São Paulo - Capital Cultural do Brasil

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edição 01

Nº24 - R$ 15,00 - BRASIL

www.cidadeecultura.com.br

São Paulo Capital Cultural do Brasil

história | arte| turismo | arquitetura | gastronomia




A Kremer Golden é uma cerveja Lager Extra PURO MALTE, de cor ouro-claro, límpida e com colarinho branco e cremoso. Seu aroma é predominantemente doce, com acentuado sabor de malte Pilsen, em equilíbrio com notas de especiarias e dos lúpulos nobres utilizados. Possui sabores maltados que se escondem em delicado amargor.

A Kremer Weiss é uma cerveja de trigo EXTRA CLARA TIPO WEISS, produzida como nas cervejarias da Baviera, na Alemanha. Sua composição consiste em puro malte de cevada, trigo não maltado e água da montanha.

A Kremer Witbier é uma cerveja especial tipo ALE WITBIER, produzida como nas cervejarias da Bélgica, na região de Flandres, com puro malte de cevada e trigo não maltado na formulação e elaborada com água da montanha. De alta fermentação, tem aroma único e sabor de trigo, em equilíbrio com lúpulo, além de um sabor levemente cítrico.

A Kremer Dunkel é uma cerveja puro malte, escura tipo extra no estilo MUNICH DUNKEL. Produzida com origem alemã, seu blend de maltes especiais lhe confere um aroma com notas de chocolate, nozes e caramelo. De baixa fermentação, sua cor vai do cobre profundo ao marrom-escuro. O sabor revela um suave caramelo, associado a um amargor moderado.



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Editorial

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A cidade de São Paulo nos fascina por sua grandeza e desenvolvimento. Cosmopolita, exibe muitas faces e personagens. Curiosa e humilde no princípio, majestosa e imponente nos dias atuais. Capital do Estado, concentra inúmeros atrativos. Sua gastronomia é a mais variada do Brasil. Centro cultural brasileiro, recebeu influência de todos os continentes por abrigar muitas colônias de imigrantes. São Paulo vibra no seu frenético cotidiano. Assustadora para muitos, em outros desperta um amor incondicional. São Paulo contrasta, encanta e atrai.

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24 FOTOS ALF RIBEIRO E JOSÉ CORDEIRO

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Conselho Executivo Ana Lúcia F. dos Santos, Eduardo Hentschel, Luigi Longo, Márcio Alves, Mário Zelic, Ricardo Martins, Roberto Delboux, Roberto Torrubia e Thabata Alves Editora Renata Weber Neiva Reportagem Alice Neiva e Nathália Weber Assistente de produção Evellyn Alves CIDADE & CULTURA SÃO PAULO é uma publicação anual da KM Marketing Cultural PARA ANUNCIAR (11) 97540-8331

Revisão Silvia Mourão Produção Gráfica Rogério Callamari Macadura Produção Digital Strawberry Web Design Fotografias Alf Ribeiro, Márcio Masulino e Thiago de Andrade Foto Capa Reprodução grafite Eduardo Kobra Impressão DuoGraf

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46 114 Índice

72 SP Criativa

8 Linha do Tempo

74 Aromas & Sabores

Cronologia do desenvolvimento

Para curiosos e experientes

12 Histórico

78 Gastronomia

Uma vila no meio do caminho...

Universo Gastronômico

22 Mural da história

90 Parques

A história por meio da fotografia

Momentos de inspiração e lazer

24 Ferrovias

96 Meio Ambiente

Abrindo caminho ao desenvolvimento

Verde que te quero verde

28 Imigração

102 Esportes

Culturas e histórias

Palco Internacional de esportes e lazer

34 Revoluções

110 Turismo de Eventos

A união de um povo

Capital dos eventos

38 Turismo Religioso

112 Noite paulistana

A história contada pela fé

A cidade que não dorme também se diverte

46 Museus

114 Polo Ecoturismo

Para nunca esquecer

Entre trilhas, represas, rios e cachoeiras

54 Arquitetura

118 Roteiro

Da simplicidade do barro aos arranha-céus atuais

Conhecer e se surpreender

60 Artes

130 Depoimento

Cidade inovadora

Sons, cores e movimentos repletos de emoção

digital Acesse o nosso portal: cidadeecultura.com.br Acompanhe nossos passos nas mídias sociais: facebook.com/cidadeecultura @cidadeecultura

Terra de gigantes


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1 - Edifício do Primeiro Tribunal de Alçada Civil – efígie do deus romano Mercúrio 2 - Fachada do Theatro Municipal de São Paulo 3 - Placa do Monumento Marco Zero, localizado na Praça da Sé

Chegada de Martim Afonso de Souza a São Vicente

Fundação da Vila de São Paulo de Piratininga

Encontrada a primeira mina de ouro pelos Bandeirantes

1532 1554 1690 8 Cidade&Cultura

Construção da Calçada do Lorena

1790

Inaugurada a Estrada de Ferro São Paulo Railway Co.

1867

Desembarque dos primeiros imigrantes italianos no porto de Santos

1880

FOTOS ALF RIBEIRO

Linha do Tempo


São Paulo

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4 - Anjo no interior da Basílica de Nossa Senhora do Carmo 5 - Detalhe de escultura em bronze do Theatro Municipal de São Paulo 6 - Estação Júlio Prestes e Sala São Paulo

Ano da Semana de Arte Moderna

1922

Entrega à população do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho - Pacaembu

1936

Implantação da Ditadura Militar

1964

Partida inaugural da Copa do Mundo na Arena Corinthians

2014

Maior Metrópole das Américas

2017 São Paulo 9




Histรณrico

Uma vila

caminho no meio do 12 Cidade&Cultura


Ponte da Santa Ifigênia – Jean-Baptiste Debret – 1827 (técnica aquarela sobre papel)

REPRODUÇÃO FOTOGRÁFICA

A história da cidade de São Paulo é repleta de intrigas, rebeldias, lutas e conquistas. Formada por portugueses e índios amigos, seus hábitos se transformaram ao longo dos séculos

Caminho do Peabiru Antes da colonização, o Brasil era uma espécie de território esquecido pelos portugueses que utilizavam nossa faixa costeira apenas para extração de pau-brasil. Após notícias trazidas pela expedição de Juan de Solis segundo as quais, no interior das terras da América do Sul, em um local chamado Potosí, domi-

nado pelo Rei Branco (inca), havia uma montanha de prata, o Rei Dom João III mandou uma esquadra para tentar chegar até lá. Porém, o Tratado de Tordesilhas, muitas vezes questionado, impedia que armadas portuguesas subissem o rio da Prata; então, decidiram ir por terra dentro de suas fronteiras. O Caminho de Peabiru era uma rota por onde os índios trafegavam e que conheciam muito bem. Um dos traçados dessa rota se iniciava em São Vicente e passava por Cubatão, chegando à cidade de São Paulo, onde atravessava o Pateo do Collegio, a Rua Direita, o Vale do Anhangabaú, a região da Consolação, a atual Avenida Rebouças e o Rio Pinheiros. Então, em 1532, Martim Afonso de Souza chegou a São Vicente, e logo partiu em direção ao planalto com o objetivo de encontrar a via para o Rio da Prata. Ali se encontrava a figura controversa e enigmática de João Ramalho, um português chegado por volta de 1509, não se sabe como, e que transformou em seus amigos o cacique tupiniquim Tibiriçá e seus aliados. Estes conduziram Martim Afonso planalto acima, onde, na confluência dos rios Tamanduateí e Anhangabaú, estabeleceu um povoado. A partir desse primitivo assentamento, enviou Pero Lobo para desbravar o Caminho do Peabiru. O empreendimento foi um fracasso, com todos os oitenta componentes da expedição trucidados por índios. Desgostoso com o infortúnio, Martim Afonso regressou para Lisboa no ano seguinte para nunca mais voltar, mesmo sendo proprietário da Capitania de São Vicente, que lhe havia sido doada em 1535. São Paulo 13


Histórico

Índios Na época do início da colonização, o litoral paulista era habitado por diversas tribos indígenas rivais. Na parte sul, os carijós; ao norte, os tupinambás e ao centro, entre Cananeia e São Sebastião, os tupiniquins que, diferentemente das outras tribos, eram aliados dos portugueses. Quer dizer, da Vila de São Vicente até o planalto, havia inimigos por todos os lados. Os tupiniquins preferiam habitar as terras altas, ou seja, o planalto denominado por eles de Piratininga, de onde desciam ao litoral apenas para a pesca. Seus costumes eram opostos à vida moralista dos colonizadores. Ritos de antropofagia, incesto, nudez, sexo como forma de cordialidade: tudo isso eram aberrações para os novos habitantes, mas, como não havia mulheres brancas, os portugueses acabaram por se render à “hospitalidade” local e constituir núcleos familiares.

O fervor católico, na época das Grandes Navegações, estava em seu auge. Reis e papas governavam com mão de ferro seus discípulos, e a “obrigação” de transformar pagãos em seguidores de Cristo era uma questão fundamental. A crença católica, para a qual o temor a Deus era um ponto crucial para a submissão dos povos, modificou a geopolítica da época. E não foi diferente com os gentios da América do Sul, colonizada por portugueses e espanhóis, duas das nações católicas mais extremistas e que fizeram da Inquisição sua principal arma contra os que ousassem proclamar heresias. Então, em nome de Deus, as esquadras partiam rumo ao Novo Mundo, com a esperança de incutir a fé nos desgarrados. A Ordem dos Jesuítas foi fundada em 1540, por Ignácio de Loyola, e com ela foi criada a Companhia de Jesus, considerada um braço armado da Igreja. Os jesuítas estavam dispostos a enfrentar o desconhecido no selvagem Novo Mundo e enfrentar todas as dificuldades, sem ambicionar outras riquezas além da catequização dos índios. Manoel da Nóbrega e mais cinco jesuítas chegaram à Bahia em 1549, de onde este envia imediatamente o padre Leonardo Nunes à Capitania de São Vicente. Leonardo, apelidado pelos índios de Abarebebê (padre voador), cativou com sua docilidade o “povo selvagem” e fundou um colégio jesuíta na Vila de São Vicente. Ali começou a ter notícias de um povoado no planalto onde João Ramalho habitava, mas que não possuía igreja e nem mesmo celebrava missa. Transpôs, não uma, mas várias vezes a Grande Muralha – a Serra do Mar – e se pôs a convencer os moradores a erguerem uma ermida. 14 Cidade&Cultura

REPRODUÇÃO FOTOGRÁFICA

A chegada dos jesuítas

Após muita resistência e até ameaças, Ramalho cedeu ao fervoroso padre. A capela recebeu o nome de Santo André da Borda do Campo (em referência à localização que ficava literalmente na borda da descida da Serra do Mar – onde talvez seja a atual São Bernardo do Campo). Nóbrega, decepcionado com a “teimosia” dos caciques e dos pajés da Bahia, aceita o convite de Thomé de Sousa para visitar a Capitania de São Vicente, em 1553. Após dois meses, Thomé sobe a serra e proíbe o trânsito entre São Vicente e Assunção, no Paraguai (Caminho do Peabiru), por conta do fluxo de espanhóis e de exploradores de possíveis tesouros, sem a permissão da Coroa Portuguesa. Nessa mesma época, também nomeou João Ramalho alcaide--mor da região, conferindo-lhe poderes militares, pois era melhor ter Ramalho como aliado do que como inimigo. Em 1553, o Rei Dom João III deu permissão a Nóbrega para que formasse um novo povoado, distante 10 léguas do litoral e 2 léguas de Santo André da Borda do Campo. Nesse ponto, temos os primórdios da fundação da cidade de São Paulo. No mesmo ano, desembarca José de Anchieta que, junto com Nobrega, fundou um colégio nas terras determinadas pelo rei. O local designado situava-se entre os rios Tamanduateí e


Pintura de Antônio Parreiras mostra o início da Câmara Municipal de São Paulo – 1560

Anhangabaú, indicado pelo cacique Tibiriçá por ser bom para proteção, oferecer boa irrigação e ser favorável para o cultivo. Então, em 25 de janeiro de 1554, o colégio jesuíta foi fundado assim como foi oficialmente fundada a Vila de São Paulo de Piratininga. Em uma carta de Anchieta à Coroa Portuguesa, datada de 1562, pela primeira vez é escrito o nome da região: “São Paulo de Piratininga” que, em tupi, significa “peixe seco”. São esses os momentos iniciais da futura grande metrópole. Em meio a terras planas, rios, muitos índios (aliados e inimigos), jesuítas com a intenção utópica de transformar pagãos em cristãos exemplares, tendo como vizinho o “amoral” João Ramalho, e talvez uma única cruz fincada em chão incerto. No final do século XVI, Piratininga possuía 1.500 habitantes e 190 casas. Os brancos que iam para lá não eram nobres, mas gente do povo, muitos deles com fichas criminais, como os portugueses Antônio de Proença, Filipe de Campos e Frutuoso da Costa, fugidos de penas em Portugal. Nessa Vila encontraram o refúgio perfeito e, mais tarde, todos três participariam da Câmara e ocupariam vários cargos públicos. Outros que vieram tinham o sonho de encontrar ouro e pedras preciosas.

Museu Anchieta No local da fundação da Vila de São Paulo de Piratininga está o “Pateo do Collegio”, local onde José de Anchieta catequisava os índios. Atualmente abriga também o Museu Anchieta com um vasto acervo de setecentos objetos importantes do período inicial da Vila, assim como a cripta com suas paredes do século XVII. Aberto de terça a domingo das 9h às 17h. Onde: Praça Pateo do Collegio, 2 – Sé.

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Histórico

Bandeirantes Os paulistanos, já podemos chamá-los assim, eram gente rústica e brava, que diariamente lutava por comida e enfrentava índios. A Vila era pobre, tão pobre que certa vez, em 1620, o ouvidor-geral da Repartição Sul, o senhor Amâncio Rebelo Coelho, chegou para inspeção com a intenção de pernoitar. A questão era onde e em qual cama? Afinal, ele era uma autoridade e todos dormiam em redes, como os índios. Acharam um leito, pertencente a Gonçalo Pires, que quase foi preso pela Câmara, que invocou, pelo direito do rei, que um súdito obedecesse à ordem. Após o fim da ilustre visita, Gonçalo entrou com uma ação contra a Câmara por perdas e danos. Mas o que mais chamou a atenção foi a insubordinação perante as ordens da Coroa. Já no litoral, as cidades imitavam o estilo europeu, mesmo que precariamente. Nessa região, os habitantes em sua maioria eram mamelucos, e os hábitos indígenas dominavam o cotidiano. Foi nesse contexto de agudo isolamento e certo abandono que surgiu a figura do bandeirante. Os bandeirantes eram figuras rústicas que, no início, começaram desbravando o interior do país com a intenção de caçar índios. Suas terras eram vastas, porém improdutivas por falta de mão de obra, portanto não valiam nada. Em Vida e morte do bandeirante, de Alcântara Machado, nos inventários, fica clara a discrepância de valores entre um vestido de veludo e um bairro inteiro, como o Morumbi. O vestido valia cem vezes mais; um cadeado de ferro com chave tinha mais valor do que toda a Zona 16 Cidade&Cultura

Sul. Na época, não havia manufaturas; tudo era importado e o custo era alto, muito alto. Então, os índios cativos eram a chave da produção agrícola. E lógico que, nessas incursões pelo sertão à procura de ouro, enriquecer estava nos anseios de todos. O “pai” das bandeiras foi um grande entusiasta da exploração do interior do país, D. Francisco de Sousa, sétimo governador-geral do Brasil, que vislumbrou em São Paulo um ponto estratégico de partida. Foi ele que conferiu às bandeiras uma formação organizada hierarquicamente, com cunho militar. O interesse e a disposição dos habitantes aumentavam sua sede por novos horizontes; é quando surgem novas lideranças na Vila e nas empreitadas, a exemplo de Antônio Raposo Tavares. A caça incessante aos índios se desenrolava sob a oposição ferrenha dos jesuítas, que protegiam os gentios. Em vão, pois as bandeiras chegaram ao Paraná e a Santa Catarina, ao Rio Grande do Sul, à Argentina e ao Paraguai, ao Mato Grosso do Sul e a Goiás. Somente com a mão de obra indígena é que Piratininga poderia sobreviver, criando gado e cultivando feijão, mandioca e o principal produto agrícola da região naquele século XVI: o trigo. O cereal era exportado e assim elevava consideravelmente o erário da Vila. Com o dinheiro do trigo, novas culturas foram introduzidas, como a cana-de-açúcar. Pela primeira vez, São Paulo conseguia prosperar e sair do anonimato, recebendo sesmarias que oficializavam terras e donos, entre elas a do Ipiranga e de Pinheiros. Nesse ínterim, os jesuítas formaram “aldeamentos”, locais para catequizar e aclimatar os índios


Bandeirantismo Casa do Bandeirante Um dos raríssimos exemplares da arquitetura rural paulista do século XVII, a Casa do Bandeirante está localizada estrategicamente na confluência dos rios Pinheiros e Tietê, local que, na época, era a zona periférica da Vila de Piratininga. Construída em taipa de pilão, é datada de 1566 e pertenceu a Afonso Sardinha. Hoje, abriga peças de época oriundas de São Paulo, Minas Gerais e do Vale do Paraíba. Aberta de terça a domingo das 9h às 17h. Onde: Praça Monteiro Lobato, s/n – Butantã.

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capturados. Cidades como Barueri e Guarulhos, em seus primórdios, eram locais desse tipo. Esses aldeamentos na verdade não eram bem aceitos pelos bandeirantes que precisavam pedir autorização aos jesuítas para levar os índios para a lavoura. Isso gerou grande tensão entre as partes, culminando na expulsão dos religiosos das terras do planalto, em 1640. A atividade de captura de índios era ilegal e, mais uma vez, a insubordinação dos paulistanos foi motivo de grande dor de cabeça para o governador-geral. Em 1690, foi encontrada a primeira mina de ouro na atual cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. Lugar que, em 1674, Fernão Dias Pais tinha desbravado. Mais tarde, personagens como Borba Gato, Manuel Preto, Domingos Jorge Velho, José Ortiz de Camargo, Pedro Vaz de Barros, entre tantos outros, mudaram os rumos da economia brasileira através de suas intrépidas viagens, tornando o Brasil, pela primeira vez, um grande atrativo para os europeus. Decorreu uma corrida desenfreada em busca do metal precioso, acelerando o desenvolvimento do interior, onde cidades foram estabelecidas, estradas foram abertas e o comércio interno cresceu muito. Mas, para a Vila de São Paulo de Piratininga, pouco mudou necessariamente; se mudou, foi para pior, pois uma praga nessa mesma época atacou os campos de trigo, fazendo com que seu principal produto ficasse arruinado. Ainda não seria dessa vez que São Paulo iria florescer. Não foi o ouro descoberto por seus habitantes que fez São Paulo ser o que é hoje.

REPRODUÇÃO FOTOGRÁFICA

Gravura representando bandeirantes às margens do Rio Tietê (século XVIII)

Casa do Sertanista ou do Caxingui Datada do século XVII, construída em taipa de pilão, é outro exemplar de casas “bandeiristas”. Segundo pesquisas, o primeiro morador foi o padre Belquior de Pontes. Aberta de terça a domingo das 9h às 17h. Onde: Praça Doutor Ênio Barbato, s/n – Caxingui.

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ALF RIBEIRO

Histórico

No século XVII, as famílias que dominavam a política da Vila eram agricultoras. Vivam nas fazendas em áreas adjacentes à Vila e com numerosa quantidade de índios. A rebeldia ainda prevalecia, como no caso dos Pires e dos Camargo, duas famílias protagonistas de disputas infinitas, incluindo assassinatos, fugas, casamentos por conveniência, num exemplo claro da índole rebelde dos paulistanos. Outro exemplo de insubordinação, que vale ser citado, foi a tentativa de aclamação de um rei, no caso Amador Bueno, quando da retomada de Portugal ao poder do trono sucumbido pela Espanha entre 1580 e 1640. Não satisfeitos com a nova regência, os paulistanos quase obrigaram Bueno a assumir o trono na Vila mesmo, ignorando as ordens da Coroa. Bueno teve de se esconder no Mosteiro de São Bento, quando da sua recusa diante dos acalorados gritos de aclamação.

Calçada do Lorena O século XVIII, para São Paulo, é marcado pela produção da cana-de-açúcar e pelos primórdios da indústria, com pequenas tecelagens e fundições. Porém, a abertura, em 1790, da Calçada do Lorena, estrada que ligava São Paulo a Santos, foi fundamental para aumentar a exportação de produtos fabricados na capital e também vindos das cidades do interior da Capitania. E, assim, São Paulo mais uma vez fica no meio do caminho. Construída a mando de Bernardo José Maria de Lorena, o governador da já então denominada Capitania de São Paulo, foi o impulso necessário ao desenvolvimento da Vila, exibindo então aspectos menos rudes e edificações de monta, com pontes para a expansão do centro (como a do rio Anhangabaú), além de cemitérios, do Mosteiro da Luz e de outros logradouros hoje densamente habitados.

O ouro verde Agora, o ouro é de outra cor: é verde. Com o esgotamento das terras do Vale do Paraíba para o cultivo do café, a região de Campinas foi a escolhida para a implantação de novas áreas para a expansão da nova riqueza que 18 Cidade&Cultura

levaria o Brasil ao posto de o maior exportador de café do mundo. A construção da ferrovia São Paulo Railway Co. diminuiu em muito a distância da zona de produção até o porto de Santos, e São Paulo foi uma das cidades diretamente beneficiadas com o processo de exportação do produto, justamente por estar no meio do caminho. Com a abolição da escravatura, chegaram muitos imigrantes oriundos principalmente da Europa, com destaque para os italianos. Os que não foram para as lavouras ficaram em São Paulo e incrementaram mercados e serviços com mercadorias vindas de seus países de origem. Esses imigrantes ocuparam bairros afastados, e alguns ergueram impérios como os Matarazzo e suas fábricas de tecelagem. Mais do que isso, transformaram a antiga Vila e seus rudes moradores em um novo lugar, cheio de oportunidades e novos horizontes a serem alcançados. Mais imigrantes vieram, cada qual com características próprias, e aqui encontraram um novo lar. Ruas, consideradas vielas, foram ampliadas e construídas, como a Avenida Paulista que abrigava os grandes palácios dos Barões do Café e dos novos industriais. A expansão era inevitável e sua grandeza, também. A importação de produtos europeus aumentou em escala significativa, pois agora seus moradores possuíam dinheiro para comprá-los. Caem as construções coloniais, com formas retas e em taipa, e entram a alvenaria, os arabescos, os portões de ferro, janelões de vidro jateado, frontões exibindo brasões, mármores vindos de Carrara, granitos do interior da Bahia, ou seja, uma frenética convergência de elementos na capital do Estado. O século XIX foi para a cidade de São Paulo o que o Renascimento foi para a Europa. Agora, não eram somente Salvador e Rio de Janeiro as vedetes brasileiras. São Paulo passou a servir de berço para os que procuravam oportunidade de conquistar um lugar ao sol. Gente do país inteiro, de todas as regiões, veio para cá. Novos costumes e hábitos iam sendo incorporados à antiga Vila que não se submetia a outros mandos e agora eram aceitos sem discussão.



Histórico

REPRODUÇÃO

A cidade crescia, se expandia, e não tinha como escapar da racionalidade e impor algumas mudanças ao vai e vem dos paulistanos. Francisco Prestes Maia, prefeito de São Paulo entre 1938 e 1945, em seu intitulado “Plano de Avenidas”, abriu caminhos para a integração de muitos bairros ao centro da cidade, a exemplo das avenidas Nove de Julho, Ipiranga, Anhangabaú, São Luís, Consolação e Vieira de Carvalho, além de viadutos e pontes. O Plano consistia em sistemas de ligações circulares em torno do Centro e outras vias em formato de “Y”, incorporando meios de transporte e pontes.

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Plano de Avenidas

Memorial da Resistência de São Paulo Prédio construído por Ramos de Azevedo para a Estrada de Ferro Sorocabana, em 1914, passou a ser o Departamento Estadual de Ordem Política e Social, criado em 1924 para reprimir movimentos contrários à ordem pública. Hoje, abriga o Memorial da Resistência de São Paulo cujo acervo é uma viagem ao passado recente que jamais deverá ser esquecido. Contém documentações, depoimentos e objetos que fizeram parte da história sombria por que São Paulo passou. Aberto de quarta a segunda das 10h às 17h30. Onde: Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia.

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O esplendor da metrópole que emergia em arranha-céus, mansões e indústrias, apesar das turbulências da Segunda Guerra Mundial, submergiu aos anos de chumbo da Ditadura Militar, que abalou a vitalidade e a jovialidade de seus habitantes. Guerreira como sempre, São Paulo se viu às voltas com um grande arrocho intelectual, calando bocas e mentes daqueles que lutavam pela democracia. Estudantes da Universidade de São Paulo e da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco foram encurralados, aprisionados e torturados nas fatídicas instalações do Departamento Estadual de Ordem Política e Social – DEOPS. Jornais fechados, depredados, calados, a censura imperou por duas décadas. A crise política começara com as reformas almejadas por João Goulart, mas haviam caído no desagrado dos mais conservadores e também da elite brasileira. Em 19 de março de 1964, pelas ruas do Centro, uma manifestação denominada “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” protesta contra Goulart, e a pressão aumentou em todo o país. A instabilidade é seguida por intervenção das forças militares que derrubam Goulart e tomam o poder onde permaneceram depois de instalarem a ditadura. De 31 de março de 1964 até seu fim em 1985, esse regime fez centenas de vítimas e arrasou uma geração inteira.

KEN CHU - EXPRESSÃO STUDIO

Anos sombrios

Avenida Brigadeiro Faria Lima

Maior metrópole das Américas Esta é a São Paulo atual. Aquela Vila que repudiava intromissões – de padres, índios, mamelucos, isolada num sertão esquecido por Deus – hoje é a maior metrópole das Américas, cidade onde milhões de imigrantes e suas culturas se fundem, um povo heterogêneo, de construções gigantescas, avenidas, resistências, grandes bancos mundiais, multinacionais, da opulência, da riqueza. A São Paulo que não opinava, agora dita as regras. Dona do maior PIB brasileiro, maior em número de habitantes, maior em todos os segmentos urbanos, a cidade que ficava no meio hoje é o centro.

