19 º EDIÇÃO - MARÇO DE 2018
ENTREVISTAS COM MARI SILLVA E OLIVIA PILAR COBERTURA ESPECIAL DO LUNÁTICAS SUMMER BEACH
O DOCE SABOR DOS ROMANCES DE
Paula Toyneti Benalia
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19ª EDIÇÃO Editora-chefe Carol Dias Diagramação Carol Dias Redação Clara Savelli Isabelle Reis Lyli Lua Marlon Souza Paula Tavares Patricia Silva Thaís A. Araújo Revisão Carol Dias Contato Carol Dias
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EDITORIAL É março. É a última Publiquei mensal. Isso não significa, de jeito nenhum, que vamos parar de falar sobre literatura nacional. Está bem longe de ser isso, na verdade. Livros são o assunto favorito desta equipe, então não espere ver as coisas mudarem nesse sentido. Vamos falar de livros sim. A cada seis meses, uma Publiquei novinha chegará para você. Enquanto isso, um novo portal de notícias manterá você sempre atualizado com tudo que houver de novo no mundo literário. Acompanhe nossa página no Facebook para não perder nada sobre a nossa mudança de formato! Nessa 19ª edição da nossa revista, você vai conferir um monte de entrevistas e matérias interessantes: nas entrevistas de capa com a Paula Toyneti Benalia, do Achei no Wattpad com a Olivia Pilar e do Uma Palavrinha com a Mari Silva, falamos sobre o trabalho que as mulheres vêm fazendo na nossa literatura; oito livros incríveis sobre o poder da mulher no Painel da Literatura Nacional; na Falando Nisso, trouxemos uma discussão sobre lugar de fala e uma celebração ao Dia Internacional da Mulher; você verá também uma resenha de um livro sobre heroínas negras; nós fomos a um evento bem fora dos padrões esse mês, o Lunáticas Summer Beach, e trouxemos nosso parecer; discutimos sobre o tipo de literatura que consumimos e produzimos na Coluna da Lyli; além de algumas explicações básicas sobre o ISBN e sua importância. Esse editorial está saindo bem diferente do padrão, mas eu quero aproveitar esse espaço para agradecer a cada autor que confiou na Publiquei até hoje para divulgar o seu trabalho, cada um que nos enviou entrevista, cada um que nos deu “não”. Vocês ajudaram a construir a nossa história. Mas, principalmente, eu quero agradecer a cada colaborador que já passou por aqui, que se doou por amor à literatura. E faço questão de deixar o nome de cada um de vocês no fim dessa matéria, porque eu sempre vou ser grata por terem dedicado o tempo de vocês a essa revista que eu tanto amo. Bruno Silva Dantas | Clara Savelli | Isabelle Reis | Lyli Lua | Marlon Souza | Paula Tavares | Patricia Silva | Tati Machado | Thaís A. Araújo | Thayanne Porto
SUMÁRIO
PAINEL DA LITERATURA NACIONAL TOP DO MÊS FALANDO NISSO UMA PALAVRINHA COM ACHEI NO WATTPAD CAPA EVENTOS COLUNA DA LYLI PUBLIQUE SEU LIVRO RESENHA
Rio de Janeiro - 19ª Edição
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PAINEL DA LITERATURA NACIONAL por Paula Tavares
Todo dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher e vamos falar de mulher para mulher neste painel. Selecionamos oito livros que, se você ainda não leu, deveria ler, porque ainda temos muito o que discutir sobre nosso poder no mundo (e na literatura).
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Para saber mais sobre essas histórias, acesse o nosso site: publiqueirevista.com
TOP DO MÊS por Marlon Souza
Três mulheres incríveis para fazer o seu mês de março mais reflexivo sobre a nossa luta
AUTOR | LIVRO | LANÇAMENTO
FML Pepper
AUTOR
FML Pepper é uma daquelas escritoras que a gente vê já querendo ver de novo. A simpatia e o talento da autora — que é vista como dentista quando não usa capa de heroína — fez com que a Amazon americana a escolhesse entre as personalidades femininas do mundo que fizeram a diferença na literatura em 2015, sendo a única brasileira mencionada. Em 2016, ganhou o 1º lugar como Autora de Ficção da Amazon BR, graças à sua trilogia “Não pare!”. Seu livro mais recente, “Treze”, ficou em 2º lugar dos mais vendidos da Galera Record na Bienal do Rio 2017. Não pare mesmo não, Pepper!
