Museu Oscar Niemeyer em Revista #16

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MUSEU OSCAR NIEMEYER EM REVISTA

www.museuoscarniemeyer.org.br

Ano 4 - Nº. 16 - Dezembro de 2010

Haruo Ohara Leonor Botteri John Graz Magda Frank

Victor Vasarely A exposição “Vasarely” apresenta serigrafias do artista húngaro que apostou na reprodução gráfica como forma de democratizar a arte The “Vasarely” exhibition presents serigraphs of the Hungarian artist who wagered on graphic reproduction as a form of democratizing art


ficha técnica MUSEU OSCAR NIEMEYER MUSEU OSCAR NIEMEYER / THE OSCAR NIEMEYER MUSEUM Secretária Especial para Coordenação do Museu Oscar Niemeyer / Special Secretary for Coordination to The Oscar Niemeyer Museum Maristela Quarenghi de Mello e Silva Assessoria Especial / Special Assessment Vera Regina Maciel Coimbra Assessoria Jurídica / Legal Advice Isabel Cristina Storrer Weber Comunicação / Communication Maria Tereza Boccardi Planejamento Cultural / Cultural Planning Ariadne Giacomazzi Mattei Manzi, Rebeca Gavião Pinheiro e Sandra Mara Fogagnoli Acervo e Conservação / Collections and Conservation Suely Deschermayer, Humberto Imbrunisio e Ricardo Freire Museologia / Museology Jackson Luis Trierveiler e Vanderley de Almeida Ação Educativa / Educational Action Rosemeri Bittencourt Franceschi e Sirlei Espindola Documentação e Referência / Documentation and Reference Iolete Guibe Hansel Segurança / Head of Security Carlos Alberto da Costa ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO MON – MUSEU OSCAR NIEMEYER ASSOCIATION OF MON’S FRIENDS – THE OSCAR NIEMEYER MUSEUM Presidência / Chairman Cristiano A. Solis de Figueiredo Morrissy Diretoria Administrativa e Financeira / Administrative and Financial Director Elvira Wos Infraestrutura / Infrastructure Laissy da Silva Roberto Apoio Técnico / Technical Support Marcello Kawase e Sabrina Ellen de Souza MUSEU OSCAR NIEMEYER EM REVISTA COORDENAÇÃO GERAL Rebeca Gavião Pinheiro REDAÇÃO Editora-Chefe: Melissa Castellano Reportagem: Flora Guedes, Talita Vanso e Melissa Castellano Projeto Gráfico: Celso Arimatéia / Diagramação e arte: Ivan Vilhena Revisão e Tradução para o Inglês: Peter Bromberg Fotografia: Acervo do Museu Oscar Niemeyer, Divulgação, José Gomercindo e Marcello Kawase Produção e Edição: Projeto Comunicação -- (41) 3022-3687 www.projetocomunicacao.com Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião do Museu Oscar Niemeyer. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização. Para sugestões e críticas, escreva para nós: redacao@projetocomunicacao.com Tiragem: 25.000 exemplares Impresso em papel couché fosco LD 150 g, com verniz UV (capa) e couché fosco LD 115 g (miolo) Impressão: Maxigráfica Museu Oscar Niemeyer Rua Marechal Hermes, 999 -- Centro Cívico CEP 80530-230 -- Curitiba (PR) -- Tel.: (41) 3350-4400 / Fax: (41) 3350-4414 www.museuoscarniemeyer.org.br Imagem de capa: Victor Vasarely, “Pauk Arny” Nº II, 1978 Serigrafía

