Jornal Voz Nativa - Edição 02

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Jornalismo Badjeco Levado a Sério! Nº 2 Informativo do Projeto Voz Nativa - Ilha Grande, Angra dos Reis / RJ - Associação Civil Alternativa Terrazul - Outubro de 2014

Diálogos da Ilha Grande

Construindo de maneira integrada o desenvolvimento sustentável do turismo através da valorização cultural e do protagonismo da juventude


Jornalismo Badjeco Levado à Sério!

EDITORIAL A última década representou para a Ilha Grande uma alteração significativa na consolidação de um modelo de turismo para a Vila do Abraão, o que por diferentes maneiras reflete na rotina de toda Ilha Grande. Mudanças como a intensificação do número de estabelecimentos turísticos, um número cada vez maior de moradores, uma nova geração de nativos e a chegada cada vez mais intensa de turistas de todas as partes do mundo são motivos que vem promovendo grandes transformações. Fica no ar uma pergunta: como será a Ilha nos próximos 10 anos? O Turismo em geral apresenta duas possibilidades, ou se desenvolve como uma oportunidade positiva para o desenvolvimento local, ou pode se tornar uma ameaça à qualidade de vida de seus moradores, ao meio ambiente e à continuidade da própria atividade. O que vai dizer se o turismo terá sustentabilidade a longo prazo e se manter como uma atividade econômica estável, que ofereça qualidade de vida e que preserve a “galinha dos ovos de ouro” será as escolhas que serão feitas agora, o que deverá passar

por diálogos, planejamentos, qualificação dos serviços oferecidos e a definição de uma identidade turística para a Ilha. Por que as pessoas vêm de todo o mundo conhecer a Ilha Grande? Não seria apenas por sua beleza cênica... têm algo mais a ser preservado! Todos os grandes roteiros turísticos do mundo se caracterizam por uma identidade, uma história. Qual a identidade e a história da Ilha, onde ela se preserva, ainda se mantém? Ou será que uma nova identidade será construída a cada década? Se hoje a beleza natural da Ilha Grande se encontra protegida no Parque Estadual da Ilha Grande, quem mantém sua identidade, história e memória? A Ilha Grande faz parte da história do Rio de Janeiro desde a descoberta do Brasil. Essa história/ memória é um patrimônio para o turismo da Ilha, fazendo com que sua beleza paisagística seja ainda mais interessante. Que nova história a Ilha poderia produzir se perdermos a memória dos antigos nativos?

PROJETO VOZ NATIVA NAS REDES /juventudeprotagonistarj /ilhagram (24) 99903-5776 (WhatsApp) VISITE O ESPAÇO VOZ NATIVA, NA ALAMEDA MEU

Associação Civil Alternativa Terrazul Conselho Diretor Presidente Regina Maria Sousa Chaves Diretor Financeiro Pedro Piccolo Contesini Diretora Técnica Camila Ribeiro Soares Projeto Juventude Protagonista da Ilha Grande Voz Nativa Coordenador Geral Marcio Ranauro Coordenador de Comunicação Carlos Henrique Painel Coordenador Administrativo Arnaldo Augusto Assistentes Ana Laíse, Beatriz Luz, Eduardo Garcia, Karen Garcia Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social – UFRJ Coordenação Pedagógico Ivan Bursztin Coordenação de Produção Cultural André Paz Jornal Voz Nativa Conselho Editorial Carlos Henrique Painel, Karen Garcia, Maracy Guimarães, Marcio Ranauro e Silvia Noronha Jornalista Responsável Carlos Henrique Painel MTR 29085-RJ Revisora Maracy Guimarães Colaboradores Arnaldo Augusto, Carlos Henrique Painel, Maracy Guimarães, Camilo Papi e Silvia Noronha Projeto Gráfico IDEARIA Diagramação Karen Garcia Endereço Espaço Voz Nativa Alameda Meu Santo, 250 / Vila do Abraão, Ilha Grande – Angra dos Reis/ RJ CEP: Telefones (24)­99903-5776 / 999401736 (WhatsApp) projetovoznativa@gmail.com Facebook: Voz Nativa - Ilha Grande Associação Civil Alternativa Terrazul Rua Floriano Peixoto, 1440 / Centro – Fortaleza/CE - CEP: 60.025-131 www.alternativaterrazul.org.br Tiragem 5.000 Distribuição Gratuita

SANTO, 250 na VILA DO ABRAÃO - ILHA GRANDE

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Realização

Este jornal é uma iniciativa do Projeto Voz Nativa, sua intensão é dar visibilidade e voz aos jovens nativos da Ilha Grande. As opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do Terrazul e das instituições parceiras.


Foto: Marcio Ranauro

O fim do presídio trouxe turistas e mudanças Em entrevista ao jornal Voz Nativa, Anderson de Araujo Pontes, professor de Geografia e atual diretor do ensino médio no Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega, contou sobre sua experiência no período que o presídio ainda funcionava na Ilha e das mudanças que vem acontecendo até os dias atuais impulsionadas pelo turismo.

acontecimento se tornou um marco na história do presídio.