Conhece alguma história ou autor que gostaria de ver por aqui? Envie para contato@publiqueirevista.com ou em nossas redes sociais!
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LANÇAMENTO
Heróis de Novigrath ROBERTA SPINDLER
Para quem gosta de histórias de aventura e também para os amantes de games, “Heróis de Novigrath” sai esse mês pela Editora Suma. A autora, Roberta Spindler, traz um universo que vai mexer com a cabeça dos leitores. Confira um pedacinho da sinopse: Heróis de Novigrath é mais do que um jogo de computador. É um esporte. Uma paixão mundial que atrai milhões de torcedores fanáticos para estádios, banca equipes famosas e leva seus jogadores do chão ao topo — e vice-versa. Por todo o país, cinco jovens mal imaginam a missão que os aguarda. Heróis de Novigrath é muito mais do que um jogo — é o futuro de todos eles.
LIVRO
Apenas Respire ROSSANA CANTARELLI ALMEIDA
Isabela e Bellucce protagonizam “Apenas Respire”, primeiro livro da duologia “Rock e Perfume”, escrito pela autora Rossana Cantarelli. Uma história sobre rock e paixões, que vem ganhando muitos suspiros dos leitores por ser uma leitura leve, envolvente e que já é um mimo em minha estante. Depois que largou a carreira jurídica para estudar música, tendo a banda de Bellucce como sua pesquisa de doutorado, a vida de Isabela nunca mais será a mesma. Ela fica vidrada no som de Bellucce, da banda de heavy metal Dawn Sunless e ele, por sua vez, vidrado em seu perfume. A continuação, “Apenas me ame”, já está disponível em e-book.
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FALANDO NISSO...
Lugar de Fala ou “MiMiMi” Antes de qualquer coisa precisamos entender o conceito do chamado “Lugar de Fala”. Numa explicação simples, o lugar de fala é um termo usado principalmente por militantes de movimentos minoritários, mas qualquer pessoa de determinada minoria pode usar desse termo. Quem não faz parte de determinado grupo não pode querer debater sobre os assuntos próprios dele, se estiverem tirando assim o lugar de fala das pessoas daquele determinado movimento. A pessoa que representa aquele movimento fala por si. Ela é a protagonista da sua história e como tal tem o poder de falar sobre o preconceito vivido. O que vem acontecendo é que pessoas que são privilegiadas na sociedade confundem o lugar de fala com mimimi, com reclamação. Todos os dias, eu vejo alguém falando que essa geração está chata, que só sabe reclamar. Criticam sem saber o que de fato está sendo falado. Mas não. Não é mimimi, não é reclamação. É uma questão muito simples de se entender, mas complicada ao mesmo tempo. O primeiro ponto que venho frisar é a questão do privilégio. O homem é privilegiado em relação à mulher, o branco em relação ao negro, o hétero ao homossexual e assim por diante. O ponto mais difícil de se assumir o lugar de fala do
outro é também ter que assumir seu lugar de privilégio. É assumir que tem coisas das quais, por mais que tenhamos conhecimento, não iremos entender. Compreender. Por mais empatia que possamos ter, não somos capazes de sentir a dor do outro. E a maioria das pessoas não consegue aceitar seu lugar de privilégio e assim querem prejulgar e muitas das vezes tirar o lugar de fala do outro. Exemplificando, posso usar aqui o caso do livro acusado de racismo, “romantização da escravidão” e outras questões que foram ofensivas à comunidade negra. Pessoas negras, sobretudo mulheres negras, acusaram o livro de estar sendo racista e ofensivo. Pela sinopse liberada, por uma ilustração, pela capa, título e como todo esse material foi divulgado. Muitas pessoas negras apontaram erros que foram realizados pela autora e pela editora. Porém, quando diversas pessoas brancas (não todas) falaram que não viram nada de errado no material divulgado e acharam que tudo era mimimi, desrespeitaram diretamente o lugar de fala daquelas pessoas que se sentiram ofendidas. Como disse, uma pessoa branca pode não entender o que uma pessoa negra passa. O racismo existe em vários níveis e há casos que só serão visto por pessoas negras. Assim como a opressão à mulher. Quando uma
