Revista SP Notícias No. 05

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SPnotícias ANO 1 l NÚMERO 5

Patrimônio verde Programa de Recuperação Socioambiental revitalizará a Serra do Mar

Educação capacita 50 mil professores

Billings terá lei para proteção de mananciais

Madrugada agitada nos túneis do Metrô

Pesquisadores inovam na maneira de ensinar


editorial

A recuperação da Serra do Mar Desde 2007, o governo do Estado se comprometeu a impedir novas invasões na Serra do Mar e evitar que a vegetação fosse mais comprometida do que já está. E a evitar também que o Rio Cubatão, que fica no pé da serra e é responsável pelo abastecimento de água de 70% da população da Baixada Santista, ficasse ainda mais poluído. Porém, apenas o impedimento da expansão da população local na área de Cubatão não é suficiente para resolver o problema. Por isso, o governo do Estado iniciou o Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar, que, em uma primeira etapa, fez o mapeamento da população local e o levantamento do perfil das famílias. Feito isso, a segunda fase do programa agora se preocupa em proporcionar condições de moradia para as 5 mil famílias que serão removidas e dar infra-estrutura para as outras 2 mil famílias que permanecerão na serra. Esse é o tema de capa da edição de outubro de SPnotícias. O bem-estar e as boas condições de infra-estrutura para moradia também são destaque no programa Onda Limpa, que chega ao litoral norte com a proposta de aumentar a coleta e o tratamento de esgoto em quatro municípios. A área social é abordada ainda na reportagem sobre o programa Virada Social, que tem resultado em índices positivos nos bairros da capital paulista onde foi adotado. Queda da criminalidade e aumento da auto-estima das populações locais são alguns dos benefícios que o programa está conseguindo levar aos moradores do Jardim Elisa Maria, bairro de São Mateus e Jardim Alba. Na reportagem sobre o interior, na região de Campinas, a criminalidade também é combatida com o investimento em segurança. A região de Campinas recebe do governo do Estado investimento em ensino técnico e tecnológico para atender à demanda crescente dos 90 municípios. Outro investimento está na área de transportes, com a reforma e recuperação de estradas. Nos transportes metropolitanos, o Corredor Metropolitano Noroeste tirou os ônibus urbanos da estrada e garantiu mais segurança aos passageiros. O tema é ampliado em entrevista com o secretário José Luiz Portella, que explica como a expansão do transporte sobre trilhos pode melhorar a qualidade do transporte coletivo, com a redução do intervalo entre os trens e mais conforto. Esses são alguns dos destaques desta edição. Boa leitura e até a próxima edição. SPnotícias

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BRUNO MIRANDA

SPsumário

Ano 1 | Nº 5 | 2008 11.000 exemplares Distribuição estadual

Governo do Estado de SÃo Paulo Governador José Serra Vice-governador Alberto Goldman

Secretaria Estadual da Administração Penitenciária Antônio Ferreira Pinto

6 ENTREVISTA

Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento João de A. Sampaio Filho

José Luiz Portella fala sobre Plano de Expansão sobre trilhos

Secretaria Estadual da Assistência e Desenvolvimento Social Rogério Pinto Coelho Amato Secretaria Estadual da Casa Civil Aloysio Nunes Ferreira Filho

20 ONDA LIMPA

Secretaria Estadual da Casa Militar Coronel PM Luiz Massao Kita

Programa de saneamento básico chega ao litoral norte

Secretaria Estadual de Comunicação Bruno Caetano Secretaria Estadual da Cultura João Sayad

24 BILLINGS

Secretaria Estadual de Desenvolvimento Alberto Goldman

Nova lei dá parâmetros para regu­ larização urbana em manancial

30 VIRADA SOCIAL

Projeto dá nova cara a bairros periféricos e reduz criminalidade

rodrigo marcondes

Educação qualifica 50 mil professores

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Secretaria Estadual da Educação Maria Helena Guimarães de Castro

CAPA

Programa recupera a Serra do Mar

Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho João Francisco Aprá Secretaria Estadual de Ensino Superior Carlos Alberto Vogt Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Turismo Claury Santos Alves da Silva Secretaria Estadual da Fazenda Mauro Ricardo Machado Costa

filipe redondo

26 CAPACITAÇÃO

Secretaria Estadual de Economia e Planejamento Francisco Vidal Luna

Secretaria Estadual da Gestão Pública Sidney Beraldo Secretaria Estadual da Habitação Lair Alberto Soares Krähenbühl

32 CAMPINAS

Secretaria Estadual da Justiça e Defesa da Cidadania Luiz Antônio Marrey

Governo investe em recupe­­ração de estradas e em ensino técnico e tecnológico

Secretaria Estadual do Meio Ambiente Francisco Graziano Neto Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência Linamara Rizzo Battistella Secretaria Estadual de Relações Institucionais José Henrique Reis Lobo

48 O EsTado

Secretaria Estadual de Saneamento e Energia Dilma Seli Pena

em Números

Secretaria Estadual da Saúde Luís Roberto Barradas Barata

50 Aconteceu

Secretaria Estadual da Segurança Pública Ronaldo Augusto Bretas Marzagão Secretaria Estadual dos Transportes Mauro Arce Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos José Luiz Portella

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SPnotícias

BASTIDORES A vida noturna no Metrô

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PERSONAGENS Doutores ensinam deficientes de forma descontraída

A revista SPnotícias é uma publicação men­sal do Governo do Estado de São Paulo, distribuída gratuitamente. Seu conteúdo é informativo e sua venda é proibida. www.saopaulo.sp.gov.br Sugestões para a revista pelo e-mail: revistaspnoticias@sp.gov.br CTP, impressão e acabamento: Edição concluída em outubro

SPnotícias

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Fotos:Léo caobeli

SPentrevista

Expansão com qualidade

Em 2010, serão 240 quilômetros de trilhos com qualidade de metrô Em quatro anos, o governo do Estado vai quadruplicar a extensão do transporte com qualidade de metrô. Essa é a meta da Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos. Com o Plano de Expansão, os 61 quilômetros de trilhos atuais do Metrô passarão a ser 240 quilômetros em 2010. Além disso, o secretário José Luiz Portella diz que os trens estão sendo trocados ou reformados e as duas frotas – Metrô e CPTM – ampliadas. As es-

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SPnotícias

tações de trem também estão sendo reformadas. Tudo para atender à demanda de passageiros e atrair os motoristas de carros parti­cu­lares para o transporte coletivo. Para isso, o plano compreende não só o transporte de qualidade como al­ternativas para retirar os carros das ruas, a construção de bolsões e também o empréstimo de bicicletas. Esses e outros assuntos são detalhados pelo secretário na entrevista a seguir.

SPNotícias: O que é o Plano de Ex­­pansão? José Luiz Portella: É o plano do go­verno para o transporte sobre tri­­­lhos e pneus na região metropolitana de São Paulo que envolve Metrô, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). Em 2010, teremos 240 quilômetros de trilhos com qualidade de metrô. Em 40 anos, foram feitos 61 quilômetros de Metrô e em quatro anos vamos quadruplicar esse número, contando com CPTM e Metrô. Outra novidade é o Metrô Leve, nova forma de transporte que é muito parecida com o Metrô, mas que transporta menos gente e normalmente é de superfície. Uma forma de transporte que se aplica nas extremidades do Metrô. É muito mais barato de ser feito e mais bonito, corre pelo gramado e pode ter em seu percurso parques infantis, quadras de futebol, contribuindo para melhorar a qualidade de vida local. Vamos iniciar o processo de criação das linhas do Metrô Leve, sempre em lugares mais afastados, ligando-os, como já disse, às extremidades do Metrô. O Metrô transporta 40 mil, 45 mil passageiros por hora por sentido; o Metrô Leve transporta de 15 mil a 30 mil pes­soas por hora por sentido. Gasta-se na construção do Metrô Leve um terço do valor do Metrô, ou até menos.

SP: O que será construído e o que será transformado, considerando o que já existe? Portella: Vamos entregar em 2010 de 22 a 25 quilômetros do Metrô tradicional. Outros 160 quilômetros de linhas da CPTM (a companhia tem 260 quilômetros) serão transformados em metrô de superfície, que chegará a 22 municípios da região metropolitana de São Paulo. Há cinco requisitos que caracterizam o metrô de superfície. Primeiro, confiabilidade. Segundo, o intervalo entre trens deve ser igual ou menor do que cinco minutos. Terceiro, trem de qualidade. Quarto, estação de qua­lidade. E, quinto, um sistema de si­nalização que garanta segurança ao controlar a mobilidade dos trens. Vamos colocar trens com 15 metros de distância. Atualmente, estão separados por 150 metros no Metrô e 450 metros na CPTM. Para fazermos essa mudança, precisamos comprar mais trens e ter esse sistema de sinalização que co­manda o trem. Esse conjunto de medidas está previsto para 2010.

O secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella

SP: Quantos trens serão comprados e quantos reformados? Portella: Estamos comprando 107 trens novos para CPTM e Metrô e vamos reformar toda a frota de Me­trô das Linhas 1 e 3, as mais antigas – a Linha 1-Azul (Ja­ba­ quara–Tucuruvi), de 34 anos, e a Li­nha 3-Vermelha (Corinthians/ Ita­quera–Palmeiras/Bar­ra Funda), com 29 anos. Na CPTM acontecerá o mesmo, ou seja, vamos reformar 79 trens. Alguns ficarão prontos na nossa gestão, outros serão entregues depois. SPnotícias

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SPentrevista

“Precisamos restringir o uso do carro e podemos viabilizar viagens mais curtas” SP: Com o novo padrão do metrô de superfície, o motorista está aderindo ao transporte coletivo? Portella: Pouco, porque ainda não há acessibilidade. A CPTM tinha uma imagem ruim; com as melhorias, essa imagem não se justifica mais. Outra questão é a falta de estacionamento. Estamos criando esses acessos. A Linha 9-Esmeralda, por exemplo, que já tem trens novos e estações modernas, vai ter um bolsão no Villa-Lobos. O motorista deixa o carro no estacionamento e pega o trem para ir trabalhar. No fim da tarde, faz o inverso. SP: Onde serão esses bolsões? Portella: Vamos ter, até o fim do ano, um próximo da Estação Imigrantes, na Linha 2-Verde, e outro em Itaquera, na Linha 3-Vermelha. É um piloto que vai começar devagar. Vamos chegar a dez bolsões no Metrô e pelo menos meia dúzia na CPTM. Precisamos restringir o

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carro e podemos viabilizar viagens mais curtas. Em vez de o motorista viajar 16 quilômetros, ele trafega apenas 4 até a estação do Metrô mais próxima, onde estaciona num bolsão e vai de Metrô trabalhar. Assim, ele faz apenas um quarto da viagem que fazia com o carro. SP: O que constatou a última pesquisa de origem-destino, que acabou de sair? Portella: Pela primeira vez em 40 anos, há mais gente andando de transporte coletivo do que de carro. As pessoas arrumaram emprego, têm dinheiro e pegam condução. Se não respondermos a isso, o caos vai ser total, vai aumentar ainda mais o número de veículos nas ruas e ainda assim o transporte coletivo vai ficar muito saturado. Vamos deixar mais dois projetos do Metrô licitados. Um é o trecho de Vila Prudente–Penha, na Linha 2-Verde – que vai descongestionar a Linha 3-Vermelha, a linha mais congestionada do mundo, onde te­­ mos 8,5 passageiros por metro qua­drado, número que tem de cair para 6 ou 6,5 passageiros por metro quadrado –, e deixar os projetos da Linha 6-Laranja (Freguesia do Ó– São Joaquim) licitados.

SP: Como estão as reformulações das estações de trem? Portella: Estamos construindo seis e entregamos nove (Jurubatuba, Au­­­tódromo, Primavera/Interlagos e Grajaú na Linha 9-Esmeralda; e USP Leste, Comendador Ermelino, Jardim Helena/Vila Maria, Itaim Paulista e Jardim Romano na Linha 12-Safira), todas com qualidade de metrô. A reforma de todas está prevista num grande projeto em estudo. SP: Quantos trens serão comprados pelo governo? Portella: No Metrô, são 47 trens. Já compramos 17, estamos adquirindo mais 16 e virão mais 14. Na CPTM, são 60. Nossa meta era comprar 99. Vamos superar esse número, chegando a 107. SP: O Plano de Expansão prevê a construção de corredores? Portella: Prevê o corredor Gua­ru­ lhos–São Paulo. Guarulhos é a segunda maior cidade do Estado. Há uma relação muito forte entre Guarulhos e a zona Norte de São Paulo, na área do Tucuruvi. Muita gente mora lá e trabalha em Guarulhos. Vamos ter também um corredor no Brooklin, pelas Avenidas Cupecê, João de Lucca, Vicente Rao e Luís Carlos Berrini. SP: Há uma tendência de que a bicicleta seja um novo modal? Portella: Sim, isso será uma realidade. Hoje a bicicleta está as­ sociada à economia com transpor­ te, mas, à medida que formos in­centivando, será uma alternativa. Inauguramos a primeira ci-

clovia com 6 quilômetros fora de parques, na Radial Leste, e serão 12 quilômetros nos próximos meses. Lançamos o projeto MetroCiclista, com o empréstimo de bicicletas. Estamos com oito bicicletários (Guilhermina/Esperança, Corinthians/Itaquera, Car­rão, Sé, Vi­­­la Mariana, Paraíso, Anhanga­ baú e Marechal Deodoro). A me­ ta é chegar até 16. Vamos fazer ciclovias ao longo das linhas do Metrô. A pessoa pega a bicicleta e devol­­­ve em bicicletários ou em qualquer estacionamento em que a empresa de seguros Porto Seguro tenha convênio. SP: Há projetos previstos para a Baixada Santista? Portella: Vamos fazer um grande Metrô Leve em Santos, que passará por onde existe o trilho do trem. Vamos derrubar o muro e fazer uma inserção urbana. Pela primeira vez, Santos não ficará dividida. O Metrô Leve vai ligar os municípios vizinhos de Santos e São Vicente. o SPnotícias

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Fotos: rodrigo marcondes

SPcapa

A cidade e a serra

Programa do Estado prevê o maior reassentamento de famílias da história. Em Cubatão, iniciativa ajudará na revitalização da Mata Atlântica na Serra do Mar

Entrada do Cota 95. Casas em risco serão retiradas e local será urbanizado

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Recuperação ambiental e social, esse é o objetivo do Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar, projeto criado pelo governo do Estado de São Paulo em 2007. O desafio é árduo: recuperar grande parte da área verde do Parque Estadual da Serra do Mar (Pesm). Para isso, cerca de 5 mil famílias residentes em bairros na encosta da serra no município de Cubatão serão reassentadas em novos bairros, fora dessas áreas. Segundo o coordenador do projeto, coronel Elizeu Eclair Teixeira, a retirada das famílias será feita de maneira digna. “Vamos respeitar a qualidade de vida do indivíduo que está lá dentro”, afirma.

SPnotícias

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capa

Todo o lixo produzido nestas casas vai parar no Rio Cubatão

Casas consolidadas no Cota 95. Alguns moradores estão no bairro há mais de 30 anos

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Com a ação, a floresta terá suas funções hidrográficas recuperadas e haverá uma redução significativa do esgoto despejado no Rio Cubatão, responsável pelo abastecimento de água de cerca de 70% da população da Baixada Santista. Atualmente, o Pesm é o maior cor­redor biológico restante da Mata

Atlântica. São mais de 315 mil hec­ tares no Estado de São Paulo, com­ preendendo um total de 23 muni­ cípios. Para controlar e proteger o parque, existe um Plano de Manejo, criado em 2006. No plano, foram defi­ nidas 11 áreas prioritárias para ações emergenciais. O Núcleo Itutinga-Pi­ lões – onde está inserido o município

de Cubatão – é o ponto mais crítico no que se refere a pressões ambien­ tais. O grande problema é a ocupação irregular do solo. Cerca de 23 mil pessoas residem dentro do perímetro do Pesm ou em áreas de pressão do parque. São os bairros-cota 95, 100, 200, 400 e 500 (levam esse nome por causa de sua

altura em relação ao nível do mar), Água Fria, Pilões e Sítio dos Quei­ rozes. Segundo a gestora do Núcleo Itutinga-Pilões do Parque da Serra do Mar, Adriane Tempest, o maior impacto ambiental causado pela ocu­ pação irregular é a contaminação dos mananciais às margens do Rio Cuba­ tão. “Todo o lixo e o esgoto dessas ca­ sas vão para o Rio Cubatão”, afirma. A flora também sofre as conseqüên­ cias da devastação da mata com o aumento das ocupações. A ocupação na encosta desestabiliza o solo e há risco de deslizamentos. A fauna não passa incólume a essa situação. O parque possui um grande número de espécies endêmicas, ou seja, animais que só existem naquela determinada região e condições climáticas. A única solução para a recupera­ ção total do parque é a transferên­ cia das famílias. Segundo Adriane, na situação de compactação de solo em que se encontra a região, se não houver uma interferência humana, a floresta não vai se recompor, mesmo com a retirada das famílias que vi­ vem lá. “Para que o solo volte ao nor­ mal, vamos retirar esse material que foi colocado lá e substituir partes de terra”, explica Adriane Tempest.

Cadastro

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) ini­ SPnotícias

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capa

Retirada de mato das encostas da serra aumenta o risco de deslizamentos

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ciou em maio deste ano um cadas­ tramento de todos os residentes nos bairros da região. O levantamento identificou 7.831 edificações, entre re­­sidências, comércio, serviços e tem­ plos religiosos. A estimativa é que 7,5 mil famílias residam no local, das quais cerca de 5 mil deverão ser reas­ sentadas em novos bairros. O primeiro passo do programa foi realizar um congelamento da ocupa­ ção das encostas. Em abril de 2007, um contingente formado por 76 ho­ mens e 11 viaturas do Pelotão de Poli­ ciamento Ambiental mais 54 homens e sete viaturas da Polícia Militar da área passou a monitorar os bairros 24 horas, evitando novas ocupações. Além do levantamento, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) rea­ lizou o estudo topográfico da re­gião. “Com o estudo do IPT foi possível verificar os setores de risco e as edifi­ cações que devem sair e quais podem ficar”, afirma o coodenador do proje­ to, coronel Eclair. As famílias retiradas serão deslo­ cadas para outros bairros existentes no município: Bolsão 7, Bolsão 9 e Jardim Casqueiro. O número de uni­ dades construídas pela CDHU é tão grande que serão novos bairros. Três mil casas já estão em processo de li­ citação. “As pessoas não serão man­ dadas para debaixo da ponte”, afir­ma o coronel. Segundo a superintendente de Pro­ jetos Especiais da CDHU, Maria Te­ reza Soares Silveira, as unidades se­ guem o padrão novo da companhia. A distribuição das unidades obede­ cerá a critérios flexíveis de escolha. “Prefiro que a escolha das unidades obedeça a critérios discutidos com as comunidades locais. Por exemplo:

famílias vizinhas ou com laços de pa­ rentesco poderão permanecer juntas nas áreas de reassentamento”, diz. Todos os detalhes foram pensados. Algumas unidades terão como opção a abertura de um comércio ou serviço na parte de baixo da residência: são as unidades mistas. As áreas das casas que serão pre­ servadas nos bairros-cota 200, 100 e 95 e no Pinhal do Miranda serão ur­ banizadas de acordo com um plano de sustentabilidade geotécnica, para que não ofereçam riscos aos morado­ res. “Vamos oferecer à prefeitura um código de obras específico”, diz Ma­ ria Tereza. Todas as casas deverão obedecer a um recuo de 30 metros da Rodovia Anchieta. Também de­ verá ser guardado um segundo recuo de 15 metros de cursos d’água (dre­ nagens naturais), além do respeito

Edifícios construídos seguirão os novos padrões da CDHU

ao espaço de segurança das linhas de alta tensão. Atualmente, a travessia dos mo­ radores é feita perigosamente pela Rodovia Anchieta. O projeto prevê a construção de um viaduto e de uma passagem de nível para garantir a se­ gurança dos pedestres e veículos. No levantamento, foram identifi­ cados cerca de 800 chefes de família que trabalham fora de Cubatão, o que possibilitou a oferta de unidades ha­ bitacionais em outras cidades da Bai­ SPnotícias

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capa Entenda o projeto

Entenda o projeto Área com risco geotécnico

Área com risco geotécnico

Casas que serão removidas

Casas que serão removidas

Áreas de reflorestamento Recuo das drenagens naturais

Áreas de reflorestamento Recuo das drenagens naturais

Edificações em risco

Edificações em risco

Edificações que serão preservadas

Edificações que serão preservadas

Pinhal do Miranda

Grotão

xada Santista. “No caso das unidades construídas em Cubatão, acredito que as primeiras famílias se mudarão ­no começo de 2010”, estima o coronel. Por fim, é necessário recuperar a floresta degradada. O projeto prevê a recuperação da biodiversidade da flora da região, principalmente do palmito-juçara. Serão plantadas cer­ ca de 40 mil mudas da flora original do Parque da Serra do Mar, além da criação do Jardim Botânico de Cuba­ tão, o que deve ajudar no estímulo à educação ambiental.

