The Red Bulletin Dezembro de 2014 - BR

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BRASIL

ALÉM DO COMUM

ARTISTA DAS MOTOS

O MELHOR DE

2014

Conheça Roland Sands

As fotos do ano

ESPANHA 40 GRAUS

Fomos à melhor balada de Barcelona

Dave Grohl

RUBINHO SABE TUDO Barrichello conta as histórias da F1

DEZEMBRO DE 2014

O líder do Foo Fighters fala de dinheiro, política, vida offline e da nova turnê




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O MUNDO DE RED BULL

RUBENS BARRICHELLO

Acompanhamos o recordista de largadas na F1 durante o treino com seus filhos no kart

BEM-VINDO Ainda jovem, aos 24 anos, Dave Grohl assumiu o comando da bateria de um trio de rock em Seattle. Ele, Kurt Cobain e Krist Novoselic foram os responsáveis pela obra-prima do Nirvana, o álbum Nevermind, que marcou gerações e trouxe o rock de volta ao topo. Dave foi o cara que sentou a mão na bateria para gravar (e imortalizar) músicas como “In Bloom” e “Smells Like Teen Spirit”. Depois do fim do trio de grunge, tornou-se guitarrista e vocalista do Foo Fighters, uma das bandas que mais fizeram sucesso depois do próprio Nirvana. Prestes a lançar o oitavo disco do grupo e com shows marcados para janeiro aqui no Brasil, Dave concedeu ao Red Bulletin uma entrevista discontraída, madura, inusitada e com o mais puro espírito do rock. Confira a partir da página 16. 4

“Nós estamos dispostos a ter riscos calculados.” ROLAND SANDS, PÁG. 56

THE RED BULLETIN


DEZEMBRO DE 2014

NESTE MÊS BULLEVARD 8

16

DESTAQUES 16 Dave Grohl

Conversamos com o último roqueiro da atualidade

DAVE GROHL

Ele acha que a música pop chegou ao fundo do poço. E isso é só uma de suas opiniões DAVID CLERIHEW (COVER), MARCELO MARAGNI, DAVID HARRY STEWART, YUKY LUTZ, BLACK&RAD, REUTERS, DAVID SLIJPER/TRUNK ARCHIVE

O MELHOR DE 2014  Acertos, erros, lembranças, destaques, recordes, números... Tudo o que fez 2014 ser o que foi

24 As melhores fotos

Momentos para delirar e inspirar. Todos devidamente registrados

40 Colin Jackson

70

As dicas de um velocista

42 Johnnyrandom

Música com bicicleta? Isso mesmo

44 Rashida Jones

A bela atriz e agora produtora da TV americana

THE ZOMBIE KIDS

Barcelona, 3h da manhã. Este é o horário perfeito para o duo espanhol colocar a pista para ferver

24

AS MELHORES FOTOS

Preparamos uma seleção finíssima com os cliques mais impressionantes do ano que vai chegando ao fim THE RED BULLETIN

64

46 Rubens Barrichello

DANNY MacASKILL

56 Roland Sands

O rei do ciclismo e lenda do YouTube apresenta sua nova paixão: a moto ­elétrica KTM Freeride E

44

RASHIDA JONES

A filha do lendário produtor Quincy ­Jones se destacou como atriz e agora inicia sua decolagem atrás das câmeras

Foram anos de F1 e muito aprendizado

Motos alucinantes e montadas com perfeição

AÇÃO! 64 65 66 67 68 69 70 76 77 78 80 88

MEU EQUIPO  Danny MacAskill EM FORMA  O rei do cliff diving MALAS PRONTAS  Tiros em NY MINHA CIDADE  Toronto BALADA  Privilège Búzios MÚSICA  Flying Lotus VIDA NOTURNA  The Zombie Kids GAMES  Call of Duty ENTRETENIMENTO  Luz, câmera, ação NA AGENDA  Dicas de dezembro ESPECIAL RELÓGIOS  Os melhores MOMENTO MÁGICO  O salto!

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NOSSO TIME QUEM FEZ A EDIÇÃO DESTE MÊS “O Foo Fighters é como o Led Zeppelin nos bons tempos.” Marcel Anders, jornalista que foi a Londres entrevistar Dave Grohl (a partir da pág. 16)

MARCEL ANDERS

YUKY LUTZ

DAVID HARRY STEWART

Três entrevistas por semana em hotéis de Londres a Los Angeles é a vida deste jor­ nalista alemão especializado em música. Anders tem no currículo o perfil de bandas como Pink Floyd, U2 e estrelas como Keith Richards. Para o Red Bulletin, ele se encon­ trou com Dave Grohl no ­hotel The Berkeley, em Londres. “O Foo Fighters vive como o Led Zeppelin nos bons tem­ pos”, ele diz. “Eles alugaram um andar inteiro. Grohl, por sua vez, é o oposto: um cara com muito pé no chão.” ­Confira a partir da página 16.

“Era impossível não conseguir fazer fotos boas naquela noite”, diz o fotógrafo espa­ nhol sobre sua missão de ­registrar a noitada eletrônica no Razzmatazz, um dos clubs mais cultuados de Barcelona. Contratamos Lutz para seguir os passos do duo eletrônico The Zombie Kids, durante um show de duas horas e meia em sua terra natal. Seu conhecimento de bastidores foi perfeito para a realização do trabalho. “Tive noites extraordinárias lá quando eu era criança”, ele diz. Veja o resultado na página 70.

“Cara”, disse Roland Sands, com os olhos esbugalhados. “Que bom que eu cortei o cabelo ontem.” Foi assim que ele recebeu o fotógrafo David Harry Stewart para a sessão de fotos (pág. 56). Foram algumas horas dentro de sua loja de motos posando com as máquinas. Aí David pediu para ele pegar uma das suas motos customizadas e acelerar para fora da cidade. “Quando ele sobe na moto, ele se transforma”, diz Stewart. “Nunca vi alguém se sentir tão confortável sobre duas rodas.”

THE RED BULLETIN PELO MUNDO

A revista é publicada em 11 países. Acima, a capa deste mês nos EUA

BASTIDORES

Foto de capa por David Clerihew Ao ver o arquivo de David ­Clerihew, você encontrará grandes nomes do esporte mundial, como Neymar Jr., Messi, Rooney e Usain Bolt. Já quando o assunto são músicos, ele ­prefere focar na serenidade do personagem: “Grohl entrou, sorriu e começamos”. O que Clerihew não disse é que Grohl também é esportista: bom em tiro ao alvo.

6

Saiba mais sobre o ensaio de capa deste mês com Dave Grohl em nossa nova página: redbulletin.com

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B U L L E VA R D

O MELHOR DE 2014 O ANO DOS MEUS SONHOS

6 000 km

Victoria

Halifax

O ANO PAR A SER ESQUECIDO

Os pesquisa­ dores queriam ver o que acon­ teceria se eles colocassem um robô de Toronto nas ruas…

NOSSO HOMEM DO ANO

SIM, É ISSO MESMO! O hitchBOT atravessou o Canadá e, ao fazer isso, provou (de uma vez só) quanto a tecno­logia foi longe e como os humanos são do bem No ano passado, um robô que não se mexe viajou 6 mil km dentro do Canadá. Motoristas o pegavam no colo (literalmente). Feito e monitorado por cientistas e especialistas em robótica de universidades canadenses, o hitchBOT viajou de Halifax para Victoria em 21 dias. O robô podia falar e ouvir, graças a microfones e sensores. Sua jornada foi uma vitória da inteligência ­artificial e da boa vontade das pessoas comuns.

8

“Você gostaria de conversar?” O hitchBOT foi o carona perfeito, mas ele também ficava quieto se o motorista pedisse …e eles tiveram sua r­ esposta. Ninguém o roubou nem o danificou. As pessoas pegaram e falaram com ele www.hitchbot.me

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O MELHOR DE 2014

FERRAMENTAS DO ANO A tecnologia que encheu nossos olhos

OPEN SPACE ARTS SOCIETY, NORBERT GUTHIER(2), ONTARIO, REUTERS, CORBIS(5), WWW.OMONE.COM, PRESS@USB.ORG, JAMES K LOWE, PICTUREDESK.COM, GEPA PICTURES/RED BULL CONTENT POOL

Sua turnê Bangerz Tour teve 80 shows em quatro continentes em 2014. O faturamento ­final estimado está em mais de US$ 100 milhões (R$ 250 milhões) Som para levitar O Om/One é a Estrela da Morte das caixas de som de Bluetooth. Incrível.

ORA

B

Pequeno, mas sensacional Finalmente, em USB 3.1, um hardware que liga tudo.

I Dm seus megoahemi 2015 L O M co e sm ts e

E undo popmais do m D A O L stou o m espere

o, ui conq tra. Entã s u r s mo y Cy Mile empre à s po o cor

A espuminha Em uma Copa do ­Mundo de primeiro ­nível, a possibilidade de a marca da falta ser tapeada foi eliminada.

O MELHOR DE 2014

JANEIRO

FEVEREIRO

MARÇO

ABRIL

THE RED BULLETIN

JUNHO

Reality musical A drag queen ­austríaca vence o Eurovision.

HERÓIS DE CADA MÊS Quem realmente nos impressionou em 2014

MAIO

Lorde “Royals” vence o Grammy de Música do Ano. Eis a nova princesa do pop.

Wes Anderson O diretor mais esti­ loso do mundo en­ canta com O Grande Hotel Budapeste.

“HIMYM” A última temporada mostra como ­mamãe e papai se conheceram.

Juno Cientistas encon­ tram a proteína que faz o espermatozoide encontrar o óvulo.

Nico Rosberg O piloto de F1 vence no retorno do GP da Áustria ao calendário.

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O MELHOR DE 2014

A N I V E R S Á R I O D A FA M Í L I A A M A R E L A

FELIZ ANIVERSÁRIO’OH! Os Simpsons fazem aniversário de 25 anos no dia 17 de dezembro, três dias depois da exibição do 559º episódio na TV americana. A seguir, o melhor do melhor de Homer J. Simpson

As três frases que farão com que você se dê bem na vida. 1. “Segura as pontas pra mim.” 2. “Oh, boa ideia, chefe.” 3. “ESTAVA ASSIM QUANDO EU CHEGUEI.”

Crianças, vocês tentaram e falharam. A LIÇÃO É:

NUNCA TENTE.

Todas as vezes que eu aprendo algo novo, ISSO EMPURRA AS COISAS VELHAS PARA FORA DO MEU CÉREBRO.

O MELHOR DE 2014

JULHO

São necessárias duas pessoas para mentir. Uma para mentir e a outra para ouvir.

Qual é o sentido de sair? Nós vamos voltar para cá de ­qualquer jeito.

Ao álcool! A causa e a solução de TODOS OS PROBLEMAS DA VIDA.

Oh, meu Deus, aliens espaciais! Por favor, não me comam! Eu tenho uma esposa e filhos. Comam eles.

AGOSTO

SETEMBRO

OUTUBRO

NOVEMBRO

Apple Watch O relógio que ­consegue fazer tudo, menos deletar o U2 do seu iTunes.

Monty Python A maior trupe de humoristas da Inglaterra (que tem um americano) se reuniu 25 anos após ter parado com suas apresentações ao vivo para uma temporada no teatro.

10

Maryam Mirzakhani A primeira mulher a vencer a Medalha Fields, o maior prêmio da matemática.

DEZEMBRO Orion Marte, aqui vamos nós: a NASA planeja o primeiro lançamento de teste da sua nova nave tripulada.

Constantine Dos quadrinhos Hellblazer, um excelente seriado.

Foo Fighters A banda de Dave Grohl lança o oitavo álbum, o esplêndido Sonic Highways. THE RED BULLETIN

PICTUREDESK.COM(2), CORBIS(2), APPLE, WARNER BROS., SONY MUSIC, NASA

GOSTARIA QUE DEUS AINDA ESTIVESSE VIVO PARA VER ISSO.

MARGE, MAS NÓS JÁ TEMOS UM LIVRO.


O MELHOR DE 2014

HORÓSCOPO DE VERDADE

ORÁCULO DO TOURO VERMELHO Escolha quem você é, então nós vamos lhe contar como será o seu 2015

S K AT I S TA

K A R T I S TA

W I N D S U R F I S TA

S U R F I S TA

M E R G U L H A DO R

SKY DIVER

X- F I G H T E R

FREERUNNER

BIKER PILOTO

Como funciona: escolha o seu tipo de ação da roda da sorte, então combine com as previsões abaixo. Nós garantimos que podemos prever o ­futuro tão bem quanto qualquer um na Terra

TOM MACKINGER

PILOTO DE F1 K I T E S U R F I S TA

• FOGO • ÁGUA • AR • TERRA

• KARTISTA •

• SKY DIVER •

• PILOTO DE F1 •

• PILOTO •

• X-FIGHTER •

• WINDSURFISTA •

Você é o cara mais ­sortudo do ano que vem. Tudo em que você ­colocar a mão vai virar ouro. Mas lembre-se: mantenha seus pés ­longe dos freios.

Um novo encontro vai trazer o caos e a oportunidade para sua vida. Se você temer a novidade, esse medo vai te matar.

Um começo sensacional e o ano continuará no mesmo agito frenético. Mas não é porque está isolado na ponta que você precisa ir sempre cada vez mais rápido.

Voando alto em 2015, você terá pela frente ­diversas oportunidades novas. Tenha em mente que é importante ­sempre viajar de dia.

A vida é uma enorme ­encruzilhada. Para que lado você deve ir? A resposta? Não importa. Apenas não fique parado.

“Segue o fluxo” é o seu mantra para o Ano Novo e todo o resto. Se você for paciente e não forçar demais as coisas, tudo vai dar certo, exata­ mente como deve ser.

• SURFISTA •

Você está sempre na ­atividade, correndo atrás dos seus sonhos. É assim que tem que ser. Não se esqueça de olhar onde pisa. Caso contrário, isso pode acabar machucando você.

Você terá uma notícia que está esperando há muito tempo no começo do ano. E o primeiro título ­mundial para o Brasil. THE RED BULLETIN

• FREERUNNER •

• KITESURFISTA • Você encontrará um velho amigo que ­colocará sua vida em um outro caminho. ­Pergunte-se se é isso mesmo que você quer.

• BIKER • A paixão que você tem impressionará as pessoas ao seu redor – uma pessoa em particular. E, então, você vai precisar de uma mountain bike para dois.

• MERGULHADOR • Não há tempo para ficar entediado em 2015 com novas portas se abrindo para você, especialmente na sua vida romântica. Mas tenha em mente o seguinte: nada no amor acontece de graça.

• SKATISTA • Fique na moral! Isso vai inspirar um sentimento de confiança e segu­rança nos outros. Nunca se esqueça de cuidar dos seus amigos.

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O MELHOR DE 2014

Médium da NFL: Coleman sente as vibrações que os outros ­jogadores emitem

NOVOS SONS DE 2014 A nossa escolha entre as melhores músicas do ano

SCHOOLBOY Q Da região centro-sul de L.A., o rapper de 28 anos lançou ­Oxymoron, um álbum incrível de gangsta rap.

! O I R DÁ

e i ro EN L prim : o i S o B I O awks, f

Á Seattle Seanha história L S S S O n, do Bowl

FKA TWIGS A escolha do nome ­parece fútil, mas está longe de ser. É um R&B psicodélico vindo direto do submundo.

O rick Colemdao do Super N A L E I ack Der edor sur O f ul

lb

venc

SAM SMITH Após participar de músicas de outros artistas, Smith alcançou reconhecimento global com seu primeiro disco.

ANO

FAÇA DO JEITO DELE.

