UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL? Expansão e integração da malha prometem alavancar o subutilizado transporte ferroviário nacional
LOGÍSTICA HOSPITALAR As peculiaridades de um segmento com necessidades bastante específicas
ENTREVISTA Jessica Forti, da Hyster-Yale, fala sobre os 60 anos da empresa no Brasil
SUMÁRIO
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MERCADO Fique por dentro de todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção
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Cresce o número de operadores logísticos focados no atendimento a instituições hospitalares, de olho em um mercado que demanda uma logística meticulosa e apresenta caraterísticas bastante peculiares. Por parte dos hospitais, o momento ainda é de compreender o valor de terceirizar a atividade logística para colher os frutos de contar com um parceiro especializado
CROSS-DOCKING Acompanhe o vai e vem dos profissionais no nosso movimentado setor
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ENTREVISTA Com nova fábrica e investindo cada vez mais em inovação e tecnologia, a Hyster-Yale celebra 60 anos de Brasil em 2017. A diretora de Vendas da companhia, Jessica Forti, fala sobre as comemorações e detalha as pretensões e perspectivas quanto ao mercado nacional de empilhadeiras
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ARMAZENAGEM Em busca de mais eficiência, a CNH Industrial Parts & Service reestruturou sua logística inbound e outbound de peças para as marcas Case, New Holland, Iveco e FPT, em um projeto que envolveu a mudança de um armazém alugado para uma estrutura taylor made que atendesse às necessidades da operação
TERCEIRIZAÇÃO Para acompanhar seu crescimento acelerado e profissionalizar ainda mais as operações, o SalomãoZoppi Diagnósticos optou por trabalhar com a RV Ímola, operador logístico com know-how no atendimento ao setor da saúde, que abastece as 11 unidades da empresa em São Paulo
TRANSPORTE FERROVIÁRIO Uma malha ferroviária mais extensa e, principalmente, integrada, é necessária para que a movimentação de cargas pelo modal ferroviário cresça dentro da matriz de transportes brasileira. Ouvimos o setor para saber se ainda é possível ter esperanças de que esse cenário se torne realidade um dia
LOGÍSTICA HOSPITALAR
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ILOS Gisela Mangabeira de Sousa analisa as necessidades logísticas do setor da saúde, levando em conta, especialmente, a venda de medicamentos genéricos e similares e a formação de grandes conglomerados no segmento
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EVENTO Pela primeira vez em São Paulo, a 23ª edição do Fórum Internacional de Supply Chain do Ilos reuniu os principais executivos do setor em três dias de palestras e apresentações sobre as principais tendências e inovações do mercado
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PRODUTOS Conheça os principais lançamentos de produtos, sistemas e serviços voltados à logística
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LIVRO A Editora Elsevier lança a obra Logística Humanitária, organizada por Adriana Leiras, Márcia Samed, Mirian Buss Gonçalves e Hugo Yoshizaki, que busca ressaltar a relação entre a logística e a efetividade das operações humanitárias
EDITORIAL Publicare Editora Ltda. www.publicare.com.br
Diretores Shirley Simão shirley@publicare.com.br
Jorge Roberto Simão jorge@publicare.com.br
Multimodalidade e saúde
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a última edição destacamos, em nossa matéria de capa, a importância do modal hidroviário para um melhor balanceamento da matriz de transporte de carga brasileira, historicamente tão dependente da movimentação rodoviária. Ainda dentro do assunto multimodalidade, abordamos desta vez os problemas relacionados à malha ferroviária, notadamente ineficaz e insuficiente para atender às necessidades de escoamento de nossas cargas. E dando prosseguimento ao assunto, estamos preparando também, para a próxima edição, uma análise aprofundada a respeito do transporte aéreo nacional. Da mesma forma, dando sequência à reportagem sobre logística farmacêutica publicada na edição de agosto, retornamos ao setor da saúde para investigar como os operadores logísticos estão se especializando para atender às necessidades dos hospitais e também se estes já compreenderam a importância de terceirizar sua logística em busca de melhores níveis de serviço. Além de cases de sucesso e das principais notícias e lançamentos em produtos e serviços do setor, você confere neste volume a cobertura da 23ª edição do Fórum Internacional de Supply Chain, realizado pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) pela primeira vez na cidade de São Paulo. Aproveitamos este espaço também para lembrar a você, caro leitor, que o novo aplicativo da Revista Tecnologística já está disponível para download gratuito nas plataformas Android e iOS. Com ele, você tem acesso completo à edição do mês de maneira fácil e rápida e conta com diversas funcionalidades, como salvar a revista para leitura off-line e compartilhar matérias e notícias por e-mail, nas redes sociais ou pelo WhatsApp. Esperamos que você goste dessa nova maneira de acompanhar o melhor conteúdo sobre logística do Brasil. Boa leitura, Shirley Simão
Ano XXIII - N.º 256 - Outubro 2017 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP
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MERCADO
Sequoia passa a operar no B2C com entregas no mesmo dia
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varejo em Salvador o consumidor não consegue comprar determinado produto por conta da falta de estoque. Mas esse produto está disponível em uma filial de outro estado, ou na loja do seu site. Cabe a nós fazer com que esse produto chegue ao cliente no mesmo dia, e a loja evita perder essa venda. Isso é muito importante porque a empresa fez o investimento, ela aplicou o capital, mas o produto não está ali naquela hora”, explica Marchesan. Com os estoques integrados, os dois lados saem ganhando, tanto a empresa, que não deixa de vender o produto, quanto o consumidor, que, em boa parte das vezes, está procurando certo imediatismo na compra e deseja ter sua aquisição em mãos o mais rápido possível. “É um serviço que visa essa flexibilidade, de coletar em um lugar e distribuir em outro, sempre focado no consumidor. E isso é muito necessário para produtos de tecnologia, por exemplo, de alto valor agregado, quando a pessoa quer ver logo o que comprou”. O modus operandi, segundo Marchesan, varia conforme o destino da mercadoria, ou seja, toda a logística da operação está atrelada à cidade que corresponde ao pedido. “Nós trabalhamos com acordos com as companhias aéreas, e, dependendo do destino do produto, avaliamos qual é a
melhor opção de transporte. Se for para Recife, por exemplo, é o aeroporto de Guarulhos, se for Porto Alegre, é Congonhas ou Viracopos, em Campinas”. Outra questão que envolve principalmente a entrega same day é o corte de horário, ou seja, o limite que o cliente tem para solicitar esse tipo de serviço. “Dependendo da situação, cada corte é diferente. Se o produto está no nosso CD, ele pode ser às 14 horas. Se está em outro CD, aproximadamente ao meio-dia. Se o produto está em uma loja, o horário é dez da manhã”, conta Marchesan. A ideia da Sequoia é aproveitar o momento do país em termos de e-commerce. Nos últimos 15 anos o setor apresentou um crescimento voluptuoso. De acordo com o E-Bit, ferramenta criada para avaliar a reputação das lojas virtuais, o e-commerce vai apresentar alta de 10% a 15% nos faturamentos em 2017. Em 2016, o setor cresceu 8%, segundo a instituição. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) registrou que, somente em 2015, foram realizadas 106,2 milhões de compras on-line por mais de 39 milhões de consumidores. O faturamento naquele ano chegou a R$ 41,3 bilhões. “O brasileiro sempre é o primeiro ou o segundo no mundo a aderir às novas mídias, às novas tecnologias. Basta observar o Facebook, as redes sociais. Essa intimidade vai continuar, e os produtos que estamos oferecendo só vão aumentar isso. As pessoas vão aliar a ida à loja com a compra on-line. Com o passar do tempo, as pessoas estão notando que a internet e as novas tecnologias oferecem uma conveniência maior ao ato de comprar”, completa o CEO. Divulgação
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uando a empresa de logística Sequoia foi criada, em 2010, sua perspectiva inicial era atender exclusivamente o mercado eletrônico, colocando-se à frente do segmento de e-commerce brasileiro. A partir de um aporte financeiro consistente em 2012, seguido de aquisições pontuais no mercado, ela despontou como grande referência no varejo em operações business to business (B2B). Agora a empresa se prepara para assumir a liderança em outra área, não só em termos de volume de operações, mas em tecnologia e inovação, com o business to consumer (B2C), atendendo diretamente o consumidor. “Estamos lançando duas novas formas de entrega: o same day, que corresponde às entregas no mesmo dia, e o next day, quando realizamos o serviço em 24 horas”, conta o CEO da Sequoia, Armando Marchesan. A nova empreitada se baseia em conceitos estratégicos que vêm ganhando corpo nas vendas pela internet, principalmente o omnichannel. As ideias de next day e same day já haviam sido aplicadas em São Paulo, onde os dois produtos já são oferecidos aos clientes há algum tempo. Contudo, desde o começo de setembro já é possível adquirir produtos com entregas next day em todas as capitais do país. Já o same day está disponível em 13 capitais, sendo que em oito dessas cidades a Sequoia tem funcionários e equipamentos próprios e no restante a empresa atua com parceiros para atender os consumidores. Em termos territoriais o Brasil é complexo, e as operações feitas nesse sentido demandam um altíssimo compromisso logístico. “Por exemplo, em uma rede de
Sequoia: (11) 4391-8800
Copagaz investe R$ 41 milhões em tecnologia da informação
Divulgação
Aporte inclui ações voltadas à logística para aumentar a eficiência na distribuição de GLP
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Copagaz, empresa distribuidora de gás liquefeito de petróleo (GLP) – o popular gás de cozinha –, está investindo R$ 41 milhões em sua área de Tecnologia da Informação com o objetivo de garantir operações mais eficientes e controles mais rígidos. Grande parte desse aporte foi direcionada à logística da empresa, que passou a utilizar a plataforma Implico junto com seu sistema SAP, implantado em 2015. A ferramenta de gestão logística proporciona integração total entre os controles contábeis, físicos, gerenciais e operacionais da empresa. Por meio dela, a Copagaz gerencia on-line e em tempo real toda sua frota de distribuição, as entregas e a disponibilidade dos produtos. O sistema também fornece informações como programação de vendas, faturamento e condição econômica do cliente junto à empresa, evitando riscos e custos desnecessários. “Antes do Implico, as informações chegavam à matriz de forma não integrada, dependendo de reprocessamentos para a consolidação das diversas áreas envolvidas”, explica Caio Turqueto, vice-presidente da Copagaz. “Agora temos
a informação de forma imediata, o que consequentemente agiliza a tomada de decisões. Mais segurança para a empresa e também para o cliente”. A empresa distribui GLP em mais de 1.500 municípios de 18 estados brasileiros e no Distrito Federal, além de realizar a gestão e a conexão de 14 unidades de engarrafamento e de 13 depósitos avançados de reabastecimento aos revendedores. “Antes da implantação das novas plataformas e sistemas de TI, havia uma perda de eficiência por retrabalhos, aferições, etc. Saímos de atividades burocráticas, que geravam perda de eficiência, para ganhar produtividade”, destaca Turqueto. Além de investir em logística, a Copagaz realizou aportes também na implantação de outras ferramentas de produtividade voltadas para vendas, na capacitação de mão de obra e na contratação de uma empresa para auditar todo o processo de implementação dos sistemas. Cerca de 800 pessoas estão envolvidas nas mudanças tecnológicas promovidas pela Copagaz, incluindo a contratação de três consultorias, duas delas alemãs. “As mudanças já surtiram efeitos na questão orçamentária da empresa. Em tempo de taxas de juro e inflação altas, nós conseguimos melhorar nosso desempenho econômico. No orçamento da companhia do ano de 2016 ficamos 3% abaixo do índice inflacionário no quesito custo operacional”, comemora Turqueto. Copagaz: 0800 707-2672
MERCADO
Eadi Taubaté é reconhecida no Programa OEA Divulgação
Unidade do Grupo Lachmann recebe certificação de Operador Econômico Autorizado
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Estação Aduaneira Interior (Eadi) de Taubaté (SP) recebeu recentemente a certificação de Operador Econômico Autorizado (OEA), concedida pela Receita Federal. O Programa OEA consiste na certificação dos players que atuam na cadeia logística como companhias que apresentam baixo grau de risco
em suas operações, seja em relação à segurança da carga ou no cumprimento das obrigações aduaneiras. A Eadi Taubaté está situada próximo ao entroncamento das rodovias Presidente Dutra e Carvalho Pinto e conta com área total de 22 mil m² destinados à armazenagem, sendo 9.900 m² de área coberta e 12.100 m² de pátio, e uma capacidade de 500 TEUs. O local possui quatro plataformas para estufagem de contêineres, dez tomadas para contêineres refrigerados e opera com sete empilhadeiras e um reach stacker. O recinto alfandegado pertence ao Grupo Lachmann, especializado em logística e comércio exterior, cuja unidade de negócios chamada Lach-
mann Terminais possui outra Eadi localizada na cidade de São Bernardo do Campo (SP). Além disso, a companhia conta com a Lachmann Agência Marítima, que dispõe de 18 filiais próprias no Brasil, atendendo mais de 30 portos, e representação em mais de 1.800 portos no mundo como membro da Multiport Ship Agencies Network. Com as Eadis, o grupo proporciona a seus clientes redução de custos na armazenagem de cargas em regime aduaneiro, além de maior prazo para nacionalização e liberação das mercadorias importadas na comparação com a utilização das zonas primárias em portos e aeroportos. Eadi Taubaté: (12) 3627-7013
Além de 10.600 posições-palete, o centro ainda conta com mais 2.400 posições para empilhamento livre
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om o objetivo de ampliar sua atuação para outros ramos da movimentação e armazenagem de produtos, a operadora logística Friovale anunciou em setembro o início das operações do seu novo centro de distribuição em Catanduva, cidade do interior de São Paulo. São três armazéns distribuídos em uma ampla estrutura de 15 mil m², sendo 9 mil m² de área útil. Com um pé-direito de 10 metros, o novo CD possui capacidade para 10.600 posições-palete, empilha-
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deiras elétricas para armazenagem vertical e livre, além de mais 2.400 posições para empilhamento livre. O centro ainda conta com uma câmara para resfriados e congelados que comporta 150 posições. “Esse CD começou a operar no início de setembro somente para o agronegócio, mas, de acordo com as nossas necessidades, estaremos abrindo para outros negócios. Escolhemos o local por ser de fácil acesso e porque se alinhou com as necessidades dos nossos clientes”, explica Adauto Franco, diretor de
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Friovale tem novo CD em Catanduva
Logística da Friovale. Segundo Franco, a companhia ainda pretende ampliar sua unidade em Olímpia (SP), onde recentemente foram inauguradas 1.350 novas posições-palete. “Estaremos levantando dois armazéns em nossas dependências para comportar 36 mil toneladas também voltadas ao agronegócio”, completa o diretor.
Friovale: (17) 3279-8396
MERCADO
Steelbro abre escritório próprio em Santos Divulgação
Unidade vai fortalecer as operações no Brasil, América Latina e Caribe
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fabricante de veículos pesados e guindastes Steelbro inaugurou, em agosto, um escritório de representação e suporte de vendas em Santos (SP), com o objetivo de expandir suas operações e ampliar o atendimento
aos clientes do Brasil, América Latina e Caribe. A unidade está situada estrategicamente próximo ao Porto de Santos e à Anelmar, empresa parceira da Steelbro que desempenha um papel significativo no fornecimento dos equipamentos, no treinamento de operadores e no apoio com serviços e peças. A Steelbro oferece ao mercado seus carregadores laterais para a movimentação de contêineres, como o Sidelifter SB450. Montado em chassi, o equipamento é capaz de levantar até 45 toneladas com um alcance de 3,9 metros, representando o equivalente a 3 ou 4 caminhões com chassi convencional e dispensando o uso de equipamentos
como reach stackers e outros tipos de empilhadeiras. De acordo com a própria Steelbro, muitos equipamentos desse tipo já estão operando em diversos portos latino-americanos e ele está se tornando um modelo mundial para operadores de terminais e empresas de transporte de contêineres, devido à economia de custos proporcionada por fatores como tempo de operação e consumo de combustível. Sediada na Nova Zelândia, a companhia conta com diversos modelos de carregadores. Na nova unidade, os visitantes poderão conferir apresentações audiovisuais a respeito das tecnologias utilizadas pela Steelbro e seus benefícios.
Steelbro: (13) 3227-1130
Filial brasileira da Clark assume nova razão social Empresa comemora, neste ano, o centenário da invenção da empilhadeira
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fabricante de empilhadeiras Clark anunciou a mudança de sua razão social em território nacional para Clark Material Handling Brasil, a exemplo do nome da holding da qual é subsidiária, a Clark Material Handling International. De acordo com a própria empresa, operacionalmente nada será alterado. A mudança da razão social acompanha outras importan10 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
tes ações empreendidas pela Clark na celebração do centenário da invenção da empilhadeira pelo engenheiro Eugene Clark, que ocorreu nos Estados Unidos em 1917. “Esta também é uma forma de fortalecer ainda mais a comunicação, sem equívocos, com os clientes da Clark Material Handling Brasil e com o mercado”, destaca CI
Kim, CEO da empresa. Com sede nacional localizada na cidade de Vinhedo (SP), a Clark está presente no Brasil desde 1958 e conta com uma rede de distribuidores composta por 15 empresas tradicionais no ramo de equipamentos, com mais de 37 pontos estabelecidos em todo o país. Clark: (19) 3856-9090
Modern inicia voos cargueiros regulares entre Campinas, Brasília e Manaus
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operadora logística Modern começou a operar com voos regulares, além dos voos fretados que já realizava. O avião cargueiro Boeing 737-400F da empresa voará todas as semanas entre Campinas (SP), Brasília e Manaus. “A maior novidade para o mercado é o serviço cargueiro regular entre Campinas e Brasília e entre Manaus e Brasília, que mostra a proposta da empresa de ir além do que já existe e oferecer ao mercado novas alternativas”, destaca Gerald Lee, CEO da Modern Logistics.
A empresa começou a operar há dois anos, primeiramente com armazenagem e transporte rodoviário. Desde junho passado, com a assinatura do contrato de concessionária de serviços públicos de transporte aéreo regular com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Modern passou a realizar voos com sua aeronave própria, completando o pool de serviços já oferecidos aos clientes. Resultado de um investimento de US$ 75 milhões, a empresa tem como meta chegar a 2020 contando com 15 aeronaves próprias. Até o fim deste
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Rota semanal se junta aos voos fretados já operados pela empresa
ano a Modern vai receber mais dois Boeings 737-400F. Para conectar as cidades de menor porte aos maiores centros urbanos do país, serão utilizadas aeronaves ATR-72F. Modern: (11) 3109-6750
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MERCADO
Pacer amplia área de armazenagem em São Paulo
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Pacer Logística ampliou, no mês de agosto, sua estrutura de armazenagem no estado de São Paulo, situada no Centro Logístico Anhanguera (CLA), no município de Osasco. A companhia, que já alugava um galpão no local, passou a ocupar três, totalizando 2 mil posições-palete. A novidade faz parte da estratégia da Pacer de crescer no atendimento a segmentos de mercado que apresentam potencial devido aos sinais de recuperação da indústria, como os setores de higiene pessoal, perfumaria, cosméticos, produtos para animais domésticos, medicamentos e telecomunicações. “Acreditamos que o país fez a curva e que o pior passou. E estamos prepara-
dos para atender à demanda de setores como o de cosméticos, que não para de crescer, e o de produtos pet, que, apesar de grande, ainda não tem uma operação logística bem estruturada”, diz Alexandre Caldas, diretor da Pacer. A companhia está, no momento, prospectando novos clientes nesses dois segmentos, além do farmacêutico. Para isso, os armazéns estão passando por um processo de certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a fim de operar com medicamentos e correlatos em um espaço refrigerado. “Para suportar o crescimento esperado, estamos reestruturando nossa equipe e investindo em novos sistemas
de gestão de transporte e armazenagem, além de contar com um dos mais avançados sistemas de planejamento e gestão empresarial”, relata Luciano Guedes, também diretor da Pacer. No mercado de telecomunicações, a Pacer já atua com operações para grandes empresas do segmento, como Oi e Nokia. Fundada em 2003, a companhia possui 20 unidades em diversos estados e oferece soluções logísticas em armazenagem e no transporte rodoviário e aéreo, atuando com logística reversa, carga fracionada e carga lotação, além de serviços de logística promocional. Pacer: (11) 3648-4700
Andreani inaugura sua primeira Central de Transferência Inteligente na Argentina
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O empreendimento congrega tecnologias que permitem, entre outras coisas, diminuir o tempo dos processos e racionar energia
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grupo de logística Andreani inaugurou, em setembro, a Planta Norlog, primeira Central de Transferência Inteligente da Argentina. Trata-se de um integrador logístico totalmente automatizado e que faz parte da Plataforma Logística 12 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
Industrial Tigre, localizada na cidade de Benavídez. A nova central organiza toda a rede de distribuição física da Andreani no país sul-americano. O local foi concebido com o intuito de alcançar um alto nível de produtividade e eficiência na gestão dos fluxos físicos e informáticos, congregando uma série de tecnologias que possibilita, entre outras coisas, diminuir o tempo dos processos e racionar energia. A inauguração do empreendimento, que contou com deputados e ministros do governo de Mauricio Macri, faz parte da estratégia da empresa de atender cada vez mais a crescente demanda de cargas, que representou um investimento recente de
aproximadamente US$ 63 milhões. “É impactante o centro que inaugura a Andreani. Trata-se de uma empresa argentina, onde os argentinos crescem e se desenvolvem, e isso acaba transcendendo de uma geração para outra”, elogiou o ministro dos Transportes, Guillermo Dietrich. “Depois de ousar e sonhar, você tem que trabalhar e investir. Nossas equipes são formadas por pessoas capazes, apaixonadas e comprometidas, que colocaram todo o seu conhecimento e coração neste projeto”, completou o presidente do grupo logístico Andreani, Oscar Andreani. Andreani: (11) 3515-8200
MERCADO
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Dematic firma acordo com AutoStore a fim de ampliar conjunto de soluções
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isando otimizar o atendimento de pedidos e a montagem de kits, a Dematic, companhia que fornece tecnologia de automação integrada, software e outros serviços de logística, estabeleceu um acordo global com a AutoStore, empresa que tem como escopo o aperfeiçoamento
da cadeia logística e trabalha com um sistema modular de separação de peças. O sistema da AutoStore consiste em cinco módulos-padrão: robô, estação de trabalho, grade, caixa e controlador. Os robôs se deslocam em uma grade para acessar o estoque, o que permite o armazenamento de um inventário quatro vezes maior no espaço utilizado. A partir desta aliança, a Dematic vai poder expandir suas ofertas de soluções para operações com uma armazenagem de alta densidade, além de contar com um sistema de separação de peças. Dessa forma, a empresa vai trabalhar como uma integradora de sistemas, oferecendo uma solução adequada a cada operação de seus clientes.
