Revista Renovação. Edição 129 . Jul/Ago 2021
REVISTA
A UNIDADE É VITAL PARA GUARDAR O ROSTO E A MEMÓRIA DA RCC pág.10 EM UNIDADE COM A CORRENTE DE GRAÇA pág.12 O DESENVOLVIMENTO HUMANO FAVORECE A CONVIVÊNCIA FRATERNA pág. 08 GRUPO DE ORAÇÃO: ESPAÇO PRIVILEGIADO PARA A UNIDADE ENCARTE
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Revista Renovação . Jul/Ago 2021
Nesta Edição Espiritualidade
Especial
Institucional
06 “Eu neles e Tu em
16 O Ministério de Fé e
23 Presidência da
mim, para que sejam perfeitos na unidade” (Jo 17,23a)
08 Em unidade com a Corrente de Graça
12 A unidade é vital para guardar o rosto e a memória da RCC
13 A comunicação é o elo da unidade
14 Unidade dos Cristãos: Chamado e desafio
20 Sejamos testemunhas da unidade
Política e o compromisso da RCCBRASIL com o exercício pleno da cidadania
29 Evangelho anunciado no Poder do Espírito Santo
31 O desenvolvimento
RCCBRASIL realiza mais uma edição das Conferências Pastorais
24 Unidos pela
Evangelização
30 Aprofunde-se na
prática dos carismas com a RCCBRASIL
humano favorece a convivência fraterna
Ministérios em Partilha
Sugestão de Leitura
18 Evangelização no âmbito
26 Aprenda a vencer as
universitário em tempos de Pandemia As raízes da Promoção Humana e sua importância no Grupo de Oração
batalhas pela intercessão de São José
A RCC em minha vida 27 “O Espírito Santo
19 Intercessores: Profetas
transformou a minha história”
da Esperança!
EXPEDIENTE Publicação Oficial da Renovação Carismática Católica do Brasil Editada pelo Escritório Nacional da RCC do Brasil ANO 22 - Edição Nº 129: Jul/Ago 2021
Jornalista Responsável: Jersey Simon Ferreira Registro Profissional 0034836/RJ Redação: Pedro Whately, Rayssa Ferreira, Raphaely Fernandes, Daniele Almeida Revisão: Laura Galvão Fotos: Arquivo RCCBRASIL, Shutterstock, Pixabay Projeto Gráfico, Capa: Priscila Carvalho Venecian Design e Diagramação: João Maria da Silva Neto E-mail: dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br
ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO DA RCCBRASIL Rodovia Presidente Dutra km 46,5, sentido Rio de Janeiro, no bairro dos Marques, s/n Canas/SP Tel.: (12) 3151-9999 Entre em contato conosco. Envie testemunhos e sugestões para o e-mail: dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br A responsabilidade de seus respectivos autores. Permitida a reprodução, sem alteração do texto e citada a fonte.
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Editorial Revista Renovação . Jul/Ago 2021
“ESSAS PÁGINAS VÃO NOS AJUDAR A GUARDAR A UNIDADE, NO ESPÍRITO” A unidade consiste em empreender todos os esforços possíveis para que o Corpo de Cristo mantenha-se indivisível e vigoroso; é uma graça trinitária, mas também, fruto do esforço de homens e mulheres comprometidos com a obra da Salvação. “Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4, 3). Esta Unidade é vontade do próprio Cristo, que pediu em oração ao Pai: “que todos sejam um” (Jo 17, 21). Ela é também obra do Espírito Santo, que é “o elo de amor no qual culmina a comunicação intratrinitária” (Communio et Progressio, n. 11). A unidade deve ser vivida entre os membros do mesmo Grupo de Oração, da mesma paróquia ou comunidade, da mesma diocese. Mas se dá também na dimensão eclesial, na obediência ao clero, ao episcopado e ao Santo Padre. Ela ainda pode ser interpretada num contexto de ecumenismo, com outras igrejas. O Papa Francisco vai além e aponta a dimensão social da unidade: “Quem levanta um muro, quem constrói um muro, acabará escravo dentro dos muros que construiu, sem horizontes” (Fratelli Tuti, 27). Nesta Edição 129, a Revista Renovação convoca a todos os carismáticos a serem guardiões da unidade, como verdadeiros sentinelas. Aprofundamos este tema tão importante para que o Movimento siga vigoroso, em ordem de batalha! Recordamos que o fruto da unidade é o amor e que o amor vivido entre nós gera conversões e atrai a outros. Também aprofundamos o papel do Espírito Santo na obra de unidade entre os cristãos e a importância da Unidade com a Igreja. Além disso, trazemos um belíssimo artigo sobre a importância de conservar a unidade com outras expressões carismáticas na Corrente de Graça. Destacamos também a importância de promover a unidade entre os cristãos a partir da experiência carismática. Para completar, trazemos um artigo sobre a importância da comunicação no contexto da comunhão. No mês em que a RCCBRASIL completa 52 anos, trazemos uma matéria especial sobre os frutos do Movimento no país e ainda um artigo sobre como cuidar da nossa saúde mental pode melhorar nosso relacionamento com os outros, com Deus e conosco mesmo. Que o Espírito da Unidade nos conduza através destas páginas. Uma excelente leitura! Por Jersey Simon Ferreira
Editor-chefe | Coordenador da Comissão de Comunicação Grupo de Oração Sagrados Corações
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Palavra do Presidente Revista Renovação . Jul/Ago 2021
CONSTRUIR A COMUNHÃO Queridos irmãos e irmãs, a paz de Cristo! Em sua Catequese, no dia 25 de setembro de 2013, o Papa Francisco nos ensinou: “Deus nos doa a unidade, mas nós mesmos façamos esforço para vivê-la. É preciso procurar, construir a comunhão, educar-nos à comunhão, a superar incompreensões e divisões... O nosso mundo precisa de unidade, está em uma época na qual todos temos necessidade de unidade, precisamos de reconciliação, de comunhão e a Igreja é Casa de comunhão. Cada um se pergunte: faço crescer a unidade em família, na paróquia, na comunidade, ou sou um fofoqueiro, uma fofoqueira. Sou motivo de divisão, de desconforto? Mas vocês não sabem o mal que fazem à Igreja, às paróquias, às comunidades, as fofocas! Fazem mal! As fofocas ferem. Um cristão antes de fofocar deve morder a língua!”. Portanto, sendo a unidade um dom de Deus à Sua Igreja, há a necessidade de esforço para cultivá-la e mantê-la, a fim de que demos um testemunho sempre mais credível. Não podemos cair na fragmentação causada pelo egoísmo, orgulho, vaidade, interesses diversos daqueles tipicamente evangélicos. É preciso que estejamos predispostos à unidade e nos eduquemos à comunhão. Precisamos estar convencidos de que a unidade é o pressuposto para a construção de qualquer obra. O princípio da unidade deve reger todas as ações da Igreja e da RCC. Para tanto, o Concílio Vaticano II evoca a necessidade de conversão do coração: “Os anseios de unidade nascem e amadurecem a partir da renovação da mente, da abnegação de si mesmo e da libérrima efusão da caridade. Por isso, devemos implorar do Espírito divino a graça da sincera abnegação, humildade e mansidão em servir, e da fraterna generosidade para com os
outros. ‘Portanto - diz o Apóstolo das gentes - eu, prisioneiro no Senhor, vos rogo que vivais de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com paciência, suportando-vos uns aos outros em caridade, e esforçando-vos solicitamente por conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz’ (Ef. 4, 1-3)” (Declaração Unitatis Redintegratio, 7). Como cultivar e manter a unidade? Praticando a virtude da humildade, pois São Paulo nos diz: “que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos (Ef 2,3), isto é, fazendo kenosis, esvaziamento de si, renúncia de tudo o que considerou ser seu; nutrindo relacionamentos fraternos conduzidos pelo Amor de Deus, que é o próprio Espírito Santo, que tem por finalidade não somente reconciliar o homem com Deus, mas também reconciliar os homens entre si; buscando a mesma visão da comunidade cristã, pois um exército dividido perde totalmente o seu potencial; trabalhando para o crescimento do Corpo de Cristo, estabelecendo vínculos de cooperação, laços de fraternidade e de promoção do todo, numa só fé, num só batismo. Que nossa Mãe, Maria Santíssima, a garantidora da Unidade dos discípulos no Cenáculo, interceda por nós e nos ensine a sermos Um para que o mundo creia! Veni Sancte Spiritus!
Vinícius Rodrigues Simões
Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL Grupo de Oração Jesus Senhor
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Espiritualidade Revista Renovação . Jul/Ago 2021
“EU NELES E TU EM MIM, PARA QUE SEJAM PERFEITOS NA UNIDADE” (JO 17,23A) O Espírito Santo expande a nossa capacidade de entender e perdoar o outro, dando-nos uma sensibilidade ampliada pela graça
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esus, na última ceia com os discípulos, implora pela união de todos os que creem: “Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim” (Jo 17,22-24). Estas são praticamente suas últimas palavras antes de sua prisão e subsequente paixão e morte. É seu último pedido, que expressa seu amor e cuidado não somente com os discípulos de então, mas com todas as gerações de pessoas que viriam a crer nele através dos séculos, também conosco. As últimas palavras de alguém são muito importantes, são ditas para ficarem gravadas no coração e na memória daqueles que ama. Sermos perfeitos na unidade. Tarefa impossível sem a presença e a assistência do Espírito Santo. Um pouco antes de fazer esta oração pela unidade, Jesus prometera enviar o “outro Paráclito”, o Espírito Santo, dizendo: “Naquele dia (quando vier o Paráclito), conhecereis que estou em meu pai, e vós em mim e eu em vós” (Jo 14,20).
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A unidade exterior, aquela que se reflete nos nossos relacionamentos, na vida em família, na comunidade, na Igreja, entre os irmãos de fé, é reflexo da unidade interna, obra do Espírito Santo que vai trabalhando em nós, se o permitirmos, dando-nos integridade interior, aquela “inteireza” onde o que estava ferido ou partido vai sendo restaurado, curado. Isso se dá pela presença de Deus Pai e de Deus Filho, presentes na pessoa do Espírito Santo que habita em nós. É o amor que circula
entre as Pessoas da Santíssima Trindade movendo-se em nós e tocando os espaços frios e vazios da nossa alma, os espaços feridos, machucados, maculados pelo desamor.
Só o amor pode nos curar do desamor e nos capacitar a amar, somente por obra do amor de Deus derramado nos nossos corações (cf. Rom 5,5) nós somos restaurados, ficamos inteiros, recriados à nossa beleza original, sem mágoas, ressentimentos, sem complexos, somos pacificados. Necessitamos do Espírito Santo para pacificar as lutas e contendas que se encontram no nosso interior a fim de que não se expressem no exterior através de palavras e atitudes. São Tiago adverte: “Donde vêm as lutas e contendas entre vós? Não vêm elas de vossas paixões, que combatem em vossos membros? Cobiçais, e não recebeis; sois invejosos e ciumentos, e não conseguis o que desejais; litigais e fazeis guerra” (Tiag 4, 1-2a). Ele adverte também contra o ciúme amargo e sobre a mentira, dizendo ser uma sabedoria terrena, humana, diabólica, ao passo que a sabedoria que vem de cima, aquela que nos dá o Espírito Santo, é pura, pacífica, condescendente, conciliadora, cheia de misericórdia, sem parcialidade, nem fingimento.
