Psicologia – ciência e profissão

Regulamentada no Brasil como profissão em 1962, a psicologia, por suas diversas teorias e segmentos, surge a partir da filosofia e segue sendo explorada por diversos estudiosos. O Behaviorismo (análise do comportamento), a Psicanálise e a Gestalt (correntes fenomenológicas e humanistas) foram as bases para o desenvolvimento da ciência psicológica, proporcionando o surgimento de inúmeras abordagens da psicologia contemporânea.

A atuação da psicologia se expande em vários segmentos e assim temos: a psicologia clínica, que se refere aos atendimentos em psicoterapia; a organizacional, que envolve gestão de pessoas no universo coorporativo e saúde mental do trabalhador; a psicologia do esporte, auxiliando nas questões emocionais e cognitivas do atleta; a psicologia da aprendizagem e do desenvolvimento humano; a psicologia hospitalar, a psicologia sócio histórica, entre outras.

Enquanto ciência, precisa de um objeto de estudo, e esse objeto de estudo é o homem em todas as suas expressões: as visíveis (comportamento) e as invisíveis (sentimentos); as singulares (porque somos o que somos) e as genéricas (porque somos todos assim) — é o homem-corpo, homem-pensamento, homem-afeto, homem-ação e tudo isso está sintetizado no termo subjetividade. A subjetividade é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um.

Quem nunca ouviu aquela frase: “De médico e louco todo mundo tem um pouco”? Podemos dizer que de psicólogo também! Quantas vezes as pessoas falam sobre a psicologia no cotidiano, dão conselhos que acabam levando à reflexão, e muita gente ainda mistura a psicologia do senso comum com a psicologia ciência e profissão. Surgem, então, muitas dúvidas e mitos sobre o tratamento psicológico, gerando certo receio e preconceito em buscar atendimento e acompanhamento. Frequentemente aparecem dúvidas e afirmações como estas:

O psicólogo não adivinha nada! Não, não adivinha! Os psicólogos possuem conhecimento técnico para compreender as questões apresentadas pelo paciente e junto com ele construir desfechos mais saudáveis, autênticos e coerentes.

A Psicologia ajuda as pessoas a se conhecerem melhor, ou é só para quem está doente mentalmente? Sim, a psicologia ajuda no autoconhecimento, possibilitando o aumento do nível de percepção de si próprio diante dos desafios, como agir e reagir e suas limitações, afetos e emoções, a fazer boas escolhas, reconhecer suas capacidades e potenciais, entre outros tantos benefícios que o autoconhecimento proporciona. É o encontro mais significativo que o ser humano pode ter, que é o encontro com ele mesmo.

O psicólogo é diferente de um bom amigo? Sim! O apoio de amigos em momento difíceis pode ter a função de ajuda, mas o profissional da psicologia tem conhecimento técnico/científico para fazer a intervenção terapêutica nos cuidados com a saúde do paciente.

Psicólogos e psiquiatras aproximam-se em suas práticas? Os afazeres desses dois profissionais se aproximam, mas em campos diferentes de preocupação. A psiquiatria tem foco nas patologias psíquicas e, portanto, quem prescreve a medicação e determina o diagnóstico final é o médico psiquiatra; já a psicologia, além de auxiliar no tratamento de patologias, dispõe de intervenções para facilitar o processo do ser no mundo, independente de patologias psíquicas. Outra diferença é que o psicólogo estuda na graduação, psicologia, e o psiquiatra, medicina. Os dois profissionais, em inúmeros casos, trabalham a interdisciplinaridade com os pacientes.

Quando, então, devo procurar um psicólogo? Sempre que perceber constância no desequilíbrio de suas emoções, alterações frequentes de humor, desânimo prevalente, indecisões nas escolhas, dificuldades de se relacionar, se nas atividades cotidianas surgir medo ou inseguranças que prejudiquem o desempenho dessas atividades, entre outros desconfortos psicológicos que estiverem incomodando.

A psicologia está em evolução para continuar sendo instrumento de transformação social.

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