A parceria também vai possibilitar que a Dematic ofereça novas soluções modulares que funcionam em todos os perfis de pedidos dinâmicos e velocidades associadas às soluções para e-commerce e distribuição multicanal. Segundo Jeff Moss, CEO da Dematic Internacional, o acordo é imprescindível para que os usuários possam obter uma solução ideal para armazenagem e separação de peças. “A capacidade de projetar e implementar uma grande variedade de configurações do sistema é fundamental para acomodar efetivamente as crescentes demandas de distribuição multicanal”, diz. Dematic: (11) 3627-3100
Golden Cargo implanta novo CD em Dourados
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empresa especializada no gerenciamento e na operação de cadeias logísticas de insumos Golden Cargo inaugurou em setembro seu mais novo centro de distribuição na cidade de Dourados, o segundo da companhia no estado do Mato Grosso do Sul. De acordo com a própria Golden Cargo, o CD é um importante passo na estratégia de se aprofundar cada vez mais no mercado agrícola do país. Batizado de Centro Logístico Avançado Golden (CLAG), a estrutura conta com mais de 4 mil posições-palete para armazenagem verticalizada e foi resultado de um investimento de R$ 9 milhões. A área construída é de 5 mil m² em um terreno de 34 mil
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Estrutura localizada no Mato Grosso do Sul é mais um passo na estratégia da empresa de investir no mercado agrícola
m², cerca de três vezes maior que o CD de Campo Grande, que já opera há mais de 15 anos. A construção do novo centro reforça o objetivo da empresa de se tornar um grande bastião de apoio a toda a cadeia de suprimentos do agronegó-
cio. “Estamos ampliando nossos serviços e soluções e quanto mais perto estivermos das revendas e dos produtores melhor será para toda a cadeia”, explica Oswaldo Castro Jr., presidente da Golden Cargo. De acordo com o executivo a escolha pela cidade de Dourados não foi por acaso. “Essa é uma das principais áreas de produção de soja, milho e arroz do país. A cidade conta com cerca de 218 mil habitantes e é um polo agrícola que reúne pelo menos 38 municípios, sendo que em oito deles estão os dez maiores produtores do Mato Grosso do Sul”. Golden Cargo: (11) 2133-8800
Bresco investe em soluções sustentáveis em Viracopos
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omo parte do compromisso com o desenvolvimento sustentável de seus imóveis, a Bresco Investimentos instalou um carregador para veículos elétricos no Parque Corporativo Bresco Viracopos, empreendimento de uso misto de alto padrão vizinho ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), inaugurado oficialmente em dezembro passado. O equipamento, que atende às características de carga de todos os veículos disponíveis no mercado, é capaz de realizar dois carregamentos simultâneos e será abastecido com energia proveniente da usina de energia solar com painéis fotovoltaicos instalada no Bresco Viracopos. A usina, que está em processo de expansão de capacidade, atende cerca de 30% do consumo de energia das áreas comuns do empreendimento. A iniciativa integra um investimento total de cerca de R$ 50 milhões que a Bresco está direcionando a ações verdes no condomínio, que conta com imóveis prontos para locação e áreas exclusivas para construção no modelo build to suit. O Bresco Viracopos já possui dois empreendimentos com pré-certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed), do U.S. Green Building Council: o galpão logístico G1 Viracopos e o Hotel Ramada. O condomínio conta com uma estação de tratamento de esgoto composta por um sistema de membranas ultrafiltrantes, com capacidade de tratamento de 100% do efluente gerado. O processo permite a utilização de água de reúso em todo o empreendimento. Quando há excedente de água tratada, é possível realizar o descarte de água com grande
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Condomínio passou a contar com espaço para o carregamento de veículos elétricos
teor de pureza no córrego Viracopos, sem nenhum prejuízo ao meio ambiente. A destinação desse excedente de água tratada possui outorga do Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (Daee). “O parque tem 247 mil m² de área verde preservada e foram realizados o plantio, a manutenção e a conservação de mais de 26 mil espécies da Mata Atlântica na área de preservação ambiental, visando ao incremento da flora nativa”, comenta Carlos Sisti, diretor de Operações da Bresco. Além disso, há programas de controle e monitoramento da fauna e avaliações periódicas da emissão dos ruídos gerados pelo empreendimento, bem como coleta seletiva de lixo e controle da qualidade da água do córrego Viracopos no trecho em que cruza o condomínio. A Bresco Investimentos é membro-fundadora do Green Building Council Brasil (GBC Brasil), organização sem fins lucrativos que visa fomentar construções sustentáveis no país. Bresco: (11) 4058-4555
MERCADO
Frota de blindados da Protege recebe seu primeiro caminhão refrigerado Veículo será utilizado no transporte de itens de alto valor agregado que demandam temperaturas controladas de até -20 ºC
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Grupo Protege anunciou, em setembro, a integração do primeiro caminhão com baú refrigerado em sua frota de blindados. Trata-se de um Volkswagen do modelo Constellation 24.280 8x2 com capacidade para movimentar até 14 toneladas e totalmente reformulado para a utilização no transporte seguro de cargas que exigem temperatura controlada de até -20 ºC. Certificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Polícia Federal, o veículo será utilizado na movimentação de medicamentos, vacinas, insumos farmacêuticos e produtos perecíveis que necessitam de rígido controle de temperatura durante todo o percurso. O transporte é realizado com uma equipe embarcada de quatro vigilantes armados, com rastreamento por satélite e abertura de portas remota controlada pela central. Chamado de Troodon Pharma, o caminhão possui blindagem que atende ao nível mais alto de homologação estipulado pelas autoridades brasileiras. Ele foi projetado com baú revestido em placas de poliure-
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tano, apropriado para o transporte de produtos perecíveis, acabamento em placas de fibra de vidro e cantoneiras moldadas em gel coat para melhor higienização do ambiente. Se houver qualquer problema de funcionamento com o sistema de refrigeração no modo elétrico, automaticamente é acionado o motor a diesel independente, garantindo o controle da temperatura. Um sistema de aferição on-line de temperatura e umidade, que transfere as informações registradas para um cockpit, foi instalado no painel do veículo e também será acompanhado de forma remota pela central de inteligência da Protege. Havendo qualquer oscilação de temperatura, é acionado o protocolo de contingência. Todo o transporte de produtos que requerem
controle de temperatura também será monitorado e supervisionado por uma farmacêutica responsável da Protege. “A demanda do segmento farmacêutico pelo transporte de insumos e medicamentos por caminhões blindados é crescente, principalmente para a logística entre a fábrica e o centro de distribuição”, explica o diretor-geral do Grupo Protege, Mario Baptista de Oliveira. “Com o novo caminhão com baú refrigerado ampliamos ainda mais as possibilidades do serviço de carga segura, um segmento que está sendo muito bem recebido pelo mercado e em seis anos de existência não registrou nenhum sinistro”. O novo caminhão refrigerado ficará sediado na base da empresa na capital paulista, atendendo prioritariamente clientes de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás. Dentre os segmentos que serão atendidos pelo novo serviço estão laboratórios, farmácias e fabricantes de insumos de alto valor agregado. Ao todo, a frota da Protege conta com 1.800 veículos.
Grupo Protege: (11) 3156-0800
MERCADO
Tegma e Silotec criam joint venture no Espírito Santo Novo provedor logístico vai operar área de armazenagem geral e alfandegada no estado
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Tegma estabeleceu uma joint venture com a Silotec, empresa de logística do Espírito Santo. Com a novidade, será criada a Gestão de Desenvolvimento em Logística (GDL), responsável pelos serviços de armazenagem geral e alfandegada tanto da Tegma quanto da Silotec em território capixaba. A GDL já nasce com uma estrutura composta por mais de 60 mil m² de armazéns cobertos e cerca de 220 mil m² de pátios. Além disso, a joint venture contará com a ampla carteira de
clientes da Tegma e todo o know-how do operador em serviços integrados de logística para diversos segmentos, como de tecnologia, automotivo, bens de consumo e químico. “A associação é o resultado de operações alinhadas com uma estratégia de oferecer serviços inovadores por meio de um provedor logístico integrado, capaz de atender de maneira diferenciada toda a cadeia logística dos clientes”, afirma Gennaro Oddone, diretor-presidente da Tegma.
A estimativa de faturamento anual da joint venture é de R$ 45 milhões e, em termos de estrutura societária, a nova empresa terá seu capital igualmente dividido entre Tegma e Silotec. As atividades de armazenagem e logística da Tegma em São Paulo e no Rio de Janeiro não integram o escopo do acordo e continuarão sendo conduzidas pela própria companhia. Silotec: (27) 2121-2400 Tegma: (11) 4346-2500
Mercado Livre passa a oferecer logística completa para os vendedores de seu marketplace Serviço de fulfillment inclui armazenagem, embalamento, entrega, pós-venda e atendimento ao cliente
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Mercado Livre passou a oferecer serviços de fulfillment para os vendedores que atuam em seu marketplace no Brasil. Na prática, isso significa que a empresa realizará toda a gestão da armazenagem, o embalamento e a entrega dos produtos comercializados, além do serviço de pós-venda e atendimento ao cliente. A novidade fica a cargo da unidade de negócios de logística Mercado Envios e os serviços são realizados a partir do centro de distribuição da empresa localizado em Louveira (SP), com 17 mil m². Cento e trinta vendedores já aderiram ao serviço e estão em fase de implantação, enquanto dez deles já estão em operação. Neste primeiro momento, o fulfillment atenderá aos
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lojistas que tenham produtos com alto volume de vendas, a maioria pequenos e médios empreendedores. O objetivo do Mercado Livre é garantir uma experiência de compra e venda ainda melhor em seu marketplace. “Para o comprador, o produto chegará mais rápido e embalado com um padrão de qualidade preestabelecido. Para o vendedor, deixar que o Mercado Livre realize essas etapas significa ter mais tempo para se dedicar à estratégia do negócio e às vendas”, destaca Leandro Bassoi, diretor do Mercado Envios. “Neste início do projeto queremos gerar um impacto imediato na qualidade da experiência dos compradores”, afirma Bassoi. O vendedor que adotar a solução não precisará realizar
nenhum investimento. Inicialmente, as despesas operacionais serão subsidiadas pelo Mercado Livre, um diferencial que se soma à iniciativa de frete grátis, já oferecida pela companhia. O WMS e o TMS utilizados foram desenvolvidos pelo time de tecnologia do próprio Mercado Livre, incluindo a expertise da equipe do Axado, empresa adquirida em 2016. No CD a operação é realizada em parceria com a Ceva. O Mercado Livre conta com 9,4 milhões de vendedores em toda a América Latina. A operação da empresa no Brasil é a maior dentre os 19 países em que está presente, e representa 50% do faturamento total. Mercado Livre: (11) 2543-4155
Grupo Polar fornecerá embalagens térmicas e materiais congelantes para a RaiaDrogasil
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Grupo Polar, fabricante de elementos refrigerantes para o transporte de cargas que requerem temperatura controlada, estabeleceu um acordo com a RaiaDrogasil que prevê o fornecimento das embalagens térmicas e dos materiais congelantes utilizados pela rede farmacêutica na logística de medicamentos. O objetivo é garantir a qualidade, a segurança e a eficácia de medicamentos perecíveis com a manutenção da temperatura entre 2 ºC e 8 ºC durante todo o processo logístico, desde o fechamento das embalagens até a entrega em todas as filiais da rede. O acordo entre as empresas prevê ainda o desenvolvimento e a qualificação técnica de novos modelos de embalagens térmicas. “O Grupo Polar é uma das maiores e mais conceituadas companhias do setor logístico farmacêutico. Assim que começamos a pensar em novas soluções para a cadeia fria da RaiaDrogasil, a primeira empresa que surgiu em nossas discussões foi a Polar Técnica. Conhecemos a qualidade dos serviços e dos produtos da empresa e, por isso, foi uma decisão natural”, afirma o farmacêutico responsável pelo centro de distribuição da RaiaDrogasil no município de São Paulo, Leandro Francischetti. A Polar Técnica é a unidade do grupo que atua na pesquisa e no desenvolvimento de soluções inteligentes para a cadeia do frio. “O projeto e o desenvolvimento
Divulgação
Objetivo é garantir a qualidade, a segurança e a eficácia de medicamentos perecíveis
das embalagens foi pensado levando em consideração as necessidades específicas do transporte de medicamentos termolábeis realizado pela RaiaDrogasil”, explica Carlos Lima, representante Comercial do Grupo Polar. O executivo usa como exemplo a resistência mecânica das embalagens, que leva em conta os impactos nas operações dentro dos CDs e também na atividade de logística reversa. “Tivemos que pensar em modelos que pouco afetassem ou que melhorassem a rotina operacional já existente, dentre outros fatores”, completa. Segundo Francischetti, a cadeia do frio representa um grande desafio para as companhias e entidades inseridas no mercado farmacêutico, por isso a RaiaDrogasil investe continuamente no setor. “Do ponto de vista da garantia da qualidade de nossos serviços e produtos, prevenção de perdas e satisfação de nossos clientes, a percepção econômica é imediata”, finaliza. Grupo Polar: (11) 4341-8600 RaiaDrogasil: (11) 3769-5717
CROSS-DOCKING • A empresa de encomendas urgentes Jamef anunciou que o executivo Ricardo Botelho passará a exercer o cargo de presidente. Ele inicia as atividades com o objetivo de manter a competitividade e alinhar a companhia às realidades e necessidades do mercado. Adriano Depentor, que antes ocupava o cargo e liderava o crescimento da Jamef, vai passar a integrar uma das cadeiras do Conselho de Administração. Com mais de duas décadas de experiência na área, Botelho chega à Jamef depois de presidir empresas como Remil, Coca-Cola e, mais recentemente, a tradicional fábrica de papel Santher. (11) 2121-6100 • O Sindicato Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços Auxiliares de
Transporte Aéreo (Sineata) anunciou que Marcio D’Angiolella é o novo diretor-geral da instituição. Juntamente com o atual presidente, Edgar Nascimento, ele passa a responder pelo sindicato. Com diploma em Ciências Jurídicas e Sociais, além de especialização em Direito Empresarial Trabalhista, o novo diretor possui vasta experiência na condução de sindicatos patronais. A contratação já estava prevista no plano de reestruturação do Sineata, que teve início em fevereiro deste ano com a composição de uma nova diretoria. Antes de chegar ao Sineata, D’Angiolella foi gerente do Departamento de Relações Trabalhistas e Sindicais da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e também trabalhou como consultor de Relações Trabalhistas e Sindicais na Confederação Nacional da Indústria (CNI). (11) 3666-7063
• O comitê de acionistas da Voith, grupo que atua globalmente em setores como de transporte, automotivo, energia e petróleo, indicou Stephan Schaller para suceder Hubert Lienhard no cargo de presidente e CEO de sua diretoria executiva. Schaller é membro do comitê de acionistas e chefe da divisão global de Motocicletas do Grupo BMW. Lienhard, que ocupava o cargo desde 2008, se aposentará em 2018, aos 67 anos, e será nomeado membro do comitê de acionistas da Voith, ocupando a posição atual de Schaller. O novo CEO é engenheiro mecânico formado pela Universidade Técnica de Rheinisch-Westfälische, na Alemanha, e ao longo de sua carreira passou por empresas como Linde, Volkswagen e Schott. (11) 3944-4393
Força em dobro Com seis décadas de história no Brasil, a Hyster-Yale tem investido intensamente em inovação e tecnologia para crescer cada vez mais no disputado mercado nacional de empilhadeiras com suas duas marcas de equipamentos. Jessica Forti, diretora de Vendas, destaca os principais diferenciais da companhia, que inaugurou recentemente sua nova fábrica em solo brasileiro. Apostando em um portfólio abrangente, a empresa oferece desde máquinas de menor porte para operações de intralogística até as mais robustas, indicadas para trabalhos pesados como a movimentação de contêineres em portos. 22 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
Fotos: Radamés Jr.
ENTREVISTA
Revista Tecnologística – Vocês estão comemorando, em 2017, 60 anos de Brasil, correto? Conte-nos mais a respeito da história da companhia. Jessica Forti – A Hyster-Yale Group iniciou sua operação no Brasil por meio da instalação da Hyster Company, em 1957 e, em 1959, tornou-se a primeira empresa a fabricar empilhadeiras no país, instalada, na época, no bairro de Santo Amaro (SP). Em 1973, a empresa se mudou para a Avenida das Nações Unidas, também em São Paulo, e pouco mais de dez anos depois a área fabril passou a ser de aproximadamente 10 mil m². Em 2015, nós inauguramos nossa planta atual, localizada na cidade de Itu (SP). É uma fábrica supermoderna, com aproximadamente 19 mil m² e que funciona totalmente sob o conceito de lean manufacturing. Hoje, nós temos capacidade para fornecer ao mercado de 8 a 10 mil máquinas por ano. A antiga fábrica era totalmente voltada para máquinas a combustão, mas na nova planta nós pudemos contar com um espaço maior para as linhas de produção de cada tipo de empilhadeira, incluindo as elétricas. Tecnologística – Em quantos países vocês estão presentes? Jessica – Atuamos em 130 países, tendo como sede os Estados Unidos, em Cleveland, no estado de Ohio. Também temos atualmente 12 fábricas em diversas regiões de países como China, Estados Unidos, Holanda, Irlanda, Itália, Japão e México, além da planta brasileira, a única da América do Sul. Ao todo, são mais de 6.300 funcionários no mundo todo, e por volta de 200 funcionários diretos somente no Brasil. Em 2016, o faturamento global da companhia chegou a US$ 2,6 bilhões. A Hyster-Yale Group nasceu da união das empresas Hyster e Yale após a aquisição pela Nacco Materials Handling Group (NMHG), em 1985, e em 2000, aqui no Brasil, a Hyster passa também a adotar o nome do novo gru-
po. Em 2012, porém, a empresa tornou-se independente do grupo Nacco, com suas ações abertas na Bolsa de Nova Iorque. Foi feito um spin-off do grupo em todos os países em que atuamos, e optou-se por adotar o nome Hyster-Yale Group justamente por serem duas marcas bastante conhecidas e consolidadas no mercado mundial de empilhadeiras. É importante mencionar que há dois anos a companhia adquiriu a fabricante de acessórios italiana Bolzoni. É uma excelente marca, muito respeitada no mercado, e nós vamos manter a identidade da empresa. A aquisição foi feita com o objetivo de agregar mais valor e tecnologia de ponta à nossa linha de produtos. Fora do Brasil já comercializamos os acessórios da Bolzoni e por aqui nós estamos em fase de estudos a respeito da viabilidade econômica, apesar de já importarmos garfos da marca. Tecnologística – Vocês apresentam uma característica muito peculiar, de contar com duas marcas que apresentam produtos bastante similares entre si. Como funciona essa dinâmica no mercado? Jessica – Ao longo do tempo decidiu-se que a companhia manteria as duas marcas, justamente por todo o valor e peso que elas possuem. Existem sim produtos semelhantes nos dois portfólios, mas também há uma segmentação. A gama de produtos da Hyster vai desde as paleteiras manuais até os reach stackers, que suportam até 45 toneladas, então é uma marca que foca também em máquinas mais robustas, para operações pesadas, atuando 24 horas por dia, sete dias por semana. Já a Yale conta com máquinas mais focadas na sofisticação, com mais tecnologia embarcada, indicadas para trabalhos de intralogística de até 16 toneladas. Essas diferenças exigem que nós tenhamos uma comunicação muito clara com o mercado em relação às duas marcas.
