Iwajla Klinke

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20 de fevereiro a 11 de junho de 2014 Transarte | S達o Paulo [SP] | Brasil


Espaço expositivo e residência artística.

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Agradecimentos Acknowledgments

Maria Bonomi, Jorge Coli, Lida Perin, Jeronimo Muzetti e Juliana Balbo do “Os independentes” de Barretos, Mãe Celia, Dada e equipe

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Sumário

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Apresentação

por Maria Helena Peres Oliveira

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Noturnos

por Jorge Coli

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Sobre a artista

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Os rituais capturados por Iwajla Klinke por Travis Jeppesen

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Brasil

2013 | 2014

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Obras anteriores


Apresentação Foreword

Solidificamos nossa proposta de residência artística apresentando Iwajla Klinke.

Autora de linguagem fotográfica pura e despojada (sem manipulações digitais), Iwajla negocia, com o delírio e a fantasia, sua maneira realista e despudorada de transgredir.

por Maria Helena Peres Oliveira*

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We are bolstering our artist residency proposal by presenting Iwajila Klinke. The author of a pure and stark photographic language (without digital manipulations), Iwajila resorts to delirium and fantasy to negotiate her realistic and cheeky manner of transgression. Internationally recognized for her “cult” lens, the photographer also proposes a perturbing gaze with images she captured of the brief trips that we took to the North Coast, the interior of São Paulo State, and the Brazilian Northeast (Bahia).


Internacionalmente reconhecida por sua lente “cult”, ela também nos propõe um olhar perturbador quando captura imagens das breves viagens que realizamos pelo litoral norte, interior de São Paulo e Nordeste do Brasil (Bahia). For Transarte, the artist’s courage occupies a central place. The raison d’être of our exhibition space is to decipher uncommon universes for our visitors. Iwajla transforms everyday thematics into gigantic icons. Foreword!

Para a Transarte, a coragem do artista ocupa um lugar central. A razão de ser de nosso espaço expositivo é decifrar universos insólitos para os visitantes. Iwajla transforma temáticas corriqueiras em ícones gigantescos. Adiante!

*Maria Helena Peres Oliveira é formada em Química, foi docente e trabalhou em publicidade até o final

da década de 80, quando se estabeleceu em São Francisco onde completou seus estudos com Mestrados em Marketing e Arts Administration. Neste mesmo período foi assistente – de pesquisa de perfil de público – do Diretor de Marketing do San Francisco Modern Art Museum (SFMOMA). Respondeu também pelo departamento de merchandising da San Francisco Opera House, gerenciou o marketing da galeria de arte contemporânea Catharine Clark Gallery, e supervisionou a comunicação de evento anual da San Francisco Art Dealers Association. Retornou ao Brasil em 2002, quando se dedicou à produção e coordenação de exposições nacionais (CCBB, Pinacoteca, Memorial da América latina e MON de Curitiba) e internacionais a convite do Itamaraty na Índia, Inglaterra e Bélgica, e em instituições como Circolo de Bellas Artes de Madrid e Maison de L’Amerique Latine em Paris. É mestranda na área de Bens Culturais da FGV.

*Maria Helena Peres Oliveira With a degree in chemistry, she was an educator and worked in advertising up to the late 1980s, when she took up residence in San Francisco where she earned an MBA in marketing and another in arts administration. In that same period she was an assistant – for target audience research – to the director of marketing of the San Francisco Modern Art Museum (SFMOMA), in its new facilities in the building designed by architect Mario Botta. She also headed up the merchandising department of the San Francisco Opera House, managed the Catharine Clark Gallery (specialized in contemporary art), and supervised the communication of the San Francisco Art Dealers Association. Upon her return to Brazil in 2002, she dedicated herself to the production and coordination of national exhibitions (at CCBB, the Pinacoteca, the Memorial da América Latina, and Oscar Niemeyer Museum of Curitiba) as well as international shows produced by the Brazilian Ministry of Foreign Affairs in India, England and Belgium, and at institutions such as Circolo de Bellas Artes, in Madrid, and Maison de L’Amerique Latine, in Paris. She is presently working toward her MBA in cultural heritage at Fundação Getulio Vargas (FGV).