PRONAC 08-8683


editorial

Editorial No princípio era o vazio. Um espaço magnífico, é verdade, mas vazio. O desafio, preenchê-lo, ocupá-lo com acervo e exposições que correspondessem à genialidade da criação de Niemeyer. E assim foi feito. Em sete anos, do vazio fez-se o Museu Oscar Niemeyer, hoje um dos mais importantes centros de artes plásticas da América Latina. Possivelmente, na história dos museus brasileiros (ou do continente) nenhum outro espaço foi criado, ganhou vida, consolidou-se e distinguiu-se em tão curto tempo quanto o MON. No balanço e prestação de contas que fazemos aos paranaenses no último número desta revista assinada pela atual dirigente do Museu, é inevitável não apenas um sentimento forte, compensador da tarefa realizada, mas é também impossível escapar da emoção. Porque do nada, rigorosamente nada, fez-se um Museu. Era apenas um teto vazio, sem recursos financeiros, sem infraestrutura, sem pessoal, sem equipamentos para receber exposições, exibí-las e preservá-las. Tivemos que construir tudo. Nesses sete anos, realizamos 123 exposições nacionais e 55 exposições internacionais. Todas de altíssimo nível. Um feito raro entre os museus brasileiros ou latino-americanos. Recebemos perto de um milhão e trezentos mil visitantes. Do Brasil e do mundo. O nosso acervo já acumula 2.900 obras de artistas paranaenses, brasileiros e internacionais. Andersen, De Bona, Viaro, Bakun, Helena Wong, Di Cavalcanti, Volpi, Portinari, Iberê Camargo, Franz Weissmann, Tomie Ohtake, Ianelli, Siron Franco, Daniel Senise, Cícero Dias, Djanira, Torres Garcia, Andy Wharol, Carlos Alonso, Guayasamin, Carlos Bracher, Brennand, Julio Quaresma, Balmes e tantos mais. O MON não ficou restrito à Curitiba. Exposições itinerantes percorreram o Paraná e o mundo, mostrando seu acervo na Polônia, no Japão, na Alemanha, na Finlândia, na Inglaterra, tornando-se conhecido, referido no universo internacional das artes plásticas. No entanto, uma de nossas maiores conquistas é a abertura do MON para as crianças. Diariamente, acompanhadas de monitores, mais de 600 crianças visitam o Museu, percorrem as exposições e participam de oficinas de artes. Todos os meses, são mais de dez mil crianças despertadas para as artes, para o belo. Isso vale um Museu. Hora de balanço e tempo de agradecimento aos funcionários do MON, essa pequena e guerreira equipe que deu ao Paraná um de seus maiores orgulhos. E aos colaboradores, patrocinadores e amigos do MON, imprescindíveis na construção deste espaço. Mas, sobretudo os agradecimentos e o reconhecimento ao governador Roberto Requião, que desde o princípio transformou a criação e consolidação do Museu em política pública, legando aos paranaenses um de seus mais inestimáveis bens culturais. Por fim, desejamos aos novos gestores pleno sucesso. Avançamos, no entanto, temos plena cons- Maristela Quarenghi de Mello e Silva ciência de que ainda há, e sempre haverá, muito a ser feito. At the beginning, there was emptiness. A truly magnificent space, although empty. The challenge, fill it, occupy it with a collection and exhibitions that would be in tone with Niemeyer’s creative geniality. Therefore, it was done. In seven years, from the existent emptiness the Oscar Niemeyer Museum was built, today, one of the most important plastic arts centers in Latin America. In the history of Brazilian museums (or the continent’s), it is probable that no other space was generated, came to life, consolidated itself and became distinguished in such a short time as the MON. In the balance sheet and the accountability report we present to the Paranaenses in the last number of this magazine undersigned by the museum’s present president, it is inevitable to have not only a strong and comforting feeling of a job well done, but also impossible to wry away from deep emotion. Because from nothing, rigorously nothing, a Museum was born. It was only an empty roofing, with no financial resources, no infrastructure, no personnel, no equipment to receive exhibitions, show them, and preserve them. We had to build up from scratch. Over the past seven years, we had 123 national exhibitions and 55 international ones. All of them of the highest level. A rare accomplishment amongst Brazilian or Latin American museums. We received close to one million three hundred thousand visitors, from Brazil and from all over the world. Our collection has already accumulated 2,900 works by Paranaense, Brazilian and international artists. Andersen, De Bona, Viaro, Bakun, Helena Wong, Di Cavalcanti, Volpi, Portinari, Iberê Camargo, Franz Weissmann, Tomie Ohtake, Ianelli, Siron Franco, Daniel Senise, Cícero Dias, Djanira, Torres Garcia, Andy Wharol, Carlos Alonso, Guayasamin, Carlos Bracher, Brennand, Julio Quaresma, Balmes and many more. The MON did not remain restricted to Curitiba. Itinerant exhibitions travelled throughout Paraná and the world, exhibiting its collection in Poland, Japan, Germany, Finland, and England, becoming known and referred to in the universe of the international plastic arts. However, one of our greatest achievements is the opening of the MON to children. Daily, accompanied by monitors, over 600 hundred children visit the museum, go through the exhibitions and take part in art workshops. Monthly, more than ten thousand children are awakened to art, to beauty. This is worth a Museum. Time for accountability and time for thanks to the MON employees, this reduced team of warriors who provided Paraná with one of its greatest prides. And to the associates, sponsors and MON friends, indispensable in construing this space. Most of all, our thanks and recognition to governor Roberto Requião, who transformed the creation and consolidation of the Museum into a public policy from the very beginning, bequeathing the Paranaenses with one of its most valuable cultural assets. Finally , we wish the new management ample success. We have stepped forward, but we are fully aware that there still is, and always will be, much to be done.

Maristela Quarenghi de Mello e Silva

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“Artistas Paranaenses” revela a pintura “nunca acadêmica” de Leonor Botteri.

Um dos mais influentes profissionais do modernismo no século 20, o suíço John Graz marcou sua atuação no Brasil como artista plástico, designer e arquiteto.

Haruo Ohara

“Vasarely” presents serigraphs by the Hungarian artist who bet on graphic reproduction as a form of democratizing art.

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One of the most influential professionals of modernism during the 20th Century, Swiss John Graz left his mark in Brazil as a plastic artist, designer, and architect.

John Graz

This exhibit ends the “Paranaense Artists” series and reveals the “never academic” painting by Leonor Botteri.

Leonor Botteri

The exhibition reveals the immigrant, peasant, and photographer Haruo Ohara, who cultivated the land over the years, and simultaneously, photographed his family’s life as well as his own.

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Exposição revela o imigrante, lavrador e fotógrafo, Haruo Ohara, que cultivou a terra ao longo dos anos e, simultaneamente, fotografou sua vida e a de seus familiares.

Victor Vasarely

“Vasarely” apresenta serigrafias do artista húngaro que apostou na reprodução gráfica como forma de democratizar a arte.

índice


“Homenagem” apresenta mais de 150 obras da escultora húngara naturalizada argentina.

Happenings

Acontece

Inside the Museum

Por dentro do Museu

“Homage” presents over 150 works of the Hungarian naturalized Argentinean sculptor.

Magda Frank

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MON – 8 years celebrating art and fomenting critical sense.

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MON: 8 anos celebrando a Arte e fomentando o espírito critico.

Especial

índice 36

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serigrafia

Vasarely:

luz, cores

“Vega-Pal-5”, 1971. Serigrafia

“Pauk Arny”, 1978. Serigrafia

A exposição “Vasarely” apresenta serigrafias do artista húngaro que apostou na reprodução gráfica como forma de democratizar a arte.

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e formas

“Torz”, 1978. Serigrafía

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serigrafia

“Axo Pal”, 1973. Serigrafía

A arte de amanhã será um tesouro coletivo, ou deixará de ser arte. Victor Vasarely “Tomorrow’s art will be a collective treasure, or will cease to be art.”