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SPnotícias

Conscientização

Grande parte das famílias que moram na serra tem residência consolidada na região. Não é raro entrar em algum desses bairros e encontrar casas de alvenaria com acabamento impecá­ vel e garagem. A conscientização sobre os riscos geotécnicos (deslizamentos e desmo­ ronamentos) do local tem sido o prin­ cipal trabalho da equipe que coorde­ na o programa. Para a superintendente de Projetos Especiais, a resistência inicial encon­

trada entre os moradores é natural. “Existem pessoas que nasceram lá, há uma insegurança”, afirma Maria Tereza. Por isso, ela montou equipes sociais que estão atuando dentro dos bairros. “Temos agentes trabalhando na conscientização das pessoas. Sen­ timos que a maioria já aceita a idéia de sair de lá”, explica. Dentro dos bairros, as opiniões di­ vergem. Para o morador do bairro-co­ ta 200 Wellington Ribeiro da Silveira, a aceitação é difícil porque existe um enraizamento cultural da população.

“Não há uma aceitação imediata de que o Parque Estadual precise ser re­ cuperado”, afirma. Além disso, para o morador, a grande quantidade de dúvidas sobre o projeto gera medo na população. Para ajudar na conscientização, os executores do projeto têm realizado reuniões periódicas com a prefeitu­ ra e com moradores, além de cursos de educação ambiental. A iniciati­ va parece estar surtindo resultados, mesmo entre as pessoas que devem ser transferidas. O aposentado e líder SPnotícias

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capa

Mesmo estando entre os que saem, Ademir é a favor do projeto de recuperação

co­munitário Ademir Ribeiro da Silva é favorável ao projeto. “Tem muita gente que montou casas estruturadas, mas não sabe que o solo pode ruir a qualquer momento”, afirma.

História da Mata Atlântica

Rio Cubatão será um dos principais beneficiados pela recuperação da Serra do Mar

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SPnotícias

Antes de ser colonizado, o Brasil os­ tentava um enorme conjunto de for­ mações florestais, que se estendia por uma faixa de 1,2 milhão de quilôme­ tros do Rio Grande do Sul ao Piauí, cortando 17 Estados brasileiros: a Mata Atlântica. Para que ela serve? A Mata Atlân­ tica contribui para a manutenção dos recursos hídricos disponíveis nas lo­ calidades em que está inserida, regu­ lando o fluxo dos mananciais e asse­ guram a fertilidade do solo, além de ajudar a controlar o clima e proteger as encostas das serras. A floresta abrange nada menos do que sete bacias hidrográficas do país. Estima-se que mais de 110 milhões de pessoas vivam nessas regiões.

Noventa e três por cento da Mata Atlântica foi devastada. Os motivos são diversos e antigos, como a extra­ ção do pau-brasil e o exaustivo culti­ vo de monoculturas como o café e a cana-de-açúcar. o

PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR Criação: 30 de agosto de 1977 Cidades: Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebas­tião, Bertioga, Cubatão, Santos, São Vi­­­cente, Praia Grande, Mongaguá, Ita­­­­nhaém, Peruíbe, Cunha, São Luís do Paraitinga, Natividade da Serra, Paraibu­na, Salesópolis, Biritiba-Mirim, Mogi das Cr­u­ zes, Santo André, São Bernardo do Campo, São Paulo, Juquitiba e Pedro de To­ledo Espécies catalogadas: n 373 aves n 111 mamíferos n 144 anfíbios n 46 répteis

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IP/ImagePlus

SPonda limpa

Limpeza no litoral Norte Segunda etapa do programa Onda Limpa vai beneficiar 3,5 milhões de pessoas na região

O governo do Estado lançou em agosto o Onda Limpa no litoral norte. O programa de sanea­ mento da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sa­ besp) é o maior do país e está na sua segunda fase. A primeira começou em 2007 na Baixada Santista, onde a coleta de esgoto já alcançou o ín­ dice de 62% e a meta é que atinja a marca de 95% até 2011. No litoral norte, atualmente, apenas 30% da população tem saneamento básico (são 383 quilômetros de rede de cole­ ta de esgoto, tratado na totalidade) e o objetivo é que esse número chegue a 85% até 2012. O programa todo prevê um investi­ mento de 1,588 bilhão de reais. Serão beneficiados 3,5 milhões de pessoas, contadas a população residente e a flutuante do litoral do Estado. O primeiro passo no litoral norte foi

Inauguração da ETE Porto Novo foi o primeiro passo dado com a inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Porto No­ vo, em Caraguatatuba, que somou um investimento de 21 milhões de reais. Também estão previstas obras em Paúba, que fica no município de São Sebastião, em Ilhabela e na região de Ubatuba. Todos os cálculos de obras e custos são feitos pela média de dados da população local, mais a freqüência de turistas durante o ano. Uma proje­ ção para que o sistema não fique ocio­ so na maior parte dos meses de baixa temporada, mas que também dê conta do turismo no verão, especialmente nos picos de réveillon e carnaval.

O qUe Será feItO Caraguatatuba

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SPnotícias

São Sebastião

Ubatuba

101,6 mil pessoas

27,9 mil pessoas

82,6 mil pessoas

170,7 mil pessoas

Beneficiados(*)

272,3 mil pessoas

50,2 mil pessoas

125,4 mil pessoas

230,9 mil pessoas

Coleta de esgoto

36%

5%

44%

30%

Metas

85%

69%

86%

73%

Investimentos

R$ 70,4 milhões

R$ 23 milhões

R$ 63,5 milhões

R$ 83 milhões

Obras

206 quilômetros de rede coletora, coletortronco, interceptores e emissários, cerca de 11 mil ligações domiciliares, 47 estações elevatórias e uma estação de tratamento

Um emissário submarino com a estação de bombeamento acoplada, a 38 metros de profundidade e com 900 metros de extensão total, 42 quilômetros de rede coletora, coletortronco, interceptores e emissários, com mais de 3 mil ligações domiciliares, 15 estações elevatórias e duas de tratamento

53 quilômetros de rede coletora, coletortronco, interceptores e emissários, mais de 3,4 mil ligações domiciliares, 44 estações elevatórias, sete de tratamento, ampliação do precondicionamento e prolongamento do emissário submarino do Araçá em 449 metros

89 quilômetros de rede coletora, coletortronco, emissários, mais de 9 mil ligações domiciliares, 42 estações elevatórias e cinco de tratamento de esgoto Fontes: sabesP e sead

Praia de Ilhabela, que será contemplada pelo projeto

Ilhabela

População

* soma oma da população residente e população flutuante

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gIlberto marQues

onda limpa

estação de tratamento Porto Novo, em Caraguatatuba

Sabesp fará ligações de esgoto, coletores-tronco, emissores e ETEs De acordo com o superintendente da Unidade de Negócio Litoral Norte da Sabesp, Benedito Felipe Oliveira Costa, as intervenções exigem cuida­ dos específicos por se tratar de uma área de proteção ambiental. As obras de coleta e tratamento de esgoto são dificultadas pela topografia plana nas proximidades da praia, o que exige a construção de estações de bombea­ mento (diferentemente de áreas de relevo, em que a possibilidade de es­ gotos correrem por ação da gravidade

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é maior), e os lençóis freáticos são próximos da superfície. Segundo o engenheiro, obras em regiões como essa, onde há morros e serras e superfície plana próxima da orla, são mais complexas, os custos são mais altos e o licenciamento am­ biental torna­se mais difícil. Nos quatro municípios, a Sabesp vai fazer redes de ligações domici­ liares de esgoto, construções de co­ letores­tronco, emissários e estações elevatórias e de tratamento. Segundo o engenheiro sanitarista Reynaldo Young, atual superinten­ dente regional da Sabesp na Baixada Santista, há dez anos existe um plano diretor de coleta e tratamento de es­ goto na Baixada, região da primeira etapa do programa, que é seguido

pelo governo do Estado inclusive para obtenção de financiamentos in­ ternacionais em programas de recu­ peração ambiental. Young lembra que a Baixada San­ tista é uma região metropolitana. “Em todos os nossos projetos temos de considerar questões como morta­ lidade infantil, transporte, telefonia, empreendimentos que formam a in­ fra­estrutura em geral.” A Baixada também conta com especificidades de regiões turísticas, com picos de maior afluxo, “da mesma forma que Rio de Janeiro e Salvador”, exemplifica o en­ genheiro. “Precisamos pensar nesse afluxo e ainda nos indicadores de bal­ neabilidade das praias, por exemplo, lembrando que o turismo resulta em geração de emprego e de renda.” A região projeta o futuro pensando no potencial proporcionado pelo tu­ rismo. Simultaneamente, as obras de saneamento básico ajudam na cons­ cientização da educação ambiental da população local, detalhe que a pró­ pria Sabesp faz questão de ressaltar. A Baixada Santista tem 2,7 mil qui­ lômetros quadrados de área e é forma­ da pelos municípios de Cubatão, Ber­ tioga, Guarujá, Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, com 82 praias em 162,5 quilômetros. Tem 1,6 milhão de mo­ radores, mas na alta temporada, o número salta para 2,95 milhões. Da mesma maneira, o litoral norte, com a implantação do Onda Limpa, poderá ficar mais estruturado para receber os turistas na alta temporada. “A nossa grande busca é a univer­ salização do sistema de coleta e de tratamento de esgoto até 2011”, diz o Reynaldo Young, salientando a viabi­ lidade da meta. o

