Revista SP Notícias No. 04

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SPnotícias ANO 1 l NÚMERO 4 l SETEMBRO DE 2008

Rodoanel Sul acelerado Trecho já está 50% concluído e pode ser entregue antes do previsto, em novembro de 2009

Projeto Tietê CDHU moderniza garante 84% de planta de novos esgoto tratado empreendimentos

Na região de Bauru, Banco do Povo beneficia pequenos o governo investe empresários em saúde


editorial

Antecipação pertinente Metade do trecho Sul do Rodoanel está concluída, e há o empenho do governo do Estado em terminar a obra de 3,6 bilhões de reais quatro meses antes do prazo planejado inicialmente (agosto de 2010). E, se possível, iniciar o traçado do trecho Leste ainda em 2010. A urgência na conclusão é pertinente, tendo em vista a frota crescente no centro urbano da região metropolitana de São Paulo. O Estado tem 6 milhões dos 33 milhões de veículos da frota circulante do Brasil, sendo que 1,29 milhão (21,3%) estão na região metropolitana de São Paulo. Um caminhão quebrado por 15 minutos em uma rua de grande movimento na capital é capaz de causar 3,5 quilômetros de congestionamento. Com o trecho Sul do Rodoanel concluído e a retirada de parte dos veículos pesados da área urbana, estima-se que o movimento de caminhões na Marginal do Rio Pinheiros caia 43% e na Avenida dos Bandeirantes, 37% – duas vias que dão acesso a importantes estradas: Imigrantes, Anchieta, Dutra e Ayrton Senna. SPnotícias mostra a preocupação ambiental que a Dersa teve para preservar os mananciais da Represa Billings e proteger a fauna daquela região. O planejamento detalhado incluiu a divisão da obra em lotes para facilitar a execução dos 61,4 quilômetros de rodovia. A preservação do meio ambiente também é tema da revista na reportagem sobre os avanços do Projeto Tietê. Até o fim do ano, a segunda etapa dos trabalhos estará concluída, e a região metropolitana de São Paulo terá 70% do esgoto coletado e 84% desse índice tratado. Um projeto para a recuperação do maior rio do Estado, o Tietê, no seu percurso dentro da capital. Na região de Bauru, o rio, já caudaloso e limpo, motivou a criação do curso técnico voltado ao turismo ecológico da Fatec de Jaú neste semestre. Os investimentos na região são assunto da SP de setembro. O governo do Estado começa a apresentar às cidades do interior planos de macrodrenagem para evitar cheias. Na região metropolitana de São Paulo, o problema vem sendo sanado com a construção de reservatórios e outras medidas antienchente, trabalho de uma década. Agora, o governo revê o plano criado há dez anos para adaptá-lo à nova realidade. Esses são alguns dos assuntos abordados por SPnotícias neste mês. Boa leitura e até outubro. 2008 setembro SPnotícias

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fotos: Thales Stadler

SPentrevista

Maria Helena Guimarães de Castro: prestígio ao professor

Questão de qualidade Metas prevêem elevação nos índices de aprovação dos alunos e alfabetização completa aos 8 anos

No ano passado, a Secretaria da Educação lançou dez metas objetivando a melhoria da qualidade do ensino da re­de pública estadual. Todas as ações já estão em andamento e, no fim de 2010, esperase a elevação dos índices de aprovação dos alunos, a melhoria nas avaliações estaduais e a perfeita alfabetização de todos os alunos

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que estiverem terminando a 2ª série do ensino fundamental. Para isso, a secretária Maria Helena Guimarães de Castro destaca progra­mas de incentivo ao professor, como o bônus aprovado em agosto, o currículo mínimo a ser seguido em sala de aula e a limitação de faltas no ano letivo. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

SPNotícias: Que impactos a Secretaria da Educação já sentiu com o decreto de abril que limita o número de faltas do professor? Maria Helena Guimarães de Castro: Antes o professor podia faltar dia sim, dia não, e depois só le­ vava um atestado para justificar a falta. Havia vários benefícios previstos pe­la lei que ampliavam enormemente o número de faltas. Com a lei de abril, não mexemos com o Estatuto do Magistério, man­­ tivemos as seis faltas abonadas em um ano e, ao mesmo tem­po, alte­ ramos algumas legislações com­ ple­menta­res. Temos um levanta­ mento das escolas onde há maior número de faltas e notamos queda de 37% das ausências após a lei entrar em vigor. Isso é importan­ te, porque sabemos que a maioria dos professores da rede não falta. A rede tem 240 mil professores. Se faltam diariamente 30 mil profes­ sores, 210 mil estão trabalhando, mas os que faltam geram proble­ mas mui­to grandes para as esco­ las. Mui­tos diretores reclamam das fal­­tas não programadas. Quando é licença médica, eles planejam a substituição e chamam um pro­ fessor substituto que cobre o que saiu. Mas quando o professor falta dia sim, dia não, não há cobertura. Essa falta é a pior porque o diretor não tem como gerenciá-la, e para o aluno é uma grande tragédia. No fim do ano, ele só aprendeu 50% do previsto no currículo. SP: Qual o programa de ações para chegar às dez metas estabelecidas pela secretaria? Maria Helena: Já iniciamos todas

Professores têm apoio de material didático em sala de aula

as ações com o objetivo de atin­ gir as metas anunciadas no ano passado. A primeira meta é a da criança plenamente alfabetizada aos 8 anos, até o fim da 2ª série. Para isso, foi implementado o pro­ grama Ler e Escrever, que conju­ ga material didático de apoio ao professor, material de apoio ao aluno, formação continuada para os professores das séries iniciais e um professor auxiliar (universitário bol­sista) para ajudar o professor regente em turmas de 1ª série. No ano passado, na avaliação do Sa­ resp (Sistema de Avaliação e Rendimento do Estado de São Paulo), verificamos que apenas 12,7% dos alunos da rede não chegaram ao fim da 2ª série plenamente alfa­ betizados. E é esse o grupo que deveremos atingir com prioridade daqui para a frente. SP: Qual é a grande dificuldade na alfabetização? Maria Helena: São vários fatores. Às vezes, a criança vem de uma família que nunca teve qualquer contato com o mundo letrado, está vendo um livro pela primeira vez, tem um vocabulário muito sim­ ples e não consegue acompanhar o aprendizado. A alfabetização é a etapa mais difícil no desenvol­ vimento cognitivo da criança. Por isso, é fundamental ter um profes­ 2008 setembro SPnotícias

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SPentrevista gente possa monitorar cada uni­ dade e identificar os problemas. Nosso maior desafio é diminuir o número de alunos que estão abai­ xo do índice básico no Saresp. Na 4ª série, queremos mudar o índice de 32% para 22%; na 8ª, de 40% para 31%; e no ensino médio, de 70% para 42%. O aluno que está abaixo do dado da avaliação signi­ fica que não aprendeu os conteú­ dos mínimos esperados em cada série cursada.

sor muito experiente, e estamos fa­ zendo o possível para que isso seja uma realidade. Os mais jovens re­ cebem uma capacitação mais in­ tensa pela equipe coordenadora. SP: Que medidas estão sendo tomadas para a redução das reprovações na rede? Maria Helena: Estas são a segun­ da e a terceira metas da secreta­ ria: reduzir em 50% as faixas de reprovação no ensino fundamental e no ensino médio. Pusemos em prática em todo o Estado o progra­ ma São Paulo Faz Escola, proposta curricular para 5ª a 8ª série e para o ensino médio que define conteú­ dos básicos de aprendizagem, o que os alunos devem aprender em cada série e em cada disciplina. É um guia de orientação curricular direcionado aos professores e que estabelece expectativas de apren­ dizagem dos alunos. E o programa Ler e Escrever, que estipula o que o aluno deve aprender até o fim da 2ª e da 4ª séries. Neste caso, há material de apoio ao professor e ao

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aluno. Com esses materiais e com o sistema de avaliação das escolas de capacitação permanente dos pro­fessores, acreditamos que com­ bateremos os índices de reprova­ ção, que estão crescendo muito no Estado e que são uma tendência nacional na rede pública. Na 8ª série, a média de reprovação no Brasil é de 20% e, em São Pau­ lo, de 19%. A partir da 5ª série, o aluno com 15 anos começa a tra­ balhar, tem menos tempo para es­ tudar e falta mais. No ano passado, a taxa de reprovação no 1º ano do ensino médio foi de 24%. SP: Outra meta do governo é melhorar o desempenho dos alunos em avaliações nacionais. Como fazer isso? Maria Helena: O trabalho que es­ tamos fazendo tem a ver com o con­junto de ações do governo. O lançamento do Idesp (Índice de De­senvolvimento da Educação do Estado de São Paulo) permite es­ tabelecer um indicador sintético e um índice por escola para que a

SP: Como funcionará a distribuição de bônus? Maria Helena: Se a meta da escola for alcançada 100%, os professo­ res receberão até 20% do salário anual. Se a meta for superada, o professor pode receber até 20% do valor do bônus a mais. O professor também será avaliado pelo critério de faltas. Se cumprir toda a carga, receberá o bônus completo. Esta­ mos diferenciando a bonificação para quem aju­dou ou não a esco­ la a atingir a meta. Quem ajudou mais, compareceu mais, receberá um bônus maior do que o que com­ pareceu menos. SP: Como o governo trabalha a mu­dança do ensino fundamental para nove anos? Maria Helena: O Conselho Esta­ dual de São Paulo aprovou no iní­ cio do ano uma deliberação que nor­matiza o ensino fundamental de nove anos em todo o Estado, tanto de escolas da rede estadual como municipais, e isso começará a ocor­­rer a partir de 2009. Como os municípios já atendem 100% das crianças com 6 anos, estamos pro­

“Nosso desafio é diminuir o número de alunos que estão abaixo do índice básico do Saresp” pondo transformar o último ano da pré-escola (crianças de 6 anos) em 1º ano. Ou o aluno está em escola municipal cursando a pré-escola com 6 anos e vai ingressar no 2º ano do ensino fundamental de nove anos. Estamos estudando também a adequação curricular. Até 2010, a mudança tem de ocorrer. o 2008 setembro SPnotícias

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FOTOS: RENATO STOCKLER

SPcapa

Meio caminho andado

Rodoanel está com quase 40% das obras concluídas; construção do trecho Sul está em ritmo acelerado e sua entrega pode ser adiantada

FOTOS: RENATO STOCKLER

Escavadeiras e tratores preparam solo para aplicação do asfalto em trecho do Rodoanel

Quase 40% do Rodoanel Mario Covas concluído. A obra, que é a mais grandiosa do Plano Diretor de De­ senvolvimento dos Transportes do governo do Estado, está em ritmo acelerado com a construção do trecho Sul, que se ligará ao trecho Oeste, pronto desde 2002. Quando totalmente concluída, a rodovia contornará a região metro­ politana de São Paulo numa distância de 20 a 40 quilôme­ tros do centro da capital. Sua extensão total será de aproxi­ madamente 170 quilômetros, cruzando mais de 20 cidades do Estado de São Paulo em trechos urbanos e rurais. O Rodoanel é uma importante estratégia logística do Es­ tado e do país. Interligando as dez rodovias que chegam a São Paulo, seu objetivo é eliminar o tráfego de passagem pela capital, ou seja, os veículos, em sua maioria cami­ nhões, que precisam atravessar a cidade para chegar ao seu destino. Diariamente, chega à capital 1,1 milhão de veí­ culos vindos do país todo. Além de caminhões, há também veículos de passagem, que não tinham necessidade de en­ trar na região urbana da cidade.