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Mural da história

Passagem da comitiva do Imperador Dom Pedro II pela Ponte Grande sobre o Rio Tietê - 1880 (foto Militão Augusto de Azevedo)

Viaduto do Chá em direção à rua Barão de Itapetininga - 1918 (foto Aurélio Becherini) 22 Cidade&Cultura


Rua João Brícola - 1910 - à esquerda primeira sede do jornal “O Estado de São Paulo” e à direita o jornal “Correio Paulistano” (foto Aurélio Becherini)

Largo da Sé - 1910 - recuo para estacionamento de carroças (foto Aurélio Becherini)

Largo do Piques - 1910 - à esquerda, a Ladeira do Ouvidor e à direita, a Ladeira de São Francisco (foto Aurélio Becherini) São Paulo 23


ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Ferrovias

Abrindo caminho ao

desenvolvimento A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DAS ESTRADAS DE FERRO PARA SÃO PAULO FOI IMENSA, pois, por meio delas e com sua localização estratégica, a cidade pôde florescer e registrar na história sua capacidade de empreender, criar, desenvolver e tornar-se uma das capitais mais cosmopolitas do planeta.

São Paulo Railway Company Com o esgotamento do solo para cultivo no Vale do Paraíba, o café começou a ser produzido no oeste paulista, nas regiões de Campinas, Ribeirão Preto e Araraquara. Porém, como essas regiões não tinham comunicação com a Baixa24 Cidade&Cultura

da Santista, o Barão de Mauá fez com que fosse construída uma ferrovia que ligasse Jundiaí ao Porto de Santos, justamente para escoar a produção cafeeira. Mas nem tudo eram flores: havia no caminho nada mais, nada menos do que a Serra do Mar, “A Muralha”. Como construir uma ferrovia com tantos obstáculos? Mauá contratou então o engenheiro inglês James Brunlees que, ao visitar a Serra, concluiu que, sim, era possível a empreitada. Para a execução do projeto foi chamado o engenheiro Daniel Makinson Fox, especialista em construção em montanhas, e este determinou o traçado, dividindo o percurso em quatro patamares, seguindo o vale do Rio Mogi. Foi então criada a São Paulo


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Railway Company. Muitos europeus (suíços, alemães, ingleses etc.) vieram trabalhar nesta que foi uma das mais intrigantes obras de engenharia do Brasil. Em 1860, tiveram início os trabalhos, terminados em 1867. Com o aumento no volume de cargas a serem transportadas ao Porto de Santos, foi instalada uma linha paralela. A São Paulo Railway, “A Ingleza”, teve a concessão até 1946, e, dois anos mais tarde, foi encampada pelo Governo Federal, quando seu nome passou a ser Ferrovia Santos-Jundiaí. Seu percurso englobava as cidades de Santos, Cubatão, Santo André, Rio Grande da Serra, São Caetano do Sul e São Paulo, com estações em alguns bairros: Ipiranga, Vila Prudente, Cambuci, Brás, Bom Retiro, Santa Cecília, Barra Funda, Lapa, Pirituba, Jaraguá e Perus, depois seguindo para os municípios vizinhos de Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato, Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista e, finalmente, Jundiaí.

Estação da Luz A mais emblemática estação, com sua suntuosa estrutura, é um dos cartões-postais da cidade de São Paulo. De início, essa estação era simples, como a maioria das estações da Railway. Mais tarde, em 1888, foi ampliada, porém, no início do século XX, foi demolida e, em seu lugar, surgiu uma nova construção em uma área de mais de sete mil m², com projeto do inglês Charles Henry Driver, e padrões arquitetônicos das estações de Santos e do Brás. Onde: Praça da Luz, 1 – Bom Retiro.

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ACERVO ASSOCIAÇÃO DE PRESERVAÇÃO FERROVIÁRIA DE INDAIATUBA

Ferrovias

Estrada de Ferro Sorocabana

Estação Júlio Prestes Projetada pelo arquiteto Christiano Stockler das Neves e inspirada no terminal Grand Central, de Nova York, foi inaugurada em 1938. Com 25 mil m², foi restaurada na década de 1990. Atualmente abriga a Sala São Paulo, a sede da Orquestra Sinfônica do Estado e a da Secretaria de Estado da Cultura. Onde: Rua Mauá, 51 – Santa Ifigênia.

Por iniciativa dos cidadãos de Sorocaba, em 1870 foi criada a Estrada de Ferro Sorocabana. O primeiro trecho da ferrovia, que ligava Sorocaba a São Paulo, começou a funcionar cinco anos mais tarde. Seu objetivo era o escoamento da produção de algodão. Mais tarde ligou centros de cultivo de café, como Botucatu e Assis, chegando a Presidente Prudente em 1922.

Estação Brás

FOTOS ALF RIBEIRO

Inaugurada em 1867, era então a Estação Bráz. Em 1875, a Estação do Norte, da Estrada de Ferro Central do Brasil que ligava São Paulo ao Rio de Janeiro, foi construída em frente à do Brás, compondo um complexo ferroviário. Onde: Rua Domingos Paiva, s/n – Brás.

PASSEIOS

Vila dos Ingleses Conjunto de 28 casas, construído em 1918, em estilo vitoriano. A área pertencia ao jardim do palacete da Marquesa de Itu, que a doou ao engenheiro Eduardo de Aguiar D’Andrada para que construísse a vila a fim de alugar para os engenheiros ingleses que vieram trabalhar na construção da Estação da Luz. Onde: Rua Mauá – Bom Retiro. 26 Cidade&Cultura

Trem dos Imigrantes Com a locomotiva “Maria-Fumaça”, datada de 1922, todos os sábados e domingos a rota de 3 km, percorrida em 25 minutos, atravessa a antiga Vila Ferroviária e também passa pela São Paulo Railway. Funciona aos sábados, domingos e feriados, entre 10h30 e 16h. Onde: Visconde de Parnaíba, 1.253 – (11) 26951151 – Mooca. São Paulo – Jundiaí Da Estação da Luz parte o passeio turístico de trem que vai até Jundiaí pela antiga Estrada de Ferro São Paulo Railway Co., em um percurso de 60 km e três opções de passeio: Circuito das Frutas; Ecológico na Serra do Japi; e Cultural em Jundiaí. Agendamento: Rizzatour Turismo – (11) 4527-2000


“Um homem é todas as coisas que viu e todas as pessoas que passaram por ele nesta vida”

Teixeira de Pascoaes

Desde 1992 a Venturas Viagens organiza roteiros que priorizam contato com os mais diversos ambientes naturais e proporciona experiências culturais diferenciadas da vida em grandes cidades. Apostamos na importância de promover um contato mais íntimo das pessoas com a natureza e com os diversos modos de se viver que coexistem no planeta. Acreditamos que este contato auxilia no equilíbrio interior e na reorganização de prioridades e metas individuais. Incentivamos a tolerância e a flexibilidade, pois quem viaja pode perceber que existem muitas maneiras de se encarar a vida. Aceite nosso convite e embarque em uma de nossas viagens!

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Imigração

histórias

Culturas e

FALAR SOBRE IMIGRAÇÃO NA CIDADE DE SÃO PAULO é falar sobre um dos aspectos mais relevantes de sua história. Apesar de todo o Brasil ter recebido e ainda receber estrangeiros de várias nacionalidades, em São Paulo as atividades econômicas desenvolvidas por eles foram determinantes no desenvolvimento e na cultura social da metrópole. Esta cidade é o exemplo clássico da universalidade de costumes e de integração com os brasileiros. Com a iminência da total abolição dos escravos, o Governo Imperial fez um acordo com vários países europeus e asiáticos a fim de que enviassem imigrantes para substituir a mão escrava na agricultura brasileira. Antônio Prado foi o criador e o primeiro presidente da Associação Auxiliadora da Colonização e Imigração. Em grande parte, as passagens da primeira leva de imigrantes foram subsidiadas pelo governo de cada país. Os primeiros que aqui chegaram depararam com clima e costumes muito diferentes dos de sua terra natal. Na lavoura, foram tratados com a mesma penúria de seus antecessores escravos. As notícias que chegavam à Europa citando esses infortúnios eram de tanta gravidade que os governos deixaram de incentivar e pagar pelas 28 Cidade&Cultura

passagens para os que mesmo assim queriam vir para cá. Os contingentes chegavam de Santos pela ferrovia e iam direto para a Hospedaria dos Imigrantes, de onde era proibida a saída até serem levados ao interior do Estado. Os que conseguiam escapar ficavam pela cidade. Estavam em um lugar ainda primitivo, com escassos recursos urbanos, industriais, de saneamento básico e serviços, além de também enfrentarem vários outros obstáculos de adaptação. As moradias eram escassas e muitos paulistanos aproveitaram o momento e construíram vários cortiços, disseminados por todos os bairros. Outra grande dificuldade ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, quando principalmente imigrantes alemães, italianos e japoneses sofreram fortemente com o preconceito e o medo dos brasileiros. Muitos foram levados para presídios provisórios e tiveram suas agremiações e associações fechadas e seus bens confiscados. Porém, a esperança de conquistar um lugar ao sol nos trópicos fez com que esses destemidos viajantes se recuperassem das mazelas impostas pelas circunstâncias da época e conseguissem se erguer e transformar as adversidades em vitória por meio de trabalho árduo e muita perseverança.


Hospedaria dos Imigrantes

Ingleses Os ingleses já frequentavam nossas costas desde os tempos da colonização, mas foi somente entre os anos de 1835 e 1912 que sua cultura começou a incorporar os hábitos paulistanos. A Inglaterra detinha tecnologia para a construção de ferrovias, bondes, telégrafos, fundições, iluminação a gás, redes de esgoto, ou seja, toda a capacidade estrutural para alavancar centros urbanos em expansão, São Paulo no caso. Essa mistura bem temperada nos proporcionou o futebol, o chá, a cerveja, o uísque, o pijama, o lanche, o sanduíche, entre tantas outras coisas. Mas nem tudo são flores. No início, os ingleses eram mal vistos, pois, como eram os responsáveis por fazer girar a roda do desenvolvimento, muitos os interpretavam como colonialistas. Para a construção de ferrovias e fábricas, desalojavam famílias, desapropriavam sítios e fazendas, represavam rios, e tudo o que a urbanização acabasse exigindo. Catedral Anglicana de São Paulo Rua Comendador Elias Zarzur, 1.239 – Santo Amaro.

ACERVO ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

ACERVO MUSEU DA IMIGRAÇÃO

Partida de navio com imigrantes espanhóis – 1921

Espanhóis Um grande reduto de espanhóis se estabeleceu em São Paulo, praticamente desde o início de sua colonização, devido ao fato de aqui se dar a confluência de caminhos que levavam, por meio do rio Tietê, até o rio da Prata. Esse caminho e a proximidade da fronteira espanhola, na época demarcada pelo Tratado de Tordesilhas, acabaram incentivando a fixação de vários deles na então Vila. Também não podemos nos esquecer do domínio espanhol sobre a Coroa Portuguesa, entre 1580 e 1640 – a então chamada União Ibérica. Um fato pitoresco em relação a esse período foi a aclamação de um rei na Vila de São Paulo de Piratininga. Tratava-se de Amador Bueno, filho de espanhóis e com dois genros da mesma nacionalidade. Quando chegou à Vila a notícia de que Portugal tinha recuperado sua autonomia, residentes espanhóis não gostaram e desencadearam um movimento pela independência de São Paulo, aclamando Amador Bueno seu rei. “Viva Amador Bueno, nosso rei”, a multidão bradava no Largo de São Bento. Diante da resistência das autoridades, Bueno passou a ser hostilizado e teve de se refugiar no mosteiro de São Bento, cujos padres procuraram acalmar os ânimos dos espanhóis. Já no final do século XIX, um grande contingente deles chegou ao Brasil porque na Espanha predominavam os grandes latifúndios e também havia a obrigatoriedade do serviço militar, que tirava os jovens da lavoura, não permitindo assim a continuidade no cultivo da terra para sustento da família. Os que decidiram sair foram, em sua maioria, para a Argentina e Cuba. A segunda grande imigração ocorreu entre 1946 e 1970, tendo como destino uma vaga nas fábricas. Em São Paulo, foram basicamente os oriundos da Galícia (os galegos) que vieram trabalhar principalmente na área de serviços, como os ferros-velhos. São Paulo 29


Carroça de vendedor de frutas italiano na Mooca – 1920

O maior contingente de imigrantes vindos para São Paulo foi o de italianos. Dos que chegaram (vindos do Vêneto e da Lombardia) ao Porto de Santos, muitos foram para o interior do Estado trabalhar nas fazendas de café, enquanto alguns ficaram na capital, nos bairros da Mooca, Bixiga, Lapa, Mandaqui, Santa Cecília e Barra Funda, entre tantos outros. Era muito comum, na primeira década do século XX, ouvir italiano nas ruas. Eram tantos os falantes que muitas vezes dava a impressão de se estar na Itália. Famílias como os Martinelli e os Matarazzo fizeram fortunas em negócios de navegação e na indústria. Grande parte do poderio industrial, tanto dos proprietários como dos operários, vem da força italiana. E não podemos nos esquecer do seu maior legado: a PIZZA! Que transformou São Paulo na maior consumidora de pizza do mundo! Edifício Martinelli Primeiro arranha-céu de São Paulo, teve suas obras iniciadas em 1924 com um projeto para doze andares. Com tempo, persistência e muita briga na prefeitura, Martinelli conseguiu completar sua obra com trinta andares. Sua decoração interna é rica e luxuosa, com ornamentos oriundos do mundo inteiro. Onde: Rua São Bento, 405 – Centro. Casa das Caldeiras De propriedade do Conde Francesco Matarazzo, essa edificação servia para abrigar as caldeiras da unidade 30 Cidade&Cultura

REPRODUÇÃO

Italianos

fabril datada de 1920, em uma área de cem mil m². Possui três chaminés e é um ícone da expansão industrial da capital. Atualmente é utilizada para eventos sociais e culturais. Onde: Avenida Francisco Matarazzo, 2.000 – Água Branca. Centro de Memória do Bixiga No tradicional bairro do Bixiga, onde muitos negros se refugiavam em quilombos, os terrenos eram baratos, o que atraiu muitos italianos. Essa mistura afro-italiana deu origem a uma cultura única. Hoje o bairro conta com o Centro de Memória do Bixiga que abriga em seu acervo documentos, vídeos, objetos e fotografias guardadas pelo lendário “seu Walter”, morador nascido aqui em 1933, e que, além do Centro, lutou pelo tombamento do bairro. Onde: Rua 13 de Maio, 569 – Bixiga.

ACERVO MUSEU DA IMIGRAÇÃO

Imigração


Os franceses que aqui chegaram, mesmo em menor número, também conseguiram dar sua colaboração, principalmente no setor de serviços, com negócios nos ramos de panificação (pão francês), hotelaria, barbearia, culinária, artes plásticas, alfaiataria, propaganda (Lithographia Franceza Commercial e Artística), ourivesaria, arquitetura (Jules Martin, Viaduto do Chá), engenharia, odontologia (dr. Emílio Vautier), homeopatia (Benoit Mure, Carlos Marquois) e principalmente em farmácia, criando as primeiras boticas, como a Pharmacia Paulistana (1868), e extinguindo de vez a ação dos barbeiros aos moldes da Idade Média. Também criaram a Casa da Maternidade da cidade, em 1878, com Adélia Grougues, sucessora de Mme. Chameroy, rompendo o hábito de parir em casa e oferecendo melhores cuidados para mães e bebês. Outra atividade importante foi a de Louis Garraux e sua casa de livros e artigos importados da Europa – a Garraux, Laillacar & Cia. – cujo apelido era “Agentes da Civilização”; seu anúncio sempre dizia “última moda”. Viaduto do Chá Onde: Centro.

Sírios e libaneses Chegaram aqui na década de 1880, e se fixaram nas ruas 25 de Março e General Carneiro, e nos bairros do Paraíso, Vila Mariana e Brás. Em sua terra natal, a maioria era de agricultores, porém aqui, com os latifúndios predominando, não tiveram outra opção a não ser trabalhar no comércio. Escolheram o Centro, já que essa região tinha o Mercado Municipal, a linha férrea e baixos valores de aluguel. A mercadoria mais vendida eram tecidos que, no início, vendiam de rua em rua, de cidade em cidade; eram os chamados mascates, e carregavam baús parecidos com armários, daí a denominação de suas lojas como “armarinhos”. Mais tarde montaram estabelecimentos próprios. A família Jafet é um exemplo da expansão desse ramo de negócios, tendo montado sua fábrica de tecidos no bairro do Ipiranga.

FOTOS ACERVO MUSEU DA IMIGRAÇÃO

Franceses

Judeus A comunidade judaica em São Paulo é muito forte, por conservar seus costumes e sua religião. Os primeiros judeus a vir para as Américas tinham o intuito de encontrar liberdade de culto e fugir da Inquisição, marcante e opressiva tanto em Portugal como na Espanha. A colônia judaica montou uma sólida rede de comércio interno e externo e com isso desempenhou um papel fundamental na formação da cidade. Um exemplo do comércio judaico paulistano é o Bar do Jacob (Givertz), inaugurado em 1928, no Bom Retiro. O local servia de referência para os imigrantes judeus fugidos dos horrores da Segunda Guerra Mundial, pois ali encontravam guarida e podiam contar com um ponto de apoio para a nova vida em novas terras. Em pouco tempo, o bairro do Bom Retiro concentrava uma maioria de moradores e comerciantes judeus. Sinagoga Kehilat Israel - Memorial da Imigração Judaica Fundada em 1912, é a sinagoga mais antiga da cidade e abriga um memorial sobre a imigração judaica. Aberta de segunda a sexta das 10h às 17h. Onde: Rua da Graça, 160 – Bom Retiro.

Imigrantes em indústria paulista

São Paulo 31


Imigração

Alemães No bairro de Santo Amaro, que em 1827 era um distrito de São Paulo, foi construída a Colônia Alemã com 227 imigrantes. Fundaram estabelecimentos comerciais como a “Casa Allemã”, que se transformou em loja de departamentos; montaram fábricas de chapéus, de chocolates e de cerveja, como a Antarctica e a Brahma; fundaram o Colégio Visconde de Porto Seguro (Deustche Schule), em 1878, o Colégio Humboldt, a Sociedade Club Germânia (atual Esporte Clube Pinheiros), além de contribuírem para a construção dos hospitais Santa Catarina e Oswaldo Cruz.

A cidade de São Paulo abriga a maior colônia japonesa do mundo. Os primeiros imigrantes nipônicos chegaram aqui em 1908, incentivados pelo governo japonês, e, de início, encontraram muitas dificuldades, principalmente pela alimentação, bem diferente da de seu país. Outro grande fluxo ocorreu entre a Primeira Guerra Mundial e 1940. Muitos foram para o interior, e os que ficaram na capital conseguiram se estabelecer e lutaram para não perder seus costumes e hábitos. Fiéis a rotinas conservadoras, criaram locais bem característicos na cidade, como o bairro da Liberdade, considerado o segundo Japão. Sua culinária típica e diferenciada agradou o paladar da pauliceia e atualmente está entre as mais consumidas na cidade.

Família alemã em 1937.

ACERVO MUSEU DA IMIGRAÇÃO

Família Teiko no Porto de Yokohama - Navio Arabia-Maru –1940

ACERVO MUSEU DA IMIGRAÇÃO

Japoneses

Instituto Martius Staden Datado de 1938, abriga vasta documentação sobre a imigração alemã. Elaboram a genealogia de mais de 1.700 famílias de origem germânica. Onde: Rua Itapaiúna, 1.355 – (11) 3747-9222 – Morumbi.

Museu da Imigração do Estado de São Paulo

ALF RIBEIRO

No antigo prédio da Hospedaria dos Imigrantes, construído entre 1886 e 1888, está instalado o museu onde o visitante pode conhecer toda a saga dos imigrantes. Onde: Rua Visconde de Parnaíba, 1.316 – Mooca.

32 Cidade&Cultura



MÁRCIO MASULINO

Revoluções

povo

A união de um

Revolta de 1924 A Revolta de 1924 foi um movimento militar de baixas patentes, apoiado pela população urbana e movido por alguns objetivos: depor o presidente Artur Bernardes, estabelecer o voto secreto, a justiça gratuita e o ensino público obrigatório. Também conhecida como Revolta Paulista de 1924, ocorreu na cidade de São Paulo o segundo movimento da Revolução Tenentista de 1922 que se originou na então capital brasileira, o Rio de Janeiro, quando houve um levante no Forte de Copacabana que acabou tomado pelas forças rebeldes. O motivo dessa revolta estava na figura do autoritário e absolutista presidente da República, Artur Bernardes, que governou o Brasil em “estado de sítio”. O general gaúcho reformado Isidoro Dias Lopes foi, dentre os revolucionários, o esco12 Cidade&Cultura

lhido para comandar essa empreitada. Enquanto no Rio de Janeiro a Força Nacional se fortalecia, São Paulo foi escolhida para participar do levante porque reunia elementos de peso, como a importância econômica e política da cidade; sua localização e meios de locomoção (estradas de ferro) estratégicos; a possibilidade de ocupação do porto de Santos para chegar à capital brasileira; e o aliado Miguel Costa, capitão da Força Pública. Para alcançar seu intento, tinham de imobilizar a Força Pública e sequestrar o presidente do Estado, Carlos de Campos. Então, na madrugada do dia 5 de julho, oficiais rebeldes do exército invadiram quartéis e alguns

ACERVO DA FES – FUNDAÇÃO ENERGIA E SANEAMENTO

A HISTÓRIA DE SÃO PAULO NOS MOSTRA UM POVO COESO QUANDO A LUTA É POR UM BEM MAIOR. Rusgas internas à parte, quando convocados os paulistanos mostram união, força e intrepidez, características marcantes até os dias de hoje. Haverá sempre uma causa, sempre um motivo para melhorar sua cidade, o Estado e o país.


MÁRCIO MASULINO

locais importantes da cidade. O sobrado da Rua Vautier, 27, no bairro da Luz, era o QG da conspiração e foi dali que partiram as ordens de ocupação, que começaram ainda que de forma desordenada. Pontos dominados: o 4º Batalhão de Santana; o Complexo da Força Pública, na Luz; o Batalhão da Cavalaria, na Avenida Tiradentes; o 1º Batalhão; o palácio dos Campos Elísios, residência oficial de Carlos de Campos, com ataque de peso da artilharia e o primeiro bombardeio com bombas na Alameda Nothman (com duas mortes) e no Liceu Coração de Jesus, onde o presidente se refugiou. No dia 6, o conflito se alastrou por toda a cidade, com paralisação de todos os serviços, do comércio, da indústria e do transporte, saques a mercados e armazéns. Por toda parte, o que se via eram tiros de canhões e até trincheiras. Campos conseguiu se refugiar e se escondeu no prédio da Secretaria da Justiça, no Pateo do Collegio, mas o encontraram e, sob o comando do tenente Eduardo Gomes, canhões situados nas ruas Teodoro e Cantareira dispararam contra o edifício. Mais uma vez, o presidente conseguiu escapar e fugiu de automóvel para a estação de trem Guaiaúna, na Penha. Nessa estação, reuniram-se as forças legalistas do general Eduardo Sócrates, que ali estabeleceu seu QG. As tropas federais bombardearam severamente a Mooca, o Belenzinho, a Liberdade, a Aclimação, a Vila Mariana, Higienópolis e os Campos Elíseos, assim como logradouros como a Avenida São Luís, a Rua Augusta, a Alameda Caio Prado, o viaduto Santa Ifigênia, a Avenida São João, o Largo do Paissandu, de São Bento e a Sé. As estações de trem ficaram repletas de pessoas tentando fugir. Nas imediações de São Bernardo do Campo, barracões cheios de famílias fugitivas. Um caos completo. O arcebispo D. Duarte Leopoldo pede ao Governo Federal o cessar-fogo, em vão. No dia 26, aviões legalistas lançam folhetos com um comunicado à população, pedindo que as pessoas abandonem a cidade para que menos mortes acontecessem na caçada aos rebeldes. O presidente da Associação Comercial, José Carlos de Macedo Soares, e o prefeito Firmiano Pinto foram os que se prontificaram a tentar minimizar o caos e conversar com o rebelado general Isidoro. Essa reunião aconteceu na Rua Major Quedinho. Isidoro já não esboçava mais vontade de prosseguir com o conflito e ali constituíram uma espécie de Conselho para minimizar os danos. Os rebeldes não se entregaram, mas se retiraram. E assim, em 28 de julho, o último trem deixou a cidade, levando os últimos revoltosos e suas armas; mais tarde se juntariam a Carlos Prestes. Para os que ficaram e foram acusados de colaborar com o levante, restaram a cadeia e o exílio.

Túnel da Rota – Quartel das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar Atualmente com 100 metros de extensão (inicialmente eram 3 km), foi originalmente construído para ligar o quartel a outras localidades de segurança pública. Na Revolução de 1924, foi intensamente utilizado. Esse espaço está aberto ao público e ali foi construído um memorial bem interessante e esclarecedor. As visitas devem ser agendadas pelo telefone: (11) 3315-0188. Onde: Avenida Tiradentes, 440 – Centro.

Revolução Constitucionalista de 1932 Este sangrento conflito durou de 9 de julho a 2 de outubro de 1932. O Brasil, em 1930, ainda vivia a velha política do “Café com Leite” segundo a qual a presidência da República era alternada entre mineiros e paulistas. Washington Luís, paulista, tinha como sucessor outro paulista, Júlio Prestes, o que fez com que Minas Gerais ficasse descontente, pois queria colocar no cargo Antônio Carlos Ribeiro de Andrade. Já no Rio Grande do Sul, o movimento chamado Aliança Liberal (com apoio dos mineiros e do Partido Democrático de São Paulo) queria interromper essa alternância dos dois estados, propondo como candidato Getúlio Dornelles Vargas. Entre conchavos, corrupção, fraudes e engodos, foi eleito o paulista Júlio Prestes. O assassinato de João Pessoa, vice de Getúlio, foi a gota d’água para a oposição decepcionada e já armada, deflagrar a revolução. No dia São Paulo 13


FOTOS ALF RIBEIRO

Revoluções

3 de outubro de 1930, os insatisfeitos tomam sedes do poder público no Rio Grande Sul, assim como os rebeldes dos estados nordestinos, e se dirigem à capital, Rio de Janeiro, onde a Marinha foi decisiva no golpe contra Washington Luís, preso no Forte de Copacabana. A cidade de São Paulo passou ilesa pela revolta, e parte da população comemorou quando chegou a notícia da derrubada do Governo Federal. As sedes dos jornais contra a revolução, como A Gazeta e o Correio Paulistano, foram destruídas. São Paulo, nesse momento, era uma cidade dividida entre prós e contras ao novo governo. Não tardou, Vargas dissolveu o Congresso e os poderes estaduais; nomeou interventores nos estados; perseguiu opositores e imigrantes de todas as nacionalidades; decidiu pela não nomeação de um dos membros do Partido Democrático como interventor. Essas, além de outras ações, desagradaram o povo paulistano. Então, o primeiro comício antigoverno foi realizado na Praça da Sé, em 25 de janeiro de 1932. O Partido Democrático e o Partido Republicano se uniram, formando a Frente Única Paulista para a luta pela recons14 Cidade&Cultura

titucionalização e pela autonomia de São Paulo. Apesar de tratativas com o Governo Federal, nada conteve a multidão. No dia 23 de maio, revoltosos invadiram uma loja de armas na Rua Líbero Badaró e atiraram contra a sede do Clube 3 de Outubro (tenentes resistentes à revolução) quando foram mortos os jovens Euclides Miragaia, Mário Martins, Dráusio Marcondes e Antônio Camargo, considerados os mártires do movimento – MMDC. Junte-se a isto a força da mídia, no caso as rádios Educadora, Paulista e Record, que se uniram à revolução, levando a causa paulista a todos os cantos da cidade. O QG funcionava na Rua Sergipe, 37, em Higienópolis. Dali, saíram os mandos para obrigar as forças públicas a aderirem à causa. Tudo arquitetado, com a população inteira apoiando o intento. Além das fronteiras do Estado, acreditava-se que Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso formariam aliança com São Paulo. O que não aconteceu. Soldados voluntários paulistas foram para a frente de batalha, munidos de poucas armas e parcos recursos, mesmo com a campanha do ouro. Cidades foram bombardeadas. Oitenta e quatro dias de lutas enfim culminaram em armistício, mas dois anos mais tarde a nova Constituição seria revogada.

Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32 Em homenagem aos heróis da Revolução de 1932, com 713 combatentes enterrados, inclusive os jovens Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, é o maior monumento da cidade e foi inaugurado em 1970 com projeto de Galileo Ugo Emendabili. Aberto de terça a domingo das 10h às 16h. Onde: Avenida Pedro Alvares Cabral, s/n – Ibirapuera.



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A história contada SÃO PAULO REÚNE TUDO E TODOS DENTRO DE SEUS INÚMEROS TEMPLOS E LOCAIS DE CULTO. Uma população de muitas origens, de muitos países. São histórias registradas em suas paredes, imagens, dedicações e práticas de fé.

Catedral Metropolitana de São Paulo A primeira igreja de São Paulo de Piratininga foi construída em 1589, onde hoje está o Monumento a Anchieta, na Praça da Sé; foi demolida em 1745. Em 1764, foi inaugurada uma nova igreja em estilo barroco, no local atual da Catedral. Em 1911, essa construção foi demolida e, em 1913, começaram as obras da nova catedral, projetada por Maximilian Emil Hehl, que somente terminaram em 1954, data do IV Centenário de São Paulo. Neogótico, o quarto maior templo do mundo nesse estilo, além de toda a imponência, em sua cripta estão enterrados bispos e arcebispos de São Paulo e figuras quase lendárias, como o cacique Jorge Tibiriçá, o Regente Feijó e Bartolomeu Lourenço de Gusmão. Onde: Praça da Sé, s/n – Centro. 38 Cidade&Cultura


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pela fé

Igreja da Ordem Terceira do Carmo Fundada em 1592 por bandeirantes, e reconstruída em 1747 em taipa de pilão, a Ordem Terceira do Carmo foi ampliada com frontispício de Joaquim Pinto de Oliveira, escravo apelidado de “Mulato Tebas”. Onde: Avenida Rangel Pestana, 230 – Centro.

Mosteiro de São Bento Construído onde era a taba do cacique Tibiriçá, o Mosteiro de São Bento, recebeu essas terras em 1600. Está localizado entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí. Frei Mauro Teixeira, nascido em São Vicente e discípulo de José de Anchieta, foi seu fundador. Entre 1765 e 1932, abrigou o Palácio do Governo e aqui estão enterrados Fernão Dias Pais e sua esposa, casal que ajudou na construção. Hoje, registra quatro grandes intervenções arquitetônicas, das quais a última se deu em 1910 com projeto de Richard Berndl, arquiteto alemão, e decoração realizada pelo beneditino belga Dom Adelberto Gressnigt. As imagens de São Bento e Santa Escolástica são da época da fundação. O complexo beneditino compreende a Basílica de Nossa Senhora da Assunção, o Mosteiro e o Colégio São Bento. Onde: Largo de São Bento, s/n – Centro. São Paulo 39


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Mosteiro da Luz – Museu de Arte Sacra

Memorial Santa Paulina

A imagem de Nossa Senhora da Luz estava abrigada em uma igreja na região do bairro do Ipiranga, por volta de 1579. Após 21 anos, a imagem foi transferida para a região conhecida como Guaré, ao norte do Anhangabaú, onde foi erguida uma igreja com frontispício, muros e casas para romeiros. Em 1772, Helena Maria do Sacramento teve visões de Jesus em que este pedia a construção de um convento. Essas visões foram aceitas e Antônio de Santana Galvão inaugurou um “Recolhimento da Luz” ao redor da igreja. O primeiro santo brasileiro, canonizado pelo papa Bento XVI, Frei Galvão nasceu em Guaratinguetá, mas foi na cidade de São Paulo que deixou seu legado divino. Um deles é o Mosteiro da Luz, hoje declarado Patrimônio Cultural da Humanidade. Administrado pelas Monjas Concepcionistas Franciscanas da Ordem da Imaculada Conceição, o mosteiro trabalha com a confecção das “Pílulas de Frei Galvão”. Esse “remédio” teve origem nas três tirinhas de papel em forma de pílula com a inscrição do versículo do Ofício da Santíssima Virgem que Frei Galvão ministrava quando era procurado por pessoas enfermas e assim conseguia curá-las. Frei Galvão foi enterrado no Mosteiro e hoje o local é um centro de peregrinação. No complexo do Mosteiro temos o Museu de Arte Sacra cujo acervo teve início em 1907 quando o primeiro arcebispo da cidade, Dom Duarte Leopoldo e Silva, começou a recolher peças sacras de igrejas e capelas demolidas em sítios e fazendas, após a Proclamação da República. Onde: Avenida Tiradentes, 676 – Luz.

O Memorial de Santa Paulina preserva a memória da primeira santa ítalo-brasileira e de suas ações. Amabile Lucia Visintainer nasceu em Vigolo Vattaro, Itália, em 1865. De família pobre, imigrou para o Brasil em 1875 e fixou-se em Nova Trento, Santa Catarina. Desde muito cedo atuante nos serviços religiosos da sua paróquia, fez seus votos em 1895. Em seguida, Amábile deu início à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Em 1903, vem para São Paulo e se ocupa de crianças órfãs e de ex-escravos abandonados. Em 1938, já demonstrava sérios problemas de saúde causados pelo diabetes até que lhe foi amputado o braço direito. Passou os últimos meses de sua vida cega, e veio a falecer em 9 de julho de 1942. Em 2002, foi canonizada pelo papa João Paulo II e recebeu o nome de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Onde: Avenida Nazaré, 470 – Ipiranga.

Basílica de Nossa Senhora da Conceição e de Santa Ifigênia Construída em 1720 e reconstruída em 1904, tem arquitetura revivalista e detalhes neogóticos, típicos dos templos da Europa medieval. Foi elevada a Basílica pelo papa Pio XII. Onde: Rua Santa Ifigênia, 30 – Centro. 40 Cidade&Cultura


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1 - Igreja Nossa Senhora da Consolação – Fundada em 1798 e reconstruída no ano de 1910, foi projetada pelo alemão Maximilian Emil Hehl em estilo revivalista neorromântico. Onde: Rua da Consolação, 585 – Consolação. 2 - Igreja Nossa Senhora do Brasil – De 1940, foi projetada por George Przirembel em estilo colonial brasileiro modernizado. Sua decoração é de Antônio Paim Vieira, com elementos de identidade brasileira. Onde: Praça Nossa Senhora do Brasil, s/n – Jardim Paulista. 3 - Igreja da Ordem Terceira do Carmo – Datada de 1592 e reconstruída em 1758. A decoração interna foi feita pelos mestres Antônio Ludovico e João Pereira da Silva. Onde: Avenida Rangel Pestana, 230 – Sé. 4 - Igreja de Santo Antônio – Datada de 1592. É considerada a primeira igreja da cidade de São Paulo. Onde: Praça do Patriarca, 49 – Centro. 5 - Capela Santa Cruz das Almas dos Enforcados – Envolta em mistério após três tentativas frustradas de enforcar o revoltoso Chaguinhas, em 1821, esta capela foi erguida pelo milagre acontecido. Onde: Praça da Liberdade, 238 – Liberdade. 6 - Igreja São José de Anchieta – Fundada em 1554, foi reerguida em 1979, mantendo a arquitetura colonial jesuítica. Onde: Pateo do Collegio, 34 – Centro.

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KEN CHU - EXPRESSÃO STUDIO

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Solo Sagrado Guarapiranga

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Mokiti Okada (1882–1955) ou Meishu-Sama (Senhor da Luz) foi o idealizador de espaços que reproduzem o que podemos chamar de “paraíso terrestre”. O primeiro está no Japão, na cidade de Hakone. Com o desenvolvimento dos messiânicos no Brasil, o “Solo Sagrado”, como é chamado este espaço, foi construído em uma área de 327 mil m², nas margens da represa Guarapiranga. Neste local, que remete ao Oriente, todos os espaços foram feitos para a contemplação e a meditação. Onde: Avenida Professor Hermann von Ihering, 6.567 – Parelheiros.

Templo de Salomão Sinagoga Kehilat Israel A mais antiga sinagoga da cidade de São Paulo é a Kehilat Israel, instalada em 1912. Após 42 anos, foi construído um prédio maior onde está até hoje. Em sua fachada há um painel com símbolos que remetem à história do judaísmo mundial, como o Leão de Judá, o Mar Morto, a Torá, entre outros. Onde: Rua da Graça, 160 – Bom Retiro. 42 Cidade&Cultura

Sede mundial da Igreja Universal do Reino de Deus, o Templo de Salomão é o maior templo, de qualquer religião, do país. Inspirado na construção bíblica do Rei Salomão, que ergueu um templo para ser a Morada de Deus, este edifício demorou quatro anos para ser inaugurado. Com 70 mil m², foram trazidas pedras de Israel para erguê-lo e sua arquitetura é igual à descrita na Bíblia. São 126 metros de comprimento, 104 metros de largura e 55 metros de altura. Onde: Avenida Celso Garcia, 605 – Brás.


Mesquita Brasil Templo com arquitetura mulçumana, rica em detalhes, foi projetado pelo arquiteto Paulo Camasmie. Inaugurada em 1956, é considerada a mais importante mesquita da América Latina. Ministram-se palestras sobre o Islã e cursos de língua árabe. Onde: Rua Barão de Jaguará, 632 – Cambuci.

Templo de São Paulo – Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias Este majestoso templo foi erguido em 1976, pelo arquiteto mórmon americano, Emil B. Fetzer. O anjo Moroni só foi instalado em 2003, durante a expansão do templo, em área de 5.504 m². Onde: Avenida Professor Francisco Morato, 2.390 – Caxingui.

Catedral Metropolitana Ortodoxa Entre as maiores Igrejas Ortodoxas do mundo, ela é a Sé da Arquidiocese de todo o Brasil. Sua arquitetura é bizantina e sua construção começou em 1940. É considerada uma das maiores do mundo. Seu projeto lembra a de Santa Sofia, em Istambul, e Joseph Trabulsi, um dos artistas incumbidos do projeto, foi escolhido pelo próprio rei do Egito, Faruk. Onde: Rua Vergueiro, 1515 – Paraíso.

Templo Quan-Inn O Budismo é a quinta maior religião com mais adeptos no mundo e no Brasil não é diferente. Kuan Yin uma divindade feminina com dedicação à misericórdia e o perdão é o centro deste templo que há muito se dedica em fazer do local um lugar de paz e serenidade. Aberto apenas aos domingos das 9h às 14h. Onde: Rua Rio São Nicolau, 328-672 – Grajaú.

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UM CAMINHO MAIS BONITO E SEGURO PARA A SUA FÉ.


APARECIDA

ROSEIRA

PINDAMONHANGABA

TAUBATÉ

REDENÇÃO DA SERRA

A Rota da Luz SP é um trajeto turístico criado para garantir o bem-estar e a segurança dos caminhantes que fazem a peregrinação até a cidade de Aparecida. Antes, essa caminhada era feita pelas margens da Via Dutra, sem o cuidado e a segurança que os fiéis merecem. Agora isso mudou. O novo traçado é formado por estradas secundárias, somando 201 km, que passam por nove municípios, a partir de Mogi das Cruzes. Assim, ao longo do percurso, os caminhantes também podem conhecer os usos, os costumes, a história e as lendas das cidades por onde passam. Sem dúvida, uma grande oportunidade para quem quer demonstrar a sua fé e conhecer um pouco melhor os caminhos e as belezas do nosso estado.

PARAIBUNA

SANTA BRANCA

GUARAREMA

Acesse e informe-se: www.rotadaluzsp.com.br rotadaluzsp@sp.gov.br

MOGI DAS CRUZES

Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida


RUBENS CHIRI

Museus

Para nunca esquecer Museu do Ipiranga O Museu Paulista da Universidade de São Paulo é mais conhecido como Museu do Ipiranga. Seu principal acervo é referente ao período da Independência do Brasil, sendo o quadro de Pedro Américo, “Independência ou Morte”, de 1888, um de seus maiores atrativos. Este museu compõe o conjunto arquitetônico do Parque da Independência, e foi aqui que a Proclamação da Independência aconteceu. Inaugurado em 1890 e projetado pelo arquiteto e engenheiro italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi, a construção possui 123 metros de comprimento em estilo eclético renascentista com a inovação do uso de tijolos cerâmicos. Seu jardim foi primeiramente organizado pelo paisagista belga Arsênio Puttemans e, mais tarde, pelo paisagista alemão Reinaldo Dierberger. Em sua fachada, escadaria (representando o rio Tietê) e corrimão, amplos ornamentos representam os bandeirantes. Em seu interior, destaque para as estátuas e pinturas dos desbravadores paulistas, de Dom Pedro I e de José Bonifácio. São mais de 125 mil peças que vão desde o século XVI até o século XX. A biblioteca, criada em 1895, possui obras inestimáveis sobre a história do Brasil e a história de São Paulo, com quase quarenta mil livros e 39 mil periódicos. Onde: Parque da Independência, s/n – (11) 2065-8001 – Ipiranga. 46 Cidade&Cultura

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OS MUSEUS SÃO A PEÇA-CHAVE PARA O CONHECIMENTO E O ENTENDIMENTO DE NOSSO PRESENTE. É por meio de iniciativas de preservação da memória que podemos educar as novas gerações, dando-lhes respaldo e base tangíveis, fundadas no abstrato passado. São Paulo é uma das cidades brasileiras que mais entendeu a importância de resguardar nossa história com museus de várias vertentes e propostas, oferecendo aos visitantes acervos inusitados que expandem nossos horizontes por meio de magníficas coleções representativas de nossa cultura.


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Catavento Cultural e Educacional O edifício que hoje abriga o Catavento Cultural é chamado de “Palácio das Indústrias”. Construído entre 1913 e 1924, pelo Escritório Ramos de Azevedo, foi utilizado para muitos fins, entre eles a Assembleia Legislativa e como sede da Prefeitura de São Paulo. Em 2009, passou para o Catavento, onde a ciência é apresentada de forma lúdica e com isso atrai visitantes de todas as idades, sendo o museu mais visitado do Estado de São Paulo. Está dividido em quatro seções: Universo com Astronomia, Aventura no Sistema Solar e Terra; Vida com borboletário, do Macaco ao Homem, e Viagem ao Fundo do Mar; Engenho com Calor, Eletromagnetismo, Fluidos, Luz e Óptica, Mecânica, Sala das Ilusões e Som; e Sociedade com Alertas, Ecologia, Estúdio de TV, Jogos do Poder, Nanotecnologia e Matéria. Aberto de terça a domingo das 9h às 16h. Onde: Avenida Mercúrio, s/n – (11) 3315-0051 – Brás.

Museu da Casa Brasileira – MCB O solar da tradicional família Prado, datado de 1945, cuja arquitetura remete ao Palácio Imperial de Petrópolis, é a sede deste museu, que presta reconhecimento ao design e à arquitetura. Neste local, essas duas áreas são amplamente incentivadas, discutidas e promovidas por meio de prêmios e programas de desenvolvimento da área urbana, habitação, economia criativa, mobilidade urbana e sustentabilidade. Abriga um vasto acervo de móveis e objetos, desde o século XVII até os dias atuais, além da coleção Crespi Prado da tradicional família paulistana. Seu banco de dados possui 28 mil arquivos relacionados à casa brasileira. Aberto de terça a domingo das 10h às 18h. Onde: Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2.705 – (11) 3032-3727 – Jardim Paulistano.

Memorial da América Latina Projetado por Oscar Niemeyer, o Memorial da América Latina é um complexo cultural situado em uma área de mais de 84 mil m². Inaugurado em 1989, tem como objetivo a união cultural de todas as nações latinas e suas nações colonizadoras. Conta com vários ambientes: a Galeria Marta Traba de Arte Latino-Americana, com mil m²; a Biblioteca Latino-Americana Victor Civita, com mais de 30 mil livros e milhares de documentos; a videoteca, com dois mil títulos; um Infocentro; auditório para 140 pessoas; a Praça Cívica com uma área de 12 mil m², para shows e festas típicas; a Praça do Sol, com a escultura de Oscar Niemeyer “A Mão”; o Salão de Atos Tiradentes para solenidades e recepções oficiais onde está o “Painel de Tiradentes”, com 18 metros de comprimento e 3 metros de altura, executado em 1948 por Cândido Portinari, além de obras de Caribé e Poty; o Pavilhão da Criatividade Darcy Ribeiro, com acervo de duas mil peças de arte popular de vários países latino-americanos; o Auditório Simón Bolivar, com espaço para 1.600 pessoas, decorado com tapeçaria de Tomie Otake; o Anexo dos Congressistas, espaço nobre para exposições e atividades acadêmicas e diplomáticas, com auditório de 100 lugares; e a Sala Mário de Andrade, decorada com o painel “Futura Memória”, de Maria Bonomi. Aberto de terça a domingo das 9h às 18h. Onde: Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664 – (11) 3823-4600 – Barra Funda.

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Museus

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Museu da Língua Portuguesa Inaugurado em 2006, o Museu da Língua Portuguesa conta com uma qualificada equipe técnica integrada por sociólogos, museólogos, especialistas em língua portuguesa e artistas que fazem deste lugar um ícone em termos de modernidade e interatividade com os visitantes. Aqui, impera um tom de brincadeira e curiosidade no trato dos elementos. Seu principal objetivo é valorizar a língua portuguesa com o conhecimento de sua origem, história e influências. Além disso, busca difundir por meio de intercâmbios, palestras e atividades externas seu serviço educativo em outras instituições. Infelizmente em 2015, um grande incêndio ocorreu e parte do museu ficou comprometida e ainda não há previsão para sua reabertura. Onde: Praça da Luz, s/n – Portão 1 – (11) 36643859 – Luz.

Museu de Arte Moderna de São Paulo Fundado em 1948, o MAM possui mais de cinco mil obras de artistas representantes das artes moderna e contemporânea. Sua privilegiada localização, dentro do Parque Ibirapuera, confere leveza a sua edificação, adaptada por Lina Bo Bardi e adornada pelo Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx. Além de exposições, promove seminários, cursos, espetáculos musicais, palestras, performances, práticas artísticas e sessões de vídeo. A biblioteca, com mais de 65 mil livros, o restaurante e a loja de presentes completam as instalações. Aberto de terça a domingo e feriados das 10h às 18h. Onde: Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n – Parque Ibirapuera – (11) 5085-1300 – Ibirapuera.

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Pinacoteca do Estado de São Paulo O edifício que, desde 1905, abriga a Pinacoteca do Estado de São Paulo foi construído pelo Escritório Ramos de Azevedo, no século XIX, para sediar o Liceu de Artes e Ofícios da cidade. O acervo da Pinacoteca está fundado nas artes visuais brasileiras com peças do século XIX aos dias de hoje. Obras de Almeida Júnior, Pedro Alexandrino, Antônio Parreiras e Oscar Pereira da Silva estão entre os mais de onze mil itens. Aberta de quarta a segunda das 10h às 17h30. Onde: Praça da Luz, 2 – (11) 3324-1000 – Luz.


Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP

Criado em 1963, suas primeiras coleções foram doadas por Yolanda Penteado e Ciccillo Matarazzo. Mais tarde, vieram obras de Amedeo Modigliani, Pablo Picasso, Joan Miró, Alexander Calder, Wassily Kandinsky, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Emiliano Di Cavalcanti, Alfredo Volpi, Lygia Clark e uma coleção de arte italiana do começo do século XX. Polo formador de profissionais nas áreas de teoria, história e crítica de arte, museologia e museografia, seu acervo, composto de cerca de dez mil obras, é considerado um centro de referência. Seu edifício foi projetado por Oscar Niemeyer na década de 1950. Aberto às terças das 10h às 21h e de quarta a domingo das 10h às 18h. Onde: Avenida Pedro Álvares Cabral, 1.301 (11) 2648-0254 – Ibirapuera.

Inaugurado em 1947, na Rua 7 de Abril, por iniciativa de Assis Chateaubriand, é o primeiro museu moderno do Brasil. Dirigido inicialmente pelo marchand Pietro Maria Bardi, cargo que exerceu por 45 anos, as primeiras obras e peças adquiridas e doadas vieram da sociedade paulistana. Em 1968, o museu foi transferido para a Avenida Paulista, em uma edificação projetada por Lina Bo Bardi, que se transformou em um marco da arquitetura moderna do século XX, com a utilização de vidro no concreto, sem acabamentos luxuosos e a sensação de leveza criada pelo vão livre, sob o prédio. Atualmente, possui cerca de oito mil itens entre esculturas, pinturas, objetos, fotografias e vestuários de todos os continentes. Aberto de terça a domingo das 10h às 18h. Onde: Avenida Paulista, 1.578 – (11) 3149-5959 – Bela Vista.

Museu Brasileiro da Escultura – MuBE Promovendo a artes em suas várias vertentes, o MuBE, criado em 1995, está instalado em uma área de sete mil m² em edificação projetada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, com jardins de Burle Marx. São três áreas internas divididas em Grande Salão, Sala Pinacoteca e Sala Burle Marx. Aqui acontecem cursos, seminários, palestras, feira de antiguidade, eventos gastronômicos, peças teatrais e exibição de filmes. Podemos encontrar trabalhos dos artistas Arcangelo Ianelli, Francisco Brennand, Ivald Granato, Nathalie Decoster, João Carlos Galvão, Sonia Ebling, Caciporé Torres, Ricardo Kotscho, Yutaka Toyota, Marco Lodola, Roberto Lerner, Waldomiro de Deus e Victor Brecheret. Aberto de terça a domingo das 10h30 às 18h. Onde: Avenida Europa, 218 – (11) 2925-0339 – Jardim Europa.

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Museus

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Museu Afro Brasil Com o objetivo de preservar a influência cultural africana na formação do povo brasileiro, este museu possui um acervo com mais de cinco mil obras que representam os universos africano, indígena e afro-brasileiro divididos em núcleos temáticos que abrangem arte, religião, catolicismo popular, trabalho, escravidão e festas populares, traçando um rico panorama da história, da arte e das influências na composição da sociedade brasileira. Aberto de terça a domingo da 10h às 17h. Onde: Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n – Parque do Ibirapuera (11) 3320-8900 – Ibirapuera.

Museu da Imagem e do Som – MIS Museu de Belas-Artes de São Paulo – MUBA Desde 2007, o MUBA vem desenvolvendo um grande acervo relativo às artes da Comunicação, da Arquitetura e do Design contemporâneo. Nomes como Vicente Di Grado, Mônica Berto, Mariela Tiradentes, Caio Caruso, Rafael Itsuo, Vicente Larroca, Francisco Maringelli, Luiz Marrone, Ricardo Cipicchia, entre outros artistas compõem as peças deste museu. Aberto de segunda a sexta das 10h às 20h e sábado das 10h às 16h. Onde: Rua Dr. Álvaro Alvim, 76 (11) 5576-7300 – Vila Mariana.

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Criado em 1970, é uma referência de representatividade da arte e da cultura brasileiras. Seu acervo é composto de cinema, filmes, fotos e músicas historicamente relevantes. Em sua trajetória, o MIS sempre procurou atrair espectadores, proporcionando atrações como o Festival Internacional de Curtas; a Mostra do Audiovisual Paulista; o festival É Tudo Verdade; a exibição de filmes com o cinematógrapho – que projeta filmes mudos com acompanhamento de música ao vivo –, além de programas como o Dança no MIS e o Estéreo MIS, que busca novos artistas da música independente nacional; e o projeto Notas Contemporâneas, que coleta registros de artistas da música erudita contemporânea. Aberto de terça a sábado das 12h às 21h e domingos e feriados das 11h às 20h. Onde: Avenida Europa, 158 – (11) 2117-4777 – Jardim Europa.


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MIGUEL SCHINCARIOL

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Onde: Avenida Vital Brasil, 1.500 – (11) 2627-9540 – Butantã.

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6 - Fundação Maria Luísa e Oscar Americano – antiga casa da década de 1950 e moradia do casal, abriga atualmente acervo de peças adquiridas desde o século XVII, um amplo jardim com árvores nativas, além de ser um dos mais importantes centros culturais da cidade. Onde: Avenida Morumbi, 4.077 – (11) 3742-0077 - Morumbi. 7 - Instituto Tomie Ohtake – centro cultural que homenageia a escultora, pintora e gravurista Tomie Ohtake. Exposições de grande porte e uma loja de presentes originais atraem intensa visitação. Onde: Avenida Brigadeiro Faria Lima, 201 – (11) 2245-1900 - Pinheiros. 8 - Fundação Ema Gordon Klabin – com acervo de objetos datados a partir do século XVI e obras de arte da coleção particular de Ema, a fundação oferece inúmeros cursos de arte. Onde: Rua Portugal, 43 – (11) 3897-3232 - Jardim Europa. 9 - Casa de Vidro – esta casa é um dos principais exemplos da arquitetura moderna brasileira datada de 1951. Foi residência de Lina Bo e Pietro Maria Bardi e hoje é um Instituto que recebe o nome do casal, aberto ao público, que pode apreciar um vasto acervo cultural. Onde: Rua General Almério de Moura, 200 – (11) 3744-9902 - Morumbi. 10 - Casa das Rosas – erguida em 1905, esta casa é um marco, pois é a última edificação da avenida representando o período transformador que a cidade viveu entre 1891 e 1937. Hoje abriga um centro cultural. Onde: Avenida Paulista, 37 – (11) 3285-6986 - Bela Vista.