PrOgraMa Onda lIMPa Municípios

População

Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente (Baixada Santista), São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba (litoral norte)

1,86 milhão de pessoas residentes, mais 1,64 milhão flutuantes

Investimentos r$ 1,588 bilhão (R$ 1,28 bilhão em coleta e tratamento de esgoto e R$ 308 mil em abastecimento de água)

financiamento Japan Bank International Cooperation (JBIC), com contrapartida da Sabesp e financiamento do BNDES

Meta para rede de esgoto De 62% de atendimento para 95% na Baixada Santista, de 30% para 85% no litoral norte

OBraS Baixada Santista n 1.175 km de redes coletoras/coletores-tronco/emissários n 120.424 ligações domiciliares n 101 Estações Elevatórias de Esgoto (EEEs) n 7 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) n Emissários submarinos de Santos e Praia Grande litoral norte 860 km de redes, coletores-tronco, interceptores e emissários n 25.700 novas ligações domiciliares n 100 estações elevatórias de esgoto (execução e reforma) n 15 estações de tratamento de esgotos n 1 estação de precondicionamento (EPC) e emissário submarino em Ilhabela, melhoria e ampliação da EPC + emissário submarino do Araçá em São Sebastião n

Obras complementares em fase de licitação No Sistema de Esgotamento Sanitário de Paúba (São Sebastião) e no Sistema de Esgotamento Sanitário de Ubatuba: n 12,5 km de rede coletora n 580 ligações domiciliares n 10 estações elevatórias n 5.002 m de linhas de recalque n 2.239 m de coletores-tronco n 232 m de travessias Ilustração: serI

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SPbillings

Billings dentro da lei

Lei Específica da Billings foi encaminhada para a Assembléia, e o governo do Estado quer aprovação até o fim do ano

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cada uma foi estabelecida uma meta de redução da quantidade de polui­ ção. O fósforo foi adotado como padrão para medir o nível de poluição no re­ servatório, uma vez que a substância está presente em diferentes tipos de atividades humanas poluidoras. A meta é reduzir em 70% a quan­ tidade de fósforo despejada dia­ria­ mente no manancial. De acordo com o último índice, medido em 2000, são despejados por dia 1.043 quilos de fósforo no reservatório. Quando a lei for aprovada, esse número deverá cair para 281 quilos por dia. Para conseguir baixar esses níveis de poluição, é preciso regularizar as edificações já existentes. O lote mí­ nimo para a construção foi estipulado em 250 metros quadrados, sendo que cada lote deverá ter uma área verde cultivada obri­gatória para a drena­ gem da água pelo solo, além de estar ligado à rede pública de esgoto, evi­ tando assim o despejo direto dos de­ jetos nas águas da represa. Assim que for aprovada, a lei estipula um prazo de 24 meses para que as atividades existentes no local se enquadrem nos parâmetros urbanísticos e ambientais apresentados no texto. Mais do que o tamanho do lote, o principal fator para impedir novos

Ocupação na beira da Represa Billings divulgação

adensamentos na região será a fisca­ lização. De acordo com o texto, a fis­ calização será feita em conjunto por órgãos estaduais e federais. As pena­ lidades para quem não se enquadrar nos termos da lei são as mesmas apli­ cadas na Lei de Proteção aos Manan­ ciais, que prevê multas de 450 vezes a 220 mil vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir). Cada Ufir vale 1,06 reais. “É importante que os municípios realizem as intervenções necessárias para o cumprimento da lei. Espera­ mos que os prefeitos alte­rem seus planos diretores no que estiver em desacordo com a nova lei”, afirma a coordenadora Fernanda Ban­­deira. A previsão é que o texto seja apro­ vado ainda neste ano. “Sabemos que ainda haverá discussões para altera­ ções nos textos. Estamos abertos a is­ so”, afirma Fernanda. o

cidades atendidas pelA Billings Municípios inseridos no sistema Billings n n n n n n

Diadema Santo André São Bernardo do Campo São Paulo Ribeirão Pires Rio Grande da Serra

Abastecimento 3,9 milhões de habitantes n Diadema n Santo André n São Paulo (Região Sul) n São Bernardo do Campo

o que diz a lei Objetivos n Melhorar a qualidade da água n Manter e ampliar áreas preservadas n Disciplinar e regularizar o uso e ocupação do solo

fonte: secretaria estadual do meio ambiente

O governo do Estado encami­ nhou em setembro à Assem­ bléia Legislativa o projeto da Lei Específica da Billings. O texto regulamenta o reservatório como Área de Proteção e Recuperação de Manan­ ciais. Em conjunto com a Lei Estadual 9.866/97, a Lei de Proteção aos Ma­ nanciais, o texto pretende regularizar a utilização do solo nas margens da Billings e garantir melhor qualidade de água ao reservatório que abastece 4 milhões de pessoas na região metro­ politana de São Paulo. A lei é um projeto antigo do gover­ no do Estado de São Paulo. O texto começou a ser discutido em 2001. Se­ gundo a coordenadora do Projeto Am­ biental Estratégico dos Mananciais da Secretaria de Estado do Meio Am­ biente, Fernanda Bandeira de Me­llo, o resultado do texto final é bastante satisfatório. “Fizemos no texto todas as considerações que julgamos ne­ cessárias”, afirma. Estima-se que cerca de 860 mil pessoas vivam às margens da repre­ sa. A lei não pretende realizar a re­ tirada dessas famílias do local, mas sim regularizar sua situação e impe­ dir novas ocupações. Para atingir o objetivo, o manan­ cial foi dividido em cinco partes. Pa­ra

Metas de redução de carga poluidora De 1.043 kg de fósforo/dia para 281 kg de fósforo/dia Ocupação n Lote mínimo: 250 m² n Taxa de permeabilidade: 15% n Índice de área com vegetação: 8%

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SPcapacitação

50 mil professores mais preparados

Profissionais assistem a videoaulas e participam de fóruns de debates pela internet para trabalhar com os Cadernos do Professor A Secretaria do Estado da Edu­ cação iniciou em setembro um grande programa de capacita­ ção de professores. O plano de ação está em andamento e termina na pri­ meira semana de dezembro. Até lá, serão capacitados 50 mil profissionais dos ensinos fundamental e médio da rede pública estadual. O programa é mais uma etapa das

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medidas que a Secretaria da Educa­ ção vem implantando para alcançar as dez metas de qualidade de ensino traçadas pelo governo do Estado para serem cumpridas até 2010. A capacitação ocorre por meio de videoaulas e fóruns de debate pela internet, mais videoconferências de professores especialistas de cada dis­ ciplina e convidados, para represen­

tantes das 91 diretorias regionais de ensino do Estado. O objetivo é capa­ citar professores para que aprendam a aproveitar da melhor forma possível os Cadernos do Professor, distribuí­ dos por fascículo a cada bimestre. Primeiro, os professores acompa­ nham as videoaulas e integram fóruns de debates e sugestões. Na seqüên­ cia, participam de videoconferências específicas para cada uma das disci­ plinas – no ensino fundamental são oito, enquanto no médio, 12. Especialistas e convidados de ca­

Disciplinas em cada ciclo Ensino fundamental n n n

Português Matemática Ciências

n n n

Inglês Geografia Arte

n n

História Educação Física

Ensino médio n n n n

Português Matemática Física História

n n n n

Química Biologia Filosofia Sociologia

n n n n

Educação Física Arte Inglês Geografia

Programação: www.rededosaber.sp.gov.br e www.educacao.sp.gov.br

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capacitação

As videoaulas são ferramentas para a implantação do novo currículo

da disciplina mostram para os profes­ sores mediadores – representantes de cada diretoria de ensino – as propos­ tas dos Cadernos do Professor. Esses mediadores, que também tiram dú­ vidas e apresentam sugestões, serão agentes multiplicadores nas regiões onde atuam. Valéria de Souza está à frente da Coordenadoria de Ensino e Normas Pedagógicas (Cenp) da Secretaria de Estado da Educação e é com ela que os professores especialistas de cada disciplina se reúnem toda segundafeira pela manhã para avaliação das sugestões recebidas. “Com o programa São Paulo Faz Escola (que inclui a reformulação cur­ ricular da rede), reunimos tudo o que a rede já desenvolvia, as experiências de êxito que vêm desde as décadas de 80 e de 90, e recebemos sugestões de professores que quiseram participar, observando ainda os parâmetros cur­ riculares nacionais. Com isso, passa­ mos a montar nossa primeira versão da nova proposta curricular para o Estado”, afirma a coordenadora. As videoaulas e os fóruns fazem parte das ferramentas para a imple­ mentação dessa mudança curricular e integram um projeto chamado A Rede Aprende com a Rede. Em agosto, a Secretaria da Educa­ ção abriu espaço para que os profes­

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sores interessados preenchessem um formulário eletrônico para participar das videoaulas e dos fóruns. “Tive­ mos 49.888 inscritos. Inicialmente nos preocupamos que pudesse haver resistência, por conta de o processo ser feito pela internet. Mas isso não aconteceu”, informa a coordenadora Valéria de Souza. As videoconferências acontecem da seguinte forma: os professores de cada disciplina se sentam em uma das três salas de transmissão instala­ das na sede da secretaria, no centro da capital paulista, e apresentam su­ gestões para utilizar os Cadernos do Professor. Do outro lado estão os pro­ fessores representantes das diretorias de ensino, que acompanham a pala­ vra de cada um dos colegas na parte aberta às perguntas e sugestões. Eles serão os multiplicadores. Como são três as salas de transmis­ são na sede da Secretaria da Educa­ ção, as videoconferências podem ser simultâneas, tanto de manhã como à tarde. “A adequação do calendário não foi brincadeira”, diz a coordena­ dora Valéria.