Com 40 anos, o professor lembra que os moradores da Ilha Grande eram dependentes do presídio, que fornecia para a população luz e até alimento. Naquele tempo, para chegar ao continente não era tão fácil como hoje, pois existiam poucas embarcações e a alimentação era Mesmo tendo nascido no Rio de Janeiro, ele se considera baseada na pesca, plantações e o auxílio do presídio. Ele um "badjeco". Sua família por parte de mãe tem raízes fala ainda que o turismo era discreto na época, não existinna Ilha desde o período colonial. Anderson sempre fre- do a quantidade de pousadas e comércio que temos hoje. quentou a Ilha e morou com seu pai, que era policial, em Dois Rios, no período em que aqui funcionava o presídio. Para ele, a Ilha Grande tinha mais peixes antigamente. Os Segundo ele, era um presídio de segurança máxima que pescadores conseguiam pescar mais qualidades e agora não oferecia risco aos moradores. é mais difícil encontrar os peixes que antes era comuns. Conta que a sardinha nunca foi muito apreciada pelos Anderson lembrou também da fuga de helicóptero do trafi- moradores e até hoje não é muito diferentes, porém, já cante Escadinha em Dois Rios. Ele ainda era criança, com foi um importante meio de trabalho, pois na década de 80 aproximadamente 11 anos, e não entendia muito bem toda a muitas fábricas de sardinha funcionaram em vários pontensão daquele dia, mas com o tempo percebeu que aquele tos da ilha e empregavam muitas pessoas. Anderson lembra que, quando era pequeno, ia caçar junto com o avô na mata e tinha uma grande diversidade de animais: paca, tatu, gambá, macaco, entre outros. Ele ressalta que hoje não é mais permitido a caça de animais silvestres e que a fiscalização ambiental trabalha para a preservação das espécies. Emocionado disse que guarda e usa com carinho o pente que foi de seu avô feito de osso.

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Fala sério, JOU! Uma nova realidade

Manda um recado para todos os moradores, em especial os jovens, para que "busquem a identidade de vocês, criem raízes”. Ele fala que precisamos ter o sentimento de pertencimento, pois, a ilha pertence a cada morador e precisamos preservar. "A ilha é um paraíso, somos moradores desse paraíso e devemos dar o exemplo." Afirma que os turistas podem visitar, porém não sujar e que devemos educar os turistas.

Hoje, de acordo com o professor, temos outro contexto social. Depois que o presídio deixou de existir, o turismo não parou de crescer e a natureza passou a ser a principal fonte de renda: as praias, a mata, entre outros. Para ele o problema é quando quem atende o turista só está preocupado em ganhar e esquece-se de incentivar a preservação. Como exemplo ele citou que muitos vendem passeios de barco, sem ter a preocupação se o turista vai jogar a garrafinha Durante essa entrevista, ao ser falado sobre os diferentes de água vazia no mar ou deixar pela mata e desabafa:” Não tipos de turistas que buscam a ilha, em destaque o turista pirata e turista cultural /histórico, nasceu a ideia do tem problema, já pagou a passagem!" Jornal Voz Nativa criar uma campanha com o tema: O Anderson pontua que o crescimento do turismo trouxe pon- Turista Que Queremos em nossa Ilha. O público alvo será tos positivos e negativos. A maioria dos moradores vive hoje todos os turistas e a ideia principal é incentivar a preserdireta ou indiretamente do turismo, que proporciona uma vação da natureza, não jogando lixo no mar, nas ruas, nas melhor condição financeira. Para ele, o ponto negativo é a trilhas, não pichar, não pegar guaiamu, estrela do mar, invasão do turista "pirata", que é aquele turista que vem entre outras recomendações. para Ilha Grande, destrói, polui e não gera o mínimo possível de capital e vai embora deixando seu lixo. Viviane Alves Mello

Provas de um erro Foto: Autor desconhecido

Vista panorâmica da Vila do Abraão, anterior à decada de 60

Por Renato Buys Essa foto, bela foto antiga, mostra o prédio da terceira classe do extinto Lazareto da Praia Preta. Não foi possível determinar o ano de tomada dela, sendo apenas lógico afirmar-se que é anterior a 1963, ano em que foi feita a destruição do presídio, no governo Carlos Lacerda.

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São de notar, na foto, vastas áreas sem florestas, usadas em processos agrícolas, plantações de cana, café e outras culturas. São também de notar na moldura do primeiro plano, constituído pelo prédio da terceira classe do Lazareto, as palmeiras imperiais que já lá estavam na época, mostrando que nem são invasoras, nem rápidas, nem malfeitoras a tal ponto que justifiquem a guerra de extermínio que lhes dedicou o INEA, anos depois, neste infeliz 2014. E por falar em preservação, mesmo não falando, é uma honra lembrarmos de como é sábio no assunto o povo da Ilha, o meu povo, que no ano de 1966, quando conheci Lopes Mendes, mantinha naquela praia mais de duzentas casas, bares, dois blocos de Carnaval e uma grande população. Hoje, não há quem pense, sequer, que isso foi um dia possível, sem tê-la conhecido antes.


Dicionário Badjeco de Termos e Manias

Espaço Badjeco Duas histórias Durante a entrevista ao Voz Nativa, o professor de Geografia, Anderson de Araujo Pontes, também contou um pouco da história da sua família, Badjecos há mais de cinco gerações.

Existem na minha concepção duas histórias da Ilha: a que eu vivi e a que é contada nos livros. Se eu for falar da história que eu vivi, tenho 40 anos para contar. Se eu for falar das histórias da Ilha são mais de 2 mil anos.”

