Revista Tecnologística Ed.260 - Abril 2018

Page 1

SOFTWARES E SISTEMAS Desenvolvimento interno de soluções e aplicação de ferramentas de mercado caminham juntos no gerenciamento e na otimização das operações logísticas

MOBILIDADE Principal opção de transporte nos centros urbanos devido às restrições de circulação, VUCs tornam-se protagonistas na atividade de distribuição de carga

ENTREVISTA Fernando Simões, CEO da JSL: “Atuamos em diversos setores e, com a recuperação do cenário econômico brasileiro, todos eles apresentam grande potencial de crescimento”



SUMÁRIO

06

MERCADO Fique por dentro de todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção

CROSS-DOCKING Acompanhe o vai e vem dos profissionais no nosso movimentado setor

24

ENTREVISTA Fernando Simões, CEO da JSL, fala sobre a reestruturação organizacional promovida recentemente, que segregou unidades de negócios em empresas e mudou a maneira como a companhia se apresenta no mercado, em especial para os potenciais investidores, quase uma década depois de abrir seu capital

30

Divulgação JDA

22

36

A distribuição de cargas em grandes centros urbanos se torna um desafio cada vez maior, e a utilização de caminhões menores, como os veículos urbanos de carga (VUCs), que surgiu como única solução há mais de dez anos, hoje compõe um sistema estratégico integrado de distribuição

TECNOLOGIA Há tempos a aplicação de ferramentas tecnológicas no apoio e na gestão das operações logísticas deixou de ser acessória. Players do setor avaliam como encontrar não só os sistemas que melhor se adéquam às mais variadas necessidades, mas também qual a maneira mais assertiva de contar com serviços de tecnologia da informação em empresas de pequeno, médio e grande portes

MOBILIDADE

42

ILOS Bernardo Falcão estabelece uma análise tático-operacional sobre as corretas definições de uma rede logística eficiente de fato, sob a óptica da disposição dos recursos e das competências necessárias de acordo com a complexidade da operação

46

EVENTO Conheça as principais novidades apresentadas na 24ª edição da Intermodal South America, que aconteceu entre os dias 13 e 15 de março, em São Paulo

Capa: Michele Bianchi Foto: Freepik


EDITORIAL Publicare Editora Ltda. www.publicare.com.br

Diretores

O valor da boa informação

É

fato que a enxurrada de informações com que o cidadão moderno lida diariamente transformou, ao longo das últimas décadas, não só a maneira de obtê-las e os meios que utilizamos para nos mantermos informados, mas também o modo de se fazer jornalismo. Quem se dedica a esse exercício sabe bem que uma edição impressa de uma revista, como este exemplar que você tem em mãos, vem se tornando um produto cada vez mais premium, um verdadeiro contraponto em relação à maneira frenética e descartável com a qual a maioria das pessoas se informa – ou acha que se informa – atualmente. Não é à toa que o termo fake news tem ganhado cada vez mais evidência, já que a qualidade da informação vem sendo sistematicamente deixada de lado e o jornalismo tem dado espaço para conteúdos de caráter no mínimo duvidoso, direcionados a um público que poucas vezes vai além de meras manchetes compartilhadas em redes sociais. Há tempos conhecemos os malefícios do que sempre foi chamado de imprensa marrom, mas as proporções que essa questão tem tomado beiram níveis alarmantes. Apesar disso, confiantes de que realizamos um trabalho jornalístico sério e de suma importância para o setor logístico, seguimos na peleja de produzir todos os meses uma revista realmente comprometida com a informação fundamentada e aprofundada sobre tudo o que acontece no segmento. Nesse sentido, a Publicare Editora aderiu à campanha da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) que busca combater os conteúdos falsos e enaltecer a seriedade de publicações como a Revista Tecnologística (saiba mais em www.aner.org.br). E prosseguimos na esperança de que o reaquecimento da economia brasileira se converta em bons negócios para que possamos continuar a trilhar esse caminho. Vale destacar que essa qualidade editorial se estende ao ambiente on-line, no Portal Tecnologística, com a mesma quantidade de leitores que a revista. O destaque desta edição fica por conta de nossa matéria de capa, que fala sobre a importância da aplicação de ferramentas tecnológicas para a gestão e a otimização dos serviços de transporte e armazenagem, bem como dos critérios considerados para escolher bons fornecedores de soluções e também para desenvolver ferramentas internamente. Além disso, buscamos analisar a situação atual da aplicação dos veículos urbanos de carga (VUCs) nas grandes metrópoles, que tanto sofrem com o tráfego intenso, refletindo diretamente na atividade de distribuição. Por fim, entrevistamos com exclusividade Fernando Simões, CEO da JSL, que contou tudo sobre o novo momento da companhia, que reestruturou suas unidades de negócios transformando-as em verdadeiras empresas, incluindo a JSL Logística, maior companhia de transporte rodoviário do Brasil. Não deixe de conferir também nossa cobertura da 24ª edição da Intermodal South America, o maior evento de logística, transporte de cargas e comércio exterior da América Latina, além das principais notícias do setor na seção Mercado. Shirley Simão

Shirley Simão shirley@publicare.com.br

Jorge Roberto Simão jorge@publicare.com.br

Ano XXIII - N.º 260 - Abril 2018 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP

Central de atendimento: Tel./Fax: (11) 5504-0999 Assinatura assinatura@publicare.com.br Jornalista responsável Fernando Fischer redacao@publicare.com.br Reportagem Fábio Penteado Revisão André Tadashi Odashima Arte Michele Bianchi Publicidade Aline de Almeida Botega Eládia San Juan Argentina V. y V.S.R.L. Nuñes - 2820 1429 - Buenos Aires - Argentina Tel./Fax: (0054 11) 4702-2800 Periodicidade mensal Circulação nacional Conselho editorial Antônio Galvão Novaes; Arthur A. Hill; César Lavalle; Hugo Yoshizaki; Marcos Isaac; Paulo Fleury; Paulo Roberto Leite; Robert Caracik; Rodrigo Vilaça; Walter Zinn. A Revista Tecnologística não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados, bem como pelas opiniões emitidas pelos entrevistados. Reprodução total ou parcial permitida, desde que citada a fonte. Registrada no 1.º Cartório de Reg. de Tit. e Doc. sob n.º 219.179, nos termos da Lei n.º 5.250/67 (Lei de Imprensa). Marca Registrada INPI n.º 818.454.067.

revistatecnologistica

4 - Revista Tecnologística - Abril 2018

@tecnologistica



MERCADO

Clean Ambiental utiliza caminhão 100% elétrico da BYD Divulgação

Veículo de coleta e transporte de resíduos gera energia elétrica a partir do processamento do lixo

A

Clean Ambiental, empresa que atua no mercado de coleta e transporte de resíduos no Rio de Janeiro, colocou em operação, em março, seu primeiro caminhão 100% elétrico. Fabricado pela BYD, o veículo do modelo eT8A 4x2 apresenta peso bruto total (PBT) técnico de 21 toneladas, é abasteci-

do com energia elétrica oriunda do processamento do lixo e possui autonomia estimada em oito horas de operação por recarga. Alimentado por uma bateria de fosfato de ferro-lítio, reciclável e com vida útil de até 30 anos, o caminhão não emite gases poluentes na atmosfera, apresenta manutenção simplificada e é bem mais silencioso que os veículos tradicionais utilizados em operações de limpeza urbana. “O eT8a é o caminhão de lixo mais silencioso e confortável do mercado, garantindo a satisfação da população”, explica Carlos Roma, diretor de Vendas da BYD do Brasil. “Diferente dos caminhões a diesel, sua transmissão está diretamente ligada ao motor, sem embreagem. Para facilitar as partidas nas mais ín-

gremes rampas, possui torque máximo de 1.500 Nm a zero rpm, o maior da categoria, uma revolução em relação a motores diesel, que possuem menos torque a rotações elevadas.” “O mundo todo caminha a passos largos para a eletrificação de frotas, mas a solução completa entregue pela Clean Ambiental e pela BYD, que inclui o aproveitamento do lixo para gerar energia elétrica, é o início da nossa contribuição para um mundo melhor para as próximas gerações”, afirma Eduardo Días Almeida, presidente da Clean Ambiental. “Estamos dando o primeiro passo no setor privado e sabemos que seremos seguidos pelo setor público também.” BYD: (19) 3514-2550 Clean Ambiental: (21) 3104-2992

Hamburg Süd amplia sua frota de contêineres Companhia agrega 8 mil unidades de 40 pés revestidos com tinta à base de água

A

Hamburg Süd recebeu da fábrica de contêineres da Maersk Container Industry (MCI), em Dongguan, na China, 8 mil unidades de 40 pés revestidos com uma tinta à base de água, considerada amigável ao meio ambiente. Os ativos agregados à frota começaram a ser construídos em meados de janeiro deste ano. Os contêineres fazem parte de um lote maior encomendado pela Maersk Line. A expectativa é fundir, em breve, as frotas das duas empresas para 6 - Revista Tecnologística - Abril 2018

fornecer, globalmente, a disponibilidade dos equipamentos. A meta é de que o conjunto de equipamentos esteja em circulação no segundo trimestre de 2018. Segundo o CEO da Hamburg Süd, Arnt Vespermann, os novos contêineres produzidos pela MCI reforçam aos clientes que a Hamburg Süd continuará atendendo às demandas logísticas da maneira como sempre fez. “Os clientes continuarão negociando com a mesma equipe, que conta com

profundo know-how em transporte marítimo e conhece exatamente as necessidades”, diz. Já o COO da Maersk e membro do conselho consultivo da Hamburg Süd, Søren Toft, afirma que os novos equipamentos são um sinal de reconhecimento pela marca Hamburg Süd e um exemplo concreto de como a companhia continuará investindo para reforçar as características de cada marca. Hamburg Süd: (11) 5185-3100


VLI Logística conclui projeto de expansão do Tiplam Localizado em Santos, empreendimento tem, agora, capacidade para movimentar 14,5 milhões de toneladas por ano de granéis

A

Divulgação

VLI anunciou a conclusão das obras de ampliação do Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), em Santos (SP). A última etapa das melhorias consistiu na conclusão do berço 4, responsável por incrementar a capacidade de descarga de fertilizantes e enxofre. Além disso, o local recebeu autorização para receber e carregar por completo os navios Panamax, que têm potencial para transportar de 60 mil a 70 mil toneladas de grãos. Com a ampliação, o terminal começa a operar com capacidade máxima de importação e passa também a exportar granéis agrícolas, possibilitando movimentar, ao todo, 14,5 milhões de t por ano, quase seis vezes mais que anteriormente. Desse total, 9,5 milhões de t serão para a exportação de grãos e açúcar e 5 milhões de t para a importação de fertilizantes, enxofre e demais produtos.

De acordo com o gerente-geral do Tiplam, Alessandro Gama, o novo berço fecha um ciclo e vem para consolidar a operação. “Iniciamos 2018 com a expectativa de auxiliar ainda mais o agronegócio brasileiro com capacidade e eficiência para escoar a produção e importar fertilizantes”, diz. A conclusão do berço 4 faz parte das obras de expansão do terminal, iniciadas em 2013, que demandaram R$ 2,7 bilhões em investimentos. Antes da ampliação, o terminal contava com um berço de atracação, um pátio para armazenamento de enxofre, um armazém para fertilizantes, além de um tanque de amônia, totalizando 140 mil t de volume de armazenagem. Durante a ampliação, foram construídos um novo pátio para 66 mil t e cinco armazéns – dois para grãos (83 mil t cada), um para açúcar (114 mil t), um terceiro que pode abrigar tanto açúcar quanto grãos (114 mil t ou 83 mil t) e outro para fertilizantes (60 mil t). Com isso, o Tiplam alcança a capacidade total de armazenagem de 640 mil t. Também foram implementados mais três berços, sendo um para embarque de açúcar, um para embarque de grãos e um para descarga de fertilizantes. Além disso, 11 quilômetros de linha férrea foram construídos dentro do terminal, formando uma pera ferroviária. VLI: 0800 022-1211


MERCADO

Jamef tem nova unidade em Barueri Filial faz parte dos planos de crescimento da empresa para os próximos anos

Divulgação

A

Jamef Encomendas Urgentes inaugurou uma nova unidade localizada na cidade de Barueri (SP). Com 25 mil m2 de área total, sendo 8 mil m2 de armazém, e 60 docas, a filial conta com estrutura preparada para operar com coletas e entregas na região e com despachos para todo o Brasil. De acordo com o diretor de Operações da Jamef, Michael Oliveira, a nova unidade deve movimentar mais de 40 carretas por dia, fazer mais de 2 mil serviços entre coletas e entregas e operar com mais de 750 mil volumes mensalmente, podendo passar de 1 milhão nos meses de final de ano. “Essa filial viabiliza operarmos em um alto nível de excelência em serviços. Nossos clientes vão experimentar um crescimento significativo em suas

performances operacionais e vamos, definitivamente, ter os melhores prazos de entrega do país e precisão sem igual. Será a filial com maior movimento de cargas do Brasil”, destaca Oliveira. “Toda a infraestrutura foi planejada estrategicamente para operarmos com tecnologia de ponta, desde os equipamentos de monitoramento e

segurança até a implantação de um sorter, que estará pronto nos próximos meses, objetivando dar maior velocidade ao processo logístico, aumentando ainda mais a eficiência e a qualidade dos nossos serviços”, conta o diretor Comercial e de Marketing da Jamef, Paulo Nogueirão. “Temos planos ousados de crescimento para este ano e para os próximos, então buscamos alternativas para ampliar nossa capacidade, e a unidade de Barueri atende plenamente às nossas expectativas”, explica Oliveira. “Esse é só o início da retomada dos investimentos para ampliação e crescimento da Jamef. Teremos mais novidades ainda este ano”, completa Nogueirão. Jamef: (11) 2121-6161

Porto do Rio de Janeiro apto a operar grandes navios Divulgação

Movimentação de embarcações de até 340 m é possível graças à homologação do novo canal de acesso

A

Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) anunciou que, após a homologação do novo canal de acesso, pós-dragagem, realizada no ano passado, o Porto do Rio

8 - Revista Tecnologística - Abril 2018

de Janeiro está apto a receber navios de grande porte, com mais de 300 metros de comprimento. As operações já foram iniciadas com a chegada, no início de fevereiro, do porta-contêiner Santos Express. A embarcação possui 333 m de comprimento, 48,24 m de boca e calado de 13,4 m. O navio da armadora alemã Happag-Lloyd, construído em 2017, conta com um porte bruto de 123.490 toneladas e capacidade para transportar 10,5 mil TEUs. A operação fez parte da segunda fase do Ramp Up, processo de transi-

ção de um porto para receber navios de maior porte de forma progressiva, com manobras experimentais em duas etapas principais. No Ramp Up 1, o terminal da capital fluminense recebeu navios de até 300 metros de comprimento e calados de até 14,1 m, e no Ramp Up 2 recebeu embarcações com até 340 m e calados de até 14,3 m. Vale lembrar que esses navios são do porte dos que atracam nos grandes terminais europeus. Companhia Docas do Rio de Janeiro: (21) 2219-8600



Santos Brasil inaugura duas câmaras para produtos químicos

A

Santos Brasil inaugurou duas câmaras para armazenamento de produtos químicos com temperatura controlada para atender à demanda da Covestro, empresa que comercializa polímeros. As estruturas, uma climatizada, que opera a 20 ºC, e outra frigorífica, com temperatura de -18 ºC, foram construídas no centro de distribuição do operador logístico, que conta com uma área total de 105 mil m² e está localizado em São Bernardo do Campo (SP). O head de Compras Logísticas da Covestro, Tomas Becker, explica que na procura por otimização e excelência da cadeia de suprimentos, depois de uma mudança no modelo de negócios, a companhia verificou que o caminho do fortalecimento seria desenvolver parceiros-chave para um resultado integrado. O diretor Comercial de Operações Logísticas da Santos Brasil, Wagner Toffoli, afirma que o CD não é somente a primeira unidade da Santos Brasil a oferecer esse

tipo de serviço, mas também é o único de toda a região do ABC Paulista. O trabalho, que vem sendo feito com a Covestro há dois anos, foi agora reformulado e ampliado, reforçando a expertise da Santos Brasil no armazenamento de produtos químicos não inflamáveis, inflamáveis e refrigerados em suas unidades logísticas. “Diversos produtos da Covestro requerem um tratamento específico e devem ser estocados em uma temperatura refrigerada para melhor conservação. Por isso, executamos um projeto customizado para esse tipo diferenciado de carga”, diz Toffoli. Com o novo escopo do contrato, o operador passa a ser a principal provedora de serviços de logística portuária da Covestro, sendo responsável, além do armazenamento das cargas químicas no CD de São Bernardo do Campo, pelo gerenciamento do recebimento de contêineres de importação no Tecon Santos e no Clia Santos. Para Becker, o aperfeiçoamento da

Divulgação

MERCADO

cadeia logística com um parceiro que também tem como foco a melhoria contínua e visão de negócios foi o elemento-chave para que a Santos Brasil atendesse a demanda. “A flexibilidade para investimentos em soluções refrigeradas foi mais uma prova da parceria construída”, completa. Além das cargas refrigeradas, os produtos inflamáveis também exigem um local preparado. “Temos detectores de fumaça, sprinkler, instalações elétricas à prova de explosão, sistema de calhas interligadas ao tanque de contenção, sistema de alarme, brigada de incêndio e sistema de espuma para líquidos inflamáveis, entre outros itens necessários para melhor atender nosso cliente”, ressalta o executivo da Santos Brasil. Covestro: (11) 2526-3100 Santos Brasil: (13) 2102-9000

Yusen Logistics revisa processos de atendimento

A

Yusen Logistics colocou em prática um planejamento estratégico a fim de revisar seus processos de atendimento. A proposta é recriar a coordenação dos embarques, padronizando e oferecendo informações rápidas e assertivas. As metas com a iniciativa são fidelizar os clientes atuais e diferenciar a companhia de seus concorrentes. As projeções de faturamento graças às modificações nos processos são otimistas. De acordo com números da 10 - Revista Tecnologística - Abril 2018

empresa, a perspectiva é de que a filial brasileira, que registrou em 2017 crescimento de 15% na receita, dobre de tamanho até 2020. O diretor de International Freight Forwarder (IFF), Alexandre Chami, explica que por meio de pesquisas de satisfação e acompanhamento de perto dos clientes, a companhia verificou que a comunicação eficiente pode ser um grande diferencial. Na opinião do executivo, a qualida-

de dos serviços prestados é muito importante, mas a facilidade do dia a dia na busca de informações e na agilidade das respostas conta muito, por isso a empresa decidiu seguir nessa direção. “Em poucos meses de mudanças, já estamos sentindo o retorno dos clientes por meio de comentários positivos”, garante Chami. Os números aferidos após as mudanças não foram revelados. Yusen: (11) 3908-9700



MERCADO

Ypê reforça utilização da cabotagem junto à Aliança

A

Aliança Navegação e Logística assumiu as operações de transferência e venda direta da Ypê, player do setor de higiene e limpeza pertencente à Química Amparo, com sede na cidade de Amparo (SP). A partir de um planejamento logístico, o objetivo da indústria é organizar seu fluxo de armazenagem e garantir mais fluidez na chegada dos produtos a seus clientes – atacadistas e varejistas – nas regiões Norte e Nordeste, além de seu centro de distribuição instalado no município de Simões Filho (BA). Atualmente, a Ypê transporta um volume expressivo no modal marítimo, tanto para as operações de vendas quanto em transferências entre unidades,

sendo a Aliança seu principal parceiro. Nos últimos anos, o volume de transferências teve um aumento significativo. “Demos início a uma nova operação que representa grande potencial de crescimento no fluxo de entrega aos nossos clientes, além da possibilidade da ampliação das praças atendidas pelo modal marítimo”, afirma a gerente nacional de Transportes da Ypê, Adriana Bueno. Para a executiva, uma das principais vantagens da cabotagem é poder antecipar os fluxos de entrega, evitando os períodos de pico, além de possibilitar o melhor planejamento das demandas de atendimento ao cliente, conforme o comportamento de mercado. De acordo com ela, com a cabo-

tagem, a Ypê passou a contar com uma operação mais eficiente nas grades de carregamento, mais agilidade e um índice de avarias praticamente nulo. Para a coordenadora de Vendas Cabotagem Regional São Paulo da Aliança Navegação e Logística, Nadora Bertozzi, o foco no atendimento diário e centralizado que a armadora disponibiliza garante mais agilidade de respostas às demandas diárias, seja para o desenvolvimento de novos projetos, negociações ou monitoramento de coletas e entregas em todas as regiões em que a empresa presta serviços à Ypê. Aliança: (11) 5185-3100 Ypê: (19) 3808-8000

Divulgação

Otimista para 2018, Capital Realty investe em inauguração e ampliações de estruturas

A

Capital Realty, desenvolvedora e administradora de ativos imobiliários no setor de infraestrutura logística, que concentra seus investimentos em Canoas (RS), Esteio (RS), Itajaí (SC) e Campina Grande do Sul (PR), está investindo em ampliações e inauguração de estruturas de olho no aquecimento do mercado. Em Canoas a companhia finaliza a terraplanagem para a construção de um novo condomínio logístico, o Mega Centro Logístico Canoas. Com investimento

12 - Revista Tecnologística - Abril 2018

total de aproximadamente R$ 300 milhões, a estrutura contará com 160 mil m² de área construída. Após a terraplanagem, a previsão é de que a construção do condomínio comece em 2019. Segundo o presidente da Capital Realty, Rodrigo Demeterco, trata-se do maior empreendimento da empresa e o de maior porte e relevância em toda a Região Sul. A localização, a cerca de 10 km da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, foi fundamental para a escolha de Canoas. “Todos os setores enfrentaram um período complicado com a crise econômica do país, o que fez com que as empresas pisassem um pouco no freio. A previsão é de que 2018 seja relativamente melhor, então naturalmente o mercado começa a reagir. Nós estamos retomando os investimentos e ampliando nossos serviços para melhoria constante do atendimento”, diz Demeterco.