Frank Sinatra faria 100 anos em 2015. E ele ainda tem muito a nos ensinar “Pois o que é um homem, o que ele possui? Se não é dono de si, então não tem nada.” 12

“Eu topo seja o que for para ajudar a passar a noite – reza, tranquilizantes ou Jack Daniel’s.”

“E então eu estrago tudo dizendo algo estúpido como ‘Eu te amo’.”

LADY GAGA Um álbum em dueto com Tony Bennett não é o tipo de “diferente” que queríamos da ­Rainha da Novidade.

THE RED BULLETIN

GETTY IMAGES(2), UNIVERSAL MUSIC(2), INEZ VINOODH

F

SO DO R ACAS


O MELHOR DE 2014

* Marque a casa correspondente

O MELHOR QUIZ DO ANO

EU ESTOU CERTO SEMPRE!  Sim*   Não*    Não sei* Aqui já estão as respostas. Agora faça a pergunta certa

LEONARDO DI CAPRIO! Quem é que não ganhou Oscar de novo?

10tos

Po n

Quem quer salvar o mundo mas está muito ocupado com modelos?

Quem é que morre em um bocado de filmes?

5tos

Po n

KAINRATH Como o nosso artista viu o ano e como ele pensa o futuro 2014

0

Ponto

O SMARTWATCH 0

Qual é a invenção mais hypada do ano?

Ponto

O que informa as horas de forma mais precisa que um relógio de pulso?

5

Ponto

Fala com a sua mão! Quem te entende?

s

10

s Ponto

2015

ALEMANHA! Quem ganhou a Copa do Mundo?

10tos

Po n

Quem não deveria ter ganho a Copa do Mundo?

5ntos

Po

Angela Merkel?

0

Ponto

CORRETO! O ano de 2014 foi bom para a música?

10 ntos

Po

O ano de 2014 foi ruim para a música?

2014 foi OK para a música?

5ntos

Po

0

Ponto

PAPO NA LATA

GETTY IMAGES(2), SONY(3)

DIETMAR KAINRATH

BREAKING BAD Qual é a melhor série de TV de todos os tempos?

10tos

Po n

Que série de TV teve uma tone­ lada de prêmios?

5ntos

Po

Este é aquele se­ riado chato do cara que faz droga?

0nto

Po

“Se houvesse menos dias, nós poderíamos comemorar o Ano Novo mais vezes.”

VEJA O SEU RESULTADO… (Marque a casa correspondente) 0–15 Pontos …Maravilhoso! Você tá ligado, hein? …Nada mal mesmo. Pelo menos tem uma opinião. …Oh, céus! Você passou tempo ­demais jogando Minecraft, não é? THE RED BULLETIN

20–30 Pontos …Maravilhoso! Você tá ligado, hein? …Nada mal mesmo. Pelo menos você tem uma opinião. … Oh, céus! Você passou tempo demais jogando Minecraft, não é?

35–50 Pontos …Maravilhoso! Você tá ligado, hein? …Nada mal mesmo. Pelo menos você tem uma opinião. …Oh, céus! Você passou tempo demais jogando Minecraft, não é?

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O MELHOR DE 2014

QUADRINHOS DO FUTURO

UMA NOVA SAFRA DE HERÓIS A explosão de filmes de super-heróis deu uma chacoalhada na fonte do seu material: os quadrinhos em 2014 tomaram rumos surpreendentes

X-MAN DE 2015?

Capitão América

Seu uniforme de látex amarelo e vermelho é uma coisa do passado. Na próxima temporada, o personagem das garras de adamantium vestirá camisa xadrez e jeans ­dobrado em três quartos do neo-hipster. Ele também será contra a violência: a única coisa para a qual Wolverine usará suas garras é para ­aparar a barba.

Yes, we can! O Capitão Afro-América, se você preferir, é Sam Wilson, antigamente o Falcão.

Thor

CORBIS(2), WALT DISNEY

HERI IRAWAN

O Deus do Trovão é agora uma deusa. Guerra declarada: ­feministas vs. nerds mal-humorados online.

Rocket Raccoon Um personagem dos quadrinhos do filme Guardiões da Galáxia. Não é o típico personagem de animal falante.

14

THE RED BULLETIN


O MELHOR DE 2014

O REMIX DO RED BULLETIN

ONTEM E HOJE

LETRAS COMPILADAS

O pior de 2014 e as melhoras em 2015

GIVE ME

PEACE

HAPPY

ABR

MAR

HAPPY

HAPPY

JUN

GOOD LOVER

THE

ON-

NO MONEY, NO FAMILY

LY

TIME WE

REAL- LY

TALK

WAL- KING ALONG

2

O FOI 014 NÃ

BOM…

porque Neymar Jr. … se ­lesionou e o Brasil ­perdeu a chance de levar a Copa em casa. …porque o Noé de Russell Crowe foi uma bomba. porque a selfie se trans… formou em uma praga. porque uma colheita … ruim de avelãs colocou em risco a produção de Nutella. porque aquele vídeo … do De Volta para o Futuro era fake.

La Roux – “Paradise Is You” O começo é legal, mas é música para culpar a sua outra metade por te decepcionar.

Tiësto – “Wasted” Só dá para entrar na onda do DJ holandês na hora de tirar a roupa antes do sexo. Quem imaginaria.

YOU A- LIVE

AGO

ON A SANDY BEACH

GOOD LOVER, Lily Allen – “L8 CMMR” Ela canta sobre um homem que as meninas não podem pegar porque é casado.

Iggy Azalea – “Work” Uma resposta a Pharrell – por que nós não podemos ser felizes o tempo todo –, como os raps de verdade fazem.

Pharrell Williams – “Happy” Um dos maiores sucessos do ano; o mundo inteiro bateu palmas, como se pode ver no YouTube.

MOON

Kid Cudi – “Satellite Flight” Um rap simpático que contém o genial verso “Come get in my space whip!” (“Vamos, entre no meu chicote espacial!”).

Bruce Springsteen – “High Hopes” A novíssima música do especialista em shows intermináveis tem aura de Ano-Novo.

MAI

LOVE,

TAKE FLIGHT TO THE

JUL

GIVE ME

FEV

JAN

Juntando os versos das músicas relevantes nos meses de 2014 para criar a verdadeira música do ano

HUNT YOU DOWN EAT

IT SEEMS LIKE FORE-

OUT

SEX, SEX, SEX

NOV KOBAL COLLECTION, GETTY IMAGES(2), CARTER NEWS, CORBIS(2)

STANDING ON

THE

VER

OK GO – “The Writing’s On the Wall” O refrão de uma cantiga alegre e uma rolada final no feno antes de se separar.

Lenny Kravitz – “Sex” Você bota fé nisso?! Este verso é sobre caçar e comer como animais!

EDGE OF

A

RE-

LUVO-

TION

DEZ

SET

Maroon 5 – “Animals” Mas o vocalista Adam Levine não era vegano? Ah, isso é para ser sexy, não é? Tá bom.

2015

LAST CHRIST-

MAS

Wham! – “Last Christmas” E o último antes deste, e todos os que vierem depois deste até o fim do Natal.

Nickelback – “Edge of a Revolution” Quem precisa de Twitter quando os monstros do rock canadense podem tomar o pulso do mundo?

THE RED BULLETIN

HOR...

…porque a capital europeia da cerveja, Pilsen, na República Tcheca, será a Capital Europeia da Cultura. Saúde! …porque Winds of Winter, sexto livro da série As Crônicas de Gelo e Fogo, que inspirou a série Game of Thrones, será lançado. porque o próximo filme … de Quentin Tarantino, The Hateful Eight, deve sair.

SEU CALENDÁRIO DO ADVENTO MUSICAL De 1 a 20 de dezembro tem download gratuito de uma nova música por dia. Abra uma janela do calendário a cada dia e descubra quais são. As identidades são secretas. Aqui vão três dicas: www.redbull.com/ 20before15

R MEL VA I S E

?

?

?

Ele lançou uma dança no YouTube que virou mania

O DJ é produtor e amigo de Kanye West

Dois mexicanos que construíram uma superbanda

15


“Eu sou

surdo, burro cego” e

ENTR EVI STA: MARC EL AN D ERS FOTOS: DAVI D C LER I H EW

DAVE GROH L, 45, estrela do rock há d uas décadas, a i nda não pensa em ficar só curtindo os frutos do seu sucesso. “Eu sei que o que eu f a ç o n ã o t e m , s e g u n d o o s p a d r õ e s d e o u t r a s p e s s o a s , a b s o l u t a ­m e n t e n a d a a ve r. Q u e s e d a n e ! ” U MA ENTR EVI STA C O M O H O M EM Q U E C O M PR EEN D EU A ESS ÊN C IA D O RO C K M ELH O R Q U E N I N G U ÉM N ESTE PLAN ETA 16


“A música pop nos EUA é extremamente trivial. Totalmente sem sentido.” Dave Grohl sem papas na língua em sua entrevista para o Red Bulletin


omo baterista do Nirvana, Dave Grohl se tornou uma estrela mundial na década de 1990. E continua sendo. Como líder do Foo Fighters (oito álbuns, 11 milhões de discos vendidos, inúmeros prêmios, turnês mundiais gigantes), em parceria com David Bowie, Paul McCartney, Nine Inch Nails ou Queens of the Stone Age. No ano passado, ele lançou seu primeiro filme, o documentário Sound City. O próximo projeto, o ­disco Sonic Highways, é provavelmente o mais ambicioso de sua carreira: uma combinação de nove canções com uma série de TV em oito episódios, na qual Grohl mostra o trabalho da banda no ­estúdio e também faz entrevistas bem pouco convencionais. Com Dolly Parton, Joe ­Walsh, Chuck D, Willie Nelson, Rick Rubin e Barack Obama. Para o Red Bulletin, Grohl voltou ao papel de entrevistado. the red bulletin: Sr. Grohl, na sua entrevista com o presidente Barack Obama não se vê nenhum segurança. Eles ficaram escondidos atrás das câmeras? dave grohl: Não. Depois que você está dentro da Casa Branca, a coisa fica tranquila. Claro, eles só deixam entrar depois de se certificarem de que você não oferece risco (risos). Dentro é bem simpático. E o Obama tinha coisas bem legais para dizer sobre nosso país e sobre nossa música. Eu fui lá conversar sobre a história da música, mas também sobre o fato de que os Estados Unidos são um país que te dá a possibilidade de realizar coisas grandes. Independentemente de tudo que está ­errado aqui, os EUA te dão a liberdade de ser alguém como o Buddy Guy. 18

“NÃO ME INTERESSO POR DINHEIRO. SOU MÚSICO, NÃO BANQUEIRO. E SOU PÉSSIMO N O S N E G Ó C I O S .”


Foo Fighters, da esquerda para a direita: Nate Mendel (baixo), Chris Shiflett (guitarra), Dave Grohl, Taylor Hawkins (bateria), Pat Smear (guitarra)


“Vou dizer uma coisa:

a tecnologia pode fazer você ficar

rico, mas jamais ser feliz.”

20

...aquela lenda do rock que sem estudo, sem dinheiro e sem instrumento teve uma carreira incomparável. Parece a história do David Grohl, não? Para mim, Buddy é o maior. Eu sou um cara de Springfield, Virgínia, que não ­terminou a escola e que não tinha dinheiro para a faculdade. Eu ralava em trabalhos que exigiam força física e tocava punk rock nas horas vagas. Hoje estou no ­Rock’n’Roll Hall of Fame e converso com o presidente dos EUA sobre música. E isso não significa que eu seja um cara especial, e sim que qualquer um pode ­alcançar o que alcancei. Me sinto muito contente por poder passar por ter uma oportunidade como essa. Qual é o segredo para chegar lá? A regra mais importante é: não se importe com as expectativas dos outros. Faça as coisas da maneira que acha que têm que ser e ponto. E é possível? Claro. Eu, por exemplo, não tenho a menor ideia de como se dirige um filme. Eu faço do jeito que acho que é certo. E uso o mesmo princípio para tocar bateria ou compor. Eu sei que o que eu faço não tem, segundo os padrões de outras pessoas, absolutamente nada a ver. Mas que se dane! Não tenho por que me preocupar

com nada disso. É assim que se fazem ­coisas grandiosas. Só assim. Você também disse para o presidente Obama que não se importasse com a expectativa dos outros? Eu acho que ele tem o pior trabalho do mundo. No mesmo dia em que conversei com ele, ele anunciou à imprensa que ­estavam enviando mais tropas para o ­Iraque. Daí, condecorou com uma medalha um soldado que se ­feriu seriamente quando salvava um companheiro. Isso sem falar da economia e dos conflitos ­internacionais que ele tem para resolver. E, depois, ele sentou comigo para falar ­sobre Stevie Wonder. Acho uma coisa simplesmente impressionante ter controle e fazer um trabalho desses. Então, não podemos esperar ter um presidente Grohl? Hahaha. Eu já fiz besteira demais nesta vida. Não seria aceito para nenhum cargo oficial. E quem votaria em mim? Muito menos para presidente, imagina. Você parece muito sério com esses ­óculos que vem usando nos últimos tempos... Isso só significa que estou ficando velho. Eu sou mesmo cego, surdo e mudo. E burro! Então, na Casa Branca não vai rolar, mas este ano você entrou para o ­Rock’n’Roll Hall of Fame como baterista do Nirvana. Por que vocês escolheram só cantoras mulheres para a sua apresentação na cerimônia de entrega? Porque o Kurt era feminista. Pensamos em quem poderia cantar. Quando alguém sugeriu Joan Jett, a primeira dama do ­rock’n’roll, ficou fácil. Todos gostamos dela, e assim foi. E vocês também chamaram a cantora revelação neozelandesa Lorde... De onde veio a ideia? Lorde foi ideia minha. A música “Royals” é uma pequena revolução no meio desse monte de merda pop. Você não mede as palavras quando se trata de pop... ...não do pop em geral. Só quando se ­trata do pop americano atual que é inacreditavelmente trivial. Completamente sem sentido. Sem conteúdo, insípido. Dá pra ver que atingimos o fundo do poço quando a música mais tocada nas paradas fala sobre uma bunda. [Grohl se refere a “Anaconda”, de Nicki Minaj.] Quando ouvi “Royals” no meio de todo esse lixo, pensei: “Graças a Deus! Finalmente alguém que nada contra a corrente”. Essa é para mim a estética do Nirvana. É o mesmo que rolou quando nos tornamos conhecidos.