por Marlon Souza
mulher diz que sofreu assédio e um homem diz que “só foi uma cantada”, ele não consegue entender o quanto foi invasivo e desrespeitoso, apesar de que na cabeça do homem ele só tenha demonstrado seu interesse. E isso vale para outras minorias. A agressão física não é o único jeito de ferir uma pessoa. E respeitar o lugar de fala da pessoa ofendida é primordial. Aceitar seu privilégio sobre uma ou mais minoria também é de extrema importância, saber ouvir o que está sendo dito, prestar realmente atenção ao problema que é apresentado e discutido. Em contrapartida, o lugar de fala pode se tornar um vilão no momento em que a minoria resolve tirar completamente a fala da pessoa privilegiada. “Você não é gay, então não pode falar sobre isso”. “Você não é negro, então não pode lutar contra o racismo” etc. Nós vivemos em sociedade, em uma única sociedade; dividida, mas ainda sim continua sendo unificada à sua maneira. Então nós, que somos minoria, temos sim que saber ouvir e fazer com que as pessoas entendam nossa luta. É para isso que o lugar de fala serve, não para encerrar qualquer debate, mas para dar destaque ao que precisamos dizer. Nós precisamos ouvir, mas, acima de tudo, respeitar o que o outro diz. 7
As nossas mulheres escritoras merecem palmas por Natália Higino
Escritora e coordenadora do LiteraCaxias
Foto: The Climate Reality Project/Unsplash
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A ideia da criação do Dia Internacional da Mulher surgiu no final do século 19 e inicio do século 20 nos EUA com o anseio de melhores condições de vida e trabalho para as mulheres e pelo direito ao voto. O dia 8 de março foi adotado pelas Nações Unidas como Dia Internacional da Mulher com o objetivo de celebrar todas as grandes conquistas sociais, políticas e econômicas. Não poderíamos esquecer nossas grandes escritoras nesse dia tão especial. Como produtora cultural tenho visto inúmeras autoras passarem por nossos eventos, cada um com seu gênero, com seus livros e histórias. Cada uma com a sua importância. Autoras da Baixada Fluminense e do Estado do Rio, de todo o Brasil, que quebram bar-
reiras para engrandecer a nossa literatura. Autoras que são mães, donas de casa, empresárias, estudantes, jornalistas, professoras, mulheres, que dia após dia lutam para terem seus espaços nesse tão grande e (um pouco) desleal mercado. Mulheres que não desistem e persistem, que lutam para que seus nomes fiquem na história. Autoras como Adriana Igrejas, Andréia Marques, Claudia Miqueloti, Thati Machado e muitas outras, que deixam um pouquinho de si em cada livro que escrevem e enchem o mundo de amor, aventuras, magia, mas também de seriedade, com temas tão importantes que te fazem repensar cada atitude, cada palavra dita e que a empatia talvez não salve o mundo, mas é
possível que salve uma vida. Que cada palavra escrita possa servir de ponte a um mundo novo, que possa ser proteção ou ajuda, que seja a mão que levanta em meio ao caminho seguido. Hoje nós deixamos aqui os nossos parabéns a todas as mulheres, escritoras ou não, mulheres guerreiras, que se levantam todos os dias para enfrentar o mundo e não esmorecem. Mulheres essas que merecem cada direito, que merecem abraços, flores e respeito todos os dias. Que não esqueçamos que enfrentaremos um leão por dia, mas não podemos desistir para que as próximas não tenham que enfrentar tantos leões como nós. Parabéns, mulheres, pelo nosso dia.
UMA PALAVRINHA COM...
A palavrinha desse mês é com a autora Mari Sillva. Ela costuma dizer que é uma garota que sempre sonhou alto, mas sem tirar os pés do chão. Batalhadora como toda mulher brasileira, ela busca por oportunidades quando a maioria das pessoas já teria desistido. É autora da duologia “Criminosos”, com os livros “Blade: Os vilões também amam” e “Blade Fênix: Ressurgindo das Cinzas”; além de vários outros títulos, como “Para Sempre Minha” e a série “Quatro Estações”, todos disponíveis na Amazon.
Gênero para leitura: Comédia romântica.
Lugar no mundo: Nenhum, nasci para voar.
Gênero para escrita: Romance, comédia romântica, Hot, Dark, Drama.