Em Itajaí, a Capital Realty planeja iniciar ainda este ano a ampliação do complexo Mega Centro Logístico Itajaí. Serão mais 30 mil m² de área construída, totalizando mais de 82 mil m² no condomínio já existente. O investimento para a ampliação será de aproximadamente R$ 60 milhões. Na Região Sul, a administradora já sente um aumento na procura por armazéns, cerca de 20% maior do que no mesmo período do ano passado. Vale lembrar que, no início de 2017, a Capital Realty inaugurou a expansão de seu condomínio logístico em Campina Grande do Sul, para atender a Bosch, que transferiu toda a divisão de ferramentas elétricas de São Paulo para a região metropolitana da capital paranaense. O investimento da Capital Realty foi de R$ 20 milhões em infraestrutura. Capital Realty: (41) 2169-6850


Itapoá recebe liberação e inicia operações em nova área do pátio de contêineres Estrutura conta agora com 60 mil m² e capacidade estática para 18 mil unidades

O

Porto Itapoá (SC) recebeu, em março, a última autorização necessária para o início das operações em uma nova área recém-construída de 60 mil m². Com isso, o pátio de contêineres do terminal passa a ter um total de 210 mil m², com capacidade estática para 18 mil unidades. A obra faz parte da primeira fase de expansão do terminal e continua até maio, quando devem estar finalizados mais 40 mil m² de pátio e outros 170 metros de píer, que passará a ter 800 metros de comprimento. Ainda em 2018, o Porto Itapoá terá capacidade de movimentação de 1,2 milhão de TEUs por ano. O projeto de expansão contempla, ainda, 200 mil m² adicionais de pátio, já com aterro em andamento, e 410 m de píer – um berço –, cuja evolução acontecerá nos próximos três anos. Quanto à área pronta, o termo de Liberação da Operação (TLO), emitido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), era o último requisito para o licenciamento total da obra, depois de concluídas as fases de alfandegamento, por parte da Receita Federal, de segurança, pela Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos), e de licenciamento ambiental, do Instituto Brasileiro

do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), iniciadas em novembro de 2017. Com todas as licenças relativas às obras de expansão concedidas, foi dado início às movimentações para preenchimento da nova área, agilizando a operação do terminal como um todo. Ao longo dos próximos dias, a movimentação de aproximadamente 4 mil unidades de contêineres para a nova área abrirá um espaço com o objetivo de tornar as operações mais ágeis e seguras. A entrega das obras em fases faz parte da estratégia do terminal para atender a alta demanda dos últimos anos. A cada área finalizada, um novo processo de licenciamento é iniciado, com o intuito de evitar gargalos operacionais na movimentação de contêineres. O Porto Itapoá iniciou suas operações em junho de 2011 com uma infraestrutura capaz de movimentar 500 mil TEUs por ano. Desde 2013, essa capacidade já vinha sendo superada e, para atender à demanda cada vez maior do mercado, o terminal deu início ao seu processo de ampliação no mesmo ano. Em outubro de 2016, depois da obtenção de todas as licenças, as primeiras obras tiveram início.

Porto Itapoá: (47) 3443-8500


MERCADO

Cerimônia na sede da CNT em Brasília homenageia conselheiros fundadores da Abol

O

presidente do Conselho de Ética da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) e presidente da Transportadora Americana, Celso Delle Donne Luchiari, e o ex-presidente do Conselho Deliberativo da entidade e presidente da Golden Cargo Transportes e Logística, Oswaldo Dias de Castro Jr., receberam, no dia 28 de fevereiro, durante evento realizado na sede da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em Brasília, a Medalha JK da Ordem do Mérito do Transporte Brasileiro 2017. A honraria, criada em 1996, é dividida nos graus Grande Medalha e Medalha de Honra (com diversas subcategorias) e destina-se a personagens

de destaque nos cenários político, econômico, social e cultural do país. “Estou muito feliz, em especial por se tratar de um tema ligado à logística e à minha vida profissional, que é o transporte. Acredito que tenha contribuído para a melhoria da atividade, que enfrenta enormes dificuldades de infraestrutura, segurança e burocracia. A medalha é uma motivação adicional para fazer mais e melhor. Também sei que a honraria só se tornou realidade após meu engajamento junto à Abol, fato que para mim é motivo de muito orgulho e satisfação”, diz Castro. “Ser agraciado com uma comenda tão importante é a resposta valorosa ao nosso trabalho e empenho em tornar a

logística e o transporte no Brasil uma referência mundial”, afirma Luchiari. Segundo o presidente executivo da Abol, Carlos Cesar Meireles Vieira Filho, ter dois conselheiros fundadores agraciados com a maior comenda do setor, que foi entregue pelo presidente da CNT, Clésio Andrade, é motivo de muita alegria e honra para a associação. O presidente do Conselho Executivo da Abol, Luis Eduardo Chamadoiro, ressalta que foram agraciados empresários que têm na sua vida profissional e pessoal a convergência com a história do próprio setor de transporte rodoviário de cargas. Abol: (11) 3586-6109 CNT: 0800 728-2891

Divulgação

Portocel inaugura obras de modernização e novos equipamentos

O

Portocel, terminal localizado em Aracruz (ES), especializado na movimentação de produtos florestais e controlado pela Fibria e pela Cenibra, inaugurou, em fevereiro, durante suas comemorações de 40 anos, as novas obras de melhoria realizadas ao longo de 2017 e neste início de 2018, além de novos equipamentos. As obras incluíram a reforma e a modernização de dois armazéns e a 14 - Revista Tecnologística - Abril 2018

recuperação dos pisos e estruturas dos berços de atracação e do ramal ferroviário que interliga o Portocel à Cenibra. Também foram modernizados os sistemas de iluminação e de drenagem pluvial. Outra melhoria foi na portaria que dá acesso ao terminal, visando otimizar o fluxo de carretas e a segurança do trânsito. O Portocel passou ainda por um processo de dragagem, ficando apto a receber navios maiores. Foram inaugurados ainda dois novos guindastes para a movimentação de madeira da Fibria no Terminal de Barcaças. Os equipamentos são movidos a eletricidade gerada pela própria companhia em sua fábrica. Ao todo, foram investidos R$ 85 milhões na aquisição dos guindastes e nas obras

de modernização. “Essas melhorias contribuem para aprimorar ainda mais a nossa eficiência operacional e nos preparam para o futuro, na busca de soluções em gestão e serviços que ampliem a nossa competitividade, contribuindo para o aumento do potencial logístico do Espírito Santo e do Brasil”, afirma Patricia Dutra Lascosque, diretora-superintendente do Portocel. Nesses 40 anos de funcionamento, o terminal multiplicou em quase nove vezes a movimentação de celulose e ampliou em 342% a média anual de navios recebidos. Em 2017, o Portocel alcançou a marca de 100 milhões de toneladas de celulose movimentadas. Portocel: (27) 3270-4422



MERCADO

Acciona conclui a construção do Terminal 2 do Porto do Açu

Divulgação

A

companhia de origem espanhola Acciona anunciou a conclusão das obras do Terminal Portuário 2 (T2) do Porto do Açu (RJ), encomendadas pela Prumo Logística. O T2 possui 6,5 km de extensão, 13 mil metros de cais, 330 m de largura e profundidade de 14,5 m. O terminal foi construído para servir como porta de entrada e proteção do mar aberto para o canal interno de navegação do porto. Ele permitirá a passagem e a ancoragem de grandes navios de granéis sólidos, produtos siderúrgicos, carvão, ferro-gusa, granito, granéis líquidos, carga geral e veículos, além de equipamentos e materiais destinados ao uso na exploração e produção de óleo e gás em plataformas offshore. O T2 conta ainda com uma área de frente ao canal interno, alugada às empresas de apoio às atividades offshore. As obras geraram mais de 3.400

empregos diretos, com 90% de mão de obra local, e demandaram 21 mil toneladas de aço beneficiado e 350 mil metros cúbicos de concreto. O T2 foi construído utilizando o Kugira, um dos maiores diques flutuantes do mundo, de propriedade da Acciona, que chegou ao Brasil pela primeira vez em 2011 exclusivamente para esse projeto. O T2 foi o primeiro terminal do Brasil a ser erguido com blocos pré-moldados de concreto. No total, foram 2.800

m de diques de proteção construídos com a tecnologia executada no Kugira, com a utilização de 42 blocos flutuantes. Esse método possibilitou uma redução de 8,5 milhões de t de pedras no enrocamento e preveniu a emissão de 100 t de gás carbônico na atmosfera. “A Acciona comemora a conclusão e a entrega dessa obra de imensa importância. Foi um desafio técnico muito grande, que conseguimos realizar com muita qualidade e profissionalismo. A tecnologia do Kugira e o engajamento da equipe nos permitiram desenvolver um excelente trabalho”, afirma Flávio Luis Saraiva, diretor de Construção da Acciona no Brasil. A companhia atua no desenvolvimento e na gestão de infraestruturas e projetos de energias renováveis e está presente em mais de 40 países. Acciona: (11) 3047-2900 Porto do Açu: (22) 2133-1100

Randon Perú abre planta na região metropolitana de Lima

A

Randon Perú, joint venture formalizada em junho do ano passado entre a Randon Implementos e Participações e o Grupo Epysa, do Chile, inaugurou em março uma planta localizada na província de Callao, na região metropolitana de Lima, capital peruana, dedicada à montagem e à venda de semirreboques. A unidade conta com capacidade para montar até mil equipamentos por ano. Os investimentos na estrutura foram proporcionais às participações acionárias dos dois sócios na joint venture: a Randon detém 51% enquanto o Grupo Epysa detém os 49% restantes. Essa é a primeira associação direta da divisão de implementos da Randon que, 16 - Revista Tecnologística - Abril 2018

desde os anos 1970, tem operado no mercado internacional por meio da exportação ou da produção local com parcerias, como no caso de acordos internacionais com empresas árabes, africanas, americanas e europeias, tanto para o negócio de implementos quanto de autopeças. De acordo com a Randon, a decisão foi baseada no fato de o mercado peruano ser o terceiro maior consumidor de reboques e semirreboques na América do Sul, atrás apenas do Brasil e da Argentina. O mercado local absorve em torno de 6 mil unidades anuais e o país hoje, além de apresentar uma estabilidade econômica propícia para investimentos, desponta como a nação que mais cresce na América

Latina. Na Argentina, a Randon já conta com uma unidade localizada na cidade de Rosário, na província de Santa Fé. Segundo os presidentes das empresas Randon, David Randon, e do Grupo Epysa, Juan Francisco Novion, houve uma conjugação de interesses, com a expertise e a tecnologia industrial e de produtos da Randon e a experiência e o know-how comercial do Grupo Epysa. As empresas cultivam um relacionamento de longa data pelo fato de a Epysa Equipos, fornecedora de soluções para o transporte de cargas e passageiros no Chile, já ser distribuidora Randon há mais de 35 anos. Randon: (54) 3239-2000


Região Sul passa a ser atendida pela Via Pajuçara Companhia iniciará as operações em abril com três unidades expedidoras e 30 pontos de atendimento instalados pelos três estados da região

A

Divulgação

Via Pajuçara, empresa que atua no transporte de encomendas expressas e cargas fracionadas na Região Sudeste, passou a atender, em sua totalidade, os três estados da Região Sul do Brasil: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A novidade é mais uma das ações colocadas em prática pela companhia, que este ano completa 35 anos de mercado. Os estados da Região Sul serão atendidos pelo novo terminal da Via Pajuçara, instalado em Guarulhos (SP). Com uma área total de 15 mil m², com 7.800 m² de área construída, sendo 5.700 m² destinados à armazenagem, o local tem o dobro de capacidade de movimentação de cargas da antiga edificação – que contava com 2.500 m² de área construída, sendo 2.150 m² de armazém. Segundo o diretor Comercial da companhia, Altamir Cabral, a mudança faz parte de um projeto estruturado e com alto valor estratégico, que busca garantir eficácia operacional com segurança e rapidez. A Via Pajuçara não revela quanto investiu no novo terminal, que tem capacidade para estocar quase 7 mil toneladas e movimentar 36 mil t por mês. O executivo salienta que com o início das operações no Sul a companhia estará presente nas regiões econômicas mais expressivas do país. Cabral lembra que a abertura de novas frentes geográficas de atuação segue o ritmo de expansão gradual, alinhada ao planejamento estratégico da Via Pajuçara. “Contaremos, ainda, com três unidades expedidoras, localizadas em pontos estratégicos nas capitais, e mais de 30 pontos de distribuição para atender o interior dos estados”, anuncia. O investimento total não foi revelado. Via Pajuçara: (11) 3585-6750


MERCADO

Grupo Polar inaugura nova sede e investe em pesquisa e desenvolvimento Expansão para outros países da América Latina faz parte dos planos da companhia

Divulgação

como objetivo desenvolver novas soluções em embalagens e elementos térmicos para atender principalmente os requisitos exigidos nas operações da indústria farmacêutica. De acordo com o próprio Grupo Polar, cerca de 8% das receitas anuais são investidos em pesquisa e desenvolvimento. O centro é formado por uma equipe própria de farmacêuticos e engenheiros químicos, que busca analisar as reais demandas do mercado nacional. “As soluções personalizadas que trazemos aos nossos clientes permitem que eles atuem com precisão na realidade desse mercado, ao contrário das soluções desenvolvidas para atender mercados europeus e americanos e que apenas foram adaptadas ao brasileiro”, afirma Paulo Vitor de Andrade, fundador e diretor do Grupo Polar. “O mercado, as exigências regulatórias e as necessidades logísticas das indústrias farmacêuticas no Brasil mudaram na última década. Justamente por isso identificamos a necessidade de criar um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento com o intuito de buscar inovações e soluções robustas que possam ser aplicadas para a realidade do Brasil e da América Latina”, completa a gerente de Desenvolvimento Estratégico em Cold Chain do Grupo Polar, Liana Montemor.