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Arquitetura

Da simplicidade do barro aos

arranha-céus atuais

SÃO PAULO É UMA VITRINE DE EXEMPLARES ARQUITETÔNICOS QUE REÚNE OBRAS DE DIVERSOS PERÍODOS E INFLUÊNCIAS DA HISTÓRIA DO BRASIL. Desde seu nascimento até as altas estruturas contemporâneas, repletas de tecnologia, esta cidade pode ser observada nas entrelinhas de suas ruas e avenidas. Citaremos aqui algumas edificações relevantes que contam um pouco da estruturação dos bairros e da emancipação econômica da cidade no cenário brasileiro.

Antiga Fazenda Morumbi – Casa e Capela

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O bairro do Morumbi é um desmembramento da antiga Fazenda Morumbi em que a cultura predominante era o chá da Índia recém introduzido no Brasil; era de propriedade do inglês John Rudge. As terras da fazenda foram doadas por Dom João VI, justamente para o cultivo do chá, bebida muito apreciada por ele. Hoje, estão preservadas a casa e a capela da fazenda. Aqui foram rodados os filmes Sinhá Moça, A Moreninha, Beto Rockefeller e A Nova Primavera. Aberta de terça a domingo das 9h às 17h. Onde: Avenida Morumbi, 5.387 – Morumbi. 52 Cidade&Cultura


Casa do Tatuapé Um registro de 1698 aponta o padre Matheus Nunes de Siqueira, um dos fundadores da cidade de Atibaia, como proprietário deste imóvel. Mais tarde, foi uma olaria e uma tecelagem. Aberta de terça a domingo das 9h às 17h. Onde: Rua Guabiju, 49 – Tatuapé.

Casa do Grito De pau-a-pique, a Casa do Grito é uma das últimas construções, na cidade, com esta técnica de edificação. Datada da segunda metade do século XIX, foi utilizada como moradia e também como armazém e hospedagem para os que iam e vinham da Serra do Mar pelo Caminho do Mar. Seu nome se dá por sua inclusão no quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, pintado entre 1886 e 1888, na Itália. Aberta de terça a domingo das 9h às 17h. Onde: Praça do Monumento, s/n – Ipiranga.

Sítio da Ressaca Datado de 1719, este sítio de taipa de pilão teve como último proprietário Antônio Cantarella, fundador do bairro do Jabaquara, quando loteou suas terras, em 1969. Aberto de terça a domingo das 9h às 17h. Onde: Rua Nadra Raffoul Mokodsi, 3 – Jabaquara.

Solar da Marquesa de Santos Na antiga Rua do Carmo, 3, datado do século XVIII, está o Solar da Marquesa de Santos. Construído em taipa de pilão, este solar já era citado nos idos de 1739. Proprietária entre 1834 e 1867, Domitila de Castro Canto e Melo, Marquesa de Santos, ao morrer deixou a propriedade para seu filho, o comendador Felício Pinto de Mendonça e Castro. Depois de muitos anos de vários usos por empresas, após restauro o solar passa a pertencer ao Museu da Cidade. Aberto de terça a domingo da 9h às 17h. Onde: Roberto Simonsen, 136 – Sé.

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Arquitetura

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Centro

A beleza do Centro Histórico EM TODO O BRASIL HÁ UM MOVIMENTO MUITO RELEVANTE DO RESGATE DA MEMÓRIA NACIONAL que consiste na valorização de nossa cultura, onde os expoentes brasileiros tomam forma e dão pertencimento à população. Várias vertentes de ações seja na arte seja na restauração de nossos patrimônios materiais com a arquitetura em todas as fases, desde o período colonial ao contemporâneo. Os centros urbanos, berço das cidades, estão cada vez mais sendo alvo do turismo e da cultura em si que por meio destes restauros de edificações antes deterioradas ou até mesmo demolidas, o inverso é uma realidade. São Paulo por sua magnitude está entre as cidades que perceberam que o valor histórico de seus prédios embrionários é de suma importância na caracterização da personalidade local. Os incentivos públicos à manutenção dos mesmos, com incentivos fiscais, iluminação pública, limpeza urbana, entre outros, dão aos habitantes e turistas outra dimensão de turismo e conhecimento e, mesmo com a devastadora era da modernização para estes patrimônios, ainda temos um espetacular local encantador que nos remontam aos primórdios de uma das maiores cidades do mundo. 54 Cidade&Cultura

Theatro Municipal de São Paulo Após um incêndio que destruiu o antigo Teatro São José, em 1898, situado no Morro do Chá, foi aprovada pela Câmara de São Paulo a construção de uma casa de ópera no estilo de outras casas europeias. Com projeto de Cláudio Rossi, desenhos de Domiziano Rossi e realização da construtora Escritório Técnico Ramos de Azevedo, em 1903 as obras foram iniciadas. A sua arquitetura é eclética, reunindo estilos distintos, como o barroco, o renascentista e o art nouveau. Inaugurado em 1911, foram apresentados O Guarani, de Carlos Gomes, e a ópera Hamlet, de Ambroise Thomas. Entre inúmeras apresentações memoráveis desde sua inauguração, o Theatro Municipal sediou a Semana da Arte Moderna, de 1922. Onde: Praça Ramos de Azevedo, s/n – República.


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1 - Pateo do Collegio - Local de fundação da cidade e de realização da primeira missa, em 25 de janeiro de 1554, abriga o Colégio dos Jesuítas, no Centro de São Paulo. 2 - Edifício Alexandre Mackenzie - Vista noturna do Edifício Alexandre Mackenzie, atual Shopping Center Light, no centro da cidade. 3 - Edifício Sampaio Moreira – arquitetado por Christiano Stockler e Samuel Neves, foi inaugurado em 1924. Com arquitetura eclética, foi o primeiro edifício com muitos andares da cidade. 4 - Edifício Altino Arantes - Mais conhecido como Prédio do Banespa, é um símbolo do progresso da capital paulista que, com sua pujança, atraiu inúmeras pessoas de todos os estados brasileiros e de nações estrangeiras. 5 - Secretaria de Justiça - Detalhe do prédio da Secretaria de Justiça, projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo.

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Arquitetura

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6 - Banco de São Paulo - Entrada e saguão do edifício Banco de São Paulo. Construído de 1935 a 1938, é um dos mais belos e luxuosos exemplares de art déco da cidade. Obra do arquiteto Álvaro de Arruda Botelho. 7 - Edifício Martinelli - Vista da casa do comendador no terraço do Edifício Martinelli, no centro de São Paulo. Inaugurado em 1929, o Edifício Martinelli foi por muito tempo o arranha-céu mais alto da cidade, com seus imponentes 30 andares. 8 - Edifício da Caixa Econômica Federal - O prédio foi inaugurado em 1939, pelo então presidente Getúlio Vargas, para ser a sede do banco, papel que cumpriu até 1979. 9 - Centro Cultural Banco do Brasil - Fachada do Centro Cultural Banco do Brasil, com iluminação noturna, no centro de São Paulo. 10 - Edifício Itália - Datado de 1965, possui 165 metros de altura, 46 andares, teatro, galeria e no cume está o famoso restaurante Terraço Itália que proporciona aos seus clientes uma vista de 360 graus de toda a cidade. 11 - Edifício Copan - Marco da expansão urbanística da cidade de São Paulo, o Edifício Copan começou a ser erguido em 1952, porém só foi concluído no começo da década de 1960. Foi projetado pelos arquitetos Oscar Niemeyer e Carlos Alberto Cerqueira Lemos. FOTOS ALF RIBEIRO

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Artes

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Sons, cores e movimentos A ARTE É TRANSFORMADORA, É REVIGORANTE E NOS CONVIDA A PENETRAR NA MENTE DO ARTISTA, que nos leva a outros universos, a outras perspectivas. São Paulo é uma cidade que causa vertigem, tamanha a quantidade de manifestações de arte espalhadas por todos os seus cantos. São galerias, salas de eventos, museus, as próprias ruas, monumentos, escolas. Não é à toa que a cidade é considerada a Capital da Cultura Nacional. Por sua característica cosmopolita, aqui se aglutinam todas as tendências, todas as modas, todos os estilos. Haja tempo para ver, entender e compreender essa riqueza que é um dos pilares da formação da capital paulista.

Orquestra Sinfônica Municipal – OSM Criada na década de 1920, a Orquestra Sinfônica Municipal somente se profissionalizou em 1939. Até hoje é uma das mais respeitadas do país, e por ela passaram artistas e maestros que marcaram a história, entre os quais Bidú Sayão, Arturo de Angelis, Zacharias Autuori, Edoardo Guarnieri, Lion Kasniefski, Souza Lima, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi, John Neschling. Roberto Minczuk é o atual regente da OSM. 60 Cidade&Cultura

ARTHUR COSTA

repletos de emoção


Coral Paulistano Mário de Andrade Por iniciativa de Mário de Andrade, então diretor municipal de Cultura, em 1936, é criado o Coral Paulistano com o objetivo de valorizar a música brasileira e o movimento nacionalista, principal foco da Semana de Arte Moderna. Nomes como Camargo Guarnieri, Fructuoso Vianna, Miguel Arqueróns, Tullio Colacioppo, Abel Rocha, Zwinglio Faustini, Antão Fernandes, Samuel Kerr, Henrique Gregori, Roberto Casemiro, Mara Campos, Tiago Pinheiro, Bruno Greco Facio e Martinho Lutero Galati participaram da regência.

ARTHUR COSTA

Criado em 1939, teve como primeiro diretor o maestro Fidélio Finzi, e se apresenta em óperas das temporadas do Theatro Municipal, em concertos com a Orquestra Sinfônica Municipal, com o Balé da Cidade, e em apresentações próprias. Regentes como Sisto Mechetti, Tullio Serafin, Olivero De Fabritiis, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi, Francisco Mignone, Heitor Villa-Lobos, Roberto Schnorremberg, Marcello Mechetti, Fábio Mechetti, Bruno Greco Facio e Mário Zaccaro fizeram deste grupo um dos melhores do Brasil.

LUIZ CASIMIRO

Coral Lírico Municipal de São Paulo

Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo Em 1935 é criado o Quarteto Haydn, estimulado por Mário de Andrade. Somente em 1944, passa a ser o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo. Com apresentações no mundo inteiro, hoje promove projetos educacionais em escolas públicas e de música. Prêmios como o Melhor Conjunto Camerístico, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), e por três vezes o Prêmio Carlos Gomes fazem parte de seu repertório. A atual formação conta com os violinistas Betina Stegmann (1º violino) e Nelson Rios, o violista Marcelo Jaffé e o violoncelista Robert Suetholz. São Paulo 61


Artes música

ARTHUR COSTA

Escola de Música de São Paulo

Orquestra Experimental de Repertório

STEFAN SCHMELING

Com o objetivo de preparar músicos de excelência, a Orquestra Experimental de Repertório há mais de duas décadas constrói uma trajetória de sucesso, transformando-se numa das principais iniciativas da Fundação Theatro Municipal de São Paulo.

Fundada em 1969, por aqui passaram alunos que seguiram carreira internacional, graças ao corpo docente extremamente graduado, formando artistas aptos a atuar como instrumentistas, cantores profissionais em orquestras, coros, grupos camerísticos, na área de correpetição ou na carreira de solistas. São oferecidas oficinas de Música Antiga, Regência Coral, Fisiologia da Voz e Fonética, o Ópera Studio e o Ateliê de Música Contemporânea.

Fundação Osesp e Sala São Paulo A Fundação Osesp é uma Organização Social da Cultura e sob sua gestão estão a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Sala São Paulo, o Coro da Osesp, os coros Infantil e Juvenil da Osesp, a Academia da Osesp, a editora “Criadores do Brasil” e o Centro de Documentação Musical “Maestro Eleazar de Carvalho”. Todas essas iniciativas visam o apoio à cultura e o desenvolvimento da cultura, assim como promovem iniciativas de educação e assistência social com ênfase à musica de concerto, instrumental e vocal para jovens e adultos. Também promove a pesquisa, publicação, execução, gravação e divulgação de repertório nacional, sinfônico e de câmara. A Sala São Paulo, abrigada no antigo edifício da Estação Júlio Prestes, é considerada uma das dez melhores salas de apresentação do mundo devido a sua acústica ajustável, pois em seu interior o forro móvel, a geometria da sala, o posicionamento do palco, o desenho das cadeiras entre outros fatores dão às apresentações um ambiente sonoro único no Brasil.

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Artes

SYLVIA MASINI

cênicas

Balé da Cidade de São Paulo – BCSP

ALF RIBEIRO

Criado em 1968 para acompanhar as óperas encenadas no Theatro Municipal, o então chamado Corpo de Baile Municipal teve como primeiro diretor artístico Johnny Franklin. Quando Antônio Carlos Cardoso assumiu a direção em 1974, tornou-o uma companhia de dança contemporânea e levou o grupo a novos patamares com apresentações no exterior. Desde sua estreia em 1996, na Bienal de Dança de Lyon, França, onde recebeu excelentes críticas, o Balé da Cidade de São Paulo é reconhecido como um dos grandes grupos de dança do mundo. Também promove ações culturais e didáticas junto à população.

Escola de Dança de São Paulo Fundada em 1940, esta escola oferece cursos de danças a crianças, jovens e adultos. As crianças desenvolvem sua vocação artística e técnica ao longo de nove anos até completar a formação. Há também cursos livres para alunos acima de 18 anos, entre outros programas. As apresentações das turmas ocorrem por meio do Ateliê Balé Jovem, de Mostras de Processos e de Aulas Abertas em espaços públicos, como o vão livre da Praça das Artes, o Conservatório Musical, a Galeria Olido, o Centro Cultural São Paulo, o Theatro Municipal e outras salas de espetáculo da cidade.

Centro de Memória do Circo Um dos ícones da arte no Brasil, o circo representa a liberdade artística, fiel ao lema “ir aonde o público está”. O circo tem cheiro de infância, de magia, de fascinação. Com o intuito de preservar sua história é que o Centro de Memória do Circo abriga acervo adquirido de muitas companhias circenses e arquivos do Circo Nerino, que funcionou entre 1913 e 1964, assim como do Circo Garcia, que funcionou entre 1928 e 2003. O centro também promove cursos e oficinas. Onde: Avenida São João, 473 – Centro.

Saraus Resgatando a diversão artística do século XIX, os saraus estão em alta em São Paulo. Há vários pontos atualmente destinados a essas reuniões literomusicais, entre eles o “Sarau do Burro”, na Vila Madalena; “O Que Dizem os Umbigos”, no Itaim Paulista; “do Binho”, na Praça do Campo Limpo; o “Sarau da Cooperifa”, em Piraporinha; e a “Chama Poética”, na Avenida Paulista.

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DIVULGAÇÃO ALF RIBEIRO

Teatro Brasileiro de Comédia – TBC

Vila Maria Zélia A Vila Maria Zélia foi um dos muitos bairros operários projetados para abrigar os trabalhadores de determinadas fábricas; aqui, eram os da Companhia Nacional de Tecidos de Juta, de propriedade de Jorge Street que, em 1904, construiu a filial no bairro industrial do Belenzinho, inaugurada em 1917. O nome “Maria Zélia” foi uma homenagem à filha de Jorge, morta pela tuberculose. Street era muito preocupado com o bem estar dos funcionários e ele mesmo supervisionou as obras, dando ênfase a educação das crianças. Cenário de muitos filmes, novelas como “Carrossel” também foram gravadas aqui e muitos artistas escolheram o local como moradia. Pagu e Mazzaropi são exemplos. A arquitetura de inspiração inglesa, projetada pelo francês Paul Pedraurrieux, deu charme às casas, todas ajardinadas e bem distribuídas, com metragens de até 110 m². O premiado Grupo XIX de Teatro tem um trabalho contínuo de 15 anos, com pesquisa temática voltada para a história brasileira, uma pesquisa estética de exploração de prédios históricos como espaços cênicos e uma investigação sobre a participação ativa do público. Desde 2004, o grupo realiza residência artística, na tombada Vila Operária Maria Zélia. Onde: Belenzinho.

O imigrante italiano Franco Zampari, em 1948, inaugurou o Teatro Brasileiro de Comédia com o apoio da elite paulistana. As primeiras peças foram La Voix Humaine, de Jean Cocteau e A Mulher do Próximo, de Abílio Pereira de Almeida. O TBC recebeu importantes prêmios por sua importância na arte brasileira, como o “Saci” e o da Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCT). Por aqui passaram nomes que se imortalizaram: Cacilda Becker, Tônia Carrero, Cleyde Yáconis, Walmor Chagas, Nydia Licia, Sérgio Cardoso, Fernanda Montenegro, entre outros. Zampari foi também um dos fundadores da saudosa Companhia Cinematográfica Vera Cruz, sediada em São Bernardo do Campo. Muitas crises abalaram a continuidade do trabalho até ser encerrado em 2008, já como teatro autônomo. A iniciativa da criação do TBC para a não centralização de atores de uma mesma companhia e sua profissionalização gerou frutos com o Teatro de Arena, o Teatro Oficina e as companhias teatrais de Cacilda Becker, Tônia Carrero, Adolfo Celi e Paulo Autran. O prédio reformado por Zampari foi tombado em 1982, mais pelo valor de representante do teatro brasileiro do que como obra arquitetônica. Onde: Rua Major Diogo, 315 – Bela Vista.

Praça Franklin Roosevelt De dia skatistas, de noite um público ávido por cultura. Assim é a contrastante Praça Roosevelt que agrega públicos diferentes e agrada a todos. Aqui, é um local para os amantes do teatro, pois seu entorno possui muitos espaços para companhias teatrais. Studio 184 (Teatro Studio Helena Guariba), Companhia Satyros (Espaço Satyros 1 e 2), Espaço Parlapatões, Miniteatro, Teatro do Ator e Teatro Cultura compõem este cenário urbano. Arte em meio ao concreto da cidade grande. São Paulo 65


Artes

FOTOS DIVULGAÇÃO

Operários de Tarsila do Amaral

Alguns participantes da Semana de Arte Moderna de 1922

Esse movimento, ocorrido em 1922, transformou a arte brasileira e projetou inúmeros artistas que se perpetuaram nos anais da história brasileira e mundial. O pintor Di Cavalcanti e o bibliógrafo Rubens Borba de Moraes organizaram esse movimento, entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo, para mostrar aos paulistanos as novas tendências artísticas da Europa, que libertavam o artista dos antigos valores estéticos do século XIX e lhe concediam total liberdade de expressão. A Semana abrangeu todos os segmentos, da literatura à arquitetura. Destaques na literatura: Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira, Plínio Salgado, Menotti Del Picchia, Sérgio Millet, Tácito de Almeida, Cândido Motta, Graça Aranha e Mário de Andrade. Destaques na pintura: Di Cavalcanti, Cândido Portinari e Anita Malfatti. Destaques na música: Heitor Villa-Lobos e Guiomar Novaes. Destaques nas artes plásticas: Victor Brecheret, Lasar Segall, Vicente do Rego Monteiro e Tarsila do Amaral. Hoje, todos esses nomes representam uma contribuição inestimável à cultura brasileira, porém, na época, foram incompreendidos e até sofreram ataques grotescos sendo chamados de “subversivos da arte”. A Semana de 22 fez com que nossos artistas se voltassem para nossa cultura, retratando de forma livre o cotidiano brasileiro. Pela primeira vez, a Europa deixa de ser moda entre os brasileiros e começamos a valorizar nossa rica cultura, levando-a para exposições no mundo inteiro. 66 Cidade&Cultura

Bienal de São Paulo No Pavilhão Ciccillo Matarazzo, de arquitetura moderna e projetado por Oscar Niemeyer, acontece desde 1957 a Bienal de São Paulo, cuja primeira edição foi realizada em 1951. Segundo dados da Fundação Bienal de São Paulo, até hoje participaram 14 mil artistas de 160 países, expondo em torno de 67 mil obras, entre eles Duchamp, Marc Chagall, Francis Bacon, Barbara Hepworth, Otto Müller, José Clemente Orozco, Vincent Van Gogh e Kandinsky. Registrando mais de 8 milhões de visitantes, tornou-se uma das instituições mais importantes de promoção de arte do mundo. JOSE CORDEIRO

Semana da Arte Moderna de 1922


FOTOS DIVULGAÇÃO

KEN CHU - EXPRESSÃO STUDIO

Genial é andar de bike de Eduardo Kobra

O traço inconfundível de Guilherme Andrade (Humanos)

Grafite e seus expoentes A cidade de São Paulo tornou-se referência na arte do grafite e tudo começou com Alex Vallauri, gravurista que retratava pessoas no Porto de Santos. Vallauri veio para a capital e deixou sua marca pelos espaços públicos da cidade, como “A bota preta”. O dia 27 de março é o Dia do Grafite em homenagem a ele. Apesar do reconhecimento prestado ao precursor, o grafite em espaços urbanos era proibido e um crime, principalmente na época da Ditadura Militar, pois era visto como uma forma de protesto. Atualmente, a situação se inverteu. O que antes era crime, agora faz parte do roteiro turístico da cidade com artistas renomados internacionalmente como os irmãos Eduardo e Pagu Kobra, os Gêmeos, Binho, Speto, Chivitz, Minhau, Titi Freak, Whip, entre outros. O sucesso é tanto que a cidade possui o “Museu Aberto de Arte Urbana”, localizado nas colunas que sustentam o trecho elevado da Linha Azul do Metrô, com 66 painéis.

Renan Manga e um de seus murais - www.renanmanga.com

Grafite de Pagu no quartel do Batalhão de Choque

Grafite de "OSGEMEOS" São Paulo 67


FOTOS ALF RIBEIRO

Artes

Monumento às Bandeiras Esculturas paulistanas Os diversos monumentos situados em pontos variados de toda a cidade de São Paulo merecem destaque por sua importância histórica, arquitetônica e artística. Os artífices que criam tais edificações muitas vezes são artistas pouco conhecidos, embora haja outros que são convidados a projetar e realizar tais obras. Alguns retratam momentos da história local ou do país, outros são homenagem a pessoas que fizeram diferença no rumo dos acontecimentos. São Paulo é uma grande vitrine dessas majestosas construções que embelezam e enriquecem a cidade. Citaremos somente alguns, dado o escopo desta publicação.

Em homenagem aos bravos bandeirantes, este monumento é considerado um dos maiores do mundo. São 37 figuras representando as etnias dos primórdios paulistanos. Concebido e confeccionado por Victor Brecheret, o escultor se autorretratou na quarta figura à direita. Onde: Praça Armando Sales de Oliveira – Ibirapuera.

Monumento à Independência Em homenagem à Independência do Brasil, que retrata esse fato histórico fundamental, abriga a cripta com os restos mortais de D. Pedro I e suas esposas, as imperatrizes Dona Leopoldina de Habsburgo e Dona Maria Amélia de Leuchtenberg. Onde: Praça do Monumento, s/n – Ipiranga. 68 Cidade&Cultura


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1 - Mãe Preta, de Júlio Guerra – Largo do Paissandu 2 - Música, de Luís Brizzolara – Praça Ramos de Azevedo - Anhangabaú 3 - Depois do Banho, de Victor Brecheret – Largo do Arouche 4 - Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo, de Amadeo Zani – Pateo do Collegio 5 - A Menina e o Bezerro, de L. Christofe – Largo do Arouche 6 - Monumento a Ramos de Azevedo, de Galileo Emendabili – Butantã 7 - Obelisco na Ladeira da Memória, de Vicente Gomes Pereira – primeiro monumento de São Paulo - Anhangabaú

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ALF RIBEIRO

Artes

Cemitério da Consolação Estranho sugerirmos um passeio em um cemitério? Fúnebre? Não, pois estamos indicando um dos ícones da cidade: o Cemitério da Consolação. Em funcionamento desde 1858, este campo-santo é o mais antigo e o mais rico da capital, em termos históricos e artísticos. Aqui foram sepultados grandes personagens que edificaram a região. Contém cerca de 300 obras de famosos artistas contratados para ornamentar os túmulos (arte tumular). Arquitetado por Carlos Rath e contando com doações feitas por personagens como Domitila de Castro (Marquesa de Santos), esse cemitério teve enorme impacto na melhoria da saúde pública, pois serviu para substituir os enterramentos dos corpos dentro de igrejas e átrios e, com isso, evitou o aumento no número de vítimas de epidemias, como

a da varíola em 1858. De início, todos, incluindo os escravos, eram ali sepultados, porém, no século posterior, somente a elite paulistana teria o privilégio de ter sua última morada no Cemitério da Consolação, pois os jazigos eram caros e seus paramentos se tornaram importantíssimos para o status social, contribuindo para demonstrações de poder por meio de suas obras de arte. Vários mortos ilustres merecem destaque, como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Jorge Street, membros da família Matarazzo (o maior mausoléu da América Latina), Paulo Vanzolini, Paulo Goulart. Entre os artistas tumulares temos Nicola Rollo, Luigi Brizzolara, Victor Brecheret, Ramos de Azevedo e Celso Antônio Silveira Menezes. Agendamento: assesssoriaimprensa@prefeitura.sp.gov.br Onde: Rua da Consolação, 1.660 – Consolação.

MÁRCIO MASULINO

Jardim das Esculturas - MAM

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Cantoneiras de Franz Weissmann

Projetado por Burle Marx, em 1993, está numa área de seis mil metros quadrados com trinta esculturas. Este acervo, situado no jardim do MAM no Parque Ibirapuera, é um dos principais no modelo céu aberto. Podemos conhecer peças de Charles de Almeida, Emanoel de Araújo, Maurício Bentes, Elisa Bracher, Amilcar de Castro, Lélio Coluccini, Mário Cravo Júnior, Carlos Fajardo, Iole de Freitas, Luiz Hermano, Felícia Leirner, Antônio Lizzárraga, Cleber Machado, Ivens Machado, Denise Milan, Hisao Ohara, Eliane Prolik, Nuno Ramos, José Resende, Amélia Toledo, Caciporé Torres, Ana Maria Tavares, Sérvulo Esmeraldo, Alfredo Ceschiatti e Franz Weissmann.



