AgÊncia Clã

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Campus Liberdade - Matutino

Trabalho Interdisciplinar Projeto Primeiro Cliente

Projeto Interdisciplinar das turmas 5D e 6E, respectivamente 5º e 6º Semestres do Curso de

Comunicação

Propaganda,

Social

que

objetiva

Publicidade elaborar

e

uma

campanha publicitária para uma empresa do terceiro setor.

Equipe Clã

Amanda Santos

1678986-5

Beatriz Paradela

1636853-3

Daniella Lima

1623519-3

Giovanna Frasson

1602820-1

Jackeline C. P. Castilho

1686052-7

Myllena Santos

1627099-1

Nathália B. Monteiro

1677076-5

Stephanie Correia

1620833-1

São Paulo 2018

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RESUMO

O Projeto “Primeiro Cliente” objetiva a criação de uma campanha publicitária para uma empresa do terceiro setor, ou seja, Organizações Não Governamentais, Fundações ou Associações. Designamos a Pimp My Carroça (PMC), ONG que apoia a causa dos catadores de material reciclável e carroceiros, tirando esses trabalhadores da invisibilidade. A partir de um “briefing”, analisamos microambiente, macroambiente e “SWOT” para definirmos os pontos fortes e pontos fracos do da ONG, além do planejamento de marketing e de campanha, cálculo de custos para inserção nas mídias online e offline e produção fotográfica para desenvolvimento das peças publicitárias. A Pimp My Carroça aposta em uma tecnologia cada vez mais presente no dia-a-dia do brasileiro e quer promover o aplicativo CATAKI – o aplicativo da reciclagem (http://www.cataki.org). O app conecta carroceiros e cooperativas, a pessoas e empresas que necessitem de seus serviços de coleta e, ainda, ajudam a manter o meio ambiente em equilíbrio, inserindo, em sua rotina, uma prática simples e efetiva: a reciclagem. Através da campanha “CELULAR SEM USAR, TÁ NA HORA DE DOAR”, visamos arrecadar 500 aparelhos de telefonia celular, que serão repassados aos carroceiros, para que possam receber o contato dos usuários do aplicativo, gerando, assim, mais reciclagem, custos mais baixos aos usuários e mais renda aos catadores e carroceiros.

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SUMÁRIO 1. Introdução........................................................................................................06 2. Apresentação da Empresa do Terceiro Setor..............................................07 2.1. Sobre a Pimp My Carroça e Seus Produtos........................................07 2.1.1. Missão............................................................................................08 2.1.2. Visão..............................................................................................08 2.2. CATAKI – O aplicativo de Reciclagem.................................................08 2.3. Edição Pimp My Carroça......................................................................09 2.4. Pimp Nossa Cooperativa......................................................................09 2.5. Pimpex.................................................................................................09 2.6. Desafio Pimp........................................................................................10 2.7. Ações Artvistas.....................................................................................10 2.8. Loja e produtos.....................................................................................10 2.9. Mini Carroças: obras de arte que alimentam novas ideias..................10 3. Microambiente e Macroambiente..................................................................11 3.1. Análise do Microambiente....................................................................11 3.1.1. ONGs com a Mesma Causa..........................................................11 3.1.2. Ambiente Interno............................................................................11 3.1.3. Fornecedores.................................................................................11 3.1.4. Perfil do Consumidor.....................................................................12 3.2. Análise do Macroambiente...................................................................12 3.2.1. Ambiente Demográfico..................................................................12 3.2.2. Ambiente Político/Legal.................................................................13 3.2.3. Ambiente Natural...........................................................................14 3.2.4. Ambiente Socioeconômico............................................................14 3.2.5. Ambiente Tecnológico...................................................................15 3.2.6. Ambiente Econômico.....................................................................15 3.2.7. Ambiente Cultural..........................................................................15 3.2.8. Análise SWOT...............................................................................16 4. Fundamentação da Pesquisa.........................................................................17 4.1. Metodologia Aplicada...........................................................................17 4.2. Fase 1 – Pesquisa Exploratória por Levantamento de Dados Secundários........................................................17 4.2.1. Objetivo da Fase 1 e Levantamento de Dados Secundários.....................................................18 4.2.2. Dados Colhidos..............................................................................18 4.3. O Produto.............................................................................................53 4.4. Considerações sobre a etapa exploratória inicial.................................54 5. Planejamento de Marketing............................................................................56 5.1. Público-alvo..........................................................................................56 5.2. Objetivos de Marketing.........................................................................56 6. Planejamento de Campanha..........................................................................56 6.1. Objetivos de Campanha.......................................................................56 6.2. Objetivos de Comunicação..................................................................57 6.3. Praça....................................................................................................57 6.4. Verba....................................................................................................57 6.5. Período de Campanha.........................................................................58 4


6.6. Objetivos, Estratégias e Táticas – 5W2H.............................................58 6.7. Mapa de Posicionamento.....................................................................64 6.8. Efemérides...........................................................................................65 7. Criação e Produção........................................................................................66 7.1. Flyer.....................................................................................................66 7.2. Artes e Mockups...................................................................................67 7.3. Mídia Sonora........................................................................................70 8. Mídias e Custos...............................................................................................72 8.1. Crowdsourcing.....................................................................................72 8.2. Briefing de Mídia..................................................................................72 8.3. Objetivos de Mídia................................................................................72 8.4. Meios Selecionados.............................................................................72 8.5. Meios Principais...................................................................................72 8.6. Meios de Apoio.....................................................................................73 8.7. Critérios para a Escolha dos Meios......................................................73 8.8. Mídia Dados 2018................................................................................73 8.9. Táticas de Mídia...................................................................................73 Referências Bibliográficas.................................................................................77

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1.

