Recantos da Terra - junho 2016

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Parque Aimaratá foca educação ambiental Choró-Boi fotografado por Luiz Carlos Bastos no Parque Aimaratá

A importância das florestas urbanas ‘Amigos da Praia Azul’ quer a represa de volta

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MP faz ‘Força-Tarefa’ para limpar a Salto Grande


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OPINIÃO

A importância das florestas urbanas e o desenvolvimento sustentável das cidades Eduardo Rodrigues*

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o momento da realização da 8º Conferência da Cidade de Americana é importante prestar atenção à densidade florestal e à arborização urbana existente na cidade, além da sua conservação e expansão, atendendo aos fatores que a promovem e a limitam. As florestas urbanas e a arborização urbana podem ser utilizadas de modo a produzir benefícios ecológicos - serviços ecossistêmicos - uma vez que são fontes de ecoturismo, de criação de espaços de lazer e de encontro dos cidadãos, consequentemente de debate político e social. Com a enumeração destes serviços ecossistêmicos, que as florestas produzem, podemos ainda acrescentar o sequestro de carbono, como atenuador dos efeitos das mudanças dos perfis climáticos da cidade, a proteção de mananciais de água, a conservação da biodiversidade, o abatimento de poluentes aero transportados com o aumento de qualidade do ar, entre outros fatores. Os serviços ambientais fornecidos pelas florestas não têm sido valorizados. De fato não é hábito atribuir um valor fiduciário a árvore urbana; isto é, quanto vale em dinheiro uma árvore centenária no centro de uma praça para a população que sob ela se reúne, ou para o comerciante que do outro lado da rua estabeleceu o seu negócio? INÚMERAS VANTAGENS Uma população arbórea significativa poder trazer vantagens econômicas à cidade diferenciando esse município de outro na sua região, tornando o metro quadrado da área construída ou da área para construir mais valorizado, por exemplo. Já o ecoturismo leva os viajantes a florestas tropicais, a locais de flora e fauna preservados, a áreas urba-

nas diferenciadas e paradisíacas e a lugares de vegetação densa onde encontram animais silvestres que, com a humanidade, aprenderam a viver em harmonia no espaço urbano. No Brasil são muitos os casos de grupos de observadores de aves silvestres, por exemplo. Pense por um momento no bem-te-vi que todo o dia o acorda, caro leitor. Você prescinde do seu piar matinal? Eu não. E isso já me levou muitas vezes a procurar locação em diferentes áreas da cidade que habito. A importância, acima mencionada, das florestas urbanas tem feito com que diversos prefeitos evitem perdê-las ou criem programas de gestão pública para as recuperem. É pelas razões e fatos aqui mencionados – e por todos os outros que o caro leitor, por si, já identificou que a Conferência da Cidade de Americana tem de ponderar uma Política Pública de preservação da sua área florestada e se possível gerar mecanismo para a sua ampliação, como fator de diferenciação e oferta de uma qualidade de vida que supere pelo menos as cidades vizinhas e com essa medida, gere patrimônios arbóreos substantivos que aumentem o valor do solo disponível para novas edificações e diminuíam os custos com a saúde pública, entre outros. Contracenso? De jeito nenhum! Apenas gestão racional dos recursos públicos, por meio da mudança dos modelos econômicos que fundamentam políticas públicas que priorizam de forma racional os recursos naturais integrados à cidade, no caso das florestas e da arborização urbana. *Eduardo Rodrigues é sócio administrador da Desamb Ltda, graduado em química e em políticas públicas e relações internacionais, especialista Unesco – IHE em SAD na gestão de bacias hidrográficas e membro do BNI-Magnum

EXPEDIENTE Edição e Texto: Paulo José San Martin e Anderson Barbosa | Diagramação: Skanner Projetos Gráficos | Redação: paulo.san@jornalrecantosdaterra.com.br - anderson@jornalrecantosdaterra.com.br Gestor de Anúncios: Geraldo Martins - (19) 9.8178.8144 / 9.8268.9110 - ge@jornalrecantosdaterra.com.br | Rua Indaiá, 411, Jd. Ipiranga Americana-SP - Fone: (19) 3601.8996

