Revista SP Notícias No. 13

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SPnotícias ANO 2 l NÚMERO 13

Banco do Povo Paulista ajuda pequenos empresários a aumentar sua renda Programa Investe São Paulo incentiva a vinda de empresas de outros Estados e países Obras na região de São José do Rio Preto beneficiam mais de 1,4 milhão de pessoas

Inclusão social

As ações da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência nas áreas da saúde, educação, habitação e empregabilidade


editorial

Política de inclusão social A Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência foi criada em 2008 e, em pouco mais de um ano, já lançou uma série de programas para garantir melhor qualidade de vida e inclusão à parcela de 11,5% da população do Estado que apresenta alguma deficiência. Com iniciativas como a implantação da Rede Lucy Montoro, a pasta garante programas voltados à empregabilidade e educação. É sobre esse tema que trata a reportagem de capa desta edição de SPnotícias. No campo do empreendedorismo, outra reportagem fala da oportunidade que empresários de baixa renda têm para expandir os negócios e aumentar sua renda por meio de empréstimos com taxa de juros de 0,7% ao mês, feitos pelo Banco do Povo Paulista. Ligado à Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert), o Banco do Povo completou 11 anos de atividades e registra o expressivo valor de 580 milhões de reais emprestados em 190 mil operações. Mas a atual administração não dá incentivos apenas ao microempresário. O programa Investe São Paulo vem atraindo empresas de outros Estados e países para São Paulo, com apoio em áreas como logística e identificação dos melhores locais para investimentos. Fabricantes de automóveis e de plataformas de exploração de petróleo, por exemplo, já percebem a viabilidade de construir ou ampliar unidades em cidades do interior e na Baixada Santista. SPnotícias traz também entrevista com a secretária de Saneamento e Energia, Dilma Seli Pena, que fala das ações no combate às enchentes na cidade de São Paulo, dos investimentos da atual administração para levar água limpa e esgoto tratado aos municípios e do potencial do Estado como gerador de energias renováveis. Esta edição também trata da maior região administrativa do Estado: São José do Rio Preto. Com 96 cidades, ela vem recebendo recursos em áreas como saúde, habitação e transportes que têm beneficiado seus 1,4 milhão de habitantes. Você vai conhecer ainda a atuação do Grupamento de Radiopatrulha Aérea do Estado de São Paulo (GRPAe), que há 25 anos se dedica a fazer resgates, remoções médicas e a ajudar o trabalho da Polícia Militar a bordo dos helicópteros Águia. Boa leitura e até a próxima edição.

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renato stockler

SPsumário

Ano 2 | Nº 13 | 2009 11.000 exemplares Distribuição estadual Foto de capa: Bruno Miranda

Governo do estado de sÃo Paulo

6 ENTREVISTA

Governador José Serra vice-governador Alberto Goldman

Os desafios da secretária de Saneamento e Energia, Dilma Seli Pena, para garantir tratamento de água e esgoto no Estado

30 REGIÃO

18 INVESTIMENTOS

Programa Investe São Paulo auxilia a instalação de empresas de outros Estados e países

Investimentos do governo do Estado beneficiam 96 municípios da região de São José do Rio Preto

22 EMPREENDEDORISMO

Com empréstimos do Banco do Povo, pequenos empresários podem abrir ou expandir seus negócios

28 BOLETINS REGIONAIS Publicações destacam as obras realizadas nos municípios do interior de São Paulo

44 PERSONAGEM DO MÊS

Há 52 anos no serviço público, Missa Naguche Chen é a funcionária mais antiga do Fussesp

46 O ESTADO EM NúMEROS 48 AGENDA

38 BASTIDORES

O trabalho da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência para promover o acesso à saúde, educação e empregabilidade

antônio chahestian

10 CAPA

O Grupamento Aéreo da Polícia Militar completa 25 anos de atuação em resgates e apoio ao policiamento de São Paulo

secretaria estadual da administração Penitenciária Lourival Gomes secretaria estadual da agricultura e abastecimento João de A. Sampaio Filho secretaria estadual da assistência e desenvolvimento social Rita Passos secretaria estadual da Casa Civil Aloysio Nunes Ferreira Filho secretaria estadual da Casa Militar Coronel PM Luiz Massao Kita secretaria estadual de Comunicação Bruno Caetano secretaria estadual da Cultura João Sayad secretaria estadual de desenvolvimento Geraldo Alckmin secretaria estadual de economia e Planejamento Francisco Vidal Luna secretaria estadual da educação Paulo Renato Souza secretaria estadual do emprego e relações do trabalho Guilherme Afif Domingos secretaria estadual de ensino superior Carlos Alberto Vogt secretaria estadual de esporte, lazer e turismo Claury Santos Alves da Silva secretaria estadual da Fazenda Mauro Ricardo Machado Costa secretaria estadual da Gestão Pública Sidney Beraldo secretaria estadual da Habitação Lair Alberto Soares Krähenbühl secretaria estadual da Justiça e defesa da Cidadania Luiz Antônio Marrey secretaria estadual do Meio ambiente Francisco Graziano Neto secretaria estadual dos direitos da Pessoa com deficiência Linamara Rizzo Battistella secretaria estadual de relações Institucionais José Henrique Reis Lobo secretaria estadual de saneamento e energia Dilma Seli Pena secretaria estadual da saúde Luiz Roberto Barradas Barata secretaria estadual da segurança Pública Antônio Ferreira Pinto secretaria estadual dos transportes Mauro Arce secretaria estadual dos transportes Metropolitanos José Luiz Portella Procuradoria Geral do estado de são Paulo Marcos Fábio de Oliveira Nusdeo a revista SPnotícias é uma publicação mensal do Governo do estado de são Paulo, distribuída gratuitamente. seu conteúdo é informativo e sua venda é proibida. www.saopaulo.sp.gov.br Sugestões para a revista pelo e-mail: revistaspnoticias@sp.gov.br CtP, impressão e acabamento: edição concluída em outubro

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SPentrevista

Saneamento é o desafio

Secretaria de Saneamento e Energia investe para garantir abastecimento de água e tratamento de esgoto

fotos:ciete silvério

Não são poucas as vezes que a secretária de Saneamento e Energia, Dilma Seli Pena, tem de discorrer sobre o combate às enchentes em São Paulo. Para ajudá-la, ela usa um mapa das obras da calha do Rio Tietê pregado na sala anexa ao seu gabinete e que ajuda a explicar o que vem sendo feito. Mas a pasta está à frente de muitas outras ações, como os programas Onda Limpa, Água Limpa e Vida Nova, a implantação do Parque Várzeas do Tietê – que revitalizará uma imensa área de 75 quilômetros de extensão na zona leste da região metropolitana de São Paulo –, e de estudos para geração de energias renováveis no Estado. Para falar sobre tantos investimentos, a secretária concedeu esta entrevista para SPnotícias.

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SPnotícias: Qual foi o grande desafio da Secretaria de Saneamento e Energia na atual administração? Dilma Seli Pena: Os principais problemas referiam-se a saneamento. No Estado, a demanda por serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto é impressionante. Todos os prefeitos, vereadores, deputados e a população querem ter sua cidade, seu distrito com 100% de atendimento. Também faziam parte da missão o controle de enchentes na região metropolitana de São Paulo e o apoio aos municípios do interior na área de infraestrutura hídrica. SP: Nesse contexto, como era a atuação da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp)?

Dilma: A Sabesp estava sendo criticada por se manter distante das prefeituras. Diziam que ela quebrava o asfalto para as obras e depois não fazia o reparo. Para piorar, 168 concessões estavam vencidas em 2007. Dediquei 60% do meu tempo reconstruindo a relação da Sabesp com as municipalidades e, graças a um grande esforço, renovamos as concessões. A par disso, enfrentamos a falta de um plano de investimentos em saneamento que desse conta da demanda do Estado. Eu não poderia dizer a um prefeito que ele só teria 100% de abastecimento de água, de coleta de esgoto e de tratamento daqui a 10 anos, 15 anos. Então, planejamos metas. Até 2010, teremos 120 cidades com 100% de abastecimento, coleta e tratamento nas sedes urbanas. Até 2012, haverá outro contingente, e até 2018 chegaremos a todas as cidades do interior e a 80% de coleta e tratamento na região metropolitana de São Paulo. SP: De quanto é o investimento destinado ao saneamento no Estado? Dilma: O total é de 8,7 bilhões de reais de 2007 a 2010. Desse montante, a Sabesp está manejando em torno de 6 bilhões. Uma parte desse volume será aplicada em obras que se estenderão após 2010. São obras de longo prazo realizadas, principalmente, na região metropolitana. Muitas levam três ou quatro anos de execução, como grandes coletores-tronco e estações de tratamento de esgoto. SP: O que está sendo feito para combater as enchentes em São Paulo? Dilma: De 2007 a 2011, serão gastos 755 milhões de reais nas obras de combate às enchentes. Dentro do

Plano Diretor de Macrodrenagem, um trecho de 40 quilômetros de extensão da calha do Rio Tietê foi rebaixado. Nesse trecho, deságuam os seus principais córregos afluentes. Os piscinões complementam o projeto de rebaixamento da calha, retendo volumes de água nas cabeceiras de modo que a vazão seja compatível com a capacidade de escoamento da calha. Já existem 43 piscinões em operação na região metropolitana e há mais quatro em obras. Ao mesmo tempo, trabalhamos com a prefeitura de São Paulo em iniciativas que complementam o Plano de Macrodrenagem, por exemplo, o programa Córrego Limpo. São cursos d’água que devem ser saneados, implicando a retirada do lixo, o seu eventual desassoreamento, a remoção de habitações irregulares e a correção de lançamentos indevidos de esgotos. Trabalhamos com os outros municípios no desassoreamento do Rio Tietê e assumimos a manutenção dos piscinões, uma vez que muitos municípios enfrentavam dificuldades para a sua operação, levando à redução da capacidade das vazões nos picos de chuvas e a uma possível perda do investimento feito. SP: O que é o programa Vida Nova? Dilma: Com um investimento de 1,2 bilhão de reais, o programa Vida Nova está realizando intervenções nas bacias das Represas Billings e Guarapiranga, em parceria entre o governo do Estado e a prefeitura de São Paulo que abrange várias organizações públicas, como a Secretaria de Saneamento e Energia, a Secretaria do Meio Ambiente, a Sabesp, a CDHU e a Secretaria Municipal de Habitação. As intervenções compreendem