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capa

Ponte na Represa de Guarapiranga. Traçado cruza represas em seus pontos mais estreitos

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O trecho Sul da rodovia terá 61,4 quilômetros de extensão, sendo que mais de 50% do trabalho já está concluído. Iniciado em maio de 2007, o trecho teve um investimento total de 4,18 bilhões de reais. O contrato inicial do governo do Estado com a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) previa a entrega desse trecho para março de 2010, o que totalizaria 33 meses de trabalhos. Porém, o governo trabalha para antecipar esse prazo e concluir tudo antes. “Estamos

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num ritmo ace­lerado e vamos tentar terminar o tre­cho até novembro de 2009”, afirma o diretor de Engenharia da Dersa e responsável pela execução da obra, Paulo Vieira de Souza. Uma das extremidades do trecho Sul liga o Oeste – em operação desde 2002 –, no trevo da Rodovia Régis Bittencourt. A rodovia passará por Embu, Itapecerica da Serra, São Paulo, São Bernardo, Santo André e Mauá. Os trechos Oeste e Leste canalizarão os fluxos vindos do interior do

FERRADURA RODOVIÁRIA Com a antecipação da entrega do trecho Sul, os trabalhos da penúltima parte do Ro­doanel (trecho Leste) podem começar antes do fim de 2010. O traçado não foi definido, mas o per­ curso deverá ter aproximadamente 40,6 quilômetros de extensão, cortando os mu­ nicípios de Mauá, Ribeirão Pires, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba e Guarulhos. Seu iní­­cio será na Avenida Papa João XXIII, no bairro de Sertãozinho, em Mauá. Juntos, os três trechos formarão uma

“ferradura” interligando nove rodovias: Bandeirantes, Anhangüera, Castelo Bran­ co, Raposo Tavares, Régis Bittencourt, Imi­ grantes, Anchieta, Ayrton Senna e Dutra. A nova pista deve desafogar o tráfego de avenidas como a das Juntas Provisórias, Anhaia Melo, Salim Farah Maluf e Ricardo Jafet, todas na zona Leste da capital. Assim como o trecho Sul, a execução da obra será dividida em lotes. A Dersa iniciou os estudos do traçado e a definição das empresas que trabalharão.

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capa tRAÇADO DO tREchO sUL

Trecho concluído Trecho em andamento Trecho em projeto Trecho em projeto

númEROs DO tREchO de terra movimentados 330.000 m³ de concreto moldados 146.000 m³ de pavimento de concreto 228.000 m³ de material betuminoso consumidos no pavimento flexível 1.000 caminhões 1.000 escavadeiras, motoscrapers, motoniveladoras e rolos compactadores

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empregos diretos

Estado para o Porto de Santos, sem a necessidade de utilizar o sistema urbano da capital. Estima-se, dessa forma, que o trecho Sul reduza em 43% o movimento de caminhões na Marginal do Rio Pinheiros e em 37% na Avenida dos Bandeirantes, principais acessos ao sistema AnchietaImigrantes, que interliga a capital às cidades do litoral. A construção do trecho Oeste já aliviou o trânsito na zona Sul da capital, principalmente no Butantã e redondezas. Naquela região, as prin-

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cipais avenidas beneficiadas foram Francisco Morato e Eliseu de Almeida. O transporte de cargas nas Mar Marginais também foi reduzido em 30% com o Rodoanel, que passa por cinco estradas: Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castelo Branco, Anhangüera e Bandeirantes. O trecho Sul passará pela Imigrantes e pela Anchieta e terminará no bairro de Sertãozinho, no município de Mauá, ligando-se à Avenida JacuPêssego e às Rodovias Dutra e Ayrton Senna, onde começará o trecho Leste

(veja box). “A conclusão do trecho Sul do Rodoanel e sua interligação ao trecho Oeste vão permitir acesso às sete principais rodovias que cor cortam a região metropolitana, trazendo resultados diretos para a diminuição do tráfego na cidade”, afirma o secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce. “Os caminhões que transportam cargas não terão de passar pelo centro urbano para escoar a produção. É realmente uma obra emblemática, não só para o governo do Estado de São Paulo, mas também para a eco-

FONTES: DERSA E SECRETARIA ESTADUAL DOS TRANSPORTES

34,7 milhões de m³

nomia do país”, afirma o secretário.

Desafio de planejamento

Para facilitar a execução da obra e torná-la mais rápida, o trecho Sul foi dividido em cinco lotes, sendo que a construção de cada um ficou sob o comando de um consórcio composto por duas empresas. Nenhuma parceria poderia concorrer à concessão de mais de um lote da obra. Cerca de 98% do terreno da obra já está desapropriado. “Para a negociação com os proprietários das áreas, 2008 setembro SPnotícias

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Operários trabalham na ponte da rodovia

VEGEtAÇãO sERÁ REpLAntADA O trecho Sul do Rodoanel Mario Covas é uma obra feita na base da compensação ambiental. A mesma quantidade de vegetação retirada foi replantada nas chamadas unidades de conversação espalhadas ao longo do trecho. São elas: Jaceguava, com 315 hectares e 12,4 milhões de reais de investimentos; Varginha, com 300 hectares e 12,1 milhões de reais em recursos; Itaim, também com 300 hectares e 10,1 milhões de reais; e a unidade de conservação Bororé, com área de 285 hectares e 7,4 milhões de reais. Estima­se que a obra supra 212 hectares de vegetação. O plantio compensatório prevê 5.448 árvores nativas da própria Mata Atlântica. Também serão feitos três parques lineares, com área total de 1.098 hectares, em implementação às margens do traçado previsto.

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foram formadas 14 equipes, sendo dez fixas na sede da Dersa e quatro itinerantes, que negociavam diretamente com os expropriados no local”, afirma o engenheiro Paulo de Souza. Segundo ele, a formação das equipes foi fundamental para desapropriar 11,13 milhões de metros quadrados de um total de 11,34 milhões de metros quadrados até agora. “Isso permitiu o início das obras em todos os lotes”, afirma o diretor de Engenharia. De acordo com Paulo Souza, as principais dificuldades de engenharia estão nos trechos junto aos acessos e cruzamentos com as Rodovias Anchieta e Imigrantes. “Tivemos muitas interferências, como nos dutos da Petrobras, Comgás, Sabesp e Eletropaulo, e a conjugação com a operação de tráfego existente naquelas rodovias. Até as cabines de pedágio na Anchieta precisaram ser mudadas de lugar para a criação dos acessos”, diz o engenheiro Souza. Para acompanhar o andamento físico das obras de cada um dos lotes, foram elaboradas planilhas de controle do avanço físico. Sobrevoando toda a área que está sendo construída, o que se vê em boa parte do trecho são pedaços de mata fechada margeando as pistas. O objetivo era criar o menor impacto possível em toda a região que as pistas atravessam. O traçado do trecho Sul foi desenvolvido a partir do Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impactos Ambientais (EIA-Rima). “Se fossem levados em conta apenas os aspectos de engenharia de rodovias, o trecho teria cerca de 54 quilômetros”, diz o assessor de Meio Ambiente da Dersa, Marcelo Bar Bar-

Foram criados dois parques às margens do Rio Embu-Mirim

bosa. Porém, para agredir o mínimo possível o meio ambiente, o traçado ficou menos retilíneo e ganhou 7,4 quilômetros a mais de extensão. No primeiro lote do percurso podem-se ver as várzeas do Rio EmbuMirim. “As várzeas funcionam como um pré-filtro da água que desemboca na Represa de Guarapiranga”, diz Barbosa. Para assegurar a preservação ambiental dessas áreas, as pistas foram separadas criando dois par parques, o Embu e o Itapecerica. Alguns quilômetros depois, o Rodoanel cruza a Represa de Guarapiranga em seu ponto mais estreito. Para vencer uma travessia de 90 metros, foi necessária uma ponte de 281 metros. A travessia não se aproxima do Parque do Embu-Guaçu, localizado mais ao sul e a 12 quilômetros da captação de água da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O trajeto segue passando pelo Reservatório Billings por meio de duas pontes, uma no braço do Bororé e outra no corpo principal da represa. Dessa forma, quase todo o trecho Sul do Rodoanel atravessa a região de mananciais. Uma das grandes preocupações dos executores das obras foi a possibilidade de a rodovia induzir à ocupação irregular nas redondezas da estrada. “Por isso, o motorista só tem acesso à pista nos cruzamentos com o sistema Anchieta-Imigrantes.

ObRAs DE ARtE EspEcIAIs O trecho Sul do Rodoanel atra­ vessa dois dos principais reser­ vatórios de água da região metropolitana de São Paulo, Guarapiranga e Billings. Em am­ bos, a rodovia cruza as águas em seus pontos mais estreitos. A menor das travessias é na Represa de Guarapiranga. Uma ponte de 281 metros de extensão foi construída para vencer o obstáculo. Já a Billings será cortada duas vezes pela pista. Serão duas pontes, uma no braço do Bororé e outra no corpo principal, com 680 me­ tros e 1,75 mil metros, respec­ tivamente. A última é conside­ rada pelos engenheiros como um dos principais desafios da obra inteira.

Cada pilar de sustentação das pontes é composto por 42 estacas de concreto cravadas no solo da represa. O vão entre eles é de 110 metros. Para le­ vantá­los foi preciso um serviço à parte. Perto das travessias fo­ ram construídas fábricas para a produção das estacas de con­ creto, que eram transportadas até o local da aplicação em bal­ sas e cravadas no solo com um gancho especial. No caso da maior travessia, na Represa Billings, parte da lâmina d’água não comportava a balsa que instala as vigas. Por isso, foi necessário asso­ rear cerca de 600 metros da represa para instalar os pilares corretamente.

máquina crava no solo da represa estacas de concreto que servirão de sustentação para as pontes

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capa INTEGRAÇÃO VIÁRIA

preservação da Fauna e da Flora

O Rodoanel Mario Covas faz parte de um conjunto de investimentos do governo do Estado que visa melhorar as condições do trânsito na região metropolitana de São Paulo. As obras estão concentradas nas principais saídas da capital para as estradas: Marginais Tietê e Pinheiros e Avenidas dos Bandeirantes e Roberto Marinho. Na Marginal Tietê estão previstos o alargamento da pista local de três para quatro faixas, a construção de uma pista auxiliar sob as pontes e novas alças de acesso às rodovias que saem dela. A Mar­ ginal do Tietê é um dos principais corre­ dores viários da cidade, cujo movimento chega a 1,2 milhão de viagens em dias úteis. Atualmente, sua infra-estrutura é insuficiente para comportar esse número, o que causa engarrafamentos. A Secre­ taria Estadual dos Transportes estima que a Marginal seja responsável por cerca de 25% do total de congestionamentos me­ didos na cidade.