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“Xico 2”, 1973. Serigrafía

“Xico 8”, 1973. Serigrafía

Victor Vasarely é um mestre da ilusão. Sua arte manipula formas e linhas. Ludibria os olhos, que mergulham em elementos que vibram e se movem em espaços e profundidades improváveis. A partir dele, a arte não apenas representa o movimento, está em movimento, e se transforma à frente daquele que a observa. Fundador da arte cinética e representante da Op Art, Vasarely (1908-1997) também buscou transformar a experiência estética em uma experiência compartilhada de modo a desligá-la do domínio individual elitista. Para tanto, incorporou em seu trabalho a integração social da arte por meio da multiplicação das obras, através das técnicas gráficas de reprodução como a litografia, ou por sua integração ao espaço urbano. “Vasarely”, em cartaz até 27 de março de 2011, apresenta 21 serigrafias do artista húngaro, radicado na França, e exemplifica sua maestria na investigação das superfícies cromáticas, bem como suas

relações no espaço como síntese e reflexo do mundo. A coleção é proveniente da Fundación Museos Nacionales da Venezuela. “Vasarely será para sempre reconhecido como o artista que, com impecável maestria, soube realizar um estudo das superfícies cromadas e suas relações no espaço como síntese e reflexo do mundo. As relações entre cor e espaço ficam plasmadas na presença de elementares desenhos geométricos, que produzem uma interação vibrante entre cromo e ritmo. Devido à tendência do olho produzir a imagem posterior, foi necessário haver percebido fortes contrastes de branco e preto ou em justaposições em tons muito vivos. Mas, sobretudo, Vasarely será identificado com uma das figuras integrais e integradoras que, no século 20, estenderam a experiência estética ao campo de ação da vida cotidiana com maior elegância e desenvoltura”, afirma María Luz Cárdenas, curadora da exposição.

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serigrafia

“Harom-N.B”, 1978. Serigrafía

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Vasarely: light, colors and forms

The “Vasarely” exhibition presents serigraphs of the Hungarian artist who wagered on graphic reproduction as a form of democratizing art. Victor Vasarely is a master of illusion. His art manipulates forms and lines. It hoodwinks the eye, which delves into elements that vibrate and move within improbable spaces and depths. After him, art represents not only movement, it moves, and transforms itself before the observer. Founder of kinetic art and Op Art representative, Vasarely (1908-1997) also sought to transform the aesthetic experience into a shared experience in order to detach it from the individual elitist domain. To this end, he incorporated social art integration in his work through the multiplication of the works via graphic reproduction techniques, such as lithography, or by its integration into urban spaces. “Vasarely”, showing up to March 27th, 2011, presents 21 serigraphs by the French-Hungarian artist. It exemplifies his mastery in investigating chromatic surfaces and their relationship in space as a synthesis and reflection of the world. The collection comes from the Venezuelan Fundación Museos Nacionales. “Vasarely” will forever be recognized as an artist who, with impeccable mastery, knew how to undertake a study of chromed surfaces and their relationship in space as a synthesis and reflection of the world. The relationships between color and space are shaped by the presence of elementary geometric drawings, which produce a vibrant interaction between chrome and rhythm. Due to the eye’s tendency of producing the posterior image, it was necessary to have perceived strong contrasts between black and white or very live tone juxtapositions. But, most of all, Vasarely will be identified as one of the integral and integrating personalities who, during the 20th Century, extended their aesthetic experience to the field of daily life actions with greater elegance and resourcefulness”, María Luz Cárdenas the exhibition’s curator affirms.

“Einstein”, 1978. Serigrafía

“Xico 3”, 1973. Serigrafía

O quê: Vasarely Quando: até 27 de março de 2011 Onde: sala Tarsila do Amaral De terça a domingo, das 10h as 18h Informações: (41) 3350-4400 What: Vasarely When: up to March 27th, 2011 Where: Tarsila do Amaral room Tuesday through Sunday, from 10AM to 06PM Information: 0055 41 3350-4400

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fotografia

Fotogramas

cultivados nos campos

“Enxada no ar”, 1948. Chácara Arara, Londrina – PR

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O Museu Oscar Niemeyer e o Instituto Moreira Salles apresentam a exposição “Haruo Ohara: Fotografias”, com cerca de 150 imagens do fotógrafo japonês, que emigrou parao Brasil em 1927.


fotografia

“Pôr-do-sol” – Tomoko e Ciro, filhos de Haruo, 1949. Chácara Arara, Londrina – PR

O imigrante, lavrador e fotógrafo Haruo Ohara, que cultivou a terra ao longo dos anos e, simultaneamente, retratou sua vida e a de seus familiares, tem sua vida e obra reveladas na exposição “Haruo Ohara: Fotografias”. A mostra, com fotografias pertencentes ao acervo do Instituto Moreira Salles, apresenta marcantes imagens documentais e humanistas da família Ohara, de sua região e do mundo do trabalho associado à abertura da nova fronteira agrícola no norte do Paraná pelos imigrantes japoneses, e de outras nacionalidades, que para lá acorreram. O trabalho de Haruo aponta para o fato de que, mesmo em momento de forte transformação e aceleração tecnológica – a urbanização crescente do Brasil na época –, talvez apenas o tempo real de maturação das flores, frutos e filhos fortemente representados em sua obra fotográfica seja, também, o tempo real e necessário para a criação artística. Essa insistente sinalização para o verdadeiro ciclo da vida e da terra, com seus ritmos ancestrais, é o seu principal legado. Sobre Haruo Ohara

“Pausa para descanso” Autorretrato, 1945. Chácara Arara, Londrina – PR

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“Autorretrato” Bambuzal do sítio Tomita, 1953. Londrina – PR

Haruo Ohara (1909-1999) nasceu no Japão e emigrou aos 17 anos para o Brasil com os pais e irmãos. Sua obra, alinhada com a fotografia moderna e humanista de meados do século 20, contribui para mostrar que alguns dos antagonismos da cultura brasileira, como aquele que contrapõe o campo e a cidade como símbolos do arcaico e do moderno, herança do período colonial extrativista e escravocrata, não resistem ao surgimento de um novo personagem histórico na passagem do século XIX para o XX: o imigrante europeu ou asiático, que renova cultural e economicamente o país a partir do campo. No caso específico de Ohara, esse personagem encarna tanto o homem da terra como o da cultura.

A insistente sinalização para o verdadeiro ciclo da vida e da terra, com seus ritmos ancestrais, é o principal legado do trabalho de Ohara. The insistent signaling towards the real cycle of life and of earth, with its ancestor rhythms, is the main legacy of Ohara’s work.


