RECANTOS DA TERRA
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Americana dezembro / 2016
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Questão Estratégica
Esforço regional e acordo de Paris são trunfos para limpar a Salto Grande Criação da Câmara Temática Especial no Conselho Regional da RMC para debater a limpeza do reservatório e o compromisso assinado pelo Governo Federal na COP 21 para reduzir em 37% a emissão de gases do efeito estufa no País, até 2025, dão nova esperança à represa
Barco Escola ganha prêmio ambiental
Americana lidera ranking ambiental na região
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Omar é o novo presidente do Ares PCJ
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OPINIÃO
Zoo...lógico? *Luiz Fernando Leal Padulla
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assa ano, entra ano e a pergunta que me faço é a mesma: hoje, em pleno século XXI, qual a real função de um zoológico? No seu início, por volta do século XVI, pessoas com anomalias, índios, aborígenes, negros e animais selvagens eram confinados pelos europeus após suas explorações marítimas. Tudo aquilo que era diferente e bizarro era aprisionado. Com o tempo, os humanos “diferentes” foram libertados dessas jaulas, restando apenas os outros animais, como conhecemos hoje. Com as recentes descobertas da capacidade de inteligência e sentimentos nos demais seres vivos, é inadmissível a permanência de animais trancafiados em ambientes inóspitos, irregulares e precários, que atendem a exploração comercial. Alguns pontos merecem atenção. Muitas dessas instituições levantam a bandeira da preservação e manutenção das espécies, muitas ameaçadas de extinção. Pois bem. Há, no entanto, alguma política de soltura e reintrodução desses animais no habitat natural? Onde está o real fundamento na preservação e preocupação ambiental? Reproduzir animais a troco de que? Para que sejam usados como moedas de troca e vivam eternamente em recintos minúsculos? Quem ganha e/ou quanto se ganha com isso? Que tipo de educação ambiental é essa, que mostra animais atormentados, depressivos, tristes, e em condições nada naturais? Que os animais precisam de cuidados e atenção, não há dúvidas. Mas se eles pudessem escolher, já que são sencientes e inteligentes, será que aceitariam viver perpetuamente sob essas condições? Imagine você no lugar daqueles pinguins, que ao invés desfrutarem de um mar aberto, vivem em um tanque onde mal conseguem se locomover; ou dos macacos que não podem caminhar livremente em uma floresta; ou ainda, no lugar das araras e tantos pássaros que não podem exercer
o princípio natural de sua existência, o voo. Isso seria viver? É óbvio que eles não podem nos falar com palavras, mas basta um pouco de sensibilidade e empatia para interpretar os sinais que passam. Olhares tristes, desanimados, depressivos, movimentos e comportamentos estereotipados. Qual é a nossa responsabilidade na causa de desespero e angústia desses animais? Ainda que se tente negar tudo isso, as necropsias de animais mortos nos zoológicos confirmam o sofrimento. A maioria das mortes causadas é em função de cardiopatia, cuja principal causa é justamente o estresse, seja ele mental ou físico, caracterizando uma importante e ocultada neurocardiologia – o que afeta a cabeça, desencadeia reação direta com o coração. São inúmeros os trabalhos que comprovam o efeito negativo desses cativeiros, com exposição ao assédio público e recintos diminutos. Não há mais como negar. Em 2011 foi publicado um estudo (“Stress-related cardiomyopathies”, disponível em: https://www.ncbi.nlm. nih.gov/pmc/articles/PMC3224539/), mostrando o efeito do estresse no organismo humano, o qual podemos extrapolar para demais animais cujo metabolismo e fisiologia são similares. De acordo com as pesquisas, o estresse emocional e físico pode induzir uma excitação do sistema límbico, afetando diretamente a região cerebral da amígdala e do hipocampo, que são as principais áreas relacionadas com a emoção e memória. Com chimpanzés, nossos irmãos mais próximos, os dados são igualmente preocupantes. Clarke et a.l (1982), Chamove et al. (1988) e Birke (2001) comprovaram que a presença e o assédio do público desencadeiam reações danosas que reprimem as afinidades e aumentam as manifestações de agressividade entre os primatas. A visitação pública, maior nos finais de semana, foi proporcional aos índices de ferimentos causados em grupos de chimpanzés, conforme levantamentos feitos por
Lambeth et al. (1998). Chamove et al. (2005) comprovaram que os primatas, apresentam maior irritação e estereotipias quando expostos ao público, comprovando ser este um fator de estresse. Com orangotangos no zoológico de Chester, no Reino Unido, Cook & Hosey (2005) confirmaram que recintos sem estrutura suficiente para a preservação e privacidade dos mesmos gera um potencial a mais de estresse. Resultado parecido foi obtido por Wells (2005), que observou a influência negativa da presença de pessoas no comportamento dos gorilas. Estudo realizado no Brasil por Pizzutto (2006) analisando a produção hormonal de chimpanzés, mostra alta presença de cortisol (hormônio do estresse) nesses animais nos zoológicos. Além disso, de todos os animais que são reproduzidos em cativeiro, quantos são reintroduzidos? Qual a lógica de se
aprisionar e mantê-los trancafiados? De acordo com a International Union for the Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN), dos projetos existentes de reintrodução de animais na natureza, os vertebrados correspondem a apenas 4% das espécies. Enquanto mantivermos esses seres inocentes presos, sem qualquer atenção e cuidado com sua saúde, seguiremos tendo essas instituições como meros centros de lazer e exposição ao público, cuja ideia de preservação e conservação das espécies não passa de demagogia. E nossa omissão e posicionamento perante tais condições – o que inclui nossa visitação – nos torna cúmplices dessa barbárie. *Luiz Fernando Leal Padulla é biólogo, doutor em etologia, mestre em ciências e especialista em bioecologia e conservação.