Animais e plantas raras encontradas no caminho, como a

bromélia Tilandsia linea­­ris (ao lado)

Bandeirantes

A Avenida dos Bandeirantes, na zona Sul da capital, receberá duas novas faixas à esquerda, junto ao canteiro central das pistas. Hoje, a via está saturada, com congestionamentos diários. A Avenida Roberto Marinho será prolongada em aproximadamente 4,5 quilômetros. O ob­ jetivo é realizar sua interligação com as Rodovias dos Imigrantes e Anchieta e, conseqüentemente, com o trecho Sul do Rodoanel. Outra forma de desafogar o trânsito é o investimento no transporte ferroviário. O Ferroanel possibilitará o fechamento completo de um anel ferroviário em torno da região metropolitana de São Paulo por meio de duas conexões ferroviárias: uma ao norte e a outra ao sul, conectando as malhas Leste e Oeste já existentes.

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Rodovia passa ao lado de empresa na Anchieta

O resto da rodovia é todo fechado. Além de não dar acesso, também não permitirá atividades lindeiras”, afirma Marcelo Barbosa, da Dersa. Isso funciona como uma barreira à ocupação desordenada e previne a degradação do manancial que abastece parte do Grande ABC e da capital. Após cruzar com a Anchieta, o traçado prossegue em direção a Mauá, margeando o braço do Rio Grande, ainda na Represa Billings. A fauna existente no trecho recebeu atenção

especial. Nas regiões onde existem animais foram construídas passagens abaixo do nível da pista – são as passagens-padrão. Têm 3 metros de altura por 3 de largura e servem para a travessia dos bichos. “Eles são direcionados para essas passagens por meio de alambrados. Não há o risco de cruzarem a pista”, afirma Barbosa. Para garantir o menor impacto possível após a execução da obra, foi fechado um contrato com o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), que, por sua vez, tem equipes que apresentam dados semanais sobre a situação da fauna existente da região. o

O Rodoanel Mario Covas é uma obra feita à base de compensação ambiental. A mes­ma quantidade de vegetação retirada para as obras foi replantada nas chamadas unidades de conservação espalhadas ao longo do trecho Sul, em Jaceguava, Varginha, Itaim e Bororé. O cuidado em não agredir o meio am­biente é tão grande que foram criadas equi­pes especiais de resgate da fauna e da flora para acompanhar a evolução da obra. A função dessas equipes é res­ gatar qualquer tipo de vida que esteja no caminho da rodovia. Segundo os executores da obra, foram recuperadas dezenas de animais como bichospreguiça, esquilos e aves. Os animais feridos re­ ceberam tratamento e foram soltos novamente no ambiente. No trabalho, as equipes descobriram exemplares da bromélia Tilandsia linea­­ris, considerada extinta há mais de 40 anos. A planta foi encontrada no lote 5 do Ro­doanel, no município de Embu.

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SPprojeto tietê

84% do esgoto coletado até 2009 Segunda fase do Projeto Tietê termina no fim do ano com 70% dos dejetos da região metropolitana de São Paulo tratados A segunda etapa do Projeto Tietê entra na reta final nos últimos quatro meses do ano. No início de 2009, quando a fase número dois de recuperação do maior rio do Estado de São Paulo estiver totalmente finali­ zada, os índices de coleta de esgoto da região metropolitana de São Paulo saltarão dos atuais 80% – média alcançada com a primeira etapa do projeto – para 84%. Os níveis de dejetos que

deixarão de ser despejados in natura no Tietê e em mananciais da Represa Billings também se­ rão elevados, passando de de 62% para 70%. Com a segunda etapa do projeto concluída, o volume que chega para tratamento nas estações de tratamento de esgoto (ETEs) será de 16 mil litros por segundo. No início do programa, eram 4 mil litros por segundo. A região metropolitana de São Paulo conta

com cinco ETEs, sendo três resultado direto do Projeto Tie­tê. São as unidades São Miguel, ABC e Parque Novo Mundo, erguidas durante os sete anos da primeira fase dos trabalhos de melhoramento ambiental, iniciada em 1992. “As obras da segunda etapa foram divididas em dois blocos. No primeiro, já concluído, hou­ ve concentração de esforços na Bacia do Rio Pinheiros. Construímos 28 quilômetros de in­ terceptores nas duas margens do rio para drenar o esgoto e levá-lo até a ETE Barueri, que teve a capacidade ampliada ainda na primeira fase”, explica a gerente do Departamento de Planeja­ mento e Controle da Sabesp, Andréa Ferreira. “Tivemos atuação forte na Billings também. Instalamos redes coletoras em boa parte da re­ gião e construímos 48 pequenas estações ele­ vatórias na margem do manancial para livrá-lo do esgoto”, diz Andréa. Ainda no próximo ano, o governo vai iniciar a terceira etapa do projeto, quando serão cons­

truídos novos interceptores e redes coletoras de esgoto. Também serão ampliadas e construídas novas ETEs, como as de Francisco Morato, Franco da Rocha e Caieiras, cidades que não conseguem utilizar as estações já existentes devido à topografia e à distância entre esses municípios e as unidades de tratamento. “A terceira etapa do projeto segue com o ob­ jetivo de recuperar os recursos hídricos e me­ lhorar a qualidade ambiental da Bacia do Alto Tietê. Para isso vamos seguir trabalhando na ampliação do atendimento em coleta e em tra­ tamento de esgotos. A meta é passar os índices de atendimento para 88% e 80%, respectiva­ mente”, afirma a secretária de Saneamento e Energia do Estado, Dilma Pena. As obras melhorarão sensivelmente a quali­ dade das águas e de vida em municípios peri­ féricos e mais pobres, como Jandira, Francisco Morato, Itapevi, Franco da Rocha e região. Con­ forme a secretária de Saneamento, na terceira

A trajetória do projeto Tietê 1992

1992-1998

Uma manifestação popular seguida de um abaixo-assinado com mais de 1,2 milhão de assinaturas pedia a despoluição do Rio Tietê. O governo do Estado idealizou e começou a primeira etapa do maior programa de saneamento ambiental do país: o Projeto Tietê.

O governo construiu as Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) São Miguel, Parque Novo Mundo e ABC, e ampliou a ETE Barueri. As obras aumentaram a capacidade de tratamento de esgoto na região metropolitana em 9,5 mil litros por segundo.

Também foram feitos 1,5 mil quilômetros de novas redes coletoras de esgoto, 315 quilômetros de coletores-tronco, 37 quilômetros de interceptores e 250 mil ligações residenciais. Tudo isso fez alavancar os índices de coleta de esgoto, que passaram de 70% para 80% – sem contar os indicadores de tratamento, que foram de 24% para 62%.

u

1998

2002- 2008

2009-2015

Foi concluída a primeira etapa do Projeto Tietê. Os resultados imediatos foram a diminuição da carga poluidora das águas em um trecho de 120 quilômetros de rio e o ressurgimento de peixes no curso do Tietê pelas cidades de Salto e Itu.

Em sete anos, foram construídos 36 quilômetros de interceptores, 110 quilômetros de coletores-tronco, 1,2 mil quilômetros de redes coletoras e 290 mil ligações domiciliares. Até o início do ano que vem, quando a segunda fase do projeto for concluída, serão entregues mais 500 quilômetros de tubulações, aproximadamente.

A partir do segundo semestre do ano que vem, começam as obras da terceira fase do projeto, que melho­ rará principalmente as condições de vida e ambientais do municípios periféricos da Grande São Paulo com a construção de três ETEs – em Francisco Morato, Franco da Rocha e Caieiras.

2000

FONTE: Sabesp

IlustraçÕES: SERI

O Emissário Pinheiros–Leopoldina começa a funcionar, beneficiando mais de 3 milhões de pessoas.

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projeto tietê do ano. Todo o esgoto da cidade será enviado ao coletor-tronco e mandado para a ETE ABC. Nas ETEs, todos os componentes poluido­ res são separados da água antes de retornar ao meio ambiente. O esgoto bruto que chega às es­ tações passa por diversas etapas de tratamento, que ocorre em duas fases, a sólida e a líquida.

Sacolas no rio

DIVULGAÇÃO

Investimentos Primeira fase 1992 a 1998 Nessa etapa do Projeto Tietê foram in­ ves­tidos US$ 1,1 bilhão, sendo US$ 450 milhões provenientes do Banco In­te­ ramericano de Desenvolvimento (BID), US$ 550 milhões de recursos próprios da Sabesp e mais US$ 100 milhões da Caixa Econômica Federal (CEF).

Segunda fase 2002-2008 Foram investidos US$ 400 milhões, sen­­do US$ 200 milhões financiados pelo BID e US$ 200 milhões em recursos próprios da Sabesp com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor é inferior ao US$ 1,1 bilhão investido durante a primeira etapa porque naquela fase foram construídas as estações de tratamento de esgoto, cujo custo é bastante elevado.

Terceira fase 2009-2015 A idéia é investir US$ 800 milhões com apoio do BID para ampliar e avançar no atendimento de coleta, afastamento e tratamento de esgoto, com o foco na Bacia do Alto Tietê, melhorando a qualidade das águas de toda a região metropolitana de São Paulo.

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Vista aérea da ETE Parque Novo Mundo

etapa serão construídos ainda alguns coletores em Santo André, na região do Grande ABC. A meta é realizar a terceira fase do projeto em seis anos (de 2009 a 2015) e, na seqüência, consolidar os trabalhos para a quarta etapa. O Projeto Tietê depende de ações integradas com as prefeituras. “Temos acordos com a maior parte dos municípios que não são gerenciados pela Sabesp para a construção dos coletores principais. Por esse motivo, a Sabesp realizará na terceira etapa as obras de alguns coletores em Santo André (onde o abastecimento de água e o tratamento de esgoto são de responsabilidade do Semasa)”, explica Dilma Pena. Porém, a secretária diz que algumas cida­ des, como Diadema e Guarulhos, não fecharam acordos com a Sabesp e, por isso, deverão cus­ tear seus próprios coletores e interceptores se desejarem se conectar ao sistema de tratamento de esgotos da Sabesp. Um dos poucos exemplos de tratamento de 100% de esgoto no Estado de São Paulo é o município de São Caetano do Sul, no Gran­ de ABC. O Departamento de Água e Esgoto (DAE) da cidade promete coletar a totalidade de dejetos produzidos no município até o fim

A população tem ainda papel fundamental quan­ do o assunto é o lixo descartado de maneira er­ rada. Cerca de 35% da poluição acumulada na Bacia do Rio Tietê não vem de redes de esgoto, mas sim do material jogado nas ruas. Todos os dias, as águas do Tietê recebem toneladas de sacolas plásticas, garrafas, latas e outros tipos de lixo abandonados por moradores da região metropolitana de São Paulo. Se não houver mu­ dança de atitude, a situação permanecerá crí­ tica e, em 2015, esse lixo deverá dobrar, repre­ sentando nada menos do que 65% da sujeira despejada diariamente na bacia. O Projeto Tietê é de fundamental importân­ cia para a política de saneamento do Estado de São Paulo, que visa recuperar os recursos hídricos da região metropolitana, em especial os da Bacia do Alto Tietê, formada pelo Rio Tietê e seus afluentes Pinheiros, Aricanduva, Pirajuçara, Baquirivu-Guaçu, Jacu, Itaquera, Tamanduateí, Cotia e Cabuçu de Cima.

