Revista SP Notícias No. 03

Page 1

SPnotícias ANO 1 l NÚMERO 3 l AGOSTO DE 2008

Ensino de ponta Escolas técnicas e faculdades de tecnologia criam condições de desenvolvimento sustentável

Programa inclui cultura no currículo escolar

Nota Fiscal vira hábito entre consumidores

Conheça o caminho dos remédios da Furp

DER conclui 1ª etapa do Pró-Vicinais


editorial

Mão-de-obra especializada Ensino profissionalizante é o tema desta edição. Com vistas ao desenvolvimento econômico sustentável e à geração de mão-de-obra qualificada, o governo investe na criação de Faculdades de Tecnologia (Fa­ tecs) e de Escolas Técnicas Estaduais (Etecs). Do ano passado até agora, foram inauguradas 13 unidades de Fatecs, so­­mando-se às 26 já existentes. Em dois anos, esse número saltará para 52. No caso das Etecs, o número de unidades passou de 126 para 141. Tanto na instalação de campi como na ampliação de cursos, a preocupação maior do governo é aproveitar a vocação econômica da região. O resultado é o alto aproveitamen­to dos formandos: 77% dos estudantes das Etecs e 92% dos das Fa­ tecs saíram empregados no fim do semestre passado. Ainda em educação, SPnotícias fala sobre o novo pro­­ grama da Secretaria Estadual da Educação, Cultura É Currículo, que vai possibilitar que 1 milhão de estudantes da rede estadual tenham acesso a manifestações culturais a par­­tir des­te semestre. As visitações sempre estão vinculadas ao que o estudante está aprendendo em sala de aula. A melhoria da qualidade do ensino é uma das bandeiras do governo. Os professores que conseguirem aumentar o desempenho dos alunos em sala de aula ganharão bônus. Essa é uma das medidas de gestão que vem sendo aplicadas desde o ano passado. Algumas das ações já resultaram em economia. É o caso da aplicação do pregão eletrônico, da renegociação de contratos e da re­dução de cargos comissionados. Ainda é destaque da revista deste mês a entrega de 2 mil quilômetros de estradas vicinais recuperadas, que já benefi­ ciam 8 milhões de pessoas em 199 municípios. Algumas das cidades contempladas são Suzano, Salesópolis e Guarare­ ma, que fazem parte do Alto Tietê, destaque do mês. Um dos grandes investimentos foi para a conclusão do Hospital de Ferraz de Vasconcelos, um montante de 31,2 milhões de reais. Outros destaques são: entrevista com Linamara Rizzo Battistella, secretária de Direitos da Pessoa com Deficiência; o caminho do remédio produzido pela Furp até chegar ao cidadão; o projeto de segurança da PM, com a instalação de cem câmeras na capital; e o trabalho de resgate realizado por um piloto de helicóptero da PM. 2008 agosto SPnotícias

3


bruno miranda/na lata

SPsumário Ano 1 | Nº 3 | 2008 11.000 exemplares Distribuição estadual

6 ENTREVISTA

Governo do Estado de SÃo Paulo

Secretária Linamara Rizzo Battistella: ações pelos direitos da pessoa com deficiência

Governador José Serra Vice-governador Alberto Goldman Secretaria Estadual da Administração Penitenciária Antônio Ferreira Pinto

20 EDUCAÇÃO

Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento João de A. Sampaio Filho

Programa leva cultura aos estudantes

Secretaria Estadual da Assistência e Desenvolvimento Social Rogério Pinto Coelho Amato Secretaria Estadual da Casa Civil Aloysio Nunes Ferreira Filho

22 Gestão

Secretaria Estadual da Casa Militar Coronel PM Luiz Massao Kita

Medidas administrativas reduzem gastos do governo

Secretaria Estadual de Comunicação Bruno Caetano

24 IMPOSTO

Secretaria Estadual da Cultura João Sayad Secretaria Estadual de Desenvolvimento Alberto Goldman

Nota Fiscal Paulista vira hábito do consumidor

Secretaria Estadual de Economia e Planejamento Francisco Vidal Luna renato stockler/na lata

30 Vicinais

Estado já entregou 2 mil km de estradas

32 Alto Tietê

Governo investe em saúde e saneamento

44 Personagem

26

em Números

48 AGENDA 50 Aconteceu

Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho João Francisco Abrá Secretaria Estadual de Ensino Superior Carlos Alberto Vogt Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Turismo Claury Santos Alves da Silva Secretaria Estadual da Fazenda Mauro Ricardo Machado Costa

SEGURANÇA

Secretaria Estadual da Gestão Pública Sidney Beraldo

Cem câmeras monitoram a capital

Secretaria Estadual da Habitação Lair Alberto Soares Krähenbühl

Piloto da PM conta histórias de resgates na cidade

46 EsTado

Secretaria Estadual da Educação Maria Helena Guimarães de Castro

Secretaria Estadual da Justiça e Defesa da Cidadania Luiz Antônio Marrey Secretaria Estadual do Meio Ambiente Francisco Graziano Neto

38

Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência Linamara Rizzo Battistella Secretaria Estadual de Relações Institucionais José Henrique Reis Lobo Secretaria Estadual de Saneamento e Energia Dilma Seli Pena

BASTIDORES

Conheça a produção e a distribuição dos remédios feitos pela Furp

Secretaria Estadual da Saúde Luís Roberto Barradas Barata Secretaria Estadual da Segurança Pública Ronaldo Augusto Bretas Marzagão Secretaria Estadual dos Transportes Mauro Arce

Fatecs e Etecs oferecem mão-de-obra qualificada

Foto da capa: Bruno miranda/na lata

4

SPnotícias agosto 2008

eduardo anizeli/na lata

10 CAPA

Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos José Luiz Portella A revista SPnotícias é uma publicação men­sal do Governo do Estado de São Paulo, distribuída gratuitamente. Seu conteúdo é informativo e sua venda é proibida. www.saopaulo.sp.gov.br Sugestões para a revista no e-mail: revistaspnoticias@sp.gov.br Impressão e acabamento:

2008 agosto SPnotícias

5


SPentrevista FOTOS: PAULO FEHLAUER/NA LATA

Sem preconceitos Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência quebra paradigmas e cria programas em diferentes áreas do governo

Linamara Rizzo Battistella traba­ lha há três décadas na defesa da inclusão das pessoas com defi­ ciência na sociedade. Médica fisiatra da Faculdade dwe Medicina da Univer­ sidade de São Paulo (USP), estreou em março a mais nova secretaria do gover­ no do Estado, a dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Entre as primeiras rea­li­zações, a secretária destaca a cons­ t­rução de novas unidades habitacionais com desenho universal, a instalação de uma rede de assistência ao deficiente e a criação de facilidades para o acesso do deficiente ao mercado de trabalho. Entre os desafios, está a conscientiza­ ção dos funcionários da rede pública.

6

SPnotícias agosto 2008

Linamara Rizzo Battistella: pela cidadania

SPNotícias: Neste primeiro momen­ to, o que a senhora vai priorizar para desenvolver na secretaria? Linamara Rizzo Battistella: Em ter­ mos de políticas públicas, temos de criar um conceito único sobre as ne­­cessidades dos deficientes. Pa­ ra fortalecer uma política pública, pre­­cisamos que os gestores estejam en­­volvidos no processo e que tenham a mesma visão. Num primeiro momento, a questão é de conscien­ tização. Na Educação, por exemplo, a escola não precisa de um grande aparato para atender as crianças com deficiência, mas sim de um pro­fessor convencido de que todas as crianças precisam aprender. Não existe outra forma de falar de cida­ dania senão integrando. SP: Como se faz esse trabalho com os funcionários da Saúde, da Edu­ cação e de outros setores de atendi­ mento ao público? Linamara: Não se conseguem essas mudanças por meio de um decreto. A mudança é cultural e exige tem­ po. Quando o olhar do gestor públi­ co se volta para uma questão como essa, as pessoas compreendem que há preocupação, que foi criada por uma necessidade que partiu da so­­ cie­­dade. Porém, a sociedade só faz a mudança sem protecionismo quan­ do tem uma ação afirmativa vinda do governo. Essa é a ação da secretaria e é a verdadeira política pú­blica do governo. E a secretaria tem de interagir com todas as áreas e dar condições de saúde, de edu­ cação e boa formação profissional, ou seja, dar alternativas de forma­ ção às crianças deficientes. A tra­ jetória é igual para todos e deve ser respeitada. Da mesma forma que

A Rede Lucy Montoro vai levar assistência a regiões pobres e capacitar profissionais o governo promove a campanha de vacinação, precisa de um sistema de distribuição de cadeiras de rodas, pró­teses, órteses e bengalas para os deficientes visuais. SP: Esse é o papel da Rede Lucy Mon­­toro, que o governo lançará? Linamara: A Rede Lucy Montoro é uma rede de reabilitação que vai distribuir em todo o Estado atendi­ mento com equipes multidiscipli­ na­­res. Va­mos priorizar a deficiência física, de­­pois as deficiências auditi­ va e vi­sual. Vamos ter a internação para dois casos. Para possibilitar menor tempo de reabilitação e para aqueles casos em que o paciente mora longe e não consegue se deslo­ car pa­ra fazer o tratamento. Haverá ain­da outros serviços acoplados, que são as unidades ambulatoriais. A pri­meira unidade será na Vila Mari­ ana (capital), onde hoje funciona o Centro de Reabilitação do Hospital das Clínicas. Vamos também ter cinco unidades móveis no interior; a primeira será inaugurada neste ano. As unidades serão levadas a locais onde ainda não é possível in­ stalar um cen­tro fixo porque não há recursos humanos preparados. Os profissio­nais da rede vão envolver os da região e quando a unidade móvel for embora, o paciente não ficará desassistido. Paralelamente, vamos formar profissionais para posterior­ mente se fixarem nessas áreas. 2008 agosto SPnotícias

7


entrevista

SP: A secretaria fechou con­vênio com a Companhia de Desenvolvimento Ha­bitacional Urbano (CDHU) para a adaptação das novas construções. Como serão as futuras moradias? Linamara: Havia o conceito de ajus­ tar as unidades habitacionais às pes­ soas com deficiência. Nos conjuntos habitacionais, havia uma reserva de 7% de unidades destinadas a de­ ficientes. Essas unidades tinham alguma facilidade de acesso, como largura de portas e barras em volta do sanitário. Mas a questão é que a deficiência pode ocorrer ao lon­­go da vida, e uma família que compra com muito sacrifício sua casa própria, de repente é surpreendida pela defi­ ciência. Nossa pro­posta é de que to­ das as unidades da CDHU estejam den­­tro do conceito universal, com garantia de acessibilidade. O mora­ dor só precisará fazer as adaptações dentro de um desenho universal. SP: Como incluir o deficiente no mer­cado de trabalho?