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NATUREZA PROTEGIDA

Parque Aimaratá: educação ambiental, diversão e boa culinária Local conta com atividades de pesca, viveiro de mudas, tirolesa e arvorismo

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Parque Aimaratá “Natureza Protegida” – uma das reservas mais belas da região – investe pesado em educação ambiental. Localizado em Americana, no Jardim da Balsa 2, o parque está instalado em uma área verde de 231 mil metros quadrados. O Parque Aimaratá recebe escolas da região desde 2013, mas a partir deste ano, em parceria com a Braidotti Engenharia, oferece projetos estruturados sobre os mais diversos temas relacionados à sustentabilidade, como a questão da água, poluição, equilíbrio da natureza, produção de mudas, plantio, controle biológico, observação de aves e manejo correto de resíduos sólidos, além de contar com atividades de aventura como arvorismo, rapel, parede de escalada, tirolesa e a exploração de trilhas com a finalidade de permitir interação com a fauna e flora locais. Outros atrativos do parque são a culinária do local, com um delicioso cardápio de peixes na brasa, e quatro tanques para pesca. Dois deles são destinados à pesca esportiva, enquanto os outros dois funcionam no sistema a quilo. Peixes com Pin-

tado, Dourado, Tambaqui, Corimba, Pacu, Carpas e Tilápias são fisgados nos tanques esportivos. Já na opção a quilo os pescadores podem levar Tilápias e Pacus. Fotos de aves captadas por lentes atentas de observadores de aves, outra atividade desenvolvida no parque, decoram o restaurante. “Temos uma vasta riqueza natural para oferecer aos visitantes. Trata-se de um lugar lindo, aberto a população para o lazer e no qual alunos e professores podem vivenciar na prática o que foi discutido em sala de aula”, afirma a diretora do Aimaratá, Ana Zanaga Zeitlin. Ana explica que no local funcionava o antigo “Pesqueiro do Japonês”, entretanto, a estrutura foi ampliada e a pesca é mais um dos atrativos do local. “Hoje temos condições de atender crianças desde o Fundamental 1 até o Ensino Médio. Nossos conteúdos são adaptados para cada faixa etária. Com os menores buscamos interagir bastante com o meio percebendo as características de cada ambiente . Já para os maiores é necessário acrescentar as atividades de aventura e discutir as consequências positivas e negativas da ação do homem”, diz Ana.

Viveiro do Aimaratá conta com 100 espécies diferentes de mudas nativas

VIVEIRO DE MUDAS O Aimaratá implantou ainda um viveiro de mudas, o qual conta com aproximadamente 100 espécies diferentes de mudas nativas. “Nosso objetivo é produzir mudas para o reflorestamento de áreas degradadas e também para a arborização urbana. Temos um projeto para resgatar a arborização urbana e devolver a Americana a condição de cidade bem arborizada de anos atrás. RESTAURANTE O restaurante funciona com serviço de Buffett aos domingos e pratos a la carte, como peixes na brasa, durante a semana. Destaque para a posta de Pintado na brasa que, segundo o responsável pelo pesqueiro e restaurante do parque, Reginaldo Soares Barbosa, faz inveja aos preparados na Rua do Porto, em Piracicaba.

“Ninguém mais precisa ir para a Rua do Porto. Nossos peixes na brasa são preparados com um tempero especial de fazer inveja”, garante Barbosa. COLÔNIA DE FÉRIAS O Parque Aimaratá vai organizar entre os dias 11 e 15 de julho uma colônia de férias. O local, segundo a diretora do parque, conta com monitores qualificados e treinados que acompanharão as crianças nas mais diversas atividades, como queimada, taco, vôlei, peteca, dança, pesca, tirolesa, escalada, arvorismo, trilhas na mata, plantio de mudas, desenho, oficina da sucata, pega palito, mímica, argila, além de jogos diversos. No período serão servidos café da manhã, almoço e lanche da tarde. “Temos a opção para a semana toda e também para dias individuais”, explica Ana.


