Publiquei Revista - 9ª Edição

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Edição 9 - Maio de 2017

Conheça a Luvbook, plataforma de leitura 100% brasileira! Natalia Amand, Gika Mendonça e Aimee Oliveira são as nossas entrevistadas

Problemas da mulher contemporânea nos livros de

Carol Dias

Cobertura exclusiva do Aniversário Saga Twilight Eternamente!



Sumário Editorial

pág. 4

Painel da Literatura Nacional

pág. 5

Top do Mês

pág. 6

Inspiração

pág. 8

Achei no Wattpad

pág. 10

Amamos Ebooks

pág. 12

Publiquei no Aniversário STE

pág. 14

Capa

pág. 16

Já abraçou sua mãe hoje?

pág. 20

Uma palavrinha...

pág. 21

Publique seu livro

pág. 22

Falando nisso...

pág. 24


E

Editorial

sse é o quinto mês do ano, mas é o nono da nossa revista. Bem no mês em que comemoramos o Dia das Mães, completa-se um período gestacional. Como adoramos coincidências, preparamos uma revista mega especial esse mês. Não, não é uma revista com o tema “mães” — apesar da coluna da Lyli ter o tema “Já Abraçou Sua Mãe Hoje?”, e nosso “Painel da Literatura Nacional” trazer oito livros lindos com histórias sobre bebês. A revista desse mês tem sim um tema: chick-lit, considerado de “mulherzinha”. É ou não é? Essa é a discussão na coluna Falando Nisso. O chick-lit também é o tema das nossas entrevistas: na capa, conversamos com a Carol Dias, idealizadora da nossa revista e que está lançando “Inversos”, continuação de “Clichê”; na Achei no Wattpad, a Natalia Amand falou sobre suas publicações na plataforma; a autora Gika Mendonça é a entrevistada da Amamos E-books, falando sobre seus chick-lits; por último, Aimee Oliveira — autora da comédia romântica “Pela Janela In-

discreta” e alguns outros livros do Wattpad — deu uma palavrinha para a gente. Uma autora que é inegavelmente uma inspiração para as escritoras da nossa equipe é Meg Cabot, é mais conhecida pelos seus livros adolescentes — a série “Diário de Uma Princesa” e a “Mediadora” — mas que tem romances maravilhosos dentro do gênero tema dessa edição. Escolhemos também três indicações para o TOP do Mês que combinam direitinho com a nossa nona Publiquei: Tammy Luciano, “A Sorte no Azar” e “Quando a Noite Cai”. Ah! Falamos do que rolou no aniversário do blog Saga Twilight Eternamente, onde Carol lançou seu segundo livro. E se engana quem pensa que essa é a única novidade: retornamos com a coluna “Publique Seu Livro”, em que conversamos com o pessoal do Luvbook, uma plataforma de leitura 100% brasileira. Para terminar, queremos dar as boas-vindas à Isabelle Reis, nova redatora da Publiquei. Boa leitura!

Organização Carol Dias Paula Tavares

Diagramação Tati Machado

Redação Carol Dias Isabelle Reis Lyli Adams Tati Machado Thayanne Porto

Revisão

Carol Dias Thayanne Porto

Contato

contato@publiqueirevista.com (21) 99575-2012 publiqueirevista.com 4


E

m um mês lindo como maio, em que comemoramos o dia das nossas pessoas favoritas nesse mundo (beijo, mãe!), nós separamos oito livros para integrar esse Painel com um tema de derreter corações: bebês. Confira a lista:

Você pode conferir todas as sinopses no nosso site! É só acessar publiqueirevista.com e aproveitar todo o nosso conteúdo feito especialmente para você! ;) 5


TOP DO MÊS Em toda edição, uma seleção especial de livros e destaques do mundo literário para você! Por Isabelle Reis

Livro do mês

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Sorte no Azar” conta a história de Leo, que não tem sorte mesmo, esqueça a história de “sorte no jogo e o azar no amor”. Ele simplesmente não consegue que nada dê certo. O conto, escrito pela Gisele Souza, traz uma história divertida e apaixonante (afinal, Leo é daqueles que se apaixona fácil), que mostra a realidade de quem é trocado pela pessoa que gosta. Entretanto, depois de um daqueles porres fenomenais, o protagonista, que precisa ser rebocado para casa, é colocado em um táxi falando pelos cotovelos e — vejam só — acaba se apaixonando pela bela taxista que o ajuda nas horas de bebedeira. Ela pode não ter levado a sério, mas ele estava falando a verdade. July, uma mu-

lher batalhadora — e tão azarada quanto Leo — acaba deixando a sorte entrar só um pouquinho na sua vida e mais uma vez encontra o rapaz após a fatídica noite das juras de amor. Ela acredita? Não. Achou ele atraente? Talvez. Nesse impasse de fazê-la acreditar nos seus sentimentos, muitas situações que colocam o casal à prova, “A Sorte No Azar” traz um romance fofo, divertido e leve para mostrar que a vida pode não ser perfeita, mas tem seus momentos bons. O conto está disponível em e-book na Amazon e é narrado em primeira pessoa, pelo olhar do casal. Prepare-se para rir, suspirar e se encantar. Divirta-se com as trapalhadas do personagem mais azarado e fofo que você jamais conheceu.