A minha história é a minha história de vida. De ter a minha avó, nascida e criada aqui e eu sempre conversava muito com ela. Ela era da região do Abraão, nasceu no Sitio do Galego, no finalzinho da Praia Preta. Quando eu era criança chamava-se miradeiro, a palavra vem de miradouro, vem de mirar e ver o cardume entrando na baía. Ali minha avó nasceu vinda com a mãe dela da Praia do Camiranga.”

Eu sempre fui da Ilha, minha avó já nasceu naquele pedaço de chão. Uma família bastante grande, como era comum na época. A vida era da roça, então uma família numerosa se fazia jus porque precisava de mãos para trabalhar. Mas todo mundo vivia, não com muito luxo, mas se comia alimentos de qualidade tirados da terra. Plantavam e colhiam.”

Fumaria – A palavra quer dizer Ave Maria. A variação na pronuncia se dá através do espanto, admiração ou susto, o que leva os Badjecos a pronunciarem de forma arrastada: “Fuuumaaariiiiiaaaaa.” Ingrisia – Qualquer enfermidade pelo corpo internamente ou externamente. Como por exemplo alergias, feridas, tosse e etc. Misgalha: De misgalhar, ato ou efeito de esmagar. Mania de Badjeco: Colocar na garrafa transparente de vidro o broto de cajueiro, para o caju crescer dentro. Depois colocar cachaça e deixar curtindo. Está pronta uma deliciosa cachaça de caju.

Havia também a pesca e a caça, mas nunca foi predatória não, segundo meus tios-avôs. Eu me recordo de um relato da minha mãe que meu avô pegou um bugio e depois de morto, ele falou: _Tem que comer! Até porque não era uma época de abastança aqui, então as pessoas tinham dificuldade.”

Fonte: Anderson Pontes

Conhece mais termos? Encaminhe e publicamos!

Minha avó nasceu em 1919, mas foi registrada em 1923. O nome dela era Luiza. Ela falava que a avó dela já era daqui da terra, índia cabocla, mas o avô era embarcadiço e vivia viajando de barco de lá pra cá. Ele era comerciante e tinha uma família em cada lugar”.

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Espaço Brigadista

As crianças do morro também precisam de diversão Estamos aqui mais uma vez tentando encontrar alguma solução para um de muitos problemas encontrados no Abraão. É uma pena um espaço tão grande ser usado apenas como depósito de lixo, entulho. Para conseguir se divertirem, a melhor brincadeira é o cipó, que por sua vez é super arriscado. As crianças do morro também precisam de diversão. Cadê o parquinho? Cadê o campinho de futebol? Cadê? Prefeitura, está na hora já de limpar o terreno e pensar mais nas nossas crianças.

Vitória Helle, Allexia Campos Foto: Vitória Helle, Alameda Meu Santo, Rua das Flores

O problema do lixo continua... O descarte de lixo na rua vem afetando muito a vida dos moradores e a natureza da Ilha. É possível ver embalagens, latas, papelão, plásticos em qualquer parte, da floresta ao rio. Para que então têm tantos baldes de lixo, se as pessoas os jogam no chão? Isso não pode acontecer, porque é prejudicial para todos. Muitos jogam lixo no chão. Não para ser reciclado ou recolhido, e sim por falta de educação. Muitas pessoas colocam seu lixo fora, antes da hora do carro do lixo passar. Com isso, também causa poluição visual para todos nós. Além de doenças para as crianças que brincam na rua.

Gleice Hellen, Fábio Sousa, Marcilio Oliveira e Athirson Gomes

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Maguariqueçaba

Dialogando as comunidades Projeto Voz Nativa visita praias para dialogar sobre iniciativas e parcerias O projeto Voz Nativa visitou as praias da Ilha Grande para distribuir a primeira edição do jornal e convidar as comunidades a mandarem suas matérias! Em reunião na Praia Grande de Araçatiba o projeto, junto com lideranças locais, irá formar turmas para os cursos de Formação Profissional em Turismo. Alunos da Escola Thomaz Henrique estudam com o Jornal Voz Nativa na Praia da Longa (fonte: Diretora Priscila).

Vista panorâmica da Enseada do Bananal e cais

Praia da Longa Alunos da Escola Thomaz Henrique

Vamos contar a história da Ilha Grande com os protagonistas locais! Envie sua matéria para o Projeto Voz Nativa projetovoznativa@gmail.com

Escola Municipal Gen. Sylvestre Travasos Praia Grande de Araçatiba Reunião com moradores

Matariz Fotos: Marcio Ranauro

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Identidade Territorial Desta vez eu irei comentar sobre sentimento de territorialidade. O porquê disto? Se eu estiver dentro da casa do meu melhor amigo, e ao desembalar uma bala, jogar o papel da embalagem no chão da sala, com certeza, ele me chamaria a atenção por este feito.

Ilha Grande sofreu quatro influências econômicas e as leis ambientais também trouxeram para a comunidade grandes conflitos, já que esta não teve oportunidade ou tempo para acessar as informações do que estaria acontecendo na região, gerando grande desequilíbrio.

Parece que quando saímos de nossa casa, a rua não nos pertence mais, a praça, a calçada, a praia etc. Podemos sim ter uma postura diferenciada para com o nosso bairro, mas para isto é necessário conhecer nossa história.