EXPEDIENTE Edição e Texto: Paulo José San Martin e Anderson Barbosa | Diagramação: Skanner Projetos Gráficos | Redação: paulo.san@jornalrecantosdaterra.com.br - anderson@jornalrecantosdaterra.com.br Gestor de Anúncios: Geraldo Martins - (19) 9.8268.9110 - ge@jornalrecantosdaterra.com.br | Rua Indaiá, 411, Jd. Ipiranga Americana-SP - Fone: (19) 3601.8996
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Reconhecimento
Barco Escola da Natureza é premiado por responsabilidade ambiental Prêmio RAC/ Sanasa está em sua 9º edição e premia diversas instituição do chamado terceiro setor e também empresas que desenvolvem ações ligadas à sustentabilidade do planeta Consciência
Meio Ambiente promove consciência ambiental e ecológica
João Carlos Pinto diz que o prêmio é um reconhecimento pelo esforço
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Associação Barco Escola da Natureza recebeu este mês o prêmio de responsabilidade ambiental da RAC (Rede Anhanguera de Comunicação), em parceria com a Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A). A entidade foi reconhecida por meio dos programas “Navegando nas Águas do Conhecimento”, ”Voluntário Ambiental”, “Jovem Cidadão Natureza” e “Sala Verde”, este último realizado em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. O prêmio RAC/ Sanasa está em sua 9º edição e premia diversas instituição do chamado terceiro setor e também empresas que desenvolvem ações ligadas à sustentabilidade do planeta. No ano de 2007, em sua 1º edição, o Barco Escola já havia sido premiado em reconhecimento ao trabalho realizado. “A equipe do Barco Escola fica feliz pelo reconhecimento de todo o trabalho que vem desenvolvendo com bastante garra e muito carinho as crianças que passam pelo programa e por ter o reconhecimento. Não está sendo fácil, mas não podemos parar”, diz o presidente da entidade, João Carlos Pinto. “Estamos enfrentando uma crise muito séria assim
como todas as entidades do 3º setor estão passando por muitas dificuldades, principalmente devido à crise e, mesmo assim, ter sido reconhecido me deixa muito feliz e me traz esperanças”, explica. PROJETOS As atividades do Programa “Navegando nas Águas do Conhecimento”, ocorrem de segunda a sexta-feira nos períodos da manhã e da tarde, com duração de três horas – das 8h às 11h e das 13h às 16h. O programa tem como meta atender cerca de 12 mil alunos por ano e vem sendo desenvolvido pelo Barco Escola desde o ano 2000. As atividades visam à educação e conscientização ambiental junto a estudantes e educadores de escolas públicas e particulares do município de Americana e região, além de entidades. SERVIÇO A Associação Barco Escola da Natureza está localizada na Avenida José Ferreira Coelho, 815, Bairro Praia dos Namorados, Americana. Para informações sobre agendamentos, entre em contato pelos telefones: (19) 3465-2761.