Adesão

Luis Fábio Pucci é professor de Fí­ sica e um dos especialistas da Cenp que comanda as videoconferências. Pucci trabalha com educação há 15 anos e conta que está havendo muitas participações nos fóruns. “Nas video­ conferências, os professores apontam tudo o que gostam e o que não gos­ tam”, diz. Segundo ele, o objetivo é apoiar o professor. “Tivemos a proposta curri­ cular, depois os Cadernos do Profes­ sor e agora entramos na terceira fase, que é o curso – com as videoaulas,

fóruns e videoconferências”, explica. Os professores inscritos recebem uma certificação de participação, que vale para sua evolução funcional e, conseqüentemente, para a remunera­ ção do profissional. Em 2009, haverá uma nova inicia­ tiva para capacitação de professores, o programa Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). O projeto deverá criar cerca de 6,6 mil vagas. “Faremos o curso de formação continuada de professores em nível de especialização, com parcerias da Uni­ versidade de São Paulo (USP), Uni­ versidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campi­nas (Unicamp)”, explica a coordenadora Valéria. A previsão é que os cursos comecem em março. o

As 10 Metas do Plano Estadual de Educação 1 Todos os alunos de 8 anos plenamente alfabetizados 2 Redução de 50% das taxas de reprovação da 8ª série 3 Redução de 50% das taxas de reprovação do ensino médio 4 Implantação de programas de recuperação de aprendizagem nas séries finais de todos os ciclos (2ª, 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio) 5 Aumento de 10% nos índices de desempenho dos ensinos fundamental e médio nas avaliações nacionais e estaduais

formação e ao trabalho de coordenadores pedagógicos e supervisores para reforçar o monitoramento das escolas e apoiar o trabalho do professor em sala de aula, em todas as DEs; programa de capacitação dos dirigentes de ensino e diretores de escola com foco na eficiência da gestão administrativa e pedagógica do sistema 9 Descentralização e/ou municipalização do programa de alimentação escolar nos 30 municípios ainda centralizados

10 Programa de obras e infraestrutura física das escolas: garantia de condições de acessibilidade em 50% das escolas, para atender à 6 Atendimento de 100% de­manda dos alunos com da demanda de jovens e deficiência; construção de adultos do ensino médio 74 novas unidades, reforma com oferta diversificada de e ampliação de 77 escolas currículo profissionalizante (417 salas de aula); extinção das salas com padrão 7 Implantação do ensino Nakamura; recuperação e fundamental de nove anos, cobertura de quadras de em colaboração com os esportes; implantação de municípios, com prioridade circuito interno de TV para à municipalização das séries melhorar a segurança em iniciais (1ª à 4ª séries) escolas da Grande São Paulo; 100% das escolas com 8 Utilização da estrutura de laboratórios de informática tecnologia da informação e de ciência; 100% das e Rede do Saber para sa­­las dos professores com programas de formação computadores, impressoras continuada de professores, e ambiente de multimídia; integrados em todas as 5,3 atualização e informatização mil escolas, com foco nos do acervo de todas as biresultados das avaliações; bliotecas das 5,3 mil escolas estrutura de apoio à

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SPvirada social ações do programa São Mateus

Início – junho/2008 Ações

Construção de 13 escolas na região Revitalização urbana, dois locais na região terão ampliação da rede de água e da rede coletora de esgoto n Reforma de quatro Unidades Básicas de Saúde n Curso de dança, artesanato e informática, exposição de artesãos locais e instalação de biblioteca na Casa de Cultura de São Mateus n Implantação de dois núcleos do programa Esporte Social n Construção de unidade de longa permanência para atender 60 idosos n Programas de qualificação profissional e convocação de 670 moradoras da região para o programa Frente de Trabalho n Poupatempo móvel n Operação Saturação (em 48 dias de ação, a polícia vistoriou 14.120 veículos e registrou 112 ocorrências, que resultaram em 86 prisões em flagrante e 21 processos de investigação) n

Acão integrada

Secretarias unem esforços para melhorar qualidade de vida em bairros Vulnerabilidade social. Bairro de São Mateus tem ruas sem asfalto e mal iluminadas

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Inclusão social. Esse é o lema do programa Virada Social, coor­denado pela Se­cretaria da Assistência e Desenvolvimento Social, mas que integra quase todas as secretarias do governo. O objetivo desse projeto é agir em determinados bairros de regiões metropolitanas do Estado onde a vulnerabilidade social é maior. “Esse conceito envolve diversos fatores. Como renda, educação, segurança, saú­de e habitação”, afirma o secretário da Assistência e Desenvolvimento Social, Rogério Amato. “Para diminuir isso, não adian­ta fazer uma ação isolada”, explica. A participação de todas as secretarias é fundamental. Isso evita conflito na execução das ações, como, por exemplo, asfaltar uma rua que será quebrada para a manutenção do encanamento depois.

Atualmente, três áreas estão sendo atendidas. São os bairros da capital Jardim Elisa Maria, São Mateus e Jardim Alba. Segundo dados da Fundação Seade, no Elisa Maria existem mais de 52 mil pes­soas vivendo em condições de vulnerabilidade social muito alta. Em São Mateus esse número é de aproximadamente 43 mil. Apesar de não existir fórmula, o primeiro passo do projeto é sempre o mesmo: a Operação Saturação. Tropas especiais da Polícia Militar são deslocadas até o bairro para diminuir a criminalidade. Em São Mateus, por exemplo, a operação realizou 86 prisões em 48 dias (veja quadro).

Melhorias

Algumas voltas pelas ruas de São Mateus, na zona Leste da capital, e é possível perceber a chamada vul-

FOTOS: filipe redondo

n

Fátima Magalhães numa das escadarias de São Mateus

nerabilidade. O local tem uma série de ocupações irregulares, ruas sem asfalto e pouca iluminação. Na região, a Virada começou há três meses. Para o morador Rubens Luchini, a segurança melhorou muito. “Antes não existia ronda à noite. Agora sempre vemos as viaturas rodando pelo bairro”, afirma. Luchini é comerciante, e sua mulher está completando os estudos no período noturno numa escola estadual próxima à sua casa. “Agora espero por ela mais tranqüilo”, afirma. Para a moradora e presidente do Conselho de Segurança (Conseg) do bairro, Fátima Magalhães, a grande vantagem da Virada é a tentativa de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Professora de geografia, ela está trabalhando no projeto de um livro sobre o bairro com seus alunos. “Está sendo ótimo, o programa trouxe palestrantes da Universidade de São Paulo (USP) e do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran) para a escola, para ajudar na confecção dos livros”, orgulha-se. o

Jardim Elisa Maria Início – maio/2007 Ações

Inauguração de Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) n Ampliação de 60 vagas no CEI Elisa Maria n Coleta seletiva de lixo n Construção da Emef Cel. José Hermínio Rodrigues n Curso profissionalizante para 600 jovens n Despoluição de córrego n Implantação do programa Fábrica de Cultura n Implantação do programa Ação Jovem para 600 adolescentes n Frente de trabalho para 120 trabalhadores n Instalação de Posto Comunitário Móvel n Poupatempo n

Jardim Alba

Início – setembro/2008 n

Operação Saturação em andamento. Ações estão sendo planejadas pelas secretarias

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SPcampinas

Investimentos são direcionados ao ensino profissionalizante, recuperação de estradas e para desafogar a rede hospitalar

Região Administrativa de Campinas Municípios

Estado

(%) 13,95

90

645

População (2007 (2007)

6,032 milhões

41,029 milhões

14,7

PIB (2005)

R$ 110 bilhões

R$ 727 bilhões

15,1

R$ 18.500

R$ 17.977

3*

0,823

0,814

PIB per capita (2005) IDH (2000) (*) A mais que a média do Estado

il ilUSTrAÇÃO: SEri

CARACtERístiCAs dA REgião

FONTE: FUNDAÇÃO SEADE

A evolução de Campinas ArmANDO Arm ANDO AAU UgUSTO

Vicinal, recuperada, que liga Jaguariúna a Santo Antônio de Posse

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A economia na região de Campinas é uma das mais diversificadas de todo o Estado de São Paulo. Compreendida por 90 municípios, sua localização geográfica no Estado foi essencial para seu desenvolvimento econômico, pois permite um fácil acesso aos grandes mercados consumidores. Seus principais produtos são a cana-de-açúcar, laranja, avicultura, suinocultura, horticultura, fruticultura e floricultura. Os investimentos na região são pesados. Uma das novidades neste ano foi o curso de Bioenergia Sucroalcooleira na Fatec de Piracicaba, baseado

na economia da cidade, basicamente canavieira por conta do crescimento do combustível biodiesel no país. Desde de 2007, a região ganhou três Fatecs e três Etecs e ainda receberá seis Etecs até 2010. Nos transportes, os investimentos são direcionados à recuperação das estradas estaduais, rodovias de acesso aos municípios e vicinais. Existem ainda concessões de rodovias maiores, com obras previstas em cada uma delas. A região metropolitana de Campinas ganhou em setembro o Corredor Metropolitano Noroeste, que tirou os ônibus urbanos da Rodovia Anhan-

güera, proporcionando mais segurança ao passageiro que viaja de um município para outro diariamente. Na Saúde, haverá a implantação de Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs), que têm a finalidade principal de desafogar os hospitais, transferindo consultas, exames e cirurgias de menor complexidade para as novas unidades, facilitando o acesso da população aos serviços de média complexidade ambulatorial.