JOSÉ CORDEIRO

SP Criativa

Cidade inovadora Campus Party

SÃO PAULO É UMA CIDADE QUE, POR MEIO DA CRIATIVIDADE ARTÍSTICA DE SEUS MORADORES, está se transformando em um grande laboratório de novas ideias e iniciativas que proporcionam mais opções de lazer e cultura. Esta cidade cosmopolita e imensa por natureza agrega, a cada dia, muitas ações que revitalizam e reinventam espaços antes vazios e que hoje estão conectados e inseridos no conceito de Cidade Criativa, ou seja, o conjunto de setores como design, moda, cultura, tecnologia, artes etc. que movimenta cerca de R$ 40 bilhões por ano, ou seja, 10% do PIB do município.

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ROBSON FERNANDJES

Grande experiência tecnológica em que pessoas de todas as idades têm a oportunidade de se encontrar e debater, criar e trocar experiências em um espaço lúdico com palestras, workshops, batalha de robôs, montagem de drones e um amplo espaço de acampamento. Saiba mais: brasil.campus-party.org

SP Arte

Comic Com Experience Um espaço onde o que reina é a imaginação, onde só o personagem tem vida, onde a ficção se torna realidade e todos se divertem pra valer, vestindo fantasias, encenando e compartilhando experiências. Saiba mais: www.ccxp.com.br 72 Cidade&Cultura

Festival Internacional de Arte de São Paulo – evento anual que consagra artistas de todos os segmentos e reúne galerias no Pavilhão da Bienal e nos vários espaços culturais da cidade, constituindo um encontro criativo de mais de dois mil artistas nacionais e internacionais. Saiba mais: www.sp-arte.com


Casa Cor Com o objetivo conceitual de qualidade de vida, estilo e beleza, a Casa Cor, há mais de 30 anos, oferece aos amantes do bem viver uma mostra que reúne arquitetos, designers e paisagistas e os aproxima do mercado consumidor. Saiba mais: www.casacor.abril.com.br

LUIS CARLOS MURAUSKAS

Com mais de 40 anos de edição, é considerado o melhor evento de São Paulo do gênero por sua excelência na escolha dos filmes, em todas as categorias de metragem e de todos os países, chegando à marca de 300 filmes por edição. Saiba mais: www.mostra.org

RAFAEL RENZO

Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

São Paulo Fashion Week O ano de 1995 revolucionou a moda brasileira com a iniciativa de Paulo Borges e Cristiana Arcangeli de criar uma semana de moda para o reconhecimento dos estilistas nacionais. Quatro anos depois, a cobertura da imprensa internacional fez com que esse evento se transformasse num dos mais importantes do mundo e, consequentemente, a moda e a cultura brasileiras tornaram-se conhecidas, atraindo marcas como Channel, Gucci e Versace, que viram no mercado brasileiro um grande potencial de vendas. Mais do que moda, a SPFW motivou o mercado têxtil, o surgimento de universidades para estilistas, avanços nos maquinários, entre outros desdobramentos. Ganhou destaque a projeção de modelos brasileiras, como Gisele Büdchen, Isabeli Fontana e tantos outros nomes que passaram a figurar nas passarelas internacionais com um toque de brasilidade em desfiles de marcas tradicionais desse nicho até então monopolizado pelos europeus. Saiba mais: www.facebook.com/SPFW

De iniciativa do Instituto Mara Gabrilli, este guia é uma importante ferramenta para busca de aparelhos culturais dotados de acessibilidade e suas especificações. São museus, teatros, cinemas, bibliotecas e casas de espetáculos. O guia explica características arquitetônicas, tecnologias e disponibilização de profissionais de cada espaço, como intérpretes de Libras, guias-intérpretes para surdocegos e mediação para deficientes intelectuais. Acesse o site: www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/noticias/2946-guia-de-acessibilidade-cultural

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Aromas&Sabores

Mercadão

Para curiosos e experientes

Mercado Municipal de São Paulo – Mercadão Tombado em 2004, este centro de referência gastronômica foi inaugurado em 1933 com projeto de Felisberto Ranzini, do Escritório Ramos de Azevedo, tendo como inspiração o Mercado Municipal de Berlim, em estilo neoclássico com “pitadas” de gótico. Seus 55 vitrais inspirados na lavoura foram criados pelo artista russo Conrado Sorgenicht Filho. Inicialmente serviu como armazém de munições e pólvora, mas seu propósito era a comercialização de produtos alimentícios no atacado e no varejo. Em 2004, o Mercado foi restaurado e, dois anos mais tarde, ganhou um mezanino onde ocorrem eventos gastronômicos. Um de seus atrativos mais 74 Cidade&Cultura

famosos é o Sanduíche de Mortadela, assim mesmo, escrito em letras maiúsculas, para corresponder ao seu tamanho. Este sanduíche foi criado por funcionários do Bar do Mané em uma brincadeira, na década de 1960, que o lançou e acabou por se tornar marca registrada do Mercadão. Hoje são 290 boxes, 1.500 funcionários e mais de 350 toneladas de alimentos movimentados diariamente. Aberto de segunda a sábado das 6h às 18h, domingos e feriados das 6h às 16h. Para compras no atacado, de segunda a sábado das 22h às 6h. Onde: Rua da Cantareira, 306 – Centro. FOTOS ALF RIBEIRO

A CIDADE DE SÃO PAULO É EXTRAORDINÁRIA NO QUE DIZ RESPEITO A OPÇÕES DE COMPRA DE INGREDIENTES para a boa mesa. Aqui estão concentrados centros de venda de produtos oriundos do Brasil inteiro e também de praticamente o mundo todo. Como cidade cosmopolita que é, muitos imigrantes abriram estabelecimentos onde pudessem vender mercadorias vindas de sua terra natal. Portanto, não há melhor lugar na América do Sul para fazer um tour e experimentar os componentes mágicos da gastronomia nacional e internacional.


CEAGESP

Zona Cerealista Para os chefs e amantes de bons ingredientes, a Zona Cerealista é o endereço certo para encontrar uma ampla diversidade de matérias-primas para o preparo de excelentes pratos, além de preços competitivos e até mesmo baratos em comparação com outros centros. Antes, a venda no atacado era a principal modalidade de comércio; agora, armazéns e lojas reformaram seus espaços e a venda a varejo tomou a mesma proporção. A modernidade chegou e, com isso, estacionamentos e entregas em domicílio fazem parte dessa nova concepção de vendas. A variedade dos produtos impressiona: são queijos, vinhos, chocolates, produtos orgânicos e muitos itens veganos. Onde: ponto central da Zona Cerealista, Rua Santa Rosa – Brás.

A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, vinculada ao Ministério da Agricultura, também chamada de Ceasa, é a maior central da América Latina e atua com dois serviços: armazenagem e entrepostagem. Essas atividades abrem maior possibilidade de venda de hortifrutis oriundos de todo o país, em uma estrutura gigantesca, para que produtores rurais, cooperativas, importadores, exportadores e agroindústrias tenham um centro distribuidor de seus produtos. Diariamente passam pela Ceasa mais de cinquenta mil pessoas e ali podemos encontrar de tudo, de flores a pescados. Um mar de produtos frescos, diretamente dos produtores, oferecidos numa área de 271 mil m². Aberto diariamente das 6h às 20h. Onde: Avenida Doutor Gastão Vidigal, 1.946 – Vila Leopoldina.

Mercado Municipal Rinaldo Rivetti – Mercadão da Lapa Inaugurado em 1954, seus 160 boxes eram quase todos ocupados por imigrantes italianos que ofereciam produtos como vinhos, bacalhau e azeites vindos da Europa e vendidos a seus compatriotas. São quase cinco mil m² de área construída. O local recebeu esse nome em 1982, em homenagem ao sr. Rivetti, um dos primeiros proprietários de boxe do Mercado e também como homenagem por seu empenho nas causas sociais da região. Aberto de segunda a sexta das 8h às 19h e aos sábados e domingos das 8h às 18h. Onde: Rua Herbart, 47 – Lapa. São Paulo 75


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Aromas&Sabores

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1 - A Queijaria - Primeira loja do Brasil especializada em queijos artesanais 100% nacionais como o maravilhoso Canastra Real e o de ovelha com vaca chamado Mameluco. Onde: Rua Aspicuelta, 35 – Pinheiros. 2 - Feira do Produtor Orgânico do Parque da Água Branca – Hortifrútis, mel, pães, plantas medicinais, geleias e cogumelos. Funciona as terças, sábados e domingos das 7h às 12h, e a feira noturna as terças das 16h às 20h. Onde: Avenida Francisco Matarazzo, 455 – Água Branca. 3 - Feira Livre do Pacaembu – Tradicional feira, aproveite para saborear um delicioso pastel na barraca do Pastel da Maria, considerado um dos melhores da cidade. Onde: Praça Charles Miller, s/n – Pacaembu. 4 - Casa Godinho – Empório tradicional da cidade onde podemos encontrar vários tipos de bacalhau. Sua empada premiada é um dos pontos altos do local. Aberta de segunda a sexta das 7h às 19h. Onde: Rua Líbero Badaró, 340 - Centro. 5 - Casa Santa Luzia – Desde 1926, a Casa Santa Luzia conta com adega, bonbonnière, chás e cafés, entre outros produtos requintados, especialmente escolhidos para uma boa mesa. Onde: Alameda Lorena, 1.471 – Jardim Paulista. 6 - Mercado Municipal de Pinheiros – Desde 1910, era conhecido como mercado dos caipiras, e hoje possui 4 mil m² de área com 39 boxes. Onde: Rua Pedro Cristi, 89 – Pinheiros.



Gastronomia

Os Centenários QUEM CONHECE SÃO PAULO POR SUA GASTRONOMIA TÃO VARIADA, onde são servidos pratos de praticamente todos os países do mundo, não imagina que, no início, ter uma casa prestando esse serviço era apenas uma função gerida por uma espécie de funcionário público. A primeira casa de vender “coisas de comer e beber” na Vila de São Paulo de Piratininga surgiu em 1599. A Câmara Municipal decidiu que era necessário haver um local desse gênero para poder servir aos forasteiros e, depois de um juramento público, Marcos Lopes aceitou a função de cuidar do que podemos chamar de “bodega” ou “taberna”. Eram servidas farinhas, carnes, sopa de cobra e assado de lagarto. Em 1603, a cigana Francisca Rodrigues também enveredou por esse ramo. A alimentação dos paulistanos era a mesma dos índios: canjica, angu, mandioca, peixe e carne. Realmente houve 78 Cidade&Cultura

(1888) Empório Casa Godinho Declarada Patrimônio Cultural Imaterial da cidade, a Casa Godinho é um remanescente do comércio típico do século XIX. Fundada em 1888, pelo português José Maria Godinho, este empório foi frequentado por grandes personagens históricos. Bacalhau da Noruega, frios, frutas secas, temperos a granel etc. compõem seus estoques. Onde: Rua Líbero Badaró, 340 – Centro.

uma imensa evolução. Das primeiras “casas de comer e beber” aos estrelados restaurantes, muita história aconteceu e muitos “forasteiros” chegaram e ficaram para agregar novos ingredientes, novos sabores. Da simples farinha aos melhores pratos internacionais, São Paulo se tornou uma das capitais mundiais da gastronomia.


(1913) Padaria São Domingos Domênico Albanese trouxe da Calábria a receita do pão italiano e começou a confeccioná-lo aqui. O sucesso foi tanto que até hoje podemos saborear as delícias centenárias que são servidas. Onde: Rua São Domingos, 330 – Bela Vista.

(1872) – Padaria Santa Tereza No Centro de São Paulo, a Padaria Santa Tereza resiste ao tempo e à modernidade com seu cardápio tradicional. Entre muitas opções, a canja é um destaque. Seu pão português com pura manteiga também é uma excelente escolha. Onde: Praça Doutor João Mendes, 150 – Centro. (1896) – Paneteria Italianinha Padaria fundada pela família italiana Franciulli, oriunda da cidade de Lucca. Inicialmente, entregavam os pães em carroças e a domicílio, e assim conquistaram uma forte clientela. Onde: Rua Rui Barbosa, 121 – Bixiga. (1897) – Padaria 14 de Julho Rafael Franciulli, mecânico italiano chegou ao Brasil para montar uma oficina, porém seus pães fizeram tanto sucesso que ele cedeu e até hoje sua padaria funciona como uma das melhores da cidade. Onde: Rua 14 de Julho, 92 – Bixiga. (1907) – Cantina Capuano Francisco Capuano, fundador da cantina, lembra que batia em uma barra de ferro para avisar os clientes que estava na hora de fechar. Seu interior preserva a tradição de uma típica cantina italiana, com paredes revestidas em madeira, muitas fitas com as cores da Itália e garrafas penduradas. Onde: Rua Conselheiro Carrão, 416 – Bela Vista.

(1881) Carlino Ristorante O restaurante em funcionamento mais antigo da cidade foi fundado por Carlo Cecchini. Sua especialidade é a cozinha mediterrânea. Entradas excepcionais e pratos principais fantásticos! Seu lema – “Tradição e Simpatia” – atrai os bons de garfo que se deliciam e voltam sempre. Onde: Rua Epitácio Pessoa, 85 – Vila Buarque.

(1910) – Sorveteria Alaska Tradicionalíssima sorveteria, ainda conserva em latas sorvetes de muitos sabores. Deliciosos e caseiros, experimente o Cassata. Onde: Rua Doutor Rafael de Barros, 70 – Paraíso. (1914) – Basilicata Felipe Bonzio, da região da Basilicata, fixou-se em São Paulo com sua receita de pão, típica de sua cidade natal. Onde: Rua 13 de Maio, 614 – Bela Vista. (1914) – Rei do Filet Com 16 tipos de pratos à base de filet mignon, com temperos e cortes especiais, foi aqui que Adoniran Barbosa compôs a música “Trem das Onze”. Onde: Praça Júlio Mesquita, 175 – Santa Ifigênia.

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Gastronomia americana

Cauda de Cavaquinha grelhada na parilla com risoto de açafrão e aspargos frescos

FELIPE GARCHET

Pobre Juan Cortes nobres de carnes, preparados na tradicional parrilla (grelha criada por argentinos e uruguaios), onde a carne é gradualmente assada apenas pela brasa, você saboreia no Pobre Juan. O ambiente em estilo rústico foi projetado pelos arquitetos Walter Gola e Washington Fiuza. A cozinha é comandada pela fantástica chef Priscila Deus. Reservas: (11) 3845-4965. Onde: Rua Comendador Miguel Calfat, 525 – Itaim Bibi.

Universo Gastronômico PREPARE-SE PARA UMA VERDADEIRA VIAGEM AO REDOR DO MUNDO POR MEIO DA GASTRONOMIA dos mais diferentes países, de todos os continentes. Falar da cidade de São Paulo é falar da imensa quantidade de restaurantes temáticos e sua culinária internacional. A dica é deixar costumes e concepções para trás e se permitir novos sabores, novas experiências, vivenciar cada prato sem restrição!

Arepa com panceta

Sabores de Mi Tierra Neste restaurante, a gastronomia colombiana é o destaque. Magdalena Torres, de Chaparral, Colômbia, é a responsável pelo preparo de delícias como as arepas recheadas com diversas opções e os maravilhosos patacones. Reservas: (11) 3083-3114. Onde: Rua Lisboa, 971 – Pinheiros.

Taco de Ceviche sobre mini romana

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La Central No charmoso e histórico edifício Copan, o restaurante e taqueria La Central oferece gastronomia oriunda da Cidade do México. A comida é cuidadosamente preparada e ao mesmo tempo servida de maneira casual de acordo com a proposta relaxada de pratos como os tacos, tostadas e quesadillas. Reservas: (11) 3214-5360. Onde: Avenida Ipiranga, 200 – Centro.


Corrientes 348 Menu de carnes nobres de prestigiadas regiões produtoras de raças britânicas em cortes ao estilo portenho: altos, macios e suculentos, acompanhados de excelente carta de vinhos em um ambiente agradável com muita madeira, vegetação e luz natural. Reservas: (11) 3849-0348. Onde: Rua Comendador Miguel Calfat, 348 – Vila Olímpia.

Peixe marinado no leche de tigre peruano

Asado de Tira

La Mar A franquia do chef Gastón Acurio brindou a cidade de São Paulo com sua gastronomia peruana, em que o ceviche é a estrela que mais brilha. Mas o chupe, sopa de camarão, é outra maravilha que devemos conhecer. Reservas: (11) 3073-1213. Onde: Rua Tabapuã, 1.410 – Itaim Bibi.

Black Angus Main Filet Mignon com Truffle-Poached Lobster

Fleming’s O restaurante americano Fleming’s é um dos maiores especialistas em steaks, temperados com sal grosso e pimenta moída, grelhados a 870 °C! Diferente, harmonioso, serve pratos suculentos. Não podemos deixar de citar a carta de vinhos com cem rótulos premiados e selecionados. Reservas: (11) 3037-7347. Onde: Avenida Cidade Jardim, 318 – Jardim Paulistano.

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Gastronomia europeia

Pierogi (pastéis de massa leve recheados de creme de batata)

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Maria Escaleira Aberto em 2012, é o primeiro restaurante polonês de São Paulo. Seus pratos são típicos do leste europeu como Goulash Húngaro. Porém, a grande pedida é o Pierogi, pastéis tradicionais da Polônia. Há também uma grande carta de vodkas com destaque para a Nalewka que é uma bebida de infusão de frutas em vodka sem açúcar. Reservas: (11) 2364-9913. Onde: Rua Mourato Coelho, 53 Pinheiros.

La Casserole Típico bistrô francês, o La Casserole, inaugurado em 1954, mantém a decoração com flores naturais que recriam a atmosfera parisiense. O estabelecimento, que antes era comandado por Roger e Fortunée Henry, hoje Marie e Leo, da terceira geração, une novas tendências a pratos tradicionais. Reservas: (11) 3331-6283. Onde: Largo do Arouche, 346 – República.

Filet au Poivre à la crème

La Alhambra

Paella

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Restaurante de cozinha espanhola e mediterrânea, se destaca por sua paella e pratos com frutos do mar. O chef malaguenho José Luís Almansa Esquetino dá o tom em sua cozinha e apresenta prato elaborados com os melhores ingredientes e apresentações incríveis. Outro ponto forte é a receita de bacalhau de origem basca. Reservas: (11) 5549-5744. Onde: Rua Professor Macedo Soares, 11 Vila Mariana.


Bar do Alemão O Bar do Alemão (inicialmente Padaria e Confeitaria Alemã) vem de Itu onde foi fundado em 1902, pelos alemães Adolf Steiner e seu filho Max. O sucesso veio do Bife Steiner, servido aos amigos após o expediente. Hoje, todos os pratos são conhecidíssimos e saboreados por uma clientela muito fiel. Reservas: (11) 5052-8333. Onde: Avenida Juriti, 651 – Moema.

Filé à Parmegiana

JOEL GONZALEZ

Famiglia Mancini

Perna de cabrito ao forno

Ícone da gastronomia italiana na capital paulista, o Restaurante Famiglia Mancini é ponto concorridíssimo de quem aprecia a arte de comer bem. A casa oferece um rico cardápio repleto de massas caseiras e molhos inigualáveis, além de uma grande variedade de carnes, aves, peixes e frutos do mar. Outros destaques são os antepastos, no total, são mais de 100 tipos, todos importados e acomodados em ambiente próprio para que o cliente sirva-se à vontade. Reservas: (11) 3256-4320. Onde: Rua Avanhandava, 81 – Bela Vista.

Camden House Este gastropub, sob a batuta de Elisa Hill, é o primeiro do gênero em São Paulo. Com influência do bairro londrino de Camden, a gastronomia inglesa/contemporânea é perfeitamente representada em pratos como o Fish and Chips. Reservas: (11) 2369-0488. Onde: Rua Manuel Guedes, 243 – Itaim.

Fish and Chips

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Gastronomia asiática

Vegetable Samosa (pastéis fritos)

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Tandoor Tandoor é o forno de barro típico do noroeste da Índia. Então, a proposta deste restaurante é trazer a comida típica indiana, com seus temperos e ervas tradicionais. Enquanto os espetos ficam no meio do forno, os pães são assados internamente. Uma delícia diferente e saborosa. Reservas: (11) 3885-9470. Onde: Rua Doutor Rafael de Barros, 408 – Paraíso.

Jam Criado com o objetivo de ser muito mais do que um simples restaurante japonês, como fica claro no seu próprio nome - "JAM" é a sigla para "Japanese food, Arts & Music", a base do tripé conceitual em cima do qual o restaurante se apoia para oferecer uma experiência que vai muito além da gastronomia japonesa, incorporando arte e música que encantam e alimentam até a alma. No cardápio é possível provar tanto pratos tradicionais da cozinha japonesa, quanto as mais elaboradas e exóticas criações do chef Ichiban, Alexandre Tanamate, que confere seu toque especial no comando do sushibar. Reservas: (11) 3473-3273. Onde: Rua Lopes Neto, 308 – Itaim.

Polvo grelhado

Shake Hara - sashimi de barriga de salmão com palha de bata doce

Tian A comida asiática está muito bem representada no Tian. Com cardápio contemporâneo e sofisticado, os chefs Mariana Pipatpan, Cyro Sá e Fernando Souza preparam pratos tailandeses, japoneses, chineses, filipinos, vietnamitas e coreanos. Imperdível! Reservas: (11) 2389-9399. Onde: Rua Manuel Guedes, 499 – Itaim Bibi.

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Komah Excelentes pratos típicos coreanos, executados pelo chef Paulo Shin, descendente de coreanos, que quis resgatar suas origens dentro da gastronomia. Ambiente moderno e acolhedor. Reservas: (11) 3569-7956. Onde: Rua Cônego Vicente Miguel Marino, 378 – Barra Funda.

Yukhoe - steak tartare coreano

Arabia

Quibe cru

Da gastronomia das montanhas do Líbano à tradicional cozinha árabe, este restaurante é perfeito para quem gosta de saborear essa culinária. Fatuch, babaganuch, michui, entre outros irão satisfazer qualquer um que seja “bom de garfo”. Reservas: (11) 3061-2203. Onde: Rua Haddock Lobo, 1.397 – Jardins.

Ton Hoi Este restaurante chinês oferece pratos típicos, como Rolinho Primavera, e o saboroso pão no vapor. Sua comida é bem temperada e pouco gordurosa. Sua apresentação é bem feita e de clara elegância. Reservas: (11) 3721-3268. Onde: Avenida Professor Francisco Morato, 1.484 – Butantã.

Peito de pato cozido com legumes

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Gastronomia

MÁRCIO MASULINO

brasileira

Pizza

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Entre hebreus e egípcios, há seis mil anos, a massa feita de farinha e água, chamada “Pão de Abrahão” era o que podemos considerar o primórdio do prato mais famoso e consumido na cidade de São Paulo: a pizza!

Esse “pão” chegou à Itália por meio dos Cruzados que aportavam em Nápoles. Daí para frente, ingredientes foram acrescidos, incrementados e aprovados por todos. O primeiro pizzaiolo de que se tem notícia chamava-se Raffaele Espósito. Foi ele quem criou a pizza Marguerita, em homenagem à Rainha Margherita, colocando as cores da bandeira da Itália, com manjericão (verde), muçarela (branco) e tomate (vermelho). Com a vinda dos italianos ao Brasil, o bairro do Brás se tornou o precursor na venda das pizzas. A partir da década de 1950, a iguaria se espalhou por toda a cidade e a transformou na capital mundial da pizza, superando em muito o consumo em seu país de origem. Seria injusto citar as melhores, porque todas são boas, cada uma ao seu estilo e inspiração das diversas regiões italianas.

Empório Nordestino Este restaurante serve pratos típicos do sertão nordestino e está abrigado em um casarão do século XIX. Picanha de sol na brasa, Baião de dois, Cabrito assado na brasa e Escondidinho de carne seca, são algumas das delícias da casa. Reservas: (11) 3931-3101. Onde: Largo da Matriz Nossa Senhora do Ó, 144 – Freguesia do Ó.

Paraibana contra filé assado com manteiga de garrafa e queijo coalho

Família Mineira Costelinha com quiabo, leitão à pururuca, tutu à mineira, bolinhos de mandioca com carne seca e uma carta de cachaças imensa e de qualidade. Tudo isto e muito mais é servido no Família Mineira, um delicioso restaurante que se mantem fiel às receitas da tradicional culinária mineira. Reservas: (11) 3078-6254. Onde: Rua Manoel Guedes, 436 – Itaim.

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Leitão à Pururuca


JANAÍNA RUEDA

#VEMPROCENTRO VISITE TAMBÉM A CASA DO PORCO

O Bar da Dona Onça, localizado aos pés do ilustre Edifício Copan, mantém hoje um lugar especial no coração dos paulistanos. Quando abriu as portas em 2008, o centro de São Paulo era um lugar bem diferente e a receptividade dos paulistanos em relação ao centro também era. Visto como um lugar pouco valorizado, eram poucas as pessoas que se aventuravam em atuar em favor do centro, principalmente com o intuito de transformá-lo em polo gastronômico da cidade. O Bar da Dona Onça chegou justamente para revigorar a curiosidade do paulistano pela própria cidade, trabalhando pela revitalização do centro e expandindo a potencialidade da Alta Gastronomia paulistana fora do triângulo Itaim-JardinsPinheiros. O centro de São Paulo deve ser respeitado, cuidado e revigorado, também pela gastronomia, e o Bar da Dona Onça está aí para fazer a diferença, recebendo clientes do Brasil inteiro e de fora, incentivando o turismo gastronômico para esta região da cidade. Por trás dos 9 anos de sucesso da casa, está a figura ilustre de Janaina Rueda, que, entre outros projetos, reformulou a merenda da rede estadual e ajudou o marido Jefferson Rueda a abrir, também no centro e a poucos passos do Edifício Copan, a Casa do Porco Bar, em 2015.

VIRE A PÁGINA COMIDA TÍPICA PAULISTANA, CLÁSSICOS REVISITADOS DA COMIDA BRASILEIRA E ESPECIALIDADES ITALIANAS

Instagram/bardadonaonca

Av. Ipiranga 200 – República Telefone: (11) 3257-2016


Gastronomia brasileira

Amadeus

Costeleta de cordeiro

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RICARDO DANGELO

Especializado em peixes e frutos do mar, o Amadeus mescla receitas clássicas com outras mais autorais. Ingredientes sempre frescos são a marca da casa, a exemplo da Sinfonia de Camarões que trabalha o crustáceo em cinco diferentes receitas. Reservas: (11) 3061-2859. Onde: Rua Haddock Lobo, 807 – Cerqueira César.