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Noturnos Nocturnes

A poesia que emana

das fotografias criadas por Iwajla Klinke é imponderável, mas se ancora em princípios sólidos e concentrados de forma. Esses princípios, que ela respeita em cada uma de suas obras, oferecem ao mesmo tempo convicção formal e mistério sugerido. Trata-se de princípios, e não de fórmulas: a escuridão, extraindo o modelo de qualquer ambiente, isolando-o e o pondo em evidência; a pose, afirmando o caráter impassível dos personagens e comunicando sua alma interior, feita de melancolia e de meditação; a revelação minuciosa dos detalhes, enfim, que os reveste de sutis estranhezas.

por Jorge Coli*

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The poetry that emanates from the

photographs created by Iwajla Klinke is unfathomable, but is anchored in solid and concentrated principles of form. These principles, respected by the poetry in each of the artist’s works, simultaneously convey formal conviction and implicit mystery. It is a question of principles, and not of formulas: the darkness, extracting the model from any environment, isolating and highlighting him/her; the pose, affirming the subjects’ impassible demeanor and communicating their inner soul, made of melancholy and meditation; the detailed revealing of the details, in short, that clothe them in subtle strangenesses.


They are beings that live in eternal night, enveloped by soft shadows, caressed by the delicate and restful light that only hesitantly reveals them, but which, paradoxically, takes such intimate possession of the forms that it seems to arise from them, resisting the velvety darkness. It makes the images reach us as though they had sprung straight out of a dream steeped in spirituality. Iwajla Klinke thus fuses the human and the sacred. For the seminude adolescents, she invents unlikely strips of lace, necklaces, collars, cuffs and bonnets, made of worms, fruit, and rats. They exude an uncommon sacerdotal air, as though they were partaking in strange, unknown rituals. But the photographer visits distant regions to seek rituals that presuppose elaborate clothing. She chooses children as her preferred models. It is a choice with important consequences. We are used to seeing boisterous girls and boys, photographed with broad smiles. Advertising, in particular, makes extensive use of this banalization of infantile happiness. Running counter to this current, Iwajla Klinke dresses her young models with sacral dignity. They become penetratingly serious, aware of the important solemnity they embody. They are guardians of superior, ineffable secrets unknown to us.

São seres que vivem em eterna noite, envolvidos por trevas suaves, acariciados pela luz delicada e repousante, que hesita em revelar mas que, num paradoxo, apodera-se de maneira tão íntima das formas que parece brotar delas, resistindo aos negrores aveludados. Faz com que as imagens cheguem até nós como vindas de um sonho embebido em espiritualidade. Com isso, Iwajla Klinke instaura uma fusão do humano e do sagrado. Para os adolescentes seminus, ela inventa improváveis galões, colares, golas, punhos, toucas, feitos de vermes, de frutos, de ratos. Insólitos sacerdotes, é como se eles pertencessem a estranhos rituais desconhecidos. Mas a fotógrafa vai buscar, em regiões distantes, rituais que pressupõem vestimentas elaboradas. Elege crianças como seus modelos preferidos. É uma escolha que tem conseqüências importantes. Estamos habituados a ver meninas e meninos em algazarra, fotografados com largos sorrisos. A publicidade, em particular, faz grande uso dessa banalização da felicidade infantil. Iwajla Klinke, ao contrário, reveste seus pequenos modelos com a dignidade sacerdotal. Eles tornam-se graves, compenetrados, conscientes da solenidade importante que encarnam. São guardiões de segredos superiores e indizíveis que ignoramos

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Iwajla Klinke esteve no Brasil e buscou, aqui também, essas vozes secretas. Fotografou pequenos caubóis, baianas, naturezas-mortas. Deles não emana a mítica jubilação tropical, a embriaguês barroca e carnavalesca, ou qualquer outro clichê que inventamos para nós mesmos e para os outros. Seu olhar não se interessa pela superficialidade do exotismo nacional e turístico. A pátria dos personagens que ela capta é sem fronteiras, constituída pelo território do sagrado mais universal. Há outro ponto, nessas fotos, que se situa entre o humano e o sagrado. Esse ponto é o de um delicado erotismo. Iwajla Klinke destrói as definições de sexualidade e instaura uma atração erótica para além dos gêneros. Atração tanto mais espiritualizada que ela é intangível, já que não se trata do retrato de alguém, mas de um ser único, que existe somente ali, naquela imagem, sem equivalente em qualquer real possível, verdadeiro ser feito de luz e de sombra, de instante e de eternidade, que pertence à mais aristocrática família.

