DESTAQUE
ENTREVISTA: Dom
Ferreira, C.Ss.R.
EXPEDIENTE:
Coordenação: Pe. Nelson Antonio Linhares, C.Ss.R.
Jornalista Responsável: Brenda Melo - MTB: 11918
Projeto gráfico e diagramação: Sandro Abritta
Capa: Imagem de Cristo Ressuscitado
DESTAQUE
ENTREVISTA: Dom
Ferreira, C.Ss.R.
EXPEDIENTE:
Coordenação: Pe. Nelson Antonio Linhares, C.Ss.R.
Jornalista Responsável: Brenda Melo - MTB: 11918
Projeto gráfico e diagramação: Sandro Abritta
Capa: Imagem de Cristo Ressuscitado
“Haec dies quam fecit Dominus: exultemus et laetemur in ea.”
(Sl. 117, 24).“Façamos um ato de fé viva na ressurreição de Jesus Cristo; cheguemo-nos a Ele em espírito para Lhe beijar as chagas glorificadas, e regozijemo-nos com Ele por ter saído do sepulcro vencedor da morte e do inferno. Lembrando-nos em seguida que a ressurreição de Jesus é o penhor e a norma da nossa, avivemos nossa esperança, e ganhemos ânimo para suportar com paciência as tribulações da vida presente. Lembremo-nos, porém, que para ressuscitarmos gloriosamente com Jesus Cristo devemos primeiro morrer com Ele a todos os afetos terrestres.”
(Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II – Santo Afonso / Domingo de Páscoa)
Estimado(a) leitor(a) do AKIKOLÁ,
Em atenção ao apelo de Santo Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação Redentorista, é tempo oportuno de fazer um ato de fé viva na ressurreição de Jesus Cristo. Isto significa assumir o anúncio da Copiosa Redenção como fundamento da nossa vida missionária.
Olhando o Cristo, que anuncia o Reino de Deus e traz vida nova aos mais abandonados (cf. Lc 4, 18ss), Afonso e seus companheiros assumem uma missão pascal de renovar o mundo por meio do amor misericordioso de Jesus.
É fundamental compreender também que o mistério Pascal de Cristo não é algo abstrato e externo a nós. Pelo contrário, implica necessariamente o nosso compromisso como testemunhas do Ressuscitado.
Diante das situações reais de sofrimento no mundo, precisamos ser sinais da presença do Redentor que entregou sua vida por todos. Como? De muitas maneiras:
a) testemunhando nossa fé, nossa adesão a Cristo nos vários ambientes da sociedade;
b) descobrindo as luzes da presença viva de Jesus Cristo ressuscitado na vida de pessoas, famílias, comunidades e grupos;
c) apontando o caminho do cuidado para com a vida das pessoas e com o meio ambiente;
d) dedicando-se à construção de uma sociedade humanizada e fraterna, querida por Deus, sem fome e sem injustiças;
e) cuidando da vida das pessoas, em especial dos pobres que vivem nas periferias urbanas e existenciais.
Enfim, cabe a todos nós, que vivemos a Espiritualidade Redentorista, assumirmos a missão pascal que brota do Cristo Ressuscitado presente hoje na Eucaristia. Santo Afonso foi missionário da Eucaristia e levou-nos todos a acolhermos
esse Deus que se faz pão para nos alimentar. Foi no pão da Eucaristia que Afonso contemplou o Cristo Ressuscitado e nele encontrava a verdadeira fonte de Vida.
Nesta Páscoa, reconheçamos nossa sublime vocação à vida Plena, que vence a morte e triunfa na Ressurreição com Cristo. Nosso coração é um sacrário vivo a levar o Redentor a todas as pessoas, em atitude missionária.
“Meu amabilíssimo Jesus, graças Vos dou que pela vossa morte adquiristes para mim o direito à posse de tão grande bem, e hoje pela vossa ressurreição avivais a minha esperança. Sim, espero ressurgir no último dia, glorioso como Vós, não tanto por meu próprio interesse, como para estar para sempre unido convosco, e louvar-Vos e amar-Vos eternamente.”
(Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II – Santo Afonso / Domingo de Páscoa)
C.Ss.R.Dom
ENTREVISTA COM
Nomeado Bispo titular da Diocese de Livramento de Nossa Senhora, na Bahia, Dom Vicente Ferreira, C.Ss.R. encara uma nova missão em seu episcopado, cuja posse canônica aconteceu no dia 15 de abril. Em sua bagagem, além da experiência vivida na Arquidiocese de Belo Horizonte, da luta pela justiça e pelo cuidado com a biodiversidade, carrega também um coração Redentorista e a mística da copiosa redenção, que o sustentam nessa travessia.
Após quase seis anos como Bispo Auxiliar de Belo Horizonte, como o senhor recebeu essa nova missão para assumir a Diocese baiana de Livramento de Nossa Senhora?
Com sentimentos misturados. Toda mudança mexe com a gente. Apesar de ter feito tantas, essa tem sido bem particular. Estou deixando Minas Gerais. Estado onde vivi por quase quatro décadas. Ciclo que me trouxe muitos sabores e também dores. Cresci como gente, cristão e missionário. Em 1985, deixei a família, em Araraí, Alegre, ES; em 2017, com minha nomeação, deixei a Congregação Redentorista; e, agora, despeço-me da Arquidiocese de Belo Horizonte, onde enfrentei realidades complexas como as de Brumadinho. Vou para Livramento. Esse nome é forte. Ainda mais o de
Nossa Senhora. Espero continuar contribuindo com a libertação de tantas feridas dos pobres e da terra, em nome do Evangelho da vida. Nessa travessia, a Bahia passa a ser meu chão existencial e teológico. Lugar de caminhar com o povo de Deus. Desde já, agradeço a acolhida de Dom Armando Bucciol, dos padres e de nossos irmãos e irmãs da Diocese de Livramento de Nossa Senhora.
Em 25 de janeiro de 2019, houve o rompimento da barragem da Vale, na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Um crime que matou 272 pessoas e destruiu a bacia do Rio Paraopeba. Trauma de dimensões complexas. Lancei-me na experiência compassiva, com as pessoas e nossa Casa Comum. Foi um caminho muito difícil. Quando digo que nesse drama vivi as tramas de minha conversão ecológica é porque algo mudou em mim. Que exigiu uma nova posição subjetiva. Até hoje não sei nomeá-la muito bem. Acho que eu vivia a perspectiva de uma caridade muito idealizada. E passei a experimentá-la, com mais profundidade, no chão da estrada. Entende? Hoje, tenho dito que Brumadinho “é um luto local que ganhou em mim uma luta global”. Não podemos seguir alienados em relação ao que está acontecendo com nosso planeta. Em nome do lucro, uma minoria gananciosa está destruindo a biodiversidade. E fabricando uma quantidade enorme de vítimas sistêmicas. Ou
Em sua vivência episcopal na Arquidiocese de Belo Horizonte, o senhor declarou que viveu uma “conversão pastoral”. Qual foi o seu maior aprendizado nessa experiência?Pe. Nelson Antonio, C.Ss.R. (Provincial do Rio) com D. Vicente
seja, as feridas mais graves dos pobres e da terra não são naturais. São impostas por um modelo neocolonialista global. A partir do Evangelho de Jesus, temos que enfrentar isso. Não somente com boas ideias, mas com um corpo que vive uma incondicional proximidade com os territórios e as pessoas que mais sofrem. Tenho a convicção de que onde os pés não pisam, as ideias podem ser equivocadas. Então, meu processo de conversão tem sido a experiência dessa passagem. Talvez algo como Santo Afonso viveu em sua saída de Nápoles para Scala. Às vezes, penso nisso. Essa coisa de “Igreja em saída” deve envolver fé e vida. Liturgia e compromisso transformador concreto.