Para sua própria readaptação e sustentabilidade no local, algumas pessoas deixaram seus costumes de lado. Isto justifica a descontinuidade de atividades culturais locais. Se hoje ainda a cultura é vista mais ou menos legal no país, não precisa nem falar de um passado próximo de nossos agentes culturais. Imagine aqui na Ilha Grande. O Brasil conseguiu construir alguma legislação no âmbito federal para cultura, aprovada agora em 2010. Podemos ver que o processo está apenas começando.

A historia da Ilha Grande é muito antiga, vamos encontra-la nos livros do período das Navegações e nos registros navais e geográficos feitos nesta época, onde iremos observar diversos depoimento sobre os indígenas da região. Um fato registrado foi que o Soldado Alemão Hans Staden, confundido com os portugueses, por pouco não foi para na panela dos Tupinambás da organização tamoios desta região, que era liderada pelo nosso grande índio Cunhambebe. Outro fato histórico foi a flotilha Inglesa de Cavendish que aportou no Abraão no ano de 1591. “Os moradores antigos da região e os navegadores da época chamavam o Abraão de ABRÂO”. Não vou me aprofundar sobre os detalhes destas histórias, mesmo porque não sou historiador e isto está registrado para quem quiser pesquisar sobre diferentes períodos da Ilha Grande até os dias atuais. Mas gostaria de mencionar que, apesar de algumas pessoas não gostarem de história do país e do Mundo, ou qualquer outra que seja, tem uma história que o ser humano não pode deixar de conhecer, é a história dele mesmo, de seus pais, de seus avos e bisavós.

O que não é justificável é que alguns moradores e pessoas que sobrevivem desta economia na localidade não têm conhecimento desta história no seu dia a dia para oferecer ao turista, que vem de diferentes lugares do mundo para nos visitar e ficam questionando: qual é a história disto, o que é aquilo? E assim vai nosso cliente embora com a mesma indagação. O que é pior, são os jovens e adolescentes que vem reproduzindo a mesma desinformação, e com isto vamos desvalorizando a atual economia.

A história e cultura do local seriam a cereja do bolo deste modelo econômico, um produto cultural extraordinário. E por falar em produto cultural, a economia atual destruiu uns dos últimos produtos culturais da Ilha Grande, em um Esta é a única maneira dos seres humanos não darem con- período curtíssimo, entre sete e nove anos aproximadatinuidade a determinados erros, preconceitos do passado mente, a implantação econômica desordenada entrou em e também de valorizarmos as coisas boas que foram reali- choque com que havia sobrado das atividades culturais zadas e deram credibilidade para a sua própria existência. tradicionais com uma relação comunitária. Foi proibido pela lei do silencio, levando a extinção destas ações na Hoje eu compreendo que, no período de 1900 à 1994, a região. O FORRÓ DE CASA.

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Há não ser questionar, o que tem para se fazer? Com esta ação egocêntrica de alguns comerciantes, hoje vejo que foi de uma ignorância sem mérito de classificação, Esta foi mais uma reflexão sobre o sentimento de terrio turista iria adorar estar na ilha e participar de um entreteni- torialidade para que você também possa rever os seus mento cultural diferenciado ou único na região Costa Verde. conceitos e suas práticas na Ilha Grande, e, que com este texto possamos refletir e contribuir com melhores idéias e Após 20 anos do desenvolvimento da economia do turismo ações no conceito coletivo para região. na Ilha Grande, e por estarmos entre o 2º ou 3º índice pluviométrico do país, quando chove, o clima não fica muito Adriano Fabio da Guia agradável para o turismo náutico e ecológico, e nada mais Contramestre de Capoeira se tem para oferecer. Coordenador do Projeto Arena Cultural da Ilha Grande e do Centro Cultural Constantino Cokotós.

Já não é mais como antes Ah minha velha amiga! Como te olhar e não sentir saudades? Como, lembrar de minha mocidade, sem sentir saudades, se hoje te vejo apenas pela metade, com seu corpo tomado de cicatrizes que não sumiram jamais. Amiga! Como te fotografar e não sentir saudades dos seus cabelos verdejantes, e suas vestes naturais que foram abolidas por conta do progresso, que o homem trás. Ah minha amiga! Como te viver hoje, sem lembrar do ontem que aqui vivi! Como não sentir saudades? Se os seus dias não despertam mais fantasias, nem suas noites nos presentearam as mesmas alegrias. Ah minha amiga! Como te retratar em quadros e poesias, se sugaram toda sua magia,

como não sentir saudades do poeta meu santo, do forró do canto, da seresta da Alda, da timidez da menina do leilão da Jovina. Como te olhar nesses tempos sem ver vaidades, como não sentir saudades da paz que nos cercava e das amizades que não se comprava. Ah minha amiga! Como pisar nesse chão e não ter emoção, como pisar nesse chão sem relembrar do velho Abraão, da sombra da amendoeira e o sol de verão, do nativo fiel e o famoso pirão. Como te olhar hoje sem que chores o meu frágil coração. Como te notar e não te amar, pois tudo o que sou foi você quem me inspirou, Vila do Abraão. Iordan Oliveira do Rosário Outubro de 2011

CONTE A HISTÓRIA DA SUA COMUNIDADE E O QUE ACONTECE ONDE VOCÊ MORA! PARTICIPE DO JORNAL VOZ NATIVA! ENVIE SEU TEXTO POR E-MAIL!