Espiritualidade Revista Renovação . Jul/Ago 2021
O Espírito Santo expande a nossa capacidade de entender e perdoar o outro, dando-nos uma sensibilidade ampliada pela graça um olhar sobre o outro que enxerga não as imperfeições, mas o que há de bom, que vê o potencial e, ao notar as imperfeições, compreende, move-se de compaixão, perdoa e ajuda. São João Paulo II denomina essa capacidade de entender o outro e de ter comunhão com ele de “espiritualidade da comunhão”. Diz ele: “Espiritualidade da comunhão significa em primeiro lugar ter o olhar do coração voltado para o mistério da Trindade, que habita em nós e cuja luz há de ser percebida também no rosto dos irmãos que estão ao nosso redor. Significa também a capacidade de sentir o irmão de fé na unidade profunda do Corpo místico, isto é, como ‘um que faz parte de mim’, para saber partilhar as suas alegrias e os seus sofrimentos, para intuir os seus anseios e dar remédio às suas necessidades, para oferecer-lhe uma verdadeira e profunda amizade. Espiritualidade da comunhão é ainda a capacidade de ver, antes de mais nada, o que há de positivo no outro, para acolhê-lo e valorizá-lo como dom de Deus: um ‘dom para mim’. Por fim, espiritualidade da comunhão é saber ‘criar espaço’ para o irmão, levando ‘os fardos uns dos outros’ (Gal 6,2) e rejeitando as tentações egoístas que sempre nos insidiam e geram competição, arrivismo, suspeitas, ciúmes. Não haja ilusões! Sem esta caminhada espiritual, de pouco servirão os instrumentos exteriores da comunhão. Revelar-se-iam mais como estruturas sem alma, máscaras de comunhão, do que como vias para a sua expressão e crescimento” (Novo Millennio Ineunte, 43).
Em primeiro lugar, reconhecer-nos necessitados de sua ajuda. Humildemente reconhecer que somos pobres e limitados, que somos feridos e ferimos os outros, que precisamos da ajuda de Deus para sermos curados no nosso interior. Em segundo lugar, precisamos de arrependimento, pois muitas vezes procuramos culpados pelas nossas mágoas e ressentimentos, mas não investigamos, na presença de Deus, em oração, o que se passa dentro de nós e como isso se traduz em atitudes exteriores. Ninguém pode despertar em nós coisas que já não estão presentes. Se sentimos raiva, ela já se encontra em nós, se sentimos impaciência, ela já está dentro de nós, se julgamos alguém sem piedade, a falta de caridade já se encontra em nós. A reação ao que os outros nos fazem é a revelação do que está dentro de nós. Se dentro de nós existe perdão perdoamos, se existe compaixão ajudamos, se existe paz pacificamos e podemos ser construtores da paz. Conhecer o que existe dentro de nós e pedir que o Espírito Santo pacifique o nosso interior é tarefa diária, deve ser sempre parte de nossa oração pessoal. Finalmente, devemos voltar o nosso olhar para Jesus e reconhecer que Ele destruiu a inimizade na cruz, em seu próprio corpo, e que seu sangue derramado intercede por nós para que possamos viver a unidade. Ele intercede por nós e nos doa o Espírito Santo que reconstrói em nós a paz!
Sem a presença e a ação do Espírito Santo em nós, a unidade é apenas máscara de comunhão, apenas gestos externos e não comunhão verdadeira. O que fazer, então, para que o Espírito Santo possa livremente fazer sua obra de unidade interior em nós?
Por Maria Beatriz Spier Vargas Grupo de Oração Magnificat Coordenadora da Comissão de Formação da RCCBRASIL
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Espiritualidade Revista Renovação . Jul/Ago 2021
EM UNIDADE COM A CORRENTE DE GRAÇA A perfeição da unidade cristã só é possível no amor fraterno
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esus abriu uma porta definitiva no céu, através da qual cada um de nós ganhou a possibilidade da salvação e com ela, a vida eterna em Deus. Ele próprio nos garantiu isso quando disse: “Glorifica o teu Filho, para que (...) pelo poder que lhe conferiste sobre toda criatura, ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe entregaste. Ora, a vida eterna consiste em que conheçam a ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste” (Jo 17,2-3). A partir daí, Jesus explica que o céu e o mundo se contrapõem pelos seus valores e fundamentos. E deixa claro que, embora vivamos no mundo, nós não somos destinados a esse mundo. “Eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo” (Jo 17, 16). E para que não houvesse dúvida de que ele, Jesus, não estava se referindo somente aos que O seguiam naquela época, Jesus ainda implora pela unidade de todos os que creem Nele. “Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim” (Jo 17, 20-23).
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No latim, o prefixo “per” determina o grau máximo, o absoluto. Ou seja, a palavra “perfeito” remete ao grau máximo do que é feito. Portanto, perfeito é a absorção de todas as máculas e manchas de impureza, o que nos leva a compreender que Jesus exalta a busca pela perfeição na unidade para que o mundo reconheça que o maior e mais importante poder de Deus é o amor. Assim, a perfeição na unidade só pode ser alcançada quando se ama em primeiro lugar – e com perfei-
ção – antes da crítica, antes da censura, antes do julgamento, antes da execução, antes das preocupações, antes de tudo! Aí está um desafio que, muitas vezes, é pouco compreendido como caminho de salvação: a perfeição na unidade, que só é possível no amor fraterno. O amor fraterno é o amor experimentado por irmãos, que vai além dos laços sanguíneos, mas que através da união com Cristo se desdobra em família acolhida por Deus, para uma convivência genuinamente amorosa e ardorosa na caridade, na comunhão e no serviço. O exercício do amor fraterno se realiza na oportunidade dos relacionamentos, da convivência madura e do crescimento a partir dessa convivência. “Em obediência à verdade, tendes purificado as vossas almas para praticardes um amor fraterno sincero. Amai-vos, pois, uns aos outros, ardentemente e do fundo do coração” (I Pd 1,22).
Espiritualidade Revista Renovação . Jul/Ago 2021
Louvado seja Deus por ter chamado a cada um de nós para essa linda e santificadora experiência de convivência como irmãos em Jesus Cristo, a qual encontra reforço e suporte na exortação de São Paulo aos Hebreus: “Perseverai no amor fraterno” (Hb 13,1). Aliás, a Igreja, sabiamente, aponta que a convivência entre nós é a via mais eficaz para que possamos aperfeiçoar esse amor fraterno e seguir o mandamento de Jesus: “Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê. Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão” (I Jo 4, 20-21). Nisso, temos uma riqueza de nossos tempos que é a Renovação Carismática Católica. Nascida na Igreja, e para a Igreja, assumiu proporções tão expressivas que se estendeu ao mundo inteiro e se transformou em uma enorme corrente de graça, como referiu o Cardeal LeoJozef Suenens: “É uma corrente de graça, um sopro de renovação espiritual para todos os membros da igreja, leigos, religiosos, padres e bispos” (Discurso em 1975, ao Papa Paulo VI, na praça de São Pedro, Vaticano). Em I Coríntios 12, 4-5, São Paulo explica que “há diversidade de dons, mas um mesmo Espírito. E há diversidade de ministérios, mas apenas um Senhor”. Da mesma forma, a Renovação Carismática Católica é uma Corrente de Graça, com diversas expressões, carismas e maneiras de se manifestar no Corpo de Cristo. Porém, a todas as expressões, institutos, comunidades novas e ao Movimento Eclesial, o Senhor deu uma única missão: compartilhar com todos da Igreja e do mundo a graça do Batismo no Espírito Santo. Essa missão compartilhada não deve nos separar, ao contrário, deve nos unir, cada qual com seu carisma. Veja que o Senhor chamou a todos nós para irradiarmos para o mundo a graça do Batismo no Espírito Santo: “...o amor de Deus que foi derramado em nossos corações pelo Seu Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Aliás, foi a partir de uma inspiração surgida no coração de nosso querido Papa Francisco, de que a graça do batismo no Espírito Santo fosse compartilhada e chegasse à toda Igreja, que um novo tempo se inaugurou através da constituição do CHARIS (Serviço Internacional para a Renovação Carismática Católica). Foi em 2017, durante a Celebração do Jubileu de Ouro da Renovação Carismática Católica no mundo, na Via del Circo Massimo, em Roma, que o Papa Francisco falou aos presentes.
“Cinquenta anos se passaram. É um momento de vida adequado para parar e refletir, e eu vos digo: é o momento de continuar com mais força, deixando para trás o pó do tempo que nos permitimos acumular, agradecendo por aquilo que recebemos e encarando o novo com confiança na ação do Espírito Santo”. Com o CHARIS, o Papa Francisco deseja que a comunhão seja vivida mais amplamente entre todas as expressões da Renovação Carismática Católica. É papel dos vários Serviços Nacionais de Comunhão liderar esse trabalho. Os estatutos do CHARIS sublinham a importância de “promover o exercício dos carismas” não só na Renovação Carismática Católica, mas também em toda Igreja (Art.3, § b). “Hoje começa uma nova etapa neste caminho. Uma etapa marcada pela comunhão entre todos os membros da família carismática, na qual se manifesta a poderosa presença do Espírito Santo para o bem de toda a Igreja. Esta Presença torna todos iguais, graças ao mesmo Espírito: grandes e pequenos, idosos e recém-nascidos, engajados, em nível universal ou local, que formam um todo” (Papa Francisco, 08/06/2019). Os objetivos fundamentais da Corrente de Graça por meio do CHARIS são: Batismo no Espírito Santo, Unidade dos Cristãos e Serviço aos Pobres.
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O primeiro deles, o Batismo no Espírito Santo, é o fundamento da nossa identidade enquanto RCC, o que é definido por Jesus como o cumprimento da promessa de Deus: “... mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os confins do mundo” (At 1, 8). O segundo objetivo, a Unidade dos Cristãos, é apresentado pelo Papa como uma graça a ser alcançada pelo derramamento do Espírito Santo sobre todos os Cristãos. O próprio Frei Raniero Cantalamessa insiste que se trata de chegar à mesma conclusão de Pedro: “Pois, se Deus lhes deu a mesma graça que a nós, que cremos no Senhor Jesus Cristo, com que direito me oporia eu a Deus?” (At 11, 17). Inclusive, o Estatuto do CHARIS, artigo 1º, parágrafo 2º, ainda tratando sobre a natureza eclesial e canônica do serviço, diz: “Reconhecendo a Renovação Carismática Católica como parte de uma corrente ecumênica de graça, CHARIS, é um instrumento para promover e trabalhar a unidade do corpo de Cristo, como expressada na oração de Jesus Cristo” (cf. João, 17).