Nos últimos seis anos, aprendi muitas coisas que serviram como lições. Sobretudo no que aprofundei sobre as feridas socioambientais. Atravessamos uma crise planetária. E temos que construir uma nova civilização. Sem levar a sério o grito dos pobres e da terra como nosso lugar teológico comum, não teremos êxito na travessia. Levo para a Bahia um mundo
de aprendizado. No entanto, sei que minha missão não tem cartilha marcada. Por isso, a agenda está aberta. Tenho um coração aprendiz dos livros e da vida. Gosto muito do diálogo. Só não aceito discursos e práticas violentas, como as graves injustiças contra os povos originários, os negros, as mulheres, as crianças e com a criação, em geral. Por isso, minhas expectativas são muito positivas. Como bispo titular terei oportunidades de construir, ainda mais, redes de cuidado com a biodiversidade. Darei continuidade aos belos projetos que já acontecem em Livramento. Formação do clero e dos leigos, vivência de uma Igreja servidora nas mais de 600 comunidades, alegria de anunciar o evangelho etc. Talvez essa realidade transversal da Ecologia Integral seja um horizonte que necessita de um cuidado especial.
Espera-se de nós bispos que consigamos ter uma visão abrangente do mundo global no qual vivemos. Faz parte de nossa missão falar com a sociedade poliédrica. E não ficar presos apenas aos nossos grupos afins. Para que não nos fechemos em ideais do tipo clericalistas. Sem caridade, não testemunharemos nenhuma verdade. Temos a singular missão de seguir a estilística samaritana de Jesus. Bons pastores que dão a vida pelas ovelhas (Cfr Jo 10,11). Não podemos perder tempo com disputas secundárias, como a questão de cargos, poderes. Nosso lugar mais nobre é o lava-pés. As estruturas passarão, mas o amor feito vida doada, esse vira eterno, na memória sagrada. O que é mais específico de um bispo? No contexto de uma Igreja particular, ajudar a salvar a caridade que nos salva. Colocar na mesa os
Como o Sr. define a missão de um bispo na Igreja, neste tempo de tantos desafios?Dom Vicente no local do rompimento da barragem em Brumadinho.
pontos mais importantes. E contar com a contribuição das forças eclesiais e sociais para defender a dignidade de todas as pessoas e do meio ambiente.
A mística da copiosa redenção é a inspiração de fundo. Em Jesus, encontro um projeto lindo de vida. Foi a formação Redentorista que me ajudou nessa experiência. Não há nada na vida que não participe do mistério da fé. Por isso que encontrei na poesia, na música, na psicanálise espaços de cultivo de meus dons e de cura das minhas angústias. Além disso, na Congregação fiz um doutorado que muito me ajuda no diálogo entre fé e pós-modernidade. Na vida fraterna Redentorista, encontrei uma forma prática de integrar o egoísmo. No campo da oração, aprendi com os Redentoristas a rezar os afetos, a partir da realidade cotidiana. Nosso corpo é o templo mais sagrado que temos. E ele pode ser lugar
de reconciliação, de acolhida do outro, ou de rivalidades. Quem me ajudou a entender isso? Os pilares da Espiritualidade Redentorista. Encarnação, Paixão, Eucaristia e Maria. Santo Afonso é fonte para mim. Inclusive, como bispo. Sem essa herança, não seria, hoje, o defensor de direitos humanos e da natureza, que tenho tentado ser.
Caro amigo e amiga do Akikolá, saiba que sempre conservo um carinho especial por essa grande Família Redentorista. Sigamos, juntos! De Livramento, da Bahia, do querido nordeste brasileiro, conte com minhas orações. Não se esqueça também de fazer preces por mim. Tenho pedido muito a Deus, para minha existência, o seguinte. E peço para vocês também. Ainda que eu não participe das colheitas, que eu não desista de ser semente. Os pontos de partida e de chegada, não são tão complicados. Desafio maior é a travessia. E estamos nela...
Nos dias 21 e 22 de março, a Accademia Alfonsiana realizou uma grande conferência internacional concluindo as celebrações dos 150 anos da proclamação de Santo Afonso como Doutor da Igreja. Como tema, escolhemos o seguinte refrão: “Santo Afonso, Pastor dos últimos e Doutor da Igreja” . Com quase 200 pessoas presentes nas dependências da Accademia
em Roma, Itália, o número cresceu exponencialmente com a participação remota de pessoas de diversas partes do mundo através da transmissão ao vivo pelo canal do YouTube.