Estou convencido que Iwajla Klinke é uma das grandes artistas de nosso tempo. O abalo que a descoberta de suas obras me causou, há alguns anos, persiste, graças à complexidade muito fina e sempre renovada, graças ao seu papel revelador de realidades novas e superiores. Eu pensava que suas fotos tão cuidadas, fossem feitas em estúdio. Mas não: ela obtém seus extraordinários resultados nos locais em que encontra personagens e objetos que a atraem, sem que a elaborada sofisticação de suas criações se perca. Tal sofisticação nos leva a situar essa obra menos no campo do universo fotográfico do que no da pintura.

Iwajla Klinke was in Brazil, where she also sought these secret voices. She photographed small cowboys, Bahian women, still lifes. They do not emanate mythical tropical joy, baroque and carnivalesque inebriation, or any other cliché that we invented for ourselves and for the others. Her gaze is not interested in the superficiality of national and touristic exoticism. The subjects in her photographs are outside any specific national character, within a universal sacred territory. In these photos there is another point that is situated between the human and the sacred: they are imbued by a delicate eroticism. Iwajla Klinke destroys the definitions of sexuality and instates an erotic appeal beyond gender. It is an attraction as spiritualized as it is intangible, since it is not the portrait of someone, but of a unique being, who only exists there, in that image, without an equivalent in any possible reality, a true being made of true light and shadow, of instant and eternity, who belongs to the most aristocratic family.

I am convinced that Iwajla Klinke is one of the great artists of our time. The profound shock I felt upon discovering her works some years ago still persists, thanks to the very refined and always renewed complexity, and to her role as a revealer of new and superior realities. I thought that her painstaking photos were taken in a studio. But they aren’t: she obtains her extraordinary results in the places where she finds the characters and objects that attract her, without losing the elaborated sophistication of her creations. This sophistication leads us to situate this work less in the field of the photography than in painting.

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//Bronzino, Portrait of a young man, óleo sobre madeira, circa 1530, 95.6 x 74.9 cm, The Metropolitan Museum of Art

An association immediately arises: that of the portraits executed by Bronzino in the 16th century. The common points are evident: the same proud and melancholic posture; the same emblematic and alien character of the clothing, whose nobility distances the spectator; the same impression that these beings belong to the same transcendent and noble family.

Há uma primeira evocação que se impõe: a dos retratos executados por Bronzino no século XV. Os pontos comuns são evidentes: mesma postura altiva e melancólica; mesmo caráter emblemático e elegante das roupas, cuja nobreza põe o espectador a distância; mesma impressão de que todos esses seres pertencem à uma única família transcendente e fidalga.

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//Francisco de Zubar谩n, Lemons, oranges and a rose, 贸leo sobre tela/oil on canvas, 1633, 62,2 x 107cm, Norton Simon Museum, Pasadena, EUA.

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To the refinement shared with Bronzino, Iwajla Klinke adds the principle of chiaroscuro – a dark shading perhaps less akin to that which voluptuously involves the expressive and dramatic postures of Caravaggio’s youths and more like the mystical and profound shadows that enhance the hieratic immobility of Zurbarán’s saints and devotees. Iwajla Klinke’s still lifes seem to refer to Zurbarán’s admirable and unique paintings where the objects emerge from a black background. In the photos, however, exuberant tropical fruits are like a breath of fresh air in the darkness. They are organized like Eckhout’s – a converted, Catholic Eckhout, and wrapped in the same mystic air as are Zurbarán’s. The possibility of these dialogues is already a revealing sign: with her works, Iwajla Klinke leads us to the highest levels of artistic creation.

Ao requinte compartilhado com Bronzino, Iwajla Klinke associa o princípio do claro-escuro. Talvez menos o do Caravaggio, que envolve com volúpia as posturas expressivas e dramáticas de seus jovens do que as trevas místicas e profundas com as quais Zurbarán acentuou a imobilidade hierática de seus santos e beatos. Por sinal, as naturezasmortas de Iwajla Klinke remetem àquelas, tão admiráveis e únicas, de Zurbarán, em que os objetos emergem do fundo negro. Porém, nas fotos, os frutos tropicais em sua exuberância acrescentam uma respiração mais ampla, que se impõe à escuridão. Elas se organizam como as de Eckhout, um Eckhout convertido, católico, e tomado pela mística de Zurbarán. A possibilidade desses diálogos já é um indício revelador: Iwajla Klinke nos conduz, com suas obras, aos níveis mais altos da criação artística.

