Artesanato de Mulheres da Pedra Branca. (Fonte: www.sebraesp.com.br).

Onde: Bairro da Pedra Branca – Monteiro Lobato.

Sabor da Província - bolo de pinhão com frutas secas

Circuito Mantiqueira 113


Gastronomia

1

1 - Bacalhau do Villa Gourmet - Campos do Jordão 2 - Truta Mediterrânea com arroz selvagem e pure de batata doce do Tarandu Campos do Jordão 3 - Polpetone com queijo emental, polenta e shitake do Trincheira - São Bento Do Sapucaí 4 - Picanha em Corte de Bife de Tira e penne/talharim ao molho de tomates frescos, funghi secchi, azeitonas verdes e manjericao Restaurante Picanha&Pasta - Sto Antônio do Pinhal

114 Cidade&Cultura

ALTA GASTRONOMIA Do tucuruva à nova culinária, muitas revoluções aconteceram. Apesar de a comida caipira ser o forte gastronômico no Circuito Mantiqueira, vários restaurantes com outras propostas estão vindo com força e muitas novidades para agregar mais sabor e opções aos cardápios da região. Conhecidos como estabelecimentos de alta gastronomia, esses novos locais oferecem tudo o que existe de melhor, além de promoverem também a recuperação de ingredientes muito utilizados no passado. Não região do Circuito Mantiqueira, o pinhão que antes era empregado apenas para farofa ou bolinho, hoje compõe pratos com os mais variados ingredientes, podendo ser uma sobremesa como o brownie de pinhão, uma guarnição ou até o prato principal. Outro item importantíssimo é a truta. Da família do salmão, este peixe foi totalmente adaptado na região, que possui clima frio. Hoje, existem muitas truticulturas no local que servem aos restaurantes, mas também são fonte de lazer para os amantes da pescaria. Não podemos esquecer que nos restaurantes de alta gastronomia, qualquer ingrediente é valorizado em seu sabor e em sua textura, ao máximo. Portanto, esta experiência é única, pois o mais importante é o paladar desenvolvido. A apresentação dos pratos é outro ponto forte


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que é preciso destacar e harmonizar todos os componentes da receita, resultando em uma linda obra de arte. Dentro desta harmonização, a decoração dos restaurantes também é parte desta experiência, na maioria temáticos e com a preocupação de tornar o ambiente o mais bonito e aconchegante possível, bem distante do que encontramos nos tumultuados fast foods. Neste clima gastronômico existem restaurantes inusitados que servem com muita elegâncias carnes não muito habituais ao paladar brasileiro como o cordeiro, o javali, o avestruz e o faisão, que são preparados e servidos com maestria única.

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Circuito Mantiqueira 115


Gastronomia

OLIQ

FOTO LUIZ FRANCO

Goiabada com sorvete de queijo do Photozofia - São Francisco Xavier

FOTO LUIZ FRANCO

Todos os Sabores (mix de trufas e bombons) do Sabor Chocolate Campos do Jordão

Deleite (doce de leite quente com banana,mini marshmallows e bolacha champagne) do Matterhorn - Campos do Jordão 116 Cidade&Cultura

Esta sociedade de produtores rurais investe de forma pioneira na produção artesanal do azeite de oliva extra virgem, na Serra da Mantiqueira. OLIQ é um azeite de montanha e em seus pomares, que alcançam altitudes de até 1.600 metros, são cultivadas as azeitonas espanholas arbequina e arbosana, a grega koroneiki, a italiana grappolo e a mineira maria-da-fé. A floração ocorre de julho a setembro, a frutificação vai de outubro a janeiro e entre fevereiro e março os frutos são colhidos. A extração e o envase são realizados em maquinário italiano, na Fazenda Santo Antônio do Bugre. A OLIQ recebe visitantes para conhecer seus pomares e oferece no próprio lagar uma deliciosa degustação de azeites que se distinguem pelo frescor. Visitas podem ser agendadas pelo telefone (35) 84192752. Onde: Estrada do Cantagalo, km 8 – São Bento do Sapucaí.