A Secretaria de Meio Ambiente de Americana, por meio do projeto “Comemorando e Preservando”, está divulgando informações sobre o Dia Internacional da Consciência Ecológica, celebrado no dia 22 deste mês. O objetivo é promover a consciência ambiental e ecológica. A comemoração é uma homenagem ao seringueiro Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes. Ele lutou contra a exploração e o desmatamento da Floresta Amazônica. Foi assassinado em 22 de dezembro de 1988. A consciência ecológica é a habilidade de compreender o meio
ambiente em que vivemos e os impactos causados pela ação do homem na natureza. Para conseguir o equilíbrio ambiental é preciso refletir sobre estes impactos e agir para promover mudanças, transformando a realidade, por isso, a importância das informações e do conhecimento. A educação ambiental é um forte instrumento de transformação social, fazendo com que cada pessoa tome consciência do seu papel na preservação do planeta, através de mudanças de hábitos e pequenas atitudes no seu dia a dia. Daniela Alves
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RESERVATÓRIO
Acordo de Paris e esforço re pilares para a despoluição da
Tema volta à pauta em momento que o Governo Federal terá que destinar investi da emissão de gases do efeito estufa; sistema Flotflux ganha força já que será Anderson Barbosa
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despoluição da Represa de Salto Grande, cuja luta é histórica, será discutida regionalmente no Conselho de Desenvolvimento da RMC (Região Metropolitana de Campinas). A executiva conta com representantes de 20 cidades. Uma Câmara Temática Especial foi instaurada no mês passado com o objetivo de buscar soluções concretas para a despoluição do reservatório. O tema volta à pauta em um momento importante já que o Governo Federal terá que destinar investimentos para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa em 37%, até 2025, compromisso assinado pelo Brasil na COP 21, em Paris, no ano passado. O deputado estadual Chico Sardelli (PV ), que já no ano 2000 organizou um ato em defesa da Salto Grande, ressalta que trata-se de uma câmara importante que vem ao en-
contro de uma luta antiga. “Já conversei com o ministro (José) Sarney Filho, que é do meu partido, e ele disse que vai nos receber e buscar medidas econômicas para a despoluição da represa”, afirma o deputado. Segundo ele, o mais viável seria a instalação de uma UTR (Unidade de Tratamento de Rio) na cabeceira do Atibaia, antes de ser represado, operada pelo sistema Flotflux. Para o promotor do Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente), Ivan Carneiro Castanheiro, responsável pela reunião que resultou na criação da Câmara Temática Especial, é importante discutir a despoluição da Salto Grande entre as cidades responsáveis por sua degradação. Segundo ele, cada município deve cumprir com suas metas de tratamento de esgoto, independente da implantação do sistema Flotflux. “Os municípios precisam arcar com suas responsabilidades no que se refere ao tratamento de esgoto”, diz.
Durante a última reunião do conselho, realizada no dia 13 de dezembro, foi definido que uma comitiva, formada por membros da Câmara Temática, também fará uma visita ao ministro do Meio Ambiente com a intenção de discutir a viabilidade de recursos financeiros para a despoluição da represa. “Ainda não definimos os membros da Câmara Temática Especial, até porque muitos prefeitos novos vão assumir em janeiro, mas adiantamos a formação dessa comitiva para buscar recursos”, afirma o vice-prefeito de Americana, Roger Willians, que participa das discussões no conselho. A agenda com o ministro está sob responsabilidade do deputado federal, Vanderlei Macris (PSDB). Em Americana, a Represa de Salto Grande possui 9,3 km², totalizando quase 10% da área urbana do município. Em seu discurso, durante a reunião do mês passado, que aconteceu no Auditório Grená, da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), campus Santa Bárbara d´Oeste, o vice-prefeito apelou aos demais prefeitos atenção especial à represa. “Desde que assumimos a Prefeitura de Americana, houve o aumento em 25% no total de investimento para o tratamento de água. Este é apenas um dos impactos que o estágio de poluição do Atibaia causa na cidade. Temos o maior reservatório da RMC e não podemos captar água para garantir nosso abastecimento pelo estado crítico de poluição do mesmo”, destacou o vice-prefeito ao lembrar que a cidade capta água bruta do Rio Piracicaba, formado na cidade pelos rios Atibaia e Jaguari. No entanto, dentro do Plano Municipal de Saneamento já existe um projeto de instalação de um novo ponto de captação na Represa de Salto Grande para abastecer a região do Pós-Anhanguera. ACORDO DE PARIS Na 21ª Conferência