Cidade natal: Espera Feliz / MG
Personagem literário: Gross
Gideon
Autor inspiração: Sylvia Day Melhor história que escreveu: Blade – Os vilões também amam. Melhor livro que leu: Série Crossfire Música: Photograph, Ed Sheeran Cor: Vermelho.
Comida: Frango à parmegiana Dia inesquecível: Será em agosto desse ano, dia da minha viagem para um intercâmbio de dois anos pela Europa, vitória que consegui através dos meus livros. Acho que isso torna tudo ainda mais especial. Representatividade literatura em uma Determinação.
na palavra: 9
ACHEI NO WATTPAD
NO WATTPAD: @oliviapilar_
por Clara Savelli
Olívia Pilar começou a escrever através de uma fanfic com uma amiga e a primeira história original que publicou foi o conto “Entre estantes”, na Amazon. Em seguida também vieram os contos “Tempo ao tempo”, “Dia de domingo” e “Senti saudades”, da coletânea “Qualquer clichê de amor”, e o romance “Dois a dois” no Wattpad. Formada em Jornalismo pela PUC-MG e estudante de pós-graduação em Marketing Digital pela mesma universidade, Olívia se interessa muito por analisar a representatividade e a diversidade em produtos midiáticos, principalmente da mulher negra — o que acaba sendo um dos focos das histórias. 10
Publiquei Revista: Como foi que você descobriu o Wattpad e o que te fez começar a publicar nele? Olívia Pilar: Eu conheci o Wattpad através de uma amiga que me indicou algumas fanfics na plataforma. Resolvi começar a escrever para lá porque tive a ideia de uma história, mas achei que ela seria mais legal em algum lugar em que eu pudesse acompanhar a reação dos leitores e ir publicando aos poucos. PR: Alguns livros seu saíram do Wattpad para publicação na Amazon ou todos os livros que estão na Amazon são originais de lá? Quais as maiores diferenças que você sentiu como escritora com relação às duas plataformas? OP: Eu tenho apenas um romance, ainda em andamento, no Wattpad e ele é exclusivo da plataforma — assim como meus contos na Amazon também são exclusivos lá. A maior diferença que eu vejo é poder construir a história aos poucos no Wattpad, o que pode ser ruim ou bom, dependendo de como você estiver enxergando o enredo.
OP: Representatividade é um tema que me interessa muito em várias camadas da minha vida, mas acho que nos meios midiáticos — principalmente TV, cinema e literatura — ela acaba tendo um peso maior porque são produtos que tenho mais contato e acredito que tenham uma influência maior no meu dia a dia. Como consumidora desses produtos, a representatividade tem um papel importantíssimo que é basicamente o que a define: me ver representada ali. Como escritora, acho que tenho a responsabilidade de fazer o mesmo para os leitores.
cas? O que podemos esperar de Olívia no futuro próximo? OP: Tenho planos e projetos para o futuro, mas alguns ainda estão apenas nas ideias e outros eu, por enquanto, não posso contar. Mas sim, pretendo escrever mais tanto para o Wattpad como para a Amazon!
PR: Qual é seu autor favorito – dentro e fora do Wattpad? OP: Dentro do Wattpad eu tem algumas escritoras de fanfic que eu gosto muito, mas pensando em originais eu diria que atualmente é a Bruna Fontes, autora de “Sob O Mesmo Teto”. Fora do Wattpad, também pensando no meu momento atual e em um livro que me marcou muito, é a Chimamanda Ngozi Adichie, autora de “Americanah”.
PR: Qual foi o livro mais desafiador que você já escreveu? Um projeto ainda em andamento! PR: Agora, para descontrair: se pudesse escolher um personagem seu para dar vida, qual seria e por quê? OP: Acho que Maria Luísa, do meu conto “Dia de domingo”. É uma personagem que, quando escrevi, pensei nela com uma personalidade completamente diferente da minha e também de todas as outras protagonistas e interesses românticos das minhas histórias, então acho que seria legal vê-la por aí!
PR: Quais são seus próximos planos? Pretende publiPR: Qual é o papel da re- car novidades na plataforpresentatividade na sua li- ma ou na Amazon? Está em teratura e na sua vida? busca de publicações físi-
PR: Qual é sua maior ambição como escritora? Onde gostaria de chegar na sua carreira? Acho que é ser lida! Eu só quero que as pessoas possam ler minhas histórias, e se elas se identificarem com elas, vai ser ótimo. Se não, também vai ser ótimo!