RESTAURANTE

W FERREIRA Comunicação

O inigualável sabor regional você encontra aqui

Recanto

Mineiro RESTAURANTE

Rua 15 de Novembro, 385 - Centro São Francisco Xavier/SP Tel.: (12) 9-9724-8627 E-mail: Vilmasenafreitas@gmail.com



Roteiro

FOTOS MÁRCIO MASULINO E THIAGO DE ANDRADE

Não deixe de visitar CAMPOS DO JORDÃO Templo do Grande Amor – budismo tibetano O local é um grande centro de estudos de sanga (em grupo). Inaugurado por S.S. Lama Gangchen Rinpoche em 2009, o templo é o resultado da generosidade, do esforço e da dedicação do Lama Gangchen e de seus amigos e discípulos. O templo principal tem cerca de 1.000 m² e capacidade para mais de 500 pessoas. Reproduz a mandala da Stupa de Borobudur, na Indonésia, berço da prática de autocura Ngal-So. Todas as estátuas, em pedra vulcânica, foram esculpidas pelos artesãos da ilha de Java, idênticas às encontradas em Borobudur. As atividades consistem em meditação para transformação interior. É considerado um dos maiores templos do budismo tibetano da América do Sul. Informações: (11) 3871-4827. 120 Cidade&Cultura

Krishina Shakti Ashram Regina Shakti, missionária e fundadora, é uma profunda conhecedora da prática do yoga e também discípula de Srila Bhakti Raksak Sridhar Dev Goswami Maharaj. Com estudos na Índia, Regina incorporou e adotou como estilo de vida essa interessante e intrigante atitude introspectiva, típica da cultura indiana. Cada canto do ashram tem seu toque de beleza. Existem chalés para quem quiser se hospedar, e a alimentação é vegetariana, mas Regina deixa claro que não é uma pousada com fins lucrativos, e sim uma fonte de renda para sustentar o ashram. Informações: (12) 3663 – 3168.


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Palácio Boa Vista No ano de 1938, o arquiteto polonês Georg Przyrembel projetou este belíssimo palácio com três mil m² de área construída, 35 ambientes e 105 cômodos, seguindo o estilo arquitetônico Maria Tudor para ser a residência de inverno do governador do Estado de São Paulo. A obra foi concluída em 1964. Aberto à visitação pública desde 1970, o turista poderá observar um acervo riquíssimo de obras de arte brasileira entre elas trabalhos de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Victor Brecheret, Alfredo Volpi e Cândido Portinari; a coleção de pinturas de Cusco, móveis ricamente entalhados, pratarias, louças, lustres, tapeçarias e várias imagens sacras do período barroco, além de peças de diversos países, presentes de comitivas internacionais. Todas as obras expostas fazem parte do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo. A visita se estende à Capela de São Pedro Apóstolo, erguida em 1989, toda em concreto armado, com pilar e paredes de vidro, circundada por espelhos d’água, decorada com obras sacras do período colonial e criações contemporâneas. Acompanhado por um guia, que vai explicando a origem de cada obra e cada peça, o turista percebe o significado desse magnífico palácio e sua importância na história nacional. Onde: Av. Adhemar de Barros, 3.001 – Campos do Jordão.

Rancho Santo Antônio “Fazenda tradicional de Campos do Jordão e área de proteção ambiental, o Rancho Santo Antônio encanta seus visitantes desde a década de 1970 e vem trabalhando para o desenvolvimento do turismo na cidade. Em 2003, com a fundação do “Aventura no Rancho”, entrou para o segmento do turismo de aventura com a construção de um dos maiores percursos de arvorismo do Brasil” realizado totalmente em araucárias. Oferece também passeios a cavalo, tirolesa, water trekking, paint ball e chalés para hospedagem. Onde: Avenida Pedro Paulo, 7.997 – Campos do Jordão.

Circuito Mantiqueira 121


Roteiro

Museu Casa da Xilogravura O professor Antonio Costella é o fundador e diretor desse museu incomum que abriga a história da xilografia e suas funções ao longo dos anos em que não existiam os clichês metálicos usados para impressão. Até o fim do século XIX, jornais, livros e revistas eram ilustrados através dessa técnica multicolorida que impressionava os artistas. A maior produção de xilogravuras se deu na escola Ukyio-e, em atividade entre os séculos 17 e 19 em Tóquio e, por sua beleza, os europeus passaram a importar os papéis coloridos para expô-los em seus museus. No Brasil, essa arte é encontrada nas ruas, na literatura de cordel tão difundida no Nordeste. Raros exemplares dessa técnica ainda podem ser vistos neste museu, como o rótulo do vinho Oracle da vinícola Linley Schultz, da África do Sul. A xilogravura também permite a outros povos tomarem conhecimento da vida dos nossos índios, representados em trabalhos que mostram seu cotidiano: as redes de dormir, as batalhas, a domesticação de macacos, a prática da antropofagia. Onde: Av. Eduardo Moreira da Cruz, 295 – Campos do Jordão.