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Entrevista

MP articula ‘Força-Tarefa’ para des

Promotor quer saber quais medidas a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, de Saneamento e Re Anderson Barbosa

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promotor do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), Ivan Carneiro Castanheiro, busca uma união de forças entre as esferas estadual, municipal e órgãos representativos da região, como o Conselho de Desenvolvimento da RMC (Região Metropolitana de Campinas), para sa-

ber quais medidas cabíveis cada um pode fazer para que a Represa de Salto Grande seja definitivamente despoluída. Além disso, segundo o promotor, políticos da região também foram procurados para viabilizar e articular ações no mesmo sentido. Castanheiro é responsável por um inquérito civil que apura quem são os principais responsáveis pela contaminação da Salto Grande. Em entrevista ao Recantos da Terra, Castanheiro discorre sobre

questões pertinentes relacionadas à represa e não descarta uma possível interdição do reservatório. Recantos da Terra – Quando foi instaurado o inquérito que apura a poluição da Represa de Salto Grande? Ivan Carneiro Castanheiro – Foi em 14 de fevereiro de 2014, sendo que o MPF (Ministério Público Federal) de Campinas também possui inquérito civil a respeito, mas o promotor de Americana, bem como os promotores de Justiça paulistas dos núcleos Piracicaba e Campinas atuam conjuntamente, sendo que o MPF de Campinas recentemente passou a atuar conosco e irá focar mais na questão de verbas federais que vierem a ser investidos em saneamento e outras questões na esfera federal. Quem fez a denúncia e com base em quais fatores? O inquérito foi inicialmente instaurado por Americana, após notícia jornalística, bem como reunião com a presença de representantes da Ama (Associação dos Moradores e Amigos da Praia dos Namorados), da Associação Barco-Escola da Natureza, do Iate Clube de Campinas e do movimento “Vamos salvar a Represa Salto Grande”, ocasião em que se pontuou que a poluição na Represa de Salto Grande já ocorre há décadas, especialmente pelo lançamento de esgoto de 11 municípios da região no Rio Atibaia, objeto de diversas ações civis públicas em andamento. Qual é a medida mais recente relacionada ao inquérito? Atualmente estamos questionando as ações cabíveis por parte das Secretarias de Estado de Meio Ambiente, de Saneamento e Recursos Hídricos, bem como de Saúde, assim como solicitamos uma reunião no âmbito da RMC (Região Metropolitana de Campinas), no Conselho de Desenvolvimento (o qual congrega cerca de 20 prefeitos e igual número de representantes de secretarias estaduais), com várias atribuições, dentre elas a de saneamento básico de interesse comum (água, esgoto, resíduos sólidos, drenagem urbana e limpeza pública), do qual Americana faz parte. Também comunicamos nossa atuação e os documentos que angariamos aos políticos locais (pre-

Ivan Castanheiro (destaque) é o promotor respons

feito, vereadores e deputados por Americana e região), na expectativa de que estes façam articulações para viabilizar as ações necessárias. Em que fase está o inquérito? Foram constadas as causas da poluição e as ações necessárias para combatê-la, mas há dificuldades em se definir, no âmbito político e até mesmo jurídico, os respectivos responsáveis públicos e privados, bem como as atribuições de cada um nesta mega atuação, a qual precisa ser conjunta e concatenada entre os diversos órgãos estaduais e municipais, não se descartado contribuições federais (Ministério das Cidades), as quais seriam bem-vindas. O que já pôde ser concluído em relação ao assunto? Os efluentes domésticos lançados no corpo d´água sem tratamento ou com tratamento deficiente (estações de tratamento de esgoto) dos municípios situados acima (a montante da represa) são a principal causa do histórico de poluição havendo sedimentos no fundo da represa decorrentes de anos de acúmulos, cuja


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spoluir a Represa de Salto Grande

ecursos Hídricos e o Conselho de Desenvolvimento da RMC podem realizar em prol do reservatório