8

SPnotícias agosto 2008

Linamara: A Secretaria do Empre­ go e Relações do Trabalho fez um grande programa de diagnóstico so­ bre a questão da empregabilidade no Estado. Pudemos avaliar que o número de cursos profissionali­ zantes ofertados para as pessoas com deficiência é absolutamente in­­­wsuficiente. Tanto nas prefeituras, que são detentoras da maior parte das vagas, quanto nas instituições voltadas para participação profissio­ nal, existe apenas 0,3% de cur­sos de qualificação profissional vol­­tados a pessoas com deficiência. Mas o mais grave é que esses cursos, des­ tinados ao jovem trabalhador ou ao trabalhador que está precisando de capacitação, não têm motivos para não atender as pessoas com defi­ ciência. Estamos quebrando esse paradigma e, a partir de agosto, os cursos do governo estarão abertos a pessoas com deficiência. Nossos profissionais estão trabalhando na capacitação dos instrutores e tam­ bém com o grupo da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho no desenvolvimento dos conteúdos da metodologia para que os cursos sejam realmente inclusivos. Isso pa­ ra qualquer tipo de deficiência. SP: Como fazer isso na iniciativa pri­vada? Linamara: Assinamos convênio com a Serasa e com todas as empresas financeiras para fazermos uma ca­ pacitação totalmente diferenciada. Na Serasa, vamos começar neste semestre com aprendizes, que re­ ceberão bolsas. Esses jovens serão contratados pelas empresas finan­ ciadoras do programa. A Serasa vai acompanhar o processo de qualifi­ ca­ção desses profissionais dentro das

“Todo o patrimônio cultural da cidade pode se transformar em prédios visitáveis” empresas, mesmo antes de che­garem aos seus ambientes de trabalho. To­ dos os estagiários já entram numa condição de contratação, o que faz com que se sintam participantes de uma renda familiar. Além dessa es­ tratégia, estamos fazendo a capaci­ tação de profissionais de recursos humanos. Vamos mostrar que não basta criar uma oportunidade de in­ clusão. É preciso que o profissional de RH esteja atento à sensibiliza­ ção dentro do ambiente de trabalho antes mesmo de os deficientes che­ garem. Uma boa seleção para o indivíduo ser admitido não basta. É preciso haver alguém – que os americanos chamam de gerente de trabalho e que aqui vamos chamar

de facilitador – que faça esse acom­ panhamento dentro da empresa e que sensibilize os colegas. SP: Nem todos os prédios pú­blicos têm acessibilidade. Como a secre­ taria trabalha com esse problema? Linamara: Há o prédio “visitável” e o prédio acessível. Não posso pre­ tender transformar um monumento cultural em um lugar totalmente acessível, mas é preciso que o local tenha condições de acesso para que todas as pessoas com deficiência o visitem. É o conceito que a Europa e parte dos Estados Unidos utilizam. Um prédio antigo é adaptado e pas­ sa a ter um grau de acessibilidade que não comprometa o patrimônio cultural, mas que permita que as pessoas o visitem e o conheçam. Essa diferença entre o edifício habi­ tável e o edifício com acessibilidade universal é importante. Todos os edi­ fícios públicos e todo o patrimônio cultural da cidade podem se trans­ formar em prédios visitáveis. o 2008 agosto SPnotícias

9


FOTOS: BRUNO MIRANDA/NA LATA

SPcapa

Qualificação estratégica Plano de expansão do governo gera mão-de-obra qualificada em diversas regiões do Estado

10

SPnotícias agosto 2008

O aluno Eduardo Pistila analisa tamanho de objeto. No 3º ano de seu curso, já está empregado

Criar condições para um desenvolvimento econômico sustentável. Essa é premissa básica para qualquer região que queira atrair investidores, como, por exemplo, o Estado de São Paulo. A relação é boa para os dois lados: enquanto as empresas procuram locais que ofereçam o melhor custo/benefício para se instalar, as regiões ganham em aumento de riquezas e de geração de empregos. Diversos fatores em uma região atraem os investidores. Impostos mais baixos, condições de infra-estrutura, rodovias que garantem uma boa logística, ter­renos propícios para a construção da empresa e 2008 agosto SPnotícias

11


SPcapa Cursos serão feitos de acordo com o evolução da economia do Estado

Modernidade. Aluna testa circuitos em painel de eletricidade em Sorocaba

12

SPnotícias agosto 2008

mão-de-obra qualificada. E é justamente neste último ponto que o governo do Estado investe pesado. Trata-se do Plano de Expansão do Centro Paula Souza, responsável pelas Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e pela Escolas Técnicas Estaduais (Etecs). Os dois modelos de escola são responsáveis pela formação de profissionais focados no mercado de trabalho, chamados de tecnólogos e técnicos, respectivamente. Por exemplo, em vez

de estudar engenharia numa faculdade comum, o aluno pode se especializar apenas na área de construção. O plano foi idealizado e posto em prática no primeiro semestre de 2007 pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento e tem como meta aumentar a quantidade de mão-de-obra especializada no mercado de trabalho. Para isso, o número de Fatecs existentes será dobrado. Em 2006, o Estado contava com 26 Faculdades de Tecnologia. De

janeiro de 2007 até agora, o governo inaugurou 13 Fatecs, atingindo um total de 39 unidades. O objetivo é chegar a 52 faculdades até 2010. Cinqüenta por cento da meta estabelecida já foi cumprida até agora. O número de Etecs também teve au­­­mento relevante no mesmo período: passou de 126 para 141. Porém, neste caso, a meta é outra: aumentar em 100 mil o número de matrículas até o fim de 2012. Em 2007 eram realizadas 77

mil matrículas nas escolas técnicas espalhadas pelo Estado. A meta do gover­ no é aumentar 100 mil vagas e chegar a um total de 177 mil em 2010. Segundo o secretário de Desenvolvimento e vice-governador do Estado, Alberto Goldman, a escolha dos locais para a instalação das Fatecs acompanha o desenvolvimento econômico de São Paulo. A preocupação é atender primeiro às regiões empresariais, gerando mão-de-obra qualificada, ou se­­j­a, as novas unidades estão sendo ins­taladas em lo­cais que contem com grande de­ manda de trabalho. “Por isso, estamos nos espalhando pelo Estado”, diz Goldman. Segundo ele, a preferência para a construção é por lugares que ainda não têm ensino universitário. “Mas isso não quer dizer que não vamos fazer novas unidades em locais onde já exista o ensino. O que levamos em conta é a demanda das empresas. Em alguns lugares não estamos criando novas unidades, e sim ampliando”, afirma. Os cursos das novas escolas e facul­dades também estão sendo definidos de acordo com a economia local. Segundo o secretário, a escolha das mo­­­dalidades é feita em conjunto com as entidades empresariais e com a prefeitura do município em que a Fatec ou Etec se instala. Por exemplo, recentemente o Centro Paula Souza criou um curso de Engenharia Aérea na Baixada Santista, região onde existem fabricantes de pequenos aviões, pois lá existe espaço 2008 agosto SPnotícias

13


SPcapa para os testes das aeronaves. Assim, é oferecida mão-de-obra qualificada onde há demanda e garantese um alto nível de empregabilidade dos formandos. Esse índice chegou em 2008 – um ano após a formatura do aluno – a 77% nas Etecs e a 92% nas Fatecs. “Os alunos já entram com salários de mercado, bastante razoáveis”, diz o secretário. Obviamente, o caminho inverso também ocorre. Na opinião do secretário, esses números aumentarão a procura pelos cursos do Centro Paula Souza nos próximos anos. “Eles vão perceber que aqui existem oportunidades de emprego”, afirma. Diferentemente do que se imagina, não existe convênio com as empresas para a contratação dos alunos. Segundo Goldman, os altos índices de alunos empregados refletem a preferência das empresas por formados pelas Fatecs e Etecs. “Tudo isso é mérito dos alunos. Para garantir esses fatores no longo prazo, Goldman afirma que as faculdades estarão em constante mudança. A secretaria vai avaliar periodicamente o andamento dos cursos e a situação do mercado de trabalho. “Não existem condições de continuar fazendo algo que não tem mais campo de trabalho”, diz. “Se sentirmos que algum curso chegou ao limite de sua capacidade, criaremos outros”, afirma. A idéia é acompanhar as novas tecnologias, perseguindo sempre as áreas menos saturadas. “Anos atrás, ninguém imaginava o que era biocombustível. Veja como esse assunto está em alta agora”, exemplifica. Segundo Goldman, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento, atualiza o governo do Estado sobre a evolução da economia. “Algumas grandes empresas, inclusive, utilizam

14

SPnotícias agosto 2008

ondE Estão tão as novas UnidadEs t

F EC Fat EtEC CURsos F FatEC n n n

n n n n

EtECs Em são PaUlo

n

Etec Doutora Maria Augusta Saraiva Etec Parque da Juventude Etec de Itaquera Etec de Sapopemba Etec das Artes

n

n

CURsos EtEC Et n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n

Açúcar e Álcool Administração Agricultura Agricultura Familiar Agrimensura Agroecologia Agroindústria Alimentos Análise e Produção de Açúcar e Álcool Assessoria Empresarial Automação Industrial Automação Predial Automobilística Bioquímica Contabilidade Confecção Industrial Curtimento Dança Design Gráfico Design de Interiores Desenho de Produtos de Enxovais e Decoração

n n n

n n n n n n n n n n n n n

n

Edificações Edificações com ênfase em Projetos (substitui Desenho de Construção Civil) Eletroeletrônica Eletromecânica Eletrônica Eletrotécnica Enfermagem Especialista em Tratamento de Superfície Farmácia Florestal Gestão Ambiental Gestão Empresarial Gestão da Empresa Rural Gestão de Pequenos Negócios Gestão de Produção de Enxovais e Decoração Gestão da Produção de Calçados

n n n n n n

n n n n n n n n n n n n n

Higiene Dental Hotelaria Industrial Madeireiro Informática Informática Industrial Instrumentação e Equipamentos Industriais Laboratório de Prótese Dentária Laboratorista Industrial Logística Manutenção Aeronáu tica Manutenção Eletromecânica Marketing e Vendas Mecânica Mecânica Industrial Mecatrônica Meio Ambiente Metalurgia Mineração Museu

n n n n n n n n

n

n

n

n n

Música Nutrição e Dietética Operações Rodoviárias Órteses e Próteses Pecuária Piscicultura Processamento de Carnes Produção Agropecuária - ênfase Agronegócios Produção Agropecuária - ênfase Fruticultura Produção Agropecuária - ênfase Plasticultura Produção Agropecuária integrado ao Ensino Médio Produção e Comercialização de Café Produto de Design de Móveis

n n

n n n n n n n n n n n

n n n

Projetos de Mecânica Química Reabilitação de Dependentes Químicos Recursos Hídricos Redes de Computadores Saneamento e Controle Ambiental Secretariado Segurança do Trabalho Seguros Serviços Judiciários Telecomunicações Têxtil Transporte Metropolitano sobre Trilhos Transporte sobre Pneus e Trânsito Urbano Turismo Turismo Receptivo Webdesign

n n n

n n

n

n

Agronegócios Alimentos Análise de Sistemas e Tecnologias da Informação Análise e Desenvolvimento de Sistemas Automação de Escritórios e Secretariado Bioenergia Sucroalcooleira Construção e Manutenção de Sistemas de Navegação Fluvial Construção Civil, Modalidade Edifícios Construção Civil, Modalidade Movimento de Terra e Pavimentação Eletrônica, Modalidade Automação Industrial Eletrônica, Modalidade Autotrônica Gestão da Produção de Calçados Gestão do Agronegócio Gestão Empresarial com ênfases em Comércio Exterior, Marketing, Secretariado Executivo e sistemas de Informação Hidráulica e Saneamento Ambiental Informática, Modalidade Gestão Financeira e Modalidade Gestão da Produção Industrial Informática com ênfases em Banco de Dados e em Redes de Computadores Informática para a Gestão de Negócios

n n n n

n

n n

n n n n n

n n n n n

n

n n n

Logística Aeroportuária Logística e Transportes Logística para o Agronegócio Materiais com ênfases em Materiais Poliméricos, em Materiais Cerâmicos e em Materiais Metálicos Materiais, Processos e Componentes Eletrônicos Mecânica de Precisão Mecânica, Modalidade Processos de Produção Mecânica, Modalidade Projetos Mecânica, Modalidade Soldagem Meio Ambiente e Recursos Hídricos Metalurgia Operação e Administração de Sistemas de Navegação Fluvial Processamento de Dados Produção Produção de Plásticos Produção de Materiais Plásticos Projetos, Manutenção e Operação de Aparelhos Médico-Hospitalares Redes de Empresas, Associativismo e Cooperativismo no Agronegócio Silvicultura Têxtil Turismo e Hospitalidade, com ênfases em Gestão de Empreendimentos Turísticos e em Eventos de Negócios

