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Opinião

Por Wagner Parronchi, colunista wagnerparronchi@hotmail.com

Que País é este?

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Emais: com uniforme, material escolar e transporte de graça.

Imagine um país com faculdades e universidades públicas gratuitas com acesso para todos, independentemente de classe, condição social ou financeira, com cotas reservadas para quem estudou em escola pública. E mais, além disso, para aqueles que não conseguiram ingressar pelo vestibular no ensino superior público, o Governo ainda financia por diversos programas uma faculdade particular, a depender de certos requisitos.

Imagine um país com um sistema de saúde pública universal, com atendimento médico, terapêutico e medicamentoso de graça e uma justiça implacável para o cumprimento deste direito previsto em sua Constituição Federal.

Imagine um país que garante uma renda de um saláriomínimo para pessoas com invalidez permanente e idosos que não conseguem se aposentar por ausência de contribuições previdenciárias, e que o núcleo familiar não tem condições de prover o seu sustento.

Imagine um país que garante uma renda por até cinco meses para quem acabou de perder o emprego.

Imagine um país que garante uma renda mínima a todas as famílias de baixa renda e, além disso, possui uma infinidade de outros benefícios sociais.

Imagine um país com o maior programa gratuito de vacinação infantil e adulta do mundo.

Imaginou?

Pois é. Este país existe e vivemos nele. Este país é o Brasil. Talvez o país mais paternalista e assistencialista que existe entre as nações capitalistas do planeta.

Olhando assim é de causar inveja a qualquer país desenvolvido do mundo, mas, por qual razão reclamamos tanto?

Pense bem, caro leitor: para bancar tudo isso é necessário muito dinheiro e quem paga essa montanha de dinheiro? Você e nossas empresas.

Seria este, então, o problema?

Não, a meu ver. Existem outros problemas maiores como corrupção generalizada, incompetência de gestão e um sistema de governo ultrapassado, mas que não vamos tratar desta vez aqui. O problema não está propriamente na existência de programas e serviços públicos gratuitos, mas no seu exagero e muitas vezes na ausência total de exigências de contrapartidas ou exigências ínfimas, como no caso das faculdades em que não há qualquer tipo de contraprestação por parte do aluno, seja durante o curso ou após a sua formação.

Não é caro repetir: não basta dar o peixe, é necessário ensinar a pescar. Entretanto, há de se ir além. Ensinar a pescar não é dar faculdade. Aliás, quem frequenta a faculdade pública no Brasil, em sua grande maioria, sequer passa por qualquer dificuldade e sobreviveria muito bem sem ela, pois tem condições de pagar por uma faculdade privada. É necessário investir na base, em cursos profissionalizantes e técnicos, identificando a necessidade mais próxima de quem mais precisa. 

Por Evelin Sanches Mestrado em Administração Pública e Governo MBA em Gestão Estratégica de Negócios

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