O

Grupo Polar, que atua no desenvolvimento de soluções para a cadeia do frio, inaugurou, no mês de fevereiro, sua nova sede, localizada em São Bernardo do Campo (SP). O espaço, que apresenta mais de 6 mil m² de área produtiva e mais de 1.800 m² destinados a atividades administrativas, abriga agora as três empresas que fazem parte do grupo, a Polar Técnica, a Cibragel e a Valida, que antes ocupavam três estruturas diferentes na mesma cidade, totalizando 2.800 m². Assim, a nova sede do Grupo Polar concentra em um único lugar toda a linha de produção das soluções Ice Foam, Top Sek, Techgel, +Gelo, Hemosafe e Polar Sat Move, além do estoque de bolsas e produtos térmicos para venda na loja virtual da companhia, a Polar Store. A estrutura foi totalmente reformada para receber as unidades produtivas do grupo, em um investimento de aproximadamente R$ 1,8 milhão. O local abriga ainda o recém-criado Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da companhia, que tem

18 - Revista Tecnologística - Abril 2018

Além de fornecer e desenvolver embalagens para produtos que exigem controle de temperatura, a companhia também está envolvida na qualificação dos processos que envolvem o transporte e o armazenamento de medicamentos para a indústria farmacêutica. Segundo o Grupo Polar, mais de 85% das empresas do setor utilizam a solução Ice Foam, primeiro produto desenvolvido pela companhia. “Há algum tempo, nos tornamos a empresa de referência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para estabelecer padrões e qualificações regulatórias no transporte de produtos que exigem temperatura controlada, em total colaboração com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), a Associação Nacional de Farmacêuticos Atuantes em Logística (Anfarlog) e a Associação Internacional de Engenharia Farmacêutica (Ispe)”, comenta Andrade. O executivo revela ainda que o Grupo Polar deve, no futuro, expandir suas operações para outros países da América Latina. “Nossos clientes no Brasil nos pedem para expandir nossos serviços em outros países do continente, como Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Panamá. Embora esse não tenha sido o foco inicial, uma empresa capaz de trazer soluções centradas no cliente, que ajuda seus parceiros a navegar e conquistar condições de mercado tão desafiadoras como as do Brasil, está totalmente preparada para o sucesso no exterior”, finaliza. Grupo Polar: (11) 4341-8600



MERCADO

Divulgação

Sulista amplia frota com aquisição de dez caminhões e 15 implementos

A

Transportadora Sulista recebeu as últimas unidades do lote de ativos que adquiriu em dezembro de 2017. Ao todo, a companhia investiu R$ 5 milhões na aquisição de dez cavalos-mecânicos da Daf e 15 semirreboques

Vanderleia da Facchini. Do total, R$ 3,5 milhões foram destinados à compra dos veículos e o restante – R$ 1,5 milhão – aplicado na aquisição dos implementos. Segundo a diretora executiva da Transportadora, Josana Teruchkin, os ativos chegam para suportar a retomada econômica do mercado brasileiro observada pela Sulista e os planos de crescimento da companhia para este ano de 2018. “Nossa previsão é crescer 15%, chegando a R$ 80 milhões de faturamento”, diz. Os equipamentos são aplicados nas rotas entre os estados do Paraná, Santa

Catarina e São Paulo para a movimentação de produtos dos setores automotivo e metalmecânico. “Esses ativos ampliam em 10 mil toneladas por mês nossa capacidade de transporte.” Além de estruturar a empresa para atender aos novos volumes, as aquisições também ampliam a frota da Sulista, agora composta por 150 caminhões e 200 implementos. “O mercado está aquecendo e temos que estar prontos para atender aos clientes”, resume Josana. Sulista: (41) 3371-8200

Bandeirantes Logística Integrada adquire a Deicmar Armazenagem e Distribuição

A

Bandeirantes Logística Integrada concluiu, em março, a aquisição da Deicmar Armazenagem e Distribuição após a análise e aprovação sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o presidente da Bandeirantes, Washington Flores, a companhia sempre foi altamente reconhecida por sua competência operacional e capacidade de venda e buscava mais espaço para continuar crescendo. “Tínhamos uma demanda reprimida e com muitas novas possibilidades, era preciso ampliar nossa oferta de serviços. Identificamos na Deicmar o parceiro ideal, uma empresa com muito espaço, uma marca forte com uma história de sucesso tão longa e consistente quanto a da Bandeirantes, uma gestão impecável e uma disposição da controladora de sair do negócio. Foi um encontro perfeito de oportunidade e momento”, diz. De acordo com o comunicado enviado, Bandeirantes e Deicmar permane20 - Revista Tecnologística - Abril 2018

cem operando sob suas marcas uma vez que são nomes fortes, com penetração e reconhecimento de mercado, e atingem segmentos diferentes e complementares. Ainda segundo informações divulgadas pelas empresas, será uma única gestão administrativa, mas as operações permanecerão independentes e utilizarão o que cada negócio tem de melhor. A empresa resultante terá 800 colaboradores em seus quadros. Com a aquisição, as companhias terão uma área alfandegada de quase 100 mil m². O objetivo é que Bandeirantes e Deicmar juntas estejam ainda mais fortes e focadas em oferecer a seus clientes uma extensa gama de serviços como armazenagem alfandegada, entreposto aduaneiro, operação portuária, cargas de projeto, recinto alfandegado para exportação, armazém geral, centro de distribuição e transporte rodoviário, tudo isso com a reconhecida qualidade de serviço. “Quem ganha com isso são os clientes das duas empresas, que terão maior ca-

pacidade de competição com toda inteligência e estrutura que adicionaremos a seus negócios”, ressalta Flores. A negociação entre as duas empresas vinha sendo conduzida há mais de um ano e foi finalizada no dia 29 de janeiro de 2018, quando foi assinado o contrato de compra e venda pelas partes. A partir dessa data, foi realizado o processo de submissão da operação às autoridades regulatórias. “A aquisição aconteceu porque a Bandeirantes possui grande potencial de crescimento, demanda reprimida e inteligência para criação de novos produtos, que asseguram o fortalecimento contínuo de novos serviços. Esses são os motivos que fizeram com que a Bandeirantes apostasse neste projeto. Somos a empresa que mais cresce no mercado e agora temos todas as condições para continuar nesse caminho”, afirma Flores. Bandeirantes: (13) 2101-5050


LogJun reestrutura área Comercial e investe em tecnologia Ações fazem parte do plano de expansão da empresa para novos negócios

C

Divulgação

om base em seu plano de crescimento, que prevê a expansão das operações para novos negócios, a LogJun reestruturou seu departamento Comercial e investiu em tecnologia. A empresa, especializada em armazenagem, picking e montagem de kits customizados, atua fortemente no setor calçadista, têxtil, nutracêutico e de peças industriais de reposição e tem como foco expandir suas operações para segmentos como de vestuário, alimentício, cosmético e farmacêutico. Para isso, a LogJun reforçou sua equipe Comercial com a contratação de quatro novos colaboradores, que se somam aos outros três que já atuavam na empresa. Além disso, o formato de prospecção foi remodelado, determinando focos e atribuições específicos para cada colaborador, propiciando uma melhor gestão do tempo e o aumento da produtividade individual. De acordo com Tarcisio Souza, diretor da LogJun, as novidades já geraram um crescimento de 400% no número de consultas. “Estamos montando uma equipe forte e qualificando os profissionais de vendas para oferecer nossos serviços com maestria”, analisa o executivo. Já os investimentos em tecnologia incluem o desenvolvimento de um WMS próprio, atualizações em equipa-

mentos e plataformas e a estruturação de um BI (Business Intelligence). “Além de focar na qualidade e na excelência dos serviços, também vamos construir um relacionamento duradouro com nossos parceiros de negócios a fim de oferecer informações que auxiliem a tomada de decisão no que se refere à logística”, explica Souza. Os valores investidos não foram revelados. Sediada em Sorocaba (SP), a LogJun conta com uma área de 7 mil m² com pé-direito de 12 metros, quatro docas e piso com capacidade para até 5 toneladas por m². Com o plano de expansão, a empresa vai passar a utilizar um novo espaço com a mesma configuração, dobrando sua estrutura e capacidade de armazenagem. “Estamos muito satisfeitos com os resultados obtidos pela nossa equipe Comercial. E o feedback dos clientes e prospects tem sido bastante animador, pois percebemos que a qualificação de nossos profissionais do Operacional, bem como os investimentos realizados em tecnologia e equipamentos, tem sido de enorme relevância para a redução de custos para nossos clientes e, consequentemente, para o fechamento de novos contratos”, finaliza Souza. LogJun: (15) 3228-3223


MERCADO

CROSS-DOCKING

Modern fecha contrato de armazenagem e amplia malha operacional

Divulgação

Companhia de carga aérea passou a estocar produtos farmacêuticos e materiais de propaganda para a Nuno Ferreira

A

Modern Logistics fechou um contrato de armazenagem com a Nuno Ferreira, companhia que atua nos segmentos de transporte internacional e logística no Brasil. O negócio consiste no atendimento às operações integradas dos clientes da Nuno Ferreira na armazenagem de produtos farmacêuticos, inclusive medicamentos controlados, e materiais de propaganda em área climatizada. Além disso, o contrato prevê a montagens de kits para médicos e representantes. Para essa operação, a companhia de carga aérea utilizará seu centro de distribuição de Jundiaí (SP). O diretor Comercial da Modern Logistics, Hudson Reis, comemora o acordo. “Estamos muito orgulhosos de termos sido escolhidos pela Nuno Ferreira para essa parceria, por ser uma empresa com mais de 40 anos, presente no mundo todo”, diz. Para o executivo, as operações do novo cliente se encaixam justa-

22 - Revista Tecnologística - Abril 2018

mente na expertise em operações farmacêuticas que a Modern possui. “Temos tecnologia, pessoal especializado e toda estrutura para as operações, dos centros de distribuição à mais completa malha de transporte rodoviário e aéreo.” A CEO da Nuno Ferreira, Denise Alves, afirma que as crescentes exigências globais regulatórias e de qualidade são mandatórias na escolha de parceiros qualificados para o manuseio de produtos farmacêuticos que requerem controle de temperatura e rastreabilidade. “Um território amplo como o Brasil exige conhecimentos regionais específicos para assegurar a qualidade no processo de armazenagem e distribuição”, salienta. Vale lembrar que a Nuno desenvolveu uma célula dedicada ao atendimento do setor farmacêutico e produtos para saúde. Modern Logistics: (11) 4063-9338

• A Benner anunciou a contratação de Bruno Martinez Primati para o cargo de vice-presidente. O executivo chega com o objetivo de dar continuidade à nova fase de expansão da companhia. Além disso, faz parte da estratégia definida para os próximos anos, além do reposicionamento da marca e dos planos de aceleração do crescimento, a preparação de um sucessor para substituir o fundador e atual CEO, Severino Benner, que passará, em 12 meses, a se dedicar somente à presidência do Conselho de Administração. Primati é formado pela Escola de Engenharia Mauá e possui duas pós-graduações pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Ao longo dos 30 anos de carreira profissional teve passagens por consultorias e empresas como Unibanco, Grupo Notredame Intermédica e Solvay, tendo ocupado posições como de diretor-geral, diretor Comercial e CIO. Antes de chegar à Benner, atuava como diretor executivo para o segmento de Varejo da Totvs. (11) 2109-8500 • A QLL Logística e Armazenagem promoveu William Ike Berger para o cargo de gerente-geral da empresa. Graduado em Gestão da Qualidade, pós-graduado em Administração de Empresas e com MBA em Logística e Supply Chain pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o executivo já está no grupo há cinco anos e ocupava até então a posição de gerente de Operações e Projetos. Ele possui larga experiência no exterior, tendo atuado na indústria automobilística japonesa, e assume nessa nova fase o desafio de elevar a QLL a novos patamares, investindo em três pilares que considera mandatários para esse objetivo: contar com uma ótima infraestrutura, tecnologia de


ponta e pessoas qualificadas. Além disso, Horácio Batista de Araújo Neto assumiu a gerência Comercial da QLL no segmento Promocional (QLL Promo). Formado em Marketing pela Universidade Anhembi Morumbi e com pós-graduação em Controle e Gestão Ambiental pela Universidade Santa Cecília e MBA em Marketing pela Business School São Paulo (BSP), o executivo acumula mais de 20 anos de experiência profissional nas áreas Comercial e de Trade Marketing, atuando com bens de consumo, food market e serviços, com passagens por empresas como Ambev, Danone, La Pastina, Panco e Santher. No novo cargo, Araújo terá como principais desafios ampliar a carteira de clientes e diversificar ainda mais os segmentos de atuação. (11) 4966-7355 • A Neogrid contratou Glaucio Gonçalves para assumir a função de gestor executivo de Operações de Canais na América Latina. A novidade faz parte do plano da empresa catarinense de reestruturar e ampliar seu programa de canais com o objetivo de alavancar, especialmente, as vendas indiretas. Engenheiro eletrônico formado pela Fundação Educacional de Barretos (FEB), Gonçalves possui mais de 20 anos de experiência profissional, tendo atuado em companhias como Baan, Sonda Procwork, Datasul e Totvs, no atendimento e no relacionamento com canais diretos e indiretos, no planejamento de vendas e em análise de performance e definição de metas. Na nova posição, ele pretende se aproximar de empresas, consultores e especialistas de mercado que tenham relacionamento com o varejo ou a indústria. (11) 2135-8500

• Renata de Souza Salvia assumiu, em fevereiro, a diretoria Comercial da Vertical Logística da Viasoft para a comercialização da solução Forlog para a gestão da cadeia de suprimentos. Formada em Administração de Empresas com ênfase em Tecnologia da Informação pela Sociedade Paranaense de Ensino e Informática (Spei), a executiva possui MBA em Logística Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Antes de chegar à Viasoft e ocupar o cargo de diretora, atuava como gerente executiva da Siglo, sendo responsável pela arquitetura de sistemas e operações logísticas, consultoria de projetos, processos de logística e implantação de sistemas. (46) 2101-7777 • A Martin Brower anunciou Augusto Santos como novo diretor-geral no Brasil. O executivo é formado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), além de ser mestre em Administração de Empresas pela mesma instituição. Santos atua na Martin Brower desde 1993, quando ingressou como gerente Financeiro. Ao longo de sua trajetória na multinacional, também passou pelas diretorias de Operações e Comercial, na qual atuou em projetos estratégicos. Antes de assumir o cargo de diretor-geral no Brasil, Santos ocupava o cargo de diretor Financeiro. (11) 3659-2800 • Luiz Marcelo Daniel foi nomeado presidente da Volvo Construction Equipment para a América Latina. O executivo assume o cargo em substituição a Afrânio Chueire, que está se aposentando depois de 18 anos trabalhando no Grupo Volvo. Na nova posição, Daniel se reportará a Stephen Roy, presidente da Volvo CE Américas, baseada

nos Estados Unidos. O novo presidente para a América Latina possui vasta experiência profissional, tendo atuado em vários cargos de liderança, além de contar com carreira internacional. Daniel começou a trabalhar no Grupo Volvo como engenheiro de Planejamento de Produtos da Volvo Trucks no Brasil em 1986, tendo passado também pela Volvo Cars. Depois de uma experiência fora do grupo, ele retornou em 2007. Em sua última função, foi responsável por grandes contas de clientes da região Américas da Volvo CE. (14) 2212-9600 • A TA contratou Dorival Polimeno Sobrinho para o cargo de diretor de Marketing e Comercial. Graduado em Comunicação e Marketing pela Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), ele possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pela Fundação Getulio Vargas (FGV), especialização em Empreendedorismo pelo Babson College, em Boston, nos Estados Unidos, e certificado pela International Coach Federation (ICF) em Coach Executivo Organizacional. Sobrinho terá como principal desafio a implantação do planejamento estratégico comercial, unificando as áreas de transporte rodoviário, expresso e de logística da empresa. O executivo acumula mais de 30 anos de experiência em gestão de equipes administrativas, comerciais e de marketing, além de atuar em diversos segmentos da indústria, educação e prestação de serviços. Ao longo de sua carreira, foi diretor de Marketing e Comercial nas empresas Editora Scipione e RTE Rodonaves e presidente do Comitê de Marketing da Câmara Americana de Comércio (Amcham) de Ribeirão Preto (SP). (11) 2131-9300 Abril 2018 - Revista Tecnologística - 23


ENTREVISTA

Fotos: Radamés Jr.

Gigante reestruturada Levando muito a sério o slogan “entender para atender”, a JSL, maior companhia de logística rodoviária do Brasil, vai muito além do transporte de cargas, com um modelo de negócios extremamente diversificado e sinérgico, buscando suprir as diferentes necessidades da cadeia produtiva de seus clientes. Com foco em um novo ciclo de desenvolvimento, ela acaba de passar por um processo de reorganização empresarial para contar com uma governança cada vez mais sólida, ágil e simplificada no gerenciamento de toda essa estrutura, conforme detalha seu CEO, Fernando Simões A JSL é muito mais que uma companhia de logística, contando com um portfólio de serviços bastante diversificado. Como ela evoluiu de uma transportadora rodoviária até o atual modelo de negócios? 24 - Revista Tecnologística - Abril 2018

Fernando Simões – Nós temos muito orgulho da história da companhia, das nossas origens, das origens do meu pai, Julio Simões, fundador da JSL, e do nosso início como transportadora, lá em 1956. Ao longo de todos

esses anos, a companhia foi se diversificando muito, sempre focada nas necessidades dos clientes, ou seja, com negócios que eram complementares às nossas operações, negócios com total sinergia entre si.


Nós falamos muito sobre o nosso DNA de servir, porque conhecemos não só a importância do cliente, mas também a importância de estabelecer uma relação de longo prazo e sustentável com ele. Isso passa por oferecer serviços e produtos com um custo-benefício justo. Eu sempre digo que um negócio com margens apertadas, mas com um cliente que estabeleça uma continuidade de relacionamento, é muito melhor do que um negócio com grandes margens, mas que dura pouco. Então, oferecer os mais diversos serviços, com foco nas reais necessidades do cliente, é o que nós sempre buscamos. Dessa maneira, embora a nossa origem seja o transporte rodoviário, e temos muito orgulho disso, há muitos anos nós deixamos de ser uma transportadora e passamos a ser uma companhia que presta serviços em toda a cadeia produtiva dos nossos clientes. E assim nasceram negócios como transporte de passageiros, operações dedicadas e locação de automóveis, máquinas e caminhões. Tudo isso veio desse foco da JSL de buscar entender as demandas dos clientes e oferecer a melhor prestação de serviços possível. Essa diversificação dos negócios da companhia começou na década de 1980 e adentrou a década seguinte, quando nossa moeda estava forte e as indústrias estavam se reinventando, buscando sempre o aumento da produtividade. Foi assim que a JSL construiu sua história e se transformou em uma companhia com um amplo portfólio de serviços. E em 2001 nós nos tornamos a maior companhia de logística rodoviária do Brasil. Hoje a JSL é uma companhia de capital aberto, correto? Simões – Sim. Em 2010 nós abrimos nosso capital. Com isso, mais importante do que a captação de valor, é a oportunidade de perenizar a companhia. Da mesma maneira que o meu

pai um dia teve o cuidado de se atentar à sucessão dentro da família, de forma que ele pudesse ter tranquilidade a respeito da continuidade da JSL, eu também, vendo aonde a companhia chegou e o tamanho dela, percebi que a abertura de capital seria um passo importante para a perpetuação. Além disso, quando você tem uma melhor governança, você está proporcionando aos seus clientes mais segurança e fica cada vez mais apto a oferecer serviços estratégicos. Então foi quase uma obrigação esse movimento de abertura de capital, tendo em vista as proporções que a companhia tomou. Vocês acabaram de passar também por uma reorganização empresarial. O que foi feito exatamente? Simões – Nos últimos anos nós reparamos que a JSL, devido justamente a essa grande diversidade de serviços oferecidos, acabou transformando suas unidades de negócio em verdadeiras empresas. Da mesma maneira que, em determinado momento, foi importante essas unidades serem parte da companhia, até mesmo para fidelizar os clientes, agora, com o porte que tudo isso tomou, tornou-se importante haver uma segregação. Portanto, nós começamos, há quase três anos, a transformar nossas unidades de negócios em empresas totalmente independentes. E esse processo terminou no final do ano passado. Nós sempre tivemos gestores independentes em cada unidade, mas com essas mudanças podemos contar com áreas muito mais focadas em cada negócio. Isso traz uma agilidade muito maior. E o mais importante disso tudo é proporcionar mais clareza para os potenciais investidores a respeito de cada um dos negócios, para que eles saibam exatamente no que estão investindo.

Simões – Hoje existe a companhia JSL, listada no Novo Mercado da BM&FBovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo), e sob ela estão as outras empresas. Mas ela não é uma holding. Os serviços logísticos são prestados pela empresa JSL Logística, que opera com a mesma razão social da JSL. É uma companhia na qual estão diretamente todos os nossos serviços de logística, além das ações das demais empresas. Temos uma rede de concessionárias de veículos leves e corretora de seguros, que opera com o nome JSL Concessionárias de Veículos, cujo capital pertence 100% à JSL. Temos a CSBrasil, com 100% de capital da JSL também, que opera com limpeza urbana e transporte urbano de passageiros, sob concessão pública, além de contar com uma célula de novos ne-

“Devido justamente à grande diversidade de serviços oferecidos, nossas unidades de negócio acabaram se transformando em verdadeiras empresas”

É possível detalhar a estrutura organizacional agora? Abril 2018 - Revista Tecnologística - 25


ENTREVISTA

gócios que analisa oportunidades nessa área. Nós acreditamos muito na terceirização de serviços públicos, aumentando cada vez mais a qualidade deles, que é uma demanda da própria população. A Movida, por sua vez, que atua na locação de automóveis, na venda de seminovos e também com gestão de frotas, tem 65,6% de suas ações pertencentes à JSL e 34,4% no mercado. Por fim, nós criamos uma empresa chamada Vamos. Ela é nova como empresa, mas presta serviços que nós já oferecemos há muitos anos. Nós levamos para dentro da Vamos tudo que diz respeito ao aluguel de máquinas, caminhões e equipamentos. E esse é um negócio muito forte. Atualmente ela conta com mais de 4.500 caminhões alugados, por exemplo, e mais de 95% dos contratos da Vamos são de longo prazo, coisa de cinco anos. A Vamos abriga também nossa rede de concessionárias de caminhões novos Man, uma das maiores da marca no Brasil, senão a maior. E estamos criando também uma rede de máquinas e caminhões seminovos. Além disso, nosso serviço de leasing deve ir para a Vamos também.

sem motorista está relacionado à Vamos. Já as operações logísticas são feitas pela JSL Logística, com a utilização do veículo para prestar um serviço de logística para o cliente, e não somente a locação do caminhão, por exemplo. A verdade é que cada vez é maior a quantidade de empresas que buscam somente o veículo. A JSL detém 91% da Vamos e o restante das ações pertence à nossa sócia, a empresa Borgato, de Ribeirão Preto (SP). Ela trouxe para a Vamos uma rede muito grande de concessionárias de máquinas. Trata-se de um player muito forte na locação de equipamentos, especialmente para o segmento sucroalcooleiro, com atuação nacional.