Tarundu Em uma área de 500 mil m², o Tarundu é um local que atende a toda a família e garante diversão na certa. Falando só de esportes, além de um espaço para crianças, há opções para escalada, air games, arvorismo, arco e flecha, hipismo, minibuggy, minigolfe, orbit ball, paint ball, tirolesa e patinação no gelo. A infraestrutura é moderna, com pousada e restaurante. Um dos pontos altos do Circuito Mantiqueira. Onde: Avenida José Antônio Manso, 1.515 – Campos do Jordão. 122 Cidade&Cultura


DISTRITO DE SÃO FRANCISCO XAVIER

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Bruxinhas do Mato Em uma casa encantadora, emoldurada pelas montanhas e adornada por um jardim todo florido, está instalado o “Bruxinhas do Mato”, um espaço terapêutico que oferece serviços completos para relaxamento. Já na chegada, as pessoas encontram um ambiente acolhedor e são recebidas com chás de ervas aromáticas degustados em uma varanda com uma vista surpreendente. Os banhos de imersão são preparados com flores e ervas colhidas na hora, e no local são vendidos produtos artesanais especialmente preparados para o relaxamento e o bem-estar. Um lugar pitoresco, aconchegante, dedicado a proporcionar paz. Onde: Estrada do Machado, 1.305 – Bairro do Machado. Telefone: (12) 3926-1364.

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PINDAMONHANGABA

Fazenda Nova Gokula Essa que é a maior comunidade Hare Krishna da América Latina está situada em uma área de proteção ambiental aos pés da Serra da Mantiqueira e possui um templo magnífico. Fundada em 1978, surgiu para reunir os devotos e os monges dessa religião indiana. No auge, a comunidade abrigou cerca de 200 famílias e hoje conta com pouco mais de 50 moradores. Na fazenda há casas de devotos, restaurante, lanchonetes, pousada, camping, chalés, lojas e dois templos, com cerimônias abertas aos não devotos a partir das 4h30.

Hoje, a fazenda é um centro de encontro alternativo, frequentado por turistas, estudantes, naturalistas e espiritualistas à procura de paz, equilíbrio e retiro espiritual. O local oferece passeios monitorados pelo templo e por trilhas; iguarias vegetarianas da culinária védica são servidas no restaurante, e na loja há ervas medicinais, roupas indianas e artesanato. Onde: Estrada Municipal Jesus Antônio Miranda, s/n – Bairro Ribeirão Grande. Circuito Mantiqueira 123


Roteiro

MONTEIRO LOBATO Capela Santa Rita de Cássia Singela, com pinturas em todo o seu interior, está localizada na zona rural da cidade, no bairro dos Souzas. Construída em 1930, abriga a imagem da santa e uma grande festa é organizada pelos moradores em sua homenagem todo dia 22 de maio,

Gruta Nossa Senhora de Lourdes Duas grutas homenageiam Nossa Senhora de Lourdes e podem ser visitadas pelos devotos o ano inteiro. A primeira está localizada em propriedade particular, a 700 metros do centro do bairro dos Souzas, a 1.026 metros de altitude. Surgiu de uma promessa depois que um homem foi picado por uma cobra e se abrigou na cavidade dessa rocha rezando à santa por sua proteção.

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ocasião em que os devotos a presenteiam com rosas de todas as cores. Nessa festa, os visitantes podem degustar a rica gastronomia da região ao som de boa música e prestigiar as apresentações culturais. A capela é ponto de referência para saída de caminhadas em direção às matas e às cachoeiras da região. Onde: Bairro dos Souzas.



Roteiro

PIQUETE Igreja Nossa Senhora das Dores (antiga Igreja das Almas) A construção inicial anterior, de 1875, quando da elevação da vila a freguesia, precisava de uma reforma que a ampliasse. Para isto, vários foram os que participaram de uma coleta e hoje a igreja é um marco histórico da cidade, pois foi a primeira matriz de Piquete. Todo dia 13 de maio é realizada procissão para homenagear a padroeira, Nossa Senhora das Dores. Seu interior abriga obras belíssimas com imagens e quadros que representam a Via Sacra. Foi tombada em 2002 pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Município. Onde: Praça Pio XII.