As conferências percorreram três grandes áreas da Teologia Moral, começando com a moral fundamental, tratando o tema da consciência, passando pela área bioética e terminando com os elementos de caráter social que se tornaram e se tornam cada vez mais complexos na dinâmica de nossas vidas em um mundo globalizado. A pergunta de fundo era sempre a mesma: a partir das inspirações nascidas do coração inspirado de Santo Afonso, reconhecendo todo o condicionamento histórico de seus textos, como responder aos problemas que hoje a realidade nos impõe.
Em linhas gerais, a inspiração afonsiana nos leva a compreender que a resposta sempre se encontra na dinâmica relacional estabelecida como realidade de encontro. Desde o primeiro movimento criador, Deus se revela em seu constante movimento de Amor na direção da Criação. Um movimento que não se fecha em si mesmo, mas que cria uma cadeia de solidariedade e de acolhida misericordiosa e compassiva de todas as realidades. Com uma espécie de particular “personalismo ante litteram” , Afonso de Ligório reafirma em sua proposta moral a dignidade de toda a realidade criada, sem anulamento das diferenças, na direção da construção de uma realidade compreendida como communio, ou seja, de comunhão de tudo e todos no Amor Trinitário.
Na dinâmica “provocação-resposta” (Deus vos ama, amai-o!), o agir moral nasce como consequência natural de uma espiritualidade compreendida como jeito de viver diante de Deus e dos outros. Sendo assim, algo de muito concreto e não idealizado, feito para gente real, pessoas concretas que acertam e erram, mas buscam sinceramente caminhar e crescer na pedagogia amorosa da Redenção. Desta forma, uma moral
dialogal e comunitária, não fechada sobre si mesma, mas que se compreende como caminho pessoal-comunitário de Salvação e Vida para todos.
O ato final deste grande encontro ficou para a manhã do dia 23 de março, quando fomos recebidos pelo Papa Francisco. Em sua fraterna mensagem, o Pontífice nos ofereceu diversos pontos de reflexão para os próximos tempos de nossa missão afonsiana-redentorista no campo da Teologia Moral. Claramente, ele nos pediu para sempre caminhar com o povo de Deus, mantendo alto o rigor reflexivo sem jamais perder o contato com a comunidade de fé.
Como fez nosso pai-fundador, trata-se de saber conciliar todas as ferramentas que a boa formação e o rigor científico nos oferecem com a sensibilidade que nasce do povo simples. Ao comunicarmo-nos, que as nossas palavras sejam simples, nascidas da vida, que cheguem e sejam bem compreendidas por todos sem exceção. Longe das vazias “teorizações” , como nos ensinou Afonso, a moral cristã é resposta concreta que reconhece a todos em sua dignidade e particularidade, sem exclusão.
“Concluindo, a Igreja espera da Pontifícia Academia Afonsiana que saiba conciliar rigor científico e proximidade ao Povo santo de Deus, que dê respostas concretas a problemas reais, que acompanhe e formule propostas morais humanas, atentas à Verdade salvífica e ao bem das pessoas. Santo Afonso foi um criador da vida moral e apresentou propostas... ‘Mas é um grande teólogo’. Sim, mas também era capaz — nestes dias ouvi os cânticos que me oferecestes no Natal — de escrever também estas coisas! Como se explica? Este é o caminho, esta é a beleza da alma, a delicadeza, esta é a pertença ao povo de Deus, que nunca se pode negociar, nunca! Que o Espírito Santo vos ajude a ser formadores de consciências, mestres da esperança que abre o coração e conduz a Deus. Abençoo-vos de coração, agradeço-vos muito pelo vosso trabalho e peço-vos, por favor, que rezeis por mim. Obrigado!”
Const. 21-75; EG 026-049; Lc 6,12-16
Sob a inspiração de São Clemente, abrimos o Ano dedicado à Vida Comunitária. Nossas Constituições dedicam dois capítulos à vida comunitária: a comunidade apostólica e a comunidade apostólica dedicada ao Cristo Redentor (Const. 21-76). Os correspondentes Estatutos Gerais também serão a base para aprofundar o tema durante o ano. Que sejam rezados e meditados com
criatividade em todas as Comunidades Redentoristas da Congregação. Como um ícone bíblico: Lc 6,12-16: O Senhor que chama para estar com Ele.
