Jornal Voz Nativa 9

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Jornalismo Badjeco Levado a Sério! Nº 9 Informativo do Projeto Voz Nativa - Ilha Grande, Angra dos Reis / RJ - Associação Civil Alternativa Terrazul - Fevereiro de 2016

Webdoc Ilha Grande

Histórias da Ilha Grande rodam o mundo na Internet


Jornalismo Badjeco Levado à Sério!

EDITORIAL O Jornal Voz Nativa existe para, principalmente, mostrar para os mora­ dores e para o mundo as incríveis histórias que existem nesse lugar cha­ mado Ilha Grande. Como a mídia tradicional mostra aos quatro cantos, como já é sabido através de jornais, televisão e sites, a Ilha Grande é um lugar de incríveis belezas naturais, sendo ponto cobiçado por turistas, por empreendedores, por pesquisadores. O Jornal Voz Nativa tem o intuito de mostrar, sim, toda essa beleza da fau­ na e da flora, apresentando a importância de preservá-la e valorizá-la. Mas, mais que isso, pretende mostrar essa beleza por meio das pessoas que aqui vivem, que aqui nasceram, que aqui escolheram viver. As pessoas, com suas histórias de vida, com suas reivindicações, com seus hábitos e costumes, com suas crenças, lendas, superstições, com suas dores e suas alegrias é que constituem a história deste lugar que já passou por ciclos diversos da economia, de fazendas, roças, fábrica de sardinha, presídio, turismo... De abundância, mas fome, de pobreza, mas felicidade, de problemas, mas, aci­ ma de tudo, de amor. Nesta edição do jornal mostramos muitas histórias de vida, de jovens, adultos e idosos, que veêm e vivem a Ilha Grande de formas diferentes, mostrando a diversidade desse lugar. Mostramos também um trabalho re­ alizado pelo LTDS – Laboratório de Tecnologia Social - da UFRJ, em parce­ ria conosco, que mostra por meio de um webdocumentário a Ilha Grande ontem e hoje e ainda mapeia os empreendimentos de turismo de base co­ munitária na Ilha, valorizando tais iniciativas. Apresentamos também o trabalho que estamos realizando com o curso de Gastronomia da UFRJ para mapeamento da culinária tradicional da Ilha, valorizando os ingredientes e receitas locais como forma de contar essa história. São pessoas, praias e sabores que indicam que a Ilha Grande é grande não só no nome, mas também na diversidade, na beleza e na magia de um lugar que é feito de muita beleza natural, e, principalmente, de beleza humana. Esperamos que seja mais uma edição em que você volte no tempo, que você se surpreenda, que você se divirta e, assim como nós, se apaixone mais e mais por esse lugar. Boa leitura Realização:

Patrocínio:

www.alternativaterrazul.org.br

Foto: Marina Rotenberg, Vila do Aventureiro

Associação Civil Alternativa Terrazul Conselho Diretor Presidente Pedro Ivo de Souza Batista Diretora Administrativa Ana Laíse da Silva Alves Diretor Técnico Assimo Frederico Isique Salles Projeto Voz Nativa Juventude Protagonista da Ilha Grande Coordenação Geral Marcio Ranauro Coordenação de Comunicação Marina Rotenberg Coordenação Administrativa Arnaldo Augusto Assistentes: Ana Laíse, Beatriz Luz, Guaraci Lage, Ivana Ribeiro Assistente de Campo Luísa Sobral Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social – UFRJ Coordenação Pedagógica Ivan Bursztyn Coordenação Multimídia André Paz Jornal Voz Nativa Coordenação Marcio Ranauro e Marina Rotenberg Diagramação e Arte Guaraci Lage Fotos Contribuição Guia Ecológico João Pontes Endereço Espaço Voz Nativa Alameda Meu Santo, 250 / Vila do Abraão, Ilha Grande – Angra dos Reis/RJ CEP: 23968-000 Telefones (24)­99903-5776 (WhatsApp) projetovoznativa@gmail.com Facebook: Voz Nativa Ilha Grande Site: www.voznativa.eco.br Associação Civil Alternativa Terrazul Rua Floriano Peixoto, 1440 / Centro – Fortaleza/CE - CEP: 60.025-131 www.alternativaterrazul.org.br Tiragem 5.000 Distribuição Gratuita Este jornal é uma iniciativa do Projeto Voz Nativa, sua intenção é dar visibilidade e voz aos jovens nativos da Ilha Grande. As opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do Terrazul e das instituições parceiras.