Por meio da prestação de serviços logísticos, vocês também fornecem veículos para as operações, certo? Simões – Sim, mas tudo que diz respeito à locação de caminhões e máquinas

Em qual negócio a companhia está apostando mais forte? Simões – Com a recuperação do cenário econômico brasileiro, eu digo com total certeza que todos eles apresentam

26 - Revista Tecnologística - Abril 2018

Cada uma dessas empresas conta com gestões independentes? Simões – Sim, e essa é uma das principais características da nova organização. São cinco empresas – JSL Logística, JSL Concessionárias de Veículos, CSBrasil, Movida e Vamos – totalmente separadas e com seus respectivos gestores. Eu sou o CEO da JSL e, por consequência, da JSL Logística.

grande potencial de crescimento. São negócios bastante diversificados, desde a locação de automóveis até a prestação de serviços públicos. O negócio de aluguel de máquinas e equipamentos também é muito promissor, assim como o de caminhões seminovos. A JSL é a companhia que mais adquire caminhões no Brasil, então é claro que nós compramos por um valor diferenciado, e isso faz com que nós possamos oferecer a locação e o leasing também por valores muito atrativos. Hoje quem fizer as contas acaba não comprando o caminhão, mas alugando ou fazendo leasing. Isso não é tão comum no Brasil, mas lá fora é uma prática normal, e a tendência é que cresça muito por aqui. As ações que foram compradas em 2010, quando a empresa abriu seu capital, referem-se à JSL como um todo? Simões – Sim, quem comprou em 2010 continua tendo ações da JSL e, por consequência, de tudo que está abaixo dela. Pertencem ao mercado 25,8% das ações da JSL. No caso da Borgato, foi realizada uma aquisição, correto? Simões – Exatamente. A JSL adquiriu 91% das ações da Borgato, a Vamos foi criada e a família Borgato ficou com 9% da empresa. Juridicamente o nome Borgato continua existindo, mas a marca utilizada passa a ser Vamos, embora nada impeça de se usar Borgato também, que é um nome muito forte, especialmente no agronegócio. Esse é um setor interessante para a JSL na área logística? Simões – Nós temos muitas máquinas e caminhões locados para o agronegócio, por meio da Vamos, então nós mantemos uma relação muito próxima com esse setor, em especial com as principais indústrias sucroalcooleiras. Na logística eu acredito que existe muito potencial. Hoje nós temos, por


exemplo, uma operação de CCT (corte, carregamento e transporte), mas as mudanças sobre a terceirização devem contribuir muito para que esse tipo de prestação de serviço cresça. E eu não me limito a dizer que isso vai acontecer somente no agronegócio, mas em todas as áreas. Aliás, como empresário – e como brasileiro – eu confesso que se alguém me dissesse há algum tempo que ainda na minha geração eu veria acontecer uma reforma trabalhista, ainda mais envolvendo a terceirização, eu não acreditaria. Mas aconteceu, e tudo isso é muito positivo. A verdade é que o empresariado de uma forma geral ainda não fez nada, nem de longe, para colher os frutos que essas mudanças vão gerar, até porque isso leva um tempo, naturalmente. As reformas vão trazer melhorias para todo mundo, eu tenho certeza, porque elas geram ganhos de produtividade industrial e, assim, teremos custos mais competitivos na produção dos nossos bens. Isso ajuda na exportação, na competição do mercado interno e, no fim das contas, gera mais empregos, beneficiando o próprio trabalhador, que também será favorecido com a eliminação de muitos desgastes burocráticos. Enfim, a reforma trabalhista faz nascer novas oportunidades no país de uma forma geral. Quais são os principais segmentos atendidos pela JSL Logística atualmente? Simões – Nós atuamos em diversos setores, e temos relacionamentos muito duradouros com nossos clientes. A Suzano Papel e Celulose, por exemplo, nosso primeiro cliente, foi o grande incentivador do meu pai para montar a empresa, e está conosco até hoje. Esse setor de papel e celulose é muito importante para a JSL e representa um percentual considerável das receitas da empresa, mas felizmente nós lidamos com uma boa variedade de segmentos, como o agronegócio, do qual já falamos, o alimentício, o automobilístico, a mineração, etc.

Cada setor atendido representa cerca de 10% das receitas da JSL. O nosso maior cliente hoje representa menos de 9%, e em vários contratos, não somente um. Essa diversidade de clientes e de setores nos dá muita tranquilidade, nos fornece uma boa sustentabilidade, e isso foi primordial para que a JSL pudesse atravessar os últimos anos sem sofrer tanto com a crise. Essa diversificação de segmentos atendidos é, inclusive, parte da nossa estratégia, assim como a diversificação de serviços oferecidos. Falando da JSL como um todo, nós temos a felicidade de atuar em negócios que apresentam boas oportunidades de crescimento. É claro que com a crise dos últimos anos todos nós ficamos com alguma capacidade ociosa, pois as quedas foram muito grandes em todos os setores, mas agora os negócios estão começando a voltar. O Brasil passa por ciclos, e a parte ruim já está ficando para trás, mas a verdade é que carga não chega a lugar nenhum sem transporte, sem o caminhão, e pessoas também necessitam de transporte. Então essa percepção vale não somente para a logística, mas também para a atuação das nossas outras empresas. Todas apresentam boas oportunidades de crescimento, especialmente com a retomada da economia. A mobilidade urbana também passa pelos veículos, sejam eles comprados ou alugados, e nós

estamos nesse negócio. Até mesmo as novas maneiras de se locomover pelas cidades, com o uso de aplicativos como o Uber, promovem a locação de carros. Hoje muitas pessoas físicas fazem as contas e optam por não comprar um carro próprio. O mesmo acontece com os caminhões, como eu já citei anteriormente. A JSL Logística tem na mira algum segmento que ainda não é atendido? Simões – Eu acho que existem muitas oportunidades no mercado. Sem criar muitas expectativas, pois, como eu disse, os negócios hoje são sustentáveis da maneira que são, acredito que o setor da saúde, no qual nós não temos muita participação hoje, apresenta boas oportunidades. É um mercado cujas indústrias vão, cada vez mais, buscar bons parceiros logísticos. Qual é o tamanho da estrutura da JSL Logística? Simões – Nós estamos presentes no Brasil todo, com mais de 190 pontos de atendimento, entre armazéns, CDs, terminais, porto seco, operações dentro da estrutura do cliente, etc. E qual é o tamanho da frota rodoviária atual? Simões – Temos aproximadamente 3.500 caminhões, por volta de 7.500 carretas e mais de 2 mil cavalos-mecânicos.

Abril 2018 - Revista Tecnologística - 27


ENTREVISTA

Os gestores de cada negócio têm autonomia para propor e escolher o modelo de veículo que melhor se adapte às necessidades do cliente e que melhor atenda as operações. Além disso, nós trabalhamos com veículos terceirizados. Somente em 2017 nós pagamos mais de R$ 800 milhões em frete para terceiros, entre empresas pequenas e médias e autônomos que prestam serviços de transporte. Tudo gerenciado pela JSL Logística. Gerenciar tantos prestadores de serviço de transporte demanda um nível de controle muito alto, certo? Simões – Sem dúvidas. O mercado tem boas ferramentas tecnológicas para isso, e nós, empresas de logística, também fomos customizando, ao longo do tempo, as soluções utilizadas. Tributariamente, por exemplo, o Brasil é uma Torre de Babel, então as necessidades de adaptações para fazer de forma satisfatória o controle nas atividades de transporte e armazenagem são imensas. Isso faz com que as empresas busquem os instrumentos de controle que melhor atendam às suas necessidades, adaptando para a própria realidade. Na JSL, nós aplicamos sistema SAP de ponta a ponta, contamos com equipe de TI própria e estamos sempre utilizando também fornecedores de soluções, trabalhos de consultorias, entre outras coisas, até porque em alguns clientes você usa seu próprio sistema, mas outros querem que você use o sistema deles. Você disse que a JSL atravessou a crise sem sofrer tanto. Quais são as suas expectativas para o segmento logístico nos próximos anos? Simões – Na minha opinião esse mercado representa mais ou menos o que é o Brasil. Todo mundo reclama um pouco, mas a verdade é que, se analisarmos a fundo, todo ano nós estamos melhor do que estávamos no ano anterior. É claro que ainda existem muitos problemas, falta profissionalização, existe muita informalidade. Mas se compa28 - Revista Tecnologística - Abril 2018

rarmos a logística nacional hoje em dia com o que era a logística há, digamos, dez anos, nós evoluímos muito. Temos hoje no mercado empresas muito boas e serviços de ótima qualidade. Um bom demonstrativo de que o mercado logístico evoluiu é o fato de que, antigamente, era muito difícil trazer um bom profissional da indústria para o nosso setor. Hoje já é possível trazer bons executivos da indústria para a prestação de serviços. A logística representa um mercado que vem amadurecendo, apresenta ótimas oportunidades e, sem dúvidas, hoje é muito melhor do que já foi no passado. É claro que ainda existe muito espaço para melhorar, e isso passa, na minha opinião, por uma maior profissionalização das empresas de logística, em especial no que diz respeito a questões legais. É preciso trabalhar dentro da lei e não utilizar parceiros que não cumpram suas obrigações. O respeito à carga horária dos motoristas é um bom exemplo disso. A Lei do Descanso (12.619/12) é muito importante, deve ser cumprida e cabe às empresas contribuírem com isso. As que são realmente organizadas, com lei ou sem lei sempre incentivaram seus motoristas a fazer jornadas com interrupções para o descanso, mantendo a segurança das operações. Afinal, nós temos a obrigação de operar com segurança. O que foi feito depois da lei foi se ajustar para

Nova estrutura organizacional das empresas

documentar isso e mostrar que está sendo praticado, e isso não foi um problema para quem já andava direito. Infelizmente, porém, poucas empresas têm essa preocupação de fazer a coisa certa. O transporte rodoviário ainda é um dos setores que mais sofre com essa informalidade? Simões – Falta a contrapartida do governo. Faltam postos para o descanso do caminhoneiro e uma fiscalização efetiva também. Na verdade, sempre que eu tenho a oportunidade eu digo que, em um país que utiliza tanto o modal rodoviário como é o caso do Brasil, é um absurdo observar que nunca foi feito nada para o caminhoneiro por parte do governo. Dizem que o país tem cerca de 200 mil empresas que se classificam como transportadoras e 2,5 milhões de caminhões rodando nas estradas, com uma idade média de 17 anos. Em países de primeiro mundo a idade média é inferior a 8 anos. Se a média é de 17, isso significa que existem caminhões nas estradas com mais de 30, 40 anos. Estou falando aqui de uma questão que gera poluição, que causa acidentes, que tira vidas. No entanto, nós nunca tivemos um plano organizado de renovação de frota que beneficiasse essas transportadoras. Na JSL nós mantemos a média de ida-


de da frota em 3,9 anos, mas alguma coisa precisa ser feita para o pequeno transportador, que não tem condições de trocar seus veículos. Quando o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) faz alguma coisa, beneficia somente o médio e o grande, como nós, que temos poder de investimento. O pequeno não consegue pular de um caminhão com 17 anos ou mais para um novo. A mudança precisa ser gradual, com modelos de financiamento para os veículos seminovos também, e não somente para os novos. Então eu defendo que é preciso haver mais facilidades e incentivos para as pequenas empresas de logística. E o Brasil é um país muito dependente do transporte rodoviário. Você vê a multimodalidade crescendo?

Simões – Nos últimos anos todo mundo se abraçou para tentar sobreviver, então isso pouco evoluiu, mas sem dúvidas a multimodalidade é uma tendência. Cada vez mais nós vemos a cabotagem integrada ao transporte rodoviário, por exemplo. Todo mundo vai sempre buscar a otimização das operações, e isso passa inevitavelmente pelo uso dos mais diversos modais de transporte. O Brasil sem dúvidas precisa investir mais em multimodalidade. E, diferente do que muita gente pensa, o transporte ferroviário, ou a navegação, por exemplo, não compete com a rodovia. São coisas complementares. Você parece bastante otimista a respeito da economia brasileira. É isso mesmo? Simões – Sem dúvidas. A melhora já

é perceptível. E o sentimento de otimismo é natural, até porque a referência que nós temos, levando em conta os últimos anos, é muito ruim. O que vemos é realmente uma recuperação. Quem mais está voltando é também quem mais caiu nos piores momentos da crise, como a indústria automobilística, por exemplo. E quem menos está crescendo é quem não caiu tanto, como a alimentícia, ou quem nem caiu, como a farmacêutica. E um aspecto que eu vejo como muito positivo é que a retomada não está acontecendo com euforia. O consumo, por exemplo, está voltando com mais responsabilidade. Nós estamos iniciando um círculo virtuoso, com mais consistência que outros que o Brasil já viveu. JSL: (11) 3154-4000


Freepik

TECNOLOGIA

C

Um mundo de possibilidades Apoiar as operações logísticas em soluções tecnológicas é um fator essencial em um mercado cada vez mais competitivo e exigente, não somente para realizar o gerenciamento das atividades, mas para aprimorálas constantemente, oferecendo a melhor prestação de serviços possível para o cliente. Quem ficar parado no tempo em termos de tecnologia, fatalmente vai ficar para trás. Mas será que as empresas prestadoras de serviços logísticos brasileiras já despertaram para essa imposição? Para as que já fizeram isso, é preciso estudar minuciosamente o mercado a fim de encontrar as ferramentas que melhor atendam suas necessidades, e até mesmo desenvolver internamente parte das soluções utilizadas pode surgir como alternativa 30 - Revista Tecnologística - Abril 2018

adeias de abastecimento cada vez mais complexas, operações de armazenagem e transporte que se tornam constantemente mais exigentes, emaranhados burocráticos e tributários que precisam ser transpostos e regras e prazos rígidos são características inerentes ao setor de logística. Em um mercado produtivo e de consumo que se torna mais ágil e dinâmico diariamente, as atividades dos prestadores de serviços logísticos ganham mais importância a todo o momento e constituem peça-chave nas operações de companhias dos mais variados setores, elevando os níveis de exigência. E a tecnologia, da mesma maneira que está presente em cada aspecto da vida do cidadão moderno, tornou-se uma das maiores – senão a maior – aliadas da operação logística prestada com excelência. Parece inconcebível empresas operarem sem lançar mão das facilidades que as inovações tecnológicas podem proporcionar nos tempos atuais, em que somos bombardeados por elas de tal maneira que já fazem parte do nosso cotidiano, passando até mesmo despercebidas de tão fundamentais que já se tornaram. O transporte e a armazenagem de cargas podem ser considerados as duas atividades básicas da logística, e tão primordial quanto elas são os sistemas desenvolvidos para gerenciá-los: o Transportation Management System (TMS) e o Warehouse Management System (WMS). É sabido que contar com boas soluções tecnológicas consiste em um fator essencial para uma prestação de serviços logísticos ao menos satisfatória, e o mercado oferece inúmeras opções em softwares, sistemas e ferramentas voltados para o setor. Cabe às transportadoras e aos operadores logísticos, portanto, escolherem aqueles que melhor se adaptem às suas necessidades, levando em conta também a aderência do desenvolvedor da solução ao seu perfil e às suas demandas.