Por fim, o terceiro objetivo, o Serviço aos pobres, como a opção inseparável da fé em Deus, pois “... a oração a Deus e a solidariedade para com os pobres e os enfermos são inseparáveis”. Trata-se do reflexo do rosto de Jesus Cristo naqueles que Ele próprio garante pertencerem ao Reino de Deus: “Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o Reino de Deus!” (Lc 6, 20b). Para o Papa Francisco, trata-se de uma coerência evangélica, uma vez que “Não podemos sentir-nos tranquilos, quando um membro da família humana é relegado para a retaguarda, reduzindo-se a uma sombra” (Papa Francisco, Dia Mundial do Pobre, 15/11/20). É importante destacar o discurso do Papa Francisco aos participantes da Conferência Internacional dos Líderes da Renovação Carismática Católica, na instituição do CHARIS, em 08 de junho de 2019, na Sala Paulo VI, no Vaticano: “Estes três aspetos: Batismo no Espírito Santo, unidade do Corpo de Cristo e serviço aos pobres são o testemunho necessário para a evangelização do mundo, à qual todos somos chamados através do nosso Batismo. Evangelização que não é proselitismo, mas sobretudo testemunho. Testemunho de amor: “vede como se amam”, era o que chamava a atenção de quantos se encontravam com os primeiros cristãos. “Vede como se amam”. (...) Evangelizar é amar. Compartilhar o amor de Deus por todos os seres humanos. Podemos fundar organismos para evangelizar, fazer programas pensados e estudados com zelo, mas se não houver amor, se não houver comunhão, de nada servem! “Vede como se amam”. Concluindo, como diz São Basílio, “o Espírito Santo é a harmonia”, portanto, é necessário que todos busquemos empreender ações e esforços comuns, naquilo que for possível, em nossas realidades locais, para que a missão maior da corrente de graça, que é batizar a todos no Espírito Santo, possa refletir o verdadeiro testemunho de amor entre nós, família carismática.
Por Katia Roldi Zavaris
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Coordenadora Nacional do Serviço Brasileiro de Comunhão do CHARIS
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A UNIDADE É VITAL PARA GUARDAR O ROSTO E A MEMÓRIA DA RCC Esse fruto do Espírito Santo torna a comunidade capaz de testemunhar a graça e o amor de Deus que transbordam em seu meio, permanecendo unidos em um só coração.
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este ano tão especial em que o Senhor nos chama a guardarmos a identidade da Renovação Carismática Católica para que o mundo seja batizado no Espírito Santo, precisamos compreender que diante de tão grande missão, somente pela unidade, que é, tanto uma consequência de Pentecostes, como um pressuposto para que Pentecostes aconteça, um caminho seguro para vivermos a graça de um genuíno batismo no Espírito Santo. Devemos guardar o que nos foi dado por primeiro, para que possamos, então, ter forças para guardar o essencial. Vejamos: em At 2,1 “E chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar” e todos foram tomados pelo Espírito Santo. Em 1967, os universitários estavam reunidos, e algo extraordinário aconteceu com aqueles que abriram o coração. E assim, em todos os tempos, isto é o que o Senhor espera de nós, que permaneçamos reunidos e unidos em uma só alma e um só coração (cf Fl 2,2). E unir-se em um só coração exige a renúncia de nós mesmos, mortificações diárias, e só a união de almas faz com que compartilhemos os nossos bens materiais e espirituais para que o outro não pereça e cresça na graça de Deus. A comunhão nos faz trilhar uma só direção, um só caminho, numa mesma vontade. Também guardamos o que temos de mais precioso em nosso coração, lugar privilegiado no qual Deus reconhece aqueles que o amam.
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São Cipriano de Cartago nos pergunta em sua Obra De Ecclesiae Unitate: “Aquele que não guarda a unidade, poderá pensar que ainda guarda a fé?”. Se a fé é um dom que nos faz crer em um Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo num só Deus, não podemos dizer que temos fé se não nos espelharmos na Santíssima Trindade para vivermos como irmãos. Peçamos dia e noite o dom da Unidade, porque somente com este dom precioso, poderemos refletir o Deus que é Trino e assim todos os que se aproximam da comunidade cristã poderão dizer: “Vede como
eles se amam” (Tertuliano). Zelar pela Unidade é assegurarmos que o futuro deste tesouro chamado RCC, que o Senhor nos confiou, chegará às gerações futuras sem que se desconfigure o seu rosto e a sua memória. Por isso, vivermos unidos é uma questão vital para que o mundo conheça Jesus. O demônio não se cansará em tentar separar os filhos de Deus, para que não testemunhemos a nossa comunhão fraterna, nosso cuidado e nosso amor uns pelos outros. Mas, com a força do Espírito Santo, vamos vencendo esta batalha. Comecemos por nós, a nos despojarmos de nossos egoísmos e deixemo-nos conduzir pela voz de Deus, que é soberana e que nos levará ao caminho da salvação, caminho este, que não poderá ser trilhado sem que estejamos de mãos dadas, unidos uns pelos outros com os olhos fixos no Divino Mestre. Contemos com a intercessão d’Aquela que permaneceu fiel até o fim e que guardava todas as coisas em seu coração, Maria Santíssima, a Mãe da Unidade. Rezemos com Ela:  “Ó Maria, Mãe da Unidade, ensinai-nos sempre a percorrer estradas e construir pontes que nos conduzam à verdadeira unidade. Intercedei junto ao Pai para que levemos o Batismo no Espírito Santo a todas as pessoas que por vias diversas procuram a Deus e O querem amar e servir. Enchei o nosso coração de amor e de alegria para que a todos anunciemos a Cristo e sua divina sabedoria escondida na cruz. Indicai-nos sempre o caminho seguro da caridade e da humildade, no serviço aos mais necessitados. Conduzi-nos, Mãe, a sermos um, assim como Vosso Amado Filho e o Pai são um, para que um dia desfrutemos todos das alegrias eternas. Amém!”.
Por Luciana Neves
Secretária Geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL
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A COMUNICAÇÃO É O ELO DA UNIDADE “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 14, 1; 14).
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o capítulo 1 do livro de São João, aprendemos que o próprio Deus (Palavra, Verbo) se fez carne e habitou entre nós. Em sua infinita misericórdia, Ele também gerou a humanidade através da Sua Palavra (cf. Gn 1, 26-27). Com isso, Nosso Senhor nos revela a importância da comunicação para a nossa vida. Em tudo há comunicação! O próprio Deus é comunicação! A Santíssima Trindade teve necessidade de comunicar o Seu amor, por isso gerou toda a humanidade, unindo nossa condição humana à Sua condição divina. Mas, e nós? Estamos comunicando o amor de Deus? Estamos gerando unidade? A própria origem da palavra comunicação vem do latim “communicatio” que significa “tornar comum, estabelecer relação, gerar comunhão”. Com isso, não é possível ser elo de unidade sem que haja uma eficaz comunicação.
Todos nós devemos ter no coração o desejo de comunicar o amor de Deus em nossos Grupos de Oração, serviços e Ministérios e isso se dá através de várias maneiras, dentre elas, podemos citar: evangelizando, divulgando as moções das orações, compartilhando informações importantes, divulgando os eventos, pastoreando os irmãos tristes, abatidos e afastados, entre outras.
Mesmo estando em um tempo difícil de Pandemia, não nos esqueçamos de que é tempo de aproximação, de estarmos juntos, mesmo distantes fisicamente. As novas tecnologias da comunicação e informação e as mídias sociais podem ser muito eficazes se usadas de forma correta, impulsionando assim a nossa comunicação e favorecendo a unidade. Você já pensou em ligar para as pessoas do seu Grupo de Oração hoje e ouvir suas partilhas? E em fazer uma chamada de vídeo para seus amigos e vizinhos que estão em isolamento social? Ao pensar em comunicação, muitas pessoas pensam, de início, em falar muito, sem medidas e esquecem-se do ouvir, do ser um com o outro. A comunicação segundo o coração de Deus deve gerar a união através do nosso falar, ouvir ou agir. Para que ela seja eficaz, deve ser o elo da unidade com o Corpo de Cristo, independente dos meios e instrumentos disponíveis. Seja criativo! Peça ao Espírito Santo todos os dias a graça de fazer a vontade dEle, gerando unidade nos nossos Grupos de Oração, na Igreja e no mundo inteiro. Que este elo, que é a comunicação, seja sempre fecundo e nos auxilie a vencer todas as divisões que possam aparecer nos nossos caminhos. “Em suma, a unidade do Corpo Místico triunfa sobre todas as divisões humanas” (CIC 791).
Por Giancarlo de Souza Silva Grupo de Oração Fonte de Vida
Coordenador Nacional do Ministério de Comunicação
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Espiritualidade Revista Renovação . Jul/Ago 2021
UNIDADE DOS CRISTÃOS: CHAMADO E DESAFIO
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m seu primeiro encontro com a Renovação Carismática após o início de seu ministério petrino (no dia 1º. de junho de 2014), foi perguntado ao papa Francisco o que ele esperava da Renovação. Em poucas palavras, o papa nos deu um verdadeiro itinerário de vida e de serviço: “O vosso percurso é: evangelização, ecumenismo espiritual, cuidado dos pobres e dos necessitados e acolhimento dos marginalizados. E tudo isso com base na adoração! O fundamento da Renovação é adorar a Deus!”. Creio que as palavras do papa nos soam bastante familiares. Uma expressão, contudo, pode parecer nova: “ecumenismo espiritual”. O que o papa quis dizer com essas palavras? O que ele espera de nós a esse respeito? É o próprio Francisco que nos explica: “Que deis um testemunho de ecumenismo espiritual com todos os irmãos e irmãs de outras igrejas e comunidades cristãs que creem em Jesus como Senhor e Salvador. Que permaneçais unidos no amor que o Senhor Jesus pede a nós por todos os homens, e na oração ao Espírito Santo para alcançar essa unidade, necessária para a evangelização em nome de Jesus. Recordai que ‘a Renovação Carismática é ecumênica pela sua própria natureza... A Renovação Carismática rejubila-se por aquilo que o Espírito realiza nas outras igrejas’”.
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Já São João Paulo II, em uma encíclica toda dedicada ao tema da unidade dos cristãos, intitulada “Ut Unum Sint” (“Para que todos sejam um”), havia afirmado que “com o Concílio Vaticano II, a Igreja Católica empenhou-se, de modo irreversível, a percorrer o caminho da busca ecumênica, colocando-se assim à escuta do Espírito do Senhor, que ensina a ler com atenção os sinais dos tempos”. Contudo, sabemos que a palavra “ecumenismo” gera desconfiança em muitas pessoas. Alguns, feridos pelo comportamento ofensivo de cristãos de outras comunidades eclesiais; outros, escan-
dalizados com práticas ecumênicas ilegítimas; outros, ainda, movidos por simples preconceito, podem identificar ecumenismo com confusão ou desprezo pela nossa identidade católica. É preciso desfazer alguns mal entendidos. Ecumenismo não significa deixar de crer no que ensina a Igreja para “viver em paz” com todo mundo. Não é fazer de conta que “é tudo a mesma coisa”, que não há diferenças nem problemas. Não significa aceitar sem espírito crítico o que vem de outros grupos ou, por outro lado, manter boas relações com membros de outras igrejas só por boa educação, sem sinceridade e valorização do outro.