ÍNdices de países Europeus Depois do Projeto Tietê, a cidade de São Paulo terá índices de saneamento semelhantes aos países europeus. No fim da segunda etapa, sozinho, o município terá 97% de esgoto coletado e 74% de tratamento dos dejetos. Comparando os dados do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS) com os do órgão europeu The European Water Industry, a capital paulista apresentará índices de coleta e tratamento de esgoto similares à Europa. A coleta de esgoto na capital terá o mesmo percentual de países como Itália (80%) e Espanha (80%). Quanto ao tratamento do esgoto coletado, São Paulo estará à frente da Espanha, que atende 59% da população. Reino Unido e Alemanha apresentam os melhores índices de coleta e tratamento de esgoto.

Com o Projeto Tietê, o governo do Estado constitui uma estratégia de saneamento am­ biental para a região metropolitana como um todo, já que o planejamento urbano das cidades e sua configuração geográfica inviabilizavam, à primeira vista, a resolução do problema de coleta e tratamento de esgotos de forma con­ junta. As ações do projeto permitiram tratar o problema integradamente, porque os impactos se refletem em todos os municípios. o

O caminho do esgoto

1 Os dejetos saem dos domicílios e são enviados a redes coletoras de esgoto instaladas nas ruas

2 Essas redes encami-

nham o material para o coletor-tronco, que normalmente segue paralelo ao curso do rio

3 O coletor-tronco manda o esgoto para as ETEs

4 Na estação de tratamento, o esgoto in natura é tratado e a água, enviada para o rio. Parte é utilizada como água de reúso

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43 piscinões contra as enchentes Governo revê Plano de Macrodrenagem da região metropolitana de São Paulo e inicia projetos semelhantes em cidades do interior do Estado

Todos os piscinões da região metropolitana de São Paulo re­ pletos são capazes de encher um Rio Tietê. Juntos, os reservató­rios comportam 4,1 milhões de litros de água. Mesmo volume existente nos 41 quilômetros do Rio Tietê, no tre­ cho urbano da capital. Há dez anos, o Estado lançou o Plano Diretor de Macrodrenagem da Região Metropolitana do Alto Tietê, para reduzir as constantes enchen­ tes. Foram 43 piscinões construí­

dos na região metropolitana de São Paulo, 24 pelo governo do Estado. Dezessete estão no Grande ABC, na Bacia do Rio Tamanduateí, uma das regiões mais castigadas pelas cheias até a década de 90. Os outros foram construídos na Bacia do Pirajuçara, na região de Embu, e na Bacia do Ri­ beirão Vermelho, em Osasco. Desde então, o governo investiu 230 milhões de reais. Agora, lança licitação para contratar uma empresa que fará a revisão do plano de 1998.

fotos: renato stockler

SPpiscinões

Piscinão Sharp, Campo Limpo, na zona Sul da capital, com capacidade de armazenar 500 mil m3

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SPnotícias setembro 2008

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piscinões Bacia do TAMANDUATEÍ Mercedes Paulicéia

São Caetano

Volume: 235.166 m3 Inaugurado em out/2005

Volume: 380.000 m3 Inaugurado em 4/mar/2005

Sônia Maria

Antigo AM-3

Volume: 120.000 m3 Inaugurado em ago/2004

Volume: 120.000 m3 Inaugurado em jul/1999 Oratório

Volume: 320.000 m3 Inaugurado em 11/abr/2007

Ford

Volume: 340.000 m3 Inaugurado em 11/abr/2007

Petrobras

Volume: 800.000 m3 Inaugurado em jul/2002

Ford Fábrica

Volume: 80.000 m3 Em obras

Carumbé

Volume: 105.000 m3 Inaugurado em jul/2002

Taboão

Volume: 180.000 m3 Em obras irão Ribe

Ecovias/Imigrantes

Volume: 120.000 m3 Inaugurado em dez/2001

dos

Mercedes Diadema

o Cour

Volume: 140.000 m3 Inaugurado em mar/2003

s

Paço Municipal

Volume: 136.000 m3 Inaugurado em jun/1999

Vila Rosa

Volume: 113.450 m3 Inaugurado em jul/1999

LEGENDA

Capitão Casa

Volks/Demarchi

Volume: 170.000 m Inaugurado em abr/2003 3

Chrysler

Volume: 190.000 m3 Inaugurado em dez/2001

10 anos do plano de drenagem

Foram construídos 24 piscinões com verba do Estado n 17 no Grande ABC n 5 piscinões no Córrego Pirajuçara. Atendem aos municípios de São Paulo, Taboão da Serra e Embu n 2 na Bacia do Ribeirão Vermelho. Atendem aos municípios de São Paulo e Osasco Investimento: R$ 230 milhões Capacidade: 4,1 milhões de litros de água

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Reservatório construído pela prefeitura (SBC) Reservatório licitado Reservatório construído Reservatório em obras Reservatório com projeto executivo concluído Divisor de bacia Área de retenção

Bombeiros

Volume: 34.000 m3 Inaugurado em jul/1999 Canarinho

Volume: 95.000 m3 Inaugurado em mar/1999

O objetivo é verificar as necessidades reais em função da atual situação, le­ vando em consideração que algumas das áreas indicadas na época para a construção de reservatórios não estão mais disponíveis. “O plano não se limita só à cons­ trução de piscinões. Fizemos tam­ bém o rebaixamento da calha do Rio Tietê, o que colaborou para dar mais vazão às águas”, explica a secretária de Saneamento e Energia, Dilma Seli Pena. Segundo ela, o Plano de Ma­ crodrenagem, que ainda hoje serve de base para as ações do governo, foi

Tietê RIO TAMANDUATEÍ

Volume: 50.000 m3 Inaugurado em out/2000

uma estratégia de gestão das águas nos afluentes do Rio Tietê no trecho urbano. “Na cidade de São Paulo, o Rio Tietê ainda não é caudaloso, é um rio estreito e de cabeceira. Não comportava a quantidade de água que vinha dos afluentes”, explica a secretária Dilma. Com a impermeabilização do solo e os cursos dos rios e córregos mais retilíneos, fica cada vez mais difícil conter a velocidade das águas. “A ocupação urbana foi feita de forma aleatória e, para evitar as enchentes, foi preciso pensar num plano macro, 2008 setembro SPnotícias

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FONTE: DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA (DAEE)

Casa Grande

Volume: 85.000 m3 Inaugurado em jul/1999


piscinões Bacia do pirajuçara

Pirituba/Jaraguá

Jd. Helena Maria

Volume:113.000 m3 Inaugurado em out/2004

Volume: 150.000 m3

Volume: 73.000 m3

Anhangüera

Bonança

Volume: 100.000 m3 Em obras

Volume: 62.000 m3 Inaugurado em abr/2007

Canal

Rochdale

Volume: 25.000 m3 Inaugurado em abr/2007

1.000 m Inaugurado em jun/2007

Jardim Piratininga

400 m Inaugurado em jun/2007

LEGENDA Olaria

Nova República

Volume: 110.000 m3 Inaugurado em set/2001

Volume previsto: 80.000 m3 Em licitação

CPTM/Jd. Maria Sampaio

Volume: 117.000 m3 Inaugurado em jul/2000

Parque dos Pinheiros

Volume: 120.000 m3 Inaugurado em jun/2004

Tietê

A UÇAR PIRAJ EGO CÓRR

Embu

que ultrapassa os limites dos municí­ pios”, diz Dilma. O superintendente do Departa– men­to de Águas e Energia Elétri­ ca (Daee), Ubirajara Tannuri Felix, acompanhou todo o processo nesses dez anos e diz que os trabalhos conti­ nuam. Em agosto, foi autorizada a li­ beração de 6,6 milhões de reais para a limpeza de todos os piscinões loca­ lizados no Grande ABC. Manutenção fundamental para que os reservató­ rios funcionem corretamente e que, em princípio, deveria ser feita pelas administrações municipais. Uma licitação foi lançada também no mês passado para a limpeza dos 41 quilômetros do Rio Tietê em toda a área urbana de São Paulo. “Vamos fazer um trabalho de desassoreamen­

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Taboão da Serra

Reservatório previsto Reservatório em operação Reservatório em obras Reservatório com projeto executivo concluído Limite da bacia hidrográfica do Córrego Pirajuçara

FONTE: DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA (DAEE)

Sharp

Volume previsto: 500.000 m3 Em obras

Túnel

Volume: 100.000 m3

to nas regiões mais críticas, na che­ gada dos principais afluentes, Rios Tamanduateí e Cabuçu de Cima e Córrego Pirajuçara”, explica. Um in­ vestimento de 27,2 milhões de reais. No interior do Estado, o superin­ tendente des­­taca que o Daee começa a realizar pla­nos de macrodrenagem para que as administrações muni­ cipais ponham em prática. Alguns que já foram concluídos são os de Mococa, Itupeva e Ribeirão Preto, e o Daee começa a fazer o plano de Paraguaçu Paulista. “Agora que os problemas da re­ gião metropolitana de São Paulo estão sendo solucionados, o interior começa a ganhar planos semelhan­ tes”, finaliza o superintendente do departamento Ubirajara. o

RIB EIR ÃO

Osasco VE R

M

EL HO

FONTE: DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA (DAEE)

Eliseu de Almeida

Volume: 120.000 m3 Inaugurado em out/2003

LEGENDA

Reservatório em operação Reservatório em obras Limite da bacia hidrográfica do Córrego Pirajuçara Reservatório previsto no plano

Tietê

trabalhos contra as enchentes Obras concluídas n Construção de novas pontes nas Avenidas Almirante Dellamare e Presidente Wilson (São Caetano do Sul) n Limpeza, desassoreamento e aumento da vazão do Ribeirão dos Meninos (São Caetano do Sul) n Canalização de 1,4 mil metros do Ribeirão Vermelho n Construção da Ponte Fazenda da Juta sobre o Córrego do Oratório (ligação São Paulo–Santo André) n Limpeza, desassoreamento e manutenção da calha do Rio Tietê (na zona Leste e no braço morto em Osasco) e do Córrego Poá (Taboão da Serra) n Construção de ponte sobre o Córrego Oratório (divisa Santo André-São Paulo) n Recuperação do piscinão Petrobras (Mauá) Investimento: R$ 64,8 milhões Obras em andamento Construção de quatro reservatórios: n Piscinão Sharp (Córrego Pirajuçara, Taboão da Serra)

