RIO PINHEIROS E A RETIFICAÇÃO
O crescimento populacional exacerbado no final do século XIX e início do século XX, muito por reflexo de imigrantes que vieram à São Paulo em busca de novas oportunidades de emprego, não foi acompanhado por medidas eficazes no planejamento urbano. Trazendo consequência de um aumento na densidade demográfica e agravando condições insalubres de moradias sem tratamento de esgoto ou de água. Todo esse esgoto sem tratamento era jogado nos rios como forma de escape. O rio Tietê e seu principal afluente, o rio Pinheiros, eram rios meândricos, sinuosos e com grandes áreas de inundação com cheias frequentes (ver mapa 1). Suas várzeas eram evitadas pela elite paulistana, e quem ocupava eram operários que trabalhavam em indústrias que também ocupa-
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vam essa área, como é o caso do processo histórico dos bairros da Barra Funda, Brás, Mooca, Bom Retiro, Jaguaré, entre outros. Todo o esgoto das residências próximas dali desembocavam nos rios, além de todos os dejetos das indústrias, tornando-os poluídos. No final do século XIX, haviam estudos sobre a retificação dos rios Pinheiros e Tiête, que tinham como pretexto a higienização da cidade, para evitar possíveis surtos epidêmicos. Porém há discussões também sobre a especulação de terras e interesses do mercado imobiliário e mercado automobilístico que se beneficiaram do processo de retificação.