Fotos: Acervo LTDS

Guia da Culinária Badjeca Pela valorização do patrimônio alimentar da Ilha Grande e sua apropriação pelo turismo Ao caminhar pela Vila do Abraão e tantas outras vilas da Ilha Grande constatamos a proliferação de inúmeros restaurantes e outros estabelecimentos comerciais voltados à alimentação dos moradores, mas, principalmente, à alimentação dos turistas que ali circulam. Restaurantes a quilo, “a la carte”, self-service, creperias, pizzarias, lanchonetes, dentre outros, atendem aos milhares de visitantes que diariamente desfrutam das belezas naturais e para recompor suas energias têm a sua disposição preparações culinárias que variam dos econômicos pratos feitos (ou executivos) às sofisticadas refeições a base de frutos do mar. Mas será que os alimentos oferecidos aos visitantes refletem o patrimônio alimentar da Ilha Grande? Será que os turistas têm acesso aos pratos e receitas representativos da cultura local? Será que o turismo contribui para o fortalecimento da identidade cultural badjeca ou é mais um elemento que coloca em risco o modo de vida e os hábitos culturais locais? Esses foram alguns dos questionamentos que deram origem à pesquisa sobre “A cultura alimentar e o turismo da Ilha Grande” realizada por pro­ fessores e alunos do curso de bacharelado em Gastronomia do Instituto de Nutrição Josué de Castro da Universidade Federal do Rio de Janeiro em parceria com o projeto Voz Nativa. O objetivo do projeto de pesquisa é promover a valorização da cultura alimentar badjeca e sua inserção no mercado turístico local visando ao fortalecimento da identidade cultural local. Com o apoio do projeto Voz Nativa, estamos organizando o Guia da Culinária Badjeca onde abordaremos os aspectos históricos, sociais, econômicos e ambientais da ocupação do território da Ilha Grande e suas influências na formação da cultura alimentar da população local. Apresenta­ remos ainda algumas personalidades locais que guardam estórias e receitas de outros tempos que nos ajudam a compreender o modo de vida e os hábitos alimentares locais. Cada personalidade selecionou um conjunto de receitas que fizeram parte de suas vidas para compartilhar em nossa publicação e, assim, registrar um pe­ dacinho dessa história. Personalidades e receitas como da Escurinha, sócia do restaurante Banana da Terra, e sua moqueca Madame Satã, e de Seu Vavá, dono do restaurante Lua e Mar, e seu famoso peixe com banana. Moradores da Ilha Grande que guardam na memória um modo de vida muito diferente dos dias atuais... Está curioso para conhecer essas e outras estórias? Aguarde que o Guia da Culinária Badjeca está chegado. Ivan Bursztyn,

Coordenador pedagógico do projeto Voz Nativa Professor do curso de bacharelado em Gastronomia da UFRJ

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Foto: Guia Ecológico João Pontes

Espaço Provetá Cais dos pescadores de Provetá Encontrada na Ilha Grande, a Praia de Provetá é rica em belezas naturais com paisagens encantadoras e um mar com águas cristalinas. Segunda maior comunidade da Ilha, a principal fonte de renda de Provetá vem da pesca artesanal e profissional, sendo o local que tem maiores barcos da região. Os pescadores necessitam do cais para o conserto de suas redes e é muito importante que o cais sempre se mantenha em boas condições. Houve o conserto do cais para que todos os pescadores pudessem consertar seu material de trabalho. Mas é importante que ele se mantenha sempre à altura do que a comunidade precisa, por isso pedimos que moradores e o poder público estejam atentos para manter em bom estado.

Foto: Marina Rotenberg

O povo de Provetá espera ter sempre boas condições para manter suas atividades já que nós somos uma das principais fontes de economia da região de Angra dos Reis e não recebemos os devidos atendimentos básicos e prioritários.