Introdução Criado em 2016, a Agência Clã é uma agência experimental, composta por

um grupo de universitários do curso de Publicidade e Propaganda, com pensamentos, ideias e perspectivas em sincronia. De origem gaélica, Clã remete a união, selando objetivos e pensamentos em comum com um grande laço de amizade, dando força à Comunicação, Linguagem e Arte. O objetivo do presente trabalho é criar uma campanha publicitária para uma empresa do terceiro setor, utilizando ferramentas inovadoras e criativas. Designamos, para esse projeto, a Pimp My Carroça, organização não governamental, sem fins lucrativos, que apoia o trabalho de carroceiros e catadores de material reciclável. A PMC aposta em uma tecnologia cada vez mais presente no dia-a-dia do brasileiro e lança o aplicativo CATAKI – o aplicativo da reciclagem. O app conecta carroceiros e cooperativas, a usuários e empresas que necessitem de seus serviços de coleta e, ainda, ajudam a manter o meio ambiente em equilíbrio, inserindo, em sua rotina, uma prática simples e efetiva: a reciclagem. Através da campanha “CELULAR SEM USAR, TÁ NA HORA DE DOAR”, que será veiculada a partir de outubro deste ano, em diversos meios de comunicação, a ONG visa arrecadar 500 aparelhos celulares em boas condições de uso, com o objetivo de assistir os carroceiros, uma vez que o contato do usuário será feito diretamente com o trabalhador, para agendamento da coleta do material. Pode ocorrer de o carroceiro estar envolvido em uma coleta e, naquele momento, não conseguir atender à ligação. É muito importante, neste caso, a persistência, até conseguir o contato. Além disso, foram feitas análises de microambiente e macroambiente e análise SWOT para identificarmos os pontos fortes e os pontos fracos do setor, dando direção e fundamentação à campanha. Feitas as análises, seguimos para o planejamento de marketing, com o uso de diversas estratégias e táticas.

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É fundamental e de extrema importância que todos os elementos gráficos e peças publicitárias dialoguem com a ideia principal da campanha e, principalmente, com a linguagem da PMC. Para tanto, tomamos por base alguns aspectos: ● O fundador da Pimp My Carroça é o artista e grafiteiro Mundano, que une a arte e a reciclagem para um único propósito: tirar os catadores da invisibilidade social; ● A linguagem usada pela PMC, é uma linguagem descolada. ● Necessidade urgente de reciclagem no planeta; ● Doação de aparelhos que estão em bom estado. Dessa

forma,

interligamos

todas

as

características

que

julgamos

fundamentais para o desenrolar da nossa campanha, até seu final.

2.

Apresentação da Empresa do Terceiro Setor 2.1.

Sobre a Pimp My Carroça e Seus Produtos

Impulsionado por uma proposta inteligente, inovadora e eficaz, o artista e grafiteiro Mundano fundou, em 2012, a Pimp My Carroça , uma organização não governamental sem fins lucrativos, para tirar os carroceiros da invisibilidade, aumentar a autoestima, a segurança e a renda desses trabalhadores, que passam despercebidos pelas ruas das cidades brasileiras e realizam um trabalho silencioso, quase invisível ao olhar da sociedade, entretanto, fundamental para a saúde, equilíbrio e bem-estar do meio ambiente. Com o apoio de diversos artistas, a ONG utiliza a arte e a sensibilidade, através do graffiti, para conscientizar e transformar esse custoso, cansativo e pesado trabalho, que é a seleção e reciclagem desse material, para que não finalizam em local indevido. Cada brasileiro produz cerca de 400kg de resíduos por ano, sendo que, apenas 12kg são reciclados e, 91% da reciclagem é feita pelos catadores. É impressionante a necessidade e importância desse trabalho. 7


2.1.1.

Missão

"Criar e desenvolver ações criativas e colaborativas a fim de impactar positivamente no reconhecimento e remuneração justa dos catadores e catadoras de materiais recicláveis perante a sociedade civil, poder público e privado no Brasil e no mundo." 2.1.2.

Visão

"Viver em uma sociedade comprometida com a questão ambiental, o desenvolvimento social e cultural de todos os catadores e catadoras de materiais recicláveis, para além do discurso."

2.2.

CATAKI – O aplicativo da Reciclagem

Desenvolvido pelo Pimp My Carroça, o CATAKI é um aplicativo que quer aumentar dois fatores: ● A renda dos carroceiros e catadores de material reciclável; ● Os índices de reciclagem do Brasil. Diante da falta de estrutura pública em relação a coleta seletiva nas cidades, o app foi criado para suprir a demanda das pessoas que querem reciclar e não encontram alternativas. “O CATAKI chegou na hora certa. Por conta do aplicativo eu tenho mais de seis pontos fixos, o que facilita muito meu trabalho”, comenta Fabiana Silva, que trabalha como catadora há cerca de cinco anos e tira 100% do sustento da sua família com a venda de materiais recicláveis. Disponível gratuitamente para download no Google Play e na Apple Store, o CATAKI permite ao usuário, chamar diretamente o catador ou catadora, sem nenhum intermediário: ele visualiza o perfil do profissional da reciclagem mais próximo e negocia a retirada e o pagamento pelo serviço. A ideia é aproximar - de maneira descomplicada - o gerador de resíduo com a pessoa que vai dar a destinação correta a esse material. Hoje são mais de 900 catadores cadastrados em 150 cidades brasileiras São Paulo, Rio de Janeiro e Recife são as que possuem o maior número de cadastros. 8


Concorrendo com outras duas mil iniciativas, em fevereiro de 2018, o CATAKI foi escolhido como o melhor projeto de inovação tecnológica do mundo pelo prêmio de inovação digital Netexplo, entregue na sede da UNESCO, em Paris. Como o Pimp My Carroça acredita na força da colaboração, o CATAKI é um app desenvolvido em código aberto. O Brasil tem 800.000 catadores, entretanto apenas 900 cadastrados no aplicativo. A ONG Pimp My Carroça, através do aplicativo CATAKI ainda tem muito trabalho pela frente e precisa de colaboradores. Sem divulgação, não há solução.