Tribuna Piracicabana/arquivo

sável pelo inquérito que apura os responsáveis pela poluição da Salto Grande

necessidade de remoção é custosa e controversa, mas que continuarão gerando efeitos negativos mesmo depois de cessados os lançamentos sem tratamento. Por favor, fale um pouco sobre os efeitos negativos destes sedimentos. Os nutrientes (fósforo e nitrogênio) acumulados provocam o surgimento de cianobactérias e toxinas, por meio da floração de algas, as quais posteriormente se decompõem e provocam maior poluição, também consumindo o oxigênio necessário à vida aquática, especialmente diante da incidência dos raios solares. As chácaras no entorno da represa de Salto Grande em Americana, os condomínios na região do Ribeirão Pinheiros em Valinhos, os agrotóxicos e fertilizantes lançados pelas usinas da região para fins de cultivo da cana-de-açúcar (aliados a falta de mata ciliar para contê-los), bem como a falta de tratamento avançado do esgoto (terciário, com remoção de fósforo e nitrogênio) nos municípios situados à montante de represa são as principais causas da poluição, a qual levou ao pedido de interdição por má qualidade da água. Foram realizados quais tipos de exames na água para constatar o nível de contaminação? A constatação ocorre a partir de monito-

ramento e divulgação de boletins anuais da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) sobre a qualidade da água, efetuado com base em coletas bimestrais, basicamente, sem prejuízo de análises laboratoriais pontuais, realizados pela vigilância e pelas concessionárias de abastecimento público de água. Recentemente, o Instituto Adolfo Lutz concluiu que os peixes pescados na represa não apresentam contaminação prejudicial à saúde humana. Existe um grupo que defende a interdição da Salto Grande. O MP tem atribuição para pedir tal interdição? A questão precisa ser melhor definida entre os entes federativos, mas nenhuma hipótese está descartada. Em princípio, parece-nos que a atribuição seria da vigilância sanitária, mas todos os entes (municipais e estaduais), inclusive a Cetesb, negam tal atribuição. Qual seria a medida ideal para a despoluição da Salto Grande? Combater as fontes pontuais de poluição com a construção de ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto), com tratamento avançado, sistema terciário, que custa cerca de um terço a mais e exige maior capacitação/qualificação por parte dos operadores das ETEs, reflorestamento

da mata ciliar, combate ao lançamento clandestino de esgoto (industrial e residencial), bem como a chamada poluição difusa que vem de diversas fontes, quer as agrícolas, os óleos e graxas carreados ao corpo d´água por meio de enxurradas que “lavam” nossas ruas e arrastam resíduos sólidos urbanos clandestinamente lançados pela população. O método de flotação, o qual consiste em construir uma estação de tratamento na entrada da represa é uma boa saída? Trata-se de uma das formas heterodoxas de combate à poluição, que não é uma panaceia (remédio para todos os males), cuja eficácia e adequação é polêmica no meio técnico por ser, segundo algumas análises, vulnerável a enchentes e com limitada remoção de carga, especialmente fósforo e nitrogênio. O sistema também apresenta possíveis problemas quanto ao descarte do lodo (material sólido retido). Seria uma fonte alternativa, mas não exclusiva para auxiliar no combate à poluição hídrica. A conveniência e oportunidade de eventual adoção dessa ferramenta não é atribuição do Ministério Público, por se constituir no denominado “mérito administrativo”, somente cabível ao Poder Executivo (Estado e Município). O Gaema encaminhou a questão para análise dos Comitês PCJ (bacias do Piracicaba, Capivari e Jaguari), sendo respondido que a análise será efetuada no âmbito da Revisão do Plano de Bacias, o qual está em fase de contratação com prazo de dois anos para sua concretização. Existe um entendimento por parte da promotoria de que a Salto Grande é um reservatório estratégico de água em caso de uma estiagem severa?