Fogo de Chão

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Tradicional rodízio de carnes na melhor tradição gaúcha, com cortes de preferência nacional e um bufê de saladas muito variado e saboroso. Reservas: (11) 5505-0791. Onde: Avenida dos Bandeirantes, 538 - Vila Olimpia

Vinagrete de Melancia e Bacon

Amazônia Decorado graciosamente com objetos oriundos da Região Norte Brasileira, traz um universo novo, uma redescoberta de nosso próprio país como suco de Taperebá ou mesmo o Tacacá. Outra boa pedida é peixe com pasta de banana. Diferente entre iguais! Reservas: (11) 3142-9264. Onde: Rua Rui Barbosa, 206 – Bela Vista.

Badaró Desde 1998, o Badaró é um espelho daquela tradição paulistana que movimentava os almoços do velho centro da cidade. Daí veio a originalidade do nome, “Badaró”, que remete a uma rua histórica do centro. Costumava-se ir ao centro da cidade para comer pratos como: Virado à Paulista, pastéis com arroz e feijão, Filé à Cavalo e também Picadinho à Brasileira. O Badaró traz para esses dois importantes centros comerciais, um pouco dessa alma da cozinha paulistana, mas com detalhada interpretação, com todos os necessários toques da moderna cultura gastronômica. Reservas: (11) 5181-8076. Onde: Shopping Morumbi. 88 Cidade&Cultura

BETTINA FIUZA

Tabacá - Tucupi, goma de tapioca, jambu e camarões secos

Virado à Paulista


UM PARAÍSO PARA OS AMANTES DA CARNE DE PORCO EM SUAS MAIS DIVERSAS FORMAS. Porco San Zé

Assim como o Bar da Dona Onça, A Casa do Porco Bar se destaca pela localização. Situada na Rua Araújo, A Casa do Porco se integra perfeitamente com a atmosfera rebelde, criativa e crua do centro de São Paulo. E foi essa mesma a ideia do renomado Chef Jefferson Rueda quando construiu seu restaurante: deixar o lado de fora como representação geográfica do estabelecimento e trabalhar o interior com cuidado aos detalhes, de maneira divertida e irreverente. O menu foi criado com o intuito de mostrar de maneira altamente

profissional a versatilidade da carne de porco, com pratos arrojados baseados em receitas de diversas culturas, como o sushi de papada de porco com tucupi preto e o lámen de porco. Caipira por natureza e cozinheiro por paixão e formação, o Chef Jefferson trabalha com ingredientes locais de sua cidade natal, São José do Rio Pardo, e já se estabeleceu no coração (e no paladar) dos paulistanos que lotam o restaurante diariamente. O foco é revitalizar o centro de São Paulo e fazer com que as pessoas o conheçam e se interessem por ele. Afinal de contas, o restaurante recebe visitantes do Brasil inteiro e de fora que, ao conhecerem A Casa do Porco, acabam por vivenciar o centro da cidade com descontração e tranquilidade, como no Bar da Dona Onça.

#VEMPROCENTRO VISITE TAMBÉM O BAR DA DONA ONÇA VOLTE A PÁGINA Jefferson e Janaina Rueda RUA ARAÚJO, 124, CENTRO TELEFONE 11 3258 2578 DO MEIO-DIA À MEIA-NOITE, ABERTO TODO SANTO DIA, MENOS DOMINGO À NOITE. ACEITAMOS TODOS OS CARTÕES E DINHEIRO.

Instagram/acasadoporcobar


Parques

Momentos de

inspiração e lazer

QUEM PENSA QUE SÃO PAULO ESTÁ RESTRITA A PAREDÕES DE CONCRETO ENGANA-SE REDONDAMENTE. Nesta cidade existem grandes bolsões de verde que dão um alívio ao dia a dia corrido, típico das grandes cidades. E, como não poderia ser diferente, todas essas áreas são grandes e majestosas, espalhadas pelos quatro cantos da cidade. Parque Ibirapuera Mais do que um parque, o Ibirapuera parece uma cidadela cultural, ambiental, esportiva e turística. Com infraestrutura invejável, proporciona uma gama enorme de opções de lazer para os que o visitam. Inaugurado em 1954, como parte das comemorações do IV Centenário de São Paulo, em uma área de 158 hectares, foi projetado por Oscar Niemeyer, Ulhôa Cavalcanti, Ze52 Cidade&Cultura


RUBENS CHIRI FOTOS ALF RIBEIRO

non Lotufo, Eduardo Kneese de Mello, Ícaro de Castro Mello e o paisagista Augusto Teixeira Mendes. Segundo consta, essa área era habitada por índios que a denominaram “Ibirapuera” que, em tupi, significa local alagadiço e de árvores podres. Por isso, os cuidados com a cobertura vegetal era um ponto crucial para o sucesso do Parque. Hoje, entre gramados, estão um eucaliptal, bambus-chineses, jaqueiras, pés de carvalho-brasileiro e tâmaras-das-canárias, além de muitas árvores nativas, como pau-brasil, ipê-roxo, pau-ferro, entre outras. A fauna local, ao todo com 218 espécies, também é rica: são 35 espécies de borboletas; 156 de aves, como colhereiro, joão-de-barro, cabeça-seca, papagaio, periquito e sabiá; dez espécies de peixes; oito de répteis, como cágados, tigres-d’água; alguns anfíbios; e mamíferos como gambás, morcegos e gambás-de-orelha-preta.

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FOTOS ALF RIBEIRO

Parques

RUBENS CHIRI

Para ver e interagir: Escola Municipal de Jardinagem; Viveiro “Manequinho Lopes”, que recebeu esse nome em homenagem ao sr. Maneco que, na área alagadiça, plantou eucaliptos e com isso mostrou que aqui poderia, sim, ser um local ideal para um parque; Herbário Municipal, com acervo de 12 mil espécies de plantas prensadas, secas e identificadas; Universidade Aberta de Meio Ambiente, Cultura de Paz – UMAPAZ; Planetário “Professor Aristóteles Orsini”, o primeiro planetário brasileiro; Escola Municipal de Astrofísica; Divisão de Fauna; Auditório Ibirapuera, inaugurado em 2005, mas projetado ainda em 1950 por Oscar Niemeyer; Bosque da Leitura; Fundação Bienal, que recebe um dos maiores eventos de arte da América Latina; Museu Afro Brasil; Museu de Arte Moderna; Oca – Pavilhão “Lucas Nogueira Garcez”, que antes abrigava o Museu da Aeronáutica de São Paulo e hoje sedia exposições de arte, e recebeu esse nome em homenagem ao prefeito que deu início às obras do Parque; Pavilhão das Culturas Brasileiras; Pavilhão Japonês, que nos remete ao Palácio Katsura, em Quioto; ciclovias, quadras poliesportivas; aparelhos de ginástica; lanchonetes; três lagos; e campos de futebol. Aberto diariamente das 5h às 0h00. Onde: Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n para portões 2,3 e 10; Avenida IV Centenário, s/n para portões 6 e7; e Avenida República do Líbano, s/n para portão 7 – Ibirapuera.

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Parque Alberto Löfgren – Horto Florestal

KEN CHU EXPRESSÃO STÚDIO

RUBENS CHIRI

O naturalista sueco Alberto Löfgren criou, em 1896, o Horto Florestal da cidade de São Paulo, reunindo uma coleção de espécies nativas e exóticas, como o pau-brasil e o pinheiro-do-brejo, respectivamente. Muitos lagos, bicas e alamedas compõem o pitoresco parque. Aqui, é possível avistar jacus, bugios, maritacas, entre outros animais silvestres. Com excelente infraestrutura para os visitantes passarem o dia, abriga o Museu Florestal “Octávio Vecchi”, o Palácio de Verão do Governador e o Núcleo de Educação Ambiental, com trilhas interpretativas, oficinas, estudo do meio, entre outras atividades. Aberto diariamente das 6h às 18h. Onde: Rua do Horto, 931 – Parque Estadual da Serra da Cantareira.

Parque Estadual das Fontes do Ipiranga – Jardim Botânico Nas nascentes do Riacho Ipiranga, em 1893, teve início um movimento de desapropriação de sítios e chácaras para a preservação dos mananciais e da floresta nativa. Em 1928, o naturalista Frederico Carlos Hoehne elaborou o Jardim Botânico e, em seguida foi criado o Instituto Botânico, inaugurado em 1938, constituindo um importante centro de estudos sobre a flora e sua preservação. Aberto de terça a domingo das 9h às 17h. Onde: Avenida Miguel Estéfano, 3.031 – Água Funda. KEN CHU - EXPRESSÃO STUDIO

Parque Ecológico do Tietê Em uma área de 14 milhões m², o Parque Ecológico do Tietê foi inaugurado em 1982. Abriga trilhas, um conjunto aquático, Centro de Educação Ambiental. Museu do Tietê e o Centro de Recuperação de Animais Silvestres. Além de sua importância ambiental do Estado, serve como bacia de acumulação de água para evitar enchentes na Marginal Tietê. Aberto das 8h às 17h. Onde: Rua Guirá Acangatara, 70 – Engenheiro Goulart.

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FOTOS ALF RIBEIRO

MIGUEL SCHINCARIOL

Parques

Parque do Carmo Olavo Egydio Setúba Parque do Jaraguá Administrado pela Fundação Florestal, engloba cinco mil hectares de vegetação da Mata Atlântica com atrativos ambientais e trilhas para a prática de esportes, como: do Silêncio, adaptada para cadeirantes e com o “Espaço Conviver” destinado à Educação Ambiental; do Pai Zé que leva ao Pico do Papagaio com 1.127 metros de altitude que passa pelo “Vale dos Palmitos”; da Bica com nascentes e córregos de águas límpidas; e do Lago de nível fácil de execução, um excelente local para iniciar a criançada no trekking. A região foi transformada em Parque Estadual em 1961. Onde: Rua Antônio Cardoso Nogueira, 539 – Jaraguá. 56 Cidade&Cultura

A área deste parque abrange o que antigamente foi uma fazenda do empresário Oscar Americano de Caldas Filho, cuja sede em estilo colonial está preservada. São 1,5 milhão m² onde podemos observar a Mata Atlântica, trechos de mata ciliar, cafezal e viveiros de mudas. Outros interessantes atrativos são o bosque de cerejeiras-de-okinawa, o Planetário e o Bosque da Leitura. Sua infraestrutura é ótima para um dia inteiro de lazer. A fauna e a flora são variadas, abrigando 135 espécies vegetais e animais, com mamíferos, anfíbios e répteis. Aberto diariamente das 5h30 às 20h. Onde: Avenida Afonso de Sampaio e Sousa, 951 – Itaquera.


Parque da Aclimação Em uma área de 112 mil m², o Parque da Aclimação foi, no início do século XX, um local para criação de gado leiteiro aonde os moradores iam a lazer. Em 1983, os moradores da região fizeram um movimento para oficializar a área e torná-la um parque, o que conseguiram em 1986. Para ver e interagir: além dos aparelhamentos comuns de esporte e lazer, conta com a Biblioteca Temática de Meio Ambiente “Raul Bopp”; três esculturas de Arcângelo Ianelli: “Dança Brancos”, “O Retorno” e “Forma Corrompida”; nove espécies de borboletas; seis espécies de peixes; três espécies de anfíbios: a rã-touro, a rã-cachorro e o sapo-cururu; 65 de aves, como irerê, martim-pescador, biguá, periquito-rico e joão-de-barro; e eucaliptal, além de pés de amoreira, guanandi-do-litoral, leiteira-de-espinho, magnólia-branca, pinheiro-de-norfolk, copaíba, pau-brasil e pinheiro-do-paraná. Aberto diariamente das 6h às 20h. Onde: Rua Muniz de Souza, 1.119 – Aclimação.

Parque Dr. Fernando Costa – Parque da Água Branca De 1904 a 1911, na área onde hoje está o Parque da Água Branca, funcionava a Escola Prática de Pomologia e Horticultura. Em 1928, Júlio Prestes construiu a sede da Diretoria de Indústria Animal, que compreendia o Posto Zootécnico de Exposições de Animais. O Parque foi criado em 1929 pelo secretário de Agricultura, dr. Fernando Costa. Tombado em 1996 pelo Condephaat, possui 137 mil m² e suas construções foram projetadas por Mário Whately em estilo normando, com vitrais art déco desenhados por Antônio Gomide, em 1935. Aberto diariamente das 6h às 22h. Onde: Avenida Francisco Matarazzo, 455 – Barra Funda.

Parque Villa-Lobos Hoje podemos desfrutar de momentos de lazer, mas o local em que o Parque Villa-Lobos foi construído servia originalmente como depósito de lixo da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (CEAGESP). Em 1989, 732 mil m² dessa área foram destinados para a construção de um centro de lazer, cultura e esporte. Foram plantadas cerca de 30 mil mudas de árvores, entre elas 1.200 ipês. Aberto diariamente das 5h30 às 19h. Onde: Avenida Professor Fonseca Rodrigues, 1.025 – Pinheiros. São Paulo 57


Meio Ambiente

Verde que te quero

verde

APESAR DE TODA A CONCENTRAÇÃO HUMANA, DE TANTAS EDIFICAÇÕES, AVENIDAS, TRÂNSITO E AGITAÇÃO, São Paulo tem ao seu redor grandes áreas verdes preservadas que constituem uma riqueza ambiental, valorizada por órgãos nacionais e internacionais. Vale dizer que todo o sistema de proteção 96 Cidade&Cultura

dessas áreas é frágil, sem conscientização pública e a devida fiscalização, pois, como um imã, esta cidade atrai todos os anos um incontável contingente de pessoas vindas do mundo inteiro que, como um agravo, ameaçam essas zonas verdes com a especulação imobiliária e invasões ilegais.


de São Paulo. São elas o Parque Estadual Albert Löefgren, o Parque Estadual da Cantareira, o Parque do Jaraguá, a Reserva Florestal do Morro Grande, o Parque Estadual do Jurupará, o Parque Estadual da Serra do Mar e a Estação Ecológica de Itapeti, além de Zonas Tampão, como as Áreas de Proteção de Mananciais, o Parque Nascente do Rio Tietê, a Área Tombada da Serra do Japi, e inúmeras outras APAs – Áreas de Proteção Ambiental.

Serra da Cantareira Um dos grandes respiradouros de São Paulo, esta serra está inserida na capital e nos municípios de Caieiras, Guarulhos e Mairiporã. São quase 8 mil hectares de Área de Proteção Ambiental. A Cantareira foi peça-chave na captação de água para São Paulo, já no século XIX. Para a construção do reservatório no Rio da Pedra Branca, foi construída a linha férrea Tramway Cantareira, também conhecida como Trenzinho da Cantareira, tema da canção “Trem das Onze”, de Adoniran Barbosa. Contém muitos mananciais e nascentes, como a do córrego Cabuçu de Baixo. Sua topografia inclui montanhas, como o Pico do Jaraguá, com 1.135 metros de altitude.

Áreas de Proteção Ambiental

FOTOS JOSÉ CORDEIRO

Represa Billings

Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo A Unesco instituiu a Reserva da Biosfera que abriga áreas de relevante valor ambiental para o globo e, consequentemente, para a humanidade. Criada em 1994 e certificada pela Unesco, a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo, que faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, possui uma área de 1.610.710 hectares e abrange 73 municípios, contemplando os biomas Mata Atlântica e Cerrado. É composta de Unidades de Conservação Estaduais, em sua maioria administradas pelo Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente do Estado

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Municipal Bororé-Colônia Mananciais Billings e Guarapiranga Capivari-Monos Estadual Parque e Fazenda do Carmo

Parques Naturais Municipais Bororé, Varginha, Itaim, Jaceguava, Itaim, Fazenda do Carmo e Bororé

Parque Cantareira

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Meio Ambiente Hidrografia

Rio Tietê A nascente do rio Tietê está no município de Salesópolis e deságua no rio Paraná. Tem 1.136 km de extensão e possui em média sete metros de profundidade com cem metros de largura. Sua importância histórica reflete o início da colonização brasileira, como vimos na história de São Paulo. Até 1940, este rio serviu de “praia” do interior, com banhistas e clubes náuticos. Com a intensa urbanização das margens do Tietê, mesmo no período colonial, o rio se transformou em um esgoto a céu aberto e, na década de 1970, seu índice de oxigenação chegou a 0%. Porém, ações estão sendo empreendidas desde 1995 para recuperar o Tietê, pois ele forma uma grande hidrovia que se integra à bacia do Rio da Prata.

Rio Pinheiros Um dos principais rios da cidade de São Paulo, o rio Pinheiros é formado pelos rios Guarapiranga e Grande (Jurubatuba). Possui 25 km de extensão e deságua no rio Tietê. É margeado pela via expressa Professor Simão Faiguenboin, conhecida como Marginal Pinheiros, inaugurada em 1970. O rio recebeu esse nome dos jesuítas, em 1560, pela quantidade de pinheiros-do-brasil na região, e também em função do aldeamento indígena de mesmo nome. Suas margens foram ocupadas 98 Cidade&Cultura

paulatinamente, e o bandeirante Fernão Dias foi um dos proprietários de terras, assim como havia o Forte Emboaçava. Com o início do movimento imigratório europeu e asiático, italianos e japoneses instalaram-se em suas margens, além de clubes náuticos e estações de energia. Na década de 1950, o Pinheiros foi canalizado e direcionado para a Represa Billings, com a criação da Usina Hidrelétrica Henry Borden, em Cubatão, mas atualmente isso não acontece mais, e o bombeamento das águas só é permitido em caso de chuvas muito fortes.

Rio Tamanduateí Em tupi, “rio do tamanduá verdadeiro”, o Rio Tamanduateí nasce em Mauá, passa pelas cidades de Santo André, São Caetano e São Paulo, e deságua no Tietê nas imediações do Parque Anhembi. Possui 35 km de extensão e é margeado pela Avenida do Estado. Até o início do século XX, suas águas serviam de via navegável, mas a grande ocupação urbana foi um fato determinante para que este rio, antes curvilíneo, se transformasse em uma reta em 1930. Um fato pitoresco: no meio do rio Tamanduateí havia uma ilha, chamada Ilha dos Amores, que tinha quiosques para petiscos e bebidas: hoje é a Rua 25 de Março.


Represa Guarapiranga Em 1906, a São Paulo Tramway Ligth and Power Co. represou o Rio Guarapiranga (em tupi significa “guará vermelho”) para gerar o fornecimento de energia elétrica para a cidade de São Paulo por meio da Usina Hidrelétrica de Parnaíba. Este rio, junto com o Rio Jurubatuba (Grande), forma o Rio Pinheiros. Em 1928, a represa passa a fornecer água para a cidade e com isso marcou o início do desenvolvimento de bairros da Zona Sul, como Santo Amaro, Interlagos, Veleiros, Riviera Paulista e Rio Bonito. O Parque Guarapiranga, inaugurado em 1999, oferece área de lazer e modalidades esportivas aquáticas.

Represa Billings Em 1923, o engenheiro americano Asa White Kenney Billings projetou a represa que leva seu nome e represou o rio Jurubatuba, ou Rio Grande, e o Rio da Pedras. Dois anos depois, a Light construiu o dique do Rio das Pedras. Em 1949, o projeto foi ampliado, recebendo as águas do Rio Tietê. A represa abrange os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e São Paulo.

Sistema Cantareira

Sistema Produtor Alto Tietê Formada pelos rios Tietê, Claro, Paraitinga, Bitiba-mirim, Jundiaí e Taiaçupeba-mirim e pelo Reservatório Ribeirão do Campo, o Sistema Produtor Alto Tietê – SPAT, distribui água para a Região Metropolitana de São Paulo e para a Zona Leste da Capital. O Parque Ecológico do Tietê foi projetado pelo arquiteto Ruy Otake e criado em 1982. São 14 milhões de m² com áreas de lazer, trilhas, Centro de Educação Ambiental, aparelhagem desportiva, Centro Cultural, Museu do Tietê, dezessete campos de futebol, pedalinhos etc. Aberto de segunda a domingo das 8h às 17h. Onde: Rua Guirá-Acangatara, 70 – Engenheiro Goulart.

FOTOS JOSÉ CORDEIRO

O nome “cantareira” foi dado por tropeiros e viajantes que passavam pela serra e viam ali muitas nascentes e córregos. Já em 1863, estudos para encanar a água foram feitos pelos engenheiros James Brunless, Hooper e Daniel Makison, e chegaram à conclusão de que a obra seria muito cara. Mesmo assim, o projeto foi colocado em prática doze anos depois e criou-se a Companhia

Cantareira e Esgotos. Com materiais ingleses, concluiu-se a primeira fase e, em 1882, chafarizes em diversos pontos da cidade já recebiam água encanada, como os bairros da Luz e da Consolação. Em 1893, o governo do Estado absorveu a companhia e fundou a Repartição de Águas e Esgotos da Capital – RAE. Nesse período foram captadas as águas dos córregos Bispo, Itaguassu, Menino e do ribeirão Cabuçu. Com o rápido aumento demográfico da cidade de São Paulo, em 1966 foram construídas represas que abrigavam as nascentes formadoras da Bacia do Rio Piracicaba, ou seja, os rios Juqueri, Cachoeira e Atibainha; dez anos depois, incluíram o Jaguari e o Jacareí, formando assim o Sistema Cantareira, com seis represas.

Represa Guarapiranga

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Meio Ambiente Ruas e Rios

Onde está o rio que estava aqui?

DIVULGAÇÃO

Por incrível que pareça, a cidade de São Paulo possui, catalogadas, 186 bacias hidrográficas, ou 200 cursos d’água, a maioria deles subterrâneos. Para tanto, a ação do homem foi decisiva; veja alguns exemplos: Na zona oeste, os rios Verde, Água Preta e Pirajussara e os córregos Iguatemi e Antonico; o Saracura nasce perto da Avenida Paulista; no centro, os rios Itororó e Pacaembu; o córrego da Traição, sob a Avenida Bandeirantes; o córrego da Água Espraiada sob a Avenida Roberto Marinho; o rio da Mooca sob a Avenida Anhaia Mello; e o rio Tatuapé sob a Avenida Salim Farah Maluf.

riacho Carandaí, na Rua Caetano Desco; riacho Bento Henriques, em terreno particular na Zona Leste; e riacho Itapeva, em terreno atrás da Arena Corinthians. Para saber mais: www.rioseruas.wordpress.com LUÍZA SIGULEM

Rios subterrâneos e nascentes escondidas

Instituto Harmonia

Nascentes Riacho Saracura Grande, na Rua Rocha; riacho da Aclimação, no Parque da Aclimação; riacho Água Preta, na Praça Homero Silva; riacho das Corujas, na passagem Chico Science, na rua Orós; riacho Iquiririm, no Butantã; 100 Cidade&Cultura

Criado em 2010, pelo arquiteto e urbanista José Bueno e o educador Luiz Campos Jr., o Instituto, com a Iniciativa Rios e Ruas, tem como objetivo o reconhecimento e a exploração das áreas intensamente urbanizadas, redescobrindo a natureza de rios soterrados por ruas e construções de forma a despertar a compreensão sobre o uso do espaço urbano e a criação de vínculos afetivos e de pertencimento com o espaço de vivência.Para saber mais: www.institutoharmoniabrasil.com.br/sustentabilidade


Novembro/2016

A forรงa da histรณria.


Esporte RUBENS CHIRI

Corrida Internacional de São Silvestre

Palco internacional de

esportes e lazer A CIDADE DE SÃO PAULO É UM DOS MAIORES CELEIROS DE ATLETAS DO BRASIL, e possui instalações oficiais apropriadas para todas as práticas de esportes, incluindo os náuticos em suas represas e raias, como a da USP. Além dos esportes considerados tradicionais, aqui temos também muitos locais para os adeptos dos esportes radicais. Então, como podemos perceber, a capital paulista oferece amplas oportunidades para esportistas amadores, profissionais e todos aqueles que amam movimentar o corpo. Opções não irão faltar.

Cásper Líbero, um dos maiores jornalistas brasileiros e proprietário de vários jornais da capital, promoveu, em 1925, aquela que seria a primeira e mais famosa corrida de pedestrianismo da América do Sul, a Corrida São Silvestre, que recebeu esse nome em homenagem ao papa canonizado com o mesmo nome. Inicialmente, a prova era disputada na passagem do ano, ou seja, era uma prova noturna. Hoje, os 15 km percorridos no último dia do ano constituem uma prova realizada durante o dia. Além de atletas de grande renome, há um desfile de corredores foliões com fantasias e toda sorte de manifestações, tornando esta corrida um palco da criatividade brasileira. 102 Cidade&Cultura

ALF RIBEIRO

Corrida de São Silvestre


RUBENS CHIRI

JOSÉ CORDEIRO

Autódromo José Carlos Pace

São Paulo Golf Club

Inaugurado em 1940, foi construído por Louis Romero Sanson, na região entre as represas de Guarapiranga e Billings, dois grandes lagos artificiais, o que inspirou o nome do autódromo como Interlagos; em 1980, passou a ser chamado de José Carlos Pace. Recebe muitas competições de motovelocidade e também automobilísticas, como o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 que, desde 1973, vem proporcionando ao público muitas emoções. Este circuito é particularmente interessante por sua pista ser no sentido anti-horário, diferenciando-o da maioria dos demais dessa categoria. Grandes nomes internacionais e nacionais correram neste asfalto, destacando-se os brasileiros Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Anexo está o Kartódromo Ayrton Senna, construído em 1976, com pista de 1.150 metros de extensão e 12 curvas, considerado o berço dos grandes pilotos de corrida brasileiros. Onde: Avenida Senador Teotônio Vilela, 261 – Interlagos.

A influência inglesa na cidade de São Paulo foi determinante para caracterizar e transformar hábitos paulistanos. Assim como o futebol, o golfe teve sua introdução por funcionários de empresas inglesas que receberam do governo uma grande área para a prática destes esportes. Em 1892, estes funcionários ingleses adquiriram a Chácara Dulley, no bairro Bom Retiro, e começaram a praticar o cricket e o golfe. Após seis anos, o golfe passou a ser praticado em uma área próxima a Avenida Paulista, no bairro Bela Vista, onde foi fundado o primeiro Clube de Golfe do Brasil, o São Paulo Country Club. O lugar ficou conhecido como Morro dos Ingleses, por estar localizado em área mais elevada. O primeiro torneio foi disputado em 1903 e teve como campeão J. M. Stuart, cujo nome está gravado no troféu conquistado. O grande destaque é a Taça Clark, disputada primeiramente em 1908 até os dias atuais. Em 1915, o clube muda-se para o bairro de Santo Amaro, que na época era totalmente desabitado. Onde: Praça Dom Francisco de Souza, 540 – Santo Amaro.

