Revista SP Notícias No. 09

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SPnotícias ANO 1 l NÚMERO 9

As obras de infraestrutura na Baixada Santista Uma equipe da Cetesb para proteger o meio ambiente As novidades para os 5 milhões de alunos da rede pública

Trabalho qualificado

Iniciativas buscam aperfeiçoar profissionais e capacitá-los para o mercado de trabalho

São Paulo ganha duas clínicas para dependentes químicos


bruno miranda

SPsumário

Ano 1 | Nº 9 | 2009 11.000 exemplares Distribuição estadual Foto de capa: Renato Stockler

Governo do Estado de SÃo Paulo Governador José Serra Vice-governador Alberto Goldman

6 ENTREVISTA

Francisco Graziano Neto revela os planos para descentralizar a política estadual do meio ambiente

20 MEDIDAS DE As ações da Secretaria da Fazenda para enfrentar a crise

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28 CLÍNICAS DE

REABILITAÇÃO

Duas novas clínicas para atender dependentes de álcool e drogas

CAPA

Os programas que ajudam a colocação no mercado de trabalho

RENATO STOCKLER

INCENTIVO

30 BAIXADA SANTISTA

Investimentos em nove municípios para beneficiar as populações fixa e flutuante da região

38 BASTIDORES

46 O ESTADO EM NÚMEROS

48 AGENDA

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VOLTA ÀS AULAS

Todas as novidades da Secretaria da Educação para o ano letivo na rede pública estadual

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PERSONAGEM DO MÊS O atendimento que Roseli Oliveira, da Central de Atendimento da Seads, faz à população de São Paulo

bruno miranda

O trabalho do Setor de Operações de Emergência da Cetesb

Secretaria Estadual da Administração Penitenciária Lourival Gomes Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento João de A. Sampaio Filho Secretaria Estadual da Assistência e Desenvolvimento Social Rogério Pinto Coelho Amato Secretaria Estadual da Casa Civil Aloysio Nunes Ferreira Filho Secretaria Estadual da Casa Militar Coronel PM Luiz Massao Kita Secretaria Estadual de Comunicação Bruno Caetano Secretaria Estadual da Cultura João Sayad Secretaria Estadual de Desenvolvimento Geraldo Alckmin Secretaria Estadual de Economia e Planejamento Francisco Vidal Luna Secretaria Estadual da Educação Paulo Renato Souza Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho Guilherme Afif Domingos Secretaria Estadual de Ensino Superior Carlos Alberto Vogt Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Turismo Claury Santos Alves da Silva Secretaria Estadual da Fazenda Mauro Ricardo Machado Costa Secretaria Estadual da Gestão Pública Sidney Beraldo Secretaria Estadual da Habitação Lair Alberto Soares Krähenbühl Secretaria Estadual da Justiça e Defesa da Cidadania Luiz Antônio Marrey Secretaria Estadual do Meio Ambiente Francisco Graziano Neto Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência Linamara Rizzo Battistella Secretaria Estadual de Relações Institucionais José Henrique Reis Lobo Secretaria Estadual de Saneamento e Energia Dilma Seli Pena Secretaria Estadual da Saúde Luís Roberto Barradas Barata Secretaria Estadual da Segurança Pública Antônio Ferreira Pinto Secretaria Estadual dos Transportes Mauro Arce Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos José Luiz Portella Procuradoria Geral do Estado de São Paulo Marcos Fábio de Oliveira Nusdeo A revista SPnotícias é uma publicação men­sal do Governo do Estado de São Paulo, distribuída gratuitamente. Seu conteúdo é informativo e sua venda é proibida. www.saopaulo.sp.gov.br Sugestões para a revista pelo e-mail: revistaspnoticias@sp.gov.br CTP, impressão e acabamento: Edição concluída em abril

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SPentrevista

Descentralização compartilhada A descentralização da Secretaria do Meio Ambiente envolve municípios e sociedade nas questões da política ambiental do Estado

Desde o início da atual administração, o governo do Estado está se empenhando em descentralizar a gestão do meio ambiente de São Paulo, repartindo a responsabilidade com os municípios. Em 2007, o secretário do Meio Ambiente, Francisco Graziano Neto, tomou a frente do Projeto Município Verde, que avaliou o trabalho de 613 cidades engajadas na ideia de cumprir dez diretrizes básicas. A iniciativa foi um sucesso e será repetida em 2009. Outras ações estão em curso e, segundo Graziano, são importantes para a conscientização da população. SPnotícias: A população de São Paulo já trata a questão do meio ambiente com a devida consciência? Francisco Graziano Neto: A consciência ecológica tem aumentado, mas ainda há muito a fazer. Existe uma mudança de comportamento e de atitudes desde que foi divulgado, em 2007, um relatório das alterações climáticas. Cientistas anunciaram que o nível dos oceanos subirá e que haverá mais tormentas e furacões. A secretaria aproveitou a repercussão para realizar mutirões ambientais e vem adotando um trabalho de descentralização, chamando os municípios para participar na gestão ambiental do Estado, por meio do Projeto Município Verde.

O secretário do Meio Ambiente, Francisco Graziano Neto

SP: De que maneira surgiu o Município Verde? Graziano: Ele nasceu da crença na descentralização da agenda ambiental. Organizamos reuniões no interior para disseminar esse trabalho. Em 2008, o Município Verde foi um sucesso e, a cada ano, divulgaremos o ranking ambiental das cidades.

“O Município Verde é um projeto estratégico, uma novidade absoluta para as prefeituras” SP: Esse projeto começou muito tempo antes das avaliações dos municípios? Graziano: Bem antes. O Município Verde é um projeto ambiental estratégico, lançado em março de 2007. Uma novidade absoluta para as prefeituras. Constituímos uma equipe interna para gerenciar a iniciativa e começamos a procurar interlocutores – deputados, Associação Paulista de Municípios e União de Vereadores do Estado de São Paulo – para vender a ideia de que os municípios precisavam participar. Estabelecemos metas e mostramos qual era a lição de casa para ganhar o título de Município Verde: dez diretrizes, que incluem temas como lixo, esgoto e educação ambiental. A contrapartida do governo do Estado é a destinação dos recursos. Um exemplo: se duas cidades estiverem pleiteando verba para a construção de uma estrada vicinal, será escolhida a que tiver a maior nota ambiental. Quem não cumpre a agenda ambiental perde a prioridade dos recursos. Houve casos em que municípios pequenos operavam mal o lixo, mas declaravam não ter condições de fazer um trabalho adequado. Fizemos convênios para que eles recebessem recursos a fim de comprar as máquinas necessárias. Mas os convênios exigem, antes de tudo, que o município esteja engajado no projeto.

SPnotícias FOTOS: BRUNO MIRANDA

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SPentrevista

“Um carro com 20 anos de uso polui cerca de cem vezes mais que um da nova geração” SP: Qual é o ponto mais delicado na questão ambiental no Estado? Graziano: Em primeiro lugar, ainda temos uma carga muito grande de esgoto doméstico poluindo os recursos hídricos. Estamos avançando na coleta e no tratamento de esgoto. Depois vem a questão dos lixões. No início da atual administração, São Paulo tinha 170 lixões, uma quantidade inaceitável sob o ponto de

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vista da miséria humana e da poluição ambiental. Conseguimos reduzir muito esse número e, até o fim do ano, pretendemos acabar com todos. Isso só será possível porque demos recursos para os municípios se envolverem na luta. Outro ponto: algumas regiões têm uma deficiente cobertura vegetal original. O Estado tem 14% do território coberto por vegetação nativa, média alcançada por causa da Serra do Mar. Quando falamos de regiões específicas do interior, a cobertura vegetal original é de apenas 3% a 5%, resultado de um forte desmatamento no passado. Estamos fazendo um complexo programa de recuperação da mata ciliar do Estado, com a proposta de recuperar 1,7 milhão de hectares na beira de córregos e nascentes. Já nas regiões metropolitanas, o grande problema é a poluição atmosférica. No passado, ela era causada pelas fábricas e o sistema ambiental foi capaz de controlá-la. Hoje, 90% da poluição atmosférica de São Paulo é provocada por escapamentos. Um carro com 20 anos de uso polui cem vezes mais que um novo. SP: Como se acaba com um lixão? Graziano: Em geral, são os municípios que operam as áreas dos lixões. O material descarregado não é coberto nem enterrado. Em outros casos, a área fica próxima de córregos. Quando chove, parte dos detritos vai para as águas. Você acaba com o lixão fazendo uma operação adequada, encerrando as estações antigas, licenciando novas áreas e interditando outras. Fechamos o lixão de Araras, um dos mais vergonhosos do Estado. Durante um ano, falamos à prefeitu-

ra o que era preciso fazer, mas nada aconteceu. Aí, interditamos. Os prefeitos perceberam que nossa tolerância é zero para os lixões. SP: Os parques estaduais já são vistos como opção de lazer? Graziano: Eles já são muitos visitados, mas é preciso um plano de manejo para definir onde o ecoturismo pode ser realizado. Nosso compromisso é elaborar esse plano em todas as unidades do Estado. Já lançamos o programa Trilha São Paulo, uma seleção de caminhos de baixa, média e alta dificuldade em vários parques. Mas há belezas fantásticas que podiam ser mais aproveitadas. Isso é importante, porque quem usa uma unidade de preservação ambiental passa a ser defensor dela. SP: O que representa para São Paulo ser o primeiro Estado brasileiro a proteger os recursos marinhos? Graziano: São Paulo saiu na frente até em termos internacionais, seguindo as recomendações da Organização das Nações Unidas (ONU). Declaramos o litoral paulista como área de proteção ambiental e criamos conselhos de gestão dessas áreas marinhas, para incentivar a participação da comunidade. Nosso foco era a pesca predatória. Muitos barcos devolviam às águas os peixes pequenos, que apareciam mortos nas praias. Os pescadores jogavam no fundo do mar redes de 2 mil metros de comprimento e só recolhiam 10% dos peixes. Pedi providências para a Polícia Ambiental, que respondeu não ter jurisdição sobre o mar. Aí me ocorreu a ideia de criar uma área de proteção ambiental, para que o Esta-