Isso não tem chance de ocorrer tão cedo, em razão da péssima qualidade da água. Se o Estado e os municípios investirem maciçamente no tratamento dos efluentes e na remoção da carga remanescente, inclusive de metais pesados depositados no fundo da represa (sedimentos poluentes), a depender de uma série de análises futuras, eventualmente, isso poderá vir a ser possível no futuro, diante das inovações tecnológicas que tem surgido, mas terá de haver pesados investimentos financeiros nesse sentido. Fale um pouco do seu histórico. Onde estudou? Onde se formou? Quando? E também sobre sua atuação no MP no decorrer dos anos. Onde trabalhou e onde está atualmente? Sou promotor de Justiça desde 08 de novembro de 1993, tendo me formado na Fundação Eurípedes Soares da Rocha, em Marília/SP, com mestrado pela PUC (Pontífica Universidade Católica) - SP (Direito e interesses Difusos e Coletivos). Fui Promotor em Cardoso (1995/1996), Getulina (1997), Promissão (1998/1999), Piracicaba (2000/2007), coordenador de Habitação e Urbanismo da Ministério Público do Estado de São Paulo (2008/2009), promotor de Justiça de Americana (2010/2011), sendo ainda titular do cargo de 2º Promotor de Justiça de Americana, com atribuições nas áreas de Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo, Consumidor; bem como na 2ª e 4ª Vara Cível, de cujas funções encontro-me afastado para o exercício da 2ª Função do Núcleo PCJ-Piracicaba do Gaema, com atuação em 21 Municípios, incluído Americana, para questões ambientais e urbanísticas com impactos reais ou potenciais de âmbito regional desde fevereiro de 2012.


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INICIATIVA

‘Amigos da Praia Azul’ organiza atividades aquáticas e limpeza da orla Grupo composto por cerca de 80 pessoas é responsável por barqueatas e mutirões para a retirada de aguapés

Praia sem aguapé só no quiosque do Bié”. A frase é do comerciante Oscar Fabiano Bueno, o Bié, proprietário de um quiosque na orla da Praia Azul. A frase, registrada em vídeo durante uma barqueata realizada no mês passado na Represa de Salto Grande, foi criada pelo próprio comerciante depois de árduos dias de limpeza dos aguapés do reservatório. A intenção foi criar espaço para que as cerca de 40 embarcações entrassem com tranquilidade na Salto Grande durante o evento, o qual teve o apoio da Rádio Notícia FM. “Grande parte do aguapé eu retirei no braço. Fizemos uma ‘vaquinha’, alugamos caminhões e tratores e limpamos parte da sujeira da orla. Queremos nossa Praia Azul de volta”, afirma Bié. Foram 22 caminhões abarrotados de sujeira retirada da orla. Ele conta com a ajuda de cerca de 80 comerciantes, empresários e profissionais liberais na empreitada, os quais ainda utilizam a represa para a prática de esportes aquáticos e passeios de barco em família. O grupo “Amigos da Praia Azul” chega com motos aquáticas, lanchas, pedalinhos, caiaques e veleiros religiosa-

mente todos os finais de semana. “Em alguns casos, quando tem sol, mesmo nos dias de semana o pessoal vem para a Praia Azul usufruir da represa junto à família”, explica o comerciante. Segundo ele, um novo evento está agendado para setembro deste ano, também com o apoio da rádio. “Será o 3º Cruzeiro da Rádio Notícia e com certeza terá mais embarcações uma vez que o clima estará quente”, diz. BANHEIROS O grupo já conseguiu junto ao prefeito Omar Najar (PMDB) a permissão para realizar a reforma dos banheiros públicos instalados na orla da praia, trabalho que será executado pelo próprio grupo com recursos próprios. “Sabemos da dificuldade financeira do município de nossa intenção é ajudar. Amamos a Praia Azul e nosso objetivo é fazer com que as famílias voltem a frequentar o local, um dos mais belos de toda a região”, argumenta Bié. REPRESA VIVA O também comerciante Jorge Luiz Zanini Ribeiro, que integra o grupo

Bié (destaque) organizou a limpeza da orla na Praia Azul

de amigos, lembra que a Praia Azul foi um verdadeiro palco de bons momentos nas décadas de 1970, 1980 e até o início dos anos de 1990. No entanto, segundo ele, a região foi es-

quecida pelo Poder Público. “Resta a Praia contar com ações voluntárias de amigos e moradores que, com seus esforços, vêm mantendo a represa viva”, afirma ele.