Conhece alguma história ou autor que gostaria de ver por aqui? Envie para contato@publiqueirevista.com ou em nossas redes sociais! 6


Autor do mês

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ammy Luciano aderiu ao mundo do chick-lit. A autora deste mês é atriz, jornalista e escritora, publica livros desde 2003 (Fernanda Vogel na Passarela da Vida) e tem alguns títulos na temática “romance fofo”. Tammy já ganhou três prêmios na carreira literária e já foi entrevistada pelo Jô. Seu último lançamento foi “Escândalo”, em 2015. A escritora já esteve entre os livros mais vendidos na bienal. Quem disse que os sonhos não se realizam?”, é o que diz a autora na entrada de seu site.

Lançamento do mês

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uando A Noite Cai” é o décimo livro de Carina Rissi, autora publicada em outros quatro países, que será lançado no dia 22 de maio. O livro traz Briana Pinheiro, uma moça que está ruim de grana e não consegue manter um emprego e isso a faz com que perca o sono. Entretanto, quando ela fecha os olhos, é transportada para terras distantes, com espadas, castelos e um belo guerreiro irlandês que quer roubar seu coração. Mas nem tudo são flores. Depois de ser demitida (nas contas dela, pela terceira vez), Briana ganha coragem e sai em busca de um novo trabalho, mas acaba esbar-

rando com um homem chamado Gael O’Connor. Este era um irlandês com um olhar misterioso e que lhe oferece uma vaga em uma de suas empresas. Quando ela olha bem de perto, percebe que o novo chefe é a cara do guerreiro de seus sonhos. Briana mistura realidade e fantasia, azar e sorte, para conseguir triunfar contra o mal que quer acabar com seu conto de fadas. Dessa vez talvez nem o amor verdadeiro consiga triunfar. O livro está em pré-venda e com direito a brinde exclusivo. “Quando A Noite Cai” é publicado pela Verus Editora e promete arrematar corações.

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nspiração I M

Por Clara Savelli

eg Cabot. Talvez você já tenha ouvido esse nome. Provavelmente por causa da série “Diário da Princesa”, que foi febre mundial e virou até filme. Muito se engana quem pensa que a carreira de Meg se encerra aí. O que você talvez não saiba é que Meg Cabot é uma escritora extremamente criativa, com produtividade altíssima e muito versátil. A americana de 50 anos já escreveu mais de 80 livros de gêneros diversos: romance adolescente, romance histórico e chick-lit. Parece maluquice? É versatilidade! Na nossa coluna “Inspiração” desse mês vamos falar sobre os chick-lits da Meg Cabot e explicar por que você não pode deixar de conhecê-los!

Com uma escrita recheada de humor, os chick-lits de Meg Cabot são uma pedida para todo mundo que gosta de bons enredos, personagens engraçadas e mocinhos que arrebatam qualquer coração. Suas ambientações são as mais diversas, transitando entre a fantasia da série “Insaciável” (com vampiros, caçadores e tudo que temos direito) e indo até o suspense da fantástica série “Tamanho 42 não é gorda”, onde a protagonista é a tamanho 42 mais irada que você já viu! É claro que no meio disso temos muitos romances contemporâneos, com destaque para a série “Garotos”, que tem três livros publicados no Brasil — Todo Garoto Tem, Garoto Encontra Garota e Garoto da

Casa Ao Lado — e ganhou uma continuação nos Estados Unidos em 2016 (“The Boy is Back”, ainda sem tradução). A série pode ser lida fora de ordem, mas os livros se passam no mesmo ambiente e os personagens secundários de uma obra são os protagonistas de outra. Quem ama séries também precisa conhecer “Rainha da Fofoca”, uma história cheia de reviravoltas que conta as desventuras de uma recém-formada, que fala mais do que deve, na vida e no amor. Para os apaixonados por livro solo, é claro que Meg não decepciona: “Ela Foi Até o Fim” é um livro que não tem sequência e conquista o coração dos leitores com

Qual sua maior inspiração na hora de escrever? Conta para gente! Entre em contato pelo contato@publiqueirevista.com ou em nossas redes sociais! 8


um enredo de aventura e romance — com suspense até o final! E ah, se você gosta de algumas cenas mais hot, essa é a escolha perfeita! Uma cabana no meio da neve e um casal que se odeia? Já sabe no que vai dar, né? Não pensem que acaba por aí! Meg é tão versátil que também escreveu diversos romances de época, assinando com seu pseudônimo, Patrí-

cia Cabot. Sim, é ela mesma e não uma irmã ou prima perdida! Meg resolveu trocar a assinatura para diferenciar suas obras juvenis das que tem cenas de sexo mais descritivas e seguem esse eixo histórico — ainda que ela diga que é porque não queria que sua vó descobrisse que ela estava escrevendo sobre sexo, risos. A única conclusão que podemos chegar depois de tanto lacre é que

Meg Cabot é uma opção incrível para você. Nessa gama de mais de 80 livros, com certeza você vai encontrar algum capaz de roubar sua atenção e te sequestrar do mundo por um tempo. Seja romance adolescente, chick-lit, romance adulto ou até com uma pitada de fantasia, Meg Cabot é capaz de conquistar seus leitores e continuar crescendo em uma carreira de sucesso.