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Oficinas de turismo no projeto Voz Nativa Promovendo o protagonismo social para um turismo de qualidade O Projeto Voz Nativa é fruto de uma inquietação. Ao observarmos o potencial para o desenvolvimento do turismo na Ilha Grande e a realidade como ele acontece vemos a necessidade de dar um salto de qualidade tanto na oferta dos serviços prestados quanto no perfil dos turistas e frequentadores da Ilha. A velocidade com que as transformações estão se dando, principalmente na Vila do Abraão, exige cuidado e mobilização para que a qualidade de vida dos moradores e visitantes não se deteriore. Foi com esse intuito que o Projeto Voz Nativa, por meio da parceria com o Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social da COPPE/UFRJ, começou a estruturar sua proposta de cursos e oficinas de qualificação profissional a serem ofertados para os moradores da Ilha Grande. Divididos em cinco eixos prioritários (comunicação comunitária, gestão de meios de hospedagem, gestão de restaurantes, agenciamento e operação de viagens e guiamento e interpretação do patrimônio) procuramos cobrir as principais atividades realizadas hoje pelos empreendedores locais. Os cursos e oficinas foram pensados para atender não só as demandas imediatas por qualificação da mão de obra local, mas também para estimular um maior engajamento por parte dos participantes por meio do fomento ao empreendedorismo individual e coletivo. Para tal, em paralelo às atividades didáticas ocorrerão para cada um dos eixos temáticos os chamados Laboratórios de Aceleração de Ideias (LAI). Os LAIs buscam criar um ambiente criativo e de colaboração entre os interessados em transformar suas ideias em projetos aplicados. Assim, pretendemos promover negócios com um maior grau de inovação e com a capacidade de surpreender seus clientes. Começamos nossas atividades investindo na oferta de cursos e oficinas com foco no eixo de comunicação comunitária por acreditarmos que o empoderamento dos jovens no uso das novas tecnologias de informação e comunicação é fundamental para a afirmação identitária. Ao longo dos meses de julho, agosto e setembro oferecemos cursos de jornalismo comunitário, fotografia com dispositivos móveis, uso do instagram e redes sociais. Para os próximos meses ainda estão previstas oficinas de cons10

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trução de blogs, fotografia profissional, produção audiovisual, dentre outras. Se você curte computador, navegar na internet, gosta de escrever ou tem uma ideia criativa que gostaria de tirar do papel, venha fazer parte do grupo do comunicação do projeto Voz Nativa. O LAI de comunicação comunitária está rolando até o final do ano com o professor André Paz aos finais de semana na sede do projeto. Este é apenas o começo... nos próximos meses iniciaremos os cursos e oficinas voltados para a qualificação dos meios de hospedagem e das agências e operadoras de viagens. Todos os cursos são gratuitos, mas tem vagas limitadas. Inscreva-se já!!! Ivan Bursztyn Coordenador pedagógico do projeto Voz Nativa

PRÓXIMOS CURSOS E OFICINAS - GRATUITOS GESTÃO SUSTENTÁVEL DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM - ATÉ DEZEMBRO DE 2014 LABORATÓRIO DE ACELERAÇÃO DE IDEIAS EM COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA - ATÉ DEZEMBRO DE 2014

MAIS INFORMAÇÕES

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CONHEÇA O ESPAÇO VOZ NATIVA ALAMEDA MEU SANTO, 250 - Vila do Abraão, Ilha Grande


De que protagonismo estamos falando? Desenvolver o turismo através da valorização local e engajamento da juventude Foto: Marcio Ranauro

Atividade desenvolvida com moradores da Vila do Abraão no Espaço Voz Nativa

O panorama sociocultural da Ilha Grande mostra que seus moradores vivem - em sua maioria - de atividades ligadas ao Turismo. Sabemos que esta atividade econômica ainda não é desenvolvida de maneira coesa e cooperativa, o que dificulta os processos de gestão e reflete no mau funcionamento de um ciclo virtuoso. De modo que beneficie tanto os turistas, empreendedores locais e a própria Ilha Grande como um todo.

poderemos cuidar da Ilha Grande sem conhecê-la? Apropriar-se da memória da Ilha Grande e aliar este conhecimento à receptividade turística das atividades desenvolvidas deveria ser o papel da juventude que aqui habita.

Quando nós, jovens, nos apropriarmos da cultura no qual hoje fazemos parte e ajudamos a construir, entendendo o que aqui ocorreu, valorizarmos nossa terra, podendo Se levarmos em consideração o número de jovens mo- então propagá-la, estaremos protagonizando a realidade radores da Ilha Grande, observamos que eles tem um em que vivemos. papel muito importante nesse processo. Afinal, serão os que viverão a Ilha Grande nos anos futuros, sucedendo O Projeto Voz Nativa para além da capacitação em Turisos atores atuais. Como garantir um bom funcionamento mo, visa a valorização da cultura local, entendendo esta de uma atividade que depende de diversos segmentos ação como fator fundamental para o desenvolvimento para que se desenvolva de maneira positiva? Pensando sustentável da Ilha Grande. E abre as portas aos jovens em um turismo de qualidade, onde o turista que frequen- que tenham interesse em construir o futuro desde já! ta a Ilha Grande venha com o propósito de preservar o local e corresponda às expectativas locais, observa-se a É necessária união e engajamento para que possamos cuidar necessidade da valorização da cultura. da nossa casa com sabedoria. Como convidaremos o mundo a nos visitar se não sabemos explicar como é o funcionamento do nosso espaço? Se não sabemos as histórias que aqui foram vividas, o funcionamento do espaço geográfico, as pessoas que construíram a realidade que vivemos hoje… Como