2.3.

Edição Pimp My Carroça

Um grande evento colaborativo em espaço público que reúne catadores e voluntários de todos os tipos: funileiros reformam a carroça e artistas pintam o veículo enquanto médicos, cabeleireiros e outros profissionais atendem os catadores e seus familiares. Durante essas ações são entregues kits com diversos itens de segurança, como calças e coletes com faixas refletivas, retrovisor, buzina, luvas emborrachadas, uma lâmpada solar, fitas refletivas, entre outros. Ao longo desse dia de celebração ao catador há uma programação que inclui oficinas de reciclagem e apresentações artísticas de moradores do entorno.

2.4.

Pimp Nossa Cooperativa

Ação que revitaliza cooperativas de reciclagem por meio da pintura de murais de graffiti e da marcação de sinalização de segurança no espaço. Os catadores e suas famílias participam de atividades culturais e formativas - a ideia é agir diretamente no ambiente de trabalho, deixando-o mais colorido e seguro.

2.5.

Pimpex

Uma mini edição do evento Pimp My Carroça que qualquer pessoa pode realizar. Atendendo até quatro catadores de uma só vez, esse formato possibilitou que o movimento se multiplicasse ao redor do mundo. 9


2.6.

Desafio Pimp

Experiência imersiva em que as pessoas são convocadas a conhecerem o trabalho do catador na prática. A ideia é que os participantes experimentem como é um dia na vida desses profissionais, fazendo a coleta, a triagem e indo até o ferro velho vender seu produto.

2.7.

Ações Artivistas

Intervenções urbanas que utilizam a arte como ativismo público para criar reflexões e otimizar o trabalho dos catadores. Só Latinha, Reciclovia, Vaga para Carroças, Lambes nos Postes e O Nome das Ruas são algumas das ações artivistas já realizadas pelo movimento. Em breve mais uma ação artivista estará na rua: a obra Heróis Invisíveis, primeiro monumento público brasileiro em homenagem aos catadores.

2.8.

Loja e produtos

http://www.lojapimpmycarroca.com.br

2.9.

Mini Carroças: obras de arte que alimentam novas ideias

Como parte das comemorações do aniversário de cinco anos do Pimp My Carroça, em 2017 foi lançada a exposição Mini My Carroça, com mais de 250 carroças em miniaturas feitas à mão. Os objetos foram reinventados por artistas como Mundano, Ozi, Iaco, Mauro, Enivo, Gatuno, Iskor, Dédo e Magrela - além de personalidades de fora do mundo das artes plásticas, mas que dialogam com a arte e o ativismo, como os rappers Criolo, Emicida e Rael. O material utilizado para a produção das mini carroças veio dos tacos do antigo assoalho da sede do Pimp My Carroça em São Paulo - o dinheiro gerado a partir das vendas das miniaturas possibilitou o desenvolvimento da primeira versão do CATAKI. 10


As mini carroças ficam expostas na galeria do escritório da organização e podem ser compradas no site lojapimpmycarroca.com.br.

3.

Microambiente e Macroambiente 3.1.

Análise do Microambiente

3.1.1.

ONGs com a mesma causa

Os principais concorrentes do Pimp My Carroça são: ● Reci Veci no Equador, que tem a mesma pegada, mas não utilizam a arte; ● Alguns movimentos dos próprios catadores tem esse propósito: valorização do trabalho e remuneração justa, mas também não tem a arte como instrumento. Exemplo Movimento Nacional de Catadores de Resíduos; ● ANCAT, Cooper Glicério, CEMPRE. 3.1.2.

Ambiente Interno

Pimp My Carroça é um movimento que mistura conscientização, solidariedade e sustentabilidade e atua desde 2012, com o objetivo de tirar os catadores de materiais recicláveis e carroceiros da invisibilidade social e aumentar sua renda por meio da arte, sensibilidade, engajamento, participação coletiva e principalmente, da reciclagem. Conta com a participação de diversos artistas e grafiteiros para customizarem as carroças e, principalmente, colocar os itens de segurança fundamentais para esse trabalho. 3.1.3.

Fornecedores

A PMC está cadastrada no Catarse, site que promove projetos para que arrecadem fundos para sua causa. Além de empresas, centenas de cidadãos contribuem com as campanhas, dentre eles, Gilberto Gil, Marcelo Tas, Fábio Porchat. Os Voluntários podem participar de ações que duram um dia inteiro e que não exigem nenhuma habilidade específica, também podem participar de ações de 11


escritório, ou até mesmo colocar a mão na massa para fazer uma Pimpex (Carroça) assim como os doadores podem participar de campanhas de Crowdfounding, doando, a partir de R$ 10 reais. Grafiteiros com a sua arte, empresas, como parceiras institucionais (Pimpador Master). E, por fim, a Pimp My Carroça tem projetos individuais, como o (Desafiopimp), palestras e oficinas. É possível ser um incentivador de causa, adquirindo itens da lojinha e compartilhando as publicações. 3.1.4.

Perfil do Consumidor

O perfil do consumidor do Pimp My Carroça é formado por homens e mulheres de 38 a 53 anos, das classes B e C, em sua maioria engajadas em causas sociais.

3.2.

Análise do Macroambiente 3.2.1.

Ambiente Demográfico

Distribuição de ONGs e OSCIPs no Brasil:

Estas instituições empregam hoje mais de 3.700.000 pessoas (fonte IBGE).

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Como mostra o gráfico acima, a distribuição de ONGs e OSCIPs no Brasil se dá, em sua maioria, em diversos estados. Mas, dos citados, a grande maioria se encontra no estado de São Paulo com 16,14%, seguido pelo estado do Rio de Janeiro com 7,50%. 3.2.2.