Divulgação Modus Logística

Divulgação Generix

Rodrigo Tadei, diretor diretor da consultoria cio, fica difícil fazer investimentos em de Projetos da Generix, boas tecnologias. Isso reduz muito os Modus Logística. companhia de origem Rogério Lima, con- aportes em TMSs por parte das emfrancesa especializada sultor de Soluções da presas de transporte”. Segundo o exeem oferecer soluções tecJDA, empresa fornece- cutivo, a grande maioria delas usa, no nológicas para o supply dora de sistemas para máximo, uma ferramenta de emissão de chain, cita os principais toda a cadeia de su- conhecimento de transporte eletrônico pontos que as empresas primentos, concorda. (CT-e, documento fiscal obrigatório nas de logística devem con“Essa é uma caracte- operações de movimentação de carga). siderar no momento de rística muito presente Mas contar com um TMS que agregue contratar um bom prono mercado brasileiro. diversas funções, inclusive essa, é muito vedor de sistemas para Empresas de porte mé- difícil. As coisas ainda são feitas de masuas operações. “Tempo dio para pequeno ge- neira muito manual.” Tadei: é cada vez mais caro para ralmente não buscam de mercado, sustentabiIsaac ressalta que é uma pena que os operadores manterem soluções lidade, cases de sucesso uma boa solução, de grande parte das transportadoras brasie equipes de TI próprias em diferentes nichos e nível global. Até por- leiras não seja capaz de dispor de boas capacidade de inovação”, define. Mas, que seus processos não exigem tanto, soluções de gerenciamento e que não antes de explorar essa questão, vamos então elas julgam que não é necessá- valorize a otimização das operações dar um passo para trás no assunto. rio fazer investimentos em tecnologia. que elas podem proporcionar. “É uma Muitas transportadoras acabam rea- questão cultural, até mesmo por elas Soluções caseiras lizando o controle das operações de seguirem as inclinações do embarcador forma manual, utilizando planilhas, e para quem prestam serviços. GeralmenFalando especificamente das em- a grande questão é que não existe esca- te ele considera somente um processo presas transportadoras do mercado labilidade dessa maneira.” de compra de frete que leve a tarifas nacional, estabelecer critérios sólidos “Acontece muito de as empresas menores, mas não o aprimoramento para escolher o parceiro de tecnolo- transportadoras optarem por uma so- real das atividades, coisa que os grangia ideal não consiste exatamente na lução de gerenciamento de transporte des TMSs são mais do que capazes de principal questão a ser abordada. Essa mais simples, caseira, porque o foco fazer por meio de algoritmos bastante é, na verdade, uma segunda etapa, que está no cumprimento das obrigações simples, que oferecem soluções instansó tomará mais corpo no cenário brasi- legais, e não no controle real e na tâneas para questões como roteirização leiro quando um primeiro impasse for otimização das operae aproveitamento do essuperado. O setor é permeado por um ções”, completa Isaac. paço dos veículos.” número muito grande de pequenas e “Isso causa uma distorLima destaca que o médias empresas, com operações aca- ção nesse mercado que desafio das empresas fornhadas, frotas diminutas e pouco poder leva as empresas do senecedoras de tecnologia, de investimento. Por outro lado, a mo- tor a não buscar boas nesse caso, é o de consevimentação de cargas pelo Brasil é uma ferramentas disponíguir mostrar as vantagens atividade extremamente burocrática, veis no mercado.” de se usar boas ferramendevido ao intrincado contexto tributátas. “E nós fazemos isso O diretor Comercial rio do país. Isso faz com que exista, ain- da Manhattan Assoapresentando casos de da hoje, muita informalidade no setor. ciates no Brasil – tamsucesso e números que “Atender às diversas exigências bém fornecedora de comprovam os benefíburocráticas, com impostos federais, soluções de tecnologia cios. Mesmo que as emIsaac: muitas empresas ainda estaduais e municipais, acaba sendo a para o supply chain presas estejam confortánão dão atenção à otimização maior das preocupações das transpor- –, Marco Beczkowski, veis com seus resultados, que a tecnologia proporciona tadoras, e contar com boas ferramentas vai além. “As transpornós somos capazes de de gerenciamento, com grandes TMSs, tadoras, de uma maneira geral, têm mostrar como é possível sempre melhocheios de funcionalidades, fica em se- contratos muito curtos, mais ainda rar ainda mais, trabalhar de forma otimigundo plano. Nesse aspecto, o Brasil é que os operadores logísticos, e se você zada, fazendo mais com menos.” No caso o país do papel”, afirma Marcos Isaac, não tem previsibilidade no seu negó- das pequenas transportadoras, porém, o Abril 2018 - Revista Tecnologística - 31


TECNOLOGIA

Soluções externas

Divulgação JDA

Quando o assunto são empresas prestadoras de serviços logísticos de grande porte, com alto poder de investimento, como é o caso, em geral, dos operadores logísticos, o fator monetário deixa de ser proibitivo, portanto a busca por soluções tecnológicas condizentes com suas necessidades passa a ser mais que obrigatória para garantir a evolução das operações. De acordo com Tadei, da Generix, é aí que as companhias se voltam mais para o mercado de desenvolvedores de soluções específicas para o setor. “Existe então um movimento de externalização, pois é cada vez mais caro manter soluções e equipes de Tecnologia da Informação próprias devido às demandas dos clientes.” O mercado logístico é, afinal,

32 - Revista Tecnologística - Abril 2018

um setor em constante das de decisões, gerenciar movimento, com novas a mão de obra, integrar necessidades surgindo a tecnologias embarcadas cada minuto. “É muito em equipamentos de momais rentável contratar vimentação e até mesmo um fornecedor que opere em robôs atuando dentro de forma colaborativa do dos armazéns.” que contar com um time O executivo explica completo de TI e com que, no caso de grandes hardwares para manter operadores logísticos, soluções caseiras”, esclademandas surgem com rece o diretor de Projetos. muita frequência, com Segundo ele, a utilizanovos clientes e perfis de Lima: com a tecnologia, ção de soluções no mocarga e operação, por isso é sempre possível melhorar delo Software as a Service contar com ferramentas ainda mais as operações (SaaS), em que o cliente tecnológicas globais, que paga pelo serviço oferecido, é um grande já contemplem todas essas especificidatrunfo nesse sentido e também no que des de atendimento e diferentes necessidiz respeito à velocidade de implantação. dades, é uma grande vantagem. “Se um “E a flexibilização de soluções globais é operador logístico optar por internalizar uma grande vantagem, já que elas já fo- suas soluções, vai ter um esforço muito ram implantadas em diversos clientes ao maior na resolução dessas questões. E ele redor do mundo”, enaltece Tadei. não pode ficar amarrado ao desenvolvi“A utilização de soluções caseiras faz mento de ferramentas tecnológicas.” com que as empresas não estejam preO diretor Comercial da Manhattan, paradas para suportar eventuais cresci- Beczkowski, concorda. “Esse não é o mentos das operações, e isso é muito im- foco do negócio do operador logístico. portante para os operadores logísticos”, Não é o seu core business. Uma forneceanalisa Lima. “Hoje um WMS não é mais dora de soluções faz mais, mais rápido simplesmente uma solução para contro- e melhor, e é capaz de entregar pacole de estoque. Existem muito mais coisas tes com tudo que o cliente precisa e até aliadas a ele, especialmente conforme as mesmo com o que pode vir a precisar.” operações de uma empresa vão se tornan- Ainda segundo o executivo, operadores do mais complexas. Existe toda a questão logísticos não podem contar com ferrade proporcionar visibilidade, gestão dinâ- mentas tecnológicas engessadas. “Não mica da armazenagem, auxiliar nas toma- dá para querer que o cliente se adapte à sua realidade. Isso faz com que você perca oportunidades no mercado. Algumas empresas podem alegar que, contando com ferramentas internas, elas têm domínio total sobre suas soluções. Mas a verdade é que os softwares que existem no mercado oferecem um nível de abertura tão grande que permitem construir qualquer coisa tanto dentro quanto ao redor deles, e uma empresa especializada tem muito mais capacidade para fazer isso de forma satisfatória, garantindo total flexibilidade.” Divulgação JDA

fator impeditivo está muito ligado ao custo do investimento, mas o consultor explica que isso também não deve ser encarado como um grande problema. “Nenhum cliente pode ser desprezado. Nós realizamos todo um estudo para mostrar a viabilidade do investimento em soluções tecnológicas.” Ele lembra que o custo está diretamente ligado ao tamanho da operação. O que uma transportadora de grande porte precisa é mais complexo e mais caro do que as necessidades de uma transportadora menor, tornando assim os custos acessíveis para empresas de todos os tamanhos.


Divulgação Manhattan

Por todos esses motivos, os grandes players do mercado de operadores logísticos cada vez mais buscam soluções de ponta, como as que são oferecidas pelas empresas anteriormente citadas. Mas é claro que há também quem opte por investir seus esforços em ferramentas próprias. “Eu não vejo uma tendência de internalização do desenvolvimento de soluções, mas as experiências variam de empresa para empresa, é claro”, analisa Isaac. “Talvez, para um operador logístico que atue em várias frentes, bastante distintas entre si, com variados tipos de serviços, contar com um WMS renomado globalmente implicaria adquirir diversos módulos diferentes, e daí pode surgir a vontade de desenvolver seus próprios sistemas. Nesse caso a questão nem é tanto financeira, porque o desenvolvimento interno também demanda um alto poder de investimento.” Divulgação Manhattan

de com o negócio e com as prioridades da companhia”, diz. Para ela, no caso de terceirizar, o senso de emergência do provedor pode não estar em sincronia com o da companhia, além de haver falta de conhecimento a respeito do negócio e dos processos do cliente. A executiva conta que a Penske possui uma equipe formada por 60 colaboradores atuando no departamento de TI. “Parte está alocada no nosso escritório central, em São Paulo, e parte distribuída nas nossas operações, conectando a realidade operacional ao nosso time técnico.” Por outro lado, Queit reconhece também que existem grandes vantagens em contar com soluções terceirizadas. “Escalabilidade, budget por demanda e sustentabilidade no que tange a evolução e a manutenção do produto. E o desenvolvimento próprio tem como desvantagens os investimentos nessa evolução e manutenção constantes. Além disso, Mix de soluções grandes projetos em curtos espaços de tempo são A multinacional de complexos e de risco.” origem norte-americana Isso leva à questão já ciPenske é um exemplo de tada anteriormente, de operador logístico que que o desenvolvimento conta com uma solução de softwares e sistemas de gerenciamento de não faz parte do core buarmazéns própria. “Desiness de uma empresa senvolvemos e vamos de logística. promovendo melhorias Apesar de essa afire algumas customizações mação ser verdadeira, para os clientes de acorela não significa que Beczkowski: fornecedores estão do com suas necessidaum operador logístico, preparados para fazer mais, mais des. Nosso time de Tecpor exemplo, não posrápido e melhor nologia da Informação sa mergulhar no ofício, é bastante capacitado e trabalha no de- em especial quando ele possui poder senvolvimento de sistemas, hardwares de investimento suficiente para buse manutenção”, diz Queit Zunino, ge- car, por meio de sua equipe interna rente de Desenvolvimento de Sistemas. de TI, os benefícios já mencionados. E ela enumera o que considera como O que se tem, portanto, pode ser chabenefícios decorrentes dessa decisão de mado de um mix de soluções formado tornar as soluções internas. “Quando pelo desenvolvimento próprio e tamfalamos em desenvolvimento próprio, bém pelo que de melhor o mercado as vantagens são velocidade e foco no tem a oferecer, como é justamente o atendimento da demanda e proximida- caso da Penske. “Nosso plano estra-

tégico é buscar soluções que são referência de mercado, criando uma base robusta para nossa plataforma, que permita avanço tecnológico rápido e alta eficiência. Essa base será totalmente integrada com as soluções desenvolvidas por nosso time de especialistas”, explica Queit. Como exemplo, a gerente aponta que no último mês de março a Penske lançou sua nova plataforma de transportes, chamada ClearChain, que tem como base o Oracle Transportation Management (OTM). “É uma solução first class e líder do Quadrante Mágico da consultoria Gartner. E ela conta com uma série de soluções desenvolvidas pelo nosso time: o EDI (Electronic Data Interchange) foi reconstruído voltado para microsserviços, as ferramentas de backoffice foram completamente otimizadas e a nossa ferramenta de BI (Business Intelligence) foi reestruturada focada na visão do cliente”, cita. “Contamos com uma série de fornecedores e parceiros para sistemas, sendo os principais a Oracle e a Totvs. Muitas soluções em TI foram ‘commoditizadas’ e transformadas em serviços. Isso nos permite terceirizar o que já existe de melhor no mercado e focar nosso desenvolvimento no que traz inteligência, diferenciação e inovação.” De acordo com Queit, os pontos primordiais que a Penske leva em conta no momento de buscar por fornecedores são a qualidade das soluções e dos serviços prestados, ser referência no mercado e apresentar sustentabilidade e disposição para inovação. Mas a executiva destaca que o EDI, por exemplo, que provê a integração e a troca de dados entre os diversos sistemas utilizados, foi totalmente desenvolvido internamente, justamente visando a um maior controle da própria Penske. “Isso permite nos adaptarmos e facilitar a vida do nosso cliente e também permite que sejamos rápidos e eficientes nas implanAbril 2018 - Revista Tecnologística - 33


TECNOLOGIA

Divulgação TPC

Divulgação Penske

tações. Nossa solução de a uma torre de controle tecnológicas habituais e contratadas. EDI é totalmente flexível (ferramenta que, a partir “Mas nesse mundo da tecnologia existe e de fácil customização. dos dados referentes à uma infinidade de empresas pensando Podemos nos conectar a atividade de transporte, e desenvolvendo novas ferramentas, e qualquer sistema, qualoferece visibilidade para precisamos estar conectados com isso, quer meio de comuniauxiliar nas tomadas de o que nos faz contar com mais uma sécação e utilizar qualquer decisões) que, por sua rie de fornecedores menos frequentes”, formato para troca de vez, é de desenvolvi- completa o executivo. Segundo ele, as informação”. Queit revemento interno na TPC. exigências tecnológicas dentro da comla que, somente no ano “Podemos criar uma panhia não param de crescer, devido à passado, os investimentos analogia do mundo da constante evolução da complexidade em tecnologia realizados tecnologia nos dias atu- das cadeias logísticas. “Isso vem ocorpela Penske somaram R$ ais com uma montado- rendo de forma cada vez mais incisiva Queit: utilizamos o que há de melhor 12 milhões. ra de automóveis, que dentro dos negócios, e no caso da TPC no mercado e desenvolvemos Luiz Gilberto Zanetti, aquilo que nos traz diferenciação utiliza as mesmas partes não é diferente. Hoje temos um depardiretor de Serviços Come peças para chegar a di- tamento de TI que é, no mínimo, cinpartilhados da TPC, explica que a deci- ferentes produtos”, explica Zanetti. “As co vezes maior do que era há dez anos. são por utilizar softwares de mercado ou soluções tecnológicas utilizam softwares Adicionalmente, temos uma área de por desenvolver internamente não de- e hardwares integrados que compõem Inovação e Processos, que cuida exclupende de um único fator. “Pode passar uma ferramenta com grande capacidade sivamente de inserir novas tecnologias por uma simples análise de custo-bene- de integração com outras ferramentas, nas mais de 75 operações espalhadas fício, mas pode ser também uma decisão onde as Application Programming In- pelo Brasil, em uma busca constante por estratégica, a fim de criar diferenciais terfaces (APIs) são as grandes revolucio- ganhos de qualidade e produtividade.” competitivos, fator importante em um nárias dessa integração”. “Estamos vivendo mercado de concorrência acirrada, como Assim como Queit, um tempo de grandes é o de operadores logísticos.” Ele relata Zanetti destaca a impormudanças, que podem que, justamente pensando nisso, a TPC tância da integração das impactar nos negócios, tomou a decisão, há alguns anos, de ter variadas tecnologias que cadeias e mercados. A TI seu próprio WMS, entendendo que a agi- fazem parte desse mix de tem o desafio de navegar lidade, a flexibilidade e a customização soluções adotadas pela nesse contexto e trazer a ao cliente são fatores preponderantes companhia. “A integramelhor proposta de vapara atender a missão e a visão do ope- ção entre as diversas ferlor para a companhia”, rador logístico. “Temos hoje uma verda- ramentas utilizadas é um concorda Queit. “A deira fábrica de software interna, a fim grande desafio, que coninovação é nosso meio de atender de maneira inteligente nossos seguimos transformar de atingir esse objetivo. clientes. Fornecer um produto customi- em diferencial competiEstamos criando dentro Zanetti: decisão entre adquirir zado, de forma segura e no tempo espe- tivo”, prossegue Zanetti. do nosso time uma nova ou desenvolver internamente rado contém os principais fatores não “Com a aquisição de um cultura baseada em agidepende de vários fatores técnicos na decisão pelo desenvolvimen- software específico para le, lean & open innovato interno”, diz. A equipe de TI da TPC integrar diferentes sistemas e protocolos tion, com o objetivo de impulsionar a é composta por quase 50 colaboradores, de segurança, hoje temos uma equipe Penske rumo ao crescimento exponendivididos entre a matriz da companhia, capacitada para promover a integração cial”, finaliza a executiva. em Salvador, e São Paulo. De acordo com dos mais complexos sistemas. Mas nem Zanetti, o operador logístico investe em sempre foi assim. Foram necessários inFernando Fischer torno de 2% de todo seu faturamento vestimentos e alguns anos de capacitaGenerix: (11) 3032-2387 bruto anual em tecnologia. ção para a curva de aprendizado chegar JDA: (11) 3549-9800 “Em contrapartida, quanto a outras a uma situação mais confortável como Manhattan: (19) 4062-8643 ferramentas administrativas, dentre elas temos hoje.” Modus Logística: (11) 5503-2730 o TMS, optamos por utilizar produtos de Além da equipe de desenvolvimento Penske: (11) 3738-8383 mercado”, indica o diretor. Ele lembra, interno, a TPC conta com cerca de dez TPC: (11) 3572-1700 porém, que essa solução está associada empresas fornecedoras de ferramentas 34 - Revista Tecnologística - Abril 2018



MOBILIDADE

Freepik

V

Pequeno e evoluído Pouco mais de dez anos depois da promulgação da lei que estabeleceu restrições de circulação na cidade de São Paulo, os veículos urbanos de carga (VUCs), que surgiram como uma saída imediata para manter as operações logísticas na metrópole, ainda fazem parte do cenário da cidade. Hoje, porém, não basta estabelecer a rota e destiná-los a uma entrega. As tecnologias empregadas, as demandas dos clientes e os estudos para a ampliação dos horários de entrega vêm alterando e aumentando a utilização desse tipo de ativo 36 - Revista Tecnologística - Abril 2018

ocê já parou para pensar, leitor, no que fez e quais experiências viveu nos últimos dez anos? Uma década é tempo suficiente para realizar uma série de ações, vivenciar diversas situações, passar por inúmeras mudanças pessoais e profissionais e testemunhar alterações até mesmo no ambiente em que vivemos. No próximo dia 10 de maio, o decreto nº 48.338 da prefeitura de São Paulo ultrapassa uma década de existência, completando, mais precisamente, 11 anos. No dia 10 de maio de 2007, portanto, entrou em vigor a regulamentação que estabeleceu normas para o trânsito de caminhões em áreas específicas da capital paulista, bem como para a operação de carga e descarga em estabelecimentos situados no município. A data, que marcou o início das restrições para a circulação de caminhões, teve reflexo imediato no setor logístico. Para minimizar os impactos na mobilidade e adequar as operações de entrega business to business (B2B), surgiram então, com mais ênfase no segmento, os veículos urbanos de carga (VUCs), ativos de menor porte autorizados a rodar em áreas mais centrais das cidades, alterando a logística de carga da metrópole paulista. Mas o que mudou nesse pouco mais de uma década? As restrições realmente ajudaram na fluidez do trânsito? E as transportadoras e os operadores logísticos, de que forma trabalharam nesses últimos anos para maximizar a utilização dos VUCs?

O debate persiste Para o CEO da Visilog, Auro Raduan, a maioria das intervenções que surgem na área de transporte acaba aumentando o número de veículos nas ruas, como é o caso


Divulgação Visilog

do como exemplo o do rodízio de veíconceito dos aplicaticulos. As operações vos de transporte de logísticas de carga passageiros, além do seguem essa lógica, modelo de motoboy, com a aplicação de solicitando o serviço mais ativos, embora apenas conforme a demenores, circulanmanda”, acredita. do. “Basta observar, Já o ponto positiem certos horários e vo é aquele que surgiu ruas principais das quando da concepção áreas de restrição, o da lei, ou seja, a possigrande número de bilidade de circular em VUCs estacionados Raduan: maioria das intervenções áreas com restrição. um ao lado do outro na área de transporte aumenta o Outro fator positivo é se apressando para número de veículos nas ruas o aumento do ciclo de entregar as mercadorias”, diz. Na opinião do executivo, entregas nas lojas. “Os VUCs permialguns custos para as cidades estão tem uma reposição mais frequente de mais relacionados à quantidade de produtos e a diminuição das ruptuveículos de carga do que a seu ta- ras. Além disso, reduzem a complemanho e peso. Mesmo assim, ele re- xidade na gestão do inventário, uma força que as restrições que ocorrem vez que com entregas mais frequenem horários e regiões determinados tes é preciso ter menos estoque nos pontos de venda”, explica. se justificam. “Até que apareçam outros meios As movimentações de algumas companhias comprovam o que diz de transporte para o ambiente urRaduan quanto ao aumento de veí- bano, o VUC é a melhor alternaticulos circulando. É o caso da Ativa va para atender tanto as restrições Logística. A empresa conta hoje com impostas pelas autoridades quanto uma frota de 800 veículos, sendo os atributos de custo e eficiência 400 VUCs. O gerente de Frota, Eval- necessários à operação de abastedo Araújo, reconhece que esse tipo cimento de produtos para as cidade veículo agiliza os processos de des”, conclui Raduan. entrega no centro expandido, no Infraestrutura dos municípios caso de São Paulo, onde as áreas para descarga têm um espaço físico limiSe a utilização dos VUCs é uma tado. Mas, dependendo do volume, a operação demanda a aplicação de realidade e a lei assim exige, será um número maior de VUCs circulan- que os gestores públicos foram, ao do, aumentando consequentemente longo dessa última década, adeo trânsito, a poluição e o emprego de quando a estrutura das cidades e desenvolvendo soluções para que elas mão de obra. Aurélien Jacomy, diretor da se tornassem amigáveis a esse tipo Diagma Brasil, também enxer- de operação? Pelo que diz Raduan, não. “Em ga pontos positivos e negativos. A desvantagem para ele é o custo cidades, bairros mais antigos ou do frete, hoje ainda composto pela tombados pelo patrimônio históequação entrega, veículo e condu- rico, a motivação das restrições é a tor. “É necessário desenvolver uma preservação dos edifícios, das ruas frota mais independente, utilizan- e a impossibilidade de espaço para

o deslocamento de certos veículos”. E isso é um problema, pois nessas áreas, que geralmente possuem um valor por metro quadrado alto, fazendo com que o espaço destinado ao estoque seja diminuído devido ao custo, também existem estabelecimentos com necessidades de abastecimento contínuo. O diretor sênior de Transportes da DHL Supply Chain, Marcius Braga, é mais enfático e diz que ainda existem muitos desafios quanto à infraestrutura das cidades. “Precisamos de uma ação colaborativa entre a iniciativa privada e os órgãos públicos. Ainda não vejo um trabalho coordenado entre quem opera a carga no last mile e quem administra a infraestrutura da cidade”, pontua. Na Friozem, a estratégia é evitar o envio dos VUCs para os grandes centros urbanos onde não há locais para estacionar, por exemplo. “Existem muitas dificuldades. O trânsito de São Paulo continua ruim, e aplicar os VUCs, mesmo com a cubagem completa, não se torna viável devido ao longo tempo dos deslocamentos. Às vezes não conseguíamos finalizar as entregas, gerando devolução”, revela o gerente-geral da unidade de Jandira, Fernando da Silva.