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entrevista a expansão e a melhoria de sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário; a urbanização de favelas; a extensão de infraestrutura pública básica para loteamentos de baixa renda e de origem irregular, incluindo obras de drenagem, guias e sarjetas, contenção de encostas, reorganização do sistema viário e remoção de famílias moradoras de áreas de risco ou de preservação ambiental para conjuntos habitacionais. Há outras ações, como a aquisição de equipamentos de limpeza pública e a sua cessão para prefeituras com presença em áreas de mananciais, e também investimentos para a transformação da orla das represas em parques e áreas de lazer, iniciativa que se encontra em andamento na Guarapiranga e logo mais deverá ser iniciada na Billings. Com esses investimentos de desenvolvimento urbano, saneamento básico e preservação hídrica, buscamos um duplo objetivo: a melhoria da qualidade de

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vida da população dessas bacias, que já alcança cerca de 2 milhões de habitantes, e a proteção da qualidade das águas das duas represas, responsáveis pelo abastecimento de 5 milhões de pessoas. O conjunto das intervenções está integrado a um investimento global já realizado em coleta e tratamento de esgotos de 2,7 bilhões de reais na região metropolitana de São Paulo, valor ao qual serão adicionados 1,05 bilhão de dólares, dos quais 600 milhões de dólares foram aprovados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento para o financiamento da terceira etapa do Projeto Tietê. Pretende-se que esse esforço eleve, até 2015, os índices de atendimento na região metropolitana a 87% para a coleta dos esgotos e a 84% para o tratamento dos esgotos coletados. SP: Como é o plano de implantação do Parque Várzeas do Tietê? Dilma: O parque contará com 75 quilômetros de extensão e 107 quilômetros quadrados. Terá importância para a estruturação do espaço urbano da zona leste da região metropolitana. Além de estruturar territorialmente a região que abrange oito municípios do Alto Tietê, o parque vai disponibilizar área verde, de lazer e ciclovia. Serão três fases de implantação, e no momento estamos na primeira. É a mais difícil, por causa do remanejamento da maior parte das moradias irregulares. A conclusão da primeira etapa, que terá 25 quilômetros, será em 2012. A segunda abrangerá mais 11,3 quilômetros, com término previsto para 2014. O terceiro trecho, de 38,7 quilômetros, deverá ficar pronto em 2016. No total, o investimento será de 1,7 bilhão de reais.

“É preciso buscar fontes de energia mais limpas e diversificadas para o Estado” SP: Como será a remoção das famílias? Dilma: Serão remanejadas cerca de 3 mil famílias cadastradas pela prefeitura, e já existe um trabalho que chamamos de desfazimento. Ou seja, qualquer invasão é desfeita imediatamente, e até o fim do ano a área estará congelada. Estamos articulando com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) a disponibilização de unidades para as famílias remanejadas. SP: Que balanço a senhora faz do programa Água Limpa? Dilma: O programa se propõe a implantar estações de tratamento de esgoto em cidades com até 50 mil pessoas não operadas pela Sabesp. Já são 51 municípios com obras concluídas e 57 com obras em execução. Agora, estamos elaborando projetos executivos para 33 municípios, cujas obras serão iniciadas ao longo deste ano e de 2010. Quase 80% de toda a demanda já foi atendida. Ao fim de 2010, deixaremos em obras ou o projeto pronto para o conjunto da demanda. A população total beneficiada será de 2,4 milhões de pessoas. SP: Como está o saneamento na Baixada Santista? Dilma: Em outubro de 2007, concluímos todas as licitações e iniciamos as obras do programa Onda Limpa, que estão em dia. O Onda Limpa na

Baixada prevê a construção de 1.059 quilômetros de redes coletoras, 49 quilômetros de coletores-tronco, 101 estações elevatórias de esgoto e sete estações de tratamento de esgotos. Em janeiro ou fevereiro de 2010, será inaugurado o programa Água Limpa. SP: São Paulo poderá se tornar um gerador de energias renováveis? Dilma: O Estado de São Paulo tem uma das maiores participações de energia renovável em sua matriz. Hoje, 53% da energia consumida vem de fontes renováveis, a partir de produtos da cana e geração hidrelétrica. A capacidade de geração de energia instalada no Estado é de 14,5 mil MW por usinas hidrelétricas, e 2,3 mil MW por usinas de cogeração de bagaço de cana. Há ainda um potencial remanescente hidrelétrico de 1,2 mil MW e um potencial de geração a partir de bagaço superando os 5 mil MW. O Estado está desenvolvendo duas ações no Programa de Planejamento Energético: a elaboração da matriz energética para 2035 e os projetos de eficiência energética. A matriz vai considerar a evolução das fontes renováveis, principalmente a cogeração de biomassa e aproveitamento energético de resíduos sólidos. Mas é necessário buscar novas fontes de energia. Encomendamos um mapeamento do Estado para saber onde há potencial para produção de energia eólica. Em recente viagem à Espanha, visitei uma empresa que fabrica células fotovoltaicas para a produção de energia solar. Seu desenvolvimento tecnológico está tão acelerado que, dizem os espanhóis, daqui a dois anos poderá competir com outras fontes energéticas. o

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fotos: bruno miranda

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Inclusão sem limites

Em pouco mais de um ano de atividades, a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência desenvolve programas pioneiros com outras pastas

Criada em março de 2008, a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência nasceu com objetivos muito bem definidos para atender uma parcela de 11,5% da popu­ lação de São Paulo que possui algum tipo de deficiência. Suas ações se sustentam em três frentes de trabalho: garantir o acesso à saúde e reabilitação com a entrega de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção e comunicação; aumentar o índice de empregabilidade; e garantir transporte e educação inclusivos, melhorando a qualidade de vida dessa população. Ao seguir essa linha de atuação, a pasta concentrou suas pri­ meiras providências na área da saúde. Para a secretária Linama­ ra Rizzo Battistella, médica fisiatra da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo (USP) com mais de 30 anos de experiên­ cia no assunto, o cidadão sem reabilitação adequada não tem es­ tímulo para sair em busca de uma colocação no mercado de tra­ balho ou participar de processos de educação, lazer e esportes. “Estamos garantindo às pessoas com deficiência um tratamento de reabilitação precoce e oportuno com inclusão social”, diz.

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Até o fim de 2010, 16 hospitais trabalharão na reabilitação das pessoas com deficiência Uma das grandes conquistas da secretaria foi a implantação da Rede Lucy Montoro. Até o fim de 2010, 16 unidades hospitalares trabalharão na reabilitação da pessoa com deficiência. Os hospitais seguirão uma identidade­ padrão na construção, treinamento de recursos humanos e nos protocolos clí­ nicos de assistência. Quando concluí­ dos, a rede poderá realizar cerca de 120 mil atendimentos por mês, com equipes capacitadas e instalações que privilegiam todas as possibilidades te­ rapêuticas. Serão profissionais como médicos fisiatras, psicólogos, assisten­

hospitais da rede lucy montoro As unidades serão articuladas com os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) e a rede básica de saúde para que seja feito um acompanhamento com­ pleto do paciente, mesmo depois da alta. A equipe é formada por profissionais dedi­ cados exclusivamente à reabilitação n Médicos fisiatras n Psicólogos n Assistentes sociais n Fisioterapeutas n Terapeutas ocupacionais n Fonoaudiólogos n Educadores físicos n Nutricionistas n Enfermeiros n Técnicos de órteses e próteses n Engenheiros

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tes sociais, fonoaudiólogos, fisiotera­ peutas, terapeutas ocupacionais, enfer­ meiros e nutricionistas. Os municípios que receberão as uni­ dades da rede são Marília, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Santos, São José dos Campos, Taubaté, Campinas e a capital, que terá quatro unidades. Todas funcionarão em prédios novos ou reformados. A de Ribeirão Preto, por exemplo, será um anexo de 4 mil metros quadrados construído junto ao Hospital das Clínicas da cidade. Já a unidade de Campinas, que deve ser entregue ainda este ano, ocupará uma área de 3,7 mil metros quadrados. O centro contará com áreas para prática de esporte, piscina especial para hidro­ terapia, salas de reeducação postural global (RPG) e terapia ocupacional. A inauguração do hospital de São José do Rio Preto está prevista para dezembro deste ano. Na capital, já está em funcionamen­ to a unidade localizada no bairro de Santo Amaro. Com um investimento de 50 milhões de reais, sua estrutura conta com quadra poliesportiva, ofici­ nas terapêuticas, oficina de órteses e próteses, piscina funcional para hidro­ terapia, laboratório de avaliação cardio­ vascular e análise de movimento, espa­ ço para condicionamento físico, salas para RPG e para terapia ocupacional. A unidade ainda conta com a tele­ medicina. A tecnologia permitirá que os especialistas façam teleconferências com qualquer uma das outras unida­ des da rede, agilizando o processo de se garantir uma segunda opinião sobre os atendimentos. Essa interação também está disponível para o cidadão. Depen­ dendo do caso, o paciente atendido no hospital receberá um notebook com vídeos de exercícios para manter seu

A reabilitação não trabalha somente o físico dos pacientes, mas também o raciocínio

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miLton miCHida

ministrativo da Rede Lucy Montoro são treinados pela Fundação Getulio Var­ gas. A equipe clínica, que já tem forma­ ção, receberá um treinamento extra elaborado pela Faculdade de Medicina de Harvard, dos Estados Unidos. “Todo o esforço é para garantir que o cidadão seja muito bem assistido”, diz. Além dos médicos fisiatras recruta­ dos para formar as equipes das unida­ des da rede, cada uma delas terá um técnico de órteses e próteses, com o

miLton miCHida

Ao lado, interior de casa com Desenho Universal, projetada pela pasta em parceria com a CDHU. Abaixo, fachada do hospital da Rede lucy montoro em Santo Amaro

tratamento em casa e, além disso, con­ versar com os médicos a distância por meio do computador. O outro centro de atendimento na cidade de São Paulo está instalado no bairro de Vila Mariana. O local tam­ bém comporta uma unidade do Insti­ tuto de Medicina Física e Reabilitação (Imrea), da Faculdade de Medicina da USP. Seu investimento foi de 25 mi­ lhões de reais. A Rede Lucy Montoro conta ainda com uma unidade móvel, que come­ çou a funcionar em 2008. Trata­se de uma carreta de 15 metros de compri­ mento que percorre o interior do Esta­ do. Com investimento de 1,2 milhão de reais na sua adaptação, ela está di­ vidida em consultório, sala de espera, banheiro adaptado e oficina. Sete pro­ fissionais atendem em média cem pes­ soas por mês. “Levando o serviço até os municípios, as pessoas com deficiên­ cia terão muito mais oportunidade de atendimento”, afirma Linamara. Todos os funcionários do setor ad­

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objetivo de fornecer, prescrever e acom­ panhar o treinamento específico dos pacientes. Para auxiliar na formação desses profissionais, a secretaria fir­ mou uma parceria com o Centro Paula Souza, ligado à Secretaria de Desenvol­ vimento, que implantou um curso de técnico em órteses e próteses, leciona­ do na Escola Técnica Carlos de Campos, no bairro do Brás, na capital. O curso já está sendo aplicado para a segunda tur­ ma. “Em 2010, a meta é estendê­lo para a cidade de Jaú”, revela a secretária. Ainda na área da saúde, a secretaria conseguiu mudar o calendário de vaci­ nação dos portadores da síndrome de Down. Algumas crianças, jovens, adul­ tos e idosos apresentam uma alteração imunológica própria da síndrome, o que exige doses extras no calendário de vacinação normal. Com o apoio da Secretaria da Saúde, a pasta estabele­ ceu o mesmo calendário da associação médica americana. “Desde março pas­ sado, esse calendário é uma realidade em todos os centros de imunização do Estado”, diz Linamara.