THE RED BULLETIN


CORRIDA MUNDIAL PELA CURA DE LESÕES NA MEDULA

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A TAXA DE INSCRIÇÃO SERÁ 100% DESTINADA À PESQUISA DA MEDULA ESPINHAL

WINGSFORLIFEWORLDRUN.COM


O que também se aplica ao Foo F ­ ighters – a última banda de rock que faz suar neste mundo digitalizado... Infelizmente é assim. As pessoas esque­ ceram o que é rock. Tudo porque elas ­passam tempo demais na frente do com­ putador. Elas veem a tecnologia como uma poção mágica que vai nos tornar ­ricos e felizes. Mas eu vou contar um ­segredo para vocês: a tecnologia pode até deixar vocês ricos, mas nunca vai ­fazer ninguém feliz. O dinheiro ajuda a ser feliz, não? São duas coisas diferentes. A felicidade é baseada na comunicação e na interação. No sentimento de dar algo especial a ­outras pessoas. Na música isso não tem nada a ver com tecnologia, mas sim com guitarra, baixo e bateria. A juventude de hoje desaprendeu como fazer música de forma convencional? Eu não quero parecer um velho chato, mas definitivamente ainda não fez mal a ninguém praticar seu instrumento e desenvolver uma pegada para ritmo e melodia. O que você acha da EDM? Do quê? Electronic Dance Music. Skrillex, ­Deadmau5 e outros. Ah, claro. Essa merda. Isso não serve para porcaria nenhuma. E também não é nada novo. O pessoal do Suicide ou do Atari Teenage Riot está fazendo isso há décadas e bem melhor. O que as suas filhas ouvem? Olha, acho que nesse ponto eu posso ­dizer que dei bastante sorte. O pior que elas fazem comigo é colocar o último ­disco da Katy Perry. Ai. Já está no limiar da dor. Mas eu também consigo motivá-las a escutar coisas boas. Comprei um toca-discos e uma coleção dos Beatles para as minhas filhas mais ­velhas, Harper e Violet. Agora elas ouvem Sgt. Pepper’s, Rubber Soul ou Revolver sem parar. Meu conselho a todos os pais: comprem um toca-discos para seus filhos e alguns discos sensatos que isso vai ter consequências (risos). O que você acha das redes sociais? Não acho nada. Eu não sei como funciona Twitter, chat ou seja lá o que for. Eu não estou no Facebook e não coloco fotos no Instagram. Simplesmente porque não me interessa. Quando quero falar com ­alguém, eu ligo ou mando um e-mail. E isso é tudo. Não sei usar nada mais. ­Essas coisas são para a minha mãe, de 75 anos, que adora isso porque ela não tem com quem falar. Provavelmente eu terei que chegar na idade dela para fazer 22

a minha primeira homepage: “Dave Grohl, rock star aposentado”. O que você faz com o dinheiro que ­ganha? Que não deve ser pouco... Eu coloco no banco e ele fica lá mofando. Você não investe, não aplica, nada? Isso não me interessa. Eu sou músico, não banqueiro. Ter dinheiro é só uma conse­ quência agradável. Com ele posso fazer o que quero sem ter que me preocupar. Mansões? Carrões? Eu tenho um carro confortável e uma casa legal, que é grande o suficiente. Meu único símbolo de status é meu estúdio em L.A., no qual investi uma fortuna. Mas só porque queria que ­ficasse igual ao Atlantis, o estú­ dio lendário do ABBA. E se vocês querem saber: acabo de vender minha casa de praia em Oxnard, com prejuízo. Isso prova minhas habilidades comerciais. E eu não disse Malibu. Eu disse Oxnard. A triste verdade é que sou um burguesinho careta. A Courtney Love está planejando fazer um filme biográfico do Nirvana. Você tem alguma sugestão de quem deveria fazer o papel do Dave Grohl? Hm... Olha, eu adoraria que fosse o ­Robert Rodriguez, mas acho que isso não vai rolar, hahaha!

“NÃO SEI USAR TWITTER NEM CONVERSAR PELA INTERNET. É UMA C O I S A P A R A M­ I N H A MÃE, DE 75 ANOS, QUE SE NÃO FOSSE ISSO NÃO TERIA COM QUEM C O N V E R S A R .”

www.foofighters.com

THE RED BULLETIN


A energiA de red Bull em trĂŞs novos sABores.

crAnBerry

lime

BlueBerry

www.redBull.com.Br


QUE CLIQUES TIVEMOS O MELHOR DE 2014

NOSSO JOIA PARA AS FOTOS MAIS ESPETACULARES DO ANO

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CLIVE MASON/GETTY IMAGES

ESTUPIDAMENTE GELADO.

Daniel Ricciardo aceitou o Desafio do Balde de Gelo como parte do aquecimento, por assim dizer, do GP de F1 em Spa, na Bélgica, no dia 21 de agosto. Três dias depois, o novo astro da Infiniti Red Bull Racing venceu a corrida.


UM POR TODOS.

JEAN-CHRISTOPHE DUPASQUIER/RED BULL CONTENT POOL

1ツコ de junho, Erzberg, テ「stria. No Red Bull Hare Scramble, todos os ツュparticipantes do enduro fazem um trabalho de base no leito do rio ajudando uns aos outros.

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O MELHOR DE 2014


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EDDIE KEOGH/REUTERS

A ÚLTIMA CAMBALHOTA.

Miroslav Klose encerrou a carreira na seleção alemã depois de vencer a Copa do Mundo e se tornar o maior artilheiro das Copas, com 16 gols. Ele deu um mortal, como sempre, quando igualou o recorde de Ronaldo com 15 gols contra Gana, em 21 de junho.


HORA DA ESCALADA. Você tem de ser valente para competir no Red Bull

ROMINA AMATO/RED BULL CONTENT POOL

Cliff Diving World Series. Quando o evento chegou nos Açores, em 26 de julho deste ano, impressionou mais uma vez pela radicalidade.

O MELHOR DE 2014


TIRA ESTE DISCO DAQUI. Uma defesa desesperada na cara do gol do time americano durante a vitória por 5 a 2 nas quartas-de-final sobre a República Tcheca na Olimpíada de Inverno de Sochi, no dia 19 de fevereiro.

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AP PHOTO/MATT SLOCUM

O MELHOR DE 2014


TIRANDO FAÍSCA.

GETTY IMAGES, STEFANO RELLANDINI/REUTERS

Felipe Massa capota no GP da Alemanha, em 20 de julho. Em sentido horário, da direita para a esquerda.: Alexander Gazsi e Nelli Zhiganshina, da Alemanha, se aquecem na patinação sobre o gelo dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi, no dia 16 de fevereiro; Pete Carroll, técnico do Seattle Seahawks, toma um banho depois de vencer o Super Bowl, em 2 de fevereiro; o italiano Christof Innerhofer vai para o pódio receber medalha pelo bronze no esqui em Sochi, em 14 de fevereiro.

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DAVID GRAY/REUTERS, EDUARDO MUNOZ/REUTERS

O MELHOR DE 2014


ALTOS E BAIXOS. Amplos horizontes para Carlos Sainz durante a 10ª etapa do rali Dakar,

MARCELO MARAGNI/RED BULL CONTENT POOL

em 15 de janeiro. O espanhol chegou entre os três primeiros da corrida, mas a quebra no final deste trecho colocou por terra suas esperanças de vencer.

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O MELHOR DE 2014


A LUA MAIS ANTIGA. Em fevereiro, astrônomos usaram os telescópios Hubble e Spitzer para descobrir as galáxias mais antigas do nosso universo: alguns pequenos pontos aqui têm mais de 13 bilhões de anos – e foram criados logo após o Big Bang. A mancha avermelhada na parte superior esquerda é Abell 2744_Y1. Ela tem dez vezes mais estrelas que a Via Láctea. É o lugar mais distante que conhecemos. Existe vida? Quase certeza!

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O MELHOR DE 2014


com 12 pilotos em uma disputa acirrada a mais de 370 km/h para conquistar o título mundial. O inglês Paul Bonhomme venceu a primeira etapa em Abu Dhabi, no dia 1º de março.

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BALAZS GARDI/RED BULL CONTENT POOL

RECONQUISTANDO OS CÉUS. O Red Bull Air Race retornou depois de quatro anos de parada,


ANDREAS SOLARO/AFP/GETTY IMAGES

O MELHOR DE 2014

ERGUENDO O CAMPEÃO. Em 2013, Marc Márquez terminou seu ano de estreia na MotoGP como campeão mundial. Em 2014, no dia 1º de junho, em Mugello, o espanhol terminou o Gran Premio d’Italia em primeiro lugar. Foi a sua sexta vitória de sua série de dez triunfos em dez corridas nesta temporada.


COLIN JACKSON

“Sou muito ativo”

Durante 11 anos ele foi o homem mais rápido do mundo nos 110 metros com barreira. Hoje é o exemplo perfeito de como o movimento nos torna mais feliz. Uma conversa com o Diretor Internacional de Esportes da Wings for Life World Run

the red bulletin: Dá para sentir quando se vai quebrar um recorde mundial? colin jackson: Sim. Você está chegando perto dele e nota que está melhor nos treinos. Quando eu já conseguia a marca de 13 segundos com facilidade, sabia que quebrar o recorde era só uma questão de tempo. Quanto tempo levou? Nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, eu sabia que tinha condições de ser o mais rápido do mundo, mas não aconteceu. Teria sido perfeito, mas acon­ teceu em 1993, no Mundial de Atletismo de Stuttgart: 12,91 segundos. Como você se sentiu nesse dia? Estava nervoso. Ainda não tinha ganhado nenhum grande título. Dividia o quarto com Linford Christie, que tinha ganhado uma medalha de ouro no dia anterior [nos 100 metros] e que ficou a 1 centésimo de segundo do recorde mundial. Era a minha vez. A pressão era enorme. Sobre o que os atletas de nível mundial conversam no quarto? Nunca sobre o esporte. Carros, casas e, claro, mulheres. E jogávamos baralho. O que o levou à corrida com barreiras? Eu era rápido, tinha boa distância e altura no salto, boa visão espacial e era muito flexível. Na verdade, eu queria ser deca­ tleta, mas não tinha altura suficiente. Suas melhores marcas nos treinos... 100 metros rasos: 10,29 segundos; 60 metros rasos: 6,49 segundos; salto em altura: 2,03 metros; salto em distância: 7,96 metros. Seriam recordes nacionais em vários países. Por qual modalidade você tem maior respeito? Salto em altura. O recorde mundial são 2,45 metros. É a altura da trave do gol. O que você levou da corrida com ­obstáculos para outros esportes? 40

A maioria deles ficou fácil de aprender. Esqui, snowboard? Fácil. Você manteve seu peso de competição? Hoje eu peso 10 quilos a mais que quando estava na ativa. Mas isso não significa que tenha ficado gordo. É que atletas de com­ petição são subnutridos. Motor grande, chassi leve. Sem lastro. Então, por que os velocistas têm o tórax tão forte? Pois são os braços que levam as pernas. A tração acontece na parte superior do corpo, e as pernas vão por si. Velocistas têm as mãos em seu campo de visão

“Atletas de competição são subnutridos. Motor grande, chassi leve. Sem lastro.” o tempo todo. Preste atenção quando ­assistir a uma corrida pela TV. Que esportes você pratica? Corrida, com barreiras se apontarem uma arma para mim, muito mountain bike, tênis, futebol, esqui, snowboard... Sempre invento alguma coisa. Sou muito ativo. Dá para imaginar que outras pessoas preferem ficar sentadas em frente à TV? Movimentar-se é a única coisa neste ­mundo que só traz benefícios. Mesmo a pessoa mais ocupada vai encontrar uma hora por dia para fazer algo bom para si. Quem não consegue está perdendo. Há quem use aparelhos monitores de atividade...

Meu pai tem 83 anos e usa uma pulseira dessas. Ele fica irritado quando não ­alcança sua meta diária de movimento. Tudo o que ajude é bom. Mas eu não ­preciso disso. Medidor de pulso? Não. Eu me movimento para me sentir bem, para entrar em contato com meu cor­ po. Eu não preciso mais treinar. Eu posso. Quanto você corre hoje? Quando corria, odiava longas distâncias. Hoje, 10 quilômetros não são problema para mim. Que distância você correria na Wings for Life World Run? Eu usaria um método científico: quanto posso caminhar, quanto com velocidade moderada e quanto com velocidade máxi­ ma para conseguir fazer 15 quilômetros? Meu objetivo seriam 15 quilômetros. Para um velocista isso é praticamente uma maratona! Mas isso não acontecerá, já que como Diretor Internacional de Esportes você estará monitorando a corrida. Quais são suas tarefas? Quero que todos estejam insatisfeitos no final. Não com a organização ou com a rota, mas com o próprio rendimento, por­ que assim todos voltarão no próximo ano. A melhor marca de maio de 2014 [78,57 km] será superada? O vencedor do ano passado, Lemawork Ketema, está convencido de que, com um pouquinho de sorte, vai conseguir 100 quilômetros. No dia 3 de maio de 2015 será dada a largada para a Wings for Life World Run 2015 ao mesmo tempo em 33 países. Quem será o último a ser alcançado pelo catcher car? As inscrições para a corrida já estão abertas: www.wingsforlifeworldrun.com THE RED BULLETIN

DANIEL GRUND/RED BULL CONTENT POOL

Por: Werner Jessner


Nome Colin Ray Jackson Nasceu em 18 de fevereiro de 1967, em Cardiff, no País de Gales Altura/Peso de competição 1,82 m/75 kg Títulos Bicampeão mundial, tetracampeão europeu, medalha de prata nas Olimpíadas, recorde mundial (12,91 segundos, batido em 1993, durou até 2004)


JOHNNYRANDOM

“Cada bicicleta tem um som diferente” O compositor de Nova York que conquistou o cenário musical com sua bicicleta. Seu próximo projeto será ensinar um liquidificador a cantar Por: A.R. Sánchez  Foto: Rick Rodney

“Bespoken” soa como uma música normal e bem legal. O que a diferencia de outras músicas não é como ela soa, mas o que soa: ela foi tocada com um único instrumento: uma bicicleta. O músico nova-­iorquino ­residente na Califórnia Johnnyrandom é o homem que transforma aros em guitarras e pneus em bateria. Parece loucura, mas dá certo. the red bulletin: A maioria das pessoas usa a bicicleta para se locomover ou como esporte. De onde veio a ideia de usá-la para fazer música? Johnnyrandom: Desde criança. Eu ­tinha 4 anos quando ganhei uma ­bicicleta Huffy. Logo comecei a fazer ­experiências com os aros dos pneus. ­Queria descobrir como fazer para que eles se tornassem... musicais. Essa não é bem a reação que se espera de uma criança de 4 anos que acabou de ganhar uma bicicleta. Sabe como é... eu era um pouco diferente. O que eu mais gostava de fazer era ouvir. Poderia dizer que descobri o mundo com os ouvidos. O que provavelmente não soa muito emocionante... ...claro que sim! ...mas agradeço que sempre me tenham deixado em paz. Assim, tive a oportuni­ dade de desenvolver a minha curiosidade sem restrições. E não tínhamos TV em casa. Sobrava muito tempo para ler e ­experimentar com instrumentos e outras coisas com as quais podia fazer música. Como você decidiu quais partes da ­bicicleta usar em determinadas partes da música? 42

Cada bicicleta tem uma gama acústica única. As bicicletas têm peças múltiplas e delicadas que são perfeitos instrumentos de percussão. Se você tocar com uma palheta os sulcos de um pneu em movimento com velocidade constante, ele soa como um baixo elétrico distorcido. Com um e-bow eletromagnético, dá para tocar o cabo das marchas. Discos de freio têm um som maravilhoso como o de um gongo chinês. E ele pode durar mais de 60 segundos! Qual foi a peça mais surpreendente que você usou como instrumento? O som mais bonito e mais difícil de gravar foi o som dos aros. Para cada nota eu tive

“Se você afinar os aros, eles produzem sons maravilhosos.” que afinar todos os aros da bicicleta exatamente no mesmo tom. Se você afinar os aros, eles produzem sons maravilhosos. Além disso, tem que ser uma bicicleta com aros não cruzados. Na primeira tentativa, precisei de uma hora para tocar uma única nota. Levei uma semana para conseguir uma oitava completa. Já pensou em tocar sua bicicleta ao vivo? Usando músicos seria impossível. Teriam que ser tantos que não se conseguiria ter a precisão necessária. Em teoria, dá para

imaginar tocar “Bespoken” ao vivo ­usando 20 bicicletas e robôs superpotentes controlados por softwares especiais. O que seria inviável economicamente. “Bespoken” foi sua primeira obra ­musical com bicicletas? Em 2006, fiz um arranjo da “Dança da Fada Açucarada”, de Tchaikovsky, com ­bicicletas sob encomenda da Specialized Bicycle Components. Foi um cartão de Natal muito gracioso. Talvez seja uma pergunta idiota, já que os pianistas não saem andando de piano por aí. Mas às vezes você ­também usa a bicicleta da maneira tradicional? Claro. Andar de bicicleta é para mim a melhor forma de espairecer. O que eu mais gosto é de fazer mountain bike na Baía de San Francisco, onde moro. ­Minha bicicleta preferida é uma ­Specialized Stumpjumper FSR. São dela alguns sons fantásticos que estão em “Bespoken”. Qual é sua música preferida sobre bicicletas? Atualmente “Bicycle”, da St. Vincent. Mas me interesso por toda a história da bicicleta na música, desde Samuel Goss, que inventou a “bicicleta musical” em 1899, até Queen, Frank Zappa e Kraftwerk. Você também fez música usando ­utensílios de cozinha. Meu próximo trabalho se chama “Clarify” e desconstrói uma cozinha inteira de uma maneira que ninguém imaginaria. Acho que encontrei inclusive uma maneira de fazer um triturador de lixo soar bonito. Você encontra “Bespoken” no iTunes e no Bandcamp. johnnyrandom.bandcamp.com THE RED BULLETIN


Nascido em Nova York Idade: 40 anos Carreira Estudou no CalArts (Cali­ fornia Institute of the Arts), que foi destruído durante o terremoto de Northridge em 1994. Aprendeu a com­ por para o cinema e para a televisão no Berklee ­College of Music. O nome “Uma vez estava tendo ­problemas com um sinte­ tizador. Então, comecei a apertar teclas aleatoria­ mente [random, em inglês] e, de repente, ele voltou a funcionar. Meu nome me lembra que o melhor ­método é frequentemente o menos esperado.” Músicas “Bespoken”, “Bespoken (Inverted MTB Remix)”, “Clarify” e muitas trilhas de comerciais para TV.


