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3 ADAPTAÇÃO

3 ADAPTAÇÃO

A adaptação surge do conceito de trazer uma releitura para transformar algo em um tipo de linguagem diferente, levando em consideração a narrativa da obra original e assim adaptando para uma linguagem mais atual ou de acordo com a identidade do público que vai consumir o produto.

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A teoria da adaptação tem à sua disposição, até aqui, um amplo arquivo de termos e conceitos para dar conta da mutação de formas entre mídias –adaptação enquanto leitura, re-escrita, crítica, tradução, transmutação, metamorfose, recriação, transvocalização, ressuscitação, transfiguração, efetivação, transmodalização, significação, performance, dialogização, canibalização, reimaginação, encarnação ou ressurreição. (STAM, 2006, p. 9)

Grande parte do arquivo de produções audiovisuais é composto por trabalhos autorais e adaptações de outras obras, sendo elas obras em domínio público ou parcerias entre escritores e grandes empresas. A adaptação nem sempre surge de grandes obras literárias, HQ’s, webcomics, contos, e roteiros autorais podem se tornar em grandes blockbusters. Essas releituras surgem a partir da parceria do autor da obra e da produtora/diretor que quer transformar a obra em um conteúdo midiático. Para adaptar uma obra deve-se pensar na contextualização daquele produto em outro tipo de linguagem, sendo em filme ou áudio. Na época de ouro da rádio brasileira, quando milhares de ouvintes consumiam radionovelas, as adaptações serviam para fazer com que diferentes públicos continuassem escutando e acompanhando os episódios . A adaptação de roteiros de outros países era comum, trazendo então para uma linguagem mais brasileira, transformando a obra, dependendo do horário e público, mais romântica, mais dramática, ou qualquer tipo de gênero mais aceito pelo público. Em filmes as adaptações ocorrem pensando além do diálogo e de como a história é contada, deve ser levado em consideração o visual da história e como manter a atenção nos detalhes da trama, com efeitos visuais e cenas marcantes. Se uma obra fosse ser adaptada para dois tipos de linguagens diferentes, áudio (podcasts, audiodramas, etc) ou visual (filmes, séries, curtas, etc), a linguagem da obra original teria quer ser apresentada diferentes nos dois meios, para que o público consiga se conectar de formas diferentes e ter experiências distintas da obra.

Por meio desses elementos instituídos pelos próprios consumidores é que as mensagens veiculadas na mídia são filtradas e apreendidas, todavia esse entendimento dá-se pelo grau de (re)leitura que estes indivíduos possuem, levando em consideração suas limitações e seus horizontes sociais. (CORREIA; OLIVEIRA, 2011, p. 6)

Com a ascensão dos podcasts e do mercado de produtor de linguagem radiofônica, as adaptações de obras literárias para audiolivros e podcasts semanais como séries aumentou muito. O século XX trouxe novos meios que a geração atual consome produtos audiovisuais, com a necessidade de fazer mais atividades ao mesmo tempo, o podcast abriu caminhos para que o audiolivro, que já exista como um meio de deficientes visuais pudessem ler sem o sistema braille, fosse visto de outras maneiras, como consumir mais conteúdos ao mesmo tempo enquanto praticam exercícios físicos, tarefas diárias ou trabalham. Os audiolivros foram apenas o começo para a expansão da linguagem radiofônica no mercado de produtos em serviços de streaming, a adaptação de roteiros originais, e obras literárias para audiodramas e a distribuição semanal de audiolivros como se o espectador estivesse acompanhando uma série, por isso a ideia de adaptar um livro já conhecido, como o de Agatha surgiu. Em 2022, o livro “Morte no Rio Nilo” de Agatha foi adaptado para um roteiro de cinema, pensando também em aproveitar do interesse de pessoas que gostaram do filme, e querem saber mais sobre a autora, encontrar o audiobook pode fazer com que sirva de uma ponte para a apresentação de tipos diferentes de adaptações e também o conhecimentos de diferentes obras realizadas pela a autora. Para a realização da adaptação ser possível é preciso entender o formato da linguagem escrita do produto, por se tratar de um livro do século XX, e como adaptar em uma linguagem sonora, pensando também na linguagem atual do século XXI, e assim conseguir um diálogo mais direto com o público que consome esse tipo de mídia. Com o nosso projeto, vamos utilizar as ferramentas da adaptação em diversas ocasiões, visto que mudaremos o formato original do “Misterioso Caso de Styles”, o adaptando para melhor englobar nosso público alvo.

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