TM Rio 2016
Análises sobre o IFRS no Brasil Edição 2012
// Aprendizado
constante
Desde a promulgação, em 2007, da Lei 11.638/07 - que alterou a Lei das Sociedades Anônimas -, as empresas brasileiras estão se adaptando a uma nova filosofia na forma de elaborar e divulgar seus dados financeiros ao mercado. A convergência para as normas internacionais de contabilidade IFRS (International Financial Reporting Standards) tem exigido dedicação e esforço constantes de todas as partes envolvidas no processo, entre contadores, auditores e órgãos reguladores. A Ernst & Young Terco, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), analisa as demonstrações financeiras de algumas das maiores corporações de capital aberto do País desde a implementação das normas internacionais. Essas informações vêm sendo consolidadas e publicadas no guia Análises sobre o IFRS no Brasil. O guia tornou-se referência no mercado ao apresentar a maneira como essas companhias vêm interpretando as novas normas, servindo de parâmetro para a elaboração de futuras demonstrações financeiras de empresas brasileiras de qualquer porte. Apresentamos agora a segunda edição da pesquisa, que analisa o balanço de 60 empresas de capital aberto e traz informações sobre o segundo ano de IFRS no Brasil. Podemos dizer que a implementação do IFRS no País continua sendo bem-sucedida, e é evidente a preocupação das companhias analisadas em aprimorar cada vez mais o nível de qualidade de suas demonstrações financeiras. Esperamos que essa publicação represente mais uma colaboração para o entendimento das normas, contribuindo para a maior qualidade e transparência das informações aos olhos dos profissionais, do mercado e da sociedade. Boa leitura. Sergio Ricardo Romani I Sócio-líder de Auditoria da Ernst & Young Terco
Expediente: Sergio Ricardo Romani
Coordenação editorial
Sócio-líder de Auditoria
Alexandre Moschella, Andrea Allabi e Hugo Vidotto
Conteúdo técnico Ernst & Young Terco Idésio S. Coelho, Paul Sutcliffe e Silvio Takahashi Conteúdo técnico Fipecafi Professores: Eliseu Martins, Lázaro Plácido Lisboa, Flávia Zoboli Dalmacio, Joanília Neide de Sales Cia, Adilvo França, Roberto Santos e Roberta Carvalho de Alencar Monitores (Doutorandos): Alex Mussoi, Carlos Henrique Silva do Carmo, Cecília Moraes Santostaso Geron e Maria José de Camargo Machado
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Projeto gráfico e diagramação Alexandre Rossetto e Alexandre Rugério Revisão João Hélio de Moraes, Caroline Hifume e Ana Iogui Fotografias Arquivo de imagens Ernst & Young Terco
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Introdução • 2011 – Segundo ano de publicação das demonstrações financeiras em IFRS no Brasil 4 Parte 1 • Observações Gerais
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Parte 2 • Análises por Tópico CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos (IAS 36)
10
CPC 04 - Ativos Intangíveis (IAS 38)
18
CPC 06 - Operações de Arrendamento Mercantil (IAS 17)
29
CPC 10 - Pagamento Baseado em Ações (IFRS 2)
41
CPC 15 - Combinação de Negócios (IFRS 3)
53
CPC 18 - Investimento em Coligada e em Controlada (IAS 28)
70
CPC 19 - Participação em Empreendimento Controlado em Conjunto – Joint Venture (IAS 31)
84
CPC 22 - Informações por Segmento (IFRS 8)
114
CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (IAS 37)
139
CPC 27 - Ativo Imobilizado (IAS 16)
153
CPC 28 - Propriedade para Investimento (IAS 40)
178
CPC 29 - Ativo Biológico e Produto Agrícola (IAS 41)
187
CPC 32 - Tributos sobre o Lucro (IAS 12)
196
CPC 33 - Benefícios a Empregados (IAS 19)
207
CPCs 38, 39 e 40 – Instrumentos Financeiros (IAS 32, IAS 39 e IFRS 7) – Instituições Financeiras
223
CPCs 38, 39 e 40 - Instrumentos Financeiros (IAS 32, IAS 39 e IFRS 7) – Empresas não Financeiras
262
CPC 41 - Lucro por Ação (IAS 33)
304
ICPC 01 - Contratos de Concessão (IFRIC 12)
312
ICPC 02 - Contrato de Construção do Setor Imobiliário (IFRIC 15)
319
Apêndice Amostra da Pesquisa
327
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012 é uma publicação destinada a clientes e colaboradores da Ernst & Young Terco que aborda questões relevantes para as empresas na preparação de suas demonstrações financeiras. As opiniões aqui expressas não devem ser utilizadas de maneira isolada para a tomada de decisões, já que existem particularidades pertinentes a cada companhia que podem, eventualmente, alterar o enfoque transmitido na opinião. Antes da tomada de decisão, os executivos devem conversar sobre esses pontos de vista com seus consultores. Estamos à disposição para discutir nossas opiniões e sua aplicação em cada caso concreto.
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// Introdução
2011 - Segundo ano de publicação das demonstrações financeiras em IFRS no Brasil
// 2011 – Segundo ano de publicação das demonstrações financeiras em IFRS no Brasil O ano de 2011 foi o segundo de publicação das demonstrações financeiras em IFRS pelas empresas brasileiras, dando continuidade a uma mudança na forma como as companhias elaboram e divulgam esses dados ao mercado. Tendo em vista o processo de reaprendizagem necessário para as partes envolvidas com as informações financeiras, mesmo com um ano de experiência por parte dos contadores, auditores e investidores, ainda não temos um mercado totalmente adaptado e demonstrações financeiras completamente aderidas às normas internacionais. Reconhecemos que a reaprendizagem leva tempo, especialmente quando tal processo implica uma mudança cultural de hábitos e rotinas. Dentro desse contexto, a Ernst & Young Terco e a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) analisaram as demonstrações financeiras consolidadas de uma amostra das empresas presentes no mercado brasileiro, inclusive instituições financeiras, com o objetivo de avaliar o segundo ano de demonstrações financeiras em IFRS no cenário nacional. Neste segundo trabalho, foram confirmadas algumas reflexões e tendências provenientes da pesquisa realizada neste ano com uma amostra de 60 empresas, referente à publicação das demonstrações financeiras de 2011 em IFRS: • As empresas continuam publicando uma grande quantidade de informações. Em razão dos requisitos de divulgação exigidos pelo IFRS, era esperado um aumento no nível de divulgação, haja vista que as exigências de divulgação são maiores. No entanto, é necessário não confundir quantidade com qualidade. Nossas análises evidenciaram a existência de notas explicativas que, muitas vezes, citavam de maneira literal determinada norma IFRS, mas sem efetivamente prover informações relevantes aos usuários. • O padrão IFRS tornou mais complexo o reconhecimento, a mensuração e a evidenciação das informações financeiras, com maior subjetividade nas escolhas contábeis, maior julgamento por parte das companhias e a participação de várias áreas da empresa na elaboração das informações financeiras. • A forma de aplicação de algumas normas IFRS ainda não é consenso entre os participantes do mercado, o que de certa forma ainda levanta dúvidas sobre a comparabilidade das demonstrações financeiras. • Permanece o questionamento pelos auditores independentes em relação à aplicação das normas IFRS acerca do reconhecimento de receitas decorrentes das atividades imobiliárias.
// A inclusão das demonstrações financeiras das instituições financeiras em nossa amostra Nesta edição da pesquisa, acrescentamos em nossa amostra as instituições financeiras. Para tanto, trabalhamos com as informações consolidadas em IFRS. A contabilidade das instituições financeiras tem peculiaridades a serem seguidas que diferem das exigências feitas às empresas não financeiras no Brasil. As instituições financeiras brasileiras estão sujeitas à supervisão do Banco Central do Brasil (Bacen) e a leis e regulamentos específicos. A Lei 4.595/64 dá competência ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para expedir normas gerais de contabilidade para o setor, e a Lei 6.385/76 reforça essa competência. Essa estrutura legal tem permitido ao Bacen impedir a adoção plena do IFRS por parte das instituições financeiras, a não ser nas demonstrações consolidadas das grandes instituições, que as elaboram adicionalmente às feitas sob os critérios brasileiros, mas não as divulgam em conjunto com estas – apesar de o Bacen elaborar e divulgar suas próprias demonstrações em IFRS já há muitos anos. As companhias abertas não financeiras, reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), são obrigadas a seguir, tanto para o balanço individual como para o consolidado, todas as determinações emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que seguem as normas IFRS. No entanto, o uso do IFRS não vale para os balanços individuais das instituições financeiras, nem para suas demonstrações consolidadas divulgadas junto com as individuais, que continuam a seguir as normas do órgão regulador, Bacen (Cosif), que por sua vez não tem previsão de alinhamento ao IFRS. Assim, o Bacen exige a divulgação de dois demonstrativos financeiros a partir do exercício de 2010: o balanço consolidado em IFRS (para os grandes) e os balanços individual e consolidado (para todos), conforme a regra contábil do Bacen, devendo ser publicados separadamente.
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Na maioria dos tópicos analisados, as instituições financeiras foram consideradas junto com as demais empresas da amostra. Nós tópicos relativos a instrumentos financeiros, em razão da especificidade e da complexidade das notas explicativas dessas instituições, optamos por destacar a análise em um tópico independente.
// A pesquisa A pesquisa está dividida em duas partes: Parte 1 • Observações gerais sobre o segundo ano de adoção do IFRS no Brasil: a análise das demonstrações financeiras consolidadas de 2011 identificou algumas tendências na adoção do IFRS pelas empresas brasileiras e motivou algumas reflexões. Parte 2 • Análises por tópico: foi analisado como as 60 empresas da amostra, quatro delas instituições financeiras, aplicaram as exigências relacionadas a 20 assuntos contábeis considerados complexos por envolverem estimativas e julgamentos. A amostra é basicamente composta pelas empresas que fazem parte do Índice Bovespa, composto pelas companhias abertas, financeiras e não financeiras, com ações de maior liquidez na Bolsa de Valores de São Paulo. A ideia foi ter uma amostra das maiores empresas no Brasil, com representantes dos maiores setores. A lista completa das empresas incluídas na pesquisa é apresentada no Apêndice. Embora sejam feitas diversas observações acerca do IFRS e sua respectiva adoção nesta publicação, é importante mencionar que o objetivo da análise das demonstrações financeiras de 2011 foi justamente apresentar as políticas e práticas contábeis adotadas pelas empresas, bem como suas respectivas divulgações. Portanto, o estudo não tem como objetivo realizar qualquer julgamento acerca das empresas e de suas escolhas. Entretanto, a decisão de revelar o que deveria ser apresentado neste estudo, que diz respeito à maneira como determinada empresa tratou (ou não tratou) determinado assunto, inevitavelmente envolve certo grau de interpretação. Portanto, é possível que outros profissionais, analisando as mesmas demonstrações financeiras, possam, em certos casos, possuir uma visão diferente. Finalmente, é importante ressaltar que nem todos os desafios da aplicação do IFRS podem ser compreendidos por meio da análise detalhada das demonstrações financeiras, isto é, parte dos complexos detalhes que envolvem a aplicação prática desse padrão não fica tão evidente em uma análise da divulgação das demonstrações publicadas.
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Observações Gerais Nesta seção foram discutidos alguns dos assuntos relevantes que emergiram das análises realizadas nas demonstrações financeiras consolidadas de 2011 das 60 empresas que compõem a amostra.
// As empresas continuam publicando uma grande quantidade de informações, tendo em vista o grau de detalhamento exigido pelo IFRS. Em razão dos requisitos de divulgação exigidos pelo IFRS, os usuários das demonstrações financeiras são providos com mais informações, haja vista que as exigências de divulgação são maiores, o que torna as empresas mais transparentes. A ideia central é que mais informações divulgadas pelas empresas diminuem as incertezas dos usuários, que conseguem tomar melhores decisões econômicas. Por outro lado, contudo, é igualmente importante ressaltar que quantidade não significa necessariamente qualidade. As análises evidenciaram a existência de notas explicativas “padronizadas”, isto é, informações que, muitas vezes, citam de maneira literal determinada norma IFRS, mas sem efetivamente prover informações relevantes aos usuários. Em muitos casos, tem-se a impressão de que se está lendo um trecho de uma norma internacional. Em suma, as exigências de divulgação presentes nas normas IFRS resultaram no aumento da quantidade de informações divulgadas pelas empresas. Isso é sem dúvida muito positivo. Contudo, para que as demonstrações financeiras atinjam seu objetivo principal, o de prover informações relevantes para a tomada de decisão econômica, deve-se, fundamentalmente, melhorar a qualidade das informações nelas apresentadas.
// O padrão IFRS tornou mais complexos o reconhecimento, a mensuração e a evidenciação das informações financeiras, com uma maior subjetividade nas escolhas contábeis, maior julgamento por parte das empresas e participação de várias áreas da empresa na elaboração das informações financeiras. A mudança de uma contabilidade baseada em regras para uma contabilidade baseada em princípios aumentou o grau de julgamento exigido dos responsáveis pela elaboração e pela auditoria das demonstrações financeiras. Consequentemente, tais profissionais passaram a ter responsabilidade na seleção e na aplicação das premissas e estimativas contábeis. Por outro lado, com o IFRS, a preparação da informação contábil aumentou a necessidade de coordenar esforços de diferentes áreas. Afinal, a tarefa de definir taxas de depreciação, valor justo de derivativos e as provisões, por exemplo, demanda a participação de administradores, economistas, engenheiros advogados, entre outros. Os critérios de reconhecimento e mensuração do IFRS são mais consistentes e informativos, pois convergem de maneira mais próxima para o resultado econômico das empresas. Uma consequência desse tipo de mudança é o surgimento de diferenças entre os métodos de mensuração adotados por parte das empresas. Em relação, por exemplo, ao cálculo da depreciação, verificamos uma diferenciação, ainda que tímida, em relação ao método de depreciação adotado, uma vez que seis empresas (três em 2010) utilizaram métodos diferentes do linear. Também em relação à taxa de depreciação adotada, as médias encontradas, em sua maioria, são diferentes das taxas estabelecidas pela regra fiscal. Outro exemplo da diversidade de políticas adotadas foi verificado em relação ao registro dos ganhos ou perdas atuariais gerados pelas mudanças nas estimativas atuariais em Benefícios aos Empregados na modalidade de Benefício Definido (BD). De acordo com o CPC 33 (IAS 19), as empresas devem evidenciar a política contábil adotada no reconhecimento desses ganhos ou perdas atuariais. Entre as empresas da amostra que possuíam planos de Benefício Definido, não houve uma uniformidade no reconhecimento desses valores: das 36 empresas, oito optaram por reconhecer os ganhos ou perdas atuariais de forma integral no resultado do período, 11 optaram por reconhecê-los integralmente no patrimônio líquido e 14 optaram por reconhecer tais valores pelo “método do corredor” no resultado do período. Vale salientar que está prevista uma alteração para o IAS 19, a entrar em vigor em 2013, que prevê a eliminação do método do corredor, devendo os ganhos ou perdas atuariais ser reconhecidos como outros resultados abrangentes para os planos de pensão, e no resultado para os demais benefícios de longo prazo, entre outras alterações.
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// A forma de aplicação de algumas normas IFRS ainda não é consenso entre os participantes do mercado, o que de certa forma ainda levanta dúvidas sobre a comparabilidade das demonstrações financeiras. As exigências de reconhecimento, mensuração e divulgação do IFRS ainda geram questionamentos por parte dos participantes do mercado. Obviamente, isso decorreu da maior liberdade proporcionada por esse novo padrão, baseado em princípios gerais, aliada ao impacto trazido aos números contábeis que servem de base para uma vasta gama de contratos entre as agentes econômicos. No entanto, tendo em vista a subjetividade inerente ao IFRS, ainda existe um longo caminho a ser percorrido até que se tenha total consistência e comparabilidade das informações.
// Permanece o questionamento em relação à aplicação das normas IFRS acerca do reconhecimento de receitas decorrentes das atividades imobiliárias. A polêmica em torno do reconhecimento das receitas decorrentes de atividades imobiliárias gerou fortes discussões durante o período precedente à implantação do IFRS no Brasil. Em razão das dúvidas que emergiram da interpretação das normas em relação à realidade brasileira, o CPC emitiu a OCPC 04, que discute, entre outros pontos, como se dá a transferência dos riscos e benefícios das unidades vendidas. Todas as seis empresas de construção e incorporação da nossa amostra reconheceram suas receitas e despesas ao longo do período dos contratos de construção para os contratos relacionados a unidades vendidas ainda em construção. Os pareceres dos auditores independentes em todas as seis empresas trazem um parágrafo de ênfase ressaltando que as entidades de incorporação imobiliária consideram adicionalmente ao IFRS a Orientação OCPC 04. Vale ressaltar que há uma grande reformulação em curso na norma internacional relacionada à receita que, espera-se, trará a solução para esse impasse.
Eliseu Martins Professor da USP – Fipecafi
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// CPC 01 Redução ao Valor
Recuperável de Ativos (IAS 36)
O objetivo do CPC 01 é definir procedimentos visando a assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior àquele passível de ser recuperado no tempo por uso nas operações da entidade ou em sua eventual venda. A norma aplica-se a todos os ativos ou conjunto de ativos relevantes relacionados às diversas atividades empresariais, a não ser para casos de ativos em particular em que exista pronunciamento específico que trate da matéria. A entidade deve avaliar, no mínimo por ocasião da elaboração das demonstrações financeiras anuais, se há alguma indicação de que seus ativos ou conjunto de ativos porventura perderam representatividade econômica considerada relevante. As indicações podem vir de fontes externas ou internas. No caso do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) de intangíveis com vida útil indefinida e intangível ainda não disponível para uso, o teste de recuperabilidade deverá ser efetuado no mínimo anualmente, independentemente de existir ou não indicação de perda no valor recuperável. É importante ressaltar que o teste não deverá ser feito no nível do ativo individual, mas no nível de unidade gerador de caixa. Constatada a perda no valor recuperável, a entidade deve efetuar avaliação e reconhecer contabilmente a eventual desvalorização dos ativos. O valor registrado como perda poderá ser revertido em períodos posteriores, com exceção da perda relacionada ao ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill). Nesta seção, analisamos como as empresas aplicaram as exigências do CPC 01 nas suas demonstrações consolidadas de 2011. Os aspectos considerados nas nossas análises foram: • Reconhecimento de perdas e reversão de perdas por impairment • Métodos e premissas utilizadas no cômputo do valor recuperável e outras divulgações sobre redução ao valor recuperável realizadas pelas empresas da nossa amostra
Reconhecimento de perdas e reversão de perdas por impairment No grupo de empresas pesquisadas, 16 (27%) registraram perda ou reversão de perda por impairment no ano de 2011, enquanto 33 delas (55%) informaram não haver necessidade de registro de perda ou reversão de perda no período.
18% 27% Registrou perda ou reversão no período Declarou não ter evidência de perda Não informou
As empresas da amostra registraram, em conjunto, perdas da ordem de R$ 984 milhões e reversões de aproximadamente R$ 50 milhões. A Eletrobras registrou montantes significativos de perda por impairment e de reversão de perda por impairment no período, e apresentou uma nota explicativa específica sobre o assunto.
55%
Demonstração Financeira da Eletrobras, Nota Explicativa nº 18 - Valor recuperável dos ativos de longo prazo A análise determinou a necessidade de constituição de provisão para perdas nos seguintes empreendimentos no ano de 2011: a) Eletrosul: Face ao atraso da entrada em operação da UHE Passo São João, os fluxos de caixa futuros serão insuficientes para cobrir os custos. Portanto, a Companhia reconheceu impairment no montante de R$ 107.664 (R$ 142.870 em 2010). b) Amazonas Energia (segmento de distribuição): No ano de 2010 a ANEEL determinou uma nova metodologia de reajuste tarifário que inclui, entre outros fatores, a redução na remuneração dos ativos (WACC regulatório). Esses fatores levaram à necessidade de se reconhecer impairment sobre os ativos de distribuição no valor de R$ 573.731, sendo R$ 69.546 neste exercício. c) Furnas: A Companhia reconheceu impairment sobre as UHE Batalha e UHE Simplício, no montante de R$ 693.339, sobre a recuperação de ativos, sendo de R$ 349.444 neste exercício, tendo em vista um aumento na estrutura de custos imposto pelo atraso nas obras de construção das usinas hidrelétricas.
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Demonstração Financeira da Eletrobras, Nota Explicativa nº 18 - Valor recuperável dos ativos de longo prazo - Continuação Consolidado Saldo em 31 de dezembro de 2009
886.305
(+) Provisão
388.666
(-) Reversões
(285.446)
Saldo em 31 de dezembro de 2010
989.525
(+) Provisão
438.484
(-) Reversão
(27.474)
Saldo em 31 de dezembro de 2011
1.400.535
Imobilizado
830.370
Intangível
558.488
Outros
11.677 1.400.535
A utilização de nota específica para divulgação das ocorrências relacionadas à apuração do valor recuperável e eventual registro de perda ou reversão é uma prática requerida pela norma. A Usiminas foi outra empresa que utilizou esse recurso para divulgar as premissas utilizadas para apuração do valor recuperável, o valor da perda registrado no período e a conta da demonstração de resultado em que essa perda está registrada.
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa nº 18 a) Testes do ágio para verificação de impairment O ágio é alocado às Unidades Geradoras de Caixa (UGCs) identificadas de acordo com o segmento operacional. Segue o resumo da alocação do ágio por nível de segmento operacional: Controladora
Consolidado
31/12/2011
31/12/2010
31/12/2011
31/12/2010
Mineração
-
-
52.203
60.089
Siderurgia
200.641
200.641
200.641
475.638
-
-
59.166
60.554
200.641
200.641
312.010
596.281
Transformação do aço
O valor recuperável de uma UGC é determinado com base no maior valor entre o valor em uso e valor justo líquido das despesas de vendas. Os cálculos de valor em uso usam projeções de fluxo de caixa, antes do cálculo do imposto de renda e da contribuição social, baseadas em orçamentos financeiros aprovados pela Administração para um período de cinco anos. As principais premissas utilizadas nos cálculos do valor em uso em 31 de dezembro de 2011 são as que seguem: Controladora
Margem bruta (1) Taxa de crescimento (2) Taxa de desconto
(3)
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12
31/12/2011
31/12/2010
13,0%
16,1%
31,8%
10,1%
10,35%
WACC
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa nº 18 - Continuação Consolidado 31/12/2011
31/12/2010
Mineração
Siderurgia
Transformação do aço
Mineração
Siderurgia
Transformação do aço
Margem bruta (1)
61,4%
14,9%
11,7%
52,4%
16,1%
18,6%
Taxa de crescimento (2)
19,0%
30,6%
47,3%
29,4%
10,1%
26,0%
10,35%
10,35%
WACC
WACC
WACC
Taxa de desconto (3) (1) (3)
10,35%
Margem bruta, média do período orçado de 5 anos. Aproximado ao WACC praticado no mercado.
(2)
Taxa de crescimento média da geração de caixa operacional, para o período orçado de 5 anos.
Essas premissas foram usadas para análise de cada UGC dos segmentos operacionais. A Administração determinou a margem bruta orçada com base no desempenho passado e em suas expectativas para o desenvolvimento do mercado. As taxas de crescimento médias ponderadas utilizadas são consistentes com as previsões incluídas nos relatórios do setor. As taxas de desconto utilizadas correspondem ao custo de capital da Companhia e refletem riscos específicos em relação aos segmentos operacionais relevantes. Em 2011, foi reconhecida uma despesa de impairment referente ao ágio, no montante de R$ 5.552 (31 de dezembro de 2010 – R$ 5.387), apurada na UGC Modal, que faz parte do segmento operacional de Mineração. Este valor foi registrado na rubrica “Outras receitas (despesas) operacionais”.
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Métodos e premissas utilizadas no cômputo do valor recuperável e outras divulgações sobre redução ao valor recuperável realizadas pelas empresas da nossa amostra As perdas reconhecidas no período devem ser segregadas por tipo de ativo. É possível incluir essa informação na Nota Explicativa do imobilizado ou intangível, a exemplo do que fez a Ambev.
Demonstração Financeira da Ambev, Nota Explicativa nº 10 – Imobilizado Consolidado 2011
2010
Terrenos e edifícios
Instalações e equipamentos
Utensílios e acessórios
Em construção
Total
Total
3.007.299
9.728.896
2.310.514
1.401.371
16.448.080
15.866.331
102.465
405.327
71.283
35.893
614.968
(645.295)
Aquisições por meio de combinações de negócios
8.687
-
-
-
8.687
-
Aquisições
3.527
136.250
43.511
3.120.634
3.303.922
2.224.803
-
-
-
-
-
(610.569)
Alienações
(56.927)
(346.788)
(93.510)
-
(497.225)
(293.984)
Transferências para outras categorias de ativos
635.401
1.800.561
195.928
(2.704.081)
(72.191)
(203.093)
-
(173)
-
12.313
12.140
109.887
3.700.452
11.724.073
2.527.726
1.866.130
19.818.381
16.448.080
(1.364.003)
(6.433.347)
(1.618.432)
-
(9.415.782)
(9.271.259)
Efeito de variação cambial
(42.478)
(265.168)
(52.302)
-
(359.948)
432.360
Depreciação
(91.503)
(881.743)
(283.503)
-
(1.256.749)
(1.263.756)
Perda por redução ao valor de recuperação
-
(51.139)
323
-
(50.816)
(152.892)
Baixa de subsidiária
-
-
-
-
-
487.351
36.377
323.425
89.631
-
449.433
236.817
Transferências para outras categorias de ativos
1.585
58.651
17.801
-
78.037
182.626
Outros
(105)
2.233
526
-
2.654
(67.029)
(1.460.127)
(7.247.088)
(1.845.956)
-
(10.553.171)
(9.415.782)
31 de dezembro de 2010
1.643.296
3.295.549
692.082
1.401.371
7.032.298
7.032.298
31 de dezembro de 2011
2.240.325
4.476.985
681.770
1.866.130
9.265.210
-
Custo de aquisição Saldo inicial Efeito de variação cambial
Baixa de subsidiária
Outros Saldo final Depreciação e Impairment Saldo inicial
Alienações
Saldo final Valor contábil:
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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O CPC 01 requer a divulgação das premissas utilizadas para determinar o valor recuperável de ativos (unidades geradoras de caixa) durante o período. Esse tipo de informação é exigido apenas quando o ágio ou um ativo intangível com vida útil indefinida for incluído no valor contábil da unidade geradora de caixa. Nossa pesquisa encontrou um baixo nível de evidenciação de detalhes a respeito do teste de recuperabilidade quando relacionados a outros ativos de vida longa que não o ágio, ou unidades geradoras de caixa com ágio alocado. As premissas a serem divulgadas no caso de o valor recuperável do ativo (ou unidade geradora de caixa) ter sido apurado com base no seu valor em uso são, por exemplo: o período de projeção, as taxas de desconto utilizadas e igualmente as taxas de crescimento utilizadas para extrapolar as projeções para além do período coberto pelas previsões. A esse respeito, a CSN informou:
Demonstração Financeira da CSN, Nota Explicativa nº 13 - Intangível Mineração
Embalagens (*)
Aços Planos
Para apuração da margem foram considerados os planos de expansão já aprovados no plano de negócios da Companhia. Foram considerados os preços de minério de ferro no mercado internacional com base em projeções elaboradas por instituições oficiais do segmento de mineração, e para câmbio foi considerada uma curva projetada da taxa de dólar em termos reais até 2020, disponibilizada pelo Banco Central do Brasil, sendo que de 2020 em diante considerou-se a variação nula;
Média da Margem Bruta de cada Unidade Geradora de Caixa baseada no histórico e nas projeções aprovadas pelo Conselho para os próximos 3 anos
Média da Margem Bruta de cada Unidade Geradora de Caixa baseada no histórico e nas projeções aprovadas pelo Conselho para os próximos 3 anos;
Atualização dos custos
Atualização de custos baseados em projeções de inflação de longo prazo;
Atualização de custos baseados em projeções de inflação de longo prazo;
Atualização de custos baseados em projeções de inflação de longo prazo;
Taxa de crescimento (II)
Os fluxos de caixa consideraram o período de projeção até 2041 devido aos prazos de vencimento dos principais contratos para o qual esse Business Plan foi desenvolvido, desta forma, não é necessário considerar taxa de crescimento em virtude do período de projeção ser acima de 30 anos ;
Taxa de crescimento médio de 2,1% a.a. utilizada para extrapolar os fluxos de caixa após período orçado;
Taxa de desconto de 11% a.a. em real antes do Imposto de Renda e Contribuição Social.
Taxa de desconto de 16,75% a.a. antes do Imposto de Renda e Contribuição Social.
Margem bruta (I)
Taxa de desconto (III) (*)
Taxa de crescimento médio de 0,5% a.a. utilizada para extrapolar os fluxos de caixa após período orçado;
Taxa de desconto de 11,% a.a. antes do Imposto de Renda e Contribuição Social.
Premissas utilizadas por especialistas independentes. (I) Margem bruta orçada. (II) Taxa de crescimento média ponderada, usada para extrapolar
os fluxos de caixa após o período orçado. (III) Taxa de desconto antes do imposto, aplicada às projeções do fluxo de caixa.
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Mesmo para as empresas que não tenham apurado perda no período, é obrigatória a divulgação das premissas e critérios de teste de impairment de ágio. A MMX Mineradora – que concluiu pela não existência de perdas por valor recuperável a serem registradas no período –, além de apresentar os critérios para cálculo do valor recuperável do ágio, acrescentou uma análise de sensibilidade seguindo o requerimento do CPC 01 em sua nota nº 20.
Demonstração Financeira da MMX, Nota Explicativa nº 20 As principais premissas utilizadas no cálculo do valor recuperável são a taxa de desconto dos fluxos de caixa e as margens Ebitda estimadas no período projetivo, influenciadas diretamente pelo preço do minério de ferro, custos de extração e produção. As premissas utilizadas são conforme abaixo: Taxa de desconto
Margem Ebitda
2011
2010
2011
2010
%
%
%
%
MMX Sudeste
10,3
10,3
40
40
MMX Corumbá
10,3
10,3
14
20
MMX Porto
10,7
-
79
-
Taxa de desconto A taxa de desconto utilizada foi estimada com base no custo de capital próprio pela metodologia CAPM (Capital Asset Pricing Model) em termos reais (ou seja, sem efeito de inflação), considerando como premissas os títulos de dívida livre de risco emitidos pelo governo norte-americano, ajustados por um prêmio de risco de mercado e o beta do mercado de mineração, além do risco país (Brasil).
Margem Ebitda projetada A margem Ebitda foi calculada para todo o período considerado nas projeções. A manutenção da margem na MMX Sudeste demonstra consistência no plano de negócios adotado pela Companhia, ou seja, qualquer volatilidade percebida e inserida no modelo não foi suficiente para alterar o resultado final esperado. Na MMX Corumbá, houve uma redução na margem Ebitda em virtude da atualização de premissas econômicas do modelo de projeção função do ano findo de 2011.
Análise de sensibilidade das premissas A Administração identificou duas premissas principais nas quais alterações razoavelmente possíveis podem acarretar o fato de o valor contábil ser superior ao valor recuperável: a taxa de desconto adotada e o preço de minério de ferro de longo prazo. A análise de sensibilidade indica que seria necessária uma queda muito brusca de preços de minério de ferro no longo prazo, do preço atual de US$ 92/t (Pellet Feed 64,5% FOB Brasil, Nmt) para valor abaixo de US$ 64/t, e um aumento significativo da percepção de risco para efeitos do cálculo da taxa de desconto, dos atuais 10% para >40% na MMX Sudeste e >100% na MMX Corumbá, para que o valor recuperável se iguale ao valor contábil. A análise de sensibilidade para o Porto indica que seria necessária uma queda muito brusca de preços da tarifa no longo prazo, do preço atual estimado de US$ 12/t para valor abaixo de US$ 90/t, e um aumento significativo da percepção de risco para efeitos do cálculo da taxa de desconto, dos atuais 10,7% para >30%, para que o valor recuperável se iguale ao valor contábil.
Resultado do teste de valor recuperável dos ativos Como consequência do teste de valor recuperável dos ativos da Companhia, o valor recuperável é superior ao valor contábil dos ativos, não acarretando perdas.
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O valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa é definido como o maior montante entre o seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso. A TAM foi uma das poucas empresas que utilizaram o valor justo, e não o valor em uso para apurar o valor recuperável de Unidades Geradoras de Caixa.
Demonstração Financeira da TAM, Nota Explicativa nº 19 - Intangível Com a aquisição da Pantanal, a Companhia reconheceu um ativo intangível de vida útil indefinida o direito de uso nas operações em aeroportos (slots) e ágio. Os slots foram alocados para unidade geradora de caixa (UGC) Pantanal na aquisição e o ágio foi alocado para o segmento operacional “Aviação”, que na época incluía duas UGCs: TLA e Pantanal. Também na aquisição da marca TAM reconhecemos a marca TAM como um ativo intangível com vida útil indefinida alocada a UGC TLA. Durante o ano de 2011 as atividades da Pantanal e TAM continuaram a ser integradas resultando em última instância, a pessoa jurídica Pantanal ser incorporada pela TLA. Como resultado o segmento operacional Aviação em 2011 passou a ser constituído por uma única unidade geradora de caixa. O segmento operacional e a UGC Aviação alocaram em 31 de dezembro de 2011 um ágio no montante de R$ 38.262, slots com vida útil indefinida o montante de R$ 124.927 e a marca TAM com vida útil indefinida o montante de R$ 168.312. O valor recuperável da UGC Aviação foi estimado baseado no valor justo menos o custo de venda. O valor justo menos o custo de venda foi estimado em uma metodologia que considera o valor justo menos o custo de venda da TAM em 31 de dezembro de 2011 reduzido pelo valor de mercado da Multiplus naquela data na extensão da participação da TAM na Multiplus. A fim de determinar o valor justo menos o custo de venda da TAM, a Administração considerou duas metodologias: (a) aquele em que o valor justo menos o custo de venda é baseado no preço das ações da TAM que serão trocadas pelas ações da LAN sob os temos da proposta da transação (que é o valor justo de 0,90 ações da LAN para uma ação da TAM), e (b) a cotação de mercado das ações da TAM considerando o valor de 31 de dezembro de 2011 e durante um curto período de tempo antes e depois de 31 de dezembro de 2011. Não foi identificado redução ao valor recuperável. Com a aquisição da Pantanal, a Companhia reconheceu um ativo intangível de vida útil indefinida o direito de uso nas operações em aeroportos (slots) e ágio. Os slots foram alocados para unidade geradora de caixa (UGC) Pantanal na aquisição e o ágio foi alocado para o segmento operacional “Aviação”, que na época incluída duas UGCs: TLA e Pantanal. Também na aquisição da marca TAM reconhecemos a marca TAM como um ativo intangível com vida útil indefinida alocada a UGC TLA. Durante o ano de 2011 as atividades da Pantanal e TAM continuaram a ser integradas resultando em última instância, a pessoa jurídica Pantanal ser incorporada pela TLA. Como resultado o segmento operacional Aviação em 2011 passou a ser constituído por uma única unidade geradora de caixa. O segmento operacional e a UGC Aviação alocaram em 31 de dezembro de 2011 um ágio no montante de R$ 38.262, slots com vida útil indefinida o montante de R$ 124.927 e a marca TAM com vida útil indefinida o montante de R$ 168.312. O valor recuperável da UGC Aviação foi estimado baseado no valor justo menos o custo de venda. O valor justo menos o custo de venda foi estimado em uma metodologia que considera o valor justo menos o custo de venda da TAM em 31 de dezembro de 2011 reduzido pelo valor de mercado da Multiplus naquela data na extensão da participação da TAM na Multiplus. A fim de determinar o valor justo menos o custo de venda da TAM, a Administração considerou duas metodologias: (a) aquele em que o valor justo menos o custo de venda é baseado no preço das ações da TAM que serão trocadas pelas ações da LAN sob os temos da proposta da transação (que é o valor justo de 0,90 ações da LAN para uma ação da TAM), e (b) a cotação de mercado das ações da TAM considerando o valor de 31 de dezembro de 2011 e durante um curto período de tempo antes e depois de 31 de dezembro de 2011. Não foi identificado redução ao valor recuperável.
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// CPC 04 Ativos IntangĂveis (IAS 38)
O objetivo do CPC 04 – Ativos Intangíveis (IAS 38) é definir o tratamento contábil dos ativos intangíveis que não são abrangidos especificamente em outro Pronunciamento, bem como os critérios de reconhecimento, mensuração e divulgação dos ativos intangíveis. Entende-se que um ativo intangível é um ativo não monetário identificável e sem substância física. O CPC 04 (IAS 38) especifica como apurar o valor contábil dos ativos intangíveis, exigindo divulgações específicas sobre esses ativos. Nesta seção, analisamos o impacto das exigências presentes no CPC 04 – Ativos Intangíveis (IAS 38) nas demonstrações financeiras consolidadas publicadas em 2011 pelas empresas que compõem nossa amostra de trabalho. Os aspectos considerados nas nossas análises foram: • Ativos intangíveis divulgados pelas empresas analisadas • Distribuição dos grupos de ativos intangíveis • Vida útil e critérios de amortização dos ativos intangíveis • Exemplos práticos da aplicação do CPC 04 – Ativos Intangíveis (IAS 38)
Ativos intangíveis divulgados pelas empresas analisadas Na amostra analisada, duas empresas apresentaram apenas nota específica sobre ativos intangíveis, uma empresa apresentou apenas nota de políticas contábeis sobre intangíveis e 57 empresas apresentaram nota de política contábil e nota específica sobre intangíveis. De 2010 para 2011, verificamos um aumento de, aproximadamente, 58% no valor da conta de ativos intangíveis. De um modo geral, observamos que esse crescimento significativo na conta de ativos intangíveis se deu, principalmente, em virtude de combinação de negócios. O principal aumento ocorreu pela aquisição da Vivo pela Telefônica Brasil. Além disso, de 2010 para 2011, percebemos um aumento de 22% nos gastos com pesquisa e desenvolvimento, os quais, conforme requerido pelo CPC 04, são reconhecidos como despesa no resultado do período em que são incorridos.
Distribuição dos grupos de ativos intangíveis O CPC 04 – Ativos intangíveis (IAS 38) recomenda que as companhias divulguem suas informações sobre ativos intangíveis segregadas por tipo de ativo contabilizado. As principais categorias de ativos intangíveis mais comumente encontradas nas 60 empresas analisadas estão detalhadas no quadro a seguir.
Quadro 1 – Principais categorias de ativos intangíveis Principais categorias de intangíveis
Quantidade
Softwares
48
Goodwill
38
Outros
34
Concessões e licenças
22
Marcas e patentes
21
Carteira ou relacionamento com clientes
15
Ativos intangíveis em desenvolvimento
13
Direitos de propriedade ou direitos autorais
13
Contratos diversos
11
Fundo de comércio
5
Relacionamento com fornecedores
3
Certificados de emissão de carbono
2
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O grupo de ativos intangíveis com maior destaque, na amostra analisada, foi o dos softwares de computador, apresentado por 80% das empresas analisadas. O segundo grupo de maior destaque foi o do ágio na aquisição de investimentos (goodwill), divulgado por 63% das empresas da amostra. Além disso, vale destacar as categorias: carteira ou relacionamento com clientes (25%), relacionamento com fornecedores (5%) e certificados de emissão de carbono (3%).
Vida útil e critérios de amortização dos ativos intangíveis De acordo com as exigências do CPC 04, as empresas devem avaliar se a vida útil de um ativo intangível é definida ou indefinida. Em caso de vida útil definida, deve-se divulgar os prazos de vida útil ou as taxas de amortização e os métodos utilizados. No quadro a seguir, apresentamos a característica da vida útil das principais categorias de ativos intangíveis encontrados na amostra.
Quadro 2 – Vida útil das principais categorias de ativos intangíveis Vida útil dos ativos intangíveis Principais categorias de ativos intangíveis
Não Informada
Indefinida
Definida
Total
Amortização média
Contratos diversos
2
1
8
11
23,71%
Relacionamento com fornecedores
-
-
3
3
21,05%
Softwares
4
-
44
48
19,37%
Ativos intangíveis em desenvolvimento
1
7
5
13
18,80%
15
5
14
34
18,73%
Carteira ou relacionamento com clientes
3
-
12
15
17,81%
Direitos de propriedade ou direitos autorais
2
5
6
13
15,30%
Marcas e patentes
2
10
9
21
12,90%
Concessões e licenças
9
3
10
22
8,99%
Fundo de comércio
1
2
2
5
7,50%
Goodwill
3
33
2
38
4,56%
Certificados de emissão de carbono
-
2
-
2
-
Outros
Entretanto, observa-se que algumas empresas não divulgaram informações sobre a vida útil de algumas categorias de ativos intangíveis. Para definir a amortização média, consideramos a taxa de amortização utilizada, em média, pelas empresas da amostra em cada categoria de ativos identificada. De acordo com as divulgações em notas explicativas, as empresas apresentam como principais fatores para determinar a vida útil dos ativos intangíveis como indefinida: o histórico de rentabilidade; a pouca disponibilidade e a alta demanda do ativo; e o conhecimento da marca e sua posição no mercado. Entre as 60 empresas analisadas, apenas a Petrobras, a OGX e a MMX apresentaram método de amortização não linear. Essas empresas apresentaram o método de unidades produzidas. Nos três casos, a amortização foi de contratos de concessão para exploração de recursos naturais. As principais movimentações na conta de ativos intangíveis se deram em virtude de aquisição (53 casos), combinação de negócios (18 casos), ativos intangíveis desenvolvidos internamente (dois casos), variação cambial (13 casos), baixas (39 casos), transferências (28 casos), amortização (50 casos) e impairment (oito casos).
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Principais movimentações da conta de ativos intangíveis 60 50 40 30 20 10 0 Aquisição
Baixa
Combinação de negócios
Transferências (+/-)
Desenvolvido internamente
Amortização
Variação cambial
Impairment (+/-)
Exemplos práticos da aplicação do CPC 04 – Ativos Intangíveis (IAS 38) A Vale divulgou em nota explicativa, para cada classe de ativo intangível, distinguidos entre gerados internamente e outras categorias, no que se refere à vida útil do ativo se definida ou indefinida. Quando definida, a empresa apresentou a vida útil ou a taxa de amortização utilizada.
Demonstração Financeira da Vale, Nota Explicativa n° 13 Consolidado 31 de dezembro de 2011
31 de dezembro de 2010
Custo
Amortização
Intangível Líquido
Custo
Amortização
Intangível Líquido
8.990
-
8.990
8.655
-
8.655
8.990
-
8.990
8.655
-
8.655
12.739
(3.593)
9.146
11.431
(3.551)
7.880
Direito de uso
1.133
(80)
1.053
1.102
(48)
1.054
Outros
1.683
(1.120)
563
1.542
(857)
685
15.555
(4.793)
10.762
14.075
(4.456)
9.619
Vida útil indefinida Ágio
Vida útil definida Concessões e subconcessões
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O Banco do Brasil divulgou para cada classe de ativo intangível, distinguidos entre gerados internamente e outras categorias no que se refere ao método de amortização utilizado para os ativos intangíveis de vida útil definida.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa n° 3 m A amortização é calculada utilizando o método linear para baixar o custo dos ativos intangíveis aos seus valores residuais ao longo de suas vidas úteis estimadas. As vidas úteis estimadas pelo Banco para os ativos intangíveis são apresentadas como segue. Vida útil estimada Software
5 anos
Direitos de gestão de folhas de pagamento
5 a 10 anos
Relacionados a clientes, adquiridos em combinações de negócios
5 a 20 anos
Relacionados a contratos, adquiridos em combinações de negócios
5 a 10 anos
Outros (1)
5 a 25 anos
(1)
Inclui principalmente marcas adquiridas em combinações de negócios e os direitos de uso de concessão detidos pela empresa Neoenergia S.A.
No caso da Petrobras, o método de amortização nem sempre é linear para os ativos intangíveis.
Demonstração Financeira da Petrobras, Nota Explicativa n° 4.7 Os bônus de assinatura são amortizados pelo método de unidade produzida em relação às reservas provadas totais, enquanto que os demais intangíveis são amortizados linearmente pela vida útil estimada, exceto o goodwill que não é amortizado.
A Cyrela divulgou em notas explicativas que faz revisão da vida útil e do método de amortização dos seus ativos intangíveis anualmente, conforme requerido pela norma.
Demonstração Financeira da Cyrela, Nota Explicativa n° 2.2.12 O período e o método de amortização para um ativo intangível com vida útil definida são revisados no mínimo ao final de cada exercício social. Mudanças na vida útil estimada ou por consumo esperado dos benefícios econômicos futuros desses ativos são contabilizadas por meio de mudanças no período ou método de amortização, conforme o caso, sendo tratadas como mudanças de estimativas contábeis. Ativos intangíveis com vida útil indefinida não são amortizados, mas são testados anualmente em relação a perdas por redução ao valor recuperável, individualmente ou no nível da unidade geradora de caixa. A avaliação de vida útil indefinida é revisada anualmente para determinar se essa avaliação continua a ser justificável. Caso contrário, a mudança na vida útil, de indefinida para definida, é feita de forma prospectiva.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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O Banco Santander divulgou o valor contábil bruto e a amortização acumulada (agregado das perdas por impairment), no começo e no final do período.
Demonstração Financeira do Banco Santander, Nota Explicativa n° 14 a) Composição Os detalhes, por categoria de ativo, dos outros ativos intangíveis nos balanços patrimoniais consolidados são os seguintes:
Em milhares de Reais Desenvolvimentos de Tecnologia da Informação - TI Relacionamento com o cliente Outros ativos
Custo
Depreciação acumulada
Perda por nãorecuperação (impairment) (1)
Saldo líquido
Três anos
1.711.000
(655.186)
(65.046)
990.768
(2)
4.288.031
(1.468.512)
(742.101)
2.077.418
Até cinco anos
237.517
-
-
237.517
6.236.548
(2.123.698)
(807.147)
3.305.703
Três anos
2.405.493
(782.054)
(64.695)
1.558.744
(2)
4.616.136
(2.033.146)
(740.748)
1.842.242
Até cinco anos
249.397
-
-
249.397
7.271.026
(2.815.200)
(805.443)
3.650.383
Três anos
2.981.909
(985.676)
(335)
1.995.898
(2)
4.514.257
(1.874.746)
(623.392)
2.016.119
Até cinco anos
205.498
-
-
205.498
7.701.664
(2.860.422)
(623.727)
4.217.515
Vida útil estimada
Saldo em 31 de dezembro de 2009 Desenvolvimentos de tecnologia da informação - TI Relacionamento com o cliente Outros ativos Saldo em 31 de dezembro de 2010 Desenvolvimentos de tecnologia da informação - TI Relacionamento com o cliente Outros ativos Saldo em 31 de dezembro de 2011 (1)
Inclui perda não recuperável do ativo registrado pela compra da folha de pagamento de entidades públicas. Esta perda foi constituída em decorrência
da: (I) mudança na lei da portabilidade de conta-corrente que possibilitou ao cliente a escolha do banco na qual deseja receber seus proventos; (II) redução do valor justo das folhas de pagamento; e (III) histórico de quebra de contratos. (2)
Inclui valores pagos a contratos de parceria comercial com setores públicos e privados para assegurar exclusividade por serviços bancários de
processamento de crédito de folha de pagamento e crédito consignado, manutenção de carteira de cobrança, serviços de pagamentos a fornecedores e outros serviços bancários. O intangível "relacionamento com o cliente" do Banco Real é amortizado em dez anos, enquanto os contratos de exclusividade para prestação de serviços bancários são amortizados durante a vigência dos respectivos contratos.
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De acordo com o CPC 04, as empresas deverão divulgar o local na demonstração do resultado em que as amortizações dos ativos intangíveis estão incluídas. A empresa Localiza divulgou, em notas explicativas, as rubricas contábeis em que a amortização do software foi reconhecida. Além disso, divulgou também as futuras despesas com amortização, embora esta não seja uma divulgação exigida pelo CPC 04.
Demonstração Financeira da Localiza, Nota Explicativa n° 9 Em 31 de dezembro de 2011, a estimativa das despesas de amortização para os próximos cinco anos é como segue: Individual (BR GAAP)
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
2012
3.321
3.483
2013
2.837
2.970
2014
2.277
2.393
2015
1.746
1.852
2016
983
1.029
Total de despesas a amortizar
11.164
11.727
(*)
6.562
6.562
Valor residual de software
17.726
18.289
Software em andamento
(*)
Corresponde aos valores de custos de softwares em andamento, os quais ainda não são amortizados.
As despesas com amortização dos softwares são alocadas à rubrica de “Custo”, “Despesas com publicidade e vendas” e “Despesas gerais e administrativas”, na demonstração do resultado do exercício, conforme sua natureza e alocação. Não há ativos intangíveis oferecidos como garantias a passivos. Não há ativos intangíveis relevantes totalmente amortizados e ainda em uso pela Companhia.
A TAM divulgou, em notas explicativas, a alocação das despesas com amortização ao resultado do exercício.
Demonstração Financeira da TAM, Nota Explicativa n° 19 A despesa de amortização encontra‐-se alocada ao resultado conforme segue:
Custos dos serviços prestados Despesas comerciais Despesas gerais e administrativas
31 de dezembro de 2011
31 de dezembro de 2010
77.353
59.560
600
317
16.731
1.105
94.684
60.982
A nota explicativa da Petrobras mostra o exemplo de uma reconciliação do valor contábil do início e do fim do período demonstrando alguns dos seguintes elementos, que são divulgações requeridas pela norma. • Adições, indicando separadamente aquelas desenvolvidas internamente, aquelas adquiridas separadamente e aquelas adquiridas através de combinação de negócios; • Os ativos reclassificados para mantidos para venda ou incluídos em um grupo de descarte classificado no disponível para venda e outras baixas; • Aumentos ou baixas durante o período resultantes de reavaliações e de perdas por impairment reconhecidas ou revertidas em outros resultados abrangentes (se existirem); • As perdas por impairment reconhecidas no resultado do período; • As perdas por impairment revertidas no resultado do período; Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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• Qualquer amortização reconhecida durante o período; • As diferenças líquidas que surgirem de trocas de moedas (variação cambial relacionada com ativos intangíveis); • Outras alterações no valor contábil dos ativos intangíveis durante o período.
Demonstração Financeira da Petrobras, Nota Explicativa n° 13.1 13.1. Por tipo de ativos Consolidado
Controladora
Softwares
Adquiridos
Desenvolvidos Internamente
Ágio com expectativa de rentabilidade futura
Total
Total
4.237
368
1.355
829
6.789
3.216
310
88
321
-
719
455
74.808
-
-
-
74.808
74.808
Aquisição por combinação de negócios
-
-
-
-
-
-
Juros capitalizados
-
-
26
-
26
25
(318)
(3)
(2)
-
(323)
(42)
234
(11)
32
84
339
14
(123)
(119)
(371)
-
(613)
(434)
(56)
-
-
-
(56)
-
(140)
(3)
-
(7)
(150)
-
78.952
320
1.361
906
81.539
78.042
829
110
336
19
1.294
411
Aquisição por combinação de negócios
-
-
-
4
4
-
Juros capitalizados
-
-
36
-
36
36
(286)
(5)
(12)
-
(303)
(172)
22
19
(36)
(4)
1
(1)
(138)
(113)
(341)
-
(592)
(430)
(2)
-
-
-
(2)
-
277
6
-
24
307
-
79.654
337
1.344
949
82.284
77.886
25
5
5
Indefinida
-
-
Saldo em 1º de janeiro de 2010 Adição Direito de exploração de petróleo - Cessão onerosa
Baixa Transferências Amortização “Impairment” – constituição Ajuste acumulado de conversão Saldo em 31 de dezembro de 2010 Adição
Baixa Transferências Amortização “Impairment“ - constituição Ajuste acumulado de conversão Saldo em 31 de dezembro de 2011 Tempo de vida útil estimado - anos
Direitos e concessões
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25
Para os ativos intangíveis avaliados com vida útil indefinida, o valor contábil e as razões que suportam a avaliação de vida útil indefinida devem ser divulgados. Ao apresentar essas razões, a empresa deverá descrever os fatores com papel significativo na determinação de por que o ativo intangível possui vida útil indefinida. O Banco do Brasil divulgou os valores para as marcas que foram avaliadas como ativos intangíveis de vida útil indefinida, bem como a metodologia utilizada.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa n° 26 d) Ativos intangíveis de vida útil indefinida Em 2011 foram registrados os valores de R$ 8.311 mil e 15.898 mil para as marcas das empresas do ramo de seguros controladas pelas holdings BB Mapfre SH1 e Mapfre BB SH2, respectivamente. As marcas foram avaliadas como ativos intangíveis de vida útil indefinida pela metodologia royalty relief, a qual considera a taxa que um participante de mercado estaria disposto a pagar a outra companhia pela utilização da marca. Utilizaram-se as taxas médias de royalties de transações realizadas no mercado mundial de seguros e que envolvem acordos de utilização e licenças de uso de marcas. A taxa de royalty de mercado foi aplicada sobre o total de receita de prêmios de seguros, ao longo do fluxo de caixa projetado. Os valores das marcas foram alocados proporcionalmente às contribuições das margens operacionais das empresas.
A Ambev divulgou as marcas como ativos intangíveis com vida útil indefinida e descreveu as razões que levaram a empresa a reconhecer tais ativos com vida útil indefinida.
Demonstração Financeira da Ambev, Nota Explicativa n° 11 Os ativos intangíveis com vida útil indefinida compreendem as marcas para as quais não há limite previsível para o período durante o qual se espera que estes ativos gerem fluxos de caixa líquidos positivos para a companhia. Estas marcas são consideradas ativos de vida útil indefinida, devido a sua força, nível de investimento em marketing e histórico de rentabilidade.
De acordo com as exigências do CPC 04 – Ativos Intangíveis (IAS 38), a empresa também deverá fazer uma descrição do valor contábil e do período de amortização remanescente de qualquer ativo intangível individual que seja material para a entidade. A empresa MMX divulgou uma nota de intangível caracterizado como um ativo relevante para a entidade.
Demonstração Financeira da MMX, Nota Explicativa n° 20 d d) Direito de retirada de estoques Refere-se ao direito de retirada, para exploração, de 13,4 milhões de toneladas de minério de ferro parcialmente processado, localizadas na região de Serra Azul, no Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais, no valor de R$ 82.237 (R$ 87.990 em 31 de dezembro de 2010), obtidos na aquisição da controlada GVA, conforme Nota vxplicativa nº 1. Foi registrada nessa conta a contrapartida do ajuste a valor presente, no valor de R$ 1.267 (R$ 1.356 em 31 de dezembro de 2010), conforme Nota explicativa nº 27. Ao longo do exercício foram utilizadas 662 mil toneladas de minérios de ferro parcialmente processados o que representa amortização de R$ 5.753 de principal e R$ 89 de ajuste a valor presente.
Para ativos intangíveis adquiridos através de subsídios governamentais e, inicialmente, reconhecidos pelo seu valor justo, o CPC 04 requer a divulgação: (1) do valor justo, inicialmente, reconhecido para tais ativos; (2) do seu valor contábil atual; (3) se eles foram mensurados após o reconhecimento pelo modelo de custo ou modelo de reavaliação. No entanto, esses ativos intangíveis não foram identificados na amostra analisada. Caso as empresas possuam ativos intangíveis que tenham restrições para realização ou que foram dados como garantia de passivos, devem divulgar a existência e o valor contábil de tais ativos. Neste caso, podemos dar o exemplo da Sabesp, que apresenta nota de intangíveis dados em garantia de passivos.
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26
Demonstração Financeira da Sabesp, Nota Explicativa n° 11 e e) Ativos dados em garantia Em 31 de dezembro de 2011 e 2010, a Companhia mantinha ativos no valor de R$ 249.034 dados em garantia ao Pedido de Parcelamento Especial – Paes (Nota 14).
No que se refere à divulgação da quantia agregada de despesas com pesquisa e desenvolvimento reconhecidas no resultado do exercício, apresentamos a nota sobre intangível da Ultrapar e nota explicativa própria, como no caso da BRF-Brasil Foods.
Demonstração Financeira da Ultrapar, Nota Explicativa n° 13 Os gastos com pesquisa e desenvolvimento são reconhecidos no resultado e totalizaram R$ 21.745 em 2011 (R$ 18.763 em 2010).
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa n° 31 31. Custo de pesquisa e desenvolvimento Consiste em gastos com pesquisas internas e desenvolvimento de novos produtos, reconhecidas quando incorridas nas demonstrações de resultados. O total de gastos com pesquisa e desenvolvimento no exercício findo em 31.12.11 é R$ 17.651 na controladora e R$ 24.230 no consolidado (R$ 14.696 na controladora e R$ 20.694 no consolidado em 31.12.10).
No caso da empresa Hypermarcas, alguns gastos com desenvolvimento são ativados no intangível, como demonstra sua nota de política contábil.
Demonstração Financeira da Hypermarcas, Nota Explicativa n° 2.11 d d) Pesquisas e desenvolvimento Os gastos com pesquisas quando incorridos são registrados diretamente no resultado. Os gastos com desenvolvimento, inclusive com registros de genéricos, são ativados quando atendido os requisitos do CPC 04 (Ativos intangíveis).
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O Grupo Lojas Americanas divulgou quais são os seus critérios para reconhecer os custos de desenvolvimento como ativo intangível.
Demonstração Financeira do Grupo Lojas Americanas, Nota Explicativa n° 2.10 c Os direitos de uso de softwares e websites são capitalizados com base nos custos incorridos para adquirir os softwares e websites e fazer com que eles estejam prontos para serem utilizados. Os custos associados à manutenção de softwares e websites são reconhecidos como despesa, conforme incorridos. Os custos de desenvolvimento que são diretamente atribuíveis ao projeto e aos testes de produtos de software e website identificáveis e exclusivos, controlados pelo Grupo, são reconhecidos como ativos intangíveis quando os seguintes critérios são atendidos: • É tecnicamente viável concluir os softwares e websites para que eles estejam disponíveis para uso. • A Administração pretende concluir os softwares e websites e usá-los ou vendê-los. • Os softwares e websites podem ser vendidos ou usados. • Pode-se demonstrar que é provável que os softwares e websites gerarão benefícios econômicos futuros. • Estão disponíveis recursos técnicos adequados, financeiros e outros recursos para concluir o desenvolvimento e para usar ou vender os softwares e websites. • O gasto atribuível aos softwares e websites durante seu desenvolvimento pode ser mensurado com segurança. Os custos diretamente atribuíveis, que são capitalizados como parte do produto de software/website, incluem os custos com empregados alocados no desenvolvimento de softwares/websites e uma parcela adequada das despesas indiretas aplicáveis. Os custos também incluem os custos de financiamento incorridos durante o período de desenvolvimento do software/website. O montante dos encargos sobre empréstimos capitalizados é obtido através da aplicação da taxa média ponderada dos empréstimos que estiveram vigentes durante o período sobre os investimentos realizados na obtenção do ativo qualificável, e não excede o montante dos custos de empréstimos incorridos durante o período. Outros gastos de desenvolvimento que não atendam a esses critérios são reconhecidos como despesa, conforme incorridos. Os custos de desenvolvimento previamente reconhecidos como despesa não são reconhecidos como ativo em período subsequente.
De acordo com o CPC 04, a empresa é encorajada, mas não obrigada, a divulgar as seguintes informações: a) uma descrição de qualquer ativo intangível que esteja totalmente amortizado, mas ainda em uso; e b) uma breve descrição de qualquer ativo intangível controlado pela entidade, mas que não foi reconhecido, pois não cumpre os critérios de reconhecimento da norma ou foi concebido anteriormente ao CPC 04 (IAS 38) entrar em vigor. A Cemig divulgou, em notas explicativas, ativos intangíveis totalmente amortizados, mas ainda em utilização. No entanto, não identificamos, na amostra pesquisada, descrição de ativos intangíveis não reconhecidos por não cumprimento dos critérios de reconhecimento.
Demonstração Financeira da Cemig, Nota Explicativa n° 16 Bens Totalmente Depreciados A Cemig Distribuição possui, em 31 de dezembro de 2011, o valor contábil bruto de R$ 1.551.819 referente aos ativos totalmente amortizados ainda em operação. Deve ser ressaltado que esses ativos não são considerados para definição das tarifas da Companhia.
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28
// CPC 06 Operações de Arrendamento
Mercantil (IAS 17)
O objetivo do CPC 06 é estabelecer, para arrendatários e arrendadores, políticas contábeis e divulgações a aplicar em casos de arrendamentos mercantis. O arrendamento mercantil é um acordo pelo qual o arrendador transmite ao arrendatário, em troca de um pagamento ou série de pagamentos, o direito de usar um ativo por um período de tempo acordado. Podemos destacar as duas modalidades de arrendamento: o financeiro e o operacional. A classificação de um arrendamento mercantil como arrendamento mercantil financeiro ou arrendamento mercantil operacional depende da essência da transação, e não da forma do contrato. No caso do arrendamento mercantil financeiro, os riscos e benefícios são transferidos do arrendador para o arrendatário. Nesta seção, analisamos o impacto das exigências presentes no CPC 06 – Operações de Arrendamento Mercantil nas demonstrações consolidadas, publicadas em 2011, pelas empresas que compõem nossa amostra de trabalho. Os aspectos sobre operações de arrendamento mercantil considerados em nossas análises foram: • Operações de arrendamento mercantil divulgadas pelas empresas da amostra • Arrendamento mercantil financeiro do arrendatário • Arrendamento mercantil operacional do arrendatário • Arrendamento mercantil financeiro do arrendador • Arrendamento mercantil operacional do arrendador • Transação de venda e leaseback
Operações de arrendamento mercantil divulgadas pelas empresas da amostra Neste contexto, considerando as empresas da nossa amostra, 44 delas (73,33% da amostra) apresentaram algum tipo de arrendamento mercantil (financeiro e/ou operacional), 30 empresas apresentaram nota explicativa específica sobre operações de arrendamento mercantil, 46 apresentaram nota de políticas contábeis sobre como contabilizam o arrendamento mercantil e 17 apresentaram o arrendamento em nota sobre imobilizado ou instrumentos financeiros. Na amostra analisada, identificamos 36 empresas arrendatárias com operações de arrendamento financeiro e/ou operacional. Entre essas empresas, oito apresentaram apenas arrendamento financeiro, dez apresentaram apenas arrendamento operacional e 18 apresentaram ambas as modalidades de arrendamento, conforme demonstrado no gráfico. Na amostra analisada, identificamos 12 empresas arrendadoras com operações de arrendamento financeiro e/ou operacional. Dentre essas empresas, sete apresentaram apenas arrendamento financeiro, quatro apresentaram apenas arrendamento operacional e uma empresa apresentou ambas as modalidades de arrendamento (financeiro e operacional), conforme demonstrado no gráfico.
Arrendatárias
Arrendadoras 8,33% 22,22%
Financeiro
50%
Financeiro
Operacional
33,33%
Ambos
Ambos
27,78%
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
30
Operacional
58,33%
No gráfico abaixo, destacamos as principais classes de ativos arrendados, contabilizados e evidenciados em 2011 pelas empresas da amostra.
Principais classes de ativos arrendados (2011)
1,72% Imóveis
27,70%
Veículos
55,47%
Móveis Máquinas e equipamentos Outros equipamentos de informática, softwares, benfeitorias
15%
0,11%
Arrendamento mercantil financeiro do arrendatário No caso de arrendamento mercantil financeiro do arrendatário, a entidade deve reconhecer um ativo e o seu respectivo passivo, ambos correspondendo ao valor justo do ativo arrendado. Caso o valor presente dos pagamentos mínimos seja menor, este deverá ser utilizado. Os pagamentos mínimos do arrendamento devem ser segregados entre encargo financeiro e redução do passivo em aberto. O encargo financeiro deve ser apropriado a cada período durante o prazo do arrendamento. Há necessidade de cálculo da despesa de depreciação ou amortização do ativo arrendado. A estimativa de vida útil do bem ou direito deve estar de acordo com o CPC 27 – Ativo Imobilizado, ou CPC 04 – Ativo Intangível. Se não houver certeza de que o arrendatário ficará com o ativo após o contrato, deve-se utilizar o prazo do próprio contrato como base para depreciação. Os ativos arrendados também serão submetidos a testes de impairment, caso seja necessário. Nessa modalidade de arrendamento mercantil, os arrendatários deverão fazer divulgações de acordo com as exigências do CPC 06, conforme apresentadas a seguir, com exemplos de empresas da nossa amostra de trabalho. a) Para cada categoria de ativo, valor contábil líquido ao final do período;
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa n° 22.2 Consolidado (*)
31.12.11
31.12.10
Máquinas e equipamentos
-
24.999
19.546
Veículos
-
51.498
-
-
76.497
19.546
Máquinas e equipamentos
28,69
(15.992)
(11.261)
Veículos
13,46
(2.094)
-
-
(18.086)
(11.261)
-
58.411
8.285
Taxa média ponderada a.a. % Custo
Depreciação acumulada
O prazo de depreciação dos bens arrendados corresponde ao menor valor entre prazo de vigência do contrato e a vida útil do bem, conforme determina a Deliberação CVM nº 645/10. (*)
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
31
b) Conciliação entre o total dos futuros pagamentos mínimos do arrendamento mercantil ao final do período e o seu valor presente. Além disso, a entidade deve divulgar o total dos futuros pagamentos mínimos do arrendamento mercantil ao final do período e o seu valor presente para cada um dos seguintes períodos: (I) até um ano; (II) mais de um ano e até cinco anos; (III) mais de cinco anos;
Demonstração Financeira da ALL Logística, Nota Explicativa n° 17.1 Os pagamentos futuro mínimos a título de arrendamento, nos termos dos arrendamentos mercantis financeiros e compromissos de arrendamento, juntamente com o valor presente dos pagamentos mínimos de arrendamento, são os seguintes: Total dos futuros pagamentos Bens
Até 1
De 1 a 5
Acima de 5
81.741
302.485
20.162
106.866
546.946
239.014
72.066
330.601
22.804
451
1.965
-
261.124
1.181.997
281.980
ALL Malha Sul Vagões ALL Malha Norte Materiais rodantes ALL Malha Paulista Materiais rodantes Brado Logística Reach Stacker/Equip. Informática
Valor presente dos pagamentos Bens
Até 1
De 1 a 5
Acima de 5
77.122
219.003
9.546
100.852
375.022
108.798
67.911
238.413
10.579
ALL Malha Sul Vagões ALL Malha Norte Materiais rodantes ALL Malha Paulista Materiais rodantes Brado Logística Reach Stacker/Equip. Informática
771
771
-
246.656
833.149
128.923
c) Pagamentos contingentes reconhecidos como despesa durante o período;
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
32
Demonstração Financeira do Grupo Pão de Açúcar, Nota Explicativa n° 24 Controladora Pagamentos contingentes considerados como despesas durante o exercício
Consolidado
31.12.2011
31.12.2010
31.12.2011
31.12.2010
2.918
2.529
2.918
3.950
O prazo dos contratos no exercício findo em 31 de dezembro de 2011 varia entre 5 e 25 anos, e os contratos podem ser renovados de acordo com a Lei de inquilinato nº 12.122/2010.
d) Valor, no final do período, referente ao total dos futuros pagamentos mínimos de subarrendamento mercantil que se espera sejam recebidos nos subarrendamentos mercantis não canceláveis;
Demonstração Financeira do Grupo Pão de Açúcar, Nota Explicativa n° 24 Controladora
Aluguéis mínimos Aluguéis contingentes Aluguéis de subarrendamento
Consolidado
31.12.2011
31.12.2010
31.12.2011
31.12.2010
299.462
298.118
470.719
395.309
36.353
15.059
646.664
222.030
(81.186)
(97.418)
(110.806)
(122.797)
254.629
215.759
1.006.577
494.542
e) Descrição geral dos acordos materiais de arrendamento mercantil do arrendatário, incluindo, mas não se limitando, ao seguinte: (I) base pela qual é determinado o pagamento contingente a efetuar; (II) existência e condições de opções de renovação ou de compra e cláusulas de reajustamento; e (III) restrições impostas por acordos de arrendamento mercantil, tais como as relativas a dividendos e juros sobre o capital próprio, dívida adicional e posterior arrendamento mercantil.
Demonstração Financeira da MRV Engenharia, Nota Explicativa n° 13 a) Arrendamento financeiro A Companhia possui operações de arrendamento mercantil financeiro referentes a: (I) uma aeronave Cirrus, modelo SR22, utilizado a serviço da Administração da Companhia para acesso às filiais; (II) frota de automóveis; e (III) equipamentos alocados no processo produtivo, tais como mini carregadeiras, gruas e guindastes. As operações possuem prazos de 24 a 60 meses, contados a partir da data de entrega dos bens, e cláusula de opção de compra. Os contratos referentes às operações acima não possuem pagamentos contingentes previstos e não possuem cláusulas restritivas, relativas a dividendos e juros sobre capital próprio ou dívida adicional. Além disso, parte dos contratos prevê reajustamento pelo CDI acrescido de spread entre 1,21% a 2,60% ao ano e termos de renovação pelo prazo e condições que as partes ajustarem antes do término do vencimento do contrato.
Demonstração Financeira da Marfrig, Nota Explicativa n° 18.2 Em caso de rescisão, a arrendadora terá a opção de cumulativamente: (I) rescindir unilateralmente de pleno direito o contrato de arrendamento; (II) pleitear pela devolução dos bens arrendados; e (III) declarar o vencimento antecipado do contrato de arrendamento mercantil. Nesse caso, a arrendatária obriga-se a pagar o valor do saldo devedor das parcelas não quitadas, incluindo vencidas e vincendas, além de eventuais despesas, tributos e encargos em aberto, acrescidos de multa de 10% sobre o saldo devedor. A arrendatária, sem prejuízo da arrendadora, poderá pleitear perdas e danos. Em relação à opção de renovação, a arrendatária deve manifestar previamente sua intenção, no silêncio prorroga-se automaticamente a renovação cujas condições devem ser ajustadas entre as partes. Caso não haja um ajuste entre as partes, a arrendatária deverá optar pela compra a valor de mercado ou devolver os bens.
Demonstração Financeira da Marfrig, Nota Explicativa n° 18.1 Seguem abaixo as garantias dos arrendamentos: Controladora 31/12/11
Consolidado
31/12/10
31/12/11
31/12/10
Moeda nacional Garantias: Bem financiado
8.726
74.244
17.149
75.695
Total moeda nacional
8.726
74.244
17.149
75.695
Moeda estrangeira Garantias: Bem financiado
285.585
243.516
Total moeda estrangeira
285.585
243.516
302.734
319.211
Total
8.726
74.244
Demonstração Financeira da Marfrig, Nota Explicativa n° 18.2 Consolidado
Instituição Financeira
Bem arrendado
Data início
Taxa média ponderada juros (a.a.)
Prazo médio ponderado de venc. (anos)
13,14%
0,0
Valor total financiado
Montante despesa em 31/12/11
1.634
255
Moeda Nacional CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
16/02/11
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
21/02/11
11,49%
0,0
1.392
245
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
02/08/08
15,89%
1,0
1.640
354
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
21/11/09
13,39%
0,8
1.206
402
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
21/02/10
17,41%
1,1
4.790
1.597
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
19/05/10
17,41%
1,3
5.429
1.810
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
19/05/10
10,37%
1,3
1.718
573
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
09/05/10
9,77%
1,3
1.572
1.013
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
23/05/10
14,93%
1,3
1.064
596
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
09/05/10
8,09%
1,3
1.571
523
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
21/05/10
14,93%
1,3
260
146
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
18/01/11
13,03%
2,0
7.247
2.307
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
21/01/11
10,50%
2,0
1.216
338
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
21/01/11
10,50%
2,5
2.699
502
CSI LATINA A.M.S.A
Equip. Informática
12/10/11
10,50%
2,7
28
3
CSI LATINA A.M.S.A
Máquinas e equip.
10/07/08
15,89%
1,0
5.691
1.297
Frigorífico Extremo Sul
Planta Frigorífica
01/10/09
0,00%
0,7
2.740
1.818
Frigorífico Mercosul
Planta Frigorífica
21/09/09
IGP - M ano
3,4
100.000
10.627
Frigorífico Margem
Planta Frigorífica
09/10/09
IGP - M ano
3,4
164.500
22.417
Frigorífico 4 Rios
Planta Frigorífica
01/12/09
IGP - M ano
3,4
9.600
4.124
Frigorífico Boivi
Planta Frigorífica
29/12/09
IGP - M ano
4,6
6.000
2.012
321.997
52.959
Total moeda nacional
Demonstração Financeira da Marfrig, Nota Explicativa n° 18.2 - Continuação Consolidado
Instituição Financeira
Bem arrendado
Data início
Taxa média ponderada juros (a.a.)
Prazo médio ponderado de venc. (anos)
Valor total financiado
Montante despesa em 31/12/11
Moeda estrangeira AVN AIR LLC
Aeronave
01/12/07
libor + 3%
4,7
3.450
288
AVN AIR LLC
Aeronave
01/12/07
libor + 3%
4,7
8.625
720
AVN AIR LLC
Aeronave
01/12/08
libor + 3%
6,7
5.620
490
Total moeda estrangeira
17.695
1.498
Total moeda nacional e estrangeira
339.692
54.457
Demonstração Financeira da Gol, Nota Explicativa n° 10 Depósitos de garantia de contratos de arrendamento Conforme requerido pelos contratos de arrendamento mercantil, a Companhia e suas controladas realizam depósitos em garantia, em dólar às empresas de arrendamento, cujo resgate ocorre integralmente por ocasião do vencimento dos contratos. Em 31 de dezembro de 2011, o saldo dos depósitos em garantia dos contratos de arrendamento, classificados no ativo não circulante é de R$ 96.983 (R$ 127.963 em 31 de dezembro de 2010).
Arrendamento mercantil operacional do arrendatário O valor pago como arrendamento mercantil operacional deverá ser classificado como despesa. Não há reconhecimento do ativo arrendado, pois a substância da transação é a de um aluguel. Os arrendatários, além de cumprirem os requisitos do CPC equivalente ao IFRS 17 – Instrumentos Financeiros: Divulgações, deverão fazer divulgações de acordo com as exigências do CPC 06, conforme apresentadas a seguir. a) Total dos pagamentos mínimos futuros dos arrendamentos mercantis operacionais não canceláveis para cada um dos seguintes períodos: (I) até um ano; (II) mais de um ano e até cinco anos; (III) mais de cinco anos;
Demonstração Financeira do Grupo Pão de Açúcar, Nota Explicativa n° 24 24. Operações de arrendamento mercantil a) Arrendamento Operacional Controladora 31.12.2011
Consolidado
31.12.2010
31.12.2011
31.12.2010
Passivo bruto de arrendamento mercantil operacional Pagamentos mínimos de aluguéis: Menos de 1 ano
299.462
372.817
940.567
762.313
De 1 ano a 5 anos
786.833
1.061.168
2.444.897
2.172.858
Mais de 5 anos
1.331.426
1.570.758
3.972.034
4.003.939
2.417.721
3.004.743
7.357.498
6.939.110
Os pagamentos de aluguel mínimo de arrendamentos mercantis operacionais não canceláveis, refere-se ao período contratual do curso normal da operação. Esta obrigação é apresentada no quadro acima, como requerido no CPC 06 (IAS 17).
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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b) Total dos pagamentos mínimos futuros de subarrendamento mercantil que se espera que sejam recebidos nos subarrendamentos mercantis não canceláveis ao final do período. Verificamos que esse requisito não foi identificado nas demonstrações apresentadas pelas empresas da amostra. c) Pagamentos de arrendamento mercantil e de subarrendamento mercantil reconhecidos como despesa do período, com valores separados para pagamentos mínimos de arrendamento mercantil, pagamentos contingentes e pagamentos de subarrendamento mercantil. Verificamos que este requisito não foi identificado nas demonstrações apresentadas pelas empresas da amostra. d) Descrição geral dos acordos de arrendamento mercantil significativos do arrendatário, incluindo, entre outros: (I) base pela qual é determinado o pagamento contingente; (II) existência e termos de renovação ou de opções de compra e cláusulas de reajustamento; e (III) restrições impostas por acordos de arrendamento mercantil, tais como as relativas a dividendos e juros sobre o capital próprio, dívida adicional e posterior arrendamento mercantil.
Demonstração Financeira da Hypermarcas, Nota Explicativa n° 33 Os contratos de aluguéis são renováveis ao seu término ou não tem data final prevista. O detalhamento dos mesmos segue no quadro abaixo:
Planta/CD
Escritório Goiânia GO
CD Maceió SC
Locadores
TV Serra Dourada Ltda RS Empreendimentos e Participações Ltda
Escritório 9º andar São Paulo SP
Fundação Petrobras de Seguridade Social - Petros
Escritório 5º andar São Paulo SP
Fundação Petrobras de Seguridade Social - Petros
Escritório São Paulo SP
CD bloco 7 Cajamar SP
Solibem Participações Ltda
LP Administradora de Bens Ltda
Reajuste
Atualização em caso de atraso dos pagamentos
Garantia
Valor m/ contrato
Data inicial do contrato
Data final do contrato
nº de meses
Total custo/ despesa
IGPM FGV anualmente
Juros moratórios 1% ao mês e multa de 2%
Não tem previsão no contrato
30
28/02/10
Indet.
36
490
INPC anualmente
Variação INPC, juros de moratórios 1% a.m.
Não tem previsão no contrato
15
20/12/06
Indet.
36
202
IPCA/IBGE anualmente
Variação IGPM FGV, Juros moratórios 1% a.m. e multa de 10%
Doze vezes o valor do aluguel
42
26/10/09
25/10/12
36
515
IPCA/IBGE anualmente
Variação IGPM/ FGV, Juros moratórios 1% a.m. e multa de 10%
Doze vezes o valor do aluguel
37
25/05/09
24/05/12
36
474
IGPM/FGV anualmente
Variação IGPM/ FGV, juros moratórios 1% a.m. e multa de 10%
Seguro fiança no valor de R$ 55.830,00 por 36 meses
41
01/05/09
30/04/12
36
526
IGPM/FGV anualmente
Variação IGPM/ FGV, juros moratórios 1% a.m. e multa
Fiança bancária com prazo de doze meses
263
15/05/09
15/05/12
36
3.645
Arrendamento mercantil financeiro do arrendador Os arrendadores devem reconhecer nos seus balanços patrimoniais os ativos mantidos por um arrendamento mercantil financeiro e apresentá-los como uma conta a receber por um valor igual ao investimento líquido no arrendamento mercantil. O reconhecimento da receita financeira deve se basear num modelo que reflita uma taxa de retorno periódica constante sobre o investimento líquido do arrendador no arrendamento mercantil financeiro. Nessa modalidade de arrendamento mercantil, os arrendatários deverão fazer divulgações de acordo com as exigências do CPC 06, conforme apresentadas, a seguir, com exemplos de empresas da nossa amostra de trabalho.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
36
a) Conciliação entre o investimento bruto no arrendamento mercantil no final do período e o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil a receber nessa mesma data. Além disso, a entidade deve divulgar o investimento bruto no arrendamento mercantil e o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil a receber no final do período, para cada um dos seguintes períodos: (I) até um ano; (II) mais de um ano e até cinco anos; (III) mais de cinco anos; b) Receita financeira não realizada; c) Valores residuais não garantidos que resultem em benefício do arrendador; d) Provisão para pagamentos mínimos incobráveis do arrendamento mercantil a receber; e) Pagamentos contingentes reconhecidos como receita durante o período;
Demonstração Financeira do Santander, Nota Explicativa n° 9 Carteira de arrendamento mercantil Em milhares de Reais
2011
2010
2009
7.991.849
12.921.149
18.199.753
5.720.996
8.721.847
11.165.564
2.270.853
4.199.302
7.034.189
Rendas a apropriar de arrendamento mercantil
(5.570.537)
(8.496.306)
(10.858.258)
Valores residuais a balancear
(2.270.853)
(4.199.302)
(7.034.188)
Imobilizado de arrendamento
16.485.919
21.304.308
24.214.659
(11.346.459)
(12.324.135)
(10.041.819)
8.049.256
9.805.118
8.781.285
198.119
166.451
154.887
(7.050.545)
(9.107.457)
(9.824.700)
19.127
46.599
44.284
6.505.876
10.116.425
13.635.903
Investimento bruto nas operações de arrendamento mercantil Arrendamentos a receber Valores residuais a realizar
(1)
Depreciações acumuladas Superveniências de depreciações Perdas em arrendamentos a amortizar Credores por antecipação de valor residual Outros valores e bens Total (1)
Valor residual garantido dos contratos de arrendamento mercantil.
A Receita financeira não realizada de arrendamento mercantil (Receita de arrendamento mercantil a apropriar referente aos Pagamentos mínimos a receber) é de R$1.485.973 mil (2010 - R$2.804.729 mil e 2009 - R$4.563.850 mil). Em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009 não existiam acordos ou compromissos de arrendamento mercantil que sejam considerados relevantes.
Abertura por vencimento Investimento bruto nas operações de arrendamento mercantil Em milhares de Reais
2011
2010
2009
214.378
322.851
339.103
Até 1 ano
3.728.746
5.207.603
6.330.608
De 1 a 5 anos
4.042.054
7.384.925
11.523.166
6.671
5.770
6.876
7.991.849
12.921.149
18.199.753
Vencidas A Vencer:
Acima de 5 anos Total
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Demonstração Financeira do Santander, Nota Explicativa n° 9 - Continuação Carteira de arrendamento a valor presente Em milhares de Reais
2011
2010
2009
143.337
228.222
258.589
Até 1 ano
3.427.190
4.796.604
5.733.608
De 1 a 5 anos
2.932.795
5.089.299
7.639.674
2.554
2.300
4.032
6.505.876
10.116.425
13.635.903
Vencidas A Vencer:
Acima de 5 anos Total
f) Descrição geral dos acordos materiais de arrendamento mercantil do arrendador. Este requisito não foi identificado nas demonstrações apresentadas pelas empresas da amostra.
Arrendamento mercantil operacional do arrendador Os arrendadores devem apresentar os ativos sujeitos a arrendamentos mercantis operacionais nos seus balanços de acordo com a natureza do ativo. A política de depreciação para ativos arrendados depreciáveis deve ser consistente com a política de depreciação normal do arrendador para ativos semelhantes. A depreciação deve ser calculada de acordo com as regras aplicáveis aos ativos imobilizados, com o mesmo princípio válido para a amortização dos ativos intangíveis. A receita proveniente de arrendamentos mercantis operacionais deve ser reconhecida na receita numa base de linha reta durante o prazo do arrendamento mercantil, a menos que outra base sistemática seja mais representativa do modelo temporal em que o benefício do uso do ativo arrendado seja diminuído. Nessa modalidade de arrendamento mercantil, os arrendadores deverão fazer divulgações de acordo com as exigências do CPC 06, conforme apresentadas a seguir com exemplos de empresas da nossa amostra de trabalho. a) Pagamentos mínimos futuros de arrendamentos mercantis operacionais não canceláveis no total e para cada um dos seguintes períodos: (I) até um ano; (II) mais de um ano e até cinco anos; (III) mais de cinco anos;
Demonstração Financeira da BR Properties, Nota Explicativa n° 21 21. Compromissos de arrendamento mercantil operacional A companhia contratou arrendamentos de propriedades comerciais para sua carteira de propriedades para investimento. Esses arrendamentos, não canceláveis, apresentam prazos remanescentes com duração entre cinco e quinze anos. Todos os arrendamentos contemplam uma cláusula para possibilitar a revisão dos valores dos aluguéis, de acordo com as condições de mercado. Os aluguéis mínimos futuros a receber, de acordo com os arrendamentos mercantis operacionais não canceláveis em 31 de dezembro de 2011, são os seguintes: Dentro de um ano
273.907
Após um ano, mas menos de cinco anos
646.190
Mais de cinco anos
216.660 1.136.757
b) Total dos pagamentos contingentes reconhecidos como receita durante o período; e c) Descrição geral dos acordos de arrendamento mercantil do arrendador.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Demonstração Financeira da Copel, Nota Explicativa n° 32.2 32.2 A Companhia como arrendadora Consolidado Receita de arrendamentos e aluguéis
31.12.2011
31.12.2010
Equipamentos e estruturas
54.442
52.134
Usina termelétrica de Araucária
32.804
50.000
862
816
Imóveis Compartilhamento de instalações
801
736
88.909
103.686
Os arrendamentos operacionais referem-se a receitas de aluguéis de bens de propriedade da Grupo, o arrendatário não tem a opção de compra do bem após o término do prazo do arrendamento. Não identificamos recebíveis de arrendamento operacionais não canceláveis. O compartilhamento de estrutura refere à cessão de pontos de fixação em espaço predeterminado nos postes para instalação de cabos, acessórios e equipamentos das prestações de serviços de telecomunicação, mediante pagamento mensal, atendendo o contido no Art. 73 da Lei nº 9472, de 16.07.1997 (Lei Geral das Telecomunicações), na Resolução Conjunta Aneel/Anatel/ANP nº 001, de 24.11.1999, e na Resolução Aneel nº 581, de 29.10.2002. Objetiva também a redução dos custos de implantação de infraestrutura para os agentes dos setores elétrico e de telecomunicações, a otimização do uso dos postes e a obtenção de margem que contribua para tarifas mais competitivas (reverte para modicidade da tarifa de energia elétrica). A UEG Araucária firmou “Contrato de Locação e Outras Avenças” em 28.12.2006 com a Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras, sócia não controladora, para locação da planta da usina pelo prazo de um ano, findo em 31.12.2007, prorrogado em diversas etapas até 31.12.2012, com cláusulas que prevêem a possibilidade de rescisão antecipada, pela UEG Araucária, caso esta participe de leilões de energia promovidos pela Aneel. Este contrato prevê a utilização, pela Petrobras, do complexo da usina para geração de energia às suas expensas, cabendo à UEG Araucária receita de aluguel composta por parcelas fixa e variável definidas contratualmente.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Transação de venda e leaseback Uma transação de venda e leaseback envolve a venda de um ativo e o arrendamento mercantil do mesmo ativo. O pagamento do arrendamento mercantil e o preço de venda são geralmente interdependentes por serem negociados como um pacote. O tratamento contábil de uma transação de venda e leaseback depende do tipo de arrendamento mercantil envolvido. Foram encontradas transações de venda e leaseback nas demonstrações financeiras da Gol e da TAM.
Demonstração Financeira da TAM, Nota Explicativa n° 21 21. Receita diferida Consolidado 31 de dezembro de 2011
31 de dezembro de 2010
624.923
942.167
804.423
825.265
70.528
100.169
Transporte a executar Programa Fidelidade Resultado diferido com operações de Sale and leaseback
(I)
Perdas diferidas com operações de Sale and leaseback (II)
(19.906)
Receita diferida contrato de serviços (III)
199.890
Circulante Não circulante
1.679.858
1.867.601
(1.472.055)
(1.801.181)
207.803
66.420
I) Os ganhos diferidos nas operações de sale and leaseback referem‐-se a vendas de aeronaves em 2001 e 2003. Os ganhos são reconhecidos na demonstração do resultado pelo método linear até 2014. Em 04 de março de 2011, a Companhia realizou uma nova operação referente a motor. O ganho decorrente desta nova transação foi de R$ 4.832 e será amortizado pelo método linear até 2015. II) Em 16 de dezembro de 2011, a controlada TLA efetuou quatro transações de sale and leaseback relacionadas a leasing financeiro de aeronaves. As operações geraram um prejuízo de R$ 20.130 que foi diferido após a realização do teste de impairment dessas aeronaves, conforme determina o parágrafo 64 do CPC 6/IAS 17. O prejuízo será amortizado pelo método linear até 2015. III) Em 29 de dezembro de 2011 a controlada TLA firmou contrato de parceria comercial com o Banco Itaucard S.A. (Itaucard) com a finalidade de ofertar, distribuir e comercializar por meio de canais de distribuição ou por quaisquer outros meios, o cartão Itaucard aos clientes TAM em todo território nacional pelo prazo de 15 anos a contar desta data. O Itaucard adiantou do total do contrato o valor de R$ 200 milhões que foi diferido e reconhecido na demonstração do resultado em base linear. Em 2011, o total de R$ 230 foi reconhecido como receita.
Demonstração Financeira da Gol, Nota Explicativa n° 27 b) Transações com sale-leaseback Em 31 de dezembro de 2011, a Companhia possuía os montantes de R$ 7.564 e R$ 15.931, respectivamente, na rubrica de outras obrigações do passivo circulante e não circulante (R$ 7.564 e R$ 23.495 em 31 de dezembro de 2010), correspondentes a ganhos com transações de sale-leaseback realizadas por meio de sua subsidiária GAC Inc., em 2006, de oito aeronaves 737-800 Next Generation. Esse ganho está sendo diferido proporcionalmente aos pagamentos mensais dos respectivos arrendamentos mercantis operacionais pelo prazo contratual de 124 meses. Nesta mesma data, possuía na rubrica de despesa antecipada no ativo circulante e não circulante os montantes de R$ 9.373 e R$ 44.828, respectivamente (R$ 9.373 e R$ 54.201 em 31 de dezembro de 2010), correspondentes a perdas com transações de sale-leaseback realizadas por meio de sua subsidiária GAC Inc. de nove aeronaves, durante os anos de 2007, 2008 e 2009, que estão sendo diferidas e amortizadas proporcionalmente aos pagamentos dos respectivos arrendamentos mercantis pelo prazo contratual de 120 meses. Adicionalmente, no exercício findo em 31 de dezembro de 2011, a Companhia apurou ganho de R$ 21.738, reconhecidos diretamente no resultado do exercício (R$ 17.765 de ganhos e R$ 3.155 de perdas em 31 de dezembro de 2010), tendo em vista que a apuração de ganhos e perdas com sale-leaseback não se compensavam ao longo do contrato de arrendamento mercantil. Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
40
// CPC 10
Pagamento Baseado em Ações (IFRS 2)
A remuneração baseada em ações da empresa vem ganhando cada vez mais representatividade nos salários dos executivos no mundo inteiro. No contexto de governança corporativa, acionistas se utilizam dessa forma de remuneração para incentivar os executivos a maximizar o valor das empresas, de modo que os interesses de ambas as partes estejam alinhados. As transações que envolvem pagamento baseado em ações podem tomar diferentes formas. Elas podem envolver tanto ações quanto outros títulos patrimoniais da empresa, como, por exemplo, opções de ações (stock options). Podem ainda ser liquidadas pela entrega efetiva das ações ou por um valor em dinheiro que é baseado no preço das ações. Nesta seção, analisamos como as empresas da nossa amostra aplicaram as exigências do CPC 10 – Pagamento Baseado em Ações (IFRS 2) nas suas demonstrações consolidadas de 2011. Os aspectos considerados nas nossas análises foram: • Empresas da nossa amostra que realizaram transações de pagamento baseado em ações • Forma de liquidação dessas transações: títulos patrimoniais, dinheiro ou mista • Participação do pagamento baseado em ações no total do valor gasto com pessoal • Métodos e premissas utilizados na mensuração do valor dos pagamentos baseados em ações • Outras divulgações realizadas pelas empresas sobre pagamentos baseados em ações
Empresas da nossa amostra que realizaram transações de pagamento baseado em ações Das 60 empresas da nossa amostra, 45 (75%) concederam formas de remuneração que se caracterizam como pagamento baseado em ações. Nessas transações, as entidades normalmente outorgam ações ou opções de ações para seus empregados ou outras partes, constituindo uma característica comum da remuneração de diretores, executivos e muitos outros empregados. O gráfico a seguir apresenta uma posição das empresas que possuem ou não formas de pagamento baseado em ações. Entre as empresas que concederam formas de remuneração que se enquadram como pagamento baseado em ações, conforme o CPC 10, está, por exemplo, a Vale, conforme apresentado a seguir.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
42
A entidade possui Pagamento Baseado em Ações?
25% Não possuem pagamento baseado em ações Possuem pagamento baseado em ações
75%
Demonstração Financeira da Vale, Nota Explicativa n° 20 c) Plano de incentivos de longo prazo Com o objetivo de incentivar a visão de “acionista”, além de elevar a capacidade de retenção dos executivos e reforçar a cultura de desempenho sustentado, a Vale mantém um Plano de Remuneração a Longo Prazo para alguns dos executivos da Companhia, cobrindo ciclos de 3 anos. De acordo com os termos do plano, os participantes, podem alocar uma parte de seus bônus anuais ao plano. A parte do bônus alocada ao plano é usada pelo executivo para comprar ações preferenciais da Vale, através de uma instituição financeira previamente definida em condições de mercado e sem nenhum benefício fornecido pela Vale. As ações compradas pelo executivo não tem restrições e podem, de acordo com critérios próprios de cada participante, ser vendidas a qualquer momento. Contudo, as ações precisam ser mantidas por um período de três anos e os executivos precisam manter seu vínculo empregatício com a Vale durante esse período. O participante passa a ter o direito de receber da Vale, um pagamento em caixa equivalente ao montante de ações detidas baseado em cotações de mercado. O total de ações vinculadas ao plano em 31 de dezembro de 2011 e 31 de dezembro de 2010 é 3.012.538 e 2.458.627, respectivamente. Adicionalmente, certos executivos elegíveis ao incentivo de longo prazo, têm a oportunidade de receber no final de um ciclo de três anos um valor monetário equivalente ao valor de mercado de um determinado número de ações baseados na avaliação de suas carreiras e fatores de desempenho medidos como um indicador de retorno total aos acionistas. Os passivos são mensurados a valor justo na data de cada emissão do relatório, baseados em taxas do mercado. Os custos de compensação incorridos são reconhecidos pelo período aquisitivo definido de três anos. Em 31 de dezembro de 2011 e 31 de dezembro de 2010, reconhecemos uma provisão de R$ 204 e R$ 200, respectivamente, no resultado.
Forma de liquidação das transações: títulos patrimoniais, dinheiro ou mista Buscamos também verificar qual é a forma de liquidação dessas transações: títulos patrimoniais (ações), dinheiro ou mista. Nossas análises evidenciaram que 82% dos contratos de pagamento baseado em ações preveem a liquidação por meio da entrega de instrumentos patrimoniais da entidade. Por outro lado, das 45 empresas que concederam tal forma de remuneração, apenas cinco consideram a opção de liquidação em dinheiro ou em títulos patrimoniais e três preveem liquidação exclusivamente em caixa, conforme apresentado no gráfico ao lado:
Forma de liquidação do acordo de PBA 7% 11%
Mista Em dinheiro Em títulos patrimoniais
82%
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
43
A ALL está entre as empresas analisadas que concedem opções de ações para administradores e executivos, liquidadas pela entrega de títulos patrimoniais, conforme evidenciado a seguir.
Demonstração Financeira da ALL, Nota n° 3.8 3.8 Benefícios envolvendo pagamento de ações Os principais executivos e administradores da Companhia recebem parcela de sua remuneração na forma de pagamento baseado em ações, em que os funcionários prestam serviços em troca de títulos patrimoniais (“transações liquidadas com títulos patrimoniais”). O custo de transações com funcionários liquidados com instrumentos patrimoniais, e com prêmios outorgados, é mensurado com base no valor justo na data em que foram outorgados. Para determinar o valor justo, a Companhia utiliza método de valorização apropriado e premissas de mercado. Mais detalhes estão demonstrados na nota explicativa 26. O custo de transações liquidadas com títulos patrimoniais é reconhecido, em conjunto com um correspondente aumento no patrimônio líquido, ao longo do período em que a performance e/ou condição de serviço são cumpridos, com término na data em que o funcionário adquire o direito completo ao prêmio (data de aquisição). A despesa acumulada reconhecida para as transações liquidadas com instrumentos patrimoniais em cada data-base até a data de aquisição reflete a extensão em que o período de aquisição tenha expirado e a melhor estimativa da Companhia do número de títulos patrimoniais que serão adquiridos. A despesa ou crédito na demonstração do resultado do período é registrado em despesas administrativas e representa a movimentação em despesa acumulada reconhecida no início e fim daquele período. Nenhuma despesa é reconhecida por prêmios que não completam o seu período de aquisição, exceto prêmios em que a aquisição é condicional a uma condição do mercado (condição conectada ao preço das ações da Companhia), a qual é tratada como adquirida, independentemente se as condições do mercado são satisfeitas ou não, desde que todas as outras condições de aquisição forem satisfeitas. Em uma transação liquidada com títulos patrimoniais em que o plano é modificado, a despesa mínima reconhecida no resultado correspondente às despesas como se os termos não tivessem sido alterados. Uma despesa adicional é reconhecida para qualquer modificação que aumenta o valor justo total do contrato de pagamentos liquidados com títulos patrimoniais, ou que de outra forma beneficia o funcionário, mensurada na data da modificação. Quando um prêmio de liquidação com instrumentos patrimoniais é cancelado, o mesmo é tratado como se tivesse sido adquirido na data do cancelamento, e qualquer despesa não reconhecida do prêmio é reconhecida imediatamente. Porém, se um novo plano substitui o plano cancelado, e designado como plano substituto na data de outorga, o plano cancelado e o novo plano são tratados como se fossem uma modificação ao plano original, conforme descrito no parágrafo anterior. O efeito de diluição das opções em aberto é refletido como diluição de ação adicional no cálculo do resultado por ação diluído, conforme descrito na nota explicativa 29.