“Atuamos em 130 países e temos 12 fábricas em diversas regiões, incluindo a planta brasileira, a única da América do Sul”
Tecnologística – Você citou que a fábrica brasileira é a única na América do Sul. Ela abastece os mercados vizinhos também? Jessica – Sim, a partir dela nós atendemos outros países da América do Sul, especialmente o mercado argentino. E a tendência é que essas exportações cresçam no futuro próximo. Tecnologística – Nessa nova fábrica vocês produzem equipamentos elétricos, certo? Esse é um segmento em que a companhia tem investido bastante? Jessica – Sem dúvida, porque essa é uma tendência muito forte no mercado. Quando essa crise que o Brasil está atravessando começou, o mix do setor de empilhadeiras era composto Outubro 2017 - Revista Tecnologística - 23
ENTREVISTA
em 60% por máquinas a combustão e em 40% por elétricas. Com a crise, esse mix se inverteu rapidamente, porque a indústria procurou enxugar os custos. Para se ter uma ideia, somente nos dois últimos anos nós nacionalizamos seis modelos de equipamentos elétricos. É um mercado que se mostra muito forte. Tecnologística – Todos os modelos disponíveis já são fabricados em Itu ou a companhia ainda traz algo de fora? Jessica – Hoje, 85% do que é vendido no Brasil é fabricado localmente. E os 15% que restam só são importados porque são modelos com um volume que ainda não justifica a produção nacional, mas a ideia é produzir cada vez mais na fábrica brasileira conforme as vendas aumentem. Em geral, ainda são importados os ReachStackers, por exemplo. Esse é um mercado com muito potencial, mas com volumes baixos.
vemos com bons olhos. Reach stackers são máquinas que duram muitos anos, então as oportunidades estão nas aquisições por parte das novas empresas e também na renovação das frotas. Temos produtos muito competitivos para esse segmento, com tecnologias embarcadas muito boas, por isso estamos torcendo para esse mercado seguir forte, e estamos preparados para atendê-lo muito bem. Tecnologística – Vocês estão otimistas quanto à recuperação do mercado de uma forma geral? Divulgação
Tecnologística – Um crescimento do setor portuário seria muito interessante para vocês, então? Jessica – É um setor que tem chamado muito nossa atenção e que nós
“A nova fábrica, localizada em Itu, funciona totalmente sob o conceito de lean manufacturing”
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Jessica – O que estamos percebendo é que o mercado vem crescendo em termos de volume. Nossa projeção é crescer entre 10% e 15% em vendas até meados do ano que vem. Essas previsões são baseadas nos pedidos que foram feitos, e, se analisarmos o mercado de janeiro até aqui, houve um aumento considerável de pedidos. Até o final de agosto, por exemplo, a demanda do mercado foi de aproximadamente 7 mil máquinas. A movimentação de negócios ainda é tímida, mas mostra recuperação. Isso significa que durante a crise as empresas não investiram, mas chega uma hora em que é necessário renovar a frota de empilhadeiras. São negócios pontuais que estavam parados e que agora voltam a sair do papel. Então, estamos vendo sim um sinal de melhora na economia. As eleições presidenciais no ano que vem serão um fator complicador, mas já são três anos em recessão e, por essa movimentação que podemos perceber por parte das grandes empresas, existem muitos investimentos represados, apenas aguardando por algum sinal de estabilidade, por um cenário um pouco mais claro no horizonte e que dê mais segurança. É para isso que estamos nos preparando. Tecnologística – É possível dizer então que essa recuperação depende, em grande parte, das empresas com maior poder de investimento, que estão atravessando a crise capitalizada? Jessica – Sim, e durante uma crise todas as empresas passam a trabalhar muito melhor seus custos internos, cortando as “gorduras”, ficando mais enxutas, mantendo mais os pés no chão. Este acaba sendo um exercício obrigatório. E quando o mercado se recupera e as empresas já enxugaram tudo o que podiam, é a hora de voltar a investir para crescer. Aí entra com muita importância a venda consultiva, área à qual temos nos dedicado
ENTREVISTA
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cam fazer com que essa alternativa, além de mais limpa e sustentável, seja mais barata. O mais interessante da tecnologia é que, mesmo no caso das baterias mais modernas, ainda existe a questão do descarte. Já na propulsão por hidrogênio não há qualquer descarte, além da vantagem da emissão ser apenas de água e calor. É uma energia 100% limpa.
muito, pois envolve não somente a venda simples do produto, mas uma solução completa para o nosso cliente, com base naquilo que ele realmente necessita. Afinal, reduzir os custos não é importante somente durante uma crise. Essa otimização deve acontecer o tempo todo. Tecnologística – Buscar novas tecnologias e soluções, como as empilhadeiras elétricas, também tem seu papel nessa otimização, correto? Jessica – Com certeza. E estamos muito atentos à essa demanda do mercado. Em 2014, o grupo adquiriu a Nuvera Fuel Cells, localizada nos Estados Unidos, em Billerica, Massachusetts. É uma empresa que atua no mercado de células de hidrogênio. Com isso, é possível, por exemplo, produzir eletricidade partindo do hidrogênio e oxigênio, com vapor de água e calor como seus subprodutos, gerando assim um equipamento de energia 100% limpa. Claro que as baterias de lítio são a grande realidade do momento, mas nós já estamos olhando para frente com essa tecnologia de células de hidrogênio. A Nuvera era uma startup de engenheiros norte-americanos que inventou essa tecnologia. Estamos trabalhando fortemente na sua aplicação e na ade26 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
quação às nossas empilhadeiras. Nos Estados Unidos, já existe hoje um kit que as empresas podem comprar a fim de converter a máquina para a utilização do hidrogênio como combustível. Tecnologística – Trata-se de uma tecnologia que se aplica às empilhadeiras que já estão no mercado, então? Jessica – Sim, exatamente, e essa é a grande vantagem. Não é preciso renovar a frota, mas apenas converter as máquinas já utilizadas. Isso vale para equipamentos elétricos, e o kit de conversão não ocupa nenhum espaço além do já ocupado pela bateria. A ideia é simplesmente substituir uma tecnologia por outra, adaptando o equipamento. Somos pioneiros nessa tecnologia e temos todo o know-how desse processo de conversão. Disponível por enquanto somente nos Estados Unidos, acreditamos que, muito em breve, esta tecnologia será uma grande tendência por aqui também. Tecnologística – O que falta para que essa tecnologia se popularize? Jessica – A grande questão para que ela se popularize ainda está na geração da célula de hidrogênio. Para que o modelo comercial tome maiores proporções, as pesquisas agora bus-
Tecnologística – A companhia conta com soluções de telemetria também? Jessica – A telemetria é uma grande tendência no mercado de empilhadeiras. Oferecemos essa tecnologia como um acessório plug and play. É um kit que pode ser acoplado ao equipamento e que funciona utilizando os sistemas GSM e 2G. Nós realizamos um estudo bastante aprofundado a respeito das tecnologias de telemetria que são oferecidas no mercado e, baseados nisso, podemos dizer que temos uma solução completa, que tem por princípio ser uma tecnologia a qual permite o gerenciamento de toda a frota do cliente, com acesso ao sistema 24 horas por dia, em três níveis de operação e abrangência. O kit é importado dos Estados Unidos, e contamos com equipes de desenvolvimento tanto lá quanto aqui no Brasil, que atuam também na melhoria dos produtos. Isso porque muita coisa desenvolvida lá fora precisa ser adaptada para a nossa realidade. Nós temos uma área de engenharia aqui no Brasil que se dedica totalmente a esse projeto. Globalmente, a Hyster-Yale Group investe em média de 3% a 4% do seu faturamento total em inovação, justamente pensando em tecnologia e em novas soluções. Tecnologística – Vocês já estão trabalhando com automated guided vehicles (AGVs)? Jessica – Sim. Na verdade a Hyster-Yale Group tem se dedicado muito a estudar os AGVs. É mais uma das frentes
de trabalho dentro de todo esse conceito tecnológico da companhia. Muitos grandes clientes estão surgindo com a necessidade de contar com AGVs, especialmente fora do Brasil. E, nesse aspecto, a nossa solução também é bastante interessante porque, assim como no caso das células de hidrogênio e da telemetria, a ideia é que o cliente possa empregá-la nos equipamentos standard. Ela consiste em um kit que, quando aplicado à empilhadeira, dá a opção de a máquina operar de forma automática ou manual. Então, se o operador precisar voltar a controlar o equipamento, basta girar uma chave e ele volta ao modo tradicional. Girando a chave novamente, a empilhadeira retorna à sua rotina como AGV. É uma solução que oferece muita flexibilidade e é bastante completa também, funcionando totalmente baseada no conceito de inteligência artificial. O equipamento sabe onde estão as colunas do armazém, onde os produtos estão estocados, desvia de obstáculos, lê as etiquetas, faz a coleta e a entrega, tudo de forma automatizada. E nosso grande diferencial está no fato de que a empresa não precisa realizar grandes investimentos para substituir a frota. Basta acoplar o kit de AGV aos equipamentos que ela já tem.
Tecnologística – Como é a percepção do cliente a respeito dessas tecnologias? As empresas já procuram por isso ou cabe a vocês apresentarem as novidades ao mercado? Jessica – É possível perceber que todas essas tecnologias consistem em tendências muito fortes no mercado. Grandes clientes, com grandes frotas, especialmente, já conhecem o valor da telemetria, por exemplo. Eles precisam controlar todos os equipamentos, gerenciar as informações, melhorar a produtividade, enxergar possíveis falhas nas máquinas, controlar o operador, etc. Algumas empresas já estão vendo o que está acontecendo lá fora e nos procuram para saber mais sobre essas tecnologias. Eu acredito que a grande questão no Brasil ainda está no payback do investimento. Tudo isso gera muita curiosidade, mas as empresas precisam fazer um estudo profundo a respeito do impacto real na operação. E isso depende muito do perfil e do porte da própria atividade. Em empresas com grandes operações, os investimentos em todas essas novidades tecnológicas são muito rentáveis, porque eliminam erros e geram ganhos de produtividade consideráveis.
Tecnologística – É aí que entra a questão da venda consultiva que você citou anteriormente? Jessica – Exato. Cabe a nós mostrar quando os investimentos em determinada tecnologia fazem sentido ou não. Tecnologística – Como uma empresa global, qual a percepção da Hyster-Yale Group a respeito do mercado brasileiro atual? Jessica – Bem, nós já temos 60 anos de Brasil, então entendemos bem a realidade do país. A Hyster-Yale Group já viu de tudo por aqui. É claro que, historicamente, esta é uma das crises mais profundas e doloridas pelas quais o Brasil já passou, então, a corporação está empregando uma atenção muito especial para a nossa divisão, oferecendo todo tipo de suporte para nos auxiliar. O nosso setor é competitivo, e estamos trabalhando forte para crescer cada vez mais e figurar em posições destacadas no mercado. Tudo o que estamos fazendo visa o crescimento de marketshare. Essa mudança pela qual o mercado passou, na relação entre as empilhadeiras a combustão e elétricas, gerou muita movimentação no marketshare, e sempre fomos muito bem posicionados no segmento de máquinas a combustão. Mas hoje a Hyster-Yale Group é muito forte também no mercado de elétricas, e estamos investindo pesado para seguir crescendo. Nesse sentido, vale ressaltar a nossa maior fortaleza como companhia, a nossa rede de distribuidores. Essa rede tem como missão a cobertura de 100% do território nacional, garantindo que nossos clientes tenham acesso à peças e serviços especializados, assim como à uma frota de locação de empilhadeiras, proporcionando velocidade e foco no atendimento. Hyster-Yale: (11) 4134-4700 Outubro 2017 - Revista Tecnologística - 27
Novos horizontes para a ferrovia no Brasil?
O setor logístico tem promovido constantes debates sobre o futuro das ferrovias brasileiras. A proposta é integrar cada vez mais as malhas, observando os novos rumos – principalmente nos sentidos Norte e Nordeste do país –, a vocação de transporte e a modelagem operacional, levando em conta o tipo de carga movimentada. Além disso, investir na multimodalidade a fim de garantir maior eficácia operacional é outro ponto de atenção discutido atualmente pelos players do segmento 28 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
Divulgação Transnordestina
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
cargas classificadas como ferroviáveis, principalmente os grãos, o Brasil precisa de uma rede ferroviária integrada da ordem de 50 mil km, envolvendo tanto a recuperação de linhas existentes como a construção de novas. De acordo com Hori, na visão do instituto, a ferrovia, apesar dos gargalos e dos problemas de prioridade e viabilidade, surge como uma alternativa amplamente favorável, que traria uma grande redução de custos ao transporte e menor impacto ambiental, em especial devido à baixa emissão de carbono. Vale lembrar que uma rede integrada, Nordeste do país e quais ações estão que liga todos os cantos do país, já está sendo realizadas a fim de estruturar a desenhada, mas a sua implantação terá malha ferroviária brasileira? O debate, de ser feita por etapas. como sempre, está longe do fim, mas O consultor de Infraestrutura e Loiniciativas, tanto públicas quanto pri- gística da Confederação Nacional da vadas, começam a aparecer. Agricultura (CNA), Luiz Antonio Fayet, é enfático. “A ferrovia não é para transContextualização porte de varejo, e sim de grandes fluxos de carga”, diz. “Além disso, não adianta Para o coordenador Técnico do Pro- apenas riscar mapa e dizer que irão conjeto Ocupação Sustentável do Territó- ceber uma ferrovia. É preciso ter merrio Nacional pela Ferrovia Associada ao cado”. Para o executivo, os problemas Agronegócio, do Instituto de Engenha- no setor vêm de longa data. Ele lembra ria, Jorge Hori, levando em conta todo que as licitações ocorridas em 1998, o potencial de desenvolpor exemplo, acabaram vimento do agronegócom a integralidade da cio, é preciso que haja malha, uma vez que foum planejamento terriram feitas de maneira torial integrado no Brablocada, com cada consil, concedendo à ferrocessionário sendo resvia um papel estrutural. ponsável pela operação O estudo – realizado de determinado trecho. há dois anos pelo instiO consultor comtuto e divulgado no dia pleta dizendo que a 28 de agosto em São situação ficou ainda Paulo, durante o semimais complicada, pois nário “Ocupação Susde 2009 a 2015 houve Hori: projetos precisam de tentável do Território uma alteração nos ponuma abordagem mais ampla, Nacional pela Ferrovia tos de produção, com a visando a integração Associada ao Agroneagricultura passando a gócio” –, porém, mostra que a malha ocupar o chamado Paralelo 16 – região ferroviária atual precisa ser inteiramen- acima de uma linha imaginária traçate reformulada. De um total de 32 mil da a partir de Cuiabá, passando por km instalados, cerca de 70% estão ino- Brasília e chegando a Ilhéus (BA). “Essa perantes. Para atender às demandas das mudança de geografia chegou à frente
Para atender às demandas das cargas classificadas como ferroviárias, o Brasil precisa de uma malha da ordem de 50 mil km
Divulgação
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á muitas décadas, talvez desde que as primeiras malhas ferroviárias começaram a ser implantadas, em 1852, quando Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, recebeu a concessão do Governo Imperial para a construção e a exploração de uma linha férrea, no Rio de Janeiro, entre o Porto de Estrela, situado ao fundo da Baía da Guanabara, e a localidade de Raiz da Serra, em direção à cidade de Petrópolis, o papel da ferrovia brasileira é tema de discussão. Traçado, viabilidade e modelo operacional são apenas alguns dos temas recorrentes. Será que, ainda hoje, esses são os assuntos que permeiam o debate quanto à aplicação das ferrovias? A Revista Tecnologística buscou ouvir o mercado para conhecer as novas demandas e saber o que está sendo proposto e realizado para o desenvolvimento do modal. Descobrimos dois pontos principais: localização e vocação. Hoje, aqueles que atuam no segmento buscam alternativas para expandir as malhas no sentido Norte e Nordeste do país e, consequentemente, atender ao crescimento do setor agrícola nessas regiões. O mercado é unânime ao reconhecer que o transporte ferroviário é a melhor solução para o escoamento da produção, mas são necessários investimentos numa malha mais ampla, com interfaces rodoviárias e hidroviárias. E essa afirmação fica ainda mais evidente se levarmos em conta os mais recentes números divulgados. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a safra nacional de grãos de 2017 deve chegar a 242,1 milhões de toneladas, e a perspectiva, ainda de acordo com os estudos do instituto, é de que esse volume duplique nos próximos anos. Será que as condições atuais das ferrovias apresentam capacidade para suportar esse crescimento? Como elas se configuram hoje, quais são os principais trechos localizados no Norte e
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TRANSPORTE FERROVIÁRIO
investimentos, além de de importantes avanços viabilizar a moderniregulatórios, que resulzação dos contratos de tarão na ampliação e na concessão. “Estima-se modernização da logísque serão realizados intica e do transporte de vestimentos da ordem cargas do país”, diz. de R$ 25 bilhões nos Apesar do otimismo próximos seis anos, que do executivo da ANTF, contribuirão para a amainda há muito a fazer, pliação da capacidade principalmente nas rede nossas ferrovias e giões Norte e Nordespara a redução de gargate, a fim de atender ao los logísticos. Os invescrescimento da produFayet: licitações blocadas timentos decorrentes ção agrícola. prejudicaram a malha nacional das prorrogações anteCenário da malha principal cipadas dos contratos de concessão poderão gerar mais de 40 mil empregos, A Ferrovia Norte-Sul (FNS), ainda entre diretos e indiretos”, avalia. Na opinião de Paes, a conversão da inacabada, é o principal canal de transMP na Lei nº 13.448/2017 confirma que porte e visa atender o escoamento da a prorrogação das concessões é a melhor produção da região do Matopiba (Ma– e talvez a única – forma de se promo- ranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), além ver, em curto prazo, os ajustes necessá- de Goiás. Na extensão norte, considerarios para melhorias significativas nos da no estudo do Instituto de Engenhacontratos de prestação de serviço pú- ria, soma 3.765 km, de Açailândia (MA) blico de transporte ferroviário de carga. a Estrela d’Oeste (SP). O trecho de Açai“Com soluções conjuntas e realistas, a lândia a Palmas está em operação, sob medida assegura a realização de investi- responsabilidade da VLI. O trecho de mentos relevantes e fundamentais, além Palmas a Anápolis (GO) já está construído e é operado diretamente pela Valec. Ainda em construção está o trecho de Ouro Verde (GO) a Estrela d’Oeste. Hori conta que na proposta do instituto a prioridade é completar o trecho da FNS de Anápolis a Estrela d’Oeste, conectando com a rede operada pela Rumo para promover o acesso ao Porto de Santos (SP). Além disso, é necessário fazer a concessão da operação desse trecho e dos já concluídos, completando a ligação de São Luís com Santos, gerando alternativas e promovendo a competitividade. O governo federal já adotou essa proposição e deverá lançar o edital ainda em 2017. Fayet reforça a importância da FNS. “Essa é a única ferrovia que existe nessa nova fronteira agrícola e ela é base para a reintegração das malhas do país. Mas há muitos gargaDivulgação
Tony Oliveira
da infraestrutura ferroviária”, define. O diretor da Logit, que realiza estudos quanto à potencialidade das ferrovias, Diogo Barreto, reforça o que diz Fayet. “Ainda hoje a Região Norte é carente em termos de malha ferroviária se comparada com as porções Sul e Sudeste do país, e essa carência se torna mais crítica quando se percebe o crescimento de produção no Matopi, região que abrange parte dos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí”, afirma. Para minimizar esse problema, o executivo considera que é preciso equacionar o valor do investimento, considerando uma mínima participação do governo federal. O diretor executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Fernando Paes, avalia como positiva e oportuna a aprovação, pelo Congresso Nacional, da Medida Provisória nº 752/2016, conhecida como MP das Concessões, uma vez que as novas regras conferem maior segurança jurídica ao setor. De acordo com o diretor da associação, a MP trouxe instrumentos que permitirão a realização de expressivos
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TRANSPORTE FERROVIÁRIO
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los, principalmente no Para Fayet, a Transsentido norte”, lamennordestina tem um víta. Como exemplo, ele cio de origem e terá que cita o trecho entre Palser revista, pois não há mas e Estrela d’Oeste, viabilidade econômique ficou isolado. Sob ca. De acordo com ele, gestão da Valec, esse trata-se de um projeto pedaço da malha ainda de uma superferrovia não está em operação. numa região que tem Existe o projeto para baixa densidade de carlicitá-lo, mas sem data ga – a malha não está prevista. A proposta na rota de exportação, da CNA, contudo, é de e sim na de mercado inBarreto: a Região Norte que antes de promover terno. Por este motivo, do Brasil é muito carente o processo licitatório não há fluxo de mercade ferrovias seja realizado um novo doria. “Até hoje ela tem estudo de mercado e de sua capaci- operado numa faixa de 2 milhões de dade operacional, já que os atuais es- toneladas por ano. O investimento foi tão subestimados e fora da realidade. sofisticado, mas se tivessem feito uma modelagem mais simples, que exigisPropostas para integração se investimentos menores, ela serviria para o atendimento regional”, resuAlém da FNS, outros trechos fer- me. O consultor da CNA é sucinto. roviários aparecem com destaque na “Se continuarem a fazer do jeito que retomada do setor nas regiões Norte estão, será preciso prever um subsídio e Nordeste e para o suporte ao cresci- anual para que ela possa funcionar.” mento do agronegócio. Assim como na A Fiol também apresenta pontos Norte-Sul, algumas alterações devem a serem modificados. O Instituto de ser realizadas. O Instituto de Engenha- Engenharia sugere que seja priorizada ria propõe, por exemplo, uma inversão a ligação de São Desidério (BA) a Barde prioridades em relação aos trechos reiras (BA), o principal polo produtor da Transnordestina e da Ferrovia de In- da Bahia e do Matopiba, à FNS em Fitegração Oeste-Leste (Fiol). A Ferrogrão gueirópolis (TO) e, a partir daí, que a e a Estrada de Ferro Carajás (EFC) tam- produção seja enviada para os portos bém entram na pauta de discussão. de São Luís ou Barcarena (PA). Já há esA Transnordestina está prevista para chegar aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE) e prevê como principal gerador de grãos o município de Eliseu Martins (PI). O estudo do Instituto de Engenharia estabelece que é recomendável primeiro promover a ligação de Eliseu Martins à FNS, na altura de Estreito (MA), já que Eliseu Martins é o ponto inicial da Nova Transnordestina. A mudança, porém, precisa começar com uma manifestação de interesse da iniciativa privada (MIP). Hoje, a produção do Maranhão e do Piauí chega de caminhão até a FNS, ou segue direto para o Porto de São Luís. 32 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
tudos preliminares para essa proposta. A produção da Bahia, atualmente, sai pelo terminal de Cotegipe, na Baía de Aratu, movimentada por caminhões. Fayet é mais crítico quanto à Fiol. “É uma ferrovia que tinha como base a mineração de Caetité (BA), mas que não evoluiu. Já a carga de grãos da Bahia está avaliada para o futuro em 10 milhões de toneladas e para consumo interno, o que não justificaria sua concepção”, acredita. Para ele, para essa ferrovia surgir é preciso resolver essas questões e rediscutir e avaliar profundamente sua viabilidade econômica. Barreto tem um pensamento contrário ao do consultor da CNA. “A Fiol seria uma alternativa ao escoamento rodoviário por Aratu. No caso de ela ser implantada, haverá demanda de carga da região oeste baiana”, pontua. Quanto à Ferrogrão, que seria paralela à BR-163 e faria a ligação entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), alguns pontos devem ser levados em consideração. “Ela precisa nascer com capacidade de 10 milhões de toneladas por ano para ser autossustentável. Se esse não for o índice, dificilmente irá se pagar”, garante Fayet. Na CNA, a proposta é que ela seja prontamente operacionalizada de forma independente e posteriormente seja integrada ao restante da malha ferroviária brasileira.