A vida comunitária deve ser um espaço para fortalecer nossa vocação, nossa intimidade com o Redentor, nosso espírito missionário e nosso sentido de pertença à Congregação.
O XXVI Capítulo Geral nos deixou 5 temas importantes para refletir durante o sexênio: identidade, missão, vida consagrada, formação e liderança. Precisamos refletir sobre esses temas, uma vez que são a essência da comunidade missionária Redentorista, de uma maneira muito honesta, perguntando-nos pessoalmente e como comunidade: Qual é a identidade e a missão de nossa comunidade? Que vida consagrada vive nossa comunidade? Como nos formamos e exercemos liderança em nossa comunidade? O
Documento Final, as Decisões e as Orientações do XXVI Capítulo Geral podem nos ajudar a aprofundar estas questões.
A identidade da Comunidade Redentorista é formada por três fundamentos: o Cristo Redentor como centro e razão de nossa consagração, as pessoas que se consagram a Ele para continuar sua missão, e as pessoas para quem somos enviados e que são nossos interlocutores. Somos uma comunidade de pessoas: a pessoa de Jesus, a pessoa de cada confrade e a pessoa dos mais abandonados. Daí, que o lugar por excelência, segundo nossas Constituições, para a comunhão e o exercício do espírito missionário é a vida comunitária... (cf. Const. 21). A comunidade é o lugar onde compartilhamos nossa existência, nossa história de salvação e nossas memórias de redenção. É o lugar onde se realizam a comunhão (koinonia), o serviço (diakonia), o testemunho (martyria) e o anúncio (kerygma). Na Congregação, não existe uma missão individual. A missão é realizada em nome do Redentor e da comunidade que Ele envia em seu nome para ir aos mais abandonados (cf. Lc 4,16-19). Assim, cada confrade é uma missão que expressa sua beleza no mosaico de rostos da obra de arte comunitária que resplandece a missão do Redentor neste mundo. Se isto é verdade, a vida consagrada Redentorista faz sentido e continua a ser um sinal quando a presença de Cristo está no centro, cultiva-se a espiritualidade pessoal e comunitária, há constante conversão, cada membro é corresponsável em seu trabalho e, finalmente, quando os votos são vividos como expressão de amor a Cristo, aos confrades e ao Povo de Deus. Que vida consagrada Redentorista queremos para nós e para a Igreja?
Toda nossa formação está em função da missão, de unificar nossa vida com o Cristo Redentor e com os mais abando-
nados. O momento histórico em que vivemos exige que levemos a sério nossa formação permanente. Sem ela, continuaremos a dar respostas antiquadas a novos problemas e nos enraizaremos em nosso próprio mundo e entraremos na espiral do naufrágio. A formação de um Redentorista termina definitivamente com o Senhor. É por isso que, neste Ano de Vida Comunitária, cada comunidade deve estudar temas que a ajudem a cumprir sua missão. A formação permanente implica escutar profundamente o Espírito para nos dar sabedoria, capacidade de escuta, discernimento, conversão diária e ajuda para o Povo de Deus. Isto se estende ao nosso compromisso de formar associados leigos para nossa missão.
Finalmente, a comunidade tem sua organização e sua liderança. Que cada confrade seja pastor, animador e administrador de sua vida de acordo com as Constituições e ajude os superiores locais neste serviço desafiador hoje (cf. Const. 73, 92). E os superiores sirvam à comunidade para que ela se forme e cresça em Cristo e para que todos em unidade se dediquem ao trabalho de evangelização (cf. Const. 139). É um caminho que fazemos juntos! Somos um corpo missionário (cf. Const. 2)! “Coragem, o Senhor é o Mestre” (São Clemente).
Que São Clemente nos inspire a viver com intensidade este ano dedicado à nossa vida comunitária, para que possamos alegremente proclamar Cristo Redentor, seguindo seus passos e sendo Missionários de Esperança! Maria, Mãe do Perpétuo Socorro, nos ajude neste propósito. Amém.