Desenho Universal Linamara afirma que a secretaria tem políticas transversais no governo. Ou seja, além dos próprios projetos, seu trabalho transita em outras secreta­ rias. Existem protocolos de cooperação com as pastas da Saúde, da Educação, da Habitação e do Emprego e Relações do Trabalho, entre outras. “Programas que estão sendo desenvolvidos por es­ ses órgãos garantem uma ação mais abrangente, pois são voltados também para a pessoa com deficiência”, justifi­ ca Linamara. Por exemplo, em parceria com a Se­ cretaria da Habitação e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), a secretaria apresen­

A rede também conta com psicólogos que ajudam a elevar a autoestima dos pacientes e orientam os parentes a adotar procedimentos corretos

pessoas com deficiÊncia 24,5 milhões no Brasil 4,2 milhões no Estado de São Paulo

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divuLGaÇÃo

outras ações da secretaria

O Desenho Universal da CDHU atende todas as pessoas com mobilidade reduzida

Acima, imagem do desfile de moda inclusiva. A iniciativa ajuda os produtores a enxergar um mercado consumidor de mais de 24 milhões de pessoas

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tou em abril o modelo de casa popu­ lar projetado conforme o conceito do Desenho Universal. A apresentação se deu na 8ª Feira Internacional de Tec­ nologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade (Reatech). O objetivo é que as moradias construídas possam beneficiar não somente as pessoas com deficiência, mas também aquelas com mobilidade reduzida, como idosos, ges­ tantes e crianças. A planta da casa com 63,5 metros quadrados contempla três quartos, sala, cozinha, banheiro e área de servi­ ço. Todas as áreas de circulação, como corredores e portas, têm 90 centíme­ tros de largura, o que facilita a passa­ gem de cadeira de rodas. As janelas foram projetadas com uma altura que qualquer pessoa, mesmo cadeirante, tenha visão da área externa. Os banhei­ ros podem receber adaptações, como barras de apoio, enquanto as pias fo­ ram instaladas em posição adequada

para que os cadeirantes se aproximem com facilidade. Para Linamara, o Desenho Univer­ sal foi uma das principais conquistas da pessoa com deficiência nos últimos anos. “Com o novo modelo, agora elas podem escolher onde morar, pois esse tipo de projeto não faz mais parte de uma cota”, diz. “O Desenho Universal também privilegia os idosos e pessoas que um dia, porventura, passem a ter problemas com mobilidade, necessi­ tando de mais espaço dentro de casa.

Cidadãos incluídos Ao lado de saúde e habitação, a ques­ tão do mercado de trabalho faz parte da meta do governo do Estado para atender as pessoas com deficiência. Em outubro de 2008, a secretaria lançou um programa de empregabilidade, em parceria com a Serasa. Ele prevê a qualificação de pessoas com deficiên­ cia, visando a sua contratação pelas

instituições aliadas ao projeto, como os Bancos Itaú, Safra e Santander, e empresas como Goodyear, Medial Saú­ de e Logos Engenharia. São 415 horas de treinamento, distribuídas em três módulos. A metodologia do programa abrange ainda a preparação das empre­ sas e de seus gestores para que recebam adequadamente os contratados. Linamara conta que todas essas ações estão ajudando a criar uma nova consciência na sociedade. Hoje, São Pau­ lo é o Estado que mais emprega pessoas com deficiência no país. São cerca de 100 mil trabalhadores inseridos no mer­ cado, o que significa 39,7% de todas as vagas disponíveis no Brasil. “É a melhor marca do país, sendo que a lei de cotas já existe há 18 anos”, diz Linamara. Outras iniciativas da secretaria igualmente valorizam a cidadania, como o desfile de moda inclusiva rea­ lizado no Memorial da América Latina em junho passado. A ideia era, mais do

educação – A pasta tem um projeto que garantirá o mapeamento das condições de acessibilidade, não apenas ao edifício da escola, mas também ao material e à metodologia didática. A meta é que, no fim do diagnóstico, exista a clareza de qual mecanismo deverá ser usado no processo de educação para que professores e escolas te­ nham uma atitude inclusiva. transporte – Como parte do Plano de Expan­ são dos Transportes Metropolitanos, a CPTM e o Metrô têm tornado suas estações acessíveis às pessoas com deficiência ou restrição de mo­ bilidade. Os projetos incluem rampa, corrimão, escada rolante, elevador, banheiro, piso tátil de alerta, rota tátil, instalação de elevadores e plata­ formas elevatórias, além de telefones acessíveis e comunicação visual. esporte – Programa de acessibilidade e desenvol­ vimento organizado pelo Centro de Referência Esportivo em conjunto com a Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo. Além disso, a pasta mantém um grupo de trabalho para definir as estratégias que deverão viabilizar centros espor­ tivos acessíveis, com as modalidades que serão oferecidas com os instrutores preparados.

que estimular a confecção de roupas adaptadas para essas pessoas, reforçar seus direitos e potencial como consu­ midores. Foram escolhidos trabalhos de estudantes da área, e o julgamento ocorreu com base na criatividade e na adequação das roupas para o público. A vencedora foi Brunna do Val, alu­ na do curso de estilismo e moda da Uni­ versidade de São Paulo. “Antigamente, até os obesos tinham dificuldades para comprar uma peça. Agora, existem coleções específicas para eles”, diz Li­ namara. O concurso atraiu os jovens para o mundo da moda inclusiva. “Eles perceberam que se trata de um merca­ do de 24,5 milhões de pessoas no país”, afirma. E viram, também, que a inclu­ são não é uma moda passageira. o

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Portas abertas para investir A agência Investe São Paulo atrai empresas do Brasil e do exterior para se estabelecer no Estado

Caio Guatelli/Folha imaGem

SPinvestimentos

São Paulo é o endereço ideal para empresas de outros Esta­ dos, e mesmo estrangeiras, ins­ talar suas novas unidades. Mas como mostrar todas as vantagens da maior economia do país e atrair esses inves­ tidores? Com muita informação, iden­ tificação de áreas de investimento, articulação com as entidades públicas e privadas e facilitação dos negócios. Atividades que a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Compe­ titividade (Investe São Paulo), criada pelo governo estadual, vem desenvol­ vendo para atrair investimentos e para expandir as empresas já instaladas no Estado. “Até o início de 2010, há a previsão de captar 9 bilhões de dólares para São Paulo”, afirma o presidente da agência, Mario Mugnaini Júnior. Idealizada a partir de um grupo de trabalho da Secretaria de Desenvolvi­ mento e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas formado para elaborar mecanismos para o fortalecimento da economia paulista, a agência foi criada em dezembro passado e vem atuando em diversas frentes. Entre os serviços oferecidos está o apoio aos potenciais investidores em seu contato com ór­ gãos públicos, para facilitar a tomada de decisão e a implantação de empre­ endimentos. A agência auxilia ainda na identificação dos melhores locais para investimentos, de acordo com as necessidades de mão de obra, infraes­ trutura, logística, disponibilidade de fornecedores e mercado consumidor, além de garantir informações precisas sobre questões ambientais. A articula­ ção com entidades públicas e privadas, além dos municípios, também faz par­ te das atribuições do órgão.

Até o início de 2010, o programa Investe São Paulo deverá captar 9 bilhões de dólares para o Estado de São Paulo com a chegada de novas empresas

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Com a exploração da camada pré-sal, está em estudo a implantação de estaleiros no litoral Mugnaini conta que os investidores costumam eleger como principais atri­ butos na hora de escolher São Paulo para sediar seus empreendimentos a grande capacidade do Estado de desen­ volver produtos com alto teor tecnoló­ gico, maior qualidade das estradas e a existência de portos e aeroportos com boa logística. “Outros elementos de atração são a qualidade das universida­ des e a mão de obra especializada dis­ ponível, seja universitária – formada pelas Fatecs –, intermediária ou básica, com formação pelo Senai.”

Montadoras a caminho Alguns projetos envolvidos na previsão de captação até 2010 já haviam sido apresentados antes mesmo da formali­ zação da Investe São Paulo, ainda den­

www.investimentos.sp.gov.br

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tro do grupo de trabalho da Secretaria de Desenvolvimento do Estado. Mas só começam a avançar agora. “Um deles é o da instalação de uma fábrica da montadora Hyundai na cidade de Pira­ cicaba, que será retomado. Vamos aju­ dar a coordenar questões como as am­ bientais e de tributos”, diz Mugnaini. A maior montadora da Coreia do Sul planeja investir cerca de 600 milhões de dólares na fábrica. Outro plano já em andamento é a construção de uma fábrica de automó­ veis da japonesa Toyota em Sorocaba, no interior paulista. Com investimen­ tos previstos de 600 milhões de dóla­ res, a empresa deverá produzir 150 mil veículos ao ano e gerar 2,5 mil empre­ gos diretos. As obras começaram em agosto. “A Investe São Paulo e as Secre­ tarias do Meio Ambiente e dos Trans­ portes Metropolitanos entraram na operação porque a licença de instala­ ção envolvia a necessidade da compen­ sação ambiental por meio de créditos de carbono”, explica Mugnaini. O presidente da agência diz que há mais montadoras procurando a enti­ dade para obter informações sobre a possibilidade de se instalar no Estado. A chegada das fábricas de veículos deve promover, por consequência, o cresci­ mento de outras atividades ligadas ao segmento, como o de autopeças. Outro setor que entra em aqueci­ mento – com o anúncio da exploração de petróleo da camada pré­sal – é o de plataformas. “Está em estudo a implan­ tação de estaleiros na Baixada Santista, seja em Santos, no Guarujá ou em Ber­ tioga. Há a análise da viabilidade de instalação nesses locais de operadores de logística, com transporte de água, combustível, pessoal e até lixo.” O mo­ vimento deve aumentar também no

divulGação

investimentos

Aeroporto de Itanhaém, que já passou por ampliação e pode atrair novos em­ preendimentos.