“Criamos uma área de proteção ambiental para poder fiscalizar a costa paulista” do ganhasse jurisdição na fiscalização da costa paulista. Treinamos três unidades da Polícia Ambiental, com 30 homens cada uma, compramos seis lanchas e constituímos uma espécie de polícia marítima estadual. SP: Como está o andamento do programa do etanol? Graziano: O desafio de produzir o etanol de forma sustentável já está vencido. O segundo passo é produzir energia elétrica a partir da biomassa. Existe um enorme potencial de geração de energia elétrica queimando bagaço de cana – o equivalente a uma Itaipu já na próxima década. SP: Existem outras ações para descentralizar a política ambiental? Graziano: É uma linha que visa à transparência total. No controle de queimadas da cana de açúcar, por exemplo, havia duas possibilidades: encaminhar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa tentando reduzir os prazos ou firmar um acordo de conduta com os usineiros. Dissemos para eles: “Olha, não dá para ficar queimando cana até 2030”. Eles aceitaram discutir o assunto. Estabelecemos sete anos para acabar com a queimada em São Paulo, a partir de 2007, nas áreas que podem ser mecanizadas. Em 2008, pelo segundo ano consecutivo, reduzimos a área queimada no Estado. o

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fotos: renato stockler

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São Paulo empregado Governo se empenha em criar mais vagas no mercado de trabalho e qualificar a mão-de-obra paulista Desde 2007, a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert) implanta diversos programas para qualificar e recolocar pessoas no mercado de trabalho. Entre as ações, um dos destaques é o site Emprega São Paulo (www.empregasaopaulo.sp.gov.br), um excelente meio de comunicação entre empregadores e trabalhadores. Trata-se de um portal em que as empresas podem disponibilizar suas vagas e qualquer cidadão com o perfil adequado pode se candidatar ao trabalho. Tudo isso gratuitamente. O site também mantém um banco de currículos para que os empresários possam encontrar mais rapidamente os profissionais de que necessitam. Até o final de abril, o Emprega São Paulo já terá cadastrado mais de 400 mil vagas.

Aluno do Programa Estadual de Qualificação treina acerto de circuito durante aula do curso de eletricista

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capa

O Emprega São Paulo conta com 860 mil currículos e 27 mil empresas cadastradas Desde a sua inauguração oficial, em novembro de 2008 – o site começou a funcionar em caráter experimental em agosto do mesmo ano –, até março deste ano, o Emprega São Paulo já recolocou quase 44 mil pessoas no mercado. Como é um sistema que traz simplicidade ao processo seletivo de emprego, ele vem ganhando a confiança da população e dos empresários. O secretário de Estado do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, lembra que, por ser totalmente gratuito, o portal é uma ferramenta extremamente útil para quem procura emprego e funcionários. “O Emprega São Paulo está sendo muito bem avaliado pelos candidatos e empregadores que já utilizaram a nova ferramenta. Os trabalhadores elogiaram a agilidade e a praticidade do sistema”, afirma. “Há alguns casos em que as empresas entraram em contato poucos dias depois de o candidato ter feito o cadastro.” Afif ressalta ainda que, na avaliação dos próprios candidatos, o sistema evita a rotina cansativa – e cara – de ir a vários locais para entrega de currículo.

Para os empregadores, o sistema proporciona economia de dinheiro e de tempo no processo de contratação: antes, eles passavam muito mais tempo ao telefone para oferecer vagas e marcar entrevistas. Para quem não tem acesso à internet, uma opção é utilizar os postos do

Atendente do Poupatempo inscreve trabalhador em curso do PEQ

TEM UMA VAGA PARA VOCÊ. ACESSe O SITE DO EMPREGA São paulo Desde março deste ano, os candidatos a vagas de emprego cadastrados no site do Emprega São Paulo recebem o aviso da oportunidade pelo celular via mensagem de texto

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(SMS). A opção de envio da mensagem para o telefone do candidato se deve ao fato de que muitos inscritos deixavam de concorrer às vagas por demorarem a abrir o e-mail.

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capa contrei uma vaga em Caçapava, mas já havia sido preenchida”, diz. “Com certeza, outras aparecerão.”

Como funciona o Emprega São Paulo

Programa de qualificação

Emprego novo. Jackson Pereira foi chamado para duas vagas por meio do Emprega São Paulo

A Fundação Seade identificou que 50% da população ativa não tem ensino fundamental Acessa São Paulo, também do governo do Estado, que oferecem acesso gratuito à rede. Os endereços podem ser conferidos no site www.acessasp.sp.gov.br. O agente de relacionamento Jackson Tadeu Vasconcelos Pereira, de 31 anos, foi um dos beneficiados pelo Emprega São Paulo. Morador do bairro de Vila Alpina, na capital, Pereira aprovou a rapidez e a eficiência do site. “Estava desempregado há algum tempo quando me cadastrei, e em menos

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de um mês fui chamado para duas entrevistas”, lembra. “Passei nos dois processos, e os fatores que pesaram na minha escolha foram o início imediato e o salário compatível com o mercado de trabalho”, diz. Isso também é o que diz o comprador Evaldo Carlos de Souza, 34 anos, que se cadastrou no Emprega São Paulo. “O site é útil, porque evita o deslocamento até o Posto de Atendimento ao Trabalhador”, afirma. Também morador da capital, Souza explica que sua vontade é se mudar para uma cidade pequena no interior, mas desde que tenha emprego garantido. Para ele, a iniciativa do governo vai ajudálo a realizar seu sonho, pois oferece vagas que outros sites de empregos não têm. “Pelo Emprega São Paulo en-

Segundo o secretário Guilherme Afif Domingos, uma pesquisa encomendada ao Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) identificou que mais de 50% da população economicamente ativa no Estado não tem o ensino fundamental completo. “É papel do Estado oferecer oportunidades aos trabalhadores desempregados para uma melhor colocação no mercado de trabalho”, afirma. Para ajudar a superar essa desvantagem, a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho criou, em junho de 2008, o Programa Estadual de Qualificação (PEQ), cuja missão é oferecer cursos gratuitos de qualificação profissional em todo o Estado. O programa atende às características atuais do mercado de trabalho de cada região. Ou seja, quando se formarem, os alunos estarão qualificados de acordo com a realidade do local onde vivem, aumentando suas chances de conseguir um emprego. O público-alvo é o cidadão desempregado entre 30 e 59 anos. A carga horária de qualquer um dos cursos é de aproximadamente 200 horas, englobando um módulo de habilidades gerais e outro de habilidades específicas. O primeiro deve aprimorar a capacidade de comunicação, raciocínio lógico e consciência crítica dos alunos. O objetivo é criar uma maior desenvoltura nos participantes, para que eles sejam capazes de solucionar problemas sozinhos e criar uma organização em seu método de trabalho. No segundo módulo, são ministradas aulas teóricas e práticas voltadas para o merca-

n Para

se candidatar a uma vaga no Emprega São Paulo, basta ser maior de 16 anos e residir no Estado de São Paulo. Não é necessário estar desempregado. n O interessado acessa www.empregasaopaulo.sp.gov.br, cria login e senha e informa dados pessoais e profissionais para composição de um currículo. É possível atualizar essas informações sempre que o usuário julgar necessário. Não existe limite de inscrições no Sistema Emprega São Paulo. n O empregador, por sua vez, divulga as vagas disponíveis informando ocupação, escolaridade, qualificação, carga horária, local e remuneração. n Com as vagas disponíveis, os usuários podem se candidatar e o site envia, por e-mail, o currículo dos candidatos. n Desde o início do ano, os candidatos cadastrados no Emprega São Paulo podem receber o anúncio de vagas que se encaixam em seu perfil por SMS no celular. n De posse do currículo dos interessados, o empregador chama os candidatos mais adequados à vaga para entrevistas.

Os números do Emprega São Paulo Candidatos aptos Encaminhamentos efetuados Convocações efetuadas Candidatos aprovados Empregadores cadastrados Vagas cadastradas Vagas preenchidas

933.291 557.553 805.849 43.855 56.478 447.620 43.855

*até abril de 2009

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No Time do Emprego, os alunos aprendem a enfrentar entrevistas e a elaborar o currículo do, como, por exemplo, montagem de circuitos e painéis elétricos no caso de uma aula para futuros eletricistas. O Programa Estadual de Qualificação tem números excelentes. Desde que foi criado até dezembro de 2008, foram abertas cerca de 26 mil vagas em cursos do Senai, Senac e Centro Paula Souza. Neste ano, a Sert deverá multiplicar o número de vagas, chegando a 60 mil. Até 2010, 180 mil serão qualificados. As novas turmas tiveram início em março, e as áreas dos cursos oferecidos são as mais diversas: construção civil, jardinagem, alimentação, secretariado, vendas, administração e atendimento ao cliente estão entre elas. As inscrições para o PEQ são feitas nos Postos de Atendimento ao Trabalhador (PATs), bastando apresentar RG, CPF e carteira de trabalho. Em seguida, o cidadão é encaminhado para a matrícula na instituição de ensino. Os endereços dos postos estão no site www.emprego. sp.gov.br/pat. Nos municípios em que não há PAT, os interessados podem se dirigir diretamente ao local dos cursos.