2008 agosto SPnotícias

15


SPcapa o nosso instituto”, diz o secretário. O leque de cursos disponíveis tam­ bém deve aumentar com o plano de expansão, mesmo para as unidades do interior. Segundo Goldman, cada nova unidade do Centro Paula Souza deve­ rá ter, no mínimo, três cursos. “Nos dois casos, Fatec ou Etec, precisamos de um número de alunos considerável pa­ra valer a pena construir o prédio e montar uma diretoria”, afirma. “Ou seja, não compensa montar escolas com um único curso”, diz o secretário. A medida beneficiará, principalmente, os moradores de cidades do interior do Estado, pois serão mais opções de cursos de qualificação em municípios que não tinham ensino superior.

Fluxo

Com o plano de expansão, o governo planeja lançar no mercado de trabalho cerca de 60 mil técnicos (formados nas Etecs) e 16 mil tecnólogos (saídos das Fatecs) por semestre. O que resulta numa média de 150 mil novos profissionais qualificados por ano. “Acredi­tamos que exista campo para esse número ser ampliado ainda mais”, explica o secretário. “Isso pode ser pen­­sado num próximo plano de expansão”, declara. Com tudo isso, os resultados esperados na economia, obviamente, são bastante po­sitivos. “Entre outros fato­ res, um item que todas as empresas analisam cuidadosamente antes de se instalar num local é a existência de mão-de-obra qualificada”, diz Goldman. “E isso nós teremos de sobra”, afirma o secretário. O crescimento econômico não pode ser dimensionado ainda, mas a melhoria dos resultados já é esperada. “Estamos promovendo a vinda de capitais

16

SPnotícias agosto 2008

Em 2006, eram 26 Fatecs. Meta é dobrar o número até 2010. Etecs terão 100 mil novas matrículas

para o Estado”, explica. Praticamente recém-nascidas, as uni­dades da Fatec de São Caetano do Sul e Itu já estão suprindo as demandas de suas cidades. Inauguradas em maio e fevereiro deste ano, respectivamente, ambas contam com cursos ligados à área de informática. “Já existem gran­des empresas buscando alunos dentro da faculdade”, afirma a diretora de São Caetano do Sul, Adriane Monteiro Fontana. “Nossa unidade já foi

reconhecida por grandes empresas do setor”, completa. Em Itu a situação não é diferente, porém, segundo o diretor, Paulo César de Oliveira, além das ofertas das empresas, a procura dos alunos pelos cursos também é grande. “Foram quase mil alunos para 160 vagas no vestibular”, afirma. O motivo? A garantia de emprego na sua cidade. “Estamos ainda no primeiro semestre e já tem aluno empregado”, comemora.

Na prática. Alunos observam a composição de materiais no microscópio

2008 agosto SPnotícias

17


SPcapa emprego imediato

“Estamos promovendo a vinda de capitais para o Estado”, afirma Alberto Goldman

Acima, aluno regula torno mecânico. Ao lado, medidor de resistência de materiais

18

SPnotícias agosto 2008

A vantagem é que o plano não está dando certo apenas para as novas unidades, mas também para as mais antigas. Sorocaba é um ótimo exemplo de atração de investidores. O campus tem 160 mil metros quadrados e chega ao total de 1,7 mil alunos, divididos em dez cursos. São cerca de 400 matrículas de novos alunos por semestre. A presença de empresas no entorno da cidade é grande, mas a grande novidade é a chegada de uma fábrica da montadora de veículos Toyota. A construção contará com um investimento de cerca de 750 milhões de reais. Prevista para ser finalizada em 2010, prevê-se a criação de 2,5 mil empregos diretos. Essa é a segunda planta da montadora japonesa no país. A outra funciona em Indaiatuba, também no Estado em São Paulo. Para o diretor da unidade, Antônio Carlos de Oliveira, o grande diferencial da Fatec é o fato de a escola formar o jovem para trabalhar em sua região. “Acredito que 80% dos nossos alunos sejam de Sorocaba ou de alguma cidade vizinha. Todos estão fazendo cursos que atendem à demanda regional”, explica Oliveira. Em relação aos cursos acompanha­­ rem o mercado, a faculdade de Sorocaba também é exemplo. Segundo Oli­veira, com a chegada da montadora ja­­ponesa, espera-se um grande investimento no aeroporto para o recebimento de cargas pesadas, além da ampliação da estação aduaneira existente na ci-

O estudante do 3º ano de Projetos Mecânicos da Fatec Sorocaba Eduardo Pistila, 23 anos, é um exemplo do funcionamento do plano de expansão. Antes mesmo de terminar a faculdade, ele já está empregado em sua área. Trabalha na empresa Flextronics, uma montadora de peças para aparelhos celulares. O prédio é praticamente vizinho ao da Fatec. O salário inicial para estagiários é atraente: 960 reais. Seus chefes parecem ter gostado de sua eficiência. “Já sinalizaram que vão me contratar quando eu me formar, e o meu salário deve melhorar bastante”, comemora. Segundo ele, a preferência das empresas da região por alunos da Fatec é nítida. “Acredito que uns 80% dos estagiários da Flextronics são colegas meus aqui da faculdade”, diz. A estudante Poliana da Silva Marques, 21 anos, ainda não está trabalhando, mas, segundo ela, não é por falta de oportunidade. “É que estudo de manhã e à tarde. Além disso, estou no 2º ano; quero amadurecer um pouco antes de começar em um emprego”, diz a aluna do curso de Processo de Produção. Mesmo assim, ela sempre presta atenção aos murais de emprego e aos editais disponíveis. Para ela, a grande quantidade de empresas existentes na região aumenta em muito a oferta de emprego. “Sempre que ve­ jo, tem bastante vaga aberta”, explica.

dade. “A distribuição se tornará muito importante”, afirma o diretor. “Para isso, já estamos pensando em criar um curso de logística.” Com toda essa infra-estrutura disponível, a expectativa é que outras em­­­­presas do setor automotivo se esta­ be­leçam em Sorocaba, aumentando ainda mais a demanda por mão-deobra qualifica­da. “Não me surpreende­ ria se outra grande empresa do setor au­­tomotivo se instalasse em Sorocaba nos próximos anos”, afirma o diretor. o 2008 agosto SPnotícias

19


SPeducação

Cultura no curríc ulo escolar

os filmes Diários de Motocicleta, Final Fantasy, Billy Elliot, O Pagador de Promessas, A Cor do Paraíso

ções fossem articuladas com o que o aluno está aprendendo em sala. Queremos que seja outro momento de aprendizagem”, explica Claudia Rosenberg Aratangy, diretora de Projetos Especi­ ais da Fundação para o Desenvolvimento da Edu­ cação (FDE). Ela cita como exemplo um aluno que está aprendendo zoologia e vai ao Butantan, como forma de complementar o aprendizado. “Em 2009, queremos ampliar as parcerias com instituições e abranger outras áreas”, diz a dire­ tora. A secretaria fechou convênio com 26 insti­ tuições, que cederam, ao todo, 170 mil vagas para as visitas, de terça a sexta­feira. As visitações começaram com as escolas da zona Leste. Num primeiro momento, serão atendidos os estudantes das regiões mais carentes da cidade. Os espetáculos teatrais e de dança fazem parte do projeto Escola em Cena, parceria com a Secre­ taria da Cultura. O público nesse caso são os alu­ nos da 5ª série do ensino fundamental ao 3º ano

Cinema, Aspirinas e Urubus, Putz – a Coisa Tá Feia, A Rosa Púrpura do Cairo, Crash – no Limite, Terra de Ninguém

O Planeta Branco, Língua – Vidas em Português, Crianças Invisíveis, Bendito Fruto, Vida de Menina

do ensino médio. Eles vão assistir aos espetáculos sempre à tarde. As peças começam neste mês e as apresentações de dança, em setembro. De todo o programa, o mais abran­ gente é o projeto O Cinema Vai à Es­ cola, que será capaz de levar cultura a todos os alunos da rede no Estado. A secretaria adquiriu 20 títulos de filmes, que já estão sendo distribuídos para as escolas estaduais. “A seleção dos títu­ los dos DVDs foi feita por cineastas, pedagogos, educadores, historiadores. Os critérios de escolha foram vários, entre os quais, produções cinematográ­ ficas de diferentes países, épocas e gêneros distintos. Além disso, não po­ dia ser um filme transmitido exaustiva­ mente na TV”, diz a diretora Claudia. A Secretaria da Educação preocu­ pou­se em produzir material de apoio para os três projetos. São vídeos e ou­ tros materiais direcionados a professo­ res e também aos alunos para apresen­ tá­los a cada um dos projetos. “São materiais que servem de sub­ sídio para os diretores e professores. Queremos dar um modelo e mostrar co­ mo é importante articular cultura com educação, para que depois as escolas tenham autonomia e sigam sozinhas”, finaliza Claudia. o

locais de visitação Casa do Bandeirante Centro Cultural Banco do Brasil n Centro Universitário Maria Antonia n Estação Pinacoteca n Fundação Cultural Emma Gordon Klabin n Instituto Butantan n Instituto Moreira Salles n Instituto Tomie Ohtake n Memorial da América Latina n Memorial do Imigrante n Monumento à Independência n Museu Afro Brasil n Museu Brasileiro de Escultura n Museu da Casa Brasileira n Museu da Língua Portuguesa n Museu de Arte Moderna (MAM) n Museu de Arte Sacra de São Paulo n Museu dos Transportes Públicos Gaetano Ferolla n Museu Lasar Segall n Museu Paulista (Ipiranga) n Paço das Artes n Palácio dos Bandeirantes n Parque do Ibirapuera n Planetário do Parque do Ibirapuera n Pinacoteca do Estado/ Parque da Luz n Viveiro Manequinho Lopes n Zoológico de São Paulo n n