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CAPA
O doce sabor dos romances de
Paula Toyneti Benalia
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é uma psicóloga e escritora que trabalha com os sentimentos mais intensos em seus romances. Destinada a colocar nos livros uma forma de ajudar a sociedade, criou tramas que trabalham com temas importantes como os traumas de infância. Com os vários livros publicados de forma física, sendo os mais famosos a trilogia Doce Sabor, a autora também já teve milhares de visualizações em plataformas digitais, como o Wattpad. Sabendo que mais romances vêm por aí, aproveitamos para saber um pouquinho da história de Paula.
PR: Como autora que veio
PR: O que podemos esperar para 2018, na sua carreira literária? PTB: 2018 eu considero o ano D na minha carreira, com projetos incríveis, ideias maravilhosas e início de uma nova jornada junto com uma nova editora. PR: Como você descreve sua escrita? Ela é mais dinâmica, mais pesada, mais leve...? PTB: Minha escrita é super dinâmica. Não consigo escrever capítulos longos e geralmente intercalo as narrações dos personagens. Sempre coloco todas as emoções nos livros e isso faz com que tenha momentos mais leves e outros mais pesados e intensos. PR: Agora indo para a sua segunda editora, acredita que houve um amadurecimento seu como autora? PTB: Sempre! Cada livro, cada
S A B O R
PR: Você prefere escrever capítulo por capítulo, para acompanhar a resposta dos leitores, ou escreve e publica de uma vez? PTB: No começo, eu escrevia capítulo por capítulo, mas com o tempo e a urgência por cumprir contratos de publicação, acabo muitas vezes escrevendo boa parte antes de publicar. Dessa forma também consigo manter uma regularidade na publicação no aplicativo e quando passo semanas sem escrever por algum outro projeto em mente, já tenho capítulos prontos para postar.
PR: Você tem a trilogia “Doce Sabor”, que trata sobre vingança e ao mesmo tempo paixão e desejo. Você acredita que emoções fortes, sendo elas boas ou ruins, acabam se misturando e caminhando juntas? PTB: Com toda certeza. Para mim, a primícia do amor é o ódio. Os sentimentos, mesmo ruins, quando são despertados fortemente por alguém, sempre trazem outras coisas. E por que não o amor?
D O C E
PR: Em três meses, você já tinha milhares de visualizações no Wattpad. A construção das suas histórias foi influenciada pelos leitores? PTB: Sempre tento seguir o que já tenho em mente e deixar minha imaginação me guiar, mas quando você escreve no Wattpad é impossível não se deixar influenciar pelos leitores e seus apelos cheios de amor.
da internet, você tem preferência de plataforma? Prefere publicar de forma digital ou física? PTB: Adoro igualmente as duas formas de publicação. Acho que cada uma tem suas particularidades e seus próprios públicos.
S É R I E
Publiquei Revista: Você trabalha como psicóloga. Sua profissão interfere na sua carreira como escritora? O que você utiliza a favor da literatura? Paula Toyneti Benalia: Totalmente. Todos os meus livros falam de problemas na infância e como os mesmos tem influência na vida adulta e nos relacionamentos dos seres humanos. Eu utilizo muito isso a favor da literatura como uma forma de conscientização, para que dessa forma se busque por uma humanidade mais amorosa e, como sempre digo, por mais amor como dos livros.
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página escrita faz de você um autor melhor. Sempre que termino de escrever um livro, sinto que vivi muitas vidas lá dentro e não só aprendi como escritora, mas cresci com meus personagens. PR: Como autora nacional, quais são suas maiores dificuldades atualmente? PTB: A dificuldade maior hoje é conseguir fazer com que meus livros cheguem até a maioria das livrarias e alcance uma abrangência maior. É muito difícil ser reconhecido no seu trabalho quando muitas portas para a literatura nacional ainda estão fechadas. Mas acho que já percorremos tanto e sou muito grata por isso. PR: Olhando para a sua paixão por livros e pela eterna vontade de ser escritora, você se sente realizada? PTB: Sim. Quando eu peguei meu primeiro livro nas mãos, já me realizei naquele minuto e me realizo todos só dias, com cada palavra dos leitores, cada conquista, quando você vê seu livro entre os mais vendidos... Tudo. É uma realização sem fim. PR: Deixe um recado para os leitores da revista. PTB: Espero ter transmitido meu amor pela literatura de alguma forma com essas poucas palavras e quero agradecer a todos que já me acompanham desde o início, aqueles que estão conhecendo meu trabalho agora e aqueles que pretendem conhecer depois de lerem esta entrevista. Obrigada sempre.
