RECANTOS DA TERRA
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Americana-SP Outubro 2017
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Polêmica
Pressão popular derruba projeto de privatização do DAE Com o plenário tomado por servidores da autarquia, governo sofre derrota e projeto de concessão da água e esgoto é enterrado pela Câmara
Vizinhança Solidária derruba crimes no Ipiranga
Conheça os ‘pomares residenciais’
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Outubro de 2017 | Americana-SP
OPINIÃO
O povo que se dane! *Luiz Fernando Leal Padulla
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canalhice e a falta de vergonha na cara correram soltas na Câmara do Vereadores de Americana. Após primeira votação unânime para a aceitação do projeto do vereador Padre Sérgio (PT) que proibia a pulverização aérea dos agrotóxicos (sim, VENENOS!) em nossa cidade, eis que a maioria dos “digníssimos” mudou seu voto. Sabe-se lá por que. (Ou melhor, $abemo$). Afinal, a pressão que as multinacionais do setor agrícola exercem – ligadas às grandes corporações – inclusive sobre “representantes do povo”, não é novidade. Chegam na surdina e derramam malas de dinheiro em empresas e órgãos públicos para que seus interesses sejam atendidos. (Recomendo o livro “O mundo segundo a Monsanto” – disponível também em documentário – para quem ainda duvida do que estou falando). Quanto aos interesses da população, principalmente na ques-
tão de saúde pública, pouco – ou nada – se importam. O povo que se dane! Ou melhor, muitas vezes é isso mesmo que desejam: adoecer a população. Lembram do chamado “casamento do inferno”, prestes a ser concretizado, entre Bayer e Monsanto? Enquanto uma causa a doença – via seus produtos transgênicos e agroquímicos – eis que a outra vende a cura através de seus remédios. Qual meio mais fácil de se gerar lucro em um mundo capitalista? Será que esses canalhas (sim, CANALHAS!), acham que estão inócuos a ação desses venenos? Esquecem-se que serão igualmente prejudicados com a pulverização que afeta toda a cidade e seus recursos? Não pensam nas gerações futuras, incluindo seus filhos e netos? Um mínimo de coerência e conhecimento em suas falas era o esperado, mas nem isso foram capazes de fazer! E pensar que a população acreditou nesses exploradores e parasitas sociais. Alguns inclusive se usando de uma “bandeira verde”
de seu partido, mas que na prática não demonstram qualquer ideologia ambiental. Outros – para angariar votos – diziam querer “o melhor para os americanenses”, ou ainda que eram “contra a corrução” – como não lembrar das micaretas dominicais organizadas na avenida Brasil com o pretexto do “Fora Dilma”, que serviu para manipular inocentes úteis e perpetuar os verdadeiros corruptos no poder, incluindo seus colegas de partido? Tal como no momento dessas manifestações nós alertamos sobre os interesses por trás do golpe travestido de impeachment, mas pouca gente nos ouviu. Preferiram pagar para ver. E agora, pagaremos mais esse pato – além daquele amarelo – por conta desses mesmos hipócritas, farsantes e oportunistas. Mas como diz o ditado, “o tempo é o senhor da razão”. Esses mesmos sujeitos serão lembrados nas próximas eleições, tendo assim sua morte política decretada. E cedo ou tarde, quando um câncer e outras doenças os atin-
girem, lembrarão que tiveram a oportunidade da melhor escolha, contudo, optaram por mudar seus votos. Complementando o provérbio indígena, “só depois da última árvore derrubada, do último peixe morto, o homem irá perceber que dinheiro não se come...e nem sempre é capaz de curar uma doença”. Em tempo: Parabéns “digníssimos” vereadores que permitiram o uso de agrotóxicos com pulverização aérea em Americana: Luiz da Rodaben (PP), Pedro Peol (PV ), Thiago Martins (PV ), Judith Batista (PDT), Dr. Otto Kinsui (PMDB), Juninho Dias (PMDB), Odir Demarchi (PR) Joanina Silveira Rosa (PSDB), Marschelo Meche (PSDB). Thiago Brochi (PSDB) esteve presente, mas “fugiu” da votação, a qual já havia declarado ser a favor dos agrotóxicos. Luiz Fernando Leal Padulla Biólogo, professor. Doutor em Etologia, Mestre em Ciências, Especialista em Bioecologia e Conservação.