Um coração ecumênico é pautado pela oração sacerdotal de Jesus por todos os que acreditariam nele, em todos os tempos: “Rogo...pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim: a fim de que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17, 20-21). É preciso, porém, compreender algo fundamental. Como nos pede o papa Francisco, podemos nos envolver no caminho da vivência ecumênica porque já existe uma unidade real entre todos os que creem em Jesus.
Antes de ser uma tarefa nossa, a unidade entre os cristãos é um dom de Deus, que já nos foi oferecido em Jesus e no poder do Seu Espírito!
Espiritualidade Revista Renovação . Jul/Ago 2021
Essa unidade se dá em diversos níveis e podemos acolhê-la de modos mais ou menos perfeitos. Também entre nós e os irmãos que fazem parte de outras comunidades eclesiais não católicas, o dom da unidade é uma realidade, que pode ser aprofundada e visibilizada de maneira mais concreta tanto a nível pessoal quanto comunitário. Esse é o objetivo do esforço ecumênico. Para nos encorajar, o papa Francisco, em seu discurso à Renovação, lembra-nos de um fato a respeito de nossa origem: “a Renovação Carismática é ecumênica pela sua própria natureza”. Deus nos fez assim! Quando lemos os testemunhos daqueles que estiveram na origem da corrente de graça na Igreja Católica (como, por exemplo, o livro “Como Em Um Novo Pentecostes”, de Patti Mansfield), percebemos que recebemos muito de irmãos cristãos de outras comunidades. Eles nos ajudaram a compreender o que o Espírito Santo estava realizando em nosso meio e a responder ao “novo de Deus” que se apresentava à Igreja Católica. Esquecer-se de tudo isso, ou mesmo negá-lo, fere nossa identidade e compromete nossa acolhida à missão que o Senhor nos confiou nesse tempo. Ao contrário, devemos reconhecer com gratidão o “DNA” que nosso Pai Celestial imprimiu em nós, deixando que floresça todo o potencial que o Espírito de Deus nos confiou. O empenho ecumênico exige uma mudança no coração, um verdadeiro caminho de conversão. Só assim conseguiremos reconhecer o que há de bom em outros grupos de cristãos. Estar comprometido com o ecumenismo, em seus diversos âmbitos, significa que ficaremos alegres ao descobrir o que temos em comum, em
vez de dar atenção apenas às nossas diferenças. Significa orar pela unidade (esse é o coração do “ecumenismo espiritual”) com seriedade e compaixão. Concretamente, podemos estar atentos, por exemplo, aos seguintes pontos: • Evitar expressões que possam soar ofensivas aos irmãos de outras confissões ou que possam alimentar preconceitos. Quando for preciso falar de alguma divergência ou de algo que nos separa, lembrar também de falar, em seguida, sobre algo que nos une. Para expressar aquilo que somos e em que acreditamos, não é necessário desvalorizar o outro. • Reconhecer e valorizar o que de bom há no outro. Estejamos abertos a enriquecer-nos com o que o Espírito Santo realiza em quem é diferente de nós. Aprendamos a ouvir! • Os cristãos podem orar juntos. Segundo o mandamento do Senhor, podemos nos dirigir conjuntamente ao Nosso Pai. Olhar juntos para Deus nos ajuda a olharmo-nos mais sinceramente como irmãos. A oração (com a Palavra de Deus) é o coração do ecumenismo espiritual. • Colaborar em iniciativas conjuntas de serviço à humanidade, de modo especial aos mais pobres. Os cristãos podem fazer o bem juntos, movidos pelo mesmo amor de Cristo, em favor de um mundo melhor.
A graça do Batismo no Espírito Santo, acolhida e vivida por cristãos de tantas comunidades distintas, capacita-nos hoje para estarmos num lugar chave de comunhão e de promoção da unidade. Nossa Igreja reconhece isso e nos encoraja! O papa Francisco espera de toda a Renovação Carismática, também no Brasil, uma calorosa acolhida ao seu chamado. Já sabemos o que o papa espera de nós! Em comunhão com nossos pastores, abracemos a causa da unidade entre os cristãos. Que a RCC se coloque à disposição da Igreja para avançar em águas mais profundas no testemunho ecumênico.
Por Padre Antonio José
Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
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Especial Revista Renovação . Jul/Ago 2021
O MINISTÉRIO DE FÉ E POLÍTICA E O COMPROMISSO DA RCCBRASIL COM O EXERCÍCIO PLENO DA CIDADANIA Em meio à polarização, o Ministério de Fé e Política assume papel fundamental na evangelização, na formação e no acompanhamento do meio público
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Ministério Fé e Política é o serviço dentro do Movimento Eclesial Renovação Carismática Católica para a evangelização do meio público em sua diversidade de formas, níveis, funções e responsabilidades, a partir da experiência do Batismo no Espírito Santo. A sua estrutura está fundamentada em um tripé de ações pastorais: evangelização, formação e acompanhamento. O pilar “Evangelização” representa a principal vocação do Ministério de Fé e Política, que é o anúncio do Evangelho no meio público. Já o pilar “Formação” deve apresentar fidelidade à proposta da RCC, deve ser organizado e promovido pelas instâncias de coordenação do Ministério em nível nacional, estadual, arquidiocesano e diocesano. O princípio básico deste pilar é incentivar e animar a constituição de Escolas de “Fé e Cidadania” nas (arqui)dioceses, estados da federação e Distrito Federal. Por fim, o último pilar faz o acompanhamento aos vocacionados à vida pública na sua diversidade de formas, níveis, funções e responsabilidades. Acontece pela promoção de reuniões, momentos de oração e reflexão, encontros e retiros.
O objetivo das ações do Ministério não é formar partidos políticos ou realizar campanhas eleitorais para os membros do Movimento 16
Eclesial Renovação Carismática Católica vocacionados à vida pública, mas resgatar o significado da expressão “bem comum” e conscientizar os cristãos a utilizarem o voto de modo justo, incentivando o protagonismo eleitoral para a escolha dos candidatos conforme a consciência de cada um. O Ministério de Fé e Política realça a importância dos membros do Movimento que dão testemunho de sua fé na vida pública, bem como empenha esforços para romper o preconceito de que a política é ‘coisa suja’, e que as questões políticas devem ser tratadas separadas da fé. Contudo,
se espera dos que atuam em cargos eletivos uma formação e fundamentação nos princípios e valores da Doutrina Social da Igreja (DSI), para dar testemunho vivo de uma fé autêntica, responsável e coerente com o Evangelho de Jesus Cristo, pois não é razoável ao político cristão, entrar nas regras do jogo, submetendo-se sumariamente ao seu partido e às ideologias dos diferentes espectros políticos, mas deve se empenhar na construção de estruturas sociais mais justas, a partir do princípio ético do bem comum e das orientações da Doutrina Social da Igreja.
Especial Revista Renovação . Jul/Ago 2021
Recordamos que o chamado à vida pública deve estar acompanhado da constante vigilância contra as idolatrias do poder, do dinheiro, e dos interesses políticos e econômicos que contradizem os ensinamentos da Igreja. O Movimento Eclesial Renovação Carismática Católica incentiva a participação na política daqueles que se sentem chamados a trabalhar em cargos eletivos, porém
há que se distinguir claramente que incentivo à participação na vida política não é o mesmo que apoio institucional da RCC a candidatos membros do movimento ou a partidos políticos. Todos, e cada um, têm o direito e o dever de participar da política, logo, não é responsabilidade de nenhumas das instâncias de Conselho do Movimento Eclesial realizar processos de discernimento para a escolha de candidatos para participarem de pleitos eleitorais, pois a definição dos candidatos aos cargos eletivos do legislativo ou executivo é atribuição dos partidos políticos nas convenções partidárias.
A participação dos membros do Movimento Eclesial Renovação Carismática Católica, nos pleitos eleitorais, é individual e pessoal, ou seja, a instituição RCC não indica, não apoia e não faz campanha a nenhum candidato (a) ao legislativo ou executivo municipal, estadual, distrital e federal, e não autoriza ninguém a fazer em nome dela. Não é permitido aos que exercem função de coordenação no Movimento Eclesial Renovação Carismática Católica ceder espaços físicos de eventos ou atividades oficiais da RCC para finalidade eleitoreira de qualquer natureza a membros ou não da Renovação Carismática Católica, logo os Grupos de Oração, Núcleos de Serviço, Grupos de Perseverança, Retiros, Congressos, Cenáculos, ‘Rebanhões’, Encontros de Ministérios, Assembleias ou Reuniões Paroquiais, Arquidiocesanas, Diocesanas e Estaduais não devem ser transformados em palanques eleitorais para promoção pessoal de pré-candidatos, candidatos ou mandatários de cargos eletivos.
Por Paulo Roberto Batista
Coordenador Nacional do Ministério de Fé e Política da RCCBRASIL
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Ministérios em Partilha Revista Renovação . Jul/Ago 2021
EVANGELIZAÇÃO NO ÂMBITO UNIVERSITÁRIO EM TEMPOS DE PANDEMIA Vivemos um tempo desafiador com a Pandemia da Covid-19 e as formas de evangelização têm sido, basicamente, através do meio digital. Entendemos que fomos chamados e recebemos a graça de Deus para essa missão, que nos concede um olhar profético para esse momento. O pastoreio e a escuta têm sido uma grande estratégia, auxiliando as pessoas a guardar a identidade da RCC no cuidado, no zelo com aqueles que nos são confiados e precisam deste cuidado. Nesse tempo, as reuniões de oração dos Grupos de Oração Universitários (GOU) estão sendo de forma on-line e, em alguns estados, presencial com retomada gradativa, conforme os protocolos de segurança sanitária. As reuniões on-line são preferencialmente em plataformas fechadas, onde há possibilidade de pastoreio mais efetivo, partilhas e também de estudos de documentos e livros do Movimento. O convite para participar dos Grupos de Oração está sendo realizado com vídeos motivacionais, noite de talentos, tarde de jogos, além de programas via YouTube junto à Renovação Carismática estadual, como os programas “Vida que vence a Morte”, “Jornada da Verdade”, live oracional “Um só coração é uma só alma” (partilha com jovens de outros países) e lives com o tema: Vida Profissional: caminho de Santidade. E, assim, prosseguimos pedindo ao Espírito Santo a criatividade para o convite e para vivência da vida fraterna. A acolhida dos calouros, no primeiro semestre de 2021, foi realizada através de informações sobre a faculdade, auxiliando na localização e nos pontos importantes para os universitários naquele local e com postagens nas redes sociais com artes interativas para acolher e receber os calouros de forma online. São diversas as possibilidades com o objetivo de que as pessoas sejam impactadas pela mensagem da boa nova e que Cristo seja conhecido em meio à pandemia. É preciso entender que esse também é um momento oportuno para anunciar!