Custos para as cidades estão mais relacionados à quantidade de veículos de carga do que a seu tamanho e peso Abril 2018 - Revista Tecnologística - 37


MOBILIDADE

Divulgação Ativa

Jacomy, da Diagma, discorda. Para ele, quanto à estrutura das cidades brasileiras para a utilização desse tipo de veículo, não existem empecilhos. “Com os caminhões maiores o trânsito tende a ficar mais travado, já os VUCs permitem

manobras mais fáceis, transporte”, frisa. não impactando na Já Araújo, da Ativa, circulação. As grandes não cita aspectos relametrópoles inclusive cionados à infraestruestimulam as operatura das cidades, mas ções de entrega com acredita que os muniveículos urbanos de cípios que ainda não carga”, destaca. estabeleceram uma Raduan concorda zona de restrição irão com o diretor da Diagadotar o modelo mais ma e também concedo ou mais tarde a sidera os VUCs uma fim de minimizar os alternativa viável para impactos causados Araújo: montagem de estruturas as entregas nos granpelas operações na racionais atende pontualmente des centros urbanos. circulação viária. os grandes centros urbanos “Eles correspondem a Práticas operacionais uma capacidade que é uma fração dos veículos de carga maiores, mas Com cidades estagnadas em terequivalem a pelo menos cinco veículos utilitários. É um meio termo mos de melhorias estruturais e gesinteressante considerando as res- tores públicos que pouco investem trições de circulação e o custo de em ações para beneficiar as infraestruturas, sobra para a iniciativa privada mais uma vez buscar soluções e desenvolver estratégias que contribuam com a melhora operacional e reduzam os impactos que a presença dos VUCs causa na mobilidade das metrópoles. Para Raduan, a alternativa para reduzir consideravelmente tanto a quantidade de veículos quanto seus trajetos individuais é aplicar técnicas de planejamento de rotas e itinerários. “Isso já foi provado em grandes frotas e vem sendo adotado gradativamente por pequenos e médios transportadores, que são os maiores protagonistas atuais no abastecimento das cidades”, diz. Os grandes operadores, contudo, continuam a fazer sua lição de casa. Na DHL, grande parte das entregas realizadas na Grande São Paulo é feita por VUCs. São cerca de 80 ativos aplicados no local atualmente, sendo 60 a média que vem se mantendo estável desde que a lei foi promulgada, mas que ganhou o auxílio da tecnologia. Divulgação Ativa

Alternativa para reduzir consideravelmente os trajetos individuais é aplicar técnicas de planejamento de rotas e itinerários

38 - Revista Tecnologística - Abril 2018


lhoramos nossa produnhões de menor portividade em 25%”, calte parece mesmo uma cula Braga. tendência no mercado Há outra ação e também está no raem prática na DHL dar da Friozem. “EsSupply Chain, que é a tamos utilizando os estratégia colaboratiVUCs para entregas va de last mile. Com grandes, de 2 ou 3 toela, a companhia esneladas, para transfetabeleceu um deserência para centros de nho operacional que distribuição ou quanunifica empresas que do o destinatário tem tenham destinatários o perfil de manter um Jacomy: frota deve ser mais comuns, coordenanestoque com grande independente e iniciativa privada do a operação para volume”, conta Silva. precisa adotar as entregas noturnas que as entregas sejam O cenário operaciorealizadas em um único VUC de nal alterou o perfil da frota da Friomaneira estruturada. zem e a modelagem de transporte. Consolidar as cargas nos cami- O gerente revela que há quatro anos Divulgação Diagma

Uma delas é a chamada roteirização dinâmica. Trata-se de um roteirizador estático que, por meio de um algoritmo, disponibiliza a melhor rota para as entregas. O próximo passo da empresa será empregar um roteirizador ainda mais interativo. Em fase de testes, a ferramenta possui variáveis que controlam as ocorrências do dia da entrega e as mantém num histórico. “Estamos evoluindo para uma roteirização em tempo real, permitindo inclusive a logística reversa. Antes os veículos saíam cheios e voltavam vazios. Agora, estamos fazendo com que eles sejam muito mais produtivos. Com esse modelo de distribuição com os VUCs, me-


MOBILIDADE

Divulgação DHL

giram como uma saída 60% dos ativos dispoviável para uma legisníveis, de um total de lação impeditiva e que 50 veículos próprios, eram VUCs. “Hoje, atuao longo dos anos se amos com agregados e tornaram protagonisutilizamos por semana tas nas operações? dois prestadores que Jacomy, da Diagma, usam VUCs”, diz. As assegura que há alguns demais operações, cerexemplos no exterior ca de 25 diariamente, que podem ser replicados no Brasil para são realizadas por vans melhorar ainda mais ou carros menores. a aplicação dos peque“Alteramos a aplicação Braga: faltam ações entre quem nos caminhões. “Precidos VUCs por exigênopera o last mile e quem gere a samos desenvolver as cia e necessidade do infraestrutura da cidade entregas urbanas nomercado. Temos um turnas. Na França, por exemplo, uma perfil volátil de trabalho”, explica. A Ativa Logística segue a recei- grande rede varejista já adota há pelo ta da DHL e aposta na tecnologia menos dois anos esse modelo de abascom sistemas de agendamento de tecimento em suas lojas instaladas coletas e entregas. Além disso, a na capital, Paris. Ele não atrapalha o companhia utiliza as informações trânsito e agiliza a entrega e a repoobtidas por meio da telemetria para sição, uma vez que também não há acompanhar em tempo real as mo- clientes nas lojas”, descreve. vimentações, rastreando as cargas e avaliando a condução do veículo. Ao contrário da Friozem, na Ativa a modelagem operacional é a mesma. O perfil da frota, contudo, também sofreu alterações, mas nesse caso devido à mudança de legislação. Segundo Araújo, em algumas cidades em que a companhia atua o comprimento dos veículos autorizados a realizar entregas passou de 6,30 metros para 7,20 m. “Melhoramos um pouco a rentabilidade, evitando veículos ociosos e improdutivos”, diz.

Restrições, municípios sem infraestrutura e provedores logísticos mantendo suas frotas de VUC, agregando tecnologias para maximizar as operações. O cenário atual apresenta os mesmos gargalos e provoca as empresas a continuarem a evolução. Mas o que será que o futuro reserva para os veículos urbanos de carga, que sur40 - Revista Tecnologística - Abril 2018

Divulgação DHL

Tendências

VUCs permitem uma reposição mais frequente de produtos, a diminuição de rupturas e a redução da complexidade na gestão de inventário

No Brasil, o executivo garante que esse modelo é viável e será uma tendência, uma vez que em São Paulo, por exemplo, o trânsito está cada vez mais crítico. “Depende do poder público, mas acredito que a iniciativa privada deve incentivar e adotar as entregas noturnas no município.” A DHL já tem feito isso. “Uma


Divulgação Friozem Divulgação Friozem

das nossas ações é migrar o horá- lização dos veículos urbanos de carrio de entregas urbanas, realizan- ga em operações com grandes vodo operações com os lumes, é destiná-los VUCs à noite e de maa entregas exclusivas drugada. Temos conou centralizadas, feiseguido sucesso com tas em CDs. algumas operações, Na opinião de mas isso não envolve Araújo, da Ativa, será apenas o operador lopreciso montar esgístico, envolve tamtruturas racionais a bém o cliente e o desfim de prestar atentinatário”, reconhece. dimento pontual nos Para Braga, é preciso grandes centros urbahaver um trabalho conos. “O modelo opelaborativo da cadeia, racional será aplicado Silva: VUCs aplicados em grandes de acordo com as nee ele vem observanentregas e operações exclusivas do cada vez mais uma cessidades e a soliciou centralizadas mudança no sentido tação de cada cliente. de que as distribuições em horários Temos que nos adequar para atendiferenciados aconteçam. “Temos der com excelência”, frisa. mais produtividade da frota, são mais entregas e menos consumo de Fábio Penteado combustível. Isso tem evoluído. Na Ativa Logística: (11) 2902-5000 DHL, já temos cinco clientes fazenDHL Supply Chain: (19) 3206-2200 do uma avaliação desse modelo de Diagma do Brasil: (11) 3141-0249 distribuição”, divulga. Friozem: (11) 4789-8200 Já na Friozem, Silva acredita que Visilog: (11) 2618-5154 a tendência, além de ampliar a uti-


ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN

A importância da correta definição de uma rede logística Bernardo Falcão

Introdução A função básica da logística é disponibilizar os produtos comercializados em suas especificações, quantidades e locais corretos. Para isso ocorrer de forma eficiente e eficaz é necessário dispor de recursos e competências alinhados à complexidade do desafio que a função logística tem à sua frente. Não se pode exigir, por exemplo, entregas em qualquer lugar do país em menos de 24 horas a um preço acessível, mas com disponibilidade de estoque concentrada em apenas uma localidade. Nesse caso, certamente será necessário pulverizar os pontos de estocagem por toda a extensão do país. Em situações desse tipo, surgem questionamentos a respeito da quantidade e do posicionamento geográfico dessas localidades que otimizariam a função logística da empresa. Diante disso, esse artigo tem por objetivo responder a esse tipo de questionamento sobre redes logísticas por meio de uma análise estratégica e tático-operacional do negócio.

Alinhamento estratégico Uma rede logística é a estrutura de instalações físicas internas que uma empresa enxerga como ideal para atender a sua demanda. Todavia, esse conceito de estrutura ideal é extremamente subjetivo e depende da avaliação de diversos fatores estratégicos definidos internamente, além de outras variáveis mercadológicas. Uma empresa pode ter em sua proposta de valor a rapidez e a inovação como pilares fundamentais de seu negócio, como é o caso de indústrias do setor de tecnologia, por exemplo. Nesse caso, uma rede ágil e capaz de lidar com eventuais contratempos na disponibilização de seus produtos é preferível, mesmo que inevitavelmente incorra em custos operacionais maiores. Por outro lado, empresas que possuem uma proposta de valor de alto volume e baixa margem de contribuição, com produtos de características mais funcionais e menos inovativas, não podem se dar esse luxo. A ideia para esse tipo de empresa é ter uma estrutura de instalações logísticas com o fluxo mais enxuto possível, evitando ao máximo desperdícios, 42 - Revista Tecnologística - Abril 2018

excessos e custos operacionais extras, mesmo que isso inevitavelmente incorra em uma perda de agilidade e em uma falta de flexibilidade para eventuais situações imprevistas. Dessa forma, temos uma balança com dois extremos relativos aos objetivos estratégicos de uma rede logística (figura A). Em um extremo, uma estrutura ágil, possivelmente com diversas instalações, múltiplos fornecedores capacitados, estoque elevado e frequente utilização de transporte premium. No outro extremo, uma estrutura enxuta com menor número de instalações, menor quantidade de fornecedores qualificados, baixo nível de estoque e utilização massiva de transporte standard. Apesar da segunda situação claramente obter vantagens em custo, ela é dificilmente aplicável a produtos de características inovativas, que exigem alta disponibilidade e rapidez de resposta à demanda, mas ao mesmo tempo conseguem ser vendidos carregando margens elevadas. Sob essa mesma ótica, a primeira situação claramente possui vantagens na facilidade de gestão, que, todavia, geram custos extras impossíveis para produtos de baixa margem e alto volume, como a grande maioria dos produtos das indústrias alimentícias, por exemplo. Surge então a clássica situação de trade-off entre custos e nível de serviço, ou o quanto a empresa estaria disposta a gastar como

Figura A


Figura B - Tabela teórica - magnitude das setas pode variar consideravelmente

forma de ter uma disponibilidade e rapidez de entrega maior para seus produtos. É importante ressaltar que esse tipo de decisão é estratégica, devendo ser tomada em conjunto pela alta cúpula da empresa, considerando inputs das áreas de Marketing, Finanças e Operações. Além disso, são decisões de longo prazo e difíceis de serem revertidas, devendo ser embasadas mais em dados históricos e projeções futuras concretas e menos em suposições.

Definindo a melhor rede logística Com os objetivos estratégicos bem compreendidos, as definições de rede logística já possuem subsídios importantes para serem iniciadas. Todavia, uma série de outras variáveis tático-operacionais ainda necessitam ser mapeadas como forma de se obter uma resposta ótima para a localização e a quantidade ideal de instalações logísticas da empresa. Primeiramente, é importante levar em consideração os benefícios e prejuízos de cada tipo de instalação (figura B). Uma unidade fabril, por exemplo, pode possuir benefícios fiscais de produção que incidem diretamente sobre seu preço de venda, sendo uma ótima opção para venda direta para clientes localizados em sua proximidade. Mas com o afastamento geográfico dos clientes, sobem os custos de transporte para distribuição, possivelmente não compensando os benefícios de produção. Nesses casos a abertura de um centro de distribuição pode surgir como uma opção, já que os custos de transporte se reduzem substancialmente com a consolidação dos produtos em um veículo de maior porte, mas por outro lado incluem-se custos operacionais do CD, tais como energia, aluguel, mão de obra e equipamentos, além de um aumento no nível geral de estoques.

Outra opção de menor custo operacional são os pontos de transbordo, que não possuem espaço para armazenagem de produtos, mas necessitam de uma frequência de recebimento possivelmente maior, o que acaba por aumentar os custos de transferência. Além disso, por não ser uma unidade concentradora de estoques, os pontos de transbordo permitem a manutenção de eventuais benefícios fiscais produtivos, todavia mantendo também os maiores prazos de entrega a partir da fábrica. É importante alinhar essas opções de instalações logísticas com os objetivos e especificidades da rede em questão. Outra definição importante é o levantamento de locais potenciais para essas unidades. Usualmente esse levantamento prévio leva em consideração a densidade de demanda da empresa, já que a proximidade geográfica ao cliente possivelmente traz benefícios em custos de distribuição. Entretanto, esse levantamento também deve incluir outras variáveis importantes em termos de custos, como a proximidade de fornecedores e a presença de benefícios fiscais. Uma fábrica de laticínios certamente se beneficia em termos de custos de matéria-prima ao localizar sua fábrica próxima a uma bacia leiteira, ao mesmo tempo que uma empresa de tecnologia incorpora diversos benefícios de produção ao instalar sua unidade produtiva em uma zona com incentivos governamentais, por exemplo. Dessa forma, é necessário, em um primeiro momento, estudar todas as opções potenciais para avaliar qual delas melhor atende aos objetivos estratégicos em questão, sejam custos ou nível de serviço. Uma etapa também de fundamental importância é o levantamento de custos. Toda e qualquer variação de custo deve ser considerada na análise da rede ideal, sendo ela de armazenagem, transferência, distribuição, produção, estoque ou fiscal. No entanto, a maior parte desses custos é desconhecida, já que se refere a novas localidades e/ou operações nunca antes realizadas. Nesse caso, é necessário utilizar valores-base reais de operações consolidadas e desenvolver uma metodologia para projeção desses valores desconhecidos. Projetar os custos de uma operação de transferência utilizando valores proporcionais à distância entre as instalações é uma aproximação válida, por exemplo. Outras projeções devem levar em conta as especificidades da operação, como a captura de um benefício fiscal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em determinada unidade federativa (UF), ou a variação do custo de matéria-prima em determinado município próximo ou distante dos principais fornecedores. Por fim, se faz necessário projetar todos os custos de todas as localizações potenciais de forma a tornar possível a comparação entre os cenários levantados. Ao fim de todos os levantamentos, os cenários de decisão devem refletir os custos e o nível de serviço das opções Abril 2018 - Revista Tecnologística - 43


ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN

Conclusões

Figura C

potenciais levantadas previamente. Esse mapeamento deve quantificar clara e objetivamente os níveis de trade-off entre essas duas variáveis. É esperado que quanto maior o número de instalações da rede logística em questão, maiores a agilidade e flexibilidade de seu atendimento ao cliente, mas também maiores os custos. A decisão de capturar um benefício fiscal ou estar fisicamente próximo a fornecedores tem impacto direto na redução de custos logísticos, mas possivelmente também aumenta prazos de entrega. Por se tratar de decisões de longo prazo, não se pode deixar de avaliar também cenários de demanda futura, já que uma alteração geográfica na densidade de demanda pode alterar completamente os resultados da rede de atendimento ideal. Uma projeção de crescimento futuro da demanda no Nordeste, por exemplo, pode viabilizar a captura de um benefício fiscal de produção oferecido pelo governo local. Dessa forma, é importante realizar uma avaliação conjunta de cenários com a demanda atual e futura para evitar resultados subótimos no longo prazo ou altos custos de mudança incorridos posteriormente à tomada de decisão inicial. Os resultados esperados nesse tipo de estudo dificilmente refletem apenas mudanças pontuais e simples de serem implementadas, portanto é importante estar preparado para altos investimentos e um longo cronograma de execução dessas modificações na rede logística em questão. A mudança de localização de uma unidade fabril, por exemplo, depende de intenso suporte da área de engenharia para a instalação das linhas de produção, além de forte atuação da área de Recursos Humanos no desligamento e na contratação de toda mão de obra operacional envolvida. Aberturas de CDs não são menos complexas, já que exigem todo um estudo de capacidade, layout ideal, quantidade de docas e mão de obra necessária. Ainda é papel do estudo de redes mapear os benefícios de cada alteração individualmente e recomendar a ordem ideal de implementação, dada a relação de ganhos sobre investimentos necessários. 44 - Revista Tecnologística - Abril 2018

O principal objetivo de qualquer estudo de rede é encontrar a quantidade e a localização ideais das instalações logísticas e produtivas de uma empresa de acordo com objetivos estratégicos previamente determinados. Essa estratégia consegue direcionar as decisões de rede para o ponto ideal na curva de trade-off entre custos e nível de serviço (figura C). Do ponto de vista de resultados, a implantação de uma rede ideal pode reduzir os custos logísticos e de produção sem perdas de nível de serviço, ou por outro lado aumentar esse serviço ao cliente sem consequentes perdas em custo. Assim sendo, esse tipo de estudo, além de relevante do ponto de vista logístico, pode também ser uma importante iniciativa de marketing, já que sua implantação pode resultar em uma significativa vantagem competitiva em termos de agilidade de resposta ao cliente, principalmente em mercados dinâmicos como os de tecnologia e de moda. De qualquer forma, independentemente de quais sejam os objetivos estratégicos da empresa, é sempre também importante o desenvolvimento de planos de contingência contra eventuais rupturas. A utilização de transporte aéreo para movimentações entre unidades, a utilização temporária de armazéns de terceiros e a produção a partir de parceiros pré-determinados são exemplos de alternativas a serem exploradas em casos de eventos inesperados que impossibilitem a disponibilidade dos produtos, já que a perda de vendas pode vir a ser catastrófica para a imagem e para as finanças da empresa. Certo é que decisões de rede bem planejadas e executadas alinhadas a planos de contingência eficientes podem gerar vantagens competitivas significativas para empresas, independentes da complexidade do mercado em que elas atuam. O segredo está na qualidade e na robustez dos projetos de planejamento e na implementação dessas iniciativas.