(Parênteses)

Meg na verdade se chama Meggin Patricia Cabot. Além de assinar livros como Meg Cabot e Patrícia Cabot, a diva tem mais um pseudônimo: Jenny Carroll. Com ele, ela assinou a série A Mediadora. Na sua primeira passagem pelo Brasil, em setembro de 2009, Meg se declarou fã de Clarice Lispector e recomendou que todos conhecessem o livro “Laços de Família”. Maravilhosa, né? Dia 31 de Julho é oficialmente “Dia da Meg Cabot” em Bloomington, cidade natal da Meg. O prefeito local declarou o dia festivo em 2004 e Meg diz que deseja que todo mundo tire o dia para relaxar e fazer nada. Que diva! 9


o n i e h c A N

Por Clara Saveli

atalia começou a escrever aos 13 anos, como forma de dar voz aos seus pensamentos. Começou postando histórias no Orkut, onde completou duas. Já estudou moda e agora está prestes a se formar em direito. Leitora ávida, devora tudo que tenha uma sinopse interessante, mas esconde a predileção por romance, ficção científica e ficção histórica. Além de escrever, gosta de desenhar e de ver filmes de super-heróis.

Publiquei Revista: Como foi que você descobriu o Wattpad e o que te fez começar a publicar nele? Natalia Amand: Eu publiquei minhas histórias no Orkut e não gostei muito, não sentia segurança e comecei a procurar por sites que fossem voltados para autores indie. Encontrei o Wattpad em uma busca no Google e no mesmo dia criei uma conta e publiquei minha história. PR: Seu livro “Valentin e Valentina” foi vencedor do prêmio Wattys. Por que você resolveu tirá-lo na plataforma e quais são seus planos futuros para o livro? NA: Retirar a obra foi uma das decisões mais difíceis que eu já tomei. Com o sucesso do conto, optei por escrever histórias para outras personagens e, com o passar do tempo, os eventos de “O Romance Épico de Valentin e Valentina” precisaram ser alterados. A história já passou por algumas edições e está bem diferente da primeira versão, mas por enquanto continua guardada. Eu tenho planos para publicar a série completa em algum momento.

Conhece alguma história ou autor que gostaria de ver por aqui? Envie para contato@publiqueirevista.com ou em nossas redes sociais! 10


PR: Qual foi sua maior inspiração para “Um Olhar Para o Amor”, que está sempre ranqueado na categoria romance? NA: Eu percebi que relacionamento tóxico ainda é um tema pouco falado na nossa sociedade e está mais próximo de cada um de nós do que imaginamos. Com assuntos como sororidade e empoderamento feminino sendo tão comentados no momento, falar sobre relações que não saudáveis também é importante e foi por isso que eu decidi trazer esta realidade para a história. PR: Qual é seu autor favorito – dentro e fora do Wattpad? NA: No Wattpad, eu leio e adoro as obras da Naiara Aimée e da Camila Antunes, fico ansiosa com atualizações das histórias delas! Fora do Wattpad eu tenho uma lista um pouco maior. Os autores que me deixam

fascinada com sua escrita são Julia Quinn, Cecelia Ahern, Nicholas Sparks e Nora Roberts. E é claro que eu não posso deixar Jane Austen, Charlotte Brontë e George Orwell de fora da lista! PR: Com a sua caminhada literária até aqui, você já pode dar dicas para muitos leitores. Sabemos que você compartilha um pouco no seu livro “Ink”, mas se fosse dar uma dica para nossos leitores que querem escrever, qual dica seria? NA: Acreditar em si é o mais importante na sua jornada como escritor. Você vai se deparar com obstáculos tanto internos quanto externos e precisa acreditar na sua força e capacidade para lidar com todos os problemas. PR: Quais são seus planos para o futuro literário? Algum sonho de

publicação física ou na Amazon? NA: No momento eu estou focada em terminar a série “Um amor”. Tenho sonhos para publicar minhas histórias tanto em versão física quanto em e-book, mas enquanto isso não acontece, eu me concentro em continuar o projeto que comecei com Valentin e Valentina. PR: Agora, para descontrair: se você pudesse escolher um dos seus personagens para trazer a vida, qual seria e por que? NA: Que pergunta difícil! Eu amo cada um deles de forma diferente e não é fácil escolher só um, mas acho que no momento atual eu gostaria de ter ao meu lado o Rock, de “Um Olhar Para o Amor”. Sou suspeita para falar, mas ele tem uma personalidade de ouro, é um amigo leal e inspira as pessoas ao seu redor.