Karen Garcia Projeto Voz Nativa

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2014 11 Foto: Marcio Ranauro


Foto: Carlos Henrique Painel

Primeira edição do Voz Nativa é um sucesso! Lançamento do Jornal Voz Nativa é comemorado com festa pelos integrantes do projeto No dia 7 de setembro foi a Festa de Lançamento do primeiro número do jornal VOZ NATIVA. Nós, que montamos algumas das matérias apresentadas no jornal, tivemos um almoço com os nossos pais, amigos e parceiros do projeto. Foi muito agradável estar entre amigos com uma comida gostosa, música ambiente. Tudo estava ótimo! Depois, as meninas deram duro na organização para que à noite tudo estivesse perfeito. E assim foi: a festa e a noite foram perfeitas. Tudo muito bem organizado, a música boa para curtirmos conversas, brincadeiras, amigos... Tudo na medida certa. Nos divertimos muito! Esperamos que possamos nos encontrar assim outras vezes!

Eu gostei muito do jornal porque é a primeira vez que faço parte de um grupo de jornalismo comunitário, feito pelos jovens da comunidade, de 13, 14 ou 15 anos de idade, para incentivá-los a ficar por dentro de tudo que está acontecendo nesse mundo. No dia do lançamento do jornal, teve um almoço com os pais reunidos para ver as matérias, que nós, os filhos, fizemos e foram publicadas. E a noite, fizemos a nossa festa para comemorar o lançamento do jornal. Teve muita música e muita comida.” Mateus Santana Brigada Mirim Ecológica

Alexander Cerqueira e Beatriz Luz Fotos: Marcio Ranauro

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Gostei da festa do Jornal pois a organização estava muito boa”.

Junior Rosario ;)

A festa foi muito boa, aproveitamos e nos divertimos muito”.

Fabiana Costa

Gostei muito do jornal que nós jovens fizemos”.

Allexia Campos

Foi com muito prazer e orgulho que ajudamos a garotada realizar a festa de lançamento do jornal Voz Nativa. Ver toda essa moçada empenhada em decorar a festa, contratar o DJ, se apropriando de um espaço que na verdade é deles, nos deixa com imensa alegria. Com uma festa alegre e descontraída onde todos do projeto, alunos e professores, caíram na dança sinalizando que estamos no caminho certo. Carlos Henrique Painel Projeto Voz Nativa

DJ Mecatrônic

A Equipe Voz Nativa agrece os sabores que a Padaria Pães e Cia proporcionou para nossa festa! Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2014

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Fotos: PEIG

Guarda-Parques, amigos da comunidade! O Instituto Estadual do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro (INEA) tem o dever de defender e zelar pela proteção e recuperação do meio ambiente ecologicamente saudável e das unidades de conservação de proteção integral, para a preservação da biodiversidade, dos ecossistemas e das paisagens naturais notáveis. Para garantir e assegurar a integridade das UCs e seu adequado funcionamento, o Inea criou a função de guarda-parques, pelo decreto Estadual n° 42.471 de 28 de Maio de 2010. Foram capacitados 220 guarda-parques admitidos em concurso público realizado em 2012. Com duração de nove semanas e 328 horas-aulas, o curso teve 45 disciplinas e foi ministrado por 50 instrutores e monitores, tanto do Inea, corpo de bombeiros e externos. A capacitação incluiu treinamento em primeiros socorros, geoprocessamento, cartografia, operações com embarcações e aeronaves, técnicas de monitoramento em áreas remotas e técnicas de combate a incêndios florestais. Os guarda-parques atuam nas unidades de conservação de proteção integral do Inea, abrangendo desde a proteção da biodiversidade e do patrimônio histórico, arqueológico e paleontológico, à educação ambiental, prevenção e combate a incêndios florestais e outras formas de agressão ao patrimônio natural, dão suporte às atividades de pesquisa científica e fiscalização, orientação dos visitantes sobre as normas de utilização e sobre as características das unidades de conservação, além de ações de apoio à defesa civil, se necessário, fazendo o primeiro combate às ocorrências. As atribuições dos Guarda-Parques nas unidades de Conservação de Proteção Integral Estaduais são: - Prevenir, fiscalizar e combater incêndios florestais e queimadas no interior das unidades e em seu entorno imediato; - Garantir a segurança dos visitantes e funcionários; - Empreender ações de busca e salvamento no interior das unidades; - Zelar pelo cumprimento da legislação ambiental e dos 14 Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2014

atos normativos específicos das UCs e em seu entorno imediato; - Promover atividades de educação ambiental e interpretação natural, cultural e histórica relacionadas às UCs; - Promover ações de caráter socioambiental voltadas para as comunidades e residentes do entorno das UCs; - Apoiar, quando possível, as pesquisas científicas desenvolvidas no interior das UCs. Atividades desenvolvidas pelos Guarda-Parques do PEIG (Parque Estadual da Ilha Grande):


Fotos: Marcio Ranauro

A Voz do Morador Morador responde

Que assuntos você gostaria de O que você achou do jornal do primeiro número do Voz Nativa? ler neste jornal?