RASHIDA JONES

“Como atriz, você fica meio escondida” Depois de participar do programa Parks and Recreation, da NBC, por cinco anos, Rashida Jones busca mais controle criativo atrás das câmeras

O fruto, como se diz, não cai longe da ­ rvore, e Rashida Jones tem suas raízes á bem plantadas em Hollywood. Seu pai é o lendário produtor musical Quincy ­Jones, que trabalhou com caras como Frank S ­ inatra e Michael Jackson. Sua mãe é a famosa atriz Peggy Lipton, talvez mais conhecida por seu papel no programa de TV The Mod Squad. Então, não é nenhuma surpresa que a atriz Rashida ­tenha ­encontrado sua própria fama e fortuna em séries de TV como Boston Public, The Office e Parks and Recreation. O que talvez possa ser surpresa é que tenha escolhido sair dos holofotes, ao menos por ora, para assumir o papel de coprodutora executiva da série A to Z, uma nova comédia romântica sobre um casal com queda inevitável para o fracasso. Nós encontramos Rashida para discutir essa mudança de sair da frente das câmeras para coordenar as coisas nos bastidores. the red bulletin: Como é ser produtora? rashida jones: Tem sido uma oportunidade incrível ser a produtora executiva em uma TV que eu sempre adorei, para a qual trabalhei, que respeito e onde cresci. Infelizmente, como atriz você fica meio escondida, no sentido de que não tem como exercer seu potencial criativo. E é ótimo: você acrescenta muito ao que as outras pessoas fazem ou produzem. Mas, no fim das contas, você não manda nada. Então, essa mudança tem a ver com ter mais controle sobre os projetos com os quais está envolvida? Tenho uma visão e li muitos roteiros e atuei muito em um bocado de coisas, ­fazendo a coisa na prática, então entendo qual é meu gosto e estou apta a realmente executar e tornar isso uma realidade. 44

Eu gosto do encontro de ideias. Isso é muito legal – você tem a chance de ver onde as pessoas discutem as coisas e tomam decisões. E o quanto disso é negócio e o quanto é criatividade. Você descobre onde as duas coisas se casam. Acho isso muito interessante. E também, para Will McCormack [que é o coprodutor do programa com ela] e eu, deveríamos começar essa iniciativa sendo os melhores amigos dos roteiristas. Essa era a coisa mais importante para nós. Há muitas pessoas que se concentram em outros elementos do programa. Nós queríamos garantir que

“É importante que eu tenha muita técnica antes que apresente alguma coisa ao público.” a voz de cada personagem fosse bem ­executada e parecesse verdadeira. Parks and Recreation foi muito elogiado – mas sempre parecia haver o risco de ser cancelado. Você saiu antes da temporada final neste ano – a incerteza do desfecho ao final de cada temporada foi desafiante para você como atriz? Nós estávamos dentro de uma bolha o tempo todo, como sabiam os críticos de TV. Mas estávamos tanto no radar dos críticos que isso nos deixou motivados, e eu acho realmente que foi essa a razão pela qual a série ficou tanto tempo no ar. E todos gostávamos muito uns dos outros. Nenhuma das nossas transições [do programa para outros projetos] foi confusa ou dramática. Mesmo que tenhamos

e­ xperimentado essa corrente oculta de medo de que fôssemos tirados do ar, sempre nos mantivemos como que em ­família. Pessoas chegaram e saíram, e a graça se manteve a mesma. Mesmo assumindo uma produção, você ainda pega trabalhos de atuação, como um papel em Angie Tribeca, da TBS, que está sendo produzido por ­outro ator que também virou produtor, o Steve Carell. Nós gravamos o piloto, mas os episódios ainda não. O Steve é um cara sonhador. Eu sempre quis poder fazer uma comédia bem idiota, e é exatamente isso que a série é! E ele sempre é muito aberto para minhas ideias, o que é ótimo. Os seus dois pais são veteranos da ­indústria de entretenimento – seu pai é o famosíssimo produtor musical Quincy Jones. Sua mãe é a atriz Peggy Lipton. Como isso influenciou o seu ­relacionamento com essa atividade? Sempre penso em música. Eu aprecio muito o meu relacionamento com a ­música, obviamente, porque meu pai é um grande mestre da área, então é ­muito importante que eu tenha muita, muita técnica antes que faça alguma ­coisa profissionalmente e apresente ­alguma coisa ao público. Então, você se vê para sempre envol­ vida no mundo do entretenimento, seja produzindo ou atuando? Há sem dúvida uma versão da minha vida em que eu vivo em um país diferente ou escrevo um livro ou um musical. Ou na qual eu trabalho como voluntária em uma ONG ou, eu não sei, volto a estudar. Gosto de ser continuamente desafiada, extremamente desafiada como me sinto agora, para não me sentir estática. www.nbc.com THE RED BULLETIN

DAVID SLIJPER/TRUNK ARCHIVE

Por: Susan Hornik


Nascida em Los Angeles Idade: 38 anos Pássaros, Inteligência e Beleza Indicada pela People uma das mais belas de 2014 e ­formada em Harvard, ela aprendeu a fazer o canto dos pássaros para um papel. Temos um padrão? Em três seriados diferentes – Freaks and Geeks, Stella e The Office –, Jones interpretou três mulheres diferentes, todas se chamavam Karen.


RECORDISTA DE LARGADAS NA HISTÓRIA DA FÓRMULA 1, RUBENS BARRICHELLO conviveu com algumas das maiores lendas do esporte. De volta ao Brasil, quarentão e de bem com a vida, ele divide esse aprendizado com os filhos Por: Cassio Cortes  Fotos: Marcelo Maragni

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As lições de

Rubens


N 48

inguém passou mais tempo na vida com o traseiro sentado num carro de Fórmula 1: foram 326 grandes prêmios (e dezenas de milhares de quilômetros de testes) em 19 anos de atividade na categoria top do automobilismo mundial. Os livros de estatística apontam dois vice-campeonatos mundiais, 11 vitórias, 14 poles e impressionantes 68 pódios, a maioria conquistada nos gloriosos – e polêmicos – anos ao lado de Michael Schumacher na Ferrari. Mas isso tudo agora é passado. Aos 42 anos, em uma quarta-feira à tarde, ­Rubens Barrichello chega ao Kartódromo da Granja Viana, a 20 km de São Paulo, trazendo a tiracolo os dois membros mais novos do clã: Eduardo, 13, e Fernando, 9. Mas fale em “Eduardo” ou “Fernando” para os mecânicos da Granja e eles olharão torto: nos boxes, só existem “Dudu” e “Fefo”. Não que a vida de Rubinho hoje seja a de um aposentado levando os filhos para o kartódromo em pleno horário ­comercial no meio da semana. Na verdade, sua agenda anda mais cheia que nos tempos de piloto de Jordan, Stewart, Ferrari, Honda, Brawn e Williams. Na sua segunda temporada na Stock Car, venceu a principal prova do ano, a Corrida do Milhão, e está firme na disputa do título contra Átila Abreu, Cacá Bueno e Thiago Camilo.

Ele garante que a Stock é um sonho que durará por mais alguns anos. Nos finais de semana que não tem ­corrida, Rubinho disputa etapas da Copa São Paulo de Shifter Kart e em 2014, 25 anos depois de sua última aparição, voltou a disputar o Brasileiro de Kart ao lado dos filhos. Só nesse “cruzamento” dos calendários de Stock, Kart e F1, são mais de 30 finais de semana de trabalho por ano. Como se não bastasse, decidiu lançar um canal de conteúdo automotivo no YouTube, o Acelerados, no qual testa diversos carros de rua semanalmente. O que não mudou do rapaz que ­estreou na Fórmula 1 em 1993 para o ­atual pai de família e personalidade da TV e internet foi a franqueza. Ele abriu o jogo ao Red Bulletin e passou seus aprendizados.

“NA F1, O AYRTON FOI UM GRANDE PROFESSOR. Do jeito dele, reservado. Só de poder observá-lo já era um grande aprendizado.”


Orientando Fefo (à esquerda) e acelerando com Dudu (nesta foto): no Kartódromo da Granja Viana, Barrichelo equilibra os lados pai e “coach”


“VOCÊ TEM QUE TER GARRA PARA BATALHAR DENTRO E FORA DA PISTA. Poucas coisas preparam tão bem para a vida como um carro de corrida.”


Pentacampeão brasileiro de kart, Rubinho voltou a campeonato esse ano, 25 anos após sua última p ­ ar­ticipação, para ­acompanhar os filhos

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the red bulletin: Faz três anos que você deixou a Fórmula 1. Sente falta daquela vida? rubens barrichello: A F1 é um mundo muito “empoliticado”, e também é uma espécie de Big Brother no qual você está permanentemente em exposição, sendo analisado. Você sempre tem que pensar cuidadosamente sobre o que vai falar, em público ou no privado, e isso cansa. A única coisa de que eu realmente sinto falta é guiar o carro em si. A adrenalina de guiar um F1 é viciante. Ainda mantém a mesma forma física dos tempos de F1? O que você perde é o pescoço. Não existe como reproduzir de forma 100% fiel fora da pista o esforço físico de guiar um F1 – o único jeito é efetivamente guiando o carro. Mas continuo treinando fisica­ mente do mesmo jeito que treinava. Daqui a 20 anos, como você acha que as pessoas vão enxergar você? Espero ter deixado um legado de coragem, de alguém batalhador que foi atrás do que sonhava sem abrir mão dos princípios. Foi isso que meu pai passou para mim, e é isso que eu tento passar para os meus filhos. Não fiquei 19 anos na F1 por ser bonitinho, muito pelo contrário, aliás (risos). Amo demais o que faço e acredito que a Stock Car está me ajudando muito nisso, a recon­ quistar fãs que criaram preconceitos A ou B comigo durante o tempo de F1 – já fui até chamado de “mercenário” por pessoas que me acusaram de ter ganho dinheiro com aquela história da troca de posição com o Schumacher no GP da Áustria de 2003 – e que agora têm a chance de me ver em ação num ambiente que me per­ mite ser 100% quem eu realmente sou. E quem você realmente é? Um cara família, que gosta de cultivar amizades e não gosta de ter que esconder as coisas. O mundo da F1 é competitivo ao extremo e te força a ser egoísta e a ser uma série de outras coisas que não estão necessariamente na cartilha das melhores coisas para você, como ser humano, ser. Seus fãs na Fórmula 1 esperavam que você ­seguisse uma carreira parecida na F-Indy. Por que a experiência nos EUA durou apenas um ano? A Stock Car sempre foi um projeto de vida. Quando tive o primeiro convite da Stock Car, recusei pois ressurgiram novas possi­ bilidades na Fórmula 1 (na equipe Brawn, para a temporada 2009). Quando recebi o segundo, recusei novamente pois surgiu a oportunidade na Indy. Na hora que veio o terceiro, parei e pensei: “Será que não é essa a hora de ir?” Como naquela piada do cara que está no telhado em uma enchente e recusa os três barquinhos que oferecem 52

“SE PUDESSE DAR UM CONSELHO PARA OS PILOTOS DA F1, SERIA: falem sempre pouco e da forma mais simples possível.” ajuda, pois “Deus vai ajudar”. Nesse ter­ ceiro convite, parei e analisei com calma todos os cenários e vi que a hora era certa. E os resultados na pista estão mostrando que tomei a decisão correta. Outros pilotos ex-F1 apanharam ­bastante até ficarem competitivos na Stock Car. Você pegou a mão muito rápido... O piloto bom tem de se adaptar a qual­ quer equipamento. Na Indy, por exemplo, o volante é muito pesado, é preciso traba­ lhar o volante em movimentos grandes, bruscos, não dá para querer ter muita finesse, coisa que é fundamental na F1. O Stock Car é um carro que não per­ mite de forma alguma que você ultra­ passe o limite dele. O chamado overdrive, aquela agressividade do piloto “brigando” contra o carro, não pode existir em um Stock. Tive a sorte de poder trabalhar com uma equipe (Full Time Sports) que entendeu muito bem as minhas neces­ sidades nessa transição. Rubens pede um intervalo. É hora de ir para a pista com Dudu, o filho mais velho, que acaba de descer do kart. O feedback do adolescente para seus mecânicos é

­detalhado, meticuloso – Dudu parece ser o que se chama no automobilismo de um piloto “técnico”. E constante: a sequência cronometrada mostra uma variação mínima em seus tempos de volta. Curiosamente, duas características sempre usadas nas descrições de Rubens como piloto... Você está aqui como mentor dos seus filhos. Para você, nessa época e também mais tarde, na F1, quem foram suas maiores influências? Quando era moleque, o Renato Russo foi um grande mentor no kart. No início da carreira eu tive uma escola muito impor­ tante, que foi não ter os melhores equipa­ mentos em várias categorias. Isso ensina a ter garra e a provar para você mesmo que você realmente quer muito essa vida de piloto. Na F1, o Ayrton foi um grande professor. Do jeito dele, reservado, mas simplesmente poder observá-lo de perto era um grande aprendizado. Aliás, o mo­ mento em que “caiu a ficha” para mim que eu estava finalmente dividindo um grid com ele foi no GP da África do Sul de 1993. Eu estava sentado no meu carro em um treino, olhando as imagens no ­monitor, e a TV mostrou o carro dele en­ trando no box. Eu acompanhei a imagem e três segundos depois tirei o olho do mo­ nitor e vi, ao vivo, o carro dele passando na frente do meu box. Foi um daqueles ­“beliscões” que mostram que o que você está vivendo não é um sonho, é realidade mesmo. Ele várias vezes veio ao meu box naquele meu primeiro ano em 1993, ­perguntar como eu estava, sempre sem alarde. Tive a sorte de aos poucos con­ quistar um espaço junto a ele, que tinha uma relação de carinho comigo. E o Schumacher?