Ambiente Político/Legal

O termo ONG significa Organização Não Governamental, mas não corresponde a uma natureza jurídica. ONG é popularmente entendido como entidade do Terceiro Setor que trabalha com ações de interesse público não vinculada ao governo. Embora o termo não esteja definido pela legislação brasileira, ele é utilizado para identificar entidades privadas sem fins lucrativos que existem sob as formas jurídicas de associação ou fundação. Associação, nos termos do art. 53 do Código Civil, pode ser definida como uma união de pessoas organizadas que visa fins não econômicos: Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. ONG é popularmente entendido como entidade do Terceiro Setor que trabalha com ações de interesse público não vinculada ao governo. Embora o termo não esteja definido pela legislação brasileira, ele é utilizado para identificar entidades privadas sem fins lucrativos que existem sob as formas jurídicas de associação ou fundação. Portanto, a associação nada mais é do que uma espécie de pessoa jurídica de direito privado (Código Civil, artigos 40 e 44) que, por suas próprias características, não visa o lucro. Essa é a razão, portanto, da larga utilização dessa forma societária pelas entidades atuantes no Terceiro Setor. A fundação constitui-se de um patrimônio personalizado destinado a uma das finalidades previstas no artigo 62 do Código Civil. A designação OSCIP ou Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, conforme Lei Federal nº 9.790/99, assim como Organização Social (OS), conforme estabelecido na Lei nº 9.637/98, são qualificações que associações e fundações podem receber, preenchidos os requisitos legais. De um modo geral, toda e qualquer entidade privada que exerça atividades intermediárias entre a sociedade e o Estado, sem objetivo de lucro, poderá ser considerada uma Organização Não Governamental – ONG, a qual pode ter, ou não, a qualificação de OSCIP. Ressaltamos, também, que ninguém “abre uma OSCIP”, 13


mas sim pode solicitar esse reconhecimento ao Ministério da Justiça, desde que atenda as previsões legais para a obtenção da qualificação. No entanto, sob o aspecto jurídico, a entidade é sempre uma associação ou fundação. 3.2.3.

Ambiente Natural

As ONGs ambientais lutam em defesa do meio ambiente, pesquisas, educação ambiental, etc. Ocupam o espaço onde o governo deveria, mas não consegue atuar, elas estão próximas das comunidades e seus problemas, geram estratégias e projetos para melhorar a qualidade de vida, desenvolvem meios de educar, trabalhar e preservar o meio que vive o cidadão. E é por isso que a ONG Pimp My Carroça se preocupa com essa causa ajudando os catadores incentivando diretamente na reciclagem e sensibilizar a sociedade dessa questão com ações criativas. A PMC possui uma nova vertente voltada para isso, o Pimp nosso Ecoponto, que é um projeto voltado à revitalização do espaço do Ecoponto, em paralelo ao atendimento dos catadores autônomos que o frequentam, oferecendo serviços de bem-estar e higiene e reforma de suas ferramentas de trabalho – as carroças. Envolvendo a comunidade local, buscam reduzir os pontos viciados onde são descartados resíduos irregulares junto com uma campanha de educação social ambiental. 3.2.4.

Ambiente Socioeconômico

A maior parte da população brasileira, ou seja, 77%, faz algum tipo de doação ou de trabalho voluntário e 52% doam dinheiro. Esses são alguns dos principais dados da pesquisa Doação Brasil, lançado em 15 de junho de 2016, no auditório da Oxigênio Aceleradora da Porto Seguro, no centro de São Paulo. A iniciativa foi coordenada pelo IDIS, em parceria com um grupo de especialistas e atores da área da cultura de doação do Brasil; encomendada ao Instituto Gallup (SARMIENTO, 2016). Segundo um levantamento, também encomendado ao Instituto Gallup, foi feita uma entrevista com 2230 pessoas em todo país, com 18 anos ou mais, residentes em áreas urbanas e com renda familiar mensal a partir de um salário mínimo. Segundo o estudo, em 2015: 14


● 77% dos brasileiros fizeram algum tipo de doação. ● 62% doaram bens. ● 52% doaram dinheiro. ● 34% doaram seu tempo para algum trabalho voluntário. Entre os que doaram apenas dinheiro para organizações sociais, são 46%. Assim, em 2015, as doações individuais dos brasileiros totalizaram R$ 13,7 bilhões, valor que corresponde a 0,23% do PIB do Brasil. 3.2.5.

Ambiente Tecnológico

A tecnologia provoca uma série de mudanças rápidas e contundentes para melhorar nossa vida, organização, comunidade e o planeta. As ONGs usam a tecnologia para impulsionar suas causas, promover a conscientização e arrecadar fundos. A Pimp My Carroça pode ser ainda mais inovadora, nas suas redes sociais deixando-as sempre movimentadas, com bastante interatividade, com o intuito de chamar atenção de pessoas que não conhecem a ONG. Além de promover mais visibilidade ao seu app voltado para o contato direto com os catadores. 3.2.6.

Ambiente Econômico

Uma ideia do que as ONGs e OSCIPs representam hoje na economia, segundo um levantamento efetuado por Lester Salomon da Universidade Johns Hopkins nos Estados Unidos: as ONGs movimentam US$1,9 trilhão por ano, ou seja, algo como R$3,1 trilhões. Para efeito de comparação, o PIB do Brasil é de US$1,3 trilhão. Considerando o estudo de Salomon, efetuado em 40 países, os valores movimentados pelas ONGs no mundo equivalem a cerca de 5,1% do PIB destes 40 países. Caso o terceiro setor fosse um país independente seria a oitava maior economia do planeta em 2010. No Brasil, o terceiro setor representa cerca de 5% do PIB nacional. E, segundo dados do IBGE, o número de ONGs era de 556.846 (dados de 2012). 3.2.7.