*Jorge Coli possui graduação em Histoire de l’art et archéologie - Université de Provence (1973), mestrado em Histoire de l’art -

Université de Provence (1974), doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1990), livre-docência e titulação em História da Arte e da Cultura pela Unicamp. É membro da Associationn Internationale des Critiques d’Art e da Association des Historiens de l’Art Contemporain. Recebeu o Prêmio Florestan Fernandes I Capes de melhor orientador em Ciências Humanas, o Prêmio Gonzaga Duque (ABCA) de melhor crítico de arte (2004) e o Prêmio de reconhecimento acadêmico “Zeferino Vaz” (UNICAMP). É professor titular da Universidade Estadual de Campinas, professor convidado em várias universidades internacionais (Princeton, Panthéon-Sorbonne, entre outras).Tem experiência na área de História, com ênfase em História da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: arte, historia da arte, pintura, estética e cinema.

*Jorge Coli attained his undergraduate degree in History of Art and Archaeology (1973) and his master’s degree in History of Art (1974) from the Université de Provence, in France; he earned his doctoral degree in Philosophy from the Universidade de São Paulo (1990), and subsequently obtained his higher teaching degree (litentia docendi) and habilitation in History of Art and Culture from Unicamp. He is a member of the International Association of Art Critics and the Association des Historiens de l’Art Contemporain. Coli has been awarded the Florestan Fernandes I Capes Prize for best academic advisor in the Human Sciences; the Gonzaga Duque Prize (ABCA) for best art critic (2004) and the “Zeferino Vaz” Prize of academic acknowledgment for his work at UNICAMP. Currently he holds a chair position at Universidade Estadual de Campinas, and he lectures as a guest in several foreign universities that include Princeton and Panthéon-Sorbonne. Based on his great expertise in the field of History, Coli addresses themes related to art, history of art, painting, aesthetics and film.

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@l.peres

Sobre a artista About the artist

Iwajla Klinke em 27.11.1976.

nasceu em Berlim, Alemanha,

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Iwajla Klinke Berlin/Germany

born 27.11.1976.


exposições individuais 2014

Galerie Polaris, Paris, França

2014

Transarte, São Paulo, Brasil

2014

Galerie Voss, Düsseldorf, Alemanha

2012

Primopiano Gallery, Nápoles, Itália

2012 Primopiano Gallery, Naples, Italy

2011

Galerie Suvi Lehtinen, Berlim, Alemanha

2011 Galerie Suvi Lehtinen, Berlin, Germany

2011

Styx Projects, Berlim, Alemanha

Solo exhibitions 2014 Galerie Polaris, Paris, France 2014 Transarte, Sao Paulo, Brazil 2014 Galerie Voss, Düsseldorf, Germany

2011 Styx Projects, Berlin, Germany

Group exhibitions

Exposições coletivas 2013

Istanbul Contemporary; Istanbul, Turquia

2012

Galerie Robert Drees, Hannover, Alemanha Artist’s House, Jerusalém, Israel

Artist’s House, Jerusalem, Israel

Kunstraum Bethanien Berlim, Alemanha

Kunstraum Bethanien Berlin, Germany

KunStart, Bolzano, Itália

2011

Vienna Art Week, Reflecting Reality, Viena, Áustria

Museum of Communication, Berlim, Alemanha

2013 Istanbul Contemporary; Istanbul, Turkey 2012 Galerie Robert Drees, Hannover, Germany

KunStart, Bolzano, Italy 2011 Vienna Art Week, Reflecting Reality, Vienna, Austria Museum of Communication, Berlin, Germany

Artung, La Chaux-de-Fonds, Suíça

Artung, La Chaux-de-Fonds, Switzerland

Styx Projects, Berlim, Alemanha

Styx Projects, Berlin, Germany

Galerie St St, Berlim, Alemanha

Abnormals Gallery, Poznan, Polônia

2010p-shmone Gallery, Tel Aviv, Israel

Galerie St St, Berlin, Germany Abnormals Gallery, Poznan, Poland 2010 p-shmone Gallery, Tel Aviv, Israel