Entre as poucas empresas que optaram por liquidar suas operações de pagamento baseado em ações em dinheiro está a CCR, conforme apresentado a seguir.
Demonstração Financeira da CCR, Nota n° 21 21. Pagamentos baseados em ações (plano de incentivo de longo prazo) A Companhia possui plano de incentivo de longo prazo, tendo por objetivo estimular a retenção de talentos, associado à geração de resultados e criação sustentável de valor por meio do alinhamento de interesses entre acionistas e executivos da Companhia. Esse plano está baseado na venda a determinados colaboradores, escolhidos de forma discricionária pela Administração da Companhia, de títulos virtuais denominados Unidades de Investimento – UIs. Cada UI é um instrumento que confere ao seu titular um direito pecuniário referenciado na variação de uma Unidade Virtual de Valor (“UVV”). A UI não atribui ao seu titular a condição de acionista da CCR, sendo sua liquidação em dinheiro. O incentivo do Plano ocorre pelo aumento da UI, ou seja, pela valorização da UVV (UVV no resgate – UVV na compra), após um prazo de carência pré-determinado (vesting), no qual o executivo deverá permanecer na Companhia. A UVV é apurada mediante a ponderação da cotação média das ações da Companhia em determinado período do ano (30%), nos dividendos pagos aos acionistas (40%) e em indicador relacionado à criação de valor (30%).
Demonstração Financeira da CCR, Nota n° 21 - Continuação Atualmente existem três Planos de Incentivo vigentes, tendo sido o Plano 1 aprovado pelo Conselho de Administração no ano de 2005, o Plano 2 no ano de 2007 e o Plano 3 no ano de 2010. Cada plano possui seus respectivos Programas. Caso o contemplado tenha seu vínculo empregatício encerrado com a CCR em função de aposentadoria, invalidez ou morte, durante a vigência do Plano, ele ou seus sucessores terão todas as UIs resgatadas com base no último valor real calculado das UVVs. Em desligamentos ocorridos por qualquer outro motivo, o beneficiário perde todos os seus direitos ao resgate de UIs ainda não exercidos. As UIs são compradas à vista pelos beneficiários do Plano, em data específica, ao preço estabelecido no plano. A cada ano um novo Programa é iniciado, no qual UIs são compradas pelos participantes eleitos. O pagamento dos resgates anuais de UIs ocorrerá somente em mês específico determinado no Plano. O direito de resgate das UIs ocorre de forma gradual, dividindo em parcelas anuais o número total de UIs de cada Programa. O período de carência mínimo é de 3 anos, após o qual o beneficiário terá o direito de resgatar suas UIs de forma gradual até o final do respectivo Programa, que normalmente tem prazo máximo de 6 anos.
Participação do pagamento baseado em ações no total do valor gasto com pessoal Para analisar a representatividade dos valores referentes aos pagamentos baseados em ações, consideramos quanto tais valores representavam do total dos gastos com pessoal, que é apresentado na Demonstração do Valor Adicionado (DVA). De acordo com nossas análises, essas despesas de remuneração representam, em média, 1,8% do total do valor gasto com pessoal. Destaca-se que 33% das empresas apresentaram menos de 1% de gastos com pagamento baseado em ações em relação à remuneração total. As empresas com os maiores valores de gastos com pagamento baseado em ações em relação à remuneração de pessoal foram OGX, LLX e BR Properties, com percentuais variando entre 27% e 19%.
Demonstração Financeira da OGX, Nota Explicativa n° 19 19. Plano de opção de compra de ações Opções outorgadas pela Companhia (“Plano da Companhia”) A Companhia, em Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 30 de abril de 2008, aprovou um programa de opção de compra de ações de sua emissão. De acordo com o programa, o Conselho de Administração poderá outorgar opções de compra de ações em favor de administradores, executivos e colaboradores da Companhia, que representem não mais do que 1% das ações em circulação, cujo exercício resultará em emissão de novas ações por parte da Companhia. Através desse plano a OGX concede aos outorgados a opção de subscrição de uma quantidade pré-definida de ações do seu capital social, em um prazo que pode variar de 5 a 7 anos, dependendo do contrato. Durante esse prazo os outorgados podem exercer as opções através de vestings anuais, estando sujeitos apenas às restrições de venda que constam dos contratos de opção de compra de ações (ex. períodos de lock up). Em 15 de dezembro de 2011 a Companhia aprovou uma redução de 50% dos preços de subscrição das ações estabelecidos para todos os contratos de opção de compra associados “Plano da Companhia”. Conforme definido na Nota Explicativa nº 3 (o), essa modificação gerou a contabilização de um fair value incremental, cujo impacto está apresentado no quadro ao final dessa nota. A variação na quantidade de opções, outorgadas pela Companhia, durante o exercício de 2011, está apresentada a seguir: Quantidade de opções de compra
Preço de exercício médio ponderado (R$)
17.621.700
8,70
Concedidas e apropriadas
8.830.700
11,79
Exercidas
(588.900)
6,38
Canceladas e anuladas (forfeiture)
(930.300)
7,66
24.933.200
9,89
Opções em circulação em 31 de dezembro de 2010
Opções em circulação em 31 de dezembro de 2011
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
45
Demonstração Financeira da OGX, Nota Explicativa n° 19 - Continuação Os prazos previstos para exercício de tais opções de compra de ações estão apresentados no quadro a seguir: Ano previsto de exercício Ano da outorga
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Total
2008
310.400
181.920
602.860
602.860
602.860
-
-
-
-
-
2.300.900
2009
14.500
262.050
903.041
1.243.251
1.286.760
1.213.960
872.141
630.897
-
-
6.426.600
2010
-
-
744.709
860.003
860.004
860.004
1.350.094
1.350.094
1.350.092
-
7.375.000
2011
-
-
-
1.044.445
1.044.439
1.044.420
1.044.420
1.608.419
1.522.279
1.522.278
8.830.700
Total
324.900
443.970
2.250.610
3.750.559
3.794.063
3.118.384
3.266.655
3.589.410
2.872.371
1.522.278
24.933.200
As empresas aumentaram as despesas com pagamento baseado em ações em média em 10% em relação ao ano de 2010, sendo que em cinco empresas essa variação foi maior do que 100%. A maior variação verificada foi de 590%, apresentada pela empresa BR Properties, que criou um novo programa de opção de compra de ações em 2010.
Demonstração Financeira da BR Properties, Nota Explicativa n° 13 f Em Reunião do Conselho de Administração realizada em 12 de fevereiro de 2010, foi aprovada a criação de um novo Programa de Opção de Compra de Ações (“Programa 2010”), que terá as seguintes principais condições, entre outras: • O preço de emissão ou preço de compra das ações a serem adquiridas pelos beneficiários do Programa 2010, caso exerçam a opção, será de R$ 10,40 (dez reais e quarenta centavos) por ação, valor equivalente ao preço de subscrição aplicável ao aumento de capital da Companhia deliberado nos termos da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 06 de outubro de 2009, considerando-se o grupamento de ações (4 para 1) aprovado em AGE de 03/02/2010. O mencionado preço de exercício será corrigido monetariamente com base na variação do Índice Geral de Preços do Mercado – IGPM/FGV, e acrescido de juros de 4% a.a., desde a data da outorga até a data do efetivo exercício das opções; • O primeiro Lote Anual poderá ser exercido total ou parcialmente pelos beneficiários a partir de 06 de outubro de 2010, e os demais anualmente, a partir de 06 de outubro de cada ano subseqüente, mediante simples aviso a Companhia, acompanhado do pagamento do Preço de Exercício; e, • O volume global autorizado para distribuição dentro do Programa 2010 ora aprovado será de 1.602.250 (um milhão, seiscentas e duas mil, duzentas e cinquenta) ações ordinárias da Companhia. O quadro a seguir apresenta a movimentação das outorgas de opções de compra de ações, o valor da opção e o valor de mercado da ação, nessa data: Em milhares de opções de compra de ações Total de opções de compra de ações emitidas
l’ Outorga
2’ Outorga
3’ Outorga
4’ Outorga
5’ Outorga
6’ Outorga
Total
2.360
1.129
890
162
1.602
5.657
11.800
(40)
(67)
(107) (812)
(-) Opções de compra de ações canceladas (-) Exercício das opções de compra de ações
(144)
(608)
(4)
(8)
(48)
(=) saldo atual do número de opções de compra de ações em 31/12/2011
2.216
521
886
114
1.487
5.657
8,02
7,99
17,01
16,28
12,73
16,84
18,50
18,50
18,50
18,50
18,50
18,50
Valor de exercício da opção em 31/12/2011- R$ Valor de mercado da ação em 31/12/2011- R$
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
46
10.880
Demonstração Financeira da BR Properties, Nota Explicativa n° 13 f - Continuação O quadro a seguir apresenta a quantidade e média ponderada do preço de exercício e o movimento das opções de ações durante o período: Qtd.
31/12/2011 Média ponderada preço de exercício
Qtd.
31/12/2010 Média ponderada preço de exercício
Em aberto em 1º de janeiro
5.573
R$ 9,99
4.375
R$ 2,18
Concedidas durante o exercício
5.656
R$ 16,00
1.603
R$ 10,40
Exercidas durante o exercício
(242)
R$ 7,33
(405)
R$ 7,97
Canceladas durante o exercício
(107)
R$ 12,42
-
R$ 0,00
Em aberto em 31 de dezembro
10.880
R$ 14,07
5.573
R$ 9,99
Exercíveis em 31 de dezembro
2.248
3.203
Na determinação do valor justo das opções de ações, foram utilizadas as seguintes premissas econômicas:
Data da Outorga
1ª Outorga
2ª Outorga
3ª Outorga
4ª Outorga
5ª Outorga
6ª Outorga
17/07/2007
31/08/2007
30/05/2008
29/08/2008
12/02/2010
17/03/2011
Volatilidade do preço da ação
3,01%
3,01%
3,01%
3,01%
3,01%
27,88%
Taxa de juro livre de risco
7,47%
7,47%
4,24%
4,24%
4,24%
10,73%
0,54 anos
0,66 anos
1,41 anos
1,66 anos
2,77 anos
4,21 anos
Número de opções
“Vesting period”
2.360
1.129
890
162
1.602
5.657
Valor justo na data da outorga
3.183
1.491
0
0
0
10.804
8,02
7,99
17,01
16,28
12,73
16,84
Valor de exercício da opção em 31/12/2011
Métodos e premissas utilizados na mensuração do valor dos pagamentos baseados em ações De acordo com o CPC 10, as despesas com pagamentos baseados em ações devem ser mensuradas pelos seus valores justos na data de entrega. No caso de essas transações serem liquidadas pela entrega de títulos patrimoniais, a referida norma recomenda que a entidade mensure os serviços recebidos de forma direta, isto é, pelo valor justo dos produtos e serviços recebidos. No caso de se ter dificuldade de determinar o valor justo dessa forma, a mensuração pode ser feita com base no valor justo das ações ou opções concedidas. Contudo, como a exigência de mensurar os serviços recebidos de forma direta se torna muitas vezes impraticável, já que a remuneração de executivos inclui igualmente salários e outros benefícios, a prática mais comum é de se reconhecer o valor justo dessas transações de maneira indireta. Em outras palavras, o cômputo do valor justo é realizado com base no valor justo das ações ou opções concedidas. Ainda assim, a mensuração dessas transações é complexa. Isso porque, como na maioria dos casos os títulos patrimoniais concedidos são opções de ações e os prazos de exercícios são longos, torna-se necessária a utilização de um modelo de precificação, além da estimativa de diversas premissas. Em razão disso, algumas empresas, como por exemplo o Pão de Açúcar, consideraram a mensuração do valor dos pagamentos baseados em ações uma estimativa contábil crítica.
Demonstração Financeira do Pão de Açúcar, Nota Explicativa n° 6 6. Principais julgamentos contábeis, estimativas e premissas – Continuação c) Pagamentos baseados em ações A Companhia mensura o custo das transações com empregados liquidadas com ações com base no valor justo dos instrumentos de patrimônio na data da outorga. A estimativa do valor justo das operações de pagamento baseado em ações exige uma definição do modelo de avaliação mais adequado, o que depende dos termos e condições da outorga. Essa estimativa exige também uma definição das informações mais adequadas para o modelo de avaliação, incluindo a expectativa de vida útil da opção de ações, a volatilidade e o retorno dos dividendos, bem como a elaboração de premissas correspondentes. As premissas e modelos adotados na estimativa do valor justo referente às operações de pagamento com base em ações estão evidenciados na nota explicativa 26. Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
47
Por essa razão, conforme o CPC 10, as empresas devem divulgar todos os métodos e premissas utilizados no cômputo do valor justo de suas transações de pagamento baseado em ações, que incluem, por exemplo, no caso de opções de ações, o referido modelo de precificação utilizado, bem como suas premissas. Nossas análises evidenciaram que 41 empresas divulgaram as referidas informações, o que corresponde a 91% das empresas que concederam remunerações baseadas em ações no período, e apenas quatro deixaram de divulgar os métodos e premissas acerca do valor justo. Das empresas que divulgaram o modelo de mensuração, a maioria (78%) utilizou exclusivamente o Black-Scholes, enquanto outras empresas (12%) adotaram o modelo Binomial e uma minoria (10%) adotou ambos os modelos, conforme apresentado no gráfico ao lado.
Modelos de mensuração do valor justo 10% 12%
Ambos (Binomial e Black-Scholes) Binomial Black-Scholes
A BRF-Brasil Foods foi uma das empresas que apresentaram informações detalhadas sobre o cômputo do valor justo das respectivas transações, tendo mensurado o valor justo com base no modelo Black-Scholes:
78%
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods - Nota Explicativa n° 23 O valor justo das opções de ações foi mensurado de forma indireta, baseando-se no modelo de precificação Black-Scholes, com base nas seguintes premissas: 31.12.11 Expectativa de prazo de vida da opção: Exercício no 1º ano
3,0 anos
Exercício no 2º ano
3,5 anos
Exercício no 3º ano
4,0 anos
Taxa de juros livre de risco Volatilidade
6,62% 41,20%
Dividendos esperados sobre as ações
1,13%
Taxa de inflação esperada ao ano
4,64%
23.1 Expectativa de prazo O prazo de vida da opção esperado pela Companhia, representa o período em que se acredita que as opções sejam exercidas e foi determinado dentro da premissa que os beneficiários exercerão suas opções no limite do prazo de vencimento.
23.2 Taxa de juros livre de risco A Companhia utiliza como taxa de juros livre de risco a Nota do Tesouro Nacional (“NTN-B”) disponível na data do cálculo e com vencimento equivalente a vida da opção.
23.3 Volatilidade A volatilidade estimada levou em consideração a ponderação do histórico de negociações da Companhia e de empresas similares no mercado, considerando a unificação da Perdigão e Sadia sob o código BRFS3.
23.4 Dividendos esperados O percentual de dividendos utilizado foi obtido com base na média de pagamento de dividendos por ação em relação ao valor de mercado das ações, para os últimos quatro anos.
23.5 Taxa de inflação esperada A taxa média de inflação esperada ao ano é determinada com base no IPCA estimado pelo Banco Central do Brasil, ponderada pelo prazo de vida útil remanescente das opções.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
48
Já a Cosan optou pela mensuração do valor justo dos pagamentos usando o modelo Binomial, conforme detalhado na nota a seguir.
Demonstração Financeira da Cosan, Nota Explicativa n° 28 28. Pagamento baseado em ações – Continuação O valor de mercado das ações dos últimos 30 pregões na data de outorga era de R$ 22,80 (vinte e dois reais e oitenta centavos) por ação, sem qualquer desconto. O valor justo das opções concedidas foi estimado na data do exercício utilizando o modelo de simulação binomial, tendo em vista os termos e as condições sob as quais as opções foram concedidas. As opções de compra de ações podem ser divididas em duas Tranches, sendo os prazos e as regras de exercício definidos no parágrafo abaixo. Tranche A • As opções poderão ser exercidas após o período de carência de um ano, considerando um percentual máximo de 20% por ano, do total das opções concedidas pela Companhia dentro de um período de 5 anos. O período de exercício termina em 19 de agosto de 2016. Tranche B • A segunda tranche segue o mesmo racional da primeira, com diferença do número de lotes, que se divide em 10 (dez) lotes de 1/10 (um décimo) das ações ofertadas em cada período. A cada ano um lote é liberado para que o beneficiário possa exercer sua opção e o último lote fica disponível em 19 de agosto de 2021. As opções poderão ser exercidas com a emissão de novas ações ordinárias ou ações em tesouraria que a Companhia possa ter. Em 19 de agosto de 2011, 9.825.000 opções relacionadas ao referido plano foram outorgadas, e até 31 de março de 2012, nenhuma opção havia sido exercida. O valor justo do plano de remuneração em ações foi estimado adotando-se o modelo binomial, com as seguintes premissas: Opções concedidas em 18 de agosto de 2011 - Tranche A
Opções concedidas em 18 de agosto de 2011 - Tranche B
Valor de mercado de ações na data da outorga - R$
22,8
22,8
Expectativa de exercício (em anos)
1a5
1 a 10
Taxa de juros
12,39%
12,39%
Volatilidade
31,44%
30,32%
6,80
8,15
Valor justo médio ponderado na data de concessão – R$
Expectativa de exercício • O prazo esperado pela Companhia para o exercício das opções foi determinado considerando a premissa de que os executivos exercerão suas opções após o período de carência. Volatilidade esperada • A Companhia optou por utilizar a volatilidade histórica de suas ações ajustada pela volatilidade recente de alguns competidores que atual em ramos de negócios similares, haja vista a nova estrutura de capital e o modelo de negócio da Companhia após a formação da Raizen. Dividendos esperados • Os dividendos esperados foram calculados com base no valor corrente das ações no mercado na data da concessão, ajustado pela taxa média de retorno de capital para os acionistas durante o período projetado, em relação ao valor contábil das ações.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
49
Algumas entidades utilizam métodos distintos de mensuração, Binomial e Black-Scholes, para seus diferentes planos de pagamento baseado em ação, como é o caso do Banco Itaú Unibanco, mostrado a seguir,
Demonstração Financeira do Banco Itaú Unibanco, Nota Explicativa n° 21 III - Valor Justo e Premissas Econômicas utilizadas para Reconhecimento dos Custos O ITAÚ UNIBANCO HOLDING reconhece na data da outorga o valor justo das opções utilizando o modelo Binomial para as opções simples e Black & Scholes para as opções dos sócios. As premissas econômicas utilizadas são: Preço de Exercício • como preço de exercício da opção, utiliza-se o preço de exercício previamente definido na emissão da opção, atualizado pela variação do IGP-M; Preço do Ativo Objeto • o preço das ações do Itaú Unibanco Holding (ITUB4) utilizado para o cálculo é o preço de fechamento da BOVESPA, na data base de cálculo; Dividendos Esperados • é a média anual da taxa de retorno dos últimos três exercícios de Dividendos pagos, acrescidos dos Juros sobre Capital Próprio da ação ITUB4; Taxa de Juros Livre de Risco • a taxa livre de risco utilizada é o cupom do IGP-M na data de vencimento do plano da opção; Volatilidade Esperada • calculada a partir do desvio-padrão sobre histórico dos últimos 84 retornos mensais do preço de fechamento da ação ITUB4, divulgada pela BOVESPA, ajustados pela variação do IGP-M. Outorga Nº
Data
Carência até
Prazo Final para Exercício
Preço do Ativo Objeto
Valor justo
Dividendos Esperados
Taxa de Juros Livre de Risco
Volatilidade Esperada
31/12/2015
31/12/2018
37,26
11,02
2,97%
5,80%
30,53%
Opções Simples 37a
19/04/2011
Opções dos Sócios
(*)
12a
28/02/2011
28/02/2014
-
37,00
33,85
2,97%
-
-
12a
28/02/2011
28/02/2016
-
37,00
31,83
2,97%
-
-
13a
19/08/2011
19/08/2014
-
26,65
24,39
2,97%
-
-
13
a
19/08/2011
19/08/2016
-
26,65
22,98
2,97%
-
-
14a
04/11/2011
18/08/2014
-
32,62
30,04
2,97%
-
-
14a
04/11/2011
18/08/2016
-
32,62
28,30
2,97%
-
-
(*)
O valor justo das opções dos sócios é mensurado com referência ao valor justo da ação do Itaú Unibanco na data das outorgas.
Outras divulgações realizadas pelas empresas sobre pagamentos baseados em ações Dada a inerente complexidade da remuneração com base em ações, o CPC 10 exige uma série de divulgações acerca dessas transações. As empresas devem divulgar em nota explicativa, por exemplo, uma breve descrição das características do plano, conforme realizado pelo Banco Santander.
Demonstração Financeira do Banco Santander, Nota Explicativa n° 37 b) Remuneração com Base em Ações O Banco Santander possui dois programas de remuneração de longo prazo vinculados ao desempenho do preço de mercado de ações, o Programa Global e o Programa Local. São elegíveis a estes planos os membros da Diretoria Executiva do Banco Santander, além dos participantes que foram determinados pelo Conselho de Administração e informados ao Departamento de Recursos Humanos, cuja escolha levará em conta a senioridade no grupo. Os membros do Conselho de Administração somente participam de referidos planos se exercerem cargos na Diretoria Executiva. b.1) Programa Local A AGE do Banco Santander realizada em 3 de fevereiro de 2010 aprovou o Programa de Remuneração baseado em ações - Units do Banco Santander (Plano Local), composto por dois planos independentes: Plano de Opção de Compra de Certificado de Depósito de Ações - Units (SOP) e Plano de Incentivo de Longo Prazo - Investimento em Certificado de Depósito de Ações - Units (PSP).
Demonstração Financeira do Banco Santander, Nota Explicativa n° 37 - Continuação No dia 25 de Outubro de 2011, o Banco Santander realizou a Assembleia Geral Extraordinária, na qual deliberou a outorga do Plano de Incentivo de Longo Prazo (SOP 2014) - Investimento em Certificados de Depósito de Ações (“Units”) para determinados administradores e empregados de nível Gerencial da Companhia e de sociedades sob seu controle.
As principais características dos planos são: Plano SOP • Plano de Opção de Compra com duração de 3 anos, onde serão emitidas novas ações do Banco Santander, promovendo um comprometimento dos diretores executivos com os resultados de longo prazo. O período para exercício começa em 30 de junho de 2012 e se estende por mais 2 anos depois do direito de exercício das opções. A quantidade equivalente a 1/3 das Units resultantes do exercício das opções não poderá ser alienada pelo participante durante o prazo de 1 ano a partir da data de exercício de cada Unit. Plano de Incentivo a Longo Prazo - SOP 2014 • É um plano de Opção de Compra com duração de 3 anos. O período para exercício começa em 30 de junho de 2014 até a data de 30 de junho de 2016. A quantidade de Units passíveis de exercício pelos participantes será determinada de acordo com o resultado da aferição de um parâmetro de performance da Companhia: Retorno Total ao Acionista (RTA) e poderá ser reduzida, caso não sejam atingidos os objetivos do redutor Retorno sobre Capital Ajustado pelo Risco (RORAC), comparação entre realizado e orçado em cada exercício, conforme determinado pelo Conselho de Administração. Adicionalmente, é necessário que o participante permaneça na Companhia durante a vigência do Plano para adquirir condições de exercer as Units correspondentes. Plano PSP • Plano de Remuneração baseado em ações liquidado em dinheiro, com ciclos de 3 anos, promovendo um comprometimento dos executivos com os resultados de longo prazo. O valor mínimo correspondente a 50% da remuneração liquidada em dinheiro, deverá ser utilizado para aquisição de Units pelo participante, as quais não poderão ser alienadas durante o prazo de 1 ano, a partir da data de exercício. b.1.1) Valor Justo e Parâmetros de Performance para Planos Para a contabilização dos planos do Programa Local foram realizadas simulações por uma consultoria independente, baseadas na metodologia Monte Carlo, de forma que apresentamos os parâmetros de desempenho para o cálculo de ações a serem concedidas a seguir. Tais parâmetros são associados as suas respectivas probabilidades de ocorrência, que são atualizadas no fechamento de cada período.
A Usiminas é um exemplo de empresa que divulga ainda as principais diretrizes do seu plano baseado em ações:
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa n° 41 41 Plano de outorga de opção de compra de ações Em Assembleia Geral Extraordinária, realizada em 14 de abril de 2011, foi aprovado pelos acionistas o Plano de Opção de Compra de Ações de Emissão da Companhia (“Plano”). Os principais objetivos do Plano são: • alinhamento de interesses entre executivos e acionistas; • incentivo à criação de valor sustentável; • atração e retenção de talentos; • manutenção da competitividade com as práticas de mercado. O Plano será administrado pelo Conselho de Administração da Companhia, com a assessoria do Comitê de Recursos Humanos, observadas as limitações constantes do Plano. a) Principais diretrizes do Plano As principais diretrizes do Plano podem ser resumidas conforme a seguir: • Todos os empregados são potencialmente elegíveis ao Plano. Os potenciais beneficiários de cada outorga deverão ser submetidos à avaliação e aprovação do Conselho de Administração. • O Conselho de Administração definirá a cada ano, após ouvido o Comitê de Recursos Humanos, os empregados que serão considerados elegíveis ao Plano. • Todas as ações resultantes do exercício das opções outorgadas de acordo com o Plano serão ações preferenciais.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
51
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa n° 41 - Continuação • Para honrar o exercício das Opções, a Companhia poderá: (I) emitir novas Ações Preferenciais, dentro do limite de seu capital autorizado; ou (II) utilizar Ações Preferenciais de sua emissão mantidas em tesouraria. • Qualquer Ação Preferencial subjacente a uma Opção concedida de acordo com o presente Plano que, por qualquer motivo, seja cancelada ou extinta sem ter sido exercida, será novamente disponibilizada para concessão de Opções de acordo com o Plano. O exercício das Opções não poderá, em nenhuma hipótese, resultar na emissão ou atribuição de ações fracionadas, podendo o Conselho de Administração determinar a maneira pela qual o valor de uma ação fracionária será tratado. • Na hipótese da emissão de novas ações pela Companhia em virtude de desdobramento, grupamento ou bonificação, o Conselho de Administração poderá realizar, a seu exclusivo critério, a substituição ou o ajuste que entender necessário (I) no número de ações que podem resultar do exercício das Opções nos termos do presente Plano; (II) no número de ações relativas a Opções anteriormente concedidas mas não exercidas; e (III) no Preço de Exercício de tais Opções.
O CPC 10 ainda exige que as entidades divulguem as condições de aquisição dos direitos (vesting conditions) dos títulos patrimoniais concedidos aos colaboradores da empresa. Na grande parte dos casos, essas condições estão relacionadas à permanência dos funcionários na empresa por um período de tempo (vesting period). Nossas análises evidenciaram que o período médio para aquisição dos direitos sobre os títulos patrimoniais das empresas da nossa amostra é de 4,7 anos. Por outro lado, algumas empresas têm planos que chegam a dez anos de carência para serem totalmente exercidos, como é o caso dos planos da Cosan e Ultrapar. A referida norma também exige que as empresas divulguem o efeito das transações de pagamentos baseados em ações sobre o resultado do período e sobre a posição financeira e patrimonial da entidade, conforme realizado pela Gafisa.
Demonstração Financeira da Gafisa, Nota n° 19.3 19.3 Programa de opção de compra de ações As despesas com outorga de ações registradas na rubrica “Despesas gerais e administrativas” (Nota 24) nos exercícios findos em 31 de dezembro, são como segue:
Gafisa Tenda
Alphaville
31/12/2011
31/12/2010
15.429
8.135
2.203
3.820
17.632
11.955
1.640
969
19.272
12.924
No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia reconheceu os montantes de R$ 15.429 (controladora) e R$ 19.272 (consolidado) (Nota 24), contabilizados em despesas operacionais. Os montantes reconhecidos na controladora são registrados em reserva de capital no patrimônio líquido.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
52
// CPC 15 Combinação de
Negócios (IFRS 3)
O objetivo do CPC 15 – Combinação de Negócios (IFRS 3) é aprimorar a relevância, a confiabilidade e a comparabilidade das informações que a entidade fornece em suas demonstrações financeiras acerca de combinação de negócios e seus efeitos. O CPC 15 estabelece princípios e exigências para: a) reconhecimento e mensuração dos ativos identificáveis adquiridos, dos passivos assumidos e das participações societárias de não controladores na adquirida; b) reconhecimento e mensuração do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill adquirido) advindo da combinação de negócios ou do ganho proveniente de compra vantajosa; e c) determinação das informações que devem ser divulgadas para possibilitar que os usuários das demonstrações financeiras avaliem a natureza e os efeitos financeiros da combinação de negócios. Combinação de negócios, conforme definida pelo CPC 15 (IFRS 3), é uma operação em que uma empresa, a adquirente, obtém o controle de um ou mais negócios. A obtenção desse controle pode se dar de diferentes maneiras, como por exemplo por meio da aquisição de quantidade suficiente de ações ordinárias para obtenção de controle de outra sociedade. Nesta seção, analisamos o impacto das exigências presentes no CPC 15 – Combinação de Negócios (IFRS 3) nas demonstrações consolidadas publicadas em 2011 pelas empresas que compõem nossa amostra de trabalho. Os aspectos considerados nas nossas análises foram: • Combinações de negócios divulgadas pelas empresas analisadas • Exemplos práticos da aplicação do CPC 15 – Combinação de Negócios (IFRS 3)
Combinações de negócios divulgadas pelas empresas analisadas Da amostra analisada, 26 empresas divulgaram ao todo 51 combinações de negócio, das quais 35 foram realizadas em 2011, 15 ocorreram em exercícios anteriores (2009 e 2010) e uma vai ocorrer no exercício de 2012. No quadro a seguir, destacamos as diferenças na divulgação sobre combinação de negócios. Forma de divulgação
Quantidade de empresas
Apresentação de apenas uma nota específica sobre combinações de negócios
14
Apresentação apenas da política contábil para tratamento de combinação de negócios
11
Apresentação dos aspectos de combinação de negócios dentro da nota explicativa sobre investimentos
2
Apresentação de nota de política contábil e nota explicativa específica sobre combinação de negócios
13
Apresentação de nota sobre isenção da aplicabilidade retroativa do CPC 15 (IFRS 3)
A partir dessa identificação do total de combinações de negócios e forma de divulgação, analisamos as características dessas operações. De acordo com o CPC 15 (IFRS 3), todas as combinações de negócios devem ser contabilizadas pelo método de aquisição. De acordo com esse método, na data de aquisição, a adquirente deverá reconhecer um goodwill (ágio) decorrente da diferença entre o valor justo da contraprestação transferida em troca do controle (somado ao valor justo das participações dos não controladores e ao valor, caso haja, da participação preexistente na adquirida) e o valor justo dos ativos líquidos (ativos identificáveis menos os passivos assumidos). Entretanto, caso o valor justo dos ativos líquidos seja maior que o valor justo da contraprestação transferida, a entidade deverá reconhecer um deságio, que nada mais é do que um ganho decorrente de uma compra vantajosa. Sobre esse aspecto, nossas análises evidenciaram que, do total de combinações de negócio realizadas, 36 (70,6%) resultaram na apuração de ágio, dez (19,6%) em compra vantajosa, duas (3,9%) não apuraram diferenças e três delas (5,9%) não informaram a apuração do respectivo resultado, conforme apresentado ao lado:
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4
Diferenças apuradas nas combinações de negócios 3,9%
19,6%
5,9% 8,33%
Ágio Compra vantajosa Sem diferenças Não informado
70,6%
Nos 36 casos de ágio, três (8,3%) foram alocados como intangível e 33 (91,7%) como goodwill. Além disso, verificamos os valores envolvidos nas respectivas combinações de negócios. Os resultados são apresentados no gráfico a seguir, em milhares de reais.
Valor apurado da compra vantajosa
Valor apurado do ágio
8.602.013,00
18.454.525,00
Valor justo total dos ativos/passivos líquidos
60.487.676,00
75.309.895,00
Valor total pago pelas aquisições
20.000.000
40.000.000
60.000.000
80.000.000
Vale destacar que a forma de pagamento pela aquisição variou entre os casos identificados na amostra. Em 25,8% dos casos foi feito pagamento com instrumentos patrimoniais (ações ou quotas de capital), em 36,4% dos casos o pagamento foi feito em espécie ou ativos de alta liquidez, em 9,1% dos casos foi constituído um passivo, em 1,5% dos casos foi feita troca de outros ativos e em 27,3% dos casos não foi informada a forma de pagamento, conforme apresentado no gráfico a seguir.
Forma de pagamento pela aquisição
25,8%
27,3%
Instrumentos patrimoniais (Ações ou quotas de capital) Espécie ou ativos de alta liquidez Constituição de passivo Troca de outros ativos
1,5%
Não informado
9,1% 36,4%
Das 51 combinações de negócios identificadas na amostra, 37 são aquisições totais e 14 são aquisições parciais. No que se refere à forma de obtenção do controle, em 84,3% das combinações de negócios a forma de obtenção do controle é por meio de compra direta e, em 15,7%, por meio de aumento da participação e obtenção do controle. Das 51 combinações de negócios identificadas na amostra, em 24 casos a entidade responsável é a controladora, em 25 a entidade responsável é a subsidiária e em dois casos não foi informada a entidade responsável pela combinação. Demonstramos no quadro a seguir os principais motivos apresentados pelas empresas a fim de justificar as aquisições identificadas na nossa amostra.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Principais motivos divulgados para aquisição
Quantidade
%
20
39,2%
Explorar ou ampliar novos segmentos de negócios
4
7,8%
Controlar o fornecimento de insumos da companhia
3
5,9%
Expandir o negócio internacionalmente
5
9,8%
Outros
2
3,9%
Não informado
17
33,3%
Total
51
100,0%
Expandir o negócio/aumentar o market share
Entre os casos de combinações de negócios da amostra, a divulgação dos montantes das receitas e do resultado do período da adquirida, a partir da data da aquisição e incluídos na demonstração consolidada do resultado do período de reporte, não foi identificada em 35 casos. No que se refere à divulgação das receitas e do resultado do período da entidade combinada para o período de reporte corrente, como se a data da aquisição para todas as combinações ocorridas durante o ano fosse o início do período de reporte anual, identificamos as seguintes situações: Situação
Casos de combinações de negócios
Há a divulgação, conforme exigência do CPC 15 (IFRS 3)
18
Não há a divulgação, conforme exigência do CPC 15 (IFRS 3)
28
As exigências do CPC 15 (IFRS 3) não se aplicam Total
5 51
Em 12 casos de combinações de negócios, os cálculos ainda estão sendo realizados. Segundo o CPC 15, uma empresa tem 12 meses para finalizar a contabilização. No que se refere à equipe que avaliou as combinações finais de negócios, entre os 51 casos analisados, cinco foram avaliados por equipe interna, 15 foram avaliados por equipe externa e, em 31 casos, não foi divulgado esse tipo de informação. Em apenas 11 dos 51 casos foi divulgado o valor gasto reconhecido como despesa relativo à combinação de negócios. Nesses 11 casos divulgados, a despesa média proporcional equivale a 2,26% do valor total da aquisição. A maior despesa proporcional foi de 8,42%, e a menor foi equivalente a 0,03% do valor total da aquisição.
Exemplos práticos da aplicação do CPC 15 – Combinação de Negócios (IFRS 3) A empresa TAM S.A. divulgou as principais alterações trazidas com a adoção do CPC 15 – Combinação de Negócios (IFRS 3).
Demonstração Financeira da TAM, Nota Explicativa n° 2.30 21. Aprimoramentos aos IFRS em 2010 As alterações geralmente são aplicáveis para períodos anuais iniciados após 1º de janeiro de 2011, a não ser que sejam indicados de outra forma e não tem nenhum impacto significante nas demonstrações financeiras consolidadas. • IFRS 3 “Combinação de Negócios”: a) Exigências de transição para contraprestação contingente a partir de uma combinação de negócios que ocorreu antes da data de entrada em vigor do IFRS revisado: Esclarece que as alterações ao IFRS 7 “Instrumentos Financeiros: Divulgações” IAS 32 “Instrumentos Financeiros: Apresentação”, e IAS 39 ‐ Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, que eliminam a isenção da contraprestação contingente não se aplicam à contraprestação contingente que surgiu de combinações de negócios cujas datas de aquisição precedem a aplicação do IFRS 3 (conforme revisado em 2008). Aplicável a períodos anuais iniciados em ou após 1º de julho de 2010. Aplicado retroativamente.
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Demonstração Financeira da TAM, Nota Explicativa n° 2.30 - Continuação b) Mensuração de participação não controladora. A escolha de mensurar participações não controladoras pelo valor justo ou pela parcela proporcional dos ativos líquidos da adquirida aplica‐-se somente a instrumentos que representam as atuais participações acionárias e dão direito aos seus detentores a uma parcela proporcional dos ativos líquidos em caso de liquidação. Todos os outros componentes de participação não controladora são mensurados ao valor justo, a menos que outra mensuração seja exigida pelo IFRS. Aplicável a períodos anuais iniciando em ou após 1º de julho de 2010. Aplicado prospectivamente a partir da data em que a entidade aplica o IFRS 3. c) Concessões de pagamentos com base em ações não substituídos ou substituídos voluntariamente: A orientação da aplicação em IFRS 3 aplica‐-se a todas as transações de pagamentos com base em ações que formam parte de uma combinação de negócios, incluindo concessões de pagamentos com base em ações não substituídos ou substituídos voluntariamente. Aplicável a períodos anuais iniciando em ou após 1º de julho de 2010. Aplicado prospectivamente. A alteração não tem nenhum impacto, uma vez que não houve combinações de negócios após a sua data efetiva.
A CPFL Energia, em vez de goodwill, classificou o ágio que pagou durante a aquisição como direito de exploração. Essa contabilização foi feita líquida de impostos.
Demonstração Financeira da CPFL Energia, Nota Explicativa n° 13.4.2 c) Saída de caixa líquida na aquisição de controladas: Jantus
Santa Luzia
839.652
152.442
(161.404)
(94.252)
Valor alocado como direito de exploração
678.248
58.190
Mais: Efeitos tributários
349.400
29.977
1.027.648
88.167
Contrapartida transferida (paga) Menos: Valor justo de ativos líquidos identificáveis adquiridos
Valor alocado como direito de exploração após efeitos tributários
Sobre o intangível adquirido no total de R$ 1.115.815 foram registrados os efeitos tributários diferidos na linha de diferenças temporariamente indedutíveis (nota 9), no montante de R$ 379.377.
O Grupo Ambev divulga que terá novas combinações, após o período de reporte, mas não indica qual será o impacto disso no resultado.
Demonstração Financeira da Ambev, Nota Explicativa n° 34 34. EVENTOS SUBSEQUENTES I) Em Janeiro de 2012, dando continuidade ao projeto de reorganização operacional e societária do Grupo Ambev, visando a melhor organização contábil, financeira e gerencial de seus negócios por meio da consolidação das atividades de produção e distribuição do Grupo, proporcionando um aumento de eficiência econômica, ganhos de sinergias e diminuição de custos operacionais e financeiros resultantes da simplificação da estrutura societária atual, ocorreram os seguintes eventos: (I) aporte de capital com ativos de distribuição da empresa Ambev em sua subsidiária CRBS S.A.; (II) incorporação da empresa Morena Distribuidora de Bebidas S.A. pela CRBS S.A.. II) Além disso, a Arosuco Aromas e Sucos Ltda. (“Arosuco”), entidade responsável preponderantemente pela produção de concentrados, necessários na produção de refrigerantes, chás e isotônicos, adquiriu, em Janeiro de 2012, a totalidade das quotas de emissão da empresa Lachaise Aromas e Participações Ltda. (“Lachaise”), que tem como objeto social principalmente a produção de aromas, insumo necessário na produção de concentrados, reduzindo, assim, a necessidade do Grupo de adquirir esse insumo de terceiros. Ato contínuo, a Arosuco, visando à racionalização e simplificação da estrutura societária do Grupo, incorporou a Lachaise. A empresa está em processo de finalizar a alocação do preço de compra aos ativos adquiridos e passivos assumidos, no valor de R$ 10.000.
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O Banco do Brasil divulgou o valor justo dos passivos e ativos adquiridos na aquisição do Banco Patagônia da Argentina.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa n° 6 Valor justo dos ativos e passivos adquiridos do Banco Patagonia da Argentina R$ mil 12.04.2011 Caixa e depósitos bancários
461.086
Empréstimos a instituições financeiras
589.231
Aplicações em operações compromissadas
108.202
Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado
1.439.677
Empréstimos a clientes
2.772.482
Investimentos em coligadas
3.265
Ativo imobilizado
144.071
Intangíveis identificados
496.413
Ativos por impostos correntes
106.793
Outros ativos
678.156
Valor justo dos ativos
6.799.376
Depósitos de clientes
4.333.049
Passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado Obrigações por operações compromissadas
89.142 141.607
Obrigações de curto prazo
85.671
Obrigações de longo prazo
17.452
Provisões trabalhistas, fiscais e cíveis
48.786
Passivo por impostos correntes
149.945
Outros passivos
314.362
Valor justo dos passivos
5.180.014
Valor justo dos ativos líquidos (1)
1.619.362
Valor justo dos ativos líquidos atribuíveis aos acionistas não controladores (49%)
793.487
Valor justo dos ativos líquidos atribuíveis aos acionistas controladores (51%)
825.875
Preço pela aquisição das ações (51%) Ganho por compra vantajosa na aquisição
(764.819) (61.056)
Movimentações de caixa na aquisição da subsidiária Caixa e equivalentes de caixa adquiridos com a subsidiária
461.086
Valor pago
(764.819)
Caixa líquido por aquisição do Banco Patagonia
(303.733)
(1)
O valor contábil dos ativos líquidos em 12.04.2011 era R$ 874.845 mil.
Ativos intangíveis identificados na aquisição R$ mil 12.04.2011 Relacionados a carteiras de clientes
434.312
Relacionados a contratos
40.246
Outros
21.855
Total
496.413
Um exemplo de ágio apurado na combinação de negócios pode ser encontrado em notas explicativas do Banco do Brasil referentes à aquisição do Banco Nossa Caixa.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa n° 6 Valor justo dos ativos e passivos adquiridos do Banco Nossa Caixa S.A. R$ mil 16.03.2009 Caixa e depósitos bancários
390.414
Depósitos compulsórios em bancos centrais
4.518.113
Empréstimos a instituições financeiras
1.901.318
Aplicações em operações compromissadas
4.657.951
Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado
4.200.101
Ativos financeiros disponíveis para venda
6.166.422
Ativos financeiros mantidos até o vencimento
12.286.613
Empréstimos a clientes
12.974.927
Investimentos em coligadas
870.659
Ativo imobilizado
292.934
Ativos intangíveis
4.893.132
Outros ativos
4.535.250
Valor justo dos ativos
57.687.834
Depósito de clientes
36.383.912
Valores a pagar a instituições financeiras Obrigações por operações compromissadas Obrigações de curto prazo
3.277 8.149.071 54.525
Provisões trabalhistas, fiscais e cíveis
2.301.167
Outros passivos
3.485.726
Valor justo dos passivos Valor justo dos ativos líquidos
50.377.678 (1)
Preço pela aquisição das ações (99,32%) Ágio gerado na aquisição
7.310.156 (7.901.738) 591.582
Movimentação de caixa na aquisição de subsidiária Caixa e equivalentes de caixa adquiridos com a subsidiária
390.414
Valor pago
7.901.738
Caixa líquido por aquisição do Banco Nossa Caixa
7.511.324
(1)
O valor contábil dos ativos líquidos em 16.03.2009 era R$ 2.940.710 mil.
Ativos intangíveis identificados na aquisição 16.03.2009 Relacionados a carteiras de clientes
2.746.106
Ativos intangíveis pré-aquisição
1.127.044
Relacionados a contratos
863.062
Outros
156.920
Total
4.893.132
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A empresa Braskem apresenta nota explicativa sobre as políticas de contabilização das combinações de negócios.
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa n° 2.10 2.10 Participações em sociedades controladas Controladas são todas as entidades sobre as quais a Companhia tem o poder de governar suas políticas financeiras e operacionais, de forma a obter benefícios de suas atividades (controle). Os investimentos em sociedades controladas são contabilizados, nas demonstrações financeiras da Controladora, pelo método de equivalência patrimonial. Esses investimentos são integralmente consolidados enquanto a Companhia detiver o seu controle. A Companhia utiliza o método de compra para contabilizar as aquisições de controladas (combinação de negócios). A utilização desse método exige (I) a identificação do adquirente; (II) a determinação da data de aquisição; (III) o reconhecimento e mensuração dos ativos identificáveis adquiridos, das contingências, dos passivos assumidos e das participações dos não controladores; e (IV) o reconhecimento e mensuração do ágio por rentabilidade futura ou do ganho proveniente de compra vantajosa. O custo de aquisição de uma controlada é a soma do valor justo dos ativos transferidos, dos passivos incorridos e dos instrumentos patrimoniais emitidos pela Companhia. Os ativos identificáveis adquiridos, as contingências e os passivos assumidos em uma combinação de negócios são inicialmente mensurados pelos seus valores justos na data de aquisição. A participação de não controladores na investida é determinada pela aplicação do respectivo percentual de participação no valor justo dos ativos líquidos da adquirida. O excedente do custo de aquisição sobre o valor justo da participação da Companhia nos ativos líquidos identificáveis adquiridos é registrado como ágio. Se o custo da aquisição for menor do que o valor justo dos ativos líquidos da controlada adquirida, a diferença, após refeitos todos os cálculos, é reconhecida diretamente como ganho na demonstração do resultado (compra vantajosa). Os custos relacionados com aquisição de controladas são contabilizados no resultado do exercício quando incorridos. Os ganhos e as perdas de participação oriundos de transações (compra ou alienação) com acionistas não controladores são registrados diretamente no patrimônio líquido, na conta “outros resultados abrangentes”. Esses ganhos e perdas são transferidos para o resultado do exercício quando a Companhia deixa de ter o controle da respectiva controlada. A Companhia adota como prática, nas demonstrações financeiras da Controladora, constituir provisão para perda em controladas em valor correspondente ao patrimônio líquido negativo (passivo a descoberto) dessas sociedades. Essa provisão é classificada no passivo não circulante, em contrapartida da conta “resultado de participações societárias”.
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A Braskem apresentou em nota explicativa qual foi a contraprestação pela aquisição da Quattor (contraprestação em dinheiro, instrumentos patrimoniais e obrigações constituídas).
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa n° 5.1 A tabela a seguir resume a contraprestação paga para os acionistas das empresas do grupo Quattor e os valores dos ativos adquiridos e passivos assumidos reconhecidos na data da aquisição, bem como o valor justo na data da aquisição da participação de acionistas não controladores na Quattor. Contraprestação Caixa
704.298
Instrumentos patrimoniais emitidos (o valor de R$ 250.049 engloba ações da Companhia emitidas para compras de outras participações da combinação de negócios)
250.049
Assunção da obrigação para aquisição da Riopol junto ao BNDESPAR e outras obrigações
218.739 1.173.086
Total da contraprestação transferida
(a)
A Braskem divulgou como foi apurado o valor justo dos principais itens do patrimônio da adquirida Quattor.
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa n° 5.1 A estimativa do valor justo dos ativos adquiridos e passivos assumidos foi efetuada por empresa especializada, cujos principais resultados estão descritos abaixo: I) O valor justo dos estoques foi apurado considerando o preço de venda, líquido dos impostos, na data da avaliação dos ativos utilizando-se o método do “market approach”. A diferença entre o valor de mercado e o valor contábil dos estoques foi de R$ 68.009. II) O método utilizado para valorização dos ativos imobilizados foi o “cost replacement approach”. A Administração, em conjunto com seus avaliadores externos, entendeu que a utilização do“market approach”, utilizando os valores unitários de cada ativo que compõe a planta não refletiria oseu valor econômico, uma vez que não seriam considerados os custos com a tecnologia instalada, custos com instalações-suporte e a ligação ativa com o sistema de produção e escoamento (empresa em marcha). No processo de avaliação foram utilizadas informações sobre (I) custo de instalações deplantas similares; (II) últimos orçamentos de ampliação e substituição de ativos similares; e (III) preço à vista de reposição do ativo, contemplando as condições de uso em que o bem se encontra na data da vistoria, dentre outros. O ajuste registrado no valor histórico do ativo imobilizado da Quattor, de R$ 6.039.067, foi no montante de R$ 1.492.091. Portanto, após os ajustes, o valor justo do ativo imobilizado registrado na aquisição foi no montante de R$ 7.531.158. III) Como resultado da avaliação, foram identificados ganhos líquidos no fluxo de caixa futuro para os contratos comerciais com clientes e fornecedores que foram trazidos a valor presente por uma taxa de desconto de 14,1% ao ano. Além disso, foram considerados os custos de registro e colocação de marcas e, para a tecnologia, as despesas incorridas com pessoal e os gastos administrativos na pesquisa realizada em conjunto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os intangíveis identificados, relacionados a marcas, tecnologia, contratos de clientes e fornecedores totalizaram R$ 393.878. IV) Foram reconhecidas diversas contingências tributárias, todas com chance de perda possível, baseada na avaliação do valor da causa e na probabilidade de perda estimada por assessores jurídicos externos. Os saldos provisionados referem-se a ações judiciais envolvendo ICMS, PIS, COFINS, IR e CSL, totalizando R$ 210.695. V) O valor justo dos empréstimos e financiamentos foi determinado utilizando o método do “income approach”. Entretanto, não foram reconhecidos efeitos de seu valor justo uma vez que estes empréstimos, que possuíam cláusulas de liquidação antecipada, foram liquidados ao longo de 2010, sendo o seu efeito anulado no resultado daquele exercício.
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A Braskem evidenciou, em nota explicativa, quais foram as obrigações constituídas na compra da Quattor.
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa n° 5.1 Ao adquirir os 60% do capital votante da Quattor, a Companhia, nos termos do Acordo de Investimentos de 22 de janeiro de 2010, se obrigou a adquirir as seguintes participações societárias: I) 40% do capital votante da Quattor detidos pela Petrobras por meio de troca por 18.000.087 ações de emissão da Companhia; II) 33,33% do capital votante da Polibutenos S.A. detidos pela Unipar por meio do pagamento em caixa de R$ 22.326; III) 0,68% em participações de não controladores na Quattor Química (estes acionistas possuíam direito de venda de suas ações por preço em até 80% do preço pago ao acionista controlador); IV) 25% do capital votante da Riopol detidos pelo BNDESPAR.¹ ¹ Como parte da aquisição da Quattor, a Companhia assumiu a obrigação sobre a opção de venda celebrada entre Unipar e BNDESPAR (Nota 1 (b.1(VIII))). Através dessa opção de venda e outra similar celebrada pela Petrobras, Unipar e Petrobras, antigas detentoras de 75% da Riopol, acordaram em recomprar a participação não controladora de 25% (15% pela Unipar e 10% pela Petrobras) pertencente ao BNDESPAR ao final de 5 anos contados a partir de 15 de janeiro de 2008 ou em período anterior, durante o período do evento em que o BNDESPAR decidisse exercer a opção antes. Nos termos da opção de venda, o preço de compra dessas ações seria igual ao total originalmente investido pelo BNDESPAR, corrigido por uma taxa de juros contratualmente acordada. Na data da aquisição, o valor justo da opção celebrada pela Unipar foi de R$ 205.121, baseado no valor originalmente investido, corrigido pela taxa de juros contratual. Em 9 de agosto de 2010, o BNDESPAR exerceu sua opção de venda e a Braskem adquiriu 190.784.674 ações ordinárias e 30 ações preferenciais da Riopol, no montante de R$ 209.951. A variação do valor justo dessa opção de venda totalizou R$ 4.830 e foi registrada como despesa.
A BRF-Brasil Foods calculou o goodwill da aquisição com base no valor contábil líquido dos ativos e passivos da adquirente. A empresa alertou que os valores justos estão em processo de apuração.
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa n° 6.1 O grupo Dánica foi adquirido pelo montante de R$ 83.448 e o ágio preliminar apurado na combinação de negócios foi de R$ 53.423, determinado da seguinte forma: Preço de aquisição
83.448
Acervo líquido contábil adquirido em 30.09.11
30.025
% de participação adquirida
100%
Investimento equivalente
30.025
Ágio preliminar apurado
53.423
Os motivos divulgados pela BRF-Brasil Foods para reconhecimento do ágio na aquisição são apresentados na nota explicativa a seguir.
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa n° 6.1 As razões primárias que fundamentam os ágios destas aquisições são a expectativa de rentabilidade futura devido a possibilidade de expansão dos negócios no mercado argentino na Avex e a relevância das marcas adquiridas e a cadeia de distribuição para o grupo Dánica. Os laudos de avaliação estão em fase de elaboração e a expectativa da Administração é que estejam concluídos dentro do prazo de um ano conforme requerido pela Deliberação CVM n° 665/11, ocasião na qual será definida a alocação final do ágio e seus respectivos reflexos contábeis.
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A seguir, o exemplo de uma aquisição reversa em que a empresa CPFL Energia passou a controlar a CPFL Renováveis.
Demonstração Financeira da CPFL Energia, Nota Explicativa n° 13.4 A criação da CPFL Renováveis deu-se por meio da incorporação da então controlada indireta SMITA pela ERSA, através da reestruturação societária descrita na nota 1.1, seguindo os termos e condições estabelecidos no Protocolo de Incorporação celebrado por ambas as companhias cujo Fato Relevante foi divulgado em 23 de agosto de 2011. Em conseqüência desta incorporação, o patrimônio líquido da CPFL Renováveis teve um aumento de R$ 980.827, sendo R$ 596.631 pelo acervo líquido da SMITA apurado a valor contábil na data base de 31 de julho de 2011, e R$ 384.196 através de aporte de capital efetuado pelas controladas CPFL Geração e CPFL Brasil. A relação de substituição entre as ações da ERSA e as ações da SMITA, para fins da incorporação, tomou por base o valor econômico da ERSA e da SMITA e foi livremente negociada, acordada e pactuada entre partes independentes e reflete, de forma adequada, a melhor avaliação de ambas as entidades. A ERSA emitiu 913.475.299 novas ações ordinárias em nome da CPFL Geração e CPFL Brasil, as quais conferem iguais direitos àqueles conferidos pelas demais ações ordinárias da ERSA anteriormente existentes. A CPFL Energia passou a deter, indiretamente, 54,50% da CPFL Renováveis, assumindo seu controle em 1º de agosto de 2011, passando a consolidar integralmente esta controlada a partir desta data. Esta associação resultou em uma combinação de negócios, de acordo com o CPC 15, uma vez que a Companhia passou a deter o controle da CPFL Renováveis. O valor da contraprestação transferida nesta operação foi de R$ 773.413. Na essência contábil, em função de ter sido a Companhia quem adquiriu o controle, apesar de ser a ERSA (adquirida contábil) a empresa incorporadora, esta operação refletiu em uma aquisição reversa e, portanto, os ativos líquidos da ERSA foram avaliados a valor de mercado. O respectivo laudo de avaliação, realizado por especialistas, gerou o registro na CPFL Renováveis de uma mais valia atribuída ao intangível de concessão no montante de R$ 533.757 (nota 14), líquida do imposto de renda e contribuição social diferidos de R$ 378.606 (nota 9) em contrapartida à conta de reserva de capital no patrimônio líquido (nota 25). Na Companhia, em função de sua participação societária, foi registrado em Investimentos o montante de R$ 290.898, em contrapartida à conta de reserva de capital no patrimônio líquido. Nas controladas CPFL Geração e CPFL Brasil o efeito registrado em seus respectivos investimentos foram de R$ 232.975 e R$ 57.922, respectivamente. Também em função da combinação de negócios, considerando que a relação de troca das participações das controladas CPFL Geração e CPFL Brasil na CPFL Renováveis (já contemplando a aquisição da controlada indireta Jantus, nota 13.4.1) houve uma redução de R$ 60.957 lançada na reserva de capital registrada pela Companhia (aumento de R$ 179.384 na controlada CPFL Geração e redução de R$ 240.341 na controlada CPFL Brasil). Desta forma, o valor líquido registrado na reserva de capital oriunda da combinação de negócios, em 31 de dezembro de 2011, foi de R$ 229.940 (nota 25). Com relação ao reconhecimento contábil da aquisição da CPFL Renováveis nas controladas CPFL Geração e CPFL Brasil, em função destas não deterem o controle operacional da CPFL Renováveis sendo, portanto, consideradas coligadas, o tratamento dado para fins individuais nas suas respectivas demonstrações financeiras foi: (I) Na CPFL Geração foi registrado um ganho no resultado de R$ 412.359 e (II) na CPFL Brasil foi registrado um ganho no resultado de R$ 7.881 e um ágio de R$ 190.300. Uma vez que nas demonstrações consolidadas esta operação refere-se a uma transação entre sócios, estes efeitos foram ajustados, para fins de consolidação na CPFL Energia, sendo registrados no patrimônio líquido.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Quando a empresa consegue alocar diretamente o valor pago a determinado ativo, assim deve fazê-lo. Na aquisição da Jantus e da Santa Luzia, a empresa CPFL Energia identificou que a diferença que ela estava pagando em relação ao valor justo era decorrente de um direito de exploração e, dessa forma, não apurou goodwill. A CPFL Energia reconheceu o efeito da operação líquido de tributos.
Demonstração Financeira da CPFL Energia, Nota Explicativa n° 13.4.2 c) Saída de caixa líquida na aquisição da controladas: Jantus
Santa Luzia
Contrapartida transferida (paga)
839.652
152.442
Menos: Valor justo de ativos líquidos identificáveis adquiridos
(161.404)
(94.252)
Valor alocado como direito de exploração
678.248
58.190
Mais: Efeitos tributários
349.400
29.977
Valor alocado como direito de exploração após efeitos tributários
1.027.648
88.167
Sobre o intangível adquirido no total de R$ 1.115.815 foram registrados os efeitos tributários diferidos na linha de diferenças temporariamente indedutíveis (nota 9), no montante de R$ 379.377.
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A empresa Dasa fez uma extensa descrição das razões que motivaram a aquisição da MD1 Diagnósticos, conforme apresentado a seguir.
Demonstração Financeira da Dasa, Nota Explicativa n° 2 A Incorporação de Ações permitirá à DASA continuar participando do desenvolvimento da medicina diagnóstica no país e tem como benefícios esperados de natureza empresarial, patrimonial, legal e financeira desta operação, os seguintes: •
Maior capacidade de processamento de análises clínicas, com ganhos de escala que serão capturados pela combinação dos negócios da DASA e da MD1;
•
Maior ocupação dos equipamentos de procedimentos diagnósticos de imagem, considerando a expertise combinada dos dois grupos;
•
Agregação de marcas sólidas, forte produção acadêmica das equipes técnicas na área de patologia e radiologia e ganhos na percepção da comunidade médica dos mercados de atuação;
•
Forte convergência de culturas e estratégias dos grupos, o que tende a ampliar a capacidade de execução das integrações necessárias para o bom desenvolvimento dos negócios;
•
Redução de custos em áreas administrativas, operacionais e comerciais, com o aproveitamento de sinergias e eventual readequação da ocupação física das respectivas áreas;
•
Otimização da rede de atendimento nas unidades localizadas em regiões atualmente não atendidas pela DASA ou com capacidade limitada de atendimento, especialmente na região metropolitana do Rio de Janeiro;
•
Compartilhamento de práticas empresariais, visando à redução de riscos operacionais, de mercado, de crédito e de liquidez; e
•
Ressegmentação do portfolio de marcas e modelos de atendimento, com o objetivo de prover um melhor serviço aos clientes, aprimoramento dos canais de serviços e construção de novo plano de expansão orgânica, após a integração operacional e administrativa da MD1.
A empresa Ecodiesel fez uma detalhada demonstração do que compõe o valor pago pela aquisição da Vanguarda Participações.
Demonstração Financeira da Ecodiesel, Nota Explicativa n° 14 O valor de aquisição da Vanguarda Participações S.A. foi composto da seguinte forma da data da operação: Controladora Investimentos
432.016
Ágio sobre rentabilidade futura
159.462
Mais valia de terras
160.698
Provisão para riscos cíveis
(6.670)
Intangíveis relacionados a contratos
45.505
Total dos investimentos na Vanguarda Participações S.A.
791.011
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A seguir, apresentamos o detalhamento do reconhecimento do ágio evidenciado em nota explicativa pela Ecodiesel.
Demonstração Financeira da Ecodiesel, Nota Explicativa n° 14 Com a aquisição, a Companhia registrou um montante de ágio devido aos seguintes fatores: 1. Possibilidade de diversificar o portfolio de produtos, atingindo novos mercados e clientes e diminuindo a dependência de um único produto; 2. Possibilidade de desenvolver maior domínio sobre suas vendas, sendo essa uma vantagem competitiva e não limitada por leis e decretos (leilão de biodiesel); 3. Oportunidade de desenvolver projetos que possibilitem melhor utilização dos recursos disponíveis, possibilitando rápido crescimento do faturamento e resultados; 4. Oportunidade de aproveitar a vantagem da Companhia de ser de capital aberto, com capacidade de alavancar recursos que possam ser alocados em novos projetos; 5. Possibilidade de desenvolver atividades em mercados com expectativa de crescimento de curto, médio e longo prazos, que representem uma diversificação natural das atividades da Companhia, criando possibilidades de verticalização. Caso essa combinação de negócios tivesse sido efetivada em 1º de janeiro de 2011, com base em informações anualizadas e “pro forma”, as receitas consolidadas das operações continuadas seriam de R$ 1.260.588 e o resultado do exercício das operações continuadas seria um prejuízo de R$ 362.710.
Movimentação no exercício findo em 31 de dezembro de 2011 Vida útil
Saldo 06/09/2011
Movimentação
Saldo 31/12/2011
Ágio sobre rentabilidade futura
Indefinida
159.462
-
159.462
Mais valia das terras
Indefinida
160.698
-
160.698
Provisão para riscos cíveis
Indefinida
(6.670)
6.670
-
4 anos
45.505
(3.064)
42.441
358.995
3.606
362.601
Intangíveis relacionados a contratos Total
Algumas empresas, como a Ultrapar, por exemplo, divulgaram o impacto da combinação de negócios no começo do ano de forma agregada, ou seja, projetaram todo o resultado da companhia como se a subsidiária tivesse sido adquirida no começo do exercício.
Demonstração Financeira da Ultrapar, Nota Explicativa n° 3 O quadro a seguir apresenta a informação consolidada não auditada da Sociedade para o exercício findo em 2011, como se a aquisição tivesse sido concluída no início do exercício. A informação pro forma é apresentada apenas para fins comparativos e não pretende ser indicativa do que teria ocorrido se a aquisição tivesse efetivamente ocorrido nessa data, não sendo necessariamente indicativa dos resultados operacionais futuros: 2011 (não auditado) Receita líquida de vendas e serviços Lucro operacional Lucro líquido do exercício
1.451.106 854.182
Lucro líquido por ação básico - Reais (vide nota explicativa nº 29)
1,59
Lucro líquido por ação diluído - Reais (vide nota explicativa nº 29)
1,58
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
66
48.708.540
A TIM, em notas explicativas, identificou o valor relativo à participação dos minoritários.
Demonstração Financeira da TIM, Nota Explicativa n° 48 Valores provisórios Eletropaulo Telecomunicações Ltda.
AES Communications Rio de Janeiro S.A.
1.074.179
447.471
Em 31 de outubro de 2011 Caixa Valor justo da participação de não controladores Total da contraprestação
7.938 1.074.179
455.409
15.477
3.496
Valores reconhecidos de ativos identificáveis adquiridos e passivos assumidos Caixa e equivalentes de caixa Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado
1.170
Contas a Receber
19.868
18.156
Impostos a recuperar
22.064
18.227
Depósitos judiciais
501
63
Outros ativos
374
334
164.198
120.639
9.196
2.941
(67.619)
(22.024)
Fornecedores
(6.779)
(6.063)
Obrigações trabalhistas
(5.514)
(3.391)
(21.671)
(18.336)
(5.973)
(1.933)
(11)
(472)
Total de ativos líquidos identificáveis
125.281
111.637
Ágio
948.898
343.772
Imobilizado Intangível Empréstimos e financiamentos
Impostos a recolher Outros passivos Provisão para contingências
Em 27 de novembro de 2011, como estabelecido no contrato de aquisição, a controlada TIM Celular efetuou uma extensão da oferta de compra aos acionistas minoritários ao mesmo preço por ação pago aos antigos acionistas controladores. Sendo assim, para fins de cálculo dos saldos envolvidos na combinação de negócios, a Companhia considera a aquisição de 100% da AES Communications Rio de Janeiro S.A. e um passivo financeiro adicional de R$7.938 registrado para honrar sua oferta aos acionistas minoritários.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
67
O apêndice do CPC 15 (IFRS 3) exige: (I) quais os montantes da receita e do lucro reconhecidos no período que cabe à nova companhia adquirida; (II) quais seriam os montantes da receita e do lucro reconhecidos no período que cabe à nova companhia adquirida caso a data da aquisição fosse no começo do exercício. Algumas empresas mostraram o consolidado, como por exemplo a Telefônica Brasil; outras mostraram o individual, como por exemplo o Banco do Brasil.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa n° 6 O Banco Nossa Caixa contribuiu com R$ 6.107.730 mil para as receitas totais e R$ 58.337 mil para o lucro líquido do Banco. Se a combinação de negócios tivesse ocorrido no início do ano da aquisição do controle, a contribuição nas receitas totais e no lucro líquido do Banco seria de R$ 6.879.290 mil e (R$ 133.365) mil, respectivamente.
Em nota explicativa, a Telesp apresentou a aquisição da Vivo Participações pela Telefônica Brasil e mostrou qual foi o impacto, no resultado, a partir da aquisição de forma consolidada.
Demonstração Financeira da Telesp, Nota Explicativa n° 4 Para o exercício findo em 31 de dezembro de 2011 (não auditado) Telefônica Brasil Consolidado para o exercício findo em 31 de dezembro de 2011
Vivo Consolidado para o período de três meses findo em 31de março de 2011
Eliminação(b)
Telefônica Brasil Combinado
29.128.740
4.812.330
(802.456)
33.138.614
(14.380.171)
(2.217.733)
773.395
(15.824.509)
Lucro bruto
14.748.569
2.594.597
(29.061)
17.314.105
Receitas (despesas) operacionais
(8.951.203)
(1.489.121)
29.061
(10.411.263)
Comercialização dos serviços (a)
(7.010.125)
(1.180.178)
36.545
(8.153.758)
Despesas gerais e administrativas (a)
(2.383.236)
(310.416)
-
(2.693.652)
442.158
1.473
(7.484)
436.147
5.797.366
1.105.476
-
6.902.842
Receita operacional liquida Custos dos serviços prestados e mercadorias vendidas (a)
Outras receitas (despesas) operacionais líquidas Lucro operacional antes das receitas e despesas financeiras
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Demonstração Financeira da Telesp, Nota Explicativa n° 4 - Continuação Para o exercício findo em 31 de dezembro de 2011 (não auditado)
Resultado financeiro liquido Lucro antes dos impostos Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro Lucro líquido do período (c) Lucro líquido atribuído aos acionistas da Sociedade controladora Lucro líquido atribuído aos acionistas não Controladores
Telefônica Brasil Consolidado para o exercício findo em 31 de dezembro de 2011
Vivo Consolidado para o período de três meses findo em 31 de março de 2011
Eliminação(b)
Telefônica Brasil Combinado
(139.692)
(39.794)
-
(179.486)
5.657.674
1.065.682
-
6.723.356
(1.295.475)
(355.476)
-
(1.650.951)
4.362.199
710.206
-
5.072.405
4.355.318
-
-
5.065.524
6.881
-
-
6.881
a) Inclui despesa de depreciação e amortização no montante total de R$ 5.131.853. b) Inclui principalmente receitas e custos com interconexão. c) O lucro líquido combinado seria de R$ 4.940.938 em 2011, caso tivessem sido incluídos os efeitos de amortização de intangíveis nos primeiros 3 meses de 2011 (R$199.193), líquidos de impostos sobre a renda diferidos de R$ 67.726.
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// CPC 18
Investimento em Coligada e em Controlada (IAS 28)
O objetivo do CPC 18 – Investimento em Coligada e em Controlada (IAS 28) é especificar como devem ser contabilizados os investimentos em coligadas nas demonstrações financeiras individuais e consolidadas do investidor, e em controladas nas demonstrações financeiras da controladora. Coligada é a entidade sobre a qual a investidora mantém influência significativa, ou seja, existe o poder de participar nas decisões financeiras e operacionais da investida, sem chegar a controlá-la. Controlada é a entidade na qual a controladora, diretamente ou por meio de outra controlada, tem poder para assegurar, de forma permanente, preponderância em suas deliberações sociais e eleger a maioria de seus administradores. O investimento em coligada e em controlada (neste caso, nas demonstrações individuais) deve ser contabilizado pelo método de equivalência patrimonial, por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e, posteriormente, ajustado pelo reconhecimento da participação atribuída ao investidor nas alterações dos ativos líquidos da investida. Nesta seção, analisamos o impacto das exigências presentes no CPC 18 – Investimento em Coligada e em Controlada (IAS 28) nas demonstrações publicadas em 2011 pelas empresas investidoras que compõem nossa amostra de trabalho. Os aspectos considerados nas nossas análises foram: • Investimentos em coligadas e em controladas divulgados pelas investidoras • Exemplos práticos da aplicação do CPC 18 – Investimento em Coligada e em Controlada (IAS 28)
Investimentos em coligadas e em controladas divulgados pelas investidoras Entre as 60 empresas da amostra analisada, 56 apresentam investimentos em controladas, 27 em coligadas e 38 empresas possuem controle compartilhado (joint venture). Os investimentos em coligadas e em controladas aumentaram, em média, 11% e 16% em 2011 nos balanços individuais e consolidados, respectivamente, das empresas investidoras. Esses investimentos representam, em média, respectivamente 19% e 0,9% dos ativos totais dos balanços individuais e consolidados das investidoras. A variação do resultado médio da equivalência patrimonial obtido pelas empresas da amostra foi de 18% do exercício de 2010 para 2011. O resultado médio de equivalência patrimonial representa, em média, 11% do valor dos investimentos em coligadas e controladas divulgados nos balanços individuais das empresas investidoras em 2011.
No que se refere às exigências de divulgação do CPC 18 – Investimento em Coligada e em Controlada (IAS 28): • Cinco empresas divulgaram o valor justo dos investimentos em coligadas e em controladas para os quais existam cotações de preço divulgadas; • 38 empresas divulgaram informações financeiras resumidas das coligadas e controladas, incluindo os valores totais de ativos, passivos, receitas e do lucro ou prejuízo do período; • Três empresas divulgaram as razões pelas quais foi desprezada a premissa de não existência de influência significativa de participação menor que 20%, mas concluem que possuem influência significativa; • Uma empresa divulgou as razões pelas quais foi desprezada a premissa de existência de influência significativa de participação maior ou igual a 20%, mas conclui que não possui influência significativa; • Duas empresas divulgaram as datas de encerramento do exercício das demonstrações financeiras das coligadas e controladas, utilizadas para o método da equivalência patrimonial (no caso de divergência da data do investidor); • Uma empresa divulgou a parte não reconhecida nos prejuízos da coligada, tanto para o período quanto acumulado (caso em que o investidor tenha suspendido o reconhecimento de sua parte nos prejuízos da coligada ou controlada); • Uma empresa divulgou informações financeiras resumidas das coligadas e controladas cujos investimentos não foram contabilizados pelo método de equivalência patrimonial, individualmente ou em grupo, incluindo os valores do ativo total, do passivo total, das receitas e do lucro ou prejuízo do período; • Uma empresa divulgou a situação em que o lucro líquido e/ou o patrimônio líquido do balanço individual da controladora não eram os respectivos valores de seu balanço consolidado (como caso do Ativo Diferido permitido pelo CPC 13); • 32 empresas divulgaram separadamente a parte do investidor nos resultados do período de coligadas e controladas e o valor contábil desses investimentos. A parte do investidor nas eventuais operações descontinuadas de tais coligadas e controladas também deve ser divulgada separadamente; • Cinco empresas divulgaram a parte do investidor nas alterações dos outros resultados abrangentes contabilizados pela coligada e pela controlada, reconhecida como outros resultados abrangentes diretamente no patrimônio líquido.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Exemplos práticos da aplicação do CPC 18 – Investimento em Coligada e em Controlada (IAS 28) De acordo com as exigências do CPC 18 – Investimento em Coligada e em Controlada (IAS 28), as seguintes divulgações devem ser feitas: a) O valor justo dos investimentos em coligadas e controladas para os quais existam cotações de preço divulgadas. A Telemar e a Eletrobras são exemplos de empresas que divulgaram suas participações a valor de mercado;
Demonstração Financeira da Telemar, Nota Explicativa n° 15 Em 31 de dezembro de 2011, o valor de mercado da participação detida pela TMAR na TNCP é de R$ 9.772.349 (2010 – R$ 6.517.959) e foi calculado com base na cotação de fechamento do último dia do exercício de 2011.
Demonstração Financeira da Eletrobras, Nota Explicativa n° 14.5 14.5 Informação do valor de mercado e de receita das investidas Empresas de Capital Aberto Valor de Mercado Empresas
Método de Avaliação
2011
2010
2011
2010
CEEE D
Equivalência Patrimonial
315.468
354.761
2.028.501
1.821.539
CEEE-GT
Equivalência Patrimonial
329.138
402.572
762.484
738.519
CELPA
Equivalência Patrimonial
177.667
196.757
2.433.800
2.110.961
CEMAR
Equivalência Patrimonial
140.094
495.916
1.912.105
1.756.353
CEMAT
Equivalência Patrimonial
290.582
267.014
2.009.768
1.956.588
CTEEP
Equivalência Patrimonial
3.093.881
3.001.277
2.900.805
2.256.286
EMAE
Equivalência Patrimonial
99.040
112.159
164.093
142.781
CELESC
Valor de mercado
150.431
165.711
4.191.414
4.036.765
CESP
Valor de mercado
203.581
161.439
2.957.525
2.905.327
COELCE
Valor de mercado
182.639
153.430
2.627.212
2.849.706
AES Tiete
Valor de mercado
812.853
725.821
1.878.997
1.747.032
CGEEP – DUKE
Valor de mercado
22.607
17.658
958.003
862.303
ENERGISA S.A.
Valor de mercado
77.215
68.966
2.426.600
2.154.300
CELGPAR
Valor de mercado
322
322
Não Divulgado
2.210.362
CELPE
Valor de mercado
54.853
51.322
2.914.113
2.860.067
COPEL
Valor de mercado
50.546
58.169
7.776.165
6.901.113
CEB
Valor de mercado
6.485
3.528
1.377.619
1.284.394
AES Eletropaulo
Valor de mercado
76.491
67.291
9.835.578
9.697.157
CPFL Energia
Valor de mercado
44.327
70.188
12.764.028
12.023.079
Energias do Brasil
Valor de mercado
20.552
19.170
5.401.662
5.034.316
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
72
Receita Operacional Líquida
Demonstração Financeira da Eletrobras, Nota Explicativa n° 14.5 - Continuação Empresas de Capital Fechado Valor de Mercado Empresas Guascor
Receita Operacional Líquida
Método de Avaliação
2011
2010
2011
2010
Valor de mercado
3.300
3.300
Não Disponível
Não Disponível
EATE
Valor de mercado
-
5.344
378.373
422.894
TANGARÁ
Valor de mercado
21.738
21.738
Não Divulgado
Não Divulgado
CDSA
Valor de mercado
11.802
11.800
Não Divulgado
Não Divulgado
CEA
Valor de mercado
20
20
Não Divulgado
Não Divulgado
CERR
Valor de mercado
102
102
Não Divulgado
Não Divulgado
Ceb Lajeado
Equivalência Patrimonial
58.364
58.364
97.114
90.860
Lajeado Energia
Equivalência Patrimonial
303.276
303.276
485.622
442.740
Paulista Lajeado
Equivalência Patrimonial
22.532
22.532
42.207
38.013
Brasventos Eolo
Equivalência Patrimonial
2.232
-
-
Não Divulgado
Rei Dos Ventos 3
Equivalência Patrimonial
2.196
-
-
Não Divulgado
Brasventos Miassaba 3
Equivalência Patrimonial
3.335
-
-
Não Divulgado
Baguari
Equivalência Patrimonial
82.172
-
12.308
Não Divulgado
Águas da Pedra
Equivalência Patrimonial
125.089
-
171.012
Não Divulgado
Chapecoense
Equivalência Patrimonial
57
453.825
87.892
Amapari
Equivalência Patrimonial
27.997
37.924
Não Divulgado
-
b) Informações financeiras resumidas das coligadas e controladas, incluindo os valores totais de ativos, passivos, receitas e do lucro ou prejuízo do período. A TAM, por exemplo, divulgou todas as informações requeridas de suas principais controladas;
Demonstração Financeira da TAM, Nota Explicativa n° 17 As principais rubricas contábeis das principais controladas, incluídas nas demonstrações financeiras consolidadas da TAM S.A. são: a) Em 31 de dezembro de 2011: TLA
Multiplus
TAM Airlines
Ativo
14.344.822
1.308.434
74.482
Passivo
12.879.337
1.049.297
41.835
Patrimônio líquido Receita Lucro líquido (prejuízo) do exercício
1.465.485
259.137
32.647
12.718.866
1.246.812
189.339
(422.732)
274.246
(2.101)
b) Em 31 de dezembro de 2010: TLA
Multiplus
TAM Airlines
Ativo
13.439.450
1.403.549
73.635
172.762
Passivo
11.560.339
644.947
34.895
164.525
1.879.111
758.602
38.740
8.237
11.266.455
469.843
163.586
99.936
590.001
87.069
4.150
(4.653)
Patrimônio líquido Receita Lucro líquido (prejuízo) do exercício
Pantanal
A BRF-Brasil Foods divulgou todas as informações requeridas de suas coligadas e controladas. Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
73
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa n° 16.2 16.2 Informações financeiras resumidas de coligadas e controladas Sadia S.A.
VIP S.A. Empr. e Particip. Imob.
Avipal Construtora S.A.
Avipal Centro Oeste S.A.
Avipal Nordeste S.A.
PSA Labor. Veter. Ltda.
31.12.11
31.12.11
31.12.11
31.12.11
31.12.11
31.12.11
Ativo circulante
4.977.392
46.982
131
265
-
99
Ativo não circulante
5.903.429
87.620
-
-
-
11.334
Passivo circulante
(3.818.241)
(391)
(5)
-
-
-
Passivo não circulante
(2.088.931)
(1.029)
(72)
-
-
-
Patrimônio líquido
(4.973.649)
(133.182)
(54)
(265)
-
(11.433)
Receita líquida
13.407.814
-
-
-
-
-
716.080
85.172
3
2
-
584
Sadia S.A.
VIP S.A. Empr. e Particip. Imob.
Avipal Construtora S.A.
Avipal Centro Oeste S.A.
Avipal Nordeste S.A.
PSA Labor. Veter. Ltda.
31.12.10
31.12.10
31.12.10
31.12.10
31.12.10
31.12.10
3.901.083
23.538
129
263
-
94
Lucro (prejuízo) líquido
Ativo circulante Ativo não circulante
5.942.112
29.502
-
-
-
10.755
Passivo circulante
(3.246.599)
(4.043)
(6)
-
-
-
Passivo não circulante
(2.510.988)
(987)
(72)
-
-
(100)
Patrimônio líquido
(4.085.608)
(48.010)
(51)
(263)
-
(10.749)
Receita líquida
11.444.336
-
-
-
171.111
-
772.150
7.334
2
2
18.695
1.215
Lucro líquido
c) As razões pelas quais foi desprezada a premissa de não existência de influência significativa se o investidor tem, direta ou indiretamente por meio de suas controladas, menos de 20% do poder de voto da investida (incluindo o poder de voto potencial), mas conclui que possui influência significativa. No caso do Banco do Brasil, a instituição divulgou motivo de influência significativa presumida com participação menor que 20%;
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa n° 24 a 24. Investimentos em Coligadas e Joint Ventures a) Coligadas % de participação Empresa
31.12.2011 Total
ON
Companhia Brasileira de Securitização – Cibrasec (1) (2)
12,12
12,12
Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação – SBCE (1) (3)
12,09
12,09
Companhia Brasileira de Soluções e Serviços – CBSS
49,99
49,99
-
-
Pronor Petroquímica S.A. (4) Empresa Brasileira de Projetos – EBP
(3) (5)
11,11
11,11
Itapebi Geração de Energia S.A. (1) (3)
19,00
19,00
Tecnologia Bancária S.A. – Tecban (1) (3)
13,53
13,53
-
-
Outras coligadas
(6)
Total
(1) (3)
Perdigão Trading S.A.
PDF Participações Ltda.
HFF Participações S.A.
Heloísa Ind. Com. Produtos Lácteos Ltda.
Estabelec. Levino Zaccardi
Crossban Holdings GmbH
Perdigão Export Ltd.
31.12.11
31.12.11
31.12.11
31.12.11
31.12.11
31.12.11
31.12.11
100
1
-
37.430
6.633
90.700
-
2.301
-
-
52.708
2.916
1.237.606
-
(412)
-
-
(8.011)
(6.859)
(2.721)
-
-
-
-
(2.321)
(173)
(4.387)
-
(1.989)
(1)
-
(79.806)
(2.517)
(1.321.288)
-
-
-
-
3.138
10.279
583
-
115
-
-
(1.029)
1.331
324.602
-
Perdigão Trading S.A.
PDF Participações Ltda.
HFF Participações S.A.
Heloísa Ind. Com. Produtos Lácteos Ltda.
Estabelec. Levino Zaccardi
Crossban Holdings GmbH
Perdigão Export Ltd.
31.12.10
31.12.10
31.12.10
31.12.10
31.12.10
31.12.10
31.12.10
109
1
-
-
5.859
172.562
-
2.175
-
-
-
2.558
766.816
-
(411)
-
-
-
(7.542)
(337)
-
-
-
-
-
(305)
(4.453)
-
(1.873)
(1)
-
-
(570)
(934.588)
-
-
-
-
-
4.489
-
-
703
-
31.251
-
165
143.641
-
Patrimônio líquido da investida
Valor contábil do investimento
Resultado com equivalência patrimonial
31.12.2011
31.12.2010
31.12.2011
31.12.2010
Exercício 2011
Exercício 2010
Exercício 2009
75.445
73.130
9.144
8.864
1.283
413
582
23.576
24.401
2.850
2.950
85
741
62
329.889
207.472
294.464
147.273
91.718
42.511
30.547
-
157.542
-
18.941
157
(2.887)
7.139
3.649
13.977
405
1.553
(2.875)
(1.760)
(462)
396.095
336.836
75.258
63.999
27.337
28.623
13.569
150.931
169.316
20.421
22.908
(2.487)
1.507
356
1.666.614
208.881
111.664
918.287
34.973
58.472
38.718
2.646.199
1.191.555
514.206
1.184.775
150.191
127.620
90.511
(1) Embora os direitos de voto real e potencial detidos nessas coligadas sejam inferiores a 20%, foi evidenciada a existência de influência significativa por meio da participação na gestão da coligada ou na indicação da diretoria ou órgão diretor equivalente com participação nos processos de elaboração de políticas financeiras e operacionais. (2)
Informações utilizadas para aplicação do método da equivalência patrimonial relativas a novembro/2011.
(3)
Informações utilizadas para aplicação do método da equivalência patrimonial relativas a dezembro/2011.
(4)
Investimento alienado em maio/2011.
(5)
Inclui, no valor contábil de 31.12.2011, o montante de R$ 75.641 mil referente ao ágio apurado na aquisição de 4,99% das ações da empresa.
No exercício de 2011, houve a cisão parcial da coligada Mapfre Nossa Caixa Vida e Previdência S.A., que resultou na transferência da carteira de vida para a empresa Vida e Previdência S.A. Dessa forma, foi realizada a baixa do valor justo atribuído à essa carteira quando da aquisição do Banco Nossa Caixa (Nota 6.a), provocando redução no valor contábil do investimento na referida coligada no valor de R$ 758.821 mil. (6)
d) As razões pelas quais foi desprezada a premissa da existência de influência significativa se o investidor tem, direta ou indiretamente por meio de suas controladas, 20% ou mais do poder de voto da investida (incluindo o poder de voto potencial), mas conclui que não possui influência significativa. A Embraer informou que, apesar do percentual de participação em outra entidade ser superior a 20%, não considera que tenha influência significativa e considera o investimento avaliado a valor justo contra patrimônio líquido;
Demonstração Financeira da Embraer, Nota Explicativa n° 2.1 e e) Participação em sociedades Os investimentos em participação em sociedades não são consolidados nas demonstrações financeiras e em 31 de dezembro de 2011 eram representados pela AEL Sistemas S.A. – (AEL), domiciliada em Porto Alegre, Brasil, com participação da Embraer Defesa e Segurança e Participações S.A. de 25%. Tem como atividade pesquisa, desenvolvimento, fabricação e comercialização de componentes eletrônicos, equipamentos de eletrônica aplicados na aviação e programas de software. Apesar da participação de 25%, a Embraer Defesa e Segurança e Participações S.A. não possui influência significativa nesta empresa, conseqüentemente, o investimento detido é classificado como um instrumento financeiro ativo, no ativo não circulante, e está mensurado ao valor justo, tendo suas variações reconhecidas no patrimônio líquido como Resultado abrangente.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
76
e) A data de encerramento do exercício social refletido nas demonstrações financeiras da coligada e da controlada utilizadas para aplicação do método de equivalência patrimonial, sempre que essa data ou período divergir das do investidor, e as razões para o uso de data ou período diferente. A Usiminas, neste caso, apresentou em nota explicativa que, para fins de equivalência patrimonial, as coligadas (diretas e indiretas) possuem datas de fechamento diferenciadas, como pode ser observado a seguir;
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa n° 3.2 b Os exercícios sociais das coligadas e controladas em conjunto são coincidentes com os da USIMINAS. As políticas contábeis foram aplicadas de forma padronizada nas empresas consolidadas e são consistentes com aquelas utilizadas no exercício anterior. Contudo, exceto para as coligadas (diretas e indiretas) descritas a seguir, a Companhia utilizou, para fins de equivalência patrimonial, em consonância com o CPC18, e o IAS 28, demonstrações financeiras elaboradas em datas diferentes de 31 de dezembro de 2011. Coligadas
Data das demonstrações financeiras utilizadas para fins de equivalência patrimonial
Codeme
30 de novembro de 2011
Fasal Trading
30 de novembro de 2011
Metform
30 de novembro de 2011
Terminal Sarzedo
30 de novembro de 2011
A Cielo apresentou que as controladas em conjunto possuem datas de fechamento diferenciadas.
Demonstração Financeira da Cielo, Nota Explicativa n° 8 Controladas em conjunto de forma indireta
Prevsaúde (b) Precisa (b) Multidisplay
(b) (d)
M4 Produtos
(b) (d)
Paggo Soluções (c) Braspag (c)
Patrimônio líquido
Lucro (prejuízo) do exercício
Participação - %
2011
2010
2011
2010
2011
2010
664
(93)
375
(946)
40,95
40,95
10.040
8.855
1.185
(30)
40,95
40,95
11.876
7.674
13.202
611
50,10
50,10
9.738
6.859
11.339
480
50,10
50,10
98.048
-
(18.599)
-
50,00
-
1.497
-
(127)
-
100,00
-
a) O valor de R$5.880 não está refletido no investimento, pois é referente ao ganho não realizado por aporte de capital com ágio inicialmente refletido na CBGS Ltda. e, devido à incorporação, foi transferido para a controlada indireta CBGS. Em novembro de 2009 a CBGS foi incorporada por sua então controlada Orizon. b) Foram utilizadas as demonstrações financeiras de 30 de novembro de 2011 para efeito de cálculo dos investimentos em 31 de dezembro de 2011. Dessa forma, os resultados da equivalência patrimonial referem-se ao período de 12 meses findo em 30 de novembro de 2011. c) Para a determinação do resultado de equivalência patrimonial na Paggo Soluções e Braspag foram utilizados, respectivamente, os resultados dos períodos de nove e seis meses findos em 30 de novembro de 2011, que correspondem ao período após a aquisição da participação. d) Em 2010, reflete apenas o resultado a partir de agosto de 2010, correspondente ao período após a aquisição.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
77
f) A natureza e a extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo, em consequência de contratos de empréstimos ou exigências legais ou regulamentares) sobre a capacidade de a coligada ou controlada transferir fundos para o investidor na forma de dividendos ou pagamento de empréstimos ou adiantamentos. A Eletrobras apresentou algumas razões, como pode ser observado na nota abaixo;
Demonstração Financeira da Eletrobras, Nota Explicativa n° 14 Tendo em vista o processo de recuperação judicial da investida Celpa e consequente incerteza de continuidade de suas operações divulgado em suas demonstrações financeiras de 31 de dezembro de 2011, a Companhia reconheceu como provisão para perdas a totalidade do investimento na Celpa no montante de R$ 170.370 e perda dos montantes de dividendos declarados e não pagos até 31 de dezembro de 2011 no montante de R$ 27.513, ambas provisões limitadas a participação da Companhia no capital social da Celpa de 34,24%.
g) A parte não reconhecida nos prejuízos da coligada, tanto para o período quanto acumulado, caso o investidor tenha suspendido o reconhecimento de sua parte nos prejuízos da coligada ou controlada. Como exemplo, a Usiminas tirou do seu resultado a equivalência da participação na Ternium, pois ela foi transferida para operações descontinuadas;
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa n° 16 O resultado de equivalência patrimonial apresentado nas demonstrações do resultado e dos fluxos de caixa da controladora está líquido do valor de R$ 124.919 referente à equivalência patrimonial da Usiminas Europa na Ternium, o qual foi reclassificado para “Resultado das operações descontinuadas” para fins de comparabilidade (Nota 42) e inclui o valor de R$ 15.836 referente às perdas de passivo a descoberto de controlada.
h) O fato de a participação na coligada e na controlada não estar contabilizada pelo método de equivalência patrimonial, em conformidade com as exceções especificadas no item 13 do CPC 18; i) Informações financeiras resumidas das coligadas e controladas cujos investimentos não foram contabilizados pelo método de equivalência patrimonial, individualmente ou em grupo, incluindo os valores do ativo total, do passivo total, das receitas e do lucro ou prejuízo do período. Essas exigências (h) e (i) não foram identificadas nas empresas da amostra analisada; j) A excepcionalíssima situação que possa fazer com que o lucro líquido e/ou o patrimônio líquido do balanço individual da controladora não sejam os respectivos valores de seu balanço consolidado quando este é elaborado conforme as normas internacionais de contabilidade, como é o caso de alguma determinação ou permissão legal para o balanço individual que não se aplique à demonstração consolidada (como é o caso do ativo diferido, conforme item 20 do CPC 13 – Adoção Inicial da Lei nº 11.638/07 e da Medida Provisória nº 449/08). Neste caso, a CCR apresentou declaração em relação a diferenças de patrimônio líquido e resultados entre as demonstrações em IFRS e em BR-GAAP por conta de Ativo Diferido não amortizado, mantido conforme permissão do CPC 13.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
78
Demonstração Financeira da CCR, Nota Explicativa n° 2 Entre as demonstrações consolidadas preparadas de acordo com as IFRS e com as práticas contábeis adotadas no Brasil e as demonstrações da controladora preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, há diferença no patrimônio líquido e no resultado do exercício, em decorrência da manutenção nas demonstrações financeiras individuais, das controladas e controladas em conjunto, de saldos de ativo diferido oriundo de despesas pré-operacionais de suas controladas e controladas em conjunto, nos termos do Pronunciamento Técnico CPC 13 Adoção Inicial da Lei nº 11.638/07 e da Medida Provisória nº 449/08, enquanto que nas demonstrações financeiras consolidadas não é permitida a manutenção de tal saldo, conforme item 5 do Pronunciamento Técnico CPC 43 (R1) – Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPC 15 a 41. Os montantes das divergências geradas pelas diferenças de práticas contábeis estão demonstrados abaixo: Ajustes no patrimônio líquido
2011
2010
Patrimônio líquido da controladora
3.267.625
3.182.387
Baixa do ativo diferido
(179.323)
(179.323)
117.064
105.654
3.205.366
3.108.718
2011
2010
887.962
663.758
-
-
11.410
7.964
899.372
671.722
Reversão da amortização do ativo diferido Patrimônio líquido consolidado Ajustes no resultado do exercício Resultado do exercício da controladora Baixa do ativo diferido Reversão da amortização do ativo diferido Resultado do exercício consolidado (atribuível aos acionistas controladores)
Conforme as exigências do CPC 18 (IAS 28), os investimentos em coligadas e em controladas contabilizados pelo método de equivalência patrimonial devem ser classificados como ativos não circulantes no subgrupo Investimentos. A parte do investidor nos resultados do período dessas coligadas e controladas (nestas, no caso das demonstrações individuais) e o valor contábil desses investimentos devem ser evidenciados separadamente. A parte do investidor nas eventuais operações descontinuadas de tais coligadas e controladas também deve ser divulgada separadamente. Podemos observar que a CSN apresentou suas participações nos resultados de suas investidas. Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
79
Demonstração Financeira da CSN, Nota Explicativa n° 11 11. Investimentos a) Participações diretas em empresas controladas e controladas em conjunto Empresas
31/12/2011 Quantidade de ações (em unidades)
Lucro líquido (prejuízo) do exercício
Ativo
Ordinárias
Preferenciais
% Participação direta
92.293.156
-
99,99
11.100
156.915
-
-
99,99
( 3.595)
-
CSN Aços Longos S.A.(**)
-
-
99,99
(334)
-
Galva Sud S.A.
-
-
-
-
-
CSN Steel S.L.
1.204.072.527
-
100,00
425.720
4.042.029
CSN Metals S.L.
256.951.582
-
100,00
173.097
1.147.456
CSN Americas S.L.
151.877.946
-
100,00
576.562
1.394.255
CSN Minerals S.L.
131.649.926
-
100,00
1.798.089
2.906.449
35.924.748
-
100,00
358.567
802.447
3.877.929
-
99,99
(208.736)
527.885
CSN Islands VII Corp.
20.001.000
-
100,00
(931)
407.707
CSN Islands VIII Corp.
2.501.000
-
100,00
(8.842)
1.452.511
CSN Islands IX Corp.
3.000.000
-
100,00
1.420
786.167
CSN Islands X Corp.
1.000
-
100,00
(5.215)
70
CSN Islands XI Corp.
50.000
-
100,00
871
1.438.225
CSN Islands XII Corp.
1.540
-
100,00
(112.535)
1.735.094
10
-
100,00
2.806
23.983
50.000
-
100,00
36.359
39.565
188.332.687
151.667.313
27,27
523.045
5.542.786
1.792.784.817
728.683.109
70,91
(56.578)
4.076.080
Sepetiba Tecon S.A.
254.015.053
-
99,99
31.516
224.793
Itá Energética S.A.
520.219.172
-
48,75
54.568
801.335
26.123
-
99,99
(1.689)
30.042
Estanho de Rondônia S.A.
34.236.307
-
99,99
15.263
41.692
Congonhas Minérios S.A .
64.610.863
-
99,99
(22.557)
2.014.364
1.000.000
-
99,99
85
1.090
47 5.067.405
-
60,00
2.105.113
13.857.646
3.589.478.498
-
99,99
32.413
1.221.115
15.474.625
-
99,99
(69.731)
386.218
Cia. Metalic Nordeste INAL Nordeste S.A.
(*)
CSN Export Europe S.L. Companhia Metalúrgica Prada
Tangua Inc. International Investment Fund MRS Logística S.A. Transnordestina Logística S.A.
CSN Energia S.A.