Piscinão Taboão (São Bernardo do Campo) Piscinão Ford Fábrica (São Bernardo do Campo) n Piscinão Anhangüera (Bacia do Ribeirão Vermelho) n Canalização de 2,5 quilômetros do Córrego Taboão (divisa São Bernardo do Campo-Diadema) n Limpeza e desassoreamento do Rio Cabuçu de Cima (divisa São Paulo-Guarulhos) n Limpeza dos reservatórios do ABC Investimento: R$ 80,6 milhões n n

Em licitação n Projeto executivo de construção dos piscinões Jaboticabal, na Bacia do Ribeirão dos Meninos (divisa de São Caetano do Sul e São Paulo), e Olaria, na Bacia do Pirajuçara (Taboão da Serra) n Canalização de 4,4 quilômetros do Ribeirão Vermelho (na divisa São Paulo-Osasco) n Limpeza de 42 córregos da capital

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FONTE: DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA (DAEE)

Portuguesinha

Bacia do Ribeirão Vermelho


SPtrabalho

270 mil qualificados e recolocados

Colocação no mercado Postos de Atendimento ao Trabalhador (PATs) 122.664 colocados no mercado de trabalho em 2007 94.528 colocados no mercado de trabalho até julho/2008

Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência (Padef)

Ações do Estado na área de emprego beneficiam trabalhadores e estudantes

1.469 colocados no mercado de trabalho em 2007 949 colocados no mercado de trabalho até agosto/2008

Programa Estadual de Qualificação Profissional (PEQ) Fonte: Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho

Matriculados até agosto/2008 Senai: 2.473 Senac: 4.594 Centro Paula Souza (Etecs e ETEs): 1.548

ilustração: seri

Programa Emergencial de AuxílioDesemprego (Pead) Frente de Trabalho 32.282 colocados em funções dentro do governo

Desde janeiro de 2007, mais de 270 mil pessoas foram beneficiadas em progra­ mas de incentivo ao emprego do governo do Estado por meio da Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho. As iniciativas contem­ plam todas as etapas no que diz respeito à co­ locação profissional: recolocação, qualificação, primeiro emprego e até vagas para pessoas por­ tadoras de necessidades especiais. Entre as novidades das políticas desenvol­ vi­das pela Sert está o Programa Estadual de Qualificação Profissional (PEQ). Seu objetivo é oferecer cursos gratuitos em todo o Estado para capacitar o trabalhador de acordo com as exi­ gências do mercado local. As primeiras aulas começaram em agosto deste ano. O públicoalvo do programa é grande: trabalhadores de

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SPnotícias setembro 2008

idade entre 30 e 59 anos. Esse índice foi defi­ nido após um estudo feito pela Fundação Seade a pedido da Sert, que verificou a estrutura de mer­cado e as tendências da situação ocupacio­ nal do Estado de São Paulo. Atualmente o PEQ está presente em 85 ci­ dades, incluindo a capital. Até o fim de 2010, a secretaria pretende qualificar 180 mil trabalha­ dores, sendo 30 mil em 2008, 60 mil em 2009 e 90 mil em 2010. O Programa Emergencial de Auxílio-Desem­ prego (Pead), também conhecido como Frente de Trabalho, atendeu 32 mil pessoas em funções no governo do Estado. Pelo programa, o partici­ pante recebe mensalmente uma bolsa-auxílio e pode permanecer no cargo por até nove meses. Sua jornada de trabalho é de seis horas diárias,

quatro dias por semana. No quinto, ele pode par­ ticipar de um curso de qualificação profissional ou de alfabetização. As funções são as mais va­ riadas. Existem, por exemplo, 911 bolsistas em 33 cidades atuando na Campanha de Combate à Dengue no Inverno e mais 332 em outras secre­ tarias com a Virada Social de São Mateus. O maior trabalho da Sert está nos Postos de Atendimento ao Trabalhador (PATs), que fun­ cionam como um Poupatempo para assuntos relacionados ao trabalho. Os interessados po­ dem, entre outras coisas, solicitar segunda via da carteira de trabalho e do RG, dar entrada no seguro-desemprego e acessar bancos de dados com vagas empregos. São 208 postos espalhados pelo Estado. Des­ de janeiro de 2007, mais de 217 mil pessoas

Jovem Cidadão 7.917 jovens encaminhados para estágio em 2007 8.317 jovens encaminhados para estágio até agosto/2008

foram colocadas no mercado por meio do PAT. No Programa de Apoio à Pessoa com De­ ficiência (Padef), a situação é um pouco dife­ rente. O projeto é desenvolvido em parceria com organizações não-governamentais (ONGs), instituições de ensino e empresas. São feitas orientações para as organizações sobre todo o procedimento referente a seleção, contratação e adaptações necessárias. E há ainda o programa Jovem Cidadão, cujo público-alvo é formado por jovens entre 16 e 21 anos. A idéia é inserir o estudante no mercado de trabalho, garantindo-lhe um estágio remunerado em sua área. O programa, que já ofereceu estágio a mais de 7 mil jovens este ano, é administrado pela Sert em conjunto com duas secretarias, a da Educação e a de Desenvolvimento. o 2008 setembro SPnotícias

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divulgação

Investimentos 544 empreendimentos estão em andamento em todo o Estado, em maior número na região metropolitana de São Paulo e regiões de Campinas e Presidente Prudente Desde janeiro de 2007, foram entregues

9.437 unidades habitacionais

A CDHU prevê a entrega de um total de 135.840 unidades habitacionais até 2010

Conjunto habitacional de Embu

De casa nova

CDHU muda projeto de casas e apartamentos para proporcionar mais conforto a moradores; algumas plantas passaram de dois para três quartos Após um ano e meio de muitos projetos, a Companhia de De­ senvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) ini­ciou obras com plantas mais modernas. Os novos em­ preendimentos têm como finalidade proporcionar maior qualidade de vida aos moradores. Parte das mudanças foi feita com base nas reivindicações dos morado­ res dos conjuntos habitacionais. Uma delas era o pedido constante de apar­­­ tamentos e casas com três dormitórios. Antes o máximo eram dois. As famí­ lias reclamavam da falta de espaço para separar os filhos homens das mulheres ou então para abrigar o ido­

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so, o avô ou a avó. A reivindicação foi atendida e, conseqüentemente, a área útil amplia­da de 42 para 58 me­ tros quadrados. Atualmente, 35 mil das 70 mil unidades que estão em andamento já têm a metragem maior e o terceiro quarto. O pé-direito das unidades também ficou mais alto, passou de 2,4 para 2,6 metros. “O ambiente ficou mais ilumi­ nado e mais arejado”, explica o di­retor técnico da CDHU, João Abukater Neto. Outra mudança aponta­da por ele é o piso, antes entregue no cimen­ to e, agora, invariavelmente fina­lizado com azulejos antes de as chaves se­ rem entregues aos proprietários.

O que mudou O pé-direito foi alterado de 2,4 metros para 2,6 metros, o que possibilitou mais ventilação nos imóveis Foram instalados aquecedores solares nos imóveis, o que vai gerar uma economia de 30% de energia elétrica

Fonte: Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)

SPhabitação

Unidades com três dormitórios, e não apenas dois quartos. Nesses imóveis, o tamanho passou de 42 m2 para 58 m2 Todos os apartamentos e casas receberam piso de azulejo Os conjuntos habitacionais são entregues com toda a infra-estrutura externa: água, luz, esgoto, asfalto e numeração das casas As casas são todas muradas

Abukater Neto diz que os novos projetos foram feitos com a integra­ ção de várias secretarias, como a do Meio Ambiente e a dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Com o apoio da primeira e a assessoria técnica do Instituto de Pesquisas Tecnológi­ cas (IPT), chegou-se à conclusão de que as novas edificações deveriam obedecer ao mínimo do que estabe­ lece o protocolo ambiental estadual assinado entre a Secretaria de Meio Ambiente e a CDHU no ano passado. Usar o mínimo de madeira possível, substituindo-a por material metálico na estrutura do telhado, por exemplo. Nos projetos consta também o reú­ so da água, com o reaproveitamento da água da chuva. Além disso, estão sen­do instalados aquecedores solares, que serão responsáveis pela redução de 30% do consumo de energia elétri­ ca nos conjuntos habitacionais. A CDHU já destina 7% dos apar­ tamentos para receber adaptações pa­

ra o deficiente físico e o idoso. Des­de o início do ano, estão sendo constru­ ídas 300 unidades de acordo com o desenho universal, projetadas para receber o deficiente físico ou o ido­ so. As medidas do desenho universal nos apartamentos e nas casas possi­ bilitam que o imóvel seja adaptado a qualquer momento. Assim, os cor­ redores e portas são mais largos para que seja possível passar uma cadeira de rodas, as pias são mais baixas para facilitar a manipulação do cadeirante, as caixas de luz, interruptores e cam­ painhas também são mais baixas. No que se refere à qualidade de vida, os novos projetos prevêem mais individualidade aos moradores. Casas que antes eram “coladas” umas nas outras ganharam muros. E, atualmen­ te, a CDHU não entrega mais imóveis sem a infra-estrutura completa, com água encanada, ligação de esgoto e de energia elétrica, asfalto nas ruas e numeração nas casas. o 2008 setembro SPnotícias

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SPbauru DIVULGAÇÃO

Vocação ecoturística

CARACtERíStiCAS dA REgião Sabino

Promissão Guaiçara

Governo investe em ensino técnico para exploração ecológica na região de Bauru; investimentos também são direcionados à saúde e ao saneamento

Getulina

Lins Pongaí Cafelândia

Uru

Iacanga Balbinos Itaju Pirajuí Reginópolis Arealva Bariri Bocaina Avaí Boracéia Presidente Alves Itapuí Jaú Bauru Pederneiras Duartina Dois Córregos Piratininga Barra Bonita Lucianópolis Cabrália Mineiros Macatuba Paulista do Tietê Ubirajara Agudos Igaraçu Paulistânia Borebi do Tietê

Guaimbê

Guarantã

Região Administrativa de Bauru

Estado

(%)

39

645

6,04

Municípios População (2007) PIB (2005) PIB per capita (2005) IDH (2000)

Sistema de tratamento de esgoto por lagoas de estabilização, em Iacanga

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A Região Administrativa de Bauru é exemplo de tratamento de esgoto. O governo do Estado investe no programa Água Limpa e na construção de estações de tratamento de esgoto (ETEs) para o tratamento dos dejetos. Atualmente, 97% do es­ goto é coletado nos 39 municípios que compreendem a região. Desse índice, 47% são tratados. Com os investimen­ tos na área, até o fim de 2009, 60% dos dejetos recolhidos serão tratados. No Brasil, o índice de tratamento de esgoto coletado é de 12%, e a média do Estado de São Paulo é de 65%.