Em nome do Conselho Geral, Fraternalmente em Cristo Redentor, Pe. Rogério Gomes, C.Ss.R. Superior Geral da Congregação Redentorista
O Senhor que chama para estar com Ele.
Vivemos a alegria de celebrar o 3º Ano Vocacional e também o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, Domingo do Bom Pastor! Com tantos belos sinais, é preciso não se perder diante da resposta que compete a cada um de nós, pois só respondendo iremos viver a vocação como graça e missão!
Retomemos a imagem do Bom Pastor. Com Ele, sintamos arder nosso coração e mais; nas estradas e escolhas da vida, nossos pés precisam estar a caminho! Ele, o Bom Pastor, vai em busca dos prediletos do Pai e somos também nós prediletos e o seremos ainda mais, se nos colocarmos com Ele no caminho.
“Vocação é um chamado de Deus que requer disponibilidade, atitude de discípulo, amor, fé e gratuidade!”, e nós aprendemos com Jesus na intimidade orante do cotidiano! Vocação é também ação, ou seja, ir ao encontro dos irmãos e
irmãs, aqueles que amamos e aqueles que irão nos ensinar a amar mais e mais! Precisamos de bons pastores assim como nos ensina Jesus. A vida em dias atuais está marcada por tantas situações em que, muitas vezes, corremos o risco de nos perdermos, ocasionarmos distanciamentos, fechamentos... Precisamos do Bom Pastor a conduzir-nos para o redil, andar juntos no caminho. Ao rezarmos pelas vocações, nossa e dos outros, descobrimos que somos chamados a seguir Jesus, assumindo sua causa e a luta pela vida! Doando-nos!
Desejo, amados leitores, que em sua casa tenhamos jovens, rapazes e moças, vocacionáveis! Convido a cada um de vocês a rezar pelas vocações, sempre e sem desanimar! Pedirmos ao Bom Pastor, que doou sua vida por cada um de nós, para que em sua escola, descubramos que podemos amar melhor a Deus e as pessoas, servindo, doando-nos e sendo felizes porque encontramos em Jesus a maneira bonita de nos comprometermos!
Muitas bênçãos para você e todos os seus, em tempos pascais!
AgendA dA
No calendário do processo para a constituição da nova Unidade Redentorista RJ-SP-BA, o mês de abril é todo dedicado à eleição dos Capitulares (vogais). A votação para escolher os religiosos que irão participar do Capítulo Provincial Eletivo, a ser realizado na Casa de Retiros São José, Belo Horizonte (MG), de 22 a 25 de agosto, e votar em nome dos demais confrades, ocorrerá nas Comunidades, nos Colégios Eleitorais dos Padres, dos Irmãos e dos Junioristas. Outra atividade importante que será realizada em abril é o procedimento para a escolha do nome da nova Província. Será um processo participativo, que contará com a opinião de todos os Missionários Redentoristas. As sugestões serão feitas, primeiramente, por cada Comunidade Apostólica. Em seguida, cada confrade irá votar em um dos nomes indicados. Os dois mais votados serão levados para a grande Assembleia em Aparecida, de 22 a 26 de maio. Os seis nomes – duas sugestões de cada (Vice)Província – serão apresentados e haverá uma votação com todos os presentes para a escolha definitiva.
eum redemptio!
Afrase latina inspirou as bases da espiritualidade de Santo Afonso. De fato, o santo napolitano sempre soube que a redenção absoluta do ser humano passa pela adesão de amor a Jesus Cristo e à
sua missão! Nesse sentido, o bom redentorista não distingue entre SER um missionário de Jesus e FAZER aquilo que Jesus ensinou! Existe uma unidade intrínseca e inalienável entre a essência da vocação Redentorista e a sua materialização na prática missionária.
Mas qual é o rosto de Cristo que me atrai e me redime copiosamente? Afonso será categórico: o rosto do crucificado! Na Cruz, Jesus esvazia-se de si mesmo (kenosis) para poder amar-nos completamente. Não somos nós que temos condição de ser redimidos, antes é Cristo que se faz redenção por nós. É em Cristo que precisamos nos deixar modelar, fazer nosso “esvaziamento” pessoal e comunitário, e assim, ser redimidos.