Mineração Nacional S.A. Nacional Minérios S.A. CSN Cimentos S.A. Florestal Nacional S.A. (*)
Incorporada em 30 de maio de 2011
(**)
Incorporada em 28 de janeiro de 2011
A quantidade de ações, os valores de lucro/prejuízo do período e patrimônio líquido, refere-se a 100% dos resultados das empresas.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
80
31/12/2010 Passivo
Patrimônio líquido
Lucro líquido (prejuízo) do exercício
% Participação direta
Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
40.579
116.336
14.667
99,99
153.707
48.472
105.235
-
-
(6.556)
99,99
41.926
11.524
30.402
-
-
(3.953)
99,99
529.833
265.516
264.317
-
-
8.424
-
-
-
-
268.566
3.773.463
(296.474)
100,00
3.450.038
99.293
3.350.745
6.682
1.140.774
(37.882)
100,00
972.894
5.905
966.989
5.598
1.388.657
124.758
100,00
964.271
4.857
959.414
2.666
2.903.783
213.954
100,00
1.649.792
4.463
1.645.329
99.735
702.712
136.530
100,00
499.857
155.713
344.144
276.475
251.410
(24.022)
100,00
609.133
170.423
438.710
382.240
25.467
(4.866)
100,00
254.706
227.013
27.693
1.409.311
43.200
39 .831
100,00
1.224.853
1.178.529
46.324
784.908
1.259
(3.686)
100,00
698.345
698.567
(222)
40.847
(40.777)
(3.205)
100,00
92
35.645
(35.553)
1.431.699
6.526
(5.695)
100,00
1.277.555
1.271.521
6.034
1.874.226
(139.132)
(29.194)
100,00
1.634.731
1.663.926
(29.195)
-
23.983
6.419
100,00
21.228
39
21.189
24.265
15.300
13.511
100,00
141.852
20.724
121.128
3.243.844
2.298.942
435.570
22 ,93
4.804.343
2.784.495
2.019.848
2.516.299
1.559.781
(817)
76 ,45
2.801.908
1.995.861
806.047
26.711
198.082
23.389
99 ,99
293.264
105.350
187.914
162.812
638.523
45.958
48,75
852.239
255.324
596.915
13.800
16.242
(20.947)
99,99
17.929
(1)
17.930
11.918
29.774
3.417
99,99
27.684
9.548
18.136
2.015.562
(1.198)
(12.865)
99,99
2.035.285
2.013.926
21.359
23
1.067
48
99 ,99
1.048
2
1.046
1.684.561
12.173.085
1.974.019
59 ,99
13.688.670
2.934.166
10.754.504
157.207
1.063.908
(15.382)
99 ,99
1.217.313
854.590
362.723
681.574
(295.356)
(23.266)
99 ,99
449.901
525.806
(75.905)
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
81
A empresa Ecodiesel apresentou o resultado de equivalência sobre operações descontinuadas.
Demonstração Financeira da Ecodiesel, Nota Explicativa n° 33 33. Resultado de Operações Descontinuadas Controladora
Consolidado
(BR GAAP)
(BR GAAP e IFRS)
Resultado da alienação da fábrica de óleo
-
1.716
Resultado da venda da participação na Tropical
-
26.393
Resultado de equivalência na Tropical (i)
-
6.057
34.166
-
Realização do ágio na venda da participação da Tropical
(96.620)
(96.620)
Total
(62.454)
(62.454)
Resultado de equivalência na Maeda (ii)
(i) A participação da Companhia na Tropical BioEnergia S.A. gerou um resultado de equivalência no montante de R$ 6.057 em 2011, até 31 de agosto de 2011 (data do ultimo balanço levantado antes da decisão de alienar esse investimento). (ii) Refere-se ao resultado de equivalência sobre o resultado das operações descontinuadas da Maeda. A Maeda foi incorporada pela Vanguarda Agro S.A. em 23 de dezembro de 2010, desta forma não há efeito de resultado de equivalência sobre operações descontinuadas de 2010 no consolidado.
De acordo com o CPC 18, a parte do investidor nas alterações dos outros resultados abrangentes contabilizados pela coligada e pela controlada deve ser reconhecida pelo investidor também como outros resultados abrangentes diretamente no patrimônio líquido. A CSN, neste caso, apresentou nota reconhecendo o valor de resultados abrangentes.
Demonstração Financeira da CSN, Nota Explicativa n° 11 b b) Movimentação dos investimentos em empresas controladas e controladas em conjunto 31/12/2011
31/12/2010
17.023.295
13.860.165
Saldo inicial de provisão para perdas
(140.875)
(51.246)
Aumento de Capital/Aquisições ações
3.240.582
2.430.965
Dividendos
(853.316)
(622.544)
Resultado Equivalência Patrimonial
4.397.137
1.438.170
(1.281.507)
(161.036)
(290.789)
-
2.900
(12.054)
22.573.890
17.023.295
(476.463)
(140.875)
Saldo inicial dos investimentos
Resultados Abrangentes (*) Incorporação de controlada (**) Outros Saldo final dos investimentos Saldo final deprovisão para perdas
(*) Refere-se a marcação a mercado de investimentos classificados como disponíveis para venda e conversão para moeda de apresentação e conforme nota explicativa 11.f, a Companhia alienou sua participação na Riversdale; (**) Incorporação da CSN Aços Longos em 28 de janeiro de 2011 e Inal Nordeste em 30 de maio de 2011.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
82
Em conformidade com os requisitos de divulgação do CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, a investidora Cosan apresentou nota reconhecendo o valor sobre passivos contingentes para consolidado e controladora.
Demonstração Financeira da Cosan, Nota Explicativa n° 19 Contingências - Demandas judiciais consideradas como de perda possível c) Tributárias As principais demandas judiciais tributárias, cuja probabilidade de perda é possível e, por consequência, nenhuma provisão para demandas judiciais foi reconhecida nas demonstrações financeiras, estão destacadas abaixo: Controladora
Consolidado
2012
2011
2012
2011
Auto de infração – Imposto de renda retido na Fonte (I)
204.249
192.903
204.249
194.498
ICMS - Imposto sobre a Circulação de Mercadorias
698.672
116.865
1.705.220
490.896
(III)
280.680
10.944
378.735
270.817
Compensações com crédito de IPI – IN 67/98 (IV)
188.479
-
188.479
181.292
63.372
58.606
83.875
72.616
216.684
20.425
529.257
163.129
IR/CSLL- Auto de infração
423.529
-
532.131
-
Outros
159.233
59.991
493.471
197.884
2.234.898
459.734
4.115.417
1.571.132
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
(II)
INSS (V) PIS e Cofins
(VI)
Cíveis e trabalhistas As principais demandas judiciais cíveis e trabalhistas, para o qual o desfecho desfavorável é considerado possível são os seguintes: Controladora
Consolidado
2012
2011
2012
2011
Cíveis
309.234
59.036
869.954
377.608
Trabalhistas
407.533
60.770
1.200.573
302.289
716.767
119.806
2.070.527
679.897
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
83
// CPC 19
Participação em Empreendimento Controlado em Conjunto – Joint Venture (IAS 31)
O objetivo do CPC 19 – Participação em Empreendimento Controlado em Conjunto – Joint Venture (IAS 31) é especificar como contabilizar as participações em empreendimentos controlados em conjunto (joint ventures) e a divulgação dos ativos, passivos, receitas e despesas desses empreendimentos nas demonstrações financeiras dos empreendedores e investidores. Empreendimento controlado em conjunto é aquele em que diversas partes se comprometem com a realização de atividade econômica sujeita a controle compartilhado entre duas ou mais dessas partes. Ou seja, nenhuma parte, sozinha, governa as políticas financeiras e operacionais do empreendimento. Nesta seção, analisamos o impacto das exigências presentes no CPC 19 – Participação em Empreendimento Controlado em Conjunto (IAS 31) nas demonstrações publicadas em 2011 pelas empresas investidoras que compõem nossa amostra de trabalho. Os aspectos considerados nas nossas análises foram: • Participações em empreendimento controlado em conjunto divulgadas pelas investidoras • Exemplos práticos da aplicação do CPC 19 – Participação em Empreendimento Controlado em Conjunto (IAS 31)
Participações em empreendimento controlado em conjunto divulgadas pelas investidoras Entre as 60 empresas da amostra analisada, identificamos 38 com participação em empreendimento controlado em conjunto. A variação média dos investimentos em joint ventures foi de 39% de 2010 para 2011. No entanto, essa informação foi prejudicada, pois muitas empresas com joint ventures não divulgaram a participação separada nas demonstrações individuais da controladora. Esses investimentos, em média, representam 2% do ativo total da controladora em 2011. No que se refere às exigências de divulgação do CPC 19 – Participação em Empreendimento Controlado em Conjunto (IAS 31): • Duas empresas divulgaram todos os compromissos de aporte de capital do empreendedor em relação à sua participação no empreendimento controlado em conjunto e sua parte nos compromissos de aporte de capital incorridos conjuntamente Formas e estruturas dos empreendimentos com outros empreendedores; controlados em conjunto • Duas empresas divulgaram a parte do empreendedor nos compromissos de aporte de capital dos empreendimentos controlados em conjunto; • 33 empresas divulgaram uma lista e a descrição das participações em empreendimentos controlados em conjunto relevantes e a proporção de propriedade nas participações mantidas em entidades controladas em conjunto; • 38 empresas divulgaram o método utilizado para reconhecer seus investimentos nas entidades controladas em conjunto; • Entre essas 38 empresas, quatro utilizaram o método de equivalência patrimonial e 34 fizeram consolidação proporcional. Como os empreendimentos controlados em conjunto podem assumir diferentes formas e estruturas, identificamos na amostra analisada, de acordo com o CPC 19, os três tipos principais – operações controladas em conjunto (um caso), ativos controlados em conjunto (dois casos) e entidades controladas em conjunto (37 casos), conforme mostrado no gráfico ao lado.
2
1
Ativos controlados em conjunto Operações controladas em conjunto Entidades controladas em conjunto
37
Exemplos práticos da aplicação do CPC 19 – Participação em Empreendimento Controlado em Conjunto (IAS 31) De acordo com o CPC 19 – Participação em Empreendimento Controlado em Conjunto (IAS 31), o empreendedor deve divulgar o valor total dos seguintes compromissos relacionados à sua participação em empreendimentos controlados em conjunto, separadamente de outros compromissos: a) Quaisquer compromissos de aporte de capital do empreendedor em relação à sua participação no empreendimento controlado em conjunto e sua parte nos compromissos de aporte de capital incorridos conjuntamente com outros empreendedores; b) A parte do empreendedor nos compromissos de aporte de capital dos empreendimentos controlados em conjunto.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
85
O Grupo Lojas Americanas alterou suas participações nas suas subsidiárias e atendeu a essas duas exigências, conforme pode ser observado a seguir.
Demonstração Financeira do Grupo Lojas Americanas, Nota Explicativa n° 13 • Aquisição de ações da B2W pela controladora Até 31 de dezembro de 2011, a Companhia, adquiriu no mercado 2.044.500 ações ordinárias da controlada B2W a um custo médio ponderado de aquisição de R$ 59,15 (R$ 59,15 até 31 de dezembro de 2010). Os custos mínimos e máximos de aquisição foram de R$ 41,60 e R$ 87,64, respectivamente. A diferença entre o custo de aquisição e o valor patrimonial das ações foi registrada como ágio, classificado no Ativo Intangível, sendo sua amortização calculada até 31 de dezembro de 2008 usando o prazo de recuperação de até 10 anos. A partir de 2009, o ágio não é mais amortizado e passou a estar sujeito a avaliação anual de impairment apenas. Detalhes adicionais vide Nota 23(d). • Aumento de capital B2W Em reunião do Conselho de Administração da B2W, realizada em 14 de junho de 2011, foi homologado o aumento do seu capital social, dentro do limite do capital autorizado, conforme aprovado em Reunião do Conselho de Administração, realizada em 23 de março de 2011. O capital social da B2W foi aumentado em R$ 1.000.000, através da emissão de 46.253.470 ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal ao preço de R$ 21,62 por ação. A Companhia subscreveu e integralizou o montante total de R$ 643.573 correspondentes a 29.767.467 ações, representadas pelas ações por força de seu direito de preferência acrescidas das sobras disponíveis. Após a conclusão do processo de aumento de capital, a participação da Companhia no capital social da controlada B2W aumentou em 2,3 p.p., passando de 56,6% para 58,9%. De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 36 - Demonstrações Consolidadas, as mudanças na participação em controladas que não resultem em perda ou ganho de controle são contabilizadas como transações de capital, no patrimônio líquido na Nota 23(d).
A seguir, os compromissos com aumento de capital da controlada em conjunto Lojas Americanas.
Demonstração Financeira do Grupo Lojas Americanas, Nota Explicativa n° 13 A Companhia e o Itaú Unibanco Holding S.A. (“Itaú Unibanco”) formalizaram a readequação da associação ocorrida em 2005, que resultou na constituição da FAI para a oferta, distribuição e comercialização, com exclusividade, de produtos ou serviços financeiros do Itaú Unibanco ou suas afiliadas, nos canais de distribuição da Companhia. De modo a fazer frente ao aumento de capital na FAI ocorrido em março de 2011 no montante de R$ 120.000, em 11 de março de 2011, o capital social da Freijó (controlada que detém a participação de 50% na FAI) foi aumentado em R$ 60.000, passando de R$ 115.096 para R$ 175.096, através da emissão de 60.000.000 de cotas com valor nominal de R$ 1,00.
A Usiminas também divulgou seus compromissos contratuais com controle compartilhado.
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa n° 16 d A Unigal é uma Joint Venture entre Usiminas e Nippon Steel Corporation, cujo controle é compartilhado entre os sócios, conforme contrato entre os acionistas. Em 31 de dezembro de 2011, estão em vigor dois compromissos entre a Unigal e a Usiminas, definidos contratualmente, a saber: • contrato referente ao serviço de galvanização por imersão a quente prestado pela Unigal à Companhia. Para esse compromisso não há um valor definido visto que a sua apuração ocorre mensalmente e varia de acordo com o volume das vendas de produtos galvanizados, deduzidos dos custos incorridos dos insumos, materiais, serviços e utilidades, além de outros ajustes. Em 31 de dezembro de 2011, esse contrato apurou o montante de R$ 376.339 (31 de dezembro de 2010 – R$ 396.687); • contrato referente à prestação de serviços de retífica de rolos e cilindros de laminação prestados pela Companhia à controlada em conjunto Unigal. Esse contrato tem vigência até julho de 2012 e o seu valor anual base é de, aproximadamente, R$ 800.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
86
O empreendedor deve divulgar uma lista e a descrição das participações em empreendimentos controlados em conjunto relevantes e a proporção de propriedade nas participações mantidas em entidades controladas em conjunto. O empreendedor que reconhecer sua participação em entidade controlada em conjunto utilizando a consolidação proporcional por meio do formato linha a linha ou do método de equivalência patrimonial deve evidenciar a parte que lhe cabe no montante total dos ativos circulantes, ativos não circulantes, passivos circulantes, passivos não circulantes, receitas e despesas do empreendimento controlado em conjunto. Neste caso, a CCR divulga as principais contas de suas controladas em conjunto, conforme mostrado a seguir.
Demonstração Financeira da CCR, Nota Explicativa n° 3 • A ViaQuatro, a STP, a Renovias e a Controlar, controladas em conjunto, são consolidadas proporcionalmente. Os saldos dos principais grupos do ativo, passivo e resultado das controladas em conjunto STP, ViaQuatro, Renovias e Controlar, a 100% e de acordo com o percentual de participação da Companhia, direta ou indiretamente, em cada uma delas, estão a seguir demonstrados, sendo que para efeito fins de consolidação o ativo diferido foi baixado para o resultado: 2011 STP
ViaQuatro
Renovias
Controlar
100%
38,25%
100%
58%
100%
40%
100%
45%
Ativo circulante
658.871
252.018
66.653
38.659
37.598
15.039
43.915
19.762
Ativo não circulante
116.410
44.527
745.022
432.112
426.468
170.587
81.238
36.557
4.034
1.543
85.008
49.304
114.545
45.818
(22)
(10)
Imobilizado
90.622
34.663
8.407
4.876
20.218
8.087
73.582
33.112
Intangível
21.754
8.321
621.270
360.336
291.705
116.682
4.183
1.882
-
-
30.337
17.596
-
-
3.495
1.573
Total do ativo
775.281
296.545
811.675
470.771
464.066
185.626
125.153
56.319
Passivo circulante
637.440
243.821
158.490
91.924
101.503
40.601
63.220
28.449
1.195
457
590.900
342.721
269.043
107.617
13.880
6.246
Patrimônio líquido
136.646
52.267
62.285
36.126
93.520
37.408
48.053
21.624
Total do passivo e patrimônio líquido
775.281
296.545
811.675
470.771
464.066
185.626
125.153
56.319
Realizável a Longo Prazo
Diferido
Passivo não circulante
2011 STP
ViaQuatro
Renovias
Controlar
100%
38,25%
100%
58%
100%
40%
100%
45%
371.320
142.030
227.181
131.765
298.585
119.434
178.389
80.275
(110.173)
(42.141)
(185.574)
(107.633)
(170.240)
(68.096)
(68.724)
(30.926)
261.147
99.889
41.607
24.132
128.345
51.338
109.665
49.349
(115.137)
(44.040)
(48.121)
(27.910)
(1.708)
(683)
(66.622)
(29.980)
146.010
55.849
(6.514)
(3.778)
126.637
50.655
43.043
19.369
23.569
9.015
(95.191)
(55.211)
(22.698)
(9.079)
(7.216)
(3.247)
Resultado antes do IR e CS
169.579
64.864
(101.705)
(58.989)
103.939
41.576
35.827
16.122
IR e CS corrente e diferido
(54.209)
(20.735)
34.209
19.841
(4.835)
(1.934)
(9.151)
(4.118)
Lucro líquido (prejuízo) do exercício
115.370
44.129
(67.496)
(39.148)
99.104
39.642
26.676
12.004
Receita operacional líquida Custos dos serviços prestados Lucro bruto Despesas (Receitas) operacionais Resultado operacional Resultado financeiro
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
87
A Usiminas também divulgou as principais contas de suas controladas em conjunto.
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa n° 16 I e II I) Balanços patrimoniais resumidos 31/12/2011
Ativo Circulante Não circulante
31/12/2010
Fasal Trading
Unigal
Usiroll
Fasal Trading
Unigal
Usiroll
19.904
210.818
3.341
19.633
179.384
5.132
-
-
-
-
-
-
10.495
13
18.490
7
Realizável a longo prazo Investimento
-
-
-
-
-
-
Imobilizado
-
1.165.419
23.713
-
1.078.689
11.425
Intangível
-
1.387
3
-
1.409
3
19.904
1.388.119
27.070
19.633
1.277.972
16.567
-
-
-
-
-
-
671
69.223
754
2.666
67.315
955
240.713
14.421
248.189
5.000
Total do ativo Passivo e Patrimônio Líquido Circulante Não circulante Patrimônio líquido
19.233
1.078.183
11.895
16.967
962.468
10.612
Total do passivo e patrimônio líquido
19.904
1.388.119
27.070
19.633
1.277.972
16.567
II) Demonstrações dos resultados resumidas 31/12/2011
Receita líquida de vendas e serviços Custo produtos e serviços vendidos Receitas (despesas) operacionais Provisão IRPJ e CSLL Lucro líquido do exercício
31/12/2010
Fasal Trading
Unigal
Usiroll
Fasal Trading
Unigal
Usiroll
116.212
279.736
5.270
173.263
290.031
4.763
(113.903)
(45.586)
(3.259)
(166.714)
(40.382)
(2.711)
(1.323)
(21.942)
(521)
(2.153)
5.731
(189)
(324)
(71.488)
(207)
(1.591)
(86.631)
(181)
662
140.720
1.283
2.805
168.749
1.682
O empreendedor deve evidenciar o método utilizado para reconhecer seu investimento nas entidades controladas em conjunto. A Copel, por exemplo, apresenta a seguinte nota de política contábil.
Demonstração Financeira da Copel, Nota Explicativa n° 2.17 2.17 Participação em empreendimento em conjunto (controladas em conjunto, “joint venture”) Considera-se controlada em conjunto aquela em que nenhum acionista, vinculado a um acordo, exerce individualmente o poder de decisões financeiras e operacionais, independentemente do percentual de participação no capital votante. Nas demonstrações financeiras da controladora, as participações nas controladas em conjunto são reconhecidas através do método de equivalência patrimonial. Nas demonstrações consolidadas, os componentes do ativo, passivo, receitas e despesas das sociedades controladas em conjunto são agregados na proporção da participação da controladora no seu capital social.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
88
O Banco Santander reconhece os investimentos em controladas em conjunto em seu balanço consolidado pelo método da equivalência patrimonial, conforme nota mostrada a seguir.
Demonstração Financeira do Santander, Nota Explicativa n° 2 II. Participações em joint ventures (entidades sob controle conjunto) e coligadas Joint ventures são participações em entidades que não são subsidiárias, mas que são controladas em conjunto por duas ou mais entidades não relacionadas. Isso se reflete em acordos contratuais nos quais duas ou mais entidades (“empreendedoras”) adquirem participações em entidades (“entidades sob controle conjunto”) ou possuem operações ou detêm ativos, de modo que as decisões financeiras e operacionais estratégicas que afetem a joint venture dependem da decisão unânime das empreendedoras. Coligadas são entidades nas quais o Banco tem condições de exercer influência significativa, mas não controla nem detém controle conjunto, normalmente porque possui 20% ou mais do poder de voto da investida. Nas demonstrações financeiras consolidadas, as participações em entidades sob controle conjunto e os investimentos em coligadas são contabilizados pelo método da equivalência patrimonial, ou seja, a participação do Banco nos ativos líquidos da investida, levando em conta os dividendos recebidos das eliminações de capital e de outros derivados. No caso de operações com uma coligada, os resultados relacionados são eliminados de acordo com o investimento do Banco na coligada. Informações relevantes sobre as empresas contabilizadas pelo método de equivalência patrimonial pelo Banco são fornecidas na nota explicativa 11.
A Vale atualmente faz consolidação proporcional, mas vai mudar os procedimentos para o próximo exercício em virtude da adoção do IFRS 11 (Joint Arrangements), que só permite o reconhecimento por equivalência patrimonial. A Vale divulgou o impacto que essa alteração de política contábil traria no balanço se fosse feita no exercício corrente.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
89
Demonstração Financeira da Vale, Nota Explicativa n° 2 Nas participações em projetos conjuntos (ex: contratos de consórcio), ativos, passivos e transações desses empreendimentos são reconhecidos na proporção detida pela Vale. As participações nas empresas de controle compartilhado foram consolidadas pelo método de consolidação proporcional, desde a data em que o controle conjunto é adquirido. De acordo com este método, os ativos, passivos, receitas, custos e despesas destas entidades foram integrados nas demonstrações contábeis consolidadas, rubrica a rubrica, na proporção do controle atribuível ao acionista. Considerando a opção dada pelo pronunciamento CPC 19 (R1), emitido em 4 de agosto de 2011 e antecipando os reflexos que advirão da adoção no Brasil do IFRS 11 em 2013, a Companhia optará, para fins das demonstrações consolidadas, por refletir seu investimento em empresas de controle compartilhado usando o método de equivalência patrimonial a partir do exercício de 2012. Se o método de equivalência patrimonial tivesse sido utilizado nestas demonstrações, os efeitos no balanço patrimonial e na demonstração de resultado consolidados seriam os seguintes: 31 de dezembro de 2011 Saldo com consolidação proporcional
Efeito de empresas de controle compartilhado
Saldo sem consolidação proporcional
7.458
(866)
6.592
34.637
(1.078)
33.559
42.095
(1.944)
40.151
10.917
4.067
14.984
177.857
(6.214)
171.643
10.913
(603)
10.310
199.687
(2.750)
196.937
241.782
(4.694)
237.088
Contas a pagar a fornecedores e empreiteiros
9.157
(306)
8.851
Empréstimos e financiamentos
3.872
(1.025)
2.847
Outros
9.196
(208)
8.988
22.225
(1.539)
20.686
Empréstimos e financiamentos
42.753
(2.528)
40.225
Imposto de renda e contribuição social diferidos
10.773
(159)
10.614
Outros
19.340
(458)
18.882
72.866
(3.145)
69.721
75.000
‐
75.000
3.215
(10)
3.205
68.476
‐
68.476
146.691
(10)
146.681
241.782
(4.694)
237.088
Balanço Patrimonial Ativo Circulante Caixa e equivalentes de caixa Outros
Não circulante Investimentos Imobilizado e intangíveis Outros
Total do ativo Passivo e Patrimônio Líquido Circulante
Não circulante
Patrimônio líquido Capital social Participações dos acionistas não controladores Outros
Total do passivo e patrimônio líquido
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
90
Demonstração Financeira da Vale, Nota Explicativa n° 2 - Continuação 31 de dezembro de 2011 Saldo com consolidação proporcional
Efeito de empresas de controle compartilhado
Saldo sem consolidação proporcional
Receita de vendas, liquida
103.195
(4.451)
98.744
Custo dos produtos vendidos e serviços prestados
(40.489)
1.313
(39.176)
Lucro bruto
62.706
(3.138)
59.568
Receitas (despesas) operacionais
(9.567)
416
(9.151)
Resultado financeiro líquido
(6.623)
271
(6.352)
(51)
1.908
1.857
Lucro antes do imposto de renda e da contribuição Social
46.465
(543)
45.922
Imposto de renda e contribuição social
(9.065)
551
(8.514)
Lucro líquido do exercício
37.400
8
37.408
414
(8)
406
37.814
-‐
37.814
Resultado
Resultado de participações societárias
Lucro (prejuízo) atribuido aos acionistas não controladores Lucro líquido atribuído aos acionistas da controladora
Cabe ressaltar que, embora a Vale apresente controle compartilhado, não informa isso em nota explicativa, pois o valor não deve ser material.
Demonstração Financeira da Vale, Nota Explicativa n° 1 Investimentos de controle compartilhado:
% de participação
% de capital votante
Localização da sede
Atividade principal
California Steel Industries, Inc.
50,00
50,00
Estados Unidos
Siderurgia
MRS Logística S.A
45,84
45,68
Brasil
Logística
Samarco Mineração S.A.
50,00
50,00
Brasil
Pelotização
A Cosan Limited apresentou nota explicativa reconhecendo que, apesar de não mensurar confiavelmente o impacto das alterações do IFRS 11 (Joint Arrangements), compreende que elas trarão impactos significativos nas demonstrações da empresa.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
91
Demonstração Financeira da Cosan Limited, Nota Explicativa n° 2.4 Com a adoção do IFRS 11 que, atualmente é prevista para o ano findo em 31 de Março de 2014, as Joint-Ventures (Raízen Energia e Raízen Combustíveis) que nas demonstrações financeiras atuais, são apresentadas por meio de consolidação proporcional, serão apresentadas pelo método de equivalência patrimonial de acordo com o IAS 28R - Investment in Associates and Joint Ventures (Investimento em associadas e Joint-Ventures). Estas duas controladas em conjunto compõem componente substancial do total de ativos e das operações da Companhia, que esta em fase de mensuração dos possíveis impactos da adoção do IFRS 11, mas prevê-se que será significativo. O total dos ativos dessas controladas em conjunto (Raízen Energia e Raízen combustíveis), representaram aproximadamente 71% dos ativos totais consolidados em 31 de março de 2012. A receita, lucro operacional e fluxo e caixa das atividades operacionais dessas controladas em conjunto representam aproximadamente 80%, 67% e 93%, respectivamente, dos totais consolidados no exercício findo em 31 de março de 2012. A mudança do método de consolidação proporcional para método de equivalência patrimonial não deverá ter impacto no total do patrimônio líquido ou lucro líquido proveniente dessas controladas em conjunto, exceto pelo fato que com a utilização da consolidação proporcional o lucro líquido seria menor no ano de formação da JV, já que os custos da transação são lançados no resultado. Quando aplicada a equivalência patrimonial, tais despesas são consideradas como parte do custo o investimento.
A Sabesp apresentou uma descrição das suas companhias controladas em conjunto.
Demonstração Financeira da Sabesp, Nota Explicativa n° 2.1 Embora a participação da SABESP no Capital Social de suas investidas não seja majoritária, o acordo de acionistas prevê o poder de veto sobre determinadas matérias de gestão, indicando controle compartilhado participativo. Por isso as informações financeiras foram proporcionalmente consolidadas. As empresas consolidadas foram as seguintes:
Sesamm Em 15 de agosto de 2008, a Companhia, em conjunto com as empresas OHL Médio Ambiente, Inima S.A.U. Unipersonal (“Inima”), Técnicas y Gestion Medioambiental S.A.U. (“TGM”) e Estudos Técnicos e Projetos ETEP Ltda. (“ETEP”), constituíram a empresa Sesamm – Serviços de Saneamento de Mogi Mirim S/A, com prazo de duração de 30 anos contados da data de assinatura do contrato de concessão com o município, cujo o objeto social é a prestação dos serviços de complementação da implantação do sistema de afastamento de esgotos e implantação de operação do sistema de tratamento de esgotos do município de Mogi Mirim,incluindo a disposição dos resíduos sólidos gerados. Em 31 de dezembro de 2011, o capital social da Sesamm era de R$ 19.532, divididos em 19.532.409 ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, dos quais a SABESP detém 36% de participação acionária e Inima detém 46% de participação. A Companhia concluiu que ambas as empresas, SABESP e Inima, detém o controle conjunto sobre a Sesamm. Desta forma, a SABESP registra sua participação na Sesamm pelo método de consolidação proporcional, equivalente a 36% sobre os ativos, passivos, receitas e despesas da Sesamm. Em 31 de março de 2011, as operações da Sesamm ainda não haviam sido iniciadas.
Águas de Andradina Em 15 de setembro de 2010, a Companhia, em conjunto com a empresa Companhia de Águas do Brasil – Cab Ambiental constituíram a empresa Águas de Andradina S.A., com prazo indeterminado, cujo objeto social é a prestação de serviços de água e de esgoto no Município de Andradina. Em 31 de dezembro de 2011, o capital social da empresa era de R$ 2.908, divididos em 2.908.085 ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, dos quais a SABESP detém 30% de participação acionária. As operações foram iniciadas em outubro de 2010.
Saneaqua Mairinque Em 14 de junho de 2010, a Companhia, em conjunto com a empresa Foz do Brasil S.A., constituíram a empresa Saneaqua Mairinque S.A., com prazo de duração indeterminado, cujo objeto é a exploração do serviço público de água e esgoto do município de Mairinque.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
92
Demonstração Financeira da Sabesp, Nota Explicativa n° 2.1 - Continuação Em 31 de dezembro de 2011, o capital social da empresa era de R$ 2.000, divididos em 2.000.000 ações ordinárias nominativas sem valor nominal, dos quais a SABESP detém 30% de participação acionária. As operações foram iniciadas em outubro de 2010.
Aquapolo Ambiental S.A. Em 08 de outubro de 2009, a Companhia, em conjunto com a empresa Foz do Brasil S.A., constituíram a empresa Aquapolo Ambiental, cujo objeto é a produção, fornecimento e comercialização de água de reuso para a Quattor Quimica S.A.; Quattor Petroquimica S.A.; Quattor Participações S.A. e demais empresas integrantes do Polo Petroquímico. Em 31 de dezembro de 2011, o capital social da empresa era de R$36.412, divididos em 42.419.045 ações ordinárias nominativas sem valor nominal, dos quais a SABESP detém 49% de participação acionária. O início das operações está previsto para abril de 2012.
Águas de Castilho Em 29 de outubro de 2010, a Companhia, em conjunto com a Companhia de Águas do Brasil – Cab Ambiental, constituíram a empresa Águas de Castilho cujo objeto social é a prestação de serviços de água e esgoto no município de Castilho. A SABESP detém 30% do capital social de R$ 622 divididos em 622.160 ações nominativas sem valor nominal. As operações iniciaram-se em janeiro de 2011.
Attend Ambiental Em 23 de agosto de 2010, a Companhia, em conjunto com a Companhia Estre Ambiental S/A, constituíram a empresa Attend Ambiental S/A cujo objeto social é a implantação e operação de uma estação de pré-tratamento de efluentes não domésticos e condicionamento de lodo, na região metropolitana da capital do Estado de São Paulo, bem como o desenvolvimento de outras atividades correlatas e a criação de infraestrutura semelhante em outros locais, no Brasil e Exterior. Em 31 de março de 2011, o capital social da empresa era de R$ 2.000, divididos em 2.000.000 ações ordinárias nominativas sem valor nominal, dos quais a SABESP detém 45% de participação acionária. As operações iniciaram-se em janeiro de 2011. Abaixo segue resumo da participação da Sabesp nas demonstrações financeiras dessas investidas: 31 de março de 2011 Sesamm
Águas de Andradina
Águas de Castilho
Saneaqua Mairinque
Aquapolo Ambiental
Attend Ambiental
36%
30%
30%
30%
49%
45%
2.658
360
133
561
12.424
5.003
14.447
1.300
423
164
180.717
223
832
815
256
228
10.262
127
11.120
84
47
28
167.498
5.130
Patrimônio Líquido
5.153
761
253
469
15.381
(31)
Receita operacional
9.203
2.985
651
2.498
-
-
(10.494)
(2.954)
(568)
(2.730)
(1.438)
(992)
Receitas financeiras líquidas
115
31
5
44
-
60
Lucro (prejuízo) no exercício
(1.176)
62
88
(188)
(1.438)
(932)
Ativo Circulante Ativo não Circulante Passivo Circulante Passivo não Circulante
Despesa operacional
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
93
A Usiminas apresentou uma descrição das suas companhias controladas em conjunto e das suas coligadas.
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa n° 1 b e c b) Empresas controladas em conjunto Fasal Trading Corporation (“Fasal Trading”) • Criada em 2001, com sede em Coral Gables, Estado da Flórida – USA, possui a atividade principal de promover negociações como uma Trading Company exclusiva dos produtos siderúrgicos do Sistema Usiminas no exterior, atendendo aos mercados da América Latina, da América Central, da Europa e outros. Unigal Usiminas Ltda. (“Unigal”) • Com sede em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, é uma joint venture criada em 1998 pela Companhia e pela Nippon Steel Corporation, com o objetivo de transformar bobinas laminadas a frio em bobinas galvanizadas por imersão a quente, principalmente para atender à indústria automobilística. A Unigal, cuja fábrica está localizada em Ipatinga, Minas Gerais, possui capacidade instalada para galvanização de 480 mil toneladas de aço por ano. Usiroll • Usiminas Court Tecnologia em Acabamento Superficial Ltda. (“Usiroll”) – Com sede em Ipatinga, Estado de Minas Gerais, dedica-se à prestação de serviços, especialmente para retificação de cilindros e rolos.
c) Investimentos em coligadas Codeme Engenharia S.A. (“Codeme”) • Com sede em Betim, Estado de Minas Gerais, possui como atividade a fabricação e montagem das construções em aço, principalmente, prédios industriais, galpões comerciais e edifícios de andares múltiplos. A Codeme possui fábricas em Betim (Minas Gerais) e em Taubaté (São Paulo). Metform S.A. (“Metform”) • Com sede em Betim, Estado de Minas Gerais, tem como objeto a fabricação de telhas de aço, Steel Decks e acessórios galvanizados, com ou sem pintura. A Metform possui fábricas em Betim (Minas Gerais) e em Taubaté (São Paulo). MRS Logística S.A. (“MRS”) • Com sede na cidade do Rio de Janeiro, a MRS presta serviços de transporte ferroviário e logístico na região Sudeste do Brasil. A participação da Companhia na MRS representa um investimento estratégico para a otimização do fornecimento de matérias-primas, transporte de produtos acabados e transporte de cargas de terceiros, relacionado principalmente à operação dos terminais marítimos da Companhia.
A Usiminas ainda detalha as principais contas de suas coligadas, conforme demonstrado a seguir.
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa, n° 16 b A seguir, está demonstrada a participação da Companhia nos resultados das principais coligadas, em 31 de dezembro de 2011: País de constituição
Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
Receita líquida
Lucro
% de participação
Codeme
Brasil
436.288
309.408
126.880
172.770
169
30,76
Metform
Brasil
92.251
28.195
64.056
63.503
7.787
30,76
MRS
Brasil
5.705.908
3.406.938
2.298.970
2.862.372
523.051
11,41
*
A Telesp, por exemplo, divulgou que realizou uma venda de sua participação.
Demonstração Financeira da Telesp, Nota Explicativa n° 12 A Companhia vendeu a participação consolidada que possuía na empresa Portugal Telecom em 21 de junho de 2010, que gerou os seguintes efeitos: Controladora
Consolidado
Valor da venda
153.880
205.149
Custo de aquisição
(75.362)
(117.998)
78.518
87.151
Resultado líquido da venda
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
94
O Grupo Pão de Açúcar (Companhia Brasileira de Distribuição) divulgou os compromissos para aquisição de participação em sociedades.
Demonstração Financeira do Grupo Pão de Açúcar, Nota Explicativa n° 15 Contas a pagar por aquisição de participação de acionistas não controladores Consolidado 31.12.2011
31.12.2010
Aquisição de participação em Assai (i)
4.568
188.194
Aquisição de participação em Sendas Distribuidora (ii)
238.863
324.350
243.431
512.544
54.829
297.484
188.602
215.060
Passivo circulante Passivo não circulante
(I) Contas a pagar pela aquisição de participação acionária não controladora de Assai, subsidiária que desenvolve os negócios de “atacarejo” para o Grupo. (II) Contas a pagar pela aquisição de participação acionária não controladora de Sendas Distribuidora, que será liquidada em 6 parcelas anuais, sendo a última amortização em dezembro de 2017.
A empresa OGX divulga a participação nos grupos de ativos e passivos de suas controladas e joint ventures e discrimina a participação por Brasil e exterior.
Demonstração Financeira da OGX, Nota Explicativa n° 9 Os saldos dos grupos do balanço patrimonial das controladas e controlada em conjunto, em 31 de dezembro de 2011 e 31 de dezembro de 2010, estão demonstrados a seguir: No Brasil
No exterior
OGX Ltda.
OGX Maranhão
OGX Campos
OGMP Transp. Aéreo
OGX Austria
OGX International
OGX Netherlands
Ativo circulante
4.974.293
46.559
23.427
970
59.551
122
1.046
Ativo realizável a longo prazo
3.211.997
103.244
84.837
-
4.742.022
-
-
-
-
-
-
-
26.727
-
50.394
71.185
-
14.438
-
-
148.058
3.658.646
156.700
3.593.304
-
-
-
-
471.240
116.983
1
274
24.733
97
10.476
Passivo não-circulante
4.914.725
97.330
2.211.773
-
4.750.113
1
-
Patrimônio líquido
6.509.365
163.415
1.489.794
15.134
26.727
26.751
138.628
31 de dezembro de 2011
Investimentos Imobilizado Intangível Passivo circulante
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
95
Demonstração Financeira da OGX, Nota Explicativa n° 9 - Continuação No Brasil
No exterior
OGX Ltda.
OGX Maranhão
OGX Campos
OGMP Transp. Aéreo
OGX Austria
OGX International
OGX Netherlands
Ativo circulante
4.525.493
91.478
21.156
-
33
36
31.965
Ativo realizável a longo prazo
260.582
27.334
7.893
-
-
-
-
27.565
59
-
-
-
-
-
4.270.759
54.237
264.422
-
-
-
-
690.959
30.351
-
-
16
15
48
19.584
68.797
280.711
-
-
-
-
8.373.856
73.960
12.760
-
17
21
31.917
31 de dezembro de 2010
Imobilizado Intangível Passivo circulante Passivo não-circulante Patrimônio líquido
A empresa MRV Engenharia divulgou de maneira detalhada a composição das contas de suas controladas e controladas em conjunto.
Demonstração Financeira da MRV Engenharia, Nota Explicativa n° 8 d d) Os saldos totais das contas patrimoniais e de resultados das sociedades controladas sob controle compartilhado, de forma direta e indireta, considerados nas demonstrações contábeis consolidadas podem ser assim sumarizados: Ativo Ativo circulante Empresas - controle compartilhado
Ativo não circulante
Total do ativo
2011
2010
2011
2010
2011
2010
208.777
17.210
589.041
302.121
797.818
319.331
MRL Engenharia e Empreendimentos S.A.
58.114
68.673
61.080
37.121
119.194
105.794
Prime Incorporações e Construções Ltda.
162.415
66.480
145.962
121.172
308.377
187.653
Total empresas - controle compartilhado
429.306
152.363
796.083
460.414
1.225.389
612.778
MDI Desenvolvimento Imobiliário Ltda.
21.890
33.245
9.713
30.536
31.603
63.781
Total empresa controlada
21.890
33.245
9.713
30.536
31.603
63.781
LOG Commercial Properties e Participações S.A.
Empresas - controladas
Ativo Custo dos imóveis vendidos
Receita operacional Empresas - controle compartilhado
Receitas (Despesas) operacionais
2011
2010
2011
2010
2011
2010
31.738
56.672
(31.485)
(36.387)
830
(5.778)
7.210
-
(1.511)
-
(6.256)
29
Prime Incorporações e Construções Ltda.
133.679
61.649
(91.130)
(38.312)
(6.242)
(6.397)
Total empresas - controle compartilhado
172.627
118.321
(124.126)
(74.699)
(11.668)
(12.146)
MDI Desenvolvimento Imobiliário Ltda.
(735)
56.721
20
(12.309)
1.512
224
Total empresa controlada
(735)
56.721
20
(12.309)
1.512
224
MRL Engenharia e Empreendimentos S.A. LOG Commercial Properties e Participações S.A
Empresas controladas
Passivo Passivo circulante
Passivo não circulante
Passivo e Patrimônio líquido
Patrimônio líquido
2011
2010
2011
2010
2011
2010
2011
2010
208.434
110.479
162.361
134.420
427.023
74.432
797.818
319.331
39.858
50.940
74.142
35.178
5.194
19.676
119.194
105.794
112.483
90.294
142.288
56.356
53.606
41.003
308.377
187.653
360.775
251.713
378.791
225.954
485.823
135.111
1.225.389
612.778
449
4.632
1.753
3.608
29.401
55.542
31.603
63.781
449
4.632
1.753
3.608
29.401
55.542
31.603
63.781
Passivo Outros resultados operacionais
Resultado financeiro
Imposto de renda e contribuição social
Resultado do Período
2011
2010
2011
2010
2011
2010
2011
2010
(8.170)
(7.493)
(392)
46
(1.048)
(1.828)
(8.527)
5.233
9.389
(71)
(7)
(80)
(2.257)
586
6.570
464
(14.530)
(9.781)
170
(5)
(4.589)
(1.954)
17.357
5.201
(13.311)
(17.345)
(229)
(39)
(7.894)
(3.196)
15.400
10.898
4.512
-
-
-
(270)
(1.814)
5.038
42.823
4.51 2
-
-
-
(270)
(1.814)
5.038
42.823
A empresa MMX divulgou os adiantamentos feitos a fim de adquirir participações no futuro.
Demonstração Financeira da MMX, Nota Explicativa n° 18 a.1 a.1 Adiantamentos para futuro aumento de capital Controladora 31/12/2011
31/12/2010
563.615
490.905
900
24.800
170.953
266.201
735.468
781.906
MMX Corumbá MMX Metálicos Corumbá MMX Sudeste
Representado pelos adiantamentos para futuro aumento de capital junto às controladas da Companhia os quais são irrevogáveis, irretratáveis e possuem uma quantia fixa de ações definidas para aumento.
A MMX também divulgou participações societárias, conforme demonstrado a seguir.
Demonstração Financeira da MMX, Nota Explicativa n° 18 c c. Participações societárias 31/12/2011 Participação
Quantidade ações/quotas (mil)
Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
Receita líquida
Resultado do exercício
MMX Corumbá
70,00%
88.078
492.545
176.178
316.367
263.957
58.824
MMX Metálicos Corumbá
99,99%
481.255
121.248
134.720
(13.472)
13
(25.028)
MMX Sudeste
99,99%
454.799
1.821.150
942.864
878.286
764.902
169.428
100,00%
-
92.862
87.469
5.393
88.247
3.066
99,09%
983.407
1.533.815
1.570.271
(36.456)
-
(78.911)
100,00%
20.812
165.175
12.689
152.486
-
(6.909)
Controladas diretas
MMX Properties PortX MMX Chile
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
98
A empresa Localiza detalha as contas de suas subsidiárias, conforme divulgado em notas explicativas.
Demonstração Financeira da Localiza, Nota Explicativa n° 7 I e II O resumo das informações financeiras dos principais grupos do balanço patrimonial e da demonstração dos resultados das empresas controladas diretas é como segue:
I) Balanços Patrimoniais Total Fleet
Franchising Brasil
Prime
Car Rental
Rental International
Car Assistance
LFI SRL
184.118
19.080
3.531
10.453
21
4.750
146
2.655
1.384
1.458
-
-
-
-
875.736
188
‐-
-
-
-
-
474
89
-
-
-
-
-
1.062.983
20.741
4.989
10.453
21
4.750
146
Total Fleet
Franchising Brasil
Prime
Car Rental
Rental International
Car Assistance
LFI SRL
Circulante
147.626
7.016
16.782
2.619
-‐
1.306
-
Não circulante
465.855
4.968
11.066
-‐
338
-
49
Patrimônio líquido
449.502
8.757
(22.859)
7.834
(317)
3.444
97
1.062.983
20.741
4.989
10.453
21
4.750
146
31/12/2011 Ativo Circulante Não circulante: Realizável a longo prazo Imobilizado Intangível Total
Passivo
Total
Localiza Rent a Car S.A. e controladas II) Demonstrações dos Resultados Total Fleet
Franchising Brasil
Prime
Car Rental
Rental International
Car Assistance
LFI SRL
Receita líquida
679.580
13.875
27.526
11.508
-
4.879
-
Resultado bruto
251.354
11.147
27.526
5.803
-
4.646
(3)
Resultado antes do lR e CS
174.662
12.964
(10.849)
6.321
(73)
4.944
(3)
Lucro (prejuízo) líquido
115.482
10.870
(10.849)
4.892
(73)
4.272
(3)
2011
A empresa LLX apresentou, em notas explicativas, a combinação de ativos feita com a empresa Anglo Ferrous.
Demonstração Financeira da LLX, Nota Explicativa n° 7 a) Em 15 de julho de 2011, foi assinado o Acordo de Alocação de Ativos, entre a controlada LLX Minas - Rio e a Anglo Ferrous Minas-Rio Mineração S.A. (“AFMR”), controlada direta da Anglo American Participações, como demonstrado nas Notas Explicativas nº 11 – Ativos disponíveis para venda e nº19 – Imobilizado.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
99
A Klabin divulgou o aporte de capital conjunto feito na empresa Centaurus, que, anteriormente a novembro de 2011, era controlada pela Klabin e que passou a ser tratada como uma joint venture.
Demonstração Financeira da Klabin, Nota Explicativa n° 1.1 Para a aquisição deste investimento, Klabin e Arauco aportaram R$ 838.924 ao capital social da Centaurus, sendo R$ 427.831 pela Klabin e R$ 411.073 pela Arauco. A Centaurus, que anteriormente a novembro de 2011 era 100% controlada pela Klabin S.A, passa a ser tratada como um investimento controlado em conjunto (joint venture) e conforme faculdade estabelecida pela CVM 666/CPC 19 (R1) – Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture), foi deconsolidada das demonstrações financeiras consolidadas, passando a ser reconhecida como investimento pelo método da equivalência patrimonial.
As demonstrações dessa joint venture da Klabin – a Centaurus – não são consolidadas proporcionalmente. A Klabin reconhece o investimento por meio de equivalência patrimonial.
Demonstração Financeira da Klabin, Nota Explicativa n° 3 Investimento em entidades controladas em conjunto (joint ventures) As demonstrações financeiras da Centaurus Holdings S.A., caracterizada como entidade controlada em conjunto (joint venture), não são consolidadas pelo método de consolidação proporcional, desde a data em que o controle conjunto foi adquirido, tanto nas demonstrações financeiras individuais quanto nas demonstrações financeiras consolidadas, sendo referida operação registrada pela avaliação de investimentos em controladas pelo método da equivalência patrimonial.
A empresa JBS classifica a variação cambial da equivalência patrimonial dentro do patrimônio líquido, conforme demonstrado a seguir.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
100
Demonstração Financeira da JBS, Nota Explicativa n° 11 Equivalência patrimonial Saldo em 31.12.2010
Adição (Baixa)
Variação Cambial (I)
No patrimônio Líquido (II)
No resultado do Período
Saldo em 31.12.11
JBS Embalagens Metálicas Ltda.
31.387
-
-
-
(1.851)
29.536
JBS Global Investments S.A.
75.451
-
843
4.221
(36.913)
43.602
331.706
147.953
-
10.473
(169.220)
320.912
87.566
7.088
2.577
5.241
(33.795)
68.677
(34.248)
-
-
-
(12.175)
(46.423)
7.045.765
(3.885.883)
(36.933)
(46.860)
280.158
3.356.247
JBS Confinamento Ltda.
401.659
52.400
-
-
(29.536)
424.523
JBS Slovakia Holdings, s.r.o.
162.517
-
4.144
14.932
3.236
184.829
11.606
1.342
1.245
(175)
(2.706)
11.312
(13.095)
(107)
(851)
(127)
(1.312)
(15.492)
LLC Lesstor
-
24.259
1.527
381
36
26.203
JBS Middle East
-
308
26
(33)
(257)
44
JBS Leather Paraguay
-
16
-
-
-
16
163.242
563.792
(8.281)
52.360
122.456
893.569
1.652
-
-
-
(3.173)
(1.521)
S.A.Fábrica de Produtos Alimentícios Vigor(4)
248.359
287.142
-
(197.495)
(7.579)
330.427
Cascavel Couros Ltda
289.028
-
-
2.738
13.495
305.261
Biolins Energia S.A.(5)
40.512
(32.913)
-
-
(7.599)
-
Transf. Para outros passivos circulantes (passivo descoberto)
47.343
-
-
-
-
63.435
8.890.450
(2.834.603)
(35.703)
(154.344)
113.264
5.995.157
JBS Holding Internacional S.A.(1) JBS Global A/S (Dinamarca) Mouran Alimentos Ltda. JBS USA, Inc.(2)
JBS Italia S.R.L Prodcontract
JBS Holding GMBH(3) Novaprom Foods e Ingredientes Ltda
Total
I) Conforme definido no CPC 2/IAS 21- Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão das demonstrações contábeis , refere-se à variação cambial dos investimentos em moeda estrangeira e que são avaliados pelo método de equivalência patrimonial (MEP), a qual foi lançada diretamente no patrimônio líquido da Companhia sobre a rubrica de “Ajustes acumulados de conversão”. II) Refere-se ao reflexo de ajustes de avaliação patrimonial, assim como ajuste acumulado de conversão, registrado no patrimônio líquido das controladas, cujo efeito está sendo reconhecido, quando do cálculo da equivalência patrimonial, diretamente no patrimônio líquido da Companhia.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
101
O Banco Itaú divulgou os investimentos que não são consolidados.
Demonstração Financeira do Banco Itaú, Nota Explicativa n° 12.a Nota 12 - Investimentos em empresas não consolidadas a) Composição % de participação em 31/12/2011
31/12/2011
Total
Votante
Patrimônio Líquido
Lucro Líquido
Investimento
Resultado de Participações
Porto Seguro Itaú Unibanco Participações S.A. (a)
42,93
42,93
2.681
415
2.014
144
Banco BPI S.A.
19,01
19,01
1.151
(1.880)
219
(343)
16,14
16,14
1.119
310
273
102
-
-
-
-
38
(16)
--
-
-
-
2.544
(113)
(b) (c)
Serasa S.A. (d) Outros (e) Total
a) Para fins de valor de mercado foi considerado a cotação das ações da Porto Seguro S.A. O montante do investimento inclui o valor de R$ 862 em 31 de dezembro de 2011, de R$ 897 em 31 de dezembro de 2010 e R$ 936 em 01 de janeiro de 2010, que correspondem a diferença entre a participação nos ativos líquidos a valor justo da Porto Seguro Itaú Unibanco Participações S.A. e o custo do investimento; (b) Em 31/12/2011 foi reconhecida uma redução ao valor recuperável deste investimento de R$ 277; (c) Investimento tratado por equivalência patrimonial em função da influência significativa exercida pelos membros da administração na gestão dos negócios; (d) Investimento detido indiretamente pelo Itaú Unibanco Holding em função da sua participação de 66% na controlada BIU Participações S.A. que detém 24% no capital votante da Serasa S.A.; (e) Em 31/12/2011, inclui participação no capital total e capital votante das seguintes companhias: Compañia Uruguaya de Medios de Procesamiento S.A. (26,88% capital total e votante); Latosol Empreendimentos e Participação Ltda (32,11% capital total e votante);Redebanc SRL (20,00% capital total e votante ) e Tecnologia Bancária S.A. (24,81% capital total e votante).
O Banco Itaú também divulgou que não possui exposição a passivos de suas controladas.
Demonstração Financeira do Banco Itaú, Nota Explicativa n° 12 b) Outras Informações A tabela abaixo apresenta o resumo da parte proporcional das informações financeiras das investidas pelo método de equivalência patrimonial de forma agregada.
Total de Ativos (*) Total de Passivos (*) Total de Receitas
(*)
Total de Despesas (*)
31/12/2011
31/12/2010
01/01/2010
107.783
107.250
120.798
102.831
100.114
112.783
8.739
8.275
-
(9.894)
(7.066)
-
(*) Representado substancialmente pelo Banco BPI S.A., no montante de R$ 103.696 em 31 de dezembro de 2011 (R$ 103.472 em 31 de dezembro de 2010 e R$ 117.362 em 01 de janeiro de 2010) referente a Ativos, de R$ 102.544 em 31 de dezembro de 2011 (R$ 99.883 em 31 de dezembro de 2010 e R$ 112.566 em 01 de janeiro de 2010) referente a Passivos, de R$ 7.081 em 31 de dezembro de 2011 (R$ 6.428 em 31 de dezembro de 2010) referente a Receitas e de R$ 8.961 em 31 de dezembro de 2011 (R$ 5.986 em 31 de dezembro de 2010) referente a Despesas.
As investidas não apresentam passivos contingentes aos quais o Itaú Unibanco Holding esteja significativamente exposto.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
102
31/12/2010
01/01/2010 Patrimônio Líquido
Investimento
Valor de Mercado
2.782
2.212
1.886
1.941
75
524
4.803
914
903
256
80
-
1.007
250
-
-
42
33
-
-
130
-
-
2.948
349
-
-
3.180
-
Valor de Mercado
Patrimônio Líquido
Lucro Líquido
Investimento
Resultado de Participações
Valor de Mercado
2.094
2.494
466
1.968
161
219
3.589
442
682
-
1.052
301
-
-
-
-
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
103
A Hypermarcas detalhou, em notas explicativas sobre investimentos, o valor da equivalência patrimonial.
A Hypermarcas detalhou, em nota explicativa sobre investimentos, o valor da equivalência patrimonial.
Demonstração Financeira da Hypermarcas, Nota Explicativa n° 14 a a) Equivalência patrimonial Patrimônio Líquido ajustado em 31 de dezembro de 2011
Participação %
Equivalência patrimonial de operações continuadas de 2011
194.705
100%
(57.801)
(101)
100%
(752)
-
100%
-
Luper Indústria Farmacêutica Ltda.(IV)
-
100%
(685)
Facilit Odontológica e Perfumaria Ltda.(V)
-
100%
-
Sapeka Indústria e Comércio de Fraldas Descartáveis S.A.(VI)
-
100%
-
York S.A Indústria e Comércio(VII)
-
100%
-
IPH&C Indústria de Produtos de Higiene e Cosméticos Ltda.(VIII)
7.016
100%
(1.067)
Mabesa do Brasil S.A.(IX)
-
100%
(7.126)
Mantecorp Indústria Química Farmacêutica S.A.(X)
-
100%
39.354
340.570
100%
(35.364)
-
-
(63.441)
-
-
-
-
Cosmed Indústria de Cosméticos e Medicamentos S.A.(I) My Agência de Propaganda Ltda.(II) Versoix Participações Ltda.
(III)
Brainfarma Indústria e Farmacêutica S.A.(XI)
Ágio de empresas não incorporadas
I)
A Hypermarcas é detentora de 320.669.379 ações ordinárias da sua controlada Cosmed Indústria de Cosméticos e Medicamentos S.A.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
104
(63.441)
Equivalência patrimonial de operações descontinuadas de 2011
Saldo do investimento em 31 de dezembro de 2011
Equivalência patrimonial de operações continuadas de 2010
Equivalência patrimonial de operações descontinuadas de 2010
Saldo do investimento em 31 de dezembro de 2010
-
194.705
11.545
-
161.304
-
(101)
468
-
651
-
-
(359)
-
25.735
-
-
(1.067)
-
32.841
-
-
3.252
-
33.213
-
-
26.377
-
218.350
-
-
1.061
-
33.220
-
7.016
(536)
-
20.264
(12.781)
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
340.570
-
-
-
(12.781)
542.190
40.741
-
525.578
-
64.088
-
-
823.033
(12.781)
606.278
40.741
-
1.348.611
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
105
A Gerdau divulgou, no consolidado e nas demonstrações individuais da controladora, suas informações por tipo de participação.
Demonstração Financeira da Gerdau, Nota Explicativa n° 10 Consolidado I) Investimentos avaliados por equivalência patrimonial Empresas com controle compartilhado Joint Ventures América do Norte(a)
Gerdau Corsa S.A.P.I. de C.V.
Kalyani Gerdau Steel Ltd.
Dona Francisca Energética S.A.
Armacero Ind. Com. Ltda.
258.758
58.088
16.058
92.613
15.807
829
(1.657)
(13.093)
12.765
1.773
1.844
769
(1.813)
-
333
Aquisição/alienação de investimento
-
-
-
-
-
Aumento de capital social
-
-
24.552
-
-
Dividendos/juros sobre capital próprio
(43.788)
-
-
(5.182)
-
Saldo em 31/12/2010
217.643
57.200
25.704
100.196
17.913
Equivalência
75.013
(7.582)
(34.172)
18.019
727
Ajustes de avaliação patrimonial
Saldo em 01/01/2010 Equivalência Ajustes de avaliação patrimonial
31.737
(130)
3.358
-
1.144
Aquisição/alienação de investimento
-
-
-
-
-
Aumento de capital social
-
-
387
-
-
Dividendos/juros sobre capital próprio
(57.873)
-
-
(11.489)
-
Saldo em 31/12/2011
266.520
49.488
(4.723)
106.726
19.784
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
106
Empresas associadas Grupo Multisteel Business Holdings Corp.
Corsa Controladora S.A. de C.V.
Corporación Centroamericano Del Acero S.A.
Maco Holdings Ltda.
Outros
Ágios
Total
159.766
98.567
128.555
-
1.056
370.642
1.199.910
15.075
7.385
(6.672)
23.049
-
-
39.454
(8.236)
1.226
7
-
-
(11.854)
(17.724)
-
-
-
-
234
-
234
-
-
-
74.737
-
-
99.289
441
(8.279)
165
-
-
-
(56.643)
167.046
98.899
122.055
97.786
1.290
358.788
1.264.520
(4.297)
11.114
2.669
1.171
-
-
62.662
20.884
(3.229)
13.642
15.241
-
24.887
107.534
-
-
-
(2.773)
-
-
(2.773)
-
-
-
-
-
26.468
26.855
(3.672)
(23.093)
-
(7.380)
-
-
(103.507)
179.961
83.691
138.366
104.045
1.290
410.143
1.355.291
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
107
Demonstração Financeira da Gerdau, Nota Explicativa n° 10 Controladora I) Investimentos avaliados por equivalência patrimonial Empresa as sociada Dona Francisca Energética S.A.
GTL Equity Investments Corp.
Gerdau Açominas S.A.
Gerdau Internacional Empreend. Ltda.
Itaguaí Com. Imp. e Export. Ltda.
Gerdau Aços Longos S.A.
Gerdau Aços Especiais S.A.
Saldo em 01/01/2010
92.613
792.090
3.893.265
4.430.230
301.461
4.899.982
1.844.725
Equivalência
12.764
(27.664)
2.477
264.127
35.301
1.638.057
170.912
Ajustes de avaliação patrimonial
-
(33.342)
(60.656)
(237.486)
(19.383)
(168.710)
(94.792)
Aquisição/alienação de investimento
-
-
121
1.447.342
827
167
29
Aumento de capital por incorporação de empresas
-
-
-
-
-
-
-
Remuneração baseada em ações
-
-
2
1.185
70
345
-
(5.182)
-
-
-
-
(343.030)
(68.392)
Incorporação de empresas
-
-
-
-
-
-
-
Efeito de aumento de participação em controladas
-
-
(687)
(270.095)
(17.137)
(87.363)
-
100.195
731.084
3.834.522
5.635.303
301.139
5.939.448
1.852.482
20.402
(10.913)
311.943
414.782
48.154
493.354
131.779
Ajustes de avaliação patrimonial
-
109.961
(141.737)
910.357
28.314
406.465
50.033
Aquisição/alienação de investimento
-
-
45
-
-
66
11
Remuneração baseada em ações
-
-
1
18
13
185
-
Dividendos/juros sobre capital próprio
(13.873)
-
-
-
(6.737)
(217.447)
(79.700)
Aumento de capital (c)
-
-
-
2.139.309
-
-
629.011
A locação de valor justo
-
-
-
-
-
-
(349.068)
Efeito de aumento de participação em controladas
-
-
(2)
4.959
155
2.039
(443.215)
Ações em tesouraria de controladas
-
-
-
(9.237)
(292)
(3.798)
-
106.724
830.132
4.004.772
9.095.491
370.746
6.620.312
1.791.333
Dividendos/juros sobre capital próprio
Saldo em 31/12/2010 Equivalência
Saldo em 31/12/2011 Capital social
66.600
955.750
2.104.243
10.982.139
145.937
3.407.968
1.229.011
Total de ativos ajustado
464.251
858.393
7.923.725
14.808.311
393.762
9.465.501
2.084.981
Total de passivos
258.292
28.261
3.662.480
4.452
23.016
2.419.869
217.842
Patrimônio líquido ajustado
205.959
830.132
4.261.245
14.803.859
370.746
7.045.632
1.867.139
Receitas
84.613
-
5.044.610
-
-
7.960.731
1.081.991
Lucro/prejuízo líquido do exercício ajustado
39.372
(10.913)
331.920
675.101
48.154
525.049
137.356
Participação no capital total (%)
51,82%
100,00%
93,98%
61,44%
100,00%
93,96%
95,94%
Participação no capital votante (%)
51,82%
100,00%
93,99%
61,44%
100,00%
93,97%
95,95%
345.109.212
600.000
187.894.856
6.746.989.163
145.936.651
187.454.870
284.644.838
(26.772)
-
-
-
(6.737)
(231.417)
(83.073)
Ações ordinárias/quotas possuídas Dividendos/Juros sobre capital próprio no exercício
Empresas Controladas Gerdau Comercial de Aços S.A.
Gerdau América Latina Part. S.A.
Empresa Siderúrgica Del Perú S.A.
Gerdau Trade Inc.
GTL Trade Finance Inc.
Aços Villares S.A.
Outros
Ágios
Total
998.988
1.250.968
416.369
-
17
537.143
60
432.666
19.890.577
12.713
76.694
35.265
(19.795)
(112.501)
181.734
-
-
2.270.084
(7.684)
(89.493)
38.293
18.250
112.500
(1.584)
-
-
(544.087)
22
26
-
86
-
-
10.714
-
1.459.334
-
-
-
-
-
1.909.720
-
-
1.909.720
-
335
-
-
-
-
-
-
1.937
(28.730)
-
-
-
-
(50.271)
-
-
(495.605)
-
-
-
-
-
(1.299.579)
-
-
(1.299.579)
-
(82.072)
-
-
-
(1.277.163)
-
-
(1.734.517)
975.309
1.156.458
489.927
(1.459)
16
-
10.774
432.666
21.457.864
66.287
65.845
53.133
343.910
314.193
-
(73.488)
-
2.179.381
(297)
128.993
96.711
(341.985)
(314.400)
-
79.985
-
1.012.400
9
11
-
-
-
-
-
-
142
-
67
-
-
-
-
-
-
284
(49.626)
-
-
-
-
-
-
-
(367.383)
-
-
-
-
-
-
-
-
2.768.320
-
-
-
-
-
-
-
-
(349.068)
-
736
-
-
-
-
-
-
(435.328)
-
(1.373)
-
-
-
-
-
-
(14.700)
991.682
1.350.737
639.771
466
(191)
-
17.271
432.666
26.251.912
876.312
800.000
589.385
85.850
23.366
1.347.731
1.433.628
1.534.264
2.372.053
2.838.025
310.251
2
796.020
2.371.587
2.838.216
1.037.480
1.433.626
738.244
466
(191)
3.143.558
-
959.768
0
0
69.348
69.886
61.311
343.910
314.193
95,59%
94,22%
86,66%
100,00%
100,00%
95,59%
94,22%
86,66%
100,00%
100,00%
261.187.477
169.461.788
795.303.643
50.000
50.000
(51.918)
-
-
-
-
A Gerdau reconhece suas joint ventures por equivalência e não faz consolidação proporcional, conforme divulgado em notas explicativas.
Demonstração Financeira da Gerdau, Nota Explicativa n° 2.8 b b) Investimentos em empresas com controle compartilhado Empresas com controle compartilhado e joint ventures são aquelas nas quais o controle é exercido conjuntamente pela Companhia e por um ou mais sócios. Os investimentos em empresas com controle compartilhado são reconhecidos pelo método de equivalência patrimonial, desde a data que o controle conjunto é adquirido. De acordo com este método, as participações financeiras sobre empresas com controle compartilhado são reconhecidas no balanço patrimonial consolidado ao custo de aquisição, e são ajustadas periodicamente pelo valor correspondente à participação da Companhia nos resultados líquidos e outras variações no Patrimônio Líquido destas empresas. Adicionalmente, os saldos dos investimentos poderão ser reduzidos pelo reconhecimento de perdas por recuperação do investimento (impairment).
A Gerdau também faz uma descrição das companhias com controle compartilhado, conforme demonstrado a seguir.
Demonstração Financeira da Gerdau, Nota Explicativa n° 3.2 3.2 – Empresas com controle compartilhado A tabela a seguir apresenta as participações nas empresas com controle compartilhado. Percentual de participação Entidades com controle compartilhado
País
Capita total
Capital votante
(*)
2011
2010
2011
2010
EUA
50,00
50,00
50,00
50,00
Bradley Steel Processors
Canadá
50,00
50,00
50,00
50,00
MRM Guide Rail
Canadá
50,00
50,00
50,00
50,00
Gerdau Corsa S.A.P.I. de C.V.
México
50,00
50,00
50,00
50,00
Índia
80,57
73,22
80,57
73,22
Gallatin Steel Company
Kalyani Gerdau Steel Ltd.
As participações apresentadas representam o percentual detido pela empresa investidora direta e indiretamente no capital da empresa com controle compartilhado.
(*)
A Companhia não consolida as Demonstrações Financeiras da Kalyani Gerdau Steel Ltd., apesar de ter mais de 50% do capital total desta empresa, devido ao contrato de controle compartilhado que estabelece direitos de gestão conjunta do negócio com o outro sócio. As informações financeiras das empresas com controle compartilhado Gallatin Steel Company, Bradley Steel Processors, MRM Guide Rail, Gerdau Corsa S.A.P.I. de C.V. e Kalyani Gerdau Steel Ltd. avaliadas por equivalência patrimonial, estão demonstradas abaixo, de forma combinada: Empresas com controle compartilhado 2011
2010
Circulante
684.738
468.419
Não-circulante
746.625
566.490
1.431.363
1.034.909
Circulante
376.813
155.930
Não-circulante
428.407
295.497
Patrimônio Líquido combinado
626.143
583.482
1.431.363
1.034.909
311.285
300.547
Ativo
Total do ativo Passivo
Total do passivo e Patrimônio Líquido Participação da Companhia nos ativos líquidos das empresas com controle compartilhado
Demonstração Financeira da Gerdau, Nota Explicativa n° 3.2 - Continuação 2011
2010
2.183.025
1.813.014
Demonstração do resultado Receita líquida de vendas Custo das vendas
(1.987.130)
(1.662.143)
Lucro bruto
195.895
150.871
Despesas com vendas, gerais e administrativas
(32.633)
(29.722)
Outras despesas/receitas operacionais
(34.837)
(80.641)
Lucro antes do resultado financeiro e dos impostos
128.425
40.508
Resultado financeiro
(54.813)
(25.180)
73.612
15.328
Lucro antes dos impostos Imposto de renda e contribuição social
7.690
497
Lucro líquido
81.302
15.825
Participação da Companhia no lucro (prejuízo) líquido das empresas com controle compartilhado
33.259
(13.921)
Em preparação para o IFRS 11 (Joint Arrangements), a Petrobras não consolida mais proporcionalmente suas joint ventures. A empresa divulgou, na nota de consolidação, os ajustes retroativos no balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício e demonstração dos fluxos de caixa.
Demonstração Financeira da Petrobras, Nota Explicativa n° 3 A Companhia passou a reconhecer em suas demonstrações contábeis dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010 os investimentos em empresas controladas em conjunto avaliados pelo método de equivalência patrimonial e não mais consolidados proporcionalmente, em conformidade com a alternativa prevista no IAS 31 e seu correspondente CPC 19 (R1), aprovado pela Deliberação CVM 666/11. Essa alteração foi aplicada retroativamente a 1º de janeiro de 2010, com a alteração dos saldos conforme a seguir:
a) Balanço patrimonial consolidado 01.01.2010
31 .12.2010
Divulgado (*)
Efeito da consolidação proporcional
Saldo inicial reapresentado 01.01.2010
Divulgado (*)
Efeito da consolidação proporcional
Reapresentado
Ativo circulante
74.374
(934)
73.440
106.685
(783)
105.902
Ativo realizável a longo prazo
34.923
(574)
34.349
38.470
(752)
37.718
5.772
2.272
8.044
8.879
2.713
11.592
227.079
(2.432)
224.647
282.838
(2.743)
280.095
8.271
(1.482)
6.789
83.098
(1.559)
81.539
350.419
(3.150)
347.269
519.970
(3.124)
516.846
55.161
(1.068)
54.093
56.834
(886)
55.948
Passivo não circulante
128.363
(1.653)
126.710
152.911
(1.841)
151.070
Patrimônio líquido atribuível aos acionistas da Petrobras
164.317
-
164.317
306.766
(1)
306.765
2.578
(429)
2.149
3.459
(396)
3.063
350.419
(3.150)
347.269
519.970
(3.124)
516.846
Investimento Imobilizado Intangível Passivo circulante
Participação de acionistas não controladores
(*)
Divulgado nas demonstrações contábeis do exercício findo em 31 de dezembro de 2010.
Demonstração Financeira da Petrobras, Nota Explicativa n° 3 - Continuação b) Demonstração de resultados consolidados
Divulgado
Efeito da consolidação proporcional
213.274
(1.432)
211.842
(136.052)
435
(135.617)
77.222
(997)
76.225
(30.165)
334
(29.831)
47.057
(663)
46.394
2.563
57
2.620
208
377
585
Participação de empregados e administradores
(1.691)
-
(1.691)
Lucro antes dos tributos sobre o lucro
48.137
(229)
47.908
(12.236)
209
(12.027)
35.901
(20)
35.881
-
-
-
35.189
-
35.189
712
(20)
692
35.901
(20)
35.881
Receita de venda Custo dos produtos e serviços vendidos Lucro bruto Despesas Lucro antes do resultado financeiro, participações e tributos Resultado financeiro líquido Resultado de participação em investimento
Imposto renda/contribuição social Lucro líquido Atribuível aos: Acionistas da Petrobras Acionistas não controladores
Reapresentado
c) Demonstração dos fluxos de caixa consolidado 2010 Divulgado
Efeito da consolidação proporcional
Reapresentado
53.435
(564)
52.871
(105.567)
383
(105.184)
53.858
(81)
53.777
Efeito de variação cambial sobre o caixa e equivalente caixa
(437)
143
(294)
Variação líquida de caixa do exercício
1.289
(119)
1.170
Caixa e equivalentes de caixa no início do exercício
29.034
(788)
28.246
Caixa e equivalentes de caixa no final do exercício
30.323
(907)
29.416
Caixa gerado pelas atividades operacionais Caixa utilizado em atividades de investimentos Caixa gerado pelas atividades de financiamento
A Petrobras também mostrou o valor justo de seus investimentos com cotação de mercado.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
112
Demonstração Financeira da Petrobras, Nota Explicativa n° 11.3 11.3. Investimentos em empresas com ações negociadas em bolsas Cotação em bolsa de valores (R$ por ação)
Lote de mil ações Empresa
Valor de mercado
2011
2010
Tipo
2011
2010
2011
2010
678.396
678.396
ON
2,70
4,46
1.832
3.026
-
-
-
-
-
1.832
3.026
Braskem
212.427
212.427
ON
11,78
17,80
2.502
3.781
Braskem
75.793
75.793
PNA
12,80
20,37
970
1.544
-
46.049
PN
-
6,99
-
322
-
-
-
-
-
3.472
5.647
Controladas Petrobras Argentina
Coligadas
Quattor Petroquímica (*)
(*)
Em 03 de fevereiro de 2011, ocorreu o cancelamento do registro na CVM de companhia aberta em função da incorporação das ações pela Braskem.
O valor de mercado para essas ações não reflete, necessariamente, o valor de realização de um lote representativo de ações.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
113
// CPC 22
Informações por Segmento (IFRS 8)
Um dos principais objetivos da adoção das normas internacionais foi aumentar a relevância das demonstrações financeiras, especialmente para os investidores. Dentro desse contexto, a divulgação de informações por segmento acrescenta grande valor ao julgamento dos investidores através da compreensão da contribuição das partes do negócio à empresa como um todo. Embora seja possível avaliar a empresa de forma agregada através das demonstrações financeiras, é mais difícil compreender o desempenho do negócio sem conhecer, por exemplo, a contribuição de produtos novos versus produtos maduros, ou o crescimento das vendas por regiões geográficas. Nesta seção, analisamos as divulgações realizadas pelas empresas da nossa amostra no tocante às informações por segmento. Tal assunto está disposto no CPC 22 – Informações por Segmento (IFRS 8). Essa norma internacional define os requisitos para a divulgação de informações sobre os segmentos operacionais e igualmente aborda as divulgações acerca dos produtos e serviços da entidade, das suas áreas geográficas e de seus principais clientes. Os aspectos considerados nas nossas análises foram: • Quantidade e tipos de segmentos divulgados pelas empresas (produtos e serviços, geográfico etc) • Políticas e estimativas contábeis sobre informações por segmento • Itens de resultado e patrimônio divulgados por segmento (receita, custo, resultado, ativo e passivo com conciliação de informações) • Informações específicas acerca dos principais produtos, áreas geográficas e clientes (grau de dependência)
Quantidade e tipos de segmentos divulgados pelas empresas As empresas analisadas reportaram as informações segregadas de três segmentos em média, conforme apresentado no quadro a seguir. N° de Segmentos
Quantidade Empresas
%
1
15
25,0%
2
10
16,7%
3
12
20,0%
4
14
23,3%
5
5
8,3%
6
2
3,3%
7
2
3,3%
60
-
Total
Da amostra, 15 empresas, que representam 25% delas, divulgaram apenas um segmento, como é o caso da Cia. Hering, mostrada na nota a seguir.
Demonstração Financeira da Cia. Hering, Nota nº 3 – Principais Políticas Contábeis (t) t) Informação por segmento Um segmento operacional é um componente da Companhia que desenvolve atividades de negócio das quais pode obter receitas e incorrer em despesas, incluindo receitas e despesas relacionadas com transações com outros componentes da Companhia. Todos os resultados operacionais dos segmentos operacionais são revistos frequentemente pelo Presidente da Companhia (CEO) para decisões sobre os recursos a serem alocados ao segmento e para avaliação de seu desempenho, e para o qual informações financeiras individualizadas estão disponíveis. A Companhia e suas controladas possuem um único segmento de negócio: a produção e comercialização de artigos do vestuário e acessórios, como divulgado na nota 36.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
115
O número máximo de segmentos reportados foi sete, pelas empresas Petrobras e OGX Petróleo. Na Petrobras, a demonstração por segmento publicada foi a seguinte.
Demonstração Financeira da Petrobras, Notas Explicativas – Informações Complementares Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras Demonstração da Segmentação de Negócios (consolidado) Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010 (Em milhões de reais, exceto quando indicado em contrário) 2011 E&P
Abastecimento
Gás & Energia
Receita de vendas
124.028
198.516
16.295
Intersegmentos
123.165
63.833
2.182
863
134.683
14.113
(55.118)
(205.998)
(9.550)
Lucro bruto
68.910
(7.482)
6.745
Receitas (despesas)
(7.058)
(7.026)
(2.533)
(819)
(5.536)
(1.739)
(3.674)
-
-
(1.248)
(470)
(116)
(80)
(90)
(165)
Outras
(1.237)
(930)
(513)
Lucro antes do resultado financeiro, das participações e impostos
61.852
(14.508)
4.212
-
-
-
74
(165)
398
Participação nos lucros ou resultados
(488)
(348)
(61)
Lucro antes dos impostos
61.438
(15.021)
4.549
(20.863)
5.051
(1.411)
40.575
(9.970)
3.138
40.594
(9.955)
3.109
(19)
(15)
29
40.575
(9.970)
3.138
Terceiros Custo dos produtos vendidos
Vendas, gerais e administrativas Custos exploratórios p/ extração de petróleo Pesquisa e desenvolvimento Tributárias
Resultado financeiro líquido Resultado de participações em investimentos
Imposto de renda/ contribuição social Lucro líquido Atribuível aos: Acionistas da Petrobras Acionistas não controladores
A partir de 2011, os negócios com biocombustíveis estão apresentados em área própria. Anteriormente, estas informações estavam inseridas no grupo de órgãos corporativos. Reclassificamos as informações do exercício anterior para fins de comparação.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
116
2011 Biocombustível
Distribuição
Internacional
Corporativo
Eliminação
Total
535
73.633
28.374
-
(197.205)
244.176
482
1.223
6.320
-
(197.205)
-
53
72.410
22.054
-
-
244.176
(588)
(67.630)
(21.679)
-
193.624
(166.939)
(53)
6.003
6.695
-
(3.581)
77.237
(222)
(4.118)
(3.169)
(8.008)
300
(31.834)
(111)
(4.024)
(1.554)
(4.114)
300
(17.597)
-
-
(754)
-
-
(4.428)
(50)
(9)
(1)
(550)
-
(2.444)
(1)
(41)
(192)
(208)
-
(777)
(60)
(44)
(668)
(3.136)
-
(6.588)
(275)
1.885
3.526
(8.008)
(3.281)
45.403
-
-
-
122
-
122
26
9
40
4
-
386
(2)
(118)
(52)
(491)
-
(1.560)
(251)
1.776
3.514
(8.373)
(3.281)
44.351
94
(601)
(1.547)
6.920
1.116
(11.241)
(157)
1.175
1.967
(1.453)
(2.165)
33.110
(157)
1.175
1.949
(1.237)
(2.165)
33.313
18
(216)
1.967
(1.453)
(157)
1.175
(203) (2.165)
33.110
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
117
Nas Instituições Financeiras, as informações foram distribuídas entre dois a seis segmentos, tendo o Banco Itaú apresentado quatro segmentos, conforme apresentado a seguir.
Demonstração Financeira do Banco Itaú, Nota nº 33 – Informações por Segmento Nota 33 - Informações por Segmento O ITAÚ UNIBANCO HOLDING é uma instituição bancária que oferece a seus clientes uma diversificada gama de produtos e serviços financeiros. Os quatro segmentos operacionais e de reporte do ITAÚ UNIBANCO HOLDING são: Banco Comercial, Itaú BBA, Crédito ao Consumidor e Corporação e Tesouraria. Os atuais segmentos de negócio do ITAÚ UNIBANCO HOLDING são os descritos abaixo: • Itaú Unibanco - Banco Comercial O segmento Banco Comercial fornece um amplo leque de serviços bancários a uma diversificada base de clientes pessoas físicas e jurídicas, entre eles: clientes de varejo (pessoas físicas e microempresas), clientes de alta renda, cIientes com alto patrimônio (private bank), pequenas empresas e empresas de médio porte. Os produtos e serviços prestados pelo Banco Comercial incluem produtos de seguros, planos de previdência privada e capitalização, cartões de crédito, gestão de ativos, produtos de crédito, entre outros. O segmento oferece soluções desenvolvidas especificamente para atender as necessidades de clientes, estabelecendo estratégias de comercialização adequadas a cada um dos diferentes perfis e explorando os canais de distribuição mais convenientes. Assim, busca-se constantemente ampliar o número de produtos oferecidos aos clientes, diversificando nossas fontes de receitas. O segmento é uma fonte importante de funding para as operações e geram significativas receitas financeiras e de prestação de serviços bancários. • Itaú Unibanco – Itaú BBA O Itaú BBA é o segmento responsável pelas operações bancárias de grandes empresas e pelos serviços de banco de investimento. O ltaú BBA oferece uma ampla gama de produtos e serviços para os maiores grupos econômicos do Brasil. O modelo de gestão do ltaú BBA está voltado para o desenvolvimento de relações de grande proximidade com seus clientes, obtendo um conhecimento profundo de suas necessidades e oferecendo soluções
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
118
Demonstração Financeira do Banco Itaú, Nota nº 33 – Informações por Segmento - Continuação customizadas. A atividade de banco de investimento compreende a oferta ao segmento corporativo de recursos obtidos por meio de instrumentos de renda fixa e renda variável. Além disso, realiza atividades de fusões e aquisições. • Itaú Unibanco - Crédito ao Consumidor O segmento Crédito ao Consumidor é responsável pelo desenvolvimento da estratégia de ampliação da oferta de produtos e serviços financeiros para além do universo de clientes correntistas. Assim, o segmento de crédito ao consumidor abrange o financiamento de veículos realizado fora da rede de agências, a oferta de cartões de crédito para cliente não correntista e a oferta de crédito para população de baixa renda. A estrutura de negócios da operação de financiamento de veículos está apoiada em: Veículos Novos, Veículos Usados, Veículos Pesados e Motos. O processo de aprovação de crédito, nas operações de veículos está baseado em modelos de pontuação que permitem a rápida aprovação das propostas de crédito dos clientes, valendo-se da internet para processar essas propostas com segurança e eficiência. • Itaú Unibanco - Corporação e Tesouraria O segmento Corporação e Tesouraria gerencia fundamentalmente o resultado financeiro associado ao excesso de capital do ITAÚ UNIBANCO HOLDING, ao excesso de dívida subordinada e ao carregamento do saldo líquido dos créditos e débitos tributários, bem como a margem financeira advinda da atividade de negociação de ativos financeiros via posições (mesas) proprietárias, da atividade de gestão de gaps de moedas, taxas e demais fatores de riscos, de oportunidades de arbitragens nos mercados externo e doméstico e de marcação a mercado (mark to market) de ativos financeiros. Neste segmento, apresentam-se também os resultados dos itens não recorrentes que não são considerados na demonstração do resultado gerencial.
É importante ressaltar que o CPC 22 não define de que forma a entidade deve definir e agregar seus segmentos operacionais, se por produto e serviço, área geográfica ou outro critério. A norma internacional recomenda fortemente que a base para agregação dos segmentos operacionais seja justamente aquela utilizada para fins de tomada de decisão gerencial. Sobre esse aspecto, buscamos avaliar qual foi o critério utilizado pelas empresas da nossa amostra que reportaram mais de um segmento, para agregar seus segmentos. Os resultados são apresentados no gráfico a seguir. No caso, 76% das empresas segmentaram suas operações por produtos e serviços, 7% por distribuição geográfica, 15% usaram ambos os critérios e uma empresa, que foi a BR Malls, escolheu a segmentação por classe social dos compradores.
Forma de segmentação escolhida pelas empresas
15%
2% Outros
27,70%
Ambos: Produtos e Geográfica
7%
Áreas Geográficas Produtos e Serviços
76%%
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119
Uma das empresas que segregaram suas operações por produtos e serviços foi a CCR, conforme apresentado a seguir.
Demonstração Financeira da CCR, Nota nº 5 – Segmentos Operacionais Informações relativas a 31 de dezembro de 2011
Receitas brutas
Concessões rodoviárias
Concessão metroviária
Serviços/ Holdings
Totais
Eliminações
Consolidado
5.193.675
137.367
259.745
5.590.787
-
5.590.787
-
-
268.881
268.881
(260.381)
8.500
155.995
64.230
259.331
479.556
(129.021)
350.535
(1.064.693)
(119.441)
(218.160)
(1.402.294)
129.021
(1.273.273)
(385.057)
(9.353)
(55.131)
(449.541)
11.409
(438.132)
894.925
(39.148)
915.012
1.770.789
(860.020)
910.769
(449.970)
19.841
(13.383)
(443.512)
-
(443.512)
-
-
844.816
844.816
(844.816)
-
11.133.563
470.771
4.865.528
16.469.862
(3.618.496)
12.851.366
-
-
2.413.261
2.413.261
(2.413.261)
-
534.485
71.229
52.895
658.609
-
658.609
9.620.098
434.645
987.210
11.041.953
(1.404.802)
9.637.151
Receitas brutas entre segmentos Receitas financeiras Despesas financeiras Depreciação e amortização Resultados dos segmentos divulgáveis após imposto de renda e da contribuição social Imposto de renda e contribuição social Resultado de equivalência patrimonial Ativos dos segmentos divulgáveis Investimentos em coligadas e controladas em conjunto CAPEX Passivos dos segmentos divulgáveis
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120
Já a OGX Petróleo segrega suas informações por área geográfica.
Demonstração Financeira da OGX Petróleo, Nota nº 26 – Informações por Segmento Balanços por segmento
Bacias
Em 31 de dezembro de 2011
Campos
ParáMaranhão
Santos
Espírito Santo
Parnaíba
Colômbia
Corporativo
Consolidado
Ativo circulante
70.674
38
-
48
18.493
1.816
5.482.661
5.573.730
Ativo não circulante
83.342
69.610
6.422
18.239
48.281
-
865.066
1.090.960
Imobilizado
76.590
-
-
-
71.124
400
128.742
276.856
Intangível
5.127.174
18.555
1.953.224
102.316
154.945
785
51.652
7.408.651
Total do ativo
5.357.780
88.203
1.959.646
120.603
292.843
3.001
6.528.121
14.350.197
288.521
4.205
67.668
38.903
32.741
2.588
284.682
719.308
96.382
1.464
2.795
2.837
11.743
-
4.646.635
4.761.856
-
-
-
-
-
-
8.869.033
8.869.033
384.903
5.669
70.463
41.740
44.484
2.588
13.800.350
14.350.197
Ativo
Passivo Passivo circulante Passivo não circulante Patrimônio líquido Total passivo e patrimônio líquido
A BR Malls escolheu apresentar seus dados por classe social dos compradores, conforme apresentado a seguir.
Demonstração Financeira da BR Malls, Nota nº 29 – Informações por Segmento 29. Informações por segmento A alta administração da Companhia utiliza as informações por segmento de negócio para a tomada de decisões estratégicas. O desempenho de cada segmento é extraído dos registros contábeis da Companhia e está segregado conforme abaixo. Os ativos e passivos por segmento de negociação não estão sendo apresentados, uma vez que não são objeto de análise para tomada de decisão estratégica por parte da administração: 31 de dezembro de 2011 Alta
Média/alta
Média
Média/baixa
Total
62.558
246.591
275.647
89.474
674.270
1.645
18.375
14.513
798
35.331
12.099
38.762
62.158
18.042
131.061
516
3.404
4.499
1.449
9.868
-
-
-
-
74.877
1.577
2.594
1.918
-
6.089
78.395
309.726
358.735
109.763
931.496
(4.956)
(32.008)
(27.273)
(5.784)
(70.021)
Receitas de Shopping por segmento (I) Aluguéis Taxa de cessão Estacionamento Taxa de transferência Prestação de serviços (II) Outras
Impostos e contribuições
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
121
Demonstração Financeira da BR Malls, Nota nº 29 – Informações por Segmento - Continuação Custos de Shopping por segmento Custo com pessoal
(2.007)
(7.362)
(9.013)
(2.447)
(20.829)
Diversos serviços
(1.894)
(4.280)
(5.847)
(1.505)
(13.526)
Custos condominiais
(3.352)
(10.896)
(6.549)
(3.319)
(24.116)
Custo com fundo de promoções
(1.720)
(3.303)
(3.140)
(520)
(8.683)
-
-
-
-
(453)
(2.786)
(4.274)
(7.941)
(1.536)
(16.537)
(11.759)
(30.115)
(32.490)
(9.327)
(84.144)
61.680
247.603
298.972
94.652
777.331
Amortização Demais custos
Resultado bruto
Consolidado 2010 Alta
Média/alta
Média
Média/baixa
Total
34.776
138.218
175.789
76.752
425.535
Taxa de cessão
5.169
3.614
6.896
1.133
16.812
Estacionamento
7.221
16.883
45.916
12.936
82.956
43
609
2.746
362
3.760
Receitas de Shopping por segmento (I) Aluguéis
Taxa de transferência Prestação de serviços (II) Outras
51.121 357
5.753
8.879
378
15.367
47.566
165.077
240.226
91.561
595.551
(4.761)
(14.333)
(21.245)
(8.775)
(49.114)
(763)
(3.136)
(5.680)
(2.058)
(11.637)
Diversos serviços
(2.452)
(7.061)
(7.786)
(2.826)
(20.125)
Custos condominiais
(1.406)
(2.518)
(5.293)
(2.747)
(11.964)
(912)
(1.015)
(2.218)
(557)
(4.702)
Impostos e contribuições Custos de Shopping por segmento Custo com pessoal
Custo com fundo de promoções Amortização Demais custos
Resultado bruto
(294) (1.860)
(1.217)
(6.781)
(1.872)
(11.730)
(7.393)
(14.947)
(27.758)
(10.060)
(60.452)
35.412
135.797
191.223
72.726
485.985
I) A divisão por segmento de classe social segue pesquisa realizada nos shoppings centers com consumidores por renomado instituto de pesquisa, seguindo Critério Brasil. O Critério Brasil está relacionado com o poder de compra dos indivíduos e famílias urbanas do país, visando a classificação da população em classes econômicas. II) Refere-se às receitas de administração e comercialização de shoppings, que não são alocadas por segmento.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
122
Essa segmentação por classe social da BR Malls observa o seguinte critério.
Demostração Financeira da BR Malls, Nota nº 29 – Informações por Segmento Classe social
Renda mensal (salários mínimos)
Alta Média/Alta Média Média/Baixa
+ de 22 salários mínimos + de 12 salários mínimos até 21 salários mínimos + de 7 salários mínimos até 11 salários mínimos + de 2 salário mínimo até 6 salários mínimos
Políticas e estimativas contábeis sobre informações por segmento Para que o usuário consiga fazer uma análise detalhada das informações por segmento, é de suma importância que as empresas divulguem os respectivos critérios e estimativas utilizados nas referidas agregações. Sobre esse aspecto, a Braskem divulgou as seguintes informações.
Demonstração Financeira da Braskem, Nota nº 2.3 – Apresentação de Informações por Segmentos 2.3 Apresentação de informações por segmentos As informações por segmento operacional da Companhia são elaboradas e apresentadas de modo consistente com o relatório interno fornecido para o Diretor Presidente, que é o principal tomador de decisões operacionais e responsável pela alocação de recursos e pela avaliação de desempenho dos segmentos operacionais. Na apuração dos resultados por segmentos são consideradas as transações realizadas com terceiros e as transferências de mercadorias e prestação de serviços entre os segmentos, consideradas como vendas entre partes independentes e valoradas com base em preços de mercado. 36. Informações por segmentos A Administração da Companhia definiu a estrutura organizacional da Braskem com base nos tipos de negócios, nos principais produtos, mercados e processos de produção, e identificou cinco segmentos operacionais e reportáveis, sendo quatro segmentos produtivos e um de distribuição. As informações dos segmentos operacionais apresentadas são aquelas enviadas ao diretor presidente, que é o principal responsável pela tomada de decisões e alocações de recursos da Companhia. Em 31 de dezembro de 2011, a estrutura organizacional da Braskem é formada pelos seguintes segmentos: • Insumos básicos Este segmento compreende as atividades relacionadas à produção de petroquímicos básicos e suprimento de eletricidade, vapor e ar comprimido para os produtores da segunda geração, localizados nos pólos petroquímicos de Camaçari, Triunfo, Capuava e Duque de Caxias. • Poliolefinas Este segmento compreende as atividades relacionadas à produção de PE e PP. • Vinílicos Este segmento compreende as atividades relacionadas à produção de PVC, soda cáustica e cloro. • Negócios internacionais Este segmento compreende as atividades relacionadas à produção de PP nos Estados Unidos e na Alemanha e PE Verde no Brasil. A sua formação ocorreu em 1 de abril de 2010 como resultado da aquisição de ativos petroquímicos da Sunoco Chemicals, conforme divulgado na Nota 5.2. A partir de outubro de 2011, os resultados das plantas adquiridas da Dow Chemical são agregados ao resultado desse segmento, conforme divulgado na Nota 5.4.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Demonstração Financeira da Braskem, Nota nº 2.3 – Apresentação de Informações por Segmentos - Continuação • Distribuição química Este segmento compreende, principalmente, atividades relacionadas à distribuição de solventes derivados de petróleo, intermediários químicos, especialidades químicas e fármacos da controlada Quantiq. • Reestruturação dos segmentos Em fevereiro de 2011, o CADE aprovou a operação de aquisição e integração dos ativos da Quattor, fato que possibilitou a alteração da estrutura organizacional da Companhia a partir de 2011. A mudança em relação à estrutura anterior, apresentada nas demonstrações financeiras anuais de 2010 da Companhia, na Nota 28, está na distribuição dos negócios da Quattor entre as unidades de Insumos básicos e Poliolefinas. As informações de 2010 foram reclassificadas para possibilitar a comparabilidade com o resultado de 2011. Adicionalmente, o segmento de Negócios internacionais foi apresentado como PP Americas nas demonstrações financeiras de 2010. A Companhia revisa, retrospectivamente, as informações de segmentos para os períodos apresentados e avalia e gerencia suas performances baseadas nas informações geradas em seus registros contábeis estatutários mantidos de acordo com os princípios e práticas contábeis adotados no Brasil, de acordo com os CPC’s e IFRS, e que estão refletidas nas demonstrações financeiras consolidadas. As eliminações demonstradas nas informações por segmentos operacionais, quando comparadas aos saldos consolidados divulgados de acordo com os CPC’s e IFRS, são representadas por vendas entre segmentos, as quais são realizadas gerencialmente como vendas entre partes independentes. Reclassificações são representadas, principalmente, por resultados oriundos de prestação de serviços que são apresentados como “outras receitas (despesas) operacionais, líquidas”, por segmentos operacionais e como “receita líquida de vendas” nas demonstrações financeiras consolidadas. Em Outros segmentos estão apresentados os resultados integrais das controladas Cetrel e Braskem Idesa e os resultados proporcionais das controladas em conjunto Propilsur, Polimérica e RPR. O resultado da equivalência patrimonial reconhecida na demonstração do resultado da Companhia é apresentado na Unidade corporativa. Os segmentos operacionais são avaliados pelo resultado operacional que não inclui o resultado financeiro e IR eCSL correntes e diferidos. Em 2011 e 2010, a Companhia não possui receitas provenientes de transações com um único cliente que sejam iguais ou superiores a 10% de suas receitas líquidas totais. Em 2011, as receitas mais representativas provenientes de um único cliente equivalem a aproximadamente 5% das receitas líquidas totais da Companhia e referem-se ao segmento de Insumos básicos. A Companhia não divulga os ativos por segmento já que essa informação não é apresentada ao seu principal tomador de decisões.
A Petrobras, por sua vez, informou que utiliza tanto os tipos de produtos quanto a segmentação geográfica para agregar seus segmentos, conforme apresentado nas suas demonstrações.