SPnotícias setembro 2008

Bauru é apoio para a maioria das ci­ dades da região e é também onde estão localizados os hospitais de referência. Na cidade está sendo construído um ambulatório médico de especialidades (AME); outro será feito em Lins. Um dos investimentos mais importantes do governo está na educação tecnológica, na abertura de duas unidades da Fa­ tec, em Bauru e Lins, e no lançamento de um curso na unidade de Jaú. A região de Bauru tem 16.105 quilô­ metros quadrados e 93,4% da popula­ ção moradora na área urbana, segundo dados da Fundação Seade de 2002.

Saúde

Um dos maiores investimentos do go­ verno do Estado na região de Bauru é direcionado à área da saúde. Duas unidades do Ambulatório Médico de Especialidades atenderão à demanda reprimida de consultas na região. Um dos AMEs está em obras em Bauru, no antigo espaço do ambulatório de especialidades, e sua conclusão está prevista para dezembro. No novo am­ bulatório será possível atender 30 mil pacientes por mês. “Nossa maior procura é por orto­ pedista, endocrinologista e dermato­

1,054 milhão

41,029 milhões 2,57

R$ 12,255 bilhões

R$ 727 bilhões 1,69

R$ 11.785

R$ 17.977

65,5

0,807

0,814

logista. Depois de passar pela con­ sulta, temos outro problema, o de dar conta dos exames solicitados pelos médicos”, diz o diretor do Departa­ mento Regional de Saúde de Bauru, Carlos Alberto Macharelli. Segundo ele, esse problema também será so­ lucionado com a instalação do AME. Uma empresa será responsável por administrar todo o sistema do ambu­ latório com o compromisso de reduzir as filas de espera. O gerenciamento do AME de Bau­ ru será realizado por uma organização social ligada à Faculdade de Medici­ 2008 setembro SPnotícias

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FONTE: FUNDAÇÃO SEADE

Lençóis Paulista


DIVULGAÇÃO

bauru

Cadeiras para o atendimento de hemodiálise no Hospital Estadual de Bauru

TRANSPORTES Obras de duplicação da Rodovia Bauru– Marília, a SP-294 (Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros) Extensão: 31,94 quilômetros Investimento: R$ 190 milhões

n

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SPnotícias setembro 2008

Fontes: Secretarias da Educação, da habitação e dos transportes

SANEAMENTO Programa Água Limpa Construção de emissários de esgoto e de estação elevatória e sistemas de lagoas de estabilização para tratar 100% do esgoto das cidades: g

n

Investimento total de 2007 a junho de 2008: R$ 13,282 milhões

2.819 unidades estão em obras 86% serão entregues até 2010 14% até o primeiro semestre de 2011 Investimento: R$ 61,3 milhões

g

n

EDUCAÇÃO n Construção de 12 salas de aula na EE Jd. Padre Augusto Sane e projeto de construção de outras oito salas no terreno do Jd. Pires de Campos 2. Ambos em Jaú, em parceria com a prefeitura. Conclusão: setembro/2008 n Construção de oito salas de aula no terreno do Jd. Bela Vista, em Promissão. Parceria com a prefeitura. Conclusão: dezembro/2008 n Construção de uma sala de aula no terreno da Aldeia Teregua e outra no terreno da Aldeia Ekerua. Ambos em Avaí. Conclusão: outubro/2008 Criação de 2.205 vagas n Construção da EM Prof. Alberto Arradi, em Barra Bonita (convênio com a prefeitura) Concluída: agosto/2008 n Reformas de escolas

HABITAÇÃO De 2007 a setembro/2008 foram entregues 365 unidades habitacionais Investimento: R$ 6,91 milhões

investimentos

na da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu. “Essa parceria já prevê o número de consultas, exames e outras intervenções que devem ser cumpridas por determinação contra­ tual”, diz o diretor Macharelli. Segundo ele, o AME de Lins, cujas obras co­ meçarão no início do ano que vem (a área ainda não está definida), também vai aumentar o aten­ dimento naquele município. As consultas vão chegar a 15 mil por mês. Bauru é referência para quase todos os pro­ cedimentos médicos da região e é onde está instalado o Hospital Estadual. Até o ano passa­ do, uma das maiores carências da região era de leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI), déficit que foi reduzido com o aumento de vagas no Hospital de Base de Bauru, que é convenia­ do ao Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, o governo do Estado investiu 1,5 milhão de reais em obras no hospital, o que sig­ nificou 15 leitos a mais. Atualmente, a cidade tem 308 leitos, sendo que 67 são de UTI. “Con­ seguimos esse número aumentando o convênio que temos com outros hospitais da região. É a chamada vaga virtual, que está disponível ao pa­ ciente quando necessário”, explica o diretor. Ma­ charelli diz que a alta demanda se concentra em Bauru. “Muitas vezes, temos vagas em municí­ pios vizinhos, como Promissão, mas os pa­rentes

dos pacientes evitam a transferência por conta da distância que têm de percorrer para a visita.” Esse desgaste com longas viagens acabará tam­­bém para os pacientes que fazem tratamento de hemodiálise. No fim do ano, será inaugurado o Centro de Hemodiálise do Hospital Estadual de Bauru. A princípio, serão atendidas 80 pes­ soas, metade da capacidade, que será aumen­ tada paulatinamente. “Muitos dos pacientes atualmente têm de se deslocar para Botucatu e Lins”, explica o diretor. Outra parte usa os serviços do Hospital de Base, que não dá conta de toda a região. Fica em Bauru ainda o Centro de Reabili­ tação de Anomalias Craniofaciais da Universi­ dade de São Paulo (USP), que é referência no país todo. Crianças com lábio leporino ficam internadas no hospital durante meses para ci­ rurgias e tratamentos com fonoaudiólogos. O governo do Estado liberou 21 milhões de reais ao Centrinho, como é conhecido o hospital da USP. O investimento é para a construção de um prédio de 11 andares e criação de 200 leitos. Atualmente são feitos 800 procedimentos por mês, número que será triplicado. Todo o geren­ ciamento do hospital é feito pela universidade.

Educação

Tendo em vista o amplo mercado na área da

n

n

n

n

Bariri Capacidade para atender 42,7 mil habitantes 80% da obra executada. Conclusão: dezembro/2008 Investimento: R$ 5,932 milhões Guaiçara Capacidade para atender 13 mil habitantes 57% da obra executada. Conclusão: dezembro/2008 Investimento: R$ 2,185 milhões Iacanga Capacidade para atender 12 mil habitantes 77% da obra executada. Conclusão: dezembro/2008 Investimento: R$ 2,714 milhões Cafelândia Aguardando documentação para assinatura de convênio Previsão de entrega: fim de 2009 Investimento convênio: R$ 3,229 milhões Itapuí Convênio assinado. Em licitação. Previsão de entrega: fim de 2009 Investimento convênio: R$ 2,894 milhões Pirajuí Convênio assinado. Em licitação. Previsão de entrega: fim de 2009 Investimento convênio: R$ 2,978 milhões Reginópolis Aguardando documentação para assinatura de convênio Previsão de entrega: fim de 2009 Investimento convênio: 1,153 milhão

Construção civil e montagem de ETE para tratar 100% do esgoto de: n Igaraçu do Tietê Capacidade para atender 25 mil habitantes 93% da obra executada. Conclusão: dezembro/2008 Investimento: R$ 2,970 milhões

Repasse de verba para a prefeitura de Getulina: R$ 396 mil

2008 setembro SPnotícias

fonte: departamento de águas e energia elétrica (daee)

investimentos

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bauru INVESTIMENTOS

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SPnotícias setembro 2008

Operários trabalham em obras do conjunto habitacional de Cabrália Paulista

DIVULGAÇÃO

saúde na região, o Centro Paula Souza lançou neste semestre o curso “Tecnologia em saúde – modalidade projetos, manutenção e operação de aparelhos médico-hospitalares”, na nova Fa­ culdade de Tecnologia (Fatec) de Bauru. “A cidade tem importantes hospitais para aten­dimento à macrorregião de Bauru. Os equi­ pamentos têm tecnologia de ponta e, muitas ve­ zes, os hospitais ficam à mercê dos fabricantes ou têm de preparar um profissional que não existe ainda no corpo de funcionários”, afirma o coordenador de Ensino Superior do Centro Paula Souza, Ângelo Luiz Cortelazzo. Segundo o coordenador, o curso já existe na Fatec de Bo­ tucatu e foi bem-aceito. O curso é de saúde, mas também altamente tecnológico, ligado à microeletrônica. “É ne­ cessário ter conhecimento biológico e, ao mes­ mo tempo, interesse tecnológico. O aluno vai aprender a aferir e consertar aparelhos sofisti­ cados”, diz o diretor. Em Lins, a nova Fatec estreou com o cur­ so de Tecnologia em informática – ênfases em banco de dados e rede de computadores. “Esse é um curso que qualquer região comporta e que costuma ter muita procura. Na capital, o de análise de sistemas é o mais procurado pelos estudantes”, afirma Cortelazzo. E o terceiro curso lançado dentro do Plano de Expansão de faculdades de tecnologia neste se­mestre na região foi o de Meio ambiente e re­ cursos hídricos, com o objetivo de utilizar o Rio Tietê como atração ecoturística. Naquela região, a 300 quilômetros da capi­ tal, o Tietê já está mais limpo por conta da água que desemboca nele por meio dos afluentes. O rio não passa em Jaú, onde está a Fatec, mas em

municípios vizinhos como Boracéia e Borbore­ ma. Um de seus afluentes é o rio que passa por Jaú e que leva o mesmo nome do município. “Queremos fazer em Jaú o mesmo que Bro­ tas, cidade pioneira no ecoturismo. Trabalho que foi financiado pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e que colaborou para propa­ gar uma consciência ecológica naquela região”, explica o coordenador do Centro Paula Souza.