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Em
março, o livro
“Por
um amor como o dos livros” finalmente
ganhou sua versão física, pela editora nopse da história.
Pandorga. Confira, abaixo, a si-
“Nicolle é uma daquelas garotas que sempre tem um sorriso no rosto, mesmo sofrendo as crueldades da vida. Filha de um alcoólatra e de uma mãe negligente, ela pouco conheceu do amor. Em um fatídico dia, recebe a noticia de que esta com uma grave doença e com os dias contados. Ela resolve então se jogar em uma busca por seu sonho: ter um amor como dos seus livros de romances preferidos. Ela só não esperava se apaixonar pelo homem mais cheio de defeitos que já tinha conhecido. Kauã é um delegado frio. Marcado por perdas do passado, jurou nunca mais amar alguém. Ele só não imaginava que seu coração tinha outros planos. Um romance profundo e envolvente que vai te levar das risos as lágrimas. ‘Ela queria tanto as coisas dessem certo. Sonhava com um mundo onde todas as coisas se encaixassem. então começou a colocar amor em tudo e por fim... Encontrou sentido até na dor.’”
EVENTOS
Reprodução: Luciany Galvao
Lunáticas Summer Beach agitou Niterói com os melhores romances nacionais Blog fez um evento cheio de música e literatura em churrascaria de Icaraí Niterói ouviu os gritos das Lunáticas a tarde inteirinha do dia 3 de março, um sábado que vai ficar para a memória. O evento de um grupo de loucas por romances aconteceu em um restaurante de Icaraí, que reuniu autoras de diversos gêneros da literatura nacional. Espalhadas pelas mesas do local, as escritoras tiveram a chance de conhecerem leitores antigos e fazer aqueles leitores novos que todas gostam. Hou-
ve brincadeiras durante todo o evento e ninguém saiu de mãos abanando, muitos brindes foram distribuídos e os marcadores rolaram soltos por lá. O mais divertido ficou por conta de um DJ, que animou as meninas com as melhores músicas pop do momento. Houve palestra, entrevista, bate-papo? Que nada! Quem quisesse ser ouvido precisava ser escolhido por um dos leitores, que eles mesmos venderiam o peixe do escritor.
Entre comes, bebes e venda de livros, camisinhas e colares havaianos foram distribuídas e as portas para curtir o verão foram abertas. Houve fila para garantir um autógrafo da Nana Pauvollih e Thati Machado com seus livros com preços promocionais. Diferente dos eventos que estamos acostumados, o Lunáticas Summer Beach trouxe dança e literatura em um mesmo lugar. Uma festa descontraída e cheia de literatura nacional.
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COLUNA DA LYLI
QUAL É A SUA LITERATURA?
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Em tempos de ataques aos movimentos que buscam voz e representatividade, eu decidi buscar fazer essa pergunta a mim mesma e aos meus colegas do ramo literário. Apoio sim a literatura nacional, certamente. Mas a que exclui, cala e romantiza? A que banaliza lutas históricas e bane e apaga comentários de quem discorda? Não, essa eu não apoio e brado isso com orgulho. Não é fácil ser escritor no Brasil. Quem me conhece sabe que eu detesto esses discursos prontos que só existem para falar mal do nosso país e comparar com os Estados Unidos (risos), mas essa é uma realidade que, cá entre nós, não podemos ignorar. É complicado, é puxado, é caro, é elitista. O cenário piora se entre nós há mais desavenças que união? Sim, é verdade. Mas isso significa que devemos passar a mão na cabeça dos errantes? Recentemente vários casos polêmicos estouraram na internet e muitas discussões surgiram, o que eu, particularmente, considero muito positivo. Talvez nada seja ruim o suficiente que não possa extrair algo bom: olha só quanto autor se questionando e se solidarizando e, também, olha só quanta máscara caindo. É disso que quero falar hoje, amigos.