Jockey Club de São Paulo Em 1875, nascia o Club de Corridas Paulistano, fundado por Raphael Aguiar Paes de Barros e Antônio da Silva Prado, na Rua Bresser, no bairro da Mooca. Ali, em 1876, aconteceu a primeira corrida oficial, com dois cavalos, cujo vencedor foi o Macaco, deixando para trás o favorito, batizado de Republicano. Como ponto de encontro da elite brasileira, fatos curiosos cercam esse patrimônio da cidade, como foi o caso do cavalo Corisco, de propriedade da neta da Marquesa de Santos, e a primeira mulher vencedora proprietária de cavalos. Em 1941, o Hipódromo de Cidade Jardim foi inaugurado, tornando-se um dos marcos da expansão da cidade de São Paulo para além da margem do Rio Pinheiros. Além das atividades para as quais foi criado, foi por meio de seus frequentadores que muitos ideais paulistanos foram defendidos ou mesmo planejados, como nas revoluções de 1924, 1930 e 1932. Atualmente abriga 1.400 cavalos da raça Puro-Sangue Inglês, além de raias de grama e areia com 2.119 metros e e 1.993 metros, respectivamente. Onde: Avenida Lineu de Paula Machado, 1.263 – Cidade Jardim.

São Paulo 103


ROVENA ROSA AGÊNCIA BRASIL

Esporte

Esportes Náuticos As represas Guarapiranga e Billings são excelentes locais para a prática de quase todas as modalidades náuticas, e há empresas que ministram aulas e alugam equipamentos. Há também locais, como a Raia Olímpica da Universidade de São Paulo – USP, que promovem principalmente o remo.

TEMPO WIND - CARLOTTA EKMAN

Tempo Wind & Sup Clube Contato: (11) 98280-2660/5517-7198 Onde: Represa Guarapiranga. Pera Náutica Contato: (11) 5524-3553 Onde: Rua Valentim Ramos Delano, 151 – Jardim Três Marias.

Hípicas São Paulo possui hípicas de padrão internacional onde podemos conhecer o ambiente de competições hípicas e, porque não, praticar este nobre esporte.

GUTO AMBAR

Sociedade Hípica Paulista Onde: Rua Quintana, 206 (11) 5504-6100 – Itaim Bibi.

104 Cidade&Cultura

Clube Hípico de Santo Amaro Onde: Rua Visconde de Taunay, 508 – (11) 5694-0600 - Chácara Santo Antônio.


MÁRCIO MASULINO

Hiking

MÁRCIO MASULINO

A cidade de São Paulo proporciona diversas opções para a prática de Hiking (caminhada de um só dia). Desde opções urbanas para longas caminhadas até trilhas nos parques municipais e estaduais. A prática deste esporte vem crescendo ano a ano, mas apesar de parecer algo simples requer na verdade diversos cuidados e, para quem quer evoluir na prática, algumas técnicas são necessárias. Pensando nisso, a empresa Papa Capim desenvolveu um curso para ajudar os interessados que contempla aulas de primeiro socorros; como escolher e usar os equipamentos corretos; noções de convivência na mata; e aulas de consciência ambiental para aprimorar a capacidade de se observar a fauna e a flora. As atividades práticas ainda proporcionam grandes oportunidades de se fazer novos amigos e companheiros de esportes. Para saber mais: www.papacapimtrekking.com.br

Algumas das inúmeras trilhas da cidade Núcleo da Pedra Grande Inclui as trilhas das Figueiras (1.200 m), da Bica (1.500 m), do Bugio (300 m) e da Pedra Grande (6.780 m). Além disso, há teatro e um museu com acervo direcionado aos animais locais. Onde: Rua do Horto, 1799 – Horto Florestal. Núcleo Engordador Trilha da Cachoeira, de nível médio, com 3,5 km, passando por três cachoeiras e o rio Engordador; Trilha do Macuco, de nível fácil, com 700 metros; e trilha de mountain bike, com 1,4 km. Onde: Avenida Coronel Sezefredo Fagundes, 19.100 - Tremembé. Núcleo Águas Claras Trilha da Sussuarana, de nível médio, com 1,2 km; Trilha das Águas, de nível fácil, com 700 metros; Trilha da Samambaia-açu, de nível médio com 1,250 km; e Trilha das Águas Claras, de nível fácil, com 1,250 km. Onde: Avenida Senador José Ermírio de Moraes, 96 – Tucuruvi. Núcleo Cabuçu Trilha da Jaguatirica, de nível fácil, com 1 km; Trilha Tapiti, de nível fácil, com 250 metros; Trilha do Sagui, de nível fácil, com 730 metros; e Trilha da Cachoeira, de nível médio, com 5.220 km Onde: Avenida Pedro de Souza Lopes, 7.903 Cantareira.

São Paulo 105


Esporte

Símbolos paulistanos FOI AQUI, NAS TERRAS DOS BANDEIRANTES, QUE O FUTEBOL COMEÇOU E SE TORNOU O MAIOR ESPORTE DO BRASIL. No início, clubes montados com turmas do trabalho, do bairro e de amigos. Da várzea aos grandes estádios, clubes famosos e jogadores interestelares culminaram no mais rendoso esporte do planeta, o mais democrático e o que mais desperta paixão e entusiasmo. Por mais passiva que seja a pessoa, sempre haverá nela a predileção por um time ou outro. Não há como não resistir a tamanha vibração!

Nacional Atlético Clube Filho de um diretor da São Paulo Railway Co., Charles Miller, segundo alguns, foi o que introduziu o futebol no Brasil, mais precisamente na cidade de São Paulo. Em pouco tempo, foram formados dois times: o de ingleses – Companhia de Gás Team – e o dos funcionários da São Paulo Railway Athletic Club. A primeira partida no Brasil foi realizada em 1895, e ocorreu na Rua do Gasômetro. Em 1924, o time começou a participar do Campeonato da Divisão Principal (APEA). Juntos, Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Portuguesa fundaram a Federação Paulista de Futebol, em 1935. O Estádio Nicolau Alayon foi inaugurado em 1938, e seu nome é uma homenagem 106 Cidade&Cultura

ao uruguaio e dirigente do time Água Branca. Por sua boa infraestrutura, foi a sede dos jogos Pan-americanos de São Paulo, em 1963. Com a nacionalização da Estrada de Ferro São Paulo Railway, em 1946, o time trocou de nome para Nacional Atlético Clube. Logicamente que sua mascote remete aos funcionários da Estrada de Ferro: “Naça – o ferroviário”. Seus principais títulos como campeão foram duas vezes pelo Campeonato Paulista, A3, e uma vez pelo Campeonato Paulista, Segunda Divisão. Onde: Rua Comendador Souza, 348 – Água Branca.


Sport Club Corinthians Paulista Em 1910, nasce o Sport Club Corinthians Paulista, cujo nome foi inspirado no Corinthian-Casuals Football Club, da Inglaterra. Um grupo de operários reuniu-se e formou o que profeticamente seria um dos maiores e mais populares clubes de futebol do mundo. Seu primeiro campo estava localizado na Rua José Paulino e seu primeiro jogo fora de São Paulo foi contra a Ponte Preta, em Campinas, no ano seguinte. Seu primeiro estádio oficial foi construído em 1918, o Ponte Grande, onde hoje é a Praça das Bandeiras. Em 1926, foi comprado o terreno onde hoje está o Estádio Alfredo Schürig – o atual Parque São Jorge foi erguido dois anos mais tarde. O mascote do Corinthians, o Mosqueteiro, surgiu por iniciativa do jornal A Gazeta, em reportagem de Thomaz Mazzoni, quando esse jornalista retrata a trajetória do time no bicampeonato paulista, descrevendo-o como equipe com “a fibra dos mosqueteiros”. Em 1959, o controverso Vicente Matheus foi eleito presidente do clube, cargo em que permaneceu por oito mandatos. Inaugurada em 2014, a Arena Corinthians, conhecida como Itaquerão, foi a realização de um sonho almejado desde a década de 1950, depois de muitas tentativas infrutíferas desde então. O Itaquerão foi inaugurado na abertura da Copa do Mundo FIFA 2014, possui uma área construída de 189 mil m² e capacidade para 48 mil espectadores. E não nos esqueçamos do Memorial Corinthians, que preserva toda a glória do time. Onde: Rua São Jorge, 777 – Itaquera.

Sociedade Esportiva Palmeiras Luigi Cervo, Luigi Marzo, Vincenzo Ragognetti e Ezequiel Simone tinham o sonho de formar um time de futebol que representasse os imigrantes italianos da cidade de São Paulo. Em 1914, os jovens, por meio do jornal Fanfulla, convidaram outros membros da colônia italiana a formarem a agremiação esportiva. Então, em 1914, o Palestra Itália foi fundado com 46 presentes, a maioria trabalhadores das Indústrias Matarazzo. Infelizmente, durante a Primeira Guerra Mundial, as atividades foram interrompidas por conta de sócios que tiveram de lutar pela Itália. Outra interrupção foi causada pela epidemia de gripe espanhola no Brasil, quando o Palestra Itália abriu seus portões na Rua Líbero Badaró para a Cruz Vermelha que ali instalou um hospital, despertando com isso a simpatia geral dos moradores da cidade. Na Segunda Guerra Mundial, Getúlio Vargas, em 1942, proíbe o funcionamento de todas as instituições ou entidades que tivessem em seu nome alguma referência aos países do Eixo. Logo, o nome “Palestra Itália” teve de ser alterado, sob pena de perder seu patrimônio, e o escolhido em assembleia foi “Sociedade Esportiva Palmeiras”. Em 2014, é inaugurado o Allianz Parque com capacidade para 40 mil torcedores, representando um presente de Centenário do clube para sua torcida. Onde: Avenida Francisco Matarazzo, 1.705 – Água Branca.

São Paulo 107


Esporte

Associação Portuguesa de Desportos

ALF RIBEIRO

Após a fusão de cinco times portugueses – Lusíadas, Lusitano, 5 de Outubro, Marquês de Pombal e Portugal Marinhense –, surge a Associação Portuguesa de Esportes, em 1920. Sua primeira sede foi instalada na Rua César Ramalho, no Cambuci. Em 1940, foi realizado o sonho de contar com o próprio estádio, em terreno no Canindé, inaugurado em 1972 sob o nome de “Estádio Independência”. Onde: Rua Comendador Nestor Pereira, 33 – Canindé.

Clube Atlético Juventus Da fusão entre os times de várzea Extra São Paulo Futebol Clube e Cavalheiro Crespi Futebol Clube, surge, em 1924, o Cotonifício Rodolfo Crespi Futebol Clube, formado por trabalhadores da indústria da colônia italiana do bairro da Mooca. Seis anos mais tarde, transforma-se no Clube Atlético Juventus. Seu primeiro campo de futebol ficava entre as ruas Javari e dos Trilhos. Em 1930, quando venceu o Corinthians, o jornalista italiano Tomás Mazzoni apelidou o Juventus de “Moleque Travesso”. Em 1962, começa a construção do parque poliesportivo no Parque da Mooca. Onde: Rua Comendador Roberto Ugolini, 20 – Mooca. 108 Cidade&Cultura

São Paulo Futebol Clube Em 1930, foi assinada a ata da criação do São Paulo Futebol Clube, com a junção da Associação Atlética das Palmeiras, que possuía um estádio (Chácara Floresta, o primeiro estádio do Brasil), com o Club Athlético Paulistano, que tinha os jogadores campeões de 1929. As três cores (branco, preto e vermelho) representam esses dois times que se uniram. Seu escudo foi desenhado pelo alemão Walter Ostrich. Sua primeira partida profissional foi contra o Santos Futebol Clube, em 1933. E assim foi até 1935, quando disputas internas dividiram o clube e sua refundação ocorreu em 16 de dezembro, em ata formal, quando teve início a campanha para arrecadar fundos para novas contratações de jogadores. No primeiro jogo após o recomeço, o time enfrentou a Portuguesa Santista, em 1936. Hoje, é conhecido por todo o Brasil e considerado um dos melhores do mundo. Na década de 1940, o jornal Gazeta Esportiva lançou uma caricatura de São Paulo, com barba branca, que caiu no gosto dos são-paulinos, e daí em diante este se tornou o mascote do time. Sua casa, o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, mais conhecido como Estádio do Morumbi, foi construído em 1960 e abriga o Memorial do São Paulo Futebol Clube, onde o visitante pode viajar nas emoções que somente o futebol proporciona. Onde: Praça Roberto Gomes Pedrosa, 1 – Morumbi.


RUBENS CHIRI

RUBENS CHIRI

Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho – Estádio do Pacaembu

Museu do Futebol

Allianz Parque

O Museu do Futebol, inaugurado em 2008, é o local onde o visitante passará por 16 etapas repletas de história e emoção denominadas “Percurso do Torcedor”, entre outras atrações que despertam a vibração da arte futebolística. Aberto de terça a sexta das 9h às 16h e aos sábados, domingos e feriados das 10h às 17h. Onde: Praça Charles Miller – Pacaembu.

RUBENS CHIRI

Arena Corinthians

ALF RIBEIRO

ALF RIBEIRO

Ainda na primeira metade do século XX, o esporte nacional se via à míngua sem uma política pública voltada para esse segmento. Getúlio Vargas, em seu plano nacionalista, criou várias frentes para o desenvolvimento de desportistas. Uma delas foi a construção do Estádio do Pacaembu, em 1940, ao longo da gestão do prefeito Fábio Prado e do então governador do Estado de São Paulo, Armando Sales de Oliveira, que lançaram a pedra fundamental. Algumas modificações do projeto ocorreram durante a gestão do prefeito Prestes Maia, quando foram adicionadas as colunas externas, lembrando as do Estádio Olímpico de Berlim. Em sua inauguração estava presente Getúlio Vargas, que foi vaiado, pois, desde a Revolução de 1932, o então presidente da República era persona non grata no Estado de São Paulo. A partida inaugural foi entre o Palestra Itália e o Coritiba. Na Copa do Mundo de 1950, aqui foram disputadas seis partidas, entre Suécia, Itália, Brasil, Suíça, Paraguai, Uruguai e Espanha. O Estádio do Pacaembu foi, em grande medida, o impulsionar do futebol no Estado de São Paulo, permitindo acesso aos grandes clubes e transformando cada partida em um espetáculo único.

Estádio do Morumbi São Paulo 109


Turismo de Eventos

Capital dos eventos Um evento a cada seis minutos, 90 mil ao ano Por São Paulo Convention & Visitors Bureau

É UMA TAREFA FÁCIL CITAR AS FORÇAS DE SÃO PAULO: 12

gócios e eventos. O Imposto Sobre Serviços em atividades

MILHÕES DE HABITANTES, cidade inteligente, conectada, em-

turísticas alcançou o valor de R$ 277,4 milhões em 2016,

preendedora e acessível, com duas das 10 universidades mais

segundo o Observatório de Turismo e Eventos da Cidade

prestigiadas da América Latina, 4ª melhor vida noturna do mun-

de São Paulo. De acordo com o Calendário de Eventos do

do, maior centro financeiro latino-americano, competitiva, com

São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB), que conta

a presença das principais empresas nacionais e multinacio-

com uma amostra de 2.600 eventos cadastrados no último

nais, 31 dos 50 maiores bancos privados do mundo e metade

ano, foram quase 30 milhões de participantes. O São Paulo

dos bancos de investimentos, além de infraestrutura e perso-

Convention & Visitors Bureau - SPCVB, é uma entidade esta-

nalidade de primeira em termos de gastronomia, cultura, lazer,

dual, mantida pela iniciativa privada, que tem como objetivo

arte e hospitalidade. Além de tudo, há ainda um setor que se

o incremento da economia do destino por meio da captação

destaca: o mercado de eventos, turismo e viagens.

de eventos nacionais e internacionais, aumentando assim

Anualmente, São Paulo recebe cerca de 15 milhões de vi-

o fluxo de visitantes em São Paulo. Possui mais de 700

sitantes, sendo que mais de 70% são motivados por ne-

associados e sua principal fonte de recursos é o Room Tax,

110 Cidade&Cultura


Número de eventos por tipologia | 2016

FOTOS ANDRÉ STEFANO

Parada do Orgulho LGBT Em São Paulo, a quebra de tabus e a liberdade de expressão sempre foi uma característica, tanto é que em 1997 houve a primeira Parada do Orgulho LGBT e aqui, como sempre, tudo o que começa modestamente torna-se gigantesco, e hoje esta parada é a maior do mundo do gênero.

Carnaval Nos últimos trinta anos, o Carnaval tomou proporções históricas em luxo, samba, escolas, participantes e, somente perdendo para o Rio de Janeiro, é o melhor do Brasil. Paulistano tem, sim, samba no pé!

contribuição facultativa paga pelo hóspede por diária nos

Equipotel, WTM etc. De acordo com o SPCVB, em 2016 fo-

hotéis associados. Saiba mais em www.visitesaopaulo.com.

ram realizados quase 300 congressos e 350 feiras. Segun-

São Paulo conta com grandes eventos culturais que agitam

do a UBRAFE, o impacto econômico das Feiras de Negócios

a cidade todos os anos, como a Virada Cultural, a Parada

na cidade é de R$ 16,3 bilhões ao ano.

do Orgulho LGBT, o Réveillon, o Carnaval, a Fórmula 1, entre

A estrutura da cidade é fator que auxilia no desenvolvimen-

muitos outros, atraindo milhões de visitantes. Mas são as

to do setor. São 42 mil apartamentos em 410 hotéis, 34

feiras e os congressos que também garantem o desenvolvi-

mil táxis, 15 mil restaurantes e espaços de eventos, e cen-

mento do setor de eventos durante o ano, como o Salão do

tros de convenções para encontros de todos os tamanhos,

Automóvel, a Bienal do Livro, a Couromoda, Hospitalar, ABAV,

temas e públicos. São Paulo 111


A cidade que não dorme

também se diverte SÃO PAULO É PALCO DE UM DOS MAIS AGITADOS LUGARES DO MUNDO PARA DIVERSÃO NOTURNA. Como dizem: “A cidade nunca dorme”. Então, se você quiser sair da rotina, conhecer gente, dançar, beber, comer e badalar, não tenha dúvida de que aqui encontrará tudo o que precisa.

Vila Madalena No século XIX, a Vila Madalena era um sítio chamado Sítio do Buraco. A Vila recebeu esse nome em homena112 Cidade&Cultura

gem à filha do dono. Depois que se tornou um bairro, casas modestas foram construídas e, na década de 1970, quando o Governo Estadual fechou os alojamentos da USP, estudantes vieram morar aqui devido aos aluguéis baratos. O bairro se adaptou aos novos moradores com abertura de comércio e bares. Hoje, a região é sinônimo de diversão noturna e reúne inúmeros bares e casas de shows, e pessoas de todas as idades os frequentam, certos de que vão encontrar o que procuram.

THIAGO DE ANDRADE

Noite paulistana


KEN CHU - EXPRESSÃO STUDIO

Vila Madalena Le Rêve Club Música eletrônica, flashback, e outros ritmos que os frequentadores podem desfrutar em três ambientes com uma decoração fantástica. Onde: Rua Marques de Paranaguá, 329 (11) 3045-8144 – Consolação. Clube Outs Uma das casas precursoras da revitalização do Baixo Augusta, o Outs é um local de rock pesado e clássico, representado nesta casa underground, repleta de festas para quem ama o gênero. Onde: Rua Augusta, 486 – (11) 3237-4940 – Consolação. Brook’s SP Um local para dançar e assistir a shows para todos os gostos com artistas contemporâneos. Ambientes modernos e aconchegantes. Onde: Rua Carmo do Rio Verde, 83 – (11) 5641-4510 – Chácara Santo Antônio. D.EDGE O luxo da música eletrônica, esta casa está entre os melhores clubes do mundo, por seu espaço, decoração e qualidade de som, além de shows de DJs nacionais e internacionais. Onde: Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 141 – (11) 3665-9500 – Barra Funda. Canto da Ema Uma casa de forró criada em homenagem a Jackson do Pandeiro, com músicas de representantes deste ritmo brasileiríssimo, como Elba Ramalho, Luiz Gonzaga, Dominguinhos e tantos outros famosos. O ambiente é temático, com cores fortes e boa disposição de mesas e pista. Onde: Avenida Brigadeiro Faria Lima, 364 (11) 3813-4708 – Pinheiros. All Black Irish Pub Ambiente irlandês extremamente aconchegante para uma noite inesquecível à base de bebidas e comidas típicas. Onde: Rua Oscar Freire, 163 – (11) 3088-7990 – Jardim Paulista. Villa Mix Para os amantes do sertanejo, aqui é o lugar para curtir seus cantores favoritos. São muitos ambientes. Onde: Rua Beira Rio, 116 – (11) 3044-3241 – Vila Olímpia.

Carioca Club Tradicional casa de samba e pagode, onde muitos dos grandes representantes desse estilo musical já se apresentaram. Decoração com fotos de artistas e ilustração do cartunista Lãn. Onde: Rua Cardeal Arcoverde, 2.899 – (11) 3813-8598 – Pinheiros. The History Já na entrada, um Túnel do Tempo nos leva até a pista com iluminação subterrânea e mesas no estilo do “Gênius”, brinquedo da década de 1980. Outro ponto alto é o globo espelhado, o maior do Brasil, com 2,20 m de diâmetro. É fantástico! Músicas das décadas de 1970, 1980 e 1990 formam o principal repertório. Onde: Rua Gomes de Carvalho, 820 – (11) 3846-4498 – Vila Olímpia. Bourbon Street Music Club Uma linda casa especialmente decorada nos moldes de New Orleans, onde o que se ouve e toca é o jazz. Um local tradicional que há mais de 20 anos alegra os paulistanos com excelentes apresentações. Onde: Rua dos Chanés, 127 – (11) 5095-6100 – Moema. Bar Secreto Estilo clube privê, os ritmos mais tocados são o eletrônico e dance music. Onde: Rua Álvaro Anes, 97 – (11) 3032-4334 – Pinheiros. Bubu Lounge Disco O melhor da noite LGBT paulistana, em um ambiente sofisticado. São quatro ambientes: Lounge, um amplo espaço com sofás, palco para pocket shows e bar, iluminação charmosa que dá o tom do clima de lounge; Vip Floor, com pé-direito duplo e decoração luxuosa, conta com mezanino VIP; Terraço Maravilha, com área a céu aberto, sofás e iluminação própria. Onde: Rua dos Pinheiros, 791 – (11) 3081-9546 - Pinheiros. Baretto Entre os dez melhores bares de hotel do mundo, o Baretto, localizado no interior do hotel Fasano, possui um ambiente sofisticado e acolhedor com o jazz e a MPB embalando a noite. Onde: Rua Vitório Fasano, 88 – (11) 3896-4000 – Jardim Paulista.

São Paulo 113


Polo Ecoturismo extremo sul

Entre trilhas, represas,

MÁRCIO MASULINO

rios e cachoeiras

114 Cidade&Cultura

A PARTE SUL DA CIDADE DE SÃO PAULO APRESENTA UMA FARTA VARIEDADE DE SURPRESAS NATURAIS, repletas de emoção e lazer. Nessa área encontramos muitas fazendas, sítios, cachoeiras, trilhas, mirantes, pousadas, áreas de camping, cemitérios com sessões de sarau e até bairros de imigrantes alemães. Estamos falando do Núcleo Curucutu do Parque Estadual da Serra do Mar. Inúmeros mananciais e a vida rural estão preservados e cuidados, não só pelo Governo do Estado, mas também pelos moradores que estão investindo no turismo ecológico da região, atraindo assim milhares de visitantes que, além de se divertir, se conscientizam da importância da preservação ambiental. Os bairros de Bororé, Colônia, Parelheiros, Embura e Embura do Alto formam um circuito bem diversificado onde podemos passar vários dias em meio à natureza e desfrutar da paz que ela proporciona. O Núcleo Curucutu, cujo nome veio da fazenda Curucutu, produtora de carvão, abrange as cidades de São Paulo, Itanhaém, Mongaguá e Juquitiba. Em 1958, foi transformada em Reserva Florestal. Sua importância vem não só da rica fauna e flora locais, como também dos rios Capivari, Monos e Embu Guaçu que desaguam na Represa Guarapiranga.


FOTOS ALF RIBEIRO

Aldeias indígenas Conversamos com Olívio Jekupê sobre a aldeia Krukutu que recebe esse nome, em guarani, pela grande quantidade de corujas existentes no local. Essa aldeia está situada na região de Parelheiros, na estrada Curucutu. Seus primeiros moradores chegaram em 1976 para se instalar em terras demarcadas pela FUNAI. Hoje, são 320 índios moradores que preservam a língua, a religião e a cultura guarani. A aldeia está aberta a visitantes e principalmente a crianças e adolescentes que ali aprendem como respeitar o meio ambiente, valorizando ao máximo a natureza, a limpeza dos rios e córregos e, consequentemente, nossa própria saúde e a do planeta. Pudemos fazer um roteiro pela aldeia, observando o cotidiano da tribo, assistir ao Coral Guarani, e ainda conhecer o artesanato confeccionado ali. Agendamento: oliviojekupe@yahoo.com.br - WhatsApp (11) 99845-9268.

Pesqueiros Lugares tranquilos, para passar o dia em família e, quem sabe, até participar de competições! Pesqueiro Biriba Onde: Rua Apolinário Silva, 100 (11) 5641-4386 - Travessa da Estrada Jusa. Pesqueiro Guarapiranga Onde: Avenida do Jaceguava, 6.200 (11) 5979-2271 – Parelheiros. Pesqueiro Matsumura Onde: Rua Yoshio Matsumura, 452 (11) 5974-2504 – Santo Amaro. Pesqueiro Aquarium Onde: Rua Yoshio Matsumura, 300 (11) 5920-8011 – Santo Amaro. São Paulo 115


Polo Ecoturismo extremo sul

Borboletário Águias da Serra Lugar para um dia inteiro de lazer que conta com infraestrutura excelente com restaurante, playground, salas de oficinas e muito mais, onde o visitante terá contato direto com as borboletas, acompanhado de explicações técnicas dadas por biólogos. Aberto aos sábados, domingos e feriados das 10h às 16h. Onde: Estrada da Ponte Alta, 4.300 – (11) 2908-0125 – Engenheiro Marsilac.

MÁRCIO MASULINO

Sítios e fazendas

Parque Estadual Serra do Mar

DIVULGAÇÃO

Criado em 1977, integra 332 mil hectares em 25 municípios do Estado de São Paulo e forma o maior Corredor Biológico da Mata Atlântica do Brasil. Está dividido em dez núcleos administrativos: Bertioga, Caraguatatuba, Cunha, Curucutu, Itariru, Itutinga-Pilões, Padre Dória, Picinguaba, Santa Virgínia e São Sebastião. Com fauna e flora ricas e bem preservadas, abriga as comunidades tradicionais de caiçaras, indígenas e quilombolas.