AS RAÍZES DA PROMOÇÃO HUMANA E SUA IMPORTÂNCIA NO GRUPO DE ORAÇÃO
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A Doutrina Social da Igreja deixa clara a importância da Promoção Humana no trabalho de evangelização. E para o nosso Movimento, em nossos Grupos de Oração, é de grande significância quando diz: “Entre evangelização e promoção humana há laços profundos”. Portanto, ao falar das raízes da Promoção Humana pode-se elencar que há a ordem teológica que consiste em conhecer a Deus, a ordem antropológica que é conhecer o ser humano e a ordem da caridade que é
Ministérios em Partilha Revista Renovação . Jul/Ago 2021
conhecer a história da pessoa e saber que ela precisa ser amada através do amor de Deus. O objetivo da Doutrina Social da Igreja é a dignidade pessoal do homem (...) é sempre a promoção de libertação total da pessoa humana, em sua dimensão terrena e transcendente... (Puebla 475). Ela orienta todos quanto ao comportamento pessoal e institucional que exige de cada um: coerência (entre a pregação e a ação); criatividade (criar metodologia nova de libertação); audácia (coragem para enfrentar o desconhecido visando alcançar o objetivo social) e entrega total (abandono de si mesmo). O Ministério de Promoção Humana, como um serviço da Renovação Carismática Católica para todo o povo de Deus, precisa incentivar, através dos Grupos de Oração, a vivência do amor e da solidariedade, incentivar, ainda, a formação de agentes transformadores da sociedade, levando-os a ter coerência entre a fé professada e a vida cotidiana, isto é, possibilitar o exercício da cidadania em toda plenitude que o termo sugere. Entender, também, que a evangelização é a razão fundamental para a promoção da dignidade humana, da justiça e da caridade. Em consequência, qualquer que seja a situação de necessidade, a Promoção Humana deve acontecer e a pessoa deve experimentar melhoria de vida, superando os problemas do dia-a-dia com a certeza de que Jesus Cristo é o Senhor da sua vida, que a resgatou por amor e que nunca a abandonou e nunca a abandonará.
INTERCESSORES: PROFETAS DA ESPERANÇA! O Ministério de Intercessão busca a todo tempo conduzir os intercessores a uma experiência nova e profunda na vida de oração, isso porque o essencial em nosso servir é o nosso relacionamento com Deus. A intercessão é um ato de amor, compaixão e fé no poder de Deus expressado em oração pelos que necessitam. Jesus Cristo, o intercessor por excelência, nos chamou e ungiu para interceder por pessoas e situações, com confiança na intervenção misericordiosa de Deus. Exercemos uma linda missão, defendemos uma causa com Deus, intercedemos para salvar almas, assumimos os postos de sentinelas para proteger o povo de Deus contra os ataques do maligno e também levamos através do poder da oração reavivamento à Igreja, Grupos de Oração, pessoas e nações. Assim, o servo intercessor precisa estar disponível para fazer a vontade de Deus e, como discípulo, aprender a orar com o Mestre, permanecendo em Sua presença, para conhecer seus preceitos e escutar suas ordens. Dessa forma, vemos uma maravilhosa realidade no Ministério de Intercessão, por meio da Palavra que o Senhor tem direcionado e impulsionado a cada tempo, a via de oração dos intercessores tem sido um percurso, uma estratégia de Deus, para nos conceder maturidade e autoridade em nossa missão. Para 2021, a ordem é: Profetize sobre o vale! (cf. Ezequiel 37, 1-10). O vale é um lugar onde nos encontramos com a dor e a angústia das pessoas, mas precisamos descer ao vale para profetizar a Palavra de Deus e batismo no Espírito Santo, para resgatar as almas e levar vida nova aos que estão caídos. O Senhor leva o intercessor ao vale para ser Profeta da Esperança.
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Espiritualidade Revista Renovação . Jul/Ago 2021
SEJAMOS TESTEMUNHAS DA UNIDADE O cristão, pela graça do Espírito Santo, precisa semear o perdão e a concórdia
“Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste” (João 17, 20-21).
E qual é o rosto da Igreja que deve ser apresentado? A resposta está no final desse número do documento aqui citado: “Assim a Igreja universal aparece como o povo congregado na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
O texto acima é retirado da oração sacerdotal, encontrada nos lábios do nosso Mestre, e nos aponta Jesus que assumiu um papel de intercessor em favor do seu povo, tanto para os que já O aceitavam como para aqueles que, devido ao trabalho evangelizador confiado à sua Igreja, haveriam de crer.
Fazer parte da Igreja de Jesus é motivo de alegria para nós, embora a Igreja Peregrina seja composta por homens e mulheres, que possuem fragilidades, é importante recordar que sempre podemos recomeçar. Basta olharmos para vida de experiência de Pedro que caminhou sobre as águas, mas que quando tirou os olhos do Senhor quase afundou, pois olhou para as situações ao seu redor. Assim também acontece conosco quando o nosso olhar deixar de estar fitado naquele que é a razão e que dá o sentido à nossa vida e à nossa missão.
Na composição da oração temos algo maravilhoso: o Senhor revelando que Ele nos guardava e agora ele suplica ao Pai que sejamos preservados do mal, e para isso, se faz necessário que façamos a nossa parte, que consiste em nos afastarmos de tudo aquilo que pode nos tirar da comunhão com Ele e com os irmãos. Passar por provações e provocações no mundo é algo que faz parte da nossa caminhada, porém, é necessário sempre que recordemos que não estamos sozinhos, pois o Senhor continua a interceder por nós junto ao Pai. A Lumen Gentium IV nos apresenta a obra do Espírito como santificador da Igreja,
o Espírito que dá a vida, Ele que habita no coração de cada fiel e realiza o processo de conversão e santificação, unificando-a na comunhão e suscitando tudo o que é necessário para que a mesma Igreja possa cumprir sua missão. 20
Vivemos tempos desafiadores que nos exige um bom testemunho cristão, mas por vezes esse testemunho fica comprometido porque estamos assumindo posturas que em nada favorecem o olhar espiritual a respeito da Igreja. A Igreja não pode ser entendida como uma organização de pessoas com boa vontade, uma ONG ou coisas do tipo. Tudo isso é importante e favorece coisas boas na sociedade e todas essas organizações precisam ser fiéis a seus estatutos, mas, a Igreja é a esposa de Cristo e deve ser vista dessa forma. Não podemos ter uma visão reducionista com relação à Igreja e infelizmente em nosso tempo percebemos que existe um grande perigo que nos rodeia com o objetivo de nos fragmentar enquanto tal. Percebe-se, atualmente, que muitas são as bandeiras que são levantadas marcadas por ideologias e discursos de acusação, mas a pergunta que deve ser feita é a seguinte: essa é a postura que se espera de homens e mulheres que receberam o mandato de evangelizar? Não estou aqui negando a importância do posicionamento da Igreja frente às mais diversas necessidades e
Espiritualidade Revista Renovação . Jul/Ago 2021
realidades que se impõem em nosso tempo, mas apontando para a mudança no conteúdo e para o posicionamento assumido nos últimos tempos, tais como as atitudes de condenação e afronta aos nossos pastores, em tempos em que
nas redes sociais “todos” se acham na autoridade emitir juízo de valor com relação a todos os temas e, infelizmente, muitas vezes tomados pelo discurso inflamado se apresentam como detentores da verdade absoluta. É necessário reconhecer que a Igreja é também mistério e precisamos zelar por essa realidade. Em sua homilia, na Sexta-feira Santa do ano de 2021, o Cardeal Cantalamessa nos chamou a atenção para uma atitude que tem sido percebida entre os católicos e que deve nos conduzir a repensar a nossa vida. Dizia-nos o cardeal que hoje a túnica de Cristo está sendo dividida ao meio por causa das ideologias e discursos políticos partidários que têm favorecido entre os cristãos uma verdadeira confusão. Penso que a respeito desse tema podemos nos recordar uma vez mais da palavra de Jesus aos seus discípulos em Mateus 20, 17-28, em que afirma que “entre vós não deve ser assim”, ou seja, há um mistério que deve nos levar a uma postura diferente da encontrada no mundo. Acredito que algo que pode nos ajudar nesse processo de superação de crise que estamos vivendo é nos questionarmos o quanto nossas atitudes estão se parecendo com as atitudes de Jesus e o quanto nossa postura está similar ao modo como o mundo age em relação às coisas e pessoas.
Penso que um bom início para tomarmos consciência de nossa postura é pedirmos
Conheço muitas pessoas que gostam de contar o quanto tempo elas participam de um determinado movimento, pastoral etc., isso é bonito e deve ser valorizado, mas um problema se impõe nessa questão, pois muitas vezes ter tantos anos de pertença a uma pastoral ou movimento não significa necessariamente que essa pessoa avançou no processo de conversão, que é algo que vai além de uma experiência emocional. São Paulo nos diz que existe um conflito entre o “homem novo” e “homem velho”, se não buscamos fortalecer o homem novo com nossa busca do Espírito Santo, o homem velho virá à tona e poderá nos deixar caídos em nossos pecados e misérias. No capítulo 12 da Carta aos Romanos, São Paulo nos diz que é preciso que nos ofertemos como um sacrifício vivo, com uma mentalidade renovada, ou seja, algo que precisa ser purificado em nós, pois nossa oferta precisa ser total, com coerência e sacrifício. Quer dizer que algo nos custa mudança, que muitas vezes se trata de um processo doloroso, pois exige uma postura diferente diante das situações, isto é, saber abrir mão da vingança para semear o perdão e a concórdia; buscar a reconciliação interior e permitir que esse processo possa se manifestar nas relações com os demais irmãos e irmãs; ter a mente renovada para discernir qual a vontade do Senhor a nosso respeito... Será que temos buscado essa renovação?
Hoje é o dia de suplicarmos essa graça ao Senhor: “Renova a nossa mente, Senhor, remova com a sua misericórdia tudo aquilo que foi se tornando obstáculo para que eu não conseguisse discernir Tua vontade em minha vida”. Sejamos um com o Senhor e com os irmãos e irmãs!
ao Senhor o dom do arrependimento e a graça de recomeçarmos com um novo ânimo e um novo fervor.