Interesse internacional A Investe São Paulo tem recebido con­ sultas de empresas internacionais inte­ ressadas em fazer centros de pesquisas no Estado, voltados, por exemplo, para as áreas de informática e de semicon­ dutores. “Eles estabeleceriam parcerias com nossas universidades e centros de pesquisa”, revela Mugnaini. “Há outras prospecções em andamento, mas ain­ da não podemos adiantar o setor de atuação dessas empresas.” Além de atender a missões estran­ geiras interessadas em obter dados so­ bre o Estado, a agência divulga a ima­ gem de São Paulo no exterior. A União Europeia, por exemplo, convidou a en­ tidade paulista e sua similar chinesa, representante da província de Guan­ dong ­­ região vizinha de Hong Kong e a primeira a abrir as portas do país para o mundo ­­, para um encontro de ne­

A chegada de fábricas de automóveis deve promover o crescimento do setor de autopeças gócios na cidade francesa de Marselha, em novembro. “Vamos expor a atrati­ vidade e as vantagens de nossos inves­ timentos, e a China mostrará as dela.” Segundo Mugnaini, já foi fechado um acordo de cooperação com a re­ gião alemã da Baviera. O momento é de prospecção de possibilidades de ne­ gócios no Brasil e na Alemanha. Outra parceria, mais adiantada, é com a An­ daluzia. A Alestis, empresa de equipa­ mentos aeronáuticos, fechou contrato com a fabricante Embraer e se instalou na região de São José dos Campos. “A intenção é adensar a cadeia de forne­ cedores na cidade, e assinamos um memorando de entendimento com a Embraer nesse sentido”, afirma. o

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Crédito ao pequeno empresár o Com 11 anos de atividades, o Banco do Povo Paulista já emprestou 580 milhões de reais aos empreendedores de baixa renda

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fotos: mario castello

SPempreendedorismo

A taxa de juros ficou ainda mais atraente. Em setembro, passou de 1% para 0,7% ao mês

Fazer a diferença na vida do pequeno empreendedor pode custar muito pouco. No caso de uma dona de casa da cidade de Pirangi, no interior paulista, o que a separava do sonho era um forno de 480 reais. Com um filho portador de deficiência, ela precisava do equipamento para aumentar sua produção de doces e salgados. Encontrou a saída no Banco do Povo Paulista (BPP), programa de microcrédito produtivo desenvolvido pelo governo do Estado e executado pela Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho em parceria com as prefeituras. Com o empréstimo, voltado a empreendedores de baixa renda que não tenham acesso ao sistema financeiro tradicional, comprou o aparelho e conseguiu triplicar sua renda. Quitou a dívida antes do prazo e já pegou mais dinheiro para incrementar o negócio. “Podemos afirmar que estamos no caminho certo”, diz o secretário do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos. Segundo o secretário, o BPP já é o maior programa estadual de microcrédito do país. A taxa de juros é mais do que atraente: caiu de 1% ao mês para 0,7% em setembro passado. “Trata-se de uma política de incentivo do governo estadual. A redução dos juros será avaliada nos próximos 12 meses. O objetivo é reduzir o custo do crédito produtivo, a fim de incentivar o microempreendedor, facilitar o seu acesso ao crédito e promover a geração de emprego e renda no município.” Desde sua criação, em 1998, foram emprestados mais de 580 milhões de reais, por meio de 190 mil operações. Só na atual administração, entre ja-

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empreendedorismo

Mais de 400 municípios são atendidos pelo programa, ou seja, 89% da população estadual neiro de 2007 e agosto passado, foram 203,6 milhões de reais, beneficiando 56 mil microempreendedores. “Além de impulsionar seus negócios, os clientes do Banco do Povo empregam outras pessoas, contribuindo para alavancar o mercado de trabalho.” O programa deve disponibilizar mais 120 milhões de reais no ano que vem. O baixo índice de inadimplência surpreende. “Hoje, está em torno de 1,29%, enquanto no crédito comercial normal supera os 10%”, afirma o diretor executivo da instituição, Antônio Mendonça. Esse comportamento tem uma explicação. “São pessoas com

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grande comprometimento, sabem que outros na mesma situação também vão se beneficiar se elas cumprirem suas obrigações.”

com a infraestrutura e os recursos humanos para tocar o empreendimento. O governo do Estado gerencia todo o programa, cuida do treinamento do pessoal e disponibiliza os recursos para os empréstimos. “Até o menor município do Estado, Borá, terá sua unidade ainda este ano”, diz o diretor executivo. A concessão de crédito por via eletrônica também deve ficar mais ágil. “A partir de dezembro, qualquer microempreendedor dos municípios contemplados com o Banco do Povo Paulista poderá preencher a ficha cadastral, oferecer informações do negócio e ter seu crédito aprovado direto pela internet. A meta é reduzir o prazo de liberação dos recursos, que hoje é de dez dias em média, para no máximo 48 horas”, garante Mendonça. Atualmente, é possível fazer apenas a simulação e a pré-solicitação de crédito. O cidadão registra o interesse no site (www.bancodopovo. sp.gov.br), e o agente de crédito da unidade local entra em contato com ele.

Hora de crescer

Perfil

Até 2 de setembro, eram 425 municípios paulistas atendidos pelo programa (mais de 89% da população estadual). O Estado deve contar com mais 48 unidades do banco até dezembro – três estão em processo de reinstalação. “É uma forma de acelerar o programa, que não é caridade e, sim, negócio”, garante Afif. A meta é ter um posto em todos os 645 municípios paulistas até o fim de 2010. A primeira unidade foi inaugurada em Presidente Prudente em setembro de 1998. “A atual administração investiu mais na gestão no primeiro momento e agora aplica na expansão”, explica Antônio Mendonça. Todas as unidades são feitas em parceria com as prefeituras, que entram

Segundo o BPP, 50% dos recursos concedidos concentram-se em cinco categorias. Dos contemplados, 13% são pequenos comerciantes, mesmo na informalidade; 12%, motoristas, como taxistas, profissionais do transporte escolar e caminhoneiros; 10%, costureiras; 8%, autônomos, como vendedores de cosméticos; e 5%, cabeleireiros. O restante é pulverizado em atividades como o artesanato. Podem aderir ao programa empreendedores formais ou informais, cooperativas ou formas associativas de produção ou trabalho. Mas há uma série de exigências, como produzir no município há mais de seis meses, com firma aberta ou não; residir ou ter ne-

A meta agora é reduzir a liberação dos recursos de dez dias para, no máximo, 48 horas gócio há mais de dois anos no município e possuir endereço fixo; não ter pendências no SCPC e na Serasa; comprovar o total de vendas de até 240 mil reais nos últimos 12 meses; ser maior de idade ou emancipado (ou ter entre 16 e 17 anos e ser assistido pelos responsáveis legais); e ter alienação fiduciária dos bens financiados. Ainda de acordo com o perfil estudado pela instituição, 71% dos clientes do microcrédito são informais (pessoa física) e 29% já apresentam negócio constituído. O banco passou a oferecer até mesmo um tratamento diferenciado para quem quer sair da

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fotos: divulgação

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informalidade, aderindo ao programa Microempreendedor Individual (MEI), com prazos e limites maiores. A pessoa física tem parcelamento máximo de 24 meses, mas, se for formalizada, conta com 36 meses, mesma condição disponível para as empresas convencionais. O MEI também oferece crédito de até 7,5 mil reais para pessoas jurídicas. Aos informais, o valor máximo é de 5 mil reais. Outro benefício é contar com 60 dias para pagar a primeira parcela, prazo que a pessoa física não tem. O microcrédito pode ser usado para capital de giro em projetos como compra de mercadorias e matérias-primas, abertura e regularização de empresas, consertos em geral e insumos. No caso do investimento fixo, os destinos podem ser a melhoria ou ampliação das instalações do negócio; aquisição de ferramentas, máquinas e equipamentos, ou veículos utilitários. É possível o cliente solicitar outro crédito depois de pagar 50% do concedido anteriormente. Mas há exceções, como a do vendedor de produtos de limpeza do interior que usava uma carroça na entrega e precisou comprar um cavalo. “O banco concedeu o empréstimo, mas o animal foi picado por uma cobra e morreu antes de a dívida ser paga. Ele precisava de outro cavalo ou ia falir. Então, foi atendido com um segundo crédito, sem que tivesse quitado o primeiro”, conta Mendonça. De acordo com o diretor executivo, o tempo médio de quitar o pagamento, embora o limite seja de 24 e até 36 meses, é de 17 parcelas mensais. “Eles se preocupam em não arrastar o prazo.”

Prêmio Nobel O Banco do Povo Paulista é inspirado na experiência do economista benga-

Raio X do banco

Ao pagar 50% do valor concedido, o cliente pode pedir um novo crédito ao Banco do Povo lês Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2006 pela criação do Banco Grameen, voltado à concessão de microcrédito à população de baixa renda. Yunus esteve em São Paulo no ano passado, a convite do governo do Estado, na comemoração dos dez anos do BPP. Yunus chegou a emprestar dinheiro do próprio bolso a moradores pobres de Bangladesh que não tinham acesso aos empréstimos bancários. Lá se vão 25 anos, período no qual o banco emprestou mais de 1 bilhão de dólares e se tornou autossuficiente. “Isso mostra como um banco pode ser de propriedade do povo e ainda ser sustentável”, afirmou na ocasião. Mas o programa de São Paulo tem diferenças em relação ao de Bangladesh. Segundo o diretor executivo do BPP, o segredo é a obrigatoriedade de criar em cada município um Comitê da Comunidade, com representantes da comunidade, da prefeitura, do Estado e do agente financeiro. Isso traz transparência. “É o olho da comunidade no banco”, diz Mendonça. Ele ressaltou que o retorno principal para o governo, ao instituir um programa como o Banco do Povo Paulista, é a emancipação do cidadão. “As pessoas se enxergam como produtivas, cuidam melhor de suas famílias. O Estado é apenas um ator coadjuvante. O prêmio maior é a transformação do ser humano que andava escondido da sociedade.” o

ilustração: seri

mario castello

empreendedorismo

Índices 0,7% ao mês é a taxa de juros 1,29% é a taxa de inadimplência 10% é a taxa de inadimplência no mercado comum

númeRos 580 milhões emprestados desde 1998 190 mil operações realizadas em 11 anos 203,6 milhões emprestados apenas entre janeiro de 2007 e agosto de 2009 120 milhões serão disponibilizados no ano que vem 425 municípios paulistas são atendidos pelo programa 48 unidades novas deverão ser entregues até dezembro 645 cidades atendidas em todo o Estado são a meta para 2010 71% dos clientes são informais