Você pode acessar todas as histórias da N N Amand em https://www.wattpad.com/user/nnamand 11


Amamos ebooks Por Thayanne Porto

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entrevistada da coluna esse mês é a autora Gika Mendonça. Ela é carioca e, além de apaixonada por chocolate meio amargo e café forte, é professora e roteirista. Seu gosto literário varia e, na sua cabeceira, você encontra Carina Rissi, Sophie Kinsella, Stephen King, Martha Medeiros e Nelson Rodrigues. Há menos de um ano foi morar na serra, porque almejava tranquilidade e inspiração para sua vida, junto de Frida Maria, sua filha peluda. Boa parte dos seus livros estão publicados na Amazon. São eles: “A Mulher Fiel”, “A Troca”, “O Guarda-Chuva Vermelho”, “Surtando”, “Um Amor para Recomeçar”. Publiquei Revista: Você começou escrevendo crônicas - como foi “saltar” para as histórias de narrativa? Gika Mendonça: Eu sempre gostei muito de escrever. Com 9, 10 anos escrevia e dirigia todas as peças de teatro de fim de ano da escola. Sempre li muito durante a adolescência e era apaixonada pelos livros do Sidney Sheldon. Fiz faculdade de Letras e vários cursos de roteiro. Sempre fui leitora voraz das crônicas da Martha Medeiros. Quando cheguei aos trinta anos, surtei e criei um blog, hoje chamado de “O fantástico mundo de Gika”, para extravasar todas as minhas paranoias e comecei a co12

você demonstra muito apoio a outras autoras nacionais. Como é essa relação? GM: Sou fã de literatura nacional e temos que nos unir. A generosidade de alguns escritores mais antigos nessa caminhada me toca profunPR: Na sua página do Facebook, damente. Sempre que posso comlaborar com um site chamado “Em Neon” com a coluna “Passei dos 30 e daí”. Em 2014, fiz um curso de escrita criativa com Raphael Montes e a vontade de escrever ficção aflorou naturalmente.


pro os livros, vou aos lançamentos e divulgo o autor nacional. Ainda há muito preconceito de que só literatura estrangeira é boa. Temos autores nacionais incríveis.

Fale um pouquinho sobre eles. GM: Tenho dois romances começados, mas ambos ainda em estágio bem embrionário. Um é um chick-lit e outro uma distopia. Estou escrevendo também novas crônicas para o Surtando 2, que deve sair até o final do ano, e tenho um projeto de escrever mais contos em homenagem ao Nelson Rodrigues no estilo de “A vida como ela é”, como meu conto “A mulher fiel”.

PR: Como é sua relação com os seus leitores? GM: A troca com os leitores é incrível e me emociona muito. Não estou acostumada a receber mensagens de leitores e agora as recebo muito e sempre me tiram o chão. É muito amor. Eu estou sempre enviando mi- PR: Pretende levar algum dos mos autografados para meus leitores. seus e-books para o mundo físico? PR: Tem projetos em andamento? GM: Ainda há muita resistência

em ler e-books no Brasil e ter uma versão física dos meus livros ajudaria a atingir mais leitores. Estou buscando uma casa editorial para o “Surtando” e “A Troca”, mas ainda não tenho nada fechado. PR: Indique o e-book de outro autor ou autora. GM: São tantos e-books incríveis de autores super talentosos. Eu amo ficção cientifica e não posso deixar de indicar “Abdução”, da Barbara Garrett. Para quem gosta de histórias com alienígenas é imperdível.

Agradecimento especial da autora: Quero agradecer a oportunidade de estar aqui. Quero dizer muito obrigada a todos os leitores que compram meus e-books, avaliam, mandam mensagens de carinho e incentivo. Eu escrevo para vocês. Meus textos são leves, divertidos e espero trazer muita alegria a todos em tempos tão pesados e sombrios que vivemos. Obrigada a todos os escritores e blogueiros que me apoiam e incentivam nessa caminhada tão difícil.

Qual autor você gostaria de ver por aqui? Envie sua sugestão para publiqueirevista@gmail.com e não perca as próximas edições! 13


[no Aniversário STE]

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m nove meses de Publiquei, não houve uma vez que esta equipe que vos escreve conseguiu se reunir pessoalmente. Conseguimos fazer isso parcialmente no último dia 30, por um motivo bem específico: era aniversário do blog Saga Twilight Eternamente e lançamento do meu segundo livro, “Inversos”. Patrocinado pela The Gift Box e organizado pela Beatriz Soares, o evento reuniu algumas autoras nacionais em um bate-papo com os leitores.. Os presentes foram: Tamires Barcellos, Kel Costa, Carol Dias, Cristina

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Por Carol Dias Melo, Catia Mourão e Felipe Frasi. A maioria desses autores trouxe novidade para o evento: Felipe Frasi, Carol Dias e Cristina Melo estavam lançando seus livros, “Grana Torpe”, “Inversos” e “Amor Súbito”, respectivamente; Kel Costa contou que “Ruínas de Gelo”, último livro da série “Fortaleza Negra” irá sair ainda neste semestre; já Catia Mourão revelou a capa do livro físico de “A Sociedade Secreta”, sua primeira publicação erótica. Por último, Beatriz contou que, em parceria com a


Ler Editorial, reuniu quatro autoras em uma coletânea chamada “Love Is In The Air”. O primeiro livro de uma série que tem cinco planejados contará com as autoras Tamires Barcelos, que estava presente no evento, Catarina Muniz, Paola Scott e Eva Zooks. São histórias quentes de amor em Londres. O lançamento será feito no The Gift Day Love, um dia antes do Dia dos Namorados. A editora ainda soltou um spoiler sobre o segundo livro da série: a cidade escolhida é a apaixo-

nante Paris. O The Gift Day Love também é organizado pela Beatriz Soares e tem algumas autoras mais do que confirmadas: Tamires Barcellos, Thati Machado, Babi A. Sette, Cinthia Freire, Frini Georgakopoulos, Paola Scott, Raffa Fustagno e Raiza Varella. Anote o dia 11 de junho na sua agenda. É bem provável que você encontre a equipe da Publiquei por lá também.