Ambiente Cultural

A cultura do Brasil em relação a causas como as das ONGs ainda precisa se desenvolver bastante. Porém, nos últimos anos os brasileiros têm-se sensibilizado mais, fazendo doações às instituições, procurando conhecer mais e até mesmo participando de eventos. 15


O brasileiro está muito descrente, é preciso resgatar a credibilidade nas instituições. Segundo a pesquisa da IDIS, 71% da população entende que as ONGs dependem de doações para obter recursos e funcionar e 44% concorda que essas instituições fazem um trabalho competente. Por outro lado, apenas 26% dos entrevistados consideram a maior parte das ONGs confiável. “A pesquisa mostra que os brasileiros entendem a importância e valorizam o trabalho das ONGs, mas elas, como muitas outras instituições, acabaram se contaminando pela onda de escândalos e desconfiança que atinge o Brasil” O perfil clássico do brasileiro doador de dinheiro, bens ou tempo: mulher, acima de 40 anos de idade, vive na região Centro Oeste, Nordeste ou Norte, tem instrução superior, possui renda individual superior a dois salários mínimos, e está satisfeita com a própria renda e tem religião. Entre as motivações, os entrevistados responderam por que fazem doações espontaneamente assim: porque me solidarizo com os mais necessitados (49%), porque sou sensível à causa que ajudo (19%) e comodidade/praticidade/mais seguro (11%). Agora quando a pergunta questiona as motivações para não doar, as respostas principais foram: não tenho dinheiro (35%), por opção não existe uma razão (19%), não confio nas organizações que pedem (18%), nenhuma causa me sensibilizou (5%). 3.2.8.

Análise SWOT

Forças ●

Engajamento no que fazem:

Fraquezas ●

trabalham com um público pouco visto pela sociedade e com

alternativas;

reciclagem;

É uma ONG bastante reconhecida;

Nomes famosos ligados à ONG;

Bastante voluntários;

Várias formas de doar e se

Pouca participação em redes sociais

Dificuldade de contato com os catadores;

Receio dos catadores de serem ajudados.

voluntariar;

Maior força na cidade de São Paulo.

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Oportunidades ●

Expandir suas atividades para outras

Ameaças ●

regiões do Brasil;

Se comunicar mais com o público

reciclagem;

jovem através das redes sociais;

● ●

4.

Outras ONGs que trabalham com

77% do povo brasileiro não doam para ONGs;

Participar mais em outras redes,

Falta de fundos para manter a ONG;

como Instagram, Twitter e YouTube;

Falta de mantenedores.

Mostrar a sociedade o seu aplicativo.

Fundamentação da Pesquisa 4.1.

Metodologia Aplicada

O levantamento com base em dados secundários nos possibilita obter informações para melhor compreender sobre os cenários em que os problemas ocorrem, economiza o tempo de pesquisa com sites confiáveis onde já existem informações importantes obtidas, ajudam a definir o problema e a amplitude ou delimitação de abordagem a ser empregada na pesquisa. Por meio de pesquisa de dados secundários identificamos também o público-alvo, pois é a forma mais adequada para encontrarmos, já que tem dados obtidas em sites confiáveis. Após realizarmos a pesquisa exploratória de dados secundários, será realizada a pesquisa qualitativa, desenvolvida por intermédio de entrevistas em profundidade, com utilização de um roteiro de perguntas abertas com o objetivo de conhecer as motivações, opiniões e expectativas dos entrevistados.

4.2.

Fase 1 - Pesquisa Exploratória por Levantamento de Dados

Secundários Por meio de dados secundários, conseguiremos obter informações sobre como e em que condições os catadores de materiais recicláveis exercem seu trabalho no Brasil. Necessitamos por exemplo de informações sobre condições de trabalho e como funciona a reciclagem no Brasil. 17


4.2.1.

Objetivo da Fase 1 de Levantamento de Dados Secundários

Para melhor entender sobre a causa da ONG Pimp My Carroça precisamos entender as condições de trabalho dos catadores, ramo da reciclagem, analisar a ONG e seus objetivos. Para então, criarmos uma comunicação eficaz, e aumentarmos sua visibilidade de acordo com o objetivo proposto. 4.2.2.

Dados Colhidos

“Acham que a gente é lixo”: A rede invisível de catadores que processa tudo o que é reciclado em SP. Das 12 mil toneladas de resíduos domiciliares coletados por dia pelo poder público na cidade, 35% é material com potencial para reciclagem. A cidade só reaproveita 6% desse volume, de acordo com a prefeitura. O recolhimento desse material é dividido: em alguns dos 96 distritos da cidade, é feito por empresas concessionárias. Em outros, por cooperativas de catadores e carroceiros. Em alguns, a coleta é mista. Todo o resíduo reciclável, no entanto, é encaminhado para 41 cooperativas de catadores cadastradas. Ou seja, no final do processo, são essas cooperativas que fazem a triagem, o armazenamento e a venda de todo o material. "Não existe reciclagem no Brasil sem o trabalho dos catadores", diz a pesquisadora Fernanda Lira, do Ipea (Instituto de Pesquisas Aplicadas). "São eles que reinserem o material no ciclo de produção, transformando o que é considerado lixo em mercadoria novamente." Batalhas diárias As condições dos carroceiros e catadores, no entanto, são muitos desiguais, já que a maior parte deles não participa de cooperativas, segundo o sociólogo Daniel Carvalho, da consultoria Cicla Brasil. Ricardo era um deles. Ele trabalhava em Pinheiros quando se envolveu em uma discussão dentro de uma loja. A polícia foi chamada e carroceiro, que tinha um pedaço de madeira na mão, levou três tiros. Testemunhas depois acusaram os policiais de ameaçá-las para apagarem registros da ação. A Secretaria de Segurança pública diz que os dois policiais envolvidos na ocorrência foram afastados da rua e que a investigação do caso está sendo acompanhada pela Corregedoria da Polícia. 18