Photograms cultivated in the fields

The Oscar Niemeyer Museum and the Moreira Salles Institute present the exhibition “Haruo Ohara: Photographs”, with approximately 150 images by the Japanese photographer, who immigrated to Brazil in 1927. The immigrant, peasant, and photographer Maruo Ohara, who over the years cultivated the land and, simultaneously, depicted his life and that of his family has his life and work revealed in the exhibition “Haruo Ohara: Photographs”. The exhibit, with photographs belonging to the Instituto Moreira Salles collection, presents outstanding documental and humanistic images of the OHARA family, from his region and the world of work associated to the opening of the new agricultural frontier in the north of Paraná by Japanese and immigrants of other nationalities who moved there. Haruo’s works, indicate a fact, that even during a moment of great transformation and technological acceleration – at that time the ever growing Brazilian urbanization, - maybe even the real time for the ripening of flowers, fruit and offspring, strongly represented in his photographic works, is also the real time that is necessary for artistic creation. This insistent signaling towards the real cycle of life and earth, with its ancestral rhythms’, is his main legacy.

“Água de chuva”, 1949. Londrina - PR

About Haruo Ohara Haruo Ohara (1909-1999) was born in Japan and immigrated to Brazil with his family when he was 17. Ohara’s work, aligned with modern and the humanistic photography from the middle of the 20th Century, contributed towards showing that some of the antagonisms within Brazilian culture, as that which counterpoints city and countryside as symbols of the archaic and the modern, a heritage of our extractivist and ‘slaveaucrat’ colonial period, cannot resist to the emergence of a new historical character in the passage from the 19th to the 20th Century: the European or Asian immigrant, who renews the country culturally and economically from the countryside. In Ohara’s case, he embodies that country as well as the cultural man.

O quê: “Haruo Ohara: Fotografias” Quando: até 27 de março de 2011 Onde: na Torre da Fotografia De terça a domingo, das 10h as 18h Informações: (41) 3350-4400 What: “Haruo Ohara: Photographs” Where: In the Photography Tower When: Up to March 27th, 2011 Tuesday through Sunday, from 08AM to 06PM Information: 0055 41 3350-4400

“Umeji, avó de Haruo, com chamisen”, c. 1941. Chácara Arara, Londrina – PR

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pintura

Mostra que encerra a série “Artistas Paranaenses” revela a pintura “nunca acadêmica” de Leonor Botteri.

“O Vento da Noite”, 1960, óleo s/tela

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Nos rec么nditos

da solid茫o

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pintura “Sem Título” (Mulher com capuz azul), s.d. óleo s/tela

“Sem Título” (Retrato de João Genehr), s.d. óleo s/tela

Leonor Botteri nasceu no Rio de Janeiro, em 1906, mas quis a vida que desembarcasse em Curitiba e travasse conhecimento com o mestre Guido Viaro, seu professor entre 1942 a 1945, com quem desenvolveu o desenho e se aprofundou na pintura. “Viaro forneceu o método, Botteri, sem régua e compasso, traçou o caminho”, afirma Maria José Justino, curadora da exposição “O Silêncio e a Solidão na Pintura de Leonor Botteri”, que apresenta 70 obras da artista, falecida em 1998. A pintura de Botteri leva ao extremo a inquietação sobre a existência, é tramada a partir da escuridão, do silêncio, da solidão e da intimidade. Sua arte sombria, que parece ser feita “à luz de gás”, situa-se entre o expressionismo e a pintura metafísica. “Por isso mesmo, volta-se aos autorretratos e às naturezas-mortas. As naturezas são silenciosas, não há gritos, mas sussurros, sons articulados e inarticulados. O autorretrato é uma conversa com a intimidade, um gênero bastante apropriado a uma alma recatada, que não se sente à vontade na ação”, avalia Maria José Justino. Mas, a falta de ação não significa que o observador fique indiferente ao que vê nas telas de Leonor Botteri. “A pintura dela seduz ou afasta. É uma pintura que respira, que perturba, toda ela tecida na penumbra, do ser e das cores, vinda da alma. Mergulhamos em um mundo que vive de crepúsculos. Não há sol na pintura de Botteri, percebeu seu mestre Viaro. Toda sua arte é uma teia tramada com fios constituídos de solidão e de silêncio. Isso não nos autoriza a falar de tristeza. Botteri parece feliz nesse silêncio. Uma felicidade ascética”, define a curadora. “Sem Título”, s.d. óleo s/tela

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“Perfil”, 1964 óleo s/tela

Na natureza-morta, a pintura está à vontade. Não tem conteúdo comum à pintura histórica sacra ou profana, nada pretende ilustrar. Liberta as coisas do conjunto onde cresceram ou com a qual estão ligadas pelo seu uso ou finalidade, para obter delas uma nova ressonância acima da necessidade a que serve uma composição, na qual, como a música, as formas e, principalmente, as cores, criam uma harmonia.

“Autorretrato”, 1972 óleo s/tela

Leonor Botteri “In still nature, painting is always at ease. It has nothing in common with sacred or profane historical painting, nothing to illustrate . It frees things from the ensemble where they grew or to which they are linked due to their use or objective, to take from them a new resonance above the need for which a composition is useful, in which, much as music, forms and, mainly, colors, they create harmony.”

“Maçãs recém colhidas”, 1987, óleo s/tela

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pintura

Toda a arte de Botteri é uma teia tramada com fios constituídos de matéria de solidão e de silêncio. All of Botteri’s art is a web, spun with threads made up from solitude and silence.