RECICLAGEM

RJ é o primeiro com política de reaproveitar bitucas O problema enfrentado com o lixo jogado nas ruas é uma questão que provoca dor de cabeça a cidades de todos os lugares do mundo. Conscientizar as pessoas de realizarem o descarte correto não é uma tarefa fácil. Todos os dias, milhões de bitucas de cigarros, por exemplo, são jogadas nas ruas, causando diversos problemas para o planeta. O que nem todo mundo sabe é que uma simples bituca de cigarro contém mais de quatro mil substâncias tóxicas e pode demorar até cinco anos para se decompor. Até que processo de decomposição seja completado, o material percorre por diferentes tipos de solos – e até lençóis freáticos – contaminando-

-os, podendo prejudicar o meio ambiente de várias maneiras. Pensando nas graves consequências causadas pelo simples descarte de um cigarro, o governo do Rio de Janeiro anunciou que o estado será o primeiro no país a contar com uma política de reaproveitamento de guimbas. De acordo com a Lei 7313/2016, sancionada em junho, um programa de reciclagem (envolvendo fabricantes, distribuidores e comerciantes do tabaco) deverá ser criado, sendo obrigatória a disponibilização de “fumódromos” para depósito deste material em locais de grande circulação. Com a coleta, as bitucas de cigarro serão direcio-

nadas para empresas onde acontece a reutilização. NOVOS MATERIAIS “Com a reciclagem dos filtros, criamos novos materiais que podem ser reaproveitados pela população e nada se perde. E este é o caminho para um futuro mais sustentável com menos lixo tóxico na natureza. Queremos este pioneirismo para o Rio, que será o primeiro do Brasil a ter uma lei sobre o tema”, disse Tiago Mohamed, responsável pelo projeto, deputado estadual (PMDB) e atual secretário de Abastecimento e Segurança Alimentar do município do Rio, em release oficial.

A iniciativa do governo promete trazer grandes recompensas para o estado, já que o Rio de Janeiro descarta cerca de 42 milhões de filtros de cigarros todos os dias. Após a reciclagem, os materiais passarão a abastecer a indústria do cimento, adubos e muitas outras utilidades. O projeto ainda prevê a aplicação de multas por descumprimento das normas. “O problema está se tornando cada vez maior por conta do descarte irregular. Investir em reciclagem é tratar a questão ambiental do cigarro. Já temos campanhas contra o fumo. Agora, é o momento de pensar em quem fuma e o produto final desta ação”, conclui o autor da lei. (www.pensamentoverde.com.br)


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SANEAMENTO BÁSICO

Estudiosos apostam em soluções para o meio ambiente Segundo o Instituto Trata Brasil, apenas 39% dos esgotos do País são tratados e menos da metade da população tem acesso a coleta adequada