Paulo Ricardo dos Santos Garcia,

Morador do Provetá

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Uma vida de idas, vindas e muito amor por Provetá “Meu nome é Líbina Mendes do Nascimento Raimundo. Sou de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, e vim para o Provetá em 1982. Durante um passeio da igreja para o Provetá o pastor perguntou quantas pessoas eram professoras. Eu era uma delas. Ele deu a ideia de prestarmos concurso para sermos professoras aqui, primeiro eu não queria de jeito nenhum, depois eu fiz a prova mesmo de brincadeira, mas passei e vim. Nessa época não tinha luz e só de pular do barco pro cais quase morria, vim pra cá com a cara e a coragem, na época demorávamos muito para receber, passávamos muito frio porque era setembro, mas o pastor nos ajudou muito, puxando luz para nós trabalharmos. Hoje sou meio ceguinha porque trabalhei muitas e muitas noites somente à luz de velas. Eu fui tomando gosto e me apaixonando pelos alunos e pela calma de Provetá. Na escola na época só tinham cinco salas de aula e a escola era Foto: Luisa Sobral de primeira a quarta, alguns alunos que chegavam até a quarta série continuavam até na escola, para não parar de estudar. Primeiro, em 1982, peguei a terceira série e como a diretora viu que eu era muito calminha, peguei a 1ª série. Quando foi em 1985 eu fui chamada para a direção. Eu fiquei triste, porque não queria lidar com funcionário, professor, essas coisas, achava lidar com aluno muito mais fácil. Mas aceitei e fiquei um ano como diretora e quando minha mãe faleceu entrei na remoção e tive que voltar para o Rio. Fiquei 17 anos lá. Enquanto isso, a escola em Provetá mudou muito, aumentou até para segundo seguimento. Enquanto isso peguei várias séries em Nova Iguaçu, tive uma filha, muitas coisas aconteceram. Em 2003 vim a passeio e fui convidada para assumir a direção novamente. Aí eu voltei, dessa vez trazendo minha filha. O que me trouxe de volta foi a saudade da vida calma que eu levei nos anos que eu passei aqui, a amizade com as pessoas, a calma do lugar. Mas minha filha não se adaptou, então depois de muitos anos juntas eu a levei de volta para o Rio de Janeiro e continuei aqui no Provetá. Fiz apenas formação de professora, pois quando eu vim pra cá não tinha como estudar faculdade. Hoje tenho 33 anos de serviço, sou auxiliar de escrita no Colégio Estadual Pedro Soares, onde já fui professora e diretora e tenho muito orgulho de fazer parte dessa história. Eu sou quase uma avó para os alunos aqui. Fui professora dos pais dos alunos de hoje. Eu então vi essas crianças crescendo, muitas vezes sem ter o que fazer e hoje os vejo com uma vida formada. A convivência e o conhecimento que adquiri me fazem amar aqui. Fico muito feliz de ter vindo em uma época que não tinha quase nada e ter construído alguma coisa, e ainda ver que cada vez mais está melhorando. Eu acredito muito que Provetá pode ser cada vez melhor. Desde que eu vim a mudança foi gritante. Antes os jovens pensavam apenas em ser pescadores ou donas de casa. Hoje estão mais preocupados com o futuro, fazer faculdade, ter outros sonhos. A mudança foi positiva e vai ser muito mais”. Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2016

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Foto: Sid Pitter

Espaço Abraão Tambores do Abraão: Transformação através da música Foi no final de um curso de BioArquitetura promovido pelo Voz Nativa em sua sede que o Tambores do Abraão surgiu. Amigos com instrumentos começaram a tocar e logo jovens da área ouviram o som e foram lá conferir. Se interessaram e entraram na brincadeira, que acabou virando o projeto. Foto: Acervo Tambores do Abraão

Durante três meses aconteceram oficinas de percussão, até surgir a oportunidade de parti­ ciparmos do Natal Ecológico da Ilha Grande de 2014, primeira apresentação e mais um pon­ tapé para irmos crescendo.

A partir daí os encontros passaram a acon­tecer no palco montado na praia até março de 2015. Com a desmontagem do palco precisávamos de um local e aí apareceu um novo parceiro fundamental: a Casa da Cultura Constantino Cokotós, que hoje abre as portas para nossas oficinas gratuitas para crianças e adolescentes, às 4ª feiras das 18h às 20h e às 5ª feiras das 16h30 às 18h30. Em um ano de atividades, já temos na bagagem 12 apresentações dentro e fora da ilha e muita história para contar. Para os jovens, as apresentações são momentos importantes para o desenvolvimento das habilidades, entrosamento e autoestima. O apoio de toda a comunidade levou-nos a ficar cada vez mais fortes e coesos, hoje temos bandas com faixa etárias diferenciadas tocando ritmos como: Samba Reggae, Afro, Funk, Marchas com Fanfarra e Forró. Agradecemos a todos que acreditam que podemos fazer a diferença através da música e que vibram com o nosso projeto, que visa “Transformar mo­ mentos ociosos em criativos e prazerosos onde os jovens trabalham em grupo e praticam cidadania”

Foto: Martina Maselli

Gratidão a todos. Nossos parceiros e colaboradores: Voz Nativa, OAB Angra dos Reis, Casa da Cultura Constantino Cokótos, Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega, Hostel Che Lagarto, Pousada Caiçara, OSIG, O Eco Jornal, Nelson Ilha, Agência Objetiva (Fabiano), Restaurante Manjericão e Agência Glória a Deus. Nossos parceiros e artistas locais: Fala Mansa e Trio Ipaum Guaçú, Ana e Lobo Barilari, Jackson e Grupo Prata da Casa, Poeta Cosminho, DJs JR e Serginho, Etiópia, Arnaldo Augusto. Rodrigo Retonde,