Nas estradas

Os investimentos na malha rodoviária estão sendo feitos em estradas estaduais (as SPs), em acessos que

ligam grandes rodovias às cidades (as SPAs), em estradas vicinais e na reforma e implantação de diversos sistemas que permitirão melhorar o tráfego local. São intervenções em 57 estradas, num total de 186,336 milhões de reais de investimentos do governo do Estado. Para se ter idéia, estão em curso obras de pavimentação, duplicação e recapeamento em 34 estradas vicinais. São 60 milhões de reais para as vicinais, o que resulta em dois fatores: garantia do escoamento das riquezas de São Paulo com maior rapidez e reforço da segurança dos motoristas. Cerca de 50% das obras já estão SPnotícias

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campinas investimentos

Estradas estão sendo recuperadas e algumas delas pavimentadas

SEGURANÇA Recursos para obras R$ 3,5 milhões Reformas e readequações de cadeias e delegacias

Corredor Metropolitano Noroeste tirou ônibus urbanos da Anhangüera

INVESTIMENTOS

Compra de materiais 80 viaturas policiais, armas, sistemas de informática

Todas as unidades subordinadas ao Deinter 2 deverão ter o RDO implantado em meados do ano que vem

TRANSPORTE METROPOLITANO Corredor Metropolitano Noroeste Entrega: final de 2008 Investimento: R$ 150 milhões Municípios beneficiados: Campinas, Hortolândia e Sumaré População beneficiada: 3,5 milhões passageiros/mês O que já foi feito: 33 quilômetros de extensão de corredor; construção dos terminais de Hortolândia e Prefeito Magalhães Teixeira (Campinas); paradas com piso podotátil (com saliências para deficientes visuais) com plataformas de embarque elevadas, rampas, travessias no mesmo nível das calçadas; bicicletários com 100 e 150 vagas; ciclovias; 10 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus; construção da Estação de Transferência Anhangüera, com escadas e três elevadores; reforma do Terminal em Monte Mor O que será feito até o final do ano: Alargamento de viadutos; construção de paradas; construção de passarelas; construção do Terminal Americana; passagem subterrânea para acessar o terminal em Campinas

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Fontes: Secretaria do Estado da Segurança Pública e secretaria dos transportes metropolitanos

A partir do RDO são geradas outras informações: n Infocrim (sistema de geomapeamento estatístico) n Phoenix (identificação criminal de voz, imagens e impressões digitais) n Omega (sistema de investigação policial)

Transporte urbano

Na região metropolitana de Campinas, um investimento destacado é o Corredor Metropolitano Noroeste, cuja primeira etapa foi entregue em setembro. São 33 quilômetros de extensão ligando Campinas a Hortolândia e Sumaré. A grande vantagem é que, com o corredor, os ônibus deixam de passar pela Rodovia Anhangüera e seguem por dentro das cidades. “Dá mais segurança ao passageiro. Na região noroeste são realizadas cerca de 70% das viagens metropolitanas. Além de mais seguras, as viagens são mais rápidas e confortáveis”, afirma o secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella. Com o corredor, 3,5 milhões de passageiros são beneficiados mensalmente. Um investimento de 150 milhões de reais. A região ganhou também dois terminais, o de Hortolândia e o Terminal Prefeito Magalhães Teixeira (em Campinas), e uma estação de transferência na Avenida Lix da Cunha, denominada Estação Anhangüera.

Ensino profissionalizante

Em dois anos, o número de vagas do ensino tecnológico nas Faculdades de Tecnologia (Fatecs) da região de Campinas saltará de 440 para 1,44 mil. Um aumento de 327%, comparando o número de vagas oferecidas em janeiro de 2007 com o que será ofertado no primeiro semestre do ano que vem. A região de Campinas tem a maior concentração industrial do interior do Estado de São Paulo. “É uma das regiões do Estado que mais têm demanda de mão-de-obra qualificada. Além disso, essa demanda é diversifi-

Armando Augusto

terminadas. A previsão é que o restante fique pronto até abril de 2009. Uma das intervenções é a recuperação de 59 quilômetros da Estrada Velha de Campinas (a SP-332). As intervenções começam em Caieiras, passam por Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e chegam a Campinas. A estrada tem grande tráfego local, de moradores desses municípios, com média de 6 mil a 7 mil veículos por dia. A pavimentação da rodovia será total, inclusive no trecho de Vinhedo a Campinas, que era de terra. O acostamento de terra também vai ser pavimentado, com a criação de uma terceira faixa de rolamento nos trechos da estrada onde há subida e construção de rotatórias de acesso às cidades. Nas SPAs, vias que ligam as grandes rodovias aos municípios (como Anhangüera, Bandeirantes e D. Pedro I), estão sendo feitas obras em 12 acessos. Paralelamente às obras, a Secretaria dos Transportes realizou uma série de licitações para concessões de estradas maiores, como a D. Pedro I; a SP-332, que liga Campinas a Conchal; a SP-360, que liga Jundiaí a Itatiba; e a SP-101, de Campinas a Capivari. Dentro do pacote de concessões para a região, entre as obras mais importantes nas estradas estão: prolongamento até Viracopos, construção de marginais e de trevos (anel viário), obras de compensação ambiental, prolongamento até a Bandeirantes e duplicação da Jundiaí–Itatiba. A rodovia D. Pedro I receberá um investimento de R$ 2,410 bilhões em obras de recuperação, sinalização e monitoração em cerca de 300 quilômetros de extensão. O anel viário, por sua vez, está orçado em R$ 161 milhões.

TRANSPORTES SPs Obras: duplicação, criação de terceiras faixas, recuperação de pistas, implantação de barreiras de concreto Estradas beneficiadas: SP-167, Moji Mirim– Mogi Guaçu; SP-95; SP-133, trecho Anhangüera– Cosmópolis; SP-332, trecho de Campinas–distrito de Barão Geraldo (Tapetão); SP-63, em Itatiba; SP-107, da Rodovia Prefeito Aziz Lian ao trecho Santo Antônio de Posse e Artur Nogueira; SP-332, passando por Franco da Rocha, Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas; SP-101; SP-360 SPAs Obras: restauração, recapeamento, pavimentação de pistas e de acostamentos Estradas beneficiadas: SPAs-115; 330; 127/304 (Nossa Odessa–Sumaré); 031/107 (Holambra); 110/330 (Paulínia); 127/340 (Jaguariúna); 082/330 (Valinhos–Fonte Sônia); 70/354 (Jarinu); 53/332 (Várzea Paulista); 148/360 (Serra Negra); 113/008 (Pinhalzinho); 122/065 (trecho entre a Rodovia D. Pedro I e Valinhos) Pró-Vicinais I e Pró-Vicinais II Obras: recuperação e recapeamento em 34 estradas

Investimento total: R$ 186,336 milhões

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Fonte: Secretaria dos Transportes

Ampliação do Registro Digital de Ocorrência (RDO) para cidades com mais de 100 mil habitantes (Bragança Paulista, Atibaia, Indaiatuba, Jundiaí, Várzea Paulista e Mogi Guaçu). Atualmente, o sistema é utilizado em Campinas


campinas INVESTIMENTOS

SAÚDE

CENTRO PAULA SOUZA Novas unidades das Fatecs Ensino tecnológico

JUNDIAÍ

Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Investimento estimado: Obras - R$ 1 milhão Equipamentos - R$ 2 milhões Início do atendimento: (previsão) segundo semestre de 2009 Previsão de atendimento: 23 mil consultas por mês 47 mil exames, incluindo os laboratoriais

n

Fatec Moji Mirim Implantação: 2º sem. 2007 Cursos: Mecânica – Modalidade Projetos e Mecânica de Precisão

Fatec Bragança Paulista Implantação: 2º sem. 2008 Curso: Informática – Modalidade Gestão Financeira e Gestão da Produção Industrial

n

Santa Bárbara d´Oeste / Hospital Dia

(*) Unidade depois será gerenciada pelo governo do Estado

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Fonte: Secretaria do estado da saúDE

Piracicaba / Hospital DIa AME com Unidade Cirúrgica Ambulatorial e Hospitalar Reforma do prédio está sendo feita pela prefeitura (*) Investimento: Equipamentos - R$ 1,5 milhão Início do atendimento: (previsão) começo de 2009 Previsão de atendimento: 400 cirurgias por mês 2,3 mil consultas por mês Rio Claro Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Investimento: Obras – 500 mil (readequação do local) Equipamentos - R$ 2,3 milhões Início do atendimento: (previsão) começo de 2009 Previsão de atendimento: 14 mil consultas por mês 37,4 mil exames, incluindo laboratoriais

Etec de Vargem Grande do Sul

divulgação

AME com Unidade Cirúrgica Ambulatorial e Hospitalar Investimento: Obras - R$ 2,5 milhões Equipamentos - R$ 3,3 milhões Início do atendimento: (previsão) final de novembro de 2008 Previsão de atendimento: 3,2 mil consultas por mês 800 cirurgias por mês 300 procedimentos endoscópicos 350 ecocardiografias 100 litotripsias

cada, quase tanto quanto na capital paulista”, afirma o secretário de Desenvolvimento, Al­ berto Goldman. Desde janeiro de 2007, três Fatecs foram inauguradas na região: a de Moji Mirim (se­ gun­do semestre de 2007), com dois cursos de Me­cânica; a de Bragança Paulista (segundo semestre de 2008), com os cursos de Informática e de Gestão de Produção Industrial; e a de Piracicaba (primeiro semestre de 2008), com o curso de Bioenergia Sucroalcooleira. A região também recebeu Etecs nas cidades de Piracicaba, Vargem Grande do Sul e Itapira. Para abrir novos cursos e novas unidades de Fatecs, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento faz uma pesquisa entre empresários locais, associações comerciais e industriais e prefeituras para verificar os déficits da região. Foi o que ocorreu em Piracicaba, onde foi inaugurado o curso de Bioenergia Sucroalcooleira, uma área que surge com toda a força por conta do crescimento do biocombustível. Nos últimos quatro anos, o plantio de cana-