Saneamento

O curso voltado ao meio ambiente inaugurado na Fatec de Jaú vem em boa hora. A Região Administrativa de Bauru é exemplo de trata­ mento de esgoto. Atualmente, dos 97% de es­ goto coletados, 49% são tratados, e esse índice deve saltar para 60% até o fim de 2009, com a conclusão de obras que estão em andamento. O programa estadual Água Limpa, de cons­ trução de emissários e sistemas de tratamento, tem contribuído para o aumento de coleta e de tratamento de esgoto na Região Administrati­ va de Bauru. “Nossa prioridade é tirar o esgoto in natura dos rios e fazer o desassoreamento

dos cursos de água, os dois fatores que causam a degradação dos rios”, diz o diretor regional do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) da Bacia do Baixo Tietê, Lupercio Zi­ roldo Antonio. Segundo ele, a região tem solo arenoso, o que facilita o processo de erosão e o assoreamento. O programa Água Limpa, da Secretaria de Sa­ neamento, atende a municípios com até 30 mil habitantes que não são operados pela Sabesp ou por outras empresas privadas. Uma forma de resolver a questão da coleta e do tratamento de esgoto em cidades que não têm recursos para investir em obras tão dispendiosas, como as de emissários de esgoto e a construção de estações de tratamento. Em geral, o governo do Estado se responsabiliza pelas obras e as prefeituras ofe­ recem as áreas para a construção das estações. Para fazer as obras, a Secretaria de Sanea­ mento e Energia, que inclui o Daee e a Sabesp, conta com verba da Secretaria da Saúde. Recur­ so empregado em obras que possam colaborar para a redução dos índices de doenças de veicu­ lação hídrica. o

CENTRO PAULA SOUZA Inauguração de duas Fatecs: n Fatec de Bauru Abertas 80 vagas – 40 à tarde, 40 à noite. Curso: Tecnologia em Saúde – Mo­da­lidade Projetos, Manutenção e Operação de Apare­lhos Médico-Hospitalares. Início das aulas: setembro/2008. Investimento: R$ 500 mil n Fatec de Lins Abertura de 80 vagas – 40 à tarde, 40 à noite Curso: Tecnologia em Informática – Ênfases em Banco de Dados e Rede de Computadores. Início das aulas: setembro/2008. Investimento: R$ 500 mil Ampliação da Fatec de Jaú Abertura de 40 vagas à tarde Curso: Meio Ambiente e Recursos Hídricos Início das aulas: setembro/2008 Investimento: R$ 2,5 milhões (em licitação) SAÚDE Construção de nova unidade do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP de Bauru, o Centrinho Investimento: R$ 21 milhões (licitação em execução). Criação de 200 leitos Construção de dois ambulatórios médicos de especialidades (AMEs) n AME de Bauru 30 mil consultas por mês Conclusão: dezembro/2008 n AME de Lins 15 mil consultas por mês Governo avalia local para a instalação da unidade Construção do Centro de Hemodiálise do Hospital Estadual de Bauru Investimento: R$ 2 milhões Capacidade de atendimento: 160 pacientes/mês Inauguração: dezembro/2008 Em maio, foram criados 15 leitos de UTI no Hospital de Base de Bauru Investimento: R$ 1,5 milhão

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FONTEs: centro paula souza e SECRETARIA ESTADUAL DA SAúde

Nova Fatec de Bauru abriu com curso de tecnologia em medicina hospitalar

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SPbastidores

Financiamento sem burocracia Com dez anos de existência, Banco do Povo Paulista oferece crédito para pequenos empreendedores do Estado Começar um negócio ou fazer um investimento nem sempre é uma tarefa fácil. Às vezes, a simples melhora no visual da empresa ou a compra de mais equipamentos para au­ mentar a produção exige um capital que o pequeno empreendedor não possui. É justamente para solucionar esse tipo de problema que existe o Banco do Povo Paulista (BPP), programa que comemorou dez anos de existência em agosto. É mantido pelo governo do Esta­ do em parceria com as prefeituras des­ de 1998. “Destina­se a pequenos em­ preendedores formais e informais”, diz o diretor­executivo do Banco, Antônio Sebastião Teixeira Mendonça. O serviço de financiamento do Ban­ co do Povo é um dos menos burocráti­ cos disponíveis atualmente. O processo começa quando o pequeno empresário solicita o dinheiro ao banco. Há vários tipos de linhas de crédito (veja quadro). No primeiro momento, o interessado apresenta mais de um orçamento do que deseja adquirir para o seu negócio. Por exemplo, um dentista que precisa de uma cadeira nova deve apresentar o preço de pelo menos duas marcas. Algumas outras exigências são feitas ao solicitante. Ele deve ter necessaria­ mente o negócio há mais de seis meses

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SPnotícias setembro 2008

Linhas de financiamento Pessoa física Capital de giro (até 12 parcelas mensais) e investimento fixo (até 24 parcelas mensais). De R$ 200 até R$ 5 mil n Início de negócio. De R$ 200 até R$ 1 mil n

Pessoa jurídica/ jurídica/agronegócio e mi­ cro empreendedor individual (mei) Capital de giro (até 18 parcelas mensais) De R$ 200 até R$ 5 mil n Investimento fixo (até 36 parcelas mensais). De R$ 200 até R$ 7,5 mil n Início de negócio. De R$ 200 até R$ 5 mil n

associações e cooperativas Capital de giro e investimento fixo De R$ 200 até R$ 25 mil n Início de negócio De R$ 200 até R$ 7,5 mil n

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bastidores Passo-a-passo

1 2

3 4

1 O taxista Gilberto apresenta propostas para agente de crédito do BPP Vila Mariana. Seu interesse é comprar um kit de gás natural para seu táxi 2 Levantamento de Viabilidade Ecônomica. Agente de crédito treinada verifica todos os dados do taxista, inclusive a utilidade do produto que ele deseja comprar

e morar ou estar instalado comercial­ mente há mais de dois anos no municí­ pio onde será realizada a negociação. Além disso, “o faturamento bruto dos últimos 12 meses deve ser de até 150 mil reais”, afirma Mendonça. O tipo de financiamento – capital de giro ou investimento fixo – é defi­ nido de acordo com a necessidade de quem requisita. Cada proposta é ana­ lisada cuidadosamente pelos agentes do banco que visitam o local de traba­ lho do solicitante. “Fazemos um levan­ tamento de­talhado da pessoa. Princi­ palmente de seus bens e do histórico de pagamento”, diz o diretor. De volta à central, os agentes lan­ çam todos os dados no computador e fazem simulações que determinam o total de dinheiro que pode ser finan­ ciado e a quantidade de parcelas de pagamento. Assim, uma pessoa que

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requisitou 3 mil reais po­­de ter libera­ do apenas 1,5 mil. “O juro é de 1% ao mês. Adotamos o critério de que a parcela não pode comprometer mais do que 5% da renda”, diz Mendonça. Após a liberação pelo computador, é a vez de o Comitê de Crédito do Município deliberar sobre o financia­ mento. Participam da reunião repre­ sentantes da Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho, do Banco Nos­ sa Caixa e da prefeitura local. Somente com o aval do comitê é liberado o cheque – que é emitido em nome do fornecedor, não de quem so­ licitou, para que o dinheiro não seja desviado, explica Mendonça. O taxista da capital Gilberto da Costa Tavares, 59 anos, foi um dos beneficiados com o financiamento do Banco do Povo Paulista no início do ano. Com o dinheiro, comprou um

3 Após a aprovação do crédito, o cliente volta ao BPP para retirar as parcelas. A organização acredita que a figura do carnê ajuda a baixar a inadimplência 4 Sem burocracia. Todo o processo demorou pouco mais de uma semana e Gilberto conseguiu melhorar suas condições de trabalho

kit de gás natural veicular (GNV). O financiamento foi de 3,3 mil reais. O processo para que Gilberto con­ seguisse o financiamento demorou pouco mais de uma semana. Ele paga parcelas mensais de 201 reais. Ele diz que seus gastos com com­ bustível eram de cerca de 1,5 mil reais por mês. Após a instalação do kit, pas­ sou a gastar 600 reais “Se somar com as parcelas do financiamento, dá uns 800 reais. Estou eco­nomizando quase 700 reais por mês”, afirma. Segundo o diretor-executivo Men­ donça, a reação satisfatória e positiva do taxista é a mesma dos outros clientes do Banco do Povo, o que garante uma inadimplência de apenas 1,2% de to­ dos os recursos emprestados. “Quando você investe no cidadão que necessita de amparo, ele retribui honrando os compromissos assumidos.” o

uma década de banco Em agosto, o Banco do Povo completou dez anos de existência. Nessa década, foram realizados mais de 168 mil financiamentos, somando um valor aproximado de 498 milhões de reais de empréstimos. Em 2007, foram 21,3 mil empréstimos, num total de 72 milhões de reais. Neste ano, até junho, foram 12,1 mil contratos e 45 milhões de reais financiados. Entre os profissionais que mais pedem financiamento estão costureiras, jardineiros, eletricistas, artesãos, sapateiros e cabeleireiras. A média dos financiamentos concedidos é de 2.951 reais. A meta do programa é emprestar mais 500 milhões de reais até 2013. Isso significa conceder em cinco anos o mesmo valor disponibilizado em dez anos. Atualmente, 435 municípios são atendidos pelo programa, uma abrangência de 89% da população do Estado.

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Bruno Miranda

SPperfil

Pelos trilhos

Com experiência de 31 anos, o ferroviário José Carlos Nascimento supervisiona máquinas e maquinistas na Estação da Luz Todo dia às 5h15, José Carlos Nascimento pega um trem em Mogi das Cruzes, cidade onde mora, em direção à Estação da Luz, no centro de São Paulo. Nascimento é supervisor de tração da Compa­ nhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), tem permissão para viajar na cabine do maquinista, mas faz ques­ tão de viajar uma hora e 15 minutos em um vagão, junto aos passageiros. “Faço isso para saber quais as difi­ culdades que encontram e em que podemos melhorar nossos serviços.” Por sua dedicação e 31 anos de ex­ periência, Nascimento foi escolhido entre profissionais do país todo como ferroviário­padrão, prêmio entregue em fevereiro pela Revista Ferroviá­ ria. Colou a capa da publicação em um painel ao lado de sua mesa, na Estação da Luz, onde trabalha des­ de 24 de janeiro de 1977, quando foi admitido como auxiliar de maquinista da antiga Rede Ferroviária Federal. Desde 1985, ocupa o cargo de supervisor de tração. Hoje, aos 51 anos, integra uma equipe de 13 fun­ cionários da CPTM responsável por manter a ordem nas Linhas 7­Rubi (Luz–Jundiaí) e 10­Turquesa (Luz– Rio Grande da Serra) da rede me­ tropolitana de trens. Os supervisores elaboram as escalas de turno dos condutores, atendem às ocorrências, realizam pequenos reparos nos trens

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“Tenho permissão para viajar na cabine, mas prefiro ir no vagão com os passageiros”

avariados e estão sempre de prontidão caso precisem substituir algum dos 236 maquinistas que percorrem essas duas linhas, pelas quais circulam 700 mil pessoas diariamente. Um dos principais desafios enfren­ tados pelo supervisor ocorreu em 2002, quando a parte inferior da Estação da Luz foi reformada. Os trens operavam em apenas uma das quatro vias que funcionam atualmente. “Éramos qua­ tro maquinistas e tínhamos apenas dois trens para fazer os trajetos até o Brás e a Barra Funda só por uma via”, lembra ele. Além de supervisionar as linhas, Nscimento também é um dos encarre­ gados de entrevistar e treinar as novas gerações de maquinistas e procura deixar bem claro o que ocorre no co­ tidiano. “O condutor trabalha em ho­ rários diferentes: hoje está entrando no turno da noite, amanhã na hora do rush. Ele não pode deixar a rotina to­ mar conta, para não desviar a atenção de nada”, aconselha. Em dias tranqüilos, o supervisor chega a sua casa por volta das 19 horas. Mas, quando há ocorrências, já avisa a mulher que não tem hora para chegar. “Já me perguntaram por que não fui trabalhar na Linha 11, mais perto de onde moro. Mas eu criei um ambiente de trabalho muito bom aqui na Luz. A distância para mim não é problema.” Nada que os trens não resolvam. o