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Carol Dias 16


Por Thayanne Porto

PR: De onde surgiu a ideia para a Publiquei? CD: Eu trabalhava numa agência que faz revistas e acompanhava todo o processo. Então, um dia, pensando nos tipos de divulgação que os autores têm hoje em dia, percebi que havia uma quantidade enorme de blogs no mercado, mas poucas revistas que falam sobre literatura. Decidi que queria começar uma e chamei duas amigas para me ajudarem. Quando comecei a pensar em tudo que queria colocar na

revista, notei que não daríamos conta e precisaríamos de uma equipe de verdade. Hoje estamos aqui, sete meninas sofrendo todo mês, mas muito orgulhosas do que fazemos. PR: No fim de abril, você lançou “Inversos”. Como foi voltar ao universo de “Clichê”, seu primeiro livro publicado? CD: Foi engraçado, porque quando eu terminei “Clichê”, prometi que não escreveria uma continuação sobre o Killian e a Marina. Só que o Carter e sua personalidade forte não me deixaram descansar enquanto eu não finalizasse a história dele. Escrever essa série é muito gostoso, porque eu posso colocar todas as minhas piadas (sem graça) e os maiores clichês do mundo, aquelas coisas que a gente já leu várias e várias vezes, mas ama. Não sei o que vai ser de mim quando finalizar o terceiro. PR: Sabemos que Carter Manning não é nada fácil de lidar! Como é escrever um personagem com personalidade tão marcante como a dele? CD: Era engraçado, porque eu fiquei muito tempo com a história dele na cabeça, sem poder escrever (faculdade, estágio e TCC), então

ele me cobrava incansavelmente para que eu começasse a história. Quando eu finalmente sentei para escrever, tudo fluiu muito fácil. As palavras saíam dos meus dedos e eu nem percebia. O mais difícil do Carter foi saber medir a “babaquice” dele. Eu sabia que ele não era uma má pessoa, mas as pessoas não, então tive que perguntar para as minhas leitoras betas várias vezes o que elas achavam; se ele já tinha se redimido com elas ou não. PR: Assim como Marina, protagonista de “Clichê”, Bruna é uma brasileira que vive nos Estados Unidos. O que te motivou a escrever sobre esse tipo de história? CD: Com “Clichê”, ambientar a história lá fora veio naturalmente. Mas, com “Inversos”, eu precisei manter a história nos EUA para não perder o sentido da coisa, sabe? Então eu fui buscar coisas que minhas protagonistas (pelo menos nessa série) tivessem em comum. Sentia que era importante escrever sobre brasileiras porque, convenhamos, nós somos mulheres interessantíssimas. Então eu decidi que as três personagens principais seriam brasileiras, que estavam tentando a vida nos Estados Unidos

Era importante escrever sobre brasileiras porque, Sei que um livro bom não depenconvenhamos, somos de de gênero, mas denós qualidade literária: personagens bem construmulheres interessantíssimas ídas, tramas bem armadas, falas articuladas e uma boa narrativa.

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capa desta edição da Publiquei foi uma entrevista feita em casa: Carol Dias foi a grande idealizadora da revista. Autora do romance “Clichê”, ela acaba de lançar seu segundo livro, “Inversos”. O protagonista é figura conhecida de suas leitoras: Carter Manning, irmão mais novo de Killian Manning, protagonista do primeiro livro. Ele dispensa apresentações para quem leu “Clichê”, com sua atitude marcante (e não do jeito positivo). Para quem ainda não leu, fica o leve spoiler: Carter é mimado, arrogante e muito egocêntrico. Sua forte personalidade vai ser um grande problema para Bruna Campello, uma brasileira que se muda para os Estados Unidos e começa a trabalhar como sua assistente pessoal. Achou pouco? Então segura essa marimba, mon amour: A história começa quando Carter, saindo para uma de suas corridas matinais, encontra duas meninas sentadas à sua porta, que dizem ser suas filhas. Publiquei Revista: Não posso deixar de perguntar: como sente dando uma entrevista para a Publiquei, revista que você mesma idealizou? Carol Dias: É estranho. Eu relutei um pouco. Parece aqueles “publiposts” das blogueiras. Mas, fazer o que, né? Amo a Publiquei, amo literatura e amo falar sobre isso.