Três Fatecs foram inauguradas em Moji Mirim, Bragança Paulista e Piracicaba

Novas unidades das Etecs todas oferecem ensino médio e técnico n

Etec Piracicaba Implantação: 2º sem. 2008

Vargem Grande do Sul Implantação: em 2008 Cursos: Alimentos e Informática

n

Etec de Itapira Implantação: 1º sem. 2008 Cursos: Administração e Informática

n

Fatec Piracicaba Implantação: 1º sem. 2008 Curso: Bionergia Sucroalcooleira

n

Unidades previstas para começar a funcionar em 2009 1º semestre (Todas com ensino médio) n Etec Capivari Cursos previstos: Administração, Design e Vestuário, Informática e Química Etec Monte Mor Cursos previstos: Administração, Informática e Logística

n

Etec Nova Odessa Cursos previstos: Administração, Contabilidade, Design de Vestuário e Segurança do Trabalho

n

2º semestre n Etec Campo Limpo Paulista Cursos previstos: Enfermagem e Instrumentação e Equipamentos Industriais Etec Mogi Guaçu Cursos previstos: Contabilidade, Eletrotécnica, Automação Industrial e Logística

n

Etec Várzea Paulista Cursos previstos: Contabilidade, Informática, Química e Segurança do Trabalho

n

Fonte: Centro Paula Souza

investimentos

Investimento total: R$ 6 milhões

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campinas

Milton MICHIDA

AMEs devem desafogar hospitais estaduais de Sumaré e da Unicamp

POUPATEMPO Poupatempo Jundiaí Área: 2 mil metros quadrados Local: Av. União dos Ferroviários, Centro (Complexo Fepasa) Inauguração: prevista para o 1º semestre de 2009 Capacidade de atendimento: 2,5 mil por dia, 55 mil por mês Investimento: aproximadamente R$ 30 milhões (*) Poupatempo Piracicaba Área: 1,8 mil metros quadrados Local: Praça José Bonifácio, s/nº, Centro Inauguração: prevista para o 1º semestre de 2009 Capacidade de atendimento: 2,1 mil por dia, 46,2 mil por mês Investimento: aproximadamente R$ 32 milhões (*) Poupatempo Rio Claro Área: aproximadamente mil metros quadrados Local: ainda não definidoro Capacidade de atendimento: 2,6 mil por dia, 57,2 mil por mês Investimento: aproximadamente R$ 16 milhões (*) SERVIÇOS

(*) Valor a ser desembolsado pelo Estado em 60 meses (cinco anos), que inclui investimento para a implantação e o custeio total da manutenção do posto ao longo desse período

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Saúde pública

Fonte: Secretaria do Estado da gestÃo Pública

Emissão de R.G, Emissão de antecedentes criminais, 2ª Via de CNH, Renovação de CNH, Emissão de Carteira de Trabalho, Acesso grátis à internet, E-poupatempo, recebimento de tributos, IPVA e Correios

de-açúcar na região de Campinas expandiu-se 15%, e o governo do Estado investe na formação de tecnólogos da área para que São Paulo mantenha a liderança da tecnologia do etanol de cana-de-açúcar no país. “A região de Campinas é o centro sucroalcooleiro e falta mãode-obra especializada”, afirma o secretário. A União dos Produtores de Bioenergia (Udop) estima que em cinco anos a demanda para esse tipo de mão-de-obra qualificada chegue a 100 mil profissionais em todo o país. É forte também a procura por profissionais qualificados na área de mecânica na região. Por isso, o curso da Fatec de Moji Mirim tem grande procura. “Esses estudantes vão tra­balhar com projetos de alta precisão. Há demanda por esse profissional no mercado de Campinas. Por isso, quando eles começarem a se formar, haverá um impacto na economia local”, afirma o secretário. Em setembro foi inaugurado o campus Limeira da Unicamp, que contará com 480 vagas na graduação de Ciências Aplicadas já em 2009. Na área de saúde, estão sendo construídos ou em fase de projeto para início em 2009 os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) de Jundiaí e Rio Claro. Até 2010, serão seis unidades na região. A inauguração dos seis ambulatórios deve aliviar o sistema hospitalar da região, especialmente o Hospital Estadual de Su­maré e o Hospital de Clínicas da Unicamp. “Vamos desafogar um setor estrangulado e fazer com que os hospitais se voltem mais às ações de maior complexidade, como deve ser”, explica José Carlos

População terá exames nas áreas de cardiologia, oftalmologia e ortopedia

Ramos de Oliveira, diretor do Departamento Regional de Saúde da região de Campinas. Os AMEs vão prestar atendimentos de média complexidade nas áreas de cardiologia, oftalmo­logia, orto­pe­dia, neurologia e reumatologia. To­­das as con­sultas são marcadas com antecedência. O ambulatório, no entanto, não atende sem agendamento de pacientes. Segundo o diretor, a inauguração das duas unidades cirúrgicas ambulatoriais em Santa Bár­bara d’Oeste e em Piracicaba também colaborará para reduzir o número de atendimentos de menor complexidade nos hospitais. Os dois ambulatórios serão responsáveis por cirurgias em várias áreas, todas eletivas, marcadas antecipadamente. “O paciente entra de manhã, fica em observação durante o dia e vai embora à tarde. Funciona como um hospital-dia”, explica. Todas as intervenções são de média complexidade. “Hoje esse paciente vai para o hospital e ocupa um leito que poderia ser utilizado por um paciente em estado mais grave”, explica o diretor do Departamento Regional de Saúde. Oliveira destaca ainda a construção do Cen­ tro de Reabilitação Lucy Montoro, que vai atender pessoas que têm algum tipo de deficiência física. O centro deve começar a funcionar no início de 2010. Segundo censo do Instituto Bra­sileiro de Geo­ grafia e Estatística (IBGE), a região de Campinas tem cerca 240 mil pessoas com algum tipo de deficiência física. Serão investidos 6,1 milhões de reais na cons­trução da unidade, a primeira a compor a Rede Lucy Montoro, que será ampliada para todo o Estado de São Paulo. o

Escola pública mais antiga do país é restaurada

Divulgação

investimentos

Em julho, a Secretaria da Educação iniciou o restauro da mais antiga escola em funcionamento no Brasil, a EE Culto à Ciência, em Campinas. A unidade foi fundada em 13 de abril de 1873. Serão investidos 4 milhões de reais no prédio, que é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de Estado de São Paulo (Condephaat) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc). A previsão é que a conclusão da primeira etapa de obras ocorra no segundo semestre do ano que vem. A entrada principal e os anexos laterais que são tombados serão restaurados; o restante do prédio será reformado. Nas reformas estão incluídos galpão, sala de informática, sala do grêmio, biblioteca, pátio coberto, prédio da administração, auditório, piscina, ginásio e sede da associação de ex-alunos. O colégio atende cerca de 1,3 mil alunos do ensino médio.

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fotos:bruno miranda

SPbastidores

Minucioso. Funcionários da manutenção regulam cabos de energia dos trilhos

Madrugada no túnel

A jornada dos funcionários que garantem a manutenção e a segurança do Metrô enquanto a cidade dorme

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O relógio já marca meia-noite e 15. Dentro das estações do Metrô ouve-se a voz do controlador anunciar que a operação comercial daquele dia está encerrada. Enquanto isso, os últimos passageiros do dia são entregues a seus destinos. É o fim do expediente. Exceto para um grupo de funcionários que se prepara para começar a jornada de trabalho. São os responsáveis pela manutenção do serviço do Metrô. Um trabalho essencial que nun­ca é visto pela grande maioria da população. Os serviços são os mais diversos possíveis: conserto de composições, lim­peza das estações e a manutenção da “linha permanente”, popularmente conhecida como trilhos. Quatro pátios funcionam como centros de operação: Jabaquara, Itaquera, Capão Redondo e Belém. Todos anexos às estações de que levam o nome. O do Jabaquara é responsável pelo controle das Linhas 1-Azul e 2-Verde e pela coordenação do trabalho na Linha 5-Lilás, que é rea­ lizado pela equipe de Capão Redondo. Já o pátio de Itaquera comanda toda a Linha 3-Vermelha. “O de Belém é o menor, mas também trabalha na Linha Vermelha”, afirma o gerente de Manutenção do Metrô, Walter Castro. Dois mil funcionários formam o contingente de manutenção. Além dos turnos fixos na madrugada, equipes se revezam durante as 24 horas do dia para garantir a manutenção permanente. SPnotícias

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bastidores

Na madrugada, as composições são substituídas por caminhões com rodas adaptadas aos trilhos. Ao lado, funcionários colocam trilhos no lugar certo

O trabalho

Por volta da 1 de manhã, o terceiro trilho, responsável por fornecer a ener­­gia elétrica que movimenta as com­posições, já está completamente de­se­nergizado e é possível entrar nos túneis do Metrô. No pátio Jabaquara, uma peque­ na plataforma funciona como estação extra para o embarque dos funcioná­ rios. Os veículos utilizados, alguns novos, são caminhões de médio porte adaptados. As rodas comuns recebe­ ram suportes que se encaixam perfei­ tamente nos trilhos e permitem aos carros se locomover livremente. Trafegar por dentro dos túneis den­

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tro de um caminhão, e não de uma composição comum do Metrô, dá uma sensação completamente di­ferente. Os túneis são bem iluminados e am­ plos, e a velocidade que se consegue desenvolver é elevada. Na Estação Vila Mariana estão mais dois caminhões estacionados. A estrutura dos veículos revela um pequeno estoque de miudezas, mate­ rial de trabalho da equipe. Parafusos, porcas, juntas para solda. O serviço do dia é o mais detalhado e demorado entre todos os realizados nas madru­ gadas: a troca de um trilho. Dentro da estação, mais de 50 pessoas tra­ balham na colocação de uma peça de