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Um milhão de estudantes da rede estadual de ensino participarão do programa Cultura É Currículo. Os alunos visitarão 26 institui­ ções diferentes, assistirão a peças teatrais e es­ petáculos de dança e terão acesso a 20 títulos de DVDs comprados pela Secretaria da Educação. Todas a atividades são conciliadas ao conteúdo curricular do estudante. O programa começou em maio, mas a partir deste semestre é que toma força. O trabalho teve início a capital e será estendido às cidades da região metropolitana e do interior em 2009. O programa foi dividido em três projetos: Lu­ gares de Aprender: A Escola Sai da Escola; O Ci­ nema Vai à Escola; e Escola em Cena. O projeto de visitação não se restringe às tradi­ cionais excursões de escolas a museus. A seleção dos locais foi criteriosa e conciliou o currículo de cada série escolar com os atividades complemen­ tares. “Foi um quebra­cabeça para que as visita­

de toda a rede estadual; visitas são conciliadas com os currículo dos alunos ILUSTRAÇÕES:SERI

Governo lança programa que leva atividades culturais a 1 milhão de estudantes

Arquitetura da Destruição, Frankenstein, Narradores de Javé, O Fim e o Princípio, Luzes da Cidade

notícias

2008 agosto SPnotícias

21


SPadministração

O governo do Estado vem adotan­ do desde o início do ano passado uma série de medidas para redu­ zir os gastos administrativos. Três des­ sas ações já apresentam resultados quantitativos: a compra de produtos e a contratatação de serviços por pregão eletrônico, a renegociação de grandes contratos com empresas e a redução de cargos comissionados. Em janeiro de 2007, um decreto es­ tadual tornou obrigatória a compra e a contratação de serviços por meio do pregão eletrônico. Ação que foi respon­ sável pela economia de 83 milhões de reais. Em 2007, o governo do Estado previa gastar 299 milhões de reais em compras. Com o eletrônico, esse valor foi reduzido para 216 milhões de reais. Se o pregão presencial já consegue baixar o preço­referência (lance inicial) do produto ou do serviço contratado em 16%, o pregão eletrônico é ainda mais eficiente e reduz os custos em 28%. Maria de Fátima Alves Ferreira, coor­ denadora da Fazenda estadual, diz que o maior desafio foi trazer para a rede um sistema que não havia sido criado para ser informatizado. Do ano passado para cá, houve um impulso do pregão, informa Maria de Fátima. “Agora já são 70, 100 pregões por dia, todos acompanhados pela Secretaria da Fazenda”, afirma. A renegociação de contratos também

22

SPnotícias agosto 2008

gerou economia. Foram 602 milhões de reais de gastos a menos do que o previs­ to. Segundo Rafael Barroso, assessor da Secretaria Estadual da Fazenda, após análise dos contratos firmados com as empresas, foi possível refazer 5,1% do total dos acordos. Barroso explica que a terceira ação representativa em números foi a extinção de 4.439 cargos comis­ sionados. Com isso, o Estado economiza 77 milhões de reais por ano. O secretário estadual da Gestão Pú­ blica, Sidney Beraldo, afirma que nem todas as ações administrativas visam apenas à redução imediata de custos ad­ ministrativos. Beraldo diz que algumas são focadas na qualidade de serviços. Para isso, foram criadas novas car­ reiras – de especialista em Políticas Públicas e de analista em Planejamento –, com 1,3 mil vagas a serem preenchi­ das por meio de concurso. “Se o nosso primeiro foco é a qualidade do gestor público, o segundo é dar atenção a essa força de trabalho”, explica o secretário. Em junho, foi publicado um decreto no Diário Oficial do Estado que obriga os funcionários de cargos de confiança a terem uma certificação ocupacional. Eles terão de fazer uma prova, elabo­ rada por instituição independente. As primeiras áreas serão Educação e Saú­ de. Caso o funcionário não obtenha a certificação, terá de passar por um

Contenção de Custos Ações tomadas pelo governo do estado desde o ano passado Corte de gAstos

Pregão eletrônico Os lances são dados pela internet. Economia de

26%

do preço-referência (valor do lance inicial)

Desde janeiro de 2007

r$ 83 milhões de redução de gastos

O novo conceito de compra leva em consideração o menor preço e a padronização dos itens

quAlidAde de serviços

renegociação de contratos Análise dos acordos e aplicação de medidas para reduzir os custos.

5,1%

Certificação ocupacional Válida para cargos de confiança na área de comando. Criação das carreiras Especialista em Políticas Públicas Analista em Planejamento

dos contratos foram refeitos

1,3 mil vagas

Economia de

otimização da força de trabalho e alocação de talentos

r$ 300 milhões Cargos comissionados Extinção de

4.439

cargos gera economia de

r$ 77 milhões por ano

Capacitação da força de trabalho – Programa de desenvolvimento gerencial (Pdg) Bônus para profissionais da educação que conseguirem melhorar o desempenho de alunos

2008 agosto SPnotícias

FONTE: SECRETARIAS DA FAZENDA E DA GESTÃO PÚBLICA

Governo lança medidas para diminuir gastos e melhorar serviços

ILUSTRAÇÃO: SERI

Gestão de excelência

curso realizado na Fundação do Desenvolvi­ mento Administrativo (Fundap) antes de ser submetido a nova avaliação. Se depois desse segundo exame o funcionário não conseguir a certificação, terá de deixar o cargo. Além do decreto, a Secretaria Estadual da Educação lançou um programa de me­ tas para os professores da rede estadual. Os profissionais que conseguirem melhorar o desempenho dos alunos das escolas onde lecionam receberão um bônus. Uma forma de incen­ tivar o trabalho do profis­ sional e, ao mesmo tempo, criar melhores condições de aprendizado na sala de aula. o

23


SPimposto

Créditos concedidos

De volta para o bolso

1 bilhão é o número de notas registradas com CPF ou CNPJ até 11 de agosto de 2008

Pessoa física Data

Out/07 Nov/07 Dez/07 Jan/08 Fev/08 Mar/08 Abr/08 TOTAL

Nota Fiscal Paulista atinge marca de 1 bilhão de documentos fiscais registrados

78.023 44.225 215.609 129.136 303.170 327.772 747.620 1.522.180 937.638 6.152.482 1.315.052 11.039.602 2.663.714 15.384.339 6.260.826 34.599.736,54

* * 1.223,44 5.815,89 4.150,89 12.389,67 6.662,11 –

Pessoa jurídica

* * 2.004 14.471 65.100 128.599 148.491 358.665

(*) Não divulgado

Data

24

SPnotícias agosto 2008

ficiadas em janeiro, o número quase dobrou em março e atingiu 1,45 milhão de consumidores (veja quadro). No fim do primeiro trimestre, uma única pes­ soa recebeu um crédito de 12 mil reais. No mesmo mês, uma em­pre­sa teve um retorno de 196 mil reais. Esses números refletem a mudança de comportamento dos compradores. No começo do projeto, em outubro de 2007, o total de documentos fiscais pro­cessados foi de pouco mais de 2,2 milhões, sendo 290 mil registrados com o CPF. Em abril, o número de cupons processados saltou para mais de 100 mi­­lhões, sendo 13 milhões com CPF. A expectativa da Secretaria da Fa­ zenda é que esses índices aumen­tem com a fiscalização para ve­rificar se o cupom foi registrado pelo comércio. O usuário tem o prazo de até cinco anos para utilizar os créditos liberados. O Nota Fiscal Paulista faz parte do Pro­­ gra­ma de Estímulo à Cidadania Fiscal

do Estado de São Paulo. O objetivo é re­­ duzir a carga tributária cobrada dos ci­­ dadãos e combater a sonegação. Do total do Imposto sobre Cir­­cu­la­ção de Merca­ dorias e Prestação de Ser­viços (ICMS) recolhido pelo estabelecimento com o pedido de nota fiscal, até 30% voltam para o cidadão, proporcionalmente ao valor das compras. A pessoa, ou a empresa, pode rece­ ber os créditos na conta-corrente ou na pou­pança. Também é possível utili­ zá-los para reduzir o valor do Impos­to sobre a Propriedade de Veí­culos Automotores (IPVA) do ano se­guinte e até transferi-los para outra pesssoa. Os créditos concedidos no primeiro semestre do ano podem ser resgatados a partir de 1º de outubro do mesmo ano; já os do segundo semestre podem ser retirados a partir de 1° de abril do ano seguinte. Para utilizá-los, o consu­ midor deve acessar a página do pro­ grama (www.nfp.fazenda.sp.gov.br). o

Out/07 Nov/07 Dez/07 Jan/08 Fev/08 Mar/08 Abr/08 TOTAL

3.752 20.271 15.076 51.329 97.380 136.143 120.758 444.709

22.941 114.942 126.825 719.265 3.632.517 5.031.040 3.726.174 13.373.703,73

* * 5.942,32 90.755,87 186.837,30 196.007,68 89.487,27 –

* * 1.642 3.229 22.398 30.937 26.071 84.277

Beneficiados Consumidores que registram o CPF ou CNPJ na nota fiscal

Total distribuído Corresponde até 30% do ICMS recolhido pelo estabelecimento

Maior valor creditado Consumidores e empresas que receberam mais créditos

Pessoas com créditos acima de R$ 20 Reflexo da mudança de comportamento do consumidor

2008 agosto SPnotícias

Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda

Exigir o documento fiscal ao efe­­ tuar uma compra virou costu­me en­tre os con­sumidores do Esta­ do de São Paulo. O programa Nota Fiscal Paulista atingiu a marca de 1 bilhão de cupons registrados com CPF ou CNPJ na primeira quinzena de agosto. Essa mudança de hábito tem mo­ tivo. Entre outubro de 2007 e abril de 2008, a Se­cretaria Estadual da Fa­ zenda distribuiu cerca de 48 mi­lhões de reais em créditos para quem infor­ mou seus dados na hora da compra. Só em abril de 2008, o programa dis­ tribuiu créditos para mais de 2,78 mi­ lhões de consumidores, dos quais 2,66 milhões são pessoas físicas e 121 mil, jurídicas. Desse total, cerca de 170 mil têm direito a receber valores superiores a 20 reais. Nos primeiros qua­tro meses, o crescimento do número de compra­ dores que receberam créditos foi con­ siderável. De 800 mil pessoas bene­

25


FOTOS:RENATO STOCKLER/NA LATA

SPsegurança

Nada escapa destes olhos Polícia Militar inaugura sistema de monitoramento por vídeo com cem câmeras espalhadas pela capital

26

SPnotícias agosto 2008

Muito além das viaturas, cavalos e bicicletas, o patrulhamento ur­ ba­no da Polícia Militar do Es­tado ganhou um reforço de peso no mês pas­ sado. Trata-se do Sistema de Videomonitoramento da Capital, inaugura­do na segunda quinzena de julho. O ob­jetivo é aumentar a segurança prin­cipalmente em locais de grande flu­xo de pessoas e veículos, como estádios de futebol e grandes centros comerciais.