PeRfil 13% são pequenos comerciantes 12% motoristas 10% costureiras 8% autônomos 5% cabeleireiros

limite máXimo de cRédito

Capital de giro Investimento fixo Início de negócio

Pessoa física

Pessoa jurídica

associações e cooperativas e mei

5.000 5.000 1.000

5.000 7.500 5.000

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SPboletins regionais

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Notícias direcionadas

Secretaria de Comunicação cria publicações específicas para moradores do interior do Estado Inauguração de praças, cobertura para a quadra da escola, asfaltamento de ruas. São obras pequenas, mas que fazem toda a diferença na vida de um determinado grupo de pessoas que será beneficiado pela iniciativa. E é justamente essa melhoria na qualidade de vida da população o principal assunto dos boletins regionais, a nova publicação do governo do Estado de São Paulo. Inicialmente distribuídos em 52 cidades do interior do Estado, os boletins são mais um meio criado pela Secretaria de Comunicação para se aproximar do cidadão. A pasta já está investindo em diversos canais de aproximação, como portal na internet, comunicação com a imprensa tradicional, presença em redes sociais e revistas. “Apesar de as redes sociais permitirem um contato muito próximo com a população, faltava algo mais íntimo, ligado à sua localidade”, afirma o secretário Bruno Caetano. “Queríamos conversar diretamente com o morador sobre a sua cidade.” Os boletins são mensais e estão sendo distribuídos desde julho passado. O caderno possui o formato tabloide, ou seja, 38 centímetros de altura por

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Distribuídos em 52 municípios, os boletins regionais aproximam governo e cidadão 30 centímetros de largura, com quatro páginas. Seus textos são geralmente curtos e escritos com uma linguagem coloquial e rápida, o que o transforma num jornal de fácil leitura. A capa e a contracapa publicam reportagens que mostram as ações do governo em cada município. São assuntos que normalmente não chamam a atenção da grande imprensa, mas que são de muito interesse dos moradores, que querem saber o que está sendo feito em sua cidade. Algumas notícias podem resgatar obras já realizadas. Na primeira edição destinada à cidade de Registro, por exemplo, uma das notas trouxe a informação de que a Praça Nakatsugawa foi restaurada pelo governo do Estado em 2008, marcando as comemorações do Centenário da Imigração Japonesa. O investimento foi de 150 mil reais. “O importante é que as notícias são refe-

rentes à cidade do boletim”, afirma Bruno Caetano. Já as páginas centrais, comuns em todos os boletins, são reservadas às grandes ações do Estado. Segundo o secretário, a escolha dos 52 municípios onde circula a publicação ocorreu com base no número de habitantes (veja quadro). A tiragem está separada por município, cerca de 44 mil exemplares para cada um. A entrega é feita pelo serviço dos Correios, e o cidadão recebe o jornal gratuitamente em casa. “Dessa maneira, estamos alcançando cerca de 70% da população de cada cidade”, diz o secretário. o

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município População (em 2008) Americana 204.529 Andradina 57.912 Araçatuba 182.255 Araraquara 200.340 Assis 96.344 Barretos 112.334 Barueri 282.581 Bauru 357.701 Bragança Paulista 48.025 Campinas 1.065.127 Caraguatatuba 101.602 Carapicuíba 395.186 Cubatão 122.374 Diadema 393.557 Dracena 41.331 Embu 256.564 Franca 338.558 Guarujá 313.966 Guarulhos 1.315.478 Hortolândia 199.192 Itapetininga 145.793 Itapevi 213.053 Itaquaquecetuba 380.865 Jacareí 214.382 Jaú 128.685 Jundiaí 357.593

município População (em 2008) qual Limeira 283.732 idad E na Marília 228.985 ESCo la Mauá 418.764 Mogi das Cruzes 380.748 Osasco 719.188 Ourinhos 108.927 Piracicaba 372.132 Praia Grande 256.079 Presidente Prudente 209.038 Registro 58.309 Ribeirão Preto 563.912 Rio Claro 194.210 Santo André 680.580 Santos 427.708 São Bernardo do Campo 804.909 São Carlos 224.069 São João da Boa Vista 83.252 São José do Rio Preto 418.085 São José dos Campos 622.238 São Vicente 329.625 Sorocaba 597.683 Sumaré 232.348 Suzano 296.382 Taboão da Serra 233.134 Taubaté 276.394 Votuporanga 84.129

MaiS

Acima, exemplos do boletim. O caderno é personalizado para cada cidade

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SPregião

Obras na saúde, habitação, educação e nas estradas beneficiam 96 municípios no noroeste do Estado, liderados por São José do Rio Preto

Região de São José do Rio Preto: entre os destaques da sua economia estão a fruticultura e o processamento de suco

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A região administrativa de São José do Rio Preto é a que concentra o maior número de municípios do Estado. São 96 cidades espalhadas em 25,4 mil quilômetros quadrados no extremo noroeste de São Paulo, reunindo uma população de 1,4 milhão de habitantes segundo a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). A base de sua economia é agroindustrial, com grande integração entre os primeiros setores da cadeia produtiva. Além de ser a maior produtora de látex do Estado, contribuindo com uma fatia de 27% do total da produção nacional, a região se destaca na fruticultura, no processamento de suco e no ramo sucroalcooleiro. É responsável ainda por 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o que corresponde a cerca de 19 bilhões de reais por ano. Por sua forte atividade na agroindústria, a região de São José do Rio Preto precisa escoar a produção

Riolândia Cardoso

Paulo de Faria

Ponte Gestal

Sta. Vitória Brasil Pedranópolis Salete Álvares Parisi Florence Santana da Urânia Jales Fernandópolis Ponte Pensa Estrela Américo d’Oeste Nova Canaã de Campos Palmeira São Francisco Paulista Meridiano d’Oeste Votuporanga Pontalinda S. João das Valentim Duas Pontes Cosmorama Gentil Marinópolis Dirce Aparecida D’Oeste Reis

Orindiúva

Sta. Fé do Sul Três Fronteiras

S Ã O

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U L O SÃO PAULO

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Tanabi Mirassolândia

Onda Verde Ipiguá Bálsamo Monte Nhandeara São José Aprazível do Rio Preto Macaubal Neves Guapiaçu Poloni Paulista Monções Mirassol Cedral Nipoã Jaci Bady União Uchoa Bassitt Tabapuã Paulista Novais Nova Aliança José Planalto Catiguá Bonifácio Paraíso Potirendaba Ibirá Zacarias Palmares Paulista Catanduva Ubarana Elisiário Mendonça Ariranha Urupês Pindorama Adolfo Sta. Adélia Marapoama Irapuã

Magda Floreal Área ampliada

Icém

Palestina

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Novo Horizonte

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Estado

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R$ 802 bilhões

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R$ 13.336,94

R$ 19.547,86

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0,776

0,814

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IDH

mapa: eli sumida

A maior das regiões

Populina Mesópolis Indiaporã Ouroeste Santa Albertina Mira Estrela Turmalina Sta. Clara Guarani d’Oeste Paranapuã d’Oeste Sta. Rita d’Oeste Aspásia Dolcinópolis Macedônia Rubinéia

SPnotícias

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evandro rocha/Folha imagem

região

O programa Melhor Caminho vai recuperar mais 950 quilômetros de estradas em 2010

com rapidez e facilidade. A Secretaria da Agricultura e Abastecimento, por meio do programa Melhor Caminho, já recuperou desde o ano passado 520 quilômetros de estradas de terra, com investimentos que chegam a 35,5 milhões de reais. Em setembro passado, um trecho de 4,75 quilômetros foi entregue na cidade de Magda. A restauração custou 477 mil reais e beneficiará ao menos 70 produtores. “O Melhor Caminho é importante porque permite que o escoamento da produção agrícola aconteça sem atrasos”, diz Edinho Araújo, presidente da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp), empresa de capital misto que presta apoio técnico às atividades de infraestrutura agrícola. Para 2010, a atual administração pretende recuperar mais 950 quilômetros no Estado, a partir de recursos de 80 milhões de reais. Inserida em uma área de grande importância viária, com rotas de interligação logística para o Centro-Oeste, a região também recebe investimentos para as estradas vicinais. No programa Pró-Vicinais, a Secretaria dos Transportes, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), concluirá até 2010 obras de recuperação de 183 trechos, que somam 1,7 mil quilômetros. Das quatro fases previstas do cronograma de obras, duas já foram encerradas, ao custo de 141,1 milhões de reais em 640 quilômetros. A terceira etapa, em

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São José do Rio Preto: região é importante área de interligação logística para o Centro-Oeste

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região

Até o ano que vem, Jales, Catanduva e Fernandópolis ganharão unidades do AME

invEStimEntOS naS EStRadaS

divulgação

Nas estradas vicinais, 183 trechos passarão por reformas até 2010, totalizando 1,7 mil quilômetros

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andamento, empregará 143,6 milhões de reais para recuperar 476,7 quilômetros de estradas vicinais em toda a região. “Além de escoar a produção, as vicinais também são a interligação entre os municípios. Por isso estamos empenhados em restaurá-las”, afirma o secretário dos Transportes, Mauro Arce. Às melhorias das vicinais somam-se outros dois programas: o de obras do DER nas rodovias estaduais e o de recuperação de acesso aos municípios. O primeiro destinou, entre 2007 e 2009, 27,3 milhões de reais em duplicação de pistas, recuperação de viadutos, instalação de dispositivos de segurança, sinalizações e contenção de morros em cidades como São José do Rio Preto, Bady Bassitt, Monte Aprazível, Santa Fé do Sul e Novo Horizonte. Estão em andamento obras que consumirão mais 3,4 milhões de reais, e um pacote de 1,3 milhão de reais encontra-se em

Principais investimentos viários em andamento e realizados pelo governo do Estado, por meio da Secretaria dos Transportes: n Recuperação de 1,7 mil quilômetros pelo programa Pró-Vicinais, com investimento de 440 milhões de reais. São 183 trechos ao todo, com conclusão prevista para meados de 2010 n Pavimentação de 154 quilômetros de estradas vicinais a partir de aporte de 137 milhões de reais, com finalização prevista para abril do ano que vem n Recuperação de 41,8 quilômetros da Rodovia Assis Chateubriand (SP-425) entre José Bonifácio e o Rio Tietê. Foram investidos 45 milhões de reais, com a participação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A obra foi concluída em junho passado n Duplicação de dois trechos da Rodovia Euclides da Cunha (SP-320) em Votuporanga e Valentim Gentil, totalizando 4,4 quilômetros e investimento de 26 milhões de reais. A obra foi entregue em outubro de 2008 n Duplicação de 2,5 quilômetros da Rodovia Euclides da Cunha (SP-320) em Fernandópolis, com recursos de 15,6 milhões de reais. Trecho concluído em junho de 2007

licitação. Já o programa de acesso aos municípios prevê obras em 22 lugares, com investimento de 34,1 milhões de reais. Com essas melhorias, será mais fácil chegar a municípios como Neves Paulista, Cedral, Uchoa e Pedranópolis.