EXPEDIENTE Edição e Texto: Paulo José San Martin e Anderson Barbosa | Diagramação: Skanner Projetos Gráficos | Redação: paulo.san@jornalrecantosdaterra.com.br - anderson@jornalrecantosdaterra.com.br Gestor de Anúncios: Geraldo Martins - (19) 9.8268.9110 - ge@jornalrecantosdaterra.com.br | Rua Indaiá, 411, Jd. Ipiranga Americana-SP - Fone: (19) 3601.8996
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Consumo consciente
A nova onda dos ‘pomares residenciais’ Frutas plantadas em vasos, sem o uso de agrotóxicos são também a novidade em paisagismo
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á imaginou colher frutas frescas e consumi-las sem medo de agrotóxicos? E mais: tudo ao alcance de suas mãos. Essa é a proposta do GNU & Zanetti Paisagismo. Com uma metodologia simples, a empresa ensina o cultivo sustentável dos chamados “pomares residenciais”. Mesmo com pouco espaço é possível pôr à mesa frutas frescas o ano inteiro, explica o paisagista da empresa, Fagner Zanetti, que é sócio proprietário da GNU & Zanetti. O plantio, explica o profissional, pode ser realizado em vasos comuns e não requer um conhecimento profundo para ter sucesso na empreitada. “Além do consumo de alimentos saudáveis, sem a utilização de agrotóxicos, o cultivo de frutas em casa traz de volta o hábito de manusear a terra, o qual deixamos de lado na vida moderna”, ressalta Zanetti. O profissional explica que é necessária muita atenção com as plantas para que o plantio tenha o resultado esperado. “É preciso ter responsabilidade também, usar os adubos corretos e ter certa disciplina no momento de cuidar do pé de frutas. Mas é tudo muito tranquilo, sem
estresse”, afirma. Ele diz que cada fruta tem seu tempo certo para dar frutos e o cultivo em vasos é uma prática que vem crescendo muito Brasil, principalmente por estar relacionado à alimentação saudável. De acordo com ele, as árvores que podem ser plantadas em vasos são as mais variadas. Jabuticaba, figo, romã, acerola, pitanga, framboesa, amora, laranja, limão, tomate, entre outros, são os preferidos dos consumidores. “São frutas que já tem um alto poder de consumo no Brasil e também são mais fáceis de cultivar em casa”, ressalta Zanetti. Outra preocupação é como escolher os vasos. Ele explica que os vasos devem ter entre 30 a 40 litros. Quanto maior o vaso, maior será a produção e mais nutrientes vão ficar na terra. Segundo o paisagista, cada tipo de planta exige um tipo de vaso adequado, com profundidade e diâmetro ideal para que as raízes cresçam fortes e a árvore produza frutos com qualidade. Quer saber mais sobre os pomares residenciais entre em contato com a GNU & Zanetti pelo telefone ou whatsapp (19) 98198-3837.
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Aqui não!
Com forte apoio popular, Câmara bar Clima tenso marcou sessão extraordinária que discutiu a possibilidade de concessão do
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om forte atuação do Sindicato dos Servidores e dos próprios colaboradores do DAE (Departamento de Água e Esgoto), a Câmara de Americana derrubou projeto do Executivo que suprimia um inciso da Lei Orgânica do Município na tentativa de privatizar a autarquia. Com forte articulação de bastidores, o projeto foi rejeitado com sete votos contrários. O governo precisava que dois terços dos 19 parlamentares votassem a favor para que a matéria fosse aprovada em plenário. O argumento da Prefeitura é de que a autarquia não tem condições financeiras de realizar os reparos, instalar novas redes e realizar a substituição periódica de hidrômetros. Segundo a prefeitura, a “sangria” pela qual o DAE foi submetido na Administração Diego De Nadai (PTB) obriga a atual gestão a pensar em conceder alguns serviços à iniciativa privada.
A primeira derrota do governo Omar Najar (PMDB) na Câmara teve um gosto amargo principalmente para o líder do governo, vereador Rafael Macris (PSDB) e também para o presidente da Casa, Alfredo Ondas (PMDB), que por se tratar de um projeto que tratava de alteração da Lei Orgânica, teve poder de voto. Ao fim da sessão, o secretário de governo, Juninho Barros, disse que a matéria foi rejeitada porque “alguns secretários não atendem pequenas demandas dos vereadores”. “Alguns vereadores estão chateados por não serem atendidos por alguns secretários do governo. Os secretários têm que entender que os vereadores representam a população e devem ser atendidos. Eles não estão pedindo emprego, isso não acontece no governo Omar. Os vereadores só querem que as pequenas demandas sejam atendidas”, ressalta o secretário.