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Helena Parada

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Publicações 2013/01 ART NEWS, EUA

Publications 2013/01 ART NEWS, USA 2011/12 ART IN AMERICA, USA 2011/11 DIE ZEIT, GERMANY 2011/9 TUSH MAGAZINE, Hamburg 2011/6 DOOPLER MAGAZINE, Buenos Aires 2011/4 DUST MAGAZINE, London

2011/12 ART IN AMERICA, EUA 2011/11 DIE ZEIT, Alemanha 2011/9 TUSH MAGAZINE, Hamburgo 2011/6 DOOPLER MAGAZINE, Buenos Aires 2011/4 DUST MAGAZINE, Londres 2011/3 OZINE MAGAZINE, China

2011/3 OZINE MAGAZINE, China

Film and videos

Filmes e vídeos

Several short metrages and documentaries for arte-tv and 3sat in Israel/ Palestine, Italy and Poland

Diversos curta-metragens e documentários para arte-tv e 3sat em Israel, Itália e Polônia.

90min documentary “The Raging Grannies Anti Occupation Club” (premiere at Pesaro Film Festival 2006, film release German cinemas 2007)

Documentário de 90 minutos “The Raging Grannies Anti Occupation Club” (premiere no Pesaro Film Festival 2006, filme lançado nos cinemas alemães em 2007.

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Os rituais capturados por Iwajla Klinke The Captured Rituals of Iwajla Klinke

Um dos sintomas mais perniciosos do capitalismo global é a

disseminação de uma esmagadora uniformidade de estilo e aparência que se apresenta como parte da “cultura popular”. Assim como o idioma inglês, que se propagou como língua franca em todo o mundo, ela se destina a servir como linguagem universal, cujos símbolos todos devemos compreender para podermos viver no mundo de hoje, gostemos ou não. Os efeitos devastadores desse fenômeno sobre as culturas e formas de expressão locais são bem conhecidos, e, de fato, qualquer iniciativa antiglobalização que se preze deve levar em conta algumas medidas de preservação.

por Travis Jeppesen*

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One of the more pernicious symptoms of

global capitalism has been the spread of an overwhelming uniformity of style and appearance that goes under the name of “popular culture.” Like the global spread of English as a lingua franca, it is meant to serve as a universal language – one whose symbols we must all comprehend if we are to live in the world today, whether we like it or not. The annihilating effects of this phenomenon on local cultures and forms of expression are well known, and indeed, any counterglobalization effort worth its name must take into consideration some measures of preservation.


It is with great timeliness – despite the inherent timelessness of her images – that an artist like Iwajla Klinke then arrives on the scene, fully armed to give us a glimpse at various micro-worlds that continue to endure against the grain of contemporaneity. At the same time, Klinke’s photographs are global in their outreach – she does not confine herself to one particular culture or region, but has set out upon a journey to preserve glimpses of fast-disappearing collectivities that connect us to ancient traditions of myth and ritual, rites that continue to resonate in our day-today lives, whether or not we pause to consider their reverberations. Klinke utilizes classical portraiture to capture her subjects in either traditional costumes, or else manufactured creations that somehow preserve some semblance of ancient ritual. Not far from her home in Berlin, the Sorbians of Eastern Germany still celebrate the annual Bird Wedding on 25 January of each year, in which two children are selected as bride and groom and brought together in a mock ceremony to celebrate the upcoming end of winter. Klinke captures her child brides against dark backgrounds and in natural light, allowing us to admire both the fine detail and flourish of their traditional dresses as well as the determined expressions of reverence that are somewhat surprising to find on children’s faces; they bespeak a worldliness that goes beyond our traditionally cosmopolitan conception of the term, a worldliness that is definitively earthbound and engraved in the machinations of a past that is eternally present.