Coordenador do Projeto Tambores do Abraão

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Foto: Marcio Ranauro

Willyan tem 19 anos e há sete veio morar na Ilha Grande com a mãe e os dois irmãos. Baiano de Valença, o jovem é músico do Tambores do Abraão e afirma “Para se concentrar e esquecer dos problemas, não tem coisa melhor do que tocar”

Foi atraído pelo som e nunca mais largou “Eu estava em casa sem fazer nada e de repente comecei a ouvir uma música, um som forte que me cha­ mou a atenção. Andei e fui até o Voz Nativa. Tinham de 15 a 18 pessoas tocando repique, caixa, surdo de terceira e vários outros instrumentos. Eu tava meio envergonhado, mas o Rodrigo me convidou pra entrar. Peguei o repique e comecei. Desde esse dia, nunca mais parei.” A música como transporte que te leva para outro lugar “Tocar te tira o stress, te faz esquecer tudo aquilo que você tava fazendo ou falando. Quando você toca, você é levado para outro lugar. A energia das pessoas que estão tocando junto com o sorriso dos que estão ouvindo aumentam sua vibração. Isso pra mim que é tocar!” O Tambores do Abraão como uma oportunidade “O Tambores do Abraão me deu a oportunidade de retomar o contato com a música, que eu perdi depois que sai da Bahia. As oficinas me motivam, fico empolgado para aprender, pra treinar. Eu trabalho a noite e tenho uma hora de intervalo para jantar, quando tem ensaio é pra lá que eu vou e quando estou de folga também.” É uma escola diferente “A escola tem muitas regras, o Tambores do Abraão tem também, mas você tem mais liberdade. Todos aqui interagem, sorriem uns para os outros, aprendem juntos, cada um no seu tempo. Curtem a música e estar aprendendo é natural.” Um conselho pros outros jovens do Abraão “Aqui é uma Ilha, ficamos isolados e não temos muita opção, então acaba que temos muita coisa ruim nos seduzindo. Se eu pudesse falar pra galera mais nova eu diria para vir tocar, não tem o que temer. É só chegar e aprender e tenho certeza que vai gostar.” Foto: Acervo Tambores do Abraão

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As histórias da Ilha Grande rodam o mundo na Internet O Webdoc “Ilha Grande – cada praia uma ilha, cada ilha uma história” já está no ar! Quem ainda não deu o play em um de seus vídeos corre e checa essa novi­ dade que está acumulando likes no mundo inteiro.

Fotos: Felipe Varanda

O webdocumentário O webdocumentário é uma forma interativa de con­ tar histórias da Ilha a partir de um site na internet e mídias sociais. O webdoc conta histórias das pessoas e das praias da Ilha e em seguida disponibiliza infor­ mações para turistas interessados em viver um tipo de turismo mais próximo das comunidades da Ilha.

Já no começo do projeto do webdoc constatou-se algo bastante enriquecedor: cada praia tem suas próprias características e histórias, daí o subtítulo do web­ documentário: cada praia, uma ilha; cada ilha, uma história. Desde então, a equipe de filmagem, pesquisa e produção realizou, junto com o Voz Nativa, filma­ gens e oficinas em várias comunidades da Ilha Grande como Abraão, Provetá, Araçatiba, Aventureiro, Bana­ nal. A equipe procurou capturar com muita originali­ dade e franqueza as imagens de paisagens e pessoas que transmitiriam ao mundo o estado de espírito que se vive em cada uma de suas praias. 8

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O resultado está disponível na rede. Os vídeos, lan­ çados periodicamente, já fazem muito sucesso, ul­ trapassando a marca de 6 milhões de visualizações e ainda tem mais por vir.


Algumas praias e protagonistas

Dona Zenaide Caiçara original de Araçatiba, que sabe capturar e cozinhar o goiá de acordo com a tradição, além de ser uma exímia autora de músicas de carnaval. Selma e Tenório Casal da Praia da Longa, que começou uma história de amor de uma forma nada tradicional. Seu João e Dindin Seu João e um pinguim, que há quatro anos sai da Patagônia, seu lugar de origem, à Provetá, lugar que escolheu reencontrar um grande amigo, Seu João. Uma linda história de amizade e companheirismo. E muito mais! Desenvolvimento LTDS: “Ilha Grande: cada praia uma ilha, cada ilha, uma história” é realizado pelo Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social (LTDS) da COPPE/UFRJ. Coordenado pelo Prof. Roberto Bartholo, o LTDS tem mais de 20 anos de pesquisa-ação na área social. “Ilha Grande...” é resultado do cruzamento das atividades e pesquisas de turismo comu­ nitário e de imagens técnicas e produção cultural. Voz Nativa: O webdocumentário nasceu dentro do Voz Nativa. Tanto o webdocumentário como a tecnologia social são realizados através dessa parceira que introduziu a equipe do LTDS nas praias, a partir da relação e inserção consolidade do Voz Nativa nas comunidades da Ilha Grande The New School: “Ilha Grande: cada praia uma ilha, cada ilha, uma história” conta com a parceria do Graduate Program of International Affairs (GPIA) da universidade The New School, de Nova Iorque. Através de seu programa de intercâmbio, seis alunos foram incorporados à equipe do projeto e participaram ativamente da realização do webdocumentário. Facebook: Curta a página “Ilha Grande – Filme”