das
Partes
Despoluição da Salto Grande diminui a emissão de
(COP21), em Paris, foi adotado um novo acordo com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. O Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países para reduzir emissões de gases de efeito estufa no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento da temperatura média global em bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de realizar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Por meio das INDCs (Pretendidas Contribuições Nacionalmente Determinadas), cada nação apresentou sua contribuição de redução de emissões dos gases de efeito estufa, seguindo o que cada governo consi-
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Tecnologia
egional são os a Salto Grande
imentos para a diminuição á utilizado no Rio Doce
e gases do efeito estufa
dera viável a partir do cenário social e econômico local. Banner INDCA iNDC do Brasil compromete-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025, com uma contribuição indicativa subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030. Para isso, o país se compromete a aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética para aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030. A iNDC do Brasil corresponde a uma redução estimada em 66% em termos de emissões de gases efeito de estufa por unidade do PIB (inten-
sidade de emissões) em 2025 e em 75% em termos de intensidade de emissões em 2030, ambas em relação a 2005. O Brasil, portanto, reduzirá emissões de gases de efeito estufa no contexto de um aumento contínuo da população e do PIB, bem como da renda per capita, o que confere ambição a essas metas. VERBA No que diz respeito ao financiamento climático, o Acordo de Paris determina que os países desenvolvidos deverão investir 100 bilhões de dólares por ano em medidas de combate à mudança do clima e adaptação, em países em desenvolvimento. Uma novidade no âmbito do apoio financeiro é a possibilidade de financiamento entre países em desenvolvimento, chamada “cooperação Sul-Sul”, o que amplia a base de financiadores dos projetos.
Sistema Flotflux vai limpar o Rio Doce Dentro deste contexto, o sistema Flotflux, da DT Engenharia, é a solução apontada por autoridades e especialistas para a despoluição da Salto Grande. O método utilizado pela empresa vai ao encontro da diminuição na emissão de gases do efeito estufa, assinado pelo Brasil no Acordo de Paris. A destinação do lodo (matéria orgânica), acumulado na estação de tratamento, é feita de maneira ecológica uma vez que pode ser utilizado como adubo, em projetos de reflorestamento, por exemplo, ou ser transformado em tijolos, os quais podem ser utilizados na construção civil. O custo para a instalação do sistema na represa é R$ 150 milhões. O sistema é o escolhido pela Samarco para limpar a tragédia de Mariana, em Minas Gerais. “Nosso sistema é um forte aliado na diminuição da emissão de gases poluentes. A matéria orgânica acumulada na Salto Grande e em outros mananciais com grande quantidade de matéria orgânica libera gás metano, por exemplo, o qual é um potencial poluidor da camada de ozônio. O sistema Flotflux transforma isso em adubo ou tijolos. Outros sistemas, que transformam o lodo em energia, causam danos ao meio ambiente a partir da queima
da matéria orgânica”, explica o diretor da DT Engenharia, João Carlos Gomes de Oliveira. Uma proposta de despoluição do Rio Pinheiros com reversão para a Represa Billings, já apresentada pela DT Engenharia ao Ministério do Meio Ambiente, prevê uma redução anual de 16,25% na emissão de gases poluentes, somente na Capital Paulista. “Trata-se de um projeto pioneiro e com tecnologia 100% nacional. Temos exemplos práticos da eficácia do sistema em várias regiões do Brasil”, afirma o ex-secretário de Meio Ambiente e ex-vereador, Cláudio Froner, um dos pioneiros na luta pela recuperação da Salto Grande. O sistema de flotação, utilizado pela DT Engenharia, foi destaque em reportagem publicada este mês no jornal O Estado de São Paulo. “A flotação é uma técnica de remoção de sujeira que utiliza produtos químicos para agrupar os detritos em blocos e depois suspendê-los na água por meio de injeção de bolhas de ar, formando um lodo que pode ser removido com mais facilidade”, relata a reportagem. O periódico destaca ainda que “o método já é utilizado há anos nos lagos dos parques do Ibirapuera e Aclimação, em São Paulo, na Lagoa da Pampulha, em Minas, e no Rio Arroio do Fundo e Piscinão de Ramos, no Rio de Janeiro”.