É muito oportuno – apesar da atemporalidade inerente às suas imagens – que uma artista como Iwajla Klinke entre em cena preparada para nos dar uma prévia de vários microuniversos que seguem na contramão da contemporaneidade. Ao mesmo tempo, as imagens de Klinke são globais em termos de alcance – a artista não se restringe a uma cultura ou região em particular, mas sai em busca de preservar indícios de coletividades em ritmo acelerado de extinção, que nos conectam com as tradições antigas do mito e do ritual. Tais ritos continuam a ecoar no nosso cotidiano, independentemente de uma eventual pausa para reflexão sobre suas reverberações. Klinke utiliza a técnica do retrato clássico para as imagens de seus modelos, tanto em trajes tradicionais como em eventos produzidos de tal forma a guardar alguma semelhança com antigos rituais. Não muito longe de sua residência, em Berlim, os sórbios da Alemanha Oriental ainda celebram o Casamento dos Pássaros anualmente em 25 de janeiro, dia em que duas crianças são escolhidas como noiva e noivo para uma festa em comemoração do final de inverno que se aproxima. Klinke fotografa os noivinhos contra fundo escuro e sob luz natural, o que nos permite admirar tanto os menores detalhes e ornamentos de seus trajes típicos, bem como as expressões sóbrias de reverência, um tanto surpreendentes em rostos de crianças. Elas revelam um ecleticismo que vai além de nossa concepção tradicionalmente cosmopolita do termo, um estar-no-mundo definitivamente voltado para a Terra e gravado nas maquinações de um passado eternamente presente.

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Em outra série, Klinke viaja para a Sicília durante a Semana Santa para escolher, durante o espetáculo festivo, modelos vestidos a caráter para seus retratos. Aqui, desde o século XVII os Mistérios são encenados nos dias que antecedem a Páscoa, em procissões que podem durar até vinte e quatro horas. Com extravagância barroca, as crianças assumem seus papéis apostólicos com dignidade e honra. Ainda assim, o contraste entre suas vestes e panos sagrados, exageradamente coloridos e rebuscados, e o fundo escuro como breu das imagens é como o próprio abismo entre a Terra, com sua história milenar, e as trevas perpétuas de onde tudo surgiu – e para onde um dia poderão voltar.

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In another series, Klinke travels to Sicily during Holy Week to select decorated subjects from the festive pageantry for her portraits. Here, the Mysteries have been played out in the days before Easter ever since the 1600s in processions that can last up to twenty-four hours. With baroque extravagance, the children take on their apostolic roles with dignity and honor – and yet the disparity that emerges between their exaggeratedly colorful and detailed robes and sacred cloths and the pitch black background they are shot against is like the very chasm between the Earth, with its millennia of history, and the perpetual darkness from whence it all emerged – and to which it might someday return.



A questão a ser feita, então, é a seguinte: O que diferencia esses trabalhos fotográficos de um mero exercício de antropologia cultural? Apesar do aparente tema esotérico, o olhar de Klinke nunca é clínico ou errático; ela guarda para com seus sujeitos a mesma reverência e consideração com que eles realizam seus rituais anuais. Pode-se dizer que a fotografia é o ritual de Iwajla Klinke, cujos resultados ela compartilha generosamente. Até mesmo seu procedimento é quase ritualístico. Em suas viagens, Klinke fotografa usando o mesmo método que adota em estúdio na sua residência de Kreuzberg, charmoso bairro boêmio de Berlim.

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The question, then, must be asked: What distinguishes these photographic works from a mere exercise in cultural anthropology? Despite the seeming esoteric subject matter, Klinke’s gaze is never clinical or desultory; rather, she holds her subjects in the same reverence and esteem with which they carry out their annual rituals. One could say that photography is Iwajla Klinke’s own ritual, one whose results she generously shares. Even her method is quasiritualistic. In her travels, Klinke produces her photographs using the same method she practices in her home studio in Berlin’s fashionably shabby Kreuzberg district.


Eschewing unnatural light, her photo shoots always take place during the day time next to a window. Given the relative poverty of sunshine in Germany throughout most of the year, the light is usually soft, dim, and pale, as though to allow her subjects’ “inner glow” to fill the frame. Deceptively simple and straightforward in appearance, the photographs are actually produced in sessions that can last up to several hours, during which hundreds of shots are taken, from which the artist will select one single image to serve as the finished portrait. Her subjects, then, must enter into something like a meditative state and wholly submit to the process as the work is being done, which perhaps accounts for the sense of serenity that emerges from nearly all of the figures in Klinke’s photographs. It is no mistake that Klinke prefers photographing children. One cannot conjure a future worth living in without a cognizance of the past that entails at least some engagement beyond the superficial. Iwajla Klinke’s practice, after all, also extends beyond contemporary photography’s limited concerns and is perhaps best seen situated among the paintings of the Old Masters that continue to inspire her, with the chiaroscuro endeavors of Jean Barbault and Caravaggio immediately springing to mind. Excavating some of the most unlikely sources of our contemporary fabric and forcing us to turn our gaze upon them in an intense consideration, Iwajla Klinke effectively re-invents the sublime and gives us a new politics of reality.