Ao lado, funcionários soldam ponta de novo trilho ao antigo

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bastidores

Manutenção não é feita só de reparos nos trilhos. A equipe da limpeza também capricha para deixar estações brilhando

Manutenção rende cenas curiosas na madrugada. Acima, reação química da solda

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cerca de 180 metros. Entre um parafuso e outro, os fun­ cionários aproveitam para tomar um pouco de café, que trazem dentro dos caminhões. Ajuda a despertar na madrugada. Enquanto isso, uma voz no alto-falante solicita que um fun­ cionário da limpeza compareça aos bloqueios. Com todos os setores em funcionamento, fica claro um deta­ lhe que muita gente não acredita que aconteça. O Metrô não pára. O processo da troca de trilho é duro e utiliza boa parte do plantel disponível naquela noite no pátio do Jabaquara, cerca de cem pessoas. “O grau de dificuldade dos serviços varia em função do tipo da linha”, explica

o coordenador Castro. Com o novo trilho no local certo, é necessário fazer a solda das pontas. Considerando as proporções, o pro­ cesso é praticamente o mesmo de uma solda comum. O funcionário apli­ca a mistura para solda e aquece até que os metais se fundam. Uma última má­ quina trata de nivelar o trilho, corri­ gindo quaisquer imperfei­ções em sua superfície. A peça antiga ficará arma­ zenada num suporte junto aos outros dois trilhos para ser retirada no dia seguinte, revelando que toda a manu­ tenção no Metrô é feita por etapas. Com o serviço pronto, os cami­ nhões que estavam estacionados se­ guem de volta para os pátios.

Anel sanitário

Quando se faz um trabalho abaixo da superfície, o primeiro pensamen­ to que vem à cabeça é que se trata de um lugar sujo, repleto de bichos. Errado. Além da limpeza rotineira, há um serviço terceirizado que faz um programa de sanificação nas vias, edifícios, trens e nas áreas lindeiras do Metrô, em um raio de até 50 me­ tros dos eixos das linhas e dos muros das estações. Esse perímetro é cha­ mado de anel sanitário. O serviço é orientado por um mé­ dico sanitarista, e um grupo de 25 pessoas é responsável pela desinse­ tização e desratização dos túneis. Ao trafegar pelos túneis, percebem-se sa­­­

cos de lixo cheios ao longo dos trilhos. Tudo o que os usuários jogaram ou o lixo que caiu nas vias é recolhido. No fim do turno de manutenção, um ca­ minhão recolhe todos os sacos. Com a partida do último cami­ nhão, os responsáveis pela conserva­ ção ainda dão os últimos retoques na limpeza da estação. Chão, catracas, banheiros, tudo é limpo e esterilizado com água, sabão e álcool. O relógio marca 4 e meia da ma­ nhã. A operação comercial começará em dez minutos, mas alguns passa­ geiros já esperam do lado de fora das estações. A equipe da manutenção acaba seu turno e vai descansar en­ quanto a população acorda. o SPnotícias

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SPpersonagens do mês

Nova forma de ensinar

Casal de pesquisadores usa sucata e criatividade para desvendar o universo das ciências biológicas

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Silvana segura o vírus da dor de garganta e Pedro, um barbeiro

Paixão por educar. A frase resume a vida do casal de pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz Pedro Federsoni e Silvana Calixto. Há dois anos eles criaram o projeto “Aprenda comigo, dr. Sabidinho”. Um projeto lúdico, de inclusão e inovador. O casal utiliza formas diferentes de mostrar o que é uma célula nervosa, por exemplo, com modelos gigantes do que se pretende mostrar. Tudo começou há 23 anos. Na época, Pedro Federsoni era um dos responsáveis pelo museu do Instituto Butantan e Silvana, sua estagiária. Um belo dia, eles se depararam com um grupo de alunos especiais. “Eram alunos do Instituto de Cegos Padre Chico”, lembra Federsoni. “Ficamos preocupados, pensando como iríamos mostrar os animais para eles”, diz. A solução foi pegar todo tipo de material no qual os alunos pudessem tocar: esqueletos e mudas de pele de cobra, aranhas empalhadas e até uma cobra viva. Segundo Federsoni, a experiência foi única. Ele ainda se lembra em detalhes de diversas passagens daquele dia. “Uma menina resistiu a entrar no instituto por causa do cheiro de éter. Achava que ali era um hospital.” O ponto alto daquela experiência, lembram, foi quando, ao tocar em uma cobra viva, um aluno de 27 anos per perguntou pelas patas do réptil. “Ele conhecia tudo sobre cobras, inclusive da história de Adão e Eva, mas não sabia que o animal não tinha patas”, diz. Foi assim que surgiu a idéia de confeccionar modelos gigantes de células e de seres microscópicos para auxiliar no processo educativo. “Nosso material é universal, todo mundo

O material deve ser universal para que qualquer um entenda

tem de entender o que é aquilo. Não importa se a pessoa tem deficiência ou não”, afirma Silvana. Praticamente todo tipo de material pode se transformar em um modelo de estudo nas mãos dos dois: isopor, massa de biscuit, bexigas e até bolinhas de pingue-pongue. “Somos conhecidos como a turma da caçamba”, brinca Federsoni. “Certa vez, vi que as bolinhas de um prendedor de cabelo de uma funcionária aqui do instituto poderiam virar um vírus da dor de garganta”, diz Silvana. Atualmente eles coordenam o museu do Adolfo Lutz e trabalham difundindo as ações do instituto. Mais de duas décadas não apagaram o gosto por transmitir a informação corretamente. “Todas as visitas me garantem experiências diferentes e gratificantes”, afirma Federsoni. o

Abaixo, peças de trabalho montadas pelo casal. Entre as maquetes, vírus e glóbulos vermelhos

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SPo estado em números Centro Paula Souza

Acessa SP

Escolas Técnicas (Etecs) Ensino técnico

Faculdades de Tecnologia (Fatecs)

Ensino médio

Ensino superior tecnológico

Número de unidades 47

1,5 milhão

de usuários cadastrados

27

29.037

computadores espalhados pelo Estado

13.288 7.961 4.170 Vagas em 2007

Vagas para o 2º semestre de 2008

Vagas em 2007

Poupatempo

Vagas em 2008

postos em 365 municípios

Vagas para Vagas para o 1º semestre o 2º semestre de 2008 de 2007

Estradas Rurais

1.895 km

27.899.763

420

7.155

2007

Lei seca

Nota fiscal Paulista

394.028

recuperados pelo “Melhor Caminho” desde jan/2007

atendimentos em 2007

18.166

atendimentos até set/2008

estabelecimentos

1,7 bilhão

Habitação

21.195.566

Novas unidades da CDHU desde jan/2007

de cupons registrados

Beneficiados em jun/08

7.522.731 pessoa jurídica + pessoa física

Hospitais Estaduais 2006 621.682

2007 671.386

181.812.687

225.468.354

Internações Atendimentos laboratoriais

271.720.468

é o valor total distribuído

Educação Escolas

Obras novas Reforma de escolas

Valor investido (R$) Novas salas de aula Valor investido (R$)

desde 2007 51 75,46 milhões 508 415,453 milhões

*Em reformas, incluem-se reformas em geral, de pequeno porte, pintura, ampliação, adequação e substituição

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2008

1

bafômetro para cada

100

km de rodovia

79

64 até 2010

Projeto Tietê 1ª Fase (1992 a 1998) Investimento de US$ 1,1 bilhão

Metas: n Aumento da coleta de esgoto na Região Metropolitana de São Paulo de 70% para 80% n Aumento do tratamento de esgoto na Região Metropolitana de São Paulo de 24% para 62%

em atendimento nos hospitais da capital

Obras ETE São Miguel n ETE ABC n ETE Parque Novo Mundo n 1,5 quilômetro de redes coletoras n 315 quilômetros de coletores-tronco n 37 quilômetros de interceptores n 250 mil ligações domiciliares

Novos bafômetros para 2007

2ª fase (2002 a 2008) – em andamento

298

(US$ 200 milhões financiados pelo BID e US$ 200 milhões com recursos da Sabesp)

bafômetros para a Polícia Rodoviária

51

bafômetros para a Polícia Militar queda de

55%

para o interior

102

para a capital

pessoas convocadas desde janeiro de 2007

A meta é atingir

3.810

29

110.688

novas unidades desde 2007

Mais de

33.987

Frente de trabalho

Fundação casa

n

Investimento US$ 400 milhões

Metas: n Aumento da coleta de

esgoto na Região Metropolitana de São Paulo de 80% para 84% n Aumento do tratamento de esgoto na Região Metropolitana de São Paulo de 62% para 70% Obras 36 quilômetros de interceptores n 110 quilômetros de coletores - tronco n 1,2 mil quilômetros de redes coletoras n 290 mil ligações domiciliares de esgotos n

3ª fase (2009 a 2015) Investimento US$ 800 milhões

Metas: n Aumento da coleta de esgoto na Região Metropolitana de São Paulo de 84% para 88% n Aumento do tratamento de esgoto na Região Metropolitana de São Paulo de 70% para 80% Obras Construção de novas ETEs (Francisco Morato, Franco da Rocha e Caieiras)

n

SPnotícias

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SPagenda

Gal OPpido

Dois eventos ligados à São Pau­lo Com­ panhia de Dança mar­caram o mês de setembro: o encerramento da carrei­ ra da bailarina Marilena Ansaldi e a apresentação do espetáculo Polígono, que marcou a estréia da Companhia. A despedida da ar­tista, com o espetá­ culo Figuras da Dança, foi no Teatro Franco Zampari. Toda de vermelho, Marilena An­­saldi subiu ao palco, aos 74 anos, e se apresentou para amigos, diretores, autores e jornalistas. Polígono foi cria­do pelo italiano Alessio Sil­vestrin e teve seleção de bai­larinos em cinco regiões do país. As apresen­ tações foram realizadas no Teatro Sér­ gio Cardoso, na capital.

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SPnotícias

Antônio Carlos Cardoso

O que foi notÍcia


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