A conscientização está em tudo. Um dos problemas grandes que está ai é do lixo, da preservação, da colaboração. Ai vem lixo de lá, de cá, e vai ficando amontoado ali. Já vira um lixão. Sem contar as doenças que isto provoca. E aqui ainda tem uma coisa de bom, o lixeiro passa todo dia. Acho que não tem necessidade de se jogar lixo fora do horário. Acho que é bom pra todo mundo”. Creuza Barreto

Cristiane Soares Liscano, 39 anos

Gostaria de ver uma matéria sobre as jaqueiras que estão no morro prestes a cair na cabeça de quem sobe e quem desce e outra sobre o espaço vazio que é usado pra colocar lixo: Por que não faz um parquinho de material reciclável ou um jardim? E uma matéria sobre o jardim novo aqui no morro que antes era um depósito de lixo”.

Alexandra Campos, 42 anos

Gostei bastante do jornal. É bem interessante”.

Gostei muito do jornal. Adorei a parte da editoração do jornal, mas achei a letra muito carregada. Para as pessoas mais velhas, fica meio difícil de ler”. Alexandra Campos, 42 anos

“É bem bacana o trabalho de vocês, este trabalho de jornal com o jovem ligado na comunidade. Isso desenvolve uma coisa positiva para vocês no futuro e para quem tá chegando. Para jovens ter consciência do meio ambiente. Vocês estão demonstrando que estão preocupados com o meio ambiente, onde é o lugar de vocês”. Creuza Barreto

Adorei o jornal, são muito legais as matérias”. Luan Gomes, 24 anos

LABORATÓRIO DE ACELERAÇÃO DE IDEIAS! Desenvolva sua própria iniciativa no Laboratório de Aceleração de Ideias! do Voz Nativa. Blogs, sites, canais no youtube, mídias sociais, fotos e videos podem potencializar seu projeto. Visite nosso espaço e saiba mais como podemos contribuir. Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2014 15


Fotos: Raizza Tavares

Luz, Câmera e Jornalismo! Para aprimorar o foco e entender um pouco mais sobre a dinâmica da reportagem, a equipe de colaboradores do Voz Nativa tem participado de cursos de capacitação em práticas jornalísticas. Em setembro, foram realizadas Oficinas de Fotografia por Celular, com o professor Gabriel e Comunicação Comunitária, com a jornalista Silvia Noronha. A experiência pode ser vista nas fotos abaixo e algumas reportagens publicadas nesta edição.

Eu gostei dos cursos que foram realizados e aprendi bastante. O curso de fotografia foi muito bom para todos do jornal principalmente na hora de fotografar os problemas que existem na comunidade. O curso de jornalismo foi muito bom para mim porque aprendi um pouco como entrevistar as pessoas.”

Jovens aplicando técnicas audivisuais com equipamentos profissionais.

Fábio Sousa

Os cursos foram muito legais porque os professores ensinaram bem. O único problema é que foi um curso longo, mas no final das contas aprendi muitas coisas. Aprendi a tirar fotos melhores e a fazer jornalismo comunitário.” Rafael Marques

Os cursos oferecidos estão fazendo uma grande diferença e aumentando o nosso conhecimento!” Raizza Tavares

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Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2014

Oficina de Comunicação Comunitária incentiva a valorização da cultura local.


Desenvolvendo habilidades

Os cursos são espetaculares. Nos ajudam a pensar e refletir sobre vários assuntos”.

José Henrique

O curso de jornalismo foi interessante em algumas partes, porém foi muito complexo, com muitas informações de uma vez. Poderia ser com mais calma. Eu achei o curso de fotografia muito interessante, aprendi muita coisa, muito prático e muito bom.”

Fotos realizadas na Oficina de Fotojornalismo em Agosto/Setembro de 20014.

Breno S. de Oliveira

Os cursos de fotografia e jornalismo ajudaram a gente se locomover muito bem no jornal... Aprendi muitas coisas boas.”

Allexia Campos

O curso de fotojornalismo foi muito legal e interessante porque eu aprendi a tirar fotos de um jeito certo. Eu tiro fotos e a foto sozinha já diz tudo. Só uma legenda já basta”. Junior Rosário

Adoro fotografias e o curso vem me ajudando a tirar fotos com melhor qualidade.”

Fabiana Costa

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2014 17


Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega A importância da atividade física Hoje com a facilidade de acesso as novas tecnologias, nossas crianças e jovens têm ficado a cada dia mais entregue ao sedentarismo. É TV a cabo, computadores, Smartphones e mais uma infinidade de objetos aliados a jogos e aplicativos para os mais diversos fins e vê-los sentados com sua atenção totalmente voltada para essa atividade têm se tornado uma constante e , infelizmente, um prejuízo para a saúde dos mesmos.