Hospital da Criança Na área de saúde, a região ganhou capacidade para mais 216 mil consultas por ano com a instalação do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de São José do Rio Preto, inaugurado em fevereiro passado. A unidade vem complementar o atendimento dos AMEs de Santa Fé do Sul e Votuporanga, que juntos podem realizar mais de 41 mil consultas por mês. No AME de Rio Preto foram investidos 5,2 milhões de reais na obra e na compra de equipamentos, além de 2,3 milhões de reais para custeio ao longo deste ano. Outros três ambulatórios serão implantados até 2010: os de Catanduva, Jales e Fernandópolis. Até o fim desta gestão, o Estado de São Paulo contará com 40 AMEs no Estado, número que, segundo a Secretaria da Saúde, é suficiente para cobrir a demanda. Além do AME, um investimento de 4,8 milhões de reais viabilizou a construção do Hospital Estadual de São José do Rio Preto, inaugurado em fevereiro. O prédio possui 105 leitos de internação, nove de UTI e oito salas cirúrgicas com capacidade para procedimentos de baixa e média complexidade. O

divulgação

Hospital Estadual está preparado para fazer 610 internações e 1,2 mil cirurgias por mês. O Hospital da Criança, também em Rio Preto, é uma das obras mais relevantes da Secretaria da Saúde na região. Previsto para entrar em atividade no início do ano que vem, sua

O Hospital da Criança será inaugurado em 2010 e será o maior do país, com 255 leitos

O nOvO fóRum Encontram-se em andamento as obras do novo Fórum Cível da cidade de São José do Rio Preto, bem como a reforma do prédio atual. Do investimento de 7,3 milhões de reais, em torno de 80% são custeados pelo governo do Estado. O edifício, construído em parceria com a prefeitura, terá oito varas cíveis, oito salas de audiência e uma ala para o Ministério Público. Além de São José do Rio Preto, o novo Fórum atenderá moradores das cidades de Ipiguá, Bady Bassitt, Cedral, Uchoa, Mirassolândia e Guapiaçu.

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região No ambulatório médico de Especialidades de São José do Rio Preto foram investidos 5,2 milhões de reais

divulgação

No ensino técnico, a atual administração já inaugurou três unidades de Faculdades de Tecnologia

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milton michida

construção demanda investimentos de 30 milhões de reais. Será o maior hospital infantil do país, com 255 leitos. Na educação, cerca de 40 mil crianças e adolescentes da região terão suas escolas melhoradas. Isso porque 292 milhões de reais estão sendo usados em obras de adequação e reforma de 500 estabelecimentos e na construção de cinco novas unidades em São José do Rio Preto, Guapiaçu, Macedônia, Sales e Turmalina. Só em Rio Preto, o valor total previsto é de 5,9 milhões de reais para a reforma de 17 escolas, enquanto outras 20 aguardam licitação. No ensino técnico, a atual administração já entregou três unidades de Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e sete de Escolas Técnicas (Etecs) na região de São José do Rio Preto. As Fatecs de Jales, Catanduva e Rio Preto oferecem cursos de Agronegócios, Eletrônica e Tecnologia em Informática para Gestão de Negócios, abrindo um total de 310 vagas a cada processo seletivo. As Etecs, com

Desde 2007, o governo do Estado construiu 1.175 moradias e planeja entregar outras 3.849 cursos profissionalizantes de Contabilidade, Secretariado, Administração e Comércio, absorvem 1.835 alunos a cada vestibulinho. Até o fim de 2010, o Estado terá 52 Fatecs em funcionamento e contará com 100 mil novas matrículas no ensino técnico, de acordo com o plano de expansão do ensino técnico da atual administração.

Mais de 5 mil moradias Desde 2007, a Secretaria da Habitação já entregou na região 20 conjuntos habitacionais, totalizando 1.175 moradias. A pasta planeja entregar outras 3.849 unidades em 2010. O total de investimento para as obras é de 144,3

milhões de reais. A região também foi beneficiada com os acordos do Programa Especial de Melhorias (PEM), em que mais de 21 milhões de reais foram investidos em obras de infraestrutura para melhorar as condições urbanas dos municípios. Os repasses para as prefeituras beneficiaram mais de 30 mil famílias com obras de pavimentação, reforma de calçadas, construção de muros de arrimo, limpeza e instalação de galerias de águas pluviais. Ações em saneamento também estão favorecendo toda a região. Dos 43,6 milhões de reais destinados às obras, 30,5 milhões já foram aplicados. Com essa verba, 90 municípios da região chegaram a 100% da coleta e do tratamento de esgoto e, até o fim do ano, os demais atingirão essa meta. Em novembro passado, também foram entregues duas estações de tratamento de esgoto (ETE), em Pindorama e Guapiaçu, melhorando a qualidade de vida e a saúde de cerca de 12 mil habitantes. o

REPaSSES dO PRó Santa CaSa Repasses do governo do Estado para 2009 na região administrativa de São José do Rio Preto pelo programa Pró Santa Casa: n Hospital Emílio Carlos (Catanduva) – 588 mil reais n Hospital Padre Albino (Catanduva) – 840 mil reais n Santa Casa de Fernandópolis – 840 mil reais n Santa Casa de Jales – 840 mil reais n Santa Casa de José Bonifácio – 672 mil reais n Santa Casa de Monte Aprazível – 168 mil reais n Santa Casa de Novo Horizonte – 252 mil reais n Santa Casa de Santa Fé do Sul – 252 mil reais n Santa Casa de São José do Rio Preto – 3,78 milhões de reais n Santa Casa de Votuporanga – 840 mil reais

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AlAin ERnOUlT

SPbastidores

Águias de aço Radiopatrulha aérea da PM completa 25 anos de resgates de alta complexidade na região metropolitana de São Paulo

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Há 25 anos uma cena se repete em um dos hangares do aeroporto Campo de Marte, na capital do Estado. Policiais militares, atentos diante do rádio, ouvem as principais ocorrências do dia. No caso de uma situação de maior complexidade, seja de resgate ou policiamento, entram em ação os pilotos de helicóptero da PM, sempre a postos. Em cerca de cinco minutos, o Águia, como é popularmente chamada a aeronave, já está decolando. Isso acontece diariamente no hangar João Negrão, uma das sedes do Grupamento de Radiopatrulha Aérea do Estado de São Paulo (GRPAe). Muita coisa mudou em 25 anos de atividades do grupo. Os rádios de escuta se modernizaram e receberam a companhia de computadores. Atualmente, são 15 helicópteros espalhados pelo Estado. “São modelos HB-350 Esquilo, da fabricante Helibrás, e estão equipados com o que existe de mais moderno em termos de navegadores, rádios digitais e videomonitoramento”, afirma o capitão do grupamento, Wander Satil de Souza. Setenta pilotos se revezam no comando dos Águias. Ao longo de sua história, o grupo soma em torno de 120 mil missões e mais de 72 mil horas de voo. Entre essas missões estão resgates, remoções médicas, policiamento (ostensivo, de choque, de trânsito e ambiental) e combate

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bastidores

fOTOs: bRUnO miRAndA

Pilotos do Águia em várias fases da ação. Colocando o capacete, no controle das câmeras e desembarcando da aeronave

Acima, na sala de rádio do grupamento, policiais organizam ocorrências e avaliam a necessidade do Águia entrar em ação

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Quatro helicópteros serão adquiridos em 2010, cobrindo todas as sedes do interior a incêndios (veja quadro). Durante a alta temporada no litoral, o grupo também presta apoio aos bombeiros salva-vidas. “Com o helicóptero, orientamos os banhistas quando estão correndo riscos”, diz Satil. “Em caso de afogamento, auxiliamos no resgate.” O GRPAe também se incumbe de transportar órgãos para transplantes urgentes. Nesses casos, ele tem à disposição seis aviões capazes de percorrer distâncias maiores, nem sempre cobertas por helicópteros. Além das instalações na capital paulista, o GRPAe possui bases nas cidades de Campinas, São José dos Campos, Bauru, Ribeirão Preto e Praia Grande.

Com a chegada prevista de mais quatro helicópteros em 2010, serão construídas bases em Piracicaba, Presidente Prudente, São José do Rio Preto e Sorocaba. Dessa forma, todas as sedes de policiamento do interior contarão com pelo menos uma aeronave.