Referências FISHER, Marshall. What is the Right Supply Chain for Your Product. Harvard Business Review, 1997. LEE, Hau. The Triple-A Supply Chain. Harvard Business Review, 2004. WANKE, P. F.; CORREA, H. Supply Chain Management and Logistics Complexity: a Contingency Approach. International Journal of Logistics Economics and Globalisation, v. 4, p. 239, 2012.

Bernardo Falcão Consultor do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) bernardo.falcao@ilos.com.br (21) 99518-5130



EVENTO

Soluções integradas de ponta a ponta A 24ª edição da Intermodal South America recebeu 32 mil visitantes entre os dias 13 e 15 de março, no São Paulo Expo, localizado na capital paulista, que puderam conferir as novidades apresentadas por mais de 400 empresas nacionais e internacionais. Neste ano, a feira – maior evento de logística da América Latina – adotou um posicionamento diferente, mais abrangente, trazendo soluções e serviços que atendem ao mercado em sua totalidade, de ponta a ponta. De acordo com Jean-François Quentin, presidente da UBM Brazil, organizadora da Intermodal, a mudança foi um sucesso e será mantida na próxima edição, que acontecerá de 19 a 21 de março de 2019, mais uma vez em São Paulo. Confira a seguir as principais novidades anunciadas durante a feira

46 - Revista Tecnologística - Abril 2018


O governo federal assinou, no primeiro dia da feira Intermodal South America, um acordo que prevê uma série de ações para capacitação dos trabalhadores do sistema portuário. O Memorando de Entendimento para Cooperação Técnica firma um acordo entre o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e o Centro de Treinamento Portuário de Flandres, afiliado ao Porto de Antuérpia, na Bélgica. O acordo foi chancelado pela Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) e diversas entidades do setor. O documento, direcionado aos profissionais das áreas portuária, administrativa e operacional, prevê a formação e a qualificação dos trabalhadores e a transferência de tecnologia. Segundo o presidente da ATP, o almirante Murillo Barbosa, serão mais de 18 mil trabalhadores do sistema portuário beneficiados pela iniciativa. “Essa parceria nos permitirá promover o desenvolvimento de capacidades”, disse. Ainda segundo o executivo, os profissionais terão a oportunidade de ampliar conhecimentos nas suas áreas de atuação e, assim, contribuir para a modernização dos serviços do setor e, consequentemente, trazer mais eficiência e melhoria dos resultados econômicos para o Brasil. O acordo entre o centro de treinamento belga e o sistema portuário brasileiro tem validade de três anos. Para a execução da iniciativa, a implementação dos projetos poderá contar com recursos financeiros governamentais e não governamentais, captados pelas entidades conforme os respectivos projetos de execução. Ministério dos Transportes: (61) 2029-7000

• Latam Cargo Brasil investirá R$ 7 milhões em 2018 A Latam Cargo Brasil apresentou seu plano de investimentos para 2018. Com expectativa positiva para o mercado aéreo de cargas, a unidade do Grupo Latam Airlines investirá mais de R$ 7 milhões em infraestrutura neste ano, em complemento aos aportes de R$ 94 milhões já realizados nos últimos cinco anos na construção e em reformas de terminais e sistemas de tecnologia e segurança. A companhia também anunciou que incrementará seu transporte internacional de cargas, com a criação de novas rotas pelo Grupo Latam, o que tornará mais robustas as operações nos hubs de Guarulhos (SP) e Brasília e aumentará a oferta de cargas paletizadas na rota São Paulo/Guarulhos-Manaus-São Paulo/Guarulhos, a principal da companhia. Segundo o diretor-geral da Latam Cargo Brasil, Diogo Elias, a empresa está com uma perspectiva bastante positiva em relação à retomada econômica do país, especialmente com a recuperação da produção industrial, dado que o transporte de maior valor agregado é de produtos industrializados. “Com essa retomada, a tendência é de que sejamos mais demandados pelas indústrias, bem como para o atendimento de e-commerce, que está em franco crescimento”, afirma. Para atender à expansão desse mercado, a companhia vai ampliar seu plano de investimentos em 2018, com mais R$ 7 milhões destinados às reformas e melhorias dos terminais de carga de Confins, Vitória, Porto Alegre, Brasília e mais as salas das áreas internacionais de Guarulhos. Divulgação

• Brasil fecha acordo de capacitação técnica com o Porto de Antuérpia

Com isso, a Latam Cargo estima incrementar em 14% as operações no hub de Guarulhos e em 9% as operações no hub de Brasília, com aumento do transporte de carga em aviões de passageiros e cargueiros, também como reflexo da expansão dos voos da Latam Airlines nesses aeroportos. Ainda no mercado doméstico, devido ao crescimento do transporte de produtos industrializados entre os dois principais polos desses produtos, Guarulhos e Manaus, a companhia vai ampliar em mais de 60 toneladas diárias as cargas paletizadas nessa rota aos seus clientes. “Os investimentos de R$ 94 milhões que realizamos nos últimos cinco anos, mesmo durante o período de recessão, nos deram condições de atender a recuperação da demanda, como havíamos previsto. E vamos manter esses aportes, porque o mercado continua em expansão e o modal aéreo está sendo cada vez mais procurado devido à qualidade do transporte, à segurança e à velocidade da entrega”, ressalta Elias. Os produtos transportados que estão apresentando maior taxa de crescimento no Brasil são os eletrônicos (celulares e notebooks), fármacos, confecções e perecíveis, que respondem por 50% do total transportado pela unidade de cargas da Latam. Já refletindo a reação do mercado, o guidance da Latam Cargo para 2018 – incluindo todos os mercados do grupo, Abril 2018 - Revista Tecnologística - 47


EVENTO

Latam Cargo: 0300 115-9999

• GLP divulga empreendimentos utilizando realidade virtual e game

Divulgação

A GLP, companhia que atua no setor de construção e locação de instalações logísticas, mostrou uma ferramenta de realidade virtual e aumentada, proporcionando uma experiência imersiva em realidade mista. O GLP Holographic Views apresenta a maquete virtual do empreendimento GLP Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, último lançamento da empresa. Quando totalmente concluída, a estrutura contará com 342 mil m² de área total. Os dois galpões concluídos recentemente somam 60 mil m². Para visualizar o espaço é preciso usar os óculos de realidade mista,

que unificam a realidade virtual com a realidade aumentada, projetando imagens tridimensionais. Com o GLP Holographic Views é possível fazer um tour completo pelo empreendimento, além de interagir com hot points, que oferecem informações adicionais do empreendimento, e até mesmo levantar o teto do galpão para observar as características e diferenciais da área interna. Outra proposta apresentada pela GLP na feira é um game de realidade virtual. A tecnologia permite transportar o cliente para dentro de um dos galpões da empresa de forma lúdica. Sentado em um carrinho simulado virtualmente, o usuário vai conhecer os diferenciais do galpão GLP para que ao final possa marcar pontos de acordo com o aproveitamento das posições-palete. Segundo o presidente da GLP no Brasil, Mauro Dias, o objetivo é mostrar o nível de aproveitamento e eficiência que os empreendimentos GLP oferecem para as operações dos clientes. “O game tangibiliza o que a GLP vem enfatizando ao mercado: a importância de analisar um galpão além do custo do metro quadrado”, diz. O executivo aproveita o evento e faz as projeções para 2018. Segundo ele, a meta para este ano é acelerar o ritmo de construções. A previsão é de que a empresa construa 250 mil m²

48 - Revista Tecnologística - Abril 2018

até o final do ano em terrenos localizados num raio de 40 km da cidade de São Paulo. Vale lembrar que hoje a companhia possui 2,8 milhões de m² locados e tem a capacidade de construir mais 2 milhões de m². GLP: (11) 3500-3700

• Transvip Brasil investirá R$ 5 milhões para reforçar infraestrutura em 2018

Divulgação

nos quais o Brasil é um dos principais – aponta crescimento entre 1% e 3% no transporte de cargas em 2018, frente a uma retração de 7% em 2017. Somente em janeiro, houve crescimento de 5% nas operações na comparação com o mesmo mês do ano anterior, passando de 281 milhões para 295 milhões de toneladas de cargas transportadas. A taxa de ocupação avançou, no mesmo período, de 51,8% para 53,3%, aumento de 1,5 ponto percentual.

A Transvip Brasil, empresa que atua no transporte de valores e de cargas, segurança patrimonial, vigilância e gestão de caixas eletrônicos, levou para a Intermodal suas soluções em transporte de cargas especiais por meio de veículos blindados. Em seu estande, a empresa expôs uma de suas carretas blindadas, o que possibilitou aos clientes conhecer com detalhes como as cargas são transportadas e o funcionamento do serviço. A companhia também aproveitou o evento para anunciar seus investimentos no transporte de cargas especiais para 2018. A previsão é aplicar R$ 5 milhões na compra de novas carretas e de outras tecnologias de segurança, reforçando a frota que hoje conta com 13 veículos, sendo seis carretas blindadas.


Divulgação

O diretor-geral da Transvip Brasil, Marcos Guilherme Cunha, divulga que a empresa está aguardando a chegada de mais dez carretas blindadas que irão ampliar o portfólio de veículos de transporte de cargas. Há mais investimentos definidos. O executivo informa que a empresa planeja oferecer já neste ano serviços de transporte com bitrens, que comportam mais produtos, já que têm uma capacidade de carga maior. O diretor informa que a empresa oferece hoje uma operação diferenciada no transporte de cargas especiais, com vigilantes que viajam dentro das cabines dos caminhões, rastreamento via satélite e seguro agregado. A Transvip oferta, ainda, uma solução de transporte de cargas com alto valor agregado, desde a contratação do serviço até a entrega do material em seu destino. “A grande vantagem para quem contrata o serviço é receber todos os serviços de apenas um fornecedor, o que torna a operação mais barata e segura, já que será gerenciada pela mesma equipe”, afirma. O executivo ressalta que

a Transvip Brasil também oferece um pacote de serviços com tecnologia e segurança em todo o trajeto, rastreamento do veículo via satélite com GPS, sistema de videomonitoramento, botão de pânico que envia informações à central sobre qualquer perigo, fechadura randômica, sensores de portas e sirenes e equipe armada com quatro vigilantes que viajam dentro do veículo. Além disso, existe o seguro agregado ao valor de contratação do serviço, que pode chegar até R$ 12 milhões. Transvip: (11) 3757-5000

• Novo simulador entra em operação na Wilson Sons Rebocadores

A Wilson Sons Rebocadores, empresa de apoio portuário do Grupo Wilson Sons, divulgou a modernização de seu simulador de manobras. Localizado no Guarujá (SP), o Centro de Aperfeiçoamento Marítimo William Salomon (CAMWS), onde está instalado o novo simulador de manobras da companhia, é usado para o treinamento de sua tripulação, que conta com mais de 550 marítimos. Segundo o gerente de Frota e da Central de Operação de Rebocadores (COR), Pedro Lima, o software anterior não atendia a todos os aspectos que a companhia precisava. “Buscamos no mercado uma alternativa. Analisando as opções apresentadas, escolhemos a tecnologia da empresa Transas”, diz. Para os comandantes, a mudança estrutural fica bem evidente logo ao entrar na sala do simulador. O antigo equipamento contava com três projetores que criavam uma tela de 120°. Hoje, a visão é de 220°, com nove monitores ultra HD de 65 polegadas. “A resolução é infinitamente superior”, revela Lima.


EVENTO

O novo sistema conta com uma biblioteca de mais de 400 modelos de embarcações. “Temos diversos tipos de rebocadores simulados pelo software, incluindo os de apoio marítimo conhecidos como Platform Supply Vessel (PSV), empurradores, lanchas, plataformas de petróleo, navios mercantes, navios militares e barcos de pesca. Com essa variedade, poderemos atender também a outras empresas, como as que prestam serviços em hidrovias e apoio offshore.” Além de embarcações distintas, aumentou também a variedade de cenários, que simulam portos no Brasil e no exterior. Há também interação total com o ambiente, já que o equipamento reproduz condições ambientais diversas, como corrente marítima, maré, vento, chuva, neblina, período diurno e noturno e possíveis avarias operacionais à embarcação. O simulador conta, também, com um radar de alta definição, cartas eletrônicas e painel de alarmes, reproduzindo todas as situações possíveis.

20 metros de elevação, suportando até 11 toneladas”, ressalta. A empresa já fornece equipamentos de movimentação de contêineres vazios desde 1996, entretanto, a série E214 marca uma nova era nesse segmento dentro da Hyster, uma vez que o modelo recebeu mudanças significativas. A principal delas é que o equipamento virá de série com a exclusiva tecnologia de telemetria da Hyster. Com ela o cliente pode gerenciar toda sua operação, tendo acesso a diversas informações, como sobre colisões sofridas pelo equipamento, além de envio de mensagens via SMS e alertas com base nos dados gerenciados via portal, possibilitando a gestão de parâmetros como produtividade, custos operacionais, manutenções preventivas e certificações dos operadores, informações que são disponibilizadas por meio de um portal customizável e de fácil manuseio. Isso tudo permitirá aos clientes terem acesso a uma importante solução de gerenciamento de frotas.

Wilson Sons: (21) 2126-4222

A Hyster, marca global de equipamentos de movimentação de materiais pertencente ao grupo Hyster-Yale, apresentou durante a Intermodal a nova versão da série E214 voltada para a movimentação de contêineres vazios que, segundo a companhia, tem como característica principal ser a maior em capacidade de elevação do segmento. Segundo o gerente regional de Vendas Big Truck da Hyster-Yale, Alexandre Barreto, a nova série E214, já disponível no mercado brasileiro, é uma das máquinas mais robustas da Hyster na família de manipuladores de contêineres vazios. “Esse equipamento pode atingir 50 - Revista Tecnologística - Abril 2018

Divulgação

• Movimentador de contêineres vazios é a aposta da marca Hyster

O gerente de Treinamento e Serviços da Hyster-Yale do Brasil, Renato Arena, explica as vantagens da tecnologia. “A solução de telemetria da Hyster foi totalmente projetada para atender clientes que necessitam ter maior controle de sua frota. É possível ter acesso, por exemplo, por meio do portal customizável, a informações importantes sobre a operação dos equipamentos, tais como dados sobre o consumo de combustível, para equipamentos com motorização a diesel de grande porte, como a nova série, número de contêineres movimentados e impactos. Além disso, esse controle sobre a operação possibilita uma análise da frota e seus operadores, permitindo um controle abrangente sobre o homem e a máquina”, diz. Ademais, a nova série E214 tem alta durabilidade, podendo trabalhar até 20 mil horas, índice detectado após diversos testes realizados pela equipe de engenharia da Hyster. A nova torre, por exemplo, recebeu um recuo de 103 mm, o que proporcionou um novo reposicionamento dos cilindros de elevação, permitindo ao equipamento uma maior capacidade de carga com o mesmo contrapeso que era utilizado nos equipamentos de séries anteriores. Outro diferencial que a nova versão traz é no item visibilidade. “Após o reposicionamento das travessas de reforço da torre e dos cilindros de elevação e inclinação, é possível notar uma sensível mudança na visibilidade do operador de dentro da cabine, proporcionando uma maior amplitude da visão”, complementa Barreto. Há outras inovações, como novos roletes, torres, chassi e também display 100% digital de diversas funções, como contador de contêineres, indicação de altura e medição em tempo real do consumo de combustível. Hyster-Yale: (11) 5683-8500



EVENTO

Divulgação

A Prosegur levou para a feira Intermodal o rodotrem Mercedes-Benz 2644 Axor, caminhão empregado no transporte de mercadorias de alto valor agregado. O veículo de grande porte é composto por um cavalo-mecânico blindado, equipado com tecnologia de segurança embarcada. O ativo permite o engate de duas carretas, proporcionando 55 toneladas de capacidade de carga em diferentes configurações. Entre os itens movimentados estão medicamentos, celulares, eletroeletrônicos e cigarros. O diretor Comercial e de Estratégia da Prosegur Cash – divisão responsável pelos serviços de logística de valores e gestão de numerário –, Sérgio França, explica que a companhia busca estar sempre alinhada às necessidades dos clientes, independentemente da área de atuação. “Para isso, investimos em tecnologias que facilitem o transporte de valores e que permitam carregar diferentes tipos de carga. Esse esforço pode ser percebido no rodotrem MB 2644 Axor, maior veículo da América Latina para o transporte de cargas especiais, que

faz parte agora da frota da companhia.” A Prosegur aproveitou o evento e também divulgou seu plano de investimento. Para seguir atendendo às demandas do mercado, serão aplicados R$ 10 milhões no segmento de transporte de cargas especiais em 2018. A meta é ampliar a frota com a aquisição de veículos, novos equipamentos, ferramentas e sistemas para a gestão do serviço. Apenas a frota dedicada à operação de cargas especiais deve crescer cerca de 60%. França diz que a companhia começou a atuar no segmento de cargas especiais em 2011 e, desde então, esse mercado cresceu muito e a tendência é que a demanda continue em uma linha ascendente. “Assim, estamos investindo para continuar atendendo os clientes da melhor forma e seguir com sinistralidade zero”, diz. Para o final de 2018, devido às ações divulgadas, a meta é crescer 54% na receita desse segmento. Outra novidade divulgada durante a feira foi a ampliação das operações de cargas fracionadas, responsáveis pela coleta e entrega de volumes menores. O conceito será levado para as bases localizadas nas principais capitais do Brasil, oferecendo uma nova alternativa de transporte aos clientes. Para esse serviço, será utilizada a frota de carros-fortes, composta por 1.600 veículos, ideal para cargas de pequeno porte. Divulgação

• Prosegur foca investimentos no segmento de cargas especiais

52 - Revista Tecnologística - Abril 2018

Prosegur: 0800 709-0220

• Fronius disponibiliza soluções para maximizar utilização das baterias A multinacional austríaca Fronius marcou presença na Intermodal e apresentou alguns dos produtos que compõem o seu portfólio. Um dos destaques foi o carregador Selectiva 2kW, uma solução inteligente e econômica para baterias tracionárias menores. Com sua aplicação, os usuários de empilhadeiras elétricas podem reduzir o consumo de energia e os custos operacionais e, ao mesmo tempo, prolongar de forma significativa a vida útil das baterias. Ao contrário de processos convencionais, o carregamento Ri não fixa a curva característica a uma corrente predeterminada, ou seja, a sobrecarga que é responsável por grande perda de energia e pelo aquecimento nocivo da bateria, mantendo-a reduzida no nível mínimo. Graças à inteligente tecnologia Ri, a Fronius alcança um grau de eficiência de carregamento de aproximadamente 90%. Em comparação com outros métodos de carregamento, os clientes finais podem economizar até 30% do seu custo de energia para carregar a bateria.