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(mesmo que por motivos diferentes). PR: Falando em Marina, vamos conseguir matar saudades dela, do Killian e das crianças em Inversos? CD: Sim. Marina e Bruna são amigas e ela vai visitar Nova Iorque duas vezes. Em uma delas, por um motivo que muita gente vai me odiar. Envolve o Killian, mas não vou dizer o que é, porque não quero dar spoiler. PR: Você tem mais de 30 publicações na internet e acaba de lançar seu segundo livro físico. Quais são as principais diferenças entre as duas formas de publicação? CD: A principal diferença é o tipo de texto. Eu escrevia fanfics e elas são muito mais tranquilas de escrever. A maioria das meninas está aprendendo e errar nesse tipo de história é super comum. Nos livros não: a cobrança dos leitores por uma obra perfeita é

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muito maior. Outra diferença é o feedback. Sempre postei por capítulos e costumava fazer alterações na história de acordo com a resposta do público. O livro não: eu planejo a história inteira e nem sempre recebo esse feedback. Uma terceira diferença é que eu escrevia fanfics interativas, então a protagonista sempre tinha o meu nome, minhas características, o que é totalmente diferente em um livro. PR: Você acaba de se formar em Propaganda e Marketing. Como equilibrar isso com sua carreira de autora? CD: É doideira. Tem dias que eu só quero chegar em casa e esticar as pernas no sofá, mas aí eu lembro que tem história para escrever, revista para organizar, autora para divulgar… Ter uma carreira é difícil, duas é mais difícil ain-

da, mas eu amo. Não trocaria nada disso, porque amo escrever e amo marketing. Como escolher? PR: Você e a Tati Machado, autora de “Entre Nós e Paredes”, escrevem juntas “Lá Em Cima”, romance publicado no Wattpad. Como é escrever uma história a quatro mãos? CD: Difícil? Uma doideira? A Tati me fez o convite e eu não pude recusar, então nós duas nos reunimos um dia e preparamos o roteiro da história. Escrevíamos pelo Drive do Google e, em alguns dias, uma estava sem inspiração e a outra precisava se desdobrar um pouco mais. Mas também teve dias em que as duas estavam super empolgadas e basicamente interrompíamos a frase uma da outra, mas foi bem divertido. Sem contar que o Miguel era uma figura e nós adoramos escrever.


PR: Você é autora e criadora/ organizadora da Publiquei, focada na literatura brasileira. A partir desses dois pontos de vista, como você vê o mercado literário do nosso país? CD: Como organizadora da revista, a verdade é que faltava esse tipo de divulgação para a literatura nacional há algum tempo. Depois da gente, já surgiu outra e eu não sou ingênua de achar que não virão mais. Só que eu acho que isso é bom. Se a grande mídia e o público em geral não dá tanta atenção aos autores nacionais, quanto mais gente falando sobre nós na internet, melhor. Como autora, a situação é bem mais complicada e a discussão é longa. O mais importante hoje, na literatura nacional como um todo, é que cada um de nós — autores, leitores e quem

divulga — entenda que precisamos de respeito, empatia e mais carinho uns com os outros. Parar de brigar por bobagem e se unir. Assim, todo mundo ganha. PR: Indique o livro de outro autor ou autora. CD: Pensando aqui nos últimos que eu li e me apaixonei, queria falar sobre “Fortaleza Negra”, da Kel Costa. Nós somos colegas de editora e eu estava com um pezinho atrás para ler, porque minha fase de vampiros já passou, mas foi uma grata surpresa. Eu adorei cada minuto da leitura por três motivos: a escrita da Kel é maravilhosa, os vampiros são os melhores que eu já li e a Sasha é louca. Se eu puder incluir um quarto, Misha é um mozão.

Bom saber Carol é fã de bandas pop e que passou a escrever sério porque fazia fanfics dos Jonas Brothers. “Clichê” começou como fanfic deles antes de ser adaptada; * É apaixonada por série e elas influenciam muito no seu processo de escrita. Por exemplo, Killian e Colin tem esses nomes por causa de Once Upon a Time. Em Inversos, Olivia Pope de Scandal é citada várias vezes; * Inversos, seu novo livro, foi escrito em 20 dias.

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Já abraçou sua mãe hoje?

hegou aquele mês. Quando o outono já pegou forte trazendo sensações climáticas que não sentimos desde o ano passado, as vitrines de lojas ficam mais floridas e os comerciais das Casas Bahia nos tornam terrivelmente emocionais. É o mês das mães. Muitos temos uma mãe, alguns têm duas e outros (acham que) não têm nenhuma. Mas a realidade cruel é que todos nós aqui nas terras tupiniquins dividimos uma mesma mãe: a Lingua Portuguesa. De origens estrangeiras, a progenitora nos ajuda na comunicação e nos cria de forma que entendamos as suas mais diversas formas. Avó Galega e avô Latim são os responsáveis pelo pezinho europeu de nossa família, mas a nossa raiz não mente. Os sotaques, flexões e gírias garantem a autenticidade nacional de nossa mãe. Nós amaldiçoamos seu nome ao vento durante a longa vida acadêmica diversas vezes, mas não sabemos viver sem nossa amada. O que nos leva de volta ao título da coluna desse mês: já abraçou sua mãe hoje? Um beijo no café da manhã não é o suficiente para nossa mãe Língua Portuguesa ficar em nossa mente durante o dia. Se queremos mesmo ser íntimos da querida mãe, teremos que nos esforçar. E, meus amigos escritores, queremos muito ser próximos. Poupem-me de discursos vazios sobre ser escritor e não revisor. O escritor é aquele que faz mágica com a língua, é de se esperar que ele ao menos