Nesta primeira fase do projeto fo­ ram instaladas cem câmeras, das quais 75 já estão em funcionamento; o res­ tante deve entrar em operação até o fim des­te mês. De acordo com o chefe da Divisão de Operações do Comando de Po­­­liciamento da Capital (CPC), major Wilson de Oliveira Leite, a localiza­ ção dos equipamentos foi escolhida de acordo com a segurança e o fluxo de pessoas de cada ponto. “Verificamos quais eram os lugares com alto índice de criminalidade e onde havia ocorrên­ cias recorrentes, co­­mo por exemplo os portões dos estádios”, diz o major. Ao todo, 16 regiões da cidade rece­ beram as câmeras. O sistema contou com investimento de 6 milhões de reais, sendo 2,4 milhões para a compra de equi­pamentos e instalação e 3,6 milhões para o treinamento dos policiais. Segundo o major Wilson, a instala­ ção dos equipamentos levou em conta três critérios que parecem básicos. “Pa­­­ ra ser instalada, a câmera precisa de eletricidade, de um link para a trans­ missão de dados e, obviamente, de um poste”, explica. O último foi o mais pro­­ blemático, pois era preciso encontrar um local que garantisse visão de to­da a região sem a necessidade de co­­locar um novo poste, o que poderia chamar muito a atenção. As câmeras foram po­­­­sicionadas em locais bem al­tos pa­ra não atrair o interesse de motoristas e pedestres. A tecnologia dos aparelhos é avan­ çada. As câmeras são capazes de girar 360 graus e contam com zoom que con­ segue captar e aproximar uma imagem até 600 metros de distância sem perder a nitidez. As imagens são transmitidas para a central de monitoramento via rá­­­ dio. “Esse método de transmissão é mais rápido até mesmo do que a fibra ótica”, explica o major Wilson.

Atentos, soldados acompanham o movimento das ruas na central de monitoramento

2008 agosto SPnotícias

27


segurança

Cada soldado controla nove câmeras ao mesmo tempo. Para detalhar a imagem, é possível ampliá-la em monitores de LCD no fundo da sala. Acima, o major Wilson de Oliveira Leite

28

SPnotícias agosto 2008

A PM preocupou-se em não invadir a privacidade dos cidadãos. “Todas as câmeras estão instaladas em locais pú­­­­­­­­­blicos. Nosso foco é o movimento ur­­ba­ no”, diz o policial. A expectativa de resultados com o novo projeto é grande. “Espero ter um balanço positivo de re­­dução da crimi­ nalidade em breve”, afir­­­ma o major. “Faremos um levantamento da redução de crimes e aumento de prisões no en­ torno de onde as câ­meras foram insta­ ladas”, complementa.

Central

Dentro da central de monitoramento, mo­­­ nitores e televisores de LCD compõem o visual. As câmeras são acompanhadas e controladas por soldados. Se­gundo o ma­jor, os policiais foram trei­nados pela fabricante do sof­tware responsável pelo controle das câ­meras. O monitoramento é simples. Cada sol­­­dado se encarrega do controle de até nove câmeras em turnos intercalados. “Esse revezamento é importante para que exista um estresse nos olhos de

cada policial”, explica o major. Caso verifique algum movimento suspeito, o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) é acionando imediatamente. De acordo com o res­ ponsável pelo departamento, diversas situações podem ser consideradas sus­ peitas. Por exemplo, alguém em um carro estacionado numa esquina movi­ mentada da ci­­dade e que, de tempos em tempos, volta ao interior do veículo para buscar algo. “É possível que ele esteja traficando drogas”, explica o major Wilson. A integração da central de monito­ ramento com bancos de dados como o da Companhia de Processa­mento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) e da Base Informatizada de Fotografias Criminais (Fotocrim) tor­­ na o sistema mais ágil. Apenas com a placa, por exemplo, é possível verifi­ car se o veículo tem chapa “fria”, se a placa é adulterada, se consta multa e até mesmo se o proprietário é pro­

curado pela Justiça. “Caso ocorra um assalto ou rou­bo, conseguiremos agir mais rápido do que se dependêssemos só do 190”, diz o major. A central de monitoramento tem di­­ versas estações vazias, que deverão ser ocupadas até o fim do ano, quando outras cem câmeras serão instaladas na cidade. Com os aparelhos, a área de cobertura da PM será multiplicada por seis. As câmeras posicionadas em estações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Me­ trô e nas redondezas também serão in­ tegradas. O custo estimado de implan­ tação desse novo lote é de 5 milhões de reais. “Veremos se isso basta para o patrulhamento da cidade ou se será necessário instalar mais”, explica o ma­jor Wilson. A PM vai levar o projeto para as ci­ dades do interior. Aparecida e Campos do Jordão são as próximas a receber as câmeras. Cada uma deverá operar com 30 pontos de monitoramento. o 2008 agosto SPnotícias

29


Divulgação

SPvicinais

Transporte seguro

Estado conclui primeira fase do Pró-Vicinais com 2 mil km recuperados O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) conclui neste mês a primeira fase do Pró-Vicinais. São 2.117 quilômetros de obras em 152 estradas vicinais no Estado. Um investimento de 475 milhões de reais que beneficia 8 milhões de habi­ tantes em 199 municípios. O plano do governo prevê a recuperação de 12 mil quilômetros até 2010. As obras do Pró-Vicinais II come­ çaram em junho e serão concluídas em

30

SPnotícias agosto 2008

fevereiro de 2009. O investimento será de 645 milhões de reais, em 201 estra­ das que passam por 244 cidades, com benefício a 17,717 milhões de pes­ soas. O planejamento da terceira etapa está sendo finalizado e, enquanto isso, estão sendo levantados dados para a definição da quarta fase. Apesar de a responsabilidade da ma­ nutenção das estradas vicinais ser de competência dos municípios, por conta da falta de verba das administrações, o

governo do Estado está recuperando e até refazendo muitas das vias. Em muitos dos casos, estradas que deveriam ser apenas reparadas têm de ser reconstruídas por causa da falta de conservação, aumentando o valor da obra. Para evitar essa situação, o go­ verno estadual tem um plano de repa­ ração de toda a malha de vicinais. As 14 regiões que compõem o Es­ tado de São Paulo estão com estradas em obras. Rubens Cahin, diretor de Planejamento do DER, diz que o ob­ jetivo é que a população tenha acesso cada vez mais facilitado às vias pavi­ mentadas. De preferência, segundo o engenheiro Cahin, essa distância não deve ser superior a 5 quilômetros, para que possa ser percorrida a pé.

As regiões mais pobres foram priori­ zadas pelo Pró-Vicinais I. É o caso da região Sudoeste e do Vale do Ribeira. São locais onde a malha viária é mais escassa e a população sofre mais com os deslocamentos. O desenvolvimento econômico dessas localidades também é prejudicado pela dificuldade de es­ coamento da produção. Nessas regiões as distâncias são grandes, o solo é difícil e, em geral, há limitações ambientais para construções. Com as obras nas estradas vicinais, es­ ses municípios carentes podem atrair mais investimentos. A diretora da Assessoria de Plane­ jamento do DER, Marlene dos Reis Araújo, explica que a distribuição das obras nas estradas vicinais obedece a uma série de critérios. Um deles é se a estrada está muito desgastada em função de constantes chuvas. É o caso da região que acom­ panha a Rodovia Dutra, por exemplo, no sentido do Rio de Janeiro, onde há um grande declive nas encostas da Ser­ ra do Mar em direção ao litoral. Outro exemplo é a extensão para o litoral sul, no Vale do Ribeira. Entre os critérios, outros pontos im­ portantes são o Volume Diário Médio (VDM) de veículos na estrada, o trânsito de transporte coletivo, principalmente para acesso a escolas e hospitais, e o transporte agrícola. Tudo isso é levado em conta, assim como interligações mu­ nicipais importantes e as condições so­ cioeconômicas das cidades. O diretor Rubens Cahin mostra o mapa do Estado de São Paulo com as indicações das obras das etapas 1 e 2 e fala da importância da “capilaridade” das estradas. No mapa também são as­ sinalados, por cores, os pontos onde a população está mais longe ou mais próxima do asfalto. o

Estrada de Assis, uma das beneficiadas no Pró-Vicinais I

2008 agosto SPnotícias

31


SPalto tietê

CaraCterístiCas da região

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Municípios

Investimento completo

O Alto Tietê, pólo de desenvolvimento na Região Metropolitana de São Paulo, é contemplado em todos os principais programas do governo

32

SPnotícias agosto 2008

Saúde, transporte, saneamento. Essas são algumas das prioridades do governo do Estado ao definir investimentos nas diversas regiões de São Paulo. E nos 11 municípios que compõem a região, valeu a regra: todos os principais programas do governo estão garantidos para os paulistas do Alto Tietê. Entre as principais obras, destacam-se a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Guararema e a reformulação do Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos. A região abrange os municípios da microrregião de Mogi das Cruzes e Guarulhos. As cidades são: Arujá, Biritiba-Mirim, Fer Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano. Recebe o nome por causa de sua localiza-

População (IBGE 2007) PIB (2005) PIB per capita (2005) IDH (2000)

alto tietê

estado

(%)

11

645

1,7

2,8 milhões

41 milhões

6,8

R$ 36,2 milhões

R$ 727 milhões

4,9

R$ 13.440

R$ 17.977

74

0,787

0,814

ção geográfica. O Rio Tietê nasce em Salesópolis e corta parte das cidades até chegar à capital. A economia é diversificada, com ar artigos manufaturados, verduras, legumes, flores e boa parte da produção de água que abastece a zona Leste da capital paulista. Juntos, os municípios têm um produto interno bruto (PIB) de quase 37 milhões de reais e 2,5 milhões de habitantes.

Saneamento

A ETE de Guararema é uma das mais recentes inaugurações na região. Foi entregue em julho e está localizada no bairro de Freguesia da Escada. Foram investidos 8,2 milhões de reais na sua construção. A estação de tratamento vai atender 18 2008 agosto SPnotícias

33

FONTE: FUNDAÇÃO SISTEmA ESTADUAL DE AN NáLISE DE DADOS (SEADE)

ILUSTrAÇÃO AÇÃO: SErI AÇÃO

ETE Guararema, inaugurada em julho


SPxxxx Sede da PM de Santa Isabel

34

SPnotícias agosto 2008

A, que atingem principalmente crianças e idosos. A região ainda será contemplada com a ampliação da Estação de Tratamento de Água Taiaçupeba, que aumentará o fornecimento de 10 mil para 15 mil li­tros de água. O contrato é a parceria públicoprivada do Sistema Alto Tietê, que levará água a 720 mil pessoas de Ferraz de Vasconcelos, Poá, Itaquaquecetuba, Arujá e Suzano e a 3,1 milhões de pessoas da zona Leste da capital em 2010.