A Logit também está de olho nesse trecho. A empresa realizou um estudo do componente de demanda do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) para um grupo privado. Segundo Barreto, a demanda potencial do trecho seria elevada, no entanto, os custos de implantação também. “Seria importante que o governo federal enxergasse algum tipo de participação nos custos de implantação, de modo a trazer maior atratividade para o trecho”, cita. O executivo sugere que seja realizada uma parceria público-privada (PPP), mas que antes disso seja equacionado o formato de implantação e o modelo de concessão. Já existem propostas nesse sentido. “As tradings interessadas pelo trecho podem ser clientes dessa ferrovia ou acionistas minoritários de um operador ferroviário”, analisa Barreto. Quanto à EFC, outra ferrovia fundamental no processo de integração da malha brasileira, Barreto anuncia que a companhia realizou para o atual concessionário uma análise do trecho já existente. Os estudos foram feitos para identificar a demanda potencial das ferrovias em um horizonte de 30 anos, considerando diferentes cenários de infraestrutura. “Havia, no passado, uma questão de operação e eficiência no trecho, de forma que o escoamento de grãos não impactasse no escoamento de minério. De toda forma, qualquer acréscimo de capacidade nesse trecho seria menos custoso do que desenvolver um novo tramo entre Açailândia e Barcarena”, conta. Na opinião do diretor da Logit, a EFC poderia ser mais competitiva do que as saídas por rodovia em Itaqui ou pela FNS para a produção de Tocantins. Para o Piauí e para o Maranhão, dependendo da localização, poderia ser mais viável escoar diretamente por rodovia no Porto do Itaqui. Atualmente, a EFC atende cargas originadas nos estados do Maranhão, Piauí e Tocantins, que são basicamente formadas por grãos.
Há um consenso de que essas regiões ainda poderão apresentar um ganho de produção de grãos no futuro, o que aumentaria o volume a ser transportado na EFC. Além disso, o estado do Pará também contribui com cargas de produtos minerais que utilizam a Carajás. Na opinião do executivo, a combinação desses fatores poderia impactar a capacidade de escoamento de minério na ferrovia para Itaqui.
Iniciativa privada na vanguarda Enquanto os debates e propostas de soluções agitam o setor, a iniciativa privada faz o seu papel. A VLI Logística é prova disso. Segundo o gerente-geral de Portos Norte, Leonardo Paiva, a ferrovia é fundamental para viabilizar os negócios da companhia, sendo impossível falar em crescimento de capacidade sem a utilização do modal. Por este motivo, ela vem investindo desde 2012, com término previsto para o início de 2018, R$ 1,7 bilhão no Corredor Centro-Norte. Ele consiste na EFC – 900 km que ligam São Luís à Mina de Carajás, no município de Parauapebas (PA), sob concessão da Vale, na qual a VLI opera grãos, combustível e celulose com direito de passagem – e na FNS – 720 km sob concessão da VLI, com início em Açailândia, ponto de conexão com a EFC, e fim em Porto Nacional (TO). A aplicação dos recursos já reflete em números positivos. Em 2012, a companhia movimentava pela FNS 3 milhões de toneladas por ano e pela EFC 5,5 milhões de toneladas. Hoje, essas malhas têm capacidade para operar 8 milhões de toneladas anualmente. Para dar suporte a esse crescimento, Paiva conta que a VLI desenvolveu e colocou em prática ao longo dos anos uma série de iniciativas. O investimento mais recente está relacionado à ampliação do pátio ferroviário de São Luís. A conclusão da obra está pre-
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Poder público Enquanto a iniciativa privada coloca em prática suas ações, o governo fica na fase de planejamento. A Empresa de Planejamento e Logística (EPL) ilustra bem a situação com o projeto de Conexão Ferroviária Bioceânica entre o Brasil e o Peru, investimento estimado em R$ 40 bilhões, baseado no custo de construção e de material rodante de outras ferrovias brasileiras. Em maio de 2015 foi firmado o memorando de entendimento entre o Brasil, a China e o Peru para serem realizados os estudos básicos para avaliar a viabilidade de implementação do projeto. Em território brasileiro, a fer34 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
rovia tem como objetiBarcarena. A implemenvo ligar o litoral norte tação será dividida em fluminense à cidade de Trecho Norte e Trecho Cruzeiro do Sul (AC) e Sul. O Norte ligará Mose constitui na ferrovia rada Nova a Barcarena e denominada EF-354. As terá 759 km de extensão, análises a serem desenenquanto o Sul conectavolvidas por força do rá, com 553 km, Santana memorando abrangem, do Araguaia a Morada no lado brasileiro, o treNova. Ao todo, a estimacho compreendido entiva é de que o projeto tre as cidades de Camcivil e operacional depinorte (GO) – conexão mande investimentos de Paes: novas regras de concessão com a FNS – e Cruzeiro R$ 14 bilhões. conferem mais segurança jurídica do Sul, onde a ferrovia E existe demanda ao setor terá continuidade no prevista para a FP. Ao Peru até um porto do Oceano Pacífico. longo da malha são 16 minas com poNa Região Norte ela passa pelos esta- tencial para produzir 80 milhões de dos do Acre e de Rondônia e é uma toneladas por ano entre os mais variarota considerada estratégica para o es- dos metais. Duas já produzem bauxita coamento da produção, via Pacífico, e manganês. Para movimentar as carpara os mercados asiáticos. gas será desenvolvida, ainda sem local A EPL foi a empresa pública desig- definido, uma rede de plataformas de nada pelo governo federal para coorde- armazenagem com articulação rodonar, do lado brasileiro, o subgrupo de ferroviária. A concessão, vertical e com técnicos especialistas responsável pelo direito de passagem, seguirá o modelo acompanhamento e levantamento de básico, com licitação internacional, e informações dos estudos técnicos, em ganhará aquele que conseguir o maior interação com as agências designadas desconto no referencial tarifário. O pelos governos do Peru e da China. prazo de exploração será de 30 anos, O subgrupo é coordenado, do lado prorrogáveis por igual período. chinês, pela China Railway Eryan O governo do estado do Pará está Engineering Group, do lado perua- focado na concepção da ferrovia. Prova no pela Direccíon General de Cami- disso é que solicitou, em fevereiro desnos y Ferrocarriles, e no Brasil conta te ano, a inserção do projeto no Progratambém com a participação da Valec. ma de Parcerias de Investimentos (PPI) Ainda não há data prevista para a com diversos pleitos. Entre eles estão continuidade do projeto. a integração da FNS com a FP, a amNo Pará, a situação parece que anda pliação do Porto de Vila do Conde, a graças ao desenvolvimento da Ferro- autorização para a construção de uma via Paraense (FP). O projeto, elaborado pera ferroviária no terminal portuário pela Pavan Infraestrutura para a Se- e a inclusão da ferrovia nas linhas de cretaria Estadual de Desenvolvimento financiamento federais, em particular Econômico, Mineração e Energia (Sede- do Banco Nacional de Desenvolvimenme), consiste na construção, operação to Econômico e Social (BNDES). e manutenção da ferrovia, por meio Outras solicitações ao governo fedede concessão comum. A FP terá 1.312 ral merecem destaque, como a inclusão km de extensão, interconectando todo do compromisso de construção do treo leste do Pará, desde Santana do Ara- cho de interligação das malhas da FNS guaia até o Porto de Vila do Conde, em e da FP na renovação antecipada de Divulgação ANTF
vista para o início de 2018 e o pátio, que hoje recebe sete lotes (composição com uma locomotiva e 80 vagões), terá capacidade para receber nove lotes. Os terminais ao longo da FNS merecem destaque. São três pontos de origem de carregamento de trens e dois terminais próprios – Porto Nacional (km 720) e Palmeirante (km 460), incluídos no plano de investimento entre os anos de 2012 e 2018 –, além de um em Porto Franco (km 200), este operado por terceiros. Inaugurados em março de 2016, o Terminal Integrador Porto Nacional (TO) demandou investimento de R$ 129 milhões, enquanto o Terminal Integrador Palmeirante (TO) exigiu R$ 135 milhões em recursos. Ambos movimentam 2,6 milhões de toneladas de grãos anualmente. O gerente-geral de Portos Norte destaca outros investimentos, como a construção, orçada em R$ 90 milhões, do ramal ferroviário de 3 km de extensão que acessa o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram). O executivo cita, ainda, os recursos aplicados em ativos rodantes. “Desde 2012 ampliamos a frota de vagões de 365 para 2 mil unidades e a de locomotivas de seis para 50”.
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contrato de subconcessão da VLI, por meio de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato; a inclusão de um compromisso de movimentação, pelo Complexo Portuário de Barcarena, de pelo menos 10% da carga originada no Complexo Carajás, em solo paraense, utilizando-se da FP; e o compromisso da Vale em sua renovação antecipada de contrato de concessão. As negociações, bilaterais, já estão em curso. O cronograma também está estipulado. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima) foram protocolados na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) em dezembro de 2016. A previsão é de que as audiências públicas sejam realizadas o mais rápido possível para que em novembro publique-se o edital. Para fevereiro de 2018 estão previstos o recebimento e a análise dos documentos, a fim de que em março ocorra o leilão e em junho seja assinado o contrato de concessão.
Pontos de atenção Discussões, propostas, investimentos privados e planejamento público. Todas essas iniciativas são válidas e contribuem para o desenvolvimento 36 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
ferroviário brasileiro, mas alguns aspectos devem ser observados de maneira mais criteriosa. Na opinião de Hori, todos os projetos e a ocupação territorial deveriam ser planejados sob os auspícios do poder público, integrando produção, meio ambiente, logística e urbanização. Mas não tem sido assim. Por isso, além do planejamento das linhas principais, os planos precisam prever uma abordagem mais ampla, que englobe as integrações modais com a malha rodoviária alimentadora e considere a necessária participação privada nos investimentos, dada a carência de recursos públicos. “Além disso, a priorização da implantação deve ser orientada pelas demandas, principalmente dos grãos agrícolas, e a reativação das linhas fora de uso precisa ser objeto obrigatório da repactuação das concessões”. Já os contratos de renovação das concessões e os novos contratos deverão atender a regras claras e objetivas do direito de passagem, contemplar índices técnicos operacionais, dentro das especificações estabelecidas de acordo com a categoria da ferrovia, e prever uma progressão sucessiva e acompanhada desses índices ao longo do contrato, promovendo o desenvolvimento tecnológico e a eficiência do sistema
para redução dos custos de operação. É preciso levar em conta, ainda, a categoria da ferrovia para que os investimentos sejam realizados de maneira racional. Isso porque, para conceber uma estrutura rodante para o transporte de minério, por exemplo, é mais vantajoso desenvolver uma malha heavy haul, que demanda uma estrutura mais robusta, com investimento em trilhos e dormentes e atenção no traçado, com curvas menos fechadas e rampas menos acentuadas. Já para os grãos não é necessário um planejamento similar, e o volume de recursos aplicado é menor. “O heavy haul demanda cerca de R$ 10 milhões por km e a ferrovia para o agronegócio exige R$ 6 milhões por km”, calcula Hori. Paes, da ANTF, cita como ponto de atenção o direito de passagem. O compartilhamento da infraestrutura por meio do direito de passagem é uma prática recorrente e devidamente regulamentada no Brasil. De acordo com os dados mais recentes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que regula e fiscaliza o setor, cerca de 10% do total das cargas transportadas pelo modal ferroviário em 2016 foram movimentados por meio desse dispositivo. O executivo diz que a entidade espera que o futuro operador do tramo central da FNS também utilize esse instrumento, de modo a viabilizar a passagem dos trens tanto em direção aos portos do Sudeste quanto do Norte e do Nordeste. “Consideramos tecnicamente correta e bastante apropriada, além de oportuna, a visão de políticas públicas do governo federal e do PPI para o setor, no sentido de viabilizar o tráfego futuro da FNS com o de outras malhas”, salienta. Paes julga importante ressaltar que, para os trens com sentido ao Porto do Itaqui, que transitarão pelo tramo norte da FNS, já estão sendo estudadas pela ANTT e pela VLI as garantias jurídicas e operacionais que vão assegurar a passagem. “O compartilhamento de trilhos
Jaime Oide
deverá ocorrer normalmente, como já operação seja eficiente e as pontas funcioacontece em outras malhas concedi- nem bem, com terminais integradores de das”, acredita. alta produtividade na origem e um sistePara os trechos das malhas que ma capaz de absorver toda essa demanda eventualmente apresentem maior in- concentrada na descarga. tensidade de tráfego (já identificadas O executivo da VLI faz um último tanto pelas empresas quanto pelo PPI lembrete. “Percebemos, em todo o nose pela agência reguladora), a renovação so processo de crescimento na região, antecipada dos contratos de concessão que ainda existe uma carência grande representa, na avaliação da ANTF, o em termos de infraestrutura. A malha da melhor instrumento para a expansão FNS, por exemplo, estava assentada com da capacidade das ferrovias, permitindo alta capacidade de escoamento, mas era melhor acesso aos portos e terminais. preciso constituir um sistema e trazer a Fayet, da CNA, tem outra proposta carga para a ferrovia. E isso ainda hoje quanto ao direito de passagem. “É pre- passa pelo desenvolvimento de outros ciso estabelecer uma norma legal que modais”, destaca. determine especificamente um percenDe acordo com ele, um dos pontos tual da capacidade em toneladas para principais é a construção de estradas o exercício dos diversos tipos de direi- para que as cargas cheguem mais rapito de passagem para os damente aos terminais Operadores Ferroviários ferroviários. “Os termiIndependentes (OFI). nais são concentradores Isso é fundamental, de produto, mas para pois nenhuma emprechegar até eles é precisa vai investir em locoso um acesso adequado. motivas e vagões se não Este é um dos desafios tiver a garantia legal de existentes: como transque pode passar numa por as barreiras para ferrovia, pagando pedáas chegadas dos camigio e diante de algumas nhões?”, questiona. regras”, salienta. “Nós Barreto, da Logit, se defendemos que deve atém à vocação. “Hoje, Paiva: investimentos em haver uma reserva de as ferrovias do Norte e infraestrutura devem ter como 30%. Entretanto, o condo Nordeste realizam objetivo a intermodalidade cessionário da malha o transporte de granéis pode utilizar 100% da capacidade se agrícolas e minerais, voltados para a não houver demanda. Havendo, até o exportação”, define. Mas, e no futuro? limite de 30%, ele seria obrigado a libe- Para ele, as novas malhas das regiões rar a malha para os OFIs. Esse modelo é deverão atender prioritariamente a deadotado nos Estados Unidos e na Euro- manda crescente de granéis agrícolas. pa e estimula a concorrência de preços nas ferrovias”, garante. Fábio Penteado O gerente-geral de Portos Norte da ANTF: (61) 3212-8900 VLI, Paiva, destaca a integração entre os CNA: (61) 2109-1400 modais como ponto a ser observado. “A EPL: (61) 3426-3742 Região Norte ainda é carente do ponto de Instituto de Engenharia: (11) 3466-9200 vista de escoamento. É preciso implantar Logit: (11) 3474-8500 uma infraestrutura de logística regional”, Sedeme: (91) 3110-2550 diz. Para ele, é necessário, ainda, que a maVLI: (31) 3279-5323 lha ferroviária esteja destravada para que a
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ARMAZENAGEM
Armazém à moda industrial
A CNH Industrial Parts & Service reestruturou sua logística inbound e outbound de peças para as marcas Case, New Holland, Iveco e FPT. As ações incluíram a mudança do local e a alteração da modelagem operacional de seu centro de distribuição nacional, aplicando os dez conceitos do World Class Logistics (WCL), além de melhorias pontuais, diminuindo os erros e aumentando a eficácia das movimentações e a produtividade
A
decisão de alterar processos operacionais nem sempre é uma tarefa das mais fáceis para uma companhia que, num primeiro momento, já se posiciona de maneira bem estruturada. Aliás, em logística, toda mudança tem impactos fortes em uma série de outros aspectos, envol38 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
ve diferentes departamentos e exige a adoção de uma nova postura de maneira geral, refletindo muitas vezes na própria cultura da organização. Mas e quando a decisão é por mudar totalmente uma planta? E mudar no sentido mais amplo possível da palavra, alterando tanto o cenário físico quanto
o operacional e o cultural. A princípio, pode parecer que uma ação como essa é colocada em prática quando o cenário não é dos melhores e, em alguns casos, isso é verdade, mas nem sempre. Na CNH Industrial Parts & Service, por exemplo, mudar por completo seu centro de distribuição, que opera-
va satisfatoriamente até determinado momento, fez parte de um projeto abrangente. Além de trocar de endereço, uma série de outras estratégias foi sendo colocada em prática a fim de tornar a atividade de movimentação de produtos parte do negócio da empresa. A antiga estrutura atendeu às demandas e contava com um espaço, até determinado momento, eficaz. De julho de 2001 até o final do ano de 2009 a companhia distribuía seu portfólio de produtos por meio de um CD instalado na cidade de Itu (SP). Alugado, o prédio possuía uma área coberta de 26 mil m², estocava cerca de 110 mil SKUs e expedia por mês aproximadamente 80 mil linhas de peças para as marcas Case e New Holland, para os segmentos da construção e da agricultura. Durante esse tempo, contudo, começou a surgir a necessidade de alterar o CD e o modelo empregado. O diretor de Operações da CNH Industrial Parts & Service para América Latina, José Roberto Manis, explica. “Em 2007 estávamos começando a ficar com o nível de saturação do estoque elevado. Iniciamos, então, os estudos para definir se ampliaríamos a estrutura de Itu, mudaríamos para um novo prédio, maior e alugado, ou construiríamos um próprio taylor made”, diz. A decisão foi a de ir para uma estrutura própria. Nesse ponto, o executivo faz uma ressalva. De acordo com ele, a estratégia de alterar o CD foi tomada, também, pois peças e serviços passaram a constituir uma área que se tornou o core business da companhia. “Éramos muito focados nos produtos e enxergamos que tínhamos de oferecer um diferencial, e peças e serviços poderiam ser esse diferencial”, resume. Na opinião de Manis, o aftermarket se torna cada vez mais forte e as empresas precisam oferecer algo diferente, e não apenas em termos de preços. “Temos que ser competitivos na velocidade e qualidade de entrega, ter uma logística
interna e externa eficientes. Acreditamos que o serviço de excelência em peças seria uma grande alavanca para fidelizar os clientes e conquistar novos”, revela.