“Manchinha”, s.d. Aquarela s/papel

In the recesses of solitude

This exhibit ends the “Paranaense Artists” series and reveals the “never academic” painting by Leonor Botteri. Leonor Botteri was born in Rio de Janeiro, in 1906. It was life’s wish however, that she landed in Curitiba and got to know the works of master Guido Viaro, her teacher between 1942 and 1945, with whom she developed drawing and focused on painting. “Viaro supplied the method, Botteri, without a ruler or a compass, traced the path”, curator Maria José Justino states. “The silence and the solitude of Leonor Botteri”, deceased in 1998, presents 70 of the artist’s works. Botteri’s paintings take the uneasiness of living to extremes, and is projected from darkness, silence, solitude and intimacy. Her somber art, which seems to have been produced “under gas lamps”, has a place between expressionism and metaphysical painting. “Exactly for that reason, she turns to self-portraits and still life. The still lives are silent; there are no outcries, but whispers, articulate and inarticulate sounds. The self portrait is a chat with intimacy, a gender which is quite appropriate to a maidenly soul, who does not feel at ease with action”, Maria José Justino evaluates. However, the lack of action does not mean that the observer remains indifferent to what he sees in Leonor Botteri’s paintings. “Her painting is seductive or abstractive. It is a painting that breathes, that disturbs. All of it drawn in penumbra, of the being and of the colors, coming from the soul. We delve in a world that lives from twilights. There is no sun in Botteri’s paintings, master Viaro perceived. All of her art is a web spun with threads constituted by solitude and silence. This, however, does not authorize us to speak of sadness. Botteri seems to be happy in this silence. An aesthetic happiness”, the curator defines.

O quê: “O Silêncio e a Solidão na pintura de Leonor Botteri” Quando: até 3 de abril de 2011 Onde: Galeria Niemeyer De terça a domingo, das 10h as 18h Informações: (41) 3350-4400 What: “The silence and solitude of Leonor Botteri’s paintings” When: Up to the 3rd of April 2011 Where : Niemeyer Gallery Tuesday through Sunday, from 10AM to 6PM Information: 0055 41 3350-4400

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modernismo

John Graz artista plástico,

designer

e arquiteto

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Sem título (Mulher e Corça), Anos 50


Um dos mais influentes profissionais do modernismo no século 20, o suíço John Graz (1891-1980) marcou sua atuação no Brasil como artista plástico, designer e arquiteto.

Sem título (Barqueiro), Anos 50

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Sem título (Garças em vermelho), Sem data

“Suíço, racional e purista, incorpora a brasilidade à sua obra, fundindo diferenças inconciliáveis; criador habilidoso e produtor exaustivo”, é assim que o curador da exposição “John Graz”, Sérgio Pizzoli, define o artista, que trouxe para o cenário das artes brasileiras as influências renovadoras dos movimentos europeus do século 20. Graz desenvolveu inúmeros projetos de ambientações e design, paralelo às atividades de pintura e desenho artístico, durante os mais de 60 anos em que viveu e trabalhou no País. A mostra, que tem curadoria geral de Consuelo Cornelsen, Sérgio Pizzoli e Sérgio Campos, apresenta mais de 170 obras inéditas, realizadas entre 1920 e 1980, que incluem mobiliário, desenhos e pinturas (em técnicas variadas, com prioridade para o guache e o grafite sobre o papel). Destaque para as pinturas “Chegada ao Brasil”, “Bandeirante”, “Menino com Caranguejos” e “Um miau tout simple: medaillé”. De acordo com Campos, o artista procurou, dentro do espírito moderno, integrar as diversas manifestações da arte em seus projetos, e ficou conhecido como arquiteto de interiores, criador de móveis futuristas e introdutor do estilo art déco no Brasil. “Mas, na verdade, John Graz é muito maior que qualquer uma dessas definições, já que conseguiu unir arte, arquitetura e design em uma única linguagem plástica”, afirma Campos.


modernismo

Para Consuelo Cornelsen, John Graz “pinta a realidade com uma essência emotiva, cenas que retrata a partir de seu interior. [Ele] desenhava como se escrevesse um poema, ao qual poderia ser lido em cada traço.” Sobre John Graz Após sua formação artística na Escola de Belas Artes de Genebra, em 1911, onde cursou Arquitetura, Decoração e Desenho, viaja para Espanha. Suas obras lá produzidas impressionam Oswald de Andrade, que o convida a participar da Semana de Arte Moderna Brasileira 1922, ao lado de nomes como Anitta Malfatti, Di Cavalcanti e Vicente do Rego Monteiro. O artista é um dos fundadores da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM) e participa do Clube dos Artistas Modernos (CAM). Em 1925, inicia suas atividades como arquiteto e designer de interiores, dedicando-se por quase quarenta anos a esse segmento profissional. Graz faleceu em 1980, aos 89 anos, deixando um acervo, ainda hoje inédito, com desenhos, estudos, plantas baixas, cadernos de viagem e de anotações, e que se encontra, atualmente, sob a guarda do recém-fundado Instituto John Graz, presidido por Annie Graz, sua segunda esposa. Sem título, tapeçaria

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John Graz: Plastic artist, designer and architect

One of the most influential modernism professionals of the 20th Century, Swiss John Graz (1891 – 1980) left his mark in Brazil as a plastic artist, designer, and architect.

“Seu lema: criar e recriar. Sempre!” “His motto: create and recreate. Always!”