Essa atração que Cristo realiza a partir da Cruz permite-nos chegar perto Dele, mas sem que fiquemos estancados diante do madeiro. Um amor eternamente crucificado jamais se expandiria infinitamente pelos corações! Afonso crê na força da Cruz enquanto pulsão do amor que só será pleno no momento da Ressurreição! O Crucificado-Ressus -
citado emana sua força divina para todos os povos e criaturas da Terra, especialmente envolvendo os fragilizados pelas estruturas de pecado - pessoal e social - que insistem em obscurecer o caminho da salvação.
Redimir significa, para o Redentorista, ajudar na busca da alteridade, da dignidade, da reciprocidade e da comunhão com Deus. Afonso já realizava aquilo que o Papa Francisco tem pregado – ele levava a Igreja até os pobres e não esperava que eles viessem até ela; e ao travar contato com os mais humildes e pobres, o próprio missionário se via convertido!
Por isso, acolher a graça da copiosa redenção, ontem, hoje e sempre, exige que nosso espírito missionário mantenha os olhos fixos na Cruz, ao mesmo tempo em que saímos ao encontro de outros corações que merecem, pelo nosso testemunho missionário, encontrar o mesmo olhar redentor de Cristo. A perseverança nessa missão vai depender da profundidade da experiência feita com Jesus, o Crucificado-Ressuscitado!
As sementes da presença Redentorista na cidade mineira de Curvelo foram lançadas durante as missões pregadas na região, em 1904, ano da canonização de São Geraldo. Em setembro de 1906, chegaram ao município três Missionários Redentoristas decididos a fixarem residência e iniciarem seu projeto evangelizador. Nos primeiros anos, o Padre Tiago Boomaars, C.Ss.R., Padre José Goosens, C.Ss.R. e o Irmão Filipe Winter, C.Ss.R. prestavam assistência religiosa em uma rústica capela, popularmente conhecida como “Igrejinha do Rosário”, mas dedicada a Santo Antônio. No entanto, para esta nova fundação, os Redentoristas escolheram como santo de devoção São Geraldo Majela, canonizado em 11 de dezembro de 1904 pelo Papa Pio X e a quem foi consagrada a nova casa dos religiosos.
Com o tempo, a precária capela evidenciava a necessidade de uma nova igreja. Novos terrenos foram adquiridos pelos missionários e o projeto para o templo e o convento foi colocado a cargo dos irmãos leigos Gregório Mulders e Werenfrido Wo-
gels. Em 22 de março de 1912, iniciou-se a construção, terminada em 1919. Em três de junho de 1932, Dom Joaquim Silvério de Souza, então Arcebispo de Diamantina, consagrou o Santuário. Em 1938, por causa do aumento de fiéis que participavam das “Oitavas”, em preparação para a Festa de São Geraldo, o Santuário foi aumentado. Em 1966, recebeu o título de Basílica menor pelo Papa Paulo VI.
A “Oitava de São Geraldo”, tradicionalmente, começa no último sábado de agosto e se encerra no primeiro domingo de setembro, com a solene procissão com a imagem do santo Irmão Redentorista. O evento se consolidou como uma das mais importantes festas religiosas realizadas em Minas Gerais, atraindo, todos os anos, milhares de romeiros à cidade de Curvelo. Outros movimentos, como a Liga Católica J.M.J., o Apostolado da Oração e a Associação de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e de Santo Afonso, também florescem na Basílica, que é a única no mundo dedicada exclusivamente a São Geraldo.
Com alegria, a Província do Rio acolheu o novo Diácono da Igreja, Marcos Antônio Azevedo Carvalho, C.Ss.R.! A Celebração da Ordenação Diaconal aconteceu no Santuário São José, em Belo Horizonte (MG), no dia 12 de março, ocasião em que o jovem manifestou publicamente o desejo de assumir este ministério, sendo consagrado ao serviço da Igreja, mediante graça do Espírito Santo e a imposição das mãos de Dom Darci José Nicioli, C.Ss.R., Arcebispo de Diamantina (MG).