Servidores do DAE foram em massa ao plenário da Câmara; vereadores rejeitaram pro
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rra tentativa de terceirização do DAE serviço de água e esgoto em Americana; servidores e sindicato realizaram manifestação
ojeto e impuseram derrota ao Executivo
Divulgação/Câmara de Americana
PRESSÃO O plenário da Câmara ficou tomado por servidores da autarquia que se manifestaram em cada discurso dos vereadores. Ondas, em pelo menos três ocasiões, teve que pedir silêncio ao plenário para que a sessão continuasse. Em defesa do projeto, Macris apresentou números relativos ao déficit orçamentário da autarquia e ressaltou que uma emenda ao projeto garantia que o departamento não seria privatizado. O parlamentar afirmou ainda que nenhum servidor seria demitido com a concessão dos serviços. O vereador acabou hostilizado pelos servidores. Já os vereadores de oposição ressaltaram a importância do DAE continuar sob o controle da prefeitura e refutaram o discurso que de a autarquia dá prejuízo. “Não podemos entregar um patrimônio construído com o dinheiro do povo americanense à iniciativa privada, em nome do lucro. Existem outras maneiras de dar eficiência aos serviços públicos. Não temos a obrigação de aprovar esse projeto só porque o prefeito quer. Aqui não é pu-
xadinho do Executivo”, disparou a vereadora Maria Giovana (PC do B). Professor Padre Sérgio (PT) ressaltou as experiências ruins com a privatização do setor de água, com ênfase no município vizinho de Sumaré, cuja privatização da água e esgoto foi objeto de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) na Câmara. “Temos experiências mal sucedidas nas quais o valor da conta de água aumentou drasticamente. Quem sofre com a privatização é povo mais pobre e os trabalhadores”, ressaltou. APORTE Outro questionamento levantado pela oposição foi em relação ao consórcio entre o DAE e a iniciativa privada, da ordem de R$ 75 milhões, aprovado pela Câmara, para a reforma da ETE Carioba. O governo federal também liberou R$ 26 milhões para a construção da ETE Balsa. Segundo os parlamentares da oposição, com a privatização, a empresa vai receber as estações novas cujas obras serão bancadas com dinheiro público.
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Segurança
Projeto da Polícia Militar derruba criminalidade no Ipiranga Vizinhança Solidária recebe denúncias de moradores do bairro por whatsapp
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Projeto desenvolvido pela PM derrubou números de criminalidade no Ipiranga
projeto Vizinhança Solidária – implantado na região do Jardim Ipiranga, em Americana – vem ajudando a derrubar a criminalidade no bairro. Com o auxílio da própria população, que contribui com denúncias por meio do 190 e também pela rede social whatsapp , faz seis meses que nenhum roubo é registrado no bairro. Hoje, segundo a PM, são cerca de 90 casas e comércios cadastrados no programa, mesma quantidade de pessoas adicionadas no grupo da rede social. Em 20 imóveis já foram fixadas placas do programa. “A participação da população nas questões de segurança é fundamental. Durante as reuniões procuramos orientar a população em como proceder caso apareça algum suspeito próximo a sua residência”, explica o 1º sargento Abreu que, ao lado do sargento Camargo, implantaram no programa na região. O PROJETO Tudo começou em 2009 por sugestão da 2ª Cia do 23º Batalhão da Polícia Militar da Capital aos síndicos e zeladores dos edifícios do bairro do Itaim Bibi, zona Sul da Cidade.
Os policiais passaram a promover palestras e reuniões periódicas com os funcionários sobre os principais fatores de risco que envolvem a segurança dos condomínios e a distribuir folhetos para os moradores. A experiência tomou conta de 136 condomínios e em 2013 passou a ser repetida em residências dos bairros na região dos Jardins Paulista, Paulistano, Europa e América. Hoje, está presente em aproximadamente mil moradias da região, cujos moradores participam de reuniões periódicas com a Polícia Militar. “Inicialmente é feita uma exposição primária aos moradores para que eles evitem riscos desnecessários. A inspiração vem do artigo 144 da Constituição Federal que diz que o Estado é o responsável pela Segurança Pública e que as pessoas são co-responsáveis. Assim, na medida em que o trabalho foi sendo desenvolvido, as pessoas passaram a se integrar uma com as outras e a trocar o número de telefone entre elas e ajudar a vigiar a casa do vizinho, incluindo o uso do aplicativo ‘WhatsApp’ “, conta o capitão Marcos Daniel Fernandes, responsável pela 2ª Cia do Batalhão da Polícia Militar.