Mão na massa. Aulas práticas do PEQ qualificam trabalhadores de acordo com cada região

Time do Emprego Qualificação somada à oportunidade não faz a receita completa para se conseguir um emprego. É preciso causar boa impressão no recrutador. Para isso, a Sert mantém o programa Time do Emprego, com o intuito de ajudar quem não tem experiência em entrevistas e na elaboração de um currículo. Os

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Programa Jovem cidadão em 2008

56.256

Jovens convocados

57.766

O programa Jovem Cidadão garante estágios com bolsas entre 250 e 300 reais participantes recebem orientação de como descrever um histórico profissional e como se portar numa entrevista de emprego. Nesse segundo item, os alunos são preparados para evitar o nervosismo durante as dinâmicas de grupo, em testes psicológicos e nas provas de matemática e redação. De acordo com a Sert, a principal meta é aumentar a autoestima do tra-

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balhador, melhorando suas chances no mercado. As aulas são ministradas por agentes da própria secretaria, e os participantes do Time do Emprego são selecionados de acordo com identificação no cadastro dos PATs – os escolhidos são os que encontram mais dificuldade de encontrar uma vaga. Em 2007 e 2008, o Time do Emprego orientou 7.917 trabalhadores. Em 2009, o programa deverá beneficiar 4 mil pessoas e em 2010, serão mais 6 mil. O jovem também não foi esquecido. O programa Jovem Cidadão – Meu Primeiro Trabalho oferece aos estudantes do ensino médio a oportunidade de entrar no mercado de trabalho em estágios remunerados.

Para participar do programa, o alu­ no deve ter entre 16 e 21 anos e estar matriculado no 2º ou 3º ano do ensi­ no médio, além de apresentar com­ provante de frequência nas aulas. As inscrições podem ser feitas nas secretarias das escolas em que estudam ou pelo site www.meuprimeirotrabalho. sp.gov.br. Os valores da bolsa-estágio va­riam entre 250 reais e 300 reais. O es­tágio dura seis meses, prorrogáveis por igual período, e a carga horária diária é de quatro, cinco ou seis horas. Para cada vaga ofertada, a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho encaminha para seleção três jovens estudantes da escola mais próxima do local de trabalho. o

Alunos inscritos ou disponíveis

17.855

Empresas cadastradas

1.587

Empresas com jovens admitidos

Previsão para 2009/2010

45.000

inscrições de alunos

15.000

vagas disponíveis

45.000

jovens convocados

15.000

jovens contratados

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SPpacote de medidas

O conteúdo do pacote Algumas das medidas adotadas pelo governo

Guerra contra a crise

n Concessão

de financiamento com juros subsidiados a micro e pequenos empresários. n Reestruturação do Fundo de Aval (FDA) para viabilizar o acesso das micro e pequenas empresas às linhas de financiamento de instituições de crédito. n Tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas nas contratações. n Redução de 18% para 12% da alíquota de ICMS até 31 de dezembro. n Antecipação das compras de bens duráveis para o primeiro quadrimestre do ano. Valor no orçamento de 2009: R$ 711 milhões. n Linhas de crédito disponibilizadas pela Nossa Caixa, com juros de 13,8% ao ano. n Início das operações da Nossa Caixa Desenvolvimento (Agência de Fomento), com recursos de R$ 1 bilhão. n Abertura de linhas de crédito pela Nossa Caixa de R$ 1,2 bilhão para empresas associadas.

Secretaria da Fazenda adota medidas para combater desaceleração econômica

O governo do Estado contra-atacou a crise financeira anunciando 17 medidas para assegurar a realização dos investimentos públicos orçados em 20,6 bilhões de reais para 2009 e a manutenção e geração de mais de 858 mil empregos. Um dos eixos das ações diz respeito à Secretaria da Fazenda: a pasta tomou algumas decisões para desonerar setores estratégicos, principalmente aqueles que geram mais empregos no Estado. Os decretos mais recentes foram os que ampliam a oferta e garantia de contratação de crédito e estabelecem tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas nas compras públicas estaduais. As micro e pequenas são 98% das empresas de São Paulo e detêm

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mais de dois terços dos empregos. São, portanto, um componente fundamental da atividade produtiva. O governo estadual também tomou uma decisão importante ao autorizar a antecipação das compras de bens duráveis – como veículos, computadores e móveis – durante os primeiros quatro meses do ano. Além de ajudar as empresas, a iniciativa gerará economia aos cofres públicos por conta dos preços mais baixos. Segundo o coordenador de Administração Tributária da Secretaria da Fazenda, Otavio Fineis Júnior, os impactos das medidas anunciadas pelo governo serão sentidos rapidamente. “O foco principal é a geração de empregos, e a expectativa para que isso aconteça é de muito otimismo”, destaca Fineis.

Uma das medidas tomadas prorrogou até 30 de junho a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) de 18% para 12% de produtos como couro, vinho, perfume, cosméticos, higiene pessoal, instrumentos musicais, brinquedos e alimentos. Para aliviar o fluxo de caixa das empresas exportadoras, o governo suspendeu o recolhimento do ICMS na aquisição de insumos destinados à produção de bens para exportação. Também foi concedida, pela Nossa Caixa, abertura de linhas de crédito para o setor automotivo e de equipamentos industriais: 4 bilhões de reais para a aquisição de veículos e 1,2 bilhão de reais para beneficiar empresas

filiadas ao Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e à Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Na questão da expansão de crédito, os bancos vinculados às montadoras receberão recursos da Nossa Caixa para financiar, preferencialmente, veí­culos usados com juros de 13,8% ao ano. A medida pode ter o efeito de aquecer também a comercialização de automóveis novos. Para o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Machado Costa, o governo soube agir rápido ante o cenário de crise que se estabeleceu no mundo todo. “Essas ações deverão proporcionar um estímulo significativo à atividade econômica do Estado”, afirma. o

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SPvolta às aulas

Presente, professora! Os 5 milhões de alunos da rede estadual de ensino iniciam o ano letivo com muitas novidades

No retorno às escolas, uma novidade para a criançada: uma mochila exclusiva para levar o material

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No início de cada ano letivo, os 5 milhões de alunos da rede pública estadual recebem um kit escolar composto por cadernos, canetas, lápis, régua e tesoura. Mas, neste ano, para carregar esse material adequadamente, eles ganharam um item especial: uma mochila exclusiva. Essa foi apenas uma das novidades trazidas pela Secretaria da Educação para a volta às aulas. Aos alunos com deficiência visual foi preparado um kit diferenciado e as escolas indígenas receberam um material didático específico. As boas novas não param por aí: haverá também cursos de japonês, francês e italiano, as escolas passarão por reformas e cerca de 200 mil professores terão direito a bônus por desempenho. A secretaria investiu 88,2 milhões de reais para montar os três kits de material escolar aos alunos da 1ª à 8ª série do ensino fundamental e do ensino médio, além do material destinado aos alunos do ensino regular e aos da educação de jovens e adultos. Para distribuir os kits e mochilas, a secretaria utiliza um moderno sistema on-line de entrega de materiais escolares. Ele permite que a cada entrega seja dada baixa automática do material. Quando ocorre algum problema, como a falta de um determinado item, o caso é solucionado em, no máximo, uma semana. Pela primeira vez, a Secretaria da Educação produziu materiais específicos para os alunos da rede estadual com deficiência visual. Cerca de 1,2 mil estudantes receberam materiais

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volta às aulas

A melhoria do desempenho dos alunos agora rende bônus para os professores da rede estadual

escolares adaptados. Como o soroban – ábaco japonês usado para facilitar o aprendizado das operações matemáticas. São dois tipos de kits adaptados, em um investimento de 40 mil reais: aos estudantes sem visão (450 alunos) e para aqueles com visão subnor­mal (800). Outro fato importante na rede é que os alunos com necessidade de acompanhamento mais acelerado tiveram recuperações aplicadas já no mês inicial das aulas. A secretaria também dobrou o tempo de recuperação para alunos das escolas que apresentarem os piores resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp) em 2009. Atualmente, a recuperação corresponde a 5% do total de tempo das aulas dadas ao longo do ano. No caso das escolas com Idesp mais baixo, esse tempo subirá para 10%. As aulas serão ministradas no contraturno escolar.

O que há em cada kit

Ensino fundamental - 1ª a 4ª Caderno brochurão - 3 unidades Caderno de desenho - 1 unidade n Régua plástica (30 cm) - 1 unidade n Lápis de cor (12 cores) - 1 caixa n Giz de cera (12 cores) - 1 caixa n Lápis grafite - 3 unidades n Caneta esferográfica - 2 unidades n Apontador simples - 3 unidades n Borracha branca - 2 unidades n n

Ensino fundamental - 5ª a 8ª n

Para todas as tribos Cerca de 1,5 mil curumins, que estudam em 30 escolas indígenas da rede estadual, receberam kits com livros infantis, dicionários e jogos educativos em português e nos idiomas indígenas, como guarani, tupi-guarani, terena, kaingang e keren. O objetivo é facilitar o aprendizado de língua portuguesa e aprimorar a escrita. Ao todo, são 20 títulos de histórias infantis, com ênfase no cotidiano da população das aldeias e nos costumes de cada etnia. Os alunos podem encontrar nos dicionários palavras do vocabulário indígena e sua tradução para o português. O projeto aposta também na maneira lúdica de se aprender com jogos coloridos. Figuras do dia a dia dos alunos os ajudarão a conhecer, compreender e utilizar a língua nativa e a portuguesa.