Site: ilhagrande.website

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Amantes da ilha viram fotógrafos e participam de livro e exposição

Estamos em uma era em que tirar fotos se torna cada vez mais fácil. Sofisticados equipamentos são substituídos por celulares com mil e uma funções e pessoas de diversas culturas e idades podem se tornar fotógrafos, mostrando sua visão de mundo a partir de cliques e registros nas redes sociais. Foi isso que o Ilhagram, página do projeto Voz Nativa no Instagram, incentivou durante o ano de 2015: que pessoas comuns postassem com a hashtag #ilha­gram fotos da Ilha Grande.

Criando desafios para os usuários, a página recebeu milhares de fotos e selecionou as melhores para compor o livro “#Ilhagram: Olhares da Ilha”, que ganhou tam­ bém uma exposição de fotografias que começou na Vila do Abraão e pretende seguir para outras praias da Ilha.

Fotos: Equipe Voz Nativa

O livro é de distribuição gratuita e tem também sua versão digital no site do projeto www.voznativa.eco.br Faça o download e conheça a obra.

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Espaço Voz Nativa Um bom drink a gente nunca esquece O hábito de consumir bebidas alcoólicas em comemorações, viagens e datas especiais é mais do que difundido em todo o mundo. O que permanece como um desafio para muitos empreendedores é a capacidade de oferecer uma combinação de comidas e bebidas que torne a experiência do cliente ainda mais inesquecível. Qual alquimia se desenvolve para que um drink seja extremamente saboroso? O que torna um vinho tão marcante? Ou ainda, quais propriedades fazem a cerveja descer como se tivesse sido feita sob medida para você? Estes e outros segredos foram revelados no Curso de Bebidas e Coquetéis, realizado no Abraão em dezembro de 2015, pela dupla, Renata Monteiro pro­ fessora do curso de Gastronomia da UFRJ e membro do Laboratório de Tecnologia Social da mesma uni­ versidade, e Felipe Souza, graduando e monitor do curso de gastronomia. Com o intuito de aprofundar os conhecimentos de adultos da Ilha Grande que trabalham ou desejam trabalhar com o turismo gastronômico o curso equilibrou teoria e prática, onde cada conteúdo passado pôde ser compreendido na hora, através do olfato, degustação, visualização de coloração e outros. Para Nelson, morador da Ilha e dono de uma barraca de drinks na Vila do Abraão, a compreensão da teoria foi fundamental. Fotos: Marina Rotenberg

“Eu trabalho com isso, mas não sabia de muitas técnicas que foram ensinadas aqui. Quais frutas combinam com que tipo de bebida alcoólica, qual combinação vai bem em cada estação do ano e até mesmo formas de aprovei­ tar melhor os ingredientes, garantindo qualidade e agi­ lidade. Tudo isso não ima­ ginava e aprendi aqui.” Diz Nelson, conhecido como Nelson Ilha.

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Espaço Palmas Palmas virando lixão Logo ao sair do cais é possível ver um depósito onde é colocado todo o lixo da comunidade. A limpeza e a coleta da praia são feitas por funcionários, mas infeliz­ mente este local aos poucos vai se transformando em um lixão por ser um espaço aberto sem nenhum tipo de separação de reciclagem, além dos sacos de lixos ficarem soltos e espalhados pelo chão. O lixo é retirado da praia por um barco que vem ap­ enas uma vez na semana e quando este não comparece a quantidade de lixo aumenta ainda mais, piorando quando aves e cachorros rasgam os sacos deixando ainda pior o lixo e com um odor horrível, podendo até transmitir doenças para moradores e principalmente crianças.

Em dias de feriado, quando a praia recebe uma quantidade maior de turistas, o lixo aumenta de forma desorganizada e assustadora. Até ninhada de rato já foi encontrada dentro de entulhos que ficam parados por muito tempo e nunca são levados pelo barco. Há um descaso do órgão responsável por esse serviço que não instrui seus funcionários de forma correta para o manuseio e reciclagem do lixo, não disponibi­ liza recursos de materiais adequados e não possibilita um local decente para que seja posto o lixo, com sepa­ ração e fácil manuseio para moradores, funcionários e turistas. Do jeito que está não é correto.Vamos retirar de for­ ma correta o lixo da Ilha!