Demonstração Financeira da Petrobras, Nota nº 2.1 – Relatórios por Segmento de Negócio As informações contábeis por segmento operacional (área de negócio) da Companhia são elaboradas com base em itens atribuíveis diretamente ao segmento, bem como aqueles que podem ser alocados em bases razoáveis. Na apuração dos resultados segmentados são consideradas as transações realizadas com terceiros e as transferências entre as áreas de negócio, sendo estas valoradas por preços internos de transferência definidos entre as áreas e com metodologias de apuração baseadas em parâmetros de mercado. As informações por área de negócio na Companhia estão segmentadas de acordo com o modelo de organização vigente, contendo as seguintes áreas: a) Exploração e Produção: abrange as atividades de exploração, desenvolvimento da produção e produção de petróleo, LGN (líquido de gás natural) e gás natural no Brasil, objetivando atender, prioritariamente, as refinarias do país e, ainda, comercializando nos mercados interno e externo o excedente de petróleo, bem como derivados produzidos em suas plantas de processamento de gás natural.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Demonstração Financeira da Petrobras, Nota nº 2.1 – Relatórios por Segmento de Negócio - Continuação b) Abastecimento: contempla as atividades de refino, logística, transporte e comercialização de derivados e petróleo, exportação de etanol, extração e processamento de xisto, além das participações em empresas do setor petroquímico no Brasil. c) Gás e Energia: engloba as atividades de transporte e comercialização do gás natural produzido no país ou importado, de transporte e comercialização de GNL, de geração e comercialização de energia elétrica, assim como as participações societárias em transportadoras e distribuidoras de gás natural e em termoelétricas no Brasil, além de ser responsável pelos negócios com fertilizantes. d) Biocombustível: contemplam as atividades de produção de biodiesel e seus coprodutos e as atividades de etanol, através de participações acionárias, da produção e da comercialização de etanol, açúcar e o excedente de energia elétrica gerado a partir do bagaço da cana-de-açúcar. e) Distribuição: responsável pela distribuição de derivados, etanol e gás natural veicular no Brasil, representada pelas operações da Petrobras Distribuidora. f) Internacional: abrange as atividades de exploração e produção de petróleo e gás, de abastecimento, de gás e energia e de distribuição, realizadas no exterior, em diversos países das Américas, África, Europa e Ásia. g) No grupo de órgãos corporativos são alocados os itens que não podem ser atribuídos às demais áreas, notadamente aqueles vinculados à gestão financeira corporativa, o overhead relativo à Administração Central e outras despesas, inclusive as atuariais referentes aos planos de pensão e de saúde destinados aos aposentados e beneficiários.
O Banco Itaú divulgou suas políticas de apresentação das informações por segmento.
Demonstração Financeira do Banco Itaú, Nota nº 33 – Informações por Segmento Base de Apresentação das Informações por Segmento As informações por segmento foram elaboradas com base em relatórios usados pela alta administração, para avaliar o desempenho dos segmentos e tomar decisões quanto à alocação de recursos para investimento e demais propósitos. A alta administração do ITAÚ UNIBANCO HOLDING utiliza uma variedade de informações para fins gerenciais, inclusive informações financeiras e não financeiras que se valem de bases diversas daquelas informações preparadas de acordo com as políticas contábeis adotados no Brasil. As informações por segmento foram preparadas segundo as políticas contábeis adotadas no Brasil e sofreram as modificações e ajustes descritos abaixo. As informações financeiras por segmento apresentam diferenças em relação às práticas contábeis brasileiras, em função: (I) do reconhecimento de impactos relacionados à alocação de capital aos segmentos por meio de um modelo proprietário, e (II) da apresentação da margem financeira após a aplicação de alguns critérios gerenciais. Os principais ajustes são descritos em detalhes, conforme abaixo: Alocação de Capital para cada segmento O patrimônio líquido contábil e o saldo de dívidas subordinadas foram substituídos por “funding” a preços de mercado, e as receitas e despesas financeiras foram alocadas aos diferentes segmentos baseadas no capital Nível 1, segundo modelo proprietário, sendo que o excesso de capital e dívida subordinada foi alocado ao segmento corporação. Os efeitos fiscais do pagamento de Juros sobre o Capital Próprio de cada segmento foram estornados e posteriormente realocados de maneira proporcional ao montante de capital Nível 1 (Tier 1). O resultado de equivalência patrimonial das empresas que não estão associadas a cada um dos segmentos e o resultado das participações minoritárias foram alocados ao segmento corporação. Margem Financeira O ITAÚ UNIBANCO HOLDING adota uma estratégia de gestão do risco cambial do capital investido no exterior que tem como objetivo não permitir impactos no resultado decorrentes de variação cambial. Para alcançar essa finalidade, o risco cambial é neutralizado por meio da utilização de instrumentos financeiros derivativos. Não se utiliza o método do hedge contábil na contabilização desses derivativos, e sim, a avaliação pelo valor justo com ganhos e perdas refletidas no resultado.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Demonstração Financeira do Banco Itaú, Nota nº 33 – Informações por Segmento - Continuação A estratégia de hedge considera ainda todos os efeitos fiscais incidentes: quer os relativos à não tributação ou dedutibilidade da variação cambial em momentos de apreciação ou depreciação, respectivamente do real ante as moedas estrangeiras, quer os decorrentes dos instrumentos financeiros derivativos utilizados. Nos períodos em que a variação da paridade entre o real e as moedas estrangeiras é expressiva, verificas-se significativo impacto nas receitas e despesas financeiras. Em razão disso, a demonstração de resultado gerencial é utilizada para a preparação da informação por segmento. A demonstração de resultado gerencial é obtida tendo como base reclassificações realizadas sobre a demonstração do resultado contábil preparada segundo as políticas contábeis adotadas no Brasil. Reclassificam-se os efeitos fiscais do hedge dos investimentos no exterior, os quais estão considerados nas linhas de despesas tributárias (PIS e Cofins) e de imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido na demonstração do resultado contábil. Além disso, a margem financeira gerencial possui para cada operação, alocação de seu respectivo custo de oportunidade. Na coluna de ajustes e reclassificações, são apresentados os efeitos das diferenças existentes entre as políticas contábeis utilizados na apresentação de informações por segmentos - que estão basicamente de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, salvo os ajustes descritos acima - e os princípios aplicados na preparação das demonstrações contábeis consolidadas em IFRS.
Nossas análises evidenciaram igualmente que algumas empresas não divulgaram informações por segmentos. Entretanto, algumas delas, como foi o caso da Cia. Hering, ressaltaram que as suas operações não foram segregadas, pois os critérios quantitativos mencionados no CPC 22 (IFRS 8) não foram atendidos.
Demonstração Financeira da Cia. Hering, Nota nº 36 – Segmentos Operacionais 36. Segmentos operacionais A Companhia possui apenas um segmento operacional definido como têxtil, o qual abrange a produção e a comercialização de artigos de vestuário. A Companhia está organizada, e tem o seu desempenho avaliado, como uma única unidade de negócios para fins operacionais, comerciais, gerenciais e administrativos. Essa visão está sustentada nos seguintes fatores: • Não há divisões em sua estrutura para gerenciamento das diferentes linhas de produtos, mercados ou canais de venda; • As suas unidades fabris operam para todas as suas linhas de produtos, mercados e canais de venda; • As decisões estratégicas da Companhia estão embasadas em estudos que demonstram oportunidades de mercado e não apenas no desempenho por produto, marca ou canal; Os produtos da Companhia são distribuídos por marcas e canais diferentes (Marca: Hering, Hering Kids, PUC e Dzarm e Canal: Varejo, Franquias e Lojas Próprias), no entanto, são controlados e gerenciados pela administração como único segmento, sendo os resultados acompanhados, monitorados e avaliados de forma centralizada. Para fins gerenciais a Administração acompanha a receita bruta mercado interno consolidada por marca e canal de distribuição, conforme demonstrado a seguir: Consolidado - 2011 Canal
Hering
Hering Kids
PUC
dzarm.
Outras
Total
Varejo
498.439
96.724
84.478
95.767
46.288
821.696
Franquias
531.616
13.869
34.100
-
-
579.585
Webstore
8.954
914
1.016
1.334
-
12.218
201.461
4.888
5.139
945
-
212.433
1.240.470
116.395
124.733
98.046
46.288
1.625.932
Lojas Próprias Receita bruta mercado interno Receita bruta mercado externo Receita bruta total
21.376 1.647.308
Itens de resultado e patrimônio divulgados por segmento De acordo com o CPC 22, as empresas devem divulgar os ativos e passivos por segmento, e igualmente os principais itens de receita, despesa e o resultado por segmento. Nossas análises mostraram que das 45 empresas que reportaram mais de um segmento, todas evidenciaram o resultado do segmento e apenas três não evidenciaram os itens relevantes de despesas e receitas. No entanto, somente 40% divulgaram os passivos por segmento, conforme apresentado a seguir.
Quantidade de empresas que reportaram mais de um segmento
Percentual das empresas com mais de um segmento
Resultado do segmento
45
100,0%
Itens relevantes de receitas e despesas
42
93,3%
Ativos do segmento
31
68,9%
Passivos do segmento
18
40,0%
Tipo de Informação
Uma das empresas que apresentaram uma divulgação bastante completa acerca de seus segmentos foi a Localiza, cuja nota está apresentada a seguir.
Demonstração Financeira da Localiza, Nota nº 18 – Informações por Segmento 18. Informações por segmento Segmentos operacionais são definidos como componentes que desenvolvem atividades de negócios: I) as quais podem obter receitas e incorrer em despesas; II) cujos resultados operacionais são regularmente revistos pelo principal gestor das operações para a tomada de decisões sobre recursos a serem alocados ao segmento e para a avaliação do seu desempenho; e III) para os quais haja informação financeira individualizada disponível. Localiza Rent a Car S.A. e controladas A Administração da Companhia definiu os segmentos operacionais com base nos relatórios utilizados para a tomada de decisões estratégicas pelo Conselho de Administração. Foram identificados três segmentos operacionais sujeitos à divulgação de informações, os quais são gerenciados separadamente por meio de relatórios que suportam à tomada de decisão. As políticas contábeis desses segmentos operacionais são as mesmas descritas na Nota 2. • Aluguel de Carros: divisão responsável pelo aluguel de carros em agências localizadas em aeroportos e fora de aeroportos. Os aluguéis são realizados para clientes pessoa ‐física em viagens a negócios ou lazer e para pessoas jurídicas, incluindo companhias seguradoras e montadoras de carros. Como parte de seu programa de renovação de frotas, a divisão de aluguel de carros desativa os seus carros após 12 meses de uso no aluguel. A maior parte dos carros desativados são vendidos diretamente ao consumidor final, por meio de uma rede própria de pontos para venda, por ser a alternativa de menor custo em relação ao desconto requerido por outros canais de intermediação de venda. • Aluguel de Frotas: divisão responsável pelo aluguel de frotas para pessoas jurídicas por períodos de longo prazo, geralmente de 24 a 36 meses. Como parte de seu programa de renovação de frotas, a divisão de aluguel de frotas desativa os seus carros ao término do contrato celebrado com o cliente. Os carros desativados são vendidos para o consumidor final por meio de uma rede própria de pontos para venda e para revendedores. • Franchising: divisão responsável pela administração e concessão de franquia do direito ao uso da marca Localiza, incluindo a transferência do conhecimento necessário à operacionalização do negócio.
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Demonstração Financeira da Localiza, Nota nº 18 – Informações por Segmento - Continuação a) Informações financeiras por segmento operacional I) Os ativos e passivos consolidados por segmento operacional são como segue: Aluguel de Carros
Aluguel de Frotas
Franchising
31/12/11
31/12/10
31/12/11
31/12/10
31/12/11
31/12/10
-
-
-
-
-
-
284.437
231.622
65.270
37.671
6.520
7.380
36
291
28.956
19.814
-
-
1.918.312
1.779.560
875.736
762.455
188
205
169.550
169.221
3.970
6.330
1.847
1.328
2.372.335
2.180.694
973.932
826.270
8.555
8.913
416.309
400.431
74.885
43.745
174
590
-
-
-
-
-
-
Outros passivos
288.407
270.908
102.362
120.030
11.858
12.640
Total dos passivos
704.716
671.339
177.247
163.775
12.032
13.230
-
-
-
-
-
-
704.716
671.339
177.247
163.775
12.032
13.230
Ativos Caixa e equivalentes de caixa Contas a receber Carros em desativação para renovação da frota Imobilizados Outros ativos Total dos ativos Passivos Fornecedores Empréstimos, financiamentos e debêntures
Patrimônio Líquido Total dos passivos e do patrimônio líquido
Localiza Rent a Car S.A. e controladas II) As demonstrações dos resultados consolidados por segmento operacional são como segue: Aluguel de Carros
Aluguel de Frotas
Franchising
31/12/11
31/12/10
31/12/11
31/12/10
31/12/11
31/12/10
2.221.850
1.903.384
682.027
581.748
14.253
12.062
(1.578.153)
(1.375.697)
(430.129)
(372.162)
(6.878)
(5.540)
643.697
527.687
251.898
209.586
7.375
6.522
(209.331)
(150.315)
(14.924)
(23.586)
(170)
(299)
(63.336)
(47.570)
(16.632)
(12.379)
-
17
(3.178)
(17.764)
188
(1.611)
120
(7)
367.852
312.038
220.530
172.010
7.325
6.233
(123.794)
(87.058)
(57.080)
(43.496)
1.834
461
Imposto de renda e Contribuição social
(63.751)
(58.377)
(59.180)
(44.413)
(2.094)
(1.506)
Lucro Líquido
180.307
166.603
104.270
84.101
7.065
5.188
Receita líquida Custos Lucro bruto Despesas operacionais: Com publicidade e vendas Gerais e administrativas Outras despesas, líquidas Resultado antes das despesas financeiras, líq. Despesas financeiras, líquidas
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Saldos não alocados
Eliminações
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
31/12/11
31/12/10
31/12/11
31/12/10
31/12/11
31/12/10
711.002
415.681
-
-
711.002
415.681
-
-
(2.787)
(1.881)
353.440
274.792
-
-
-
-
28.992
20.105
-
-
-
-
2.794.236
2.542.220
(53.483)
(74.966)
121.884
101.913
711.002
415.681
(56.270)
(76.847)
4.009.554
3.354.711
-
-
(2.713)
(1.810)
488.655
442.956
2.074.425
1.696.755
-
-
2.074.425
1.696.755
-
-
(76.736)
(87.320)
325.891
316.258
2.074.425
1.696.755
(79.449)
(89.130)
2.888.971
2.455.969
1.120.583
898.742
-
-
1.120.583
898.742
3.195.008
2.595.497
(79.449)
(89.130)
4.009.554
3.354.711
Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/11
31/12/10
2.918.130
2.497.194
(2.015.160)
(1.753.399)
902.970
743.795
(224.425)
(174.200)
(79.968)
(59.932)
(2.870)
(19.382)
595.707
490.281
(179.040)
(130.093)
(125.025)
(104.296)
291.642
255.892
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Demonstração Financeira da Localiza, Nota nº 18 – Informações por Segmento - Continuação A Companhia atua no Brasil e em mais 7 países da América do Sul, sendo suas receitas advindas, substancialmente, de suas operações no mercado brasileiro. A composição da receita líquida consolidada, no Brasil e exterior, é como segue: Consolidado (IFRS e BR GAAP)
Brasil Exterior Receita líquida
2011
2010
2.917.752
2.496.760
378
434
2.918.130
2.497.194
As despesas de depreciação e amortização, por segmento operacional, são como segue: 2011
2010
Depreciação de carros
86.357
78.518
Depreciação de outros imobilizados e amortização de intangíveis
23.699
20.766
115.136
83.356
298
258
97
122
225.587
183.020
Aluguel de Carros:
Aluguel de Frotas: Depreciação de carros Depreciação de outros imobilizados e amortização de intangíveis Franchising: Depreciação de outros imobilizados e amortização de intangíveis Total das despesas de depreciação e amortização
O Banco do Brasil também divulgou as informações requeridas sobre segmentos de uma forma completa.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota nº 7 – Informações por Segmento 7 – Informações por Segmento As informações por segmento foram elaboradas considerando os critérios utilizados pela Administração na avaliação do desempenho, na tomada de decisões quanto à alocação de recursos para investimento e outros fins, considerando-se o ambiente regulatório e as semelhanças entre produtos e serviços. As diversas informações gerenciais utilizadas pela Administração na avaliação do desempenho e no processo decisório são preparadas de acordo com as Leis e normas aplicáveis às instituições financeiras, conforme determinado pelo Banco Central do Brasil. As operações do Banco estão divididas em cinco segmentos: bancário, investimentos, gestão de recursos, seguridade (seguros, previdência e capitalização) e meios de pagamento. Além desses segmentos, o Banco também participa de outras atividades econômicas, tais como consórcios e suporte operacional, que foram agregados em “Outros Segmentos”. As transações intersegmentos são praticadas em condições normais de mercado, substancialmente nos termos e condições para operações comparáveis, incluindo taxas de juros e garantias. Essas operações não envolvem riscos anormais de recebimento. O Banco não possui cliente que seja responsável por mais de 10% da receita líquida total da instituição.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota nº 7 – Informações por Segmento - Continuação a) Segmento bancário O segmento bancário é responsável pela parcela mais significativa do resultado do Banco, preponderantemente obtido no Brasil, e compreende uma grande diversidade de produtos e serviços, tais como depósitos, operações de crédito e prestação de serviços, que são disponibilizados aos clientes por meio dos mais variados canais de distribuição no país e no exterior. As operações do segmento bancário abrangem os negócios com os mercados de varejo, atacado e governo realizados pela rede e equipes de atendimento, e os negócios com microempreendedores e o setor informal realizados por correspondentes bancários. b) Segmento de investimentos Nesse segmento são realizados negócios no mercado de capitais doméstico, com atuação na intermediação e distribuição de dívidas no mercado primário e secundário, além de participações societárias e da prestação de serviços financeiros. A receita líquida de juros do segmento é obtida pelas receitas auferidas nas aplicações em títulos e valores mobiliários deduzidas das despesas de captação de recursos junto a terceiros. As participações acionárias existentes estão concentradas nas empresas coligadas e controladas. As receitas de prestação de serviços financeiros resultam de assessorias econômico-financeiras, de underwriting de renda fixa e variável e da prestação de serviços a coligadas. c) Segmento de gestão de recursos Esse segmento é responsável essencialmente pelas operações inerentes à compra, venda e custódia de títulos e valores mobiliários, administração de carteiras, instituição, organização e administração de fundos e clubes de investimento. As receitas são oriundas principalmente das comissões e taxas de administração cobradas dos investidores pela prestação desses serviços. d) Segmento de seguridade Nesse segmento são oferecidos produtos e serviços relacionados a seguros de vida, patrimonial e automóvel, planos de previdência complementar e planos de capitalização. O resultado desse segmento provém principalmente das receitas com prêmios de seguros emitidos, contribuições de planos de previdência, títulos de capitalização e aplicações em títulos e valores mobiliários, deduzidas das despesas de comercialização, provisões técnicas e despesas com benefícios e resgates. e) Segmento de meios de pagamento Esse segmento é responsável principalmente pela prestação dos serviços de captura, transmissão, processamento e liquidação financeira de transações em meio eletrônico (cartões de crédito e débito), os quais geram receitas de taxas de administração cobradas dos estabelecimentos comerciais e bancários, além das rendas de aluguel, instalação e manutenção de terminais eletrônicos. f) Outros segmentos Compreendem os segmentos de suporte operacional e consórcios, que foram agregados por não serem individualmente representativos. Esses segmentos geram receitas oriundas principalmente da prestação de serviços não contemplados nos segmentos anteriores, tais como: recuperação de créditos, administração de consórcios, desenvolvimento, fabricação, comercialização, aluguel e integração de equipamentos e sistemas de eletrônica digital, periféricos, programas, insumos e suprimentos de informática, além da intermediação de passagens aéreas, hospedagens e organização de eventos.
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Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota nº 7 – Informações por Segmento - Continuação g) Demonstração do resultado gerencial por segmento Exercício 2011 Bancário
Investimentos
Receita de juros
102.771.162
163.858
Despesa de juros
(60.693.265)
(485.532)
Receita líquida de juros
42.077.897
(321.674)
Despesa líquida com provisão para perdas em empréstimos a clientes
(8.960.978)
-
Receita líquida de juros após provisão para perdas em empréstimos a clientes
33.116.919
(321.674)
Receitas não de juros
17.547.896
2.520.888
Receita líquida de tarifas e comissões
12.473.703
372.305
(887.906)
2.737
278.879
235.506
32.650
111.808
-
-
5.650.570
1.798.532
Despesas não de juros
(37.533.143)
(1.706.699)
Despesas com pessoal
(15.940.799)
(97.649)
Despesas administrativas
(8.885.081)
(20.352)
Amortização de ativos intangíveis
(2.277.930)
(71.442)
Depreciação
(1.003.205)
(8.030)
Outras despesas
(9.426.128)
(1.509.226)
Lucro antes dos impostos
13.131.672
492.515
Impostos
(3.573.560)
(98.507)
Correntes
(3.273.857)
(133.934)
Diferidos
(299.703)
35.427
Lucro líquido do período
9.558.112
394.008
Atribuível aos acionistas controladores
9.538.298
358.830
19.814
35.178
Total dos ativos
908.983.370
6.868.562
Total dos passivos
849.940.835
4.932.759
Ganhos/(perdas) líquidos sobre ativos/passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado Ganhos/(perdas) líquidos sobre ativos financeiros disponíveis para venda Ganhos/(perdas) líquidos em coligadas Resultado com operações de seguros e previdência complementar Outras receitas
Atribuível às participações de acionistas não controladores
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
132
R$ mil Gestão de Recursos
Seguridade
Meios de Pagamento
Outros Segmentos
Transações intersegmentos
Total
86.622
3.952.693
189.070
25.568
(599.645)
106.589.328
-
-
-
(49.035)
531.431
(60.696.401)
86.622
3.952.693
189.070
(23.467)
(68.214)
45.892.927
-
-
-
-
-
(8.960.978)
86.622
3.952.693
189.070
(23.467)
(68.214)
36.931.949
1.054.076
4.232.491
1.341.447
1.371.904
(1.206.404)
26.862.298
1.046.509
16.955
993.736
1.233.642
(979.725)
15.157.125
-
(36.387)
-
1
36.172
(885.383)
(800)
(145)
(31)
-
-
513.409
491
1.705
-
-
-
146.654
-
2.352.417
-
-
30.366
2.382.783
7.876
1.897.946
347.742
138.261
(293.217)
9.547.710
(210.375)
(6.667.043)
(747.334)
(997.911)
1.274.796
(46.587.709)
(52.559)
(289.575)
(49.770)
(209.568)
5.832
(16.634.088)
(23.127)
(949.387)
(130.300)
(216.174)
1.160.597
(9.063.824)
-
(16.333)
(4.004)
(1.621)
-
(2.371.330)
(1)
(17.863)
(63.779)
(10.175)
-
(1.103.053)
(134.688)
(5.393.885)
(499.481)
(560.373)
108.367
(17.415.414)
930.323
1.518.141
783.183
350.526
178
17.206.538
(370.867)
(566.609)
(262.616)
(134.406)
-
(5.006.565)
(373.524)
(570.790)
(262.088)
(126.434)
-
(4.740.627)
2.657
4.181
(528)
(7.972)
-
(265.938)
559.456
951.532
520.567
216.120
178
12.199.973
559.456
951.532
520.567
216.122
178
12.144.983
-
-
-
(2)
-
54.990
1.073.470
52.222.813
1.763.592
4.491.293
(16.741.307)
958.661.793
947.641
48.301.672
1.320.567
1.984.794
(7.545.871)
899.882.397
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
133
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota nº 7 – Informações por Segmento - Continuação h) – Conciliação do resultado gerencial por segmento com o resultado consolidado de acordo com as IFRS Exercício 2011 Consolidado Gerencial
Ajustes (1)
Consolidado IFRS
Receita de juros
106.589.328
330.432
106.919.760
Despesa de juros
(60.696.401)
(707.309)
(61.403.710)
Receita líquida de juros
45.892.927
(376.877)
45.516.050
Despesa líquida com provisão para perdas em empréstimos a clientes
(8.960.978)
388.613
(8.572.365)
Receita líquida de juros após provisão para perdas em empréstimos a clientes
36.931.949
11.736
36.943.685
Receitas não de juros
26.862.298
1.243.135
28.105.433
Receita líquida de tarifas e comissões
15.157.125
4.986
15.162.111
Ganhos/(perdas) líquidos sobre ativos/passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado
(885.383)
56
(885.327)
Ganhos/(perdas) líquidos sobre ativos financeiros disponíveis para venda
513.409
(68.218)
445.191
Ganhos/(perdas) líquidos em coligadas
146.654
3.537
150.191
Resultado com operações de seguros e previdência complementar
2.382.783
16.669
2.399.452
Outras receitas
9.547.710
1.286.105
10.833.815
Despesas não de juros
(46.587.709)
(666.154)
(47.253.863)
Despesas com pessoal
(16.634.088)
-
(16.634.088)
Despesas administrativas
(9.063.824)
-
(9.063.824)
Amortização de ativos intangíveis
(2.371.330)
(736.630)
(3.107.960)
Depreciação
(1.103.053)
4.528
(1.098.525)
(17.415.414)
65.948
(17.349.466)
Lucro antes dos impostos
17.206.538
588.717
17.795.255
Impostos
(5.006.565)
(51.778)
(5.058.343)
Correntes
(4.740.627)
1
(4.740.626)
(265.938)
(51.779)
(317.717)
Lucro líquido do período
12.199.973
536.939
12.736.912
Atribuível aos acionistas controladores
12.144.983
536.939
12.681.922
54.990
-
54.990
Total dos ativos
958.661.793
8.161.275
966.823.068
Total dos passivos
899.882.397
3.671.447
903.553.844
Outras despesas
Diferidos
Atribuível às participações de acionistas não controladores
(1)
O principal componente refere-se a diferenças entre os métodos contábeis utilizados nos relatórios gerenciais versus os métodos contábeis utilizados
na Demonstração do Resultado Consolidado, construída de acordo com as IFRS. As principais diferenças de critérios envolvem: diferimento de tarifas e comissões para ajuste ao método da taxa efetiva de juros, combinações de negócios (amortização de ágio sobre investimentos e alocação do preço de compra), cessão de crédito com coobrigação, provisão para perdas em empréstimos, imposto de renda e contribuição social sobre ajustes IFRS, além do ganho na formação da parceria BB & Mapfre (neste caso específico, impactando apenas 2011).
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
134
Exercício 2010
Exercício 2009
R$ mil
Consolidado Gerencial
Ajustes (1)
Consolidado IFRS
Consolidado Gerencial
Ajustes (1)
Consolidado IFRS
85.158.981
(15.775)
85.143.206
67.759.389
(150.883)
67.608.506
(42.699.984)
(361.203)
(43.061.187)
(32.847.194)
(217.732)
(33.064.926)
42.458.997
(376.978)
42.082.019
34.912.195
(368.615)
34.543.580
(7.465.097)
(249.457)
(7.714.554)
(10.696.139)
4.458.423
(6.237.716)
34.993.900
(626.435)
34.367.465
24.216.056
4.089.808
28.305.864
23.632.697
222.309
23.855.006
24.174.379
1.284.347
25.458.726
13.602.500
-
13.602.500
11.644.419
-
11.644.419
(2.175.394)
-
(2.175.394)
(1.317.074)
-
(1.317.074)
364.147
-
364.147
305.540
-
305.540
128.034
(414)
127.620
95.246
(4.735)
90.511
1.932.720
(4.539)
1.928.181
1.488.725
6.893
1.495.618
9.780.690
227.262
10.007.952
11.957.523
1.282.189
13.239.712
(41.336.705)
(334.900)
(41.671.605)
(34.185.647)
44.439
(34.141.208)
(14.494.994)
(139.474)
(14.634.468)
(12.815.618)
(120.053)
(12.935.671)
(8.628.087)
136.635
(8.491.452)
(7.272.823)
122.704
(7.150.119)
(2.287.511)
(661.083)
(2.948.594)
(1.641.026)
(297.086)
(1.938.112)
(1.022.277)
9.262
(1.013.015)
(870.515)
2.398
(868.117)
(14.903.836)
319.760
(14.584.076)
(11.585.665)
336.476
(11.249.189)
17.289.892
(739.026)
16.550.866
14.204.788
5.418.594
19.623.382
(5.558.482)
337.961
(5.220.521)
(4.025.683)
(2.118.309)
(6.143.992)
(6.272.346)
-
(6.272.346)
(5.938.060)
-
(5.938.060)
713.864
337.961
1.051.825
1.912.377
(2.118.309)
(205.932)
11.731.410
(401.065)
11.330.345
10.179.105
3.300.285
13.479.390
11.697.074
(401.065)
11.296.009
10.142.655
3.300.285
13.442.940
34.336
-
34.336
36.450
-
36.450
797.028.358
5.791.437
802.819.795
697.226.278
5.345.710
702.571.988
746.264.577
2.136.281
748.400.858
660.936.406
1.114.244
662.050.650
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
135
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota nº 7 – Informações por Segmento - Continuação i) Operações internacionais Segmentação por área geográfica, operações no Brasil e no exterior R$ mil Brasil
Outros Países
Total
Exercício 2011
Exercício 2011
Exercício 2011
Ativo
904.464.642
62.358.426
966.823.068
Receitas
132.435.808
2.589.385
135.025.193
(119.679.637)
(2.608.644)
(122.288.281)
Lucro/(prejuízo) antes dos impostos
17.743.462
51.793
17.795.255
Lucro/(prejuízo) líquido
12.756.171
(19.259)
12.736.912
Despesas
Brasil
Outros Países
Total R$ mil
Exercício 2010
Exercício 2010
Exercício 2010
Ativo
763.603.737
39.216.058
802.819.795
Receitas
107.503.619
1.494.593
108.998.212
Despesas
(96.068.230)
(1.599.637)
(97.667.867)
Lucro/(prejuízo) antes dos impostos
16.559.948
(9.082)
16.550.866
Lucro/(prejuízo) líquido
11.435.389
(105.044)
11.330.345
Brasil
Outros Países
Total R$ mil
Exercício 2009
Exercício 2009
Exercício 2009
668.609.593
33.962.395
702.571.988
91.563.929
1.503.303
93.067.232
(77.971.721)
(1.616.121)
(79.587.842)
Lucro/(prejuízo) antes dos impostos
19.696.903
(73.521)
19.623.382
Lucro/(prejuízo) líquido
13.592.208
(112.818)
13.479.390
Ativo Receitas Despesas
As receitas compreendem receitas de juros e receitas não de juros. As despesas compreendem despesa de juros, provisão para perdas em empréstimos a clientes e despesas não de juros. Em relação às operações no exterior, as principais contribuições para as receitas são oriundas das dependências localizadas na América do Sul e Central.
Informações específicas acerca dos principais produtos, áreas geográficas e clientes das empresas O CPC 22 também apresenta exigências de divulgações que devem ser feitas mesmo pelas empresas que apresentaram apenas um segmento. Os requisitos tratam da divulgação de informações sobre as receitas provenientes de produtos ou serviços (ou grupos de produtos e serviços similares), sobre os países em que a empresa obtém receitas e mantém ativos e sobre os principais clientes, independentemente de essas informações serem usadas pela administração ao tomar decisões operacionais. Entretanto, tal norma internacional não exige que uma entidade apresente informações que não sejam preparadas para uso interno se as informações necessárias não estiverem disponíveis e o custo para desenvolvê-las for excessivo. Sobre esse aspecto, a Gerdau, que divulgou receitas e ativos por área geográfica, deixou de informar a receita por produto por não utilizar esse tipo de informação e igualmente considerar excessivo o custo de produzi-la. Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
136
A norma IFRS estabelece que a Companhia deva divulgar a receita por produto a menos que a informação necessária não esteja disponível e o custo para obtê-la seja excessivo. Neste sentido, a administração não considera que a informação seja útil na tomada de decisões, pois implicaria em agregar vendas para diferentes mercados e com diferentes moedas, sujeitas a efeitos na variação da taxa de câmbio. Padrões de consumo de aço e dinâmica dos preços de cada produto ou grupo de produtos nos diferentes países e em mercados diferentes dentro desses países são muito pouco correlacionados, portanto, a informação seria de pouca utilidade e não serviria para tirar conclusões sobre tendências e evolução histórica. Diante deste cenário e considerando que a abertura da receita por produtos não é mantida pela Companhia em uma base consolidada e que o custo para se obter a receita por produto seria excessivo em relação aos benefícios da informação, a Companhia não apresenta a abertura da receita por produto. A Braskem presta informação de venda por país e detalhada por produto.
Demonstração Financeira da Braskem, Nota nº 36 – Informações por Segmentos (b) b) Receita líquida de vendas por país Receitas de vendas 2011
2010
19.033.053
16.648.760
Estados Unidos
5.032.359
3.251.863
Suiça
2.574.025
999.932
Argentina
1.058.825
1.243.790
Holanda
862.310
413.148
México
765.834
284.985
Barbados
742.183
531.833
Reino Unido
434.930
376.652
Espanha
309.616
50.435
Colômbia
302.180
304.466
Uruguai
225.832
108.656
Chile
183.715
116.084
Itália
159.084
42.425
Alemanha
134.363
655
Portugal
106.463
45.923
Cingapura
90.206
141.558
Paraguai
88.011
62.592
China
85.482
40.598
Bolívia
75.482
44.625
Bélgica
34.272
País sede - Brasil
Turquia Outros
7.410 877.935
778.427
33.176.160
25.494.817
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
137
Demonstração Financeira da Braskem, Nota nº 36 – Informações por Segmentos (b) Continuação (c) Receita líquida por produto Receita por produto 2011
2010
15.994.515
13.084.382
Nafta, óleo
4.356.086
1.966.242
Etileno/Propileno
2.237.711
1.956.721
BTX
2.014.110
1.872.807
PVC/Soda Cáustica/EDC
1.730.894
1.799.335
ETBE/Gasolina
1.557.080
1.285.521
Butadieno
1.547.222
1.016.795
Distribuição química
774.923
777.923
Cumeno
690.170
391.966
Solventes
274.991
284.761
1.998.458
1.058.364
33.176.160
25.494.817
PE/PP
Outros
O CPC 22 também exige que, se for relevante, a empresa forneça informações sobre o grau de dependência de seus principais clientes, sem obrigação de identificar os nomes desses clientes. Das empresas da amostra, apenas três apresentaram essa informação, dentre elas a Klabin, que fez a seguinte divulgação.
Demonstração Financeira da Klabin, Nota nº 22 – Segmentos Operacionais Em 31 de dezembro de 2011, no segmento de papéis, um único cliente de cartões foi responsável por aproximadamente 20% da receita líquida da Companhia, correspondente a aproximadamente R$ 780 milhões (R$ 773 milhões em 31 de dezembro de 2010). O restante da base de clientes da Companhia é pulverizada, de forma que nenhum dos demais clientes, individualmente, concentra participação relevante (acima de 10%) da receita líquida de vendas da Companhia.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
138
// CPC 25
Provis천es, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (IAS 37)
Esta seção apresenta as análises referentes às divulgações das 60 empresas da amostra em relação aos assuntos tratados pelo CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (IAS 37). O objetivo do CPC 25 é assegurar que sejam aplicados critérios de reconhecimento e bases de mensuração apropriados a provisões, passivos contingentes e ativos contingentes e que seja divulgada informação suficiente nas notas explicativas, para permitir que os usuários entendam a sua natureza, oportunidade e valor.
Antes de apresentarmos as análises, é importante destacar alguns conceitos. De acordo com o CPC 25, provisões são passivos de prazo ou de valor incertos. As provisões podem ser distintas de outros passivos, tais como contas a pagar e passivos derivados de apropriações por competência (accruals), porque há incerteza sobre o prazo ou o valor do desembolso futuro necessário para a sua liquidação. Observamos que diversas empresas têm mantido o uso da expressão “provisão” para referir-se não só ao significado do termo como utilizado pelo CPC 25, mas também para denominar apropriações por competência, como férias e tributos a pagar. Em nossa opinião, é adequado adaptar as nomenclaturas utilizadas nas demonstrações financeiras aos termos utilizados nas novas normas contábeis brasileiras. É oportuno, também, esclarecer a diferença entre provisões e passivos contingentes. Provisões são reconhecidas no resultado do período, e passivos contingentes deverão ser evidenciados apenas em notas explicativas. Passivos contingentes referem-se a obrigações cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade. Adicionalmente, o termo também é utilizado pelo CPC 25 para denominar obrigações não reconhecidas, seja porque a saída de recursos não é provável ou porque o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente confiabilidade. Em nossa pesquisa verificamos que diversas empresas têm utilizado o termo “Provisões Contingentes”. Em sentido geral, todas as provisões são contingentes porque são incertas quanto ao seu prazo ou valor. Porém, uma vez que o CPC 25 usa o termo “contingente” para passivos e ativos não reconhecidos, entendemos que torna-se mais apropriado utilizar apenas o termo “Provisão”, qualificando-o com um complemento que demonstre a natureza do passivo. Nesta seção, os aspectos considerados nas nossas análises foram: • Empresas que possuem provisões, passivos e ativos contingentes • Divulgações apresentadas sobre critérios contábeis relacionados a provisões, passivos e ativos contingentes • Divulgações apresentadas sobre provisões, divididas entre: • Divulgações gerais e a respeito de provisões para ações judiciais • Divulgações de tipos específicos de provisões (ambientais, garantias e bonificações a clientes e para desativação de ativos) • Divulgações apresentadas sobre passivos contingentes • Divulgações apresentadas sobre ativos contingentes
Empresas que possuem provisões, passivos e ativos contingentes Todas as empresas presentes na amostra possuem provisões, e 85% delas (51 empresas) evidenciaram valores para todos ou alguns de seus passivos contingentes – duas dessas empresas evidenciaram ainda valores para contingências consideradas remotas. Em menor quantidade, oito empresas mensuraram e informaram em notas explicativas os valores para ativos contingentes. 70 60
60 51
50 40 30 20 8
10 2 0
Provisões
Contingências classificadas como possíveis
Contingências classificadas como remotas
Ativos contingentes
A partir dos valores informados, calculamos a relação entre o montante provisionado e o total (provisões mais contingências) informado. Conforme demonstrado no gráfico abaixo, as provisões correspondem a 33% do total informado.
2%
33% Provisões Contingências classificadas como possíveis
65%
Contingências classificadas como remotas
Divulgações apresentadas sobre critérios contábeis relacionados a provisões, passivos e ativos contingentes As empresas devem divulgar em nota explicativa a base para a elaboração das demonstrações financeiras e políticas contábeis específicas utilizadas, assim como explicações acerca de julgamentos utilizados e práticas contábeis críticas. A este respeito, a Braskem apresentou:
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa n° 3.7 – Provisões e Passivos Contingentes A Administração da Braskem, apoiada na opinião dos seus assessores jurídicos externos, classifica os processos judiciais e administrativos contra a Companhia em termos da probabilidade de perda da seguinte forma: Perda provável • são processos onde existe maior probabilidade de perda do que de êxito ou, de outra forma, a probabilidade de perda é superior a 50%. Para esses processos, a Companhia mantém provisão contábil que é apurada da seguinte forma: I) processos trabalhistas • o valor provisionado corresponde ao valor reclamado multiplicado pelo percentual histórico da Companhia na liquidação dos processos dessa natureza; II) processos tributários • o valor provisionado corresponde a 100% do valor da causa acrescido de encargos correspondentes à variação da taxa Selic, índice informado pelo Banco Central do Brasil; III) demais processos • o valor provisionado corresponde ao valor da causa. Perda possível • são processos onde a possibilidade de perda não é remota. A perda pode ocorrer, todavia os elementos disponíveis não são suficientes ou claros de tal forma que permitam concluir que a tendência será de perda ou ganho. Em termos percentuais, a probabilidade de perda se situa entre 25% e 50%. Para esses processos, ressalvados os casos de combinação de negócios, a Companhia não faz provisão e destaca em nota explicativa os de maior relevância (Nota 28). Nas operações de combinação de negócios, atendendo ao disposto no CPC 15 (R1) e IFRS 3, a Companhia registra o valor justo dos processos com essa avaliação de perda. O valor provisionado corresponde ao valor da causa, acrescido de encargos correspondentes à variação da Selic, multiplicado pelo percentual de probabilidade de perda (Nota 24(c)). Perda remota • são processos onde o risco de perda é pequeno. Em termos percentuais, essa probabilidade é inferior a 25%. Para esses processos, a Companhia não faz provisão e nem divulgação em nota explicativa, independentemente do valor envolvido. A Administração da Companhia acredita que as estimativas relacionadas à conclusão dos processos e a possibilidade de desembolso futuro podem mudar em face do seguinte: (I) instâncias superiores do sistema judicial podem tomar decisão em caso similar envolvendo outra companhia, adotando interpretação definitiva a respeito do caso e, consequentemente, antecipando a finalização de processo envolvendo a Companhia, sem qualquer desembolso ou implicando na necessidade de ter algum desembolso; e (II) programas de incentivo ao pagamento dos débitos, tais como o REFIS implementado no Brasil a nível Federal, em condições favoráveis que podem levar a um desembolso inferior ao que se encontra atualmente provisionado ou inferior ao valor da causa.
Divulgações apresentadas pelas empresas sobre provisões A maior parte das divulgações feitas pelas empresas está relacionada a processos cíveis, trabalhistas e fiscais. Em menor número, também encontramos evidenciações relativas a provisões para reorganização, para bonificações de clientes, ambientais, para desativação de ativos e para garantias. Entre as informações obrigatórias estão informações de natureza quantitativa e informações de natureza qualitativa. As estatísticas de apresentação das principais informações relacionadas a provisões estão sumarizadas no quadro a seguir. Quantidade de empresas que divulgaram a informação
Percentual da amostra
Evolução do saldo (constituições, baixas, reversões, etc.)
53
88%
Efeito da passagem do tempo/mudança na taxa de desconto
12
20%
46
77%
2
3%
Informações quantitativas
Informações qualitativas Descrição da natureza da obrigação Incertezas sobre a época/valor dos fluxos de saídas
Divulgações gerais e a respeito de provisões para ações judiciais Em relação aos processos judiciais, a Telemar apresentou um quadro bastante detalhado, por natureza de discussão judicial.
Demonstração Financeira da Telemar, Nota Explicativa n° 22 (transcrição parcial) Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
ICMS
175.789
245.107
604.884
618.045
FUNTTEL
Tributárias (vide item (d) (1))
120.620
108.046
120.620
108.046
ILL
27.741
55.447
27.741
55.023
ISS
27.708
67.916
38.107
78.325
INSS (responsabilidade solidária, honorários e verbas indenizatórias)
15.563
14.823
16.368
16.385
Demais ações
19.898
19.546
41.532
35.418
387.319
510.885
849.252
911.242
Horas extras
341.861
376.757
735.385
612.714
Diferenças salariais
165.335
170.741
243.393
293.365
Total Trabalhistas (vide item (d) (2))
Adicionais diversos
90.686
84.039
226.273
206.440
Indenizações
85.408
88.051
221.186
172.097
Estabilidade/reintegração
20.819
15.233
151.770
79.920
Complemento de aposentadoria
50.113
46.602
76.435
94.002
Honorários advocatícios/periciais
10.260
10.429
58.958
11.828
Verbas rescisórias
20.000
27.198
44.576
110.648
Multas trabalhistas
18.392
21.848
27.286
26.183
6.618
7.370
24.412
39.089
FGTS Subsidiariedade
3.210
4.461
10.207
88.729
Vínculo empregatício
3.358
2.772
3.934
6.516
Demais ações Total
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
142
29.833
24.659
72.211
83.015
845.893
880.160
1.896.026
1.824.546
Demonstração Financeira da Telemar, Nota Explicativa n° 22 (transcrição parcial) - Continuação Cíveis (vide item (d) (3)) Societário
-
-
2.350.071
2.415.967
Estimativas ANATEL
325.852
308.399
522.386
485.427
Multas ANATEL
304.468
253.699
418.632
340.853
40.211
33.229
196.385
181.980
Demais ações
322.390
308.513
661.151
632.901
Total
992.921
903.840
4.148.625
4.057.128
2.226.133
2.294.885
6.893.903
6.792.916
391.677
397.404
1.795.373
1.692.623
1.834.456
1.897.481
5.098.530
5.100.293
Juizados Especiais Cíveis
Total das provisões Circulante Não circulante
Para cada classe de provisão deve ser divulgada, entre outras informações, uma breve descrição da natureza da obrigação. No caso de processos judiciais, por exemplo, a divulgação permitirá ao usuário avaliar os possíveis riscos judiciais da empresa. A grande dificuldade neste ponto é encontrar o equilíbrio da quantidade de informação adequada. Algumas empresas têm trazido notas muito extensas, enquanto que outras, resumidas demais. Devido ao grande número e diversidade de ações judiciais, um dos caminhos que empresas têm adotado para informar sem, no entanto, pecar pelo excesso de detalhes é descrever as ações mais significativas. O Itaú – uma das empresas que adotaram este tipo de estratégia – apresentou, em relação às provisões relacionadas a ações no âmbito fiscal e previdenciário:
Demonstração Financeira do Itaú, Nota Explicativa n° 12 (transcrição parcial) As principais discussões relativas às Obrigações Legais são descritas a seguir: PIS e COFINS - Base de Cálculo – R$ 2.885.721 • defendemos a incidência das contribuições sobre o faturamento, entendido como a receita da venda de bens e serviços. O saldo do depósito em garantia correspondente totaliza R$ 1.043.433. CSLL - Isonomia • R$ 1.346.413 enquanto a Lei aumentou a alíquota de CSLL das empresas financeiras e seguradoras para 15%, discutimos a ausência de respaldo constitucional e, por isonomia, defendemos a incidência à alíquota normal de 9%. O saldo do depósito em garantia correspondente totaliza R$ 230.873. IRPJ e CSLL - Lucros no Exterior – R$ 491.236 • discutimos a base de cálculo para incidência desses tributos sobre os lucros auferidos no exterior e a inaplicabilidade da Instrução Normativa SRF 213-02 no que excede o texto legal. O saldo do depósito em garantia correspondente totaliza R$ 491.236. PIS – R$ 374.938 - Anterioridade Nonagesimal e Irretroatividade • pleiteamos o afastamento das Emendas Constitucionais 10/96 e 17/97, dado o princípio da anterioridade e irretroatividade, visando recolhimento pela Lei Complementar 07/70. O saldo do depósito em garantia correspondente totaliza R$ 128.986.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
143
De acordo com o CPC 25, as empresas devem divulgar, para cada classe de provisão, as respectivas movimentações do período, incluindo utilizações, aumentos, reversões e alterações referentes a ajustes a valor presente. Notamos que algumas empresas analisadas não atendem por completo a essas exigências de divulgação presentes no CPC 25. Uma das empresas que atenderam às referidas exigências foi o Banco do Brasil.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa n° 33 (transcrição parcial) Provisão para demandas trabalhistas, fiscais e cíveis classificadas como prováveis R$ Mil Exercício/2011
Exercício/2010
Saldo inicial
2.323.535
3.040.622
Constituição
529.851
501.962
Reversão da provisão
(234.670)
(698.343)
Baixa por pagamento
(552.133)
(709.440)
Ajuste combinação de negócios
(197.075)
-
193.362
188.734
53.465
-
2.116.335
2.323.535
Saldo inicial
1.261.400
1.138.646
Constituição
204.082
267.245
Reversão da provisão
(66.047)
(138.924)
Baixa por pagamento
(13.077)
(32.095)
71.656
26.528
(237.556)
-
182.178
-
1.402.636
1.261.400
Saldo inicial
3.319.315
2.819.401
Constituição
781.927
1.118.072
Reversão da provisão
(456.787)
(473.404)
Baixa por pagamento
(636.243)
(448.469)
Ajuste combinação de negócios
251.075
-
Atualização monetária
187.065
303.715
14.885
-
Saldo final
3.461.237
3.319.315
Total
6.980.208
6.904.250
Demandas trabalhistas
Atualização monetária Valores adicionados/incorporados
(1)
Saldo final Demandas Fiscais
Atualização monetária Variação de participação societária
(2)
Valores adicionados/incorporados (1) Saldo final Demandas Cíveis
Valores adicionados/incorporados (1)
(1)
Referem-se, aos saldos oriundos do Banco Patagonia e das empresas que compõem a parceria com a Mapfre.
(2)
Refere-se à alteração da participação societária do Banco em empresas não financeiras.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
144
Em muitos casos, os passivos relacionados a disputas judiciais estão associados a depósitos judiciais e garantias constituídas. A este respeito, a Telefônica fez a seguinte divulgação.
Demonstração Financeira da Telefônica, Nota Explicativa nº 20 (transcrição parcial) 20.4 Garantias Em 31 de dezembro de 2011, a Companhia e suas controladas concederam garantias aos processos de natureza tributária, cível e trabalhista, como segue: Controladora
Consolidado
Imóveis e equipamentos
Depósitos judiciais
Cartas fiança
Imóveis e equipamentos
Depósitos judiciais
Cartas fiança
Cíveis, trabalhistas e tributárias
16.527
2.768.618
887.516
70.317
3.443.460
1.494.011
Saldo final
16.527
2.768.618
887.516
70.317
3.443.460
1.494.011
A Copel apresentou quadro demonstrativo que resume provisões e respectivos depósitos vinculados.
Demonstração Financeira da Copel, Nota Explicativa n°26 Consolidado
31.12.2011
31.12.2010
Provisão para lítigos
Depósitos vinculados
Provisão para lítigos
Depósitos vinculados
281.937
26.272
321.479
26.226
(26.2)
128.505
19.050
146.348
25.329
Benefícios a empregados (26.3)
58.089
Fiscais (26.1) Trabalhistas
53.245
Cíveis (26.4) Fornecedores (26.4.1) Cíveis e direito administrativo (26.4.2) Servidões de passagem (26.4.3)
88.003
70.568
86.101
70.568
112.059
15.342
73.237
12.002
4.839
9.065
Desapropriações e patrimoniais (26.4.3)
273.647
132.709
Consumidores (26.4.4)
5.493
1.929
5.305
1.677
484.041
87.839
306.417
84.247
Ambientais (26.5) Regulatórias (26.6)
104
42
48.147
38.847
1.000.823
133.161
866.378
135.802
Divulgações de tipos específicos de provisões As obrigações relacionadas ao registro de provisões podem decorrer tanto de obrigação legal quanto de obrigação não formalizada, neste último caso quando o evento ou ação da entidade cria expectativas válidas em terceiros de que a entidade cumprirá a obrigação. Apresentamos a seguir exemplos de obrigações legais ou obrigações não formalizadas (constructive obligation) relacionadas às questões ambientais, ao fornecimento de garantias e bonificações aos clientes e aos gastos com a futura desativação de ativos.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
145
Provisões ambientais A Usiminas foi uma das empresas que registraram provisão para recuperação ambiental.
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa n° 25 A Companhia possui provisão para recuperação ambiental conforme demonstrado a seguir:
25. Provisão para recuperação ambiental Controladora
Consolidado
31/12/2011
31/12/2010
31/12/2011
57.354
79.978
57.354
79.978
50.906
54.932
108.260
134.910
Despoluição da Baía de Sepetiba Recuperação de áreas em exploração
57.354
79.978
31/12/2010
Os gastos com a recuperação ambiental foram registrados como parte dos custos desses ativos em contrapartida à provisão que suportará tais gastos e levam em conta as estimativas da Administração da Companhia de futuros gastos trazidos a valor presente. As estimativas de gastos serão revistas periodicamente ajustando-se, sempre que necessário, os valores já contabilizados. A Natura também registrou provisões ambientais, em função de compromisso assumido junto aos seus stakeholders de ser uma empresa “carbono neutro”.
Demonstração Financeira da Natura, Nota Explicativa n° 2.11.3 Créditos de carbono - Programa Carbono Neutro Em 2007, a Sociedade assumiu com seus colaboradores, clientes, fornecedores e acionistas o compromisso de ser uma empresa Carbono Neutro, que consiste em neutralizar suas emissões de Gases do Efeito Estufa - GEE, em sua cadeia completa de produção, desde a extração das matérias-primas até o pós-consumo. Esse compromisso, apesar de não ser uma obrigação legal, já que o Brasil não adotou as exigências do protocolo de Kioto, é considerado uma obrigação construtiva, conforme o CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, que determina o reconhecimento de uma provisão nas demonstrações contábeis se esta for passível de desembolso e mensurável. O passivo é estimado através dos inventários auditados de emissão de carbono realizados anualmente e valorizado com base nos preços médios de aquisição de toneladas dos contratos em vigor e nos preços estimados para as próximas aquisições. Em 31 de dezembro de 2011, o saldo registrado no passivo na rubrica “Outras provisões” (vide nota explicativa nº 18) refere-se ao total das emissões de carbono do período de 2007 a 2011 que ainda não foram neutralizadas através dos projetos correspondentes; portanto, não há efetivação do certificado de carbono. Em linha com suas crenças e princípios, a Sociedade optou por não realizar aquisições diretas de créditos de carbono, mas sim investir em projetos socioambientais em comunidades. Dessa forma, os gastos incorridos gerarão créditos de carbono após a finalização ou maturação desses projetos. Durante referido período, os gastos foram registrados a valor de custo como um ativo intangível (vide nota explicativa nº 13), já que representam um direito futuro de uso. Em 31 de dezembro de 2011, o saldo registrado no ativo intangível refere-se aos gastos incorridos com projetos socioambientais que gerarão à Sociedade certificados futuros de carbono. No momento em que os respectivos certificados de carbonos são efetivamente entregues à Sociedade, a obrigação de ser Carbono Neutro é efetivamente cumprida; portanto, os saldos de ativos são compensados com os saldos de passivos. A diferença entre os saldos de ativo e de passivo em 31 de dezembro de 2011 refere-se ao valor de caixa que a Sociedade ainda desembolsará com outros projetos socioambientais para futura geração de certificados. Essa metodologia contábil foi elaborada de acordo com a IAS 8 - “Accounting Policies, Changes in Accounting Estimates and Errors”, que determina que na ausência de um pronunciamento, ou uma interpretação ou orientação aplicados especificamente a uma transação, a Administração deverá exercer seu julgamento no desenvolvimento e na aplicação de uma política contábil que resulte em informação que seja relevante para a tomada de decisão por parte dos usuários e confiável, de tal modo que as demonstrações contábeis representem adequadamente a posição patrimonial e financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade. Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
146
Garantias e bonificações a clientes Outro tipo de provisão usual entre as empresas são as provisões para garantias. Encontramos este tipo de provisão principalmente entre as empresas de construção/incorporação, em decorrência de exigência legal. A MRV foi uma das empresas que evidenciaram este tipo de provisão.
Demonstração Financeira da MRV, Nota Explicativa n° 18 Individual
Consolidado
31/12/2011
31/12/2010
31/12/2011
31/12/2010
9.070
3.422
14.895
8.247
Não circulante
76.002
38.891
130.127
64.140
Total
85.072
42.313
145.022
72.387
Circulante
A Companhia e controladas oferecem garantia limitada de cinco anos contra problemas na construção, em cumprimento à legislação brasileira. De forma a suportar este compromisso, sem impacto nos exercícios futuros e propiciar a adequada contraposição entre receitas e custos, para cada empreendimento em construção foram provisionados, em bases estimadas, valores correspondentes a 3,00% do custo total de construção em 31 de dezembro de 2011 (2,25% em 31 de dezembro de 2010). Esta estimativa é baseada em médias históricas de acordo com análises do departamento de engenharia da Companhia, revisadas anualmente. A provisão é registrada à medida da evolução física da obra aplicando-se o percentual supracitado sobre os custos reais incorridos. A movimentação das provisões para manutenção é como segue. Saldo inicial
Adições
Baixas
Transferência
Saldo final
3.422
57.649
(14.890)
(37.111)
9.070
Individual: Circulante Não circulante
38.891
-
-
37.111
76.002
Total - Exercício 2011
42.313
57.649
(14.890)
-
85.072
Total - Exercício 2010
13.379
39.619
(10.685)
-
42.313
8.247
102.314
(29.679)
(65.987)
14.895
Consolidado: Circulante Não circulante
64.140
Total - Exercício 2011
72.387
102.314
(29.679)
65.987
145.022
130.127
Total - Exercício 2010
26.916
63.328
(17.857)
72.387
Já a Braskem evidenciou uma provisão relacionada ao compromisso de entregar bonificações em produtos aos clientes, decorrente de acordos contratuais:
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa n° 24 a) Provisão para bonificações de clientes Alguns contratos de venda da Braskem preveem a bonificação, em produtos, caso sejam atingidos determinados volumes de vendas durante o ano, semestre ou trimestre, conforme o contrato. A bonificação é provisionada mensalmente no pressuposto de que o volume mínimo contratual será atingido. Por serem registradas em bases contratuais, as provisões não possuem incertezas relevantes quanto ao seu montante ou liquidação.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
147
Desativação Os valores correspondentes aos custos de obrigações por desmontagem, remoção e restauração do local em que um imobilizado está localizado devem ser registrados em contrapartida com provisões reconhecidas e mensuradas de acordo com o CPC 25. A Vale foi uma das empresas que divulgaram a existência de provisões da espécie.
Demonstração Financeira da Vale, Nota Explicativa n° 18 A Companhia utiliza diversos julgamentos e premissas quando mensura as obrigações referentes à descontinuação de uso de ativos. Do montante provisionado não estão deduzidos os custos potenciais cobertos por seguros ou indenizações, porque sua recuperação é considerada incerta. As taxas de juros de longo prazo utilizadas para desconto a valor presente e atualização da provisão para 31 de dezembro de 2011 e 2010 foram de 5,82% a.a. e 7,96% a.a., respectivamente. O passivo constituído é atualizado periodicamente tendo como base essas taxas de desconto acrescido do índice de inflação (“IGP-M”) do período em referência. A variação na provisão para desmobilização de ativos está demonstrada como segue: Consolidado
Controladora
2.086
846
Acréscimo de despesas
205
132
Liquidação financeira no período corrente
(78)
(77)
Revisões estimadas nos fluxos de caixa
384
(96)
Saldo em 1º de janeiro de 2010
Ajustes acumulados de conversão
(6)
Saldo em 31 de dezembro de 2010
2.591
805
Acréscimo de despesas
215
102
Liquidação financeira no período corrente
(96)
(52)
Revisões estimadas nos fluxos de caixa
788
261
Ajustes acumulados de conversão
106
Saldo em 31 de dezembro de 2011
3.604
1.116
136
21
3.468
1.095
3.604
1.116
Circulante Não circulante
Divulgações apresentadas pelas empresas sobre passivos contingentes Os passivos contingentes não devem ser reconhecidos no balanço das empresas, mas devem ser objeto de divulgação em nota explicativa. De acordo com o CPC 25, apenas os passivos contingentes cuja probabilidade de perda é remota não necessitam ser divulgados pela empresa. A entidade deve divulgar, para cada classe de passivo contingente na data do balanço, uma breve descrição da natureza do passivo contingente e, quando praticável, a estimativa do seu efeito financeiro, a indicação das incertezas relacionadas ao valor ou momento de ocorrência de qualquer saída; e a possibilidade de qualquer reembolso.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
148
A Petrobras descreveu e informou efeitos financeiros relacionados a causas cíveis e fiscais.
Demonstração Financeira da Petrobras, Nota Explicativa n° 28 (reprodução parcial) 28.2. Processos judiciais não provisionados Consolidado Natureza
Estimativa 2011
Fiscal
34.137
Cívil - Geral
8.858
Cívil - Ambiental
989
Outras
1.560 45.544
Os quadros a seguir detalham as principais causas de natureza fiscal e cível, cujas expectativas de perdas estão classificadas como possível:
a) Processos de natureza fiscal Descrição - Natureza Fiscal
Estimativa
Autor: Secretaria da Receita Federal do Brasil I) Autos de infração por indedutibilidade de IRPJ – CSLL e Multa sobre a repactuação do Plano Petros.
3.139
II) falta de adição à base de cálculo do IRPJ e CSLL de lucros auferidos pelas empresas controladas e coligadas domiciliadas no exterior, nos exercícios de 2005, 2006 e 2007.
1.989
III) Não recolhimento de IRPJ e CSLL sobre o incentivo financeiro aos empregados pela repactuação do Plano Petros em 2007.
1.499
Autor: Delegacia da Receita Federal do Rio de Janeiro Auto de infração referente ao Imposto de Renda Retido na Fonte sobre remessas para pagamentos de afretamentos de embarcações referente ao período de 1999 a 2002.
4.684
Autor: Secretaria da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro I) ICMS – Autos de infração em operações de saída de LGN sem emissão de documento fiscal, no âmbito do estabelecimento centralizador.
2.491
II) Notas de Lançamento decorrente de diferença de alíquota de ICMS nas operações de venda de QAV, em razão da declaração de inconstitucionalidade do Decreto 36.454 de 2004.
1.410
Autor: Secretaria da Receita Federal do Brasil I) Não recolhimento da CIDE pela Petrobras em operações de importação de Nafta revendida à Braskem
2.793
II) Não recolhimento no período de março de 2002 a outubro de 2003 da CIDE-combustíveis, em obediência às ordens judiciais obtidas por Distribuidoras e Postos de Combustíveis, imunizando-os da respectiva incidência.
1.235
Autor: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo I) Auto de infração relativo a afastamento de cobrança de ICMS e multa p or descumprimento de obrigação acessória sobre importação. Admissão temporária de sonda de p erfuração em São Paulo e desembaraço no Rio de Janeiro (Convênio ICMS nº 58/99).
2.184
II) Afastamento de cobrança de ICMS e multa sobre importação (Admissão Temporária – Sonda de Perfuração – admissão São Paulo - desembaraço no Rio de Janeiro).
1.657
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
149
Demonstração Financeira da Petrobras, Nota Explicativa n° 28 (reprodução parcial) - Continuação Descrição - Natureza Fiscal
Estimativa
Autor: Prefeituras Municipais de Anchieta, Aracruz, Guarapari, Itapemirim, Marataízes, Linhares, Vila Velha e Vitória. Falta de retenção e recolhimento de ISS na atividade de prestação de serviços em águas marítimas. Alguns municípios localizados no Estado do Espírito Santo lavraram autos de infração contra a Petrobras, pela suposta falta de retenção do ISSQN incidente sobre serviços p restados em águas marítimas. A Petrobras reteve esse ISSQN, p orém o recolheu aos cofres dos municípios onde estão estabelecidos os respectivos prestadores, em conformidade com a Lei Complementar nº 116/03.
1.624
Autor: Secretaria da Receita Federal do Brasil
1.181
IOF crédito sobre operações de mútuos Autor: Secretaria da Receita Federal do Brasil IRRF - Remessas ao exterior para pagamento de importação de petróleo
924
Autor: Secretarias da Fazenda dos Estados do Rio de Janeiro e de Sergipe Aproveitamento indevido de créditos de ICMS de brocas de perfuração e de produtos químicos utilizados na formulação de fluido de perfuração e autos de infração por entender que constituem material de uso e consumo, cujo aproveitamento do crédito somente seria permitido a partir do período seguinte. Outros processos de natureza fiscal Total dos processos de natureza fiscal
817 6.510 34.137
b) Processos de natureza cível - Geral Descrição - Natureza Cível
Esimativa
Autor: Porto Seguro Imóveis Ltda. A Porto Seguro, acionista minoritária da Petroquisa, ajuizouação contra a Petrobras, relativa a alegados prejuízos decorrentes da venda da particip ação acionária da Petroquisa em diversas empresas petroquímicas. A indenização estimada a ser paga a Petroquisa é R$ 22.461 em 31.12.2011. Como a Petrobras detém 100% do capital social da Petroquisa parte da indenização estimada em R$ 14.824 ”líquido de imposto” não representa desembolso efetivo do Sistema Petrobras. Adicionalmente, a Petrobras teria que indenizar a Porto Seguro, autora da ação, 5% a título de prêmio e a Lobo & Ibeas Advogados 20% a título de honorários advocatícios.
5.615
Autor: Agência Nacional de Petróleo - ANP Diferenças no pagamento de participação especial dos campos de Albacora, Carapeba, Cherne, Espadarte, Marimba, Marlim, Marlim Sul, Namorado, Pampo e Roncador – Bacia de Campos, utilizando contrato de locação de bens com a Companhia Locadora de Equipamentos Petrolíferos – CLEP, em desacordo com à portaria ANP nº 10/99 e multa por descumprimento dos programas Exploratórios mínimos – “Rodada Zero”.
1.212
Outros processos de natureza cível
2.031
Total dos processos de natureza cível
8.858
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
150
O CPC 25 indica que, em casos extremamente raros, pode-se esperar que a divulgação de alguma ou de todas as informações exigidas prejudique seriamente a posição da entidade em uma disputa com outras partes sobre os assuntos da provisão, passivo contingente ou ativo contingente. Em tais casos, a entidade não precisa divulgar as informações, mas deve divulgar a natureza geral da disputa, juntamente com o fato de que as informações não foram divulgadas, com a devida justificativa. Nossa pesquisa encontrou uma evidenciação deste tipo nas notas explicativas do Banco Santander, relacionada a Passivos Contingentes.
Demonstração Financeira do Santander, Nota Explicativa n° 22 (reprodução parcial) • Gratificação Semestral ou PLR - ação na esfera trabalhista referente ao pagamento de gratificação semestral ou, sucessivamente, PLR aos empregados aposentados do extinto Banco do Estado de São Paulo S.A. - Banespa admitidos até 22 de maio de 1975, movida por Associação de Aposentados do Banespa. A ação foi julgada pelo Tribunal Superior do Trabalho e o Banco ingressou com os recursos cabíveis, cuja admissibilidade do recurso ao Supremo Tribunal Federal já foi deferida. O valor envolvido não é divulgado em razão da atual fase processual do caso e de potencialmente poder afetar o andamento da ação.
Divulgações apresentadas pelas empresas sobre ativos contingentes De acordo com o CPC 25, os ativos contingentes surgem normalmente de evento não planejado ou de outros não esperados que dão origem à possibilidade de entrada de benefícios econômicos para a entidade. Um exemplo é uma reivindicação que a entidade esteja reclamando por meio de processos legais, em que o desfecho seja incerto. Em decorrência de tal incerteza, os ativos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações financeiras. Em relação à divulgação, o CPC 25 determina a divulgação de breve descrição da natureza dos ativos contingentes na data do balanço e, quando praticável, uma estimativa dos seus efeitos financeiros, quando for provável a entrada de benefícios econômicos. Dentre as empresas constantes da amostra, dez relataram a existência de ativos contingentes e oito delas forneceram estimativa dos efeitos financeiros. Os ativos informados pelas oito empresas somam 4,4 bilhões. A Usiminas foi uma das empresas que informaram acerca da existência de ativos contingentes.
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa nº 25 (reprodução parcial) c) Contingências ativas A seguir, estão demonstradas as contingências ativas da Companhia e da controlada em conjunto Unigal, cujos processos não transitaram em julgado e, portanto, não foram reconhecidas no balanço: I) Contingências provenientes da Controladora 31/12/2011
31/12/2010
Posição
Saldo
Saldo
Ação proposta pela Usiminas visando receber o valor integral recolhido à Eletrobrás a título de empréstimo compulsório, de acordo com os critérios da legislação vigente à época do recolhimento do tributo.
Aguardando julgamento em segunda instância.
586.803
528.461
Ação proposta pela Cosipa visando receber o valor integral recolhido à Eletrobrás a título de empréstimo compulsório, de acordo com os critérios da legislação vigente à época do recolhimento do tributo.
Aguardando julgamento em instância superior.
654.346
589.288
Ação questionando a restrição do direito ao crédito de PIS e COFINS sobre máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado adquiridos antes de 30/04/2004.
Aguardando julgamento em segunda instância.
133.104
119.870
57.120
99.521
1.431.373
1.337.140
Descrição
Outras
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Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa nº 25 (reprodução parcial) - Continuação II) Contingências provenientes da Unigal
Descrição Ação pleiteando a devolução do valor depositado para suspender a exigibilidade do Auto de Infração, tendo em vista a adesão à anistia estadual.
Contingências provenientes da Controladora Contingências provenientes da Unigal
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
152
31/12/2011
31/12/2010
Posição
Saldo
Saldo
Em julgamento na esfera judicial, 4º Vara especializada em Belo Horizonte.
7.845
7.065
7.845
7.065
31/12/2011
31/12/2010
1.431.373
1.337.140
7.845
7.065
1.439.218
1.344.205
// CPC 27
Ativo Imobilizado (IAS 16)
O objetivo do CPC 27 – Ativo Imobilizado (IAS 16) é estabelecer o tratamento contábil para ativos imobilizados de forma que os usuários das demonstrações financeiras possam discernir a informação sobre o investimento da entidade em seus ativos imobilizados, bem como suas mutações. De acordo com o CPC 27, ativos imobilizados são itens tangíveis mantidos para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a terceiros ou para finalidades administrativas, e que serão utilizados durante mais de um período. Um ativo imobilizado deverá ser reconhecido se, e somente se, for provável que a entidade usufrua de benefícios econômicos futuros associados a esse item e que seu custo possa ser mensurado de maneira confiável. O custo de um ativo imobilizado compreende: preço de aquisição, incluindo taxas de importação e impostos não recuperáveis; montantes diretamente ligados ao esforço de levar o ativo ao seu local de utilização e condições necessárias para entrada em operação da maneira pretendida pela administração; estimativa inicial de custos de desmontagem e remoção (caso a empresa esteja obrigada). Nesta seção, analisamos o impacto das exigências presentes no CPC 27 – Ativo Imobilizado (IAS 16) nas demonstrações consolidadas publicadas em 2011 pelas empresas que compõem nossa amostra de trabalho. Os aspectos considerados nas nossas análises foram: • Ativos imobilizados divulgados pelas empresas analisadas • Vida útil dos bens do ativo imobilizado • Exemplos práticos da aplicação do CPC 27 – Ativo Imobilizado (IAS 16)
Ativos imobilizados divulgados pelas empresas analisadas Entre as 60 empresas da amostra, apenas uma empresa não apresentou nenhuma nota (nem específica nem política contábil) sobre ativo imobilizado, ou seja, 98,33% das empresas analisadas apresentaram política contábil e nota explicativa específica sobre o imobilizado. De 2010 para 2011, o ativo imobilizado total das empresas da amostra aumentou, aproximadamente, 17,91%. Já as despesas com depreciação diminuíram cerca de 1,21% no mesmo período. As despesas com depreciação em 2011 representaram, na média, aproximadamente 6,3% do ativo imobilizado médio da amostra. As principais movimentações na conta do ativo imobilizado das empresas da amostra se deram principalmente em virtude de novas aquisições (55 casos), combinação de negócios (19 casos), despesas capitalizadas (três casos), variação cambial (13 casos), baixas (52 casos), alienações (cinco casos), transferências (28 casos), depreciação (44 casos), impairment (11 casos) e outros casos não especificados (13), conforme demonstrado no gráfico.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
154
Movimentações no ativo imobilizado 60 50 40 30 20 10 0 Aquisição
Alienações
Combinação de negócios
Transferências (+/-)
Despesas capitalizadas
Depreciação
Variação cambial
Impairment (+/-)
Baixa
Outros
Os principais grupos de ativos imobilizados identificados nas empresas analisadas são apresentados no quadro a seguir, bem como a variação percentual desses grupos do exercício de 2010 para 2011. Quantidade de empresas em que os grupos estão presentes
Variação do imobilizado 2010 - 2011
Móveis e Utensílios
47
3%
Máquinas e Equipamentos
46
18%
Imóveis
45
18%
Imobilizado em construção
44
32%
Veículos
39
12%
Terrenos
36
10%
Outros
35
13%
Imobilizado específico da atividade
32
1%
Equipamentos de informática ou processamento de dados
31
14%
Instalações
21
6%
Benfeitorias em bens de terceiros
19
20%
Adiantamentos para compra de imobilizados
9
63%
Imobilizados arrendados
6
12%
Aeronaves
4
7%
Principais Grupos do Ativo Imobilizado
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
155
Dentro do imobilizado específico estão os bens relativos ao cumprimento de atividades intrínsecas do negócio. Por exemplo, para empresas de energia estão os geradores, as barragens, os adutores, etc. Para as empresas de telecomunicações estão os equipamentos específicos da atividade, e assim por diante. A categoria “Outros” foi utilizada apenas para classificar os ativos imobilizados designados pelas próprias companhias como outros. Os ativos de grupos específicos foram classificados na categoria de imobilizado específico da atividade.
Vida útil dos bens do ativo imobilizado Com base nos dados coletados, identificamos a vida útil média (taxa de depreciação média) dos bens do ativo imobilizado divulgados pelas empresas da amostra em 2011, conforme demonstrado no quadro a seguir. Taxas de Depreciação Média (amostra)
Desvio Padrão
Imobilizado específico da atividade
23%
28%
Imobilizados arrendados
20%
9%
Equipamentos de informática ou processamento de dados
20%
6%
Veículos
17%
5%
Aeronaves
14%
6%
Benfeitorias em imóveis de terceiros
14%
7%
Outros
11%
6%
Móveis e Utensílios
10%
3%
Máquinas e Equipamentos
9%
4%
Instalações
8%
2%
Imóveis
4%
1%
Grupos do Ativo Imobilizado
Os terrenos, adiantamentos para compra de imobilizado e imobilizações em andamento apresentaram vida útil indefinida em quase todas as empresas da amostra e, portanto, não sofreram depreciação. O ativo imobilizado com maior taxa de depreciação média (consequentemente, menor vida útil) foi o imobilizado específico da atividade, provavelmente em decorrência da grande variedade de itens que compõem tal classificação. Essa grande variação pode ser percebida pelo alto desvio padrão apresentado pelas taxas de depreciação. Dos demais itens, os equipamentos de informática e os imobilizados arrendados foram os que apresentaram menor vida útil. Os itens que apresentaram maior vida útil foram os Imóveis e as Instalações, mas também os menores desvios padrões, o que sugere que quase todas as companhias utilizam essas taxas de depreciação, ou seja, elas não variam muito entre as empresas da amostra. O desvio padrão das taxas de depreciação mostra quão uniforme foi a sua aplicação pelas empresas da amostra, ou seja, os itens com menor desvio foram os que apresentaram uma taxa de depreciação mais uniforme. No que se refere aos métodos de depreciação utilizados, das 60 empresas analisadas, 56 utilizam o método linear de depreciação para seus ativos imobilizados; cinco empresas utilizam o método da quantidade produzida (extraída), uma empresa utiliza o método da soma dos dígitos (exponencial) e quatro empresas não informaram qual método utilizam. Vale ressaltar que seis empresas apresentaram dois métodos de depreciação. Apenas cinco empresas fizeram alterações nas vidas úteis (taxas de depreciação) dos ativos imobilizados, mas nenhuma delas pode ser considerada significativa.
Exemplos práticos da aplicação do CPC 27 – Ativo Imobilizado (IAS 16) De acordo com as exigências do CPC 27 – Ativo Imobilizado (IAS 16), as empresas devem divulgar para cada classe de ativo imobilizado: a) a base de mensuração utilizada para determinar o valor contábil bruto; b) o método de depreciação utilizado; c) a vida útil ou taxa de depreciação utilizada; d) o valor contábil bruto e a depreciação acumulada (agregada das perdas acumuladas por impairment), no começo e no final do período. Neste caso, o Banco do Brasil divulgou inclusive que a correção monetária faz parte do custo de seus ativos imobilizados.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
156
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa n° 3 l O imobilizado de uso, inclusive as benfeitorias em imóveis de terceiros, é contabilizado pelo custo de aquisição excluído os gastos com manutenção, menos depreciação acumulada e perdas por redução ao valor recuperável. O valor atribuído ao imobilizado também inclui a correção monetária calculada até 30.06.1997, data em que o Brasil deixou de ser considerado um país de economia hiperinflacionária, nos termos da IAS 29.
A empresa ALL divulgou a base de mensuração do ativo imobilizado e as justificativas para não utilizar o custo atribuído.
Demonstração Financeira da ALL, Nota Explicativa n° 3.13 3.13 Imobilizado A Companhia optou por não avaliar o seu ativo imobilizado pelo valor justo como custo atribuído, considerando que: (I) o método de custo, deduzido de provisão para perdas, é o melhor método para avaliar os ativos imobilizados da Companhia; (II) o ativo imobilizado da Companhia é segregado em classes bem definidas e relacionadas às suas atividades operacionais; (III) a Companhia possui controles eficazes sobre os bens do ativo imobilizado que possibilitam a identificação de perdas e mudanças de estimativa de vida útil dos bens. Locomotivas, vagões e via permanente são apresentados ao custo, líquido de depreciação acumulada e/ou perdas acumuladas por redução ao valor recuperável, se for o caso. O referido custo inclui o custo de reposição de parte do imobilizado e custos de empréstimo de projetos de construção de longo prazo, quando os critérios de reconhecimento forem satisfeitos. Quando há substituição de partes significativa do ativo imobilizado, estas são capitalizadas nos respectivos bens. Da mesma forma, quando uma inspeção relevante for feita, o seu custo é reconhecido no valor contábil do imobilizado. Todos os demais custos de reparos e manutenção são reconhecidos na demonstração do resultado, quando incorridos.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
157
Em conformidade com essa exigência, o Banco do Brasil divulgou as vidas úteis de seus imobilizados e o método de depreciação utilizado.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa n° 3 l A depreciação é calculada utilizando o método linear para baixar o custo do imobilizado ao seu valor residual ao longo de sua vida útil estimada, sendo que os terrenos não são depreciados. As vidas úteis estimadas pelo Banco para os itens do imobilizado de uso são apresentadas como segue. Vida útil estimada 10 a 50 anos
Edificações (1) Móveis e equipamentos
10 anos
Benfeitorias em propriedades de terceiros
5 a 10 anos
Equipamentos de processamento de dados
5 anos
Veículos
5 anos
Outros
5 a 10 anos
Para depreciação das edificações próprias, o Banco considera a vida útil dos diversos componentes de um edifício, em conformidade com o Parágrafo 43 da IAS 16.
(1)
A Usiminas alterou a vida útil de seus imobilizados no exercício de 2011.
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa n° 3.12 Os terrenos não são depreciados. A depreciação de outros ativos é calculada usando o método linear para alocar seus custos aos seus valores residuais durante a vida útil estimada. A média ponderada da depreciação do imobilizado são: Em anos 2011
2010
Edificações
24
25
Instalações
14
15
Máquinas e equipamentos
18
15
Veículos
7
8
Móveis, utensílios e equipamentos
8
8
Equipamentos de informática
3
3
Ferramentas, aparelhos e implementos
8
8
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
158
A empresa MMX apresentou as justificativas para não alterar as taxas de depreciação do ativo imobilizado adotadas em 2011.
Demonstração Financeira da MMX, Nota Explicativa n° 4 h As vidas úteis estimadas para os períodos correntes são as seguintes: A partir de 1º de janeiro de 2011
Edifícios
25 anos
Máquinas e equipamentos
12,5 anos
Outros
5 anos
Móveis e utensílios componentes
10 anos
Os métodos de depreciação, as vidas úteis e os valores residuais são revistos a cada encerramento de exercício financeiro. Para o exercício findo em 2011, não houve mudanças significativas nas vidas úteis dos ativos, não havendo, em consequência, necessidade de registrar qualquer reavaliação, ou baixa ou alteração na vida útil dos ativos do Grupo. Esta conclusão está baseada nos seguintes aspectos: • 94% das aquisições do período se referem a investimentos ocorridos na construção do porto e para a expansão da planta no sistema Sudeste; • Não houve alteração na quantidade de horas diárias de produção de forma a acelerar a expectativa de vida útil; e • Não houve perdas ou danos dos bens por conta de perdas significativas nos ativos fixos durante o ano de 2011. Desta forma a Administração da Companhia julgou desnecessário efetuar qualquer tipo de reavaliação para 2011. A empresa Localiza alterou as taxas de depreciação dos bens do ativo imobilizado de 2010 para 2011.
Demonstração Financeira da Localiza, Nota Explicativa n° 2.7.7 Localiza Rent a Car S.A. e controladas As taxas médias anuais ponderadas de depreciação dos bens do imobilizado, são como segue: 2011
2010
Divisão de Aluguel de Carros
4,9%
5,2%
Divisão de Aluguel de Frotas
11,7%
10,3%
19,6%
16,7%
Móveis e utensílios
10%
10%
Equipamentos de informática
20%
20%
4% -10%
4% -10%
Carros:
Outros imobilizados: Benfeitorias em imóveis de terceiros
Outros
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
159
O Banco do Brasil divulgou inclusive as perdas por impairment segregadas por tipo de ativo imobilizado.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa n° 25 25 – Imobilizado de uso
Terrenos
Edificações
Móveis e Equipamentos
Benfeitorias em propriedades de terceiros
263.510
4.356.903
1.604.363
1.290.043
1.222
351.561
181.649
321.211
Baixas
(20.042)
(8.755)
(27.937)
(37.640)
Saldo em 31.12.2010
244.690
4.699.709
1.758.075
1.573.614
1.064
446.043
309.922
344.366
de negócios
14.322
127.792
30.431
(378)
Baixas
(8.445)
(35.959)
(41.950)
(46.280)
251.631
5.237.584
2.056.478
1.871.322
Saldo em 31.12.2009
-
(2.546.591)
(735.967)
(880.510)
Despesa de depreciação
-
(125.776)
(147.431)
(194.130)
Baixas
-
5.571
(3.920)
23.119
Saldo em 31.12.2010
-
(2.666.796)
(887.318)
(1.051.521)
Despesa de depreciação
-
(139.124)
(173.865)
(202.058)
Baixas
-
(15.842)
51.969
36.061
Saldo em 31.12.2011
-
(2.821.762)
(1.009.214)
(1.217.518)
Saldo em 31.12.2009
-
(3.104)
(673)
-
Perdas
-
(819)
-
-
Reversões
-
645
(479)
-
Saldo em 31.12.2010
-
(3.278)
(1.152)
-
Perdas
-
(1.291)
-
-
Reversões
-
424
262
-
Saldo em 31.12.2011
-
(4.145)
(890)
-
Saldo em 31.12.2010
244.690
2.029.635
869.605
522.093
Saldo em 31.12.2011
251.631
2.411.678
1.046.374
653.804
Custo de aquisição Saldo em 31.12.2009 Aquisições
Aquisições Aquisição por combinação
Saldo em 31.12.2011 Depreciação acumulada
Perda por imparidade
Valor contábil
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
160
Equipamentos de processamento de dados
Veículos
Outros
Total
3.657.400
5.959
614.531
11.792.709
818.067
409
111.183
1.785.302
(373.721)
(2.688)
(67.283)
(538.066)
4.101.746
3.680
658.431
13.039.945
636.588
21.813
102.402
1.862.198
8.004
4.705
841
185.717
(195.624)
(129)
(176.553)
(504.940)
4.550.714
30.069
585.121
14.582.920
(2.384.553)
(5.021)
(343.932)
(6.896.574)
(480.031)
(616)
(65.031)
(1.013.015)
353.271
3.500
47.074
428.615
(2.511.313)
(2.137)
(361.889)
(7.480.974)
(529.117)
(1.492)
(52.869)
(1.098.525)
84.555
(18.695)
58.912
196.960
(2.955.875)
(22.324)
(355.846)
(8.382.539)
(1.394)
-
(1.828)
(6.999)
(361)
-
-
(1.180)
350
-
1.828
2.344
(1.405)
-
-
(5.835)
(817)
-
-
(2.108)
1.262
-
-
1.948
(960)
-
-
(5.995)
1.589.028
1.543
296.542
5.553.136
1.593.879
7.745
229.275
6.194.386
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
161
A Copel divulgou, na nota sobre ativo imobilizado, além das classes de ativos, a composição do saldo por empresas controladas.
Demonstração Financeira da Copel, Nota Explicativa n° 15.3 15.3 Imobilizado por empresa 31.12.2011 Consolidado
Custo
Depreciação acumulada
Imobilizado líquido
11.463.047
(6.848.148)
4.614.899
Copel Telecomunicações
451.466
(276.901)
174.565
Elejor
590.092
(103.598)
486.494
UEG Araucária
664.878
(196.784)
468.094
4.129
(3.047)
1.082
10
(4)
6
13.173.622
(7.428.482)
5.745.140
1.354.363
-
1.354.363
99.222
-
99.222
9.916
-
9.916
482
-
482
1.463.983
-
1.463.983
14.637.605
(7.428.482)
7.209.123
Em serviço Copel Geração e Transmissão
Centrais Eólicas do Paraná Cutia
Em curso Copel Geração e Transmissão Copel Telecomunicações Elejor UEG Araucária
e) Uma reconciliação do valor contábil do início do período ao final do período, mostrando: (I) as adições; (II) os ativos classificados como mantido para venda ou incluídos em um grupo para descarte como mantido para venda, de acordo com o CPC 31 (IFRS 5) e outras baixas; (III) as aquisições por combinação de negócios; (IV) aumentos ou diminuições que resultarem de reavaliação ou perdas por impairment que foram reconhecidas ou revertidas em outros resultados abrangentes; (V) perdas por impairment reconhecidas no resultado de acordo com o CPC 01 (IAS 36); (VI) perdas por impairment revertidas no resultado de acordo com o CPC 01 (IAS 36); (VII) a depreciação; (VIII) as diferenças líquidas que surgirem da conversão dos demonstrativos financeiros para uma moeda de apresentação diferente da moeda funcional, incluindo a conversão das operações para aquisição de ativos em moeda estrangeira (variação cambial); (IX) outras alterações. Como exemplo do cumprimento dessas exigências, apresentamos a nota sobre imobilizado divulgada pela Petrobras.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
162
Demonstração Financeira da Petrobras, Nota Explicativa n° 12.1 12 Imobilizado 12.1. Por tipo de ativos Consolidado
Saldo em 1º de Janeiro de 2010 Adições Juros capitalizados Combinação de negócios
Controladora
Terrenos, edificações e benfeitorias
Equipamentos e outros bens
Ativos em construção (*)
Gastos c/ exploração e desenv. Produção de petróleo e gás (campos produtores)
7.260
69.241
116.423
31.262
224.186
149.442
220
2.827
57.546
3.157
63.750
49.506
-
-
5.508
-
5.508
4.223
87
100
25
-
212
-
Total
Total
Baixas
(137)
(91)
(1.522)
(1.090)
(2.840)
(1.493)
Transferências
1.886
34.207
(39.000)
7.899
4.992
(1.863)
Depreciação, amortização e depleção
(591)
(7.677)
-
(5.730)
(13.998)
(10.149)
-
(181)
-
(265)
(446)
(434)
“Impairment” – constituição “Impairment” - reversão
-
131
-
408
539
538
31
(1.383)
(402)
(54)
(1.808)
-
8.756
97.174
138.578
35.587
280.095
189.775
Custo
12.412
160.543
138.578
77.555
389.088
271.824
Depreciação, amortização e depleção acumulada
(3.656)
(63.369)
-
(41.968)
(108.993)
(82.049)
8.756
97.174
138.578
35.587
280.095
189.775
169
2.730
53.690
3.139
59.728
42.222
-
-
7.325
-
7.325
5.788
Ajuste acumulado de conversão Saldo em 31 de dezembro de 2010
Saldo em 31 de dezembro de 2010 Adições Juros capitalizados Combinação de negócios
-
-
24
-
24
-
(41)
(421)
(2.221)
(568)
(3.251)
(2.258)
Transferências
4.205
31.283
(40.294)
14.812
10.006
4.531
Depreciação, amortização e depleção
(799)
(9.769)
-
(6.566)
(17.134)
(12.344)
-
(91)
(276)
(391)
(758)
(473)
Baixas
“Impairment” – constituição “Impairment” – reversão
3
27
-
66
96
61
66
3.548
1.733
789
6.136
-
Saldo em 31 de dezembro de 2011
12.359
124.481
158.559
46.868
342.267
227.302
Custo
16.865
195.977
158.559
97.671
469.072
321.469
Depreciação, amortização e depleção acumulada
(4.506)
(71.496)
-
(50.803)
(126.805)
(94.167)
Saldo em 31 de dezembro de 2011
12.359
124.481
158.559
46.868
342.267
227.302
25 (25 a 40)
20 (3 a 31)
-
Método da unidade produzida
-
-
Ajuste acumulado de conversão
Tempo de vida útil| médio ponderado em anos (exceto terrenos) (*)
Inclui ativos de exploração e desenvolvimento da produção de petróleo e gás.
Conforme o CPC 27, as empresas também devem divulgar: a) a existência e a quantia das restrições sobre os ativos imobilizados decorrentes de garantia para passivos; b) o valor das despesas capitalizadas no custo dos ativos imobilizados no período da sua construção; c) o valor dos compromissos contratuais para aquisição de ativos imobilizados. A Natura é um exemplo de empresa da amostra que divulgou os três tipos de informação citados anteriormente.
Demonstração Financeira da Natura, Nota Explicativa n° 13 a a) Bens dados em garantia e penhora Em 31 de dezembro de 2011, a Sociedade e suas controladas possuíam bens do imobilizado dados como penhora e aval em operações de empréstimos e financiamentos bancários, bem como arrolados em defesa de processos judiciais, conforme os montantes demonstrados a seguir: Controladora
Consolidado
Veículos
4.229
4.229
Equipamentos de informática
3.477
4.063
Máquinas e equipamentos
3.171
3.171
Saldos no fim do exercício
10.877
11.463
b) Arrendamentos mercantis (leasing) A Sociedade efetuou no exercício de 2011 operação de arrendamento mercantil financeiro para aquisição de ativo imobilizado no valor de R$ 56.694, na rubrica “Edifícios” e uma operação de ‘sale leaseback’ no valor de R$ 24.537, na rubrica “Máquinas e equipamentos”. Em 31 de dezembro de 2011, o saldo a pagar dessas operações, classificado na rubrica “Empréstimos e financiamentos” (nota explicativa nº 14), totaliza R$ 79.673.
c) Saldo de juros capitalizados no ativo imobilizado Consolidado
Edifícios
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
164
2011
2010
1.427
1.479
A BRF-Brasil Foods divulgou os bens do imobilizado que foram dados em garantia de operações diversas.
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa n° 17 Os bens do ativo imobilizado que foram concedidos em garantia de operações de diversas naturezas, são apresentados abaixo: BR GAAP Controladora 31.12.11
31.12.10
Tipo de garantia
Valor contábil de bens dados em garantia
Valor contábil de bens dados em garantia
Terrenos
Financeiro/Trabalhista/Fiscal/Civil
61.090
51.591
Edificações e benfeitorias
Financeiro/Trabalhista/Fiscal/Civil
946.898
648.956
Máquinas e equipamentos
Financeiro/Trabalhista/Fiscal
1.165.489
728.233
Instalações
Financeiro/Trabalhista/Fiscal
264.105
189.931
Financeiro/Trabalhista/Fiscal/Civil
15.087
9.610
Financeiro/Fiscal
1.512
913
Financeiro/Trabalhista/Fiscal/Civil
260.034
90.959
2.714.215
1.720.193
31.12.11
31.12.10
Tipo de garantia
Valor contábil de bens dados em garantia
Valor contábil de bens dados em garantia
Terrenos
Financeiro/Trabalhista/Fiscal/Civil
160.432
187.159
Edificações e benfeitorias
Financeiro/Trabalhista/Fiscal/Civil
1.966.168
1.926.292
Máquinas e equipamentos
Financeiro/Trabalhista/Fiscal
2.304.484
2.028.672
Instalações
Financeiro/Trabalhista/Fiscal
687.453
701.003
Financeiro/Trabalhista/Fiscal/Civil
299.269
17.458
Financeiro/Fiscal
19.403
1.297
Financeiro/Trabalhista/Fiscal/Civil
307.456
148.639
5.744.665
5.010.520
Móveis e utensílios Veículos e aeronave Outros
BR GAAP e IFRS Controladora
Móveis e utensílios Veículos e aeronave Outros
A Companhia não tem permissão de ceder esses ativos como garantia para outras operações ou vendê-los.
O Banco do Brasil divulgou as quantias do ativo imobilizado que foram dadas em garantia de penhora.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa n° 25 O imobilizado de uso inclui imóveis dados em garantia de penhora no valor de R$ 268.366 mil (R$ 342.773 mil em 31.12.2010).
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
165
As empresas CSN e JBS mostraram a composição do custo das obras que estão dentro dos imobilizados em construção.
Demonstração Financeira da CSN, Nota Explicativa n° 12 Segue abertura dos projetos que compõem as obras em andamento: Consolidado Objetivo do projeto
Data de início
Conclusão esperada
31/12/2010
31/12/2011
-
-
-
1.889.411
3.795.760
Expansão de 1.728 Km da transnordestina para transporte, principalmente, de minério de ferro, calcário, soja, algodão, cana de açucar, fertilizantes, petróleo e combustíveis
2009
2014
1.774.875
3.489.871
Obras de Expansão da CapacIdade da MRS e Investimentos correntes para manutenção das operações atuais
111.763
290.410
Investimentos correntes para manutenção das operações atuais
2.773
15.479
1.364.733
1.931.047
Obras em andamento – Principais projetos Logística
Mineração Expansão da capacidade produtiva de Casa de Pedra para 42 Mtpa
2007
2012/13 (1)
1.101.234
1.322.433
Expansão do TECAR para permitir uma exportação anual de 60 Mtpa
2009
2013
167.163
425.134
Expansão da capacidade produtiva da Namisa para 39 Mpta
2008
2015/16
81.172
137.059
Investimentos correntes para manutenção das operações atuais
15.164
46.421
Implementação da Fábrica de Aços Longos nos estados do Rio de Janeiro,
803.798
1.164.239
618.832
907.521
184.966
256.718
457.864
165.273
Siderurgia
Minas Gerais e São Paulo para a produção de ver galhão e fio máquina
2008
2013 (2)
Investimentos correntes para manutenção das operações atuais Cimentos Construção da Fábrica de Cimento nas Regiões Nordeste, Sul e Arcos /MG
2011
2013 (3)
98.258
132.986
Contrução de Fábrica para produção de clinquer em Arcos /MG
2007
2011 (4)
357.981
27.536
1.625
4.751
4.515.806
7.056.319
Investimentos correntes para manutenção das operações atuais Total Obras em andamento Data prevista para conclusão das Fases 40 Mtpa e 42 Mtpa Data prevista para conclusão da Unidade do Rio de Janeiro (3) Data prevista para conclusão de nova moagem em Arcos/MG (4) Fábrica em Operação, em fase de ramp-up (1) (2)
Os custos classificados em obras em andamento são compostos basicamente por aquisição de serviços, compra de partes e peças a serem aplicados como investimentos para aumento de performance, melhoria tecnológica, ampliação, expansão e aquisição de ativos, que serão transferidos para suas respectivas contas e depreciados a partir do momento que estiverem disponíveis para uso. Os gastos com investimentos correntes são capitalizados e depreciados obedecendo o período até a próxima manutenção deste ativo, totalizando R$ 654.741 em 31 de dezembro de 2011 (R$ 495.430 em 31 de dezembro de 2010). As demais despesas com reparo e manutenção são registradas aos custos e às despesas operacionais, quando incorridas.
De acordo com o CPC 20, custos dos empréstimos incorridos na formação do imobilizado têm que ser capitalizados. Seguem exemplos de divulgação da JBS e All.
Demonstração Financeira da JBS, Nota Explicativa n° 12 Capitalização De acordo com as premissas estabelecidas pelo IAS 23/CPC 20 – Custos dos empréstimos, a Companhia realizou a capitalização dos custos de empréstimos direta e indiretamente atribuíveis à construção de ativos qualificáveis, os quais estão representados exclusivamente por obras em andamento. Os custos de empréstimos alocados aos ativos qualificáveis, em 31 de dezembro de 2011 e 31 de dezembro de 2010, encontram-se apresentados abaixo: Consolidado
Imobilizado em andamento (+) custos de empréstimos capitalizados
31.12.11
31.12.10
754.543
713.585
53.502
49.027
808.045
762.612
Demonstração Financeira da ALL, Nota Explicativa n° 14 Durante o período findo em 31 de dezembro de 2011, foram capitalizadas, às contas de imobilizações em andamento, R$ 134.879 (R$ 52.449 em 31 de dezembro de 2010) relativamente a encargos financeiros gerados por empréstimos que financiaram tais imobilizações. Esta transação não afeta o fluxo de caixa. O custo financeiro da capitalização de juros sobre o imobilizado elegível foi de 115,9% do CDI a.a.
A empresa TIM não capitaliza os custos financeiros com a construção do ativo imobilizado, pois considera o prazo de realização da obra curto.
Demonstração Financeira da TIM, Nota Explicativa n° 4 l Devido ao fato do Grupo não construir ativos que exijam longos prazos para sua conclusão, a Companhia não capitaliza juros de empréstimos e financiamentos.
No que se refere aos compromissos contratuais para aquisição de ativos imobilizados, a empresa MMX detalha a nota sobre adiantamento a fornecedores.