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esquisa divulgada pelo Instituto Trata Brasil, organização especializada no setor de saneamento e meio ambiente, aponta que apenas 39% dos esgotos do país são tratados e menos da metade da população tem acesso a coleta adequada. A falta de saneamento básico implica em danos sobre a saúde e a qualidade de vida da população. Doenças como infecções gastrointestinais, motivadas pela ingestão de água contaminada, são comuns nos hospitais da rede pública do país. Além disso, a poluição motivada por esse problema, também reduz e encarece a quantidade de água potável disponível, prejudicando a agricultura, o comércio, a indústria, o turismo e outros setores da economia brasileira. Entre as opções para garantir melhor qualidade de água e tratamento de esgoto, o mercado oferece uma linha de biodigestores com exclusivo sistema de extração do lodo, o que facilita o acesso nas comunidades mais difusas porque dispensa o uso do caminhão limpa fossa. “Os biodigestores com diferentes capacidades de armazenamento (600, 1.300 ou 3.000 litros) atendem desde a demanda de uma residência até propriedades grandes, com maior número de pessoas ou áreas rurais. Além de garantir de forma eficiente o tratamento do esgoto doméstico, o sistema não polui o meio ambiente, cuida da higiene, da saúde e é econômico”, destacou Cássia Lago, gerente de vendas da Acqualimp. 100 MILHÕES De acordo com estudos do Instituto Trata Brasil, mais de 100 milhões de brasileiros não dispõem de rede de coleta de esgoto sanitário e 13 milhões não têm sequer banheiro em casa. Todos os dias, sete crianças brasileiras morrem em consequência da falta de saneamento. Para zerar o déficit de saneamento básico e oferecer acesso universal à coleta

e ao tratamento de esgoto, o Brasil precisa de investimentos anuais de R$ 10 bilhões nos próximos 20 anos. “Cada vez mais as propriedades rurais precisam se adaptar à questão ambiental, adequado as propriedades às soluções que diminuam a geração de poluentes. Nesse sentido, essa linha de biodigestores atende perfeitamente a essas necessidades”, complementou Lago. BIODIGESTOR O Biodigestor é uma miniestação de tratamento de esgoto residencial, fabricado em polietileno de alta densidade (PEAD), 100% impermeável, que possui um exclusivo sistema de extração do lodo, dispensando definitivamente o uso do caminhão limpa fossa. Ótimo para tratamento de efluentes sanitários em residências, chácaras, sítios, fazendas e escritórios. Além de garantir de forma eficiente o tratamento do esgoto doméstico, o sistema não polui o meio ambiente, cuida da higiene, da saúde e é econômico.

IDEIAS

Prédio de São Paulo cria horta subterrânea “Transformar espaços e pessoas” é o lema que vem sendo conduzido pelo Programa EcoMalzoni, que, desde outubro de 2015, tem implantado um novo conceito no gerenciamento de resíduos no Edifício Pátio Victor Malzoni, localizado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, no coração de São Paulo. No início deste mês, durante a semana de comemoração do Meio Ambiente, o programa inaugurou a primeira horta brasileira subterrânea, criada com o objetivo de diminuir os desperdícios de alimentos e conscientizar todos os frequentadores do edifício. De acordo com os organizadores, a ideia do projeto é estimular o pensamento sustentável, incentivando a prática da reciclagem. A funcionalidade da nova horta está na utilização de lixo orgânico do próprio prédio, que recebe a função de abastecer o sistema de compostagem do local. Com isso, o Programa EcoMalzoni planeja cultivar alimentos como alface, hortelã e manjericão, por exemplo, expandindo sua lista de plantação conforme o tempo.

RESULTADOS Com menos de um ano de existência, importante ressaltar que o programa já tem colhido seus primeiros resultados, deixando de enviar dezenas de toneladas de lixo orgânico para aterros sanitários para aproveitamento reciclável dos materiais. Para se ter uma ideia, só no mês de abril, 18 toneladas de resíduos foram destinadas à reciclagem, superando uma média de 1,3 tonelada que se mantinha antes do projeto ser implantado. O EcoMalzoni desenvolve ainda a coleta de guimbas para reciclagem, a criação de um Ecoponto (para coleta de lixo orgânico caseiro), um sistema de logística reversa para cápsulas de café e outras ações. O projeto pioneiro no Brasil segue o modelo obtido em algumas outras metrópoles, como Londres e Tóquio, que acredita na ideia para reeducação ambiental das grandes cidades ao redor do mundo. (www.pensamentoverde.com.br)

Funcionalidade da horta está na utilização de lixo orgânico do próprio prédio


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CÃES

Leishmaniose Visceral, uma doença que mata! Na América Latina, doença que ataca seres humanos e cães já foi detectada em 12 países e, destes, cerca de 90% dos casos ocorrem no Brasil