Saúde

Desde janeiro do ano passado, a área da saúde foi a que mais ganhou no Alto Tietê. A grande novidade foram as obras do Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, inaugurado em dezembro de 2007. O investimento foi de 49 milhões de reais. Os leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) saltaram de 21 para 43. A capacidade para consultas subiu de 5 mil para 10 mil ao mês, e as cirurgias, de 500 para mil por mês.

INVESTIMENTOS Saúde Saúde Finalização de obras do Hospital de Ferraz de Vasconcelos

R$ 49 milhões

Conclusão de uma torre; reforma do refeitório; reforma da ala de psiquiatria; conclusão da ala pediátrica; da área administrativa; do auditório; do setor de exames endoscópicos e da farmácia; reforma da entrada de carga e descarga e adequação contra incêndio do ambulatório

Setor de hemodinâmica de Mogi das Cruzes (Hospital de Clínicas Luzia de Pinho Melo)

R$ 2,5 milhões Saneamento Saneamento Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Guararema

R$ 18,5 milhões A ETE garantirá o tratamento de 100% dos resíduos coletados, antes despejados nas águas do Rio Paraíba do Sul

2008 agosto SPnotícias

fonte: secretaria estadual da saúde

Obras no Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos garantem mais conforto aos pacientes

mil pessoas residentes nos bairros de Valparaíba, Jardim Itapema, São João, Nogueira, conjuntos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Ipiranga, Freguesia da Escada, Ajuda, Vale dos Eucaliptos e na região central. O saneamento básico na cidade consiste numa das principais preocupações para com a região. Uma segunda ETE será construída no bairro de Parateí, no mesmo município, Guararema, e vai tratar o esgoto de toda a cidade. A verba despendida para a obra é de 18,5 milhões de reais. Com a canalização e o tratamento do esgoto, esperase reduzir a mortalidade infantil no município, a mais alta da região, 17,5 mortes por mil crianças nascidas vivas no ano de 2007, segundo dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Em São Paulo, o índice de mortalidade é de 13,1 para cada mil crianças. Com a medida, espera-se ainda reduzir o número de incidência de doenças decorrentes do contato ou do consumo de água contaminada, como cólera e hepatite

35


SPxxxx

Centro Paula Souza ETECS Ferraz de Vasconcelos Cursos: Administração, Informática, Logística e Segurança do Trabalho Investimento: R$ 118 mil entre 2007 e 2008 Suzano Cursos: Gestão Ambiental e Química Investimento: R$ 500 mil em 2008* Poá Cursos: Administração, Design Gráfico e Informática Investimento: R$ 500 mil (inauguração em 2009) FATECS Guarulhos Cursos: Logística e Transporte e Logística Aeropotuária Investimento: R$ 269 mil em 2007

fonte: centro Paula Souza

Itaquaquecetuba Curso: Informática para Gestão de Negócios Investimento: R$ 47 mil entre 2007 e 2008

36

Mogi das Cruzes Cursos: Redes de Empresas, Associativismo e Cooperativismo no Agronegócio Investimento: R$ 500 mil em 2008* *Unidades já existem e o governo faz novos investimentos

SPnotícias agosto 2008

Transportes

Por se tratar de uma microrregião, ou seja, uma localidade com diversas cidades interligadas, os investimentos em transportes não poderiam ficar de lado. Só em programas de recuperação de vicinais, o governo está investindo 53,4 milhões de reais. São mais de 55 quilômetros de estradas vicinais com obras em andamento. Entre as estradas estão trechos que interligam os municípios de Suzano e Ribeirão Pires (fora do Alto Tietê), Salesópolis e Guararema, e Mogi das Cruzes e Suzano. Outros 139 milhões de reais estão sendo investidos na

INVESTIMENTOS

O AME de Mogi das Cruzes vai desafogar os hospitais da região e poderá realizar 15 mil consultas e 5 mil exames por mês

Educação Nove novas escolas na região. Cinco em Suzano, três em Guarulhos e uma em Guararema

Mogi-Bertioga, Mogi-Salesópolis e Índio Tibiriçá, que liga Ribeirão Pires à Ayrton Senna. Além dis­so, foi inaugurado o trecho norte do complexo Jacu-Pêssego, que interliga Guarulhos a ca­pital. O transporte público também está nos planos. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) está investindo em oito estações das linhas 11 e 12. As Estações Poá, Antônio Gianetti, Aracaré, Itaquaquecetuba e Manoel Feio serão mo­­ dernizadas; as de Ferraz de Vasconcelos, Calmon Viana e Suzano, reconstruídas. As cidades de Suzano e Mogi das Cruzes serão interligadas por um transporte de média capacidade, chamado Metrô Leve. Com capacidade de transportar 15 mil passageiros/hora, substituirá o atual serviço da CPTM da Estação Estudantes, em Mogi das Cruzes, até Suzano. O projeto faz parte do Plano de Expansão dos Transportes Metropolitanos, no qual o governo está investindo mais de 17 bilhões de reais. Outro plano de expansão que também contemplou a região foi o do Centro Paula Souza (leia mais na página 10). São seis novas unidades – três Escolas Técnicas (Etecs) e três Faculdades de Tecnologia (Fatecs) –, desde janeiro de 2007. As Etecs foram instaladas em Ferraz de Vasconcelos e Suzano. Em Poá, o Centro Paula Souza inau­ gura uma unidade no ano que vem. Já as Fatecs estão no Guarulhos, Itaquaquecetuba e Mogi das Cruzes, inicialmente com quatro cursos. A segurança também foi contemplada. Em agosto do ano passado, o governador inaugurou uma sede da Polícia Militar em Santa Isabel. O prédio abriga todo o efetivo da PM local e tem como área de abrangência os 35 bairros do município, atendendo mais de 48 mil moradores. o

Município

Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guararema Suzano Suzano Suzano Suzano Suzano

Nome

Investimento (R$)

EE Bom Pastor 2 EE Pimentas 4 EE Jardim Angélica 3 EE Antonio Lerario Emeief Jardim Sol Nascente 2 EE Bairro Boa Vista 2 Emef Miguel Badra Baixo Emef Sérgio Simão Emef Profª Nizilda Alves de Godoy

2,5 milhões 3,9 milhões 5,8 milhões 1,3 milhão 973 mil 900 mil 818 mil 703 mil 421 mil

Transporte

Programa Pró-Vicinais I Investimento de

Programa Pró-Vicinais II Investimento de

Trechos contemplados em: Ribeirão Pires-Suzano Salesópolis-Guararema

Trechos contemplados em: Mogi das Cruzes–Suzano Itaquaquecetuba–Suzano Ferraz de Vasconcelos

R$ 6 milhões

R$ 18,4 milhões

Programa de obras do DER/SP em rodovias estaduais

R$ 139 milhões

2008 agosto SPnotícias

37

fonteS: secretarias da educação e dos transportes

O trecho norte do Complexo Viário JacuPêssego interliga Guarulhos e São Paulo

Para o diretor do hospital, Dirceu Ioshiaki, os pacientes ganharam em conforto. Antes, os quartos eram divididos para até oito pessoas e só tinham um banheiro. “Agora temos quartos para, no máximo, dois pacientes, com um banheiro.” Outra grande melhoria foi a otimização do funcionamento do pronto-socorro. O setor de maior movimento do hospital agora tem chamada eletrônica e computadores integrados com os outros setores. “Os atendentes não precisam mais preencher diversas fichas, cada vez que o paciente passa por um departamento. O atendimento é mais rápido.” A estrutura do Hospital de Ferraz pode ser considerada como top de linha. “Temos os melhores equipamentos agora. Não precisamos mais pedir que os pacientes façam ecocardiograma fo­ ra do hospital, por exemplo”, diz Ioshiaki. Em novembro de 2007, foi inaugurado o setor de hemodinâmica do Hospital de Clínicas Luzia de Pinto Melo, em Mogi das Cruzes, um investimento de 2,5 milhões de reais do governo do Estado. Os exames são para diagnóstico e tratamento de tumores, derrames e doenças coronarianas. Entre os projetos futuros está a instalação de um Ambulatório Médico de Especialidades (AME) em Mogi das Cruzes. O ambulatório fará 15 mil consultas por mês e 5 mil exames. No ano passado, o governo do Estado expandiu a fábrica da Fundação para o Remédio Popular (Furp), em Guarulhos, que atualmente produz 2,5 bilhões de remédios por mês.


SPbastidores Produção

Tudo começa no estoque de matériapri­­ma. Produtos como papéis lamina­dos para as embalagens, frascos, drá­­­geas e substâncias químicas ficam es­­tocados num depósito anexo ao laboratório. Nes­ sa primeira etapa, já é possível visua­ lizar a organização do laboratório. Os materiais que necessitam de baixas tem­peraturas ficam numa geladeira especial, e os medicamentos controlados permanecem trancados. O controle é rígido. Só podem ser retirados os materiais que realmente se­­­rão utilizados. Pela manhã, os farmacêuticos registram no sistema o no­ me dos medicamentos que serão feitos naquele dia e a quantidade de cada um.

Producão em cadeia

Se um determinado remédio necessita de 500 gramas de glicose para ser produzido, apenas essa medida po­de ser retirada. O restante permanece acomodado no depósito. “Os pedidos de material são todos devidamente conferidos com os medicamentos que se­rão fabricados naquele dia”, afirma o chefe do almoxarifado de matéria-prima, Osval­ do Romão de Oliveira Filho. “Só pode retirar material quem tiver um pedido do farmacêutico em mãos”, explica. O depósito de insumos garante aces­ so direto ao laboratório. Qualquer um que passe daquele ponto deve estar ves­ tido com uma roupa especial composta de sapato com sola emborrachada, cal­

Tudo controlado. Osvaldo Romão coordena o entrae-sai do depósito de matéria-prima

Entre comprimidos, frascos e pomadas, são cerca de 2,5 bi­­lhões de uni­dades farmacêuticas por ano. A estrutu­ ra impressiona. Os 40 mil me­tros quadrados de área cons­truída abrigam uma equipe de mil funcionários, além de maquinário formado pelo que existe de mais moderno no mer­­cado de fabricação de medicamentos. Não se trata de um grande laboratório multinacional, mas do centro de fabrica­ ção dos medicamentos da Fun­dação para o Remédio Popular (Furp), do governo do Esta­do. Criado em 1974, o laboratório está instalado no bairro de Itapegica, em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo. Atualmente é responsável pela produção de 67 medi­ camentos. São antibióticos, anti-hipertensivos, dermatológi­ cos, imunossupressores e medicamentos para o tratamento de diabetes e de saúde mental. O destino são as secretarias de Saúde dos municípios, hos­pitais estaduais e municipais, prefeituras e instituições mu­ni­cipais, estaduais, federais e fi­ lantrópicas. Do que a maioria das pessoas não tem idéia é o caminho que esses remédios percorrem antes de chegar aos pontos de distribuição.

38

SPnotícias agosto 2008

FOTOS: EDUARDO ANEZELI/NA LATA

Todas as etapas de fabricação e distribuição dos remédios da Furp até chegar à farmácia

2008 agosto SPnotícias

39


bastidores

1 3 6 4

2

5 1 Processo de fabricação de

comprimidos. Automático, quase não existe contato humano. 2 Segunda máquina acomoda medicamento em cartelas de papel laminado, remédio está pronto para o consumo. 3 Linha de produção de embalagem dos medicamentos. Funcionários colocam cartelas na caixa e rotulam o medicamento.