Demonstração Financeira da MMX, Nota Explicativa n° 19 Adiantamento a fornecedores Nesta rubrica estão apresentados os adiantamentos a fornecedores conforme segue abaixo: Sistema
Atribuição
31/12/2011
31/12/2010
Construção da usina projeto de expansão da Serra Azul
55.035
8.000
MMX Porto
Porto Sudeste
366.179
MMX S.A.
Porto Sudeste
38.394
38.225
459.608
46.225
MMX Sudeste
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
167
A Duratex também possui compromissos para aquisição de imobilizados e os divulgou em notas explicativas.
Demonstração Financeira da Duratex, Nota Explicativa n° 12 Em 31 de dezembro de 2011 a Companhia e suas controladas possuem contratos firmados para a aquisição de diversos equipamentos e serviços que totalizam aproximadamente R$ 184,1 milhões.
A empresa ALL apresentou seus compromissos contratuais para aquisição do imobilizado por meio de arrendamento mercantil financeiro.
Demonstração Financeira da ALL, Nota Explicativa n° 14 Arrendamentos mercantis financeiros e ativos em construção O valor contábil do imobilizado mantido sob compromissos de arrendamento mercantil financeiro em 31 de dezembro de 2011 foi de R$ 1.338.888 (em 31 de dezembro 2010 R$ 1.094.410). Houve adições ao imobilizado durante o período no valor de R$ 423.545 (em 31 de dezembro 2010 R$ 202.255) de itens sob compromissos de arrendamento mercantil financeiro e ativos em construção decorrentes de contratos de longo prazo, as quais não afetaram o caixa.
A seleção do método de depreciação e a estimativa da vida útil dos ativos são questões de julgamento. Portanto, as empresas devem evidenciar os métodos adotados e as vidas úteis estimadas ou taxas de depreciação a fim de fornecer, aos usuários dos demonstrativos financeiros, informações que lhes permitam revisar e comparar as políticas contábeis estabelecidas pelos gestores. Para isso, é necessário que as companhias divulguem: a) a depreciação, mostrando quando ela é reconhecida no resultado ou quando ela é capitalizada no custo de algum outro ativo ou produto no período; b) a depreciação acumulada no período. A Petrobras apresentou (em milhões de reais) a divulgação tanto da depreciação acumulada no período quanto da parcela da depreciação absorvida no custeio e da parcela registrada no resultado.
Demonstração Financeira da Petrobras, Notas Explicativas n° 12.2 e n° 12.3 12.2. Abertura por tempo de vida útil estimada - Consolidado Edificações e benfeitorias, equipamentos e outros bens Vida útil estimada
Custo
Depreciação Acumulada
Saldo em 31 de dezembro de 2011
até 5 anos
8.088
(4.728)
3.360
33.005
(16.150)
16.855
11 - 15 anos
3.347
(1.582)
1.765
16 - 20 anos
39.665
(15.942)
23.723
21 - 25 anos
44.826
(11.040)
33.786
25 - 30 anos
41.072
(5.786)
35.286
5.086
(3.337)
1.749
36.152
(17.437)
18.715
211.241
(76.002)
135.239
15.264
(4.506)
10.758
195.977
(71.496)
124.481
6 - 10 anos
30 anos em diante Método da Unidade Produzida
Edificações e benfeitorias Equipamentos e outros bens
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
168
Demonstração Financeira da Petrobras, Notas Explicativas n° 12.2 e n° 12.3 - Continuação 12.3. Depreciação Consolidado Parcela absorvida no custeio
Controladora
2011
2010
2011
2010
De bens
9.165
7.130
5.890
4.752
De gastos de exploração e p rodução
6.126
5.344
5.112
4.326
440
386
396
327
15.731
12.860
11.398
9.405
1.403
1.138
946
744
17.134
13.998
12.344
10.149
Custo para abandono de poços capitalizado/provisionado
Parcela registrada diretamente no resultado
A empresa CSN mostrou onde são lançadas as suas despesas com amortização, depreciação e exaustão do período.
Demonstração Financeira da CSN, Nota Explicativa n° 12 b b) As adições da depreciação, amortização e exaustão do período foram distribuídas conforme abaixo: Consolidado
Controladora
31/12/2011
31/12/2010
31/12/2011
31/12/2010
892.297
770.542
730.030
614.679
7.130
6.471
5.501
5.021
Despesa Gerais e Administrativas
29.941
29.156
7.352
8.152
Outras operacionais
18.883
7.865
18.177
7.188
948.251
814.034
761.060
635.040
Custo de Produção Despesa Vendas
A Eletrobras também divulgou, em notas explicativas, as taxas e depreciações acumuladas dos ativos imobilizados.
Demonstração Financeira da Eletrobras, Nota Explicativa n° 15 Consolidado 31/12/2011
31/12/2010
Taxa média de depreciação
Depreciação acumulada
Taxa média de depreciação
Depreciação acumulada
Geração hidráulica
2,44%
19.856.370
2,46%
18.646.869
Geração Nuclear
3,30%
2.501.816
3,30%
2.264.774
Geração Térmica
5,77%
2.027.301
5,64%
2.086.745
-
24.385.487
-
22.998.388
7,46%
1.353.630
7,45%
1.248.170
-
1.353.630
-
1.248.170
-
25.739.117
-
24.246.558
Administração
Total
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
169
O CPC 23 (IAS 8) requer que as companhias divulguem a natureza e a quantia de mudanças de estimativa contábeis que tenham efeito material no período corrente ou em períodos subsequentes. Para o ativo imobilizado, essa divulgação pode surgir de alterações em: a) valores residuais; b) custo estimado para desmantelamento, remoção ou restauração de itens do ativo imobilizado; c) vidas úteis; d) métodos de depreciação. A empresa OGX reconhece os gastos com o abandono das áreas de desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural dentro do grupo do ativo imobilizado.
Demonstração Financeira da OGX, Nota Explicativa n° 3 f Gastos com abandono Os gastos com abandono das áreas de desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural são registrados como ativo imobilizado em contrapartida de uma provisão no passivo não circulante. Vide Nota Explicativa nº 3 (h).
Demonstração Financeira da OGX, Nota Explicativa n° 10 b b) Inclui a provisão para abandono de ativos no valor de R$ 11.264 (R$ 0 em 31 de dezembro de 2010) e os gastos capitalizáveis incorridos nos campos de Gavião Azul e Gavião Real, na Bacia do Parnaíba, após a declaração de comercialidade, ou seja, a partir da fase de desenvolvimento.
A Petrobras capitaliza os gastos com abandono de poços e desmantelamento da área de produção no ativo imobilizado.
Demonstração Financeira da Petrobras, Nota Explicativa n° 4.11 4.11. Abandono de poços e desmantelamento de áreas A obrigação futura com abandono de poços e desmantelamento de área de produção está contabilizada pelo seu valor presente, descontada a uma taxa livre de risco, sendo registrada integralmente no momento da declaração de comercialidade de cada campo, como parte dos custos dos ativos relacionados (ativo imobilizado) em contrapartida à provisão, registrada no passivo, que suportará tais gastos. Os juros incorridos pela atualização da provisão estão classificados como despesas financeiras.
A Natura mostrou, em notas explicativas, o impacto da alteração da vida útil dos bens do ativo imobilizado na depreciação do período.
Demonstração Financeira da Natura, Nota Explicativa n° 13 A Sociedade efetuou uma análise do prazo de vida útil-econômica remanescente dos bens do ativo imobilizado e intangível com efeitos registrados a partir de 1º de janeiro de 2010. Como consequência da revisão dessa estimativa contábil, que visou realinhar o prazo da vida útil remanescente dos bens e, consequentemente, a depreciação remanescente ao período de vida residual dos bens, foi registrado um impacto a crédito no resultado da depreciação do exercício de 2011, comparado com a depreciação registrada no exercício anterior, no montante de R$ 11.482.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
170
A Hering divulgou o impacto da depreciação, no resultado do exercício, decorrente da alteração nas taxas de depreciação do ativo imobilizado.
Demonstração Financeira da Hering, Nota Explicativa n° 14 c Em decorrência da definição da nova vida útil para os ativos da Companhia, o montante de R$ 7.163 foi revertido da despesa de depreciação no custo dos produtos vendidos e nas demais despesas no exercício findo em 31 de dezembro de 2010. Não foi possível estimar o efeito da alteração da nova vida útil para os períodos subsequentes, tendo em vista que todo ano será efetuada a avaliação da vida útil dos itens do imobilizado, e que nos períodos subsequentes há aquisições e baixas de bens do ativo imobilizado. Em 2011, não houve necessidade de alteração da vida útil dos ativos imobilizados, mantendo a avaliação efetuada no ano de 2010.
As empresas também são encorajadas a divulgar informações que os usuários dos demonstrativos financeiras podem julgar relevantes, tais como: a) o valor contábil de qualquer imobilizado que esteja temporariamente ocioso; b) o valor contábil bruto de qualquer ativo imobilizado que esteja totalmente depreciado, mas ainda em uso; c) o valor contábil do imobilizado retirado de uso, mas não classificado como mantido para venda; d) quando o modelo de custo é utilizado, o valor justo do imobilizado quando a diferença for material. A BRF-Brasil Foods divulgou itens registrados no ativo imobilizado que já estão totalmente depreciados, mas ainda em
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa n° 17 A Companhia possui itens registrados no ativo imobilizado que estão totalmente depreciados, porém em operação e são apresentados a seguir: BR GAAP Custo
BR GAAP e IFRS
31/12/11
31/12/10
31/12/11
31/12/10
Edificações e benfeitorias
16.322
12.985
116.700
21.017
Máquinas e equipamentos
294.400
243.502
613.800
266.301
Instalações
8.430
6.439
83.107
6.495
Móveis e utensílios
5.455
6.358
16.656
7.706
Veículos e aeronave
1.171
816
3.173
848
Outros
1.283
-
1.283
-
327.061
270.100
834.719
302.367
Total
A seguir, apresentamos algumas práticas identificadas nas empresas da amostra que não estão diretamente vinculadas ao CPC 27 – Ativo Imobilizado (IAS 16), mas são bons exemplos de diversidade do tratamento do ativo imobilizado. As empresas Cemig e Cesp divulgaram informações sobre o custo atribuído adotado em 2009.
Demonstração Financeira da Cemig, Nota Explicativa n° 15 Custo Atribuído dos Ativos de Geração A Companhia, em atendimento a Interpretação Técnica ICPC 10 – Ativo Imobilizado, efetuou a nova avaliação dos seus ativos de geração, com a definição do seu valor justo pelo custo de reposição na adoção inicial das normas contábeis internacionais em 01 de janeiro de 2009. Não foi alterada a vida útil dos ativos, tendo em vista que são estimadas e definidas pela ANEEL, e refletem a vida útil estimada para os ativos. A nova avaliação dos ativos de geração implicou em um aumento no valor desses ativos, com o registro em conta específica do Patrimônio Líquido de cada uma das controladas em conta denominada “Ajustes de avaliação patrimonial”, com o ajuste também reflexo no Patrimônio líquido da Companhia. Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
171
Demonstração Financeira da Cesp, Nota Explicativa n° 12.4 12.4 Custo atribuído (deemed cost) Em atendimento ao Pronunciamento Técnico CPC 37 (IFRS 1) e ICPC 10, a Companhia optou pela adoção do custo atribuído para as usinas integrantes da infraestrutura de geração, ajustando os saldos de abertura na data de transição em 01/01/2009 pelos seus valores justos estimados por avaliadores independentes. De acordo com o ICPC 10, em 01/01/2009, o efeito líquido de primeira adoção do custo atribuído para as usinas resultou em um aumento no ativo imobilizado de R$ 3.553.278, em contrapartida da conta de imposto de renda e contribuição social diferidos de R$ 1.208.115 (34%) e na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial, no Patrimônio Líquido de R$ 2.345.163. Os detalhes estão apresentados a seguir: 01/01/2009 Custo atribuído limitado ao valor de recuperação
Valor contábil
Mais (menos) valia
Porto Primavera
8.917.513
10.912.754
(1.995.241)
Ilha Solteira + Três Irmãos
7.780.060
3.326.400
4.453.660
Jupiá
1.207.288
275.394
931.894
141.296
20.905
120.391
45.618
3.044
42.574
18.091.775
14.538.497
3.553.278
Usina
Paraibuna Jaguari Total Impostos diferidos
(1.208.115)
Efeito no patrimônio líquido
2.345.163
Movimentação: Imobilizado R$
Impostos diferidos Passivo R$
Patrimônio Líquido R$
Saldo inicial em 01/01/2009
3.553.278
(1.208.115)
2.345.163
Realização no exercício
(300.574)
102.195
(198.379)
Saldo em 31/12/2009
3.252.704
(1.105.920)
2.146.784
Realização no exercício
(301.684)
102.573
(199.111)
Saldo em 31/12/2010
2.951.020
(1.003.347)
1.947.673
Realização no exercício
(302.303)
102.783
(199.520)
Saldo final em 31/12/2011
2.648.717
(900.564)
1.748.153
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
172
O Banco Santander contabiliza os ativos imobilizados decorrentes de arrendamento mercantil (em que participa como arrendador) em sua conta de carteira com leasing.
Demonstração Financeira do Banco Santander, Nota Explicativa n° 9 e e) Carteira de arrendamento mercantil Em milhares de Reais
2011
2010
2009
Investimento bruto nas operações de arrendamento mercantil
7.991.849
12.921.149
18.199.753
Arrendamentos a receber
5.720.996
8.721.847
11.165.564
Valores residuais a realizar (1)
2.270.853
4.199.302
7.034.189
Rendas a apropriar de arrendamento mercantil
(5.570.537)
(8.496.306)
(10.858.258)
Valores residuais a balancear
(2.270.853)
(4.199.302)
(7.034.188)
Imobilizado de arrendamento
16.485.919
21.304.308
24.214.659
(11.346.459)
(12.324.135)
(10.041.819)
8.049.256
9.805.118
8.781.285
198.119
166.451
154.887
(7.050.545)
(9.107.457)
(9.824.700)
19.127
46.599
44.284
6.505.876
10.116.425
13.635.903
Depreciações acumuladas Superveniências de depreciações Perdas em arrendamentos a amortizar Credores por antecipação de valor residual Outros valores e bens Total (1)
Valor residual garantido dos contratos de arrendamento mercantil.
A Braskem mostra quais os gastos relacionados com manutenção de seus ativos imobilizados que são reconhecidos ativados.
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa n° 2.13 As máquinas, equipamentos e instalações da Companhia requerem inspeções, substituições de componentes e outras manutenções em intervalos regulares. A Companhia realiza paradas programadas em intervalos regulares de dois a seis anos para realizar essas atividades. Estas paradas podem envolver a planta como um todo, parte dela, ou mesmo equipamentos relevantes específicos, tais como caldeiras industriais, turbinas e tanques. Paradas que ocorrem a cada seis anos, por exemplo, são geralmente realizadas para a manutenção de plantas industriais como um todo. Os custos diretamente atribuíveis a essas paradas são capitalizados quando (I) for provável que tais gastos irão gerar benefícios econômicos futuros que fluirão para a Companhia; e (II) esses gastos possam ser mensurados de forma confiável. Para cada parada programada, os gastos com materiais e serviços de terceiros são agregados aos itens do ativo imobilizado objetos da parada e são totalmente depreciados até o inicio da seguinte correspondente parada. Os gastos com o consumo dos pequenos materiais de manutenção e os correspondentes serviços de terceiros são registrados, quando incorridos, como custo de produção.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
173
A empresa BRF-Brasil Foods apresenta analiticamente a composição das aquisições e baixas de seus ativos imobilizados.
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa n° 17 As adições no exercício estão substancialmente representadas por imobilizações em andamento no montante de R$ 990.159 e adiantamentos a fornecedores no montante de R$ 45.339 que compreendem principalmente: BR GAAP e IFRS Consolidado Descrição
Saldo em 31.12.11
Ampliação da capacidade produtiva de unidades
148.790
Projeto Copercampos
89.069
Transformação da linha de perus para frangos em Carambeí-PR
69.825
Renovação da frota de veículos
51.261
Melhorias realizadas em unidades produtivas e granjas
38.681
Nova linha para produção de pizzas em Tatuí-SP
38.658
Implementação da fábrica de leite em pó em Três de Maio-RS
19.309
Ampliação da linha de produção do produto "escondidinho"
19.269
Reposição dos equipamentos da fábrica de Nova Mutum-MT, onde ocorreu um incêndio em março de 2011
14.600
As baixas no imobilizado referem-se substancialmente a bens obsoletos no valor de R$ 29.968 e bens sinistrados no valor de R$ 22.988, reconhecidas no grupo de outros resultados operacionais. A empresa CPFL mostrou qual é o valor da amortização da mais-valia apurada com a adoção do custo atribuído.
Demonstração Financeira da CPFL, Nota Explicativa n° 14 Conforme mencionado no item 3.4, determinados ativos foram avaliados na data de transição pelo custo atribuído (“deemed cost”), enquanto que os ativos das usinas recentemente construídas estão registrados ao custo de aquisição, que na avaliação da Administração estão próximos dos respectivos valores de mercado. Os ativos imobilizados foram avaliados ao seu respectivo valor de mercado, com base em laudo de avaliação preparado por empresa de engenharia independente especializada em avaliação patrimonial. A mais valia no montante de R$ 1.002.991 foi apurada para a data- base 1º de janeiro de 2009 e registrada no patrimônio líquido na conta de reserva de avaliação patrimonial. A amortização desta mais valia, calculada com base na vida útil remanescente dos bens, que impactou o resultado dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e de 2010 foi de R$ 37.481 e R$ 39.605.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
174
A Eletrobras optou por divulgar o seu ativo imobilizado por segmento de atividade, ao invés de item por item.
Demonstração Financeira da Eletrobras, Nota Explicativa n° 15 Consolidado Saldo em 31/12/2009
Adições
Transferência curso/serviço
Depreciação
Saldo em 31/12/2010
52.801.218
116.947
3.079.229
(21. 165)
55.976.229
(21.685.079)
-
-
(1.313.309)
(22.998.388)
Em curso
8.342.934
6.269.048
(3.079.229)
6.206
11.538.959
Arrendamento Mercantil - Leasing
1.258.619
-
-
(46.616)
1.212.003
40.717.692
6.385.995
-
(1.374.884)
45.728.803
1.865.281
299.702
45.788
-
2.210.771
( 1.008.374)
-
-
(239.796)
(1.248.170)
400.450
-
(45.788)
-
354.662
1.257.357
299.702
-
(239.796)
1.317.263
(-) Obrigações Especiais Vinculadas à concessão
-
-
-
-
-
Uso do Bem Público - USP
-
-
-
-
-
14.053
-
-
-
14.053
Contribuições do Consumidor
(147.894)
-
-
-,
(147.894)
Participação da União Federal
(47.584)
-
-
-
(47.584)
(196.019)
13.876
-
-
(182.143)
(377.444)
13.876
-
-
(363.568)
41. 597.605
6.699.573
-
( 1.614.680)
46.682.498
Geração/Comercialização Em serviço Depreciação acumulada
Administração Em serviço Depreciação acumulada Em curso
Reintegração Acumulada
Outros
Total
A Embraer divulgou se atribui ou não valor residual para calcular a depreciação dos seus ativos imobilizados.
Demonstração Financeira da Embraer, Nota Explicativa n° 2.2 m A Companhia atribui valor residual para determinados modelos de aeronaves e para peças de reposição de aeronaves constantes do programa Exchange pool. Para os demais ativos a Companhia não atribui valor residual, uma vez que devido à característica desses ativos e de sua utilização, é pouco comum a baixa de grandes quantidades de ativos vendidos e quando isso acontece os ativos são realizados por valores irrelevantes.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
175
A empresa JBS reconheceu o valor justo como custo atribuído do ativo imobilizado.
Demonstração Financeira da JBS, Nota Explicativa n° 12 Imobilizado Líquido Custo
Reavaliação
Depreciação acumulada
31.12.11
31.12.10
2.731.833
116.782
(291.590)
2.557.025
2.528.487
944.262
9.352
-
953.614
969.461
3.567.501
45.041
(629.430)
2.983.112
2.958.227
Instalações
753.649
21.832
(134.116)
641.365
640.479
Equipamentos de informática
189.463
737
(50.515)
139.685
29.033
Veículos
371.227
83
(187.369)
183.941
240.422
Obras em andamento
238.236
-
-
238.236
205.346
Outros
127.996
1.265
(22.657)
106.604
27.508
8.924.167
195.092
(1.315.677)
7.803.582
7.598.963
Controladora Imóveis Terra nua e terrenos Máquinas e equipamentos
Líquido Custo
Reavaliação
Depreciação acumulada
31.12.11
31.12.10
Imóveis
5.849.513
116.782
(688.160)
5.278.135
4.975.792
Terra nua e terrenos
2.363.839
9.352
(102.497)
2.270.694
2.180.248
Máquinas e equipamentos
7.892.235
45.041
(2.252.766)
5.684.510
5.513.906
Instalações
842.188
21.832
(181.747)
682.273
725.792
Equipamentos de informática
337.303
737
(129.529)
208.511
74.588
Veículos
593.002
83
(339.952)
253.133
330.674
Obras em andamento
808.055
-
(10)
808.045
762.612
Outros
242.921
1.265
(50.773)
193.413
60.589
18.929.056
195.092
(3.745.434)
15.378.714
14.624.201
Controladora
De acordo com IAS 16/CPC 27 - Ativo Imobilizado, em 31 de dezembro de 2011 a Companhia efetuou a revisão das vidas úteis dos ativos imobilizados, resultando em diferentes taxas de depreciação para cada ativo, o que dificulta a divulgação da taxa de depreciação anual para cada grupo de ativo. Devido ao exposto, para fins de divulgação e para prover informações adicionais aos leitores, a Companhia efetua o cálculo e divulga a média ponderada das taxas de depreciação dos ativos que compõe cada grupo.
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176
A Embraer divulgou uma descrição de todos os itens que compõem o seu ativo imobilizado.
Demonstração Financeira da Embraer, Nota Explicativa n° 2.2 m Segue abaixo resumo da descrição dos itens que compõem o ativo imobilizado: I) Terrenos • compreendem áreas onde estão principalmente os edifícios industriais, de engenharia e administrativos. II) Edifícios e benfeitorias em terrenos • Edifícios compreendem principalmente fábricas, departamentos de engenharia, escritórios e benfeitorias compreendem estacionamentos, arruamentos, rede de água e esgoto. III) Instalações • compreendem as instalações industriais auxiliares que direta ou indiretamente suportam as operações industriais da Companhia, assim como instalações das áreas de engenharia e administrativa. IV) Máquinas e equipamentos • compreendem principalmente os maquinários e outros equipamentos utilizados direta ou indiretamente no processo fabril. V) Móveis e utensílios • compreendem principalmente mobiliários e utensílios utilizados nas áreas produtivas, engenharia e administrativa. VI) Veículos • compreendem principalmente veículos industriais e automóveis. VII) Aeronaves • compreendem principalmente aeronaves que são arrendadas às companhias aéreas, além daquelas utilizadas pela Companhia para auxiliar nos ensaios de novos projetos. VIII) Computadores e periféricos • compreendem equipamentos de informática utilizados principalmente no processo produtivo, engenharia e administrativo. IX) Imobilizações em andamento • compreendem principalmente obras para ampliação do parque fabril e centros de manutenção de aeronaves. X) Pool de peças • compreende peças de reposição para uso exclusivo dos clientes que contrataram o Programa Exchange pool. Esse programa prevê que tais clientes podem trocar um componente danificado por outro em condições de funcionamento, conforme definido em contrato. Essas peças são depreciadas com base na estimativa de vida de sete a dez anos e um valor residual médio de 35%, que a Companhia acredita ser aproximadamente o tempo de utilização e valor de realização, respectivamente.
A Gol divulgou que capitalizou o custo de manutenção dos seus ativos imobilizados mais relevantes.
Demonstração Financeira da Gol, Nota Explicativa n° 2.2 j De acordo com o CPC 27 e o IAS 16 - “Imobilizado”, os custos referentes as grandes manutenções de motores, incluindo substituições de peças sobressalentes e mão de obra, são considerados como recomposição do bem e são capitalizados e tratados separadamente como componente do ativo imobilizado e depreciados até a próxima manutenção relevante.
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177
// CPC 28 Propriedade para
Investimento (IAS 40)
Nesta seção, analisamos os impactos das exigências presentes no CPC 28 – Propriedade para Investimento (Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade – IAS 40) nas demonstrações consolidadas publicadas em 2011 pelas empresas que compõem nossa amostra de trabalho. O objetivo do CPC 28 é estabelecer o tratamento contábil de propriedades para investimento e os seus respectivos requisitos de divulgação. As propriedades para investimento são aquelas mantidas para obter rendas ou para valorização do capital, ou para ambos e, por isso, classificadas no subgrupo Investimentos, dentro do Ativo Não Circulante. Como exemplos de propriedades para investimento citados no CPC 28, destacam-se: a) Terrenos mantidos para valorização de capital a longo prazo e não para venda a curto prazo no curso ordinário dos negócios; b) Terrenos mantidos para futuro uso correntemente indeterminado (se a entidade não tiver determinado que usará o terreno como propriedade ocupada pelo proprietário ou para venda a curto prazo no curso ordinário do negócio, o terreno é considerado como mantido para valorização do capital); c) Edifício que seja propriedade da entidade (ou mantido pela entidade em arrendamento financeiro) e que seja arrendado sob um ou mais arrendamentos operacionais; d) Edifício que esteja desocupado, mas mantido para ser arrendado sob um ou mais arrendamentos operacionais; e) Propriedade que esteja sendo construída ou desenvolvida para futura utilização como propriedade para investimento. As propriedades para investimento devem ser inicialmente mensuradas pelo seu custo e, após o reconhecimento inicial, o CPC 28 (IAS 40) permite que a empresa escolha o método do valor justo ou o método de custo para avaliá-las (exceto no caso de arrendatário que utiliza o imóvel como propriedade para investimento, quando o valor justo é obrigatório). As variações (ganho ou perda) no valor justo de propriedade para investimento devem ser reconhecidas no resultado do período em que ocorram. O CPC incentiva, mas não exige, que o valor justo seja determinado por um avaliador independente. De acordo com as exigências do CPC 28 (IAS 40), as empresas que possuem propriedades para investimento devem divulgar: o método de avaliação e os critérios que levaram à classificação como esse tipo de propriedade; os métodos e os pressupostos utilizados na determinação do valor justo, inclusive se é adotado ou não avaliador independente; os valores reconhecidos no resultado como receitas de aluguel; os gastos operacionais diretos com essas propriedades, segregando os gastos incorridos com propriedades que não estejam gerando receitas; a diferença acumulada do custo ao valor justo quando adotado contabilmente o primeiro; a existência de restrições sobre tais propriedades e suas receitas; e as obrigações contratuais para comprar, construir, reparar; entre outras. Entre as 60 empresas pesquisadas, apenas seis (10% da amostra) apresentaram nota explicativa sobre propriedade para investimento: BR Malls, BR Properties, LLX Logística, MRV Engenharia, PDG Realty e Sabesp. As empresas Dasa, Eletropaulo e Cosan apresentaram a conta de propriedades para investimentos no balanço patrimonial, mas não efetuaram divulgações adicionais nas notas explicativas, justificando que os valores envolvidos eram imateriais. No caso da Sabesp, a empresa apresentou apenas nota explicativa sobre propriedades para investimentos na seção sobre políticas contábeis, conforme demonstrado a seguir, deixando de demonstrar seu saldo e a movimentação da conta em nota explicativa específica.
Demonstração Financeira da Sabesp, Nota Explicativa nº 3.6 3.6 Propriedade para investimentos As propriedades para investimento são registradas pelo custo de aquisição ou construção, deduzido das respectivas depreciações acumuladas, calculadas pelo método linear às taxas que levam em consideração o tempo de vida útil estimado dos bens. Os gastos incorridos com reparos e manutenção são contabilizados no resultado quando incorridos. A Companhia mantém alguns ativos para futuro uso corrente indeterminado, ou seja, não existe definição se a Companhia irá utilizar a propriedade na operação ou venderá a propriedade em curto prazo no curso ordinário do negócio.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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No que se refere às bases de mensuração utilizadas pelas empresas da amostra, verificamos que das seis empresas que apresentaram nota explicativa sobre propriedades para investimentos, quatro mensuraram as propriedades pelo método de custo (Sabesp, LLX Logística, PDG Realty e MRV Engenharia) e duas pelo método de valor justo (BR Malls e BR Properties). De acordo com o CPC 28, as empresas que optarem por avaliar as propriedades pelo método de custo devem divulgar os métodos, as vidas úteis e as taxas de depreciação, os valores brutos e líquidos contábeis e a conciliação entre os saldos iniciais e finais do período, com a movimentação por novas aquisições, baixas, perdas por redução ao valor recuperável, depreciações, diferenças cambiais, transferências, alienações etc. Além disso, as empresas que optarem pelo método de custo também devem divulgar o valor justo das suas propriedades para investimentos. Entre as empresas que optaram pelo método de custo para mensurar as propriedades para investimento, destacamos as notas explicativas das empresas LLX Logística, PDG Realty e MRV Engenharia, conforme apresentado a seguir.
Demonstração Financeira da LLX Logística, Nota Explicativa nº 18 18. Propriedade para investimento Propriedades para investimento incluem terrenos que são arrendados para terceiros. Cada arrendamento tem um período não cancelável de 25 anos renováveis por mais 25 anos em média com o valor anual do aluguel indexado pela inflação ou pelo dólar. Renovações subsequentes são negociadas com o arrendatário com períodos intermediários. O montante registrado de propriedades parcialmente arrendadas até 31 de dezembro de 2011 na LLX Açu é de R$95.176, equivalente a uma área de 7.592.499 m². A parcela arrendada totaliza R$ 51.065 correspondente a uma área de 4.411.907 m².
Demonstração Financeira da PDG Realty, Nota Explicativa nº 2.12 2.12. Propriedade para investimentos As propriedades para investimento são registradas pelo custo de aquisição, formação ou construção, deduzido das respectivas depreciações acumuladas, calculadas pelo método linear às taxas que levam em consideração o tempo de vida útil estimado dos bens. Os gastos incorridos com reparos e manutenção são contabilizados somente se os benefícios econômicos associados a esses itens forem prováveis e os valores mensurados de forma confiável, enquanto que os demais gastos são registrados diretamente no resultado quando incorridos. A recuperação das propriedades para investimento por meio das operações futuras bem como as vidas úteis e o valor residual dos mesmos são acompanhadas periodicamente e ajustados de forma prospectiva, se necessário. A Companhia optou por não avaliar as suas propriedades para investimento pelo valor justo como custo atribuído. A divulgação das premissas e critérios de avaliação do valor justo das propriedades para investimento está descrita na Nota 8. A fim de cumprir as exigências do CPC 28, apesar de utilizar o método de custo para reconhecer suas propriedades para investimento no seu Balanço Patrimonial, a empresa PDG Realty divulgou os critérios utilizados para mensurar o valor justo das propriedades para investimentos, conforme descrito a seguir.
Demonstração Financeira da PDG Realty, Nota Explicativa nº 8 Propriedades para investimento A Companhia avaliou internamente suas propriedades para investimento a Valor Justo seguindo a metodologia de Fluxo de Caixa Descontado (DCF) devido à natureza dos imóveis e à ausência de dados comparáveis, tendo sido aplicado método de avaliação segundo a recomendação do “International Valuation Standards Committee” (Comitê de Normas Internacionais de Avaliação). Foram utilizados os seguintes dados principais: Descrição
31/12/2011
31/12/2010
11,0%
11,0%
Fator de capitalização
9,0%
9,0%
Taxa de desocupação de longo prazo (%)
3,0%
3,0%
Taxa de desconto
(a.a.)
Demonstração Financeira da PDG Realty, Nota Explicativa nº 8 - Continuação Conforme mencionado na Nota 2.12, a Companhia optou por manter suas propriedades para investimento pelo valor de custo no valor de R$ 66.855. Conforme requerido pelo CPC 2 8, apresentamos a seguir o valor justo das propriedades para investimentos, considerando o percentual de participação da Companhia sobre os respectivos empreendimentos: REP DI Descrição
Av. Chile (*)
31/12/2011
31/12/2010
31/12/2011
31/12/2010
Saldo inicial
40.619
40.619
-
15.279
Ganho/perda líquida de ajuste a valor justo
34.357
34.357
-
975
Saldo final
74.976
74.976
-
16.254
(*)
Alienada durante o período findo em 30 de setembro de 2011, conforme Notas 11.6 e 27.
Investimentos – Continuação a) Informações sobre as controladas e coligadas em 31 de dezembro de 2011 - Continuação Propriedades para investimento - Continuação Propriedades para Investimento são baixadas quando vendidas ou quando as mesmas deixam de ser permanentemente utilizadas e não se espera nenhum benefício econômico futuro de suas vendas. A diferença entre o valor líquido obtido das vendas e o valor contábil dos ativos é reconhecida na demonstração do resultado no período da baixa. Em 29 de junho de 2011, a Companhia realizou o aumento de capital na investida Agra Empreendimentos Imobiliários S.A. mediante a conferência do investimento denominado Av. Chile 230 Empreendimentos Imobiliários e alienou esta participação para outra companhia, conforme mencionado na Nota 11.6.
A empresa MRV Engenharia evidenciou em notas explicativas a vida útil de algumas propriedades para investimento (edificações). Apesar de utilizar o método de custo para reconhecer suas propriedades para investimento no seu Balanço Patrimonial, divulgou os critérios utilizados para mensurar o valor justo de suas propriedades para investimento.
Demonstração Financeira da MRV Engenharia, Nota Explicativa nº 2.7.10 2.7.10. Propriedades para investimento As propriedades para investimento são propriedades mantidas para obter renda com aluguéis ou para valorização do capital (incluindo construções em andamento para tal propósito) e são mensuradas ao custo, incluindo os custos da transação. Os encargos financeiros incorridos com empréstimos atrelados ao desenvolvimento dos empreendimentos são capitalizados e reconhecidos no resultado mediante a realização dos referidos ativos. Em conformidade com o CPC 28 sobre propriedades de investimento, a Companhia optou pelo método de custo para mensuração de suas propriedades para investimento. O valor justo das propriedades para investimento da Companhia, utilizado apenas para divulgação na nota explicativa 9, foi mensurado conforme segue: • Terrenos: avaliação de especialistas internos com base em transações de propriedades comparáveis (tipo de propriedade, localização, perfil de ocupação e qualidade do imóvel) observadas no mercado. • Projetos em construção: fluxo de caixa descontado dos projetos, considerando taxas de vacância estimadas em 5%. Não foi considerada correção de inflação ou reajustes de aluguel durante o período. A taxa utilizada para desconto dos fluxos foi 12,15% ao ano. • Projetos concluídos: capitalização direta. As taxas utilizadas oscilaram entre 9% e 10%. Eventuais gastos incorridos com manutenção e reparo das propriedades para investimento são contabilizados no ativo somente se os benefícios econômicos associados a esses itens forem prováveis e os valores puderem ser mensurados de forma confiável, enquanto que os demais gastos são registrados diretamente no resultado quando ocorridos.
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Demonstração Financeira da MRV Engenharia, Nota Explicativa nº 9 9. Propriedades para investimento (consolidado) As propriedades para investimento referem-se aos ativos mantidos pela controlada em conjunto LOG Commercial Properties e Participações S.A., com a finalidade de obter renda com aluguéis ou para valorização de capital, e são demonstrados conforme abaixo: 31/12/2011
31/12/2010
Vida útil (em anos)
Custo
Depreciação acumulada
Saldo líquido
Saldo líquido
25
30.311
(1.021)
29.290
7.070
Terrenos
-
135.842
-
135.842
125.597
Obras em andamento
-
57.771
-
57.771
23.038
Total
-
223.924
(1.021)
222.903
155.705
Edificações
A movimentação do saldo de propriedades para investimento para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e de 2010 é como segue: 2011
2010
Saldo inicial
155.705
24.094
Adições
167.317
131.931
(1.151)
-
(98.179)
-
(789)
(320)
222.903
155.705
Transferência para estoque de terreno destinado a loteamento e venda Ajuste por mudança de percentual na participação societária (nota explicativa 8) Depreciação Saldo final
Em 31 de dezembro de 2011, esta rubrica inclui também capitalização de encargos financeiros, no valor total de R$ 16.742 (R$4.122 em 31 de dezembro de 2010). Nas datas de fechamento dos balanços apresentados, não foram identificados indicativos de perda, e, desta forma, não houve a necessidade de registrar provisão para redução dos valores dos ativos. Segue abaixo quadro comparativo do custo e valor justo das propriedades para investimento. Os valores justos das propriedades para investimento foram estimados conforme com o descrito na nota explicativa 2.7.10. Valor residual
Valor justo
186.001
298.254
23.801
33.417
Shopping Center
9.899
11.977
Stripmal
3.990
5.311
223.691
348.171
Galpões industriais Lojas comerciais/escritórios
Total
Em 31 de dezembro de 2011, propriedades para investimento no montante estimado de R$ 52.900 (zero em 2010) no consolidado foram dadas em garantia na obtenção de empréstimos. As receitas geradas pelas propriedades para investimento são demonstradas na nota explicativa 24.
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Entre as seis empresas que apresentaram nota explicativa sobre propriedade para investimento, quatro demonstraram a forma de cálculo do valor justo dessas propriedades, conforme apresentado no quadro a seguir. Tipo do Ativo
Terreno
Propriedade em construção
Propriedade pronta
Empresas MRV
BR Malls
BR Properties
Especialistas internos, baseados na cotação de mercado de propriedades comparáveis
Especialistas internos, baseados em valores observáveis e fluxo de caixa
Especialistas externos, baseados em fluxo de caixa
Fluxo de caixa descontado
Custo até o término da construção
Preços de mercado com capitalização direta
PDG Realty
Especialistas internos, baseados em fluxo de caixa descontado
Especialistas internos, baseados em valores observáveis e fluxo de caixa
Especialistas externos, baseados em fluxo de caixa
Observamos que a BR Properties é a única empresa que utiliza especialistas externos para calcular o valor justo das propriedades para investimento. As principais premissas associadas ao cálculo do valor justo das propriedades para investimento pelo método do fluxo de caixa, divulgadas pelas empresas, são demonstradas a seguir: Empresa
MRV
BR Malls
BR Properties
PDG Realty
-
11%
20,96%
9%
10,38%
10%
12,50%
11%
5%
-
5%
3%
-
3%
-
-
Taxa de capitalização Taxa de desconto (média) Taxa de ocupação Custo de manutenção
As premissas acima foram identificadas através das próprias notas explicativas divulgadas pelas empresas, das quais destacamos a seguir as das empresas BR Malls e BR Properties, devido à mensuração pelo método de valor justo de suas propriedades para investimento.
Demonstração Financeira da BR Malls, Nota Explicativa nº 2.13 2.13 Propriedades para investimento As propriedades para investimento são representadas por terrenos e edifícios em Shopping Centers mantidos para auferir rendimento de aluguel e/ou para valorização do capital, conforme divulgado na Nota 13. As propriedades para investimento são reconhecidas pelo seu valor justo. As avaliações foram feitas por especialistas internos utilizando modelo proprietário considerando o histórico de rentabilidade e o fluxo de caixa descontado as taxas praticadas pelo mercado. No mínimo anualmente, na data do balanço, são feitas revisões para avaliar mudanças nos saldos reconhecidos. As variações de valor justo são reconhecidas diretamente no resultado. As propriedades para investimento em construção (“Greenfields”) são reconhecidas pelo custo de construção até o momento em que entrem em operação ou quando a Companhia consiga mensurar com confiabilidade o valor justo do ativo. O valor justo das propriedades para investimento não reflete os investimentos futuros de capital fixo que aumentem o valor das propriedades e também não refletem os benefícios futuros relacionados a derivados desses dispêndios futuros. Atualmente há a capitalização dos juros para as despesas com o custo do desenvolvimento dos Shoppings. Propriedades para investimento (consolidado) De acordo com o pronunciamento CPC 28 as propriedades mantidas para auferir aluguel e/ou para valorização do capital podem ser registradas como propriedades para investimento. As propriedades para investimento foram inicialmente mensuradas pelo seu custo. A mensuração e o ajuste a valor justo são realizados anualmente na data de fechamento de balanço no final do exercício social.
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Demonstração Financeira da BR Malls, Nota Explicativa nº 2.13 - Continuação Em operação
Projetos “Greenfield” em construção (III)
Total
Saldos em 1º de janeiro de 2010
6.847.507
113.181
6.960.688
Aquisições (I)
1.811.089
336.413
2.147.502
227.962
(227.962 )
Transferências
(II)
Ajuste a valor justo (IV)
567.925
567.925
Saldos em 31 de dezembro de 2010
9.454.483
221.632
9.676.115
Aquisições (I)
1.693.777
446.948
2.140.725
327.091
(327.091)
Transferências
(II)
Alienação (III) Ajuste a valor justo (IV) Saldos em 31 de dezembro de 2011
(10.131 )
(10.131 )
776.215
776.215
12.241.435
341.489
12.582.924
Em 2010, as aquisições de propriedades para investimento em operação referem-se, principalmente, à aquisição do Crystal Plaza Shopping, aumento de participação no Shopping ABC e no Minas Shopping, Shopping Center Uberlândia, Shopping Tijuca além de expansões do Shoppings Centrais Tambori e Ilha Plaza. I) Em 2011, as aquisições de propriedades para investimento em operação referem-se, basicamente, à aquisição dos Shoppings Paralela, Jardim Sul e do Grupo Catuaí e, basicamente, ao aumento de participações imobiliárias nos Shoppings Curitiba, Maceió e Piracicaba acrescida da capitalização de juros no montante de R$ 2.997. II) Em 2010, os projetos “Greenfield” em construção referem-se aos shoppings São Bernardo do Campo, Estação BH e Londrina Norte. No exercício de 2011 os projetos Greenfields Via Brasil e Mooca foram concluídos, e a partir dessa conclusão foram transferidos para a rubrica propriedades para investimento em operação, e foi realizada a avaliação a valor justo. III) Alienação na participação na RAS Empreendimentos Imobiliários (Shopping Esplanada) por R$ 11.819 gerando um lucro de R$ 1.688. IV) Ajuste a valor justo das propriedades para investimento diretamente reconhecido no resultado do exercício. A administração da Companhia adotou o método de valor justo para melhor refletir o seu negócio e por entender que seus pares também utilizam a mesma prática internacional. A avaliação pelo valor justo das propriedades para investimento foi realizada por método proprietário, suportado por taxas e evidências do mercado. Dessa forma, o valor justo das propriedades para investimento baseou-se em avaliação interna realizada por profissionais que possuem experiência nas propriedades que foram avaliadas. As premissas utilizadas em 2011 e 2010 para avaliação do valor justo pelo método do fluxo de caixa descontado dessas propriedades encontram-se descritas a seguir: Premissas da avaliação do valor justo Inflação anual
4,50%
Crescimento na perpetuidade (real)
1,50%
CAPEX - manutenção/receita bruta
3%
Número de anos considerando o fluxo de caixa
10 anos
Taxa real de crescimento dos fluxos de caixa anterior a perpetuidade
2%
Taxa de desconto real - Shoppings administrados
9%
Taxa de desconto real - Shoppings não administrados
Propriedades para investimento dadas em garantia de empréstimos e financiamentos estão descritas na Nota 17.
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11%
As empresas que avaliam as propriedades pelo valor justo também devem divulgar as adições ocorridas no período com novas propriedades para investimento, as propriedades baixadas e/ou transferidas para outras contas, os ganhos ou as perdas provenientes da variação no valor justo e as variações cambiais resultantes de conversão para outra moeda.
Demonstração Financeira da BR Properties, Nota Explicativa nº 2.11 2.11 Propriedades para investimento Propriedades para investimento são inicialmente mensuradas ao custo, incluindo custos da transação. Após o reconhecimento inicial, propriedades para investimento são apresentadas ao valor justo, que reflete as condições de mercado na data do balanço. Ganhos ou perdas resultantes de variações do valor justo das propriedades para investimento são incluídos na demonstração do resultado no exercício em que forem gerados. Propriedades para investimento são baixadas quando vendidas ou quando deixam de ser permanentemente utilizadas e não se espera nenhum benefício econômico futuro da sua venda. A diferença entre o valor líquido obtido da venda e o valor contábil do ativo é reconhecida na demonstração do resultado no período da baixa.
Valor justo das Propriedades para Investimento A Companhia apresenta suas propriedades para investimento a valor justo, sendo as mudanças no valor justo reconhecidas na demonstração do resultado. A Companhia contratou avaliadores independentes especializados para determinar o valor justo em 31 de dezembro de 2011. As principais premissas adotadas para determinar o valor justo da propriedade para investimento são detalhadas na Nota 8.
Demonstração Financeira da BR Properties, Nota Explicativa nº 8 8. Propriedades para investimento (consolidado) 31/12/2011
31/12/2010
4.770.625
1.814.426
166.028
2.015.999
(90.954)
(85.337)
Transferências IDV (c)
(36.019)
-
Ajuste para valor justo
443.862
1.025.537
5.253.543
4.770.625
Saldo inicial Aquisições Baixas
(a)
(b)
Saldo final
a) Incluem principalmente gastos com retrofit nos edifícios Manchete (RJ), Castelo Branco Office Park (SP), BOMI (CD Castelo) (SP), expansão do galpão DP Louveira I (SP), construção do galpão DP Louveira VII (SP) e na construção do edifício Cidade Jardim (SP). b) Corresponde principalmente ao valor das vendas de unidades autônomas de escritório do Edificio Number One (Conjuntos 22 ,23 ,32 ,101 ,102 ,122 e 123), e as vendas dos Edifícios Athenas, Joaquim Floriano, Auto Shopping Piraporinha, Midas, Network Empresarial, Berrini. c) Corresponde substancialmente à transferência para o ativo circulante parcela remanescente do imóvel Auto Shopping Piraporinha, dos imóveis Edifício Paulista Plaza e Edifício Olympic Tower, em decorrência dos compromissos de compra e venda firmados durante o período.
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8. Propriedades para Investimento (consolidado) - Continuação As propriedades para investimento são registradas a valor justo, que foi determinado com base em avaliações realizadas pela empresa CB Richard Ellis Ltda. (“CBRE”), avaliadores independentes, em 31 de dezembro de 2011. O valor justo dos imóveis foi determinado com base em transações de propriedades comparáveis (tipo de propriedade, localização, perfil de ocupação e qualidade do imóvel) observadas no mercado. Os dados de mercado obtidos foram utilizados como base para aplicação do método de avaliação recomendado pelo International Valuation Standards Committee (Comitê de Normas Internacionais de Avaliação). Para a avaliação foram utilizadas as seguintes premissas principais: 2011 e 2010 Taxa de desocupação de longo prazo (%) Crescimento de longo prazo em taxas reais de aluguel (%)
5% De acordo com a condição específica do imóvel
Taxa de desconto
10% a.a. - 15%a.a.
• Inflação: Não foi considerada inflação nos valores do fluxo, uma vez que a análise foi realizada utilizando moeda constante; • Crescimento Real dos Valores de Locação: De acordo com as análises realizadas pela CBRE, foram considerados crescimentos reais dos valores de locação utilizando como base propriedades comparáveis, através de premissas de mercado. Os valores oscilaram tanto positivamente como negativamente de acordo com o valor de locação atual e características específicas do imóvel; • Vacância Futura: Para propriedades com vacância atual foi utilizada a premissa de ocupação gradual ao longo de um prazo determinado. Em média, principalmente em propriedades com mais de um locatário, foi considerada uma vacância futura 5%; • Taxas de Desconto para precificação das Propriedades: Os fluxos de caixa das propriedades foram descontados através da utilização de taxas de mercado, variando de acordo com características específicas das propriedades com base em dados observados no mercado. As taxas utilizadas para desconto dos fluxos oscilaram entre 10% e 15% a.a. Durante os exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010, os valores de locação apresentam os seguintes percentuais de crescimento real: Segmento
2011
2010
Escritório
26,5%
12,8%
Galpões
20,6%
7,1%
Varejo
15,8%
0%
(a)
(a)
Não houve renegociação de varejo para o exercício findo em 31 de dezembro de 2010.
Com base nas análises da carteira de imóveis elaboradas pela Administração da Companhia, o saldo das propriedades para investimento de R$ 5.253.543 em 31 de dezembro de 2011 reflete as condições de mercado naquela data. Propriedades para investimento dadas em garantia de empréstimos estão descritos na Nota explicativa 9.
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// CPC 29
Ativo Biol贸gico e Produto Agr铆cola (IAS 41)
Nesta seção, analisamos como as empresas da nossa amostra aplicaram as exigências presentes no CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola (IAS 41), que prescreve o tratamento contábil para as empresas que possuem atividades agrícolas. Tais atividades envolvem, basicamente, o gerenciamento do processo de transformação de ativos biológicos, que são animais e plantas vivas, em produtos agrícolas para fins de comercialização. Os produtos resultantes do processamento após a colheita não são objeto do CPC 29. O CPC 29 apresenta alguns exemplos de ativos biológicos, produtos agrícolas e produtos resultantes do processamento após a colheita: Ativos biológicos
Produtos agrícolas
Produtos resultantes do processamento após a colheita
Lã
Fio e tapete
Madeira
Madeira serrada e celulose
Algodão, cana colhida e café
Fio de algodão, roupa, açúcar, álcool, café limpo em grão, moído ou torrado
Leite
Queijo
Carcaça
Salsicha e presunto
Folhas
Chá e tabaco
Uva
Vinho
Fruta colhida
Fruta processada
Carneiros Árvores de uma plantação Plantas Gado de leite Porcos Arbustos Videiras Árvores frutíferas
Os aspectos acerca de ativos biológicos considerados nas nossas análises foram: • Quais empresas da nossa amostra estão sob o escopo do CPC 29? • Estimativas contábeis críticas sobre ativos biológicos • Bases de mensuração utilizadas pelas empresas de nossa amostra para mensurar os ativos biológicos • Divulgações sobre ativos biológicos efetuadas pelas empresas da nossa amostra
Quais empresas da nossa amostra estão sob o escopo do CPC 29? Das 60 empresas analisadas, oito estão sujeitas à aplicação do CPC 29 no tratamento contábil dos seus ativos biológicos e produtos agrícolas. O quadro a seguir apresenta essas empresas, os respectivos ativos biológicos e a representatividade dos ativos biológicos em relação ao ativo total, no balanço patrimonial consolidado. Ativo Biológico / Ativo Total (%)
Tipo Ativo
BRF-Brasil Foods
5,1%
Aves, suínos e bovinos
Cosan
8,3%
Plantação de cana-de-açúcar
16,1%
Reservas florestais (eucalipto e pinus)
Ecodiesel (Vanguarda Agro)
2,0%
Culturas de pinhão-manso, algodão, soja, milho e cana-de-açúcar
Fibria
2,6%
Florestas de eucalipto
JBS
0,4%
Aves, ovinos, suínos e bovinos. Culturas temporárias em formação
21,3%
Florestas de eucalipto e pinus
3,0%
Aves, suínos e bovinos
Duratex
Klabin Marfrig
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Estimativas contábeis críticas sobre ativos biológicos O CPC 29 prescreve o tratamento contábil para ativos biológicos durante o período de crescimento, degeneração, produção e procriação, e para a mensuração inicial dos produtos agrícolas no momento da colheita. A norma exige a mensuração pelo valor justo menos custos para vender, desde o reconhecimento inicial dos ativos biológicos até o momento da colheita, exceto quando o valor justo não puder ser mensurado de forma confiável no reconhecimento inicial. Nesse contexto, as estimativas críticas estão relacionadas às premissas adotadas na apuração do valor justo. Cinco empresas da amostra destacaram explicitamente a existência de julgamento relacionado à apuração de tais valores. Além de informar que a mensuração de ativos biológicos é uma estimativa crítica, a Duratex apresentou em sua Nota Explicativa nº 3 – Julgamentos Contábeis Críticos informações a respeito do impacto da variação no preço da madeira em pé, principal premissa adotada na mensuração do valor justo dos ativos biológicos dessa companhia.
Demonstração Financeira da Duratex, Nota Explicativa nº 3.a a) Risco de variação do valor justo dos ativos biológicos A Companhia adotou várias estimativas para avaliar suas reservas florestais de acordo com a metodologia estabelecida pelo CPC 29/IAS 41. Essas estimativas foram baseadas em referências de mercado, as quais estão sujeitas por mudanças de cenário que poderão impactar as demonstrações financeiras da Companhia. Nesse sentido, uma queda de 5% nos preços de mercado da madeira em pé provocaria uma redução do valor justo dos ativos biológicos da ordem de R$ 55.167, líquido dos efeitos tributários. Caso a taxa de desconto apresentasse uma elevação de 0,5%, provocaria uma redução no valor justo dos ativos biológicos da ordem de R$ 8.337, líquido dos efeitos tributários.
A Cosan, na Nota Explicativa nº 13, apresentou as principais premissas adotadas e comentários a respeito do risco de variação em tais premissas, sensíveis às variações climáticas.
Demonstração Financeira da Cosan, Nota Explicativa nº 13 Soqueira de cana-de-açúcar As áreas cultivadas representam apenas as lavouras de cana-de-açúcar, sem considerar as terras em que estas lavouras se encontram. As seguintes premissas foram utilizadas na determinação do valor justo através do fluxo de caixa descontado (consolidado): 2011
2010
340.386
297.864
84,74
90,36
Quantidade total de açúcar recuperável - ATR (kg)
138,54
134,08
Preço do kg de ATR médio projetado (R$/kg)
0,4228
0,3781
Área estimada de colheita (hectares) Produtividade prevista (toneladas de cana por hectare)
A produção de açúcar depende do volume e teor de sacarose da cana-de-açúcar cultivada ou fornecida por agricultores localizados nas proximidades das usinas. O rendimento da safra e o teor de sacarose na cana-de-açúcar dependem principalmente de condições climáticas, tais como índice de chuvas e temperatura, que podem variar. Historicamente, as condições climáticas têm causado volatilidade nos setores de etanol e açúcar e, consequentemente, nos resultados operacionais da Companhia, por prejudicarem as safras ou reduzirem as colheitas. Enchentes, secas e geadas podem afetar de forma prejudicial a oferta e os preços das commodities agrícolas vendidas e utilizadas nos negócios. Condições climáticas futuras poderão reduzir a quantidade de açúcar e cana-de-açúcar que iremos obter em uma determinada safra ou no teor de sacarose da cana-de-açúcar. Adicionalmente, os negócios da Companhia estão sujeitos à sazonalidade de acordo com o ciclo de crescimento da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil. O período de colheita anual da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil começa em abril/maio e termina em novembro/dezembro. Isso cria variações em nossos estoques, normalmente com alta em novembro para cobrir as vendas entre as colheitas (ou seja, de dezembro a abril) e um grau de sazonalidade no lucro bruto, com as vendas de etanol e açúcar significativamente menores no último trimestre do exercício fiscal. A sazonalidade e qualquer redução no volume de açúcar recuperado poderão ter um efeito adverso relevante sobre os nossos resultados operacionais e a nossa situação financeira.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
189
Bases de mensuração utilizadas pelas empresas de nossa amostra para mensurar os ativos biológicos O CPC 29 afirma que os ativos biológicos deverão ser mensurados a valor justo menos despesa de venda, utilizando para tanto o preço cotado em mercado ativo ou, na ausência de mercado ativo, transações recentes, preços de ativos similares ou padrões do setor. Quando não existe cotação de mercado para o ativo nas condições atuais, o CPC 29 sugere a utilização de fluxo de caixa descontado, com o objetivo de determinar o valor justo do ativo biológico no local e nas condições atuais. Entre as empresas pesquisadas, o uso do fluxo de caixa descontado é o método mais comum entre aquelas que possuem plantações entre seus ativos biológicos, enquanto o valor de mercado é mais utilizado por empresas que têm bovinos como ativos biológicos. Estratégia de mensuração para apuração do valor justo
Empresa
Valor de mercado
Cosan
Plantação de cana-de-açúcar
Duratex
Madeira em ponto de colheita
VP dos fluxos de caixa líquidos estimados
Florestas em formação
Ecodiesel (Vanguarda Agro)
Culturas de pinhão-manso, algodão, soja, milho e cana-de-açúcar
Fibria
Florestas de eucalipto em formação
JBS
Bovinos (Brasil e Argentina)
Klabin
Eucalipto – após o 3º ano de plantio
Marfrig
Bovinos
Pinus – após o 5º ano de plantio
Quando o preço de mercado não está disponível e as alternativas para mensurá-lo não são confiáveis, o CPC 29 estabelece que o ativo biológico seja avaliado ao custo. O pronunciamento também esclarece que algumas vezes o valor justo se aproxima do custo, particularmente quando houve pouca transformação biológica desde o reconhecimento inicial, ou não se espera que o impacto da transformação do ativo biológico sobre o preço seja material. Entre as empresas pesquisadas, apenas a BRF-Brasil Foods avaliou todos os seus ativos biológicos ao custo. Os tipos de ativos avaliados ao custo e respectivas justificativas apresentadas pelas empresas foram: Ativos avaliados ao custo
Justificativa
Aves, suínos e bovinos
Valor justo substancialmente representado pelo custo, em função do curto ciclo de vida dos animais. Existe laudo de especialista demonstrando que a diferença entre custo e valor justo é imaterial
Florestas até um ano de vida
Custo aproxima-se do valor justo
Lavouras plantadas em data próxima ao encerramento do exercício
Pequena transformação biológica
Suínos, bovinos (Austrália) e ovinos
Ausência de mercado e estimativas não confiáveis
Aves
Curto ciclo de vida, custo aproxima-se do valor justo
Culturas em formação
Imaterialidade dos saldos
Eucalipto – até o 3º ano de plantio Pinus – até o 5º ano de plantio
Custo aproxima-se do valor justo
Aves e suínos
Não há mercado ativo
BRF-Brasil Foods
Duratex Ecodiesel (Vanguarda Agro) JBS
Klabin Marfrig
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
190
Considerando-se o somatório do valor dos ativos biológicos evidenciados nos balanços consolidados das empresas da amostra, 19% correspondem ao saldo dos ativos biológicos avaliados ao custo e 81% ao saldo dos ativos biológicos avaliados a valor justo.
Ativo biológico: mensurado ao custo ou ao valor justo? 19%
Divulgações sobre ativos biológicos realizadas pelas empresas da nossa amostra As empresas são encorajadas pelo CPC 29 a fornecer uma descrição da quantidade de cada grupo de ativos biológicos, distinguindo entre consumíveis e de produção ou entre maduros e imaturos, conforme apropriado. Essas distinções podem ser úteis na determinação da influência do tempo no fluxo de caixa futuro. A BRF-Brasil Foods apresenta, na Nota Explicativa nº 11, a descrição dessa distinção, conforme apresentado a seguir.
Custo Valor justo
81%
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa nº 11 O grupo de ativos biológicos da Companhia é composto por animais vivos segregados entre as categorias: aves, suínos e bovinos. Estas categorias foram segregadas entre consumíveis e para produção. Os animais classificados no subgrupo de consumíveis são aqueles destinados ao abate para produção de carne in-natura e/ou produtos elaborados e processados e enquanto não atingem o peso adequado para abate são classificados como imaturos. Os processos de abate e produção ocorrem de forma sequencial em um curtíssimo intervalo de tempo, como consequência, apenas os animais vivos transferidos para abate nos frigoríficos são classificados como maduros. Os animais classificados no subgrupo de animais para produção (matrizes) são aqueles que têm a função de produzir outros ativos biológicos. Enquanto não atingem a idade de reprodução são classificados como imaturos e quando estão aptos a iniciar o ciclo reprodutivo são classificados como maduros. Na mesma nota, a empresa traz também o detalhamento dos ativos classificados conforme suas características em termos quantitativos:
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa nº 11 BR GAAP e IFRS Consolidado 31.12.11
31.12.10
Quantidade
Valor
Quantidade
Valor
209.732
485.359
187.584
396.300
3.803
581.546
4.155
479.231
Ativos biológicos consumíveis: Aves imaturas Suínos imaturos Bovinos imaturos
75
89.176
24
25.150
213.610
1.156.081
191.763
900.681
Aves imaturas
7.643
97.458
7.372
88.193
Aves maduras
12.006
132.043
11.559
140.482
125
18.370
169
22.601
Total circulante Ativos biológicos de produção:
Suínos imaturos Suínos maduros Total não circulante
409
139.512
386
126.408
20.183
387.383
19.486
377.684
233.793
1.543.464
211.249
1.278.365
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191
Outra informação importante que deve ser evidenciada em notas explicativas diz respeito aos métodos e premissas significativas aplicadas na determinação do valor justo dos ativos. A Klabin forneceu tais informações em sua Nota Explicativa nº 13.
Demonstração Financeira da Klabin, Nota Explicativa nº 13 O saldo dos ativos biológicos da Companhia é composto pelo custo de formação das florestas e do diferencial do valor justo sobre o custo de formação, menos os custos necessários para colocação dos ativos em condição de uso ou venda, para que o saldo de ativos biológicos como um todo seja registrado a valor justo, da seguinte forma: Controladora
Consolidado
31/12/2011
31/12/2010
1/1/2010
31/12/2011
31/12/2010
1/1/2010
Custo de formação dos ativos biológicos
435.942
390.837
339.116
952.455
913.159
821.387
Ajuste ao valor justo dos ativos biológicos
925.809
1.004.101
987.641
1.763.314
1.849.720
1.669.782
1.361.751
1.394.938
1.326.757
2.715.769
2.762.879
2.491.169
a) Premissas para o reconhecimento do valor justo dos ativos biológicos Com base no CPC 29 (equivalente ao IAS 41) – Ativo Biológico e Produto Agrícola, a Companhia reconhece seus ativos biológicos a valor justo adotando as seguintes premissas em sua apuração: I)
Serão mantidas a custo histórico as florestas de eucalipto até o terceiro ano de plantio e florestas de pinus até o quinto ano de plantio, em decorrência do entendimento da Administração de que durante esse período, o custo histórico dos ativos biológicos se aproxima de seu valor justo;
II) As florestas após o terceiro e quinto ano de plantio, de eucalipto e pinus respectivamente, são valorizadas por seu valor justo, o qual reflete o preço de venda do ativo menos os custos necessários para colocação do produto em condições de venda ou consumo; III) A metodologia utilizada na mensuração do valor justo dos ativos biológicos corresponde à projeção dos fluxos de caixa futuros descontados de acordo com o ciclo de produtividade projetado das florestas, levando-se em consideração as variações de preço de crescimento dos ativos biológicos; IV) A taxa de desconto utilizada nos fluxos de caixa corresponde ao WACC (Custo de Capital Ponderado) da Companhia, o qual é revisado periodicamente pela Administração; V) Os volumes de produtividade projetados das florestas são definidos com base em uma estratificação em função de cada espécie, material genético, regime de manejo florestal, potencial produtivo, rotação e idade das florestas. O conjunto dessas características compõe um índice denominado IMA (Incremento Médio Anual), expresso em metros cúbicos por hectare/ano utilizado como base na projeção de produtividade. O plano de corte das culturas mantidas pela Companhia é variável entre 6 e 7 anos para eucalipto e entre 14 e 15 anos para pinus; VI) Os preços dos ativos biológicos, denominados em R$/metro cúbico são obtidos através de pesquisas de preço de mercado, divulgados por empresas especializadas, além dos preços praticados pela Companhia em vendas para terceiros. Os preços obtidos são ajustados deduzindo-se os custos de capital referente a terras, em decorrência de tratarem-se de ativos contribuintes para o plantio das florestas e demais custos necessários para colocação dos ativos em condição de venda ou consumo; VII) Os gastos com plantio referem-se aos custos de formação dos ativos biológicos; VIII) A apuração da exaustão dos ativos biológicos é realizada com base no valor justo dos ativos biológicos colhidos no período; IX) A Companhia definiu por efetuar a reavaliação do valor justo de seus ativos biológicos trimestralmente, sob o entendimento de que este intervalo é suficiente para que não haja defasagem significativa do saldo de valor justo dos ativos biológicos registrado em suas demonstrações financeiras.
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Outra informação relevante é a reconciliação entre os saldos no início e no final do período, demonstrando a evolução detalhada do saldo por tipo de ocorrência. A Klabin apresentou a referida reconciliação, evidenciando de maneira segregada as parcelas da variação do valor justo dos ativos biológicos que são referentes ao crescimento e a alterações de preços.
Demonstração Financeira da Klabin, Nota Explicativa nº 13 b) Reconciliação das variações de valor justo As movimentações dos exercícios são demonstradas abaixo: Controladora
Consolidado
1.326.757
2.491.169
65.084
119.108
3.134
41.077
(16.495)
(28.844)
(204.152)
(308.256)
45.499
75.455
175.111
373.170
1.394.938
2.762.879
62.997
117.747
(17.891)
(39.381)
(172.086)
(272.427)
Preço
64.138
102.999
Crescimento
45.672
167.578
-
(3.122)
-
(86.937)
(16.017)
(33.567)
1.361.751
2.715.769
Saldo em 1 de janeiro de 2010 Plantio Transferências Exaustão: Custo histórico Ajuste ao valor justo Variação de valor justo por: Preço Crescimento Saldo em 31 de dezembro de 2010 Plantio Exaustão: Custo histórico Ajuste ao valor justo Variação de valor justo por:
Alienação de ativos Deconsolidação de controladas em conjunto
(*)
Transferências Saldo em 31 de dezembro de 2011 (*)
Correspondendo a deconsolidação da Centaurus Holdings S.A mencionada nas notas explicativas 1 e 3.
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193
A Ecodiesel (Vanguarda Agro) apresentou a conciliação por tipo de cultura, informando separadamente o montante registrado em ativos biológicos avaliados ao custo, em sua Nota Explicativa nº 8.
Demonstração Financeira da Ecodiesel (Vanguarda Agro), Nota Explicativa nº 8 Movimentação – 01/01/2011 a 31/12/2011 Controladora
Consolidado
Pinhão manso
Pinhão manso
Algodão
4.886
5.571
23.590
Transferência de lavoura em formação para lavoura formada
-
-
92
Aumentos decorrentes de plantio, tratos e compras
-
-
87.670
Reduções decorrentes de colheitas/perdas/ mortes
(6.018)
(6.702)
(93.653)
-
-
-
-
-
6.256
Variação no valor justo
1.017
1.017
31.795
Ativos biológicos a valor justo
(115)
(115)
55.750
115
115
227
Ativo Biológico ao final do exercício
-
-
55.977
Circulante
-
-
-
Não Circulante
-
-
-
Saldo inicial de ativos biológicos a valor justo
Ajuste de consolidação Incorporação
(b)
(a)
Lavouras avaliadas ao custo de formação
(a)
Incorporação da VANPAR em 6 de setembro de 2011. (Ver nota explicativa nº 14).
(b)
Venda da controlada indireta Tropical, conforme descrito na nota explicativa nº 33.
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194
Consolidado Soja
Milho
Cana-de açucar (I)
Rebanho
Outros
Total
47.894
1.562
24.372
-
3.086
106.075
757
-
-
-
375
1.224
171.628
6.277
-
1.071
(3.332)
263.314
(78.735)
(10.406)
-
(18.363)
(1.381)
(209.320)
-
-
(24.372)
-
-
(24.372)
3.963
68
10.442
4.249
24.978
42.449
5.422
-
7.753
4.089
92.525
187.956
2.923
-
903
7.086
254.504
-
-
-
-
135
477
187.956
2.923
-
903
7.221
254.981
-
-
-
-
-
(254.961)
-
-
-
-
-
20
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
195
// CPC 32
Tributos sobre o Lucro (IAS 12)
O CPC 32 prescreve o tratamento contábil para os tributos sobre o lucro, termo que inclui todos os impostos e contribuições nacionais e estrangeiros que são calculados sobre lucros tributáveis. Além de tratar dos aspectos relacionados ao reconhecimento e mensuração dos tributos devidos ou recuperáveis relacionados com o lucro tributável do período corrente, o CPC 32 trata do reconhecimento e mensuração dos efeitos fiscais futuros dos ativos e passivos, bem como da possibilidade de reconhecimento de ativos decorrentes da possibilidade de compensação de prejuízos fiscais. A legislação tributária tem regras próprias para apuração do resultado tributável que diferem das regras contábeis. As diferenças entre a base de cálculo dos tributos sobre o lucro e o resultado contábil podem ser de natureza permanente ou temporária. As diferenças permanentes alteram a alíquota efetiva de tributos, enquanto que as temporárias dão margem ao registro de ativos e passivos fiscais diferidos, os quais estão relacionados a diferenças temporárias dedutíveis ou tributáveis. Com a adoção das normas internacionais no Brasil, aumentaram as diferenças entre lucro contábil e lucro tributável, uma vez que a Lei 11.638/07 garante a neutralidade tributária das alterações introduzidas nas normas contábeis brasileiras a partir daquela data. O dispositivo legal que permitiu essa chamada neutralidade tributária foi o regime tributário de transição (RTT), instituído pela MP 449/08, posteriormente transformada na Lei nº 11.941/09, sendo opcional nos anos de 2008 e 2009, e obrigatório a partir de 2010. A aplicação do RTT dá margem ao surgimento de diversas diferenças temporárias e, portanto, ao registro de ativos e passivos fiscais diferidos. O objetivo desta seção é analisar a aplicação do CPC 32 pelas empresas da nossa amostra. Os pontos abordados nas nossas análises foram: • Explicação do relacionamento entre a despesa (receita) tributária e o lucro contábil e alíquota efetiva • Divulgações sobre a despesa (receita) tributária • Divulgações sobre ativos e passivos fiscais diferidos
Explicação do relacionamento entre a despesa (receita) tributária e o lucro contábil e alíquota efetiva O CPC 32 exige a divulgação da reconciliação entre a despesa (receita) tributária e o lucro contábil. Essa reconciliação é de extrema importância para que o usuário compreenda os principais itens que impactam a tributação do lucro de cada empresa. Apesar de efetuarem a reconciliação, nem todas as empresas informaram a alíquota efetiva, divulgada por apenas 36,7% das empresas da amostra. Para as instituições tributadas no Brasil, o somatório das alíquotas nominais, considerando a tributação pelo Lucro Real, é de aproximadamente 34% (25% relativos à alíquota de 15% mais adicional de 10% sobre o lucro tributável que exceder R$ 240 mil para o imposto de renda, mais 9% relativos à contribuição social) para as empresas não financeiras, e de aproximadamente Alíquotas efetivas 40% (25% relativos à alíquota de 15% mais adicional de 10% sobre o lucro tributável que exceder R$ 240 mil para o imposto de renda Subamostra de 48 empresas mais 15% relativos à contribuição social) para as empresas financeiras. Calculamos a alíquota efetiva para aquelas empresas que não a informaram explicitamente, com o objetivo de apurar a alíquota efetiva média para as empresas da amostra. Excluindo-se as empresas com prejuízo e com alíquota negativa (12 empresas), encontramos uma alíquota média de 25,6% para as 48 restantes. A menor alíquota efetiva é de 2%, e a maior é de 54,35%, demonstrando uma grande variabilidade em função das especificidades de cada empresa. Estratificando-se a amostra em grupos por taxa efetiva, observamos que a maior parcela das empresas apresenta alíquotas efetivas entre 25% e 34%, conforme gráfico ao lado:
10%
13% 19%
Abaixo de 15% Entre 15% e 25% Entre 25% e 34%
46%
Acima de 34%
31%
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
197
Verificamos nas reconciliações apresentadas os itens mais significativos em termos de redução ou aumento da alíquota efetiva nas empresas da amostra. Os itens com maior impacto em termos de redução da alíquota efetiva encontrados em nossa pesquisa foram: • Juros sobre Capital Próprio • Subvenções Governamentais relacionadas a unidades em regiões incentivadas (regiões Norte e Nordeste) • Gastos com pesquisa e inovação tecnológica incentivados • Tributação de controladas com base no lucro presumido • Diferenças de alíquotas de controladas tributadas no exterior • Receita de Equivalência Patrimonial É importante ressaltar que algumas empresas utilizaram termos genéricos e pouco explicativos – que não ajudam o usuário das demonstrações financeiras a entender a carga tributária da empresa – para referir-se a valores significativos expostos na reconciliação. Foram encontrados termos como: “receitas não tributáveis”, “resultados não tributados”, “despesas não dedutíveis” e “outros efeitos”. O CPC 32 esclarece que a explicação do relacionamento entre lucro contábil e a despesa ou receita tributária pode ser feita em uma das seguintes formas ou em ambas: a) Conciliação numérica entre despesa (receita) tributária e o produto do lucro contábil multiplicada pelas alíquotas aplicáveis de tributos, evidenciando também as bases sobre as quais as alíquotas aplicáveis de tributos estão sendo computadas; ou b) Conciliação numérica entre a alíquota média efetiva de tributo e a alíquota aplicável, divulgando também a base sobre a qual a alíquota aplicável de tributo é computada. Todas as empresas da amostra optaram pela modalidade descrita em “a”, algumas delas acrescentando ao final a informação da alíquota efetiva. Uma das empresas que apresentaram uma reconciliação detalhada, com a evidenciação da alíquota efetiva, foi a Cia. Hering.
Demonstração Financeira da Cia. Hering, Nota Explicativa nº 33 b) Reconciliação da alíquota efetiva do imposto: Controladora Lucro líquido antes de impostos Alíquota vigente: Expectativa de despesa de acordo com a alíquota vigente
Consolidado
2011
2010
2011
2010
394.369
263.415
394.814
263.467
34%
34%
34%
34%
(134.085)
(89.561)
(134.237)
(89.579)
449
(487)
449
(487)
10.558
6.436
10.558
6.436
13.568
28.646
13.568
28.646
Efeito fiscal sobre as adições e exclusões: Resultado de participação em controladas Juros sobre capital próprio Subvenção para investimento
(I)
(1.898)
(1.971)
(1.898)
(1.971)
Incentivos PAT, Lei Rouanet e FIA
Adições permanentes
3.272
1.985
3.272
1.985
Redução IRPJ Lucro da Exploração
6.749
2.822
6.749
2.822
Dispêndios com inovação tecnológica - Lei 11.196/05
2.824
Outras exclusões permanentes Imposto de renda e contribuição social Imposto de renda e contribuição social corrente Imposto de renda e contribuição social diferido Alíquota efetiva (I)
2.824
1.468
732
1.175
694
(97.095)
(51.398)
(97.540)
(51.454)
(100.395)
(49.276)
(100.840)
(49.332)
3.300
(2.122)
3.300
(2.122)
25%
20%
25%
20%
Refere-se aos benefícios fiscais FOMENTAR/PRODUZIR, PROADI e Pró-Emprego, mencionado na nota explicativa 19.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
198
A Embraer também demonstrou a alíquota efetiva, mas de forma discursiva, logo abaixo da tabela de conciliação entre o lucro contábil e a despesa tributária, a qual sofreu impacto significativo provocado pelo efeito da moeda funcional sobre os itens não monetários.
Demonstração Financeira da Embraer, Nota Explicativa nº 36 EMBRAER NOTA 36 – IR E CSL Reconciliação de Impostos Controladora
Consolidado
2011
2010
2009
2011
2010
2009
Lucro antes da provisão para imposto de renda e contribuição social
273.695
653.015
571.051
382.028
715.055
647.217
Despesa de imposto de renda e contribuição social às alíquotas aplicáveis no Brasil - 34%
(93.056)
(222.025)
(194.157)
(129.890)
(243.119)
(220.054)
Tributação do Lucro das Controladas no Exterior
(72.876)
(2.420)
(13.393)
(72.876)
(2.420)
-
(225.132)
(20.135)
556.093
(234.313)
(16.947)
576.990
Gastos com pesquisa e desenvolvimento (Lei 11.196/05)
93.556
109.991
118.999
94.537
109.991
118.999
Juros sobre capital próprio
76.899
52.947
59.051
76.899
52.947
59.051
Variação cambial sobre investimento
74.808
(73.944)
(215.237)
74.808
(73.944)
Efeito de conversão do resultado
39.387
30.342
(240.820)
34.844
24.049
(243.495)
Equivalência patrimonial
11.751
10.149
38.472
-
-
-
-
-
-
(31.166)
(30.871)
-
(22.735)
35.672
232.034
(23.617)
65.437
(1.437)
(24.342)
142.602
535.199
(80.884)
128.242
510.108
(117.398)
(79.423)
341.042
(210.774)
(114.877)
290.054
Efeito da moeda funcional sobre a base tributária e societária dos itens não monetários
Créditos fiscais (reconhecidos e não reconhecidos ) e diferença de alíquota Outros Receita (despesa) de imposto de renda e contribuição social na demonstração do resultado
O reconhecimento dos valores acima mencionados resultou em uma alíquota efetiva de 35,4% na Controladora e 40,4% no Consolidado para o exercício findo em 31 de dezembro de 2011 (2010 - 12,16% e 16,07%, respectivamente e 2009 - 65,46% e 48,17%, respectivamente).
Nenhuma das empresas da amostra efetuou a conciliação entre alíquota nominal e efetiva conforme modelo sugerido nos exemplos ilustrativos anexos ao IAS 12 (Anexo C, exemplo 2).
IFRS 2011 – Livro Vermelho – Tradução IBRACON II) uma conciliação numérica entre a alíquota fiscal efetiva média e a alíquota fiscal aplicável, divulgando também a base sobre a qual a alíquota fiscal aplicável é computada. X5
X6
%
%
40,0
35,0
Doações a instituições de caridade
2,3
1,4
Multas por poluição ambiental
3,2
–
–
(12,9)
45,5
23,5
Alíquota fiscal aplicável Efeito fiscal de despesas não dedutíveis para propósitos fiscais:
Efeitos sobre os impostos diferidos de abertura da redução na alíquota fiscal Alíquota fiscal efetiva média (despesa de imposto dividida pelo lucro antes de impostos)
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
199
Divulgações sobre a despesa (receita) tributária Segundo o CPC 32, os principais componentes da despesa (receita) tributária devem ser divulgados separadamente, evidenciando, por exemplo, o valor de: • Despesa (receita) tributária corrente; • Despesa (receita) com tributo diferido relacionado com a origem e reversão de diferenças temporárias; • Benefícios que surgem de um prejuízo fiscal não reconhecido previamente, crédito fiscal ou diferença temporária de um período anterior que é usado para reduzir a despesa tributária corrente; • Despesa com tributo diferido advinda da baixa, ou reversão de uma baixa anterior, de um ativo fiscal diferido. O Itaú foi uma das empresas que apresentaram o detalhamento das despesas.
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Nota Explicativa nº 14 a) Composição das Despesas com Impostos e Contribuições I) Demonstramos a seguir o Imposto de Renda e Contribuição Social Devidos Sobre as Operações do Período e sobre as diferenças temporárias decorrentes de adições e exclusões: Devidos sobre Operações do Período Resultado Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social Encargos (Imposto de Renda e Contribuição Social) às alíquotas vigentes
(Nota 4p)
01/01 a 31/12/2011
01/01 a 31/12/2010
18.480.788
20.335.869
(7.392.315)
(8.134.348)
3.651.879
1.622.239
58.203
125.566
Acréscimos/Decréscimos aos encargos de Imposto de Renda e Contribuição Social decorrentes de: (Inclusões) Exclusões Permanentes Participações em Coligadas Variação Cambial de Investimentos no Exterior
1.096.927
(372.239)
Juros sobre o Capital Próprio
1.662.326
1.495.913
281.254
297.655
Dividendos, Juros sobre Títulos da Dívida Externa
553.169
75.344
(Inclusões) Exclusões Temporárias
(2.394.910)
2.079.860
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
(2.320.453)
(972.969)
(742.079)
720.289
-
-
Derivativos e Ajustes de Operações Realizadas em Mercado de Liquidação Futura
(519.551)
245.114
Obrigações Legais - Fiscais e Previdenciárias, Passivos Contingentes e Atualização de Depósitos em Garantia
(383.572)
571.615
Realização de Ágio na Aquisição do Investimento
1.689.552
1.707.713
Outras
(118.807)
(191.902)
(Constituição) Compensação sobre Prejuízo Fiscal/Base Negativa de Contribuição Social
(894.252)
304.592
(7.029.598)
(4.127.657)
3.289.162
(2.384.453)
885.008
626.067
4.174.170
(1.758.386)
(2.855.428)
(5.886.043)
Outras
(*)
Superveniência (Insuficiência) de Depreciação de Arrendamento Mercantil Financeiro Ajustes ao Valor de Mercado de Títulos para Negociação e Instrumentos Financeiros
Despesa com Imposto de Renda e Contribuição Social Referentes a Diferenças Temporárias Constituição (Reversão) do Período Constituição (Reversão) de Períodos Anteriores (Despesas)/Receitas de Tributos Diferidos Total de Imposto de Renda e Contribuição Social (*)
Contempla o efeito decorrente do Programa de Pagamento ou Parcelamento de Tributos Federais - Lei 11.941/09 (Nota 22k).
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
200
Divulgações sobre ativos e passivos fiscais diferidos Buscamos analisar quais empresas da nossa amostra possuíam ativos e passivos fiscais diferidos e quais delas apresentaram as referidas composições desses itens. Nossos resultados são apresentados no quadro a seguir. Item de Observação
Percentual de Empresas
Possui Ativo Fiscal Diferido
98,33%
Apresenta a composição do Ativo Fiscal Diferido
89,83%
Possui Passivo Fiscal Diferido
85,00%
Apresenta a composição do Passivo Fiscal Diferido
74,58%
A Gerdau foi uma das empresas que publicaram a composição dos ativos e passivos fiscais diferidos. Ao mesmo tempo em que detalhou os principais valores ativos e passivos, a Gerdau também demonstrou a variação do período, indicando se a contrapartida foi o resultado do período ou outros resultados abrangentes.
Demonstração Financeira da Gerdau, Nota Explicativa nº 8 Saldo em 31/12/2010
Adições /Baixas
Reconhecido no resultado
Reconhecido nos resultados abrangentes
Saldo em 31/12/2011
821.812
(70.103)
(87.794)
(244.816)
419.099
Ativo não-circulante Prejuízos fiscais
76.449
(36.050)
75.846
-
116.245
Provisão para passivos tributários cíveis e trabalhistas
Base negativa de contribuição social
193.476
-
88.383
11.669
293.528
Benefícios a empregados
157.768
-
(23.070)
147.548
282.246
Outras diferenças temporárias
170.777
-
(74.325)
241.027
337.479
Ágio amortizado
72.479
-
3.113
(37.232)
38.360
Provisão para perdas
86.250
-
(25.240)
-
61.010
1.579.011
(106.153)
(43.087)
118.196
1.547.967
Saldo em 31/12/2010
Adições /Baixas
Reconhecido no resultado
Reconhecido nos resultados abrangentes
Saldo em 31/12/2011
1.717.081
-
(158.203)
(108.833)
1.450.045
Total ativo não-circulante
Passivo não-circulante Alocação de ativos a valor justo Deságio amortizado Benefícios a empregados Outras diferenças temporárias Total passivo não-circulante Total líquido
72.592
-
-
13.808
86.400
144.016
-
(144.016)
-
-
337.160
-
(7.615)
(7.265)
322.280
2.270.849
-
(309.834)
(102.290)
1.858.725
(691.838)
(106.153)
266.747
220.486
(310.758)
As empresas deverão divulgar o valor do ativo fiscal diferido e a natureza da evidência que comprova o seu reconhecimento quando: • A utilização do ativo fiscal diferido depende de lucros futuros tributáveis superiores aos lucros advindos da reversão de diferenças temporárias tributáveis existentes; e • A entidade tenha sofrido prejuízo quer no período corrente, quer no período precedente na jurisdição fiscal com o qual o ativo fiscal diferido está relacionado.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
201
A Braskem fez uma descrição detalhada dos fundamentos para realização dos ativos fiscais diferidos.
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa nº 23 b) Realização do IR e CSL diferidos
Imposto diferido ativo
Nota
2011
2012
Prejuízos fiscais (IR) e base negativa (CSL)
2.19
29.199
29.199
Ágios amortizados
(I)
60.082
31.956
Provisões temporárias
(II)
173.627
80.422
-
5.521
-
Combinação de negócios - Quattor
(III)
89.770
-
Plano de pensão
(IV)
45.604
-
Baixa do diferido
(V)
11.199
6.003
-
415.002
147.580
Nota
2011
2012
Adequação Lei 11.638/07 e Lei 11.941/09
(VI)
582.120
-
Variações cambiais
(VII)
54.276
-
Provisões temporárias
(VIII)
5.779
590
(IX)
87.947
2.201
-
2.375
594
(X)
168.219
16.232
-
900.716
19.617
Adequação Lei 11.638/07 e Lei 11.941/09
Total do ativo
Imposto diferido passivo
Combinação de negócios Baixa do deságio Indexação adicional ao imobilizado Total do passivo
Fundamentação para constituição e realização: I)
Ágios contábeis de investimentos incorporados amortizados antes da Lei 11.638/07 e que estão controlados no LALUR. Realização com base na regra fiscal específica.
II) Despesas contábeis ainda não dedutíveis para apuração do IR e CSL, cujo aproveitamento fiscal ocorrerá em períodos seguintes. III) Refere-se a (1) ágio fiscal gerado na aquisição da Quattor; e (2) valores de contingências reconhecidas na combinação de negócios da Quattor. A realização do ágio se dará pela incorporação das empresas adquiridas e das contingências a partir das baixas por liquidação ou reversão dos processos envolvidos. IV) Refere-se à provisão do plano de benefício definido da Petros Copesul. A realização está baseada na expectativa de liquidação ou de retirada do patrocínio do plano. V) Valores constituídos sobre os ativos diferidos baixados pela aplicação da Lei 11.638/07. Realização conforme aplicação da taxa de amortização utilizada antes da aplicação dessa lei.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
202
Controladora
Consolidado
2013 e 2014
2015 e 2016
2017 em diante
2011
2012
2013 e 2014
2015 e 2016
-
-
-
545.147
70.726
261.364
213.057
20.715
2.787
4.624
63.821
32.387
21.578
3.650
6.206
7.239
7.239
78.727
255.785
87.200
14.292
11.844
142.449
-
-
5.521
5.521
-
-
-
5.521
-
-
89.770
238.314
-
-
-
238.314
-
-
45.604
45.604
-
-
-
45.604
5.196
-
-
82.952
22.893
38.977
21.082
-
33.150
10.026
224.246
1.237.144
213.206
336.211
249.633
438.094
Controladora
2017 em diante
Consolidado
2013 e 2014
2015 e 2016
2017 em diante
2011
2012
2013 e 2014
2015 e 2016
2017 em diante
-
-
582.120
726.028
-
-
-
726.028
-
-
54.276
54.275
-
-
-
54.275
1.180
1.180
2.829
321.033
32.097
64.193
63.808
160.935
4.401
4.401
76.944
667.040
40.469
80.938
80.938
464.695
1.188
593
-
2.375
594
1.188
593
-
32.463
32.463
87.061
168.220
16.232
32.463
32.463
87.062
39.232
38.637
803.230
1.938.971
89.392
178.782
177.802
1.492.995
VI) Refere-se aos ágios de rentabilidade futura de empresas incorporadas que não são amortizados contabilmente desde a aplicação da Lei 11.638/07 (Nota 17(a)). A realização está associada ao impairment ou alienação dos ativos relacionados ao ágio. VII) Variação cambial de ativos e passivos em moeda estrangeira, contabilizada pelo regime de competência, cuja realização fiscal se dará pelo regime de caixa. VIII) Receitas contábeis ainda não tributáveis para apuração do IR e CSL, cuja tributação ocorrerá em períodos seguintes. IX) Refere-se a valores de mais valia de imobilizado e intangíveis identificados decorrentes das combinações de negócios da Quattor, Unipar e Petroquímica Triunfo, cuja realização se dá pela depreciação e amortização desses ativos. X) Refere-se ao ajuste da indexação adicional do imobilizado, cuja realização se dá pela depreciação dos ativos.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
203
Diversas empresas apresentaram, para os ativos fiscais diferidos, estimativas de valores conforme o período de realização. A Copel apresentou, além dessas projeções, o valor que havia sido estimado e o valor efetivamente realizado em 2011.
Demonstração Financeira da Copel, Nota Explicativa nº 10 Controladora
Consolidado
Parcela estimada de realização
Parcela efetiva de realização
Parcela estimada de realização
Parcela estimada de realização
Parcela efetiva de realização
Parcela estimada de realização
2011
21.450
23.767
-
17.311
186.347
-
2012
-
-
4.174
-
-
178.211
2013
-
-
3.685
-
-
28.286
2014
-
-
3.685
-
-
16.603
2015
-
-
3.685
-
-
233.836
2016
-
-
4.558
-
-
32.436
2017 a 2019
-
-
1.203
-
-
(149)
2020 a 2022
-
-
168
-
-
34.221
após 2022
-
-
87.222
-
-
(706.174)
21.450
23.767
108.380
17.311
186.347
(182.730)
O Itaú, ao informar as projeções para realização dos ativos fiscais diferidos, teve a preocupação de esclarecer que o lucro contábil não tem relação direta com o lucro tributável, e que portanto os valores utilizados como base para estimar a realização dos ativos fiscais diferidos não devem ser tomados como estimativa do lucro contábil.
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Nota Explicativa nº 14 III) A estimativa de realização e o valor presente dos Créditos Tributários, da Contribuição Social a Compensar decorrente da Medida Provisória nº 2.158-35 de 24/08/2001 e da Provisão para Impostos e Contribuições Diferidos existentes em 31/12/2011, de acordo com a expectativa de geração de lucros tributáveis futuros, com base no histórico de rentabilidade e em estudo técnico de viabilidade, são: Créditos Tributários
Provisão para Impostos e Contribuições Diferidos
Tributos Diferidos Líquidos
Diferenças Temporárias
Prejuízo Fiscal e Base Negativa
Total
Contribuição Social a Compensar
2012
7.288.233
827.914
8.116.147
158.558
(2.035.393)
6.239.312
2013
4.601.286
1.071.306
5.672.592
94.409
(2.660.513)
3.106.488
2014
3.225. 725
1.498.679
4.724.404
238.465
(1.888.334)
3.074.535
2015
2.541.758
705.163
3.246.921
170.597
(861.842)
2.555.676
2016
1.676.323
52.985
1.729.308
-
(538.122)
1.191.186
Acima de 2016
2.565.487
74.660
2.640.147
-
(868.636)
1.771.511
21.898.812
4.230.707
26.129.519
662.029
(8.852.840)
17.938.708
19.093.317
3.768.209
22.861.526
588.765
(7.780.543)
15.669.748
Ano de Realização
Total Valor Presente
(*)
(*)
Para o ajuste a valor presente foi utilizada a taxa média de captação, líquida dos efeitos tributários.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
204
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Nota Explicativa nº 14 - Continuação As projeções de lucros tributáveis futuros incluem estimativas referentes a variáveis macroeconômicas, taxas de câmbio, taxas de juros, volume de operações financeiras e tarifas de serviços, entre outros, que podem apresentar variações em relação aos dados e valores reais. O lucro líquido contábil não tem relação direta com o lucro tributável para o imposto de renda e contribuição social em função das diferenças existentes entre os critérios contábeis e a legislação fiscal pertinente, além de aspectos societários. Portanto, recomendamos que a evolução da realização dos créditos tributários decorrentes das diferenças temporárias, prejuízos fiscais e base negativa não seja tomada como indicativo de lucros Iíquidos futuros.
Os ativos fiscais diferidos só devem ser reconhecidos na medida em que for possível compensá-los com resultados tributáveis no futuro. O CPC 32 exige a divulgação do valor (e a data de expiração, se houver) das diferenças temporárias dedutíveis, prejuízos fiscais não utilizados e créditos fiscais não utilizados para os quais nenhum ativo fiscal diferido está sendo reconhecido no balanço patrimonial. A MMX apresentou o seguinte detalhamento dos itens não reconhecidos.
Demonstração Financeira da MMX, Nota Explicativa nº 26 a.2. Diferido não reconhecido Controladora
Consolidado
31/12/2011
31/12/2010
31/12/2011
31/12/2010
Prejuízos fiscais a compensar - imposto de renda
85.740
50.670
221.513
343.609
Base negativa de contribuição social
30.867
18.241
79.744
123.699
Provisão para baixa direito minerário
-
204
-
204
Provisão para créditos de liquidação duvidosa
-
-
787
440
19
-
1.498
1.286
Provisões para perdas
-
-
418
-
Amortização de ágio
-
-
-
39.680
Ajustes lei 11.638
-
-
12.485
11.196
Outros ajustes
-
-
1.312
1.233
116.626
69.115
317.757
521.347
Ativo não circulante:
Provisão para contingências
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
205
As empresas tributadas no Brasil, conforme a legislação tributária atual, não estão sujeitas a prazos para compensação de prejuízos fiscais. Em outras jurisdições, no entanto, pode haver prazo para compensação, comprometendo a recuperação de ativos fiscais diferidos. A Natura divulgou os seus prejuízos fiscais não reconhecidos como ativos fiscais diferidos e suas respectivas datas de expiração.
Demonstração Financeira da Natura, Nota Explicativa nº 9 Sobre as controladas da Sociedade no exterior, exceto pela operação da Argentina que apresenta lucro tributável, as demais controladas não apresentam créditos tributários registrados em suas demonstrações contábeis sobre prejuízos fiscais e diferenças temporárias devido à ausência de histórico de lucros tributáveis e projeções de lucros tributáveis para os próximos exercícios. Em 31 de dezembro de 2011, os valores dos créditos tributários, calculados às alíquotas vigentes nos respectivos países onde se situam as controladas, são demonstrados conforme segue: Diferenças temporárias totais Prejuízos fiscais: Argentina
9.533
Chile
82.379
México
110.771
Colômbia
73.980
França
110.678
Exceto pelas controladas na Argentina e no México, os créditos tributários sobre os prejuízos fiscais gerados pelas demais controladas não possuem prazo para serem compensados. Para tais controladas, os créditos tributários possuem os seguintes prazos para compensação: Argentina
México
2012
3.060
-
2013
4.564
-
2014
-
11
2015
1.909
7.434
-
103.326
9.533
110.771
2016 em diante
A CSN também divulgou seus ativos fiscais não reconhecidos e suas respectivas datas para expiração:
Demonstração Financeira da CSN, Nota Explicativa nº 9 Algumas subsidiárias da CSN possuem créditos fiscais no montante de R$ 536.886 e R$ 167.504 de IRPJ sobre prejuízos fiscais e CSLL sobre base negativa, para as quais não foram constituídos impostos diferidos, dos quais R$ 54 expiram em 2012, R$ 9.726 em 2013, R$ 696 em 2014, R$ 27.976 em 2015, R$ 15 em 2016, R$ 46 em 2017 e R$ 44.138 em 2025. O restante dos créditos fiscais refere-se a empresas nacionais, portanto, não possuem prazo de expiração.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
206
// CPC 33
BenefĂcios a Empregados (IAS 19)
Os gastos com pessoal representam uma parte relevante dos custos das empresas. Isso porque, além dos salários propriamente ditos, grande parte das empresas opta por conceder benefícios adicionais a seus funcionários, como, por exemplo, plano de saúde, vale-alimentação, licenças remuneradas, previdência complementar etc. Para fins de normas internacionais, as formas de remuneração concedidas pelas empresas aos seus funcionários em troca dos serviços prestados são denominadas de benefícios a empregados. A contabilização de alguns tipos de benefícios a empregados é relativamente simples, como, por exemplo, no caso de salários e férias. Por outro lado, os critérios contábeis relacionados aos benefícios de aposentadoria são mais específicos e levantam diversas questões acerca do respectivo passivo que deve ser reconhecido pela entidade patrocinadora ao longo do tempo. A norma internacional que aborda a contabilização dos benefícios a empregados é o CPC 33 – Benefícios a Empregados (IAS 19). Para fins dessa norma internacional, os benefícios são divididos em quatro grupos: I) benefícios de curto prazo, que é o caso de salários, plano de saúde, vale-alimentação etc; II) benefícios pós-emprego, que são os benefícios de aposentadoria em forma de previdência complementar; III) outros benefícios de longo prazo, caso de licenças remuneradas, entre outras; e IV) benefícios por desligamento. Nesta seção, analisamos como as empresas da nossa amostra aplicaram as exigências do CPC 33 nos seus balanços consolidados de 2011. A respeito disso, buscamos focar nos aspectos considerados mais polêmicos, que são justamente os benefícios pós-emprego, os quais abrangem os planos de aposentadoria e pensões, além de outros benefícios pagáveis após o término do vínculo empregatício, tais como assistência médica e seguro de vida na aposentadoria.