Fotos: Vitória Uchoa

Vitória Uchoa,

Moradora da Praia Grande de Palmas

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Descaso na Educação Palmas, como boa parte das praias da Ilha Grande, convive com vários problemas, sendo um deles a falta de investimento educa­ cional e incentivo esportivo, onde os jovens, que no futuro irão dominar e mudar a Ilha, são os principais afetados. Com a falta ou pouca assistência educacional que motivem os jovens, estes ficam alienados com o uso errôneo da internet, com acesso a conteúdos obscenos e com o contato com as drogas, que há um tempo vem sendo crescente na praia, a partir do uso de pessoas que vêm do continente para morar na praia e sem ne­nhum respeito usam as drogas perto de crianças. E até mesmo pais que são usuári­ os e não dão uma devida educação para seus filhos. O descaso também acontece nas próprias escolas, as quais não investem com força na educação dos seus alunos que acordam cedo, muitos de outras praias, e só tem aulas de matéria simples e se não houver aula para alguns alunos, eles ficam até que os outros saíam, sem fazer nada até que possam ir embora. Não há afazeres extra educacionais e esportivos na escola e nas praias. Aqui na Praia de Palmas não há nada que eduque ou estimule os jovens para o seu futuro. Seria muito importante se houvesse mais educação na escola e nas praias, incentivo esportivo como natação, vela, vôlei e outros. Até mesmo que fosse passado para eles informações profundas sobre o local onde moram, a vida antiga caiçara e que houvesse palestras de representante dos órgãos informando e ensinando sobre o meio ambiente, separação do lixo, salvatagem e primeiro socorros, drogas e álcool. Investir na educação de crianças e jovens é investir na Ilha. É preciso fazer a diferença! Vitória Uchoa,

Moradora da Praia Grande de Palmas

O VOZ NATIVA JÁ LANÇOU DOIS LIVROS DE SUA COLEÇÃO E ESTÁ DESENVOLVENDO O TERCEIRO, COM HISTÓRIAS DE ANTIGOS DA ILHA GRANDE

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Foto: Guia Ecológico João Pontes

Espaço Enseada das Estrelas Associação de Moradores na Enseada das Estrelas Em dezembro de 2015, houve eleição para a nova diretoria da AMEE - Associação de Moradores da Enseada das Estrelas, que abrange as praias: Lobo, Feiticeira, Iguaçú, Camiranga, Praia de Fora, Perequê, Saco do Céu, Japariz e Freguesia de Santana. A AMEE já está a todo vapor nesse começo de mandato. Estamos arrecadando livros para um projeto de leitura, enviando ofícios para cobrar soluções de problemas e preparando um calendário de eventos para movimentar a comunidade. Se você é morador, participe das assembleias, se informe, mostre sua voz! Juntos, poderemos cuidar melhor das nossas praias. Se você não é morador, mas deseja ajudar com doações e sugestões, entre em contato conosco. André Brito – Presidente: (24) 998154802

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Mas afinal, pra que serve uma Associação de Moradores? Esse tipo de entidade tem um papel importante não só na representação de uma comunidade quanto aos seus direito, mas na melhora da qualidade de vida das pessoas de determinada localidade. A união dos moradores perante os órgãos públicos é uma ferramenta com poderes incríveis. Se a sua comunidade ainda não tem uma associação de moradores, comece a pensar, se organize. A Ilha Grande precisa e agradece. AMEE

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Foto: Marcio Ranauro

Foto: Marina Rotenberg

Espaço Araçatiba Carnaval em Araçatiba Desde quando Dona Zenaide era criança existia um carnaval animado em Araçatiba. Palha de bananeira, folha de coqueiro e xita, tudo era improvisado e aproveitado para fazer o carnaval acontecer. O tempo foi passando e muitas mudanças aconteceram na comunidade, dei­ xando o carnaval morrer.

Foto: Ivana Ribeiro

Mas, como talento e animação é o que não falta, Dona Zenaide se juntou com outras pessoas da comunidade para retomar o carnaval na praia. Tudo que acontece vira facilmente tema de música e assim surgiu o Bloco da Fofoca, retomando a cultura do carnaval por aqui. Até hoje os moradores se envolvem, impro­visam, fazem camisas, escrevem a música e caem na folia. Veja abaixo a primeira marchinha do Bloco da Fofoca e também a música de 2016.