Outro item apresentado na feira foi o Cool Battery Guide Easy, solução que otimiza a utilização da bateria por meio do sistema de informação e gerenciamento. Sintetiza-se em uma unidade de controle ligada a uma faixa de LED em cada sistema de carregamento da bateria, que informa ao usuário qual bateria foi carregada há mais tempo. Isso garante que todas as baterias serão utilizadas igualmente com a mesma frequência e com tempo suficiente para resfriar. Para completar, a empresa mostrou o Switch Box, solução que tem como meta eliminar o problema de baterias descarregadas, que perdem eficiência quando estocadas por muito tempo. Quando conectado a um sistema de carregamento de bateria da linha Selectiva, o sistema é capaz de conectar até dez baterias, que são carregadas sucessivamente, graças ao recurso de detecção automática de voltagem da família Selectiva. O Switch Box pode conectar de forma flexível as baterias com 12 a 80 volts e com diferentes capacidades. Fronius: (11) 3563-3800

• Jadlog lança serviço internacional de remessas expressas A Jadlog anunciou o lançamento de seu novo serviço de remessas expressas internacionais na modalidade porta a porta, com cargas de até 30 quilos. A novidade nasce apoiada na infraestrutura internacional da DPDgroup, a segunda maior rede de entrega de encomendas da Europa, que adquiriu 60% da Jadlog em janeiro de 2017. O novo serviço atenderá um total de 154 países e com ele a Jadlog está focada em elevar sua participação no mercado brasileiro, que movimenta mais de 70 milhões de remessas in-

ternacionais ao ano. Na exportação, ele foi concebido para atender aos anseios dos pequenos e médios clientes, que desejam enviar seus documentos, encomendas, amostras e pequenas exportações, limitados legalmente ao valor de US$ 10 mil por remessa. Já na importação, o serviço é voltado ao transporte de documentos, amostras e encomendas destinadas a pessoas físicas ou empresas, limitados ao valor máximo de US$ 3 mil. A Jadlog oferece o serviço de coleta e entrega em todos os municípios brasileiros, por meio das mais de 500 franquias espalhadas por todo o território nacional. “Um dos pontos fortes da Jadlog é a capilaridade de rede, presente em pequenos e médios municípios, ao contrário dos concorrentes, que estão apenas em grandes municípios”, destaca Bruno Tortorello, presidente da empresa. O fluxo de exportação das remessas é direcionado aos hubs da DPDgroup localizados estrategicamente em cidades da Europa e dos Estados Unidos. “Na importação, contamos com a infraestrutura da DPDgroup, o que nos permite ser extremamente competitivos. Além disso, apoiados na velocidade das operações da Jadlog, conseguiremos oferecer, para locais estratégicos, a entrega no mesmo dia da chegada da mercadoria ao Brasil, o que nenhum dos competidores estabelecidos é capaz de fazer”, explica Tortorello. Quem exportar para países europeus por meio da Jadlog terá o benefício de uma plataforma on-line, que simplifica o pagamento de impostos nos países de destino e exclui processos manuais. Em breve, a tecnologia estará incorporada também às importações destinadas ao Brasil. Além de simples e rápida, a plataforma notifica por e-mail os destinatários, tornando o processo de liberação das


EVENTO

remessas mais célere e assertivo. A Jadlog anunciou ainda que implementará, em breve, o Jadlog Web Shipping, um sistema de autoatendimento on-line com que o cliente exportador consegue emitir o conhecimento de transporte eletrônico (CT-e) internacional no seu próprio computador. As informações digitadas pelo cliente para o preenchimento do CT-e também produzirão de forma on-line a fatura comercial, que é o documento para transporte internacional exigido pelas alfândegas tanto na saída do Brasil como no país de destino. O Jadlog Web Shipping, além de disponibilizar o full tracking da remessa ao longo do roteiro, também permitirá ao cliente consultar on-line as restrições impostas por cada país para exportação. Jadlog: (11) 3563-2000

• Brado investe R$ 30 milhões em vagões double stack

Divulgação

A Brado Logística apresentou um projeto que envolve a aquisição de 74 vagões double stack e totaliza um investimento de R$ 30 milhões. O objetivo da companhia com a novidade é otimizar a operação de movimentação de contêineres no trecho entre Rondonópolis (MT) e Sumaré (SP).

Os vagões double stack são fabricados pela AmstedMaxion e a previsão é que sejam entregues a partir do mês de julho. O primeiro deles, que já está na Brado, é um protótipo em fase de testes. Com capacidade para empilhar até três contêineres, sendo um de 40 pés e dois de 20 pés, o equipamento permite uma operação mais sustentável, com ganhos significativos de produtividade e rentabilidade, transportando mais contêineres em um mesmo trem e reduzindo custos operacionais. De acordo com a própria Brado, os equipamentos devem proporcionar um ganho de aproximadamente 40% na capacidade de carga movimentada na rota. “O uso do double stack vai fortalecer a integração multimodal entre ferrovia, rodovia e porto”, diz o diretor Comercial e de Operações da Brado, Marcelo Saraiva. “Vamos ampliar nossa participação no mercado de exportação e, consequentemente, promover o crescimento na importação e no mercado interno com a movimentação de contêineres.” Para viabilizar a nova operação, a Brado desafiou seus colaboradores a desenvolver um projeto que tinha como ponto de partida proporcionar o crescimento da operação utilizando a mesma quantidade de trens em circulação. O aprimoramento também envolveu avaliações sobre operações com double stack no mercado internacional. A partir dessa experiência, a companhia buscou parceiros e desenvolveu soluções para aplicar esse modelo no Brasil, diante da realidade econômica e geográfica do país. “É um trabalho de inteligência logística que envolveu análises criterio-

54 - Revista Tecnologística - Abril 2018

sas de diversas áreas da companhia, desde os departamentos Comercial e de Planejamento até o setor de Ativos e a Operação”, explica Saraiva. “O vagão foi desenvolvido de maneira exclusiva e customizada para atender às necessidades dos nossos clientes.” Os vagões double stack fazem parte de uma nova fase no plano de expansão da Brado. Projetando aumentar em 30% os negócios em 2018, a companhia vem reestruturando os seus serviços e concentrando os estudos na logística de contêineres em rotas de longa distância e na operação round trip (ciclo completo, no qual os vagões circulam com contêineres cheios tanto na ida quanto na volta). Essas medidas têm por objetivo otimizar o aproveitamento da infraestrutura ferroviária nos principais centros de consumo do Brasil, tornando os fluxos mais sustentáveis e viáveis. “Devemos passar dos cerca de 60 mil contêineres que movimentamos no ano passado para 77 mil contêineres cheios em 2018”, projeta Saraiva. A estimativa considera o quadro econômico e a necessidade de o país aproveitar os benefícios do modal ferroviário na movimentação de contêineres. “A participação do mercado interno e das importações nos negócios da Brado, que neste ano está em 20%, deve chegar a 30% no próximo ano. A exportação de grãos em pequenos lotes vem se expandindo. A utilização de contêineres confere muito mais segurança e qualidade a essas operações. Estamos preparados para o crescimento ainda na movimentação de commodities, como açúcar e carnes congeladas, a partir de São Paulo, Mato Grosso e Paraná”, finaliza o executivo. Brado: (11) 3262-1155


com relação a essa parceria”, analisa Ederson Marcelino Ruiz, responsável pela área Comercial da Brasmaq Portuária. “A Combilift tem modelos que não entram na linha convencional de máquinas e que proporcionam, por sua versatilidade, às mais diversas operações muita eficiência. Queremos oferecer ao mercado esse conceito de equipamento, que é muito aceito fora do Brasil e pode operar por aqui com resultados positivos.” A Brasmaq vai comercializar o Movimentador Universal acompanhado por um leque de serviços como manutenção e oferta de peças. Em sua sede, a empresa mantém uma estrutura que permite a manutenção e a reforma de equipamentos portuários. O Movimentador Universal proporciona uma visibilidade de 360o ao operador, apresenta versatilidade de operação tanto em locais abertos quanto fechados e em qualquer tipo de terreno, além de ter suas dimensões customizadas para transitar em corredores a partir de 3,5 metros de largura. O equipamento realiza ainda a pesagem da carga e transmite os dados a uma central de controle. Divulgação

• Brasmaq Portuária é a nova distribuidora Combilift

Brasmaq Portuária: (47) 3348-2416 Combilift: (51) 3077-7444

• CD da Panalpina em Cajamar terá três novas câmaras A Panalpina anunciou durante a Intermodal que irá inaugurar, em julho, três câmaras com umidade e temperatura controladas, que serão destinadas a operações com produtos do setor de healthcare. Localizadas no armazém da empresa instalado em Cajamar (SP),

Divulgação

A empresa Brasmaq Portuária é a nova representante da Combilift para a venda e a locação do Movimentador Universal, equipamento da fabricante irlandesa que possui capacidade para movimentar, empilhar e bascular contêineres de 20, 30, 40 e 45 pés e cargas extragrandes de até 150 toneladas. Sediada em Itajaí (SC), a Brasmaq opera há mais de 14 anos como distribuidora e locadora de equipamentos de grande porte para todo o território nacional. O foco da estratégia comercial da Combilift em torno do Movimentador Universal é alcançar os setores portuário, retroportuário e siderúrgico, nichos em que a Brasmaq atua fortemente. “A aproximação com a Brasmaq Portuária visa atender a uma demanda por soluções customizadas de movimentação de materiais em setores importantes da economia a partir de uma gama de equipamentos com conceituação diferenciada, que oferece resultados efetivos com foco em segurança e produtividade”, diz Rafael Kessler, diretor Comercial da Combilift. “Temos as melhores expectativas

que conta com uma área total de 22 mil m², as novas estruturas ocuparão uma área de 5 mil m² e contarão com dez docas. A câmara com temperatura de -20 ºC disponibilizará 30 m², já a controlada entre 2 ºC e 8 ºC contará com 150 m², enquanto a de 15 ºC a 25 ºC terá 3 mil m². Segundo o diretor de Logística da Panalpina, Marcelo Tonet, as três câmaras ofertarão 5 mil posições-palete e a expectativa é movimentar por mês – no recebimento e na expedição – entre 10 mil e 12 mil paletes de medicamentos, cosméticos e insumos. A estimativa é de que sete clientes utilizem as novas áreas operacionais. O executivo explica que, da movimentação esperada, 70% serão cargas de importação provenientes dos Estados Unidos, Alemanha, França e Suíça, e 30% das operações nas novas áreas serão destinadas ao mercado doméstico e à exportação para a América Latina. Além da armazenagem e da distribuição, as estruturas que serão inauguradas em julho oferecerão os serviços de montagem de kits, etiquetagem, repacking e troca de embalagens. Para isso, 150 funcionários, operando em três turnos, serão alocados nas câmaras. A gerente de Vendas

Abril 2018 - Revista Tecnologística - 55


EVENTO

para o setor farmacêutico da Panalpina, Cássia Fernandes, salienta que as câmaras possuirão as principais licenças fornecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Tonet ressalta que a Panalpina aposta no novo empreendimento e os números reforçam a afirmação do diretor. “Hoje o segmento de healthcare representa 10% de nosso faturamento e com as inaugurações nossa meta é crescer 30%, chegando a 13% de nossa receita ao final deste ano”, divulga. Sem revelar detalhes, ele diz que do investimento previsto para o Brasil em 2018 25% serão destinados a esse projeto. Panalpina: (11) 2165-5700

• Produtos para terminais portuários e operadores logísticos, da Toledo

Toledo: 0800 554-122

• Buslog chega para transportar cargas fracionadas em bagageiros de ônibus O Grupo JCA apresenta ao mercado a Buslog, sua unidade de negócio que oferece serviços de logística, transporte de cargas fracionadas e encomendas no bagageiro de ônibus para passageiros das empresas 1001, Viação Cometa, Catarinense, Expresso do Sul e Rápido Ribeirão. As companhias de ônibus pertencentes ao grupo abrangem 220 cidades nas regiões Sul e Sudeste. Entre as vantagens destaDivulgação

A Toledo do Brasil demonstrou durante a feira Intermodal suas soluções aplicáveis às necessidades das operadoras de terminais portuários e empresas de logística. Para a atividade de cubagem, a empresa apresentou o portátil CSN110. Trata-se de um dimensionador portátil que disponibiliza as informações de peso, dimensões, volume e cálculo de frete. Projetado para ambientes industriais e logísticos, com proteção de silicone para

quedas de altura de 1,5 m, o lançamento pode operar com diversas balanças aprovadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Possui design para cubagem e manuseio adequado a volumes e software de integração com comunicação em diversos ERPs do mercado. Outro item apresentado foi a balança para o setor ferroviário, a Trainweigh, capaz de pesar em movimento, possibilitando deixar a linha férrea livre para a circulação. A pesagem dinâmica conferida pelo produto visa tornar o processo mais rápido, pois não é preciso parar o trem e desconectar o vagão a ser pesado. Além disso, a tecnologia da Trainweigh permite o controle de peso por eixo e por roda, fornecendo relatórios que podem ser utilizados para evitar acidentes por tombamento ou descarrilamento de vagões com carga mal distribuída, evitando o desgaste dos trilhos com o excesso de peso, de um lado só ou no total.

56 - Revista Tecnologística - Abril 2018

cadas do serviço estão a velocidade, a facilidade e a conveniência da entrega da mercadoria no destino em até um dia. São mais de 50 mil partidas mensais, 2.700 ônibus na frota, 100 agências para entrega e retirada e capacidade de transporte de até 60 mil toneladas por mês. Além disso, as micro e pequenas empresas podem escolher entre as variadas opções de entrega e retirada, que podem ser feitas diretamente na agência de destino, porta a porta, balcão-porta ou porta-balcão. Outro diferencial que a empresa oferece é não haver necessidade de consolidação de cargas, devido à grande quantidade de partidas diárias para o destino escolhido. Segundo o diretor executivo da Buslog, Marcelo Barreto, trata-se muito mais do que apenas um serviço de entregas de encomendas expressas. “Contando com a tradição e a experiência do Grupo JCA, a Buslog chegou ao mercado para apresentar ao público uma nova opção de entrega de mercadorias, de forma rápida, segura, inteligente e econômica para os negócios.” Buslog: (11) 2633-8100

• Ceva anuncia o Packing Solution e as estratégias para 2018 A Ceva Logistics aproveitou a feira Intermodal para lançar um produto que visa o gerenciamento integrado de embalagens. Denominado Packing Solution, a novidade, por meio de um estudo detalhado da cadeia de fornecimento, busca a redução direta dos custos logísticos, melhoria de capital e redução de impactos ambientais. O portfólio de serviços agregado ao lançamento é dividido em cinco. O primeiro é o design (desenvolvimento do produto); seguido pelo sourcing,



EVENTO

58 - Revista Tecnologística - Abril 2018

e 20% possuem uma solução integrada, e o restante opera sob contrato de armazenagem e transporte. Do total de clientes, entre 30% e 40% efetuam movimentações internacionais. Ceva: (11) 2199-6700

Omegatrans se torna representante da Steelbro em São Paulo A Steelbro, fabricante de sidelifters – carregadores laterais para a movimentação de contêineres –, anunciou durante a feira a nomeação da Omegatrans como distribuidora oficial de seus equipamentos no estado de São Paulo. Além da comercialização dos equipamentos, o novo parceiro vai oferecer serviços de montagem, peças, treinamento de operadores e suporte. As empresas já mantêm um relacionamento desde 1996, quando a Omegatrans se tornou o primeiro cliente da Steelbro no Brasil, com a compra de um sidelifter do modelo MK6, que se encontra em operação até hoje. De acordo com a Steelbro, a Omegatrans possui profundo conhecimento operacional sobre seus equipamentos e sobre as vantagens produtivas que eles proporcionam às operações logísticas. Sediada na Nova Zelândia, a Steelbro conta com diversos modelos de carregadores, que já são utilizados em grandes portos latino-americanos, por exemplo, principalmente devido à economia de custos proporcionada por fatores como tempo de operação e baixo consumo de combustível.

Divulgação

compra de produtos; gerenciamento e controle do estoque; planejamento de demanda e pedidos; e fabricação de soluções em embalagens. Vale lembrar que o Packing Solution foi desenvolvido internamente pela equipe da Ceva na América Latina. O vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios para a América do Sul da Ceva, Fábio Mendunekas, explica que o foco com a inovação é crescer no setor de consumer retail. “Fornecemos diferentes tipos de embalagens, sempre de acordo com a demanda operacional do cliente”, diz. Entre os diversos insumos utilizados para a confecção dos ativos estão madeira, papelão e plástico. Ofertado no mercado desde o último mês de janeiro, o Ceva Packing Solution é, segundo ressalta Mendunekas, mais do que apenas o fornecimento de embalagem. “Estamos oferecendo uma solução logística”, afirma. A companhia também apresentou durante o evento suas ações previstas para o decorrer deste ano. De acordo com o vice-presidente, o foco será a diversificação dos serviços – aéreo, marítimo, desembaraço, armazenagem e distribuição. Reforçar a presença no segmento de e-commerce, nicho que a empresa começou a atender em 2017, já com três operações, e de healthcare também faz parte das iniciativas propostas. O executivo, contudo, frisa que os negócios já atendidos pela Ceva também merecem atenção. “Vamos reforçar nosso portfólio dos setores automotivo, industrial e de tecnologia”, destaca. Ele completa dizendo que outra meta da Ceva é oferecer uma solução logística completa, efetuando desde o transporte – aéreo ou marítimo –, o desembaraço, a armazenagem e a distribuição. Hoje, calcula Mendunekas, do portfólio de clientes da companhia, entre 15%

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO Aliança..............................................19 Aner...................................................51 App Tecnologística..........................3ª capa Assine.................................................57 Cushman...............................................49 Fast Shop................................................39 GKO.................................................29 Hines..............................................15 Honeywell Intelligrated..........................09 Hyster...............................................4ª capa Ilos....................................................45 JSL.....................................................2ª capa L. Amorim................................................41 Log Frio...................................................21 Paletrans..............................................17 QLL Logística...........................................07 Quality..............................................13 Retrak..............................................11 Tegma..............................................05 Viasoft..............................................35

Omegatrans: (11) 5084-1944 Steelbro: (13) 3273-1130

Visilog.................................................53




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.