“O MUNDO DA F1 FORÇA VOCÊ A SER EGOÍSTA e uma série de outras coisas que não estão necessariamente na cartilha das melhores coisas para você ser.” THE RED BULLETIN


Enquanto o adolescente Dudu aparenta ser um piloto mais cerebral, o caçula Fefo (nesta foto) Ê puro arrojo na pista, segundo o pai



Todas as vezes que o Schumacher e eu ­estivemos juntos com um copo de vinho nas mãos, demos sempre muita risada. Eu sinto falta de não ter falado isso mais abertamente para ele antes do acidente [Schumacher bateu a cabeça em um acidente de esqui em dezembro do ano passado e continua em estado crítico]. Em alguns desses eventos de kart de fim de ano a gente teve um enrosco e ficamos distantes um do outro, quase como um esperando o outro tomar a iniciativa de pedir desculpas. É muito triste que não tenhamos tido essa chance de reconciliação. Foi o cara com quem você mais ­aprendeu na F1? “No kart não tem pai para ajudar dentro da pista. Um moleque de 9 anos está ali sozinho, tendo que tomar suas próprias decisões em frações de segundo”, diz Rubinho

“EU E O SCHUMACHER DEMOS BOAS RISADAS BEBENDO VINHO. Sinto falta de não ter falado isso mais abertamente antes do acidente.” Acho que sim, até porque foi com quem eu mais convivi, como companheiro de equipe. Era um cara extremamente rápido com pneus novos e frios. Evoluí nesse ­aspecto observando o que ele fazia. E na parte técnica, quem foi sua maior influência? Gary Anderson, meu engenheiro na ­Jordan, foi fundamental. Era um cara que sabia falar meu idioma em termos de acerto. De forma inesperada, Emerson Fittipaldi aparece. O filho mais novo do bicampeão mundial de F1 e campeão da F-Indy, Emmo (7), é companheiro de equipe de Dudu e Fefo no kart, apesar de correr por uma categoria diferente. Fefo e Emmo vão para a pista enquanto Rubens e Emerson assistem da mureta e parecem mais nervosos do que jamais vi vendo duas crianças andando em karts de 50cc a 30 km/h... Como é o kart para seus filhos? THE RED BULLETIN

Veio de forma muito natural. Eles me acompanhavam na pista e a curiosidade de quererem experimentar foi inevitável. Experimentaram e gostaram, e temos uma combinação bem clara: eles têm ­total autonomia para decidir se querem continuar ou parar a qualquer momento. Meu papel em casa não é ensinar eles a pilotar; justamente o contrário, meu ­papel é ensinar para eles sobre a vida. Isso é algo que tento explicar para a minha mulher [Silvana]: o kartismo dá uma base de vida muito importante. Todos os meus amigos que foram contemporâneos meus no kart e não conseguiram seguir carreira no automobilismo hoje têm sucesso nas suas respectivas áreas. Imagine um menino de 9 anos, tendo que “se virar” ao volante de um kart, tomando suas próprias decisões em frações de ­segundo, sem ter como parar para pedir ajuda para o pai ou para ninguém naquele momento – e tendo que aprender a viver com os resultados dessas decisões. No kart,

você tem que ter garra para batalhar ­dentro da pista e companheirismo e ­humildade para colaborar com a equipe, com os companheiros de equipe, fora dela. Poucas coisas preparam tão bem para a vida como um carro de corrida. Hoje, podendo ver o “circo” da ­Fórmula 1 com um olhar de fora, o que você teria feito de diferente como piloto? Falei demais. Meu maior erro foi querer sempre dar muita explicação. Vi o Felipe Massa passando por momentos um pouco parecidos, nesse sentido, no começo ­deste ano, quando as coisas não estavam dando muito certo para ele. Hoje eu saio de um Stock Car falando “eu errei, me desculpem” sem nenhum problema. ­Quatro palavras, mensagem simples, sem margem a interpretações. Esse é o meu conselho para os pilotos brasileiros na F1, aliás: falem sempre pouco, e da forma mais simples possível. www.youtube.com/acelerados

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MÁQUINAS


O customizador de motos ROLAND SANDS criou um império com máquinas insanas, peça por peça POR: ANN DONAHUE FOTOS: DAVID HARRY STEWART

DE SONHO

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A

s motos sempre serviram como símbolos da cultura pop: quem pilota uma é um iconoclasta, um cara que sabe que parte do seu charme é a jaqueta de couro com cheiro de carne seca no sol e coberta de poeira; e o fato de que ele não se importa que as mamães o olhem com desconfiança porque suas filhas dão bola para ele. Recentemente, no entanto, essa imagem se transformou em algo além do ­arquétipo Marlon Brando. A epítome do cool não é mais qualquer um que suba em cima de uma moto. A própria máquina se transformou em uma peça de estilo, um objeto no qual se transmite uma ­mensagem estética. Uma das principais forças por trás ­dessa evolução é Roland Sands, 40 anos, um customizador de motos da Califórnia. Ele dá um toque de arte em suas máquinas – Sands é conhecido por seus projetos inteligentes com uma marca tanto de nostalgia quanto de tecnologia. Com sua equipe de 15 pessoas, ele instala elementos retrô, como faróis vintage e filtros de ar, junto com peças de fibra de carbono de ponta. Recentemente, Sands expandiu sua atuação para acessórios de estilo para o motoqueiro que existe dentro de cada um de nós: jaquetas de couro e luvas que fazem uma homenagem ao patriotismo irônico do Capitão América em Easy Rider. E, se as cicatrizes de cascalho conferem dignidade na indústria do motociclismo, Sands tem as suas. Ele foi campeão de AMA 250 GP, um designer com experiência de primeira mão em como a forma pode ter impacto na função. Sua autenticidade 58

é seu cartão de visitas. Fabricantes de ­motos, como BMW, Harley-Davidson, KTM e Ducati, contrataram Sands para ­fazer ­designs personalizados. Seus clientes particulares incluem alguns dos nomes mais quentes do mundo dos esportes, ­música e cinema: Tony Hawk, Anthony Kiedis, do Red Hot Chili Peppers, Brad Pitt e Mickey Rourke, entre outros. Rourke e Sands exploram seu amor pelas motos em um dos segmentos do filme On Any Sunday: The Next Chapter, que mostra a história do motociclismo – ainda sem data para lançamento no Brasil. Confira a seguir a entrevista que Sands concedeu ao Red Bulletin sobre a fusão de homem, máquina e fabricação. the red bulletin: On Any Sunday: The Next Chapter revela que não existe isso de um estereótipo de motoqueiro. Você concorda? roland sands: É... E, ao mesmo tempo, para pilotar uma moto você precisa ser capaz de aceitar uma determinada quantidade de risco, e eu acredito que grande parte da população provavelmente não consegue – então, talvez nós tenhamos um tipo. Nós estamos dispostos a enfrentar um risco calculado. Quando as motos deixaram de ser um hobby para se tornar uma carreira? Meu pai, Perry Sands, foi um pioneiro das modificações de motos e ele sempre ficava me cobrando para que eu trabalhasse.

“PARA PILOTAR MOTOS você precisa estar disposto a aceitar uma determinada dose de risco.”


Sands consegue dar um toque pessoal em qualquer moto — de Harleys a motocross de corrida


Quando criança, passei muito tempo na loja fazendo todos os trabalhos que você pode imaginar e cheguei a um ponto em que não aguentava mais. Queria fazer alguma coisa diferente de trabalhar em um departamento de montagem. Pedi ­demissão e peguei um emprego de entregador de pizzas, mas acabei levando muitas multas, então eles não podiam me contratar. Pensei naquele ponto que o que eu precisava era dar uma abordagem criativa para me manter interessado no negócio. Daí pedi para voltar ao meu antigo trabalho. Ele foi legal pra caramba, me recontratou e reduziu meu salário. Como você começou a correr? Quando eu tinha 18 anos, meu pai me ­levou a uma escola de corridas e eu adorei. Acabei aprendendo muito rápido e alguma coisa em mim se transformou. Eu realmente curti a sensação de dever cumprido, aquela luta psicológica, superar desafios. Não me lembro mais de quantas lesões eu tive, mas quebrei mais de 30 ossos. ­Ossinhos, ossões, entorses, concussões, coluna quebrada, fígado esmagado, ­costelas, pulmões, só bobagem.

“QUEBREI MAIS DE 30 OSSOS – ossinhos, ossões. Metade foi correndo, a outra fazendo bobagem.” Quanto disso foi correndo e quanto foi fazendo bobagem? Os ossos quebrados são provavelmente meio a meio. Skate e bicicleta também contribuíram, com certeza. Quando você parou de correr? Deixei de correr em 2002, então faz 12 anos. Eu tinha 28. Passei dez anos ­fazendo isso. Quando parei, fiquei muito deprimido. Passou um ano até me dar conta da sorte que eu tinha de ter outro rumo. Pouco a pouco, vi que produzir modelos e fazer motos preenchia bem essa carência. Correr depende da performance, você só consegue ser rápido se durar na corrida, é temporário. Como corredor, eu sempre me senti um pouco incompleto, como se estivesse buscando por algo mais permanente, e tive a sorte de encontrar isso no design e na cultura da moto. 60

Quando você descobriu que tinha ­interesse no design? Projetei para o meu pai pela primeira vez aos 16 anos, bem na época em que perdi o emprego de entregador de pizza. Eu mexia em motos desde criança. Desenhei uma roda de moto, um simples projeto à mão em 2D, depois aprendi um pouco de 3D enquanto estava correndo. Comecei a fazer modelos em 3D na SolidWorks.

Acredito que nós fomos uma das primeiras empresas de pós-venda a usar os modelos em 3D. Isso nos ajudou a criar um estilo diferenciado e progressivo. O que eu sei sobre o seu ramo, infelizmente sei a partir dos reality shows. Essa é uma faca de dois gumes, sabe. A TV expôs um bocado de gente à customização de motos, mas também ensinou que quem faz tuning de moto é idiota. THE RED BULLETIN


Na sua garagem de customização em Los Alamitos, Califórnia, Sands e sua equipe constroem motos especiais para ­fabricantes e também clientes particulares

[Dez anos atrás, Sands apareceu no ­Discovery Channel com o programa Biker Build-Off e no Speed Channel com Build or Bust, entre outros.] É entretenimento contra educação. As pessoas querem sentar no seu sofá e se divertir. Elas não querem aprender nada. Mas elas acham que aquilo é informação. Elas acham que estão se divertindo e aprendendo ao mesmo tempo, quando a real é que aquilo está sugando a alma de seus corpos. Mas os reality shows melhoraram os negócios para vocês. Na época, era a coisa certa a se fazer. Assisto aos programas hoje e fico tipo “Puta merda”. Nos posicionou como pioneiros de um novo estilo de tunagem das motos, mas também me fez parecer um idiota. Tipo “É! Vamos lá destruir uma moto por diversão!”. Eu faria diferente hoje. Como funciona o negócio de vocês com celebridades? Funciona diferente para cada uma delas. Nós fizemos um projeto para Brad Pitt e eu não falei com ele fora a primeira vez que nos encontramos. E, a seu pedido, nós nunca mostramos a moto para o ­público. Com Mickey Rourke foi muito mais pessoal e nós realmente nos conhecemos melhor. Acredito que a moto tenha ajudado ele a se ligar no irmão, que é um aficionado de motos e por quem ele de fato tem admiração. Com Anthony ­Kiedis tem sido muito legal. Nós nos conhecemos na casa de Jay Leno, onde pudemos ver vários carros incríveis juntos. Então, pude sentir do que ele gosta. Ele compõe muitas de suas músicas na moto, por isso é mais pressão. Agora as pessoas encaram como arte. Enquanto foco artístico, penso que não tem nada que se compare com uma moto, porque tem muita coisa que você pode ­fazer com ela. Não só mexer nas peças, mas também pilotá-la, ser uma parte da máquina e simplesmente se dedicar à arte sobre duas rodas. Quero dizer, não é um carro. Você precisa juntar os pontos e está tudo exposto ao mundo, mesmo o piloto. É design de verdade, função, moda e forma, tudo misturado para formar essa criatura sobre a qual você vai correr. Você testa tudo pessoalmente? Eu não me sinto à vontade para enviar uma moto a menos que eu a tenha ­tes­tado. Se existe alguma dúvida sobre a forma que estamos montando alguma coisa, eu me pergunto: “Eu subiria nessa moto?”. Se a resposta for não, modificamos. Você pensa às vezes: “Droga, queria ­ficar com essa!”? Penso isso sempre. rolandsands.com

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MAKERS OF THE ORIGINAL SWISS ARMY KNIFE I WWW.VICTORINOX.COM


Aonde ir e o que fazer

Alta tecnologia no pulso: as melhores opções de relógios, página 80

AÇ ÃO !

V I AG EM / EQ U I PA M ENTO / TR EI N O / M Ú S I CA / FESTAS / C I DA D ES / BA L A DAS

Elétrico!

O CICLISTA RADICAL DANNY MacASKILL EM SUA MOTO ELÉTRICA NA SEÇÃO “MEU EQUIPO”

MARCO CAMPELLI

MEU EQUIPO, página 64

THE RED BULLETIN

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AÇÃO!

MEU EQUIPO

BAÚ DO DANNY ITENS PARA USAR NA MOTO E FORA DELA Freio traseiro É aqui que fica a embreagem nas motos que usam gasolina

Bateria Pesa cerca de 27 kg e tem energia para até duas horas. É fácil de trocar

FONES SENNHEISER

Sem exaustor Ecologicamente ­correta, silenciosa e não queima as pernas

“Estes são velhos – hoje em dia já até saíram de ­catálogo –, mas nunca estragam. Cresci junto com estes fones.” sennheiser.com

Motor Gera até 22 hp a 4.400 rpm. Ideal para terra

RUMBLE ROLLER “Desconfortável, mas maravilhoso para massagear os músculos. Descobri quando estava em recuperação e hoje me ajuda após um dia na moto.”

Carregador Ligue na tomada por 80 minutos para recarregar

rumbleroller.com

Pura energia   K TM FREERIDE E  REI DO CICLISMO E LENDA DO YOUTUBE, DANNY MacASKILL APRESENTA SUA MOTO ELÉTRICA Danny MacAskill, de 28 anos, experimenta a descarga elétrica

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“A KTM Freeride E faz com que a ida para as motos seja fácil para mim, enquanto ciclista”, diz Danny MacAskill, 28 anos. “Não tem marchas nem embreagem, não tem exaustor e o guidão tem dois freios, como em uma bicicleta. Dá para ­subir pelas paredes com ela em poucos dias! Precisa ser ajustada

para fazer manobras que eu poderia fazer de olhos fechados com minha bike, mas tenho usado a Freeride E para fazer trilhas que eu penava para fazer de bicicleta. Sobre se eu algum dia farei um vídeo com alguma dessas… Já brinquei com a ideia, mas preciso treinar um pouco mais antes.”   www.ktm.com

TÊNIS FIVE TEN FREERIDER “Ele tem aderência perfeita para ­todas as condições. E deve ser muito bom, afinal tem um modelo com meu nome!” fiveten.com

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AÇÃO!