Primeira Música Tem um grupinho aqui, tem um grupinho lá vamos ver quem fala mais da vida popular eu gosto de ouvir, eu gosto de falar não quero nem saber se tem roupa para lavar hoje me falaram que tem um jornal novo eu não quero o meu nome na boca do povo já na antiguidade, homem e mulher a fofoca existia, tem pra quem quiser corta a língua dele, corta a língua dela eu dou o que é meu não pego o marido dela eu não to nem aí, pode falar o que quiser na pedra da língua, senta homem e mulher

Música de 2016 A alegria atravessou o mar ficou no meu coração tem que sair para fora ela está a mil por hora e o mundo vai sorrir pulando a onda no novo ano para alegrar o meu povo o otimismo vai chegar vai! vamos lá, vamos lá, vamos lá o carnaval comemorar

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Alô, Morador!

Você conhece a ‘Lei de Diretrizes Territoriais para a Ilha Grande’?

Desde 23 de janeiro de 2009 a Ilha Grande é protegida pela “Lei de Diretrizes Territoriais para a Ilha Grande”, nº 2.088, que trata do uso sustentável de seus recursos naturais com o objetivo de ordenar o planejamento e a gestão territorial de toda a Ilha. Esta lei é parte do Plano Diretor Municipal de Angra dos Reis e, entre outras coisas, protege as comunidades de que grandes empreendimentos se estabeleçam aqui, além de destacar a importância da preservação do modo de vida caiçara e da natureza na Ilha. O que a Lei destaca? A Lei destaca que existem limites para os novos empreendimentos turísticos na Ilha Grande e que eles não podem sobrepor à cultura local e ao modo de vida da população ilhéu. Indica também a importância de gar­ antir à população ilhéu o acesso à terra e à moradia e a sua inserção na gestão e no planejamento do turismo em toda Ilha Grande. OCUPAÇÃO DO SOLO Segundo a lei, no que se refere ao uso e ocupação do solo, “deverá ser garantido o acesso público irrestrito aos Bens de Uso Comum do Povo no Território da Ilha Grande”, proibindo desta forma que a Ilha seja fechada em empreendimentos privados ou o acesso à população seja limitado. E acrescenta ainda que “deverá ser vedada a implementação de empreendimentos de grande porte físico na Ilha Grande”, como desejam muitos ilhéus. PARTICIPAÇÃO DAS COMUNIDADES É também uma garantia “a participação social das comunidades beneficiárias nas discussões sobre as políticas, programas e projetos a elas destinados no Território da Ilha Grande”. Desta forma, todos os ilhéus e moradores devem participar das ações a serem realizadas em suas comunidades, e para isso, devem se manter informados. MOBILIDADE Quanto à mobilidade na Ilha, todas as trilhas e demais vias terrestres devem ser de servidão pública, não podendo ser fechadas por interesses privados, respeitando também as Unidades de Conservação da Natureza. A mesma regra vale para todos os cais, piers, pontes e atracadouros, que para serem aprovados e permitidos devem se tornar bens públicos, de acesso a toda população local. VALORIZAÇÃO DA CULTURA LOCAL Sobre “a preservação e a manutenção das comunidades tradicionais da Ilha Grande deverão ser garantidas por meio do incentivo ao desenvolvimento de atividades que representem a memória, a cultura e a identidade locais, especialmente na capacitação do ilhéu para ofícios inerentes à cultura da pesca, tais como confecção de ferramentas, instrumentos, artesanato e atividades afins”. Leia e pesquise a legislação que garante a sustentabilidade da Ilha Grande. Atualmente a Ilha é preservada por leis municipais e por mais quatro Unidades de Conservação geridas pelo INEA. Pesquise seus Planos de Manejo e veja o que é permitido e o que é proibido na Ilha Grande. Fique atento às discussões e participe!

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Manejo de trilhas garante segurança e cuidado com o meio ambiente

Em 20 de dezembro de 2016, um grupo de moradores se reuniu para a reali­ zação do manejo da trilha Pouso X Lopes, o principal acesso à Lopes Mendes, uma das praias mais famosas da Ilha Grande e considerada uma das mais boni­ tas do mundo. As trilhas representam a interferência do homem na natureza, causando fa­ tores como a compactação do solo e a erosão. O efeito do pisoteio diminui a ca­ pacidade de retenção de ar e absorção de água, facilitando o processo de erosão e alterando também o padrão de escoamento da água, que escorre em maior velocidade devido à ausência de obstáculos, penetrando em menor quantidade no solo. Trilhas que não recebem manutenção adequada além do impacto ambien­ tal sofrem também com pontos críticos em relação à segurança dos turistas, por isso o manejo e manutenção das trilhas é extrema­ mente importante para prevenir e corrigir problemas como locais escorregadios e com lama, erosão e aparecimento de novas trilhas. Para garantir a segurança e diminuir o im­ pacto causado pela grande visitação, utilizan­ do troncos, estacas e ferramentas, o mesmo grupo que realiza periodicamente limpeza nas praias da Ilha juntou disposição e carinho em cuidar do local onde se vive para fazer a dife­rença. Neste dia, 16 degraus foram refeitos utilizando um sistema de drenagem que asse­ gura que a água escoe pelas laterais da trilha e também protegendo e evitando o uso de novos acessos à praia. Muito obrigada a todos que se empenharam em mais uma vez cuidar da ilha, à equipe Athos que disponibiliza o transporte até Pouso, ao Restaurante Marola que dá aquela força após o trabalho duro e a todos os passantes que se sensibi­ lizaram e se uniram ao grupo ajudando a subir os trocos até o topo da trilha. Não há dúvidas de que gentileza gera gentileza. Luana Ventura,