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SPo estado em números Centro Paula Souza Escolas Técnicas (Etecs) Ensino técnico

29.037

Faculdades de Tecnologia (Fatecs)

Ensino médio

Ensino superior tecnológico

Nota fiscal Paulista

45 29

13.288 7.961

4.170

Lei seca

27

374.577

Número de unidades

33.987

Fundação casa

1

estabelecimentos

novas unidades desde 2007

bafômetro para cada

1,3 bilhão

A meta é atingir

km de rodovia

100

64

de cupons emitidos

7.155

79

até 2010

bafômetros para a Polícia Rodoviária

Beneficiados em jun/08 Vagas em 2007

Vagas para o 2º semestre de 2008

Vagas em 2007

Poupatempo

Vagas em 2008

Vagas no 1º semestre de 2007

Estradas Rurais

1.757 km

27.899.763

recuperados pelo “Melhor Caminho” desde jan/2007

atendimentos em 2007

Vagas para o 2º semestre de 2008

2007

pessoa jurídica + pessoa física

Acessa SP de usuários cadastrados

3.584

computadores espalhados pelo Estado

2006 621.682

2007 671.386

181.812.687

225.468.354

Obras novas Reforma de escolas

SPnotícias setembro 2008

61,3

Novas salas de aula Valor investido (R$)

Novos bafômetros para 2007

79,7

305,5

96,5

Linha 5-Lilás A via que atende à zona Sul da capital passou a funcionar aos domingos e feriados em julho. Logo no primeiro domingo de circulação comercial, foram registrados mais de 29 mil passageiros

desde 2007 51 716,09 milhões 497 356,974 milhões

298

para o interior

102

para a capital

Metas dos planos de expansão Passageiros/dia (em milhões) 91

89*

83

Valor investido (R$)

302,7

Estações

*Em reformas, incluem-se reformas em geral, de pequeno porte, pintura, ampliação, adequação e substituição

46

260,7

253,2

409

postos em 355 municípios

Educação Escolas

55%

em atendimento nos hospitais da capital

Extensão do Metrô e da CPTM

60,2

Hospitais Estaduais

Atendimentos laboratoriais

queda de

pessoas convocadas desde janeiro de 2007

é o valor total distribuído

Mais de

Novas unidades da CDHU desde jan/2007

Internações

96.451

165.091.920,27

Em quilômetros

10.522

atendimentos até jul/2008

bafômetros para a Polícia Militar

1,4 milhão

Habitação

18.801.357

51

Frente de trabalho

6.790.060

2008

65

91

84 3,6

65

54

2,7

2,7

3,3

3,8

4,4 3,3

1,5

2006

2010

2012

2014

2006

2010

2012

2014

*Cerca de 2/3 das estações serão novas ou reconstruídas e as outras, remodeladas

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SPagenda MAC

O novo espaço do Museu de arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MaCUSP) já está com a maquete pronta. A mudança para o atual prédio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), na capital, deve ocorrer em um ano, em setembro de 2009. O projeto original do prédio é do arar quiteto Oscar Niemeyer, que o redesenhou para essa nova finalidade. A nova sede será vizinha do Museu de Arte Moderna (MAM), do Museu Afro-Brasil, do

Prédio da Bienal, da Oca e do Auditório Ibirapuera. O prédio de nove andares do MAC será ligado ao Parque do Ibirapuera por uma ampla rampa externa. A administração do Detran vai ocupar o atual prédio da Subprefeitura da Sé, na Avenida do Estado. Os serviços ao cidadão serão descentralizados. Maquete do novo prédio do MaC, no atual espaço do Detran

2009, a Linha 2-Verde estará com todas as composições equipadas com câmeras de monitoramento. As outras linhas do Metrô terão os equipamentos instalados a partir de 2010. As Linhas 1-Azul e 3-Vermelha receberão as câmeras à medida que forem sendo modernizadas.

DIA DO SARESP

Em 26 de agosto, as 5.537 escolas estaduais pararam para o Dia do Saresp e Idesp. Previsto no calendário escolar, o objetivo era destinar o dia para que todos os profissionais da educação estudassem uma forma de melhorar o aprendizado dos alunos com a intenção de que atinjam as metas estipuladas no início do ano. Professores, diretores, supervisores e dirigentes de ensino se reuniram em horários predefinidos pelas escolas para pensar no rumo das turmas matriculadas.

PLATAFORMA

CARTELAS COLORIDAS

A Secretaria de Estado da Saúde começou a distribuir em agosto quatro medicamentos para hipertensão e diabetes com cartelas de cores diferenciadas. As cores das embalagens são: branco (propranolol), rosa (digoxina), lilás (glibenclamida), verde (hidroclorotiazida) e alumínio (captopril). A mudança ocorreu para maior segurança na administração dos medicamentos, principalmente para usuários idosos que utilizam as drogas diariamente. Os remédios são fabricados pela Fundação para o Remédio Popular (Furp) e distribuídos em estações do Metrô e da CPTM, nas 21 farmácias do Dose Certa.

CÂMERAS NO TREM

Os trens receberão câmeras de monitoramento a partir de fevereiro. A instalação começará pelas Linhas 9-Esmeralda, 10-Turquesa e 11-Coral. No segundo semestre de 2009, os equipamentos serão instalados na Linha 8-Diamante. A previsão é que em 2010 todas as linhas estejam equipadas. Pelo cronograma, as Linhas 7-Rubi e 12-Safira receberão o sistema de monitoramento em junho de 2010.

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TABAGISMO

O governo do Estado encaminhou em agosto um projeto de lei à Assembléia Legislativa que proíbe o fumo em ambientes de uso coletivo e privado. As multas para o descumprimento da lei variam de 220 reais a 3,2 milhões de reais. Caso haja reincidência, o estabelecimento pode ser interditado. A medida tem como objetivo prevenir problemas de saúde relacionados ao tabaco e ao fumo passivo. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, ocorrem 200 mil mortes por ano ocasionadas por doenças ligadas ao fumo. Estima-se que em 2025 serão 10 milhões de mortes causadas por fumo.

CÂMERAS NO METRÔ

Desde o fim do mês passado, o Metrô vem instalando câmeras dentro dos vagões. Os equipamentos têm o objetivo de coibir atos de vandalismo dentro dos trens. São quatro câmeras por vagão. As imagens são transmitidas ao vivo para o Centro de Controle de Segurança e servirão para a identificação de possíveis vândalos. As imagens podem ser vistas ainda pelos operadores, na cabine, facilitando a ação mais rápida dos agentes de segurança. Até

PROGRaME-SE

Desde 25 de agosto, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e o Metrô vem reforçando a Operação Plataforma nas estações de maior movimento durante os horários de pico. Nesses períodos, funcionários orientam os passageiros sobre os comportamentos mais adequados de embarque e desembarque nas composições. A operação será reforçada em seis linhas da CPTM e em três do Metrô, de segunda a sexta-feira das 7 às 9 e das 17 às 19 horas.

CÓRNEA

A Secretaria Estadual da Saúde zerou em agosto a fila para o transplante de córneas na capital, Grande São Paulo e no litoral. As três regiões são responsáveis por cerca de 50% das córneas captadas no Estado. É a primeira vez na história de São Paulo que isso ocorre, e as cirurgias já podem ser realizadas com data e hora marcada. Em agosto, o número de transplantes empatou com o número de pacientes inscritos na Central de Transplantes. Foi uma relação aproximada de 6,3 inscritos para seis transplantes. O aumento dos transplantes é resultado do aprimoramento da captação de córneas. A parceria entre a Secretaria da Saúde e o Banco de Olhos de Sorocaba foi iniciada em 2005. O banco é o mais capacitado do país e reforçou o trabalho das organizações de procura de córneas (OPC) que já atuavam na Grande São Paulo. Há um ano, a espera para transplante de córneas em São Paulo era de 5,2 meses.

FOTOS:DIVULGAÇÃO

O qUE fOI nOTÍCIa

MIS O Museu da Imagem e do Som (MIS) apresenta desde o início de setembro a mostra itinerante de videoarte latino-americana Videografías Invi Invisibles. A mostra é composta por 41 trabalhos de artistas do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Porto Rico, Venezuela e Uruguai. A mostra é inédita no país e pode ser conferida no site www.mis-sp.gov.br. www.mis-sp.gov.br A programação vai até até o dia 5 de outubro, de quarta a domingo, das 11 às 21 horas, e é gratuita. O MIS fica na Avenida Europa, 158, Jardim Europa, na capital. Informações: (11) 2117-4777. PROJETO GURI O Projeto Guri inicia no dia 12 de setembro a segunda temporada de aulas-espetáculo. A proposta do circuito é apresentar vários gêneros musicais e durante as apresentações incentivar os alunos a interagir com o espetáculo. Nesta temporada, o repertório incluirá chorinho, samba, jazz, flamenco, ritmos cubanos e bossa nova, misturados com música clássica e músicas do folclore brasileiro. O projeto estará em Presidente Prudente com o Trio Carapiá nos dias 12 e 13, às 16 horas, no Teatro Municipal Procópio Ferreira; em São José dos Campos com o Quarteto Brasileiro de Violões no dia 19, no Cine Santana, às 11 e às 16 horas; e em Araçatuba com a Banda Mantiqueira nos dias 26 e 27, no Teatro Unip, às 16 horas. A programação continua até novembro e é aberta ao público.

2008 setembro SPnotícias

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SPagenda O que foi notÍcia As quatro obras roubadas da Estação Pinacoteca em junho voltaram a ser expostas no museu no dia 26 de agosto. 1 Mulheres na Janela (1926), de Di Cavalcanti; 2 Casal (1919), de Lasar Segall; 3 Minotauro, Bebedor e Mulheres (1933) e 4 O Pintor e seu Modelo (1963), de Pablo Picasso, foram avaliadas em 1 milhão de dólares. As obras haviam sido roubadas e foram recuperadas pela polícia paulista. As quatro voltaram a integrar a exposicão Acervo da Fundação Nemirovsky: O Olhar do Colecionador. A Estação Pinacoteca fica no Largo General Osório, 66, na Luz. Aberta de terça a domingo, das 10 às 18 horas. Bilheteria até as 17h30. Entrada: R$ 4 e R$ 2 (meia), grátis aos sábados. Informações: (11) 3337-0185.

Impressão Distribuição

PreMedia & PrePress

Serviços Editoriais

R. Dr Rubens Meirelles, 71 - Barra Funda - S o Paulo - SP - Fone: 3871 7300 - www.voxeditora.com.br

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SPnotícias setembro 2008

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