EM FORMA Nenhum mergu­ lhador rasga o ar tão bem quanto Orlando Duque

Duque é dez vezes campeão mundial de cliff diving

Uma questão de pernas

DEAN TREML/RED BULL CONTENT POOL, CAMILO ROZO/RED BULL CONTENT POOL, THERA-BAND®

HERI IRAWAN

CLIFF DIVING  REFERÊNCIA MUNDIAL DO ESPORTE, ORLANDO DUQUE ENSINA COMO CONSEGUE O FÍSICO IDEAL “A coisa mais importante é o músculo das pernas”, diz Orlando Duque, que ostenta a melhor performance no cliff diving de sua geração. “Primeiro para o salto e depois para o mergulho, porque na água caímos primeiro com os pés. Quando você salta de uma altura de 27 m a cerca de 85 km/h, é preciso apertar as pernas uma contra a outra com toda força. Então, é realmente importante fazer os exercícios especiais. Agachamentos com uma perna só são ­rotina.” Além dos agachamentos, o trabalho do colombiano de 40 anos inclui um mix de exercícios cardiovasculares, pesos, mergulhos e condicionamento mental. “Eu vario muito meu treino de resistência e, para minha sorte, o Havaí, lugar que escolhi para morar, é ideal para isso.” www.redbullcliffdiving.com

E L Á ST I C O S E M P R E

FA Ç A C O M O D U Q U E “A última coisa que pode acontecer é que suas pernas falhem quando você cai na água a uma velo­ cidade de 85 km/h”, explica Duque. “É por isso que trabalhar esses músculos é tão importante.”

1

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O MELHOR AMIGO DA FLEXIBILIDADE “Viajo muito, mas não tenho espaço para equipamento pesado. Minha alternativa, sem a qual nunca saio, são as faixas elásticas Thera-Band. São leves, baratas e não ocupam muito espaço. Você pode usá-las como treino de ­resistência ou para aquecimento. Sempre faço movimentos com o bíceps e ombros: três vezes de 10 a 15 repetições cada.

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Em pé, firme seu tornozelo direito em um elástico Thera-­Band ou extensor com uma das extre­ midades fixadas.

Estique e volte sua perna direita devagar e uni­ formemente. Mude as pernas e complete três séries de 12 a 15 repetições para cada perna.

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AÇÃO!

MALAS PRONTAS Medo real: experimente um eletrizante tiroteio em uma antiga fábrica de Nova York

SAIA DA CIDADE COISAS PARA FAZER NOS ARREDORES DE NY

VOE A duas horas de carro de NY, no pé das montanhas Shawangunk, em Ellenville, fica o Mountain Wings Flight Park, ­conhecido como a capital da asadelta nos EUA. mtnwings.com

A grande fuga

J OGOS DE GUERRA  VER OS OUTROS GUERREAREM NÃO SATISFAZ SUA FOME POR ADRENALINA? LEVANTE, SAIA E FIQUE FRENTE A FRENTE COM SOLDADOS E ZUMBIS QUE SÃO MUITO REAIS

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PESQUE Viaje de trem até Montauk para ­pescar tubarões no Atlântico Norte. Navegue em um dos dois barcos fretados do capitão John Krol, espalhe as iscas e aguarde. movin-oncharters.com

AVISO DE QUEM CONHECE FIQUE CHOCADO, LITERALMENTE Os participantes dos cenários de treinamento para agentes policiais e militares do IES usam o sistema shockbelt, que dá choques elétricos no corpo ao ser atingido. “Nossa seguradora nos deu uma aprovação para usar ele de forma recreativa”, diz Fermoselle. “É algo que realmente muda o jogo.”

PENDURE-SE Vá de carro da Big Apple até os Apalaches e se pendure na mais alta, comprida e ­rápida tirolesa da América do Norte. ziplinenewyork.com

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NICK AMIES

Domine o uso de suas armas e encurrale os amigos

GETTY IMAGES(2)

Você pode se achar quando está no sofá, com o ­joy­stick em mãos, guerreando em cenários de combate virtuais. Mas como será que você vai se sair quando for forçado a deixar sua zona de conforto para entrar em uma zona de guerra real? Ponha as mãos em uma réplica de um rifle de assalto M4 com mira laser ou leve uma pistola Glock na cintura dentro do Indoor Extreme Sports (IES), um lugar de combate com armas não letais em Queens, Nova York. O IES usa cenários de treinamentos usados pelo exército dos EUA e pelos órgãos de cumprimento da lei e combina os ambientes com as mais intensas experiências de jogos com armas de laser que se possa imaginar para trazer os jogos de tiroteio para a vida real. “Nossa plataforma avançada M4 é muito real”, diz o fundador do IES, Peter Fermoselle. “Está anos-luz à frente do sistema de treinamento que as forças armadas usam atualmente.” Dois jogos de guerra são oferecidos no espaço de 11 mil m 2 de uma antiga fábrica. “Ali dentro, cada um dos seus Uma sessão de 90 minutos custa sentidos está no limite”, diz de US$ 20 a US$ 40 Adam Green, um sobrevivente de (R$ 50 a R$ 100) um encontro com mortos-vivos. por jogador, depen“A adrenalina realmente bomba dendo do cenário dentro de você e te leva ao limite. e do dia da semana Fiquei muito assustado. Eles indoorextreme sports.com ­atacam você por todos os lados.”


AÇÃO!

MINHA CIDADE

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A uma hora de v­ iagem da cidade está a imponente Tiffany Falls. Você puxa umas cordas, literalmente, e ­então sobe o gelo azul usando equipamento de escalada. Demais. ontariooutdoor.com

Keys ’N ­Krates: os ­gigantes do eletrônico canadense

TOP CINCO O MELHOR DE TORONTO

para beber um vinho com seus amigos ao ar livre. Os policiais nunca incomodam. Todo mundo se senta e observa os esquilos brancos que vivem ali e não têm medo das pessoas.”

MOTO NA NEVE

CORBIS, RW PHOTOGRAPHIC INC, DALE TIDY/RED BULL CONTENT POOL, GETTY IMAGES(3)

Tudo para todos  TORONTO  POLICIAIS RELAXADOS, ESQUILOS BRANCOS E DJ s SECRETOS. O QUE VOCÊ AINDA NÃO SABIA SOBRE A GRANDE METRÓPOLE CANADENSE “A melhor coisa sobre esta cidade maravilhosa é a sua variedade”, diz Jr. Flo, do Keys ’N Krates, um trio de Toronto que atualmente é o maior conjunto de música eletrônica do Canadá. “Temos Greek Town, Little India, Little Italy e Chinatown, e tem pessoas de todo tipo vivendo aqui. Qualquer uma delas vai elogiar a cidade, sem precisar ser provocada, dizendo que é a melhor, a mais segura, mais tolerante e com as melhores condições de vida do mundo. Essa variedade cultural também se expressa na cena musical de Toronto. Toda noite tem pelo menos 60 shows ao vivo: hip hop, funk, techno, folk, electro, jazz, ­indie...” Da próxima vez que você estiver na maior ­cidade do Canadá – uma viagem de 90 minutos de avião da cidade de Nova York –, aproveite as seguintes sugestões de Flo e se divirta muito. keysnkrates.com

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1 KENSINGTON MARKET, Kensington Ave. “Este lugar está meio detonado, mas é lendário. Um espaço ­multicultural cheio de lojas ­indianas, cafés rastafáris e ­hippies dando um dois. Todo domingo tem festival na rua.”

2 PIZZERIA LIBRETTO, 221 Ossington Ave. “Você consegue comer uma boa pizza em Toronto, mas as do chef Rocco não têm comparação. Você precisa provar a de calabresa com cebolas caramelizadas.” 3 TRINITY BELLWOODS PARK, 155 Crawford St. “Um oásis bem no burburinho do centro e um lugar tranquilo

4 COSMOS WEST RECORDS, 652 Queen St. “Uma loja de discos extremamente careira. Você paga o dobro do que vale um LP. ­Então, por que as pessoas vão? Porque nenhuma outra loja no mundo tem uma coleção de raridades tão extraordinária.”

5 THE HOXTON, 69 Bathurst St. “Uma dica privilegiada para qualquer um que queira escutar música ao vivo. Você nunca deve perder as after-parties. Os ‘convidados surpresa’ acabam se tornando estrelas famosas.”

As florestas ao ­redor de Toronto são um paraíso ­para aqueles que usam motos de ­neve ski-doo. Os novatos podem aprender rapidamente; quem já sabe alguma coisa pode levantar neve a 100 km/h. backcountrytours.ca

CACHORRADA Tome as rédeas de uma equipe de 4 a 6 huskies e viaje no mais puro estilo canadense tradicional. Passeios podem durar de meio dia a dia inteiro. trythat.ca

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AÇÃO!

BALADA

Búzios, 2 da manhã: esse é o astral da Privilège

MUNDO DA MÚSICA TRÊS TENDÊNCIAS DAS BALADAS

GQOM Esse é o novo estilo de house nascido em Durban, África do Sul: música dark, hipnótica e tribal com uma batida quebrada. Nossa dica: os sons de Jumping Back Slash.

Festa na praia   B ÚZIOS  SITUADA A 100 M DA MÍTICA RUA DAS PEDRAS, A PRIVILÈGE BÚZIOS É O LUGAR CERTO PARA BADALAR NO VERÃO BATIDA

PRIVILÈGE BÚZIOS Av. José Bento Ribeiro Dantas, 550 Búzios, RJ www.privilegebrasil.com

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NOITES DE VERÃO A DJ MANUELA RAHAL DÁ A LETRA DA ESTAÇÃO MAIS QUENTE DO ANO

QUAL É O MELHOR ­CENÁRIO PARA UMA BOA BALADA NO VERÃO? O melhor cenário é uma ­festa diurna, com drinques refrescantes – como um aperol spritz ou uma sangria – e, claro, música boa. QUAL MÚSICA NÃO PODE FALTAR NA PLAYLIST DE VERÃO? A playlist de verão combina com brasilidades em geral, tenho percebido um res­ gate e uma valorização da nossa música. O QUE NÃO PODE TOCAR DE JEITO NENHUM? Na minha humilde opinião, não pode tocar música que só agrada ao DJ. Se as pesso­ as estão curtindo, vale tudo.

Em Lisboa, DJs como Marfox misturam músicas das ex-colônias portuguesas com batidas pesadas. O resultado: house music vibrante que faz suar mesmo se você estiver sentado.

JERSEY CLUB DJ Sliink e seus amigos de Nova Jersey fazem a pista bombar com ritmos excêntricos, trechos de R&B e batida forte (para citar apenas algumas referências).

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WAGNER EMERICH, GUTÁ, WANDERSON MONTEIRO DIVULGAÇÃO

A casa foi inaugurada em 2003 e revo­ lucionou o badalado balneário que atrai algumas das mulheres mais bonitas do Rio de Janeiro. “A noite é simplesmente alucinante. Não tem preço sair na night e caminhar pela Rua das Pedras rumo à praia”, conta João Pedro Bentes, mora­ dor do Rio de Janeiro e frequentador ­assíduo de Búzios, onde vive sua namo­ rada. “Já vi apresentações de DJs como o Carl Cox. Foi surreal.” A Privilège Búzios fica entre uma ­reserva particular e a Praia da Armação e conta com seis ambientes, duas pistas de dança, lounge, dois níveis de camarote, quatro bares, pizzaria, sushi e cozinha de alto nível. Com o sol batendo mais forte no final do ano, vir para a Privilège é ter certeza de que a noite será uma daquelas inesquecíveis baladas de verão. “Agora estou namorando, ela que não me escute, mas tem muita mulher ­bonita na noite de Búzios”, ri João Pedro. “Os solteiros têm tudo para se dar bem.”


AÇÃO!

MÚSICA

APPS D E SO M O segundo álbum do Flying Lotus, Los Angeles, é uma obra-prima com delicados samples de jazz, sons de jogos de computador nervosos e batidas de hip hop crocantes de uma bateria eletrônica que queimou um baseado. Lançado em 2008, balançou o mundo da música eletrônica. Hordas de jovens músicos copiaram o estilo psicodélico enquanto ­astros como Thom Yorke, do ­Radiohead, Snoop Dogg e Herbie Hancock se declararam fãs. Os últimos dois apareceram em seu sexto e último álbum, chamado You’re Dead!, que é sombrio e fala de morte. Aos 31 anos, esse californiano, cujo passaporte mostra o nome Steven Ellison, contou ao Red Bulletin os álbuns de jazz que fizeram ele feliz.

Steven Ellison, o Flying Lotus, 31, produtor de música eletrônica da Califórnia

“Quero ideias revoltantes”  PLAYLIST  JAZZ QUE LEMBRA HIP HOP, DISCOS SOB O EFEITO DE COGUMELOS E UM GRANDE MEDALHÃO: OS DISCOS FAVORITOS DO FLYING LOTUS

1 Weather Report

2 Miles Davis

3 Alice Coltrane

“Descobri este disco dez anos atrás, não muito antes de começar a lançar os meus próprios. Provavelmente, ouvi ele um milhão de vezes desde então pois o disco tem uma das minhas músicas favoritas: ‘Manolete’. Ela é funky e tem uma vibe muito boa. E a batida é bem hip hop, anos antes de o hip hop ser inventado.”

“O Miles tocou trompete como um cara que não gos­ tava de sorrir. Ele tinha esse espírito de ‘nah, f-dam-se vocês todos’. Esse disco, em particular, registra bem esse clima de tristeza. Ele faz o som de um observador. Gosto muito disso. É um dos primeiros discos de jazz com piano elétrico Rhodes, que é um dos meus instrumentos favoritos.”

“Este disco, que foi composto por ­minha tiaavó, é muito influente no que eu faço. Ela lançou não muito depois da morte de seu marido, John Coltrane. Fui influenciado por sua música ainda criança, mas senti mesmo que fui influenciado por ela quando experimentei cogumelos alucinógenos. Fiquei ‘Uau, ela já era boa pra c-alho’. Agora, então!”

4 Soft Machine

5 Charles Mingus

“Falando ­estritamente, não é jazz; é um rock ­progressivo. Mas preciso falar dele porque é um dos meus preferidos de todos os tempos. É uma coisa bem direta para ouvir, tudo se mistura e dá liga, o que é exatamente o que eu tentei fazer em You’re Dead! As ideias são revoltantes. As letras são estranhas, mas musicalmente é incrível.”

“Parece uma peça de teatro porque o som de Mingus tem muito drama. Adoro isso em solos de jazz. Assim que o instrumentista engata uma terceira marcha, meus pensamentos começam a fluir. Penso sobre a vida e a morte. E então volto e fico tipo ‘santo Deus!, é isso que eles estavam tentando fazer’. Eles estavam tentando levar você para um passeio.”

Sweetnighter

Volume 2

WINDISHAGENCY.COM

flying-lotus.com

THE RED BULLETIN

In a Silent Way

The Black Saint and the Sinner Lady

MÚSICOS QUE ROMPEM BARREIRAS

RADIOHEAD: POLYFAUNA Uma atualização recente, depois da estreia em fevereiro, acrescenta novos sons e visuais desconectados do conteúdo original. Baseado no á­ lbum The King of Limbs, de 2011.

Lord of Lords

BERNHOFT: ISLANDER O poeta do soul ­norueguês leva o ouvinte a fazer papel de produtor. Permite que você remixe, reestruture ou acrescente efeitos novos nas músicas em um estúdio de gravação.

M Ú S I CA N A CAB EÇA GADGET DO MÊS!

SONY NWZ-A17 Trinta e cinco anos depois que a Sony ­lançou o walkman, aparece sua mais nova invenção para música de bolso: o mais leve e compacto audio player. Com 64 giga de memória e uma entrada para micro SD. Se você tem saudades do iPod clássico, agora tem coisa melhor. www.sony.com

BJÖRK: BIOPHILIA Sim, todos sabemos que o “primeiro ­álbum em app” foi lançado em 2010, mas você sabia também que ele acabou de entrar no currículo escolar de Islândia e ­Escandinávia?