Trabalho gradual
interessante fazer o insourcing. À época tínhamos cerca de 250 pessoas na operação e, após uma seleção e um salto qualitativo, as contratamos”, relata. O quinto e último pilar foram a metodologia e a aplicação do conceito de World Class Logistics (WCL). O objetivo é pontual. Por meio de uma metodologia de trabalho baseada em dez pilares (segurança, desdobramento de custos, melhorias focadas, organização do posto de trabalho, manutenção autônoma e manutenção profissional, controle de qualidade, logística, gerenciamento antecipado dos equipamentos, desenvolvimento de pessoas e meio ambiente), otimizam-se as operações logísticas e eliminam-se perdas e desperdícios para tornar a empresa mais competitiva. Hoje, assegura Manis, a CNH possui uma equipe estruturada para atender esses dez pilares, com foco no aumento da eficiência e na qualidade dos serviços.
Antes de alterar o endereço e a modelagem operacional do CD, a CNH compôs um grupo de estudos multifuncional da área de logística e estabeleceu cinco pilares de ação. O primeiro estava relacionado à localização geográfica do novo CD. “Fizemos um estudo e estabelecemos que a nova estrutura estaria localizada em Sorocaba (SP). A região, que chamamos internamente de triângulo e é composta pelos municípios de Sorocaba, Campinas e São Paulo, é estratégica, pois 65% de nossos fluxos – entrada e saída de produtos – estão dentro dela”, cita Manis. O diretor de Operações completa dizendo que a escolha se deveu, ainda, pela proximidade com o aeroporto de Campinas e os de São Paulo, Período de com o Porto de Santos maturação e pela qualidade da malha rodoviária. Definidos e desenO segundo pilar levolvidos os cinco pivou em conta as inslares, a companhia talações. Isso porque iniciou oficialmente, a ideia não era ocupar em março de 2010, as uma edificação antiga. operações no CD de SoO novo prédio deveria rocaba. O local ocupa favorecer um layout uma área total de 135 simples e rápido. O termil m², sendo 66 mil ceiro ponto de atenção m² destinados à armafoi o foco em softwaManis: o aftermarket se torna cada zenagem, e tem capacires, sistemas de planevez mais forte, então precisamos de dade para estocar mais jamento e tecnologias. uma logística extremamente eficiente de 20 milhões de peças, “Adotamos os mesmos sistemas mundiais que a Fiat Auto- entre mais de 200 mil modelos difemóveis tinha e que a CNH Industrial rentes, de parafusos a motores. Além possuía nos Estados Unidos e em pa- de itens da Case e da New Holland, o centro passou a movimentar peças íses da Europa”, conta. O quarto pilar de atenção eram as para Iveco e FPT, fabricante de motopessoas. “Trabalhávamos em Itu com res da CNH Industrial. Segundo Manis, a estrutura é uma equipe terceirizada. Tínhamos um operador logístico, mas naquele chamada de Master Depot e atende, momento entendemos que seria mais além do Brasil, clientes com opeOutubro 2017 - Revista Tecnologística - 39
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rações na América Latina, Europa, África e Ásia. “Noventa porcento do nosso volume é destinado ao mercado brasileiro e o restante à exportação. Recebemos peças de cerca de 800 fornecedores, 50% nacionais e 50% estrangeiros, e distribuímos para 600 dealers”, diz. Depois da inauguração do novo espaço, houve um período de maturação dos novos conceitos. Durante cerca de cinco anos a nova metodologia foi absorvida não só pela equipe operacional, mas também pelos níveis hierárquicos mais altos. O executivo explica a evolução do novo modelo. “Somos movidos por resultados, por isso é muito difícil parar e dedicar horas de trabalho para repensar e reavaliar algo que estava funcionando há um tempo. Mas, com a reestruturação, nos aproximamos de nossas fábricas no Brasil e no exterior, que possuíam operações eficazes por meio da aplicação do World Class Manufacturing (WCM), conceito que serviu como base para a concepção do WCL”, frisa. De acordo com o diretor, a meta foi adotar aquilo que era aplicado nas unidades fabris, criando analogias para as peças. Com isso, revela, os avanços foram obtidos mais rapidamente. As plantas utilizadas como modelo foram as de Sorocaba, Curitiba e Piracicaba (SP), que industrializam máquinas agrícolas, a de Contagem (MG), que desenvolve produtos para o segmento da construção, além do site da Iveco em Sete Lagoas (MG). O estoque da Fiat Automóveis instalado em Volvera, na Itália, e a operação da Mopar, marca de peças aplicadas nos carros da Fiat, realizada nos Estados Unidos, também serviram como referência. Para Manis, para realizar o aculturamento foi fundamental o aprendizado durante as visitas a esses locais. E isso gerou frutos. “Hoje, nossos colabora40 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
dores têm mais envolvimento e desenvolvemos indicadores para medir isso”, destaca. Um deles é o número de sugestões que cada pessoa propõe em cada uma das áreas. Além disso, a medição é realizada por meio dos apontamentos que os colaboradores realizam com relação a atos e condições inseguras na operação.
Ações e desempenho Passado o período de maturação e graças ao trabalho para aperfeiçoar as ações, a empresa pode direcionar as estratégias e adotar medidas pontuais. Há dois anos ela foca firmemente em suas estratégias baseadas nos conceitos do WCL. O trabalho já dá resultados. Um dos principais indicadores é o error rate, ou a taxa de erros de peças expedidas para os clientes. Em Itu, calcula Manis, esse índice ficava acima de 1,7%. “Isto acontecia muito em função de erro humano”, resume. Para minimizá-lo, a empresa realizou um trabalho focado nas ferramentas da qualidade estabelecidas no WCL. O objetivo era identificar o motivo de as pessoas errarem e, quando erram, que tipos de pedidos estavam envolvidos, que turno errava mais, em qual área havia mais ocorrências e se havia problemas de identificação. “Quando fizemos o levantamento, tínhamos um pouco de tudo”, diz. Após as análises, a companhia identificou, por exemplo, que era preciso melhorar a luminosidade na edificação em relação à estrutura de Itu. “Em Sorocaba as luminárias estão posicionadas de forma a coincidirem com os cor-
redores. Além disso, no mezanino de estocagem não bastava ter apenas luz superior, por isso iluminamos também a parte de baixo”, descreve o executivo. Já no picking, foram estabelecidos alguns critérios para minimizar os erros. Quando a quantidade separada é menor do que 15 itens, o operador deve conferir produto por produto antes de acondicioná-lo na caixa que será expedida. Mais do que isso: os processos de separação foram definidos de tal forma que o operador precisa seguir criteriosamente o que foi determinado previamente. Com os estudos e as mudanças o índice de error rate no CD de Sorocaba hoje é de apenas 0,037%. Medir o desempenho também foi importante, e isso precisava ser realizado, pois o WCL estabelece que sejam analisadas as matrizes de identificação das perdas. “Identificamos os principais processos da atividade. Depois disso, resolvemos fechar o perímetro para identificar a área que queríamos atacar. Começamos de dentro para fora e por isso passamos a medir os tempos que levávamos para descarregar o caminhão, o tempo que levávamos para alocar os itens na área de recebimento e quanto tempo demorávamos para separá-los, destinando-os à qualidade, à embalagem ou ao estoque”, diz. Depois de um período de análises, relata Manis, foi constatado que
o CD da CNH em Sorocaba possuía uma produtividade de nove linhas por hora por homem. Atualmente, são 15 linhas, e a meta, de acordo com o executivo, é dobrar esse número até 2018. Para isso, uma série de atividades já foi alterada. Não existia no CD, por exemplo, um direcionamento para as linhas de embalagem. Hoje, há uma segmentação dos produtos que são recebidos e embalados, com uma linha só de saco plástico, outra de caixa de papelão, uma destinada à embalagem de madeira e outra linha para o plástico bolha. Outra ação foi segregar atividades. “Recebemos muitas peças acondicionadas na embalagem do fornecedor e devemos tirá-las e colocá-las em nossas embalagens, com a nossa quantidade comercial e nossa identidade visual”, conta. A ação adotada foi definir que um grupo de colaboradores retira os itens das embalagens provenientes dos fornecedores e outro os acondiciona nas embalagens da CNH. O layout do mezanino de 25 metros de largura por 100 m de comprimento empregado na estocagem de 86 mil SKUs também foi alterado após o período de maturação e análises. No início das operações do CD de Sorocaba era necessário realizar um zigue-zague entre os corredores para separar os pedidos. Por meio dos estudos foi identificado que, se um corredor central fosse criado, o tempo de picking seria reduzido. “Com essa modifica-
ção, ganhamos 20% de produtividade”, comemora Manis. O ganho de produção é mesmo um dos focos da companhia. Para isso, outra estratégia foi destinar áreas internas no armazém, denominadas golden zones de recebimento e expedição, para itens de maior giro. Atualmente, do total estocado no CD de Sorocaba (cerca de 200 mil SKUs), 20 mil são de grande giro e estão dispostos nessas áreas. E os objetivos para esses locais são claros. “Nossa meta é manter nas golden zones um nível de 85% e assim aumentar cada vez mais nossa produtividade”, revela.
Mudanças recentes e planos Além da parte interna do armazém, as atividades externas merecem atenção. A racionalização das rotas, por exemplo, também faz parte do conceito WCL. De acordo com Manis, a cada dois anos a empresa refaz o estudo das rotas e realiza um novo bid. O mais recente, que aconteceu em 2016, trouxe mudanças. Hoje a companhia conta com 14 fornecedores que realizam o transporte de peças. Desses, cinco são dedicados ao inbound e sete ao outbound. Os outros dois provedores atuam em ambos os fluxos. Já o transporte aéreo, empregado basicamente nas entregas dos pedidos urgentes, é operacionalizado pelas principais companhias brasileiras. A maior mudança com o novo bid, contudo, está relacionada ao frete de outbound. A modificação, explica Manis, ficou por conta das rotas expressas para o Mato Grosso e para o Rio Grande do Sul. “Junto com os provedores de serviços percebemos que poderíamos rever as rotas de entrega, melhorando o tempo e sendo
mais econômicos. Utilizávamos uma sistemática que estava nos custando caro, pois pagávamos a rota dedicada independentemente da ocupação dos veículos”, recorda. Depois do novo bid, a empresa deixou de utilizar a rota expressa com veículos dedicados, porque o nível de ocupação estava baixo, e passou a realizar um mix. “Adotamos um frete fracionado, compartilhado, dentro da rota dedicada, com a utilização, por exemplo, de veículos menores. Nossa taxa de ocupação hoje é acima de 90%”, diz. O estado do Mato Grosso, que hoje representa 25% do volume de venda de peças, apresenta outra peculiaridade. “Temos uma logística diferenciada para atendê-lo, com fretes dedicados. Nossos dealers locais realizam o pedido para o CD de Cuiabá. Se for possível, eles são prontamente atendidos, caso contrário a solicitação é automaticamente transferida para o CD de Sorocaba e enviada, por meio de um frete dedicado, para a estrutura mato-grossense”, explica. Em Cuiabá, a CNH instalou um centro avançado para atender apenas o setor agrícola. O CD está localizado numa área total de 12 mil m², sendo 3 mil m² destinados à área de armazenagem, com capacidade para 15 mil itens. O local possui um sistema de comunicação totalmente informatizado, ligando os concessionários da região às fábricas da CNH no país e ao CD de Sorocaba. Por ano, passam pelo centro mato-grossense 200 mil linhas de pedido. Vale lembrar que os principais conceitos do WCL também são replicados nesse armazém. Já há estudos para ampliar a utilização do CD cuiabano, atendendo logisticamente a partir de lá a região chamada de Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Fábio Penteado CNH Industrial: (15) 3334-4094 Outubro 2017 - Revista Tecnologística - 41
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LOGÍSTICA HOSPITALAR
Na dose e na D medida certa Apesar de não fazer parte da sua atividade-fim, a maioria dos hospitais públicos e privados responde pela logística interna do fluxo de materiais, insumos e medicamentos, registrando falhas significativas no gerenciamento dos estoques. Muitos ainda resistem a delegar essa tarefa a empresas especializadas que poderiam auxiliá-los a reduzir as perdas por validade, otimizar compras e aumentar o controle, a eficiência e a segurança. Por parte dos operadores logísticos, há o desejo de transpor essa barreira para atuar da porta para dentro e com maior vigor nesse setor. Alguns até já o fazem, mas para a maioria o momento é de evangelização do mercado, porque se faz necessário mudar a cultura interna dessas instituições, ainda baseada em conceitos tradicionais e de gestão familiar 42 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
e acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), o Brasil conta atualmente com 6.778 hospitais, dos quais 70% são privados, 21% são municipais, 8% são estaduais e 1% é federal, totalizando mais de 494 mil leitos. O que todos apresentam em comum é a prioridade em prestar o melhor atendimento de saúde aos pacientes e, por conta desse escopo, oferecem grande resistência em terceirizar alguns serviços, como é o caso da logística interna. O maior temor é de não dispor de materiais, medicamentos e equipamentos especiais de que necessitam em tempo hábil para assegurar o tratamento adequado aos seus clientes. Por esse motivo, a maioria ainda não se dá conta de que acaba comprando mais do que consome, não gerencia adequadamente os estoques e não tem controle e rastreabilidade sobre o fluxo dos suprimentos no hospital, o que resulta em altos custos e perdas significativas. Em geral, os insumos médicos correspondem a aproximadamente 40% dos gastos totais dos estabelecimentos de saúde, perdendo apenas para a folha de pagamento dos funcionários, que é de 50%. E, por inúmeras razões, os gestores dos hospitais não dão a devida atenção a essas despesas. Mas esse panorama está co-
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meçando a mudar, em parte em função das administradoras de planos de saúde, que estão cada vez mais rigorosas para liberar o pagamento das contas apresentadas pelas instituições, e também devido a pesquisas realizadas por diversos institutos de análise que mostram a dimensão desses gastos e as consequências de uma má gestão. Em média, 30% dos estoques são desperdiçados e o índice de obsolescência é da ordem de 20%, o que pode gerar perdas de até 15% da margem financeira. Uma pesquisa realizada este ano pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) com toda a cadeia de saúde, intitulada Panorama Ilos: Supply Chain do Setor de Saúde – A Logística de Medicamentos e Correlatos das Indústrias, Distribuidores, Farmácias e Hospitais 2017, comprovou que a maior preocupação dos hospitais privados independentes e de rede que participaram do estudo é com o nível de serviço prestado ao paciente e, por conta disso, eles preferem manter estoques superiores a 20 dias, em média, para minimizar as compras emergenciais. Segundo Maria Fernanda Hijjar, sócia-diretora do Ilos, a maioria dos entrevistados admitiu que não faz uma boa gestão de seus estoques e 25% não têm informações sobre o que possuem em seus almoxarifados e farmácias.
“Para eles isso não é o mais importan- cem hospitais e unidades de saúde no te. O foco principal é reduzir o índice Brasil, sendo a maioria do setor públide ruptura, ou seja, a falta de produ- co. “Alguns hospitais acreditam que tos por perda da validade, roubo ou fazem uma logística adequada, quando compras mal planejadas, que é da or- na realidade só controlam a entrada e dem de 2% a 7%. O que mais conta a saída dos produtos no almoxarifado é a não disponibilidade, porque isso ou na farmácia. A cada saída de uma gera a necessidade de compras emer- caixa de medicamento, por exemplo, genciais e o risco de não conseguir o sistema deles considera que ele foi obter determinado produto de forma consumido, quando na realidade está imediata”, destaca a executiva. em trânsito, indo de uma área para Outro fator preoutra e, às vezes, vai ocupante nos hosparar no bolso de Grande parte pitais de um modo alguém”. Para o emgeral é a necessidade presário, logística dos hospitais de maior rastreabilihospitalar é muito busca manter dade dos produtos, mais do que isso. É uma vez que, seguno controle e o acomestoques locais do a Agência Napanhamento do cional de Vigilância superiores a 20 dias fluxo dos materiais, Sanitária (Anvisa), desde o momento para minimizar as cerca de mil mediem que cada producamentos por ano compras emergenciais to entra no almoxapassam por recall, o rifado até chegar ao que requer um conpaciente. E toda essa trole mais rigoroso movimentação deve dos lotes, das datas de validade e da des- contar com processos de rastreabilidatinação, incluindo a identificação dos de e monitoramento. pacientes para os quais eles foram presCom o maior controle sobre os critos. E há ainda as perdas decorrentes produtos pode-se analisar o uso de fraudes, extravios efetivo de cada item de produtos e probleao longo do tempo, o mas que impactam dique gera estatísticas de retamente o paciente, consumo. Esses dados como os erros referenauxiliam a área de comtes a dosagem e horápras a fazer aquisições rios estipulados para mais assertivas. “É posministrar a medicação. sível identificar se está Essas e outras sendo comprado muiquestões podem ser to de um determinado solucionadas e até eliproduto, quando a curminadas quando se va de consumo mostra tem um bom projeto que o hospital utiliza Maria Fernanda: operadores logístico, porque tudo uma quantidade muiprecisam mostrar que terceirizar a passa a ser monitorato menor. Com isso, logística interna vale a pena do. A afirmação é de passa-se a planejar meDomingos Gonçalves de Oliveira Fon- lhor as compras, o que resulta em seca, presidente da UniHealth, empre- reduções significativas de custos, sa especializada em logística hospitalar que podem ser da ordem de 30%”, e responsável pela gestão de mais de destaca Fonseca. Outubro 2017 - Revista Tecnologística - 43
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Na avaliação do empresário, além dos impactos nos balanços e nos resultados, outra consequência importante de um projeto logístico bem-feito, conduzido e realizado por uma empresa especializada e com recursos e ferramentas adequadas, é o controle mais rigoroso quanto ao uso correto dos insumos e, principalmente, dos medicamentos, o que evita erros na sua aplicação. Estudos realizados pela UniHealth comprovaram que com o emprego do software UnilogWF, desenvolvido pela empresa e empregado em 100% dos hospitais que atende, as falhas nos horários de aplicação dos medicamentos caíram de 32% para 2% na área de hospitalização e de 24% para 0,6% na área de tratamento intensivo. “O grande diferencial da UniHealth em relação às demais operadoras logísticas que atendem ao segmento nal de Controle de Medicamentos hospitalar é que além de abastecer os (SNCM) determinado pela Anvisa, almoxarifados e as farmácias dos es- mas também recursos e aplicativos tabelecimentos de saúde, ou gerenciar complementares, dentre os quais um armazém externo para eles, nós estão o Unilog Mobile (solução de também fazemos todo o trabalho da pocket PC) e o UnilogBI (solução de porta para dentro do business intelligence), hospital, utilizando além de robôs para sesoluções tecnológicas paração automatizada próprias e desenvolvide materiais (seringas, das para atender a toluvas, agulhas, etc.) e das as necessidades”, de medicamentos, mádestaca Fonseca. Cada quinas para unitarizaprojeto começa com ção (fracionamento em uma visita ao local doses de comprimidos para verificar toda a sie ampolas), máquinas tuação, os recursos de dispensárias, leitores, que o hospital dispõe e radiofrequência, entre onde estão e quais são outros. “Compramos Fonseca: a logística hospitalar as falhas e as necessidae instalamos inclusive deve primar pelos serviços de des. Com base nisso é computadores, praterastreabilidade e monitoramento desenhado um modelo leiras, porta-paletes e de infraestrutura e de pessoal. tudo o que for necessário para aquele A UniHealth fornece e instala não projeto específico, porque não adianapenas o software UnilogWF, que ta querer organizar tudo bonitinho atende toda a demanda de logística se não tiver uma infraestrutura adee de rastreabilidade, com identifica- quada”, explica Fonseca. Os contração por código datamatrix (2D) em tos são anuais e renováveis por cinco conformidade com o Sistema Nacio- anos. “Em geral, não ficamos menos 44 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
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de cinco anos em lugar algum, mas, se houver um cancelamento antes disso, a nossa infraestrutura é retirada no final do trabalho. Se completar cinco anos é feita uma negociação com o hospital com relação aos equipamentos instalados”, completa. Outro fator importante, segundo o empresário, é a manutenção de uma equipe de profissionais da UniHealth em cada cliente. “Não nos restringimos a apenas instalar as ferramentas e treinar as pessoas dos hospitais; ficamos lá dentro o tempo todo. Temos projetos que somam mais de sete anos e o nosso pessoal continua lá trabalhando”. Com 13 anos de atuação, a empresa conta com a expertise de mais de 40 anos de seu fundador e presidente no segmento farmacêutico e hospitalar, mantendo cerca de 600 colaboradores e contabilizando o atendimento a mais de 100 mil leitos hospitalares, 806 bilhões de unidades fracionadas e 5 milhões de requisições de insumos e medicamentos por ano. Sua sede, em Barueri (SP), abriga um centro de pesquisa e inovação e um centro de distribuição de mil m².