Sem título (Mulher c/ Frutas - recorte), Sem data

“Swiss, rational and a purist, he incorporates ‘Brazilianity’ to his work, merging irreconcilable differences; dexterous conceiver and exhaustive producer”, this is how the “John Graz” exhibition curator, Sérgio Pizzoli, defines the artist who brought to the Brazilian art scenario the renovating influence of the 20th Century European movements. Graz developed innumerable ambience and design projects, alongside painting and artistic drawing activities, during the more than 60 years in which he lived and worked in the country. The exhibit has Consuelo Cornelsen, Sérgio Pizzoli, and Sérgio Campos as general curators, and presents more than 170 unabridged works, produced between 1920 and 1980, which include furniture, drawings and paintings (with various techniques, prioritizing gouache and graphite on paper). Highlight for the paintings “Chegada ao Brasil” (Arriving in Brazil), “Bandeirante” (Scout), “Menino com Caranguejos” (Boy with Crabs), and “Um miau tout simple: medaillé”. According to Campos, the artist sought, following the modernism spirit, to integrate the different art manifestations in his projects, and became known as the architect of interiors, creator of futuristic furniture, and introducer of the art deco style in Brazil. “In reality, John Graz is far greater than any of those definitions, seeing as he managed to unite art, architecture and design in a single plastic language”, Campos says. According to Consuelo Cornelsen, John Graz “paints reality with an emotional essence, scenes he paints that come from within. He drew as if he was writing a poem, which could be read in each one of his strokes”. About John Graz After his artistic formation at the Geneva School of Fine Arts, in 1911, where he sat for Architecture, Decoration and Design classes, Graz travels to Spain. The works he produced there impress Oswald de Andrade, who invites him to take part in the 1922 Brazilian Modern Art Week, alongside renowned names such as Anitta Malfatti, Di Cavalcante, and Vicente do Rego Monteiro. The artist is one of the founders of the Sociedade Pró-Arte Moderna (The Society Favoring Modern Art) -SPAM and participates in the Clube dos Artistas Modernos (The Modern Artists Club) - CAM. In 1925, he initiates his activities as an architect and interior designer, dedicating himself to this professional segment for nearly forty years. Graz passed away in 1980, at the age of 89, leaving a collection still unabridged, with drawings, studies, floor plans, scrap books of trips, and notes, which at present are being held by the recently grounded John Graz Institute, presided by his second wife, Annie Graz. O quê: John Graz Quando: até 3 de abril de 2011 Onde: Sala Guignard De terça a domingo, das 10h as 18h Informações: (41) 3350-4400 What: John Graz When; up to April 3rd, 2011 Where: At the Guignard Room Tuesday through Sunday, from 10AM to 06PM Information: 0055 41 3350-4400

25 Dezembro 2010

Sem título (Pescador) 1969


acervo

MON: Revelando a

história das

artes plásticas

“Dados”, Iberê Camargo

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“Mastros e Velas”, Alfredo Volpi.

das exposições temporárias, por mais fantásticas que sejam. O acervo é a sua pedra angular. Logo, ele tinha que ser expressivo, representativo. E assim foi feito. Hoje, são perto de três mil obras que percorrem de forma consistente, reveladora, a história de nossas artes plásticas. Na formação do acervo, deu-se, é claro, um espaço mais significativo aos artistas paranaenses, aqui nascidos ou radicados. Sem ufanismo ou patriotadas, essa coleção permite-nos justo orgulho da produção local. E revela a outros brasileiros ou estrangeiros

27 Dezembro 2010

A gestão que agora conclui o trabalho à frente do Museu Oscar Niemeyer não lega apenas um espaço que já se tornou conhecido, nacional e internacionalmente, pela excelência de suas exposições. Transmite, também, um acervo magnífico, reunido com cuidado, criteriosamente, que abarca o que há de mais expressivo na arte paranaense e brasileira. O ponto de partida foi com obras da coleção do BANESTADO e do Museu de Arte do Paraná. Com muito a fazer, iniciou-se uma lenta e teimosa construção. Afinal, o acervo de um museu é o seu lastro, seu fundamento. Um museu não se faz apenas


acervo

que nos visitam uma talvez insuspeita genialidade de nossos pintores e escultores. Com recursos próprios, patrocínios ou doações, fomos amealhando um riquíssimo conjunto de obras para ser admirado, estudado e amado. Os paranaenses encontram hoje, no Museu Oscar Niemeyer, o mais expressivo acervo de seus criadores. Estão todos lá. Bakun, De Bona, Viaro, Andersen, Helena Wong, Michaud, Domício Pedroso, Amélia Assumpção, Franco Giglio, Garfunkel, Jair Mendes, Andrade Lima, Cláudio Kambé, Espedito Rocha, Traple, Juarez Machado, Ennio Marques Ferreira e dezenas de outros. Ao lado de artistas nacionais como Volpi, Di Cavalcanti, Ianelli, Iberê Camargo, Brennand, Samico, Weissmann, Emanoel Araújo, Djanira, Cícero Dias, Siron Franco, Tomie Ohtake, Vivente do Rego Almeida, Daniel Senise. E do genial criador deste espaço, que o nome do museu consagra, Oscar Niemeyer, além de grandes expressões da arte internacional,

sem título, Niobe Xandó

“Flor Mineral”, Franz Weissmann

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“Adan y Eva”, Torres Garcia

como Andy Warhol, Torres Garcia, Guayasamin, Carlos Alonso, Carlos Colombino, José Balmes Parramón, Joaquín Torres Garcia, Josef Albers, Pillar Ovalle, entre outros. Se o acervo é o lastro, a base de um museu, o Museu Oscar Niemeyer está solidamente ancorado. No início, quando tudo parecia tão distante, tão remoto, não se imaginava que fosse possível entregar aos paranaenses, brasileiros e estrangeiros que nos visitam uma seleção tão magnífica como esta. É emocionante, gratificante e nos enche de alegria e orgulho, por exemplo, ver as crianças - seiscentas delas - todos os dias, diante dessas telas, aprendendo, despertando para a beleza e a eternidade da arte. É o que estamos legando, depois de sete anos de trabalho. Há, ainda, muito que ser feito. Esse acervo precisa crescer e se enriquecer cada vez mais. Esperemos e confiamos que assim seja. Aos que tornaram possível a aquisição de novas obras, aos que doaram peças, o Paraná agradece. Uma parte da história de nossa cultura está aqui, preservada para a informação e deleite de todas as gerações.