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Consórcio Público
Omar é eleito presidente do Ares-PCJ O prefeito assume o cargo de janeiro a março de 2017, quando ocorre a eleição do novo presidente Ariel Ferreira
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ela primeira vez um prefeito de Americana é eleito presidente do consórcio público Ares–PCJ. Omar Najar (PMDB) foi nomeado no mês passado, com mandato-tampão, durante a 11ª Assembleia Geral Ordinária realizada no Nohotel, em Americana. O prefeito assume o cargo de janeiro a março de 2017, quando ocorre a eleição do novo presidente. O estatuto da ARES-PCJ estabelece que na vacância do cargo após o período eleitoral - o atual presidente, Antônio Fernandes Neto, não foi candidato - o prefeito com mais idade ocupa o cargo e é o responsável pela convocação da nova eleição. “Tenho muito orgulho em assumir a presidência e estou feliz em poder contribuir no debate e recuperação do saneamento e das nossas bacias hidrográficas”, falou o prefeito Omar, que esteve acompanhado do vice-prefeito,
Prefeito comemorou o projeto da futura sede própria do Ares-PCJ, na Avenida Paulista, em Americana
Roger Willians, e do diretor do DAE de Americana, Leandro Zanini. Composto por 56 municípios, totalizando 5.484.012 pessoas, o consórcio regulariza e fiscaliza os serviços públicos de saneamento básico nos municí-
pios associados, com base em normas e indicadores que garantam sua excelência e contribuam para o equilíbrio nas relações entre usuários, prestadores de serviços e poder público. O chefe do executivo também co-
memorou o projeto grandioso da futura sede própria da Ares-PCJ, na Avenida Paulista, em Americana (SP). Atualmente, o consórcio está localizado em um prédio locado na Rua Sete de Setembro.
Iniciativa
CPFL instala placas solares em 100 casas de Campinas Em crescente expansão no Brasil, a energia solar vem ganhando força a cada dia. Dados da Aneel mostram que o parque de gerador de energia solar brasileiro hoje soma mais de 46,3 MWp de capacidade e que, até 2018, o país estará entre os 20 países com maior geração de energia solar, considerando a potência já contratada e a dimensão da expansão dos
outros países. Já no mundo, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), a energia solar poderá responder a aproximadamente 11% da oferta mundial de energia elétrica em 2050. Para aumentar ainda mais esses números, a CPFL Energia, maior grupo privada do setor elétrico brasileiro, finalizou no mês de novembro a
instalação de painéis solares em 100 casas no bairro de Barão Geraldo, em Campinas. A ação foi realizada pela parceira do grupo, a CPFL GD, empresa voltada para o mercado de geração solar. Todo esse processo faz parte do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Telhados Solares, que tem como intuito analisar os impactos da microgeração nas redes elé-
tricas das distribuidoras e preparar o Grupo CPFL para a ampliação comercial da geração fornecida no Brasil. O investimento desse projeto foi de R$ 14,8 milhões e deve abranger 231 consumidores. O objetivo da empresa é que esses números sejam batidos até o final deste ano, dando início à etapa dos estudos técnicos da pesquisa.
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Município VerdeAzul
Americana é a melhor da RPT no ranking de gestão ambiental paulista Resultado proporcionará ao município incentivos na execução de políticas públicas de sustentabilidade Daniela Alves
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mericana é campeã no ranking de gestão ambiental paulista entre as cidades da Região do Polo Têxtil (RPT). A cidade conquistou a 24º posição do Estado, se destacando no ranking ambiental do Programa Município VerdeAzul (PMVA) de 2016. O resultado positivo divulgado este mês pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, foi comemorado pela prefeitura e proporcionará ao município incentivos na execução de políticas públicas de sustentabilidade. O Programa Município VerdeAzul tem o objetivo de melhorar a qualidade ambiental do Estado, por meio da realização de ações previstas em uma agenda ambiental. No fechamento do ciclo, os desempenhos dos municípios são avaliados, sendo divulgado o Ranking Anual Estadual de Qualidade Ambiental que, entre outros benefícios, prevê a liberação de verbas através do FECOP - Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição, explica a interlocutora do programa em Americana e coordenadora de Educação Ambiental e do Programa de Combate a Poluição Visual, da Secretaria de Meio Ambien-
te, Katia Cristina Mansette Birke. Com o cumprimento de todos os critérios de avaliação do programa, realização de inúmeras ações em prol do meio ambiente e união de todas as secretarias, Americana conseguiu 90,56 pontos e a 24° posição em todo o Estado. Dos 645 municípios do Estado de São Paulo, 623 participaram do programa este ano. Americana teve melhor desempenho na gestão ambiental que 599 municípios. O secretário de Meio Ambiente, Eraldo Camargo, avaliou o resultado e lembrou da luta de todas as secretarias e parceiros na conquista do Selo VerdeAzul. “O resultado de Americana no Ranking Ambiental do Programa do Município Verde Azul foi excelente, sendo a primeira cidade em gestão ambiental na RPT. Para cumprir a agenda ambiental é necessária a elaboração de, aproximadamente, 94 ações intersetoriais envolvendo todas as pastas da Administração, sendo que Americana realizou todas as ações previstas”, disse o secretário de Meio Ambiente. Além das ações previstas na agenda ambiental, a Secretaria de Meio Ambiente realizou cerca de 100 ações junto à população através dos seus diversos projetos de Educação Am-
Secretário Eraldo Camargo (ao centro) recebe prêmio junto à equipe da pasta
biental em andamento, atingindo um público alvo de 82.781 pessoas. As ações e projetos desenvolvidos são: Projeto Comemorando e Preservando; Projeto Preservando e Reciclando nas escolas; Exposição Itinerante “Maquete Sustentável”; Plantios; Ações com Universitários; Palestra em empresas; Ações de Educação Ambiental com a população; Ações com motoristas; Ações de Educação Ambiental, aliados ao Mutirão de Limpeza realizado pela Secretaria de Obras, Meio Ambiente, Saúde, Defesa Civil e Gama – Guarda Municipal de Americana.