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A redução de custos culturais, mas também porque iniciaestá relacionada também tivas do tipo começaram há menos de à correção de algumas dez anos. É algo relativamente novo situações como fraudes para esse segmento, não só no Brasil, e roubos, que ficam evi- como no mundo. De acordo com a dentes quando é realiza- pesquisa do Ilos, 100% dos hospitais do um bom projeto logís- privados entrevistados não delegam a Benefícios de uma tico. Fonseca cita o caso outras empresas atividades como uniboa gestão de um hospital estadual tarização, dispensação, controle de esem que havia um consu- toque e compras de medicamentos de Alguns projetos em mo mensal exagerado de materiais. Nas redes de hospitais, 67% curso comprovam que hormônio de crescimen- terceirizam totalmente o transporte dos a terceirização da logísto, porque na verdade produtos de seus CDs para as unidades Fabiana: o operador ajuda o tica permite alcançar esse produto estava sen- e 25% promovem a terceirização parhospital a comprar o produto certo resultados expressivos, do roubado para ser ven- cial das operações de armazenagem. e na quantidade adequada como foi o caso da rede Na avaliação de Maria Fernanda, dido para academias de de saúde de Juiz de Fora (MG), com- ginástica. Em outro hospital, descobriu- ainda há pouca maturidade no setor posta por dois hospitais, uma clínica -se que havia falsificação de receitas para hospitalar para trabalhar com parceie cerca de 60 unidades básicas de saú- ações judiciais. “Nesses ros externos e delegar a de (UBSs), cujos gastos mensais com casos não é nossa função eles funções considerasuprimentos, que eram de R$ 15 mi- ir atrás de quem está codas essenciais. “Muitos lhões, baixaram para R$ 8,8 milhões metendo esses deslizes, fazem a terceirização após um ano de operação da UniHeal- mas avisamos a Secretade funcionários, mas da th. Fonseca destaca outros exemplos, ria de Saúde e a direção gestão dentro do hospicomo o de Belo Horizonte (leia mais do hospital para que elas tal, propriamente, ainda no box da página 48), que se tornou tomem as medidas cabíé algo muito raro”. Um referência para vários municípios mi- veis”, explica. dos motivos, segundo neiros, e o do Pará, vitrine para toda a a executiva, é que não Obstáculos no Região Norte. “As reduções de custos faz sentido para eles que caminho são bastante significativas. Em um dos empresas de fora exenossos projetos havia um estoque de cutem algumas tarefas, Cunha: a logística reversa Apesar de os ganhos R$ 28 milhões em produtos e matecomo o controle de metambém é muito importante riais imobilizados, que passou a ser de serem evidentes, ainda dicamentos e materiais, no setor aproximadamente R$ 7 milhões. Em há muita resistência por que costumeiramente outro hospital a economia chegou a parte dos hospitais em terceirizar a lo- são realizadas pelos enfermeiros e mégística interna, não apenas por fatores dicos. Há o temor de que trabalhos R$ 100 milhões”, lembra Fonseca. desse tipo não serão bem feitos pelo terceirizado, o que poderia resultar em falhas como um paciente não receber a medicação adequada e no horário certo. “Para que a terceirização da logística interna aconteça é preciso inicialmente mudar o modelo de gestão dos hospitais. E cabe aos operadores logísticos oferecer algo que torne essa opção interessante”, completa. Para Fonseca, a diferença entre os hospitais é a motivação: enquanto para os privados a prioridade é reduzir custos, para os públicos a meta é atender Além do Brasil, a empresa também opera no Equador, Colômbia, Chile e Panamá, e está iniciando projetos na Europa.
46 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
INDICADORES DE DESEMPENHO DOS FORNECEDORES DE MEDICAMENTOS DOS HOSPITAIS FORNECEDORES DOS HOSPITAIS INDEPENDENTES
FORNECEDORES DOS HOSPITAIS DE REDE
TEMPO DE ENTREGA (tempo entre o pedido do hospital e a entrega)
5 DIAS
7 DIAS
ATRASOS NA ENTREGA (% de pedidos atrasados)
8%
8%
FREQUÊNCIA DE ENTREGAS (quantidade de vezes que o fornecedor faz entrega)
2X POR SEMANA
1X POR SEMANA
INDISPONIBILIDADE DE PRODUTOS (% de itens em falta no momento do pedido do hospital)
8%
3%
Taxa de ruptura de estoque no hospital
7%
2%
MEDICAMENTOS
rador logístico pode ajudá-los a comprar os produtos certos, na quantidade adequada, e a rastreá-los, o que melhora o
fluxo de materiais e possibilita até reduzir a área de armazenagem. Outra opção é manter os estoques num CD externo e
Fonte: Panorama ILOS – Supply Chain do Setor de Saúde 2017
um número cada vez maior de pacientes. “Por isso temos que fazer com que um projeto dê retorno em economia nas compras e na racionalidade dos processos rapidamente e de tal maneira que os hospitais privados sintam isso na tesouraria deles. Nos hospitais públicos, a questão da conta a pagar não é tão visível, porque eles trabalham com um orçamento pré-determinado, e a atenção fica mais voltada a atender bem à grande demanda de pacientes”. Na visão de Fabiana Sanchez, diretora de Operações de Life Science e Health da DHL Supply Chain, outra preocupação dos hospitais hoje é a questão do espaço. “A maioria acumula mais estoque do que necessita, até por falta de informação sobre onde os produtos se encontram dentro do hospital. Um ope-
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Referência em Minas Gerais aior acuracidade do estoque, informações em tempo real e redução de 100% nas perdas de medicamentos e materiais por validade foram alguns dos benefícios registrados pelo Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG) depois que a UniHealth assumiu sua logística. Responsável por prestar assistência médica, hospitalar, farmacêutica, odontológica e social a mais de 860 mil beneficiários (servidores públicos e seus dependentes), a instituição integra o Hospital Governador Israel Pinheiro, com cerca de 400 leitos e que realiza em média 12 mil internações por ano, o Centro de Especialidades Médicas (CEM), Odontologia (clínica e cirúrgica) e unidades regionais em 57 municípios mineiros. “Ganhamos outra dinâmica com a implantação do sistema UnilogWF, que gera muita informação e indicadores, permitindo prever a demanda de consumo dos produtos e inclusive analisar a variação de uso de cada item e suas causas, tudo em tempo real. Com maior controle e planejamento, passamos a ter um sistema de compras mais robusto e a certeza de que o medicamento vai chegar de forma mais rápida para o paciente, na hora e na dosagem certa”, destaca Rafael Mayrink Ferreira, coordenador do departamento de Assistência Farmacêutica do IPSEMG. O projeto, iniciado em 2011, possibilitou também a redução de custos com mão de obra, além de minimizar o problema relacionado à reposição de funcionários. “Há muita dificuldade para repor enfermeiros e demais colaboradores porque somos uma instituição pública e as contratações se dão por concurso, o que leva tempo. Além disso, nem sempre consegui-
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mos encontrar pessoas especializadas, e nesse sentido somos supridos pela equipe de 60 profissionais capacitados da UniHealth, que trabalha internamente no IPSEMG”, completa Ferreira. O operador logístico responde por todos os processos de recebimento e armazenagem dos materiais e medicamentos no almoxarifado e pelo abastecimento das nove farmácias da instituição, das quais gerencia sete, além das atividades de unitarização, dispensação e logística reversa. O fracionamento de medicamentos é feito por duas máquinas – uma para comprimidos e outra para ampolas – e eles já saem etiquetados com código de barras. Dali os medicamentos seguem para outra máquina chamada RTV (rotativo vertical), que os armazena, otimizando a separação dos produtos para abastecimento das áreas técnicas e farmácias. E o robô Pharmapick separa as prescrições, medicamentos e material
médico por leito de paciente. “Isso facilita o trabalho do enfermeiro, que retira o que necessita e na dose certa para cada paciente”, diz Ferreira. Atualmente estão sendo implantados mais dois equipamentos. O primeiro é o dispensário eletrônico Unibox. Serão instaladas duas máquinas próximas à enfermagem em cada um dos sete andares que abrigam as áreas de internação e hemodiálise. O outro equipamento é o carrinho UniLocker, que possui 32 gavetas (posições de produtos) e foi projetado para aumentar a segurança de acesso aos medicamentos e para eliminar erros de aplicação e desvios de material. Assim como no Unibox, o acesso se dá via senha ou cartão de identificação do usuário e o sistema cruza os dados dos medicamentos e dos pacientes via código de barras. Caso haja alguma incorreção, as gavetas automatizadas não se abrem. Serão instalados dois carrinhos por andar. Com esses recursos, quatro farmácias serão desativadas. Os funcionários do IPSEMG já foram treinados para utilizar as novas máquinas, mas terão um reforço no treinamento e acompanhamento para o início da operação, que deverá ocorrer até o final de outubro, após a UniHealth concluir o desenvolvimento da interface que integrará os prontuários eletrônicos ao Unilog. De acordo com Ferreira, os resultados obtidos têm sido tão positivos a ponto de a instituição ter se transformado em referência para outros municípios mineiros. “Recebemos visitas de representantes de várias prefeituras e até da Polícia Militar. Mostramos como é possível reduzir gastos nos hospitais públicos e ter uma economia de escala interessante”, conclui.
programar entregas diárias ou para uma ou mais vezes na semana, liberando assim o espaço que pode ser utilizado para outras finalidades, como para o aumento do número de leitos e de salas cirúrgicas, por exemplo”, destaca. Com mais de 20 anos de atuação na área de saúde, o trabalho da DHL no Brasil tem sido mais voltado ao abastecimento do setor farmacêutico, incluindo nesse rol os almoxarifados e as farmácias dos hospitais. “Globalmente prestamos outros serviços, como logística interna, gerenciamento de armazéns externos para os hospitais e transporte de equipamentos especiais em regime de comodato, além da entrega de produtos OPME (órteses, próteses, e materiais especiais), serviço que já estamos nos preparando para disponibilizar também no Brasil”, adianta Fabiana. Não por acaso, a DHL adquiriu no início deste ano o controle da Polar Transportes, especializada em transportar produtos que requerem temperatura controlada, com uma frota superior a 300 caminhões, e que já era prestadora de serviços da empresa há mais de 15 anos. A transação incluiu a marca Lopes Transportes, no Rio de Janeiro, e o objetivo é ampliar a oferta de serviços, com o armazenamento controlado por temperatura, a logística de testes clínicos e atividades de alto valor agregado. No Brasil, um dos focos da DHL será atender aos grandes hospitais privados. “Não posso adiantar detalhes, mas estamos prestes a fechar um contrato com um hospital de grande porte e elaboramos projetos para vários outros”, salienta Fabiana. A executiva afirma que a empresa está olhando a cadeia para oferecer serviços que agreguem valor ao negócio, beneficiando com isso também o paciente. “Os hospitais estão amadurecendo e muitos já querem ter um parceiro em quem confiar. Estamos caminhando nesse sentido”, afirma Fabiana. Para atender ao segmento de saúde como um todo, a DHL conta com sete
CDs localizados a aproximadamente 23 km de distância da maioria dos hospitais que já utilizam seus serviços, com o objetivo de garantir a entrega dos produtos em até três horas. Para isso, a companhia dispõe de uma frota de 11 veículos urbanos de carga (VUCs). O modal aéreo é utilizado para entregas em todo o país, num prazo de até 24 horas ou de 48 horas dependendo do local.
Pela porta da indústria Outra forma de começar a atuar dentro dos hospitais é por meio das indústrias, como faz a Andreani, operadora argentina com mais de 70 anos de atuação e presente no Brasil desde 2001. “Controlamos os estoques dos fabricantes de produtos dentro dos hospitais e sempre mantemos os mesmos funcionários para fazer esse trabalho em cada um deles, o que contribui para agilizar também a logística reversa de produtos que não são utilizados e de equipamentos que devem voltar para o nosso CD após o uso”, explica Paulo Cunha, gerente de Operações de Supply Chain da Andreani. O foco principal da empresa é o setor farmacêutico, sendo que 35% dos produtos são destinados para os hospitais nos quais também realiza a entrega de materiais especiais, como próteses e ferramentas, e equipamentos sensíveis usados para diagnósticos e cirurgias. Cunha explica que há materiais e equipamentos de alto custo, como os usados em cirurgias ortopédicas, por exemplo, que devem retornar ao estoque o mais rápido possível para que possam ser utilizados em outro hospital. “Fazemos toda a gestão desse tipo de ativo por meio de um sistema desenvolvido pela Andreani na Argentina e adaptado para o Brasil, que inclui até instruções de trabalho para o motorista e para a equipe de atendimento, e ainda permite que o nosso cliente possa visualizar, por meio de uma
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pode chegar a 60 connizar e temos como tando os clientes esporáfazer uma simulação, dicos. “Atualmente, com mostrando a eles que a expansão do mercado, cada metro quadrado os hospitais tendem a reutilizado para estoque duzir seus almoxarifados poderia se tornar fonte para aproveitar melhor de receita, com o aproo espaço para sua ativiveitamento desse espaço dade-fim, que é cuidar para ampliar o número do paciente, o que abre de leitos, ou ainda de oportunidade para tersalas de cirurgia, de exaceirizarem os estoques. mes, entre outros”, desAinda há barreiras nesse taca. Segundo Magri, é Magri: a terceirização pode sentido, mas a necessidapossível começar com a acontecer aos poucos, reduzindo de de espaço faz com que terceirização de uma lios impactos isso seja considerado”, nha de produtos menos opina Danilo Magri, diretor Comercial urgentes e avançar aos poucos. O exeda LogMed. No momento o operador cutivo ressalta que o turn-over de fungerencia os estoques nos hospitais para cionários é muito alto nos hospitais e alguns fabricantes de medicamentos e de a contratação de uma empresa parceira materiais, fazendo entregas programadas para gerenciar a logística poderia conde duas a três vezes por semana. Com tribuir para minimizar esse problema. isso, os estoques que em geral eram de 20 A LogMed também faz a logística dias podem ser reduzidos para dois dias. reversa de produtos, dentre os quais os “Para essa atividade utilizamos apenas a kits cirúrgicos e os classificados como nossa frota própria de 16 veículos e es- OPME. Como exemplo, Magri cita as tocamos em CDs que ficam no máximo próteses mamárias, que em geral sea 200 km de distância do hospital, para guem em maior número para que o entregas em até 24 horas”, explica Magri. médico escolha a mais indicada, e as Na avaliação do executivo, há cinco demais devem retornar para o estoque. anos a terceirização da logística inter- A reversa também se aplica a equipana nos hospitais era impensável, mas mentos sensíveis para apoio a cirurgias esse cenário está começando a mudar. que retornam aos CDs dos fabricantes “Muitos hospitais precisam se moder- ou da operadora após o uso. A empresa conta com 115 funcionários e cinco CDs que somam 10 mil m² no total, instalados nas cidades de São José dos Campos (SP), Niterói (RJ), Valinhos (SP), Ribeirão Preto (SP) e Porto Alegre. A área médico-hospitalar responde por 70% do faturamento da LogMed. Divulgação LogMed
senha, onde seu produto se encontra em cada etapa, desde a saída do CD até chegar ao hospital”. Em geral, os equipamentos sensíveis ficam armazenados em um dos quatro CDs que o operador possui no Brasil e que totalizam 43 mil m². Uma equipe de especialistas faz uma vistoria técnica nesses ativos antes de enviá-los para utilização e vai até o local onde serão entregues para avaliar se será necessário fechar a rua ou providenciar um guindaste para instalá-los no hospital. A Andreani também faz atendimentos de urgência e consegue realizar entregas em até duas horas. Para isso, conta com uma frota de 28 motos e 210 veículos entre vans e carretas, incluindo veículos isotérmicos para o transporte de refrigerados. O serviço é disponibilizado em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Goiânia. De acordo com Cunha, atualmente os clientes do segmento de saúde são basicamente as indústrias, mas o operador logístico está estruturado para atender também os hospitais. “Só falta o hospital querer. É um desafio, porque é um segmento que trata com vidas humanas, e o nível de exigência é muito alto”, conclui. A LogMed é outra que atua nos hospitais privados por meio da indústria, atendendo cerca de 47 clientes, número que
Silvia Giurlani Andreani: (11) 3515-8200 DHL Supply Chain: (19) 3206-2200 Ilos: (21) 3445-3000 IPSEMG: (33) 3721-1702 LogMed: (12) 3903-4294 UniHealth: (11) 3555-5800 50 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
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Fotos: Divulgação
TERCEIRIZAÇÃO
Logística laboratorial Com o objetivo de otimizar seus estoques e garantir o abastecimento de suas 11 unidades, que realizam uma gigantesca gama de exames, o SalomãoZoppi Diagnósticos procurou um prestador de serviços especializado no segmento da saúde, capaz de suportar o crescimento de sua estrutura e, consequentemente, das operações logísticas, que envolvem diversos itens utilizados tanto nos laboratórios quanto no setor administrativo da empresa 52 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
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uando uma companhia opta por terceirizar sua logística, é claro que ela deve levar em conta inúmeros fatores para garantir que está escolhendo o parceiro certo para seu tipo de operação. Ter a certeza de que o operador logístico eleito está preparado para de fato atender com excelência suas necessidades específicas é de suma importância para assegurar que seus produtos, tanto na atividade de armazenagem quanto na de transporte, estão em boas mãos. E existem dois fatores, em especial, que merecem muita atenção. O primeiro deles é certificar-se de que o prestador de serviços escolhido possui capacidade suficiente para lidar com suas demandas. Operações menores apresentam níveis de exigência menores, é claro, enquanto grandes companhias inevitavelmente precisam contar com operadores logísticos de maior porte, preparados para enfrentar os desafios de uma rotina de trabalho mais exigente. O segundo fator é a especialização. Dispor de um contrato com uma empresa com profundos conhecimentos em sua área de atuação representa a diferença entre confiar a logística a um prestador de serviços mais genérico ou a um capaz de apresentar as melhores soluções para os mais variados processos do dia a dia da operação, com base em um acentuado know-how e na prática de quem conhece a fundo o trabalho que desenvolve com foco específico. E pode-se dizer que esse princípio se torna bastante importante quando falamos de setores que apresentam demandas muito particulares, como é o caso do segmento da saúde. Foram esses dois fatores que levaram o SalomãoZoppi Diagnósticos a realizar, em 2016, uma concorrência para buscar um operador logístico que estivesse apto a aten-
dê-lo plenamente. “A empresa cresceu muito rápido e, com isso, nossas necessidades também cresceram. Por isso, foi preciso adaptar a operação logística à nova realidade”, conta o superintendente de Supply Chain Filipe Dal Molin. Fundado em 1981, o SalomãoZoppi foi se expandindo na atividade laboratorial de patologia clínica e hoje conta com um total de 11 unidades, sendo dez espalhadas pela cidade de São Paulo e uma em Osasco. A empresa realiza uma infinidade de exames, que literalmente vão de A a Z: desde ultrassonografias abdominais até exames para detecção do Zika vírus. De acordo com Dal Molin, com a expansão da empresa foi necessária uma operação mais robusta. “Todo esse crescimento traz profissionalização, e isso se aplica também à logística. Com a quantidade de unidades que temos hoje, precisamos de um controle de inventário e de entregas mais rigoroso, por exemplo, para garantir a produtividade do trabalho”. O executivo lembra que, à época da realização do bid para selecionar o operador logístico, o SalomãoZoppi estava inaugurando sua 11ª unidade, em Osasco, ampliando a atuação para fora da cidade de São Paulo. Pensando justamente no porte do parceiro logístico e na especialização no atendimento ao seu setor, a empresa escolheu o operador RV Ímola para assumir sua logística. A companhia é especialista na área da saúde e atua desde o abastecimento da indústria com matéria-prima até a distribuição de produtos acabados para os setores público e privado. Thiago Amaral, vice-presidente Comercial da RV Ímola, lembra que o bid foi vencido no início de 2016 e já no segundo semestre do mesmo ano as operações tiveram início. “O SalomãoZoppi passou por um profundo
processo de profissionalização ao longo dos anos, por isso estava buscando um operador logístico que também apresentasse um alto grau de profissionalização, com mais robustez para suportar a operação, além de uma estrutura adequada para fazer a armazenagem dos itens”, explica.