Os aspectos considerados nas nossas análises foram: • Benefícios a empregados concedidos pelas empresas da nossa amostra, especialmente os benefícios pós-emprego sob a forma de planos de aposentadoria e pensão (Contribuição Definida, CD, e Benefício Definido, BD). • Formas de reconhecimento, mensuração e divulgação de itens dos planos de Benefício Definido (BD) para as empresas da nossa amostra, tais como: • Informações sobre os ativos dos planos • Premissas atuariais e econômicas, entre elas tábuas de mortalidade e expectativas de vida média dos participantes do grupo • Reconhecimento dos ganhos ou perdas atuariais • Análises de sensibilidade acerca das premissas
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
208
Benefícios a empregados concedidos pelas empresas da nossa amostra Os usuários das demonstrações financeiras têm particular interesse em saber quais são as principais despesas consumidoras dos recursos da empresa, para fins de tomada de decisão econômica sobre a empresa. Para que o usuário consiga efetivamente analisar a relevância dos valores referentes aos salários e benefícios, é importante que as empresas apresentem em nota explicativa o referido detalhamento dessas despesas, conforme realizado pela Ambev.
Demonstração Financeira da Ambev, Nota Explicativa nº 24 24. Folha de Pagamento e Benefícios Relacionados Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Salários e encargos
627.779
562.673
1.719.853
1.642.670
Contribuições previdenciárias
247.285
236.098
421.873
399.955
Outros custos com pessoal
187.964
173.396
393.742
373.022
Aumento (redução) no passivo para planos de benefício definido
(50.616)
(56.550)
(13.203)
(3.344)
Remuneração baseada em ações
84.863
87.208
122.305
120.303
-
-
8.844
6.671
1.097.275
1.002.825
2.653.414
2.539.277
19.941
19.522
46.503
44.924
Contribuição para planos de contribuição definida
Média de funcionários em tempo integral
Benefícios pós-emprego concedidos pelas empresas da nossa amostra Buscamos verificar quais das empresas da nossa amostra concediam benefícios pós-emprego a seus funcionários. Das 60 empresas analisadas, 44 (75%) informaram conceder planos de benefício, de aposentadoria e pensão; e 27 (45%) delas mostraram oferecer outros tipos de benefícios, tais como plano de saúde, odontológico, reembolso de medicamento etc. Para fins de IFRS, os planos de benefícios pós-emprego são divididos em dois grupos: Contribuição Definida (CD) e Benefício Definido (BD), dependendo da substância econômica do plano, a qual decorre dos seus termos e condições. O fator determinante que diferencia esses dois tipos de planos é justamente o risco da empresa patrocinadora na operação. Nos planos de CD, a empresa paga a quantia que aceita contribuir a uma entidade separada, um fundo de previdência, não necessitando efetuar contribuições adicionais caso esse fundo não conte com os recursos necessários para a garantia de benefícios ou rentabilidades. Já nos planos de BD, a obrigação da empresa é prover os benefícios acordados com os empregados. Logo, a empresa incorre parcial ou integralmente tanto no risco atuarial – risco associado ao descasamento das premissas em que o custo dos benefícios seja maior que o esperado – como no risco de investimento. Assim, em um plano de BD, caso o fundo de previdência não possua os recursos necessários para a garantia desses benefícios, a empresa patrocinadora deve reconhecer a eventual insuficiência apontada Das empresas da nossa amostra que afirmaram conceder benefício pós-emprego, podemos observar que somente uma empresa possui apenas planos de Benefício Definido (BD). Outras oito possuem apenas planos de Contribuição Definida (CD), e 35 possuem ambos os planos, conforme evidenciado ao lado. A Brookfield, única empresa da amostra que possui apenas planos de BD, apresentou as seguintes informações sobre as características desses planos.
Distribuição dos tipos de planos de previdência na amostra
18% 2% Ambos, BD e CD Apenas Contribuição Definida (CD) Apenas Benefício Definido (BD)
80%
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
209
Demonstração Financeira da Brookfield, Nota Explicativa nº 25 25 Planos de Benefícios de Aposentadoria (Consolidado) – IFRS e BR GAAP e Controladora – BR GAAP 25.1. Planos de benefício definido A Sociedade patrocina em conjunto com as outras empresas do Grupo Brookfield, um fundo conjunto de pensão privado, que concede planos de aposentadoria de benefício definido para todos os empregados, que se qualificam, da Sociedade. Esse fundo de pensão conjunto privado de benefícios definidos é administrado pelo MULTIPENSIONS BRADESCO. De acordo com esses planos, os empregados têm direito a benefícios de aposentadoria complementar definindo como sendo a diferença entre: • O salário de benefício (média atualizada dos 36 últimos salários de participação) e; • O valor pago como pensão pelo regime de seguro social oficial. O benefício complementar é reajustado na mesma data-base da categoria profissional relacionada à atividade predominante nas empresas,porém o reajuste é pelo IGPM acumulado dos ultimos 12 meses. Em 31 de dezembro de 2011, o Plano de Aposentadoria BISA tinha 165 participantes (40 em 31 de dezembro de 2010) com a idade média de 39 anos e média de tempo de serviço de 22,7 anos. Adicionalmente 11 participantes estão atualmente aposentados e 9 participantes são pensionistas. A Localiza, por sua vez, foi uma das que informaram possuir apenas planos de previdência de CD, conforme apresentado a seguir.
Demonstração Financeira da Localiza, Nota Explicativa nº 25 25. Plano de Previdência Complementar 25.1. Planos de benefício definido Em agosto de 2011, a Companhia iniciou o patrocínio de um plano de complementação de benefícios de aposentadoria, por intermédio de um plano de previdência complementar administrado por uma gestora independente de grande porte. O plano de previdência complementar foi estabelecido sob a forma de “contribuição definida”, não havendo, portanto, riscos atuarial e de investimento a serem assumidos pela Companhia como patrocinadora. Consequentemente, não são necessárias avaliações atuariais e não há possibilidade de ganho ou perda atuarial. Nos termos do regulamento desse plano, o custeio é paritário, sendo a parcela da Companhia equivalente àquela efetuada pelo colaborador, que varia de acordo com uma escala de contribuição baseada em faixas salariais de 1% ou 5% da remuneração dos colaboradores. Até 31 de dezembro de 2011, as contribuições realizadas totalizaram R$ 599 na controladora e R$ 766 no consolidado, sendo alocadas à rubrica de “Custo”, “Despesas com publicidade e vendas” e “Despesas gerais e administrativas”, na demonstração do resultado do exercício, conforme alocação funcional dos respectivos colaboradores. Entre as empresas que possuem tanto planos de BD quanto planos de CD, encontra-se o Banco do Brasil, conforme evidenciado a seguir.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
210
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa nº 42 42 – Benefícios a Empregados O Banco do Brasil é patrocinador das seguintes entidades de previdência privada e de saúde complementar, que asseguram a complementação de benefícios de aposentadoria e assistência médica a seus funcionários:
Planos
Benefícios
Classificação
Previ Futuro
Aposentadoria e pensão
Contribuição definida
Plano de Benefícios 1
Aposentadoria e pensão
Benefício definido
Plano Informal
Aposentadoria e pensão
Benefício definido
Plano de Associados
Assistência médica
Benefício definido
Prevmais
Aposentadoria e pensão
Contribuição definida
Regulamento Geral
Aposentadoria e pensão
Benefício definido
Regulamento Complementar 1
Aposentadoria e pensão
Benefício definido
Previ - Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil
Cassi - Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil Economus – Instituto de Seguridade Social
Grupo B
Aposentadoria e pensão
Benefício definido
Plano Unificado de Saúde – PLUS
Assistência médica
Benefício definido
Plano Unificado de Saúde – PLUS II
Assistência médica
Benefício definido
Plano de Assistência Médica Complementar – PAMC
Assistência médica
Benefício definido
Multifuturo I
Aposentadoria e pensão
Contribuição definida
Plano de Benefícios 1
Aposentadoria e pensão
Benefício definido
Plano de Saúde
Assistência médica
Contribuição definida
Plano BEP
Aposentadoria e pensão
Benefício definido
Fusesc - Fundação Codesc de Seguridade Social SIM - Caixa de Assistência dos Empregados dos Sistemas Besc e Codesc, do Badesc e da Fusesc Prevbep – Caixa de Previdência Social
Número de participantes abrangidos pelos planos de benefícios patrocinados pelo Banco 31.12.2011
31.12.2010
N.° de participantes
N.° de participantes
Ativos
Assistidos
Total
Ativos
Assistidos
Total
115.842
106.149
221.991
110.526
104.722
215.248
Plano de Benefícios 1 – Previ
30.659
83.825
114.484
32.449
82.727
115.176
Plano Previ Futuro
67.507
443
67.950
60.113
370
60.483
Planos de Aposentadoria e Pensão
Plano Informal
--
7.649
7.649
--
7.920
7.920
Outros Planos
17.676
14.232
31.908
17.964
13.705
31.669
Planos de Assistência Médica
117.376
92.481
209.857
112.630
91.152
203.782
Cassi
103.293
83.202
186.495
98.221
82.153
180.374
14.083
9.279
23.362
14.409
8.999
23.408
Outros Planos
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
211
Tendo em vista os riscos assumidos pelas empresas nos planos de BD, elas têm promovido alterações nos seus planos beneficiários. Um reflexo disso é que 18 empresas (50% das que têm planos de BD) não aceitam novas adesões, como é o caso da Cosan.
Demonstração Financeira da Cosan, Nota Explicativa nº 27 27. Plano de suplementação de aposentadoria a) Fundo de pensão Benefício definido A controlada Cosan Lubrificantes e Especialidade (“CLE”) patrocina a Futura –Entidade de Previdência Complementar, antiga Previd Exxon - Sociedade de Previdência Privada, que tem como objetivo principal a suplementação de benefícios, dentro de certos limites estabelecidos no regulamento do Plano de Aposentadoria. Este plano foi alterado para prever o seu saldamento, aprovado pela autoridade competente em 5 de maio de 2011. Basicamente, o saldamento é o processo de fechamento do plano para novas adesões, com interrupção das contribuições, garantindo aos participantes um benefício proporcional ao seu direito acumulado no plano até 31 de março de 2011.
Além disso, dentro da estratégia de mudança nos seus planos beneficiários, algumas empresas estão ampliando os incentivos para os empregados que se dispuserem a migrar da modalidade BD para CD. Exemplo disso foi adotado pela Redecard em 2011, conforme nota a seguir.
Demonstração Financeira da Redecard, Nota Explicativa nº 11 11. Obrigações de benefícios de aposentadoria O Plano de Previdência Redecard foi alterado em janeiro de 2011 da modalidade Benefício Definido – BD para Contribuição Definida – CD, com adesão de 95% dos funcionários. Este plano permite que o funcionário contribua mensalmente com um percentual definido, a ser descontado de sua remuneração mensal e, adicionalmente, a empresa participa com 100% da opção escolhida pelos empregados, limitado a 9% dos seus rendimentos, contabilizada no resultado pelo regime de competência no grupo “despesas com pessoal”. No exercício findo em 31 de dezembro de 2011, as contribuições para esses planos totalizaram R$ 12,3 milhões (2010: R$ 6,8 milhões), sendo assim distribuído: Companhia R$ 5,0 milhões e funcionários R$ 7,3 milhões (2010: Companhia: R$ 4,2 milhões e funcionários: R$ 2,6 milhões). A mudança do plano de benefícios de aposentadoria não gerou impacto financeiro relevante para a Companhia. O plano de Benefício Definido (BD) é avaliado atuarialmente ao final de cada exercício, objetivando verificar se as taxas de contribuição vêm sendo suficientes para a formação de reservas necessárias aos compromissos de pagamentos atuais e futuros. a. Comentários sobre os resultados No processo de migração de planos foi calculado um crédito de migração individual para os participantes equivalente à obrigação atuarial calculada para fins de atendimento às normas locais (PREVIC) e oferecido aos participantes optar entre: • Permanecer no Plano de Aposentadoria Redecard nas condições atuais (BD); ou • Migrar seu direito acumulado (crédito de migração) para o Plano de Previdência Redecard (CD). Para os participantes que migraram para o Plano de Previdência Redecard, a acumulação do benefício futuro passa a ser feita na forma de contribuição definida. Nesse contexto, observa-se a ocorrência de dois eventos especiais nessa movimentação, referente aos participantes que migraram: • Redução antecipada de benefícios, na mudança da obrigação atuarial BD apurada conforme determina o CPC 33 para o compromisso relativo ao crédito de migração; e • Liquidação antecipada de benefícios, na transferência dos recursos do plano de benefício definido (BD) para o de contribuição definida (CD).
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
212
Divulgação sobre aspectos dos planos de Benefício Definido (BD) pelas empresas da nossa amostra Dada a inerente complexidade da contabilização de planos de BD, sendo necessárias premissas atuariais para mensurar a obrigação e a despesa do plano, diversas são as informações que devem ser divulgadas pelas empresas. No nosso estudo, identificamos que, das 36 empresas que têm plano de BD, 33 (90%) divulgam informações sobre política contábil e descrição geral da característica do plano.
Informações sobre os ativos dos planos Uma dessas evidenciações requeridas refere-se a informações sobre os ativos do plano, especialmente sua composição, que foi informada por 24 empresas (67% das com BD). Entre as empresas que realizaram essa divulgação, segue nota da Sabesp.
Demonstração Financeira da Sabesp, Nota Explicativa nº 17 Ativos do plano As políticas e estratégias de investimento do plano têm como objetivo reduzir o risco por meio da diversificação, considerando fatores tais como as necessidades de liquidez e o status financiado das obrigações do plano, tipos e disponibilidade dos instrumentos financeiros no mercado local, condições e previsões econômicas gerais, assim como exigências estipuladas pela legislação. A alocação dos ativos do plano e as estratégias de gerenciamento dos ativos externos são determinadas com o apoio de relatórios e análises preparados pela SABESPREV e consultores financeiros independentes. Nos termos: Alocação - % Categoria de ativo
31 de Dezembro de 2011
31 de Dezembro de 2010
Títulos de renda fixa
69%
72%
Ações
26%
21%
Imóveis
3%
5%
Empréstimos
2%
2%
100%
100%
Total
Por meio da tabulação dos dados das empresas que publicaram a composição dos ativos, conseguimos identificar que os ativos das empresas estão concentrados especialmente em títulos de renda fixa (68%), refletindo o perfil de aplicação da Sabesp, conforme mostrado no gráfico ao lado.
Média dos percentuais de composição dos ativos dos planos de BD 4%
2%
3% 23% Fundos de investimento Outros Investimentos imobiliários Renda variável, incluindo instrumentos patrimoniais
68%
Renda fixa, incluindo títulos públicos
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
213
Outra importante informação sobre os ativos dos planos é a descrição da base utilizada para determinar a taxa esperada do retorno dos seus ativos. Apenas dez (28%) das 36 empresas que possuem planos de BD cumpriram essa exigência de divulgação, uma delas a Telesp, conforme apresentado a seguir.
Demonstração Financeira da Telesp, Nota Explicativa nº 35 I. Rendimento esperado de longo prazo dos investimentos 2011
2010
Percentual de alocação dos ativos dos planos Instrumentos de capital
5,87%
14,28%
92,87%
85,09%
1,26%
0,63%
100,00%
100,00%
Instrumentos de capital
16,36%
15,61%
Instrumentos de divida
12,46%
10,82%
Outros
11,67%
10,25%
13,06%
11,50%
Instrumentos de divida Outros
Retorno esperado dos ativos dos planos
Total
As taxas esperadas de retorno dos investimentos de longo prazo relativas aos planos avaliados foram selecionadas pela Companhia, tendo sido determinadas a partir das expectativas de rentabilidade de longo prazo, com base nas projeções de longo prazo fornecidas pela Tendências Consultoria e dados da ANBIMA, entre outros, conforme abaixo: • Ativos de renda variável: foi utilizado o prêmio histórico de risco apurado pelo atuário consultor; • Títulos pré-fixados: taxa média, ponderada pelas LTN´s disponíveis e portifólio do mercado de NTN-F´s; • Ativos atrelados à inflação: taxa média, ponderada pela carteira das NTN-B´s e NTN-C´s disponíveis no mercado; • Títulos cambiais: taxa ponderada da SELIC pela taxa da variação cambial projetada para os próximos 10 anos; • Ativos de renda fixa: variação da taxa média de juros nominais internos, projetada para os próximos 10 anos; • Empréstimos a participantes: é considerada a maior taxa entre o CDI e a meta atuarial do plano; • Imóveis: foi utilizada a meta atuarial do plano utilizada por seu administrador.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
214
Deve ser publicado ainda o retorno real dos ativos do plano. Essa informação foi detalhada apenas por sete (19%) empresas, entre elas a CSN.
Demonstração Financeira da CSN, Nota Explicativa nº 33 Retorno esperado de longo prazo dos ativos do plano: 31/12/2011
31/12/2010
Renda Variável
18,05%
15,58%
Renda Fixa
10,53%
10,44%
Imóveis
10,34%
9,62%
Outros
10,34%
9,62%
Total
11,78%
11,62%
O retorno real dos ativos do plano foi de R$ 179.126 (R$ 258.898 em 31 de dezembro de 2010).
Política de reconhecimento dos ganhos ou perdas atuariais Os valores reconhecidos como resultado com benefícios dos planos de BD incluem o custo do serviço, o rendimento esperado dos ativos dos planos e o custo de juros líquido. Outra parcela – os ganhos ou perdas atuariais –, gerada pelas mudanças nas estimativas atuariais, pode ser registrada como (I) integralmente no resultado; (II) integralmente no Patrimônio Critérios de reconhecimento de ganhos Líquido – Ajuste de Avaliação Patrimonial (Resultados Abrangentes); e perdas atuariais dos planos BD ou (III) no resultado pelo método do corredor. De acordo com o CPC 33, as empresas devem ainda evidenciar a política contábil adotada no reconhecimento desses ganhos ou perdas atuariais. Entre as empresas da nossa amostra que possuíam planos de benefício definido, não houve uma uniformidade no reconhecimento desses valores: das 36 empresas, oito (22%) optaram por reconhecer os ganhos ou perdas atuariais de forma integral no resultado do período, 11 (31%) optaram por reconhecê-los integralmente no patrimônio líquido e 14 (39%) optaram por reconhecer tais valores pelo método do “corredor” no resultado do período. Ressalta-se, ainda, que três empresas (8%) não divulgaram essa informação, conforme mostrado no gráfico ao lado. Vale salientar que está prevista uma alteração para o IAS 19, que entrará em vigor em 2013, prevendo a eliminação do método do corredor, devendo os ganhos ou perdas atuariais ser reconhecidos como outros resultados abrangentes para os planos de pensão, e no resultado para os demais benefícios de longo prazo, entre outras alterações. Essa mudança está explicitada nas notas explicativas da Cesp.
8% 22% 23%
Não divulgaram Integralmente em resultado do período Integralmente em resultado abrangente
39%
Método do corredor em resultado do período
31%
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
215
Demonstração Financeira da Cesp, Nota Explicativa nº 4 4 Normas e interpretações novas revisadas, já emitidas e ainda não adotadas Normas, interpretações e alterações de normas em vigor em 31 de dezembro de 2011, editadas ou não e que não tiveram impactos relevantes sobre as demonstrações contábeis da Companhia. IAS 19 – Benefícios aos Empregados Eliminação do enfoque do corredor (“corridor approach”), sendo os ganhos ou perdas atuariais reconhecidos como outros resultados abrangentes para os planos de pensão e ao resultado para os demais benefícios de longo prazo, quando incorridos, entre outras alterações. Não se espera que haja impactos relevantes nas informações da Companhia. Aplicável aos exercícios com início em ou após 1º de janeiro de 2013.
Uma das empresas que apresentaram o ganho ou perda atuarial no resultado do período foi o Itaú Unibanco, conforme mostrado na nota a seguir.
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Notas Explicativas nº 2.4 e nº 28 2.4 Resumo das principais políticas contábeis q) Benefícios a funcionários Os ganhos e as perdas atuariais são reconhecidos integralmente no resultado no período em que surgem na rubrica Despesas Gerais e Administrativas – Planos de aposentadoria e benefícios pós-aposentadoria. Os seguintes montantes são reconhecidos na demonstração do resultado consolidada: • O retorno esperado sobre ativos do plano e os ganhos ou as perdas correspondentes à diferença entre os retornos esperados e os efetivos. • Ganhos e perdas atuariais - são resultantes de diferenças entre as premissas atuariais anteriores e o que efetivamente se realizou, e incluem os efeitos de mudanças nas premissas atuariais. • Custo de serviço corrente - é o aumento no valor presente das obrigações resultantes de serviços de funcionários no período corrente. • Custo de serviço passado – é a alteração no valor presente das obrigações por benefícios definidos pelo serviço do empregado em períodos anteriores, que afeta o período corrente. • Custo de juros - é o aumento durante o exercício no valor presente das obrigações como resultado do tempo decorrido.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
216
Nota nº 28 - Benefícios a empregados V - Total das Receitas e (Despesas) reconhecidas no Resultado do Exercício O total das Despesas reconhecidas nos Planos de Benefícios Definidos inclui os seguintes componentes para: 31/12/2011
31/12/2010
(91)
(87)
Custo de Juros
(930)
(943)
Retorno Esperado sobre os Ativos do Plano
1.342
1.342
-
(2.437)
(1)
-
Efeito na restrição do Ativo
(154)
1.098
Ganho/(Perda) no Exercício
(367)
(183)
Custo do Serviço Corrente
Efeitos Cisão Parcial do PAC Efeitos Cisão Parcial Redecard
Contribuições de Participantes Total das Receitas e (Despesas) reconhecidas no Resultado do Exercício
9
40
(192)
(1.170)
Uma das empresas que apresentaram o ganho ou perda atuarial no PL-Ajuste de Avaliação Patrimonial-Outros Resultados Abrangentes foi a Telesp, como mostrado na nota a seguir.
Demonstração Financeira da Telesp, Nota Explicativa nº 35 b. Total de despesa reconhecida na demonstração de resultado 2011 CTB Custo do serviço corrente Custo dos juros Rendimento esperado dos ativos do plano
PAMA
PBS
Visão
PREV
Total
-
252
821
3.971
2.482
7.526
1.978
29.173
17.838
3.062
3.487
55.538
-
(8.163)
(25.654)
(6.940)
(5.795)
(46.552)
1.978
21.262
(6.995)
93
174
16.512
c. Valores reconhecidos em outros resultados abrangentes 2011
(Ganhos) e perdas atuariais reconhecidos imediatamente Efeito limitador Custo total reconhecido em outros resultados abrangentes
CTB
PAMA
PBS
Visão
PREV
Total
15.398
36.581
22.643
30.628
(6.552)
98.698
-
-
35.760
(17.918)
26.746
44.588
15.398
36.581
58.403
12.710
20.194
143.286
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
217
Premissas atuariais e econômicas É igualmente importante que as empresas informem as premissas utilizadas nos seus cálculos atuariais, tais como taxas de juros e inflação, tábua de mortalidade e rotatividade, entre outras, a exemplo da divulgação feita também pela CSN.
Demonstração Financeira da CSN, Nota Explicativa nº 33 As principais premissas atuariais usadas foram as seguintes:
Método atuarial de Financiamento
31/12/2011
31/12/2010
Crédito Unitário Projetado
Crédito Unitário Projetado
Real (R$)
Real (R$)
Moeda funcional Contabilização dos ativos do plano
Valor de mercado
Valor de mercado
Melhor estimativa para patrimônio na data de encerramento do exercício fiscal, obtida a partir da projeção dos valores contabilizados de outubro
Melhor estimativa para patrimônio na data de encerramento do exercício fiscal, obtida a partir da projeção dos valores contabilizados de outubro
10,46%
10,66%
Taxa de inflação
4,60%
4,40%
Taxa de aumento nominal do salário
5,65%
5,44%
Taxa de aumento nominal do benefício
4,60%
4,40%
11,52% - 12,24%
11,31% - 12,21%
A T 2000 segregada por sexo
A T 2000 segregada por sexo
Mercer Disability com probabilidades multiplicadas por 2
Mercer Disability com probabilidades multiplicadas por 2
Tábua de mortalidade
Winklevoss - 1%
Winklevoss - 1%
Tábua de rotatividade
Plano milênio 2% ao ano, nula para os planos BD
Plano milênio 2% ao ano, nula para os planos BD
100% na primeira data na qual se torna elegível a um benefício de aposentadoria programada pelo plano
100% na primeira data na qual se torna elegível a um benefício de aposentadoria programada pelo plano
95% estarão casados à época da aposentadoria, sendo a esposa 4 anos mais jovem que o marido
95% estarão casados à época da aposentadoria, sendo a esposa 4 anos mais jovem que o marido
Valor utilizado como estimativa do patrimônio de fechamento do exercício Taxa de desconto
Taxa de retorno dos investimentos Tábua de mortalidade geral Tábua de entrada em invalidez
Idade de aposentadoria
Composição familiar dos participantes em atividade
As premissas referente à tábua de mortalidade são baseadas em estatísticas publicadas e tabelas de mortalidade. Essas tábuas se traduzem em uma expectativa média de vida em anos do empregado que se aposenta aos 65 anos, dados. Longevidade na idade de 65 anos para os participantes atuais
31/12/2011
31/12/2010
Masculino
19,55
19,55
Feminino
22,17
22,17
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
218
A Copel apresentou de forma mais descritiva as expectativas de vida média dos participantes do grupo, ao contrário de grande parte das empresas, que apenas mencionou as tábuas de mortalidade. Esse aspecto está evidenciado a seguir.
Demonstração Financeira da Copel, Nota Explicativa nº 21 21.4.3 Expectativa de vida a partir da idade média – Tábua AT-2000 (em anos) Consolidado
Plano BD
Plano CD
Participantes aposentados
21,50
26,19
Participantes pensionistas
23,06
31,46
Participantes aposentados
22,02
26,67
Participantes pensionistas
19,26
29,25
Em 31.12.2011
Em 31.12.2010
A idade média dos participantes inativos dos planos de aposentadoria e assistência médica da Companhia é de 63,3 anos.
Análises de sensibilidade acerca das premissas e reconciliações feitas A empresa deve fazer ainda análise de sensibilidade, mostrando, entre outros itens, o efeito do aumento/decréscimo de um ponto percentual nas taxas de tendência dos custos médicos assumidos. Das 33 empresas com plano de BD, 11 (31%) fizeram essa divulgação, como foi o caso da Eletrobras.
Demonstração Financeira da Eletrobras, Nota Explicativa nº 29 e) Efeitos da variação de um ponto percentual nas taxas de tendência dos custos médicos A tabela a seguir apresenta os efeitos no valor presente da obrigação de benefício definido e nos custos do serviço corrente e de juros quando do aumento e da diminuição de um ponto percentual nas taxas de tendência dos custos médicos. Variação nas taxas de tendências dos custos médicos em 31 de dezembro de 2011: Variação nas taxas de Custos médicos
Boa Vista
CEAL
Eletronorte
Eletronuclear
Eletrosul
Furnas
Efeito no Custo de Serviço e de Juros – Aumento 1% (2,0%)
165
226
2.928
773
53
2.730
Efeito no Custo de Serviço e de Juros – Redução 1% (0%)
111
258
2.060
1.120
65
3.889
Efeito na obrigação de benefício definido – Aumento 1% (2,0%)
793
2.234
19.603
5.236
727
25.977
Efeito na obrigação de benefício definido – Redução 1% (0%)
535
2.553
13.793
7.584
888
36.998
Variação nas taxas de tendências dos custos médicos em 31 de dezembro de 2010: Variação nas taxas de custos médicos
CHESF
Eletronorte
Eletronuclear
Eletrosul
Furnas
Efeito no Custo de Serviço e de Juros – Aumento 1% (2,0%)
2
6.010
2.916
623
23.985
Efeito no Custo de Serviço e de Juros – Redução 1% (0%)
1
4.526
5.569
577
17.366
Efeito na obrigação de benefício definido – Aumento 1% (2,0%)
8
40.192
19.439
4.277
163.103
Efeito na obrigação de benefício definido – Redução 1% (0%)
6
29.723
38.386
4.020
117.283
Conforme o CPC 33, as empresas devem também conciliar a mudança no valor presente da obrigação de benefício definido, demonstrando separadamente, se aplicável, os efeitos durante o período atribuíveis a cada um dos itens: Custos do Serviço, Contribuições dos Participantes, Ganhos e Perdas Atuariais, etc. Sobre esse aspecto, o Banco do Brasil apresentou a referida reconciliação.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa nº 42 c) Avaliações Atuariais As avaliações atuariais são elaboradas semestralmente e as informações constantes nos quadros a seguir referem-se àquelas efetuadas nas datas base de 31.12.2011 e 31.12.2010. Mudanças no valor presente das obrigações atuariais de benefício definido.
Plano 1 – Previ Exerc/2011
Exerc/2010
(90.805.477)
(80.270.786)
(9.798.080)
(8.434.756)
Custo do serviço corrente
(517.332)
(447.544)
Benefícios pagos líquidos de contribuições de assistidos
6.718.424
7.532.656
Despesas administrativas pagas pelo plano
-
-
Passivos transferidos de outros planos
-
-
(4.447.076)
(9.185.047)
Saldo Final
(98.849.541)
(90.805.477)
Valor presente das obrigações atuariais com cobertura
(98.849.541)
(90.805.477)
-
-
Saldo Inicial Custo dos juros
Ganho/(perda) atuarial sobre a obrigação atuarial
Valor presente das obrigações atuariais a descoberto
Outra conciliação requerida é a mudança do valor justo dos ativos do plano e de quaisquer direitos de reembolso reconhecidos, conforme informado pelo Banco do Brasil.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa nº 42 Mudanças no valor justo dos ativos do plano Plano 1 – Previ Exerc/2011
Exerc/2010
141.566.322
137.814.150
14.934.610
13.963.696
495.904
459.300
(6.718.424)
(7.532.656)
-
-
-
(15.068.115)
Ganho/(perda) atuarial sobre os ativos do plano
(17.199.016)
11.929.947
Saldo Final
133.079.396
141.566.322
Saldo Inicial Rendimento estimado dos ativos do plano Contribuições recebidas Benefícios pagos líquidos de contribuições de assistidos Transferência de patrimônio Reversão de valores para a Patrocinadora/Participante
1)
(1)
Refere-se aos valores utilizados para a constituição do fundo de destinação do superávit, cabendo ao Banco o montante de R$ 7.519.058 mil (Nota 42.e.2).
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
220
R$ Mil Plano Informal – Previ
Plano de Associados – Cassi
Outros Planos
Exerc/2011
Exerc/2010
Exerc/2011
Exerc/2010
Exerc/2011
Exerc/2010
(1.994.759)
(1.743.385)
(5.297.173)
(4.943.220)
(5.189.411)
(4.432.673)
(204.672)
(202.866)
(577.040)
(542.750)
(540.832)
(514.367)
-
-
(84.607)
(70.937)
(49.031)
(41.506)
297.618
295.797
503.816
376.039
370.240
314.364
-
-
-
-
1.624
-
-
-
-
-
(6.576)
-
(3.557)
(344.305)
(591.928)
(116.304)
(208.624)
(515.229)
(1.905.370)
(1.994.759)
(6.046.932)
(5.297.172)
(5.622.610)
(5.189.411)
-
-
-
-
(4.477.749)
(4.339.122)
(1.905.370)
(1.994.759)
(6.046.932)
(5.297.172)
(1.144.861)
(850.289)
Plano Informal – Previ
Plano de Associados – Cassi
Outros Planos
Exerc/2011
Exerc/2010
Exerc/2011
Exerc/2010
Exerc/2011
Exerc/2010
-
-
-
-
4.339.122
3.943.103
-
-
-
-
478.661
532.843
297.618
295.797
503.816
376.039
90.925
56.326
(297.618)
(295.797)
(503.816)
(376.039)
(307.090)
(245.810)
-
-
-
-
6.576
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
(130.445)
52.660
-
-
-
-
4.477.749
4.339.122
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
221
Outras informações requeridas Outra informação requerida é a estimativa do empregador sobre as contribuições que se espera pagar ao plano durante o exercício que se inicia. Na nossa pesquisa, 18 (50%) das empresas com plano de BD apresentaram a informação, entre elas a Petrobras.
Demonstração Financeira da Petrobras, Nota Explicativa nº 21 21.1. Planos de pensão no país - Benefício definido e contribuição variável A Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) foi constituída pela Petrobras como uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com autonomia administrativa e financeira. a) Plano Petros - Fundação Petrobras de Seguridade Social As contribuições esperadas das patrocinadoras para 2012 são de R$ 622 (R$ 585 na Controladora).
Foram observados ainda os seguintes aspectos sobre a divulgação acerca de planos de Benefício Definido (BD). Item observado acerca de BD Montantes para o exercício corrente e para os quatro exercícios anteriores de: valor presente da obrigação de benefícios definidos; valor justo dos ativos do plano; superávit ou déficit do plano; e ajustes de experiência resultantes de histórico dos ganhos e perdas atuariais. Análise da obrigação atuarial de benefício definido, identificando os montantes relativos a planos de benefícios sem cobertura e a planos de benefícios parcial ou totalmente cobertos.
Quantidade das empresas que apresentaram
%
7
19%
15
42%
Com base no quadro acima, percebe-se que uma parte significativa das empresas analisadas não apresenta essas outras divulgações exigidas pelo CPC 33. Nesse sentido, ressaltamos que existem oportunidades de melhoria sobre as evidenciações relativas a essa norma.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
222
// CPCs 38, 39 e 40
Instrumentos Financeiros (IAS 32, IAS 39 e IFRS 7) – Instituições Financeiras
Nesta seção, analisamos o impacto das exigências presentes nas normas de Instrumentos Financeiros (CPC 38, 39 e 40) nas demonstrações consolidadas publicadas em 2011 pelas instituições financeiras que compõem a amostra do trabalho, que são os bancos do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander. As normas relativas a instrumentos financeiros são de fundamental importância na contabilização das operações efetuadas pelas instituições financeiras, especialmente devido ao nível de significância dos instrumentos financeiros ativos e passivos em relação ao total do ativo e passivo dos bancos. Pela definição, um instrumento financeiro é qualquer contrato que dê origem a um ativo financeiro para uma entidade e simultaneamente a um passivo financeiro ou participação financeira em outra entidade. E essa é a essência do negócio das instituições financeiras no desempenho do seu papel de intermediador de recursos financeiros, captando e aplicando recursos. Por esse motivo, os ativos financeiros representam cerca de 90% do ativo total, e os passivos financeiros cerca de 80% do passivo dos bancos.
Publicação das Demonstrações Financeiras das Instituições Financeiras em IFRS e Cosif A contabilidade das instituições financeiras tem peculiaridades a serem seguidas que diferem das exigências feitas às empresas não financeiras, no Brasil. As instituições financeiras brasileiras estão sujeitas à supervisão do Banco Central do Brasil (Bacen) e a leis e regulamentos específicos. A Lei 4.595/64 dá competência ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para expedir normas gerais de contabilidade para o setor, e a Lei 6.385/76 reforça essa competência. Essa estrutura legal tem permitido ao Bacen impedir a adoção plena do IFRS por parte das instituições financeiras, a não ser nas demonstrações consolidadas das grandes instituições, que as elaboram adicionalmente às feitas sob os critérios brasileiros mas não as divulgam em conjunto com estas - apesar de o Bacen elaborar e divulgar suas próprias demonstrações em IFRS já há muitos anos. As companhias abertas não financeiras, reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), são obrigadas a seguir, tanto para o balanço individual como para o consolidado, todas as determinações emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que seguem as normas do IFRS. No entanto, o uso do IFRS não vale para os balanços individuais das instituições financeiras, e nem para suas demonstrações consolidadas divulgadas junto com as individuais, que continuam a seguir as normas do órgão regulador – Bacen (Cosif) -, que por sua vez não tem previsão de alinhamento ao IFRS. Assim, o Bacen exige a divulgação de dois demonstrativos financeiros, a partir do exercício de 2010: o balanço consolidado em IFRS (para os grandes) e os balanços individual e consolidado (para todos), conforme a regra contábil do Bacen, devendo ser publicados separadamente.
Evidenciações sobre Instrumentos Financeiros Para que a necessidade dos usuários da informação contábil seja atendida, os bancos devem apresentar diversas informações acerca da natureza e extensão dos riscos resultantes dos instrumentos financeiros aos quais o banco está exposto em decorrência das operações conduzidas. Neste estudo, foram analisados os seguintes aspectos sobre instrumentos financeiros em bancos: a) Segregação, Definição e Avaliação dos Instrumentos Financeiros 1. Segregação e Classificação para fins de mensuração e apresentação 2. Definição, abrangência e valores publicados dos ativos e passivos financeiros 3. Avaliação dos Instrumentos Financeiros: valor justo e custo amortizado 4. Outras classificações para fins de apresentação dos ativos e passivos financeiros pelos bancos b) Itens de Receita, Ganho, Despesa e Perda relativos a Instrumentos Financeiros – Resultado e Resultado Abrangente 1. Componentes da Demonstração de Resultado 2. Componentes da Demonstração de Resultado Abrangente 3. Impairment – Redução/Perda de valor recuperável de Ativos Financeiros c) Divulgações sobre instrumentos financeiros apresentadas pelos bancos 1. Valor Justo a. O que é valor justo para os bancos b. Valor justo dos Ativos e Passivos Financeiros divulgados pelos bancos c. Divulgação por nível de risco – níveis 1, 2 e 3 d. Política de mensuração de valor justo – Técnicas e Pressupostos 2. Derivativos e Aplicação do Hedge Accounting a. Derivativos para negociação b. Derivativos qualificados para o hedge accounting Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
224
3. Garantias a. Ativos financeiros cedidos em garantia b. Garantias Financeiras Prestadas 4. Informações qualitativas e quantitativas sobre riscos a. Risco de Crédito b. Risco de Mercado c. Risco de Liquidez a) Segregação, Definição e Avaliação dos Instrumentos Financeiros 1. Segregação e Classificação para fins de mensuração e apresentação Os bancos segregam os instrumentos financeiros por base de mensuração, conforme sugerido pela norma IFRS, e por categoria para fins de apresentação desses instrumentos no Balanço Patrimonial. O Itaú Unibanco, por exemplo, adota a seguinte classificação dos ativos e passivos financeiros. Ativos Financeiros Para Fins de Mensuração
Para Fins de Apresentação
i. Disponibilidade ii. Ativos Financeiros pelo valor justo por meio do resultado; a. Ativos Financeiros Mantidos para Negociação (inclusive derivativos) b. Ativos Financeiros Designados a Valor Justo através do Resultado iii. Ativos Financeiros disponíveis para venda; iv. Ativos Financeiros mantidos até o vencimento; a. Ativos Financeiros Mantidos até o Vencimento b. Outros Ativos Financeiros v. Empréstimos e recebíveis; a. Operações de Crédito e Arrendamento Mercantil Financeiro b. Depósitos Compulsórios no Banco Central c. Aplicações em Depósitos Interfinanceiros d. Aplicações no Mercado Aberto vi. Outros Ativos Financeiros a. Derivativos Utilizados como Hedge
i. Disponibilidades ii. Depósitos Compulsórios no Banco Central iii. Aplicações em Depósitos Interfinanceiros iv. Aplicações no Mercado Aberto v. Ativos Financeiros Mantidos para Negociação vi. Ativos Financeiros Designados a Valor Justo através do Resultado vii. Derivativos viii. Ativos Financeiros Disponíveis para Venda ix. Ativos Financeiros Mantidos até o Vencimento x. Operações de Crédito e Arrendamento Mercantil Financeiro, Líquidas a. Operações de Crédito e Arrendamento Mercantil Financeiro b. (-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa xi. Outros Ativos Financeiros
Passivos Financeiros Para Fins de Mensuração
Para Fins de Apresentação
i. Passivos Financeiros pelo valor justo por meio do resultado a. Passivos Financeiros Mantidos para Negociação ii. Passivos Financeiros mensurados pelo custo amortizado. a. Depósitos b. Captações no Mercado Aberto c. Recursos de Mercados Interbancários d. Recursos de Mercados Institucionais iii. Outros Passivos Financeiros
i. Depósitos ii. Captações no Mercado Aberto iii. Passivos Financeiros Mantidos para Negociação iv. Derivativos v. Recursos de Mercados Interbancários vi. Recursos de Mercados Institucionais vii. Outros Passivos Financeiros
Fonte: Demonstração Contábil do Itaú Unibanco
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
225
Nos bancos, os empréstimos e recebíveis são os ativos mais significativos e, na amostra estudada, representam cerca de 70% dos ativos financeiros, conforme composição apresentada a seguir.
Composição dos Ativos Financeiros dos Bancos 6,9% 0,3%
12,1% Caixa e Disponibilidade Ativos Financeiros pelo valor justo por meio do resultado
8,4% 69,8%
Ativos Financeiros disponíveis para venda Ativos Financeiros mantidos até o vencimento Empréstimos e recebíveis
2,4%
Outros Ativos Financeiros
Já no caso dos Passivos Financeiros, a quase totalidade dos itens (cerca de 99%) está na categoria de mensurados pelo custo amortizado.
2. Definição, abrangência e valores publicados dos Ativos e Passivos Financeiros Ativos Financeiros Ativos Financeiros correspondem a caixa, ações de outras empresas (títulos patrimoniais) e direito contratual de receber dinheiro ou outro ativo financeiro de outra empresa (títulos, operações de crédito e outras contas a receber, derivativos). Caixa e Disponibilidade em bancos Encontramos nomes distintos para esse item nas demonstrações pesquisadas: “Caixa e Depósitos bancários”, “Disponibilidades e Reservas no Banco Central do Brasil”, “Caixa e Disponibilidades em bancos” ou ainda somente o termo “Disponibilidades”. No Bradesco, por exemplo, “Caixa e Disponibilidades em bancos” representa caixa, depósitos bancários, reserva bancária junto ao Banco Central sem restrições e outros investimentos de curto prazo de alta liquidez, com vencimentos originais em até três meses e que apresentem risco insignificante de mudança de valor justo. Já no Banco do Brasil, esse item representa o “Caixa e depósitos bancários” e inclui, além do caixa do banco, os empréstimos a instituições financeiras (depósitos interfinanceiros de alta liquidez) e aplicações em operações compromissadas. Esses depósitos financeiros geralmente têm prazo de até 30 dias (em geral um dia útil) e não apresentam risco de mudança de valor justo. Os instrumentos financeiros registrados como caixa e disponibilidade são reconhecidos inicialmente pelo valor justo. São periodicamente mensurados ao custo amortizado, com seus rendimentos apropriados no resultado como receita de juros e rendimentos. As disponibilidades em moedas estrangeiras, que também são classificadas como caixa e disponibilidade, são convertidas pelas taxas de câmbio em vigor nas datas de levantamento das demonstrações financeiras. Os itens caixa e disponibilidades correspondem de 1,2% a 20%, numa média de 6,9%, do ativo financeiro dos bancos da nossa amostra que divulgaram esses valores. Ativos financeiros ao valor justo através do resultado Os instrumentos financeiros são classificados nesta categoria caso sejam (I) mantidos para negociação na data de aquisição, ou quando forem (II) designados durante o reconhecimento inicial. Os derivativos devem ser classificados nesta categoria, exceto quando são designados como instrumentos de hedge contábil (hedge accounting). Não é possível realizar transferências de ativos financeiros classificados em ativos ao valor justo por meio do resultado para outras, exceto em raras circunstâncias. Os instrumentos financeiros registrados nessa categoria são reconhecidos pelo valor justo, devendo seus rendimentos (juros e dividendos) e as atualizações ao valor justo serem contabilizados em contrapartida à conta do resultado (receitas e despesas). No Santander, por exemplo, esses itens correspondem a instrumentos de dívida, instrumentos de patrimônio, Derivativos (não utilizados como hedge) e Outros Ativos Financeiros ao Valor Justo no Resultado. Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
226
Os itens de ativos financeiros ao valor justo representam entre 8% e 15%, numa média de 12,1%, do ativo financeiro dos bancos da nossa amostra. Ativos Financeiros disponíveis para venda Os bancos classificam como Ativos Financeiros disponíveis para venda os títulos e valores mobiliários quando, no julgamento da Administração, não sejam classificados como: (I) empréstimos e recebíveis; (II) investimentos mantidos até o vencimento; ou (III) Ativos Financeiros ao valor justo por meio do resultado. Esses títulos e valores mobiliários são reconhecidos pelo seu valor justo. Seus rendimentos (juros e dividendos) são apropriados como receita, e as variações no seu valor justo são registradas em contrapartida ao patrimônio líquido, líquido dos efeitos tributários, na conta de outros resultados abrangentes, normalmente denominada Ajustes de Avaliação Patrimonial. Os Ativos Financeiros disponíveis para venda representam entre 6% e 13%, numa média de 12,1%, do ativo financeiro dos bancos da nossa amostra. Ativos Financeiros mantidos até o vencimento Os Ativos Financeiros para os quais os bancos tenham a firme intenção e capacidade financeira comprovada para mantê-los até o vencimento são classificados como ativos financeiros mantidos até o vencimento. Conforme a IAS 39, o banco não pode classificar nenhum ativo financeiro como mantido até o vencimento se tiver, durante o exercício social corrente ou durante os dois exercícios sociais precedentes, vendido ou reclassificado mais do que uma quantia insignificante dessa categoria. Sempre que isso acontecer, ele deve ser reclassificado como disponível para venda. Porém, a norma do Bacen para a classificação como mantidos até o vencimento é diferente do IAS 39 em relação à possibildade de transferência para classificação em outra categoria. A norma no Bacen não prevê sanção em caso de reclassificação para categoria adversa. Os ativos mantidos até o vencimento são reconhecidos inicialmente ao valor justo. São periodicamente mensurados ao custo amortizado, com seus rendimentos apropriados no resultado como receita de juros e rendimentos. Os ativos financeiros mantidos até o vencimento pelos bancos representam entre 0,6% e 1,8 %, numa média de 2,4%, do ativo financeiro dos bancos. O Santander não enquadra nenhum ativo como mantido até o vencimento. Empréstimos e recebíveis Essa categoria inclui os financiamentos concedidos a terceiros, independentemente do tipo de tomador e da forma de financiamento, os quais o banco tenha a intenção de mantê-los até o vencimento final. No Banco do Brasil, por exemplo, os empréstimos e recebíveis são apresentados no Balanço Patrimonial subdivididos em quatro categorias: I) Depósitos compulsórios em bancos centrais; II) Empréstimos a instituições financeiras (operações de aquisição de carteiras de crédito com coobrigação do cedente e aplicações em depósitos interfinanceiros cujo prazo de realização seja superior a três meses); III) Empréstimos a clientes (reduzido por uma conta de provisão e o valor da perda por redução ao valor recuperável é reconhecido no resultado como Despesa líquida com provisão para perdas); e IV) Aplicações em operações compromissadas (compreendendo principalmente títulos públicos federais) cuja data de realização seja superior a 90 dias. Esses instrumentos financeiros são mensurados subsequentemente ao custo amortizado usando-se o método da taxa efetiva de juros, de forma semelhante aos ativos mantidos até o vencimento. Os valores de Empréstimos e Recebíveis representam a maior parcela dos ativos financeiros publicados pelos bancos, variando entre 60% e 80%, numa média de 69,8%, do ativo financeiro dos bancos. Passivos Financeiros Passivos Financeiros correspondem a obrigações contratuais cuja liquidação deve ser efetuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro ativo financeiro, independentemente de sua forma legal. Passivos Financeiros pelo valor justo por meio do resultado Esses passivos podem ser subdivididos em duas classificações distintas: (I) Passivos Financeiros designados a valor justo por meio do resultado; e (II) Passivos Financeiros para negociação, o que inclui os derivativos passivos não destinados a hedge. No Santander, por exemplo, essa categoria inclui os Passivos Financeiros emitidos para gerar lucro a curto prazo resultante da oscilação de seus preços, os derivativos financeiros não considerados hedge accounting e os passivos financeiros resultantes da venda direta de ativos financeiros comprados mediante compromissos de revenda ou emprestados (“Posições vendidas”).
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
227
Os instrumentos financeiros registrados nessa categoria são reconhecidos pelo valor justo, devendo seus encargos (juros) e as atualizações ao valor justo serem contabilizados em contrapartida à conta do resultado (receitas e despesas). Os itens de passivos classificados como a valor justo por meio do resultado são insignificantes e variam entre 0,2% e 1,7%, numa média de 0,6%, dos passivos financeiros dos bancos da amostra. Passivos Financeiros mensurados pelo custo amortizado São os Passivos Financeiros que não são avaliados pelo valor justo por meio do resultado. Incluem, entre outros, recursos de instituições financeiras e de clientes, recursos de emissão de títulos de dívida e títulos de dívidas subordinadas. No Santander, esses itens correspondem a Depósitos de clientes, Depósitos do Banco Central do Brasil e de instituições de crédito, Obrigações por títulos e valores mobiliários, Dívidas subordinadas e Outros passivos financeiros. Os passivos nessa classificação são reconhecidos inicialmente ao valor justo, sendo periodicamente mensurados ao custo amortizado, com seus rendimentos apropriados no resultado como despesa de juros e rendimentos. Os itens classificados como passivos ao custo amortizado representam a quase totalidade, cerca de 99%, do passivo financeiro dos bancos da amostra.
3. Avaliação dos Instrumentos Financeiros: Valor Justo e Custo Amortizado Conforme define a norma, os instrumentos financeiros são avaliados inicialmente pelo valor justo. Nos períodos subsequentes, normalmente os instrumentos financeiros são avaliados pelo custo amortizado, exceto quando for definido que serão mensurados a valor justo, como é o caso, por exemplo, dos derivativos (não designados para hedge). Na nossa amostra, somente cerca de 20% dos ativos financeiros e menos de 1% dos passivos financeiros estão mensurados a valor justo. Como regra geral, podemos sintetizar a contabilização dos instrumentos financeiros no seguinte quadro. Instrumentos Financeiros – Resumo dos critérios de avaliação e contabilização Item Caixa e Equivalente de Caixa Investimentos mantidos até o vencimento
Forma de Avaliação
Registro dos Encargos (juros e similares)
Registro do Ajuste ao Valor Justo (mercado)
Custo Amortizado pela Taxa Interna de Retorno
Receita de Juros e similares
Não é feito
Custo amortizado
Receita de Juros e similares
Não é feito
Ativo Financeiro mensurado ao valor justo por meio do resultado (negociação imediata)
Valor justo (além do custo amortizado)
Receita de Juros e similares
Resultado - Ganhos/ (perdas) líquidos sobre ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado
Ativos Financeiros disponíveis para venda (negociação futura)
Valor justo (além do custo amortizado)
Receita de Juros e similares
PL – Ajuste ao valor de mercado
Custo amortizado
Receita de Juros e similares
Não é feito
Valor justo (além do custo amortizado)
Despesa de Juros e similares
Resultado - Ganhos/ (perdas) líquidos sobre passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado
Custo amortizado
Despesa de Juros e similares
Não é feito
Empréstimos e recebíveis
Passivo Financeiro mensurado ao valor justo por meio do resultado
Passivos Financeiros não mensurados ao valor justo Fonte: elaborado a partir da norma contábil IAS 39
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
228
Como exemplo ilustrativo, o Santander apresentou a forma de reconhecimento do valor justo em nota explicativa.
Demonstração Financeira do Santander, Nota Explicativa nº 2.d IV. Reconhecimento de variações do valor justo Como regra geral, variações no valor contábil de ativos e passivos financeiros são reconhecidas na demonstração consolidada do resultado, sendo distinguidas entre aquelas decorrentes do provisionamento de juros e ganhos similares - reconhecidas na rubrica “Receitas com juros e similares” ou “Despesas com juros e similares”, conforme apropriado - e aquelas decorrentes de outros motivos, reconhecidas por seu valor líquido na rubrica “Ganhos (perdas) com ativos e passivos financeiros (líquidos)”. Ajustes devidos a variações no valor justo decorrentes de ativos financeiros disponíveis para venda são reconhecidos temporariamente no patrimônio líquido na rubrica “Ajustes ao valor de mercado”. Itens debitados ou creditados a essa conta permanecem no patrimônio líquido consolidado do Banco até que os respectivos ativos sejam baixados, quando então são debitados à demonstração consolidada do resultado.
4. Outras classificações para fins de apresentação dos instrumentos financeiros pelos bancos Os bancos divulgam ainda as informações sobre instrumentos financeiros segregadas de outras formas, tais como por tipo de papel, por moeda, por tipo de cliente ou por data de vencimento, conforme apresentaremos a seguir. Divulgação por tipo de instrumento: de dívida ou de capital Os ativos financeiros podem representar as aplicações em títulos de dívida (governo ou empresas), títulos patrimoniais (ações) ou derivativos. Conforme detalhamento publicado pelo Banco do Brasil, podemos observar que a maioria das suas aplicações em títulos está concentrada em Títulos Públicos Federais brasileiros.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa nº 19 19 – Ativos Financeiros Disponíveis para Venda R$ Mil 31.12.2011
31.12.2010
Instrumentos de dívida
83.099.480
73.715.751
Títulos públicos federais brasileiros
48.668.492
49.055.880
Títulos emitidos por empresas não financeiras
24.057.820
16.274.941
Títulos de governos estrangeiros
3.698.359
3.733.348
Títulos públicos brasileiros emitidos no exterior
3.312.925
2.751.243
Fundos mútuos de investimento
1.674.563
1.076.153
Títulos emitidos por empresas financeiras
1.655.913
799.036
31.408
25.150
Instrumentos de capital
1.228.709
1.294.874
Ações negociáveis
1.228.709
1.294.874
84.328.189
75.010.625
Títulos estaduais e municipais
Total
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
229
Divulgação por tipo de crédito concedido Alguns bancos detalham os empréstimos a clientes por tipo de concessão de crédito, como feito pelo Banco do Brasil. Nesse banco, do total de empréstimos, 40,7% representam empréstimos e títulos descontados e 28,5%, os financiamentos, conforme nota apresentada.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa nº 21 21 – Empréstimos a Clientes R$ Mil Carteira por modalidades
31.12.2011
31.12.2010
Operações de crédito
385.603.343
325.197.425
Empréstimos e títulos descontados
167.300.341
140.456.536
Financiamentos(1)
117.292.903
103.624.088
93.207.757
77.639.333
7.801.492
3.476.494
850
974
Outros créditos com características de concessão de crédito
22.663.441
19.989.795
Operações com cartão de crédito
12.473.666
10.623.969
9.773.934
9.054.882
76.699
75.303
339.142
235.641
Financiamentos rurais e agroindustriais Financiamentos imobiliários Financiamentos de infraestrutura e desenvolvimento
Adiantamentos sobre contratos de câmbio Avais e fianças honrados Outros Operações de arrendamento mercantil
3.064.399
4.219.908
Total dos empréstimos a clientes
411.331.183
349.407.128
Provisão para perdas em empréstimos a clientes
(12.298.689)
(11.018.830)
(Provisão para operações de crédito)
(11.976.137)
(10.594.340)
(146.783)
(278.020)
(Provisão para outros créditos) (Provisão para arrendamento mercantil) Total de empréstimos a clientes, líquido da provisão para perdas
(175.769)
(146.470)
399.023.494
338.388.298
(1) Incluem valores referentes a créditos cedidos pelo Banco Votorantim S.A. no total de R$ 8.048.965 mil (R$ 5.836.304 mil em 31.12.2010), os quais não atendem aos critérios de baixa de ativos financeiros conforme a IAS 39.
O Banco do Brasil divulga ainda os empréstimos a clientes por setor de atividade, mostrando que grande parte dos seus empréstimos é concedida a empresas industriais (25%) e pessoas físicas (26%).
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa nº 21 R$ Mil Carteira por setores de atividade econômica
31.12.2011
31.12.2010
Setor Público
8.636.275
6.877.263
Setor Privado
402.694.908
342.529.865
Rural
68.088.247
57.981.535
Indústria
101.874.873
106.571.737
Comércio
63.585.046
40.544.086
3.509.904
1.174.541
108.304.921
87.729.782
Intermediários financeiros Pessoas físicas Habitação Outros Serviços
6.073.590
2.931.782
51.258.327
45.596.402
Total dos empréstimos a clientes
411.331.183
349.407.128
Provisão para perdas em empréstimos a clientes
(12.298.689)
(11.018.830)
Total de empréstimos a clientes, líquido da provisão para perdas
399.032.494
338.388.298
Divulgação por moeda O Santander publica a composição – por classificação, tipo e moeda – dos saldos da rubrica “Empréstimos e outros valores com instituições de crédito”, mostrando que grande parte dessas operações, cerca de 80%, é contratada em reais.
Demonstração Financeira do Santander, Nota Explicativa nº 5 5. Empréstimos e outros valores com instituições de crédito a) Composição A composição, por classificação, tipo e moeda, dos saldos da rubrica “Empréstimos e outros valores com instituições de crédito” nos balanços patrimoniais consolidados é a seguinte: Em milhares de Reais
2011
2010
2009
-
47.662
67.170
60.813
292.034
1.907.265
19.628.861
22.658.520
24.228.143
19.690.528
22.658.520
24.228.143
(61.667)
-
-
Empréstimos e outros valores com instituições de crédito, líquidos
19.689.674
22.998.216
26.202.578
Empréstimos e outros valores com instituições de crédito, brutos
19.751.341
22.998.216
26.202.578
7.136.037
9.110.447
9.945.047
1.039.551
599.999
6.160.397
Depósitos judiciais
6.868.943
7.316.926
6.192.292
Disponibilidade e aplicações em moeda estrangeira no exterior (2)
4.247.179
5.826.715
3.493.254
459.631
144.129
411.588
19.751.341
22.998.216
26.202.578
15.067.109
17.412.613
20.775.625
4.300.075
5.100.831
5.086.320
354.078
455.831
293.329
4.519
3.046
14.729
25.560
25.895
32.725
-
-
(150)
19.751.341
22.998.216
26.202.578
Classificação: Ativos financeiros para negociação Outros ativos financeiros ao valor justo no resultado Empréstimos e recebíveis Sendo: Empréstimos e outros valores com instituições de crédito ao custo amortizado Provisão para perdas por não recuperação (impairment) (nota 9.c)
Tipo: Depósito a prazo (2) Operações compromissadas
(1) (2)
Outras contas Total Moeda: Real Dólar norte-americano Euro Libra esterlina Outras moedas Perdas por não-recuperação Total (1)
Garantidas por instrumentos de dívida.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
231
Divulgação por tipo de papel de renda fixa emitido O Bradesco divulgou os títulos emitidos por tipo de papel, em que podemos observar que grande parte dos títulos emitidos pelos bancos é representada por Letras Financeiras.
Demonstração Financeira do Bradesco, Nota Explicativa nº 34 34) Recursos de emissão de títulos a) Composição por tipo de papel emitido e localização R$ Mil 31 de dezembro Títulos emitidos – País:
2011
2010
Letras hipotecárias
1.309.705
1.277.455
Letras de crédito imobiliário
2.143.931
776.787
Letras de agronegócio
2.538.970
1.699.710
27.101.075
7.801.246
-
743.127
33.093.681
12.298.325
Euronotes (2)
4.470.662
1.659.951
Títulos emitidos por meio de securitização – (item (b))
4.066.626
3.851.489
Subtotal
8.537.288
5.511.440
41.630.969
17.809.765
Letras financeiras Debêntures (1) Subtotal Títulos e valores mobiliários – Exterior:
Total geral
Operação vencida em maio de 2011, referente a emissões de debêntures simples não conversíveis em ações da Bradesco Leasing S.A. Arrendamento Mercantil; e (2) Emissão de títulos no mercado internacional para aplicação em operações comerciais de câmbio, pré-financiamento à exportação, financiamento à importação e financiamento de capital de giro, substancialmente, a médio e longo prazo. (1)
Divulgação por tipo de papel – Passivo – Operações Compromissadas Outro valor detalhado pelo Banco do Brasil é o saldo de obrigações por operações compromissadas, por tipo de instrumento, que mostra que essas operações estão em grande parte atreladas a Letras Financeiras emitidas pelo Tesouro.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa nº 30 30 – Obrigações por Operações Compromissadas R$ Mil 31.12.2011
31.12.2010
Carteira própria
66.505.091
56.819.226
Letras Financeiras do Tesouro
41.684.702
34.966.238
8.137.004
9.137.821
Letras do Tesouro Nacional Títulos privados
10.996.104
8.858.687
Notas do Tesouro Nacional
2.431.697
2.677.992
Outros títulos no país
2.805.225
736.193
450.359
442.295
Carteira de terceiros
128.695.556
84.080.296
Letras Financeiras do Tesouro
107.356.969
52.793.688
17.181.358
22.569.425
Outros títulos no exterior
Letras do Tesouro Nacional Notas do Tesouro Nacional Outras Carteira de livre movimentação Total
947.549
6.381.943
3.209.680
2.335.240
4.232
1.299.506
195.204.879
142.199.028
Divulgação por vencimento e prazo de exigibilidade Os bancos divulgam ainda informações sobre a maturidade dos seus ativos e passivos financeiros. O Banco do Brasil divulgou as obrigações de longo prazo por prazo de exigibilidade, mostrando que grande parte da sua exigibilidade vencerá a partir de 2017.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa nº 32 h) Obrigações de longo prazo, por prazo de exigibilidade R$ mil 31.12.2011 2012
29.406.654
2013
13.966.929
2014
11.030.958
2015
10.055.179
2016 A partir de 2017
9.145.355 48.442.315
(1)
Total (1)
122.047.390
Inclui as obrigações com vencimento indeterminado.
O Santander publicou o vencimento residual e taxas de juros média dos instrumentos financeiros, mostrando que grande parte dos empréstimos vence entre três e 12 meses da data da publicação das demonstrações.
Demonstração Financeira do Santander, Nota Explicativa nº 41 d) Vencimento residual e taxas de juros médias A composição, por vencimento, dos saldos de certos itens do balanço patrimonial consolidado é a seguinte: 31 de dezembro de 2011 - Em milhares de Reais À vista
Até 3 meses
3 a 12 meses
1 a 3 anos
3 a 5 anos
Após 5 anos
Total
Taxa Média
48.330.086
10.073.723
7.534.194
-
-
-
65.938.003
11,3%
Instrumentos de dívida
-
6.498.289
5.795.261
25.972.025
12.507.634
18.118.048
68.891.257
11,0%
Instrumentos de patrimônio
2.130.575
-
-
-
-
-
2.130.575
Empréstimos e outros valores com instituições de crédito
5.731.172
2.309.372
2.199.399
1.189.022
1.919.282
6.341.427
19.689.674
9,7%
Empréstimos e adiantamentos a clientes, bruto
10.113.580
44.546.345
59.788.958
52.036.749
19.390.744
8.308.061
194.184.437
23,7%
Total
66.305.413
63.427.729
75.317.812
79.197.796
33.817.660
32.767.536
350.833.946
18,0%
Ativo: Disponibilidades e reservas no Banco Central do Brasil
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
233
Demonstração Financeira do Santander, Nota Explicativa nº 41 - Continuação 31 de dezembro de 2011 - Em milhares de Reais À vista
Até 3 meses
3 a 12 meses
1 a 3 anos
3 a 5 anos
Após 5 anos
Total
Taxa Média
618.585
29.430.719
12.555.672
6.923.632
1.043.065
955.348
51.527.021
9,2%
Depósitos de clientes
37.035.145
40.490.745
19.044.846
56.390.445
15.123.854
6.388.857
174.473.891
9,6%
Obrigações por títulos e valores mobiliários
-
3.389.679
16.130.779
15.781.068
3.204.393
84.505
38.590.423
8,8%
Dívidas subordinadas
-
-
-
5.402.364
5.269.434
236.546
10.908.344
11,2%
176.974
15.461.434
45.819
267.780
-
-
15.952.007
18,0%
Total
37.830.704
88.772.577
47.777.115
84.765.289
24.640.746
7.665.256
291.451.687
9,5%
Diferença (ativo e passivo)
28.474.709
(25.344.848)
27.540.696
(5.567.493)
9.176.914
25.102.280
59.382.259
Passivo: Passivos financeiros ao custo amortizado Depósitos de instituições de crédito
Outros passivos financeiros
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
234
Divulgação por taxa de juros contratada Alguns bancos divulgam ainda a taxa de juros de algumas operações ativas e passivas, como é o caso do Banco do Brasil. O banco divulgou as taxas das obrigações por repasses no País, que podem ser indexadas à TJLP, TR, variação cambial ou Taxa Média Selic (TMS), conforme abaixo.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa nº 32 a) Obrigações por repasses Do País – Instituições Oficiais Programas
Taxa de Atualização
Tesouro Nacional - Crédito Rural
31.12.2011
31.12.2010
1.721.507
1.549.490
Pronaf
TMS (se disponível) ou 0,5% a.a. a 4,5% a.a. (se aplicado)
1.424.918
1.274.161
Cacau
TJLP + 0,6% a.a. ou 6,35% a.a.
103.007
47.678
5,75% a.a. a 7,25% a.a.
96.511
117.353
TR ou TR + 9% a.a.
-
41.274
-
97.071
69.024
Recoop Custeio Agropecuário Outros BNDES Banco do Brasil(1) Banco Votorantim(2)
28.978.454
26.978.427
0,6305% a.a. a 14,1% a.a. ou TJLP / var. camb. + 0,5% a.a. a 5,9% a.a.
27.227.981
24.937.764
Pré / TJLP / var. camb. + 0,9% a.a. a 10,5% a.a.
1.750.473
2.040.663
338.253
147.079
17.506.428
14.046.259
16.176.962
12.625.745
Caixa Econômica Federal Finame Banco do Brasil(3) Banco Votorantim(4)
1% a.a. a 11% a.a. ou TJLP / var. camb. + 0,5% a.a. a 5,5% a.a. TJLP / Pré + 0,3% a.a. a 11,5 % a.a.
1.329.466
1.420.514
2.446.402
8.042.770
TR
1.991.552
7.399.212
TMS (se disponível) ou 6,75% a.a. (se aplicado)
451.475
643.419
3.375
139
50.991.044
50.794.025
Outras Instituições Oficiais Suprimento Especial - Poupança Rural Funcafé Outros Total Notas:
Prazo médio da maturidade das operações com BNDES é de 34 meses. (2) Prazo médio da maturidade das operações com BNDES é de 50 meses. Prazo médio da maturidade das operações com Finame é de 75 meses. (4) Prazo médio da maturidade das operações com Finame é de 59 meses. TMS – Taxa Média SELIC divulgada pelo Banco Central do Brasil. TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo fixada pelo Conselho Monetário Nacional. TR – Taxa Referencial de juros divulgada pelo Banco Central do Brasil.
(1)
(3)
Vimos até agora as formas de segregação e apresentação dos instrumentos financeiros ativos e passivos, pelos bancos da amostra. Iremos apresentar agora a forma de evidenciação do resultado com esses instrumentos pelos bancos, inclusive com perdas com ativos financeiros (impairment). b) Itens de Receita, Ganho, Despesa e Perda relativas a Instrumentos Financeiros – Resultado e Resultado Abrangente Conforme vimos, o resultado com os instrumentos financeiros pode ser apropriado no resultado ou no resultado abrangente dos bancos, dependendo da sua classificação.
1. Componentes da Demonstração de Resultado Os valores relativos a instrumentos financeiros contabilizados no resultado são divulgados pelos bancos de forma destacada na Demonstração de Resultado. Os principais itens da DRE relativos a instrumentos financeiros em bancos são: receitas/despesas de juros, variação cambial, dividendos, ganhos/perdas com instrumentos financeiros e perdas com ativos financeiros (impairment). O quadro a seguir detalha os principais valores publicados na DRE do Bradesco, mostrando que a maior parte do resultado com instrumentos financeiros decorre das receitas e despesas de juros.
Demonstração de Resultado (DRE) do Bradesco Bradesco – Demonstração de Resultado (DRE) – Valores Referentes a Instrumentos Financeiros
Valor
% Receita
Receita de juros e similares
82.367.272
100,0%
Despesa de juros e similares
-46.755.986
-56,8%
-608.270
-0,7%
365.302
0,4%
Ganhos/(perdas) líquidos de ativos e passivos financeiros para negociação Ganhos/(perdas) líquidos de ativos financeiros disponíveis para venda Ganhos/(perdas) líquidos de operações em moeda estrangeira
2.625.813
3,2%
Perdas por redução ao valor recuperável de empréstimos e adiantamentos
-8.296.151
-10,1%
Somatório do resultado com instrumentos financeiros
29.697.980
36,1%
Fonte: extraído da Demonstração Financeira do Bradesco
O Bradesco apresentou ainda, em nota explicativa, as receitas e despesas de juros detalhadas por instrumento financeiro, mostrando que a maior parte das suas receitas de juros é advinda de operações de crédito e, as suas despesas de juros, das captações no mercado aberto.
Demonstração Financeira do Bradesco, Nota Explicativa nº 6 6) Resultado líquido de juros R$ Mil Exercícios findos em 31 de dezembro 2011
2010
2009
9.194.044
6.059.777
5.096.837
43.975.833
35.552.902
30.556.168
1.489.851
2.212.121
3.444.554
Para negociação
9.076.069
6.398.665
7.335.837
Disponíveis para venda
3.373.070
3.342.997
3.161.328
Receita de juros e similares Empréstimos e adiantamentos a instituições financeiras Empréstimos e adiantamentos a clientes: Operações de crédito Operações de arrendamento mercantil Ativos financeiros:
360.835
438.485
438.812
Cedidos em garantia
Mantidos até o vencimento
8.744.459
6.862.222
4.561.679
Depósitos compulsórios no Banco Central
6.112.337
2.869.307
534.676
Outras receitas financeiras de juros Total
40.774
35.707
35.338
82.367.272
63.772.183
55.165.229
(46.693)
(38.521)
(63.381)
(13.996.866)
(9.981.262)
(7.570.414)
(5.775.844)
(851.093)
(1.308.893)
(3.754.755)
(2.964.110
(2.449.921)
(11.198.180)
(8.329.374)
(8.962.897)
Despesa de juros e similares Recursos de instituições financeiras: Depósitos interfinanceiros Captação no mercado aberto Obrigações por empréstimos e repasses Recursos de clientes: Poupança A prazo Recursos de emissão de títulos
(2.490.536)
(730.443)
(754.943)
Dívidas subordinadas
(2.787.681)
(2.022.578)
(1.735.641)
Provisões técnicas de seguros e previdência Total Resultado líquido de juros
(6.705.431)
(6.083.511)
(5.128.627)
(46.755.986)
(31.000.892)
(27.974.717)
35.611.286
32.771.291
27.190.512
O Bradesco detalhou ainda o ganho e perda líquida de ativos financeiros, mostrando que, nos ativos financeiros para negociação, seus resultados se originam de operações com derivativos.
Demonstração Financeira do Bradesco, Notas Explicativas nº 8 e nº 9 8) Ganhos/(perdas) líquidos de ativos financeiros para negociação R$ Mil Exercícios findos em 31 de dezembro 2011
2010
2009
(1.474.926)
2.057.723
4.891.424
Títulos de renda fixa
1.432.918
163.215
1.203.970
Títulos de renda variável
(566.262)
(8.205)
(111.613)
Total
(608.270)
2.212.733
5.983.781
Instrumentos financeiros derivativos
9) Ganhos/(perdas) líquidos de ativos financeiros disponíveis para venda R$ Mil Exercícios findos em 31 de dezembro 2011
2010
2009
Títulos de renda variável
252.974
345.981
406.523
Títulos de renda fixa
(14.368)
299.235
142.515
Dividendos recebidos
126.696
109.200
208.217
Total
365.302
754.416
757.255
2. Componentes da Demonstração de Resultado Abrangente Dos itens que compõem a Demonstração de Resultado Abrangente, os principais valores relacionados a instrumentos financeiros são os ganhos/perdas do ajuste a valor justo dos ativos financeiros disponíveis para venda e do hedge de fluxo de caixa e dos investimentos líquidos do exterior. Um exemplo da evidenciação desses valores é apresentado pelo Itaú Unibanco.
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Dem. Resultado Abrangente Exercícios Findos em 31 de dezembro de 2011 e de 2010 R$ Mil Nota
2011
2010
Lucro Líquido
-
14.610
12.494
Ativos Financeiros Disponíveis para Venda
-
(226)
170
Variação de Valor Justo
-
39
434
(Ganhos)/Perdas Transferidos ao Resultado por Alienação
-
(444)
(151)
Efeito Fiscal
9
179
(113)
17
(445)
(17)
Variação de Valor Justo
8
(735)
(28)
Efeito Fiscal
-
290
11
Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
-
392
(274)
Participação no Resultado Abrangente de Investimentos em Empresas não Consolidadas - Ativos Financeiros Disponíveis para Venda
-
(189)
(166)
Total do Resultado Abrangente
-
14.142
12.207
Resultado Abrangente Atribuível à Participação dos Acionistas não Controladores
-
773
786
Resultado Abrangente Atribuível ao Acionista Controlador
-
13.369
11.421
Hedge de Fluxo de Caixa e de Investimentos Líquidos no Exterior
3. Impairment – Redução/Perda de valor recuperável de Ativos Financeiros Um ativo financeiro é considerado não recuperável quando há prova objetiva da ocorrência de eventos que ocasionem um impacto adverso sobre os fluxos de caixa futuros estimados, no caso de instrumentos de dívida (empréstimos e títulos de dívida), ou signifiquem que seu valor contábil não pode ser integralmente recuperado, no caso de instrumentos de patrimônio. Para determinar o montante das perdas de valor recuperável dos seus ativos financeiros, os bancos devem avaliar se existem evidências objetivas que indicam que ocorreu esse evento de perda. Essas evidências podem incluir dados observáveis que indicam que houve uma mudança adversa em relação aos fluxos de caixa esperados da contraparte ou a existência de uma mudança nas condições econômicas locais ou internacionais que se correlacionem com as perdas por valor recuperável. A evidência objetiva de que um ativo financeiro apresenta problemas de recuperabilidade inclui dados observáveis que são avaliados pelos bancos, principalmente em relação aos seguintes eventos de perda: I) Dificuldade financeira significativa do emissor ou devedor; II) Quebra de contrato, como, por exemplo, inadimplência ou atraso nos pagamentos de juros ou principal; III) Probabilidade significativa de que o mutuário entrará em falência ou passará por uma reorganização financeira; e IV) Desaparecimento de um mercado ativo para esse ativo financeiro, por causa de dificuldades financeiras. Todos os ativos financeiros que não são avaliados ao valor de mercado contra resultado estão sujeitos a ter seus valores recuperáveis testados, conforme detalharemos a seguir. Empréstimos a clientes Na avaliação da redução ao valor recuperável de empréstimos a clientes, os bancos verificam se existem evidências objetivas de perdas em relação a esses ativos financeiros, com o objetivo de classificá-los em operações com problemas de recuperabilidade (impairment) e sem problemas de recuperabilidade (não-impairment). O grupo de operações com problemas de recuperabilidade é avaliado de forma segmentada em função da significância das operações, gerando dois grupos distintos: (I) operações em impairment individualmente significativas, para tratamento de forma individualizada; e (II) operações em impairment individualmente não significativas, para tratamento de forma coletiva. Podemos observar que, no Itaú Unibanco, o valor da provisão das operações avaliadas coletivamente é significativamente maior do que o das avaliadas individualmente, conforme divulgado em nota explicativa.
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Nota Explicativa nº 11 Segue a composição da Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa por Tipo de avaliação da evidência objetiva de perda: 31/12/2011 Impaired
Not Impaired
Total
Carteira
PDD
Carteira
PDD
Carteira
PDD
1.033
430
92.196
328
93.229
758
10.986
6.738
137.141
6.891
148.127
13.629
Cartão de Crédito
3.083
1.918
35.878
1.907
38.961
3.825
Crédito Pessoal
3.455
2.087
31.798
3.256
35.253
5.343
Veículos
4.329
2.707
56.134
1.708
60.463
4.415
119
26
13.331
20
13.450
46
6.770
4.808
78.879
4.389
85.649
9.197
63
36
19.196
253
19.259
289
18.852
12.012
327.412
11.861
346.264
23.873
I - Operações Avaliadas Individualmente Grandes Empresas (*) II - Operações Avaliadas Coletivamente Pessoas Físicas
Crédito Imobiliário Micro / Pequenas e Médias Empresas Unidades Externas América Latina Total
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
238
Ativos financeiros disponíveis para venda Para ativos financeiros disponíveis para venda, o Banco do Brasil avalia se, a cada data de balanço, há evidência objetiva de que o valor do ativo está abaixo do seu valor recuperável. Para estabelecer se há evidência objetiva de imparidade de um ativo financeiro, o banco verifica a probabilidade de recuperação do seu valor, considerando os seguintes fatores cumulativamente: (I) duração e grandeza da redução do valor do ativo em relação ao seu valor contábil; (II) comportamento histórico do valor do ativo e experiência de recuperação do valor desses ativos; e (III) probabilidade de não recebimento do principal e dos juros dos ativos, em virtude de dificuldades relacionadas ao emissor, tais como pedido de falência ou concordata, deterioração da classificação do risco de crédito e dificuldades financeiras, relacionadas ou não às condições de mercado do setor no qual atua o emissor. No Bradesco, no caso de instrumentos de capital classificados como disponíveis para venda, uma queda relevante ou prolongada no valor justo do título abaixo de seu custo também é uma evidência de que os ativos incorrem em perda de seu valor recuperável. Se qualquer evidência desse tipo existir para ativos financeiros disponíveis para venda, o prejuízo acumulado – mensurado como a diferença entre o custo de aquisição e o valor justo atual, menos qualquer perda por redução ao valor recuperável sobre o ativo financeiro reconhecido anteriormente – será baixado do patrimônio e reconhecido na demonstração do resultado. Perdas por redução ao valor recuperável de instrumentos de capital reconhecidas na demonstração do resultado não são revertidas. O aumento no valor justo dos instrumentos de capital, após a redução ao valor recuperável, é reconhecido diretamente no patrimônio líquido – outros resultados abrangentes.
Ativos financeiros mantidos até o vencimento Havendo evidência objetiva de redução no valor recuperável de ativos financeiros mantidos até o vencimento, o banco reconhece uma perda, cujo valor corresponde à diferença entre o valor contábil do ativo e o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados. Esses ativos são apresentados líquidos de perdas por imparidade. Se, num período subsequente, o montante da perda por imparidade diminui e essa diminuição pode ser objetivamente relacionada com um evento que ocorreu após o seu reconhecimento, ela é revertida em contrapartida ao resultado do exercício. Conforme divulgado pelo Santander, ao estimar os fluxos de caixa futuros de instrumentos de dívida, os seguintes fatores são levados em conta: • Os vários tipos de riscos a que cada instrumento está sujeito; e • As circunstâncias em que previsivelmente as cobranças serão efetuadas. Vimos até agora as formas de segregação e apresentação dos instrumentos financeiros e da evidenciação do resultado com esses instrumentos. Iremos apresentar a seguir outras divulgações que detalham aspectos de instrumentos financeiros em bancos. c) Divulgações sobre instrumentos financeiros apresentadas pelos bancos Apresentamos, a partir de agora, outras divulgações relativas a cálculo do valor justo, tratamento dado aos derivativos, divulgação sobre as garantias financeiras e evidenciação sobre riscos com instrumentos financeiros.
1. Valor Justo Conforme vimos em itens anteriores, os instrumentos financeiros podem ser mensurados ao valor justo ou custo amortizado. Nas demonstrações publicadas pelos bancos em 2011, observamos que cerca de 20% dos ativos financeiros e de 1% dos passivos financeiros são valorizados a valor justo. Os bancos devem divulgar diversas informações sobre o valor justo, tais como definição de valor justo, o valor justo dos ativos e passivos financeiros, valores por nível de risco – níveis 1, 2 e 3 e política de mensuração do valor justo, com as técnicas e pressupostos, conforme veremos a seguir. a. O que é valor justo para os bancos Para o Bradesco, a determinação dos valores justos da maioria dos ativos e passivos financeiros é baseada nos preços de cotações do mercado ou cotações de preços de distribuidoras para os instrumentos financeiros negociados em mercados ativos. Para os demais instrumentos financeiros, o valor justo é determinado utilizando-se técnicas de avaliação, as quais incluem técnicas de valor presente líquido, método de fluxos de caixa descontados, comparação com instrumentos similares para os quais existam preços observáveis no mercado e modelos de avaliação. Nas situações em que não existe um preço de mercado para um determinado instrumento financeiro, o Banco do Brasil estima o seu valor justo com base em métodos de avaliação comumente utilizados nos mercados financeiros, adequados às características específicas do instrumento e que capturam os diversos riscos aos quais está exposto. Os métodos de valorização incluem: o método do fluxo de caixa descontado, comparação com instrumentos financeiros semelhantes
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
239
para os quais existe um mercado com preços observáveis, modelo de precificação de opções, modelos de crédito e outros modelos de valorização conhecidos. b. Valor justo dos Ativos e Passivos Financeiros divulgados pelos bancos Sobre a divulgação dos aspectos relacionados ao valor justo, é exigido que, para cada classe de ativo/passivo financeiro, o banco deve divulgar o seu valor justo de forma que permita ser comparado com o seu valor contábil. Segue nota divulgada pelo Banco do Brasil comparando valor justo e valor contábil.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa nº 38 38 – Valor Justo dos Instrumentos Financeiros R$ Mil 31.12.2011
31.12.2010
Valor Contábil
Valor justo
Valor Contábil
Valor justo
Caixa e depósitos bancários
10.492.143
10.492.143
9.816.675
9.816.675
Depósitos compulsórios em bancos centrais
93.689.987
93.689.987
87.055.947
87.055.947
Empréstimos a instituições financeiras
41.846.491
40.509.083
33.977.433
30.473.099
139.032.201
138.800.266
85.060.184
84.926.348
Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado
68.294.472
68.294.472
52.222.158
52.222.158
Ativos financeiros disponíveis para venda
84.328.189
84.328.189
75.010.625
75.010.625
Ativos financeiros mantidos até o vencimento
14.997.329
16.622.287
16.607.307
17.939.034
399.032.494
391.503.766
338.388.298
332.250.927
429.177.263
429.647.623
359.301.399
359.263.599
14.625.350
15.070.839
19.796.775
19.796.775
3.972.855
3.972.855
5.202.303
5.202.303
195.204.879
195.185.239
142.199.028
141.198.171
Obrigações de curto prazo
12.988.608
13.439.108
8.963.222
8.963.222
Obrigações de longo prazo
122.047.390
119.284.889
96.214.965
96.215.141
Ativos
Aplicações em operações compromissadas
Empréstimos a clientes Passivos Depósitos de clientes Valores a pagar a instituições financeiras Passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado Obrigações por operações compromissadas
c. Divulgação por nível de risco – Níveis 1, 2 e 3 Segundo a norma IFRS, as mensurações de valor justo estão classificadas e segregadas de acordo com os níveis I, II e III, definidos como: • Nível 1 – são usados preços cotados em mercados ativos para instrumentos financeiros idênticos. • Nível 2 – são usadas outras informações disponíveis, exceto aquelas do nível 1, incluindo os preços cotados em mercados não ativos ou para ativos e passivos similares, ou são usadas outras informações que estão disponíveis ou que podem ser corroboradas pelas informações observadas no mercado para suportar a avaliação dos ativos e passivos. • Nível 3 – são usadas informações que não estão disponíveis no mercado para definição do valor justo. Se o mercado para um instrumento financeiro não estiver ativo, os bancos estabelecem o valor justo usando uma técnica de valorização que considera dados internos, mas que seja consistente com as metodologias econômicas aceitas para a precificação de instrumentos financeiros. Os bancos divulgam os valores justos de seus instrumentos por nível de mensuração, conforme publicado pelo Santander, que não utiliza a mensuração do nível 3.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
240
Demonstração Financeira do Santander, Nota Explicativa nº 2.d III. Técnicas de avaliação A tabela a seguir mostra um resumo dos valores justos dos ativos e passivos financeiros nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2011, 2010 e de 2009, classificados com base nos diversos métodos de mensuração adotados pelo Banco para apurar seu valor justo: Em milhares de reais
2011 Cotações publicadas de preço em mercados ativos (Nível 1)
Modelos internos (Nível 2)
Ativos financeiros para negociação
448.210
Outros ativos financeiros ao valor justo no resultado Ativos financeiros disponíveis para venda
Total
Cotações publicadas de preço em mercados ativos (Nível 1)
Modelos internos (Nível 2)
Total
29.453.285
29.901.495
3.283.931
21.537.434
24.821.365
374.519
290.850
665.369
17.423.359
516.422
17.939.781
608.901
43.999.300
44.608.201
1.348.989
45.857.030
47.206.019
-
80.708
80.708
-
115.640
115.640
337.628
4.709.660
5.047.288
29.339
4.755.314
4.784.653
-
36.071
36.071
-
112
112
Derivativos utilizados como hedge (ativos) Passivos financeiros para negociação
2010
Derivativos utilizados como hedge (passivos)
Analisamos as formas de mensuração de valor justo utilizadas pelos bancos da amostra a partir da tabulação desses valores publicados por eles, a exemplo do apresentado anteriormente pelo Santander. Como resultado da análise, os bancos do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco utilizam na maioria das vezes a lógica do nível 1 para mensurar o valor justo, enquanto o Santander normalmente avalia seus ativos utilizando o nível 2 de mensuração, conforme podemos visualizar no gráfico a seguir.
Níveis 1, 2 e 3 de mensuração de valor justo % do total do valor justo dos instrumentos financeiros 0%
100%
1%
90% 80%
18%
40%
2% 1%
33%
Nível 3 Nível 2 Nível 1
70% 60%
98%
50%
81%
40% 30%
65%
59%
20% 10%
2%
0% Banco do Brasil
Santander
Bradesco
Itaú Unibanco
Os bancos devem divulgar, ainda, um detalhamento da movimentação do nível 3, mostrando a ocorrência de transferência entre níveis. Conforme publicado pelo Banco do Brasil, houve transferência do nível 3 para o nível 2 de avaliação do valor justo de alguns dos seus derivativos.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
241
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa nº 38 Nível 3 - Movimentação Títulos e valores mobiliários
Instrumentos Financeiros derivativos (Ativo)
Ativos financeiros disponíveis para venda
Instrumentos financeiros derivativos (Passivo)
-
208.174
126.999
231.708
165.198
-
658.756
-
40.942
-
174.215
-
Aumento/(diminuição) no ajuste a valor justo
-
-
(18.210)
-
Derivativos de crédito – diminuição no ajuste a valor justo
-
(29.095)
-
(79.667)
Saldo em 31.12.2010
206.140
179.079
941.760
152.041
Inclusão pela compra de ações de companhias fechadas
233.546
-
-
-
(165.198)
-
-
-
2.939
-
288.105
-
Resultado – marcação a mercado
-
-
76.672
-
Opções – transferência para o Nível 2
-
(5.635)
-
(56.837)
Credit linked notes – transferência para o Nível 2
-
(160.271)
-
(73.772)
Equity linked notes – transferência para o Nível 2
-
-
-
(4.658)
Derivativos de crédito – diminuição no ajuste a valor justo
-
(2.892)
-
-
Derivativos de crédito – aumento no ajuste a valor justo
-
-
-
453
Derivativos de crédito – transferência para o Nível 2
-
(9.461)
-
(944)
277.427
821
1.306.537
16.283
Saldo em 31.12.2009 Inclusão pela compra de ações de companhias fechadas Inclusão – debêntures
Baixa de ações de companhias fechadas Debêntures – aumento no ajuste a valor justo
Saldo em 31.12.2011
d. Política de mensuração de valor justo – Técnicas e Pressupostos Os bancos devem divulgar ainda, para cada classe de instrumentos financeiros, os métodos usados e, quando uma técnica de avaliação for usada, os pressupostos aplicados na determinação do valor justo de cada classe de ativo financeiro ou passivo financeiro. O Banco do Brasil divulgou as seguintes políticas.
Banco do Brasil – Políticas de mensuração de valor justo dos Instrumentos Financeiros Instrumento Financeiro
Forma de Mensuração do Valor Justo
a) Caixa e depósitos bancários
Equivalem aos ativos de alta liquidez, dessa forma o valor contábil representa substancialmente o valor justo.
b) Depósitos compulsórios em bancos centrais
Equivalem aproximadamente a seus valores justos.
c) Empréstimos a instituições financeiras e aplicações/ obrigações em operações compromissadas; Empréstimos a clientes, Depósitos de clientes
Taxas pré-fixadas: mediante o desconto dos fluxos de caixa estimados adotando taxas de juros equivalentes às taxas atuais de contratação para operações similares. Taxas pós-fixadas: os valores contábeis foram considerados aproximadamente equivalentes ao valor justo.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
242
Banco do Brasil – Políticas de mensuração de valor justo dos Instrumentos Financeiros - Continuação
d) Ativos e passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado, ativos financeiros disponíveis para venda e ativos financeiros mantidos até o vencimento
Caso não exista preço cotado em um mercado ativo disponível para um instrumento financeiro e também não seja possível identificar operações recentes com instrumento financeiro similar, o banco define o valor justo de instrumentos financeiros com base em metodologias de avaliação normalmente aceitas pelo mercado, como o método do valor presente obtido pelo fluxo de caixa descontado (a valor presente considerando as condições normais de mercado, a curva de rentabilidade e fatores de volatilidade, utilizando-se as taxas de juros disponíveis no mercado) e o modelo Black-Scholes (utilizado para avaliar as opções europeias). As fontes primárias, bases de origem das informações de mercado que proporcionam a alimentação dos modelos desenvolvidos, são: títulos públicos (Anbima/Bacen), títulos privados (BM&FBovespa, SND – Sistema Nacional de Debêntures, Anbima e Cetip) e derivativos (BM&FBovespa, Broadcast e Reuters). Como fonte alternativa, é utilizada a Bloomberg.
Fonte: Elaborada elaborado a partir do texto da nota explicativa da empresa
Os bancos devem divulgar também as técnicas e premissas usadas para avaliação dos instrumentos financeiros apresentados ao valor justo cuja mensuração foi baseada em modelos internos (nível 2), conforme publicado pelo Santander, que usou normalmente o Método do Valor Presente.
Demonstração Financeira do Santander, Nota Explicativa nº 2.d Em milhares de reais
Valores Justos e Técnicas de Avaliação dos Instrumentos Financeiros – nível 2 Valores justos calculados utilizando-se modelos internos Técnicas de avaliação
Principais premissas
67.170,00
Método do valor presente
Dados de mercado observáveis (taxas de desconto e juros)
16.472.413
12.554.035
Método do valor presente
Dados de mercado observáveis (taxas de desconto e juros)
4.154.482
5.017.359
4.950.006
-
-
Derivativos utilizados como hedge
80.708
115.640
163.425
Swaps
80.708
115.640
163.425
Método do valor presente
Dados de mercado observáveis (taxas de juros)
290.850
516.422
2.507.351
-
-
Empréstimos e outros valores com instituições de crédito
60.813
292.034
1.907.265
Método do valor presente
Dados de mercado observáveis (taxas de desconto e juros)
Empréstimos e adiantamentos a clientes
-
-
389.113
Método do valor presente
Dados de mercado observáveis (taxas de desconto e juros)
2011
2010
2009
29.453.285
21.537.434
17.571.211
-
47.662
25.298.803
ATIVO: Ativos financeiros para negociação Empréstimos e outros valores com instituições de crédito Instrumentos de dívida e Instrumentos de patrimônio Derivativos
Outros ativos financeiros ao valor justo no resultado
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
243
Demonstração Financeira do Santander, Nota Explicativa nº 2.d - Continuação 230.037
224.388
210.973
Método do valor presente
Dados de mercado observáveis (taxas de desconto e juros)
Ativos Financeiros disponíveis para venda
43.999.300
45.857.030
44.772.175
-
-
Instrumentos de dívida e Instrumentos de patrimônio
43.999.300
45.857.030
44.772.175
Método do valor presente
Dados de mercado observáveis (taxas de desconto e juros)
Passivos financeiros para negociação
4.709.660
4.755.314
4.401.709
-
-
Derivativos
Instrumentos de dívida
PASSIVO:
4.709.660
4.755.314
4.401.709
-
-
Derivativos utilizados como hedge
36.071
112
9.806
-
-
Swaps
36.071
112
9.806
Método do valor presente
Dados de mercado observáveis (taxas de desconto e juros)
-
-
1.795
Método do valor presente
Dados de mercado observáveis (taxas de desconto e juros)
Outros passivos financeiros ao valor justo no resultado
Foram as seguintes as divulgações sobre técnicas de avaliação de derivativos do Santander, mostrando que o banco utiliza, além do modelo de valor presente, o modelo Black-Scholes.
Demonstração Financeira do Santander, Nota Explicativa nº 2.d Técnicas de Mensuração a Valor Justo dos Derivativos 2011 - Efeito razoável na mudança de Premissas nos Valores Justos (1) Derivativos de negociação (líquidos)
Técnicas de avaliação
Principais premissas
Mais favorável
Menos favorável
(285.167) Método do valor presente
Dados de mercado observáveis e liquidez (taxas de câmbio e juros)
53.554
(53.554)
Opções de taxa de câmbio
167.556 Modelo Black-Scholes
Dados de mercado observáveis e liquidez (taxas de câmbio e juros)
507
(507)
Opções de taxa de juros
(347.913) Modelo Black-Scholes
Dados de mercado observáveis, liquidez e correlação (taxas de juros)
212
(212)
108.987 Método do valor presente
Dados de mercado observáveis, liquidez e correlação (taxas de juros)
-
-
(198.641) Modelo Black-Scholes
Dados de mercado observáveis, liquidez e correlação (taxas de juros)
5.334
(5.334)
Swaps
Contratos futuros de taxa de câmbio
Opção de ação
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
244
2. Derivativos e Aplicação do Hedge Accounting As operações com derivativos podem ser qualificadas para hedge accounting, fazendo parte dos instrumentos de hedge ou não, sendo assim consideradas derivativos para negociação, conforme veremos a seguir. a. Derivativos para negociação Os bancos utilizam esses instrumentos financeiros derivativos para negociação – ou seja, não qualificados para hedge accounting – para administrar exposição a riscos, principalmente de mercado, taxa de juros, moedas e crédito. Esses derivativos são registrados ao valor justo e mantidos como ativos quando o valor justo é positivo, e como passivos quando o valor justo é negativo. O Banco do Brasil, por exemplo, possui derivativos destinados a negociação, tais como swaps, contratos futuros, contratos a termo, opções e outros tipos de derivativos similares baseados na taxa de juros, na taxa de câmbio, no preço de ações e commodities e no risco de crédito. Os instrumentos financeiros derivativos detidos ou mantidos pelo banco são, essencialmente, transacionados com o propósito de negociação, sendo essas transações associadas, em sua maior parte, a acordos com seus clientes. O banco pode também tomar posições com a expectativa de lucro, levando-se em consideração variações favoráveis em preços, taxas ou índices. Os bancos informam a composição da carteira de derivativos por tipo de risco com seus valores de referência registrados como ativos ou passivos, assim como os seus respectivos valores de mercado. Apresentam ainda a composição da carteira de derivativos por prazos de vencimento de seus valores de referência.
Composição da carteira de derivativos para negociação por tipo de risco Os bancos apresentam a composição da carteira de derivativos para negociação por tipo de risco, como é o exemplo dos contratos detalhados pelo Banco do Brasil, que tem uma parcela maior de contratos futuros de venda do que de compra.
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa nº 39 a) Composição da carteira de derivativos para negociação por tipo de risco 31.12.2011
31.12.2010
Valor de Referência
Valor de Referência
Compromissos de compra
48.657.214
38.023.623
Risco de taxa de juros
31.920.368
18.304.258
Risco de moedas
9.412.815
8.508.156
Outros riscos
7.324.031
11.211.209
Compromissos de venda
56.534.961
61.710.441
Risco de taxa de juros
47.493.509
50.898.216
384.140
584.523
8.657.312
10.227.702
Contratos de futuros
Risco de moedas Outros riscos
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
245
Composição da carteira de derivativos para negociação por prazo de vencimento Por outro lado, os bancos informam ainda a composição da carteira de derivativos para negociação por prazo de vencimento, como é o caso do Itaú Unibanco, que tem a maior parte dos vencimentos (26%) no prazo de até 30 dias da data do balanço.