No ano passado, a cidade ficou na condição de pré-certificada, porém, foram realizadas todas as ações previstas na agenda ambiental, conseguindo nota máxima em quase todas as outras diretivas, segundo a interlocutora do Programa Município VerdeAzul. “Seríamos muito bem colocados, mas como o quesito esgoto é fator classificatório, ficou prejudicado o desempenho do município frente ao programa. “Mas não desistimos, continuamos a trabalhar com a mesma determinação de sempre, acreditando no nosso município”, concluiu Kátia.
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Reciclagem
Empresa japonesa desenvolve embalagens usando algas Em 2012 cerca de 2,88 milhões de toneladas de plásticos foram produzidas em todo o mundo Pensamento Verde*
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m dos setores que produzem a maior quantidade de produtos plásticos é o de embalagens. Em 2012 cerca de 2,88 milhões de toneladas de plásticos foram produzidas em todo o mundo, sendo que a maioria deles é geralmente descartada e recolhida para ser reciclada. Porém, os diversos esforços e incentivos para esse processo ainda não são suficientes. Por ser um material bastante resistente, estima-se que sua decomposição na natureza demore em torno de 500 e 1.000 anos, um número bastante significativo. Pensando em diminuir os danos causados ao meio ambiente, a empresa de design japonesa A-MA-M desenvolveu embalagens sustentáveis usando algas. Chamado de Agar Plasticity (Plasticidade Ágar, em português), o produto foi criado a partir do ágar, material gelatinoso que pode ser encontrado nas algas marinhas vermelhas, bastante consumidas no Japão. O projeto que estava entre os quatro finalistas do Lexus Design Award 2016, prêmio que visa fomentar o crescimento de ideias que contribuam para um futuro melhor, foi
Estima-se que a decomposição do plástico na natureza demore em torno de 500 e 1.000 anos
escolhido como o grande vencedor. Kasuke Araki, Noriaki Maetani e Akira Muraoka, que pesquisam juntos desde 2015, foram os responsáveis por essa inovadora criação, e explicam que a delicadeza na textura e a aparência do ágar foi o que os atraiu para o desenvolvimento do Agar Plasticity. Usando o material de três formas diferente – ágar em pó puro, ágar em pó + fibra de algas vermelhas e ágar em pó + cinzas de casca em pó – o grupo descobriu que, ao ferver e desidratar alguns tipos de
alga, é possível criar uma diversidade de formas e texturas capazes de substituir o plástico, tornando o produto uma alternativa biodegradável quando está em contato com o meio ambiente. Ele ainda pode ajudar na retenção de água do solo e colaborar com os oceanos, caso esse plástico seja descartado nos mares. Para eles, antecipar a utilização efetiva e sustentável de recursos naturais tem se tornando algo indispensável nos dias de hoje. Por isso, eles acreditam que materiais biodegradáveis são a oportunida-
de para tentar solucionar esse problema constantemente ignorado. Infelizmente, ele ainda é um protótipo, mas o trio já está trabalhando e procurando empresas que os ajudem a se aprofundar ainda mais na elaboração do Agar Plasticity e fazê-lo entrar no mercado e substituir sacolas de compra, braçadeiras, escovas de dente, talheres, canetas esferográficas entre outros produtos que utilizam embalagens plásticas tradicionais. www.pensamentoverde.com.br