A maioria dos carroceiros trabalha individualmente, carregando até 400 kg de carga e vendendo o material a preços baixíssimos para revendedores. "A maior parte dos trabalhadores está em situação de fragilidade, sem registro formal e sem nenhum tipo de proteção trabalhista ou do poder público", diz a especialista do Ipea. Além disso, existem dezenas de cooperativas que não possuem convênio com a prefeitura. Cleiton Emboava, de 34 anos, trabalha em uma dessas entidades. Sua associação, a Nova Glicério, corre o risco de ser despejada pela prefeitura do espaço que ocupa na avenida do Estado. "Estamos ali há quase dez anos. Temos máquinas, equipamentos que foram investimento da prefeitura em outras gestões. Aí em maio vieram uns fiscais querendo lacrar tudo e lavar as carroças", diz Cleiton, que é da terceira geração de uma família de carroceiros. Seu pai, Arivaldo, de 54 anos, trabalhou com carroças a vida toda e conseguiu comprar, há alguns anos, uma caminhonete, graças ao aumento na renda gerado pelo trabalho na associação. A prefeitura regional da Sé diz que as duas associações localizadas na parte inferior do Viaduto do Glicério não possuem cadastro na prefeitura "por não possuírem imóvel regular para o exercício da atividade". Diz que está "em diálogo com os representantes para verificar espaços públicos disponíveis para a mudança, bem como a manutenção da segurança dos trabalhadores". O peso do papel dos catadores e carroceiros na reciclagem do lixo é significativo no país inteiro. Segundo um estudo do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP) publicado no mês passado, eles são responsáveis por quase metade da coleta seletiva no Brasil. Eles recolhem 43,5% do volume total de recicláveis dentro dos sistemas de coleta seletiva municipal — são o principal agente de coleta, já que as prefeituras recolhem 18,7% do total e as empresas, 37,8%. Em cidades de até 100 mil habitantes, os catadores são responsáveis por uma fatia ainda maior: 60,1%, de acordo com o mesmo estudo. Pela dificuldade de coletar esses dados, é possível que os números sejam até maiores. Relatórios recentes do Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea) citam dados 19


do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre) que apontam que 90% do material reciclado no Brasil em 2011 passava pelas mãos dos catadores. O Brasil recicla apenas 13% do total de resíduos sólidos que produz, segundo o Cempre. Cerca de 85% dos brasileiros não têm acesso à coleta seletiva — ela só atinge 31 milhões de pessoas, 15% da população. Agentes Ambientais O paulista Gabriel Ortega dos Santos, de 32 anos, é um dos 20 mil catadores que o Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis (MNCR) estima existirem em São Paulo. No Brasil, esse número varia entre 400 e 600 mil, segundo o Ipea. Destes, cerca de 30,3 mil estão em cooperativas e associações. Gabriel começou a trabalhar com recicláveis há 22 anos, catando latinhas com um tio. Depois, ele passou a conciliar a atividade com a venda de água e, quando sua barraca foi confiscada pela prefeitura, comprou duas carroças. Morador de Pinheiros, bairro nobre da capital paulista, ele está acostumado a explicar para os vizinhos que deixam material com ele as diferenças entre o que pode e o que não pode ser reaproveitado. "Tem que falar o que dá para usar. Tem ferro, alumínio, papelão. Não são todos os plásticos. Latinhas precisam estar limpas: se tiver bituca de cigarro dentro, por exemplo, já atrapalha", explica. "Acham que carroceiro é burro, mas a verdade é que a gente faz um trabalho de base. Estamos salvando golfinhos, salvando florestas", diz Gabriel, que tem o primeiro grau completo. De acordo com a pesquisadora Fernanda Lira, essa função de "agente ambiental" informal é o segundo fator, além da coleta seletiva, no qual os catadores geram grandes impactos. "Eles que iniciam o debate, pressionam e ensinam para a gente que aquilo que achávamos que era lixo, na verdade é uma mercadoria com valor", afirma. Cadeia produtiva Segundo Fernanda Lira, do Ipea, esses trabalhadores também são essenciais no setor de logística reversa, ou seja, o de fluxo de produtos e embalagens na cadeia de produção. Desde que o Plano Nacional de Resíduos Sólidos entrou em vigor, a responsabilidade pelo lixo passou a ser individual — as empresas precisam cuidar do descarte de seus resíduos. 20


Muitos carroceiros acabam fazendo esse serviço — e sem ganhar por isso, desonerando as empresas e as prefeituras. "Porque os catadores não recebem? Quando é uma empresa de coleta, elas recebem", questiona Cláudio Luiz dos Santos, defensor da Defensoria Pública da União que coordena um grupo de trabalho sobre catadores e catadoras. "É um grupo que reconhecidamente presta um serviço de natureza pública. Embora muitas vezes precisem de ajuda em questões administrativas, eles têm expertise na coleta, conhecem a minúcia desse processo", afirma o defensor. "As pessoas não valorizam, é tratado como se fosse a obrigação. É tratado como caridade: 'estou te dando, você vai vender e o que vier é lucro'", diz Lira. "No entanto, se não fosse o catador, essa empresa teria que pagar." Riscos "Apesar de prestarem um serviço público, há toda uma negação da sua importância, que vem não só do Estado, mas da sociedade", diz Fernanda Lira. "Eles sofrem preconceito, são estigmatizados e excluídos. A informalidade gera uma dificuldade de acesso a direitos trabalhistas, ao reconhecimento pela administração pública e se torna mais grave quando se consideram as condições de risco para a saúde", afirma. O carroceiro Rubens Cesário Gomez, 58, que vem de Osasco para São Paulo todos os dias há 14 anos, já cortou as mãos centenas de vez e, para evitar ficar doente, não trabalha em dias de chuva. "Quando chove não dá para trabalhar. Se eu ficar doente não dá nem para comprar remédio", diz ele. É interpelado por João Edinaldo Simões, outro carroceiro. "E você não come em dia de chuva, não? Esse aí tá bem, pode se dar ao luxo de não trabalhar quando chove", brinca. O Ministério do Trabalho considera a atividade como insalubre em grau máximo, já que eles estão submetidos ao calor, à umidade, aos ruídos, à chuva, ao risco de quedas, atropelamentos, cortes, ao contato com ratos e moscas, à sobrecarga por levantamento de peso e a contaminações por materiais biológicos. Discriminação João diz que a maior dificuldade no trabalho, no entanto, é a discriminação. "Muitas pessoas tratam mal, têm preconceito. Acho que tudo é lixo, que a gente é 21