Moradora do Abraão Fotos: Membros do multirão

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Foto: Guia Ecológico João Pontes, caxadaço

Dicionário Badjeco de Termos e Manias

Espaço Badjeco É lenda ou é verdade?

Você conhece essas histórias do Aventureiro?

Caxanga: Casa velha

Foge: Corrente das cachoeiras que leva as pessoas para o fundo

Ilustrações: Guaraci Lage

Quando o galo canta meia noite, é só procurar nas casas que mu­lher está faltando. Aqui no Aventureiro é muito comum uma moça fugir com um rapaz para casar. Pode ter certeza, se o galo cantou e é meia noite é porque alguma moça fugiu para casar.

Lambetiça: Dar confiança a alguém

Conhece mais termos? Encaminhe e publicamos!

A lua quando caga é mulher esperando neném. Tem vezes que amanhece o dia com uma mancha amarela no chão, é uma tinta que cai do céu e fica marcado, leva uns dois dias e desaparece. É um negócio redondo bem amarelinho com um pouco de vermelho, que a gente não vê cair, já vê no chão e esse sinal é que tem alguma mulher da família grávida. Quando a Luciana, minha filha, era solteira a lua cagou aqui e eu co­mecei a encarnar em outras meninas. Mal sabia eu que era minha própria filha que estava grávida, depois que eu fui descobrir. O sinal não falha aqui no Aventureiro.

Dona Lucia,

Moradora do Aventureiro

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Foto: Marina Rotenberg


Antônio da Cocada Não há quem vá à Lagoa Azul e não conheça esse personagem. Em sua canoa, Antonio Prata da Silva solta em alto e bom som a propaganda daquilo que faz de melhor: cocadas e doce de banana feitos no fogão à lenha. A voz forte é para fazer jus ao sabor de seus doces, deliciosos e marcantes. A receita ele não conta, mas garante que é o gostinho de fumaça o grande segredo. Ele mora na Prainha Pequena da Freguesia de Santana e acorda todos os dias às 5h30 da manhã. É de seu próprio quintal que obtém tudo o que precisa para suas delícias: lenha, coco do pé, banana do cacho. Antonio não sabe ler, mas sabe que é da vivência que se constrói a sabedoria “A Cocada Nativa da Lagoa Azul é o que faço de melhor. Aprendi tudo de cabeça. Comprei minha canoa por mil reais e não troco ela por nada. Vou morrer trabalhando com ela.”

Fotos: Felipe Varanda

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2016

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O Jornal Voz Nativa é feito para você e por você. Mande suas histórias pro Jornal. projetovoznativa@gmail.com / (24) 99903-5776

Jornalismo Badjeco Levado a Sério!

Depoimentos de quem conhece o Projeto Voz Nativa Este espaço é aberto, envie o seu também ALBERTO MARINS

ANNA JIULIA GOULART

MORADOR DO ABRAÃO E PRESIDENTE DA AMA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO ABRAÃO

MORADORA DO ABRAÃO E GUARDA PARQUE DO PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE

O Projeto Voz Nativa contribui principalmente com a interatividade e a inclusão. Hoje não conheço outro movimento que tenha atualizado tanto e motivado o progresso de todas comunidades da ilha com tantas atividades. O projeto tem ajudado as pessoas a se sentirem valorizadas, dando a oportunidade de cada um ter o seu talento reconhecido.

Apoio:

Parceiros:

Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega

Realização:

www.alternativaterrazul.org.br

O Projeto Voz Nativa trouxe muita coisa boa pra gente. Fortaleceu principalmente a juventude das vilas. Trouxe cursos, oficinas, realizou eventos e aproximou pessoas dando novas oportunidades para os jovens, e o melhor de tudo: deixaram eles falarem de si, do modo de viver e ver a vida, e dos costumes da sua comunidade. Fundiram o novo com a preservação e o respeito dos custumes caiçaras e à preservação da natureza, que não pode faltar! Isso faz toda a diferença.

Colégio Estadual Pedro Soares

João Pontes

Guia Ecológico

Patrocínio: Projeto Juventude Protagonista Ilha Grande

Foto: Guia Ecológico João Pontes,

Parque Estadual da

Ilha Grande


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