lápis e caneta, até os materiais utilizados no dia a dia das unidades que realizam os exames, como tubos para o recolhimento de sangue, filmes para raios X, agulhas, ampolas, luvas cirúrgicas, etc., além, é claro, de medicamentos”, detalha Amaral. “Nós atuamos até Dal Molin: a quantidade de mesmo com os enveunidades que temos hoje demanda Armazenagem lopes dos exames e controles rigorosos com todo o material Uma das principais caracterís- de marketing. Quando eles realiticas da operação realizada pela zam alguma campanha, nós lidamos RV Ímola para o SalomãoZoppi é com itens como totens e banners e o fato de todos os itens ficarem montamos kits, seja para ações nas concentrados no centro de distri- próprias unidades ou em eventos e buição do prestador de serviços, congressos”, completa o executivo. localizado em Guarulhos (SP). No Para as operações do SalomãoZoppi, local, são armazenados cerca de a RV Ímola disponibiliza cerca de 600 800 SKUs diferentes, abrangendo posições-palete dentro do CD multios mais variados tipos de produtos. cliente, e 12 pessoas estão alocadas “Nós operamos com 100% dos ma- diretamente nos trabalhos de intrateriais comprados pelo cliente, des- logística voltados para o cliente. de itens de escritório, como papel, Dal Molin conta que atualmente as
Outubro 2017 - Revista Tecnologística - 53
TERCEIRIZAÇÃO
unidades do SalomãoZoppi dispõem de estoques internos bastante imediatos, pensados para durar poucos dias, deixando a armazenagem a cargo da RV Ímola de fato. “Hoje as áreas destinadas ao estoque dentro das unidades são relativamente pequenas. Os itens ficam sob a guarda do operador logístico, armazenados em seu CD, e são distribuídos praticamente já para a utilização”, destaca. Ele explica que, como alguns dos itens – em especial os medicamentos – exigem temperaturas controladas, manter estoques locais seria um desafio. “Nós estávamos crescendo vertiginosamente e, para armazenarmos nós mesmos esses produtos, teríamos que investir em mais câmaras frias, por exemplo. Então, contar com um operador que oferecesse a estrutura ideal foi fundamental”, indica. “Basicamente, nós temos dois tipos de operação logística”, informa Dal Molin. “Uma é direcionada ao Núcleo Técnico Operacional (NTO) do SalomãoZoppi, onde são proces-
54 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
lizado do SalomãoZosados todos os exames. ppi realiza os pedidos Essa atividade fica diretamente para os alocada na unidade fornecedores e agenda situada no bairro de a entrega no CD da RV Moema, em que são Ímola, onde os itens são utilizados itens como armazenados. “É esse reagentes, por exemdepartamento que toma plo. Boa parte desse as decisões a respeito de material nós recebequando e quanto commos diretamente dos prar de cada item”, diz fornecedores, a maioDal Molin. As unidades, ria de fora do Brasil, por sua vez, identificam inclusive, e parte vai Amaral: o valor do estoque foi suas necessidades e fapara a RV Ímola para reduzido significativamente zem os pedidos diretaser entregue posteriormente. Já a segunda operação é mente para o operador, para que ele direcionada ao consumo direto das as abasteça com os itens necessários a unidades, que é onde são feitas as co- partir de Guarulhos. Nessa operação, é essencial que letas. E é aí que o operador logístico entra com peso total, pois todos os ambos os players se comuniquem fornecedores desses materiais reali- da forma mais eficiente possível zam as entregas no CD de Guarulhos para garantir que os processos see de lá é feita a distribuição para as jam extremamente otimizados. “A compra das cargas é feita pelo pró11 unidades”. prio cliente, e nós fornecemos relaDistribuição tórios a fim de que ele tenha todo um controle para que isso seja feito Para abastecer as filiais, a RV Ímo- da maneira mais assertiva possível. la realiza duas viagens semanais uti- Para isso, são cruzados dados de lizando um veículo urbano de carga controle de estoque com informa(VUC). Amaral explica, porém, que ções de consumo médio. Nós fanem todas as unidades demandam zemos todo esse gerenciamento e uma frequência semanal de duas en- fornecemos o dado mais detalhado tregas, e Dal Molin ratifica a informa- possível para que nunca falte nada ção. “As entregas dependem do porte nas unidades”, salienta Amaral. de cada unidade. Elas fazem os pedi“Quando os itens chegam ao CD dos e a RV Ímola faz a distribuição de da RV Ímola, nós fazemos toda a conacordo com as necessidades de cada ferência, juntamente com o pedido de uma”. Assim, a frequência de entre- compra, com atenção não só à quangas varia de uma a duas por semana tidade, mas à qualidade dos itens redentre as 11 filiais, incluindo os itens cebidos, para ter certeza de que tudo direcionados ao NTO. Ele destaca que está dentro dos padrões. E quando os o controle das necessidades de cada pedidos são feitos pelas unidades de uma das unidades é realizado pelo atendimento, realizamos a separação e gestor local, que vivencia o dia a dia seguimos com as entregas”, resume o do trabalho e, por isso, conhece as de- vice-presidente Comercial. mandas específicas. Amaral destaca que, para garanBasicamente, a dinâmica do trans- tir a integridade das entregas, todo porte funciona da seguinte maneira: o processo de separação realizado o departamento de Compras centra- dentro do CD é filmado. “As cargas
recebem um lacre e, quando o recebimento é feito nas unidades do SalomãoZoppi, o responsável faz a conferência. Se for detectado algum problema, nós observamos a filmagem para verificar o que exatamente ocorreu”. O executivo conta, porém, que apesar de esse ser o acordo entre as empresas, justamente para garantir a segurança das entregas, praticamente não ocorrem problemas. “O nível de ruídos nas operações é muito baixo. Tudo é feito com muito profissionalismo e competência”, afirma Dal Molin. De acordo com ele, a principal vantagem de contar com um operador como a RV Ímola, que apresenta vasta expertise na logística farmacêutica e hospitalar, está na garantia da acuracidade dos estoques.
“Existe todo um know-how por parte deles nesse tipo de operação, e muita disciplina para controlar a armazenagem, os recebimentos, a separação e os envios, garantindo que não haverá rupturas no abastecimento das unidades e que os trabalhos não serão prejudicados”, diz. “A acuracidade do estoque hoje está acima de 99,9%”, destaca Amaral. “Além disso, desde que nós assumimos a operação do SalomãoZoppi, o valor do estoque da empresa foi reduzido significativamente. Isso mostra como a operação melhorou, com um giro otimizado para um abastecimento mais eficiente das unidades”. Pensando na sustentabilidade das operações, Amaral lembra ainda que os itens são transportados em recipientes retornáveis.
“São caixas de plástico que podem ser reutilizadas e não são descartadas ao fim da operação”. De acordo com o executivo, cada vez mais as empresas do setor da saúde estão descobrindo as vantagens de terceirizar sua logística com operadores especializados no segmento. “É justamente aí que elas conseguem obter redução nos custos e focar no seu core business. Hoje grandes companhias, como é o caso do SalomãoZoppi, nos procuram pensando exatamente nisso”, finaliza. Fernando Fischer RV Ímola: (11) 2404-7070 SalomãoZoppi Diagnósticos: (11) 5576-7878
ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
Panorama do supply chain de medicamentos no Brasil O crescimento da relevância da logística e processos de supply chain Gisela Mangabeira de Sousa
D
Fonte: Sindusfarma/ILOS
iferente de muitos, o setor de saúde tem crescido nos últimos anos apesar da crise e tem previsão de intensificar esse crescimento com a melhoria da economia e, principalmente, com o envelhecimento da população. Além do crescimento da demanda, as mudanças no cenário desse segmento fizeram com que a operação logística e as discussões ao redor da cadeia de suprimentos se intensificassem. Podemos dizer que houve dois fatos importantes para o reposicionamento da relevância da logística e supply chain no setor: a liberação da venda de medicamentos genéricos e similares no país, em 1999, e a formação e o agrupamento dos clientes em players maiores. Essa alteração no cenário do setor vem gerando mudanças nas práticas das operações logísticas.
Mudança no portfólio de produtos
Há menos de dez anos, os medicamentos vendidos no país eram apenas os conhecidos como referência, que tinham margens mais altas e pouca concorrência. Nesse contexto, a representatividade dos custos logísticos era mais baixa, chegando a ser, para várias das grandes indústrias, menos de 3% do faturamento. Essa situação fazia com que o esforço para a redução dos custos dentro das contas logísticas ficasse em último plano. O portfólio de produtos vendidos pelas indústrias farmacêuticas mudou muito suas características nos últimos anos e, nesse contexto, a representatividade dos custos logísticos subiu de forma significativa e fez com que a logística entrasse na lista de custos a se discutir e reduzir. Além disso, a mudança de portfólio tem provocado discussões sobre a adequabilidade do nível de VENDAS DE MEDICAMENTOS DE 2014 A 2017 serviço e também da gestão dos diferentes canais, dado que a disponibilidade dos produtos passou a ser ponto mais que crucial para a efetivação das vendas. Os genéricos são produtos com menor margem, e a representatividade dos custos logísticos no faturamento é mais alta, normalmente maior que 3%, podendo chegar a Venda de Genéricos nas Farmácias de 2014 - 2017 (Jan-Jun) cerca de 8%, conforme verificado na pesquiA venda de genéricos tem crescido mais em sa Panorama de Supply Chain para Saúde, unidades (14%) que Apesar das previsões de um em faturamento desenvolvida pelo Instituto de Logística e crescimento mais lento para este (12%), gerando uma ano (6%), o primeiro semestre de queda de Supply Chain (Ilos) com indústrias farmaaproximadamente 2017 teve crescimento de 12% sobre o mesmo período de 2016 cêuticas. O crescimento e a representativi1% (R$/unidade) dade atual dos genéricos podem ser visualisobre o mesmo período de 2016 bi bi zados na figura 1.
Figura 1 56 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
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Buscar em outra farmácia qualquer
Figura 2
Outro ponto importante a se ter em mente é o crescimento da venda de produtos que não necessitam de prescrição e são de uso livre. Muitos desses itens têm características de mercado similares a produtos do setor de bens de consumo, como higiene e beleza, com margens menores e maior concorrência. Para esse grupo de produtos a representatividade dos custos logísticos tende a ser mais alta, assim como para os segmentos de cosméticos e de higiene e beleza, com média de 8,5%, de acordo com o trabalho do Ilos. Segundo o panorama, as farmácias entrevistadas indicaram que, para não perder vendas, oferecem produtos genéricos, similares e, por último, caso não tenham produtos, buscam em outra farmácia. Essa situação confirma o contexto de venda mais complexo e competitivo a partir da disponibilidade de genéricos e similares (figura 2).
Mudanças no cenário de clientes
de farmácias. Além disso, o crescimento do número de farmácias de redes é o mais forte do segmento, 12,6%. Nem todas as redes de farmácia compram atualmente de forma direta das indústrias, mas podemos imaginar que isso é uma tendência forte do setor para os próximos anos. Segundo o panorama, as farmácias indicaram essa intenção principalmente para obter melhores preços. Vale ter em mente que essa relação direta da indústria com as redes de farmácias muda o perfil de custos logísticos da indústria, dado que ela sai de um perfil muito concentrado para outro mais capilar e mais caro. Claro que existe um trade-off com a margem do produto e relacionamento mais próximo ao cliente, mas como a margem e o custo logístico normalmente estão em áreas e indicadores distintos, é comum uma tensão nesses momentos de mudança. Além do crescimento das redes, vemos também um movimento forte de farmácias se associando. As associações de farmácias conseguem negociar diretamente com a indústria a compra dos medicamentos. Suas dificuldades, no entanto, estão nas soluções logísticas para entrega, pois as associações não têm um centro de distribuição para entrega. Normalmente, apesar da negociação da tabela de preço ser feita diretamente via indústria, a entrega acaba por ser negociada via distribuidor, por sua capilaridade. Nos Estados Unidos, vê-se uma situação em que pequenos players buscam se juntar a grupos de compra, conhecidos como GPO, por meio dos quais negociam preços com a indústria. A diferença é que em muitos casos o GPO também negocia preços com prestadores de serviços logísticos ou prestam serviços logísticos para reduzir custos de entregas, tanto para as muitas pequenas farmácias quanto para médicos e clínicas.
Outra mudança importante para o segmento de saúde foi no perfil dos players atuantes no mercado. Atualmente, conforme o panorama do CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS NO BRASIL Ilos, cerca de 70% das vendas da indústria são realizadas de forma indireta, via distribuidor. No entanto, 60% das indústrias já indicam realizar vendas diretas para redes de farmácia, 50% para governos e hospitais e 36% para farmácias pequenas (figura 3). O crescimento das redes de farmácias, a Venda Direta (% de indústrias criação de grandes grupos hospitalares e a que indicaram ter venda direta) organização do governo em centros de entrega, ou mesmo a formação de grupos de compra, fazem com que o contato direto Hospitais/Clínicas Laboratórios desses players com a indústria seja mais fácil. Redes de Hospitais Governo Farmácias farmácias e clínicas Observando como exemplo o mercado farmacêutico, conforme a figura 4, verifica-se que o faturamento das redes já represenFigura 3 ta mais da metade (55,6%) do faturamento
Outubro 2017 - Revista Tecnologística - 57
Fonte: Panorama de Supply Chain para Saúde – ILOS, 2015
Oferecer genérico
Fonte: Panorama ILOS de Supply Chain para Saúde
ORIENTAÇÃO DAS FARMÁCIAS PARA NÃO PERDER VENDA EM CASO DE FALTA DE UM ITEM
ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
rias de nível de serviço e redução de custos que tem levado muitas empresas que tinham contratos de armazenagem e transporte com um único player a desvincularem esses contratos, mantendo um contrato de armazenagem e vários de transporte. Essa situação tem exigido a criação de áreas de transportes, que muitas vezes não existiam, ou a adaptação daquelas que se dedicavam apenas à gestão de transporte de transferência. Sobre a armazenagem, podemos também observar que muitas empresas que tiA representatividade das farmácias independentes reduziu A quantidade de farmácias de rede cresceu cerca de 12,1% nham um CD próprio junto à fábrica estão enquanto o total de farmácias independentes e associadas 12,2% de 2012 a 2016. cresceu 4,4% de 2013 a 2015. começando a buscar um novo espaço fora do ambiente fabril para instalar seu CD, Figura 4 dado o crescimento da produção que empurra a frente de logística para fora do espaNo Brasil, a formação do primeiro GPO está ocorrendo ço que antes estava disponível. Para as que já tiveram todo dentro do contexto dos hospitais, junto com a Associação o espaço ocupado e continuam crescendo, é o momento de Nacional de Hospitais Privados (Anahp), colaborando ainda buscar espaço também para novas fábricas. mais para a mudança no perfil de entrega da indústria. Essas alterações aumentam a complexidade da gestão logística e a busca por profissionais especializados, sendo Mudanças nas práticas logísticas muito comum a contratação de profissionais do segmento de bens de consumo, já habituados a esse tipo de contexto Observamos nos últimos anos mudanças na forma de opeoperacional, em que o CD é separado das plantas. rar e nas discussões sobre o relacionamento na cadeia de mediApesar dessas alterações, o perfil de operação dos CDs camentos dentro do segmento de saúde. No caso das indústrias ainda é simples, principalmente nas indústrias que trabafarmacêuticas, a quantidade de alterações no modelo de contratalham com baixo número de SKUs e baixa quantidade de ção de transporte tem crescido, principalmente no contexto das clientes. As operações de armazenagem mais sofisticadas grandes empresas, em que há um processo de migração do pagasão vistas nos distribuidores, onde o número de SKUs e a mento do transportador de porcentagem da NF para R$/kg/km. quantidade de clientes são muito maiores. Segundo o Panorama de Supply Chain para Saúde, atualmente Distribuidores e grandes redes de farmácia ainda mantêm 76% das indústrias ainda pagam transportadores por % da NF. um nível de terceirização mais baixo que a indústria, princiEssa mudança exige controles do ponto de vista de peso palmente nas empresas regionais. Empresas com atuação nados produtos, que são fundamentais para que os savings obcional terceirizam mais suas operações de transporte, porém tidos com melhorias no agrupamento de pedidos, sinergias, mantêm ainda as operações de armazenagem próprias. etc. sejam automaticamente repassados para a indústria, não Do ponto de vista de tecnologia da informação, percesendo mais absorvidos pelas transportadoras. Outra vantagem vislumbrada com essa AÇÕES DE CURTO PRAZO INDICADAS PELAS INDÚSTRIAS mudança está na possibilidade de trabalhar FARMACÊUTICAS PARA A REDUÇÃO DE CUSTOS LOGÍSTICOS melhor o trade-off de custos com a abertura de novos CDs, situação que não era possível com o pagamento feito em % da NF. Essa questão se torna crucial quando se pensa em melhorar o nível de serviço com a abertura de CDs e com isso obter também reMudança na Aumento de Aumento da Aumento da Rastreabilidade Alteração duções de custos de transporte que cubram rede de sinergia terceirização capacidade de produtos nos prestadores distribuição operacional da operação do CD na cadeia de serviços o possível custo adicional com o novo CD. entre referência logísticos Outra alteração percebida para a indúse genérico tria farmacêutica está na contratação de CDs. Figura 5 Existe uma tendência de busca por melho58 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
Fonte: Panorama ILOS de Supply Chain para Saúde
Fonte: ABRAFARMA, 2017
MUDANÇA NO PERFIL DE FARMÁCIAS NO MERCADO BRASILEIRO DE 2012 A 2017
USO E PRETENSÃO DE USO QUANTO A SISTEMAS PARA APOIO A LOGÍSTICA E GESTÃO DA CADEIA
Conclusões As mudanças no mercado de saúde, principalmente as relacionadas ao portfólio e ao perfil dos clientes, têm trazido maior relevância para as discussões sobre logística e supply chain. Essa relevância tende a crescer nos próximos anos, considerando que as mudanças ainda estão em processo de evolução. Isso gera uma busca por melhores proFigura 6 fissionais e empresas associadas à logística e ao supply chain no setor, além de uma pressão por redesenhos da operação logística, principalmente para a indústria e grandes redes.
Fonte: Panorama ILOS de Supply Chain para Saúde
be-se um crescimento no interesse das indústrias por temas como gestão de transportes, gerenciamento de armazenagem, gestão de estoques e sales and operations planning (S&OP).