29 Dezembro 2010

“No Emudecer da Tarde”, Cícero Dias


acervo

“A Construção da Via Férrea do Trem elétrico em Curitiba”, Miguel Bakun

The management that now concludes its work at the Oscar Niemeyer Museum does not only bequeath a space nationally and internationally known due to the excellence of its exhibitions. It also provides and forwards a magnificent collection, accrued with care and criteria, which encompasses that which is most expressive in Paranaense and Brazilian art. Works from the collection of the BANESTADO (former State bank) and the Museu de Arte do Paraná (Paraná Art Museum) were the starting point. With a lot to be accomplished, a slow and unbending work of construction was launched. After all, a museum´s collection is its main reason and asset. A Museum is not only construed by temporary exhibitions, fantastic as they may be. The collection is the corner stone. Therefore, it had to be expressive and representative. Moreover, that was done. Presently, there are close to three thousand works, which consistently and revealingly course through the history of our plastic arts. Of course, during the amassment of the collection, greater emphasis was placed on Paranaense artists, born or living here. Without being manifestly patriotic or exaggerated, this collection allows us to be justly proud of our local production. It reveals to other Brazilians and foreigners who visit us the probably unsuspected geniality of our painters and sculptors. We slowly put together, with our own resources, sponsorships or donations, a splendid collection of works to be admired, studied, and loved. Today, Paranaenses will come across, in the Oscar Niemeyer Museum, the most expressive collection of its creators. They are all there - Bakun, De Bona, Viaro, Andersen, Helena Wong,

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Michaud, Domício Pedroso, Amélia Assumpção, Franco Giglio, Garfunkel, Jair Mendes, Andrade Lima, Cláudio Kambé, Espedito Rocha, Traple, Juarez Machado, Ennio Marques Ferreira and tens of others, alongside national artists like of Volpi, Di Cavalcanti, Ianelli, Iberê Camargo, Brennand, Samico, Weissmann, Emanoel Araújo, Djanira, Cícero Dias, Siron Franco, Tomie Ohtake, Vivente do Rego Almeida, Daniel Senise. And, next to the ingenious creator of this space, Oscar Niemeyer, after whom the musem was named. There are also expressive names of international art, such as Andy Warhol, Torres Garcia, Guayasamin, Carlos Alonso, Carlos Colombino, José Balmes Parramón, Joaquín Torres Garcia, Josef Albers, Pillar Ovalle, amongst many others. If a collection is the reason and the cornerstone of a museum, the Oscar Niemeyer Museum is firmly established. In the beginning, when everything seemed so distant, so remote, it was difficult to imagine that we could provide, the Paranaenses, the Brazilians and the foreigners who visit us with such a magnificent collection. It is exciting, gratifying and fills us with happiness and pride, for example, to see children - six hundred of them - every day, before these paintings, learning and awakening to the beauty and eternity of art. After seven years of efforts, this is our legacy. There is much to be done. This collection must continuously grow and enrich. We hope and trust that this will be accomplished. To those that made the acquisition of new works possible, to those who donated works, Paraná is grateful. Part of the history of our culture is here, preserved for the information and pleasure of all generations.



escultura

Uma viagem pelo leg “Homenagem” traz a Curitiba a obra da escultora húngara Magda Frank. A exposição apresenta mais de 150 esculturas nos mais diversos materiais, representando o amplo espectro de interesses plásticos e conhecimentos da escultora e demonstrados em bronze, mármore, madeira e siporex. Além disso, o público pode apreciar obras bidimensionais, tais como relevos, desenhos e esboços de monumentos e outras pesquisas preliminares. “Homenagem” apresenta ainda uma série de escritos que são uma chave de acesso ao seu legado. “Seu “Diário”, presente na mostra, é uma jóia infinitamente valiosa. É a testemunha silenciosa de seus manuscritos mais interessantes, hoje protegido pelo Arquivo Magda Frank, localizado em sua Casa-Museu, em Buenos Aires”, revela Mariana Rodriguez Iglesias, assistente de curadoria da exposição. Nesta exposição, o público brasileiro reconhecerá no universo da artista uma obra criada de amor e de vísceras e poderá ir de encontro às mensagens entalhadas e escondidas em suas peças. Entre as obras, destaque para “El Hombre Grande” (1952), da fase figurativa: “é um trabalho onde se condensam dor e esperança”. Já “Diálogo” (1967) representa os questionamentos acerca da geometria abstrata. No terreno do universo pré-colombiano, “Progressão Geométrica” (1979) é considerada, segundo afirma a curadora, a mais forte e eloquente de suas obras, “um monumento à eternidade”.

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ado de Magda Frank A trip through Magda Frank’s legacy “Homage” presents Magda Frank’s sculptural universe

“Homage” brings back to Curitiba the work of Hungarian sculptor Magda Frank. The exhibition presents more than 150 sculptures in the most diverse materials, representing the ample specter of the sculptor’s plastic interests and knowledge, expressed in bronze, marble, wood and siporex. Besides, the public can appreciate bidimensional works, such as embosses, drawings, and sketches of monuments and other preliminary researches. “Homage” also presents a series of writings that are the key to accessing her legacy. “Her “Diary”, present in the exhibit, is an infinitely precious jewel. It is the silent witness to her most interesting manuscripts, presently protected by the Magda Frank Archive, to be found at her ‘Home Museum ´, in Buenos Aires”, reveals Mariana Rodriguez Iglesias, assistant curator of the exhibition. In this exhibition, the Brazilian public will recognize in the artist’s universe a work created by love and viscerae, and can look out for the messages engraved and hidden in her pieces. Amongst the works, highlight for “El Hombre Grande” (The Large Man – 1952), from her figurative phase: “this is a work in which pain and hope are condensed”. On the other hand, “Diálogo” (Dialogue- 1967) represents her questioning regarding abstract geometry. Covering the pre-Colombian universe, “Progressão Geométrica” (Geometric Progression -1979) is considered, according to the curator, the most powerful and eloquent of her works, “a monument to eternity”.

O quê: “Homenagem” Quando: até 13 de março de 2011 Onde: sala Frida Kahlo De terça a domingo, das 10h as 18h Informações: (41) 3350-4400 What: “Homage” Where: Frida Kahlo room When: Up to the 13th of March, 2011 Tuesday through Sunday, from 10AM to 06PM Information: 0055 41 3350-4400

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por dentro do museu

A arquitetura de Niemeyer

como cenário

As linhas retas. Os espaços vazios. O concreto armado. A harmonia das formas curvas e assimétricas. Tudo amplia as possibilidades de utilização dos espaços do Museu Oscar Niemeyer para a realização de exposições. Com 35 mil metros quadrados de área construída e quase 17 mil metros quadrados com potencial expositivo, o Museu também reserva diversas áreas para eventos. A história do Museu começou em 2002, quando o prédio principal, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na década de 60, deixou de ser sede de secretarias de Estado para se transformar em museu. O prédio, antes chamado de Edifício Presidente Humberto Castelo Branco, passou por adaptações e ganhou um novo anexo, conhecido como Olho, também projetado por Niemeyer e inspirado nas araucárias paranaenses. A instituição possui nove salas de exposição, divididas em mais de 5 mil metros quadrados, além do Espaço Niemeyer, do Pátio das Esculturas, do Espaço Araucária, da Galeria Niemeyer e do Olho, que abriga o salão principal, com área expositiva de 1.708,14 m2, e a Torre da Fotografia (com 3 salas, cada uma com 84 m2). O museu oferece ainda aos seus visitantes um espaço para a arte-educação, um café e uma livraria. De 2003 a setembro de 2010, o Museu realizou mais de 172 mostras nacionais, internacionais e itinerantes. A instituição recebeu 1.173.011 visitantes no mesmo período.