SANTO ANTÔNIO DO PINHAL Mirante Nossa Senhora Auxiliadora “A Excelsa Protetora, Senhora Auxiliadora.” Esse mirante está situado num dos pontos mais altos da Serra da Mantiqueira, a aproximadamente 1.150 metros de altura. Já na subida do morro é possível avistar a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, um monumento de 3 metros erguido sobre uma base de pedras. Em dias claros pode-se contemplar toda a beleza serrana do vale do rio Paraíba do Sul. Onde: Estação Ferroviária Eugênio Lefèvre.

Mirante do Cruzeiro Local de vista panorâmica da cidade, das montanhas, e excelente opção de caminhada, por trilha de um quilômetro arborizada e calçada. No alto do mirante, a 1.100 metros de altitude, uma imponente cruz e uma praça ajardinada são um convite para apreciar a natureza a qualquer hora do dia. Na época da Semana Santa ocorre a procissão da Via Sacra, organizada pela Igreja Matriz. Onde: Centro. 126 Cidade&Cultura


SÃO BENTO DO SAPUCAÍ Capela do Mosaico A Capela de Santa Cruz, de construção centenária, passou a ser chamada Capela do Mosaico depois de revitalizada em 2008 pelos artistas plásticos Ângelo Milani e Cláudia Vilar que utilizaram vários cacos de diversos materiais, como fragmentos de estátuas de santos abandonados, contas variadas, pedaços de vidro e azulejos, compondo mosaicos coloridos, que enfeitam

esta capela de forma peculiar e original. Vale a pena conferir a profusão de cores e informações visuais desse trabalho que estimula outros artesãos da região a se dedicar à arte do mosaico. Onde: Rua Treze de Maio, 217 – Centro.

Casa da Cultura Miguel Reale Instalado no centro histórico, em um casarão do século XIX, a Casa de Cultura abriga exposições permanentes de vários artistas e artesãos da região, realiza oficinas e cursos, e promove projetos educativos com a missão de resgatar, preservar e valorizar o patrimônio histórico do município. Onde: Rua Sargento José Lourenço, 105 – Centro. Telefone (12) 3971-1666.

Circuito Mantiqueira 127


Estatísticas

AO TODO SÃO SETE CIDADES QUE COMPÕEM O CIRCUITO MANTIQUEIRA: Campos do Jordão, São Francisco Xavier (distrito da cidade de São José dos Campos), Monteiro Lobato, Pindamonhangaba, Piquete, Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí.

Clima Tropical de altitude

Altitude média 1.600 metros

Circuito

Território da região

Mantiqueira FOTO MÁRCIO MASULINO

2.236 km²

s nte

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ita

b Ha Campos do Jordão Distrito de São Francisco Xavier Monteiro Lobato Pindamonhangaba Piquete Santo Antônio do Pinhal São Bento do Sapucaí

50.299 6.890 3.808 146.489 15.543 7.154 11.765

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s ico

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n Ge

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jordanense joseense lobatense pindamonhangabense piquetense pinhalense sambentista

173 138 132 146 180 173 209

*SEGUNDO CENSO DE 2010

128 Cidade&Cultura

**EM KM ATÉ SÃO PAULO


CAMPOS DO JORDÃO E REGIÃO CONVENTION & VISITORS BUREAU UM GRANDE INCENTIVO AOS NEGÓCIOS E AO DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO DA REGIÃO.

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FOTO BENTO JUNIOR

Depoimento

COMO DESCREVER AS IMPRESSÕES DE UMA REGIÃO COM PAISAGENS TÃO ÍMPARES, distantes dos ambientes tropicais a que estamos acostumados? É comum vermos os visitantes boquiabertos a cada nascer do sol, compondo um espetáculo de total plenitude e comunhão como que a abraçar todas as criaturas com seus raios penetrantes que cortam a neblina e derretem o orvalho. O peso da gravidade é menor, a sensação de leveza é majestosa. Os que visitam querem ficar, os que já são daqui não querem sair. É lindo, é belo, é espetacular! 130 Cidade&Cultura




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