Minha coluna neste mês seria uma continuação da thread do mês passado sobre limite de palavras e publicação, mas quando a alma grita, nós precisamos ouvir. Então estou aqui, humildemente do alto de minha pouca experiência e dolorida vivência, para perguntar aos amigos escritores e leitores se a sua literatura é branca. E, sinto muito, mas provavelmente ela é. Achei que tínhamos passado da (terrível) fase do “somos todos iguais, eu não vejo cor”, mas a cada dia que passa percebo que não. Olha, colegas, me desculpem, mas NÃO. Nós NÃO somos todos iguais. Nós NÃO somos seres color-blind como naquelas fanfics do Orkut de 2008. A sociedade vê nossas cores e diferenças e não ignora isso. Por que nós, escritores, deveríamos ignorar? Não seria imprudente fingir que isso não acontece quando somos agentes de uma forma de arte que pode abrir tantos olhos e mentes? Não somos iguais quando os protagonistas de 90% dos livros são pessoas brancas. Não somos iguais quando as mulheres negras na literatura são sempre hiperssexualizadas e os homens negros ou são objetos sexuais não-pensantes ou são bandidos/agressores/mentirosos. Não somos iguais quando os personagens são morenos, pardos, cor-de-caramelo, bron-
zeados, étnicos, enfim... Eles são TUDO, menos negros, porque o autor tem vergonha de dizer isso. Não somos iguais quando você apoia uma literatura nacional que exclui, ri e mente sobre a luta histórica de um grupo que é calado e ridicularizado há séculos por pessoas exatamente como você, “que não veem cor”. Então, me diz, qual a sua literatura? É a que romantiza abuso sexual e psicológico? É a que torna a figura negra um objeto a ser adquirido e salvo por uma figura branca? É a que defende comparação de pessoas negras com animais e depois se ofende ao ser corrigido? Então essa não é a minha e nunca vai ser! Eu defendo e apoio a literatura nacional, mas somente a que não é racista e excludente. E você?
Lyli Lua é autora, produtora audiovisual e redatora da Publiquei
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Burocracia e literatura se encontram? Venha conhecer o ISBN
Saiba se é estritamente necessário ter este tipo de registro no livro O ISBN é um é um sistema internacional padronizado que identifica numericamente os livros segundo o título, o autor, o país, a editora, individualizando-os inclusive por edição. Juto com ele, para identificar ainda mais o seu livro, existe o código de barras, com o qual você pode comercializar por livrarias de todo o país. Apesar deste código ser normal em todos os livros que nós vemos por aí, ele não é um código obrigatório. Quando se publica um livro por uma editora, uma das coisas básicas que ela deve oferecer é um ISBN, sim, mas o motivo é a grande intenção de comercializar nacionalmente. Os autores que pretendem publicar suas histórias e venderem de modo independente não tem a grande necessidade de pagar por esta série de números, mas ajuda na identificação e no registro comercial do seu livro, dá uma cara de profissionalismo, afinal, agora você é um profissional da escrita! Agora que você sabe um pouquinho como funciona, decidiu que está na hora de investir no seu filhote literário? A pri-
meira coisa que você deve fazer para ter seu ISBN é ter seu Prefixo Editorial. Este prefixo pode ser adquirido no www.isbn. bn.br e para se cadastrar custa R$ 270. Após o cadastro existe uma série de serviços que a Biblioteca Nacional disponibiliza como: Manual do Editor, Código de Barras de diversas formas, Carta de Exclusividade e tudo o que envolve o registro internacional. Achou o preço do cadastro alto demais? Existem pessoas que terceirizam este tipo de serviço. Você paga uma certa quantia e eles te disponibilizam uma série de números comprados no site. O preço oficial do ISBN é R$ 20 e o Código de Barras está a partir de R$ 33. A verdade é que além de um controle de vendas do seu livro, você paga pela segurança de tê-lo comercialmente registrado. Quando falamos de um registro comercial, existe um controle e separação maior com relação as plataformas em que você disponibilizará seu título. Se houver um e-book, livro físico e um audiobook e em todas essas ferramentas você quiser ter um ISBN, cada tipo de livro terá
