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ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS: RETOMADA AOS 121 ANOS

ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS

FECHADA DESDE 2020, POR CONTA DA PANDEMIA, MUITAS VEZES, A APL PASSA DESPERCEBIDA PELA POPULAÇÃO DA CIDADE QUE TAMBÉM PARECE NÃO SE DAR CONTA QUE, ASSIM COMO NO PRÉDIO, OUTRAS PORTAS ESTÃO SE FECHANDO PARA A LITERATURA PRODUZIDA NO PARÁ.

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Por WANDERSON LOBATO Fotos: CLÁUDIO FERREIRA

Localizado na Rua João Diogo, 235, no bairro da Cidade Velha, o prédio da Academia Paraense de Letras (APL) guarda na sua arquitetura a memória das construções com traços clássicos que marcou a construção dos prédios da capital na metade do século XIX. Foi fundada por João Marques de Carvalho, escritor, diplomata e jornalista paraense, em 3 de maio de 1900, uma das mais antigas do Brasil, posterior apenas à Academia Cearense de Letras e à Academia Brasileira de Letras.

Em maio, com uma sessão solene on-line, foi eleita a Diretoria para o biênio 2021 - 2023. A Academia Paraense de Letras (APL) comemorou também, na ocasião, os seus 121 anos. A data da criação da APL coincide com a do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP), e ambos ocuparam o mesmo local para suas sessões e seu expediente. A reunião de criação das duas entidades foi conjunta.

O professor do curso de Direito da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Unama, e atual presidente da Academia Paraense de Letras, Ivanildo Alves, acredita que é um processo sem volta e que cada vez mais o livro físico vai dar espaço para o virtual.

“Não podemos ficar vinculados a um passado quando o presente se descortina para o ambiente virtual. Por razões ambientais e tecnológicas, o aprendizado vai ser desenvolvido pela máquina. É um processo inexorável”, determina.

Há um mês à frente da APL, Ivanildo Alves tem planos para expandir as ações da Academia para todo o estado, promovendo o prazer da leitura, em busca de novos escritores. Aguarda apenas a melhoria das condições sanitárias da pandemia para a retomada dos nove concursos literários e de novas atividades.

“Queremos realizar um encontro reunindo as

Não podemos ficar vinculados a um passado quando o presente se descortina para o ambiente virtual. Por razões ambientais e tecnológicas, o aprendizado vai ser desenvolvido pela máquina. É um processo inexorável”.

— IVANILDO ALVES, PRESIDENTE DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS. 16 Academias Municipais de Letras. Um encontro nacional com as Academias Estaduais de Letras, a ser realizado em Belém. Um encontro estadual de Academias de Letras e, ainda, a mobilização para montar uma Academia Nacional de Letras”, enumera.

Uma outra iniciativa é montar uma biblioteca virtual para abrigar a biblioteca da APL que hoje está encaixotada desde as obras de recuperação do prédio-sede, realizadas alguns anos atrás. “Temos planos de incentivar a leitura, abrir a Academia e sua biblioteca para a população. Queremos levar a APL para todos os rincões do estado”.

Sobre a crise literária, o imortal acredita que o Estado deveria exercer um papel de incentivador da literatura na região. Cita como exemplo o fato de muitos integrantes da Academia, “profissionais de um nível intelectual incrível”, terem de exercer outra profissão para além de escritor para poder se sustentar. “Deveria existir uma compensação para o escritor produzir, para que o intelectual possa meditar e produzir para a população”, defende e conclui. n

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