No mesmo templo, um dia antes da Ordenação Diaconal, Marcos Antônio consagrou-se perpetuamente a Deus na Congregação Redentorista, seguindo mais de perto o Cristo Salvador. A Missa Solene foi presidida pelo Provincial do Rio, Pe. Nelson Antonio Linhares, C.Ss.R., e concelebrada por diversos Missionários Redentoristas.
O neodiácono irá exercer seu ministério na Paróquia Sagrada Família, em Cariacica (ES), e se prepara para a sua Ordenação Sacerdotal, que será realizada no dia 22 de julho, em Guaçuí (ES).
Acompanhe todos os acontecimentos no site: provinciadorio.org.br
Votos perpétuos
A abertura do Pré-Noviciado Redentorista aconteceu no Dia de São Clemente, 15 de março, na Comunidade Vocacional Dom Muniz (CVDM), em Belo Horizonte (MG). A Santa Missa foi presidida pelo Vice-Provincial da Bahia, Padre Roque Silva, C.Ss.R., e concelebrada pelos Padres Nelson Antonio Linhares, C.Ss.R. (Provincial do Rio), João Paulo de Oliveira, C.Ss.R. (Reitor e Formador da CVDM), Anísio Tavares, C.Ss.R. (Coformador) e Edson Alves, C.Ss.R. (Promotor Vocacional). Os Missionários Leigos Redentoristas também marcaram presença.
O Santuário São José, localizado no coração da capital mineira, Belo Horizonte, celebrou seu padroeiro com a novena e festa em louvor ao pai adotivo de Jesus, entre os dias 10 e 19 de março, com o tema “São José, vocação, graça e missão”, e o lema “Pois, a mão do Senhor o acompanhava”. Neste período, milhares de fiéis viveram a espiritualidade Josefina e acompanharam as festividades no Santuário, que em janeiro de 2023, completou 123 anos de história.
As paróquias e os santuários Redentoristas da Província RJ-MG-ES vivenciaram a semana mais importante do ano litúrgico, refletindo os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. A Semana Santa teve início no Domingo de Ramos (02/04) e terminou com a Celebração da Páscoa (09/04).
Paróquia São Sebastião | Cel. Fabriciano | MG
Paróquia Sagrada Família | Cariacica | ES
São Miguel Arcanjo | Guaçuí | ES
Paróquia da Glória | Juiz de Fora \MG
Paróquia Santo Afonso | Rio de Janeiro | RJ
Santuário São José | Belo Horizonte | MG
Paróquia N. Sra. da Conceição | Monjolos | MG
Patrono: São Marcos, Evangelista Virtude:
02/04 Falecimento do Pe. Júlio Maria Carneiro, 1º padre brasileiro Redentorista (1916)
02/04 Falecimento do Beato ucraniano Nicolau Charnetskyi (1959 - Lviv, Ucrânia)
06/04 Nascimento de São Geraldo (1726Muro Lucano, Itália)
06/04 Santo Afonso recebe o Diaconato (1726)
09/04 Beatificação do Pe. Francisco Xavier Seelos (2000)
20/04 Lançamento da pedra fundamental da Igreja São José, em Belo Horizonte/MG (1902)
24/04 Beatificação do Pe. Gaspar Stangassinger (1988)
26/04 Início do culto a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro na Igreja Santo Afonso, em Roma, Itália (1866)
26/04 Chegada da primeira leva de Missionários Redentoristas ao Brasil (1894)
26/04 Início da construção da Igreja Santo Afonso, no Rio de Janeiro (1904)
26/04 Declaração de Santo Afonso como Patrono dos Confessores e Moralistas pelo Papa Pio XII (1950)
27/04 Nascimento do Beato Miguel Goñi Áriz (1902 - Imarcoain, Espanha)
28/04 Nascimento do Beato Pedro Romero Espejo (1871 - Pancorbo, Espanha)
30/04 Elevação do Santuário de São Geraldo à Basílica, em Curvelo (MG) (1966)
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