Sabemos que aqui na Ilha Grande ainda são escassos os espaços para a prática de atividade física segura. Como foi relatado por alguns de nossos alunos na matéria "Distração ou Perigo", (Jornal Voz Nativa, nº 1 , Set/2014 , Pag 4 ). A quadra poliesportiva, onde os alunos jogam o sagrado futebol, está em péssimas condições de uso, com o piso cheios de buracos, grades danificadas, tabelas de basquete destruídas e traves com muitos pontos de ferrugem, colocando em risco a saúde, quiçá a vida de nossos Segundo a Organização Mundial de Saúde, a obesidade pequeninos . infantil já vem sido tratada como uma epidemia, um grave problema de saúde publica. Além da questão do excesso de Vamos incentivá-los a participar mais das aulas de educapeso, As "Doenças Secundárias" são as que mais preocu- ção física na escola, dos projetos disponibilizados, conhepam. Altos níveis de colesterol e triglicerídeos, que são os cidos como segundo tempo, além das brincadeiras e jogos principais responsáveis pelos AVE's , (Acidentes Vasculares populares, para que possam se livrar do sedentarismo e Encefálicos), popularmente conhecido como derrame, infar- serem mais saudáveis e ativos. tos e demais doenças do aparelho circulatório, sem contar com diabetes tipos 1 e 2; doenças osteomioarticulares (como tendinites) e respiratórios, pela baixa capacidade pulmonar . Mas como podemos reverter esse quadro? Além de diminuir o tempo gasto com os eletrônicos, uma alimentação equilibrada, rica em verduras legumes e carnes aliada a prática de atividade física tornam nossas crianças mais sadias e ativas.

Nina Barbosa Cruz Profssora de Educação Física Colégio Estadual Brigdeiro Nóbrega

Foto: Por Ventura

18 Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2014


Foto: Guia Ecológico João Pontes

Enseada de Palmas

Por mais segurança e respeito Em Palmas, a praia grande vem enfrentando há alguns meses um problema público: o cais, importante para o turismo e para os moradores, está quebrado. A construção do cais ocorreu há sete anos e, só aconteceu, porque os moradores 'reivindicaram'. Porém não foi nada fácil, para que fosse feito o cais era necessário à autorização da Marinha e da Prefeitura de Angra. A obra foi iniciada sem uma das autorizações e, por conta disso, sempre que tinha uma fiscalização os funcionários que estavam trabalhando tinham que se esconder para não serem presos. Agora, com o passar do tempo e a falta de conservação, tanto por parte dos moradores como dos órgãos responsáveis, o cais está quebrado e com um declínio bem perigoso para o uso cotidiano das pessoas. Precisamos de ajuda para a realização da reforma do nosso cais para garantir mais segurança no embarque e desembarque dos moradores e dos turistas.

Vitória Uchoa e Felipe Knowels

Foto: Vitória Uchoa


Programação Outubro

Dia 25: Curso de Fotografia Projeto Voz Nativa | Inscrições abertas!

Novembro

Dias 15 e 16: Curso de Fotografia Local: Espaço Voz Nativa Inscrições abertas!

Dezembro

Dias 01 e 02: Gestão Sustentável dos Meios de Hospedagem | Inscrições abertas! Local: Espaço Voz Nativa | 18 às 22 horas

Dias 01 e 02: LAI - Laboratório de Aceleração de Ideias Local: Espaço Voz Nativa

Dias 17 e 18: Gestão Sustentável dos Meios de Hospedagem | Inscrições abertas! Local: Espaço Voz Nativa | 18 às 22 horas

Dia 02: Reunião do Conselho Consultivo do PEIG Local: Sede do PEIG - Vila do Abraão

Dia 03: Oficina do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) Local: Vila do Abraão | 19 horas

Dia 21 e 22: LAI - Laboratório de Aceleração de Ideias Local: Espaço Voz Nativa

13 a 23 de Dezembro: Natal Ecológico da Ilha Grande (Vila do Abraão)

Dia 03 e 04: Gestão Sustentável dos Meios de Hospedagem | Inscrições abertas! Local: Espaço Voz Nativa | 18 às 22 horas

Dia 22: 40º Fórum de Turismo da Ilha Grande (OSIG) | Local: Centro Cultural Constantino Cokotós

Associação Curupira de Guias e-mail

Dias 7, 8 e 9: Festival Gastronômico da Ilha Grande | Local: Vila do Abraão

Dia 22: Aniversário da Brigada Mirim

Arena Cultural da Ilha Grande ligaculturalafrobrasileira@ymail.com

8 e 9: I Mostra de Cinema Caiçara | Local: Centro Cultural Constantino Cokotós

Dias 24 e 25: Gestão Sustentável dos Meios de Hospedagem | Inscrições abertas! Local: Espaço Voz Nativa | 18 às 22 horas

CEA - Centro de Estudos Ambientais sma.cea@angra.rj.gov.br

LAI - Laboratório de Aceleração de Ideias Local: Espaço Voz Nativa

Dias 28, 29 e 30: LAI - Laboratório de Aceleração de Ideias | Local: Espaço Voz Nativa

Dias 8 e 9 : XIV Campeonato de Xadrez da Ilha Grande | Local: Centro Cultural Constantino Cokotós | 09 horas

Dias 29 e 30: Curso de Fotografia Local: Espaço Voz Nativa | Inscrições abertas!

Dias 10 e 11: Gestão Sustentável dos Meios de Hospedagem | Inscrições abertas! Local: Espaço Voz Nativa | 18 às 22 horas

Dia 28: Roda de Conversa | Local: Centro Cultural Constantino Cokotós

Mais informações:

TurisAngra | tur.gpcm@angra.rj.gov.br OSIG - Organização para Sustentabilidade da Ilha Grande | osig2010@gmail.com PEIG falecompeig@gmail.com Projeto Voz Nativa projetovoznativa@gmail.com

Parceiros: Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega

Apoio:

Realização:

Patrocínio: Projeto Juventude Protagonista Ilha Grande


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