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V I D A

N O T U R N A

The Zombie Kids: Cumhur Jay (Ă esq.) e Edgar Candel Kerri no backstage do Razzmatazz, em Barcelona

INCENDI

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B a rcel o na a ma m ús i ca el et rô n ica ta nto qua nto a ma f utebo l . O Ra zz mata zz é o C a m p N o u. E os Zo m bi e K i ds são M ess i e N ey mar Jr. O c hute a go l a co ntece à s 3 h 30 POR: ANDREAS ROTTENSCHLAGER FOTOS: YUKY LUTZ

IÁRIOS


V I D A

N O T U R N A

Q ualquer um que queira saber como o mundo da música funciona deveria ­conferir como os Zombie Kids produziram seu primeiro hit. No videoclipe para a música “Face”, que eles subiram no YouTube em maio de 2011, as tomadas de abertura são de uma fila de garotas e uma banda com um sintetizador em evidência. Uma batida repetitiva, possivelmente um sample, muito cativante, marca o ritmo. Nesse momento, você pensa: “Hmm”. Então, o foco muda para o vocalista. Ele é negro, tem a cabeça raspada e os dentes prateados. Ele não veste nada por baixo de uma jaqueta de couro que tem na parte de trás plumas que, vistas de frente, ­parecem duas asas. A música começa de verdade após 16 segundos, e no 19º você pensa que esse cara faz sucesso. Os Zombie Kids fornecem as bases ­musicais: Cumhur Jay, conhecido como Jay, no sintetizador, e Edgar Candel Kerri no baixo. As mulheres dançam, e os homens, sem camisa e tatuados, dão socos no ar. O clipe diz muito sobre o que você precisa saber sobre o gosto da banda. “Nós filmamos na sala da casa de Jay”, diz Edgar. E quem é o vocalista? “Seu nome é Aqeel e ele era um des­ conhecido em 2011 [quando o clipe foi ­publicado]. Nós gostamos das roupas que ele vestia, então colocamos um ­microfone na mão dele.” 72

O rapaz fez os Zombie Kids ficarem f­ amosos, garantiu a eles um contrato ­assinado com a Universal, uma campanha publicitária com a maior cervejaria do México e um prêmio na MTV Europa. Se você quiser contratar a dupla, esteja preparado para pagar dois quartos de ­hotel cinco estrelas e menus vegetarianos. “Nós seguimos aquela velha frase punk”, diz Edgar, para explicar o sucesso. “Faça tudo você mesmo.”

D E VO LTA D O M U N D O D O S M O RT O S

É uma manhã de agosto quente em Barcelona. Edgar e Cumhur estão dando risada no sofá do loft de Edgar que tem paredes brancas, pé-direito alto e uma enorme TV de tela plana. Os Zombie Kids estão um pouco cansados. Eles simplesmente


“Os j ove n s h o j e ou vem u ma mistu ra ma l u ca d e h ou se, ro c k e rap. Faze mos o so m d a g era çã o S p otif y. ”

Admirador de longe: Pallis Lyons (acima, com as mãos para o alto) viajou cerca de 17 mil km para ver os Zombie Kids: o público do Razzmatazz ama o grupo

A noite para os rapazes saírem: The Zombie Kids tocando (acima) enquanto Edgar (também acima e olhando para a câmera no detalhe) divide o champanhe com os baladeiros


passaram os últimos três anos viajando o mundo em turnê. Eles tocaram em ­festivais em Abu Dhabi e gravaram clipes na Guatemala. Realizaram 26 apresentações em clubs nos últimos 30 dias. Mas eles também estão um pouco tensos. Nesta noite, tocarão no Razzmatazz, que é um pouco como se o time do Barça jogasse no Camp Nou. “É um jogo em casa”, diz Edgar, que depois aponta a TV, onde está passando um jogo amistoso ­antes da temporada espanhola. Edgar, 35 anos, é coberto por tatuagens, incluindo as letras P-U-N-K nas ­articulações de sua mão direita. Ele tocou guitarra em uma banda de hardcore quando era mais novo. Rodou a Europa em ônibus detonados. Jay, 34 anos, tem uma barba cheia, ­negra, e na cabeça um boné de beisebol virado ao contrário. Ele estudou economia em Londres, mas quase faliu ao ter gastado todo seu dinheiro em discos. Jay é o nerd da música. Como Edgar, ele também tem tatuagens em seus braços e pernas, mas usa camisas de manga comprida quando negocia seus contratos, quando, ele diz, “um look mais discreto ajuda”. Edgar e Jay são conhecidos pela ­ostentação excessiva dos seus shows. ­Derramam champanhe no público e vestem seus vocalistas em fantasias bizarras. 74

A noite segue: às 4h, as pessoas não estão apenas dançando diante do palco (abaixo, à dir.). Elas também estão dançando em cima dele (abaixo)


Verão em Barça: não tem um dresscode na Razzmatazz. Mas, quanto menos, melhor

Em Madri, jogaram US$ 6 mil em notas de US$ 1 na multidão. “Eles não acredi­ taram que era dinheiro mesmo”, diz Jay. “Continuaram dançando.” Sua música é uma rebelião contra a barreira de gêneros. “Nós produzimos música para a geração Spotify”, explica Edgar. “Os jovens hoje escutam uma ­mistura maluca de house, rock e rap. ­Somos DJs que misturam estilos.” Nos discos da dupla você encontrará hinos de festa sem sentido, como ­“Spanish Sauce Mafia”, e raps pesados, como “Broke”. Nos seus clipes você vai ver hipsters vestindo legging rosa, rappers com dreads e brigas de cachorro.

BASTIDORES

“Você p re c i sa e n lo u q u e ce r a g a l e ra n o p onto a lto d a n o ite, e ntre 3 h e 4h d a ma n hã . ”

É de manhã. Edgar e Jay estão em um táxi que vai para o Razzmatazz, na antiga área industrial de Barcelona. O club, que fun­ ciona desde 1986, foi instalado em uma antiga fábrica de algodão, uma construção de tijolos coberta de pichações. No back­ stage, o cheiro é igual ao de um salão de festas em um porão. Tem paredes com azulejos, um sofá vermelho todo gasto e as latas ficam em um freezer detonado. “Não tem um ponto de partida melhor para uma carreira internacional que Bar­ celona”, explica Jay, especialmente por causa de importantes festivais de música, como Sónar e Primavera Sound, que tra­ zem os mais importantes nomes da cena todos os anos. Um grande número deles

V I D A

N O T U R N A

também toca no Razzmatazz. “A-Trak, ­Fatboy Slim e Diplo tocam aqui se a semana é quente. As pessoas estão acostumadas a shows de primeira. O público é importante. Você precisa agitar a galera no ponto alto da noite, entre as 3h e 4h da manhã.”

FOGO

Às 2h30, Jay coloca o pen drive de 32 GB nas mesas de som do palco. Gravadas nele estão 929 faixas, munição mais que suficiente para um set de duas horas e meia. Edgar e Jay criam as playlists dire­ tamente do computador. Na extremidade do palco, roadies carregam equipamentos: canhões de confete, máquinas de fumaça e duas garrafas de champanhe caro. As luzes se apagam. A primeira música balança as caixas: um ataque de DJ ­amplificado por 13 mil watts. A música chama-se “Suck My Motherf-cking Dick”. Cerca de 2 mil pessoas, quase todas elas menores de 30 anos, vão para perto das picapes. Para a tão importante hora entre 3h e 4h, eles mudam o andamento do som. Às 3h em ponto, Edgar e Jay aumentam as bpm de 100 para 128. Aí é que a festa começa. O público se transforma em um turbilhão de braços e smartphones ­erguidos ao alto. Edgar fica em pé nas mesas com as pernas abertas. Às 3h30, Jay e Edgar tocam mais uma de suas músicas com o vocal de Aqeel, chamada “Fire”. Cerca de 2 mil pessoas cantam junto. As máquinas de confete cospem ­purpurina dourada. Edgar joga champa­ nhe no público. Os DJs e a multidão são uma mesma coisa. As garotas dançam no palco. Nem os mais impressionados fãs olham para o lado. Pallis Lyons, 30 anos, com seus cabelos encaracolados, viajou desde Sydney, na Austrália, para ver os Zombie Kids. Jay conseguiu um backstage pass para ele. Pallis está ao lado das picapes, tirando fotos com o celular. “Os Zombies queriam tocar na Austrália”, ela grita, “mas não deu certo. Então, pensei: ‘F-da-se. Eu vou até eles’.” Outro jato de purpurina dourada é esguichado. A diversão vai até 5h. Quinze minutos depois, Edgar e Jay ­estão sentados no backstage. O clássico em Barcelona terminou em vitória para eles. Jay diz que você só consegue ser grande se fizer muitos shows. Edgar diz que algumas vezes ele acorda sem saber em que cidade está, mas já se acostumou. Serão 200 shows em 2014. E, daqui a oito horas, os Zombie Kids estarão em um jato voando para Madri. www.thezombiekids.es

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AÇÃO!

GAMES

JOGO DE EQU I PE OPÇÕES MULTI­ PLAYER: CONHEÇA TRÊS GAMES ­INDEPENDENTES

FOUL PLAY O barão inglês Dashforth e seu aprendiz Scampwick des­ cem porrada em demônios na frente do público. Peça de teatro inter­ ativa e pancadaria, tudo junto. PC, Xbox 360 e PS 4. Terroristas contra exércitos privados: o futuro em Call of Duty

Realismo todo ano   C ALL OF DUTY  A 11ª EDIÇÃO DO CLÁSSICO DO TIRO EM PRIMEIRA PESSOA LEVA O JOGADOR AO FUTURO

O novo Call of Duty: para PC, Xbox e PlayStation

O ano é 2054: a humanidade se vê refém de uma misteriosa organização terrorista que ataca usinas nucleares ao redor do mundo. E, como o governo mundial não consegue detê-la, organizações militares privadas entram em cena para combater os terroristas, valendo-se de toda tecnologia disponível no ano 2054. Os jogadores de Call of Duty: Advanced Warfare se veem no meio dessa batalha. Alguns acham que esse não é só mais um, mas é “o” jogo de tiro em primeira pessoa por excelência. Outros acham que não passa de mais um game direto da

linha de montagem com uma capa diferente. Uma coisa é certa: ninguém fica indiferente a Call of Duty. O que não surpreende quando se trata de um jogo que vendeu centenas de milhões de cópias. A história de sucesso da série começa em 2003 com a chegada ao mercado da ­primeira edição de Call of Duty, ambientado na ­Segunda Guerra Mundial. As sequências saíram anualmente, ambientadas uma vez na Guerra Fria, outra no presente. Uma coisa todas as edições têm em comum: nunca os jogos de guerra pareceram tão verdadeiros. Desde o abalo causado ­pelas explosões até o rebote das armas. E isso continua igual em Call of Duty: Advanced Warfare. A principal novidade é o arsenal à disposição: agora com drones, granadas inte­ ligentes e exoesqueletos que te dão superpoderes.

BATTLEBLOCK THEATER Dois jogadores têm que se safar juntos de arma­ dilhas mortais. Exige habilidade e preparo físico ­para rir muito. PC e Xbox 360.

OS NÚMEROS DA SÉRIE CALL OF DUTY

100

5

25

32,2

Mais que a população das regiões Sudeste e Centro-Oeste juntas.

Cinco vezes mais que o total de veículos do planeta.

Somadas são 2,85 milhões de anos: mais tempo do que a história da evolução humana.

Se escreve assim: 32 200 000 000 000 000 – isso mesmo, são 14 zeros.

milhões de jogadores em todo o mundo

76

bilhões de veículos destruídos

bilhões de horas de jogo

quatrilhões de tiros

Dois lutadores ­distribuem panca­ das México afora. O objetivo é liber­ tar pessoalmente a filha do señor Presidente. Luta e diversão para PC, PlayStation e Xbox.

THE RED BULLETIN

VALVE, ESL

GUACAMELEE


L UZ, CÂMERAS, AÇÃO SANTOS BLOCKBUSTERS (E BOMBAS)!

J O G O R Á P I D O

MICHIEL HUISMAN

Como o novo filme de Ridley Scott, Êxodo: Deuses e Reis, vai se sair nas bilheterias?

Depois de papéis nos seriados Nashville e Orphan Black, Michiel Huisman entrou para o elenco permanente de Game of Thrones. Neste mês, vive um romance com Reese Witherspoon no filme Wild, baseado no livro de Cheryl Strayed, que caminhou 1 750 km em uma jornada de autoconhecimento.

Rei Davi

(1985) Richard Gere como Davi, o escravo de Golias Bilheteria: US$ 5 milhões

A Última Tentação de Cristo (1988) David Bowie como Pôncio Pilatos, carrasco de Jesus Bilheteria: US$ 8 milhões

CORBIS, 20TH CENTURY FOX

Por: Geoff Berkshire

the red bulletin: Você faz cenas quentes com a Reese em Wild. Como encarou a experiência? michiel huisman: Tem que encarar e ver o que rola. [O sexo] foi um elemento importante para Jonathan, o meu personagem na história. [Cheryl] está em uma trilha e ela conhece muita gente, mas, quando conhece Jonathan, algo pouco a pouco começa a mudar. Antes, quando ela estava com um cara, tinha esse elemento de autodestruição inerente à relação. E, naquela hora, pareceu como o começo de uma experiência mais positiva, de se dar bem com o cara. Ela literalmente entra na minha vida um dia e sai no dia seguinte. Você conheceu Cheryl e falou sobre as experiências? Eu jantei com ela, seu marido e Jean-Marc Vallée [o diretor de Wild]. Tivemos a oportunidade de fazer perguntas sobre Jonathan. Já sabíamos muito a partir do livro, mas tudo o que não sabíamos nós conseguimos saber de Cheryl sempre que seu marido ia ao banheiro. Perguntava: “Como é que foi?” E, toda vez que o marido dela voltava, era tipo, THE RED BULLETIN

A Paixão de Cristo

(2004) Jim Caviezel como o carpinteiro amigão Jesus Cristo Bilheteria: US$ 611 milhões

Noé

(2014) Russell Crowe como Noé, o construtor da arca Bilheteria: US$ 359 milhões

Cenas de sexo selvagem com Witherspoon? “Você tem que encarar e ver o que rola.” “Você está falando sobre o Jonathan de novo?”. Mas ele foi legal, nós estávamos todos brincando. Você consegue se imaginar fazendo alguma coisa como a caminhada de Cheryl? Sim, mas estava pensando em levar pouca coisa... Seriam quatro dias com a minha mulher. Nós poderíamos mandar uma remessa com nossas ­mochilas para o hotel mais próximo [risos]. Mas também gostaria de tentar fazer com um pouco mais de seriedade.

Ao ver o filme, dá muita vontade de encarar um desafio como esse. Você é reconhecido por Game of Thrones? No ano passado, foi divertido estar em três eventos diferentes. As pessoas chegavam em mim e eu pensava “OK, elas assistem a Game of Thrones” e elas diziam “Adorei ver você em Nashville!”. Mas, agora que entrei para o elenco permanente de Game of Thrones, não vou fazer mais TV.

Êxodo: Deuses e Reis

(estreia em 12 de dezembro) Christian Bale como ­Moisés, o homem que ­dividiu o Mar Vermelho Bilheteria: a ser apurada

www.foxsearchlight.com/wild

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AÇÃO!