ças e blusa esterilizadas e rede protetora para os cabelos. Os homens com barba usam uma redinha extra, tampando a região do maxilar. A limpeza e a assepsia da linha de montagem são dignas de um grande centro cirúrgico. Não se vê sujeira no chão. Dentro da linha de produção, é ne­ ces­sário também seguir algumas re­­gras para evitar a contaminação dos remédios. Para entrar e sair de cada am­ biente é preciso fechar as portas, isolando cada câmara do laboratório. Os medicamentos são fabricados em três formatos: comprimidos, líquidos e

40

SPnotícias agosto 2008

pomadas. Cada um tem um setor es­ pe­cífico de produção, assim como o ma­­quinário adequado. O tempo de ma­nipulação varia de acordo com o medicamento. Normalmente são feitas campanhas, ou seja, durante um determinado período, dedica­-se à fabricação de apenas um tipo de medicamento. Isso ocorre devido ao fato de que ca­ da peça da máquina precisa ser completamente limpa após sua utilização. Esse processo leva cerca de um dia e meio. A fabricação da dipirona pode le­­ var até cinco dias. Um dia e meio pa­ra lavar as máquinas mais um período de

4 Com os xaropes, o processo é praticamente o mesmo. Não há contato humano. Máquinas envasam os frascos automaticamente. 5 Rotuladora de frascos já organiza os medicamentos por datas. 6 No final do processo, um verificador confere os frascos um a um. Embalagens defeituosas e/ou com data errada são retiradas.

um a três dias de produção. No caso dos líquidos, o processo é um pouco mais ágil. Uma única máquina enche os vasilhames, lacra e rotula cada uma das embalagens. Sozinho, o equipamento pode fabricar até 10 mil frascos de xa­ropes por hora. Como todo o processo é mecânico, no fim, um dos funcionários vistoria todos os vidrinhos, para checar data e quantidade. O processo de fabricação é criterioso. “Todas as pessoas que estão aqui são exaustivamente treinadas”, explica a chefe de pro­dução farma­cêutica, Rosana Ferreira de Almeida.

nova fábrica A futura Furp de Américo Brasiliense/SP será o primeiro laboratório oficial a produzir ge­né­ri­ cos e ser gerido por uma parceria público-pri­ vada. Esse modelo permitirá que o custo dos me­dicamentos seja menor em relação aos pro­ duzidos por laboratórios privados. A unidade ocupará uma área de 26 mil me­ tros quadrados e terá capacidade de produzir 21,6 milhões de ampolas e 1,2 bilhão de com­ primidos por ano. Além de sua localização estratégica no meio do Estado, o que vai facilitar a distri­buição, a cidade está em uma região com grandes cen­ tros de desenvolvimento tecno­lógico e é um dos municípios mais ricos em água potável.

2008 agosto SPnotícias

41


bastidores

O que a fuRp pRODuz * Remédios distribuídos no programa Dose Certa UI = unidade internacional

antibióticos (formato/composição) n Amoxicilina (cápsula/500 mg)* n Amoxicilina (pó/50 mg/ml)* n Amoxicilina (pó/50 mg/ml) n Benzilpenicilina (pó/600.000 UI)* n Benzatina (pó/1.200.000 UI)* n Benzilpenicilina Procaína + Potássic (pó/300.000 UI + 100.000 UI)* n Cefalexina (cápsula/500 mg)* n Cefalexina (pó/125 mg/5 ml)* n Cefalotina (pó/200 mg/ml) n Sulfadiazina (comprimido/500 mg) n Sulfametoxazol + Trimetoprima (comprimido/400 mg) n Trimetoprima (suspensão oral/200 mg) antiinflamatórios não-esteróides n Diclofenaco Sódico (comprimidos/50 mg)* n Diclofenaco Resinato (gotas/15 mg/ml) antiparasitários n Mebendazol (comprimido/100 mg)* n Mebendazol (suspensão oral/20 mg/ml)* n Metronidazol (comprimido/250 mg) * n Metronidazol (suspensão oral/ 40 mg/ml)* n Metronidazol (geléia vaginal/ 500 mg/5g)* n Nistatina (creme vaginal/100.000 UI/4g)* anti-retrovirais n Idanosina (comprimido mastigável/ 100 mg) n Estavudina (cápsula/30 mg) n Estavudina (cápsula/40 mg) n Lamivudina (comprimidos revestidos/ 150 mg) n Zidovudina (cápsula/100 mg) n Zidovudina (xarope/10 mg/ml) n Lamivudina + Zidovudina (comprimidos revestidos/150 mg) aparelho cardiovascular n Captopril (comprimido/25 mg)* n Digoxina (comprimido/0,25 mg)* n Furosemida (comprimido/40 mg)* n Hidroclorotiazida (comprimido/25 mg)* n Metildopa (comprimido revestido/ 250 mg)* n Nifedipina (comprimido revestido/ 20 mg)* n Propranolol (comprimido/40 mg)*

42

SPnotícias agosto 2008

Mesmo com os comprimidos prontos, o trabalho ainda não está concluído. Embalados e encaixotados, os medicamentos ficam armazenados em um segundo almoxarifado até a data de entrega. Esse depósito conta com espaço para 5 mil pallets (suportes para acomodação de carga) e 50 funcionários responsáveis pelo manuseio das caixas e o correto armazenamento. O ambiente é esterilizado. A temperatura é monitorada e a iluminação é especial, com uma tonalidade amareloclara. De acordo com o farmacêutico responsável pelo estoque, Madson da Nóbrega, as lâmpadas ajudam a manter a temperatura e evitam estresse nos olhos dos funcionários. Uma precaução a mais contra eventuais erros de leitura. “Com as lâmpadas brancas, os olhos cansam rapidamente”, dizMadson. “Como os funcionários conferem o rótulo de todas as caixas, é melhor usar esse tipo de iluminação”, explica. As portas de saída se abrem automaticamente quando um carrinho passa pelos sensores à sua frente. Quem entra ou sai do depósito recebe um forte

jato de ar que se encarrega de retirar a poeira e outras partículas da roupa. Do outro lado estão os caminhões e as vans prontos para ser carregados. O tamanho da carga e do veículo varia de acordo com o destino. Muitas vezes, é preciso atravessar o Estado para distribuir os medicamentos, mas essa logística deve mudar ainda neste segundo semestre, com a inauguração do novo laboratório em Américo Brasiliense, bem no centro do Estado. Quando a encomenda chega ao seu destino, o entregador confere os medicamentos um a um com o farmacêutico responsável do ponto de entrega. Juntos, verificam a quantidade de caixas e a data de validade. Considerando as devidas proporções, o estoque da farmácia tem o mesmo padrão do almoxarifado de Guarulhos, com limpeza e organização. Momentos depois de o entregador deixar o local, uma dona de casa aparece do outro lado do balcão. Aflita, mostra uma receita de dipirona ao atendente da farmácia. Ela diz que é para medicar seu filho, que está com febre. Sorridente, o atendente diz não haver problemas. O estoque está cheio. o

O que a fuRp pRODuz aparelho parelho digestivo n Cimetidina (comprimido/200mg)* n Hidróxido de Alumínio (suspensão oral/60 mg/ml)* n Hioscina (comprimidos revestidos/10 mg) n Metoclopramida (comprimido/10 mg) n Metoclopramida (gotas/4 mg/ml) aparelho respiratório n Aminofilina (comprimido/100 mg)* n Salbutamol (xarope/0,4 mg/ml)* Dermatológicos, rinológicos e oftalmológicos n Ad­FURP (pomada/25 g) n Dexametasona (creme/1 mg/g)* n Neomicina + bacitracina (pomada/5 mg/ g+250 UI/g) n Nitrato de Prata (colírio/10 mg/ml) n Protetor Solar FPS 12 (loção/100 g) n Solução Fisiológica Nasal (30 ml) Ao lado, funcionário libera medicamentos de acordo com as entregas do dia. Abaixo, a ponta final do processo. Usuária retira medicamento pronto em farmácia do Dose certa

Hansenostáltico n Dapsona (comprimido/100 mg) Metabolismo e nutrição n Desmopressina (solução nasal/ 0,1 mg/ml n Glibenclamida (comprimido/5 mg)* n Polivitamínico (gotas/frasco com 30 ml)* n Sais para Reidratação Oral (pó/envelope com 27,9 g) Sangue e órgãos hematopoiéticos n Azatioprina (comprimido/50 mg) n Sulfato Ferroso (gotas/25 mg Fe++/ml)* Sistema nervoso n Carbamazepina (comprimido/200 mg)* n Diazepam (comprimido/10 mg)* n Dipirona (comprimido/500 mg)* n Dipirona (solução oral/500 mg/ml)* n Fenitoína (comprimido/100 mg)* n Fenobarbital (comprimido/100 mg)* n Haloperidol (comprimido/5 mg)* n Paracetamol (gotas/200 mg/ml) * Tuberculósticos n Estreptomicina (pó/1g) n Etambutol (comprimidos revestidos/ 400 mg) n Etambutol (solução oral/25 mg/ml) n Isoniazida (comprimido/100 mg) n Pirazinamida (comprimido/500 mg) n Rifampicina (suspensão oral/20 mg/ml)

2008 agosto SPnotícias

43


SPpersonagem do mês “Muitas vezes, as vítimas são parecidas com algum parente ou amigo dos pilotos ou da equipe. Isso mexe muito com a nossa cabeça”