Instituto Pedro MATAJS Um local para estudos do meio ambiente por meio de cursos, passeios ecológicos, projetos agroecológicos e saneamento alternativo. Onde: Rua Amaro Josefa, 405 – (11) 5975-4392 – Embura. Sítio Green Hill Perfeito para o descanso e o lazer de toda a família, conta com vários atrativos entre pesca, tirolesa, exposição de borboletas e área de camping. Onde: Avenida Yokino Ogawa, 300 – (11) 5978-4978 – Barragem. Sítio Morro Verde Produção de cogumelos shiitake, geleias caseiras e amora preta. Onde: Rua José Mota, 170 – (11) 5978-6182 – Parelheiros. Sítio Florarte Produção de cogumelo shimeji e plantas ornamentais. Onde: Avenida Paulo Guilguer Reimberg, 14.385 – (11) 5974-2219 – Ilha do Bororé. Sítio das Palmeiras Produção de orquídeas e plantas ornamentais. Onde: Estrada João Lang, s/n – (11) 98957-3381 – Parelheiros.

As APAs Capivari Monos e Bororé Colônia apresentam grandes surpresas para os amantes de aventura. Aqui está localizado o Selva SP EcoAventura, o primeiro parque de aventura da cidade de São Paulo. Em meio à Mata Atlântica, podemos praticar algumas modalidades de lazer menos convencionais, como stand up, boia-cross, tirolesa e trekking. Cortado pelo rio Capivari com suas cachoeiras, corredeiras e praias de água doce, o parque proporciona lazer e esporte, e a diversão está garantida. Agendamento: (11) 94727-4296/94728-5809. Onde: Estrada do Capivari, 5005 – Engenheiro Marsilac.

116 Cidade&Cultura

Sítio Paiquerê – Ninhal das Garças Para recreação, possui infraestrutura invejável, com piscinas, lagos, trilhas, passeios de barco, entre outras atrações. Onde: Rua São Genésio, 55 – (11) 5974-2596 – Bororé. Fazenda Maravilha Muita mata preservada com fauna típica, cachoeiras e locais para piqueniques. Onde: Rua sem nome – (11) 97442-9619 – Embura do Alto.

ALF RIBEIRO

Selva SP – Parque de Aventura


ALF RIBEIRO

MÁRCIO MASULINO

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3 ALF RIBEIRO

ALF RIBEIRO

MÁRCIO MASULINO

1 - Parque Ecológico do Guarapiranga – situado as margens da represa, foi inaugurado em 1999 com o objetivo de preservar a flora e fauna e despertar a consciência ambiental da população e visitantes. Onde: Estrada da Riviera, 3286 - Riviera Paulista 2 - Instituto do Verbo Encarnado – dedica-se à pregação de missões populares, segundo o método de Santo Afonso Maria de Ligório, e de Exercícios Espirituais, segundo Santo Inácio de Loyola. Onde: Estrada Engenheiro Marsilac, 11.064 – Embura. 3 - Cemitério de Colônia – primeiro cemitério protestante do Brasil, datado de 1829, construído por imigrantes alemães. Onde: Rua Sachio Nakao, 28 – Colônia. 4 - Mirante da Ponte Alta – vista do trem de carga que passa pela antiga Vila Ferroviária Evangelista Souza – linha que liga Mairinque a Santos. Onde: Parelheiros. 5 - Centro Paulus – pousada localizada em meio à natureza e, ao mesmo tempo, um centro cultural. Onde: Rua Amaro Alves do Rosário, 102 – Parelheiros. 6 - Cachoeira do Sagui – está localizada na Fazenda Maravilha, com acesso por trilha de 20 minutos. Também encontramos as cachoeiras do Oásis e do Raio do Sol. Onde: Rua sem nome, 01 – Embura do Alto.

2 MÁRCIO MASULINO

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São Paulo 117


MIGUEL SCHINCARIOL

Roteiro

A CIDADE DE SÃO PAULO NÃO PARA DE CRESCER e com ela também aumentam seus atrativos turísticos. Dos tradicionais aos mais inusitados, São Paulo tem sempre um roteiro interminável de admiráveis belezas, conhecimentos e curiosidades.

Zoológico de São Paulo O Zoológico de São Paulo é o maior do Brasil, com uma área de mais de 800 mil m². Inaugurado em 1958, até hoje já ultrapassou 85 milhões de visitantes. Abriga, além de exemplares da fauna nativa, 3.200 animais entre aves, répteis, mamíferos e anfíbios. Aqui, a educação ambiental é um dos principais focos da instituição, com a Arena Cultural, a Divisão de Ciências Biológicas, o Complexo Laboratorial, serviço de Medicina Veterinária etc. Aberto diariamente das 9h às 17h. Onde: Avenida Miguel Stéfano, 4.241 – (11) 5073-0811 – Água Funda.

PAULO GIL

Conhecer e se surpreender 118 Cidade&Cultura


FELIPE ARAÚJO

Em 1899, um surto de peste bubônica assolou o Estado de São Paulo. Seu foco estava no porto de Santos e se alastrou por onde as linhas férreas passavam. Urgia, por parte do governo, um local apropriado para a produção de medicamentos. Então, em 1901, foi fundado o Instituto Serumtherápico, sob direção de Vital Brasil. Assim, nasceu o Butantã, que até hoje desenvolve pesquisas biomédicas, científicas e tecnológicas. Aberto a visitação, possui área de 80 mil m² onde abriga os museus Biológico, Histórico e de Microbiologia, serpentário, macacário e reptilário, entre outras curiosidades científicas. Aberto de terça a domingo das 8h45 às 16h. Onde: Avenida Vital Brasil, 1.500 – (11) 2627-9300 – Butantã.

RUBENS CHIRI

ALF RIBEIRO

Instituto Butantan

Zoo Safari De carro próprio ou em vans do parque, visitar este lugar é mágico, pois temos a oportunidade de interagir com os animais que ali habitam. Veados, zebras, camelos, entre tantos outros, fazem parte da lista. Mas há de se respeitar as regras e só alimentá-los com ração do próprio parque. Esse contato olho no olho com o animal nos enternece e nos estimula a cada dia mais lutar pela preservação da fauna do planeta. Uma linda lição de amor para todos e principalmente para as crianças. Aberto diariamente das 9h30 às 16h. Onde: Avenida do Cursino, 6.338 – (11) 2336-2131 – Vila Moraes.

Aquário de São Paulo Com exemplares da fauna nacional e estrangeira, podemos conhecer tubarões, várias serpentes e até o peixe-boi-daamazônia, cangurus e o urso-polar. Esse centro de pesquisas, principalmente na área de animais silvestres, publicou muitos trabalhos que se tornaram conhecidos mundialmente. Um dos pontos altos do passeio, além é claro dos animais, é a parte cenográfica em que estão inseridos, fruto de muita pesquisa e de trabalho artístico, orientado por biólogos e veterinários. Aberto diariamente das 9h às 19h. Onde: Rua Huet Bacelar, 407 – (11) 2273-5500 – Ipiranga. São Paulo 119


ALF RIBEIRO

Roteiro

Biblioteca Mário de Andrade Erguido entre 1938 e 1942, sob a direção do Departamento de Cultura de São Paulo, com Mário de Andrade como secretário, projetado por Jacques Pillon, o edifício deveria suportar, além da biblioteca, arquivos de documentos, serviços técnicos e espaço para exposições e palestras. Esta edificação é um marco das construções típicas da época da administração de Prestes Maia. Onde: Rua da Consolação, 94 – (11) 3775-0002 – República. JOSÉ CORDEIRO

Biblioteca Monteiro Lobato

Biblioteca de São Paulo Esta biblioteca é totalmente interativa e o frequentador/leitor pode acompanhar novos lançamentos e reservar livro por meio do site. Também possui acervo digital. Aberta de terça a domingos e feriados das 9h30 às 18h30. Onde: Parque da Juventude – (11) 2089-0800 – Santana.

Biblioteca Infantil Multilíngue Em funcionamento no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, tem um público-alvo bem específico: crianças e adolescentes. Nesse espaço, encontramos livros, DVDs, gibis etc., em vários idiomas. Um espaço único na América Latina, que promove a cultura e o conhecimento com recursos lúdicos. Aberta de segunda a sexta das 9h às 18h e sábados das 9h às 16h. Onde: Rua Doutor Álvaro Alvim, 90 – (11) 5576-5729 – Vila Mariana. 120 Cidade&Cultura

Em homenagem a um dos maiores escritores de livros infantis do Brasil, a Biblioteca Monteiro Lobato é uma iniciativa que, desde 1936, vem encantando as crianças com seus livros direcionados. Hoje, é considerada a biblioteca infantil mais antiga do Brasil. Aberta de segunda a sexta das 8h às 18h, sábado das 10h às 17h e domingo das 10h às 14h. Onde: Rua General Jardim, 485 – (11) 3256-4122 – Vila Buarque.

Gibiteca Henfil Com mais de dez mil títulos, este acervo é o paraíso dos amantes de histórias em quadrinhos, além dos trabalhos do saudoso cartunista Henfil. Muitos exemplares raros internacionais também compõem os itens. Aberta de terça a sexta das 10h às 20h. Onde: Rua Vergueiro, 1.000 – (11) 3397-4090 – Paraíso.

Sesi Aqui são encontrados títulos sobre cinema, literatura, música e HQ, por meio de livros, internet, CDs e grafhic novels. Aberta de segunda a sexta das 18h às 20h. Onde: Rua Carlos Weber, 835 – (11) 3833-1066 – Vila Leopoldina.


CÉSAR OGATA

ALF RIBEIRO

Planetário do Carmo Localizado dentro do Parque do Carmo, este planetário apresenta aos visitantes uma gama de oportunidades e curiosidades sobre o sistema solar e assuntos afins. Faz a diversão de adultos e crianças. É considerado o mais moderno do Brasil, com sala de projeção para 230 pessoas. Confirme por telefone os horários das sessões. Onde: Rua John Speers, 137 – (11) 2522-4669 – Itaquera.

ALF RIBEIRO

Situado no Parque Villa Lobos, este orquidário é sede de oficinas de orquídeas. Um grande atrativo é a espécie híbrida Rhynchosophrocattleya ruth cardoso. Possui também um lindo espelho d’água e uma exposição permanente de orquídeas doadas pelo Instituto de Botânica. Aberto diariamente das 9h às 17h. Onde: Avenida Professor Fonseca Rodrigues, 2.001 – (11) 3023-0316 – Alto de Pinheiros.

LEON RODRIGUES

Orquidário Ruth Cardoso

Planetário Professor Aristóteles Orsini Cinemateca Brasileira

ALF RIBEIRO

Desde 1946, esta instituição tem como missão a conservação do acervo cinematográfico brasileiro com obras inestimáveis e sua divulgação, além da promoção da arte audiovisual. Onde: Largo Senador Raul Cardoso, 207 (11) 3512-6111 – Vila Clementino.

Inaugurado em 1957, conhecido como Planetário do Ibirapuera, foi o primeiro planetário do Brasil. A construção foi motivada por um pedido de Aristóteles Orsini, diretor científico da Associação dos Amadores de Astronomia de São Paulo e acatada pelo então prefeito, Armando de Arruda Pereira. Confirme por telefone os horários das sessões. Onde: Avenida Pedro Álvares Cabral, portão 3 – (11) 5575-5206 – Ibirapuera.

Praça das Artes Além de ser um complexo cultural, o premiado edifício projetado por Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz, inaugurado em 2013, abriga a Escola de Dança, a Escola Municipal de Música de São Paulo e grupos artísticos da Fundação Theatro Municipal de São Paulo. Onde: Avenida São João, 281 – (11) 4571 0401 – Centro.

São Paulo 121


MÁRCIO MASULINO

Roteiro

URBAN BIKE SP

Caminhadas Noturnas Um grupo de amigos reuniu-se com o objetivo de resgatar a memória do centro paulistano por meio de caminhadas noturnas. Para tanto, se empenharam na viabilização de um projeto com ajuda de profissionais como jornalistas e guias de turismo, entre outros, que fizeram vários roteiros com temas variados. Imperdível passeio para quem gosta de sentir o frescor da noite acompanhado de boas histórias e grandes descobertas. Veja no site a programação: www.caminhadanoturna.com.br/ programacao.htm Onde: saídas todas as quintas em frente ao Theatro Municipal de São Paulo às 20h. ALF RIBEIRO

Ciclismo Noturno Um dos pontos altos para a prática do ciclismo em São Paulo são os passeios noturnos, realizados por pessoas que se reúnem em vários pontos da cidade, normalmente a partir das 21 horas, para excursões pela pauliceia, desfrutando das belezas da cidade. Uma opção é o Urban Bike SP, primeiro bike tour com agenda fixa. Um projeto inovador de cicloturismo que tem o objetivo de estimular o interesse das pessoas pela cidade e pelo uso da bicicleta. A ideia é apresentar os principais pontos turísticos, seja o Centro Histórico, o Parque Ibirapuera ou mesmo os grafites do MAAU – Museu Aberto de Arte Urbana, sempre com uma perspectiva diferente: sobre duas rodas. Agendamento: www.urbanbikesp.com Onde: Rua Domingos de Moraes, 775 – (11) 98595-7172 – Vila Mariana

122 Cidade&Cultura


A CIDADE FEITA PARA CRIANÇAS


Roteiro

ALF RIBEIRO

Compras

Shopping Iguatemi

Shoppings

ALF RIBEIRO

São Paulo é o paraíso das compras. Não há no país melhor cidade para comprar do que aqui, seja por atacado ou no varejo. Do luxo ao popular, as ofertas e locais variados são um dos grandes atrativos para compradores do Brasil inteiro em busca do melhor preço e da melhor qualidade. São muitas opções, de ruas e avenidas a shoppings.

Os shoppings são locais muito procurados pelos paulistanos para lazer. A cidade é a que mais concentra esse tipo de comércio na América Latina. São mais de cinquenta, espalhados por todos os bairros. O primeiro deles é o Iguatemi, inaugurado em 1966, em terreno da família Matarazzo e localizado na rua de mesmo nome. O conceito, que no começo sofreu certa resistência, ganhou força e hoje esses centros comerciais abrigam também muitos serviços, entre bancos, cinemas, lavanderias etc.

Galeria do Rock Mais do que uma galeria, a Galeria do Rock é uma instituição dos amantes deste ritmo que empolga gerações e nunca sai de moda. São muitas atividades que acontecem e que devem ser conhecidas do público. Aqui você encontra lojas que vão desde estúdios de tatuagem até coleções magníficas de vinis. Aberta de segunda a sexta das 10h às 18h30. Onde: Avenida São João, 439 – (11) 3337-2361 – República.

124 Cidade&Cultura


Um grande e valioso estoque de mercadorias é registrado quando visitamos as feiras de antiguidades da cidade onde relíquias inestimáveis atraem a atenção de curiosos e colecionadores. Vale a pena conferir.

MIGUEL SCHINCARIOL

Feiras de Antiguidades

Feira Praça Benedito Calixto Aberta aos domingos das 9h às 19h Onde: Praça Benedito Calixto – Pinheiros.

ALF RIBEIRO

Feira de Antiguidades do MASP Aberta aos domingos das 10h às 17h Onde: Avenida Paulista, 1.578 – Bela Vista.

Casarão do Vinil

DIVULGAÇÃO

Para quem gosta de ouvir músicas à moda antiga, o Casarão do Vinil é a pedida. São cerca de setecentos mil discos à disposição. Aberta diariamente das 9h às 18h. Onde: Rua dos Trilhos, 1.212 (11) 2645-2808 – Mooca.

Rua 25 de Março

Ruas de comércio especializado Antiquários Rua Cardeal Arcoverde – Pinheiros Praça Dom Orione – Bela Vista Armarinho, bijuterias, miudezas e tecidos Ladeira Porto Geral – Sé Rua 25 de Março – Sé Artigos em couro Rua do Arouche – República Artigos para festas, brinquedos e papelaria Rua Barão de Duprat – Sé Artigos para pintura artística Rua Marquês de Itu – República Ateliê de artes Rua Fidalga – Pinheiros Discos raros Rua 24 de Maio – República Rua 7 de Abril – República Eletroeletrônicos Rua Santa Ifigênia – República Enxovais Rua Oriente – Brás Rua Maria Marcolina – Brás Grifes internacionais Rua Oscar Freire – Jardim Paulista Instrumentos musicais Rua General Osório – República Rua do Seminário - República Rua Teodoro Sampaio – Pinheiros Joias, semijoias, bijuterias e ferramentas para joalheiros Rua Barão de Paranapiacaba – Sé

Lustres e luminárias Rua da Consolação – Consolação Madeira Rua do Gasômetro – Brás Material fotográfico Rua Conselheiro Crispiniano – República Rua Sete de Abril – República Moda feminina Rua João Cachoeira – Itaim Bibi Moda feminina e masculina Rua José Paulino – Bom Retiro Móveis e decoração Alameda Gabriel Monteiro da Silva – Jardim Paulista Praça Benedito Calixto – Jardim Paulista Rua Teodoro Sampaio – Pinheiros Ouro bruto, pedras preciosas e semipreciosas Rua José Bonifácio – Sé Rua Barão de Itapetininga – Sé Peças de veículos fora de série Rua Piratininga – Brás Produtos do Norte e Nordeste Rua Paulo Afonso – Brás Produtos orientais Rua Galvão Bueno – Liberdade Rua Cidade de Osaka – Liberdade Vestidos de noiva e afins Rua São Caetano – Bom Retiro

São Paulo 125


DIVULGAÇÃO

ALF RIBEIRO

Roteiro

Palácio dos Bandeirantes

Prefeitura Municipal de São Paulo

Esta monumental edificação foi idealizada pelo conde Francisco Matarazzo Júnior, na década de 1950, onde queria instalar a Fundação Conde Francisco Matarazzo de ensino superior. Com dificuldades financeiras para terminar a obra, em 1964, o Governo do Estado de São Paulo desapropriou o imóvel, e Adhemar de Barros instalou ali a sede do Executivo. Em 1970, o Palácio se tornou residência oficial do governador. Hoje, abriga também Secretarias Estaduais, a Casa Civil e a Casa Militar. Entre mármores e granitos, estão expostas obras de valor inestimável, totalizando cerca de 1.700 itens, entre eles obras de Aleijadinho e Cândido Portinari, entre outros. Em seu jardim de 125 mil m², plantas nativas e exóticas ornam suas alamedas. Onde: Avenida Morumbi, 4.500 – Morumbi.

Assembleia Legislativa de São Paulo – ALESP Para quem quer conhecer mais a fundo como o Poder Legislativo funciona e também as instalações do Palácio “9 de Julho”, a ALESP realiza visita monitorada que dura em média 90 minutos. O tour compreende os plenários Juscelino Kubistchek, José Bonifácio, Tiradentes e Dom Pedro I; o Museu de Artes do Parlamento de São Paulo; o Hall Monumental; o Espaço V Centenário; e o auditório Franco Montoro. Agendamento: (11) 3052-2324/38866626 – e-mail: comsocial@al.sp.gov.br Onde: Avenida Pedro Alvares Cabral, 201 – Ibirapuera.

126 Cidade&Cultura

ALF RIBEIRO

ALF RIBEIRO

O Edifício Matarazzo, projetado pelo arquiteto italiano Marcello Piacentini, foi concluído no fim da década de 1930. Em estilo neoclássico, seu saguão é inteiramente revestido de mármore travertino. Foi sede das Indústrias Reunidas F. Matarazzo até 1972. Desde o ano de 2004 é sede da Prefeitura Municipal de São Paulo. Horários: de segunda a sábado às 10h30, 14h30 e 16h30. Onde: Viaduto do Chá, 15 – Anhangabaú.

Câmara Municipal de São Paulo A Câmara Municipal está instalada no Palácio Anchieta, inaugurado em 1969, com 13 andares, três subsolos e heliponto. Destaque para a biblioteca que contém registros valiosos para pesquisas e publicações. Agendamento: (11) 3396-4696. Onde: Viaduto Jacareí, 100 – Bela Vista.


ALF RIBEIRO

Festivais Gastronômicos do CEAGESP A história dos festivais começou com a tradicional sopa de cebola do CEASA, na década de 1960. Servida na madrugada, atraía trabalhadores e boêmios. Por alguns anos, a sopa não foi mais servida até que, em 2009, em comemoração aos 40 anos do CEAGESP, foi feito um Festival da Sopa de Cebola, que teve um sucesso enorme. Daí em diante outros festivais entraram no calendário, como o dos Pescados e Frutos do Mar. Onde: Avenida Dr. Gastão Vidigal, 1.946 – (11) 3645-0481 Vila Leopoldina.

RUBENS CHIRI

Inaugurado em 1936, na então desabitada Vila Congonhas. Hoje sua área é de 1,6 milhão de m², com duas pistas com capacidade para 40 operações de pouso/decolagem por hora e um terminal de atendimento para 6.500 passageiros por hora. Em 1959, outra parte foi erguida, projetada por Hernani de Val Penteado, com elementos art déco e arquitetura moderna. Foi tombado em 2012 pelo Conpresp. Onde: Avenida Washington Luís, s/n – (11) 5090-9000 – Vila Congonhas.

EDUARDO BACANI

Aeroporto de Congonhas

Sopa de cebola gratinada

Aeroporto Campo de Marte Quando entrou em operação, em 1920, o Campo de Marte servia para pouso e decolagem da Escola de Aviação da Força Pública do Estado. Hoje, possui infraestrutura para operações noturnas e atendimento a uma das maiores frotas de helicópteros do mundo, além de abrigar a escola de pilotagem do Aeroclube de São Paulo. Onde: Avenida Santos Dumont, 1.979 – (11) 2223-3700 – Tietê. São Paulo 127


Dados Estatísticos

ALF RIBEIRO

BM&FBOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo

A MAIOR CIDADE DO CONTINENTE AMERICANO, SÃO PAULO tem em seu brasão a frase “Non ducor, duco” que, em latim, significa: “Não sou conduzido, conduzo”. Uma tradução fiel do que esta cidade significa nos dias atuais para o Brasil. Cosmopolita, altamente globalizada, centro financeiro, cultural e político da América do Sul, possui o 10º maior PIB mundial e concentra 10,7% do PIB nacional. Abriga centenas de multinacionais, uma das maiores Bolsa de Valores, a BM&FBOVESPA, e mais de 60 consulados.

Data da Fundação

IDHM 2010 (dados IBGE)

• Pontifícia Universidade Católica de

25 de janeiro de 1554

0,805

São Paulo – PUC-SP

População estimada em 2015 (dados IBGE)

Mobilidade urbana

• Fundação Armando Álvares

• Maior frota de helicópteros do mundo

Penteado – FAAP

11.967.825

• Mais de 15 mil ônibus

• Fundação Getúlio Vargas – FGV

• Universidade Presbiteriana Mackenzie

• Metrô: 78,3 km de extensão

• Escola Superior de Propaganda e

Zonas geográficas e suas respectivas cores

distribuídos pelas linhas Azul, Verde,

Marketing – ESPM

Vermelha, Amarela, Lilás e

• Insper

• Central – cinza

Prata (monotrilho)

• Centro-Sul – vinho

• 1 veículo para cada 2 habitantes

Clima

• Leste 1 – vermelho

• 3ª maior frota de táxis

Subtropical úmido

• Leste 2 – amarelo

da América Latina

• Norte – azul-marinho

• Aeroportos de Congonhas

Rodovias de acesso

• Noroeste – verde-limão

e Campo de Marte

• SP-150 – Anchieta

• Oeste – laranja

• 2º maior terminal rodoviário do

• SP-160 – Imigrantes

• Sudeste – verde-musgo

mundo, o Tietê

• SP-280 – Castelo Branco • BR-381 – Fernão Dias

• Sul – azul-claro

Ensino Superior

• BR-116 – Presidente Dutra

• Instituto Federal de São Paulo – IFSP

• BR-116 – Régis Bittencourt

• Universidade Federal de São Paulo

• SP-348 – Bandeirantes

– UNIFESP

• SP-330 – Anhanguera

Gentílico

• Universidade Estadual Paulista – UNESP

• SP-70 – Ayrton Senna

Paulistano

• Universidade de São Paulo – USP

• Rodoanel Mário Covas

Área territorial 1.521.110 km2

128 Cidade&Cultura


Foto - Alf Ribeiro Monumento às Bandeiras

Embaixadores da Cultura

de São Paulo

Mercedes Benz mercedes-benz.com.br

Cervejaria Kremer choppkremer.com.br

Marluvas Calçados marluvas.com.br

Sofitel Guarujá Jequitimar sofitel-guaruja-jequitimar.com

WZ Hotel Jardins wzhoteljardins.com.br

A Casa do Porco Bar acasadoporco.com.br

Bar da Dona Onça bardadonaonca.com.br

Casa Godinho casagodinho.com.br

Goodstorage goodstorage.com.br

Venturas venturas.com.br

Kidzania blog.kidzania.com.br

Cultura e Mercado culturaemercado.com.br

POR TRÁS DESTAS MARCAS ESTÃO PROFISSIONAIS preocupados com seus negócios, mas com profunda responsabilidade social e conscientes da importância do resgate do patrimonio histórico cultural do município, da valorização da produção artística local, da preservação do meio ambiente e do desenvolvimento de um turismo sustentável que benificie a comunidade como um todo. A estes embaixadores da cultura, todo o nosso respeito e gratidão. Equipe Cidade&Cultura


ANDRÉ STEFANO

Depoimento

Avenida Paulista: a mais paulistana de São Paulo

gigantes

Terra de

IMPOSSÍVEL FALAR DA CIDADE DE SÃO PAULO E NÃO CITAR A MÚSICA “TREM DAS ONZE”, de Adoniran Barbosa, que tanto contrasta com o Pauliceia desvairada, livro de Mário de Andrade. Terra de antíteses, que vai de bairros com ares interioranos a grandes avenidas e seus edifícios espelhados. Do paulistano de sotaque cantado, ao inglês como língua oficial de importantes transações 130 Cidade&Cultura

econômicas. Dos centros comerciais de rua a luxuosos shoppings. Do trânsito caótico aos passeios de trem. Cidade dos ruídos, da música, das óperas. São Paulo das multidões, das infinitas estatísticas, dos recordes, da enorme massa trabalhadora. Terra de gigantes, de desbravadores que, no fundo, são o exemplo típico da composição da nação brasileira.


O SEU LUGAR PARA GUARDAR EM SÃO PAULO #MAISESPAÇOSP

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Manaus – Amazonas

Viaje pelos estados da Amazônia Legal. Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

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MINISTÉRIO DO TURISMO


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