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Brasil enfrenta o desafio de conter o avanço de uma zoonose de grande importância para a saúde pública - a Leishmaniose Visceral (LV). Causada por um protozoário e transmitida ao cão e ao homem pela picada de um mosquito (Mosquito Palha), a LV é fatal para os cães (o Ministério da Saúde recomenda a eutanásia dos cães infectados) e no homem pode causar uma série de alterações nos rins, fígado, baço e medula óssea. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a doença registra anualmente 500 mil novos casos humanos no mundo com 59 mil óbitos. Na América Latina, ela já foi detectada em 12 países e, destes, cerca de 90% dos casos ocorrem no Brasil, onde, em média, 3.500 pessoas são infectadas e mais de 200 morrem anualmente. Cidades como Campinas (inclusive Sousas), Indaiatuba, Sorocaba, Salto, Itupeva, por exemplo, são consideradas áreas de transmissão canina, por isso, se você tem um cão, procure a orientação de um médico veterinário.

Com vistas à prevenção, os médicos veterinários devem orientar os donos de cães a utilizarem medidas que diminuam o risco de infecção do cão, como, por exemplo, o uso da coleira impregnada de Deltametrina a 4%, recomendada pela OMS como forma de controle da doença, ou o uso de inseticidas tópicos, como, por exemplo, a Permetrina a 65%. Atitudes simples – como a limpeza de quintais com a remoção de fezes e restos de folhas e frutos em decomposição, por exemplo – ajudam a combater a doença, uma vez que o mosquito que a transmite ao cão e ao homem coloca os ovos em locais ricos em matéria orgânica. Se o seu cão apresentar apatia, emagrecimento, mucosas pálidas, lesões na pele (feridas) que não cicatrizam ou aumento exagerado do tamanho das unhas procure a orientação de um Médico Veterinário. A prevenção é a principal arma que temos para combater o avanço da LV. *Andrei Nascimento é médico veterinário e gerente técnico da MSD Saúde Animal

Prevenção é a principal arma para deixar seu cão longe da doença

Puket

Marca transforma meias usadas em cobertores para pessoas carentes No dia 20 de junho começou de maneira oficial a temporada de inverno 2016. Muito antes deste dia, o mês tem registrado em suas primeiras semanas a forte chegada das temperaturas mais baixas. Com isso, a solução para fugir do frio é abrir o armário e se proteger usando os casacos e cobertores mais quentinhos. Pensando na dificuldade enfrentada por moradores de rua e pessoas carentes, o projeto Meias do Bem foi criado com o objetivo de aquecer um pouco mais inverno deles. A ideia da campanha é doar cobertores e meias novas para a população mais necessitada, através do recolhimento de doações nos pontos de coleta indicados em seu site. Criada em 2012, a iniciativa conta com o apoio da Puket, uma marca de confecção de meias, responsável pela coleta das peças. No total, mais de 10 mil cobertores foram doados até o momento, que, em seguida, serão reaproveitados pela população mais necessitada. Um ponto muito importante da campanha, sobretudo, para a natu-

reza, é que qualquer material pode ser doado, mesmo aqueles em más condições de uso. Isto porque os organizadores do projeto explicaram que, após o recolhimento, todas as roupas passam por um processo de lavagem e qualidade, no qual os materiais são reciclados, dando origem a novos cobertores e pares de meias. A Fibran, empresa que contribui processando a reciclagem, já realizou a transformação de mais de 10 toneladas de antigas peças que deram lugar à produção de novas meias e cobertores para o projeto. “No processo de fabricação de meias existem fiapos, pedaços e até meias inutilizáveis que sobram. A Puket já recolhia e transformava estes restos em cobertores. Então tivemos a ideia de também reciclar as meias usadas”, explica Cláudio Bobrow, sócio-fundador da marca, no site oficial. O projeto lançou recentemente outra campanha, o Inverno do Bem, que espera arrecadar uma grande quantidade de roupas nesse mês de junho. (www.pensamentoverde.com.br)


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