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Por

saiba usá-la. Nós precisamos ser verdadeiros filhinhos da mamãe. Daquele tipo que pede orientação em tudo, lê o diário (dicionário), discute sobre seus conselhos com amigos e desobedece de vez em quando, como todo filho (neologismo é bom, minha gente, vamos nos permitir!). Isso não é uma obrigação chata e matéria de decoreba. Essa fase ficou no ensino médio, agora somos Profissionais Literários (minha fofura que só posta no Wattpad, você também é!) e precisamos entender o completo potencial de nossas ferramentas de trabalho. Imagine que horror, um médico que não sabe para que serve um estetoscópio? Pois então, é a mesma coisa que um escritor indiferente às regras do uso dos porquês. Um horror. Seja ela rasa ou profunda, a sua relação com a grande mãe será sentida através de seus escritos, sempre. E, devo avisar, se for uma relação conflituosa, onde não há dialogo ou compreensão, a probabilidade de algum leitor pedir seu dinheiro de volta é grande. Você quer causar um desgosto desses à sua mãe? Pensemos sobre isso, amigo escritor, antes de colocar sequer a primeira letra na página. Pensemos sobre a mãe Língua Portuguesa e, talvez, ela nos abrace e beije nossa testa no momento da produção literária. Garanto que com bênção e amorzinho de mãe, tudo fica melhor. E avançaremos nesse mundo, como bons garotos.

Lyli Adams

Autora de Pecadores, Íris e Inimigo Digital. sitedoup.com.br @raindancely


Uma palavrinha

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ossa palavrinha esse mês é com a Aimee Oliveira. Escritora de comédias românticas e livros verdadeiramente apaixonantes, ela mora no Rio de Janeiro, mais precisamente em São Gonçalo. Aimee é libriana, discípula de Carrie Bradshaw, de Sex and The City, e apaixonada por café. Ela é autora do Wattpad e já venceu o Wattys 2015 com “Invisível”, que conta a história de Gwen e Justin. Gwen, por sinal, é “uma garota peculiar e sua maior peculiaridade é que ninguém a percebe”. Além desse, ela tem mais sete histórias por lá, in-

cluindo “O Mundo dá Voltas” e “Romance Concreto”; a última começou a ser postada agora em maio. Em formato físico, Aimee publicou: “Pela Janela Indiscreta”, a comédia que conta a história de Fred (ou Rick) e sua vizinha Louise; um conto do livro “Amores Improváveis no Colégio”; e “Amigo de Lata”, presente na coletânea “Mundos Paralelos”, organizada pela revista Mundo Estranho com autores do Wattpad. Veja algumas curiosidades que a Aimee revelou sobre ela.

Gênero para leitura: Romance Gênero para escrita: Também romance. Personagem literário: Anne Elliot de Persuasão, nunca vi menina mais arrependida. Autor inspiração: Marian Keyes Melhor história que escreveu: O Mundo dá Voltas, porque foi o último. Melhor livro que comprou: Chá de Sumiço da Marian Keyes. Música: As piores possíveis. Cor: Prata? Marrom? Indecisa. Lugar no mundo: Qualquer um que tenha café. Cidade natal: São Gonçalo, terra de Claudinho e Bochecha. Comida: Todas as presentes nas festas de criança. Dia inesquecível: O que comecei a escrever e descobri que essa era a melhor sensação do mundo.

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Publique seu livro

Por Isabelle Reis

ublicar livros na internet está cada vez mais fácil. Uma plataforma totalmente brasileira foi lançada em abril – após uma versão beta no fim de 2016 – com o intuito de dar maior segurança, uma navegação mais rápida e leve. Luvbook traz diversas obras nacionais, com o objetivo de divulgar os novos autores e protegê-los do tão temido plágio. A plataforma já está chegando aos dez mil inscritos, com mais de 700 histórias publicadas e pretende cres-

Publiquei Revista: A ideia de fazer uma plataforma de publicação de livros veio de onde? Carla Junc: Estava em outro projeto de startup de um e-commerce de uma livraria virtual, estilo Amazon, chamada Confraria do E-book. Já tinha feito a loja virtual e faltava o aplicativo, quando no meio do ano de 2015, conversando com algumas autoras e “ouvindo” os problemas que tinham com relação a suas obras estarem sendo plagiadas em outra plataforma e a falta de um foco em suas obras, vi uma oportunidade de mercado, tive a ideia do Luvbook e engavetei o outro projeto para um outro momento.

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cer ainda mais. Quanto ao esquema “anticorrupção” do site, há um planejamento de segurança organizado que foi construído pelos criadores. O primeiro ponto e o básico é: não se pode copiar os textos. Mas não para por aí, há marcas d’água, com a identificação do autor, por toda a página e não é possível imprimir os textos. Carla Junc, responsável pela plataforma, conta sobre um pouco do Luvbook.