Ação rápida As ocorrências chegam ao conhecimento do GRPAe sempre por meio da Central de Operações do Corpo de Bombeiros (Cobom) e da Central de Operações Policiais Militares (Copom). O cidadão não consegue se comunicar diretamente com o grupo, o que evita trotes e voos desnecessários. As notícias vêm por três meios de comunicação: computador, telefone ou rádio. O computador é ligado às centrais e conta com um filtro de ocorrências, ou seja, só mostra na tela do grupamento os acontecimentos de maior complexidade. Em situações de resgate, normalmente os bombeiros são os primeiros

a chegar ao local. Eles fazem uma averiguação do caso e dos riscos da vítima. “Se for preciso uma intervenção rápida, nós somos acionados”, diz Satil. Os controladores da sala de rádio também têm autonomia para decidir quando é necessário utilizar a aeronave e liberála para a ação, o que pode fazer muita diferença no caso de um resgate. Quatro aeronaves estão sempre prontas no hangar, preparadas para resgate ou policiamento. A diferença é que, no primeiro caso, os bancos traseiros do helicóptero dão lugar a uma maca e equipamentos médicos, como tubo de oxigênio e desfibrilador. Nessa

configuração, um médico e um enfermeiro acompanham o piloto e o copiloto nas ações. Já na de policiamento, os bancos traseiros são ocupados por dois policiais armados. Quase tudo no helicóptero é fornecido pela Secretaria da Segurança Pública, com exceção do médico e seus equipamentos. “Os enfermeiros também são da Secretaria da Segurança”, afirma Satil. Segundo o capitão, boa parte dos casos de resgate é encaminhada para o Hospital das Clínicas, na região central da capital. “Ele é o mais capacitado para atender a qualquer tipo de ocorrência”, afirma. Mas ainda existem as

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bastidores

Formação

Sempre a postos. Pilotos do grupamento passam o dia preparados para qualquer emergência

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referências regionais, como os Hospitais Santa Marcelina, na zona leste, e o Mandaqui, na zona norte. Algumas regras devem ser observadas durante o voo. Em casos de resgate, o tanque do helicóptero é abastecido com apenas 50% da sua capacidade para voar mais rápido. Os locais de pouso têm de ser seguros, sem pôr em risco a aeronave ou o patrimônio público. “A prioridade é chegar o mais próximo possível da vítima, mas, na dúvida, o consenso é não pousar”, revela Satil. O trabalho de resgate funciona todos os dias até o pôr do sol. Assim, o horário de encerramento das atividades pode variar um pouco de acordo com a estação do ano. Já o policiamento é realizado todos os dias até 1 hora da manhã. Os pilotos do Grupamento Aéreo ainda contam com algumas vantagens em relação aos civis. Uma delas é a prioridade no aeroporto. Se outro

Para ser piloto, é preciso cursar a Academia do Barro Branco e trabalhar três anos no operacional helicóptero estiver se preparando para decolar e houver alguma emergência, ele é obrigado a esperar até que o Águia suba. Nas ruas, eles têm autorização para voar abaixo dos limites e pousar em qualquer lugar que for necessário. O capitão conta que o aparelho com GPS (sistema de navegação global) instalado nos Águias é o mais moderno que existe e de uso exclusivo da Polícia Militar. “Além da localização, ele identifica as ruas, muito importante no nosso serviço”, diz. A aeronave de policiamento também conta com uma câmera de alta fidelidade instalada em

O caminho para se tornar um piloto do GRPAe é árduo. Primeiro, o interessado deve passar pelo processo seletivo da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) para ingressar na Academia do Barro Branco, que forma oficiais policiais. No total, são quatro anos de curso. Em seguida, ele deve exercer, durante no mínimo três anos, um trabalho operacional na PM. “Função administrativa não conta”, afirma Satil. Depois de tudo isso, ainda é preciso aguardar um concurso interno da polícia, o que não acontece todos os anos. As vagas são abertas apenas quando alguém se aposenta ou quando o governo do Estado adquire novas aeronaves, exigindo mais pilotos. Uma vez aprovado no concurso, o aspirante realiza exames psicológico e de saúde, para saber se está apto a exercer as funções exigidas. Só então o futuro piloto passará por um treinamento de seis meses em um helicóptero menor, o modelo Schweizer HU-30, com espaço para duas pessoas e carinhosamente apelidado de Falcão. Vencidas todas as etapas, ele estará apto a ser mais um piloto do Águia a sobrevoar São Paulo em missões do grupamento. o

As missões AtendidAs Pelos ÁguiAs

RicARdO bEnichiO

sua parte inferior. Com ela, é possível que o controlador flagre movimentos de um suspeito e até mesmo placas de veículos a mais de 1 quilômetro de distância. A autonomia de voo de cada helicóptero é de aproximadamente 3 horas e meia com o tanque cheio. A manutenção das aeronaves também é um ponto alto do grupo. Elas são inspecionadas todos os dias antes da operação e a cada aterrissagem. Além disso, as inspeções seguem a tabela de revisões determinada pelo fabricante.

Resgate aeromédico: Suporte avançado de vida, transportando médico, enfermeiro, equipamentos e materiais necessários até o local da ocorrência no menor tempo possível, para o atendimento pré-hospitalar à vítima Remoção aeromédica: Remoção de um paciente de um hospital para outro Policiamento ostensivo: Um estudo realizado na cidade de Los Angeles (EUA), na década de 60, concluiu que um helicóptero em missão preventiva equivale a 15 viaturas policiais Policiamento de choque: É usado nas ações de controle de distúrbios civis (passeatas, rebeliões em presídios, protestos, reintegrações de posse e outras) Policiamento de trânsito: Atua como plataforma de observação. Por não ter limitações quanto ao seu deslocamento, respeitando-se as condições meteorológicas e operacionais, o helicóptero ajuda o policiamento de trânsito e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Voa sobre a região metropolitana de São Paulo monitorando o fluxo de veículos e detectando pontos de congestionamento e suas causas Policiamento ambiental: Os voos permitem que as equipes de fiscalização acessem pontos que dificilmente seriam detectados por vias terrestres Combate a incêndios: Em incêndios de grandes proporções, os helicópteros têm múltiplas aplicações: avaliação global da situação para permitir um bom planejamento do combate, resgate de vítimas ou equipes técnicas cercadas pelo fogo, transporte de material e lançamento de água sobre os focos defesa civil: Nos últimos anos, em grandes desastres ocorridos em São Paulo e até em outros Estados, como as enchentes em Santa Catarina, os helicópteros mostraram versatilidade, socorrendo vítimas e prestando ajuda à população transporte de órgãos: É também um serviço relevante prestado pelo grupamento, com a utilização de aviões ou helicópteros

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Foto: mario castello

SPpersonagem do mês

Meio século na área social

Funcionária mais antiga do Fussesp, Missa Naguche Chen acompanha há 52 anos a atuação das entidades filantrópicas de São Paulo A história da assistente social Missa Naguche Chen, de 79 anos, se confunde com a própria formação de uma política social em São Paulo. Ela ingressou no serviço público em 1957, numa época em que o trabalho social do Estado ficava sob os cuidados da Secretaria da Saúde. Ainda não existia o Fundo Social de Solidariedade, criado 11 anos mais tarde e que passou a se chamar Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo (Fussesp) em 2007. Funcionária mais antiga em atividade no Fussesp, Missa se lembra, mais de meio século depois, de sua primeira missão: “Participei de uma campanha de combate à prostituição e à falsa mendicância”, afirma. “Mas, naquela época, eu ocupava a maior parte do tempo dando assistência aos portadores de hanseníase e tuberculose.” Integrante de muitos projetos sociais que surgiriam posteriormente, como supervisora do Departamento de Orientação Técnica (DOT), Missa passou oito anos percorrendo 37 municípios do Estado, sempre auxiliando os necessitados que não tinham acesso a informações. “Na década de 80, também fui diretora técnica

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“A essência do Fundo de Solidariedade é a mesma nesses anos todos: assistir os mais necessitados, ajudando no seu desenvolvimento”

da central de triagem e encaminhamento”, relembra ao mencionar sua participação na fundação do primeiro albergue do Estado de São Paulo. Hoje, esse trabalho foi terceirizado e passado para organizações não governamentais (ONGs). Desde 1989, a assistente social vem acompanhando a equipe técnica que coordena o trabalho das ONGs. Missa é responsável pelo cadastramento das instituições sociais das regiões centro e centro-oeste de São Paulo e que precisam de ajuda do Estado. “Além das ONGs, atendemos ainda entidades filantrópicas como orfanatos, creches, centros de atendimento à criança e ao adolescente, clubes de mães e asilos. Só na minha área são 500 instituições”, enumera. Para Missa, o Fussesp tem como objetivo ser uma extensão das iniciativas do governo do Estado, realizando programas direcionados para as áreas da educação, geração de trabalho, saúde, esporte e lazer. “Hoje, o campo de atuação do Fundo de Solidariedade é bem mais abrangente que no passado”, diz. “A essência, porém, continua a mesma nesses anos todos: assistir os mais necessitados, ajudando no seu desenvolvimento”, afirma. o

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SPo estado em números PROGRAMA PARA A CONSTRUÇÃO DE UNIDADES PRISIONAIS

PROGRAMA ESTADUAL DE QUALIFICAÇÃO

As unidades prisionais do Estado já não comportam mais o cresci­ mento populacional gerado pela forte atuação policial no combate ao crime

n Em 2009, o Programa Estadual

n Atualmente São Paulo possui

147 estabelecimentos prisio­ nais, cuja população carcerária é de quase 158 mil presos n O governo de São Paulo está construindo 49 unidades no Estado, para oferecer mais dignidade, disciplinar e resso­ cializar pessoas que comete­ ram crimes n Serão 39.504 novas vagas, das quais 5.376 para mulheres, com investimento de 1,5 bilhão de reais

PROGRAMA PRÓ-VICINAIS n Ao todo, serão investidos

3,5 bilhões de reais na recuperação de 12 mil km de estradas até 2010 n Na 1ª fase, o governo inves­ tiu 410 milhões de reais na recuperação de 2.177 km de estradas n Na 2ª etapa, 2.540 km fo­ ram refeitos, com um investi­ mento de 690 milhões de reais n Para as obras da 3ª fase, o governo assinou um con­ trato com o Bird (Banco Mundial), no valor de 320 milhões de reais. Serão recuperados 3.140 km

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São quatro tipos de complexos prisionais a serem construídos: n Centro de Detenção Provisória (CDP): destinado a presos em caráter provisório, ou seja, que aguardam seus processos de condenação n Penitenciária Masculina: abri­ ga presos que já têm condena­ ção na Justiça n Centro de Progressão Peni-

n

tenciária (CPP): abriga pre­ sos já condenados que estão no regime semiaberto Penitenciária Feminina: des­ tinada a mulheres em todas as situações penais. O projeto contempla área com play­ ground para os filhos das de­ tentas, espaço para amamen­ tação e uma creche em cada unidade

n As aulas serão ministradas por de Qualificação Profissional ofe­ 3 instituições: Centro Paula rece 40 mil vagas em cursos Souza, Senai e Senac gratuitos de qualificação pro­ n Cerca de 400 mil pessoas já fissional, com uma novidade: manifestaram interesse por um bolsa de 210 reais para tra­ curso do PEQ – elas procuraram um dos 210 Postos de Atendi­ balhadores desempregados du­ mento ao Trabalhador (PATs) ou rante o curso n Das vagas oferecidas pelo PEQ, acessaram o site www.emprecerca de 60% estão no interior gasaopaulo.sp.gov.br

PISO SALARIAL Tipo de Unidade

Quantidade

Vagas

12 7 8 22 49

7.608 6.480 5.376 16.896 39.504

Centro de Detenção Provisória Centro de Progressão Penitenciária Penitenciária Feminina Penitenciária Masculina Total