lixo. Mas na verdade, isso aqui (e aponta para uma carroça cheia) é mercadoria, e o que estamos fazendo é ajudar a limpar a cidade", diz ele. \"Meu maior medo é ser atropelado na rua. Outro dia um motorista me deu uma pancada", diz Rubens. Os trabalhadores são mais organizados no sudeste, de acordo o último relatório do Ipea sobre a situação social dos catadores. Cerca de 49% dos empreendimentos de economia solidária no setor de reciclagem ficam nessa região. A média de idade é de 39 anos e a maioria (66%) é de negros. As mulheres são 31% do setor, aponta o Ipea. Mas a pesquisadora Fernanda Lira diz que a porcentagem na verdade é bem maior. "Nos censos, elas dizem que o catador é o marido, o filho, mas, na prática, elas também fazem o trabalho", afirma. "São as verdadeiras guerreiras, têm que fazer dupla jornada, vários papéis", diz a catadora Valquiria Candido da Silva, 43, que tem quatro filhos. "Os homens querem ganhar mais, acham que são mais fortes. Mas as mulheres fazem os mesmos trabalhos, sem reclamar", diz ela, que trabalha na cooperativa Cooperpac, no Grajaú, zona sul de São Paulo. A cadeia da reciclagem e os desafios da coleta seletiva A consolidação da reciclagem enquanto um setor produtivo com grande potencial de ganhos econômicos é algo relativamente recente. A viabilidade econômica da exploração desse setor veio principalmente do aumento considerável do nível de consumo nos centros urbanos nos últimos anos, o que acarretou, por um lado, o aumento de materiais a serem descartados na mesma proporção e, por outro, o encarecimento gradativo de matérias-primas para a produção dos produtos de consumo em geral, cada vez mais demandados na sociedade. Com isso, novas tecnologias foram desenvolvidas para possibilitar a transformação de resíduos em matérias-primas que retornam para o processo produtivo. De maneira geral, a reciclagem envolve várias etapas em sua cadeia de produção de valor, tais como: o processo de gerenciamento de resíduos desde o descarte, passando pela coleta, a triagem, o enfardamento, a comercialização do material, a logística de transporte, o beneficiamento pela indústria até o desenvolvimento do mercado para o novo produto (SANTOS et al., 2011). Os materiais são separados de acordo com suas características físicas (papéis, 22


papelão, plásticos, metais ferrosos, alumínio e vidros). Ao serem reciclados, voltam a ser utilizados como matéria-prima nas indústrias, acarretando na diminuição de gastos no processo de produção, no ganho de energia, na redução da poluição do ar, da água, e do solo e na extração de matéria-prima virgem (BENVINDO, 2010). Cada tipo de material possui um determinado valor, processo próprio de transformação ou reciclagem, e uma demanda específica. De acordo com dados do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE), 2 apenas 13% do total de resíduos urbanos gerados no Brasil são encaminhados para reciclagem.3 Apesar desse baixo percentual de reaproveitamento, o Brasil possui certo destaque na indústria

de

reciclagem.

Entre

os

produtos

com

índices

relativos

de

reaproveitamento mais elevados do país estão o alumínio e o papelão, 77% e 94%, respectivamente. Segundo (OLIVEIRA, 2011), outros produtos com um bom percentual são: as latas de aço (47%), os papéis de escritório – papéis de carta, bloco de anotações, copiadoras, impressoras, folhetos – (43,7%) e embalagens longa vida (27%). Alguns produtos, como o vidro, não obtêm níveis maiores de reciclagem devido à insuficiência de fábricas para seu processamento em relação à escala em que é feita a coleta, além de constituírem processos de transformação ainda muito onerosos. O diagrama 1 esquematiza, de maneira resumida, as principais relações estabelecidas entre atores, estruturas e relações comerciais que compõem a cadeia de valor da reciclagem.

23


Os benefícios econômicos gerados pela reciclagem podem ser calculados com base na diferença entre os custos gerados pela produção a partir de matériaprima virgem e os custos gerados para a produção dos mesmos bens a partir de material reciclável. Segundo estudo do Ipea (2010), procurou-se, com uma série de pressupostos e simplificações inescapáveis, chegar a alguma ordem de grandeza da dimensão dos custos envolvidos em cada opção, com ou sem reciclagem. A tabela 1 resume alguns dos resultados para bens intermediários considerados mais relevantes: aço, alumínio, celulose, plástico e vidro.

24


Verifica-se que, para esse conjunto de bens, a utilização de material reciclado representa significativo benefício econômico para os custos dos insumos, sobretudo em relação a plásticos, alumínio e celulose, nos quais a proporção do ganho é muito elevada. O estudo concluiu que há um espaço não aproveitado para a geração de renda estimada da ordem de R$ 8 bilhões por ano na economia brasileira, caso se universalizar a reciclagem desses materiais.4 Ou seja, se todo o resíduo reciclável que atualmente é disposto em aterros e lixões fosse encaminhado para a reciclagem, gerar-se-iam benefícios dessa ordem para a sociedade. Resta informar, também, que a atividade da reciclagem não é caracterizada apenas por benefícios econômicos. Nos últimos anos, com a importância que vem tomando a temática ambiental em todo o mundo, esse setor se fortaleceu ainda mais na opinião pública. Nesse sentido, em termos de benefícios ambientais associados à reciclagem, estas vantagens podem se dar em diferentes dimensões, uma vez que ela evita uma série de externalidades negativas próprias do processo produtivo, tais como: perda de recursos madeireiros e não madeireiros;5 danos ao ciclo hidrológico; perda de biodiversidade; perda de potencial de desenvolvimento de novas drogas; impactos sobre a saúde ocupacional; danos à saúde humana de emissões atmosféricas. Outra questão de enorme relevância refere-se à redução do consumo de energia. Um dos principais instrumentos a serem levados em conta para o fortalecimento da reciclagem é a instalação, nos municípios brasileiros, de programas de coleta seletiva, envolvendo as etapas de coleta, transporte, tratamento e triagem do lixo gerado por famílias e empresas. Tais programas, além de possibilitarem uma maior 25