Por Pe. Jorge Luiz Vieira da Silva
Coordenador Nacional do Ministério Cristo Sacerdote
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Institucional Revista Renovação . Jul/Ago 2021
PRESIDÊNCIA DA RCCBRASIL REALIZA MAIS UMA EDIÇÃO DAS CONFERÊNCIAS PASTORAIS As reuniões acolheram representantes de todas as dioceses do país para momentos de unidade, espiritualidade e partilha. Entre os dias 15 de junho e 6 de julho foi realizada mais uma edição das Conferências Pastorais Online, destinadas aos presidentes dos Conselhos Estaduais e Diocesanos do Movimento Eclesial da Renovação Carismática Católica do Brasil. Ao todo, foram sete eventos distintos, divididos entre as cinco regiões do país, e realizados de forma remota, por meio de videochamadas. As reuniões foram conduzidas pelo presidente da RCCBRASIL, Vinícius Simões, pela secretária geral do Conselho Nacional, Luciana Neves, e por uma pequena equipe de apoio. Desse modo, foram tratados temas como unidade e pastoreio e também foram retomadas algumas profecias dadas pelo Senhor à RCC nos últimos anos, além de escuta e partilha das realidades. “Para vocês vencerem este tempo de crise e projetarem a RCC para o futuro, é necessário que aperfeiçoem a unidade”. Esta profecia e afirmação do Senhor foi o ponto de partida para a partilha de Vinícius Simões. De acordo com o presidente, o Senhor tem advertido severamente a RCC nestes últimos tempos acerca da unidade, e diante disso, Simões destacou seis pontos que devem ser observados pelos servos para que a unidade dentro do Movimento seja aperfeiçoada: 1) Retornar à intimidade com o Senhor; 2) Apelo à conversão e convocação à santidade; 3) Guardar a identidade da RCC; 4) Toda a liderança é intercessora; 5) Estado permanente de missão; 6) Chamado à unidade para um futuro promissor. Emerson Marinho, presidente da RCC na diocese de Tocantinópolis (TO), partilhou na conferência do Norte, que a região vive diversas dificuldades de estrutura e financeira, mas através do que foi dito na conferência, o Senhor confirmou o caminho: “dobrar os joelhos, rezar mais e adorar mais”. Também expôs que lutará para caminhar na unidade, acentuando que acredita que ela não deve ser vivida somente na RCC, mas também com toda a Igreja nas diversas pastorais e movimentos. Quanto à experiência de pastoreio vivida por meio deste formato de conferência, João Batista, presidente da RCC na Diocese de Patos de Minas (MG), testemunhou que logo no início da pandemia teve uma série de dificuldades com as atividades online, mas que com o passar do tempo foi se adaptando e aprendendo a tomar gosto. Ele partilhou que “o sentimento final desse momento foi de proximidade, pastoreio e zelo, e que diante de tudo que estamos vivendo neste tempo, me sinto grato a Deus por existir este meio, já que talvez em outra ocasião não tivesse a oportunidade de expressar o que penso e de ouvir de forma tão pessoal os direcionamentos, sendo acolhido com tanto carinho”.
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Institucional Revista Renovação . Jul/Ago 2021
UNIDOS PELA EVANGELIZAÇÃO A presidência da RCCBRASIL realizou Conferências Pastorais, do dia 15 de junho a 6 de julho, por meio de encontros online que reuniram as lideranças diocesanas e estaduais de todo o país. A equipe do Projeto Semeando a Vida no Espírito, composta pelo assessor nacional, Rafael Simões, e o departamento de projetos do Escritório Nacional, estiveram presentes nas reuniões. Nestas oportunidades, foram apresentadas para as lideranças mais informações sobre a realidade atual do Escritório Nacional, dentre elas, as despesas referentes ao ano de 2020. Atualmente, a arrecadação do Semeando cobre 48% dos gastos do Escritório, compostos por despesas administrativas, estruturais, encargos e outros.
Os meses de junho e julho permitiram que as lideranças diocesanas da RCC conhecessem mais a realidade administrativa e financeira do Movimento.
Confira a fala de Rafael Simões, assessor do Projeto de Arrecadação da RCCBRASIL: Amados irmãos, de todo coração agradecemos a cada um que tem semeado conosco, a sua contribuição impulsiona as ações de evangelização e a manutenção do Escritório Nacional. Apresentamos na tabela acima a distribuição das nossas despesas. A arrecadação efetiva não cobre as despesas fixas, por conta disso, ainda não conseguimos avançar mais com a construção da nossa sede. Nos últimos meses, não atingimos nem mesmo 30% da meta mensal. O objetivo com a meta é cobrir despesas e dar passos na construção da sede, é preciso mudar essa realidade, é necessário ampliar a arrecadação, e cada irmão é fundamental para mudar essa realidade. Todos podem ajudar, seja contribuindo, divulgando, incentivando outros colaboradores e, principalmente, orando pelo Escritório Nacional, pelos funcionários, pela Presidência e pelo Conselho Nacional. Que a Mãe do Perpétuo Socorro, Medianeira de todas as Graças e Auxiliadora dos Cristãos guie e guarde a todos nós hoje e sempre! Deus nos abençoe! Se você já colabora com o Semeando, então convide mais pessoas para fortalecer essa missão! Divulgar o projeto Semeando também é ajudar a guardar e propagar a identidade da RCCBRASIL!
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Toda prestação de contas é oportunidade, também, para agradecer e louvar a Deus. No entanto, é preciso ainda mais empenho de cada um para alargar ainda mais cada atividade de evangelização que o Semeando sustenta. É preciso levar a mais pessoas a graça do Batismo no Espírito Santo.
Para mais informações entre em contato pelo whatsapp: (12) 98138-2000 ou acesse: www.rccbrasil.org.br/semeandoavidanoespirito
Sugestão de Leitura Revista Renovação . Jul/Ago 2021
APRENDA A VENCER AS BATALHAS PELA INTERCESSÃO DE SÃO JOSÉ O próprio Deus colocou seu Filho sob a guarda e proteção de José. Do mesmo modo, cada pessoa é conduzida a se colocar sob os cuidados desse pai humilde e fiel.
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a sugestão de leitura dessa Edição trazemos uma obra dedicada a São José, homem justo e fiel à vontade de Deus. O autor da obra “Vencendo as batalhas com São José”, padre Jucemar Maria da Cruz, sjs, conta que quando olha para vida do humilde José, se admira com o que Deus pode fazer na vida de uma pessoa de fé e que não põe obstáculos aos planos divinos. O livro é organizado em três capítulos principais: no primeiro, medita sobre José enquanto homem escolhido por Deus; no segundo, fala sobre duas virtudes que se destacam em sua vida: ser justo e fiel; no terceiro capítulo, ensina o leitor a caminhar sob sua intercessão. Conheça agora um pouco mais sobre o pai adotivo de Jesus, assim como suplicar a sua proteção e intercessão. Homem escolhido por Deus
O humilde carpinteiro ensina a lançar-se nos planos do Senhor, confiante que, por mais desafiador que seja o chamado, o próprio Deus o sustentará. “Se São José fora escolhido por Deus para uma missão tão bela e desafiadora, podemos nos dirigir a ele como aquele que é glorioso. Ele é glorioso não somente porque já se encontra na eternidade feliz, mas porque soube abrir mão de seus planos pessoais para assumir em sua vida os desígnios amorosos do Pai”.
uma resposta concreta à vontade do Senhor. Foi um ato de louvor e de fé. Sua obediência, docilidade e prontidão a Deus foram o louvor mais agradável que ele poderia Lhe tributar”. Vencendo batalhas com São José
Assim como o Senhor entregou seu filho e a virgem Maria aos cuidados de José, nós também somos convidados a clamar a sua proteção e auxílio. “São José, na sua pequenez e simplicidade, se tornou muito forte uma vez que toda a sua fortaleza provinha de Deus. É por isso que São José é nosso guarda fiel. Ele nos protege das insídias do Maligno”.
Deseja conhecer ainda mais São José e possuir um roteiro com diversas orações para clamar sua intercessão? Não perca essa chance. Adquira já seu livro “Vencendo as batalhas com São José” na Loja da RCCBRASIL!
Homem justo e fiel
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José testemunha em sua vida um caminho de louvor e fidelidade ao Senhor, tendo como fruto um coração justo e obediente a Deus. “Somente um homem que vive o louvor de Deus pode ter as atitudes e o silêncio que São José teve. Muito mais que palavras de louvor, sua vida foi uma grande exultação a Deus, pois foi
Vencendo as batalhas com São José
R$21,90
A RCC naInstitucional minha vida Revista Renovação . Jul/Ago 2021
“O ESPÍRITO SANTO TRANSFORMOU A MINHA HISTÓRIA” Testemunho do que a verdadeira unidade pode proporcionar na vida de alguém que vive em comunidade.
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u me chamo Adalaciel Simplício, tenho 45 anos, sou casado, moro em Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco. Participo do Grupo de Oração Nova Aliança, na Paróquia de São Pedro e São Paulo Apóstolos, na diocese de Pesqueira (PE), e, atualmente, sirvo no Ministério de Formação. Há 21 anos, participo dessa Corrente de Graça e sempre falo que ela salvou a minha vida. Filho de pais separados, enfermo de problemas endócrinos, com histórico de muitos hospitais, lutei pela vida movido pela esperança, e o amor de Deus me sustentou. Sofri preconceito, muitas vezes, mas fui surpreendido pela primeira vez em um Encontro de Pentecostes, próximo a minha cidade, e apesar de haver muitas pessoas, fui acolhido com amor e carinho. Ver o amor, o carinho, o cuidado e a atenção despretensiosos entre todas aquelas pessoas me fez pensar que o céu também era assim. Posteriormente, fui convidado a ir a um Grupo de Oração, situado em um distrito da minha cidade, onde morei anteriormente e, desde então, a Renovação Carismática Católica me ganhou, porque a minha vida não foi mais a mesma. O Espírito Santo transformou a minha história e inclusive a minha família. Compreendi o que é a palavra “unidade” na RCC. Em 2013, fui acometido por uma severa broncopneumonia (inflamação e infecção dos brônquios) mas não tinha sintomas. Então, numa manhã ao acordar, senti vontade de tossir, ao tossir engasguei e fiquei sem respirar, eu era solteiro e morava com a minha mãe, irmã e sobrinhos. Ao me verem engasgado, a mi-
nha mãe e a minha irmã correram, massagearam o meu peito até eu voltar a respirar. Fui levado imediatamente ao hospital e lá o médico que me avaliou falou que a situação era grave. Logo, fui internado no hospital público do município. Na época, o hospital informou à minha família que não tinha os medicamentos que precisavam para tratar o meu caso, que seria necessário que comprassem a medicação e que eu não podia ser transferido. Minha família não tinha o valor necessário e precisou pedir ajuda. Nesse momento, o amor de Deus no coração de muitos irmãos carismáticos realizou uma verdadeira corrente de oração, intercessão, ação, amor e graça por mim e por minha família. Fiquei 14 dias internado, acompanhado por minha mãe, enquanto isso os queridos irmãos movidos pela graça da unidade, ajudaram a pagar o meu tratamento dentro e fora do hospital, encheram de alimentos a dispensa da minha casa e rezaram pela minha recuperação. O amor do Senhor por mim me salvou muitas vezes e, algumas delas, o fez por meio dessa corrente de graça. Grato, sirvo ao Senhor e à Santa Mãe Igreja nesse santo Movimento. Como diz a minha atual coordenadora estadual, Lindamaque (Lili): ”a RCC é meu jeito de ser igreja”.