NA AGENDA

20/12, no Rio

Bola oval Brasil, Ilhas Fiji, Argentina, Uruguai, Itália e França disputarão o Desafio Internacional de Rugby, na praia de Copacabana, no Rio. O evento, organizado pela CBRu (Confede­ ração Brasileira de Rugby), faz parte de uma série de preparativos para a equipe brasileira que disputará pela primeira vez na história a Olimpíada, em 2016, aqui no Brasil, quando a modalidade Rugby Sevens entrará no calen­ dário olímpico. O time brasileiro, por ser o anfitrião, está automaticamente classificado para a competição, e a ideia é que o esporte ganhe cada vez mais atenção e investimentos até o ano olímpico. O primeiro teste, para ­homens e mulheres, será em Copa. www.brasilrugby.com.br

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A 1a seleção brasileira de rugby se prepara para a Olimpíada

6/12, no Rio

Vanessa da Mata Uma das musas da nova MPB canta na Fundição Progresso no começo de dezembro. Opor­ tunidade para se inspirar com a voz da bela cantora nascida em Mato Grosso e que chegou às paradas internacionais com a parceria ao lado do cantor americano Ben Harper, com a música “Boa Sorte/Good Luck”. Em sua turnê atual, do disco ­Segue o Som, lançado no começo do ano, Vanessa canta sucessos como “Baú” e “Ai, ai, ai”. fundicaoprogresso.com.br

THE RED BULLETIN


26/11, em São Paulo

ADEUS, ANO VELHO

De Estocolmo O duo sueco Icona Pop explodiu em 2014 com ­sucessos como “Manners” e “I Love It”, hit obrigatório nas pistas de dança de nove entre dez festas. As belas Caroline Hjelt, de 27 anos, e Aino Jawo, 28, aportarão no palco do Cine Joia, em São Paulo, e, como elas próprias dizem, vão trazer músicas “que fazem rir e chorar ao mesmo tempo”.

AINDA EM DEZEMBRO

5

www.cinejoia.tv

DEZEMBRO

SERTANEJO

20/12, em Barueri

Aino e Carol, as meninas do Icona Pop

É treta! Lyoto Machida e CB Dolloway protagonizarão o principal duelo do evento do UFC que acontece em Barueri, SP. Lyoto Machida realizará sua terceira luta pelo UFC no país, após fazer o coevento principal do UFC Rio 4, em 2013, e o evento principal do UFC em fevereiro passado, em Jaraguá do Sul, SC. Será a segunda visita do UFC a Barueri. O último evento na cidade aconteceu em outubro de 2013, com o duelo entre Demian Maia e Jake Shields.

A dupla Bruno & Marrone se apresenta do dia 5 a 7 de dezembro no Citibank Hall, em São Paulo. Os fãs de serta­ nejo poderão ­soltar o gogó em canções como “Dormi na Praça”. ticketsforfun.com.br

www.ufc.com

27

4/12, em São Paulo

DEZEMBRO

Craque do Sonic

REGGAE NA PRAIA

O Popload Gig traz ao Brasil o novo pro­jeto do ex-líder do Sonic Youth, o músico americano Thurston Moore. Desde que a banda nova-iorquina entrou em hiato por tempo indefinido, em 2011, Moore ­fixou residência em Londres e tem mantido a alta produção de músicas e empreitadas sonoras gerais que marcou sua carreira. O supergrupo Thurston Moore Band acabou de lançar o disco The Best Day, o quarto da carreira solo de Moore. Segundo ele, o álbum se ­divide entre canções com guitarras barulhentas e lindas baladas acústicas.

A banda Planta & Raiz se apresentará em Maresias, SP, pouco antes do Réveillon. O show acontece no Morocco e promete unir surfistas, mulheres ­bonitas e todos os veranistas. morocco.com.br

JOAO PIRES, DIVULGAÇÃO (3), 2012 JOSH HEDGES/ZUFFA LLC

www.cinejoia.tv

De 4 a 7/12, em São Paulo

5 a 7/12, em Paraty

13 e 14/12, em Recife

7/12, em São Paulo

Festa das HQs

Arte pura

MPB na veia

Games ao vivo

A Comic Con Experience acontecerá no Expo Imigrantes. O primeiro evento por aqui nos moldes das comiccons realizadas em diversas partes do mundo, que reúnem fãs e profissionais de quadrinhos, cinema, TV, games, ­animes, RPGs, memorabílias e colecionáveis para conhecer as últimas novidades. www.ccxp.com.br

O Prêmio Belvedere Paraty de Arte Contemporânea, ­idealizado pelo artista italiano ­Cesare Pergola, chega à sua quinta edição em Paraty, RJ. Desde 2010, o prêmio já ­levou à cidade vários artistas e ­protagonistas da arte contemporânea brasileira, como Emanoel Araújo, Regina ­Silveira e Mônica Nador. www.paraty.com.br

Gilberto Gil e Marisa Monte juntos, Caetano Veloso, Ana Carolina, Arnaldo Antunes, Lenine, Preta Gil, Seu Jorge, Maria Gadú, Banda do Mar (projeto de Marcelo Camelo e Mallu Magalhães) e Nação Zumbi. Essas são atrações já confirmadas para a primeira edição do Festival MPB, que acontece em Recife, PE. www.festivalmpboficial.com.br

O evento que une orquestra com música de games num show de vídeo e luzes celebrando a cultura gamer é ­capitaneado pelo influente compositor de trilhas para games Tommy Tallarico ­(Earthworm Jim, MDK, ­Metroid Prime 2 e mais de 200 jogos). É o “Videogames Live”, no Teatro Bradesco. www.teatrobradesco.com.br

THE RED BULLETIN

28 DEZEMBRO

TOCA LULU Um dos maiores nomes do pop n ­ acional volta aos palcos em um show repleto de hits. Intitulada “Toca-Lulu”, a turnê aborda ­várias fases da carreira do cantor e compositor. ticketsforfun.com.br

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Estes relógios estão competindo pelo primeiro lugar no nosso pulso. Eles são finos e/ou sofisticados e/ou práticos e/ou esportivos. Queremos ter todos!

POR FAVOR, QUE HORAS SÃO? 80


FUNÇÃO Estes quatro fazem a conexão entre o seu pulso e o smartphone. Ou dão simplesmente aquela mãozinha na hora de gravar as aventuras ao ar livre

Suunto AMBIT3 www.suunto.com A sua melhor companhia ao ar livre. Para ­registrar e avaliar o que você fizer e/ou com­ parar com os amigos. Com GPS e medidor de pulso, o Ambit3 se conecta ao iPhone por meio do aplicativo Movescount.

Apple WATCH www.apple.com A nova interface de ­comunicação entre seu pulso e o iPhone e que também mostra as horas. A ideia é: ­offline? Nunca! Dados, esporte, saúde e o ­es­pírito do momento. ­Assim é o ­futuro segundo a Apple. Muito mais que um ­simples relógio.

Garmin FORERUNNER 610 www.garmin.com Para aguentar aventuras ao ar livre. Registra distância, velocidade, GPS, frequência cardíaca e consumo de calorias quando você corre ou anda de bicicleta. No modo virtual partner ou virtual racer, ele é seu adversário digital para motivá-lo a ir mais longe.

Samsung GEAR2 www.samsung.com A interface de comunicação entre seu pulso e seu celular ou tablet Samsung. Tem uma ­câmera para fotos instantâneas. E ainda pode fazer as vezes de controle remoto da sua televisão Samsung em casa.

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FAMA Estes cinco são principalmente relógios. Com algumas funções adicionais, eles podem ser utilizados em diferentes situações. Tanto dentro quanto fora d’água

Tudor HERITAGE BLACK BAY www.tudorwatch.com Relógio de mergulho ou cult? As duas coisas! Em 2013, a Tudor lançou o modelo com bezel vermelho, e todos queriam ter. A versão deste ano com bezel azul é ainda mais desejada. Tanto embaixo d’água quanto sobre a terra.

Longines THE LONGINES HERITAGE 1973 www.longines.de A marca com sede em Saint-Imier, Suíça, tem uma longa história e tradição. Os cronó­ grafos sempre foram sua especialidade. O Heritage 1973 é um tributo a um modelo Longines daquele ano que era equipado com corda manual ­“Calibre 30 CH”.

Bell & Ross B-ROCKET www.bellross.com Um relógio homenageia uma moto única, projetada pela inglesa Shaw Harley-Davidson. Para Bell & Ross é o início de uma nova era de ­modelos relacionados não só com a aviação. Cool e exclusivo.

TAG Heuer CARRERA CALIBRE 7 TWIN-TIME www.tagheuer.com O terceiro ponteiro com o detalhe em vermelho marca, no painel de 24 horas na margem do mostrador, uma hora independente do fuso horário “normal”. Para os viajantes do mundo não perderem a perspectiva ­durante a viagem.

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Seiko ASTRON seikowatches.com Graças ao GPS, este Seiko sempre sabe onde seu dono está. Não é necessário ajustar manualmente a hora quando se viaja através dos fusos horários. O Astron faz isso automaticamente. Inteligente: sob o mostrador, há ­células fotovoltaicas para carregar a bateria.


PODER Estes cinco são nobres e desejados. A prova definitiva de estilo e status

Rolex GMT-MASTER II www.rolex.com O pai de todos os ­relógios GMT/UTC. O ponteiro com a seta marca um ­segundo fuso horário independente da hora principal. De primeira qualidade, nobre e cult.

Panerai LUMINOR 1950 3 DAYS GMT www.panerai.com Com um fuso horário ajustável independente. Design italiano e preci­ são suíça para desfrutar o prazer de viver. Para homens e mulheres.

Breitling CHRONOMAT 44 AIRBORNE www.breitling.com Trinta anos atrás a Breit­ ling criou o Chronomat para os membros da ­esquadra Frecce Trico­ lori. Desde então, ele é ­sinônimo de excelência em relógios para avia­ dores. O modelo do ­jubileu (41 ou 44 mm) se espelha no original.

Omega SEAMASTER 300 MASTER omegawatches.com O renascimento do ­lendário Seamaster 300 dos anos 1950. Os mo­ delos atuais incorporam os avanços tecnológi­ cos da Omega. Cada versão confirma tudo o que a marca tem para oferecer.

Hublot BIG BANG FERRARI TITANIUM CARBON www.hublot.com Hublot é o mestre dos nichos exclusivos. Entre eles a parceria com a Scuderia Ferrari. O material que mescla carbono e titânio e o mostrador vermelho remetem às máquinas da Fórmula 1.

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DIVERSÃO Cinco materializações de tudo que é cool, ­selvagem, rebelde e de alta qualidade. A droga de iniciação perfeita no mundo dos relógios

Victorinox INOX victorinoxwatches.com Feito com o objetivo de ser um relógio ­especialmente ­resistente. Com ­sucesso! A parte ­saliente é removível e protege o Inox ainda mais em situações ­extremas. É o preferido dos bombeiros.

Swatch COLOR-KILT www.swatch.com Coleção outono-inverno 2014. Como sempre, colorida, chamativa, ­insubmissa e de alta qualidade: é assim que a marca suíça ­conquista o coração dos clientes há anos.

Casio EDIFICE www.casio.com O relógio dos pilotos Ricciardo e Vettel, da Infiniti Red Bull Racing. Conectado via bluetooth com o iPhone e todos os celulares ­Android para mostrar sempre a hora certa. Os tempos marcados no cronômetro podem ser transferidos ao celular.

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Ice-Watch BMW MOTORSPORT ice-watch.com A DTM é o superlativo do esporte automobilístico de alta velocidade na Alemanha. Nesta temporada, a Ice-Watch aposta no automobi­ lismo e na BMW como parceira exclusiva e motivada.

Fossil SPROCKET www.fossil.com Aqui tudo gira ao redor da mecânica refinada: o Sprocket a exibe ­através de engrenagens coloridas. O mostrador deixa entrever parte do mecanismo interno e lembra o dono de vez ou outra dar um tempo e se divertir.



Diretor de Redação Robert Sperl Redator-Chefe Alexander Macheck Editor de Generalidades Boro Petric

Diretor de Criação Erik Turek Diretor de Arte e de Criação Adjunto Kasimir Reimann

Diretor de Arte Miles English Diretor de Fotografia Fritz Schuster

Editora Executiva Marion Wildmann Editor Geral Daniel Kudernatsch Editores Stefan Wagner (Editor-Chefe), Werner Jessner (Chefe de Redação), Lisa Blazek, Ulrich Corazza, Arek Piatek, Andreas Rottenschlager Editores Online Kurt Vierthaler (Editor-Chefe), Andrew Swann Colaboradores Muhamed Beganovic, Georg Eckelsberger, Sophie Haslinger, Holger Potye, Clemens Stachel, Manon Steiner, Raffael Fritz, Marianne Minar, Martina Powell, Mara Simperler, Lukas Wagner, Florian Wörgötter Editores de Arte Martina de Carvalho-Hutter, Silvia Druml, Kevin Goll, Carita Najewitz, Esther Straganz Editores de Fotografia Susie Forman (Diretora de Fotografia), Rudi Übelhör (Diretor de Fotografia Adjunto), Marion Batty, Eva Kerschbaum

Ilustrador Dietmar Kainrath Diretor Editorial Franz Renkin Anúncios Internacional Patrick Stepanian Gestão de Anúncios Sabrina Schneider Marketing & Gerência de Países Stefan Ebner (Diretor), ­Manuel Otto, Elisabeth Salcher, Lukas Scharmbacher, Sara Varming

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Gerente Geral e Publisher Wolfgang Winter Produção de Mídia Red Bull Media House GmbH Oberst-Lepperdinger-Straße 11–15, A-5071 Wals bei Salzburg (Áustria); Tribunal de registro de empresas: Tribunal de ­justiça de S ­ alzburgo; Número de registro: FN 297115i; UID: ATU63611700

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THE RED BULLETIN Nova Zelândia, ISSN 2079-4274 Editor Nova Zelândia Robert Tighe Editores Nancy James (Subeditora-Chefe), Joe Curran (Subeditor-Chefe Adjunto) Gerente de Projeto e Vendas Brad Morgan Venda de Anúncios Brad Morgan: brad.morgan@nz.redbull.com Impressão PMP Print, 30 Birmingham Drive, Riccarton, 8024 Christchurch Assinaturas Preço da assinatura: NZD 45,00; 12 edições/ano www.getredbulletin.com, subs@nz.redbulletin.com Redação 27 Mackelvie Street, Grey Lynn, Auckland 1021 +64 (0) 9 551 6180

THE RED BULLETIN Reino Unido, 2308-5894 Editor Reino Unido Paul Wilson Editores Florian Obkircher, Ruth Morgan, Nancy James (Subeditora-Chefe), Joe Curran (Subeditor-Chefe Adjunto) Gerente de Projeto e Vendas Sam Warriner Venda de Anúncios Georgia Howie: +44 (0) 203 117 2000, georgia.howie@uk.redbulletin.com Impressão Prinovis Ltd. & Co. KG, 90471 Nuremberg Redação 155-171 Tooley Street, Londres SE1 2JP, +44 (0) 20 3117 2100

THE RED BULLETIN Suíça, ISSN 2308-5886 Editor Suíça Arek Piatek Gerente de Canal Antonio Gasser, Melissa Burkart Revisão Hans Fleißner Venda de Anúncios Mediabox AG, Zurique: contact@mediabox.ch Assinatura Preço da assinatura: CHF 19,00; 12 edições/ano www.getredbulletin.com, abo@ch.redbulletin.com

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“ Eu escolhi simplesmente a via mais íngreme.” O espanhol Andreu Lacondeguy, vencedor do Red Bull Rampage, explica sua vitória com objetividade

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Virgin (Utah), EUA, 28 de setembro de 2014


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