Ao evitar iluminação artificial, suas sessões de fotos sempre acontecem durante o dia, perto de uma janela. Dada a relativamente pouca luz solar na Alemanha durante a maior parte do ano, geralmente a iluminação é suave, fraca, e pálida, como que para permitir que o “brilho interior” dos modelos inunde o quadro. Enganosamente simples e diretas na aparência, as fotos são realmente produzidas em sessões que podem durar várias horas, durante as quais são feitas centenas de imagens, a partir das quais a artista irá selecionar uma única para servir como obra de retrato. Por isso, seus modelos devem entrar em algo como um estado meditativo e submeterem-se ao processo durante o trabalho, o que talvez explique a sensação de serenidade que emerge de quase todas as figuras nas fotos de Klinke. Não é por acaso que Klinke prefere fotografar crianças. Afinal, não se pode invocar um futuro no qual valha a pena viver, sem conhecer o passado que acarreta ao menos algum comprometimento para além do superficial. A prática de Iwajla Klinke também se estende além das preocupações limitadas da fotografia contemporânea e talvez seja vista como ainda mais bem situada entre as pinturas de antigos mestres que continuam a inspirá-la, o que remete imediatamente ao chiaroscuro de Caravaggio e Jean Barbault. Ao investigar algumas das fontes mais improváveis do tecido contemporâneo, nos obrigando a voltar nosso olhar sobre elas para uma intensa reflexão, Iwajla Klinke efetivamente reinventa o sublime e nos oferece uma nova política de realidade.

*O escritor, poeta e crítico de arte Travis Jeppesen nasceu nos Estados Unidos em 4 de Setembro de 1979. Sua produção literária em formato de objeto acaba de vencer a Whitney Bienal e será exibida na Wilkinson Gallery em London. *Born in September 4, 1979, Travis Jeppesen is an American novelist, poet, and art critic. In 2014, his object-oriented writing won the Whitney Biennial and will be featured in a solo exhibition at Wilkinson Gallery in London.

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Brasil

2013 | 2014


SĂŠrie Marujo Our sailor series

Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 42X29 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21x21 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21x21 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21x21 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21x21 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21x21 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21x21 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21x21 cm

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SĂŠrie Cautes, Cautes, Cautopates Cautes, Cautes, Cautopates series

Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 150x111 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 150x111 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 150x111 cm

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Série Candelabro aquático Aquatic chandelier series

Sem título/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21X30 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21X30 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21X30 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21X30 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21X30 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21X30 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21X30 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2013/14, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 21X30 cm

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Obras anteriores


SĂŠrie Boxer Boxer series

Sem tĂ­tulo/untitled, 2011, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 80x60 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2011, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 80x60 cm

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SĂŠrie Ritual memories Ritual memories series

Sem tĂ­tulo/untitled, 2010, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 59x55 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2010, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 80x60 cm

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Sem tĂ­tulo/untitled, 2010, ed. 5, c-print on hahnemuehle paper, 80x60 cm

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SĂŠrie Bescherkinder Bescherkinder series

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Ficha Técnica

Transarte convida artistas residentes e produz ações expositivas surpreendentes, que desafiam pelas temáticas e limites da representação.

Espaço expositivo e residência artística.

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Transarte offers residency programs and produces amazing exhibitions that are challenging for their themes and representational limits.


Direção Maria Helena Peres Oliveira Produção Transarte Montagem Antonio Retameiro Francisco Brito Rosemeire Pereira de Souza Reginaldo Lopes Pereira Bureau Viviane Andrade Robson Corrêa Catálogo Produção editorial Melissa Castellano Projeto gráfico Goretti Carlos Tradução John Norman Izabel Burbridge www.transarte.net www.facebook.com/Transartebrazil transarte@terra.com.br 11 3142.9975

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Espaço expositivo e residência artística.

www.transarte.net


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