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Especial Revista Renovação . Jul/Ago 2021
EVANGELHO ANUNCIADO NO PODER DO ESPÍRITO SANTO Os 52 anos da Renovação Carismática em terras brasileiras
Na segunda-feira, depois do Pentecostes de 1975, São Paulo VI dirigiu-se aos dez mil participantes do Primeiro Congresso Mundial da Renovação Carismática Católica, reunidos na Basílica de São Pedro, definindo a RCC como “uma oportunidade para a Igreja”. Citando o Hino do Breviário, rezado naquela manhã, o Papa sugeriu o que seria um lema para o Movimento: “Laeti bibamus sobriam profusionem Spiritus” – “Com alegria bebamos da abundância do Espírito”. O Cardeal Frei Raniero Cantalamessa explicou por diversas vezes a citação. No texto original de Santo Ambrósio, no lugar de “profusionem Spiritus”, abundância do Espírito, há “ebrietatem Spiritus”, ou seja, a embriaguez do Espírito. Frei Cantalamessa aponta que a embriaguez que acusaram os apóstolos, no dia Pentecostes, não se tratava do resultado do vinho ordinário, mas do “vinho novo”, espremido da “videira verdadeira” que é Cristo. A sóbria embriaguez do Espírito frutificou o testemunho corajoso de Pedro, em conversão de três mil homens, no dia de Pentecostes. É esse mesmo ardor que tem inflamado homens e mulheres, desde o evento catalizador do Final de Semana de Duquesne, em fevereiro de 1967, e aqui, em terras brasileiras, desde agosto de 1969. A pregação de homens e mulheres, que viveram a experiência do Batismo no Espírito Santo, tem levado o Evangelho aos quatro cantos do mundo e, aqui no Brasil, a todos os rincões da Terra de Santa Cruz. São mais de 14 mil Grupos de Oração em todo o território nacional, realizando a partilha semanal da Palavra de Deus. A pregação querigmática e os testemunhos de vida apresentados têm trazido milhares de novos membros aos Grupos de Oração, recebendo neles o pastoreio e a formação, até se tornarem novos evangelizadores. Refletindo sobre os 52 anos da Renovação Carismática
no Brasil, o Presidente do Conselho Nacional, Vinícius Simões, lembra as contribuições da RCC, citadas pelo Papa Francisco no Jubileu dos 50 anos da Corrente de Graça. Ecoando a fala do Santo Padre, ele destaca: “ao longo destes anos, a RCC colocou a Bíblia nas mãos dos católicos, a RCC recordou à Igreja a importância da oração de louvor, a RCC tem sido uma grande força evangelizadora na Igreja”. No Brasil, desde o final de semana de 15 a 17 de agosto de 1969, a Renovação Carismática tem testemunhado essa potência na Evangelização: da Experiência de Oração que reuniu 40 jovens em Campinas, conduzidos pelo Padre Haroldo Rahm, aos milhares reunidos em Estádios nos Cenáculos, ou ainda nos numerosos fieis alcançados pelas ondas de rádios e TVs comandadas por carismáticos. A Evangelização também se tornou de fácil acesso, nos milhares de livros publicados pelos membros do Movimento Eclesial e das Novas Comunidades. A música embalou gerações, com a toada do Evangelho em suas pautas. Jesus Vivo e Ressuscitado tem sido anunciado, oportuna e inoportunamente (cf. II Timóteo 4, 2). Vinicius Simões testemunha que ao longo destes 52 anos de existência no Brasil, os frutos da RCC são incontáveis. “Milhões de pessoas tiveram um encontro pessoal com Jesus e uma experiência profunda do Amor de Deus através da Renovação Carismática Católica nas suas diversas atividades evangelizadoras”. E que assim continuemos, anunciando o Evangelho no poder do Espírito.
Por Bruno Maffi
Grupo de Oração Dom Albano Cavallin Arquidiocese de Londrina (PR)
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Institucional Revista Renovação . Jul/Ago 2021
APROFUNDE-SE NA PRÁTICA DOS CARISMAS COM A RCCBRASIL Simpósio sobre a prática dos carismas e sua dimensão de serviço será realizado em setembro.
Com objetivo de ajudar os carismáticos de todo o país a se aprofundarem na prática dos carismas, a RCCBRASIL realiza um Simpósio com o tema “A prática dos carismas a serviço do povo de Deus”, entre os dias 13 e 16 de setembro de 2021. Assim como nos Congressos Online, o Simpósio também será realizado na plataforma digital e contará com um espaço exclusivo e interativo para os participantes. Apesar do tema remeter ao Seminário de Dons, que os apresenta e ajuda a compreender que fazem parte da prática carismática, o simpósio é mais aprofundado, pois promove discussões e troca de impressões por parte de pessoas que entendem muito sobre o assunto. Desse modo, o evento proporcionará a oportunidade de mergulhar nesta temática sob diversas perspectivas. Sobre os carismas
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São João Paulo II, na Carta Encíclica Veritatis Splendor 108, falando sobre os dons carismáticos, diz: “O Espírito reparte e envia os dons como joias à Igreja, Esposa de Cristo. É Ele, de fato, que na Igreja suscita os profetas, instrui os mestres, guia as línguas, realiza prodígios e curas, produz obras admiráveis, concede o discernimento dos espíritos, confere os encargos de governo, sugere os conselhos, reparte e harmoniza os restantes dons carismáticos, tornando, assim, por toda a parte e em tudo plenamente perfeita a Igreja do Senhor”.
Uma convocação especial
“Se você é servo ou membro de Grupo de Oração, atua em um Ministério, coordena algum serviço, se está comprometido com a evangelização, não pode deixar passar a oportunidade de conhecer de forma mais aprofundada a prática dos carismas que anima a vida da Igreja e é parte constitutiva da identidade da RCC, que nos propomos a guardar”. Esse é o convite da Coordenadora Nacional da Comissão de Formação, Beatriz Vargas.
A Igreja nos ensina que os carismas devem ser recebidos com gratidão e devem ser colocados a serviço dos outros. Neste Simpósio você vai aprender mais sobre isto. Não perca a oportunidade! Mais informações estarão disponíveis pelo portal da RCCBRASIL. Compartilhe essa notícia com os membros do seu Grupo de Oração!
ENTRE EM CONTATO Tel. (12) 3151-9999 WhatsApp (12) 98138-3000 congressosonline@rccbrasil.org.br
Especial Revista Renovação . Jul/Ago 2021
O DESENVOLVIMENTO HUMANO FAVORECE A CONVIVÊNCIA FRATERNA O modo como enxergamos o mundo, as pessoas, Deus e a nós mesmos, recebe influência do nosso contexto social e pode ser expressão de fé
Nossos sentimentos, pensamentos e percepções formam a ótica através da qual “enxergamos” o mundo e, portanto, o modo de nos relacionarmos com os outros, conosco mesmos e também com Deus, recebe influência do nosso contexto existencial. É importante reconhecer essa ligação para melhor compreendermos as nossas dificuldades nessas três áreas, ampliando a nossa visão sobre as possibilidades de mudança.
A busca de sentido existencial é inerente ao ser humano, devendo ser motivada como estratégia de prevenção em saúde mental. O desenvolvimento humano, por sua vez, favorece a convivência fraterna e a expressão mais autêntica da fé.
Como seria nossa visão sobre o outro se pudéssemos enxergar a sua história familiar, o contexto em que essa pessoa foi educada e como internalizou suas realidades? Será que nossa percepção mudaria? Também podemos observar o julgamento que fazemos sobre nós, desconsiderando as realidades que nos afetaram. Precisamos de um olhar compassivo para conosco sem, contudo, criarmos expectativas de aprovação dos outros. Só podemos mudar a nós mesmos. Desse modo, podemos olhar para os possíveis padrões de comportamento familiar “herdados” ou aprendidos e ressignificar os conceitos sobre nós mesmos, nossos pais e as pessoas com quem convivemos.
1) Retirar um tempo para si, estabelecendo uma rotina semanal de cuidados com o corpo, com a mente e com a área espiritual;
E a visão que desenvolvemos acerca de Deus estaria coerente com a Sua Palavra ou estaria ainda sob o “filtro” de nossas convicções pessoais? Pessoas que se cobram muito, por exemplo, podem desenvolver uma percepção distorcida sobre Deus, atribuindo-lhe uma imagem severa – até que uma experiência pessoal de saberem-se amadas questione essa interpretação. Aqui, nesse exemplo,
uma experiência de fé pode ser vista como um recurso pessoal de enfrentamento da realidade interna de autocobrança, contribuindo para o bem estar psíquico das pessoas.
5 passos para cuidar da saúde mental
2) Desenvolver o hábito de olhar com compaixão as próprias atitudes, pensamentos e sentimentos, indagando-se: “O que me leva a agir, pensar e a me sentir assim?”; 3) Com base no passo 2, cuidar dos pensamentos que se apresentam disfuncionais, substituindoos por pensamentos construtivos e realizando atividades ocupacionais. Se necessário, buscar ajuda profissional; 4) Exercitar a atenção no tempo presente. Pessoas depressivas tendem a carregar pesos do passado e pessoas ansiosas tendem a antecipar as preocupações, visando, ineficazmente, o controle. “A cada dia basta o seu cuidado” (Mt 6, 34); 5) Desenvolver a empatia, a capacidade de olhar o outro a partir da sua história, construindo caminhos de crescimento mútuo.
Por Joseane Aparecida Messias Fernandes Psicóloga, coordenadora do Grupo de Profissionais do Reino “Sal & Luz” - Diocese de Luz (MG)
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Revista Renovação. 129 . Jul/Ago 2021
REAVIVANDO A
CHAMA
Grupo de Oração: Espaço reservado para a unidade “A multidão dos que haviam crido era um só coração e uma só alma” (At 4,32). Criando o ser humano à própria imagem e semelhança, Deus o criou para a comunhão. O Deus criador que se revelou como Amor, Trindade, comunhão, chamou o homem a entrar em íntima relação com Ele e à comunhão interpessoal, isto é, à fraternidade universal. Essa é a mais alta vocação do homem: entrar em comunhão com Deus e com os outros homens, seus irmãos (A Vida Fraterna em Comunidade, 9). O modelo da unidade é sempre a Santíssima Trindade! A unidade promove a fé dos crentes, proporciona a perfeição e o reconhecimento do amor divino. Da relação intrínseca e essencialmente amorosa que existe entre as pessoas da Trindade, modelo perfeito para uma vida de comunhão eclesial, nasce uma espiritualidade de comunhão que nada mais é do que reflexo da ação Trinitária no seio da Igreja.