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Nota Explicativa nº 7 Carteira de Derivativos Ativos – Por vencimento Abaixo, composição da carteira de Instrumentos Financeiros Derivativos (Ativos e Passivos) por tipo de instrumento demonstrada pelo seu valor de custo e de mercado e por prazo de vencimento. 31/12/2011 ATIVO
Valor Justo
%
0-30 dias
Futuros
26
0,4
1
BM&FBovespa
31
0,4
1
Instituições Financeiras
(4)
0,0
-
Empresas
(1)
0,0
-
Prêmios de Opções
2.443
27,9
1.252
BM&FBovespa
1.689
19,3
1.162
Instituições Financeiras
286
3,3
45
Empresas
468
5,3
45
1.879
21,3
644
BM&FBovespa
727
8,3
461
Instituições Financeiras
80
0,9
74
Empresas
1.072
12,1
109
2.750
31,4
230
BM&FBovespa
332
3,8
13
Instituições Financeiras
259
3,0
29
Empresas
2.155
24,6
187
Pessoas Físicas
4
0,0
1
Derivativos de Crédito
399
4,6
-
Instituições Financeiras
95
1,1
-
Empresas
304
3,5
-
451
5,2
96
Instituições Financeiras
279
3,2
83
Empresas
172
2,0
13
4
0,0
-
Outros
802
9,2
54
Instituições Financeiras
778
8,9
54
Empresas
24
0,3
-
8.754
100,0
2.277
Operações a Termo
Swaps - Ajuste a Receber
Forwards
Swaps com Verificação - Empresas
Total
(*)
% por prazo de vencimento (*)
26,0%
Do total da carteira ativa de Instrumentos Financeiros Derivativos, R$ 5.949 referem-se ao circulante e R$ 2.805 ao não circulante.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
246
31-90 dias
91-180 dias
181-365 dias
366-720 dias
Acima de 720 dias
51
5
(1)
(3)
(27)
57
5
(1)
(4)
(27)
(2)
-
(2)
-
-
(4)
-
2
1
-
182
223
660
113
13
11
35
471
10
-
67
59
87
27
1
104
129
102
76
12
384
156
209
146
340
219
47
-
-
-
-
1
2
3
-
165
108
207
143
340
351
168
502
534
965
25
31
61
22
180
63
13
28
49
77
262
122
413
463
708
1
2
-
-
-
15
17
6
52
309
15
17
2
2
59
-
-
4
50
250
101
73
67
44
70
73
45
31
8
39
28
28
36
36
31
-
-
-
-
4
470
3
30
74
171
467
1
11
74
171
3
2
19
-
-
1.554
645
1.473
960
1.845
17,8%
7,4%
16,8%
11,0%
21,1%
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
247
Os bancos negociam ainda derivativos de crédito. O Itaú Unibanco compra e vende proteção de crédito predominantemente relacionada a títulos do governo brasileiro e títulos privados de empresas brasileiras, visando atender a necessidades de seus clientes. Os derivativos de crédito negociados pelo banco são normalmente os Credit Default Swaps (CDS) e Total Return Swaps (TRS), conforme apresentado na nota a seguir.
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Nota Explicativa nº 7 Derivativo de cédito por instrumento, classificação de Risco e Entidade de Referência 31/12/2011 Potencial Máximo de Pagamentos Futuros, bruto
Antes de 1 ano
De 1 a 3 anos
De 3 a 5 anos
Acima de 5 anos
Valor Justo
3.526
1.290
1.106
990
140
(101)
Por Instrumento CDS TRS
9
-
-
9
-
(9)
3.535
1.290
1.106
999
140
(110)
Grau de Investimento
3.535
1.290
1.106
999
140
(110)
Total por Risco
3.535
1.290
1.106
999
140
(110)
Entidades Privadas
3.535
1.290
1.106
999
140
(110)
Total por Entidade
3.535
1.290
1.106
999
140
(110)
Total por Instrumento Por Classificação de Risco
Por Entidade de Referência
Além dos derivativos para negociação, os bancos têm a escolha de, caso atendidas algumas exigências, designar os derivativos para hedge, o que levará a um tratamento diferenciado, conforme veremos a seguir. b. Derivativos qualificados para o hedge accounting A utilização do hedge accounting consiste em aplicar regras específicas e opcionais de contabilização das operações, que permitem eliminar ou reduzir a volatilidade dos resultados contábeis decorrentes do registro dos derivativos ao valor justo por meio do resultado. Existem três tipos de hedge accounting permitidos pelo CPC 38: hedge de valor justo, hedge de fluxo de caixa e hedge de investimento líquido no exterior. Os bancos do Brasil, Santander e Itaú Unibanco utilizam hedge accounting, enquanto o Bradesco não designa derivativos para hedge accounting, conforme mostrado na tabela a seguir.
Derivativos de hedge – Utilização pelos Bancos da Amostra Banco do Brasil
Santander
Bradesco
Itaú Unibanco
Hedge de valor justo
Sim
Sim
Não
Não
Hedge de fluxo de caixa
Não
Sim
Não
Sim
Hedge de investimento no exterior
Não
Não
Não
Sim
Fonte: elaborado a partir da análise das notas explicativas
I) Hedge de valor justo Quando aplicado o hedge de valor justo, tanto a variação do valor justo do derivativo (instrumento de hedge) como a variação do item hedgeado (que pode ser um ativo ou um passivo, por exemplo) são reconhecidas no resultado no mesmo período. Os bancos do Brasil e Santander se utilizam desse tipo de operação de hedge. O Banco do Brasil optou por utilizar o hedge de valor justo com o objetivo de se proteger de eventuais oscilações nas taxas de juros e de câmbio dos seus instrumentos financeiros. O instrumento de hedge nesse caso é um swap com o objetivo de proteger uma captação externa (passivo hedgeado) contra oscilações de taxa de juros e de variação cambial.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
248
Demonstração Financeira do Banco do Brasil, Nota Explicativa nº 39 Derivativos de hedge – Instrumentos e Objetos de Hedge R$ Mil Instrumentos de hedge
31.12.2011
31.12.2010
Ativo
10.776.038
11.705.985
Futuro
6.991.760
5.064.318
Swap
2.068.382
3.891.982
Opções
1.715.896
2.749.685
Passivo
26.580.744
39.601.301
Futuro
24.451.844
20.237.546
1.195.548
15.626.860
933.352
3.736.895
Instrumentos de hedge
31.12.2011
31.12.2010
Ativo
22.368.654
29.497.069
21.186.999
19.485.560
79.834
9.308.980
Ativos financeiros disponíveis para venda
144.370
-
Investimentos externos
360.021
345.022
Outros ativos
597.430
357.507
4.040.513
2.945.841
4.040.513
2.945.841
Teste de Efetividade
31.12.2011
31.12.2010
Ativo
33.144.692
41.203.054
Passivo
30.621.257
42.547.142
2.523.435
(1.344.088)
108,64%
96,74%
Swap Opções
Empréstimos a clientes Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado
Passivo Outros passivos
Ativo - Passivo Efetividade (80% a 125%)
II) Hedge de fluxo de caixa Já para o hedge de fluxo de caixa, a redução da variabilidade dos resultados se dá, pois ganhos ou perdas no instrumento de hedge relacionados à parte efetiva do hedge são reconhecidos diretamente no patrimônio líquido, enquanto somente os ganhos ou perdas relacionados à parte não efetiva é que são reconhecidos no resultado. Os bancos Santander e Itaú Unibanco se utilizam desse tipo de hedge. No caso do Itaú Unibanco, a operação consiste em um hedge de exposição à variação nos fluxos de caixa, em pagamentos de juros, que são atribuíveis às alterações nas taxas de juros relativas a passivos. Desta forma, corresponde a: • Hedge de depósitos a prazo e operações compromissadas: proteger as alterações no fluxo de caixa de pagamento de juros resultantes de variações no CDI; • Hedge de ações preferenciais resgatáveis: proteger a variação nos fluxos de caixa de pagamento de juros resultantes de variações na Libor; • Hedge de CDB subordinado: proteger as variações nos fluxos de caixa de pagamento de juros resultantes de variações no CDI. Essas operações do Itaú Unibanco são referentes a contratos futuros e swaps, conforme demonstrado na nota explicativa a seguir.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
249
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Nota Explicativa nº 8 Derivativos utilizados pelos bancos em Hedge de Fluxo de Caixa Os valores nas tabelas a seguir estão apresentados em milhões de reais: 31/12/2011
Derivativos utilizados em Hedge de Fluxo de Caixa
31/12/2010 Ganho ou (Perda) acumulado reconhecido em Outros Resultados Abrangentes e Hedge de Fluxo de Caixa (parcela efetiva)
Ganho ou (Perda) acumulado reconhecida em Outros Resultados Abrangentes e Hedge de Fluxo de Caixa (parcela efetiva)
Rubrica onde a parcela inefetiva é reconhecida na demostração do resultado
(282)
Ganho (Perda) líquido com ativos e passivos financeiros
(30)
Ganho (Perda) líquido com ativos e passivos financeiros
-
(20)
(312)
Ganho (Perda) líquido com ativos e passivos financeiros
1
(12)
Futuros de taxa de juros
Swap de Taxa de Juros
Total
Ganho ou (Perda) reconhecido em derivativos (parcela inefetiva)(*)
1
8
Rubrica onde a parcela inefetiva é reconhecida na demostração do resultado
Ganho (Perda) líquido com ativos e passivos financeiros
Ganho ou (Perda) reconhecido em derivativos (parcela inefetiva)(*)
1
Ganho (Perda) líquido com ativos e passivos financeiros
-
1
Em 31 Dezembro de 2011, o ganho (perda) relativo ao hedge de fluxo de caixa esperado a ser reclassificado de resultado abrangente para resultado nos próximos 12 meses é R$ 167 (R$ 1 em 31/12/2010):
(*)
O Itaú Unibanco apresentou ainda, para cada estratégia, o valor nominal, o valor justo dos derivativos, o valor contábil do item objeto de hedge e a abertura dos vencimentos desses derivativos, conforme nota explicativa a seguir.
Estratégias
31/12/2011 Derivativos
Hedge de depósitos e operações compromissadas Hedge de ações preferências resgatáveis Hedge de CDB subordinado Hedge de Investimento de Operações Líquidas no Exterior (*) Os instrumentos de hedge incluem a alíquota de overhedge de 40% referente a impostos.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
250
Objeto de Hedge
Valor Nominal
Valor Justo
Valor Contábil
19.113
(4)
19.083
737
(37)
737
87
-
118
6.886
31
4.131
31/12/2010
01/01/2010
Derivativos
Objeto de Hedge
Derivativos
Objeto de Hedge
Valor Nominal
Valor Justo
Valor Contábil
Valor Nominal
Valor Justo
Valor Contábil
9.092
(10)
9.117
-
-
-
655
(27)
655
684
(2)
684
350
-
419
350
-
382
-
-
-
-
-
-
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
251
III. Hedge de investimentos líquidos em operações no exterior Os hedges de investimentos líquidos em operações no exterior são contabilizados de forma similar ao hedge de fluxo de caixa. Ganhos ou perdas no instrumento de hedge relacionados à parte efetiva do hedge são reconhecidos diretamente no patrimônio líquido, enquanto quaisquer ganhos ou perdas relacionados à parte não efetiva são reconhecidos no resultado. O Itaú Unibanco aplica em hedge de investimento líquido de operação no exterior para proteger o risco de variação no valor do investimento, quando mensurado em real (moeda funcional da matriz), decorrente das variações nas taxas de câmbio entre a moeda funcional do investimento no exterior e o real. Foram negociadas operações utilizando contratos de Futuros DDI negociados na BM&FBovespa e contratos de Forward ou contratos de NDF (Non Deliverable Forwards) contratados por suas subsidiárias no exterior, conforme nota explicativa publicada.
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Nota Explicativa nº 8 Os valores nas tabelas a seguir estão apresentados em milhões de reais: 31/12/2011 Ganho ou (Perda) acumulado reconhecida em Outros Resultados Abrangentes e Hedge de Fluxo de Caixa (parcela efetiva)
Rubrica onde a parcela inefetiva é reconhecida na demonstração do resultado
Outro Ganho ou (Perda) reconhecido em derivativos (parcela inefetiva)
(890)
Ganho (Perda) líquido com passivos financeiros
42
Forward
120
Ganho (Perda) líquido com passivos financeiros
19
NDF (2)
335
Ganho (Perda) líquido com passivos financeiros
2
Derivativos utilizados em Hedge de Investimento Líquido no Exterior
Futuro DDI (1)
Total
(435)
63
Futuro DDI é um contrato de Futuro em que os participantes podem negociar o cupom limpo para qualquer prazo entre o primeiro vencimento do contrato futuro de cupom cambial (DDI) e um vencimento posterior; (2) NDF (Non Deliverable Forward), ou Contrato a Termo de Moeda sem Entrega Física é um derivativo operado em mercado de balcão, que tem como objeto a taxa de câmbio de uma determinada moeda. (1)
Apresentadas as divulgações das operações com derivativos, iremos apresentar as divulgações sobre garantias.
3. Garantias No tocante à divulgação sobre garantias, os bancos detalham os ativos financeiros cedidos em garantia e as garantias financeiras prestadas pelos bancos. a. Ativos financeiros cedidos em garantia Os bancos podem ter alguns dos seus ativos financeiros destinados a servir como garantia, com duas finalidades: (1) como compromissos condicionais oferecidos, que garantem que as cláusulas contratuais das operações de captações no mercado aberto (operações compromissadas) sejam cumpridas; e (2) como depósitos em garantia de passivos contingentes.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
252
No caso das operações compromissadas, no Bradesco a maioria dos ativos financeiros que lastreiam as operações com compromisso de recompra é composta por títulos públicos brasileiros, conforme nota divulgada a seguir.
Demonstração Financeira do Bradesco, Nota Explicativa nº 23 23) Ativos Financeiros Cedidos em Garantia – Captações no Mercado Aberto R$ Mil 31 de dezembro 2011
2010
Mantidos para negociação
59.224.886
14.482.843
Títulos públicos brasileiros
59.224.886
14.482.843
6.702.123
34.133.166
Títulos públicos brasileiros
3.465.119
30.737.679
Títulos emitidos por empresas não financeiras
1.913.034
2.301.906
Títulos públicos brasileiros emitidos no exterior
791.212
706.607
Títulos emitidos por empresas financeiras
532.758
386.974
Mantidos até o vencimento
292.531
809.252
Disponíveis para venda
(1)
Títulos públicos brasileiros emitidos no exterior
292.531
809.252
Empréstimos e adiantamentos a instituições financeiras
30.902.540
30.275.351
Aplicações interfinanceiras de liquidez
30.902.540
30.275.351
Total
97.122.080
79.700.612
(1)
Inclui ganhos em 2011 no valor de R$ 355.804 mil (2010 – R$ 202.618 mil) e perdas de R$ 10.593 mil (2010 – R$ 190.137 mil).
Os bancos têm ainda ativos financeiros dados em garantia dos passivos contingentes, normalmente sob a forma de depósitos. No Itaú Unibanco, esses ativos são relativos a processos de passivos contingentes e estão vinculados ou depositados, de acordo com os montantes detalhados a seguir.
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Nota Explicativa nº 31.d d) Ativos dados em garantia de contingências Os ativos dados em garantia de contingências são relativos a processos de passivos contingentes e estão vinculados ou depositados de acordo com os montantes abaixo: 31/12/2011
31/12/2010
Títulos e Valores Mobiliários (basicamente Letras Financeiras do Tesouro)
1.512
1.516
Depósitos em Garantia
3.233
3.292
b. Garantias Financeiras Prestadas Garantias financeiras são definidas como contratos pelos quais uma entidade se compromete a efetuar pagamentos específicos em nome de um terceiro se este não o fizer, independentemente das diversas formas jurídicas que possam ter, tais como garantias, créditos documentários irrevogáveis emitidos ou confirmados pela entidade, etc. Todos os bancos da nossa amostra apresentavam garantias financeiras. Para o Bradesco, essas garantias financeiras são compromissos condicionais de empréstimos emitidos para garantir o desempenho de um cliente perante um terceiro. Segundo essas garantias, geralmente o banco possui o direito de regresso contra o cliente para recuperar quaisquer valores pagos. Além disso, pode reter recursos em dinheiro ou outras garantias de liquidez elevada para garantir esses compromissos. O Bradesco registra o risco das garantias financeiras em contas de compensação, e não no balanço patrimonial consolidado. No ano de 2011, as garantias prestadas, em sua quase totalidade, são realizadas com clientes Corporate. São os seguintes os montantes que representam o risco total dos itens não registrados no balanço patrimonial por vencimento da última parcela. Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
253
Demonstração Financeira do Bradesco, Nota Explicativa nº 42 42) Itens não registrados no balanço patrimonial O quadro abaixo, demonstra os montantes que representam o risco total dos itens não registrados no balanço patrimonial (off balance), por vencimento da última parcela: 31 de dezembro
Compromissos de valores de crédito a liberar
2011
2010
130.662.726
105.215.829
48.479.357
40.765.970
1.700.341
1.465.018
180.842.424
147.446.817
Beneficiários e garantias prestadas Créditos abertos para importação Total
O Santander também fornece aos clientes do banco garantias financeiras em compromissos com terceiros. O banco registra como nota explicativa esse passivo contingente, onde é divulgado que o máximo valor potencial de pagamentos futuros representa os valores nocionais que poderiam ficar perdidos se houvesse inadimplência total das partes avalizadas. Segue nota explicativa sobre o tema.
Demonstração Financeira do Santander, Nota Explicativa nº 41.a Garantias Prestadas – Máximo valor potencial para pagamentos futuros Em milhares de Reais Máximo valor potencial de pagamentos futuros
2011
2010
2009
17.818.624
18.117.260
17.379.109
910.655
907.676
695.099
2.213.135
2.823.715
2.189.135
Outros
929.378
273.759
243.406
Outras exposições contingentes
700.160
440.702
460.621
Créditos de documentação
700.160
440.702
460.621
22.571.952
22.563.112
20.967.370
Compromissos de empréstimo resgatáveis (1)
98.552.891
93.472.343
77.789.371
Total de compromissos
98.552.891
93.472.343
77.789.371
121.124.843
116.035.455
98.756.741
Passivos contingentes Garantias e outras fianças Garantias financeiras Garantias de desempenho Cartas de crédito financeiras standby
Total de passivos contingentes Compromissos
Total (1)
Inclui os limites aprovados e não utilizados de cheque especial, cartão de crédito e outros.
Mostramos os aspectos de divulgação de valor justo, derivativos e garantias dos instrumentos financeiros, e apresentaremos agora as informações qualitativas e quantitativas sobre risco.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
254
4. Informações qualitativas e quantitativas sobre riscos Em relação a suas posições assumidas em instrumentos financeiros, os bancos incorrem em riscos de crédito, de mercado e de liquidez, conforme detalharemos a seguir. a. Risco de Crédito O risco de crédito compreende, entre outros, o risco de crédito da contraparte, o risco país, a possibilidade de ocorrência de desembolsos para honrar avais, fianças, coobrigações, compromissos de crédito ou outras operações de natureza semelhante. Para o Bradesco, o risco de crédito de contraparte, ao qual o banco está exposto, consiste na possibilidade de uma contraparte não cumprir suas obrigações, financeiras ou não, causando perdas ao banco. Esse risco pode ser observado, principalmente, em transações que envolvam instrumentos financeiros derivativos, em que a contraparte está sujeita a oscilações de mercado. O banco mantém controle sobre a posição líquida (ou seja, a diferença entre contratos de compra e venda) e potencial exposição futura das operações em que existe o risco de contraparte. Toda exposição ao risco de contraparte faz parte dos limites gerais de crédito concedidos aos clientes do banco. Normalmente, as garantias relacionadas a esse tipo de operação são os depósitos de margem, que são realizados pela contraparte na própria organização ou em outras instituições custodiantes, que também possuem seus riscos de contraparte devidamente avaliados. A exposição ao risco de crédito dos bancos é evidenciada por meio da divulgação da sua exposição máxima, da classificação do seu risco em baixo, médio e alto, e do risco ao qual cada ativo financeiro está exposto. O valor da exposição a risco de crédito dos seus ativos financeiros é uma das medidas de risco divulgadas pelos bancos, conforme pode ser visto na publicação do Bradesco. A exposição máxima ao risco de crédito do Bradesco apresenta um incremento de 19,2% em relação a 2010, conforme pode ser visto a seguir.
Demonstração Financeira do Bradesco, Nota Explicativa nº 3.1 Exposição ao risco de crédito A tabela a seguir apresenta a exposição máxima ao risco de crédito dos instrumentos financeiros: R$ Mil 31 de dezembro 2011
2010
93.777.577
80.960.127
955.912
1.650.708
72.663.890
64.715.412
Empréstimos e adiantamentos a clientes
263.521.615
225.635.918
Outros ativos financeiros
237.166.083
191.893.419
Total dos itens registrados no balanço patrimonial
668.085.077
564.855.584
Total dos itens não registrados no balanço patrimonial
180.842.424
147.446.817
Total da exposição
848.927.501
712.302.401
Caixa e disponibilidades em bancos Instrumentos financeiros derivativos Empréstimos e adiantamentos a instituições financeiras
Além disso, o Bradesco divulgou a exposição do risco de crédito de empréstimos e adiantamentos classificada nos níveis baixo (Ratings AA1-C3), médio (Rating D) e alto (Ratings E-H), tendo todo o seu risco considerado como baixo nessa categoria. O Itaú Unibanco apresenta também essa classificação, demonstrando a carteira dos demais ativos financeiros avaliados individualmente, classificados por nível de risco, mostrando que os créditos do banco estão concentrados no nível baixo. O banco divulga ainda a segregação de operações de crédito, considerando: créditos ainda não vencidos e créditos vencidos, com ou sem evento de perda, mostrando que seus créditos estão concentrados nos créditos não vencidos e sem evento de perda, conforme apresentado a seguir.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
255
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Nota Explicativa nº 3.1 6. Qualidade de Crédito dos Ativos Financeiros 6.1 A tabela abaixo apresenta a segregação de operações de crédito, considerando: créditos ainda não vencidos e créditos vencidos com ou sem evento de perda: 31/12/2011 Créditos Não Vencidos e sem Evento de Perda
Créditos Vencidos sem Evento de Perda
Créditos Vencidos com Evento de Perda
Total dos Créditos
Créditos Não Vencidos e sem Evento de Perda
Baixo
221.315
5.800
-
227.115
195.988
Médio
63.763
10.921
-
74.684
52.561
Alto
16.910
8.703
-
25.613
13.663
-
-
18.852
18.852
-
301.988
25.424
18.852
346.264
262.212
87,3%
7,3%
5,4%
100,0%
88,9%
Classificação Interna
Impairment Total %
Os bancos publicam ainda a exposição ao risco de crédito por tipo de ativo financeiro, conforme pode ser visto na publicação do Banco do Brasil.
Banco do Brasil – Risco de Crédito de cada tipo de Ativo Financeiro Ativo Financeiro
Risco de Crédito a que está exposto
Caixa e depósitos bancários e depósitos compulsórios em bancos centrais
Não apresentam risco de crédito relevante.
Empréstimos a instituições financeiras
Referem-se a aplicações em depósitos interfinanceiros e a carteiras de crédito adquiridas com coobrigação da instituição cedente, seguindo análise de risco da instituição, sendo classificados por rating interno. Essas exposições apresentam baixo risco de crédito e não apresentam créditos vencidos ou sujeitos a perda por redução do valor recuperável.
Operações compromissadas
São realizadas principalmente com o Banco Central do Brasil e com outras instituições financeiras. Os títulos e valores mobiliários utilizados como lastro dessas operações são, em regra, títulos públicos federais. Essas operações não apresentam créditos vencidos ou sujeitos a perdas por redução do valor recuperável.
Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado
Na composição do seu valor justo, já é considerado o risco de crédito da contraparte.
Disponíveis para venda
São compostos basicamente por títulos públicos, predominantemente emitidos pelo governo federal, e por títulos privados. Para os títulos públicos federais, não há risco de crédito relevante. Os títulos privados são emitidos por grandes empresas, avaliadas pelo banco segundo suas práticas de análise de risco de crédito e que foram classificadas como de baixo risco.
Mantidos até o vencimento
São compostos quase que exclusivamente por títulos públicos federais e não apresentam risco de crédito relevante.
Empréstimos a clientes
Os empréstimos a clientes estão classificados em: (I) não vencidos e não sujeitos a perdas por redução do valor recuperável; (II) vencidos e não sujeitos a perdas por redução do valor recuperável; e (III) sujeitos a perdas por redução do valor recuperável.
Fonte: elaborado a partir das Notas Explicativas do Banco do Brasil Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
256
31/12/2010
01/01/2010
Créditos Vencidos sem Evento de Perda
Créditos Vencidos com Evento de Perda
Total dos Créditos
Créditos Não Vencidos e sem Evento de Perda
Créditos Vencidos sem Evento de Perda
Créditos Vencidos com Evento de Perda
Total dos Créditos
4.346
-
200.334
142.004
9.763
-
151.767
8.053
-
60.614
57.677
3.580
-
61.257
6.348
-
20.011
12.259
5.103
-
17.362
-
13.878
13.878
-
-
14.027
14.027
18.747
13.878
294.837
211.940
18.446
14.027
244.413
6,4%
4,7%
100%
86,8%
7,5%
5,7%
100%
A concentração de devedores é um dos itens considerados importantes para avaliação do risco de crédito; quanto maior a diversificação (menor a concentração), menor o risco. O Itaú Unibanco divulgou suas operações de crédito por concentração nos maiores devedores, mostrando que 10% das suas operações de crédito estão concentradas nos 50 maiores devedores.
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Nota Explicativa nº 11 a) Composição da Carteira de Operações de Crédito e Arrendamento Mercantil Financeiro A tabela abaixo apresenta a composição dos saldos de Operações de Crédito e Arrendamento Mercantil Financeiro| por tipo, setor do devedor, vencimento e concentração: Por Concentração
31/12/2011
31/12/2010
01/01/2010
Principal Devedor
2.331
1.620
2.161
10 Maiores Devedores
13.613
11.313
10.521
20 Maiores Devedores
21.603
18.313
16.520
50 Maiores Devedores
35.504
31.831
28.126
100 Maiores Devedores
48.280
42.949
38.445
346.264
294.837
244.413
Total de Operações de Crédito e Arrendamento Mercantil Financeiro
Política de Mensuração do Risco de Crédito Os bancos adotam diferentes formas de mensuração do risco de crédito. Os principais critérios observados pelas instituições financeiras quando da classificação das operações de crédito em níveis de risco são relacionados a: (I) situação econômico-financeira do devedor; (II) grau de endividamento; (III) capacidade de geração de resultados; (IV) fluxo de caixa; (V) pontualidade e atrasos nos pagamentos; (VI) limite de crédito; (VII) natureza e finalidade da transação; características das garantias, particularmente quanto à suficiência e liquidez; e (VIII) valor da operação. No Santander, os procedimentos aplicados na identificação, mensuração, controle e diminuição da exposição ao risco de crédito são baseados em nível individual ou agrupados por semelhança. • Clientes com gestão individualizada: clientes do segmento de atacado, instituições financeiras e determinadas empresas. A gestão do risco é executada por meio de uma análise complementada por ferramentas de suporte à tomada de decisões com base em modelos de avaliação do risco interno. • Clientes com gestão padronizada: pessoas físicas e empresas não enquadradas como clientes individualizados. A gestão do risco normalmente baseia-se em modelos automatizados de tomada de decisões e de avaliação do risco interno. Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
257
Forma de Cálculo do Risco de Crédito O Itaú Unibanco leva em consideração três componentes para aferir o risco de crédito: a probabilidade de inadimplência do cliente ou contraparte (PD), o valor estimado da exposição em caso de inadimplência (EAD) e o potencial de recuperação de créditos inadimplentes (LGD). A avaliação desses componentes de risco faz parte do processo de concessão de crédito e da gestão da carteira. No Itaú Unibanco, a classificação de crédito dos clientes e grupos econômicos reflete sua probabilidade de inadimplência e constitui elemento fundamental no processo de mensuração do risco, pois é com base nela que os limites de crédito são calculados. A tabela abaixo demonstra a correspondência entre os níveis de risco atribuídos pelos modelos internos do grupo (baixo, médio, alto e impairment) e a probabilidade de inadimplência associada a cada um desses níveis.
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Nota Explicativa nº 35 a. Risco e Modelos Internos de Probabilidade de Inadimplência (PD) Classificação Interna
PD
Baixo
Menor 4,44%
Médio
Maior que 4,44% e menor ou igual a 25,95%
Alto
Maior 25,95% Operações Corporate c/PD maior a 31,84% Operações em Atraso >90 dias Operações Renegociadas com atraso superior a 60 dias.
Impairment
Mitigação de Risco de Crédito – Garantias Recebidas O Itaú Unibanco utiliza ainda garantias para reduzir a ocorrência de perdas em operações que apresentam risco de crédito. Desse modo, as garantias são utilizadas com o fim de melhorar o potencial de recuperação do crédito em caso de inadimplência; e não para reduzir o valor da exposição de clientes ou contrapartes. Podemos observar que o banco está, na grande maioria dos casos, com operações de crédito com excesso de garantia de ativos, conforme nota a seguir.
Demonstração Financeira do Itaú Unibanco, Nota Explicativa nº 6 6.1.3 Garantias de operações de crédito 31/12/2011 (I)
Ativos com excesso de garantia
Ativos com insuficiência de garantia (II)
Valor contábil do ativo
Valor justo da garantia
Valor contábil do ativo
Valor justo da garantia
Valor contábil do ativo
75.802
152.646
30
19
70.111
1.136
2.735
25
15
85
Veículos
61.274
88.881
5
4
62.910
Crédito imobiliário
13.392
61.030
-
-
7.116
146.817
269.179
30.373
12.504
120.279
-
-
19.259
13.497
-
222.619
421.825
49.662
26.020
190.390
Efeito financeiro da garantia Crédito a pessoa física Empréstimo pessoal
Crédito a pessoa jurídica Argentina/Chile/Uruguai/Paraguai Total de garantias, empréstimos e adiantamentos a clientes
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
258
Ativos com excesso de garantia (I)
31/12/2010
01/01/2010
Ativos com insuficiência de garantia
Ativos com insuficiência de garantia
(II)
(I)
Ativos com excesso de garantia
(II)
Valor justo da garantia
Valor contábil do ativo
Valor justo da garantia
Valor contábil do ativo
Valor justo da garantia
Valor contábil do ativo
Valor justo da garantia
98.605
12
10
54.425
67.384
2
1
303
12
10
258
568
2
1
79.866
-
-
50.152
56.268
-
-
18.436
-
-
4.015
10.548
-
-
246.473
6.774
5.018
108.538
232.544
5.819
3.011
-
13.509
12.479
-
-
11.015
8.523
345.078
20.295
17.507
162.963
299.928
16.836
11.535
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
259
b. Risco de Mercado O risco de mercado reflete a possibilidade de perdas que podem ser ocasionadas por mudanças no comportamento das taxas de juros, de câmbio, dos preços das ações e dos preços de commodities. No Itaú Unibanco, as exposições a risco de mercado dos diversos instrumentos financeiros, inclusive derivativos, são decompostas em fatores de risco. Um fator de risco refere-se a um parâmetro de mercado cuja variação acarreta impactos no resultado, sendo os principais grupos de fatores de risco mensurados pelo banco: • Taxas de Juros: risco de perda das operações sujeitas a variações nas taxas de juros, abrangendo: • Taxas de juros prefixadas denominadas em real; • Taxas dos cupons de taxas de juros; • Cupons Cambiais: risco de perda das posições em operações sujeitas às taxas dos cupons de moedas estrangeiras; • Moedas Estrangeiras: risco de perda das posições em moeda estrangeira, em operações sujeitas à variação cambial; • Índices de Preços: risco de perda das operações sujeitas às variações nas taxas dos cupons de índices de preços; • Ações: risco de perda das operações sujeitas à variação do preço de ações. Ainda no Itaú Unibanco, as análises do risco de mercado são realizadas com base nas seguintes métricas: • Valor em Risco Estatístico (VaR – Value at Risk): medida estatística que quantifica a perda econômica potencial máxima esperada em condições normais de mercado, considerando horizonte de tempo e intervalo de confiança definidos. Aplicado a grupo de fatores de risco; • Perdas em Cenários de Estresse (Teste de Estresse): técnica de simulação para avaliação do comportamento dos ativos e passivos da carteira quando diversos fatores de risco são levados a situações extremas de mercado (baseadas em cenários prospectivos); • Alerta de Stop Loss: Perdas efetivas somadas ao prejuízo máximo potencial em cenários otimistas e pessimistas; • Resultado a Realizar (RaR): avaliação da diferença entre valor com os juros apropriados e valor de mercado em determinada data, em cenário normal e em cenários estressados, refletindo assimetrias contábeis e expectativas de realização de resultado. É uma das medidas de risco utilizadas para avaliar gerencialmente o risco da carteira de não negociação. • Resultado em Risco (EaR): medida que quantifica o impacto no resultado do balanço em situações adversas de mudança de taxa de juros. Adicionalmente às medidas de risco acima mencionadas, são analisadas medidas de sensibilidade e de controle de perdas. Entre elas, incluem-se: • Análise de Descasamentos (gaps): exposição acumulada, por fator de risco, dos fluxos de caixa expressos a valor de mercado, alocados nas datas de vencimento; • Sensibilidade (DV01 – Discount Value): impacto no valor de mercado dos fluxos de caixa quando submetidos a um aumento de 1 ponto-base a.a. nas curvas futuras de juros. Aplicado a fatores de risco; • Sensibilidades aos Diversos Fatores de Riscos (Gregas): derivadas parciais de uma carteira de opções em relação ao preço do ativo-objeto, volatilidade implícita, taxa de juros e ao tempo; • Perda Máxima (Stop Loss): máxima perda que um dado portfólio classificado na carteira de negociação está autorizado a atingir. c. Risco de Liquidez O risco de liquidez representa a ocorrência de desequilíbrios entre ativos negociáveis e passivos exigíveis – descasamentos entre pagamentos e recebimentos – que possam afetar a capacidade de pagamento da instituição, levando-se em consideração as diferentes moedas e prazos de liquidação de seus direitos e obrigações. Para fins de gestão de riscos, a liquidez é avaliada em valores monetários segundo composição de ativos e passivos estabelecida pelo gestor da liquidez. Esse risco assume duas formas: risco de liquidez de mercado e risco de liquidez de fluxo de caixa. O primeiro corresponde à possibilidade de perda decorrente da incapacidade de realizar uma transação em tempo razoável e sem perda significativa de valor. O segundo está associado à possibilidade de falta de recursos para honrar os compromissos assumidos em função do descasamento entre os pagamentos e recebimentos. No Santander, as medidas utilizadas para controlar o risco de liquidez na gestão de balanço são o gap de liquidez, os índices de liquidez, os cenários de estresse e os planos de contingência. São efetuados ajustes estatísticos que permitem incorporar de forma rápida e eficiente os acontecimentos mais recentes que condicionam os níveis de riscos assumidos, elaborando três tipos de gap de liquidez.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
260
1- Gap de liquidez contratual: o gap de liquidez contratual demonstra os fluxos de vencimentos contratuais de forma consolidada dos principais produtos do banco e os descasamentos existentes. Informa também a liquidez disponível a um dia e o consumo ou incremento da liquidez no período. 2- Gap de liquidez operacional: acompanhamento e gestão do caixa realizados diariamente, levando-se em consideração a situação de mercado, vencimentos e renovações de ativos e passivos, necessidade de curto prazo de liquidez e eventos específicos. 3- Gap de liquidez projetado: com base no gap de liquidez contratual, novos fluxos de vencimentos são projetados levando-se em consideração o plano orçamentário do banco. Complementarmente à análise do gap de liquidez, também é elaborado um modelo da liquidez estrutural, cujo objetivo é avaliar o perfil da estrutura das fontes e dos usos dos recursos do banco e que inclui também estudos de índices de liquidez. Os principais índices de liquidez analisados são: • Depósitos/Operações de Crédito – medem a capacidade da instituição de financiar operações de crédito com funding mais estáveis e de menor custo. • Passivos Estáveis/Ativos Permanentes – medem a relação entre o Capital + Outros Passivos Estáveis e os Investimentos + Outros Ativos Permanentes. • Funding de Mercado/Ativos Totais – mede o percentual dos ativos do banco que estão sendo financiados com funding pouco estáveis e de maior custo. • Funding de Mercado de Curto Prazo/Funding de Mercado – mede o percentual de perda provável de liquidez de curto prazo (<90 dias) sobre o total de funding pouco estáveis. • Ativos Líquidos/Funding de Mercado de Curto Prazo – medem a relação de comprometimento dos ativos de liquidez imediata e a perda provável de liquidez de curto prazo (<90 dias). É aplicada ainda uma análise de cenário/plano de contingência em que o Teste de Estresse avalia a estrutura financeira da instituição e sua capacidade de resistir e reagir a situações mais extremas. A gestão da liquidez requer a análise dos cenários financeiros, pela qual são avaliados possíveis problemas com a liquidez – para tanto são necessários a construção e o estudo de cenários em situações de crises. O modelo utilizado para essa análise é o Teste de Estresse. O objetivo do Teste de Estresse para liquidez é permitir a simulação de condições adversas de mercado, possibilitando a avaliação dos impactos na liquidez e na capacidade de pagamentos da instituição. Dessa forma, procura-se antecipar as soluções ou mesmo evitar posições que prejudiquem excessivamente a liquidez em cenários conturbados. A partir da análise dos modelos de estresse, definiu-se o conceito de liquidez mínima, que é aquela suficiente para suportar as perdas de liquidez de até 90% por 90 dias em todos os cenários de crises simuladas. Com base nos resultados obtidos no Teste de Estresse, o Santander elabora o Plano de Contingência de Liquidez, que se constitui em um conjunto formal de ações preventivas e corretivas a serem acionadas em momentos de crise de liquidez.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
261
// CPCs 38, 39 e 40
Instrumentos Financeiros (IAS 32, IAS 39 e IFRS 7) – Empresas não Financeiras
Nesta seção, analisamos o impacto das exigências presentes nas normas de Instrumentos Financeiros (CPC 38, 39 e 40) nas demonstrações consolidadas publicadas em 2011 pelas 56 empresas não financeiras da nossa amostra. Essas são consideradas não apenas as mais controversas entre as diversas normas IFRS, mas, igualmente, as mais difíceis para interpretação e aplicação. Em razão disso, as divulgações referentes aos instrumentos financeiros apresentaram um alto grau de heterogeneidade entre as empresas analisadas. Os aspectos sobre instrumentos financeiros considerados nas nossas análises foram: a) Segregação, Definição e Avaliação dos Instrumentos Financeiros b) Itens de Receita, Ganho, Despesa e Perda relativos a Instrumentos Financeiros – Resultado e Resultado Abrangente c) Divulgações sobre Instrumentos Financeiros apresentadas pelas empresas c.1. Valor justo c.2. Derivativos e aplicação do Hedge Accounting c.3. Estimativas contábeis críticas c.4. Cláusulas restritivas (covenants) c.5. Garantias c.6. Informações qualitativas e quantitativas sobre riscos
a) Segregação, Definição e Avaliação dos Instrumentos Financeiros De acordo com o CPC 40 – Instrumentos Financeiros: Divulgação, o objetivo da evidenciação é permitir que o usuário da demonstração contábil seja suprido com informações que permitam uma avaliação de dois pontos fundamentais: I) a significância dos instrumentos financeiros para a posição patrimonial, financeira e para o desempenho da entidade; e II) a natureza e a extensão dos riscos resultantes de instrumentos financeiros a que a empresa está exposta, e como a entidade administra esses riscos. Para que esse objetivo seja atendido, a empresa deverá apresentar diversas informações acerca de suas operações com instrumentos financeiros, incluindo os derivativos. Uma das informações consideradas mais importantes é justamente a segregação de tais instrumentos. Sobre esse aspecto, o CPC 40 sugere que os instrumentos financeiros devem ser segregados em seis categorias: 1. Ativos financeiros pelo valor justo por meio do resultado; 2. Investimentos mantidos até o vencimento; 3. Empréstimos e recebíveis; 4. Ativos financeiros disponíveis para venda; 5. Passivos financeiros mensurados pelo custo amortizado; e 6. Passivos financeiros pelo valor justo por meio do resultado; Contudo, a referida norma internacional, no seu guia de aplicação, igualmente permite que tais instrumentos sejam segregados por base de mensuração, isto é, segregados em duas categorias: custo amortizado ou valor justo. Portanto, quando uma empresa apresenta a segregação por categoria, está fazendo uma divulgação mais completa. Já quando ela segrega os instrumentos financeiros apenas por base de mensuração, está apenas atendendo ao mínimo exigido.
Ativos Financeiros Nossas análises evidenciaram que a quantidade de empresas que aplicam a segregação por categoria é maior, mais especificamente, 64% das empresas analisadas. Entretanto, é importante ressaltar que 9% das empresas não efetuaram uma segregação formal no que diz respeito aos instrumentos financeiros, conforme gráfico a seguir.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
263
Segregado dos ativos financeiros 9%
34% a) Segrega por categoria
25%
b) Segrega por base de mensuração c) Segrega por categoria e por base de mensuração d) Não segrega
32%
Note-se que 25% das empresas analisadas apresentaram seus instrumentos financeiros segregados tanto por categoria quanto por base de mensuração, como é o caso da Ambev.
Demonstração Financeira da Ambev, Nota Explicativa nº 2 2) Instrumentos financeiros A administração desses instrumentos é efetuada por estratégias operacionais e controles internos visando assegurar liquidez, rentabilidade e segurança. A contratação de instrumentos financeiros com o objetivo de proteção é feita pela análise periódica da exposição ao risco que a Administração pretende cobrir (câmbio, taxa de juros etc). Todas as operações com instrumentos financeiros, segregadas por categoria, estão reconhecidas nas demonstrações contábeis da Companhia, conforme o quadro abaixo: Controladora
Empréstimos e recebíveís
Ativos mensurados ao valor justo por meio do resultado
Derivativos usados para hedge
Mantidos até o vencimento
Disponível para venda
Total
2.562.911
-
-
-
-
2.562.911
Aplicações financeiras
-
192.482
-
55.855
-
248.337
Contas a receber de clientes e demais contas a receber excluindo
-
-
-
-
-
-
Pagamentos antecipados e impostos a recuperar
1.632.507
-
-
-
-
1.632.507
Instrumentos financeiros derivativos
-
71.914
148.113
-
-
220.027
Ativos mantidos para venda
-
-
-
-
400
400
4.195.418
264.396
148.l13
55.855
400
4.664.182
31 de dezembro de 2011
Ativos, conforme o balanço patrimonial Caixa e equivalentes de caixa
Total
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
264
Demonstração Financeira da Ambev, Nota Explicativa nº 2 - Continuação Controladora
Empréstimos e recebíveís
Ativos mensurados ao valor justo por meio do resultado
Derivativos usados para hedge
Mantidos até o vencimento
Disponível para venda
Total
8.076.241
-
-
-
-
8.076.241
Aplicações financeiras
-
193.385
-
76.255
165.851
435.491
Contas a receber de clientes e demais contas a receber excluindo
-
-
-
-
-
-
pagamentos antecipados e impostos a recuperar
2.921.972
-
-
-
-
2.921.972
Instrumentos financeiros derivativos
-
166.435
346.897
-
-
513.332
Ativos mantidos para venda
-
-
-
-
400
400
10.998.213
359.820
346.897
76.255
166.251
11.947.436
31 de dezembro de 2011
Ativos, conforme o balanço patrimonial Caixa e equivalentes de caixa
Total
Ainda sobre a segregação dos instrumentos financeiros, nossas análises evidenciaram que algumas empresas apenas mencionaram as referidas classificações na nota de políticas contábeis, mas não apresentaram um quadro com as referidas segregações, conciliando os valores por categoria ou base de mensuração com os valores apresentados no Balanço Patrimonial, conforme realizado pela Ambev. Nesse sentido, ressaltamos que existem oportunidades de melhoria no que diz respeito à forma e ao conteúdo de apresentação da segregação de instrumentos financeiros pelas empresas. No que diz respeito à significância dos ativos financeiros na situação econômico-financeira das empresas, o percentual desses itens sobre o total do ativo das companhias corresponde em média a 21% dos ativos totais. Entre os ativos financeiros, o grupo com maior representatividade é o dos Empréstimos e Recebíveis, que representa 47% desses ativos. Desta forma, dos ativos financeiros, teremos a seguinte composição por tipo de ativo.
Ativos financeiros por categoria 3,8% 4,7%
0,7 32,7%
10,9%
Caixa e equivalentes Empréstimos e Recebíveis Avaliados ao valor justo por meio do resultado Disponíveis para venda Mantidos até o vencimento Outros
47,3%
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
265
A seguir será analisado cada tipo de ativo financeiro.
Caixa e equivalentes de caixa As normas internacionais definem os equivalentes de caixa como aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. Uma primeira análise feita foi a de que 25% das empresas não classificam caixa e equivalente como instrumentos financeiros. Nossas análises evidenciaram ainda que, das empresas que consideraram esse item como instrumento financeiro, elas classificaram o caixa e equivalentes de caixa de maneira bastante heterogênea. A maior parte das companhias os classificou como empréstimos e recebíveis, conforme pode ser visto no gráfico a seguir.
Classificação de caixa e equivalente de caixa 14% 3%
Empréstimos recebíveis Classificou com base na mensuração Ativos avaliados ao valor justo por meio do resultado Disponível para venda
45%
19%
Sem classificação
19%
Empréstimos e recebíveis No grupo de empréstimos e recebíveis são classificados os ativos financeiros que possuem pagamentos fixos e determináveis e que não estejam cotados em mercados ativos. Devem também ser excluídos desses grupos os derivativos, além daqueles que a empresa tenha a intenção de negociar no curto prazo. Para a grande maioria das empresas de nossa amostra, tais valores correspondem basicamente a clientes e outras contas a receber. De acordo com o CPC 38, os empréstimos e recebíveis devem ser mensurados pelo custo amortizado, com base na taxa efetiva de juros. Nesse sentido, as contas de empréstimos e recebíveis devem ser igualmente ajustadas a valor presente, no caso de compras de longo prazo. Uma informação importante acerca desses ativos financeiros diz respeito à probabilidade de não recebimento, tendo em vista que boa parte dos usuários da informação contábil tem particular interesse em avaliar o risco de crédito dos recebíveis da empresa. Sobre esse aspecto, a Usiminas apresenta uma divulgação bastante completa, segregando seus recebíveis por meio de classificações externas de crédito.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
266
Demonstração Financeira da Usiminas, Nota Explicativa nº 8 8. Qualidade do crédito dos ativos financeiros A qualidade do crédito dos ativos financeiros que não estão vencidos ou impaired é avaliada mediante referência às classificações externas de crédito (se houver) ou às informações históricas sobre os índices de inadimplência das contrapartes: Controladora Contas a receber de clientes
Consolidado
31/12/2011
31/12/2010
31/12/2011
31/12/2010
12.960
84.170
12.960
220.072
Contrapartes com classificação externa de crédito AAA a AA BBB a B
37.051
189.052
126.704
189.052
50.011
273.222
139.664
409.124
Grupo 1
10.205
3.462
39.660
3.462
Grupo 2
593.408
1.035.647
733.419
1.302.858
Contrapartes sem classificação externa de crédito
Grupo 3
129.896
19.683
341.692
19.683
733.509
1.058.792
1.114.771
1.326.003
783.520
1.332.014
1.254.435
1.735.127
• Grupo 1 - novos clientes/partes relacionadas (menos de 6 meses). • Grupo 2 - clientes/partes relacionadas existentes (mais de 6 meses) sem inadimplência no passado ou inadimplência até 90 dias. • Grupo 3 - clientes/partes relacionadas existentes (mais de 6 meses) com inadimplência no passado acima de 90 dias. Todas as inadimplências foram totalmente recuperadas.
Já a Braskem igualmente divulga a qualidade de seus recebíveis. Contudo, a referida empresa utiliza uma escala própria, haja vista que grande parte dos clientes da empresa não possui rating externo.
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa nº 21.3 21.3 Qualidade do crédito dos ativos financeiros a) Contas a receber de clientes Praticamente todos os clientes da Braskem não possuem classificação de risco concedida por agências avaliadoras. Por essa razão, a Braskem desenvolveu um sistema próprio que gera a classificação de risco para a totalidade dos títulos a receber de clientes nacionais e parte dos títulos de clientes no exterior. A Braskem não aplica essa avaliação para todos os clientes do exterior porque grande parte dos títulos a receber está garantida por apólice de seguro ou cartas de crédito emitidas por bancos. Em 31 de dezembro de 2011, a classificação do risco está demonstrada a seguir: Percentual (%) 1 Risco Mínimo
24,09
2 Risco Baixo
33,04
3 Risco Médio
30,25
4 Risco Alto 5 Risco Muito Alto (*)
4,24 (*)
8,38
A maioria dos clientes nesta faixa está inativa e os respectivos títulos estão em fase de cobrança judicial. Os clientes desta faixa que ainda estão
ativos compram da Braskem com pagamento antecipado.
Indicadores de inadimplência (*): • Dez/2009: 0,25% • Dez/2010: 0,13% • Dez/2011: 0,18% (*)
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012 Indicador de inadimplência = total dos títulos inadimplentes emitidos nos últimos 12 meses/total do faturamento dos últimos 12 meses.
267
Ativos financeiros mantidos até o vencimento Pode-se dizer que as exigências presentes no CPC 38 são bem rigorosas no que diz respeito à classificação de títulos e valores mobiliários como ativos financeiros mantidos até o vencimento. Isso porque, de acordo com a referida norma internacional, a empresa deve ter tanto a intenção positiva quanto a capacidade de manter o instrumento até o vencimento. Além disso, caso a entidade tenha, nos dois exercícios passados, reclassificado parte significativa dos ativos financeiros desse grupo para outro sem uma justificativa plausível, ela ficará impossibilitada de fazer novas classificações nesse grupo. O objetivo da norma internacional com essas exigências foi justamente restringir a capacidade das empresas de gerenciar seus resultados por meio de reclassificações voluntárias de um grupo para outro. Isso porque as bases de mensuração e os respectivos efeitos no resultado são distintos, dependendo do tipo de classificação feita pela entidade. Essas rigorosas exigências talvez expliquem a baixa representatividade desse grupo no total de ativos financeiros das entidades analisadas, cerca de 4% do ativo financeiro.
Ativos financeiros mensurados pelo valor justo por meio do resultado O grupo dos ativos financeiros mensurados pelo valor justo por meio do resultado é formado basicamente pelos ativos mantidos para negociação e pelos designados pelo valor justo por meio do resultado (fair value option). Como o próprio nome já diz, a base de mensuração de tais ativos é o valor justo, sendo suas variações reconhecidas no resultado do exercício. A divulgação dos itens que compõem os ativos financeiros mensurados pelo valor justo por meio do resultado é de suma importância para o usuário das informações contábeis interessado em avaliar as políticas de tesouraria da empresa. Sobre esse aspecto, a Embraer apresentou um quadro comparativo contendo a composição dos itens classificados nesse grupo, entre outras informações.
Demonstração Financeira da Embraer, Nota Explicativa nº 5 – Instrumentos financeiros ativos por categoria II) Consolidado 2011
Nota
Empréstimos e recebíveis
Ativos mensurados ao valor justo por meio do resultado
Caixa e equivalentes de caixa
6
-
2.532.671
-
-
-
2.532.671
Instrumentos financeiros ativos
7
-
1.403.301
15.620
97.274
-
1.516.195
10
914.689
-
-
-
-
914.689
Contas a receber de clientes, líquidas
8
949.187
-
-
-
-
949.187
Financiamento a clientes
9
191.875
-
-
-
-
191.875
39
-
53.994
-
-
-
53.994
-
-
-
-
-
4.041
4.041
2.055.751
3.989.966
15.620
97.274
4.041
6.162.652
Contas a receber vinculadas
Instrumentos financeiros derivativos Instrumentos financeiros derivativos - hedge valor justo
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
268
Disponível para venda
Investimentos mantidos até o vencimento
Hedge accounting
Total
Demonstração Financeira da Embraer, Nota Explicativa nº 5 – Instrumentos financeiros ativos por categoria - Continuação b) Risco de crédito dos Instrumentos Financeiros Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Caixa e equivalentes de caixa
1.609.030
1.668.509
2.532.671
2.321.199
Instrumentos financeiros ativos
1.250.803
729.596
1.516.195
1.308.986
Total
2.859.833
2.398.105
4.048.866
3.630.185
2.518.758
2.054.348
3.508.324
3.041.609
A
170.405
213.440
236.355
388.323
BBB
160.646
130.317
293.488
200.253
Total
10.024
-
10.699
-
2.859.833
2.398.105
4.048.866
3.630.185
Contraparte com avaliação externa: AAA AA
Ativos financeiros disponíveis para a venda De maneira simplificada, o fator determinante para a classificação de um ativo financeiro, conforme o CPC 38, é a intenção da empresa. Por isso, a norma define a separação entre os que são mantidos para negociação e os mantidos até o vencimento. Nesse contexto, caso a entidade, no reconhecimento inicial, não tenha certeza se pretende negociar imediatamente o instrumento ou mantê-lo até o vencimento, ela deverá classificá-lo no grupo do disponível para a venda. De acordo com as normas internacionais, a variação no valor justo desses instrumentos deverá ser reconhecida no patrimônio líquido, numa conta de outros resultados abrangentes comumente denominada de ajustes de avaliação patrimonial. Já no momento da liquidação do instrumento, a parcela reconhecida nessa conta deverá ser transferida para o resultado. A Cia. Siderúrgica Nacional divulgou em nota explicativa o que representam os seus ativos financeiros disponíveis para venda, entre outras informações.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
269
Demonstração Financeira da Cia. Siderúrgica Nacional, Nota Explicativa nº 15 O quadro abaixo apresenta os instrumentos financeiros registrados pelo valor justo, utilizando um método de avaliação: 31/12/2011 Consolidado
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Saldos
Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado
-
-
-
-
Instrumentos financeiros derivativos
-
55.115
-
55.115
-
-
-
-
2.089.309
-
-
2.089.309
-
376.344
-
376.344
Ativo Circulante
Não Circulante Ativos financeiros disponíveis para venda Investimentos Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado Instrumentos financeiros derivativos Passivo Circulante Passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado
-
-
-
-
Instrumentos financeiros derivativos
-
2.971
-
2.971
Não Circulante Passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado
-
-
-
-
Instrumentos financeiros derivativos
-
373.430
-
373.430
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
270
II – Investimentos em títulos classificados como disponíveis para venda e mensurados pelo valor justo por meio dos outros resultados abrangentes 31/12/2012 Nível 1
Nível 2
Nível 3
Saldos
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
2.102.112
-
-
2.102.112
-
254.231
-
254.231
-
-
-
-
-
116.407
-
116.407
-
-
-
-
-
254.494
-
254.494
Consistem, principalmente, em investimentos em ações adquiridas no Brasil e no exterior de empresas de primeira linha classificadas pelas agências internacionais de rating com grau de risco “grau de investimento”, às quais estão registrados no ativo não circulante e os ganhos e eventuais perdas são registrados no patrimônio líquido, onde permanecerão até a efetiva realização dos títulos, ou quando uma eventual perda for considerada irrecuperável.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
271
Passivos financeiros Assim como com os ativos financeiros, buscamos analisar a influência dos passivos financeiros na situação econômicofinanceira das empresas calculando o percentual desses itens sobre o total do lado direito do balanço, passivo e patrimônio líquido. Analisando os passivos financeiros, esses representem 64% do total de passivos das empresas. Dos passivos financeiros, os mais representativos são os Empréstimos e Financiamentos, que representam 69% dos valores. Temos, assim, a seguinte composição por categoria de passivo financeiro.
Passivos financeiros por categoria 11,3% 6,8%
12%
0,9%
Fornecedores Empréstimos e financiamentos Debêntures Derivativos Outros
69%
A seguir, apresentamos as análises referentes a cada grupo de passivo financeiro.
Passivos financeiros mensurados pelo custo amortizado: Fornecedores, Empréstimos e Financiamentos e Títulos de Dívida (Debêntures) Fornecedores As contas relacionadas aos fornecedores da empresa, apesar de terem relação direta com as operações da empresa, são classificadas no grupo dos passivos financeiros, de acordo com as normas internacionais, e representam cerca de 12% dos passivos financeiros das empresas da amostra. Sua base de mensuração é o custo amortizado, que deve ser calculado utilizando-se o método da taxa efetiva de juros. Nesse sentido, as contas de fornecedores devem ser igualmente ajustadas a valor presente, no caso de compras de longo prazo. Segue nota explicativa da Braskem sobre esse item.
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa nº 2.16 2.16 Contas a pagar a fornecedores As contas a pagar aos fornecedores são obrigações a pagar por bens ou serviços que foram adquiridos no curso normal dos negócios e são registradas pelo valor faturado. Quando aplicável, são registradas a valor presente, transação a transação, com base em taxas de juros que refletem o prazo, a moeda e o risco de cada transação. A Companhia calcula o ajuste a valor presente (“AVP”) para as compras com prazo superior a 180 dias e contabiliza como despesa financeira. A tabela a seguir demonstra os passivos financeiros da Braskem por faixas de vencimento, correspondentes ao período remanescente no balanço patrimonial até a data contratual do vencimento. Esses valores são calculados a partir de fluxos de caixa não descontados e podem não ser conciliados com os valores do balanço patrimonial.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
272
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa nº 2.16 - Continuação Consolidado Nota
Até um ano (I)
Entre um e dois anos (I)
Entre dois e cinco anos (I)
Acima de cinco anos (I)
Total
Fornecedores
-
6.847.340
-
-
-
6.847.340
Financiamentos
-
2.237.316
-
-
-
2.237.316
Hedge accounting
21.2.1
9.031
-
-
-
9.031
Derivativos
21.2.1
74.361
-
-
-
74.361
-
-
2.068.506
5.965.642
19.688.279
27.722.427
20
-
-
-
19.102
-
21.2.1
-
7.748
2.530
-
10.278
-
9.168.048
2.076.254
5.968.172
19.707.381
36.900.753
Circulante
Não circulante Financiamentos Debêntures Hedge accounting Em 31 de dezembro de 2011 (I)
As faixas de vencimento apresentadas são baseadas nos contratos firmados.
Empréstimos e financiamentos Conforme nossas análises acerca da composição dos passivos financeiros, o grupo dos empréstimos e financiamentos representa cerca de 69% dos passivos financeiros das empresas da nossa amostra. Dada a representatividade desses itens na situação econômico-financeira das empresas, a divulgação completa e adequada é de suma importância para que as demonstrações financeiras atinjam seu objetivo fundamental: o de prover informações relevantes para a tomada de decisão econômica. Nesse sentido, informações acerca dos tipos dos empréstimos e financiamentos, prazos de vencimento e respectivas taxas contratadas auxiliam os usuários na avaliação do risco de solvência e do custo de capital de terceiros, conforme será exemplificado a seguir. Títulos de dívida Os títulos da dívida, como é o caso das debêntures, assim como os empréstimos e financiamentos, são fonte de captação de recursos das empresas, representando 7% dos passivos financeiros das empresas. Nesse sentido, é igualmente recomendável que as empresas apresentem uma boa divulgação dessas operações em suas notas explicativas. Segue exemplo da nota explicativa da Ambev que detalha seus empréstimos e títulos da dívida.
Demonstração Financeira da Ambev, Nota Explicativa nº 2.2 2.2) Instrumentos financeiros de dívidas Os passivos financeiros da Companhia representados principalmente pelas operações de BNDES, emissão de títulos de dívida e debêntures estão contabilizados a valor de custo, atualizados monetariamente de acordo com o método de taxa efetiva, acrescidos de variações monetárias e cambiais, conforme índices de fechamento de cada exercício. Já, o Bond emitido pela Ambev com vencimento em 2017 é designado como item objeto de hedge de valor justo, como tal, as variações do valor justo dos fatores de risco protegidos por hedge são reconhecidas no resultado em contrapartida ao valor das respectivas dívidas. Caso a Companhia tivesse adotado o critério de reconhecimento de seus passivos financeiros a valor de mercado, teria apurado uma perda adicional, antes do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro, de aproximadamente R$ (36.759) na Controladora e R$ (55.6l8) no Consolidado em 31 de dezembro de 2011 (R$ (l28.992) na Controladora e R$ (266.472) no Consolidado em 31 de dezembro de 2010), conforme demonstrado na tabela a seguir:
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
273
Demonstração Financeira da Ambev, Nota Explicativa nº 2.2 - Continuação Controladora 2011 Passivo financeiro
Contábil
Mercado
Diferença
Contábil
Mercado
Diferença
-
-
-
100.000
100.000
-
1.763.469
1.763.469
-
1.098.693
1.098.693
-
-
-
-
884.257
894.609
(10.352)
Crédito Agroindustrial BNDES/CCB
2010
Bond 2011 Bond 2013
-
-
-
886.676
980.614
(93.938)
Bond 2017
298.124
301.662
(3.538)
-
-
-
Debêntures
1.248.030
1.281.251
(33.221)
1.247.477
1.272.179
(24.702)
128.228
128.228
-
117.575
117.575
-
3.437.851
3.474.610
(36.759)
4.334.678
4.463.670
(128.992)
Incentivo fiscal
Controladora 2011
2010
Passivo financeiro
Contábil
Mercado
Diferença
Contábil
Mercado
Diferença
Capital de Giro R$ (Labatt)
473.676
492.535
(18.859)
1.189.615
1.300.941
(111.326)
Sindicato de Bancos (CAD)
-
-
-
300.817
300.817
-
TES (CAD) (I)
-
-
-
157.899
168.150
(10.251)
140.646
140.646
-
453.912
453.912
-
-
-
-
100.000
100.000
-
1.797.723
1.797.723
-
1.130.124
1.130.124
-
-
-
-
884.257
894.608
(10.351)
Financiamentos internacionais (outras moedas) Crédito Agroindustrial BNDES/CCB Bond 2011 Bond 2013
-
-
-
886.676
980.614
(93.938)
Bond 2017
298.124
301.662
(3.538)
284.771
300.675
(15.904)
Debêntures
1.248.030
1.281.251
(33.221)
1.247.477
1.272.179
(24.702)
Incentivo fiscal
135.504
135.504
-
120.784
120.784
-
Arrendamento financeiro
8.583
8.583
-
14.110
14.110
-
4.102.286
4.157.904
(55.618)
6.770.442
7.036.914
(266.472)
(I)
Notas de Títulos Privados firmados pela The Beer Store (TBS) e consolidadas proporcionalmente pela Labatt Canadá em dólares canadenses.
O critério utilizado para apuração do valor de mercado dos títulos de dívida foi com base em cotações de corretores de investimento, em cotações dos bancos que prestam serviços à Ambev e no valor de mercado secundário dos títulos na data-base de 31 de dezembro de 2011, sendo de aproximadamente 100,55% para o Bond 2017 e 102,66% para as Debêntures 2012 (100,23% para o Bond 2017 e 101,98% para as Debêntures 2012 em 31 de dezembro de 2010).
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
274
Passivos financeiros pelo valor justo por meio do resultado De acordo com o detalhamento dos passivos financeiros apresentado anteriormente, os passivos mensurados pelo valor justo representam apenas cerca de 4% do total de passivos financeiros das empresas da nossa amostra. Um fator que explica essa baixa representatividade talvez seja o fato de o Brasil não possuir um mercado de dívida privada ativo, contrariamente ao que acontece nos Estados Unidos e na União Europeia. Consequentemente, a falta de mercado para comercialização desses títulos dificulta a mensuração a valor justo dos passivos financeiros. Nesse sentido, é muito mais prático para as empresas mensurarem suas debêntures, por exemplo, pelo custo amortizado. Nossas análises evidenciaram que a vasta maioria dos passivos mensurados pelo valor justo são justamente instrumentos financeiros derivativos passivos, que não foram designados como hedge accounting. Segue nota da Ambev detalhando seus Instrumentos Financeiros Passivos.
Demonstração Financeira da Ambev, Nota Explicativa nº 27 Controladora Passivos mensurados pelo custo amortizado
Passivos mensurados ao valor justo por meio do resultado
Derivativos usados para hedge
Outros Passivos Financeiros
Total
Contas a pagar e demais contas a pagar excluindo impostos a recolher
10.988.947
-
-
-
10.988.947
Instrumentos financeiros derivativos
-
559.621
16.864
-
576.485
3.437.851
-
-
-
3.437.851
14.426.798
559.621
16.864
-
15.003.283
31 de dezembro de 2011
Passivo, conforme o balanço patrimonial
Empréstimos e financiamentos Total
Consolidado Passivos mensurados pelo custo amortizado
Passivos mensurados ao valor justo por meio do resultado
Derivativos usados para hedge
Outros Passivos Financeiros
Total
Contas a pagar e demais contas a pagar excluindo impostos a recolher
9.528.438
-
-
-
9.588.438
Instrumentos financeiros derivativos
-
560.001
304.548
-
864.549
4.108.286
-
-
-
4.102.286
13.624.724
560.001
304.548
-
14.489.273
31 de dezembro de 2011
Passivo, conforme o balanço patrimonial
Empréstimos e financiamentos Total
b) Itens de Receita, Ganho, Despesa e Perda relativos a Instrumentos Financeiros – Resultado e Resultado Abrangente A entidade deve divulgar a receita e a despesa totais de juros, os ganhos ou perdas líquidas nas várias categorias, além do montante da perda no valor recuperável para cada classe de ativo financeiro. Para os ativos financeiros disponíveis para venda, a entidade deve mostrar separadamente a quantia de ganho ou perda reconhecida como outros resultados abrangentes. Verificamos no estudo que somente cerca de 15% das empresas segregam esses resultados por categoria, como é o caso da Ambev.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
275
Demonstração Financeira da Ambev, Nota Explicativa nº 22 22. Despesas e receitas financeiras Controlado Despesas Financeiras
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Despesas com juros
(579.646)
(484.925)
(719.340)
(661.103)
Juros capitalizados
109.579
20.029
162.858
54.980
(225.318)
(198.781)
(263.289)
(271.601)
-
(12.666)
-
-
(33.998)
(16.978)
(42.477)
(27.982)
-
(1.677)
-
(5.456)
(548.850)
(60.953)
(75.283)
-
-
(13.075)
(39.765)
(9.800)
(82.616)
-
(82.616)
-
(4.877)
(13.818)
(45.103)
(47.452)
Despesas com fiança bancária
(53.903)
(56.325)
(56.220)
(57.649)
Outros custos financeiros, incluindo taxas bancárias
(42.727)
(11.461)
(72.491)
(78.268)
(1.462.356)
(850.630)
(1.233.126)
(1.104.331)
Perdas com derivativos não considerados como hedge accounnting Perdas com inefetividade do hedge Juros sobre contingências fiscais Variação cambial sobre dividendos a receber Juros e variação cambial sobre mútuo Variação cambial Despesas por liquidação antecipada de bonds Impostos sobre transações financeiras
A despesa com juros é apresentada líquida do efeito dos instrumentos derivativos que protegem o risco de taxa de juros da Ambev - consultar também a nota explicativa 27, Instrumentos financeiros e riscos. A despesa com juros reconhecida em passivos financeiros protegidos ou não por operações de hedge e a despesa líquida com juros dos instrumentos derivativos relativos a hedge são subdivididas da seguinte forma: Controlado Despesas Financeiras
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Despesas com Juros
(253.725)
(206.651)
(324.104)
(275.271)
Passivos financeiros mensurados pelo custo amortizado
(155.980)
(105.088)
(156.598)
(150.594)
Hedge de valor justo - itens protegidos
(169.941)
(173.186)
(169.941)
(173.186)
Hedge de valor justo - instrumentos de hedge
-
-
(117.692)
(114.598)
Hedge de fluxo de caixa - dos itens protegidos
-
-
48.995
52.546
(579.646)
(484.925)
(719.340)
(661.103)
Hedge de fluxo de caixa - (instrumentos de hedge - reclassificado do patrimônio líquido)
Os resultados cambiais de operações de hedge de valor justo estão relacionados principalmente ao hedge dos Bonds 2011 e 20 l3 (consultar a nota 27 - Instrumentos financeiros e riscos). Os resultados relativos a hedge de fluxo de caixa relacionam-se basicamente ao empréstimo em reais levantado no Canadá, que foi liquidado parcialmente em 20 de junho de 2011.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
276
Demonstração Financeira da Ambev, Nota Explicativa nº 22 - Continuação Controladora Receitas Financeiras
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Receitas de juros
321.480
152.137
467.457
298.411
Ganhos com derivativos não considerados como hedge accounting
159.726
257.495
159.726
261.865
(2.307)
-
6.821
28.646
116.562
136.111
118.012
148.957
8.227
-
-
131
-
-
-
12.520
403
-
1.891
-
7.474
5.087
11.655
34.390
611.565
550.830
765.562
784.920
Ganhos com inefetividade do hedge Ganhos com instrumento financeiro não derivativo (valor justo por meio do resultado) Variação cambial Correção monetária Dividendos recebidos de companhias não consolidadas Outros juros financeiros
A receita de juros tem a seguinte composição por origem de ativo financeiro: Controladora Receita de Juros Caixa e equivalente a caixa Aplicação financeira em título para negociação
Consolidado
2011
2010
2011
2010
243.060
123.024
379.950
254.337
78.420
29.113
87.507
44.074
321.480
152.137
467.457
298.411
Reconhecido diretamente no resultado abrangente Controladora Reserva de Hedge Reconhecimento no patrimônio líquido durante o período de hedge de fluxo de caixa Excluído do patrimônio líquido e incluído no resultado do exercício Variação do imposto de renda diferido no patrimônio líquido e outros movimentos
Consolidado
2011
2010
2011
2010
357.312
(68.157)
185.643
96.773
27.854
151.038
(188.128)
(48.690)
(470.095)
62.346
(82.428)
95.665
(84.929)
145.227
(84.913)
143.748
(280.394)
7.809
(280.394)
7.809
(280.394)
7.809
(280.394)
7.809
Reserva de conversão Valor justo dos hedges de investimento líquido
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
277
A empresa deve evidenciar também o montante da perda no valor recuperável para cada classe de ativo financeiro. A Cia. Hering evidenciou essa informação relativa a empréstimos e recebíveis.
Demonstração Financeira da Cia. Hering, Nota Explicativa nº 23 a.II II) Perdas por redução no valor recuperável O movimento na provisão para perdas por redução no valor recuperável em relação aos empréstimos e recebíveis durante o ano foi o seguinte: Consolidado 2011
2010
Saldo no início do exercício
(7.695)
(12.361)
Adições
(6.394)
(6.304)
3.392
10.970
(10.697)
(7.695)
Baixas Saldo no final do exercício
A Companhia avalia a necessidade de provisão para perdas com créditos através de análise individual dos créditos em atraso, conjugado com o índice de perdas sobre o contas a receber. A Companhia avalia também a necessidade de provisão para o contas a receber a vencer, considerando a curva de crescimento do faturamento e o incremento de novos clientes. A despesa com a constituição da provisão para créditos de liquidação duvidosa foi registrada na rubrica “Despesas com vendas” na demonstração do resultado. Quando não existe expectativa de recuperação de numerário adicional, os valores creditados na rubrica “Provisão para créditos de liquidação duvidosa” são em geral revertidos contra a baixa definitiva do título contra o resultado do exercício.
Demonstração Financeira da Telesp, Nota Explicativa nº 36
Valor justo
Ativos Financeiros
Mensurados ao valor justo por meio do resultado
Cobertura
Disponível para venda
-
-
-
674
-
-
-
-
35.317
-
35.142
-
-
-
-
674
35.142
35.317
Circulante Caixa e equivalente a caixa (nota 5) Operações com derivativos Não Circulante Participações Societárias Operações com derivativos Valores vinculados ao Tesouro Nacional Total de ativos financeiros
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
278
(nota 11)
c) Divulgações sobre Instrumentos Financeiros apresentadas pelas empresas c.1. Valor justo Com respeito à divulgação dos aspectos relacionados à mensuração pelo valor justo, buscamos analisar se as empresas da nossa amostra apresentaram algumas das informações exigidas pelo CPC 40. Os resultados são apresentados a seguir. Item de Observação acerca da Mensuração do Valor Justo
Quantidade
%
Para cada classe de ativo/passivo financeiro, a entidade deve divulgar o valor justo daquela classe de ativos e passivos de forma que permita ser comparado com o seu valor contábil.
45
75%
O nível dentro da hierarquia (Nível I, Nível II e Nível III) de valor justo dentro do qual as mensurações de valor justo estão classificadas em sua totalidade, segregando as mensurações de valor justo de acordo com os níveis definidos.
39
65%
A entidade deve divulgar para cada classe de instrumentos financeiros os métodos e, quando uma técnica de avaliação for usada, os pressupostos aplicados na determinação do valor justo de cada classe de ativo financeiro ou passivo financeiro.
12
31%
Com base no quadro acima, percebe-se que uma parte significativa das empresas analisadas não apresenta as referidas divulgações exigidas pelo CPC 40. Uma das empresas que apresentaram as divulgações sobre a comparação entre os valores contábeis e os valores justos de seus instrumentos financeiros, por exemplo, foi a Telesp.
Controladora Custo amortizado Empréstimos e recebíveis
Investimentos mantidos até o vencimento
Nível 1 preço de mercado
Nível 2 Estimativas baseadas em outros dados de mercado
Total Valor Contábil
Total Valor Justo
826.902
-
-
-
826.902
826.902
-
-
-
674
674
674
-
-
35.317
-
35.317
35.317
-
-
-
35.142
35.142
35.142
-
13.819
-
-
13.819
13.819
826.902
13.819
35.317
35.816
911.854
911.854
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
279
Demonstração Financeira da Telesp, Nota Explicativa nº 36 - Continuação Mensurados ao valor justo por meio do resultado
Custo Amortizado
Coberturas
Empréstimos e financiamentos
5.816
505.083
-
Debêntures
5.537
463.087
-
181
-
10.779
290.416
987.367
-
81.853
705.954
-
Passivos Financeiros Circulante
Operações com derivativos Não Circulante Empréstimos e financiamentos Debêntures Operações com derivativos Total de passivos financeiros
-
-
13.382
383.803
2.661.491
24.161
Ainda sobre evidenciação de valor justo, é de suma importância que as empresas divulguem os ativos e passivos financeiros mensurados a valor justo segregando as hierarquias estabelecidas no CPC 40, nível 1, 2 e 3, conforme realizado pela Ambev.
Demonstração Financeira da Ambev, Nota Explicativa nº 2 Consolidado - 2011 Nível 1
Nível 2
Nível 3
Saldo Total
Ativos Financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado
79.015
280.805
-
359.820
Derivativos - Hedge de fluxo de caixa
31.796
293.615
-
315.411
-
15.293
-
15.293
16.193
-
-
16.193
117.004
589.713
-
706.717
49.142
510.859
-
560.001
-
-
-
-
94.288
203.558
-
297.846
6.702
-
-
6.702
150.132
714.417
-
864.549
Ativos Financeiros
Derivativos - Hedge de valor justo Derivativos - Hedge de investimento
Passivos Financeiros Passivos Financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado Derivativos - Hedge de fluxo de caixa Derivativos - Hedge de valor justo Derivativos - Hedge de investimento
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
280
Controladora Nível 1 preço de mercado
Nível 2 estimativas baseadas em outros dados de mercado
Total Valor Contábil
Total Valor Justo
-
5.816
510.899
510.899
-
5.537
468.624
468.624
-
10.960
10.960
10.960
-
290.416
1.277.783
1.277.783
-
81.853
787.807
787.807
-
13.382
13.382
13.382
-
407.964
3.069.455
3.069.455
Demonstração Financeira da Ambev, Nota Explicativa nº 2 - Continuação Consolidado - 2010 Nível 1
Nível 2
Nível 3
Saldo Total
1.069.596
798
-
1.070.394
159.575
627.507
-
787.082
-
155.452
-
7.808
Ativos Financeiros Ativos Financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado Derivativos - Hedge de fluxo de caixa Derivativos - Hedge de valor justo Derivativos - Hedge de investimento
7.808
155.452
1.236.979
783.757
(975)
21.619
-
20.644
Derivativos - Hedge de fluxo de caixa
23.283
36.567
-
59.850
Derivativos - Hedge de valor justo
47.951
529.129
-
577.080
70.259
587.315
-
657.574
2.020.736
Passivos Financeiros Passivos Financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado
• Nível 1 - Preços cotados (sem ajuste) em mercados; • Nível 2 - Outros dados além daqueles cotados em mercado (Nível 1) que podem precificar as obrigações e direitos direta (por exemplo, preços em mercados ativos) ou indiretamente (por exemplo, técnicas derivadas de valorização que utilizam dados de mercados ativos); e Nível 3 Dados para precificação não presentes em mercados ativos. Não há instrumentos classificados nesta categoria.
c.2. Derivativos e aplicação do Hedge Accounting Derivativos Na nossa análise, detectamos que cerca de 75% das empresas têm alguma operação de derivativo, quer seja designada para hedge accounting ou não. Neste caso, a norma determina que as empresas devem divulgar informações detalhadas sobre as operações, conforme publicado pela Braskem.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
281
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa nº 21.2 21.2.1 Movimentação dos instrumentos financeiros derivativos Em 31 de dezembro de 2011, a Braskem detinha contratos derivativos financeiros com valor nominal de R$ 1.802.799 (2010 – R$ 2.257.789), sendo R$ 279.495 (2010 – R$ 279.495) relacionados às operações de hedge ligadas ao financiamento de projetos, R$ 1.444.320 (2010 – R$ 1.978.294) ligados a operações de pré- pagamentos de exportações e notas de crédito à exportação e R$ 78.984 ligados a commodities e programa de recompra de ações.
Identificação
Parte ativa
Parte passiva
Nota 21.2.1
Iene
CDI
Nota 21.2.1
CDI
Dólar
Nota 21.2.1
Valor da ação
CDI
Swap de nafta
Nota 21.2.1
Preço fixo
Preço variável
Termo de mercadoria - etanol
Nota 21.2.1
Preço variável
Preço fixo
Nota 21.2.1
Libor
Taxa fixa
Swaps de taxa de juros
Nota 21.2.1
Libor
Taxa fixa
Swaps de taxa de juros
Nota 21.2.1
Taxa pré-contratual
CDI
Swaps de taxa de juros (III)
Nota 21.2.1
Libor
Taxa fixa
Swaps de vendas
Nota 21.2.1
Preço variável
Preço fixo
Operações não designadas para hedge accounting Swap de câmbio Swap de câmbio Swap recompra de ações
(I)
Operações designadas para hedge accounting Braskem Inc Swaps de taxa de juros (II) Braskem
Braskem America
Ativo circulante (demais contas a receber) Passivo circulante (operações de hedge) Passivo não circulante (operações de hedge)
As ações da Braskem que foram recompradas por instituição financeira são objeto de operação de swap (Nota 29 (g)). (II) A Braskem liquidou antecipadamente operações de swap de taxa de juros que venceriam em outubro de 2013 e abril de 2015, como consequência da liquidação antecipada dos contratos (1) de pré-pagamento de exportações, mencionados na Nota 19 (b); e (2) de financiamento para aquisição de investimento mencionado na Nota 19. (III) Em dezembro de 2011, foram liquidadas as operações de swap detidas pela controlada Braskem America, que tinha como objetivo fixar as margens de contratos de venda. Foi reconhecida uma despesa financeira de R$ 1.300, referente à liquidação dessas operações. As contrapartes desses contratos são monitoradas diariamente com base na análise dos seus respectivos ratings e Credit Default Swap - CDS. A Braskem possui diversos mitigadores bilaterais de riscos em seus contratos de derivativos como a possibilidade de depositar ou solicitar depósitos de margem de garantia das contrapartes que achar conveniente. Em 31 de dezembro de 2011, não havia nenhum depósito de garantia colocado pela Braskem em relação a esses derivativos. (I)
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
282
Características da operação Saldo em 2010
Variação do valor justo (nota 21.2.2)
Liquidação financeira
Saldo em 2011
13.700
(1.962)
(11.089)
649
-
66.576
4.393
70.969
-
2.263
-
2.263
-
219
261
480
-
(202)
-
(202)
13.700
66.894
(6.435)
74.159
42.890
(7.940)
(34.950)
-
-
-
-
-
25.988
6.986
(13.665)
19.309
456
(1.289)
-
(833)
-
-
-
-
1.523
2.882
(4.405)
-
(1.300)
1.300
-
-
69.557
1.939
(53.020)
18.476
(1.300)
-
-
(1.035)
50.124
-
-
83.392
34.433
-
-
10.278
83.257
-
-
92.635
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
283
Por outro lado, se a entidade tiver emitido um instrumento financeiro que contenha tanto um componente de capital próprio como um passivo, e o instrumento possuir múltiplos derivativos embutidos cujos valores são interdependentes, como, por exemplo, um instrumento de dívida conversível, deve divulgar a existência dessas situações. É o caso da divulgação feita pela Petrobras sobre derivativo embutido.
Demonstração Financeira da Petrobras, Nota Explicativa nº 31.2.h h) Derivativos embutidos Os procedimentos para identificação de instrumentos financeiros derivativos em contratos visam o reconhecimento tempestivo, controle e adequado tratamento contábil a ser empregado, sendo aplicáveis às unidades da Petrobras e às suas subsidiárias e controladas. Os contratos com possíveis cláusulas de instrumentos derivativos ou títulos e valores mobiliários a serem realizados são comunicados para que haja orientação a respeito da realização eventual dos testes de efetividade, estabelecimento da política contábil a ser adotada e da metodologia para cálculo do valor justo. Os derivativos embutidos identificados no período foram: Venda de etanol O contrato consiste em venda de etanol hidratado por uma fórmula de preço definida no momento da assinatura do contrato. A definição de preço de cada carregamento de etanol hidratado entregue neste contrato envolve duas cotações de referência distintas: etanol e nafta. A fórmula de preço em questão utiliza como uma de suas referências a cotação de uma commodity que não mantém estrita relação de custo ou valor de mercado com o bem transacionado no contrato, segundo os critérios do pronunciamento técnico CPC 38 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração. Assim sendo, conforme orientações dessa norma, a parcela referente ao derivativo embutido deve ser destacada do contrato original e registrada nas informações contábeis intermediárias seguindo as mesmas regras aplicáveis aos demais instrumentos financeiros derivativos. Os quadros abaixo representam o valor justo do derivativo embutido e análise de sensibilidade para 31 de dezembro de 2011: Contrato a Termo
Valor de Referência (Nacional) em mil m3
Valor Justo
Vencimento
Posição comprada
715
49
2016
Risco
Cenário Provável em 2011
Cenário Possível (• de 25%)
Cenário Remoto (• de 50%)
Queda no spread Nafta X Etanol
49
40
32
Derivativos Embutidos Swap Nafta x Etanol
O derivativo foi mensurado a valor justo por meio do resultado e classificado no nível 3 na hierarquia da mensuração do valor justo. A Companhia determinou o valor justo deste contrato baseado em práticas utilizadas no mercado, em que se apura a diferença entre os spreads de nafta e etanol. O preço de venda do etanol no contrato é referente ao mercado brasileiro (ESALQ). Os parâmetros utilizados no cálculo tiveram seus valores obtidos das cotações de mercado do preço do etanol e da nafta no mercado futuro da CBOT (Chicago Board of. Trade) no último dia útil do período das demonstrações financeiras. Os ganhos apurados estão apresentados na demonstração do resultado como receita financeira.
Hedge Accounting Os instrumentos derivativos podem ser designados para hedge, caso cumpram os requisitos para essa classificação, sendo, neste caso, o hedge accounting a metodologia permitida (mas não exigida) para contabilização dessas operações de hedge. Seu objetivo é permitir que as demonstrações financeiras reflitam de maneira mais adequada o regime de competência quando uma empresa realiza essas operações. Em outras palavras, tal metodologia busca confrontar as receitas e as despesas provenientes da transação que está sendo protegida e da transação que é utilizada como proteção.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
284
Existem três tipos de operação de hedge accounting permitidos pelo CPC 38: o hedge de fluxo de caixa, hedge de valor justo e hedge de investimento no exterior. Das 56 empresas da nossa amostra, 36 adotaram algum tipo de hedge accounting, tendo uma adoção mais significativa do hedge de fluxo de caixa, conforme gráfico mostrado a seguir.
Operações de Hedge realizadas pelas empresas 8%
Hedge de fluxo de caixa Hedge de valor justo
25%
Hedge de investimento no exterior
67%
Algumas empresas, como foi o caso da Embraer, adotaram mais de um tipo de operação de hedge accounting, conforme apresentado a seguir.
Demonstração Financeira da Embraer, Nota Explicativa nº 2.2.g g) Derivativos e atividades de hedge Inicialmente, os derivativos são reconhecidos pelo valor justo na data em que um contrato é celebrado e são, subsequentemente, remensurados ao seu valor justo, cujas variações são registradas no resultado do exercício, em variações monetárias e cambiais líquidas exceto quando o derivativo for designado como um instrumento de hedge. A Companhia possui instrumentos financeiros derivativos designados como de hedge accounting de valor justo e de fluxo de caixa, conforme abaixo: I) Hedge accounting de valor justo No hedge accounting de valor justo as variações no valor justo dos derivativos designados e qualificados como hedge accounting, são registradas no resultado do exercício, bem como as variações no valor justo do ativo ou passivo protegido atribuível ao risco protegido. A Companhia só aplica a contabilização de hedge de valor justo para se proteger contra o risco de juros fixos de empréstimos. Variações no valor justo de instrumentos de hedge para proteção contra o risco de juros fixos de empréstimos são reconhecidas no resultado do exercício, em despesas financeiras. Caso o hedge deixe de atender ao critério de hedge accounting, o ajuste do valor acumulado de um item protegido, para o qual o método de juros protegido é usado, é amortizado no resultado do exercício durante o período de tempo até seu vencimento. II) Hedge accounting de fluxo de caixa No hedge accounting de fluxo de caixa, a parcela efetiva das variações do valor justo dos instrumentos derivativos designados e qualificados como hedge accounting de fluxo de caixa é registrada no patrimônio líquido, em outros resultados abrangentes. O ganho ou perda relacionado à parcela ineficaz é reconhecida no resultado do exercício, em Receita (despesa) financeira. Os valores acumulados no patrimônio líquido são realizados para o resultado do exercício nos períodos em que o item protegido por hedge afetar o resultado do exercício. Entretanto, quando a operação prevista protegida por hedge resultar no reconhecimento de um ativo não financeiro, os ganhos e as perdas previamente diferidos no patrimônio líquido são transferidos e incluídos na mensuração inicial do custo do ativo.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
285
Demonstração Financeira da Embraer, Nota Explicativa nº 2.2.g - Continuação Quando um instrumento de hedge vence ou é vendido, ou quando um hedge não atende mais aos critérios de hedge accounting, todo ganho ou perda acumulado existente no patrimônio líquido naquele momento permanece no patrimônio líquido e é realizado contra o resultado quando a transação prevista é reconhecida no resultado. Quando não se espera mais que a operação protegida por hedge ocorra, o ganho ou a perda acumulado que havia sido apresentado no patrimônio líquido é imediatamente transferido para o resultado do exercício, em Receita (despesa) financeira.
Hedge accounting – Valor justo No momento da designação inicial do hedge, a Companhia formalmente documenta o relacionamento entre os instrumentos de hedge e os itens que são objeto de hedge, incluindo os objetivos de gerenciamento de riscos e a estratégia na condução da transação, juntamente com os métodos que serão utilizados para avaliar a efetividade do relacionamento. A Companhia faz uma avaliação contínua do contrato para avaliar se o instrumento será “altamente eficaz” na compensação de variações no valor justo dos respectivos itens objeto de hedge durante o período para o qual o hedge é designado, e se os resultados reais de cada hedge estão dentro da faixa de 80% a 125%. Em 31 de dezembro de 2011 a Companhia designou como hedge accounting, instrumentos financeiros derivativos (swap), convertendo operações de financiamentos sujeitos a taxas de juros fixo de 9,00% a.a para uma taxa flutuante equivalente a 75,08% a.a. do CDI. O montante do financiamento e do valor de referência do instrumento derivativo corresponde a R$ 200.000.
Hedge Accounting – Fluxo de Caixa No momento da designação inicial do hedge, a Companhia formalmente documenta o relacionamento entre os instrumentos de hedge e os itens que são objeto de hedge, incluindo os objetivos de gerenciamento de riscos e a estratégia na condução da transação, juntamente com os métodos que serão utilizados para avaliar a efetividade do relacionamento. A Companhia faz uma avaliação contínua do contrato para avaliar se o instrumento será “altamente eficaz” na compensação de variações no valor justo dos respectivos itens objeto de hedge durante o período para o qual o hedge é designado, e se os resultados reais de cada hedge estão dentro da faixa de 80% a 125%.
Objeto amparado
Modalidade
Moeda original
Ativo da Empresa
“Swap”
R$
Passivo da Empresa
“Swap”
-
Bradesco
-
-
Goldman Sachs
-
-
Total
-
-
Financiamento de Exportação - Designado como Hedge de Valor Justo
Contrapartes
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
286
O objetivo das operações de hedge de fluxo de caixa é proteger os fluxos altamente prováveis de despesas de salários além das despesas médicas denominados em Real contra o risco de variação cambial. Os fluxos de caixa objeto das transações são esperados para se realizarem mensalmente, com início em janeiro de 2012 e término em janeiro de 2013. Os fluxos de caixa projetados afetarão resultado do exercício no momento em que as despesas forem reconhecidas. Em 31 de dezembro de 2011, a Companhia designou como hedge de fluxo de caixa instrumentos financeiros derivativos na modalidade zero-cost collar. Tais instrumentos consistem na compra de Put com strike price de R$ 1,7500 e na venda de Call com strike price médio de R$ 2,4390; tendo sido as opções contratadas com a mesma contraparte e com prêmio líquido zero. O valor de referência dos instrumentos contratados totaliza R$ 756.000 (equivalente a US$ 432.000 milhões, convertidos a taxa de câmbio de R$1,75). O valor justo dos instrumentos de hedge em 31 de dezembro de 2011 está apresentado na seção “Contratos de swap cambial”. Os valores justos dos instrumentos de hedge são determinados através do modelo Garman–Kohlhagen, o qual é usualmente utilizado pelos participantes de mercado para mensuração de instrumentos similares.
Contratos de swap de juros São contratados com o objetivo principal de trocar o indexador de dívidas a taxas flutuantes para taxas de juros fixas, bem como para troca de Dólar para o Real ou inversos conforme o caso. Em 31 de dezembro de 2011, a Companhia não possuía nenhum contrato derivativo sujeito a chamadas de margem. Em 31 de dezembro de 2011, a Companhia tinha contratado um swap designado como hedge de valor justo, pelo qual converteu uma dívida na modalidade de Exportação com o valor de referência em Real no montante de R$ 200.000 equivalentes a US$ 106.621 mil, de uma taxa fixa de 9,00% a.a. para uma taxa flutuante de 75,08% a.a. do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), conforme demonstrado no quadro abaixo:
Controladora
Ganho (Perda)
Moeda atual
Notional (em milhares)
Taxa média Pactuada
Valor contábil 2011
Valor de mercado 2011
R$
200.000
9,00% a.a.
4.041
4.041
-
-
75,08% CDI a.a.
-
-
-
-
-
2.021
2.021
-
-
-
2.020
2.020
-
-
-
4.041
4.041
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Demonstração Financeira da Embraer, Nota Explicativa nº 2.2.g - Continuação Em 31 de dezembro de 2011, a Companhia tem pactuado contratos de swap por meio dos quais efetivamente converteu o montante de R$ 299.345 equivalentes a US$ 159.583 mil de obrigações com e sem direito de regresso de uma taxa de juros fixa de 5,98% a.a. para uma taxa de juros flutuante equivalente a Libor + 1,21% a.a., e por meio de uma subsidiária contratou uma operação de swap no montante de R$ 10.994 equivalentes a US$ 5.861 mil convertendo operações de financiamentos sujeitos a taxa de juros flutuantes de Libor 1 mês + 2,44% a.a. a juros fixos de 5,23% a.a. Veja abaixo a tabela com as operações de Swaps descritas:
Objeto amparado Obrigações com e sem direito de regresso
Modalidade
Moeda original
Moeda atual
-
-
-
US$
US$
-
-
R$
R$
Ativo da Empresa
"Swap"
Passivo da Empresa
"Swap"
Contrapartes Natixis
-
34.725 Financiamento de Exportação Designado como Hedge de Valor Justo Ativo da Empresa
“Swap”
Passivo da Empresa
“Swap”
Contrapartes Bradesco
-
-
-
Goldman Sachs
-
-
-
US$
US$
Aquisição de Imobilizado Ativo da Empresa
“Swap”
Passivo da Empresa
“Swap”
Contrapartes Compass Bank
-
-
-
Total
-
-
-
Swaps - são avaliados pelo valor presente do fluxo futuro apurado pela aplicação das taxas contratuais até o vencimento e descontado a valor presente na data das demonstrações financeiras pelas taxas de mercado vigentes. Como complemento à divulgação anteriormente apresentada, a Braskem demonstra a composição das operações de hedge de fluxo de caixa em outros resultados abrangentes.
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Consolidado
Ganho ( Perda )
Ganho ( Perda )
Notional (em milhares)
Taxa média pactuada
Valor contábil
Valor de mercado
Valor contábil
Valor de mercado
-
-
2011
2011
2010
2010
299. 345
5,98% a.a.
299. 345
Libor + 1,21% a.a
53.373
53.373
34.725
34.725
-
-
53.373
53.373
34.725
34.725
4.041
4.041
-
-
200.000
9,00% a.a. 75,08% CDI a.a.
-
-
2.021
2.021
-
-
-
-
2.020
2.020
-
-
10.994
Libor 1M + 2,44% a.a.
(1.283)
(1.283)
(620)
(620)
10.994
5,23% a.a.
-
-
(1.283)
(1.283)
(620)
(620)
-
-
56.131
56.131
34.105
34.105
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa nº 21.1 21.2.2 Composição das operações de hedge apresentadas em “outros resultados abrangentes”, no patrimônio líquido Os derivativos indicados no item 21.2.1 (b) foram designados como “hedge de fluxo de caixa”, gerando saldos finais em “outros resultados abrangentes”. As apropriações de juros por atingimento de competência são alocadas na rubrica de despesas com juros no grupo de despesas financeiras. O resumo da sua movimentação é dado abaixo:
2010
Apropriação de juros por atingimento de competência
Variação no valor justo
Swaps EPP Braskem Inc.
(39.315)
31.375
7.940
Swaps EPP Braskem
(23.013)
12.928
(6.986)
(17.071)
1.289
833
Swaps empréstimos Braskem Swaps empréstimos Braskem America Swaps preço de venda Braskem America
(456) 212
2.670
1.300 (61.272)
2011
(2.882) (1.300)
46.973
(1.939)
(16.238)
Em 31 de dezembro de 2011, a apropriação de juros por atingimento de competência e variação do valor justo dos derivativos designados como “hedge de fluxo de caixa” foi de R$ 45.034, que com efeito de imposto de renda e contribuição social de R$ 2.458, totaliza R$ 42.576, apresentados em “outros resultados abrangentes”, no patrimônio líquido. As nossas análises evidenciaram ainda que três empresas da nossa amostra adotaram hedge de investimento no exterior, como foi o caso da Ambev.
Demonstração Financeira da Ambev, Notas Explicativas nº 27 1.1 e 2.1 Risco de moeda estrangeira sobre investimentos líquidos em operações no exterior A Companhia realiza operações de hedge para mitigar a exposição relacionada com parte de seus investimentos em operações estrangeiras. Segundo a IAS 39 e CPC 38, estes derivativos foram devidamente classificados como hedge de investimento líquido. Em 31 de dezembro de 2011 a Companhia possuía operações no montante de R$ (2.460.487) com valor justo de R$ 9.490 (R$ (615.256) e R$ 7.809, respectivamente, em 31 de dezembro de 2010). As operações da Companhia estão sujeitas aos fatores de riscos descritos abaixo: 2.1) Risco de moeda estrangeira IV) Hedge de investimento - operações contratadas com o objetivo de minimizar a exposição das diferenças de câmbio decorrentes da conversão do investimento líquido nas subsidiárias da Companhia localizadas no exterior por conta de tradução de balanço. A parte efetiva do hedge é alocado no patrimônio líquido e ocorrendo inefetividades este resultado é contabilizado diretamente no resultado financeiro. Em 31 de dezembro de 2011, os montantes contratados destes instrumentos derivativos e os seus respectivos valores justos, assim como os efeitos acumulados no exercício estão demonstrados na tabela abaixo:
c.3. Estimativas contábeis críticas A partir da convergência para as normas internacionais, as empresas deverão igualmente divulgar as estimativas consideradas críticas, isto é, aquelas que envolveram julgamento por parte da empresa em razão de sua inerente complexidade. Isso porque, como tais estimativas são subjetivas, outros profissionais, em face das mesmas decisões, poderiam optar por critérios distintos. Nesse contexto, buscamos analisar quais foram as estimativas consideradas críticas pelas empresas acerca das operações com instrumentos financeiros. As estimativas mais citadas foram a perda com créditos de recebíveis e a determinação do valor justo de instrumentos financeiros. Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
290
Assim, o item mais citado pelas empresas foi a perda com créditos de recebíveis, anteriormente denominada no cenário nacional de “provisão com créditos de liquidação duvidosa”, ou ainda “provisão para devedores duvidosos”. Sobre esse aspecto, é importante mencionar que desde 2010, de acordo com as normas internacionais, não deveríamos mais utilizar a nomenclatura “provisão” neste caso. O tratamento correto, com o uso do conceito de impairment de ativos financeiros para avaliar a inadimplência, foi utilizado pela Cia. Hering.