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Caderno universitário - 2 unidades Caderno universitário reciclado 1 unidade n Caderno de desenho - 1 unidade n Régua plástica (30 cm) - 1 unidade n Lápis de cor (12 cores) - 1 caixa n Tesoura sem ponta - 1 unidade n Tubo de cola - 1 unidade n Lápis grafite - 3 unidades n Caneta esferográfica - 2 unidades n Apontador simples - 3 unidades n Borracha branca - 2 unidades n

O material foi produzido pelos 81 professores indígenas e será entregue às escolas até abril, mês do Dia do Índio. Outra inovação da secretaria é que, a partir de agora, os alunos da rede estadual têm a chance de aprender gratuitamente uma terceira ou até quarta língua. Além das aulas de inglês na grade curricular, são 7,3 mil vagas (1,2 mil na capital) de cursos de alemão, japonês, francês, espanhol e italiano oferecidas em 83 Centros de Estudos de Línguas espalhados pelo Estado. Os cursos têm duração de três anos e as aulas, de 50 minutos, são realizadas duas ou quatro vezes por semana, no contraturno dos alunos.

Ensino médio Caderno universitário - 3 unidades Caderno universitário reciclado 1 unidade n Caderno de desenho - 1 unidade n Régua plástica (30 cm) - 1 unidade n Lápis grafite - 4 unidades n Caneta esferográfica - 3 unidades n Apontador simples - 3 unidades n Borracha branca - 2 unidades n n

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volta às aulas aos deficientes visuais

No caminho certo

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lápis canetas hidrográficas pretas n 2 borrachas n 1 apontador de lápis n 1 assinador – guia para assinatura n 1 soroban (ábaco para cálculos matemáticos) n 1 estante para leitura em braile (instrumento utilizado no aprendizado do método braile) n 1 caixa de canetas hidrográficas coloridas (jogo com 12 unidades) n 1 pacote de papel sulfite de 200 folhas, com gramatura maior

Em 2008, de acordo com levantamento da Secretaria da Educação, apenas 1,4% dos estudantes do ensino fundamental deixou os estudos. Ano a ano, esse número vem caindo. Em 1998, as desistências chegaram a 4,6%. A queda acontece também no ensino médio. Na 1ª, 2ª e 3ª série, a taxa caiu de 10,8% para 5,4% entre 1998 e 2008. O levantamento mostra que no ensino médio, que conta com 1,4 milhão de estudantes, o Estado conseguiu inverter o horário de estudo dos alunos. Em 1998, São Paulo tinha 1 milhão de alunos do ensino médio que estudavam à noite e 500 mil de manhã. Em 2008, a situação mudou radicalmente: 660 mil estudaram no período noturno e 790 mil pela manhã.

n 2

* O kit para os alunos com visão subnormal é idêntico, com o acréscimo apenas de um adaptador de desenho geométrico (régua, compasso, transferidor, esquadros).

Nos últimos três anos, a secretaria capacitou profissionais para identificar alunos superdotados. Por intermédio do Centro de Apoio Pedagógico Especializado (Cape), a pasta formou 270 profissionais, entre supervisores, assistentes técnico-pedagógicos e professores coordenadores, que foram treinados por cerca de um ano. Em dezembro de 2008, a secretaria lançou e entregou para as 5,5 mil escolas estaduais o livro Um Olhar para as Altas Habilidades: Construção de Caminhos, que consiste numa compilação e um manual sobre alunos com essa habilidade. Além das mudanças pedagógicas, foram destinados 37 milhões de reais para o programa Trato na Escola. Cada escola recebeu 7 mil reais para ações de revitalização como pintura, limpeza, jardinagem, pequenos reparos e higienização. Outros 142 milhões de reais, liberados em janeiro, serão em-

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pregados nas reformas de 225 escolas, que terão início neste ano. São obras de grande porte, seguindo necessidades das unidades como adequação de ambientes, recuperação de alambrados, reestruturação de fiação e construção de salas. Os projetos foram pensados de modo que as obras tenham a menor influência possível nas aulas.

Bônus por desempenho No fim de março, a Secretaria da Educação anunciou o primeiro pagamento de bonificação por desempenho. Mais de 195 mil profissionais da rede estadual, diretores, supervisores e agentes receberam um total de 590 milhões de reais. Os professores puderam receber até 12 mil reais. Em alguns casos, o bônus chegou a 15 mil reais. A regra para ganhar o prêmio é simples: são bonificados os funcionários das escolas que melhoraram o desem-

penho dos estudantes de acordo com o Idesp divulgado em março. A bonificação equivale à evolução da escola. Se 100% das metas estabelecidas forem alcançadas, todos os funcionários são contemplados com o total do bônus: 20% dos 12 salários mensais. Se a escola atingir 50% da meta, os funcionários recebem o equivalente a 50% do bônus, e assim por diante. Para receber o bônus, os profissionais devem ter atuado, no mínimo, em dois terços do ano. Em caso de faltas, haverá desconto proporcional. Com os 590 milhões de reais nas premiações, São Paulo registrou aumento de 30,2% em relação ao bônus de 2008, pago por assiduidade e não por desempenho.

Novidades à mesa As mudanças também são vistas sobre a mesa. Cerca de 1 milhão de alunos que recebem merenda em escolas es-

taduais têm um novo cardápio, que inclui barras de cereais sem gordura trans e as chamadas supersalsichas. São dois tipos de novas salsichas: uma com 50% menos sal e gordura e a outra com 50% menos sal e gordura e com quelato, componente que per­ mite que o cálcio e o ferro do alimen­ to sejam igualmente absorvidos pelo organismo. Já as barras de cereais, diferentes das tradicionais encontradas no mercado, apresentam menos gordura e são livres de gordura trans, pois são feitas com óleo de palma. “Fizemos testes em algumas escolas estaduais e o sucesso foi imediato, com 95% de aprovação. Os novos produtos vão complementar o cardápio, que inclui arroz, feijão, purê de batata, macarrão e outras opções”, afirma o coordenador do Departamento de Suprimento Escolar (DSE) da secretaria, Orlando Gerola. o

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SPclínicas de reabilitação

Dependência combatida

Em iniciativa inédita, São Paulo garante a jovens e adultos dependentes de álcool e drogas a oportunidade de tratamento gratuito em clínicas públicas de reabilitação

FOTOS: DIVULGAÇÃO

O Projeto Bom Samaritano, em Cotia: 4 mil metros quadrados de área

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Numa iniciativa pioneira no país, o governo do Estado implantou duas clínicas públicas de reabilitação para jovens e adultos dependentes de álcool e drogas. Tratase de uma nova opção para as famílias que até então tinham como única escolha a internação em hospitais psiquiátricos ou gerais e os Centros de Atenção Psicossocial, os CAPs municipais. Inaugurada em janeiro passado, a clínica de Cotia – batizada de Projeto Bom Samaritano – é uma parceria entre a Secretaria Estadual da Saúde e o Hospital Bom Samaritano. Já a de São Bernardo, que começou a operar em

abril, é destinada a adultos com dependência química e psíquica e é fruto de um convênio firmado entre a Secretaria da Saúde e a Sociedade Assistencial Bandeirantes.

Projeto Bom Samaritano Com uma área física de 4 mil metros quadrados, a clínica oferece 30 leitos de internação e pode atender anualmente cerca de 120 adolescentes, encaminhados pelas Secretarias da Saúde e da Educação dos municípios paulistas e conselhos tutelares. A unidade conta com ampla sala de convivência para os adolescentes, sala de aula com compu-

tadores, quadra poliesportiva, horta para aulas de jardinagem, refeitório e ambulatório. O investimento para a implantação da unidade foi de cerca de 1 milhão de reais. Para a manutenção do serviço, o governo repassará à clínica 1,7 milhão de reais por ano. O tempo médio de permanência na clínica varia de um a três meses. Depois dessa fase, os pacientes são acompanhados ao longo de dois anos por equipes multidisciplinares. Durante o período de internação, os pacientes desenvolvem atividades que priorizam o contato com seus familiares, fator considerado fundamental para o sucesso da recuperação. “Adotamos um novo modelo de assistir os jovens dependentes. A participação dos familiares, aliada às demais técnicas ao longo do tratamento, é fundamental para a recuperação”, afirma o secretário da Saúde, Luís Roberto Barradas Barata.

Clínica para adultos A primeira clínica pública para adultos dependentes de álcool e drogas possui 30 leitos e deve atender anualmente cerca de 350 pacientes, maiores de 18 anos, com tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Secretaria da Saúde repassará à unidade cerca de 3 mil reais por paciente a cada mês. A triagem dos pacientes é fei­ta pelos municípios. O governo do Estado paga e supervisiona, enquanto a Universidade Federal de São Paulo acompanha o assistido depois da desinternação. Além da desintoxicação, o paciente terá o tratamento planejado em três linhas de ação: psiquiátrica, psicológica (terapia comportamental) e de autoajuda (grupos de apoio, como Alcoolicos Anônimos e Narcóticos Anônimos).