Trabalho de piloto da Polícia Militar brilha em meio a tragédias

44

SPnotícias agosto 2008

Vida de herói FOTO: RENATO STOCKLER/NA LATA

Anjo sem asas

Dois toques de uma sirene. Esse é o aviso para o piloto Marcelo Tasso, 32 anos, entrar em ação. O tenente da Polícia Militar faz parte do grupamento aéreo da corporação. Ele é um dos 47 comandantes dos 15 helicópteros conhecidos como Águia, responsáveis pelo apoio aéreo ao pa­ trulhamento em terra e utilizados em situações de emergência e de resgates. Tasso trabalha como policial há 17 anos; entrou para o grupamento aéreo em 2001. “É engraçado, pois eu nunca havia sonhado em me tornar piloto”, explica. Seu primeiro contato com ae­ ronaves foi durante uma operação de trânsito. “Fiquei maravilhado. Foi pai­ xão à primeira vista.” Para ingressar no grupo de pilotos, prestou concurso interno da polícia. Se­ gundo Tasso, a concorrência era grande. “Eram 20 candidatos por vaga”, afirma. “A exigência é grande, nem todo mun­ do conseguiu entrar. Das 20 vagas, so­ mente 13 foram preenchidas.” Os helicópteros utilizados são mo­ delos Esquilo AS 350B2, capazes de voar a até 250 quilômetros por hora, o que permite fazer uma viagem da ca­ pital até o litoral do Estado em até 20 minutos. Os pilotos trabalham em es­ quema de escala. Quando não está de plantão para as emergências ou casos policiais, Tasso é o chefe da manuten­ ção dos helicópteros. Assim como os heróis das histórias em quadrinhos, Tasso também tem seu uni­ forme. Trata­se de um macacão verde, que ele não pode tirar enquanto esti­ ver de plantão na emergência. Muito educado, o tenente está quase sempre sorrindo. Ele afirma que a rotina é ao

mesmo tempo estressante e gratifican­ te. Ao toque da sirene, já sabe que há uma emergência. “Muitas vezes, vou até a aeronave sem saber o meu des­ tino. Dentro do Águia o co­piloto me dá as orientações”, diz. As situações de resgate são as que mais impressionaram o tenente. Algu­ mas vezes, a vítima lembra um amigo ou um parente. “Isso mexe muito com a nossa cabeça. Outra situação que marca são os resgates de criança”, diz. Essa proximidade com a morte e as desgraças faz com que Tasso necessa­ riamente mantenha certa distância emo­ cional das situações. “Nossa missão é entregar as vítimas com vida no hospi­ tal. Depois disso, tentamos não saber o desfecho das histórias.” Estômago forte é essencial para a função. Tasso afirma que diversas ve­ zes carregou pessoas em estado muito grave, até mesmo com membros am­ putados. Mas é em meio às desgraças que o trabalho do tenente aparece. Um de seus momentos mais lembrados foi quando precisou pousar na Avenida Santo Amaro, zona Sul da capital. Se­ gundo ele, aquele foi o pouso mais complicado de sua vida. “Um senhor havia sido atropelado por um ônibus. O resgate foi tão complicado que a tele­ visão transmitiu ao vivo. Tive de des­ viar de tudo que tinha em volta. Lem­ bro que as pás do helicóptero ficaram a centímetros dos fios elétricos e das casas”, recorda. Felizmente, a missão foi um suces­ so. Tasso e sua equipe deixaram a víti­ ma com vida no Hospital das Clínicas. Dessa vez, ele não conteve a curio­ sidade sobre o caso. “Mais tarde tive a informação de que o homem havia sobrevivido.” Valeu a pena. o

2008 agosto SPnotícias

45


SPoEstadoemnúmeros EDUCAÇÃO

CENTRO PAULA SOUZA TELECURSO TEC - 50 MIL ALUNOS DESDE ABRIL DE 2008 Escolas técnicas Ensino Ensino técnico médio

Faculdades de tecnologia Ensino superior Número tecnológico de unidades 39

HABITAÇÃO

Primeira fase Acessa Escola

9.426

599

novas unidades da CDHU desde jan/2007

escolas

33.987 29.037

estagiários contratados

7.961

7.255

4.170

Vagas para o 2º semestre de 2008

Vagas em 2007

Vagas em 2008

Vagas em 2007

Vagas para o 2º semestre de 2008

2007

2008

São Mateus - Capital População beneficiada

400 EXTENSÃO DO METRÔ E DA CPTM

ACESSA SP

(EM QUILÔMETROS) CPTM 253,2

Metrô 60,2 2006

260,7

61,3 2007

307,1

84 2010

307,1

117,6 2014

Linha-5 Lilás A via que atende a zona sul da capital passou a funcionar aos domingos e feriados em julho. Logo no primeiro domingo de circulação comercial foram registrados mais de 29 mil passageiros

(META DOS PLANOS DE EXPANSÃO) Estações

POUPATEMPO

1,4 milhão de usuários cadastrados Mais de

Efetivo Operação Saturação

atendimentos em 2007

678 policiais

208 viaturas

2 helicópteros cavalos

408

atendimentos em 2006

27.854.360

3.584

postos em 355 municípios

25.899.763

mil habitantes

computadores espalhados pelo Estado

Trens

67 7 cães

Resultados Queda de homicídios

16.349.606

HOSPITAIS ESTADUAIS

Internações Atendimentos Laboratoriais

46

SPnotícias agosto 2008

69.614 2007 671.386 225.468.354

pessoas convocadas desde janeiro/2007

Queda de roubo de veículos

56,07% Queda dos furtos de automóveis

35,95%

ESTRADAS RURAIS

1.500 km recuperados pelo “Melhor Caminho” desde jan/2007

atendimentos até julho/2008

LEI SECA

1

Queda de

bafômetro para cada

55%

100

em atendimentos nos hospitais da capital

quilômetros de rodovia

55,56% FRENTE DE TRABALHO

*Cerca de 2/3 das estações serão novas ou reconstruídas e as outras, remodeladas

2006 621.682 181.812.687

64 até 2010

3ª VIRADA SOCIAL Vagas em 2007

21 novas unidades desde 2007 a meta é atingir

2,1 mil

26

13.208

FUNDAÇÃO CASA

79

bafômetros para a Polícia Rodoviária

51

bafômetros para a Polícia Militar

Novos bafômetros para 2008

298 para o interior

102 para a capital

agosto 2008 SPnotícias

47


SPagenda o que foi notícia MIS

O Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS) retoma sua programação no dia 9, após um processo de modernização do espaço. A partir de ago­ ra, o MIS tem no­va proposta de atuação, com voca­ ção para centro de produção, difusão, conservação, pes­­quisa e formação artística. A reabertura do espaço ocorre com ex­posições internacionais, apresentações de VJs, show de música ex­perimental e transmissões ao vivo via internet, além da inauguração do primeiro labo­ ratório público de novas mídias do Brasil, o LabMIS.

zero. O motivo foi a grande demanda de financiamentos pedidos pelas Santas Casas e hospitais filantrópicos. Os financiamentos, oferecidos pela Nossa Caixa, podem ser usados para a quitação de dívidas de outros empréstimos bancários, para pagar débitos com fornecedores ou para investimento em reformas, ampliações e modernizações das unidades. A verba só não pode ser utilizada para paga­ mento de impostos atrasados ou para pagamento de dívi­ das trabalhistas.

SALÁRIO

Os professores da rede estadual receberam 12,2% de rea­ juste no salário-base deste mês. Diretores e superviso­ res também receberam o aumento. O governo calcula gastar mais 670 milhões de reais por ano com o reajuste. A remuneração dos professores do Estado inclui salário-base e gratificações. O piso da categoria, incluindo as gratifica­ ções, passou para 1.819,63 reais.

BILHETE ÚNICO

BOLSAS

A partir do ano que vem, os 230 mil professores, 5,5 mil di­retores e 1,2 mil supervisores da rede estadual poderão con­correr a bolsas de mestrado e de doutorado. A Bolsa Mestrado, benefício oferecido pela Secretaria Estadual da Educação, dará 790 reais por mês aos professores sele­ cionados. Para concorrer a uma das 700 vagas, é preciso que o funcionário não acumule cargo nem receba outro tipo de incentivo por meio de bolsa (de qualquer órgão); tenha projeto aprovado pela universidade na área de sua atuação na rede estadual e pela secretaria; seja membro do Quadro do Magistério; e seja efetivo e estável (deve ter passado pe­lo estágio probatório).

Espaço redondo no MIS

FOTOS:DIVULGAÇÃO

EMPRÉSTIMO

48

SPnotícias agosto 2008

O governo do Estado de São Paulo ampliou em 50% os empréstimos destinados às Santas Casas. Desde julho, o valor da linha de crédito para essa finalidade subiu de 100 milhões para 150 milhões de reais a juro com custo

Até o fim do ano será lançado o Programa Metrô Fácil Estacionamento, que prevê a integração Metrô–carro. O projeto piloto vai valer, em princípio, em duas estações, na Corinthians/Itaquera, da Linha 3-Vermelha, e na Imigrantes, da Linha 2-Verde. O cartão poderá ser adquirido e carregado com créditos no próprio local do estacionamento ou em todas as estações do Metrô e postos autorizados da São Paulo Transportes (SPTrans), vinculada à prefeitura paulistana. O usuário paga o valor do estacionamento com o cartão e tem direito a 12 horas de estada para o carro e duas viagens de Metrô (ida e volta). Além dos espaços destinados a automóveis, os estacionamentos terão local para motos e bicicletas.

VESTIBULAR

A Secretaria Estadual da Educação firmou convênio com a Universidade de São Paulo (USP) para aumentar as chances de o aluno da rede pública ingressar na universi­ dade. Trata-se do Programa de Avaliação Seriada da USP (Pasusp), uma prova realizada pela Fuvest com base no conteúdo aprendido nas salas de aula da rede estadual. Hoje já há uma cota de no mínimo 3% para novos univer­ sitários da USP que vêm da rede pública. Índice que pode ser elevado a 9%, levando-se em conta as notas do Enem. Com o Pasusp, essa porcentagem pode che­gar a 12%. A prova será aplicada no dia 19 de outubro e o benefício já vale para o próximo ano letivo.

programe-se FUVEST O manual do candidato da Fuvest já es­tá à venda. O kit Fuvest custa 10 reais e pode ser comprado nas agências do Santander até 10 de setembro. A taxa de inscrição custa 105 reais. O candidato deve entregar a ficha de inscrição entre os dias 7 e 14 de setembro, das 8 às 17 horas, num dos postos relacionados no site da instituição. Informações: (11) 30932300 ou pelo site http://www.fuvest.br. UNICAMP As inscrições para o vestibular da Unicamp co­­meçam no dia 14 e vão até 7 de outubro. O formulário está disponível na página da uni­ ver­sidade (http://www.comvest.unicamp.br). O manual do candidato e a revista do vestibulando também estão na página eletrônica. A ins­crição é on-line e o kit vestibular não será cobrado. Consultas: http://www.comvest.unicamp.br/vest2009/calend2009.html. MATRÍCULAS Do dia 27 deste mês até 29 de setembro, os pais de alunos do ensino fundamental (1ª a 8ª série) podem fazer a matrícula antecipada dos filhos para 2009. As crianças que estão fora da escola terão garantidas as vagas nos 645 municípios paulistas. Os pais ou res­ponsáveis devem fazer a inscrição na escola da rede estadual ou municipal mais próxima de casa. BANCO DO POVO No dia 25 de agosto, Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz, vai dar uma palestra no Auditório Celso Furtado, no Anhembi. Ele vai relatar sua experiência com microcrédito destinado a pessoas em extrema pobreza. A palestra do indiano faz parte da comemoração de dez anos do Banco do Povo Paulista (BPP). O congresso sobre Microcrédito Produtivo Pau­lista é organizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam). O evento se­rá às 13 horas. O Anhembi fica na Rua Milton Rodrigues, portão 34, Barra Funda.

2008 agosto SPnotícias

49


SPagenda O que foi notÍcia O Festival de Inverno de Campos do Jordão 2008 foi um sucesso. Foram nada menos do que 50 concertos durante 23 dias com recorde de público. Ao todo, mais de 90 mil espectadores assistiram às apresentações do festival. Os ingressos para ver nomes como Nelson Freire, Kurt Masur e Roberto Minczuk se esgotaram em poucas horas. FOTOS: DIVULGAÇÃO

50

SPnotícias agosto 2008


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.