PR: Como foi desenvolver o site e lançar o Luvbook? CJ: Lançamos dia 22 de novembro, mas efetivamente considero a abertura oficial agora em fevereiro, depois que fizemos todas correções de bugs e também quando comecei um trabalho de construção de público. Somando o tempo que estou trabalhando na construção, dá 4 meses e quase 7 mil usuários. Agora em maio chegaremos em 10 mil inscritos. PR: Que outros recursos os usuários da plataforma podem esperar para este ano? CJ: Teremos um Chat para aumentar o engajamento e interação entre leitor e autor, o Partilha de Emoções

com emojis de livrinhos, marcação de quotes em capítulos, aplicativo da plataforma até segundo semestre e depois o autor poderá vender também o e-book dentro da lojinha pelo aplicativo e pelo menos mais 5 novos recursos. Já colocamos entre março e abril: emojis em comentários; curtir comentários e o curtir personalizado do Autor; o usuário pode colocar gifs na foto do perfil e capa, além de imagem comum; o leitor pode colocar em modo noturno de leitura e aumentar o texto para uma melhor experiência de leitura e modo de leitura tela cheia (Full Screen). PR: Uma das maiores reclama-


ções das pessoas que postam suas histórias em algumas plataformas conhecidas mundialmente é a forma como alguns títulos são destacados nas páginas. Como isso é feito no Luvbook? CJ: Nosso ranking é feito de maneira diferente, atualizado para destaques semanalmente. Para autores novos, mais comentados e mais votados, será contado conforme for entrando os escritores com votos, visualizações e comentários. A in-

tenção é dar mais chances para as histórias. PR: Fale sobre sua ideia de montar um plano “anti-plágio”. A ideia é deixar os escritores mais seguros? CJ: O principal ponto da plataforma Luvbook é uma marca d’água com o ID do usuário aplicada nos capítulos do livro, para justamente coibir o plágio. estando também desabilitado as funções selecionar e copiar o texto e impressão do mesmo.

PR: Por último, nos diga o que deseja, para incentivar as pessoas a entrarem na plataforma. CJ: Bom, antes de mais nada, quero agradecer à Publiquei pela oportunidade de falar mais um pouco sobre o Luvbook e quero convidar aos leitores da revista a conhecerem e se cadastrarem plataforma e principalmente prestigiar um site que está valorizando o autor nacional e a literatura brasileira.

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Falando nisso...

Por Lyli Adams

! m o a c d i r e m i h l t u n M opniao i

Mulher com um livro cheio de opiniões é capaz de apavorar! A temática desse mês nos leva a pensar sobre os livros de “chick-lit” e todo o medo que o mercado literário tem dessa palavra. É quase o Voldemort da literatura: todo mundo sabe o que é, mas melhor não dizer o nome. Vamos nos permitir, manas, pelo menos nesse mês. Será que não é hora de sentar e discutir o motivo de termos tanto horror à realidade dos “livros de mulherzinha”? No meio literário existe uma aura densa ao redor desse assunto. Basicamente, o senso comum é que quem escreve não tem criatividade e quem lê é antifeminista alienada. Hoje uma super feminista nem um pouco alienada vem dar um basta nessa história. Então a literatura é cor de rosa? Ora essa, pra mim toda literatura era rosa e também azul, vermelha, roxa, amarela e ocasionalmente verde. Isso é porque os livros são capazes de abrir nossa mente para todas as cores e fazer um arco íris bem bonito na nossa vida. Será que é tão importante se o autor é Sófocles ou

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a Marian Key? Existe o setor dos super cult diferentões que acreditam que toda leitura deve ser estruturalmente complexa e que se você não está pronto para discutir Machado de Assis a nível universitário, então você é inferior. Essa banda merece nada mais que nosso desprezo, migas. A intelectualidade excludente deles bate na capa cor de rosa do seu livro favorito e volta. Faz sentido que, numa sociedade patriarcal, o nicho exclusivamente voltado para discutir o mundo feminino sofra muito preconceito. Ainda mais se considerarmos que o mercado literário atual é um desfile de homens fazendo muito sucesso com seus romances, enquanto os que são escritos por mulheres são “coisa de mulherzinha, eca!”. Não concorda? Pergunte a J. K. Rowling o motivo de ela ter optado por assinar os livros com uma abreviação ao invés de usar seu nome. Vai lá, joga no Google. Eu espero. Quando você voltar, estou pron-

ta para evidenciar novamente a realidade: sociedade feita para os homens. Mercado literário dominado pelos homens. Personagens femininas representadas pelo ponto de vista masculino. E o chick-lit? É a cota das fêmeas, coloca ali no cantinho e finge que não viu. Enquanto o gênero-que-não-deve-ser-nomeado é motivo de piada, o meio literário ainda é excludente. Exclui a opinião feminina que ousa discutir seus problemas específicos sem pudor (e esse é só o começo, mas não vamos aprofundar muito senão a gente chora). E por quê? Porque mulher acha que pode ter voz! Que audácia, né? Pois achamos mesmo, já que somos sim muito audaciosas. E somos capazes de produzir e de consumir literatura cor de rosa, laranja, ciano, magenta, degradê, preta com bolinhas brancas ou cor de burro quando foge. Somos perfeitamente capazes de escrever sobre o peso da reforma da previdência na vida das mulheres negras e pobres, assim como somos capazes de escrever sobre as faturas atrasadas do cartão de credito. E quero ver quem vai nos dizer que isso não é literatura!


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