As instalações da clínica de reabilitação de Cotia: capacidade de internar 120 jovens por ano. Abaixo, a fachada da unidade de São Bernardo do Campo, que começou a funcionar em abril deste ano

A ideia é que a clínica funcione como um modelo para outras iniciativas, especialmente em municípios com universidades que possam estar integradas ao programa de reabilitação. “Trata-se de uma evolução na abordagem e tratamento de adultos dependentes de álcool e drogas, por meio de um atendimento multidisciplinar que garanta a devida reabilitação clínica e o necessário acompanhamento do paciente após o período de internação”, afirma o secretário de Estado da Saúde. o

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SPregião

A nova onda do litoral

Investimentos nas nove cidades da Baixada Santista favorecem não só a população fixa da região, mas também a flutuante

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S Ã O

P A U L O SÃO PAULO

ada

Baix

a

tist

San

Bertioga

Cubatão São Vicente Praia Grande

SANTOS

25 km

Guarujá

Monguaguá Itanhaém

Peruíbe

Características da regiãO Baixada Santista

Estado

(%)

Municípios

9

645

1,3

População

1,66 milhões

41,139 milhões

3,8

PIB (2006)

R$ 30,2 bilhões

R$ 802 bilhões

3,7

R$ 18.140,34

R$ 19.547,86

_

0,795

0,814

_

PIB per capita (2006) IDH 2000

FONTE: FUNDAÇÃO SEADE

IARA VENANZI

Todos os anos, a cena se repete. Na alta temporada e nos feriados prolongados, de 350 mil a 500 mil veículos descem a serra pelo sistema Anchieta-Imigrantes em direção às cidades do litoral sul. Nesses períodos, a população de 1,6 milhão de moradores da Baixada Santista pode atingir picos de 2,95 milhões de pessoas, que buscam lazer e diversão nas 82 praias espalhadas em 162,5 quilômetros de extensão. Diante de números tão expressivos, o governo do Estado vem investindo nas obras de infraestrutura e serviços públicos nos nove municípios – Bertioga, Cubatão, Itanhaém, Guarujá, Mongaguá, Praia Grande, Peruíbe, Santos e São Vicente –, que ocupam área de 2,7 mil quilômetros quadrados. Os projetos que acontecem na região também recebem o apoio da Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), criada em 1998 para arrecadar receita, fiscalizar a execução de leis e estabelecer metas e programas para a melhoria de vida da população da região. Para melhorar o acesso de milhares de carros e dar mais fluidez ao trânsito local, o governo tem destinado

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região

A Etec de São Vicente foi inaugurada em 2008 e o AME de Santos começou a atender em janeiro

Milton Michida

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VLT em duas cidades Ainda na área de transportes, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos

ciete silvÉrio

está coordenando, por meio da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), o Sistema Integrado Metropolitano da Baixada Santista (SIM). Trata-se de uma operação de média capacidade articulada sobre trilhos, com a adoção da tecnologia Veículo Leve so­bre Trilhos (VLT) e que aproveitará o trecho da linha férrea entre Santos e São Vicente. O investimento total será de 750 milhões de reais, proveniente de uma parceria público-privada (PPP). Na pri­ mei­ra fase, orçada em 408 milhões de reais, o SIM prevê a construção de ter­minais de integração e estações de transferência entre o Terminal Barreiros (São Vicente) e o Porto de Santos. A empresa responsável pelas obras de operação do sistema, sob regime de concessão, deverá ser definida até o fim do ano e os testes iniciais dos veículos estão programados para o segundo semestre de 2010. A segunda fase do projeto fará a ligação com o sistema de transporte público dos municípios de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe,

totalizando 35,8 quilômetros de extensão. Além de poder transportar 230 mil passageiros por dia, uma das vantagens do SIM está na racionalização das 434 linhas de ônibus da Baixada Santista. A ideia é que quase metade da frota saia de circulação, reduzindo em 10% a emissão de gás carbônico.

Obras nas estradas da Baixada

Saneamento Um dos investimentos mais importantes na Baixada Santista está relacionado ao saneamento, com foco no abastecimento de água e reformulação da coleta e do tratamento do esgoto. Com investimento total de 1,47 bilhão de reais (valor que abrange também o litoral norte), o programa Onda Limpa, que teve a primeira fase iniciada na Baixada Santista em 2007, elevará os índices de coleta e tratamento de esgoto de 53% para 95% até 2011. As intervenções do programa contemplam toda a região metropolitana e incluem a construção de sete es­ta­ ções de tratamento de esgoto (nos mu­­ nicípios de Bertioga, Guarujá, Cu­ba­tão, Mongaguá, Itanhaém e duas em Peruí­ be), 101 estações elevatórias de esgoto, emissários submarinos de Santos e Praia Grande, estações de pré-condicionamento, implantação de 1.175 quilômetros de redes coletoras, coletorestronco e 120.424 ligações domiciliares. Já o programa Mambu Branco, sistema de abastecimento de água que ampliará a oferta de água tratada na região de 600 litros para 1,6 mil litros por segundo, beneficiará mais de 1,2 milhão de pessoas nas cidades de Itanhaém, Peruíbe, Mongaguá, Praia Grande e São Vicente. Para isso, serão destinados recursos da ordem de 300 milhões de reais. Em janeiro, o governo do Estado, por meio da Companhia de Saneamento

Viaduto na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega

Milton Michida

recursos às obras viárias. Em dezembro do ano passado, foram inaugurados o viaduto sobre a linha férrea no km 262,6 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055), em Cubatão, e o dispositivo de entroncamento no Parque das Bandeiras, no km 285 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-055), em São Vicente. A obra de Cubatão era uma antiga reivindicação das empresas do polo industrial do município. A construção de dois viadutos sobre a linha férrea facilita a chegada ao Porto de Santos, beneficiando diariamente em torno de 15 mil veículos. Já o viaduto de São Vicente ajuda diretamente a população ao separar o tráfego rodoviário do local – que passa sob a ligação – e eliminando o cruzamento existente. As duas obras, realizadas pela Ecovias, concessionária do sistema Anchieta-Imigrantes, geraram 470 empregos diretos e custaram 75 milhões de reais.

Mongaguá n Recuperação

e recapeamento da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (trecho em pista dupla), entre os km 292 e 305 n Recuperação de quatro passarelas nos km 292, 293, 297 e 301; e recuperação de quatro pontes nos km 301, 302, 304 (pista norte) e 304 (pista sul) n Implantação de quatro novas passarelas nos km 301, 302, 304 e 305 Valor da obra: R$ 42,2 milhões Início: outubro de 2008 Conclusão prevista: setembro de 2009

Mongaguá-Itanhaém n Recuperação

de 15 passarelas nos km 306, 307, 308, 309, 310, 311, 312, 313, 314, 315, 316, 319, 321, 327 e 343 Valor da obra: R$ 1,08 milhão Início: janeiro de 2009 Conclusão prevista: janeiro de 2010

Peruíbe n Melhoramentos,

recapeamento de pista, pavimentação de acostamentos e sinalização entre os km 10 e 20 no acesso a Peruíbe/Itariri (SPA-344/055) Valor da obra: R$ 6,1 milhões Início: setembro de 2008 Conclusão prevista: março de 2009

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O Canal Limpo vai tratar 22,5 quilômetros de canais usando modernas tecnologias Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), e a prefeitura de Santos assinaram convênio para implementar o programa Canal Limpo. Foram investidos 9 milhões de reais nas ações voltadas para a retirada do esgoto lançado nos canais. Ao longo de dois anos, governo e prefeitura acompanharão a evolução do índice de balneabilidade das praias e da qualidade das águas dos 19 canais da cidade, que somam 22,5 quilômetros. Segundo a Secretaria de Saneamento e Energia, a meta é melhorar em 20% a balneabilidade no primeiro ano e 30% no segundo. No Canal Limpo serão empregadas modernas tecnologias como a inspeção de tubulações por método não destrutivo e acompanhada por circuito fechado de televisão, remoção de material sedimentado e limpeza de redes e estações elevatórias com equipamentos de alta eficiência para jateamento com água de alta pressão e sucção e alto vácuo para remoção de resíduos.

Novos custos nas Etecs O ensino técnico também vem ganhando impulso na Baixada Santista. Na atual administração, o Centro Paula Souza já implantou Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) em Itanhaém (2007), Cubatão e São Vicente (2008) e Peruíbe (em fevereiro deste ano). A essas unidades, somam-se outras cinco já existentes: Guarujá, Mongaguá, Praia Grande e duas em Santos. De 2006 até o primei­

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ro semestre, a oferta de vagas saltou de 1.285 para 2.295 – número que aumentará com as 320 vagas abertas pela terceira Etec de Santos, com inauguração prevista para o segundo semestre. Além do aumento nas vagas, seis Etecs da região instituíram novos cur­­sos neste primeiro semestre. A do Guarujá implantou o ensino médio e o curso de Turismo Receptivo – este também adotado em Mongaguá. Itanhaém inaugurou o curso de Secretariado, e uma das unidades de Santos abriu uma turma de Informática. Por fim, a Etec de Praia Grande estreou o curso de Serviços Imobiliários, além de uma turma extra em Farmácia. O processo de implantação de cursos nas Etecs segue critérios técnicos. A partir da identificação dos dados demográficos e econômicos da região é estabelecido um trabalho conjunto com a prefeitura e o setor produtivo, que poderão definir os cursos para atender à demanda socioeconômica local. Essa parceria resulta em alto índice de empregabilidade, identificado entre os alunos até um ano após a formatura: 77% nas Etecs e 93% nas Faculdades de Tecnologia (Fatecs). “Os novos cursos trazem um ganho enorme para os jovens e para o setor produtivo, porque são estrategicamente escolhidos de acordo com as demandas regionais”, afirma Laura Laganá, di­ retora-superintendente do Centro Paula Souza. “Além de proporcionarmos ensino gratuito e de qualidade, for­mamos profissionais especializados, aumen­ tan­do a empregabilidade e tornando as empresas mais competitivas.”