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O arquiteto-urbanista Vilanova Artigas em seu texto “A Função Social do Arquiteto“ de 1984 coloca nossos profissionais frente ao meio ambiente como um homem exasperado em relação à própria manipulação e aprofunda a cidade como unidade contraditória qualificando o ambiente histórico como terceira força na produção de um novo desenho arquitetônico, o desenho ambiental.Essa coluna servirá para abrirmos um debate franco do papel da arquitetura e urbanismo em relação ao meio ambiente e seus desdobramentos sobre a população. Esperamos contar com a contribuição de todos amigos da arquitetura.
Cidadania e Plano Diretor, o Pós Represa
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região do Pós Represa sempre recebeu por seus Planos diretores a denominação de área de expansão, na década de 90 foram realizados os primeiros estudos específicos, em 2004 contando com a coordenação do grande urbanista Joaquim Guedes foi apresentado o primeiro Plano Diretor do Pós Represa. Antes desse momento tivemos intervenções agressivas que um Plano Diretor poderia ter ao menos
suscitado debates, a agricultura da cana de açúcar latifundiária monocultural, o gasoduto Brasil –Bolívia e a ocupação populacional pressionada pela mancha urbana de nossa área consolidada e Paulínia. Um terço de nosso território é tratado de forma periférica pela a Usina arrendatária, aproveitando do distanciamento histórico e sócio econômico de Americana com a cultura da cana, realizou por anos sua queima prejudicando a saúde e meio ambiente, só reduzido pelo clamor popular e político. Lá estão patrimônios de dimensões nacionais, na arquitetura o Casarão do salto Grande, as Colônias de trabalhadores do Salto Velho ainda ocupada e ativa culturalmente e dos ex-funcionários da CPFL que tocavam a usina
de Cariobinha agora privatizada com o maior reservatório de água da RMC e natural a Foz do Rio Piracicaba. Mas o maior patrimônio de Americana e esquecido são justamente seus moradores, desde a pequena ocupação histórica do Sobrado Velho, caseiros e trabalhadores de poucas propriedades além do latifúndio temos o Recanto Das Águas, 250 chácaras com 800 moradores fixos e 200 flutuantes de laser passando pelo Assentamento Milton santos, 79 famílias, chegamos ao Bairro Monte Verde de 2000 mil almas. À época da ampliação da REPLAM 8 mil trabalhadores foram chamados e grande parte permaneceu na região, incluindo a frágil tríplice fronteira entre Americana,
Paulínia e Cosmópolis. Cosmópolis prepara para a região um Plano Diretor austero, desenvolvimentista aproveitando a proximidade da REPLAM e seu potencial agregador e diversificado com plantas de indústrias e bairros de trabalhadores para reduzir o transporte e infraestrutura, situação que Paulínia já usufrui. Nós congelamos o Nosso Plano Diretor até regulamentação especifica, permitimos um aterro com forte apelo monopolista e regional e agora a farta distribuição de agrotóxico sobre uma população invisível aos olhos do capital. Arq.-urb Victor Chinaglia, diretor do núcleo Americana e Região do IAB, titular do CAU/SP e diretor do SASP
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Resíduos da construção
Meio Ambiente encaminha diretrizes para implantação de Usina Secretário Odair Dias definiu detalhes do projeto aos proprietários de caçambas do município
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secretário municipal de Meio Ambiente, Odair Dias, se reuniu este mês com um grupo de proprietários de caçambas para debater os encaminhamentos finais para a abertura do processo licitatório de contratação da empresa que vai administrar a Usina de RCC (Resíduos da Construção Civil) em parceria com a Prefeitura de Americana. De acordo com o secretário, a usina será um grande avanço para o município e a contribuição dos prestadores de serviços neste processo foi fundamental. “Todos contribuíram com a formatação desta minuta do edital, que agora será encaminhada à Secretaria de Negócios Jurídicos para os encaminhamentos necessários”, explicou. A expectativa é que o processo de licitação seja aberto ainda neste ano. Um dos pontos principais discutidos foi o sistema de monitoramen-
to digital das caçambas, que deve ser implantado juntamente com a usina e visa melhorar o funcionamento de todo o processo e atribuir corretamente a responsabilidade sobre possíveis irregularidades. “O sistema de monitoramento será um avanço para os caçambeiros, para os contratantes e para a melhor fiscalização do serviço no município”, disse Odair Dias. “Será possível acompanhar a caçamba desde a saída da empresa até o momento em que for feita a destinação final dos resíduos, evitando o descarte irregular”, completou o secretário. No encontro, os caçambeiros também pontuaram algumas alterações necessárias na legislação que regulamenta o trabalho no município. “São considerações pertinentes e importantes. Após essa discussão conjunta, faremos agora a apresentação formal para que elas possam ocorrer”, finalizou o secretário.
Expectativa do secretário Odair Dias é que a licitação seja concluída ainda este ano