Demonstração Financeira da Cia. Hering, Nota Explicativa nº 3.I I) Redução ao valor recuperável (Impairment) Ativos financeiros (incluindo recebíveis) Um ativo financeiro mensurado pelo valor justo por meio do resultado é avaliado a cada data de apresentação para apurar se há evidência objetiva de que tenha ocorrido perda no seu valor recuperável. Um ativo tem perda no seu valor recuperável se uma evidência objetiva indica que um evento de perda ocorreu após o reconhecimento inicial do ativo, e que aquele evento de perda teve um efeito negativo nos fluxos de caixa futuros projetados e, que podem ser estimados de uma maneira confiável. A evidência objetiva de que os ativos financeiros perderam valor pode incluir o não-pagamento ou atraso no pagamento por parte do devedor, a reestruturação do valor devido a Companhia sobre condições de que a Companhia não consideraria em outras transações ou indicações de que o devedor ou emissor entrará em processo de falência. A Companhia considera evidência de perda de valor para empréstimos e recebíveis. Todos os empréstimos e recebíveis significativos são avaliados quanto a perda de valor específico. Os recebíveis que não são individualmente importantes são avaliados coletivamente quanto a perda de valor por agrupamento conjunto desses títulos com características de risco similares. Ao avaliar a perda de valor recuperável de forma coletiva a Companhia utiliza tendências históricas da probabilidade de inadimplência, do prazo de recuperação e dos valores de perda incorridos, ajustados para refletir o julgamento da administração quanto as premissas se as condições econômicas e de crédito atuais são tais que as perdas reais provavelmente serão maiores ou menores que as sugeridas pelas tendências históricas. Uma redução do valor recuperável com relação a um ativo financeiro medido pelo custo amortizado é calculada como a diferença entre o valor contábil e o valor presente dos futuros fluxos de caixa estimados descontados à taxa de juros efetiva original do ativo. As perdas são reconhecidas no resultado e refletidas em uma conta de provisão contra recebíveis. Os juros sobre o ativo que perdeu valor continuam sendo reconhecidos através da reversão do desconto. Quando um evento subseqüente indica reversão da perda de valor, a diminuição na perda de valor é revertida e registrada no resultado. Outra estimativa contábil considerada crítica pelas empresas analisadas, por envolver alto grau de julgamento, diz respeito à mensuração de ativos e passivos financeiros pelo valor justo. Tal subjetividade aumenta de maneira significativa quando não existem valores de mercado disponíveis para os referidos itens. Uma forma de diminuir as incertezas dos usuários no que diz respeito à mensuração pelo valor justo é justamente evidenciar as metodologias e premissas utilizadas no cômputo de tais valores, conforme realizado pela BRF – Brasil Foods.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
291
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa nº 4.6 A seguir apresenta-se uma descrição das metodologias de valorização utilizadas pela Companhia para os instrumentos financeiros mensurados a valor justo: • Os investimentos em ativos financeiros nas modalidades de títulos da dívida externa brasileira, Certificados do Tesouro Nacional (“CTN”), Letras Financeiras do Tesouro (“LFT”), fundos de investimento financeiro e ações são classificados dentro do Nível 1 de hierarquia de valor justo, pois as referidas cotações estão disponíveis em mercado ativo; • Os investimentos em ativos financeiros nas modalidades de Certificado de Depósito Bancário (“CDB”) e operações compromissadas lastreadas em debêntures são classificados no Nível 2, pois a forma de valorização a valor justo ocorre através da cotação de preços de instrumentos financeiros semelhantes em mercados não ativos; e • Os derivativos são valorizados através de modelos de precificação amplamente aceitos no mercado financeiro e descritos no anexo III da Política de Risco. São utilizados inputs de mercado prontamente observáveis, tais como previsões de taxas de juros, fatores de volatilidade, cotações de paridade cambial à vista e futuras. Estes instrumentos estão classificados no Nível 2 da hierarquia de valorização, e incluem swaps de taxa de juros e derivativos em moeda estrangeira.
É importante ressaltar que, em determinados casos, principalmente na inexistência de um mercado líquido e de transações recentes, torna-se extremamente complexa a mensuração do valor justo, o que pode resultar na perda de confiabilidade das informações. Nesses casos, as normas internacionais permitem que tais valores não sejam computados, desde que a empresa informe o usuário sobre tal impossibilidade, como fez a Brookfield.
Demonstração Financeira da Brookfield, Nota Explicativa nº 26.8 Contas a pagar - aquisições de imóveis para desenvolvimento: como não existem dados disponíveis sobre operações de venda de contas a pagar referente a aquisições de imóveis para desenvolvimento e a Sociedade e suas controladas não realizaram tais operações até a data não é possível determinar o valor justo destes instrumentos financeiros.
c.4. Cláusulas restritivas (covenants) Uma das principais e mais importantes funções das demonstrações financeiras é a sua utilização como base para a formação de contratos entre os agentes econômicos. Um exemplo disso são as cláusulas contratuais de dívidas, conhecidas no mercado como covenants, que são frequentemente estabelecidas com base em informações extraídas do balanço, como, por exemplo, passivos e financiamentos, caixa e equivalentes, e Ebitda. A ALL detalha uma dessas cláusulas restritivas na sua nota explicativa.
Demonstração Financeira ALL, Nota Explicativa nº 15 - Empréstimos e Financiamentos Alguns contratos possuem cláusulas restritivas (covenants) que estabelecem limites financeiros a companhia. Estes limites são apurados trimestralmente na data da publicação das Informações Trimestrais utilizando os resultados consolidados e estão sendo atendidos. A covenant Dívida Líquida sobre EBITDA é calculada com base no endividamento líquido consolidado (empréstimos, financiamentos e debêntures deduzidos das disponibilidades), dividido pelo EBITDA consolidado acumulado nos últimos 4 trimestres. Os valores abaixo são os limites máximos da covenant para o período: Exercício Dívida líquida consolidada/EBITDA consolidado
2011
2012
2013
2014
2015
3,0
3,0
2,5
2,5
2,5
A covenant EBITDA sobre Resultado Financeiro é calculada com base no EBITDA consolidado acumulado dos últimos 4 trimestres, dividido pelo Resultado Financeiro Consolidado. Para fins de apuração do resultado financeiro nesta covenant, são considerados somente juros sobre debêntures, empréstimos/financiamentos, operações de hedge e variação cambial da sua controlada no exterior “ALL Argentina”. Os valores abaixo são os limites mínimos da covenant para o período:
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
292
Demonstração Financeira ALL, Nota Explicativa nº 15 Empréstimos e Financiamentos - Continuação Exercício
2011
2012
2013
2014
2015
EBITDA/Resultado financeiro consolidado
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
Cláusulas restritivas e penalidades dos contratos de empréstimos: Os contratos de empréstimos estão diretamente vinculados aos limites financeiros determinados, pois afetam a dívida líquida e o resultado financeiro, que são itens pertencentes às covenants. Conforme podemos observar na tabela abaixo as cláusulas restritivas vem sendo atendidas pela Companhia. 4T10
1T11
2T11
3T11
4T11
Dívida líquida / Ebitda
2,09
2,29
2,26
2,32
2,36
Ebitda/Resultado financeiro
3,22
3,10
3,01
3,01
3,20
O desrespeito dos limites financeiros é considerado evento de antecipação do vencimento das Debêntures, independente de prévio aviso, interpelação ou notificação judicial.
As empresas deverão divulgar se existem casos de não cumprimento de cláusula contratual, conforme mostrado pela Cemig.
Demonstração Financeira da Cemig, Nota Explicativa nº 19 a) Cláusulas Contratuais Restritivas - “Covenants” A Cemig e suas controladas Cemig Distribuição e Cemig Geração e Transmissão, possuem contratos de Empréstimos e Financiamentos, com Cláusulas Restritivas (“Covenants”), com exigibilidade de cumprimento semestral, coincidente com os últimos dias de cada semestre civil, 30 de junho e 31 de dezembro. Em 31 de dezembro de 2011, uma cláusula da Cemig não foi atendida. Para tanto, a Companhia obteve dos seus credores, de forma antecipada a data mencionada, o consentimento de não exercerem seus direitos de exigirem o pagamento imediato ou antecipado dos montantes devidos até 31 de dezembro de 2012. Em 31 de dezembro de 2011, duas cláusulas da Cemig Geração e Transmissão não foram atendidas. O consentimento formal (“waiver”) de que os credores não irão exercer os direitos de exigirem o pagamento, imediato ou antecipado, foi obtido em 14 de março de 2012, posterior a data de encerramento das Demonstrações Contábeis, por esse motivo os contratos cujas cláusulas não foram atendidas estão reconhecidos no Passivo Circulante. O montante transferido para o Passivo Circulante em decorrência das cláusulas restritivas não atendidas foi de R$1.917.347. As cláusulas restritivas de contratos de Empréstimos e Financiamentos das demais controladas e controladas em conjunto foram integralmente atendidas em 31 de dezembro de 2011 e 2010.
c.5. Garantias Segundo o CPC 40, a entidade deve fornecer informações sobre ativos financeiros usados como colaterais, como é o caso da BRF – Brasil Foods, que mantém ativos para garantir passivos contingentes, conforme explicitado em nota explicativa.
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa nº 15 15. Depósitos judiciais Os depósitos judiciais da Companhia estão restritos às quantias depositadas e mantidas em juízo até a solução dos litígios a que estão relacionados. As movimentações dos depósitos judiciais estão apresentadas a seguir:
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
293
Demonstração Financeira da BRF - Brasil Foods, Nota Explicativa nº 15 - Continuação BR GAAP Controladora 31.12.10
Adições
Reversões
Baixas
31.12.11
Tributárias
24.016
8.993
-
(3.723)
29.286
Trabalhistas
56.374
30.199
(14.276)
(4.757)
67.540
Cíveis, comerciais e outras
12.635
1.121
-
-
13.756
93.025
40.313
(14.276)
(8.480)
110.582
BR GAAP e IFRS Consolidado
Tributárias Trabalhistas Cíveis, comerciais e outras
31.12.10
Adições
Reversões
Baixas
Variação Cambial
79.248
17.968
-
(4.223)
-
92.993
101.758
58.431
(14.302)
(30.007)
-
115.880
53.079
5.980
(118)
(39.651)
98
19.388
234.085
82.379
(14.420)
(73.881)
98
228.261
31.12.11
c.6. Informações qualitativas e quantitativas sobre riscos As companhias enfrentam diferentes tipos de risco nas suas operações com instrumentos financeiros, como, por exemplo, o risco de crédito, os riscos de variações nas taxas de câmbio, juros e preços de commodities. Dentro desse contexto, a gestão do risco é fundamental para a sobrevivência das empresas ao longo do tempo. Na maior parte das empresas, tal gestão é definida a partir de políticas que objetivam a eliminação ou, ao menos, a mitigação dos riscos. Em muitos casos, a gestão desses riscos envolve a utilização de instrumentos financeiros, inclusive derivativos, como, por exemplo, contratos futuros e a termo, swaps e opções. Contudo, vale ressaltar que os instrumentos financeiros, apesar de serem utilizados para fins de gestão dos riscos da empresa, igualmente possuem seus próprios riscos, como, por exemplo, o risco de crédito e o de liquidez. Nesse contexto, é de suma importância que as empresas divulguem suas políticas de gestão de risco, o que mostrou a Braskem.
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa nº 4 4. Gerenciamento de riscos A Braskem está exposta a riscos de (I) mercado decorrentes de variações de preços de commodities, de taxas de câmbio e de taxas de juros; (II) crédito das suas contrapartes em equivalentes de caixa, aplicações financeiras e contas a receber; e (III) liquidez para cumprir suas obrigações de passivos financeiros. A Braskem adota procedimentos de gestão de riscos de mercado e de crédito em conformidade com a política financeira, aprovada pelo Conselho de Administração em 9 de agosto de 2010. O objetivo da gestão de riscos é proteger o fluxo de caixa da Braskem e reduzir as ameaças ao financiamento do seu capital de giro operacional e de programas de investimento. 4.1 Risco de mercado A Braskem elabora uma análise de sensibilidade para cada tipo de risco de mercado a que está exposta, que está apresentada na Nota 21.4. a) Exposição a riscos de commodities A Braskem está exposta à variação de preços de diversas commodities petroquímicas, em especial, a de sua principal matéria-prima, a nafta. Como a Braskem procura repassar as oscilações de preços dessas commodities provocada pela flutuação da cotação internacional, a Companhia não contrata operações de derivativos para se proteger Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
294
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa nº 4 - Continuação da exposição a riscos de commodities. Adicionalmente, parte não relevante das vendas são realizadas através de contratos de preços fixos ou com banda de flutuação máxima e/ou mínima. Tais contratos podem ser acordos comerciais ou contratos de derivativos associados a vendas futuras. b) Exposição a riscos cambiais A Braskem tem operações comerciais denominadas ou indexadas a moedas estrangeiras. Os insumos e produtos da Braskem têm preços denominados ou fortemente influenciados pelas cotações internacionais de commodities, as quais são usualmente denominadas em dólares. Adicionalmente, a Braskem tem utilizado captações de longo prazo em moedas estrangeiras, as quais causam exposição à variação das taxas de câmbio entre o real e a moeda estrangeira, em especial o dólar norteamericano. A Braskem administra sua exposição às taxas de câmbio através da composição entre dívidas em moedas estrangeiras, aplicações em moedas estrangeiras e derivativos. A política financeira da Braskem para gestão de riscos cambiais prevê os limites máximos e mínimos de cobertura que devem ser obedecidos, os quais são observados continuamente pela sua Administração. c) Exposição a riscos de taxas de juros A Braskem está exposta ao risco de que uma variação de taxas de juros flutuantes cause um aumento na sua despesa financeira com pagamentos de juros futuros. A dívida em moeda estrangeira em taxas flutuantes está sujeita, principalmente, à flutuação da Libor. A dívida em moeda nacional está sujeita, principalmente, à variação da taxa de juros de longo prazo (“TJLP”), das taxas pré-fixadas em reais e da variação do certificado de depósito interbancário (“CDI diário”). A Braskem tem contratos de swaps designados como hedge accounting com posições ativas em Libor flutuante e passivas a taxas fixas. 4.2 Exposição a riscos de crédito As operações que sujeitam a Braskem à concentração de risco de crédito residem, principalmente, nas contas correntes bancárias, aplicações financeiras e contas a receber de clientes, para as quais a Braskem fica exposta ao risco da instituição financeira ou do cliente envolvido. Visando gerenciar este risco, a Braskem mantém contas correntes bancárias e aplicações financeiras com instituições financeiras de grande porte, ponderando as concentrações de acordo com o rating e os preços observados diariamente no mercado de Credit Default Swaps referenciados às instituições, bem como celebrando contratos de compensação (netting), que minimizam o risco de crédito total decorrente das diversas operações financeiras celebradas entre as partes. Em 31 de dezembro de 2011, a Braskem detém contratos de compensação com Banco Citibank S.A., HSBC Bank Brasil S.A. – Banco Múltiplo, Banco Itaú BBA S.A., Banco Safra S.A., Banco Santander (Brasil) S.A., Banco Votorantim S.A., Banco West LB do Brasil S.A., Banco Caixa Geral – Brasil S.A., Banco Bradesco S.A. Aproximadamente 50% dos valores mantidos em caixa e equivalentes de caixa (Nota 6) e aplicações financeiras (Nota 7) estão contemplados por esses acordos, cujas obrigações estão incluídas na rubrica “financiamentos” (Nota 19). Com relação ao risco de crédito de clientes, a Braskem tem como mecanismos de proteção a análise rigorosa para a concessão do crédito e a obtenção de garantias reais e não reais quando julgadas necessárias. A exposição máxima ao risco de crédito dos instrumentos financeiros não derivativos na data de apresentação do relatório é o seu valor contábil deduzido de quaisquer perdas de valor recuperável. Em 31 de dezembro de 2011, o saldo de contas a receber de clientes encontra-se líquido de provisão para crédito de liquidação duvidosa no montante de R$ 253.607 (2010 – R$ 269.159). 4.3 Riscos de liquidez e gestão de capital A Braskem possui uma metodologia de cálculo para determinação de um caixa operacional e de um caixa mínimo, que têm o objetivo de, respectivamente: (I) garantir liquidez das obrigações de curto prazo, calculado com base na previsão dos desembolsos operacionais do próximo mês; e (II) garantir que a Companhia mantenha a liquidez em eventuais momentos de crise, calculado com base na previsão da geração de caixa operacional, subtraída dos vencimentos de dívidas de curto prazo, necessidades de capital de giro, entre outros. A Braskem possui em alguns contratos de financiamentos compromissos formais que vinculam a dívida líquida e o pagamento de juros ao seu EBITDA (Earnings before interests, taxes, depreciation and amortization) consolidado (Nota 19 (I)). A Administração da Companhia faz o acompanhamento daqueles índices trimestralmente em dólar norteamericano, conforme estabelecido nos contratos de financiamentos. Adicionalmente, a Braskem conta com duas linhas de crédito rotativo (“revolving”), nos montantes de: I) US$ 350 milhões, que pode ser utilizada, sem restrições, durante 3 anos a partir de setembro de 2010; e II) US$ 250 milhões, que pode ser utilizada, sem restrições, durante 5 anos a partir agosto de 2011. As linhas de crédito permitem a redução do valor do caixa mantido pela Braskem. Em 31 de dezembro de 2011, a Braskem não tinha utilizado nenhum crédito dessas linhas.
Demonstração Financeira da Braskem, Nota Explicativa nº 4 - Continuação A tabela a seguir demonstra os passivos financeiros da Braskem por faixas de vencimento, correspondentes ao período remanescente no balanço patrimonial até a data contratual do vencimento. Esses valores são calculados a partir de fluxos de caixa não descontados e podem não ser conciliados com os valores do balanço patrimonial. Consolidado Nota
Até um ano (I)
Entre um e dois anos (I)
Entre dois e cinco anos (I)
Acima de cinco anos (I)
Total
Fornecedores
-
6.847.340
-
-
-
6.847.340
Financiamentos
-
2.237.316
-
-
-
2.237.316
Hedge accounting
21.2.1
9.031
-
-
-
9.031
Derivativos
21.2.1
74.361
-
-
-
74.361
-
-
2.068.506
5.965.642
19.688.279
27.722.427
20
-
-
-
19.102
-
21.2.1
-
7.748
2.530
-
10.278
-
9.168.048
2.076.254
5.968.172
19.707.381
36.900.753
Circulante
Não circulante Financiamentos Debêntures Hedge accounting Em 31 de dezembro de 2011 (I)
As faixas de vencimento apresentadas são baseadas nos contratos firmados.
Risco de crédito O risco de crédito está relacionado à possibilidade de não recebimento e é frequentemente conhecido na nossa área como risco de default. Esse risco é detalhado pelas empresas, como fez a Gafisa, que procura mitigar seu risco de crédito por meio da diversificação.
Demonstração Financeira da Gafisa, Nota Explicativa nº 21 a) Risco de crédito A Companhia e suas controladas restringem a exposição a riscos de crédito associados a caixa e equivalentes de caixa, efetuando seus investimentos em instituições financeiras avaliadas como de primeira linha e com remuneração em títulos de curto prazo. Com relação às contas a receber, a Companhia restringe a sua exposição a riscos de crédito por meio de vendas para uma base ampla de clientes e de análises de crédito contínua. Adicionalmente, inexistem históricos relevantes de perdas em face da existência de garantia real de recuperação de seus produtos nos casos de inadimplência durante o período de construção. Em 31 de dezembro de 2011 e 2010, não havia concentração de risco de crédito relevante associado a clientes.
O risco de crédito também impacta os recebíveis das empresas, haja vista que seus clientes podem igualmente não honrar suas obrigações. Nesse contexto, empresas que possuem poucos clientes sofrem com a chamada concentração do risco de crédito. Esse é o caso, por exemplo, da V-Agro (antiga Ecodiesel).
Demonstração Financeira da V-Agro (Ecodiesel), Nota Explicativa nº 27 Risco de concentração do contas a receber A Companhia possui concentração de faturamento para à Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras. Qualquer problema de liquidez deste cliente ou redução na demanda causará impactos nas decisões de investimentos da Companhia.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
296
Risco de mercado O risco de mercado está relacionado ao risco de que o valor justo de instrumentos financeiros oscile devido a mudanças nos preços de mercado, e compreende os riscos relacionados, por exemplo, a alterações nas taxas de câmbio e taxa de juros. Adicionalmente, em determinados tipos de negócios, outros riscos de mercado também podem influenciar os fluxos de caixa relacionados aos instrumentos financeiros das companhias, como, por exemplo, o que publicou a Embraer.
Demonstração Financeira da Embraer, Nota Explicativa nº 39 d) Risco de mercado I) Risco com taxa de juros Possibilidade de a Companhia vir a incorrer em perdas por conta de flutuações nas taxas de juros que aumentem as despesas financeiras relativas a passivos sujeitos a juros flutuantes que reduzam os rendimentos dos ativos sujeitos a juros flutuantes e/ou quando da flutuação do valor justo na apuração de preço de ativos ou passivos que estejam marcados a mercado e que sejam corrigidos com taxas pré- fixadas. Aplicações financeiras • Como parte da política de gerenciamento do risco de flutuação nas taxas de juros relativamente às aplicações financeiras, a Companhia mantém um sistema de mensuração de risco de mercado, utilizando o método Value-At-Risk (VAR), que compreende uma análise conjunta da variedade de fatores de risco que podem afetar a rentabilidade dessas aplicações. As receitas financeiras apuradas no exercício já refletem o efeito de marcação a mercado dos ativos que compõem as carteiras de investimento no Brasil e no exterior. Empréstimos e Financiamentos • A Companhia tem pactuados contratos de derivativos para fazer proteção contra o risco de flutuação nas taxas de juros em algumas operações e, além disso, monitora continuamente as taxas de juros de mercado com o objetivo de avaliar a eventual necessidade de contratação de novas operações de derivativos para se proteger contra o risco de volatilidade dessas taxas. Em 31 de dezembro de 2011, as aplicações financeiras, empréstimos e financiamentos consolidados da Companhia, estão indexados como segue: Controlador Pré-Fixa
Aplicações Financeiras Denominadas em Reais Denominadas em US$ Denominadas em outras moedas Empréstimos Denominados em Reais Denominados em US$
Pós-Fixado
Total
Valor
%
Valor
%
Valor
%
910.437
31,84%
1.949.396
68,16%
2.859.833
100,00%
-
-
1.685.156
58,92%
1.685.156
58,92%
910.408
31,83%
264.240
9,24%
1.174.648
41,07%
29
0,01%
-
-
29
0,01%
2.669.467
94,43%
157.503
5,57%
2.826.970
100,00%
986.183
34,88%
157.503
5,57%
1.143.686
40,45%
1.683.284
59,55%
-
-
1.683.284
59,55%
Tabela após os derivativos Pré-Fixado
Aplicações Financeiras Denominadas em Reais Denominadas em US$ Denominadas em outras moedas Empréstimos Denominados em Reais Denominados em US$
Pós-Fixado
Total
Valor
%
Valor
%
Valor
%
910.437
31,84%
1.949.396
68,16%
2.859.833
100,00%
-
-
1.685.156
58,92%
1.685.156
58,92%
910.408
31,83%
264.240
9,24%
1.174.648
41,07%
29
0,01%
-
-
29
0,01%
2.461.802
87,08%
365.168
12,92%
2.826.970
100,00%
778.518
27,54%
365.168
12,92%
1.143.686
40,46%
1.683.284
59,54%
-
-
1.683.284
59,54%
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
297
Demonstração Financeira da Embraer, Nota Explicativa nº 39 - Continuação Consolidado Pré-Fixa Aplicações Financeiras Denominadas em Reais Denominadas em US$ Denominadas em outras moedas Empréstimos Denominados em Reais Denominados em US$ Denominados em outras moedas
Pós-Fixado
Total
Valor
%
Valor
%
Valor
%
1.731.770
42,77%
2.317.096
57,23%
4.048.866
100,00%
-
-
1.724.016
42,58%
1.724.016
42,58%
1.540.929
38,06%
593.080
14,65%
2.134.009
52,71%
190.841
4,71%
-
-
190.841
4,71%
2.767.575
88,99%
342.580
11,01%
3.110.155
100,00%
986.767
31,73%
177.929
5,72%
1.164.696
37,45%
1.725.374
55,48%
164.651
5,29%
1.890.025
60,77%
55.434
1,78%
-
-
55.434
1,78%
Tabela após os derivativos Pré-Fixado Aplicações Financeiras Denominadas em Reais Denominadas em US$ Denominadas em outras moedas Empréstimos Denominados em Reais Denominados em US$ Denominados em outras moedas
Pós-Fixado
Total
Valor
%
Valor
%
Valor
%
1.731.770
42,77%
2.317.096
57,23%
4.048.866
100,00%
-
-
1.724.016
42,58%
1.724.016
42,58%
1.540.929
38,06%
593.080
14,65%
2.134.009
52,71%
190.841
4,71%
-
-
190.841
4,71%
2.570.905
82,66%
539.251
17,34%
3.110.156
100,00%
779.102
25,05%
385.594
12,40%
1.164.696
37,45%
1.736.369
55,83%
153.657
4,94%
1.890.026
60,77%
55.434
1,78%
-
-
55.434
1,78%
Em 31 de dezembro de 2011, as aplicações financeiras, empréstimos e financiamentos pós-fixados da Controladora e Consolidado eram indexados como segue: Controladora Sem efeito dos Derivativos
Com efeito dos Derivativos
Valor
%
Valor
%
Aplicações Financeiras
1.949.396
CDI
1.685.156
100,00%
1.949.396
100,00%
86,45%
1.685.156
86,45%
Libor
264.240
13,55%
264.240
13,55%
Empréstimos
157.503
100,00%
365.168
100,00%
TJLP
157.503
100,00%
157.503
43,13%
-
-
207.665
56,87%
CDI
Consolidado Sem efeito dos Derivativos
Com efeito dos Derivativos
Valor
%
Valor
%
Aplicações Financeiras
2.317.096
100,00%
2.317.096
100,00%
CDI
1.724.016
74,40%
1.724.016
74,40%
Libor
593.080
25,60%
593.080
25,60%
Empréstimos
342.580
100,00%
539.251
100,00%
TJLP
175.916
51,35%
175.916
32,62%
Libor
164.651
48,06%
153.657
28,50%
2.013
0,59%
209.678
38,88%
CDI
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
298
Demonstração Financeira da Embraer, Nota Explicativa nº 39 - Continuação II) Risco com taxa de câmbio A Companhia adota o Dólar como moeda funcional de seus negócios (Nota 2.2.b). Como consequência, as operações da Companhia expostas ao risco de variação cambial são, majoritariamente, as operações denominadas em Real (custo de mão de obra, despesas no Brasil, aplicações financeiras e empréstimos e financiamentos denominados em Real), bem como os ativos e passivos em sociedades controladas e coligadas em moedas diferentes das suas respectivas moedas funcionais. A política de proteção de riscos cambiais sobre posições ativas e passivas adotada pela Companhia está substancialmente baseada na busca pela manutenção do equilíbrio de ativos e passivos sujeitos a variação cambial indexados em cada moeda e na gestão diária das operações de compra e venda de moeda estrangeira visando assegurar que, na realização das transações contratadas, esse hedge natural efetivamente se materialize. Essa política minimiza o efeito da variação cambial sobre ativos e passivos já contratados, mas não protege o risco de flutuação dos resultados futuros em função da apreciação ou depreciação do Real que pode, quando medida em Dólar, apresentar um aumento ou redução da parcela de custos denominados em Real. A Companhia, em determinadas condições de mercado, pode decidir proteger possíveis descasamentos futuros de despesas ou receitas em outras moedas com o intuito de minimizar a variação cambial futura implícita no resultado da empresa. A busca pela minimização do risco cambial sobre os direitos e obrigações denominadas em moedas diferentes da moeda funcional pode originar operações com instrumentos derivativos, como por exemplo, mas não limitado, swaps, opções cambiais e Non-Deliverable Forward (NDF). Em 31 de dezembro, a Companhia possuía ativos e passivos financeiros denominados por diversas moedas nos montantes descritos a seguir: Controladora sem efeito das operações de derivativos
com efeito das operações de derivativos
2011
2010
2011
2010
Real
1.143.686
638.225
1.143.686
638.225
Dólar
1.683.284
1.496.360
1.683.284
1.496.360
Euro
-
-
-
-
Outras moedas
-
-
-
-
2.826.970
2.134.585
2.826.970
2.134.585
110.760
72.949
110.760
72.949
1.055.556
994.153
1.055.556
994.153
8.761
10.199
8.761
10.199
207
2.197
207
2.197
1.175.284
1.079.498
1.175.284
1.079.498
4.002.254
3.214.083
4.002.254
3.214.083
Real
1.685.156
1.731.775
1.685.156
1.731.775
Dólar
1.174.648
666.304
1.174.648
666.304
26
20
26
20
3
6
3
6
2.859.833
2.398.105
2.859.833
2.398.105
Empréstimos e financiamentos :
Fornecedores : Real Dólar Euro Outras moedas
Total
(1)
Caixa e equivalentes de caixas e instrumentos financeiros ativos :
Euro Outras moedas
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
299
Demonstração Financeira da Embraer, Nota Explicativa nº 39 - Continuação Contas a Receber: Real Dólar
84.862
41.355
84.862
41.355
245.363
190.139
245.363
190.139
Euro
-
-
-
-
Outras moedas
-
-
-
-
330.225
231.494
330.225
231.494
3.190.058
2.629.599
3.190.058
2.629.599
Real
(515.572)
(1.061.956)
(515.572)
(1.061.956)
Dólar
1.318.829
1.634.070
1.318.829
1.634.070
8.735
10.179
8.735
10.179
204
2.191
204
2.191
Total (2) Exposição líquida (1-2):
Euro Outras moedas
Consolidado sem efeito das operações de derivativos Empréstimos e financiamentos:
com efeito das operações de derivativos
2011
2010
2011
2010
Real
1.164.696
667.261
1.164.696
667.261
Dólar
1.890.025
1.706.465
1.890.025
1.706.465
55.434
16.880
55.434
16.880
-
-
-
-
3.110.155
2.390.606
3.110.155
2.390.606
106.416
63.631
106.416
63.631
1.325.873
1.113.069
1.325.873
1.113.069
123.254
68.948
123.254
68.948
1.162
4.381
1.162
4.381
Euro Outras moedas Fornecedores : Real Dólar Euro Outras moedas
1.556.705
1.250.029
1.556.705
1.250.029
4.666.860
3.640.635
4.666.860
3.640.635
Real
1.724.016
1.752.700
1.724.016
1.752.700
Dólar
2.134.009
1.731.399
2.134.009
1.731.399
37.911
34.328
37.911
34.328
152.930
111.758
152.930
111.758
4.048.866
3.630.185
4.048.866
3.630.185
Total (1) Caixa e equivalentes de caixas e instrumentos financeiros ativos :
Euro Outras moedas Contas a Receber: Real
103.097
74.449
103.097
74.449
Dólar
755.538
420.993
755.538
420.993
90.353
85.782
90.353
85.782
Euro Outras moedas Total (2)
199
719
199
719
949.187
581.943
949.187
581.943
4.998.053
4.212.128
4.998.053
4.212.128
(556.001)
(1.096.257)
(556.001)
(1.096.257)
326.351
667.142
326.351
667.142
50.424
(34.282)
50.424
(34.282)
(151.967)
(108.096)
(151.967)
(108.096)
Exposição líquida (1-2): Real Dólar Euro Outras moedas
Algumas empresas aplicam a análise de sensibilidade, ferramenta que tem como objetivo mensurar o impacto das mudanças nas variáveis de mercado sobre os referidos instrumentos financeiros da companhia, considerando-se todos os demais indicadores de mercado constantes. Esse é o caso da Sabesp, conforme apresentado em nota explicativa.
Demonstração Financeira da Sabesp, Nota Explicativa nº 4.3.1 d) Análise de sensibilidade A seguir é apresentado o quadro do demonstrativo de análise de sensibilidade dos instrumentos financeiros que possam gerar impactos significativos para a Companhia, considerando os saldos dos principais passivos financeiros, convertidos à uma taxa projetada para a liquidação final de cada contrato, convertido a valor de mercado (Cenário I), com apreciação de 25% (Cenário II) e 50% (Cenário III). Essa análise de sensibilidade tem como objetivo mensurar o impacto das mudanças nas variáveis de mercado sobre os referidos instrumentos financeiros da Companhia, considerando-se todos os demais indicadores de mercado constantes. Tais valores quando de sua liquidação poderão ser diferentes dos demonstrados acima, devido às estimativas utilizadas no seu processo de elaboração. 31/12/2011 Instrumentos Financeiros
Risco
Cenário I R$
Cenário II R$
Cenário III R$
Alta da TR
1.746.424
2.024.832
2.385.658
Debêntures(II)
Alta da TJLP
326.806
362.493
404.856
Debêntures (II)
Alta do CDI
1.897.259
2.238.530
2.297.422
Risco
Cenário I R$
Cenário II R$
Cenário III R$
Debêntures(II)
Alta do IPCA
184.939
194.376
204.648
Debêntures (II)
Alta da TR
371.690
412.091
460.249
BID, BIRD E EUROBONUS (III)
Alta do US$
2.238.998
2.309.419
2.379.841
JICA(IV)
Alta do Iene
1.051.366
1.314.208
1.577.049
Passivo Financeiro Empréstimos e Financiamentos Banco do Brasil, CEF (I)
31/12/2011 Instrumentos Financeiros
(I) Os contratos com o Banco do Brasil e a CEF foram projetados até o vencimento final, às taxas contratuais ( TR projetada + spread) e descontados a valor presente pela TR x DI, ambas as taxas foram obtidas da BM&F. Para os cenários II e III foi considerada uma deterioração de 25% e 50%, respectivamente, nas taxas de desconto; (II) As debêntures foram projetadas até a data de vencimento final (IPCA, DI, TJLP ou TR), descontados a valor presente às taxas de mercado futuro de juros, divulgados pela ANBIMA no mercado secundário, tendo como base a data de 31 de dezembro de 2011 e os títulos da Companhia negociados no mercado nacional. Para os cenários II e III foi considerada uma deterioração de 25% e 50%, respectivamente, nas taxas de desconto. Para as debêntures indexadas ao DI foi realizada a análise de sensibilidade a partir do aumento em 25% e 50% da curva DI de mercado; (III) Os contratos com o BID, BIRD, foram projetados até o vencimento final em moeda de origem, utilizando as taxas de juros contratadas, sendo descontados a valor presente utilizando a taxa futura da Libor, obtida na Bloomberg. Os Eurobonus foram precificados a valor de mercado pelas cotações divulgadas pela Bloomberg. Todos os valores obtidos foram convertidos em reais à taxa de câmbio de 31 de dezembro de 2011. Para os cenários II e III foram considerados os aumentos de 25% e 50%, respectivamente, nas taxas de câmbio; (IV) Os contratos com o JICA, foram projetados até o vencimento final em moeda de origem, utilizando as taxas de juros contratadas e descontados a valor presente, utilizando à taxa futura da Tibor, obtida na Bloomberg. Os valores obtidos foram convertidos em reais utilizando a taxa de câmbio de 31 de dezembro de 2011. Para os cenários II e III foram considerados os aumentos de 25% e 50%, respectivamente, nas taxas de câmbio.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
301
Risco de liquidez O risco de liquidez está relacionado às possíveis dificuldades que as empresas tenham em cumprir obrigações relacionadas a passivos financeiros. Sobre esse aspecto, o CPC 40 exige que as empresas apresentem uma descrição de como elas administram o risco de liquidez inerente, o que fez a BRF – Brasil Foods.
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa nº 4.8 4.8 Administração de risco de liquidez A gestão do risco financeiro de liquidez visa minimizar os impactos causados por eventos que possam comprometer o desempenho da Companhia sob a perspectiva de caixa. A Companhia tem identificado fatores de risco de mercado associados aos fluxos de caixa futuros que possam comprometer sua liquidez e calcula o Cash Flow at Risk (“CFaR”) para um período de 12 meses com o objetivo de identificar os potenciais desvios de suas projeções. A Administração da Companhia definiu que o valor mínimo de suas disponibilidades deve considerar principalmente o faturamento médio mensal e o EBITDA dos últimos 12 meses. As operações com derivativos podem exigir pagamentos de ajustes periódicos. Atualmente, a Companhia possui apenas operações na BM&F com ajustes diários e para o controle dos possíveis ajustes, é utilizada a metodologia do Value at
Valor contábil
Fluxo de caixa contratual
Empréstimos e financiamentos
3.043.121
Fornecedores
1.270.696
Passivos financeiros não derivativos:
Arrendamento mercantil financeiro Arrendamento mercantil operacional
Até 6 meses
De 6 a 12 meses
3.334.524
792.477
759.629
1.270.696
1.270.696
-
37.984
42.332
11.827
11.827
233.632
233.632
35.094
35.093
69.835
125.142
21.263
20.449
107.828
107.915
27.818
80.097
1.575
1.689
1.689
-
Passivos financeiros derivativos: Designados como hedge accounting: Derivativos de taxa de juros Derivativos cambiais (NDF) Derivativos cambiais (Opções) Não designados como hedge accounting: Derivativos cambiais (Futuro)
292
292
292
-
Derivativos de taxa de juros
48.158
2.083
(13.736)
(13.945)
Derivativos de commodities
203
203
203
-
Uma das formas de informar os usuários sobre o risco de liquidez é justamente apresentar a faixa de vencimentos dos passivos financeiros, como é o caso da própria BRF – Brasil Foods.
Demonstração Financeira da BRF-Brasil Foods, Nota Explicativa nº 19.6 19.6 Cronograma de vencimentos de endividamento O cronograma de vencimentos do endividamento está apresentado abaixo: BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
31.12.11
31.12.11
2012
1.445.779
3.452.477
2013
365.481
776.851
2014
439.359
578.489
2015 2016 em diante
60.940
142.427
731.562
3.103.286
3.043.121
8.053.530
Risk (“VaR”) que aufere estatisticamente o potencial ajuste máximo a ser pago em intervalos de 1 e 21 dias. A alocação das aplicações financeiras entre as contrapartes é conservadora e visa a liquidez e rentabilidade destes ativos evitando a concentração. A Companhia mantêm níveis de alavancagem que não comprometem sua capacidade de honrar seus compromissos e obrigações. Como diretriz, o endividamento deve estar concentrado no longo prazo. Em 31.12.11 o endividamento de longo prazo era de 58% com um prazo médio de liquidação superior a 3,5 anos. A tabela abaixo resume as obrigações contratuais e compromissos significantes que podem impactar a liquidez da Companhia em 31.12.11: BR GAAP Controladora 31.12.11 2013
2014
2015
2016
Acima de 5 anos
440.703
457.340
83.168
69.505
731.702
-
-
-
-
-
16.068
1.399
990
221
-
54.917
40.598
23.369
44.561
-
47.877
8.363
8.351
3.188
15.651
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
29.039
723
2
-
-
-
-
-
-
-
Outros riscos Houve o caso ainda de empresas que apresentaram informações acerca de outros riscos que não aqueles relacionados ao mercado, à liquidez e ao crédito. Esse foi o caso, por exemplo, da Gerdau, que apresentou divulgação acerca dos seus riscos ambientais.
Demonstração Financeira da Gerdau, Nota Explicativa nº 2.16 2.16 – Investimentos em prevenção de danos ao meio ambiente Custos ambientais são relacionados as operações normais e são registradas como despesa ou capitalizadas conforme o caso. Custos ambientais que são relacionados a uma condição existente causada por operações do passado e que não contribuem para atuais ou futuras receitas geradas ou redução de custos são registradas como despesa. Passivos são registrados quando a avaliação ambiental ou esforços de restauração são prováveis e o custo pode ser razoavelmente estimado, discussões com autoridades ambientais e outras premissas relevantes para a natureza e extensão da restauração que pode ser requerida. O custo final é dependente de fatores que não podem ser controlados como o escopo e metodologia dos requerimentos da ação de restauração a ser estabelecida pelas autoridades ambientais e de saúde pública, novas leis ou regulamentos governamentais, rápida alteração tecnológica e o surgimento de algum litígio relacionado. Passivos ambientais são ajustados a valor presente a uma taxa de 7% ao ano se o montante agregado da obrigação e o montante e prazo dos desembolsos de caixa forem fixos ou puderem ser determinados de uma maneira confiável.
// CPC 41
Lucro por Ação (IAS 33)
Um dos principais indicadores contábeis utilizados pelos analistas e investidores de mercado é o lucro ou resultado por ação (earnings per share), que utiliza esse número buscando fazer projeções futuras a partir dos dados presentes. No primeiro momento, o cálculo desse indicador pode parecer relativamente simples: para encontrá-lo bastaria dividir o lucro ou prejuízo do período pelo número de ações em circulação. Contudo, devido à existência de ações ordinárias e preferenciais, e ainda opções de ações concedidas pela empresa, instrumentos de dívidas conversíveis e outros instrumentos que afetam o número de ações em circulação, conhecidos como instrumentos diluidores, o cálculo desse indicador torna-se mais complexo. Com o objetivo de aumentar a consistência dos referidos cálculos e igualmente permitir comparabilidade entre diferentes empresas e ao longo do tempo, o IASB emitiu o IAS 33 – Lucro por Ação (CPC 41). O objetivo dessa norma internacional é justamente estabelecer os princípios para o cálculo e a divulgação do lucro por ação. Sobre esse aspecto, é importante destacar que as exigências presentes no CPC 41 eram um assunto novo para a maioria das empresas brasileiras até 2010. De fato, a Legislação Societária brasileira fazia menção à divulgação desse indicador, mas não havia no cenário nacional uma norma que determinasse os critérios para o cálculo. Nesse contexto, grande parte das empresas brasileiras não evidenciava, por exemplo, o efeito de possíveis instrumentos diluidores sobre esse indicador. Nesta seção, analisamos como as 60 empresas da nossa amostra aplicaram as exigências do CPC 41 em 2011. Os aspectos considerados nas nossas análises foram: • Diferença entre o valor do lucro por ação básico e do lucro por ação diluído • Divulgações adicionais realizadas pelas empresas da nossa amostra sobre lucro por ação De acordo com o CPC 41, as empresas devem divulgar tanto o lucro ou prejuízo por ação básico do período quanto o lucro ou prejuízo por ação diluído. O primeiro é calculado dividindo-se o lucro ou prejuízo do período atribuído aos acionistas da companhia pela média ponderada da quantidade de ações em circulação durante o exercício (trimestral ou anual). Já o segundo é calculado ajustando-se o numerador, o lucro ou prejuízo e/ou o denominador, a média ponderada da quantidade de ações, levando-se em conta a conversão de todas as ações potenciais com efeito de diluição. Ações potenciais são todos os instrumentos patrimoniais ou contratos capazes de resultar na emissão de ações, como títulos conversíveis, incluindo igualmente as opções de compra de ações concedidas a colaboradores da empresa. Algumas empresas da nossa amostra, como, por exemplo, a Cia. Hering, ressaltaram em nota explicativa essa nova forma de contabilização do lucro por ação, conforme as exigências do IAS 33/CPC 41.
Demonstração Financeira da Cia. Hering, Nota nº 3 – Principais Políticas Contábeis (s) s) Resultado por ação O resultado por ação básico é calculado por meio do resultado do período atribuível aos acionistas controladores e não controladores da Companhia e a média ponderada das ações ordinárias em circulação no respectivo período. O resultado por ação diluído é calculado por meio da referida média das ações em circulação, ajustada pelos instrumentos potencialmente conversíveis em ações, com efeito diluidor, nos períodos apresentados, nos termos do CPC 41 e IAS 33.
Buscamos analisar se havia diferenças entre esses dois indicadores nas empresas da nossa amostra. Das 60 empresas analisadas, 33 delas – o que corresponde a 55% da nossa amostra – apresentaram o mesmo valor tanto para o lucro por ação básico quanto para o lucro por ação diluído no ano de 2010. Entre as empresas que apresentaram o mesmo valor tanto para o lucro por ação básico quanto para o lucro por ação diluído, tem-se a Sabesp, conforme apresentado a seguir.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
305
Demonstração Financeira da Sabesp, Nota nº 19 – Lucro por Ação 19. Lucro por ação Básico e diluído O lucro básico por ação é calculado mediante a divisão do lucro atribuível aos acionistas da Companhia pela quantidade média ponderada de ações ordinárias emitidas durante o exercício.
Lucro atribuível aos acionistas da Companhia Quantidade média ponderada de ações ordinárias emitidas Lucro básico e diluído por ação (reais por ação)
2011
2010
1.223.419
1.630.447
227.836.623
227.836.623
5,37
7,16
A Companhia não possui ações ordinárias em circulação que possam causar diluição ou dívida conversível em ações ordinárias. Assim, o lucro básico e o diluído por ação são iguais.
Por outro lado, nossas análises evidenciaram que 27 empresas, 45% da nossa amostra, apresentaram valores distintos para os referidos indicadores no exercício findo em 2010, como, por exemplo, a Cia. Hering, conforme apresentado.
Demonstração Financeira da Cia. Hering, Nota nº 34 – Lucro Líquido por Ação 34. Lucro líquido por ação a) Lucro básico por ação O lucro básico por ação é calculado mediante a divisão do lucro atribuível aos acionistas da Companhia pela média ponderada de ações ordinárias emitidas durante o exercício, excluindo as ações compradas pela companhia e mantidas como ações em tesouraria. Controladora 2011
2010
Lucro atribuível aos acionistas da Companhia
297.274
212.017
Média ponderada da quantidade de ações ordinárias em circulação - milhares
163.145
162.442
1,8221
1,3052
Lucro básico por ação - R$
b) Lucro diluído por ação O lucro diluído por ação é calculado mediante o ajuste da quantidade média ponderada de ações ordinárias em circulação para presumir a conversão de todas as ações ordinárias potenciais diluídas. A Companhia possui uma categoria de ações ordinárias potenciais dilutivas que se refere à opção de compra de ações. Para as opções de compra de ações, é feito um cálculo para determinar a quantidade de ações que poderiam ter sido adquiridas pelo valor justo (determinado como o preço médio anual de mercado da ação da Companhia), com base no valor monetário dos direitos de subscrição vinculados às opções de compra de ações em circulação. A quantidade de ações calculadas, conforme descrito anteriormente, é comparada com a quantidade de ações emitidas, pressupondose o exercício das opções de compra de ações. Controladora 2011
2010
Lucro atribuível aos acionistas da Companhia
297.274
212.017
Média ponderada da quantidade de ações ordinárias em circulação - milhares
163.145
162.442
Ajuste por opções de compra de ações - milhares
1.504
1.947
Quantidade média ponderada de ações ordinárias para o lucro diluído por ação - milhares
164.649
164.389
1,8055
1,2897
Lucro diluído por ação - R$
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
306
Um caso que merece ser mencionado é o da MMX, que apresentou valores distintos para os referidos indicadores no exercício findo em 2010, e o mesmo valor para os dois lucros divulgados para 2011, mostrando um viés conservador dessa norma internacional, conforme pode ser visto na nota divulgada.
Demonstração Financeira da MMX, Nota nº 32 – Lucro Líquido (Prejuízo) por Ação 32. Lucro líquido (prejuízo) por ação Conforme requerido pelo CPC 41 e IAS 33 (Earnings per Share), as tabelas a seguir reconciliam o lucro líquido (prejuízo) do exercício aos montantes usados para calcular o lucro líquido (prejuízo) por ação básico e diluído. Controladora 2011
2010
Lucro líquido (prejuízo) atribuível aos acionistas
(19.251)
46.580
Média ponderada por ações (mil)
603.081
411.812
(0,03192)
0,11311
Básico
Lucro líquido (prejuízo) por ação (em R$) - Básico
Controladora 2010 Diluído Lucro líquido atribuível aos acionistas Média ponderada por ações (mil) Potencial incremento nas ações em função do plano de opção de ações (mil)
46.580 411.812 595
Potencial incremento nas ações em função de aporte de capital (mil)
112.892
Lucro líquido por ação (em R$) - Diluído
0,08867
Em 31 de dezembro de 2011, 10.771 mil opções de ações não foram incluídas no cálculo de média ponderada do número de ações ordinárias, uma vez que seu efeito teria sido antidilutivo. Desta forma, não há diferenças entre o prejuízo por ação básico e diluído.
Note-se que, conforme informado pela MMX, em 2011, as 10.771 opções de ações não foram incluídas no cálculo de média ponderada de ações ordinárias desse mesmo ano, uma vez que seu efeito teria sido antidilutivo. Em outras palavras, como a empresa teve prejuízo nesse período, a inclusão dessas opções reduziria o prejuízo por ação. Esse procedimento foi observado ainda nas empresas Gafisa e Marfrig. No entanto, o CPC 41 enfatiza que o cálculo do lucro por ação diluído não deve levar em conta o exercício ou a emissão de ações potenciais ordinárias que tenham efeito antidilutivo no resultado por ação. Assim, no exercício de 2010, a MMX, contrariamente ao procedimento de 2011, havia considerado as referidas opções de ações no cálculo do lucro por ação diluído. De acordo com o CPC 41, isso é correto, haja vista que, como a empresa teve lucro no período, tais opções devem ser consideradas, pois possuem efeito dilutivo. Portanto, nota-se aqui, no caso da MMX, que existe um viés conservador dessa norma internacional na medida em que lucros devem ser diluídos, mas os prejuízos não. Tal aspecto é ressaltado na nota divulgada pela empresa Brasil Ecodiesel, conforme apresentado a seguir.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
307
Demonstração Financeira da Ecodiesel, Nota nº 35 Controladora e Consolidado Prejuízo básico e diluído por ação total Prejuízo utilizado na apuração do prejuízo básico e diluído por ação das operações continuadas Quantidade de ações média ponderada durante o exercício Prejuízo por ação – básico e diluído (R$)
31/12/2011
31/12/2010
(187.223)
(22.910)
1.478.066.069
732.514.750
(0,1267)
(0,0313)
Instrumentos antidiluidores Os instrumentos abaixo relacionados diluem os prejuízos por ação básicos, por isso não foram incluídos no cálculo do prejuízo por ação diluído. Como consequência, a quantidade média ponderada de ações ordinárias utilizada na apuração do prejuízo diluído por ação foi a mesma utilizada para o cálculo do prejuízo por ação básico. Ações consideradas como emitidas sem nenhuma contrapartida relacionadas a: Pagamentos baseados em ações
31/12/2011
31/12/2010
9.600
27.705
Buscamos igualmente analisar a magnitude das diferenças entre o lucro por ação básico e o diluído para as empresas da nossa amostra. Conforme nossas análises, a diferença média entre o lucro por ação básico e o lucro por ação diluído no ano de 2011 foi de 0,5%. Destaca-se que 17 (63%) das 60 empresas que declararam diferenças entre o lucro básico e o diluído apresentaram diferenças menores que 1%, e dez (37%) das empresas declararam diferenças maiores que 1%. Conforme nossas análises, as empresas com as maiores diferenças entre resultado básico e diluído foram a Hypermarcas, BR Properties S.A., PDG Realty, BR Malls e CTEEP – Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista. Analisamos ainda quais foram os principais fatores que ocasionaram diferenças entre o lucro por ação básico e o diluído. O principal motivo, mencionado por 26 das 27 empresas que apresentaram essa diferença, foram as opções de ações (stock options) concedidas aos administradores das empresas sob a forma de pagamento baseado em ações. É o caso, por exemplo, da BR Properties, que apresenta um lucro por ação básico de 2,10 e diluído de 1,97, com diferença de 6,2% entre os indicadores, causada por essas opções de ações.
Demonstração Financeira da BR Properties, Nota nº 19 – Lucro por Ação 19. Lucro por Ação Em atendimento ao CPC 41(IAS 33) (aprovado pela Deliberação CVM no. 636 – Resultado por ação) a Companhia apresenta a seguir as informações sobre o lucro por ação para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010. a) Básico O cálculo básico de lucro por ação é efetuado mediante a divisão do lucro líquido do exercício, atribuído aos detentores de ações ordinárias da Companhia, pela média ponderada de ações ordinárias disponíveis durante o período. b) Diluído O lucro diluído por ação é calculado mediante o ajuste da quantidade média ponderada de ações ordinárias em circulação, considerando a conversão de todas as ações ordinárias potenciais diluídas. As ações ordinárias potenciais diluídas estão relacionadas às opções de compra de ações. Os quadros abaixo apresentam os dados de resultado e ações utilizados no cálculo dos lucros básico e diluído por ação:
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
308
Demonstração Financeira da BR Properties, Nota nº 19 – Lucro por Ação - Continuação Lucro básico por ação
31/12/2011
31/12/2010
335.409
813.368
159.754.026
129.232.498
2,10
6,29
335.409
813.368
159.754.026
129.232.498
10.880.286
4.167.828
170.634.312
133.400.326
1,97
6,10
Numerador: Lucro líquido do exercício Denominador: Média ponderada do número de ações Lucro líquido básico por ação - R$ Lucro diluído por ação Numerador: Lucro líquido do exercício Denominador: Média ponderada do número de ações Ajuste por opção de compras de ações Média ponderada do número de ações (diluída) Lucro líquido diluído por ação - R$
Especificamente no caso da Hypermarcas, a empresa apresentou debêntures conversíveis atreladas a bônus de subscrição que, quando consideradas, fizeram que o prejuízo básico do ano se tornasse lucro diluído. Isso ocorreu por conta da reversão da despesa com o lançamento das mesmas, que foram excluídas do prejuízo líquido para efeito do cálculo do resultado diluído. Com isso, a diferença foi de 118% no ano de 2011, divulgando um LPA básico de -0,0888 e LPA diluído de 0,0163, conforme nota destacada.
Demonstração Financeira da Hypermarcas, Nota nº 30 – Lucro por Ação 30. Lucro por ação a) Básico O lucro básico por ação é calculado mediante a divisão do lucro atribuível aos acionistas da sociedade, pela quantidade média ponderada de ações ordinárias emitidas durante o exercício. 2011
2010
Lucro atribuível aos acionistas da sociedade
(54.651)
261.901
Quantidade média ponderada de ações ordinárias emitidas (milhares)
621.231
528.173
Lucro/prejuízo básico por ação
(0,0880)
0,4959
b) Diluído O lucro diluído por ação é calculado mediante o ajuste da quantidade média ponderada de ações ordinárias em circulação para presumir a conversão de todas as ações ordinárias potenciais diluídas. A sociedade tem duas categorias de ações ordinárias potenciais diluídas: debênture simples atrelada a um bônus de subscrição e opções de compra de ações. Pressupõe-se que o bônus de subscrição foi convertido em ações ordinárias e que o lucro líquido é ajustado para eliminar a despesa financeira menos o efeito fiscal. Para as opções de compra de ações utilizou-se a quantidade total de opções outorgadas mas ainda não exercidas. A quantidade de ações calculadas conforme descrito anteriormente é comparada com a quantidade de ações emitidas, pressupondo-se o exercício das opções de compra das ações.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
309
Demonstração Financeira da Hypermarcas, Nota nº 30 – Lucro por Ação - Continuação Lucro
2011
2010
(54.651)
261.901
Despesa financeira sobre a dívida atrelada a bônus de subscrição (líquida de imposto)
65.526
14.764
Subtotal
10.875
276.665
621.231
528.173
Conversão presumida de bônus de subscrição (milhares)
18.657
18.657
Opções de compra de ações (milhares)
28.644
14.278
668.532
561.108
0,0163
0,4931
Lucro atribuível aos acionistas da sociedade
Quantidade média ponderada de ações ordinárias emitidas (milhares) Ajustes de:
Quantidade média ponderada de ações ordinárias para o lucro diluído por ação (milhares) Lucro diluído por ação
Já no caso da CTEEP – Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista, foi considerada, para efeito de diluição do lucro líquido, a reserva de capital de ágio possível de ser incorporado ao montante de ações em poder dos controladores. De acordo com o permitido na Instrução CVM nº 319, à medida que seja realizado o benefício fiscal da reserva especial de ágio na incorporação, constante do patrimônio líquido da companhia, esse benefício poderá ser capitalizado em favor da sua controladora, sendo garantida aos demais acionistas a participação nesse aumento de capital de forma a manter sua participação acionária na companhia. As possíveis ações emitidas de acordo com essa realização são consideradas diluidoras para o cálculo do lucro por ação. Isso trouxe uma diferença entre o lucro básico e o diluído de quase 2% (divulgando um Básico de 6,02735 e LPA Diluído de 5,90743), conforme nota destacada.
Demonstração Financeira da CTEEP, Nota nº 22 – Patrimônio Líquido (e) Lucro por Ação e) Lucro por ação O lucro básico por ação é calculado por meio do resultado atribuível aos acionistas controladores e não controladores da Companhia, com base na média ponderada das ações ordinárias e preferenciais em circulação no respectivo período. O lucro diluído por ação é calculado por meio da referida média das ações em circulação, ajustada pelos instrumentos potencialmente conversíveis em ações, com efeito diluído nos períodos apresentados. Para o cálculo do lucro por ação diluído pelas ações que poderão ser emitidas através da capitalização do ágio em favor do acionista controlador, a Administração da Companhia realizou estimativa para efeito de divulgação em 31 de dezembro de 2011. De acordo com o permitido na Instrução CVM nº 319, a medida em que seja realizado o benefício fiscal da reserva especial de ágio na incorporação, constante do patrimônio líquido da Companhia, este benefício poderá ser capitalizado em favor da sua controladora, sendo garantido aos demais acionistas a participação nesse aumento de capital, de forma a manter sua participação acionária na Companhia. As ações emitidas de acordo com esta realização serão consideradas diluidoras para o cálculo do lucro por ação da Companhia, considerando a hipótese de que todas as condições para sua emissão foram atendidas. Em 31 de dezembro de 2011, as condições para emissão de ações de capital social relacionadas à amortização do ágio foram atendidas. O quadro abaixo apresenta os dados de resultado e ações utilizados no cálculo dos lucros básico e diluído por ação:
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
310
Demonstração Financeira da CTEEP, Nota nº 22 – Patrimônio Líquido (e) Lucro por Ação - Continuação Lucro básico e diluído por ação
2011
2010
915.260
812.171
Ordinárias
63.877.151
63.655.793
Preferenciais
87.974.031
87.810.218
151.851.182
151.466.011
Ordinárias
66.959.787
67.266.926
Preferenciais
87.974.031
87.810.218
154.933.818
155.077.144
Ordinárias
66.959.787
67.266.926
Preferenciais
87.974.031
87.810.218
Lucro básico por ação
6,02735
5,36207
Lucro diluído por ação
5,90743
5,23721
Lucro líquido – R$ mil Média ponderada de ações
Média ponderada ajustada de ações
Média ponderada ajustada de ações
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
311
// ICPC 01
Contratos de Concess達o (IFRIC 12)
A ICPC 01 orienta os concessionários sobre a forma de contabilização de concessões de serviços públicos a entidades privadas, que possuem as seguintes características: a) A parte que concede o contrato de prestação de serviços (o concedente) é um órgão público ou uma entidade pública, ou uma entidade privada para a qual foi delegado o serviço. b) A entidade operadora da concessão (o concessionário) é responsável ao menos por parte da gestão da infraestrutura e serviços relacionados, não atuando apenas como mero agente em nome do concedente. c) O contrato estabelece o preço inicial a ser cobrado pelo concessionário, regulamentando suas revisões durante a vigência do contrato de prestação de serviços. d) O concessionário fica obrigado a entregar a infraestrutura ao concedente em determinadas condições especificadas no final do contrato, por um pequeno ou nenhum valor adicional, independentemente de quem tenha sido o seu financiador.
Os aspectos sobre concessões considerados nas nossas análises foram: • Quais empresas da nossa amostra estão sob o escopo da ICPC 01? • Divulgações acerca das características dos contratos de concessão
Quais empresas da nossa amostra estão sob o escopo da ICPC 01? Em nossa pesquisa examinamos apenas as concessões sob escopo da ICPC 01, e quando relacionadas à atividade principal da empresa. Das 60 empresas que compõem a nossa amostra, nove estão enquadradas sob o escopo da ICPC 01. É importante destacar que nem sempre todas as atividades da companhia estão sob o escopo da ICPC 01, devendo ser feita a análise contrato a contrato, levando-se em conta aspectos como mecanismos de formação e revisão de preços, direitos e obrigações, constantes do contrato e marco regulatório relativo à atividade, entre outras características da relação contratual. No caso, por exemplo, da Eletrobras, em relação à atividade de geração de energia, a empresa concluiu como aplicável a ICPC 01 apenas para a Itaipu Binacional e Amazonas Energia.
Demonstração Financeira da Eletrobras, Nota Explicativa nº 3.11 No negócio de geração de energia, com exceção de Itaipu e da Amazonas Energia, a ICPC 01 não é aplicável, mantendo a infraestrutura classificada no ativo imobilizado. Contudo, a norma é aplicável à distribuição e transmissão de energia elétrica, e esses negócios se enquadram no modelo misto (bifurcado) e no modelo financeiro, respectivamente.
III. Concessões de Geração a) Geração hidráulica e térmica • não aplicável, tendo em vista as características de preço e não de tarifa regulada. A única exceção refere-se à geração da Amazonas Energia, que é destinada exclusivamente à operação de distribuição e que possui um mecanismo tarifário específico; b) Geração nuclear • Possui um sistema de tarifação definido, porém difere dos demais contratos de geração por ser uma autorização e não uma concessão, não havendo prazo definido para o fim da autorização, bem como as características de controle significativo dos bens por parte do poder concedente ao final do período de autorização. c) Itaipu Binacional • A infraestrutura foi classificada como estando no escopo ICPC 01 (IFRIC 12) em função dos seguintes fatos específicos.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
313
A remuneração recebida ou a receber pelo concessionário deve ser registrada pelo seu valor justo, em contrapartida a: • Ativo financeiro – quando a concessionária tem direito incondicional de receber caixa ou outros ativos financeiros da concedente • Ativo intangível – quando a remuneração será recebida diretamente dos usuários de serviços públicos • Parte ativo financeiro, parte intangível (contrato misto) – quando a remuneração será recebida em parte do poder concedente e em parte dos usuários de serviços públicos A maioria das empresas constantes na amostra evidenciou a existência dos dois tipos de ativo. A CTEEP possui apenas ativos financeiros, e a Sabesp e a CCR apenas ativos intangíveis. A seguir, evidenciamos a participação relativa dos ativos relacionados à concessão e dos demais ativos nos ativos totais das empresas selecionadas na amostra.
100% 90% 80% 70%
Outros Ativos
60%
Ativo Intangível de Concessão
50%
Ativo Financeiro de Concessão
40% 30% 20% 10% 0% CCR Rodovias
Cemig
CTEEP
Copel
CPFL Energia
Eletrobras Eletropaulo Light S/A
Sabesp
A maioria das empresas informou o detalhamento dos saldos dos ativos relacionados aos contratos de concessão em notas diferentes, de acordo com a natureza do ativo. A CPFL foi uma delas.
Demonstração Financeira da CPFL, Notas Explicativas nº 11 e nº 15 11. Ativo Financeiro da Concessão Consolidado Saldo em 31 de dezembro de 2010
934.646
Adições
381.027
Ajustes ao valor justo Baixas Saldo em 31 de dezembro de 2011
63.064 (2.073) 1.376.664
O saldo refere-se ao valor justo do ativo financeiro correspondente ao direito estabelecido nos contratos de concessões das distribuidoras de energia de receber caixa no momento da reversão dos ativos ao término da concessão. Conforme modelo tarifário vigente, a remuneração do ativo é reconhecida no resultado mediante faturamento dos consumidores e sua realização ocorre no momento do recebimento das contas de energia elétrica. A diferença para ajustar o saldo ao respectivo valor justo é registrada como contrapartida na conta de reserva de avaliação patrimonial no patrimônio líquido.
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314
Demonstração Financeira da CPFL, Notas Explicativas nº 11 e nº 15 - Continuação 15. Intangível Consolidado 2011
2010
Custo histórico
Amortização acumulada
Valor líquido
Valor líquido
6.152
(37)
6.115
6.115
Adquirido em combinações de negócios
6.016.243
(1.895.854)
4.120.388
2.041.944
Infraestrutura de distribuição - em serviço
8.975.287
(5.390.879)
3.584.408
3.335.775
Infraestrutura de distribuição - em curso
730.807
-
730.807
694.139
Uso do bem público
407.286
(24.716)
382.570
397.984
Outros ativos intangíveis
174.390
(71.239)
103.150
108.917
16.310.165
(7.382.725)
8.927.439
6.584.874
Custo histórico
16.310.165
13.228.307
Amortização acumulada
(7.382.725)
(6.643.433)
8.927.439
6.584.874
Ágio Direito de concessões
Total de ativos intangíveis
Divulgações acerca das características dos contratos de concessão Devido às especificidades que dizem respeito às concessões públicas, é de suma importância que as empresas divulguem os detalhes acerca desses contratos. A entidade deve divulgar nota explicativa sobre: I) Principais características dos contratos de concessão e dos contratos de arrendamento mercantil assinados com o poder concedente; II) Especificidades inerentes à outorga da concessão, ou seja, se fixa ou variável, critérios de reajuste, indexadores, prazos, entre outras; III) Os investimentos futuros contratados com o poder concedente, indicando o tipo e o montante estimado de cada um deles na data do balanço e as datas previstas de realização; IV) O aumento (se houver) de receita em função da realização das obras. A Eletropaulo descreveu as características gerais do contrato de concessão e especificidades inerentes ao contrato em nota específica.
Demonstração Financeira da Eletropaulo, Nota Explicativa nº 10 Características do Contrato de Concessão da Companhia Em 15 de junho de 1998, a Companhia e a Agência Nacional de Energia – ANEEL assinaram o Contrato de Concessão de Distribuição de Energia Elétrica nº 162/1998, o qual estabelece as condições para a exploração dos serviços públicos de distribuição de energia elétrica, com tecnologia adequada e métodos que garantam a prestação do serviço, na sua área de concessão determinada pela Resolução ANEEL nº 72, de 25 de março de 1998. O prazo de duração do contrato de concessão é de 30 anos, a partir da data de sua assinatura. O prazo da concessão poderá ser prorrogado por igual período, sendo que a Companhia deverá efetuar o requerimento até 36 meses antes do término da concessão e a ANEEL deve manifestar-se até o 18º mês anterior ao término da concessão. A eventual prorrogação estará subordinada ao interesse público e à revisão das condições estipuladas no Contrato de Concessão, a critério da ANEEL.
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Demonstração Financeira da Eletropaulo, Nota Explicativa nº 10 - Continuação A concessão da Companhia não é onerosa, portanto, não há compromissos fixos e pagamentos a serem efetuados ao Poder Concedente. Ao término do prazo de vigência do contrato de concessão, os bens e as instalações vinculados à distribuição de energia elétrica passarão a integrar o patrimônio da União, mediante indenização dos investimentos realizados ainda não amortizados, desde que autorizados pela ANEEL, apurada por auditoria do próprio órgão regulador. Considerando que as condições estabelecidas pelo ICPC 01 Contratos de Concessão foram integralmente atendidas, a Administração da Companhia concluiu que seu contrato de concessão está dentro do escopo do ICPC 01 e, portanto, os bens vinculados à concessão estão bifurcados em ativo financeiro de concessão e ativo intangível. O reajuste tarifário da Companhia ocorre no dia 4 de julho de cada ano e a revisão tarifária periódica, ocorre a cada 4 anos.
Diversas empresas relataram as principais características dos contratos de concessão na nota explicativa a respeito do contexto operacional. Uma das empresas que adotaram tal estratégia foi a CTEEP, que informou os principais dados acerca dos contratos em forma de tabela.
Demonstração Financeira da CTEEP, Nota Explicativa nº 1.2 Revisão Tarifária Periódica Concessionária
Contrato
Part (%)
Receita Anual Permitida - RAP
Prazo (anos)
Vencimento
Prazo
Próxima
RAP em degrau
Índice de correção
R$ mil
Mês Base
CTEEP
059/2001(*)
20
07.07.15
4 anos
2013
Não
IGPM
1.992.484
06/11
CTEEP
143/2001
30
20.12.31
n/a
n/a
Sim
IGPM
15.793
06/11
IEMG
004/2007
100
30
23.04.37
5 anos
2012
Sim
IPCA
14.193
06/11
Pinheiros
012/2008
100
30
15.10.38
5 anos
2014
Não
IPCA
7.386
06/11
Pinheiros
015/2008
100
30
15.10.38
5 anos
2014
Não
IPCA
13.474
06/11
Pinheiros
018/2008
100
30
15.10.38
5 anos
2014
Não
IPCA
3.174
06/11
Pinheiros
021/2011
100
30
09.12.41
5 anos
2017
Não
IPCA
4.400
09/11
Serra do Japi
026/2009
100
30
18.11.39
5 anos
2015
Não
IPCA
25.200
06/11
IENNE
001/2008
25
30
16.03.38
5 anos
2013
Não
IPCA
36.435
06/11
IESul
013/2008
50
30
15.10.38
5 anos
2014
Não
IPCA
4.447
06/11
IESul
016/2008
50
30
15.10.38
5 anos
2014
Não
IPCA
8.006
06/11
IEMadeira
013/2009
51
30
25.02.39
5 anos
2014
Não
IPCA
176.249
11/08(**)
IEMadeira
015/2009
51
30
25.02.39
5 anos
2014
Não
IPCA
151.788
11/08(**)
IEGaranhuns
022/2011
51
30
09.12.41
5 anos
2017
Não
IPCA
68.900
09/11
O contrato de concessão nº 059 da CTEEP subdivide-se em: SE (Serviço Existente) referente às instalações energizadas até 31 de dezembro de 1999; e NI (Novos Investimentos) referente às instalações energizadas a partir de 1º de janeiro de 2000. As informações relativas à revisão tarifária periódica referem-se apenas ao contrato de concessão nº 059 NI. (*)
Conforme contrato de concessão a Receita Anual Permitida (RAP) será reajustada anualmente, após a entrada em operação do empreendimento. A Companhia estima que a IEMadeira inicie suas operações em meados de 2012 (lote D) e 2013 (lote F).
(**)
Em decorrência da aquisição do controle acionário da CTEEP pela ISA Capital, ocorrida em 28 de junho de 2006, foi celebrado Termo Aditivo ao contrato de concessão 059/2001 - ANEEL da CTEEP, em 29 de janeiro de 2007, de modo a refletir essa realidade do novo controlador. Nesse aditivo, foram mantidas as condições pactuadas inicialmente e agregada cláusula definindo que o ágio pago no leilão, assim como as obrigações especiais e os valores decorrentes da Lei Estadual 4.819/58, previstos no Edital de Alienação SF/001/2006, não serão considerados pela ANEEL para efeito da avaliação do equilíbrio econômico-financeiro da concessão. Ainda em decorrência desse aditivo, a ISA Capital e a ISA comprometem-se a fazer aportes de capital na CTEEP. Todos os contratos de concessão acima preveem o direito de indenização sobre os ativos relacionados à concessão no término de sua vigência.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
316
As empresas deverão divulgar também os investimentos futuros contratados com o poder concedente, indicando o tipo e o montante estimado de cada um deles na data do balanço e as datas previstas de realização. A CCR divulgou tais compromissos vinculados aos contratos de concessão.
Demonstração Financeira da CCR, Nota Explicativa nº 31 b. Compromissos relativos às concessões As investidas assumiram o compromisso de melhorar, conservar e expandir as rodovias, bem como adquirir o material rodante, implantar sistemas, operar e realizar manutenção da Linha 4 – Amarela do Metrô de São Paulo, a serem realizados até o final do prazo da concessão, para que as mesmas possam comportar o aumento do tráfego/usuários futuro previsto e, consequentemente, gerar receitas adicionais para as concessionárias. Os valores estão apresentados abaixo: 2011
2010
RodoNorte
1.233.018
1.207.895
ViaQuatro
1.648.316
1.555.466
AutoBAn
1.079.719
1.026.249
ViaOeste
569.071
476.558
NovaDutra
624.006
707.829
RodoAnel Oeste
378.385
281.160
Renovias
292.375
360.722
47.314
37.922
ViaLagos
147.104
10.117
SPVias
764.238
552.148
6.783.546
6.216.066
(*)
(*)
Ponte
(*)
Trata-se de 100% do compromisso da concessionária.
Além dos compromissos relacionados a investimentos futuros, devem também ser informados os compromissos financeiros relativos ao valor a ser pago ao poder concedente como compensação pela exploração. A Cemig fez a seguinte divulgação a respeito das concessões onerosas.
Demonstração Financeira da Cemig, Nota Explicativa nº 4 Concessões Onerosas Na obtenção das concessões para construção de alguns empreendimentos de geração de energia, a Companhia se comprometeu a efetuar pagamentos à ANEEL, ao longo do prazo de vigência do contrato, como compensação pela exploração. As informações das concessões, com os valores a serem pagos, são como segue: Empreendimento
Valor Nominal em 2011
Valor Presente em 2011
Período de Amortização
Índice de Atualização
368.654
115.756
08/2001 a 07/2032
IGPM
31.613
10.814
03/2006 a 02/2035
IGPM
Queimado (Consórcio)
8.233
3.036
01/2004 a 12/2032
IGPM
Baguari (Consórcio)
5.369
1.485
09/2009 a 09/2042
IPCA
19.962
6.596
09/2007 a 08/2035
IGPM
Porto Estrela (Consórcio) Irapé
Capim Branco (Consórcio)
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Demonstração Financeira da Cemig, Nota Explicativa nº 4 - Continuação As concessões a serem pagas ao Poder Concedente preveem parcelas mensais com diferentes valores ao longo do tempo. Para fins contábeis e de reconhecimento de custos, em função do entendimento que representam um Ativo Intangível relacionado ao direito de exploração, são registradas a partir da assinatura dos contratos pelo valor presente da obrigação de pagamento. As parcelas pagas ao poder concedente referentes às usinas de Porto Estrela, Irapé, Queimado, Baguari e Capim Branco em 2011 corresponderam a R$ 125, R$ 1.300, R$ 370, R$ 170 e R$ 776, respectivamente. O valor presente das parcelas a serem pagas no período de 12 meses corresponde a R$ 5.405, R$ 1.279, R$ 367, R$ 168 e R$ 771, (valor nominal de R$ 5.919, R$ 1.358, R$ 389, R$ 178 e R$ 821), respectivamente. A taxa utilizada para desconto a valor presente pela Cemig dos seus passivos de concessão onerosa, de 12,50%, foi a taxa média de captação de recursos em condições usuais na data da transição. Outro ponto importante a ser informado é o aumento (se houver) de receita em função da realização das obras. A Sabesp informou receitas relativas à construção e custos respectivos para concessões de água e esgoto:
Demonstração Financeira da Sabesp, Nota Explicativa nº 11 Seguem abaixo o custo e a receita de construção reconhecidos sobre os contratos de concessão/programa no período dos respectivos anos: Consolidado 31 de dezembro de 2011 Água
Esgoto
Total
Custo de construção incorrido
1.044.122
1.142.198
2.186.320
Reconhecimento da receita de construção
1.066.524
1.168.254
2.234.778
Não existem ativos e passivos contingentes relativos aos contratos de construção em andamento.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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// ICPC 02
Contrato de Construção do Setor Imobiliário (IFRIC 15)
Um dos tópicos que trouxeram bastante discussão por ocasião da adoção inicial das normas internacionais no Brasil no ano de 2010 foi, sem dúvida, a contabilização dos contratos de construção do setor imobiliário. A ICPC 02 trata da contabilização das receitas e dos correspondentes custos das empresas que realizam a incorporação e/ou construção de imóveis, de acordo com o enquadramento do contrato no âmbito do CPC 30 – Receitas (IAS 18), ou do CPC 17 – Contratos de Construção (IAS 11). Adicionalmente à ICPC 02, o CPC emitiu a Orientação OCPC 04 – Aplicação da Interpretação Técnica ICPC 02 às Entidades de Incorporação Imobiliária Brasileiras, com o objetivo de auxiliar na análise de se os contratos de construção se enquadram mais adequadamente no alcance do CPC 17 ou do CPC 30 e assim auxiliar na definição, pelos preparadores das demonstrações financeiras, do momento do reconhecimento da receita com a incorporação ou construção de imóveis, para definição do tratamento adequado do contrato às características específicas de cada contrato, de forma a determinar a sua essência econômica. A depender do enquadramento, a receita será registrada à medida que a construção evolui ou apenas no momento em que se considera que foram transferidos ao cliente os riscos e benefícios do ativo construído, em geral na entrega das chaves. Dentro desse contexto, buscamos analisar os balanços das empresas de construção e/ou incorporação presentes na nossa amostra com vistas a identificar os procedimentos contábeis por elas aplicados relacionados à construção de unidades imobiliárias. Os aspectos considerados nas nossas análises foram: • Como foram enquadrados os contratos de construção do setor imobiliário pelas empresas analisadas • Divulgações realizadas acerca das operações referentes aos contratos de construção do setor imobiliário
Como foram enquadrados os contratos de construção do setor imobiliário pelas empresas analisadas Todas as seis empresas de construção e incorporação da nossa amostra (Brookfield, Cyrela, Gafisa, MRV, PDG Realty e Rossi) reconheceram suas receitas e despesas ao longo dos contratos de construção para os contratos relacionados às unidades vendidas ainda em construção. As empresas apresentaram os critérios adotados para reconhecimento de receitas dos contratos de construção em suas notas iniciais que tratam das políticas para elaboração e apresentação das demonstrações financeiras. Na nota a respeito do assunto, a MRV destacou a existência do projeto de elaboração de uma nova norma sobre receitas e comenta que a edição da norma revisada poderá gerar eventuais impactos nas demonstrações financeiras da empresa.
Demonstração Financeira da MRV, Nota Explicativa nº 2.2 2.2. Base de elaboração As demonstrações financeiras foram elaboradas com base no custo histórico, exceto por determinados instrumentos financeiros mensurados pelos seus valores justos, conforme descrito nas práticas contábeis a seguir. O custo histórico geralmente é baseado no valor justo das contraprestações pagas em troca de ativos. Essas demonstrações financeiras consolidadas foram preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRS), aplicáveis a entidades de incorporação imobiliária no Brasil, como aprovadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), e com todos os pronunciamentos emitidos pelo CPC. Estas normas incluem a Orientação OCP 04 - Aplicação da Interpretação Técnica ICPC 02 às Entidades de Incorporação Imobiliárias Brasileiras - no que diz respeito ao reconhecimento de receitas e respectivos custos e despesas decorrentes de operações de incorporação imobiliária durante o andamento da obra (método do percentual de execução - POC). Determinados assuntos relacionados ao significado e aplicação do conceito de transferência contínua de riscos, benefícios e de controle na venda de unidades imobiliárias foram incluídos para análise na agenda do International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC). Entretanto, em função do projeto para edição de uma norma revisada para reconhecimento de receitas, que está em forma de draft para discussão, ao longo de 2011 o IFRIC decidiu não continuar com esse tópico na agenda, por entender que o conceito para reconhecimento de receita deverá estar contido na norma presentemente em discussão. Assim, espera-se que o assunto seja concluído somente após a edição da norma revisada para reconhecimento de receitas. A edição dessa norma revisada pode fazer com que a Companhia tenha que revisar suas práticas contábeis relacionadas ao reconhecimento de receitas.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Além da uniformidade em relação ao reconhecimento das receitas conforme o percentual de acabamento, as empresas também foram uniformes no que diz respeito ao método de apuração de tais valores: todas elas adotaram a proporção entre custo incorrido e custo orçado para estabelecer o valor da receita e ser reconhecida no período. Em função do método adotado, a estimativa dos custos orçados foi citada pelas empresas como estimativa contábil crítica. A Brookfield informou a respeito.
Demonstração Financeira da Brookfield, Nota Explicativa nº 3.2 3.2. Principais fontes de incertezas nas estimativas A preparação das demonstrações financeiras requer que a Administração da Sociedade e de suas controladas se baseie em estimativas e julgamentos para o registro de certas transações que afetem os ativos e passivos, receitas e despesas. Os resultados finais dessas transações e informações, quando de sua efetiva realização em períodos subsequentes, podem diferir dessas estimativas. As principais estimativas utilizadas referem-se a:
3.2.1. Reconhecimento de receita, recebíveis e estoque dos projetos em desenvolvimento de incorporação imobiliária Conforme descrito na nota explicativa nº 2.5, a porcentagem dos custos incorridos utilizada para o reconhecimento da receita e contas a receber de unidades vendidas em construção ou formação do estoque das unidades não vendidas em construção é medida em relação a custos orçados totais. O cálculo dos custos orçados totais exige que a Administração estime os custos dos materiais, da mão de obra e de financiamento, entre outros necessários para a construção das unidades imobiliárias.
Os pareceres dos auditores independentes em todas as seis empresas trazem parágrafo de ênfase ressaltando que as entidades de incorporação imobiliária consideram, adicionalmente às normas IFRS, a Orientação OCPC 04. A seguir, a referida ênfase no parecer de auditoria da Cyrela, bastante similar ao das outras cinco empresas analisadas.
Demonstração Financeira da Cyrela, parecer dos auditores Ênfase Conforme descrito na Nota 2.1, as demonstrações financeiras individuais e consolidadas foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. As demonstrações financeiras consolidadas preparadas de acordo com as IFRS aplicáveis a entidades de incorporação imobiliária consideram adicionalmente a Orientação OCPC 04 editada pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Essa orientação trata do reconhecimento da receita desse setor e envolve assuntos relacionados ao significado e aplicação do conceito de transferência contínua de riscos, benefícios e de controle na venda de unidades imobiliárias, conforme descrito em maiores detalhes na Nota 2.2.5. Nossa opinião não está ressalvada em função desse assunto.
A nota 2.2.5 da Cyrela, citada pela auditoria no parágrafo de ênfase, traz informações a respeito dos critérios de reconhecimento das receitas.
Demonstração Financeira da Cyrela, Nota Explicativa nº 2.2.5 2.2.5. Apuração do resultado de incorporação imobiliária, venda de imóveis e outras São observados os procedimentos e normas estabelecidas pela Resolução CFC nº 1.266 do Conselho Federal de Contabilidade e os Pronunciamentos Técnicos (CPC 17) e de Orientação (OCPC 01 e 04) e Interpretação Técnica (ICPC 02) emitidos pelo CPC.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Demonstração Financeira da Cyrela, Nota Explicativa nº 2.2.5 - Continuação I) Nas vendas a prazo de unidades concluídas: • O resultado é apropriado no momento em que a venda é efetivada, independentemente do prazo de recebimento do valor contratual. • Os juros e variação monetária, incidentes sobre as contas a receber são apropriados ao resultado na receita financeira quando incorridas, obedecendo ao regime de competência de exercícios. II) Nas vendas de unidades não concluídas: • A transferência dos riscos e benefícios para o cliente ocorre continuamente, de acordo com a evolução da construção. • O custo incorrido (inclui-se o gasto com terreno, incorporação, construção, encargos financeiros durante a construção) correspondente às unidades vendidas é apropriado integralmente ao resultado. • É apurado o percentual do custo incorrido das unidades vendidas, em relação ao seu custo total orçado, sendo esse percentual aplicado sobre a receita das unidades vendidas, ajustada segundo as condições dos contratos de venda, e sobre as despesas comerciais (comissões), sendo assim determinado o montante das receitas e das despesas comerciais a serem reconhecidas. • Os montantes das receitas de vendas reconhecidos que sejam superiores aos valores efetivamente recebidos de clientes, são registrados em ativo circulante ou não circulante. Os montantes recebidos com relação à venda de unidades que sejam superiores aos valores reconhecidos de receitas, são contabilizados na rubrica “Adiantamento de Clientes”. • Os encargos financeiros das operações de crédito imobiliário, de financiamentos, de certificados de recebíveis e de debêntures diretamente atribuídos ao projeto imobiliário, incorridos durante o período de construção, são apropriados ao custo das unidades sendo apropriados ao resultado (custo) por ocasião da venda. Os demais encargos financeiros são apropriados ao resultado financeiro quando incorridos, assim como das operações de crédito imobiliário incorridos após a conclusão da construção. • A variação monetária incidente sobre as contas a receber é apropriada ao resultado, como receita de vendas, por meio do percentual de custo incorrido. III) Outras práticas relacionadas à atividade imobiliária: • Permutas: para as permutas de terrenos, com a entrega de apartamentos a construir, o valor do terreno adquirido pela Companhia e por suas controladas é apurado com base no valor justo das unidades imobiliárias a serem entregues e foi registrado como estoque de terrenos, em contrapartida a adiantamento de clientes no passivo, no momento da assunção dos riscos e definição do projeto de comercialização. Prevalecem para estas transações os mesmos critérios de apropriação aplicados para o resultado de incorporação imobiliária em seu todo. • Provisão para garantia: constituída para cobrir gastos com reparos em empreendimentos cobertos no período de garantia. A provisão é constituída em contra partida do resultado (custo) à medida que os custos de unidades vendidas incorrem; eventual saldo remanescente não utilizado da provisão é revertido após o prazo de garantia oferecida, em geral cinco anos a partir da entrega do empreendimento.
Divulgações realizadas acerca das operações referentes aos contratos de construção do setor imobiliário Entre as informações que são importantes para os usuários de demonstrações fincaneiras de empresas do setor imobiliário, está, por exemplo, a abertura do total das contas a receber. Do mesmo modo, como grande parte dos recebíveis dessas empresas é de longo prazo e não está reconhecida dado o método de cálculo do reconhecimento das receitas, torna-se igualmente importante a divulgação dos respectivos prazos de vencimento e das referidas premissas utilizadas para cômputo do ajuste a valor presente, à medida de sua realização, conforme divulgado pela Cyrela.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
322
Demonstração Financeira da Cyrela, Nota Explicativa nº 5 5. Contas a receber Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
15.832
28.469
1.663.146
1.846.372
Empreendimentos em construção
-
-
-
-
Receita Apropriada
-
-
11.486.068
7.972.700
Parcelas Recebidas
-
-
(6.703.852)
(3.778.725)
4.782.216
4.193.975
(85.791)
(74.509)
4.696.425
4.119.466
Empreendimentos concluídos
Ajuste a valor presente (AVP)
Contas a receber de vendas apropriado Prestação de Serviços Total de contas a receber (-) Não Circulante Circulante
-
-
15.832
28.469
6.359.571
5.965.838
-
-
49.497
39.246
15.832
28.469
6.409.068
6.005.084
2.587
9.363
1.749.215
2.114.555
13.245
19.106
4.659.853
3.890.529
As contas a receber de venda de imóveis estão, substancialmente, atualizadas pela variação do Índice Nacional da Construção Civil - INCC até a entrega das chaves. Os recebíveis pós chaves rendem juros de 12% ao ano mais correção monetária corrigido pelo IGP-M. Conforme mencionado na nota explicativa nº 2.2.5, a Companhia e suas controladas adotam os procedimentos e normas estabelecidos pela Resolução CFC nº 1.266 do Conselho Federal de Contabilidade e os Pronunciamentos Técnicos (CPC 17) e de Orientação (OCPC 01 e 04) e Interpretação Técnica (ICPC 02) emitidos pelo CPC para reconhecimento contábil dos resultados auferidos nas operações imobiliárias realizadas. Em decorrência, o saldo de contas a receber das unidades vendidas e ainda não concluídas, não está integralmente refletido nas demonstrações financeiras individuais e consolidadas, uma vez que o seu registro é limitado à parcela da receita reconhecida contabilmente, líquida das parcelas já recebidas. O ajuste a valor presente que diminuiu o resultado, na rubrica de receita com incorporação e revenda de imóveis, totalizou em 31 de dezembro de 2011 R$ 10.924 (12/2010 aumentou R$ 4.680). Como informação suplementar, o saldo de contas a receber, considerando aquele ainda não refletido na contabilidade e os saldos contábeis, referente à atividade de incorporação e revenda de imóveis, já deduzido das parcelas recebidas, pode ser assim demonstrado: Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
-
-
-
-
13.245
19.106
4.610.356
3.851.283
2.587
9.363
1.749.215
2.114.555
15.832
28.469
6.359.571
5.965.838
Total de vendas contratadas a apropriar
-
-
6.393.107
6.136.163
Parcela classificada em adiantamento de clientes
-
-
(213.156)
(200.972)
15.832
28.469
12.539.522
11.901.029
13.245
19.106
5.925.495
5.821.956
2.587
9.363
6.614.027
6.079.073
15.832
28.469
12.539.522
11.901.029
Incorporação e revenda de imóveis: Total no ativo circulante Total no ativo não circulante
Circulante Não Circulante
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
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Demonstração Financeira da Cyrela, Nota Explicativa nº 5 - Continuação Cronograma da carteira de recebíveis por incorporação e revenda de imóveis A carteira no não circulante é totalizada por recebíveis com vencimento após doze meses do período apresentado. A composição total da carteira é assim demonstrada: 2011
2010
2011
2010
2011
-
19.106
-
5.821.956
2012
13.245
3.207
5.925.495
1.504.282
2013
727
1.772
2.344.376
1.695.354
2014
668
1.528
2.094.243
988.161
2015
490
1.151
795.756
443.845
2016
414
937
460.562
399.158
2017
285
761
317.226
346.393
2018
3
7
252.786
294.649
2019
-
-
195.424
228.749
2020
-
-
110.574
134.233
2021
-
-
31.832
30.443
Até 2028
-
-
11.248
13.806
15.832
28.469
12.539.522
11.901.029
Total
Em razão do descasamento natural entre caixa e competência nos contratos de construção imobiliária, é comum as empresas possuírem igualmente valores referentes a adiantamento de clientes. Sobre esse aspecto, a MRV foi uma das empresas analisadas que apresentaram a composição desses adiantamentos conforme seus respectivos prazos.
Demonstração Financeira da MRV, Nota Explicativa nº 15 15. Adiantamentos de Clientes Individual
Consolidado
31/12/2011
31/12/2010
31/12/2011
31/12/2010
Adiantamentos por recebimentos
175.428
34.996
337.824
130.040
Adiantamentos por permutas
591.556
398.452
1.011.540
549.683
766.984
433.448
1.349.364
679.723
681.934
345.817
1.234.160
557.265
85.050
87.631
115.204
122.458
Circulante Não Circulante
A composição dos adiantamentos de clientes, por vencimento, é como segue: Individual
Consolidado
31/12/2011
31/12/2010
31/12/2011
31/12/2010
681.934
345.817
1.234.160
557.265
13 a 24 meses
61.285
86.717
84.592
121.154
Após 24 meses
23.765
914
30.612
1.304
766.984
433.448
1.349.364
679.723
Período após a data do balanço 12 meses
Total
Demonstração Financeira da MRV, Nota Explicativa nº 15 - Continuação Adiantamentos por recebimentos Nas vendas de unidades não concluídas, o resultado é apropriado de acordo com os procedimentos e orientações estabelecidas pela Orientação OCPC 04 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata da aplicação da Interpretação Técnica ICPC 02 às entidades de incorporação imobiliária brasileiras, aprovada pela Deliberação CVM Nº 653/10, para reconhecimento contábil dos resultados auferidos nas operações imobiliárias realizadas, conforme mencionado na nota explicativa 2.7.1. Os recebimentos superiores ao valor das receitas de vendas apropriadas são registrados na rubrica adiantamentos de clientes, classificados no passivo circulante e não circulante, conforme demonstrado acima, de acordo com a expectativa de execução da obra. Estes saldos são representados em moeda nacional e não tem incidência de encargos financeiros, tendo a Companhia o compromisso de construção do imóvel.
Adiantamentos por permutas Os saldos de adiantamentos por permutas referem-se a compromissos assumidos na compra de terrenos em estoque para incorporação de empreendimentos imobiliários, sendo que a liquidação ocorre ao longo da evolução da obra até a entrega das unidades imobiliárias concluídas, de acordo com o contrato. Os montantes de fianças bancárias oferecidas para os adiantamentos por permuta são resumidos como segue: Individual e Consolidado 31/12/2011
31/12/2010
113.866
100.133
13 a 24 meses
34.277
19.409
25 a 36 meses
27.130
34.177
37 a 48 meses
1.631
150
176.904
153.869
Período após a data do balanço 12 meses
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
325
ApĂŞndice
// Amostra da Pesquisa
•• ALL - América Latina Logística S.A.
•• Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. (Embraer)
•• B2W - Companhia Global do Varejo
•• Fibria Celulose S.A.
•• Banco do Brasil S.A.
•• Gafisa S.A.
•• Banco Santander S.A.
•• Gerdau S.A.
•• BR Malls Participações S.A.
•• Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A.
•• BR Properties S.A.
•• Hypermarcas S.A.
•• Bradesco S.A.
•• Itaú Unibanco Holding S.A.
•• Braskem S.A.
•• JBS S.A.
•• Brasil Ecodiesel Indústria e Comércio de Biocombustíveis e Óleos Vegetais S.A. (Brasil Ecodiesel)
•• Klabin S.A
•• BRF - Brasil Foods S.A. (BR Foods) •• Brookfield Incorporações S.A. •• CCR S.A. •• Cielo S.A. •• Companhia Brasileira de Distribuição (Pão de Açúcar) •• Companhia de Bebidas das Américas (Ambev)
•• Light S.A. •• LLX Logística S.A. •• Localiza Rent a Car S.A. •• Lojas Americanas S.A. •• Marfrig Frigoríficos e Comércio de Alimentos S.A. •• MMX Mineração e Metálicos S.A. •• MRV Engenharia e Participações S.A.
•• Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp)
•• Natura Cosméticos S.A.
•• Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP)
•• PDG Realty S.A. Empreendimentos e Participações
•• OGX Petróleo e Gás Participações S.A.
•• Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig)
•• Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras)
•• Companhia Energética de São Paulo (Cesp)
•• Redecard S.A.
•• Companhia Hering S.A.
•• Rossi Residencial S.A.
•• Companhia Paranaense de Energia (Copel)
•• TAM S.A.
•• Companhia Siderúrgica Nacional
•• Telecomunicações de São Paulo S.A. (Telesp)
•• Cosan S.A.
•• Telefônica Brasil S.A.
•• CPFL Energia S.A.
•• Telemar Participações S.A.
•• Cyrela Brazil Realty S.A. Empreendimentos e Participações
•• Telemar Norte Leste Participações S.A.
•• Diagnósticos da América S.A. (Dasa)
•• TIM Participações S.A.
•• Duratex S.A.
•• Ultrapar Participações S.A.
•• Eletrobras Participações S.A.
•• Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. (Usiminas)
•• Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A.
•• Vale S.A.
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
327
// Anotações
Análises sobre o IFRS no Brasil - Edição 2012
328
Ernst & Young Terco Auditoria | Impostos | Transações Corporativas | Consultoria Sobre a Ernst & Young A Ernst & Young é líder global em serviços de Auditoria, Impostos, Transações Corporativas e Consultoria. Em todo o mundo, nossos 152 mil colaboradores estão unidos por valores pautados pela ética e pelo compromisso constante com a qualidade. Nosso diferencial consiste em ajudar nossos colaboradores, clientes e as comunidades com as quais interagimos a atingir todo o seu potencial, em um mundo cada vez mais integrado e competitivo. No Brasil, a Ernst & Young Terco é a mais completa empresa de Auditoria, Impostos, Transações Corporativas e Consultoria, com 4.500 profissionais que dão suporte e atendimento a mais de 3.400 clientes de pequeno, médio e grande portes. Em 2012, a Ernst & Young Terco tornou-se Apoiadora Oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e fornecedora exclusiva de serviços de Consultoria para o Comitê Organizador. O alinhamento dos valores do Movimento Olímpico e da Ernst & Young Terco foi decisivo nessa iniciativa. © 2012 EYGM Limited. Todos os direitos reservados. Esta é uma publicação do Departamento de Marketing. A reprodução deste conteúdo, na totalidade ou em parte, é permitida desde que citada a fonte.
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