Saúde Uma região tão importante como a Baixada Santista não poderia estar ausen-

divulgação

região

te do programa de instalação de Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs). Em janeiro, foi inaugurada em Santos uma unidade com capacidade para realizar mensalmente em torno de 17 mil consultas e 40 mil exames de apoio ao diagnóstico. Com investimento de 6,8 milhões de reais, o AME de Santos atende os moradores dos municípios vizinhos de Bertioga, Guarujá, Cubatão e São Vicente – que ganhará uma unidade em 2010. O AME da Praia Grande está em fase de conclusão e deverá ser inaugurado no segundo semestre deste ano. Os ambulatórios permitirão desafogar os hospitais da região, que terão condições de priorizar internações e atendimentos de urgência. O governo do Estado realizou ainda outros melhoramentos na Baixada Santista. O Hospital Regional de Itanhaém recebeu cinco leitos de UTI neonatal e adquiriu para a unidade um arco cirúrgico usado para proce-

POUPATEMPO DE SANTOS Endereço: Rua João Pessoa, 246, Centro Inauguração: 9/10/2008 Órgãos presentes: Acessa São Paulo (acesso gratuito à internet), Banco Nossa Caixa, Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Detran, E-poupatempo (serviços públicos eletrônicos), Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt, Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert), Sabesp, Secretaria da Fazenda e prefeitura de Santos n Atendimentos

de outubro a dezembro/2008: 214.676 Média diária de atendimentos: 4.347 Serviços mais requisitados: Atestado de antecedentes (fornecido pelo Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt – IIRGD): 44.710 E-poupatempo: 24.353 Detran: 21.232

n Atendimentos

em janeiro e fevereiro/2009: 162.309 Média diária de atendimentos: 4.008 Serviços mais requisitados: Atestado de antecedentes: 24.218 E-poupatempo: 12.272 Sabesp: 10.694

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região

dimentos ortopédicos. Pelo programa Pró Santa Casa, duas Santas Casas foram atendidas em 2008: à de Santos fo­ ram destinados cerca de 700 mil reais, ao passo que 1,2 milhão de reais foram entregues para a Associação Santamarense de Beneficência do Guarujá. Depois de dez anos, o tradicional Hospital Ana Costa, em Santos, volta a oferecer atendimento médico aos servidores estaduais da Baixada Santista graças ao acordo firmado com o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe). A iniciativa beneficiará aproximadamente 11 mil funcionários públicos em Santos, 4 mil em São Vicente e 4 mil na Praia Grande, onde funcionam, respectivamente, a sede do hospital e duas unidades regionais, que também prestarão atendimento aos funcionários e dependentes de Bertioga, Cubatão, Pe­ruíbe, Guarujá, Itanhaém e Mongaguá.

Serra do Mar Em termos de meio ambiente e habitação, o Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar é um dos maiores desafios do governo do Estado. Iniciado em 2007, o projeto visa recuperar boa parte da área verde do Parque Estadual da Serra do Mar, com a transferência de cerca de 5 mil famílias que moram nas encostas da serra em Cubatão para imóveis da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), empresa ligada

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à Secretaria da Habitação. Para reassentar esses moradores, foram projetados conjuntos habitacionais em bairros populares de Cubatão. Estão em licitação 3.594 unidades habitacionais, que serão construídas nos bairros Jardim Casqueiro, Bolsão 7 e Bolsão 9, destinadas aos moradores de quatro áreas de proteção ambiental: Cota 400, Água Fria, Sítio dos Queirozes e Pilões. O valor orçado é de 333,8 milhões de reais, e as primeiras unidades têm previsão de entrega para 2010. Outras 2,5 mil famílias deverão permanecer na serra, mas residindo em núcleos urbanizados. Nesse caso, o investimento será de 161 milhões de reais. Além do programa de revitalização, a CDHU entregou 382 unidades habitacionais, em São Vicente – a maior parte na favela México 70 –, e em Santos. Estão em andamento 2.852 atendimentos, que representam construção de casas e obras de urbanização, com investimento de 82,9 milhões de reais. Para este ano, estão programados mais 8,8 mil atendimentos.

Costa protegida Com mais de 160 quilômetros de praias, a Baixada Santista também recebeu atenção especial na questão do meio ambiente. São Paulo tornou-se o primeiro Estado brasileiro a transformar seu litoral em unidade de conservação de uso sustentável, uma das categorias definidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (veja entrevista). Em 2008, a costa paulista foi dividida em três Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e uma delas é chamada de Litoral Centro, que envolve os municípios da Baixada Santista. “O objetivo da APA é proteger os recursos naturais

A nova área de lazer sobre o emissário submarino de Santos

marinhos com o uso disciplinado de seu território e a defesa do patrimônio cultural, representados pela cultura caiçara e a pesca artesanal”, afirma o secretário Francisco Graziano Neto. Rica em diversidade, a APA do Litoral Centro abriga também, entre outras riquezas naturais, o primeiro parque marinho de São Paulo – o Parque Estadual da Laje de Santos –; inúmeras ilhas em quase 450 mil hectares de área; o Mosaico da Jureia-Itatins, em Peruíbe; e o Parque Estadual de XixovaJapuí, em São Vicente e Praia Grande. Com a criação das APAs, o governo adotou medidas para a proteção costeira, como o reforço da Polícia Militar Ambiental com uma unidade especialmente treinada para atender a ocorrências contra crimes ambientais. Foram compradas seis embarcações dotadas de equipamentos para combater a pesca predatória. Duas delas fazem o patrulhamento nas águas da Baixada Santista. o

ciete silvÉrio

Cinco mil famílias serão removidas da Serra do Mar para moradias construídas em Cubatão

Lazer sobre o emissário Até há pouco tempo, o emissário submarino da Praia José Me­ nino, em Santos, era um plataforma feita de grandes pedras que servia de ponto de encontro de surfistas. Com o envolvimento do governo do Estado, por meio da Secretaria de Saneamento e Energia, e da prefeitura de Santos, a área passou por uma ampla urbanização, que resultou no Parque Municipal Roberto Mário Santini. Inaugurado em janeiro passado, o novo espaço virou mais uma opção de lazer para a população. Junto ao quebra-mar onde são promovidos os campeonatos de surfe, ele tem uma arquibancada com capacidade para 600 pessoas, sala para jurados e imprensa, torre de vigilância, Museu do Surfe, com 580 metros quadrados, e heliporto. Uma das marcas do parque é a escultura da artista plástica Tomie Ohtake, que homenageia o centenário da imigração japonesa e que pode ser vista de longe. Mas o parque não é um refúgio só dos surfistas. Há uma pista de skate de 1,1 mil metros quadrados, ciclovia, pista para corrida e caminhada, bicicletário, playground, tabuleiro gigante de xadrez no solo, equipamentos de ginástica e muro para arte ao ar livre. “Além de fazer parte da história do saneamento da região, a área representa uma estrutura funcional na operação do sistema de esgotamento sanitário da Baixada Santista”, afirma a secretária de Saneamento e Energia, Dilma Seli Pena.

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SPbastidores

fotos: Claudio teixeira

O setor foi criado em 1978, quando 6 mil toneladas de petróleo vazaram no litoral norte

Anjos da guarda ambientais Setor de Operações de Emergência da Cetesb é referência na coordenação do trabalho em incidentes com substâncias químicas

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Prontos para o trabalho. Roupas especiais protegem os agentes de diversos tipos de substâncias químicas

Bombeiros, Polícia Militar, resgate, ambulância – os números de telefone desses serviços de emergência estão na ponta da língua da maioria da população do Estado. Cada um tem um tipo diferente de atendimento: ocorrências de incêndio, pessoas presas no elevador, acidente de trânsito e assalto. Mas para onde ligar em caso de emergência química, quando estoura um oleoduto ou uma carreta tomba com carregamento de amônia? Para o Setor de Operações de Emergência: 0800-113560, serviço oferecido pelo governo do Estado São Paulo, por meio da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). O setor foi criado em 1978, depois do primeiro grande desastre ambiental de São Paulo, quando o vazamento de um navio-tanque despejou mais de 6 mil toneladas de petróleo no Canal de São Sebastião, litoral norte do Estado. “Naquela época, não havia nenhum órgão responsável por esse tipo de tragédia ambiental. Então a Cetesb realizou a limpeza com o apoio da Guarda Costeira americana”, afirma o gerente do Setor de Operações de Emergência, Jorge Luiz Nobre Gouveia. Basicamente, o trabalho do departamento consiste na avaliação da ocorrência, considerando os riscos ao meio ambiente, e coordenação das demais entidades envolvidas para que atuem de forma adequada. Bombeiros, Polícia Militar e até a própria empresa respon-

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bastidores

Ao lado, agente de plantão na Central de Controle verifica possíveis emergências

sável pela ocorrência recebem orientações. Em média, são efetuados 450 atendimentos por ano. A maioria dos incidentes acontece por falta de manutenção ou imprudência na operação – como acidentes no transporte ou falha no armazenamento. Condições do tempo desfavoráveis, como chuva e neblina, também são agentes causadores de ocorrências.

Em média, são 450 chamadas por ano. A maioria acontece no transporte rodoviário preocupação básica, uma vez que quase metade dos incidentes está relacionada ao transporte rodoviário (veja no quadro). As imagens são reproduzidas em um grande telão no fundo da sala. “Ao todo, são 14 técnicos com conhecimentos específicos relacionados ao risco químico”, afirma Gouveia. Para se deslocar até as ocorrências, a equipe conta com veículos especiais equipados com o que há de mais moderno em equipamentos para essas situações. Os dispositivos, todos digitais, são capazes de encontrar substâncias corrosivas, tóxicas, inflamáveis e até mesmo níveis de radiação. As chamativas roupas coloridas são para proteção pessoal do agente. Feitas de plástico,

Roupas especiais Técnicos cobertos dos pés à cabeça com roupas amarelas, verdes ou brancas e rostos escondidos atrás de máscaras que lembram cenas de qualquer filme sobre guerras envolvendo produtos tóxicos. Com esse “uniforme”, os agentes do Setor de Operações de Emergência entram em ação. Tudo começa na Central de Controle. O setor destaca três agentes em escalas de plantão 24 horas por dia. Da sala, os funcionários podem controlar diversos pontos, como as principais rodovias do Estado. Trata-se de uma

Principais tipos de ocorrências 40,4%

Total de atendimentos entre 1978 e 2008

28,6%

7.605

Atendimentos divididos por regiões 15,2%

8,9%

Transporte rodoviário

Postos de combustíveis

34,2%

7,1%

Indústria

5,2%

Descarte de materiais

4,7%

Transporte marítimo

2,6%

Transporte por duto

Metropolitana Interior Litoral

2,5%

Armazenamento

50,6%

Outros

Ilustrações:seri

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Edmilson Magalhães/DGABC

bastidores

Equipe ajuda na remoção de solventes no recente incêndio em Diadema. O trabalho foi coordenado pela Cetesb (acima). À direita, veículos especiais para emergências

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protegem contra diferentes níveis de toxicidade. Os respiradores artificiais são indispensáveis em lugares com pouca concentração de oxigênio ou até mesmo com algo tóxico no ar. Um dos casos mais dramáticos para o Setor de Operações de Emergência aconteceu em 1983: o incêndio da favela da Vila Socó, em Cubatão, provocado pelo vazamento de 1,2 mil metros cúbicos de gasolina. Recentemente, os agentes ficaram quase uma semana coordenando a remoção de solventes no incêndio de grandes proporções em uma distribuidora de produtos químicos de Diadema. Segundo Gouveia, o principal trabalho no local foi avaliar a inflamabilidade dos resíduos que escorriam para a rede de água e esgoto. “Se o nível estivesse alto, haveria o risco de novas explosões”, diz.