Espaços para eventos • Auditório (484,15 m2) Com capacidade para 372 pessoas sentadas, conta com toda a infraestrutura de audiovisual. A entrada é feita pelo piso térreo do prédio principal. • Salão de Eventos (802,50 m2) Com capacidade para 500 pessoas sentadas, possui infraestrutura para montagem de bufê e cozinha em ambiente fechado. Como apoio, também pode ser utilizada a ampla área externa, adjacente ao salão, que tem as laterais abertas. O Salão de Eventos está localizado no piso térreo do prédio principal, imediatamente atrás da entrada do Museu, com acesso independente da área interna da instituição. Dezembro 2010

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Seja um Amigo do Museu O Museu Oscar Niemeyer é um dos mais ativos museus da América Latina e já é referęncia internacional. Para continuar com toda essa energia, precisa de um engajamento mais efetivo por parte da sociedade. Com o projeto “Seja um Amigo do MON”, a instituiçăo visa agregar pessoas com interesse em participar das assembleias gerais, do conselho fiscal e do conselho de administraçăo, podendo votar e ser votado. Para se associar, basta entrar em contato com o Núcleo de Documentaçăo e Referęncia do Museu Oscar Niemeyer pelo telefone (41) 3350-4400. A taxa anual é de R$100,00 e dá direito a escolher tręs titulos diferentes entre os catálogos disponibilizados pela instituiçăo. Participe e seja vocę ou sua empresa mais um Amigo do MON.

Be the Museum’s friend

The Oscar Niemeyer Museum is one of the most active museums of Latin America, an international reference. And, for the Museum to continue so energetic, the society must participate more effectively. With the “Be the Museum’s Friend” project, the Institution wants to attract people who are interested in participating in general assemblies, fiscal council, administration council, with the possibility of voting and being voted. To participate, contact the Núcleo de Documentaçăo e Referęncia of the Oscar Niemeyer Museum at 41 3350 4400. The annual rate is R$100,00 and it gives the right to choose three different catalogs published by the institution. You or your company can be a Museum’s friend. Participate!.


The straight lines, empty spaces, reinforced concrete and the harmony of curved and asymmetrical shapes. All that expands the possibilities of use of the Oscar Niemeyer Museum spaces for exhibitions. Counting on 35,000 square meters of built area and almost 17,000 square meters destined to exhibitions, the Museum also has several areas for events. The Museum’s history goes back to 2002, when the main building, designed by the architect Oscar Niemeyer in the 1960s, went from being the State headquarters to becoming a museum. The building, previously named Edifício Presidente Humberto Castelo Branco, went through refurbishments and gained an annex, known as the Eye, also designed by Niemeyer and inspired on the Parana Pines (Araucaria angustifolia). The institution has nine exhibition rooms – spread throughout more than 5,000 square meters – besides the Niemeyer Room, the Sculptures Hall, the Araucaria Place, the Niemeyer Galery and the Eye, which houses the main hall and has an exhibition are of 1,708.14 m2, and the Photography Tower, counting on 3 rooms of 84m2 each. The Museum also offers to visitors an area for art/education, a café and a bookstore.

From 2003 to September 2010, the Museum performed more than 172 national, international and itinerant exhibitions. The institution received 1.173.011 visitors during that same period.

Areas for events:

Auditorium (484.15 m2) With capacity for 372 seated people, the auditorium counts on a comprehensive audio-visual infra-structure. The entrance is on the ground floor of the main building. Events Hall (802.50 m2) With capacity for 500 seated people, this space has the necessary infra-structure for mounting a buffet and a kitchen in a closed room. As a support, the wide external area adjacent to the room with open sides may be used. The Events Hall is located on the ground floor of the main building, immediately behind the entrance of the Museum, with independent access from the internal area of the institution.

35 Dezembro 2010

Niemeyer’s architecture as scenery


acontece

aconteceacon

Sandra Bras e Marina Bairrão Ruivo da Fundação Vieira da Silva

Marciel Conrado e Marcello Kawase na mostra Magda Frank

Semana do catálogo no MON

Dezembro 2010

36 Abertura da mostra Picasso a Gary Hill

Teca Sandrini na exposição de Leonor Botteri


teceacontece

Na abertura da mostra Vasarely, Roseanna, Maristela e Luis Quintero

SĂŠrgio Rodrigues na abertura da mostra Os Modernos Brasileiros + 1

As filhas do designer Jean Gillon, Laura e Gabriela, na mostra Os Modernos Brasileiros + 1

Cristina Andreussi na abertura da mostra Magda Frank

Sirlei Espindola e Fernando Farracho

Dezembro 2010

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acontece

aconteceacon

Fernando e Beatriz Xavier Ferreira na mostra Alfredo Andersen

Jackson Trierveiler na abertura da mostra Botteri

Mostra Magda Frank

Georgia Hauner na abertura da mostra Os Modernos Brasileiros + 1

Dezembro 2010

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teceacontece

Vera Coimbra, Mirtes Pissetti e Maristela Requi達o na mostra Picasso a Gary Hill

Sandra Fogagnoli e Rebeca Pinheiro na mostra Vasarely

Heloisa e Enio Marques Ferreira com Wilson Ball達o

Dezembro 2010

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