um registro diferente. A ideia é que na hora em que o leitor estiver no caixa ou no site de compras, não haja uma confusão de preços e plataformas durante a compra. Falando em segurança, há a possibilidade do ISBN servir como registro da obra na Biblioteca Nacional? Nem pensar! Há uma extensa lista de documentos que este tipo de serviço exige para ser contratado, mas em momento nenhum eles fazem o requerimento da obra inteira, apenas da folha de rosto, então, o conteúdo não está, de modo nenhum, assegurado. O registro internacional é mais uma das etapas para tornar-se um escritor profissional e começar a colocar seu livro nas livrarias. Empresas que se dizem editoras e não possuem este tipo de prefixo acabam por não serem, de fato, editoras, porque a legalização do serviço acabou sendo deixada de lado e, de modo algum, conseguirá enviar a sua história para as mãos de grandes livreiros. Fique esperto e procure sempre o prefixo editorial de quem se interessou pelo seu livro. 17
RESENHA
As heroínas de que precisávamos
Resenha “Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis” — Jarid Arraes
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A partir das recentes discussões sobre representatividade na ficção e na literatura, tanto aqui no Brasil quanto no exterior, vemos um tímido avanço nas oportunidades dadas às minorias políticas para que possam contar suas histórias. Mesmo assim, estas ainda são conquistas através de muita luta e trabalho duro. Por esse motivo que um livro como “Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis” é tão importante. Ele nos faz repensar o papel da mulher negra na sociedade, na História e na literatura ao dar cara nova a imagem que temos da figura clássica do herói. Escrito por uma autora jovem, negra e nordestina em um formato ainda marginal nas livrarias e do conhecimento do público geral apesar de sua importância histórica e cultural, este é um livro que resgata as histórias de mulheres negras que tiveram sua participação apagada da História brasileira. Figuras que se fossem brancas ou homens seriam mencionadas em salas de aulas e celebradas como as heroínas que são. No entanto, são, em sua maior parte, desconhecidas
dos leitores que abrem este livro pela primeira vez. Antonieta de Barros, Aqualtune, Dandara dos Palmares, Laudelina de Campos, Na Agnotimé e Tia Ciata são algumas destas mulheres guerreiras que, pela simples força de sobreviver cada dia com o pouco que tinham, lhes fazem ascender a uma esfera acima de todos nós. A luta pela liberdade, seja dos grilhões da escravidão, seja das amarras do racismo e do machismo cotidianos, é o que permeia as histórias dessas mulheres. Elas servem de inspiração para que possamos lutar por uma sociedade mais justa, assim como a história de milhares de outras mulheres negras que, estejam próximas ou distantes de nós, ainda nos são desconhecidas. E estas histórias precisam mesmo ser contadas e recontadas. Esse livro é, realmente, apenas um primeiro passo para que isto aconteça. Precisamos de mais livros que se proponham a recuperar estas histórias e nada parece ser mais autêntico como porta de entrada para um mundo de heróis e heroínas negros que um livro em cordel. Por ser um forma-
to simples, ele torna esta leitura acessível e interessante, apesar da estranheza inicial de quem não está acostumado a ele, nos fazendo também questionar as formas de literatura com as quais estamos mais familiarizados. Assim este livro se transforma em um manifesto negro, feminino e literário de resistência ao status quo e as nossas ideias do que ser um herói realmente quer dizer.
Autor: Jarid Arraes Editora Pólen 176 páginas
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SINOPSE: Talvez o medo mais escondido de cada ser humano seja o da morte. A ideia de deixar este mundo sem cumprir totalmente nossos sonhos é tão desesperadora que pode ser capaz de nos impedir de realizá-los. Assim acontece com Íris. A menina carrega o pesar da doença do amor: Íris tem AIDS. O vírus e a síndrome adquiridos na sua infância implicam em cada aspecto da sua vida, principalmente por ter a saúde debilitada graças a uma complicação em seu sistema imunológico. Ela se esconde do universo, com a esperança de que sua doença não afete a mais ninguém. Quando Hugo, um jovem sem grandes ambições ou sonhos, descobre que a irmã de seu melhor amigo tem uma lista de desejos não realizados, ele sabe o que fazer. Começa assim a jornada dos dois, que lutam contra um defeito biológico e contra si próprios. Uma história sobre amor, preconceito e amizade.
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