Durante uma semana, houve a remoção de solventes num incêndio em Diadema Para Gouveia, o trabalho mais complicado é quando há o descarte indevido de substâncias químicas em terrenos baldios. “Não sabemos quem é o responsável, assim não podemos autuá-lo ou exigir que limpe o local.” No entanto, o gerente diz que grande parte das empresas atua com rigor nesse tipo de situação. “Se houver qualquer incidente, somos acionados juntamente com os bombeiros e a Defesa Civil.” Para trabalhar corretamente em situações como essa, os agentes são con-

dicionados a manter a calma durante períodos de intenso estresse. Para isso, é essencial o treinamento permanente da equipe. Além dos conhecimentos específicos relativos à sua formação, são passadas noções básicas sobre riscos químicos, toxicologia, equipamentos de proteção individual, equipamentos de monitoramento, segurança e primeiros socorros. Ela também adota o Procedimento Operacional Padrão, no qual estão descritas as atribuições, bem como os principais aspectos a se­rem observados durante uma emergência. Reconhecido pela Organização PanAmericana de Saúde, o trabalho do Setor de Operações de Emergência já atravessou fronteiras. “Já atuamos em casos de emergência até na Colômbia, dando consultoria e auxiliando na prevenção”, finaliza Gouveia. o

Mantenha distância

Principais classes de substâncias encontradas pe­lo setor em suas intervenções e as mais nocivas ao meio ambiente n Substâncias

explosivas (inflamáveis, não inflamáveis ou tóxicos) n Líquidos inflamáveis n Sólidos inflamáveis ou reativos n Oxidantes e peróxidos orgânicos n Substâncias tóxicas n Substâncias corrosivas n Gases

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SPpersonagem do mês

Roseli Oliveira: voz amiga no atendimento aos cidadãos paulistas

Amiga de todas as horas A coordenadora da Central de Atendimento da Seads entra e sai da vida das pessoas sempre tentando ajudar

Foto: bruno Miranda

Nem sempre Roseli Oliveira, 45, se limita ao papel de orientar quem a procura. Em meio a tantos questionamentos e pedidos de ajuda, ela procura sempre resolver os problemas com voz amigável e uma solução na cabeça. Em um dia agitado de 2007, ela recebeu o e-mail de uma pessoa dizendo haver resgatado uma senhora que vagava por uma estrada. Levada para um abrigo, a mulher se lembrava apenas do endereço de dois irmãos que moravam em Taboão da Serra, cidade da região metropolitana de São Paulo. Roseli encontrou o endereço e descobriu que aquela senhora havia saído para ir à igreja em dezembro de 1984 e não retornara para casa. Nessa situação tão atípica, não era seu dever sair em busca da família, mas ela acredita que agiu corretamente: “Para trabalhar com o lado social, não adianta atuar de forma mecânica. Cada caso é único”, ensina Roseli. Formada em psicologia e pedagogia, com pós-graduação em educação e violência doméstica, Roseli trabalhou como conselheira tutelar por três anos e foi professora de psicologia em escolas da rede estadual por 17 anos. Em 1989, ingressou na Secretaria da Assistência e Desenvolvimento Social (Seads), onde assumiu a coordenadoria da Central de Atendimento em 2006, dois anos depois de sua criação. Ao falar de seu trabalho, Roseli demonstra a importância de um atendimento bem-feito: “Aqui é uma espécie de cartão de visita do Estado. Quem liga precisa ser atendido com total atenção”, considera. Em 2008, a Central registrou uma média mensal de 450 ligações e 300 e-mails respondi-

Solidária no atendimento aos cidadãos paulistas

dos. Outra equipe, que atua no posto do Poupatempo de Itaquera, também chefiada pela pedagoga, realizou em média 780 atendimentos mensais. Algumas intervenções são ainda mais inusitadas. Roseli conta que, uma noite, um rapaz esteve no prédio da Seads pedindo abrigo para pas­sar a noite, porque havia discutido com a mãe. O que chamou sua atenção foi o fato de ele possuir telefone celular, estar cursando o 3º ano de direito e solicitar uma vaga no albergue do Brás, região central da capital. “Estranhei esse pedido tão específico, mas ele argumentou que era o único lu­ gar que podia atender a suas exigên­cias”, relembra. Ela descobriu, então, que o jovem não fora aceito no albergue, porque queria horários diferenciados, de acordo com sua atribulada vida noturna. “Na verdade, ele estava procurando mesmo um hotel”, relembra. Houve também o caso de uma mulher que insistiu em conversar pessoalmente com Roseli. Durante o encontro, disse que não tinha dinheiro nem para comprar um botijão de gás. Num telefonema feito ao filho, a coordenadora soube que ela era bipolar e queria somente estar na companhia de alguém. “Quando foi embora, ela perguntou se podia voltar outras vezes, pois tinha gostado de falar comigo”, finaliza Roseli, com sua habitual voz amigável. o

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SPo estado em números Centro Paula Souza

Acessa SP

Escolas Técnicas (Etecs) Ensino técnico

Faculdades de Tecnologia (Fatecs)

Ensino médio

41.192 41.192 41.192 41.192 35.707 35.707 35.707 35.707 29.037 29.037 29.037 29.037 25.561 25.561 25.561 25.561

Ensino superior tecnológico

Número de unidades 4646 46 45 4545 46 45 26 2626 26

489

Poupatempo 27.854.360

Vagas Vagas Vagas Vagas no 1º no 1º no 1º no 2º semestre semestre semestre semestre de 2006 de 2007 de 2008 de 2009

Habitação

Atendimentos entre janeiro e dezembro 28.085.366

25.910.505

postos em 458 municípios

30.088

2006

2007

2008

2009

Nota fiscal Paulista

447.107

Novas unidades da CDHU desde jan/2007

estabelecimentos

3,8 bilhões

emprega são paulo 2006

2007

O Emprega São Paulo tem hoje

2008

Estradas Rurais

2.400 km

Mais recuperados pelo “Melhor Caminho” desde jan/2007

1.939 vagas de emprego exclusivas para pessoas com deficiência em todo o Estado

de cupons registrados

Beneficiados em dez/08

8.860.051 pessoa jurídica + pessoa física

831.306.253,00 foi o valor total distribuído entre out/07 e dez/08

operação verÃO De 15 de dezembro de 2008 a 1º de março deste ano, o Governo de SP reforçou o policiamento nas principais estradas do Estado. Entre viaturas de inspeção, guinchos, ambulâncias, veículos de apoio e motos para socorro, a operação especial somou 700 unidades. Campanhas de trânsito com mensagens em painéis e distribuição de materiais educativos ajudaram a conscientizar os motoristas para as questões de segurança

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4,5 milhões

Investimento inicial médio atual de cada AME (Ambulatório Médico de Especialidades)

10 milhões

São investidos por ano na manutenção de cada unidade

14

AMEs em funcionamento no Estado

82.136

Consultas médicas por mês

179.417

Exames como raio-x, tomografia computadorizada, endoscopia, ecocardiograma, ressonância magnética por mês

1.483

Queda de

Queda de

Queda de

5%

14,4%

11,1%

no índice de acidentes nas estradas paulistas

no índice de vítimas fatais

no índice de feridos

Cirurgias ambulatoriais por mês

32.586

Atendimentos como fisioterapia, acupuntura, nutrição e psicologia

88.573

pessoas convocadas desde janeiro de 2007

A meta é construir mais até 2010

18

Projeto Tietê 1ª fase (1992 a 1998)

Investimento de US$ 1,1 bilhão

AMES

Frente de trabalho

desde de 2007

3.757

7.715 7.715 7.715 6.255 6.2557.715 6.255 6.255

Vagas Vagas Vagas Vagas no 1º no 1º no 1º no 1º semestre semestre semestre semestre de 2006 de 2007 de 2008 de 2009

188 estão em funcionamento Dessas, 42 novas unidades

computadores espalhados pelo Estado

4.170 4.170 4.170 3.940 3.9404.170 3.940 3.940

Vagas Vagas Vagas Vagas no 1º no 1º para o 1º no 1º semestre semestre semestre semestre de 2006 de 2007 de 2008 de 2009

de usuários cadastrados

33 3333 33

16.843 16.843 16.843 16.843 13.288 13.288 13.288 13.288 7.961 7.961 7.961 7.859 7.8597.961 7.859 7.859

1,62 milhão

Fundação casa

(US$450 milhões provenientes do BID, US$500 milhões dos recursos próprios da Sabesp e mais US$100 milhões da Caixa Econômica Federal).