VIRADA CULTURAL Ano

Cidades

Número de atrações

Público estimado

2007 2008 2009

10 19 20

381 476 563

200 mil 740 mil 1 milhão

ENSINO PROFISSIONALIZANTE Unidades

Vagas para o 2º semestre

ETECs FATECs

Técnico (Etec) Tecnológico (Fatec) 244

126

52

167

47 26

2006 hoje 2010 previsão

2006 hoje 2010 previsão

60.000 50.869 25.561

2006 hoje 2010 previsão

Antigo piso

Novo piso

Reajuste

R$ 450 R$ 475 R$ 505

R$ 505 R$ 530 R$ 545

12,22% 11,58% 7,92%

VIRADA CULTURAL Ano

Cidades

Número de atrações

Público estimado

2007 2008 2009

10 19 20

381 476 563

200 mil 740 mil 1 milhão

2006 hoje 2010 previsão

425 cidades de São Paulo, o que corresponde a 89% da população do Estado. Outras 48 agências serão instaladas

n Realiza

empréstimos para pessoas físicas que variam entre 200 reais e 5 mil reais cluindo Microempreendedo­ res Individuais (MEIs), os empréstimos variam entre 200 reais e 7,5 mil reais

n A taxa de juros foi reduzida

de 1% ao mês para 0,7% ao mês

n O prazo de carência foi am­

pliado de 30 para 60 dias. No caso do segundo emprés­ timo, o prazo chega a 90 dias

Quilômetros Trens Estações Pop. atendida /dia

2009 chegam a 120 milhões de reais: 56% a mais que no ano passado

n No primeiro semestre de

2009, o BPP firmou 10.641 contratos. Foram empresta­ dos mais de 39 milhões de reais

n Ao longo de seus 11 anos,

METRÔ + CPTM (QUALIDADE DE METRÔ)

3.940

microcrédito do país n Atualmente está presente em

n Os recursos do BPP para

TRANSPORTE SOBRE TRILHOS 10.000 8.085

n Maior programa estadual de

n Para pessoas jurídicas, in­

O governo de São Paulo concedeu no primeiro semestre um aumento de 10%, em média, para as 3 faixas salariais do Piso Regional do Estado. Desde 1º de junho, cerca de 1 milhão de trabalhadores começaram a receber os novos valores. Os pisos beneficiam, com remuneração acima do salário mínimo nacional, 105 categorias que não têm piso salarial definido por lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.

Faixa salarial 1 Faixa salarial 2 Faixa salarial 3

BANCO DO POVO PAULISTA (BPP)

Início da gestão

Atual

Previsão

60,2 237 132 4,2 milhões

69,3 255 144 5,3 milhões

240 337 154 7,5 milhões

o BPP já emprestou mais de 580 milhões de reais, be­ neficiando mais de 190 mil paulistas n A taxa de inadimplência é de

apenas 1,2%

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SPagenda AGRonEGÓCIo EM ALTA

O que fOi nOtícia

Mesmo com a crise econômica mundial, o agronegócio paulista registrou saldo comercial positivo (diferença entre exportações e importações) de 7,03 bilhões de dólares nos primeiros nove meses de 2009. Os dados são do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), órgão ligado à Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Segundo balanço do setor, de janeiro a setembro, as exportações atingiram 11,48 bilhões de dólares (queda de 10,0%), enquanto as importações somaram 4,45 bilhões de dólares (recuo de 22,1%). Situação bem mais confortável do que o cenário dos demais setores paulistas, cujas importações somaram 31,68 bilhões de dólares, superando as exportações em 12,52 bilhões de dólares no acumulado do ano. Segundo pesquisadores, os números mostram que o comércio exterior paulista seria bem mais deficitário não fosse o desempenho do agronegócio estadual.

Bruno miranda

MAIS 33 novoS TREnS

PRÊMIo PARA A PM CPTM vai adquitir 33 trens a um custo de 900 milhões de reais

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) comprará 33 trens novos. São nove para a Linha 11-Coral (Luz-Estudantes) e 24 para a Linha 8-Diamente (Júlio Prestes-Itapevi). Estes últimos serão objeto de uma parceria público-privada/concessão administrativa, que inclui ainda a reforma de 12 composições. O investimento é estimado em 900 milhões de reais. Todas

as composições terão o layout do interior dos vagões renovado, ar-condicionado, sistema de monitoramento por câmeras, painéis eletrônicos de comunicação e itens de acessibilidade. As aquisições fazem parte do Plano de Expansão do Transporte Metropolitano (Expansão SP), que somará investimentos de 20 bilhões de reais até 2010.

Quatro unidades da Polícia Militar vão receber o Prêmio Paulista de Qualidade de Gestão (PPQG). Criada em 2001, a premiação é um reconhecimento ao trabalho desenvolvido por organizações públicas e privadas do Estado. O prêmio é administrado pelo Instituto Paulista de Excelência da Gestão (Ipeg) e tem incentivo da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp) e da Fundação Nacional da Qualidade (PNQ). Este ano, 51 organizações participaram do processo de avaliação, mas apenas 22 serão contempladas. As unidades da PM premiadas são o Comando de Policiamento do Interior (CPI-5) de São José do Rio Preto, o CPI-3 de Ribeirão Preto, o CPI-7 de Sorocaba e o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP).

DUAS UnIDADES DA AACD

GUIA DA SAbESP

vERbA Ao PRojETo TIETÊ

O governo construirá duas novas unidades da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) – uma na zona norte e outra na zona sul da capital. As obras ficarão sob a responsabilidade da Secretaria Estadual da Saúde e os prédios serão erguidos em terrenos doados pela prefeitura de São Paulo. As unidades devem ser entregues em 2010, ano em que a AACD completa 60 anos. A cidade já abriga dois centros e há outros sete no Estado. O anúncio da obra foi feito durante a campanha de arrecadação de fundos para a instituição, o Teleton.

Quem precisar de algum serviço da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pode agora consultar as informações pela internet. A empresa lançou um guia de serviços eletrônico (acesso no site www.sabesp.com.br) com 40 tipos de solicitações relativas a contas, ligações de água ou esgotos, benefícios sociais e vazamentos. A consulta pode ser feita por assunto ou ordem alfabética. “É uma ferramenta que reduzirá o tempo de atendimento pessoal, telefônico ou on-line”, diz a superintendente de Marketing, Emília Dalla Rosa.

As obras do Projeto Tietê receberão financiamento de 600 milhões de dólares do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A Sabesp entrará com 200 milhões de dólares em contrapartida. Esses recursos serão utilizados na terceira fase do programa de despoluição do rio. Deste ano até 2015, a intenção é ampliar a coleta de esgoto na Grande São Paulo de 84% para 87%, e o tratamento desse esgoto dos atuais 70% para 84%. Serão construídos 580 quilômetros de coletores e interceptores, 1,25 mil quilômetros de redes coletoras e efetivadas 200 mil ligações domiciliares.

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PRÓteSe De ÚLtiMa GeRaÇÃO Pacientes soropositivos com necrose da cabeça do fêmur já podem contar com a colocação de uma prótese de quadril de última geração com componentes de cerâmica. A primeira cirurgia foi realizada com sucesso, em setembro passado, no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em uma parceria entre o Centro de Referência e Treinamento DST/Aids e o Hospital das Clínicas de São Paulo, unidades da Secretaria da Saúde. O custo médio por prótese é de 20 mil reais, e a intenção é realizar uma intervenção por semana. “Essa cirurgia é fundamental para recuperar a mobilidade e a qualidade de vida desses pacientes”, disse o diretor do instituto, David Uip. A cirurgia foi realizada pela equipe do professor Gilberto Luis Camanho, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. iaMSPe De Site nOVO O site do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) está de endereço novo: www. iamspe.sp.gov.br. A troca é resultado da atualização tecnológica nos sistemas de informática do instituto, feita pela Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp). A modernização resultará em melhoria da qualidade dos serviços e em reforço na segurança de dados. Um dos serviços oferecidos no site é o acesso à lista de nomes, endereços e telefones dos cerca de mil médicos credenciados em todo Estado.

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SPagenda O que fOi nOtícia

milton michida

ACESSIbILIDADE AMPLIADA O Poupatempo facilitará a utilização dos serviços públicos via internet por pessoas com deficiência com a instalação de novos terminais de acessibilidade nos Postos Itaquera, Santo Amaro, São Bernardo do Campo, Ribeirão Preto e Campinas Shopping. Os equipamentos têm monitor de 19 polegadas, braço móvel, fone de ouvido para uso do software, leitor de tela e dispositivo para o teclado que permite o correto encaixe dos dedos, impedindo que as teclas sejam pressionadas de maneira involuntária por quem tem deficiências motoras ou Parkinson. Outro programa, integrado a webcam de alta definição, possibilita que usuários paraplégicos ou com deficiência nos membros superiores usem o computador com movimentos da cabeça e da face.

AvALIAÇÃo IMEDIATA

CoMPUTADoRES nA UnESP

Monitorar os tempos de execução dos serviços e coletar a opinião do cidadão sobre o atendimento, imediatamente após a sua realização, gerando indicadores de desempenho para atender de forma cada vez mais eficiente. Essa é a premissa do Sintonia – Gestão de Serviços, sistema desenvolvido pela Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) e que está funcionando em 13 postos do Poupatempo. “Esse é mais um investimento do Estado para elevar a qualidade do serviço público. O acesso, em tempo real, aos indicadores de desempenho e a avaliação permanente da população vão tornar a gestão do Poupatempo ainda mais eficiente e beneficiar os cidadãos”, diz Sidney Beraldo, secretário da Gestão Pública. Mais de 40 serviços participam da etapa inicial. Na prática, o Sintonia emite alertas quando são identificadas ocorrências fora do padrão, como, por exemplo, desvio no tempo médio previsto para a execução do serviço na mesa de atendimento. O gestor recebe a notificação na tela do computador e pode agir de imediato. O acompanhamento também já pode ser realizado por telefonia móvel.

Com um investimento de 8 milhões de reais, a Unesp inaugurou a maior rede brasileira de supercomputadores do país. O sistema integra 2.944 unidades de processamento, sendo 2.048 no campus da Barra Funda, na capital, com capacidade de desempenho teórico de w33,3 teraflops. O complexo permitirá o acesso aos mais elevados níveis de capacidade de processamento e armazenamento de dados em campos da investigação científica, como sequenciamento genético e previsão do tempo.

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SAÚDE Do SERvIDoR O Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual investirá 34 milhões de reais até o fim de 2010 na compra de equipamentos de última geração e reforma de setores do Hospital do Servidor Público Estadual. Desse total, 14,7 milhões de reais serão aplicados em obras. Está prevista ainda a aquisição de um acelerador linear usado no tratamento de câncer, 72 monitores cirúrgicos, 76 camas hospitalares, aparelho de ultrassonografia com Doppler e quatro aparelhos de anestesia.


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