Divulgação Ilos
EVENTO
Fórum Ilos destaca novas tecnologias integradas às operações logísticas São Paulo recebeu pela primeira vez o evento, que reuniu diversas perspectivas sobre as tendências no mercado global de supply chain
N
a segunda semana de setembro, o tradicional hotel Tivoli Mofarrej, em São Paulo, reservou alguns de seus salões para receber o principal fórum de logística do país, o XXIII Fórum Internacional de Supply Chain, promovido pelo Instituto de Logística e
60 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
Supply Chain (Ilos). Com o escopo de abordar novas perspectivas em termos de logística aplicada, transporte e armazenagem, entre outras questões, o evento reuniu empresas e instituições que debateram problemas e propuseram soluções em dezenas de palestras voltadas ao setor.
Alocado no Rio de Janeiro, o Ilos debutou com seu fórum em São Paulo e os resultados, de acordo com a instituição, atenderam as expectativas. “Temos uma demanda latente em São Paulo. Foi interessante que pudemos notar um perfil mais eleva-
Alex Tajra
do dos participantes do fórum neste ano, e a receptividade foi muito boa. Outra questão são as novas tecnologias digitais, as startups e a inovação, que foram o foco do evento”, disse o diretor de Relações Internacionais do Ilos, Cesar Lavalle, ainda ressaltando que o momento econômico do país, de relativa melhora, foi importante para impulsionar o fórum. “Com certeza no ano que vem estaremos novamente no Tivoli, e temos algumas expectativas, como focar mais em saúde e manter essas questões sobre inovação e empreendedorismo, que são fundamentais para a transformação. A economia está se recuperando rapidamente, e isso melhora o humor das empresas, que voltam aos projetos engavetados e renovam as expectativas”, completou Lavalle. Em 2018, o fórum acontecerá entre os dias 18 e 20 de setembro.
O primeiro dia do evento reuniu diferentes abordagens de cases em diversas áreas da logística, tais como a captação de dados que movem o mercado, com Thomas Derry, do Institute for Supply Management (ISM), e a logística integrada dos Correios, apresentada pelo vice-presidente de Logística, José Furian Filho. Também foi discutido o avanço da logística na saúde, mesa que reuniu as empresas Sanofi, AGV Logística, EMS, Mafra Hospitalar e Hospital Moinhos de Vento. O grande anfitrião desse primeiro dia foi o professor de Logística da Ohio University, Walter Zinn, brasileiro radicado nos Estados Unidos que possui vasta experiência no setor. Zinn destacou alguns aspectos que vêm revolucionando concepções no supply chain, tais como o Big Data, a impressão 3D e as relações entre o omnichannel e o consumidor. “As mudanças na área, de conceito e de integração, são muito importantes para se entender o comportamento do consumidor. Isso interfere muito nas relações e nas empresas. A tecnologia afeta a maneira como nós trabalhamos na logística. E não afeta só você, mas seu concorrente, sua empresa. Essa, sem dúvida, é a época mais revolucionária que vivemos em termos de volume e profundidade das mudanças. Para se ter uma ideia, na primeira vez que vim palestrar no Ilos, em 1988, falei sobre código de barras”, brincou Zinn, arrancando alguns risos da plateia. Na mesa seguinte, Mauricio Lima, sócio-diretor do Ilos, discutiu os custos logísticos no Brasil e enfatizou certo paradoxo que a crise econômica suscitou no ramo no país. Se por um lado a demanda caiu por conta dos baixos investimentos, por outro tivemos uma diminuição do preço do transporte de carga. Na vertente rodoviária, por exemplo, enquanto
em 2015 o custo total chegou a R$ 362 bilhões, em 2016 esse valor ficou em R$ 361 bilhões. “Pode parecer pouco, mas 1 bilhão de reais é um valor considerável. São os efeitos do momento econômico, para o bem ou para o mal. Interessante notar que a ferrovia ignora o efeito crise, e a movimentação de cargas nesse segmento atingiu números expressivos. Tivemos um aumento de quase 10 TKUs (toneladas por quilômetro útil) entre 2015 e 2016. A possibilidade de expansão na ferrovia é baixa, mas esse é um movimento importante”, disse Lima, citando que o transporte aquaviário passa pela mesma situação. Outra questão amplamente discutida no Ilos 2017 foram as startups e sua presença ainda tímida no meio da logística. Ricardo Altmann, sócio da Lunica Consultoria, foi incisivo quanto ao potencial do Brasil nesse aspecto e ao fato de as empresas ainda investirem pouco em inovação no país. “Diferentemente de alguns anos atrás, quando as principais empresas do mundo vendiam produtos, hoje as maiores companhias são de tecnologia. Se antes as empresas vendiam petróleo ou bens de consumo, hoje elas vendem softwares e novas perspectivas digitais. Elas não estão em apenas um segmento”, explicou, citando como exemplo a Tesla, que criou uma tendência de carros elétricos e agora está investindo maciçamente em caminhões com a mesma tecnologia. O primeiro dia do evento reuniu ainda outras mesas voltadas às empresas de desenvolvimento de tecnologia, com destaque para um debate entre executivos da Truckpad, aplicativo de fretes e cargas de caminhões, Mercedes-Benz, TicketLog e a consultoria Liga Ventures, que teve como tema central o conceito de inovação aberta. No segundo dia de palestras e Outubro 2017 - Revista Tecnologística - 61
EVENTO
discussões, o evento voltou suas mesas para diferentes pontos de vista em assuntos como os processos de logística internacional e a logística reversa. A Manhattan Associates apresentou suas ideias sobre como trazer vantagens para as operações logísticas, a Votorantim explicou suas novas perspectivas de otimização de portfólio e a Natura contou mais detalhes do seu mais novo centro de distribuição. Na primeira apresentação do dia, os belgas da PwC, Pascal Janssens e Lionel Van Reet, repercutiram alguns aspectos do país europeu em relação a regras de livre mercado e isenções fiscais que possibilitam investimentos robustos. “Quando pensamos em Bélgica logo vem à cabeça cerveja ou chocolate, mas estamos mudando isso com novas ideias relacionadas à logística, principalmente com a redução de custos e impostos, tornando o país um dos mais amistosos para investimentos estrangeiros”, disse Janssens, ainda destacando fatores como a posição geográfica privilegiada do país e sua multiculturalidade. O conceito de logística reversa foi destaque na palestra liderada pelos executivos Rogério Almeida e Evandro Moraes, do Hospital Moinhos de Vento, localizado em Porto Alegre. A instituição vem se colocando em posição de vanguarda no país em relação à reciclagem de resíduos e do lixo hospitalar. Um alento para o ambiente, já que a vasta maioria dos hospitais acaba destinando seus resíduos a aterros sanitários, prejudicando de forma substancial a natureza e gerando altos custos. “Um dos maiores problemas da gestão hospitalar são os resíduos, então pensamos em uma forma de, além de impactar menos o meio ambiente, gerar uma solução economicamente viável. E foram vários projetos até agora, como o de transformar todo o material 62 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
A próxima edição do fórum acontecerá entre os dias 18 e 20 de setembro de 2018
de polietileno que é descartado em sacos de lixo e as garrafas pets em vassouras, e o de reciclar todo o papel do hospital transformando-o em papel higiênico”, explicou Almeida, citando ainda a transformação dos resíduos orgânicos do hospital em adubo para a horta da instituição. Finalizando o ciclo de palestras, o vice-presidente da Prologis, Hardy Milsch, destacou a importância dos condomínios logísticos e o foco da empresa nas grandes cidades. “No Brasil temos um problema, e não é a quantidade de galpões, e sim a qualidade. Apenas 12% dos galpões brasileiros são de nível excelente”, disse. O executivo ainda destacou a importância do desenvolvimento do e-commerce no país para gerar mais demanda por condomínios logísticos. Segundo Milsch o Brasil ainda engatinha no quesito de compras e vendas on-line, mas o potencial é enorme e a tendência é que esse mercado cresça exponencialmente nos próximos anos. “Países como o Japão e o Reino Unido estão muito a frente, mas isso não significa que o Brasil não esteja trabalhando nisso. O e-commerce é muito importante para esse segmento, e também é importante para suprir a demanda desses galpões mais antigos, que estão subutilizados”. No último dia do evento, Latam
e JDA discutiram as mudanças nas operações de e-commerce, Dale Rogers, da Arizona State University, falou sobre sustentabilidade na logística reversa, e Rihappy e Sequoia apresentaram um case a respeito de redesenho logístico e integração de canais de distribuição. O destaque ficou por conta das discussões a respeito da chamada Internet of Things (IoT, a Internet das Coisas). Leonardo Julianelli, sócio executivo do Ilos, falou a respeito da evolução da aplicação da inteligência artificial com o advento da IoT na logística e sua importância dentro do contexto de business intelligence (BI), para que cada vez mais as companhias possam antever as operações de forma a otimizá-las. “Em vez de olharmos para o retrovisor para tomarmos as decisões, podemos agora olhar diretamente para o para-brisa e prever o que vai acontecer”, destacou. “E a IoT, aliada à robótica, é a grande integradora dessa mudança. Por meio dela, os mais variados equipamentos que não foram criados para estarem conectados são moldados para isso, trabalhando e colhendo informações de forma independente, sem intervenção humana”. De acordo com ele, porém, esse cenário ainda apresenta alguns desafios que devem ser levados em conta, como aprender a lidar melhor com a segurança dos dados, que se apresentam em uma quantidade cada vez maior, a confiabilidade das conexões entre os variados equipamentos, a complexidade de se gerenciar essa rede complexa e também os marcos regulatórios que recaem sobre o setor, em especial no Brasil, já que a tecnologia e as necessidades tecnológicas do mercado evoluem muito mais rápido que a legislação. Ilos: (21) 3445-3000
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A 23 Cargo oferece ao mercado logístico um pacote completo de ferramentas web que permite ao usuário planejar e administrar operações logísticas de grande, médio ou pequeno porte, com agilidade e baixo custo, em uma interface totalmente on-line e fácil de usar. A plataforma conecta todos os elos da cadeia a um número ilimitado de parceiros, transportadores e agregados. Dessa forma, garante o fluxo constante de informações entre todos os participantes, ampliando a capacidade de gestão da operação com informações precisas e em tempo real sobre a carga. O sistema oferece funcionalidades operacionais como roteirizador; funcionalidades administrativas como emissão de documentos fiscais e etiquetas; de comunicação com a gestão de entregas e de ocorrências; e de conectividade da cadeia
logística. Todas as informações estão disponíveis no painel de controle completo e customizável, acessível a partir de qualquer computador ou dispositivo móvel com sistemas operacionais Android e iOS. Com acesso às informações e controle preciso, o gestor da operação logística pode tomar decisões mais corretas e assertivas, o que leva à redução de custos e de retrabalhos e ao aumento da eficiência operacional e da rentabilidade da empresa. A plataforma pode ser utilizada na gestão de operações logísticas de carga, documentos ou pessoas, como equipes de vendas e de promotores. Para adotar a solução da 23 Cargo, que funciona com tecnologia de armazenamento de dados na nuvem, não são necessários investimentos em infraestrutura de hardware, software e equipes de tecnologia da informação. Além disso, não existe a necessidade de manutenção e não há limite de usuários. Os valores mensais são de custo variável, a plataforma utiliza o modelo “pague o que e quanto usar” e pode ser adequada às necessidades de cada negócio. É possível também realizar a integração com qualquer sistema de gestão logística já usado pelo cliente. (11) 3508-8335
Aplicativo para gestores de frota, da Alelo A Alelo, companhia que atua no segmento de cartões-benefício e gestão de despesas corporativas para empresas de todos os tamanhos, acaba de lançar o aplicativo Minha Frota. Trata-se de uma plataforma digital para o gerenciamento de frotas que busca oferecer ao gestor mais facilidade para consultar em tempo real dados de seus motoristas e veículos, além de proporcionar mais agilidade em ações como a identificação do motivo de uma transação negada, por exemplo. O app permite ainda a tomada rápida de decisões, como realizar cargas emer64 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
genciais, e consultar o saldo existente nos cartões. De acordo com a própria Alelo, para o condutor o Minha Frota representa maior segurança contra imprevistos, que podem ser resolvidos em poucos toques pelo gestor. Compatível com o sistema Android, o aplicativo já está disponível para download e é exclusivo para clientes Alelo Auto. A empresa garante que a solução está em constante evolução, integrando novas funcionalidades e serviços que agreguem ainda mais benefícios para o usuário. 4004-7733
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Plataforma de gestão aplicada à logística, da 23 Cargo
Lançado no Brasil pela Invent, empresa que otimiza processos de logística e distribuição, o robô Swift tem como principal objetivo a montagem de pedidos fracionados. Fabricado pela norte-americana IAM Robotics, o dispositivo promete selecionar os produtos nas prateleiras do centro de distribuição, organizá-los numa caixa e entregá-la para o check-out. A tecnologia de inteligência artificial desenvolvida permite uma total independência do robô em relação aos funcionários. O Swift, dessa forma, não necessita de qualquer adaptação nos galpões e estruturas que resguardam os produtos, distinguindo-se não só pela agilidade como pelo baixo custo. O robô também se destaca na eficiência em galpões menores e preenche uma lacuna de tecnologia para empresas que trabalham com pequenas operações logísticas. Controlado por meio de uma interface na nuvem, o Swift é ainda recomendado para a utilização em estruturas de alto valor, como cofres e centros de distribuição, assim como em locais que exigem um nível expressivo de precisão. O robô é recarregável e sua tecnologia permite uma autonomia de sete dias. (11) 2833-0005
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Empilhadeira H40-60XT, da Hyster
A Hyster, marca de equipamentos de movimentação de materiais pertencente ao grupo Hyster-Yale, está lançando no mercado brasileiro a nova empilhadeira a combustão H40-60XT, com capacidade de carga entre duas e três toneladas. Robusta e com alta resistência, características conhecidas das máquinas Hyster, a nova empilhadeira tem como destaque a tecnologia Hyster Variable Power Technology, que permite ao usuário
configurar a potência do motor no modo mais eficiente e econômico de acordo com cada operação. Na prática, ela proporciona flexibilidade para economizar combustível quando as exigências operacionais diminuem. A tecnologia foi desenvolvida em conjunto entre a Hyster e a fabricante de motores industriais Power Solutions International (PSI). A H40-60XT está disponível nas versões movidas a gasolina e gás liquefeito de petróleo (GLP) e também a diesel e GLP. O motor foi concebido de forma a entregar a melhor ergonomia ao operador, isolando áreas impactadas por ruídos, por acoplar coxins duplos conectados a ele, o que propicia melhor equilíbrio, contribuindo também com a diminuição da vibração induzida em baixas rotações. O resultado é uma condução mais suave e mais silenciosa.
Também para proporcionar mais conforto, a empilhadeira conta com uma minialavanca que coloca os comandos do equipamento nas mãos do operador, facilitando as manobras e a operação de todas as funções do equipamento, incluindo os comandos de elevação. A redução dos períodos de manutenção é outro destaque do novo modelo. A utilização de uma bobina diretamente nas velas de ignição substitui os cabos de velas e o uso dos tuchos hidráulicos, eliminando a necessidade de ajustes das válvulas e aumentando o intervalo de substituição da correia dentada. Montada na fábrica brasileira da Hyster, localizada na cidade de Itu (SP), a empilhadeira H40-60XT apresenta 6 mil horas de garantia. (11) 4134-4700
A Knapp oferece ao mercado o Pick-it-Easy Robot, uma solução desenvolvida pela própria companhia para automatizar os processos de separação de encomendas em atividades de intralogística, em especial para empresas que operam em vários turnos e buscam reduzir os erros e os custos gerados por eles. O produto segue a filosofia zero defect warehouse da Knapp para garantir uma operação ininterrupta e sem falhas, com uma célula robotizada pensada para operar na separação de uma grande variedade de itens. O software de reconhecimento e processamento de imagens reconhece os artigos a serem retirados do recipiente de origem e calcula os pontos de coleta nas áreas dos artigos. A garra do robô de braço articulado se posiciona exatamente em cima do ponto de coleta. Fina e flexível, ela permite a separação dos artigos com o recipiente
de origem em qualquer posição. Monitorado constantemente por sensores, o sistema coleta o produto e o deposita de forma segura no recipiente de destino. Na utilização em longo prazo, o Pick-it-Easy Robot gera um aumento significativo de produtividade, com qualidade constante, na comparação com a atividade de separação manual, sujeita a erros e falhas humanas. Em determinados casos, uma célula robótica consegue substituir mais de um posto de trabalho manual. A operação é monitorada por meio de diversos sistemas de sensores, e eventuais erros são detectados e corrigidos de forma totalmente automática. O equipamento apresenta alta flexibilidade e fácil integração a outros sistemas já existentes. Diferentes tipos de recipientes podem ser utilizados, e produtos desarrumados ou amontoados nesses recipientes são manuseados sem problemas pelo
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Robô para separação de pedidos, da Knapp
robô, com o sistema sempre calculando o ponto ideal para coletar cada item. O Pick-it-Easy Robot representa um grande passo nos conceitos de indústria e logística 4.0, com o robô tornando-se um parceiro de trabalho do homem. A solução rendeu à Knapp o prêmio de melhor produto na 15ª edição da International Trade Fair for Distribution, Materials Handling and Information Flow (LogiMat 2017), que aconteceu no mês de março em Stuttgart, na Alemanha. (11) 3323-1682 Outubro 2017 - Revista Tecnologística - 65
PRODUTOS
Novo Cargo vocacionado para o setor de bebidas, da Ford
LIVRO
Editora Elsevier lança livro “Logística Humanitária”
A Ford Caminhões lançou no mercado o novo veículo do modelo Cargo 1719 com preparação especial que facilita a implementação para operações voltadas ao segmento de bebidas. O caminhão vocacionado é resultado de um desenvolvimento conjunto com implementadores e clientes para atender às necessidades específicas desse setor. Com peso bruto total (PBT) de 16 toneladas, motor de 189 cv e transmissão de seis marchas, o Cargo 1719 para bebidas vem preparado de fábrica com um conjunto completo de acessórios para a implementação de carrocerias rebaixadas compartimentadas, para oito ou dez paletes. Aliados à robustez e ao alto desempenho já conhecidos da linha Cargo, estão ainda o sistema externo de tratamento dos gases de exaustão, para-choque estreito, feixe de molas curto, chicote ABS e dois cardãs adicionais, além de capa do chassi na área de corte para o rebaixamento. Assim como os demais veículos da marca, o novo Cargo dispõe do programa completo de serviços da Ford Caminhões para garantir a operação e a rentabilidade da frota, que inclui os planos de manutenção Ford Service, o sistema de rastreamento e monitoramento FordTrac, assistência 24 horas e o suporte técnico Disk Ford Caminhões. 0800 703-3673 66 - Revista Tecnologística - Outubro 2017
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Obra mostra a importância da união entre a otimização de processos e as operações humanitárias
Organizado por Adriana Leiras, Márcia Samed, Mirian Buss Gonçalves e Hugo Yoshizaki, o livro Logística Humanitária chega às livrarias com o intuito de ressaltar a relação entre logística e a efetividade das operações humanitárias. Alguns fatores, como a prévia identificação das áreas de risco, são objetos de
estudo da obra que traz conceitos e definições sobre casos ocorridos no Brasil e no mundo. Tida como pioneira no conteúdo, a publicação da Editora Elsevier permite uma maior inserção do leitor nos estudos da logística destinada a atender casos de desastres naturais e outras conjunturas adversas nas grandes cidades. O livro trata ainda de outro tema inédito: como os conceitos de logística comercial e industrial são aplicáveis às situações que exigem ajuda humanitária. De acordo com os organizadores do livro, é necessária uma colaboração cada vez maior entre entidades não governamentais e o poder público para que este tipo de abordagem seja cada vez mais destacado, aperfeiçoando as ações e agindo de forma coordenada no socorro às vítimas de catástrofes. Logística Humanitária Adriana Leiras, Hugo Yoshizaki, Márcia Samed e Mirian Buss Gonçalves 352 páginas Editora Elsevier Tel.: 5105-8555
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO Andreani........................................45 App Tecnologística..................3ªcapa Assine...........................................51 Baoli.........................................49 Célere......................................59 Clarion I.........................................55 Clarion II........................................11 Favorita...................................15 Friovale.......................................20 Friozem.....................................07 GAT Logística.................................25 GLP.........................................17 Ilos............................................63
Hyster...............................................09 L. Amorim.........................................33 Log CP..............................................31 Logmed..........................................47 Modern.......................................19 Movimat........................................35 Paletrans.........................................21 Prologis.....................................2ªcapa Sincronica......................................37 Still.............................................4ªcapa Tegma............................................05 Thermo King.....................................13