Metas Aumento da coleta de esgoto na região metropolitana de São Paulo de 70% para 80% n Aumento do tratamento de esgoto na região metropolitana de São Paulo de 20% para 62% n

Obras ETE São Miguel ETE ABC n ETE Parque Novo Mundo n 1,5 quilômetro de redes coletoras n 315 quilômetros de coletorestronco n 37 quilômetros de interceptores n 250 mil ligações domiciliares n n

2ª fase (2002 a 2008)

Investimento de US$ 400 milhões (US$ 200 milhões financiados pelo BID e US$ 200 milhões com recursos da Sabesp)

Metas Aumento da coleta de esgoto na região metropolitana de São Paulo de 80% para 84% n Aumento do tratamento de esgoto na região n

metropolitana de São Paulo de 62% para 70%

Obras n 35 quilômetros de interceptores n 165 quilômetros de coletores-tronco n 1,4 mil quilômetros de redes coletoras n 324 mil ligações domiciliares de esgotos n Melhorias na ETE Barueri

3ª fase (2009 a 2015) Investimento de US$ 800 milhões

US$200 milhões da Sabesp e US$600 milhões do BID (em negociação)

Metas Aumento da coleta de esgoto na região metropolitana de São Paulo de 84% para 87% n Aumento do tratamento de esgoto na região metropolitana de São Paulo de 70% para 84% n

Obras 420 quilômetros de coletorestronco e interceptores n 1250 quilômetros de redes coletoras de esgoto n 200 mil ligações domiciliares n Melhorias nas estações de tratamento para aumentar a vazão em 7,4m3, por segundo n

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SPagenda Água e Esgoto

O que foi notícia

O governo do Estado, por meio da Secretaria de Saneamento e Energia, entregou cinco obras de esgotamento sanitário e reserva de água nos municípios de Monte Aprazível, General Salgado, Sud Menucci, Monte Alto e Lins, que, em conjunto com outras 11 obras já em execução, vão possibilitar, até o fim deste ano, a realização de 100% de coleta e tratamento de esgoto em 83 municípios servidos pela Sabesp na região da Unidade de Negócio Baixo Tietê. A meta é concluir sete estações de tratamento de esgoto até dezembro de 2009 – em Palmares Paulista, Santa Ernestina, Catiguá, Monte Alto, Orindiúva, Cardoso e Nhandeara.

Pacote da saúde

Pacientes escolhem os melhores hospitais do estado Uma pesquisa da Secretaria da Saúde apon­ tou os dez melhores hospitais e as cinco me­ lhores maternidades públicas do Estado de São Paulo, na avaliação dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O levantamento ouviu 60,2 mil pacientes que passaram por internações e exames em cerca de 500 estabelecimentos de saúde conveniados à rede pública paulista nos meses de novem­ bro e dezembro de 2007 e abril e junho de 2008. A pesquisa tem como objetivo monito­ rar a qualidade de atendimento e a satisfação do usuário, reconhecer os bons prestadores, identificar possíveis irregularidades e ampliar a capacidade de gestão eficiente da saúde pública. Foram avaliados o grau de satisfação com o atendimento recebido pelos pacientes, nível do serviço e dos profissionais que pres­ taram o atendimento, qualidade das acomo­ dações e tempo de espera para a internação. Para a classificação das maternidades tam­ bém foram incluídas perguntas específicas sobre humanização do parto.

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Os melhores 10 hospitais 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Hospital do Rim e Hipertensão: São Paulo Hospital das Clínicas: Ribeirão Preto Hospital das Clínicas – Unidade Materno Infantil: Marília Hospital Amaral Carvalho: Jaú Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia: São Paulo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Centrinho): Bauru Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas: São Paulo Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC): São Paulo Hospital Estadual de Vila Alpina: São Paulo Hospital Beneficência Portuguesa: São Paulo

As 5 melhores maternidades 1 Centro Integral de Atendimento à Saúde do Hospital das 2 3 4 5

Clínicas: Campinas Hospital Universitário: São Paulo Hospital Estadual de Vila Alpina: São Paulo Hospital Santa Marcelina: São Paulo Hospital Geral de Pedreira: São Paulo

O governo do Estado lançou um programa de investimento para que os municípios paulistas possam reformar e reequipar seus postos de saúde e unidades do Programa de Saúde da Família. A partir de abril, serão liberados 13,4 milhões de reais para 523 das 645 prefeituras, cobrindo 81% do Estado. Os recursos permitirão realizar reparos de infraestrutura predial, pintura, reforço nas redes elétrica e hidráulica e aquisição de equipamentos médicos, mobiliário e outros materiais considerados necessários para aprimorar o atendimento à população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS). Serão beneficiados, inicialmente, municípios com menos de 50 mil habitantes. Os valores dos repasses vão variar conforme a população. Cidades com até 9,9 mil habitantes receberão 15 mil reais. Já as que tiverem entre 10 mil e 19,9 mil habitantes terão direito a 25 mil reais para recuperar seus postos de saúde. E os municípios com 20 mil a 49,9 mil habitantes receberão 50 mil reais.

Metrô e trem mais baratos Entrou em vigor no início de março a Tarifa do Madrugador, que oferece desconto no preço da passagem para quem utiliza os trens do Metrô entre 4h40 e 6 horas, e os da CPTM das 4 horas às 5h20. Cerca de 250 mil usuários serão beneficiados. O valor dos bilhetes será 20 centavos mais baixo do que o praticado ao longo do dia. Por uma viagem de trem ou metrô o usuário pagará 2,35 reais. Na integração com o ônibus, a Tarifa do Madrugador terá um custo final de 3,60 -reais. Para ter o benefício, basta utilizar o bilhete único comum que a catraca da estação vai cobrar o valor reduzido nos horários estabelecidos. O benefício não vale para os usuários do Vale Transporte e dos Cartões Fidelidade. Taiaçupeba ampliada em 50% A estação de tratamento de água Taiaçupeba, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), em Suzano, terá sua produção aumentada em 50% nos próximos dois anos, superando os atuais 10 metros cúbicos por segundo para 15 metros cúbicos. Quando estiver pronta, será a segunda maior da empresa e responderá por 15% da água consumida na região metropolitana de São Paulo. A estação abastecerá a zona leste da capital e os municípios de Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Arujá, Poá, Mogi das Cruzes, Guarulhos, Mauá e Santo André. O consórcio responsável pelas obras investirá 300 milhões de reais na ampliação de Taiaçupeba e na construção de 17,7 quilômetros de adutoras e quatro reservatórios para armazenar 70 milhões de litros de água tratada.

Redução de criminalidade A Operação Saturação e a Virada Social em Paraisópolis, na zona sul da capital, obtiveram uma redução de 45% na criminalidade em apenas 30 dias. O índice representa o número total de registros em janeiro deste ano (203 ocorrências) e fevereiro (111). Comparando os números de fevereiro com o mesmo período do ano passado, quando foram registradas 170 ocorrências, a queda é de 34,71%. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, cinco indicadores criminais apresentaram redução: homicídios, roubo e furto de veículos e roubo e furto a pessoa.

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SPagenda O que foi notícia Olimpíada de matemática

Centro paula souza

Entre fevereiro e março, o Estado ganhou sete novas unidades de Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), que integram o Plano de Expansão para o Ensino Profissional. Veja a localização de cada uma: Campo Limpo Paulista – Além do ensino médio pela manhã, a Etec oferece dois cursos técnicos: Enfermagem, à tarde, e Instrumentação e Equipamentos Industriais, nos períodos da tarde e da noite Monte Mor – Oferece 200 vagas, sendo 80 para ensino médio e 120 divididas entre três cursos técnicos: Administração, Informática e Logística Piedade – A unidade oferece ensino médio (80 vagas) de manhã e dois cursos técnicos à tarde: Agroecologia e Agroindústria, ambos com 40 vagas Porto Ferreira – Implantou ensino médio, de manhã, e dois cursos técnicos: Design de Interiores e Logística, nos períodos da tarde e da noite Santana de Parnaíba – Oferece ensino médio, de manhã, e dois cursos técnicos: Informática e Logística, nos períodos da tarde e da noite, com 40 vagas em cada turma Cidade Tiradentes (capital) – Oferece ensino médio, com 80 vagas pela manhã, e 200 vagas divididas entre quatro cursos técnicos: Administração, Contabilidade, Logística e Segurança do Trabalho Santo Amaro (capital) – Iniciou as atividades neste semestre com ensino médio, com 80 vagas, e três cursos técnicos: Contabilidade, Logística e Segurança do Trabalho, cada um com 40 vagas

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A quarta edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas premiou 58 alunos de 23 Escolas Técnicas (Etecs). A competição, promovida pelos Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação, envolveu mais de 18 milhões de estudantes do ensino fundamental e do ensino médio de 40 mil escolas da rede pública em todo o Brasil. Everton de Oliveira, da Etec Basilides de Godoy, de São Paulo; Rodrigo Lima, da Etec Martin Luther King, também da capital; e Victor Presser, da Etec Conselheiro Antônio Prado, de Campinas, receberam medalha de ouro. Outros 20 alunos de Etecs levaram prata e 35, bronze. Todos os vencedores ganharam bolsas de Iniciação Científica Júnior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

HC com nova urologia No início de março, a Divisão de Urologia do Hospital das Clínicas inaugurou as novas instalações da sua unidade ambulatorial e pôs em prática o projeto que privilegia a assistência urológica ao idoso. A reestruturação da unidade, que custou 2,7 milhões de reais, incluiu a construção de 15 consultórios para diagnósticos e pequenas intervenções. No local serão realizados estudos urodinâmicos, endoscopia, manipulações transuretrais, biópsias percutâneas, exames de ultrassom e radiológicos. Agora, os pacientes em tratamento urológico, com idade igual ou superior a 75 anos, terão no mesmo dia da consulta toda a assistência ambulatorial necessária na própria unidade.


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