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O mesmo deve acontecer em nossos grupos de oração quando, a exemplo da comunhão trinitária, decidimos viver a unidade. Aos poucos vamos nos tornando um só coração! Nos tornamos uma comunidade de amor que segue condu-
zida pelo Espírito Santo. A unidade está entrelaçada em nós, sem ela não é possível viver e guardar aquilo que somos, é por ela e, só por meio dela, que podemos viver os pilares de nossa identidade. A unidade é pressuposto para vinda do Espírito Santo, e sem vida no Espírito não há vida em comunidade. Sem esta unidade verdadeira estamos fadados ao fracasso e à divisão. Ao olharem para nós podem nos perguntar: será que é possível viver a unidade mesmo com tantas diferenças? A resposta é clara e objetiva: sim! É possível! A unidade quando vivida com fé e amor desenvolve relações humanas fecundas e permanentes, ainda que sejamos diferentes. Em nossos Grupos de Oração, compreendemos que unidade não é uniformidade, é o Espírito Santo que nos vincula uns aos outros, este mesmo Espírito forja a unidade na diversidade sempre em benefício do todo. Guiados pelo Espírito, somos chamados a ser e a viver em nossos Grupos de Oração, o que experimentaram e viveram as primeiras comunidades cristãs: “Um só coração e uma só alma “. No Grupo de Oração podemos viver como os
primeiros cristãos: a fraternidade, o amor, o cuidado, estar juntos, rezar juntos, aprender juntos, ajudar o outro, conhecer a necessidade do outro (cf Atos 2, 42-47). Precisamos estar sempre atentos às necessidades uns dos outros, sejam essas: espirituais, psicológicas e, até mesmo, materiais. Devemos cuidar uns dos outros, assim será possível sermos “Guardiões da Unidade”. Sabemos que cada vez mais somos provados, vivemos tempos difíceis e desafiadores, mas que não podem nos paralisar, nos tornar impotentes. Nesta pandemia o Senhor nos deu a possibilidade de estarmos ainda mais próximos uns dos outros, mesmo que distantes fisicamente. Tivemos oportunidade de pastorear melhor, de cuidar mais, oportunidade de dar um telefonema, enviar uma mensagem para aqueles irmãos que se encontravam distante, oportunidade de viver aquilo que fomos chamados a viver! Algo tão simples mas que faz a diferença, que fortalece os laços de fraternidade em nossos Grupos de Oração. É necessário compreender que a unidade só é possível quando existe uma abertura de coração, quando existe uma pré-disposição para vivê-la! É uma decisão pessoal
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onde a pessoa se submete a viver a unidade em todos os momentos. Os nossos Grupos de Oração tornam-se espaço privilegiado de unidade quando seus membros compreendem que para que ela aconteça é preciso que haja: Simplicidade, Humildade, Maturidade, Obediência. Simplicidade de coração reconhecer que nada é nosso, tudo pertence ao Senhor foi ele quem nos escolheu e nos chamou e fez isso por amor. Simplicidade para depender do Senhor em tudo, não dar um passo sem o envio do Senhor. Simplicidade para compreender que nossa missão é servir aonde o Senhor nos enviar, servir sem nenhum interesse, sem buscar postos, cargos, reconhecimento. Entregar a nossa vida pelos irmãos como Jesus fez, servir os mais necessitados. “Somos servos como quaisquer outros; “fizemos o que devíamos fazer” (cf. Lc 17,10). Não podemos esquecer que somos vasos de barro, simples e frágeis, ou ainda aquele “burrinho” que levou Jesus na sua entrada triunfante em Jerusalém. Não é a nós que as pessoas buscam, mas é a Jesus. Humildade para seguirmos a instrução de São Paulo aos Filipenses: “Considerai os outros superiores a vós”. Somos servos uns dos outros, assim como Jesus lavou os pés dos discípulos também nós devemos fazer aos nossos irmãos, lavar os seus pés e curar-lhes as feridas. Estar sempre atentos e prontos para servir ao outro como fez a Virgem Maria. Ou ainda, como São João, “que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).
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Maturidade para reconhecermos quem somos, nossas limita-
ções e fraquezas, mas também o que temos de bom, o que há de bom em nossos irmãos. Maturidade para saber que, apesar de nossas diferenças, é preciso nos manter unidos. Existe uma lenda que ilustra muito bem essa necessidade de permanecermos unidos em nossos Grupos de Oração: Durante a era glacial muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar: assim, se agasalhavam e se protegiam mutuamente. Mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que forneciam mais calor. E, por isto, tornaram- se a afastar uns dos outros. Voltaram a morrer congelados. E precisaram fazer uma escolha: ou desapareceriam da face da terra, ou aceitavam os espinhos do semelhante. Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. Assim, é preciso maturidade para saber lidar com os conflitos, para que, quando as adversidades chegarem, possamos enfrentá-las todos juntos sem nos dispersarmos ou nos dividirmos. O Papa Francisco em 01 de junho de 2014, já nos alertava sobre a importância de nos manter unidos e sobre o perigo da divisão, nos dizia ele: “Procurai a unidade na Renovação, porque a unidade vem do Espírito Santo e nasce da unidade da Trindade. De quem vem a divisão? Do demônio! A divisão vem do demônio. Fugi das lutas internas, por favor! Que entre vós elas não existam”! Para viver essa união, muitas vezes, será necessário re-
nunciarmos à nossa própria vontade, aos nossos projetos individuais e executarmos o que é melhor para todos. A maturidade nos leva a exercer a graça do perdão. Para que a unidade não seja ferida é preciso estar sempre disposto a exercer o perdão. Perdoar “70x7”, conforme nos ensina a Palavra de Deus (Mt 18,22). Sabemos que não somos perfeitos, que sempre corremos o risco de ferir e sermos feridos, mas o Senhor nos deu uma grande graça de reparar esse dano que, por vezes, causamos aos nossos irmãos ou eles nos causam: o perdão! Essa é a palavra que acaba com toda inimizade e restabelece a unidade. Perdoar como bem sabemos, não é sofrer uma amnésia, esquecer o que ocorreu, mas é “perder a dor” diante daquela situação que antes nos machucava, eu lembro da situação, mas isso já não tem mais o poder de me ferir. É deixar Jesus cicatrizar a ferida que a mágoa causou em nós. Um outro pressuposto para viver bem a unidade é a obediência. Somos membros do mesmo corpo! Somos uma única Renovação Carismática Católica (Movimento Eclesial), devemos estar alinhados ao movimento em todas as nossas instâncias. Não podemos agir como se houvesse mais de uma Renovação. Nossa missão é produzir a vida no Espírito na vida de cada pessoa e isso só é possível se estivermos em consonância com o que nos direciona o Movimento. “É necessário prestarmos a maior atenção à mensagem que temos recebido, para não acontecer de que nos desviemos do caminho reto” (Hb 2,1). Não podemos querer
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fazer a nossa vontade em nossos Grupos de Oração, em nossa diocese, em nosso estado. Não! Na RCC, fazemos todos juntos o que nos pede o Espírito. E não obedecemos por medo, como nos ensina São Basílio: a nossa obediência não é como a do escravo que obedece por medo do castigo; mas sim como filho de Deus que busca recompensa por amor. Por que eu amo a Deus, porque amo os meus irmãos, porque eu quero ser guardião da unidade e acredito que o Grupo de Oração é um espaço privilegiado para viver e guardar a unidade, então eu obedeço! Diante de tudo isso, no dia-a-dia do Grupo de Oração, como eu posso construir a unidade? Quatro pontos são imprescindíveis para que isso aconteça: 1 - Tomar a séria decisão: Eu não vou ser instrumento de divisão! Eu não farei nada que possa ferir a unidade no meu Grupo de Oração, na minha Diocese, no meu Estado e entre os meus irmãos. Eu me decido pela comunhão e, para isso, me esvazio de mim mesmo em favor da comunidade, do que é melhor para o todo. Um Grupo de Oração se torna fraco quando nele há sementes de divisão. O Evangelho já nos alerta para o perigo de um reino dividido. Eu e você não podemos ser sementes da divisão. 2 - Nutrindo o relacionamento: O nosso Grupo de Oração é o lugar do amor de Deus em ação, é o lugar do relacionamento, do afeto e do cuidado para com o outro. Nos primórdios da Renovação, Padre Alirio Predrini definia o Grupo de Oração como “um ninho quente de amor”. Este ninho é aquecido do amor de Deus para com cada um de nós, mas também de nós para com os outros. Somos de fato uma verdadeira família! 3 - Efetiva comunicação: Precisamos fazer chegar a todos os Grupos de Oração o que Deus tem direcionado. Não podemos reter, não podemos deixar as moções do Movimento ficarem paradas! Que as moções cheguem a todos, para que andemos guiados por elas, assim nos encontraremos e seguiremos todos na mesma direção. Todos “Resgatando, Guardando e Propagando a Identidade da Renovação Carismática Católica”.
4 - Buscar a mesma visão: Quando todos têm a mesma visão, os mesmos propósitos, metas comuns, todos caminham no mesmo sentido. Como já falamos, só existe uma RCCBRASIL! Somos chamados a olhar para o mesmo horizonte, com o mesmo olhar. Em nós precisam existir os mesmos objetivos.
São Paulo, ao escrever aos Coríntios em sua primeira carta, destaca bem essa necessidade de terem uma mesma visão, salienta o aspecto da unidade questionado: “Cristo está dividido? Eu lhes peço irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, mantenham-se de acordo uns com os outros para que não haja divisões. Sejam estreitamente unidos no mesmo modo de pensar” (I Cor 1,10). Diante dessas considerações acima podemos trazer duas situações contidas na palavra de Deus a respeito da unidade – A TORRE DE BABEL E A GRAÇA DE PENTECOSTES. Na Passagem da torre de Babel, o povo vivia em unidade, toda a terra era um só povo, uma só língua, tinham a oportunidade de viver em harmonia. No entanto, o desejo de tornar o seu próprio nome conhecido, os fez cair no pecado da soberba. Eles queriam que as obras de suas mãos os tornassem “famosos”. E para o bem deste mesmo povo, o Senhor desceu e os fez falar línguas diferentes. Houve discórdia, diferenças e ninguém mais se entendia (cf. Gn. 11,1-9). Mas o Senhor, que é rico em misericórdia e não deseja ver seus filhos vivendo dispersos, enviou seu Filho ao mundo, ensinou, curou a muitos e fez uma promessa: Eu vou para junto do Pai, mas enviarei um defensor. “Descerá sobre vós o Espírito Santo, e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os confins do mundo” (At 1,8). Então Pentecostes aconteceu, os apóstolos viveram a graça de ser batizados pelo Espírito Santo. Eles estavam trancados no cenáculo, com medo, porque o Senhor não estava mais com eles. Reparem que a força deles não vem de suas próprias mãos, de sua coragem. Sem o Espírito Santo somos apenas homens e mulheres, somos carne com a inclinação do pecado. Mas o Espírito Santo que faz novas todas as coisas, Ele pode mais! Tanto que depois de terem recebido o Espírito Santo em forma de línguas de fogo no cenáculo, os apóstolos saíram, abriram-se as portas e eles anunciavam as maravilhas que o Senhor fez nas suas vidas. E todos os podiam ouvir na sua própria língua
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materna. Aqui aconteceu o milagre de Pentecostes (cf. At. 2,1-13). Reflitamos juntos o que as duas situações têm em comum: povos que viviam num lugar, uns eram autossuficientes e se bastavam, queriam alcançar o céu construindo uma torre pelas próprias mãos. O outro povo pediu, clamou que a força do alto descesse sobre eles, confiaram no Senhor. Um povo disse que o nome deles seria conhecido, o outro disse que Jesus é o Senhor! Assim, precisamos ser homens e mulheres totalmente dependentes do Senhor, que clamam a força do alto, cheios do Espírito e, muito mais do que isso, termos uma vida vivida no Espírito. Viver a unidade, portanto, em nossos Grupos de Oração requer o que falamos anteriormente, maturidade, humildade, simplicidade e obediência. Isso nos levará a reconhecer que as forças não são nossas, que a unidade vem do Espírito, é Ele que gera a unidade onde impera a desunião, só Ele é capaz de dobrar corações duros. Nossos Grupos de Oração precisam apenas viver o que os apóstolos viviam: uma vida no Espírito, uma ousadia que vem do alto. Viver a unidade é um ato de coragem, pois amar os diferentes é missão dos santos, dos que se decidiram a unir-se na Cruz de Cristo. A Cruz é o lugar da perfeita união com a vontade do Pai, Filho e Espírito.
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