eficiência para a reciclagem de materiais diversos, também reduzem os impactos ambientais causados pela disposição inadequada de resíduos sólidos, uma vez que permitem a redução do volume a ser descartado e seu redirecionamento para uma destinação mais adequada.6 No entanto, embora a questão da destinação adequada dos resíduos sólidos urbanos seja objeto de debate para a construção da agenda governamental desde os anos 1980, os programas de coleta seletiva ainda são raros no país, e quando existem, muitos são incompletos e ineficazes.7 Segundo estimativas (IPEA, 2010), apenas 2,4% de todo o serviço de coleta de resíduos sólidos urbanos no Brasil são realizados de forma seletiva, sendo todo o restante realizado como coleta regular, na qual se misturam e se compactam todos os materiais conjuntamente, dificultando ou até mesmo impossibilitando a reutilização/reciclagem de parte destes materiais. Entre os materiais recebidos pela indústria da reciclagem, o mesmo estudo verificou que o aço é coletado 100% de forma seletiva, o alumínio 49,7%, enquanto outros produtos importantes, como papel, papelão, plástico e vidro, apresentam baixos percentuais de coleta seletiva, como mostra a tabela 2.

Esses baixos índices observados de coleta seletiva se devem ao fato de que ela envolve uma série de desafios que dificultam sua implementação, uma vez que é preciso levar em conta aspectos sanitários, ambientais, ecológicos, demográficos, administrativos, políticos, culturais, sociais e econômicos (OLIVEIRA, 2011). Por conseguinte, programas de coleta seletiva exigem um complexo planejamento para terem real viabilidade de maneira sustentável, evitando, assim, descontinuidades ou mesmo sua interrupção. Para obterem êxito, os programas de coleta seletiva 26


dependem em grande medida da separação prévia dos resíduos na fonte geradora, evitando a presença de contaminantes nos materiais recicláveis, o que diminui os níveis de rejeitos no material coletado seletivamente, aumentando, assim, o valor dos materiais recuperados e reduzindo os custos desta modalidade de coleta (IPEA, 2011). Neste contexto, as ações de educação ambiental são fundamentais para a conscientização da população. Contudo, os catadores poderiam, em princípio, prestar o serviço de agentes de difusão de conhecimentos sobre a coleta seletiva, sendo reconhecidos como verdadeiros agentes ambientais. Estimativas recentes apontam que a geração de resíduos sólidos urbanos no Brasil corresponde a cerca de 140 mil toneladas diárias.8 De maneira geral, os programas de coleta seletiva costumam utilizar a seguinte estrutura de separação: i) lixo seco: materiais passíveis de reciclagem quando separados isoladamente (papel, vidro, lata, plástico etc.); e ii) lixo úmido: correspondem à parte orgânica dos resíduos, como as sobras de alimentos, as cascas de frutas, os restos de poda, que podem ser usados para compostagem etc.9 Porém, os dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) do IBGE em 2008 indicam que 50,8% dos municípios brasileiros destinam seus resíduos em áreas conhecidas como “lixões”, que são vazadouros a céu aberto, sem nenhum tratamento.10 As demais formas possíveis mais encontradas de disposição final de resíduos sólidos, sobretudo em municípios de maior porte, são: • Aterro sanitário: destinação final dos resíduos sólidos urbanos por meio de sua adequada disposição no solo, sob controle técnico e operacional permanente, de modo que nem os resíduos, nem seus efluentes líquidos e gasosos venham a causar danos à saúde pública e/ou ao meio ambiente. Sua instalação e monitoramento seguem legislação específica, no intuito de reduzir ao máximo o volume dos resíduos e evitar seu contato com os indivíduos. • Aterro controlado: local utilizado para despejo de resíduos sólidos coletados em estado bruto, com cuidado de, diariamente, após a jornada de trabalho, cobrir os resíduos com uma camada de terra, de modo a não causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, bem como minimizar os impactos ambientais. Porém, essa forma de destinação não é considerada adequada, porque os problemas ambientais de contaminação da água, do ar e do solo não são evitados. 27


• Incineração: é a transformação da maior parte dos resíduos sólidos em gases por meio da queima em altas temperaturas (acima de 900º C), por um período predeterminado. É um método muito questionado por especialistas e também pelo movimento dos catadores, por necessitar na operação de cuidados e pessoal mais qualificado, sendo elevado o custo e a possível poluição do ar, além de impedir o reaproveitamento de parte dos resíduos. Por isso, sua utilização normalmente é restrita a resíduos perigosos, como os provenientes dos serviços de saúde. Além dos lixões, os aterros controlados, que também não são apropriados, recebem uma parte significativa dos resíduos sólidos dispostos no país. Estas formas de disposição predominam devido ao menor custo de implantação e operação. Entretanto, essa “economia” por parte das prefeituras é transformada em externalidades negativas, na forma de contaminação do solo, poluição hídrica e emissões atmosféricas. Dessa forma, quando se observa tanto os benefícios econômicos quanto os ambientais da reciclagem, o aterro sanitário se insere como a forma de disposição-padrão que deveria ser implantada em todo o país, uma vez que a economia gerada pela reciclagem é equivalente ou mesmo superior ao custo de instalação e operação desse tipo de aterro (IPEA, 2010). Em termos operacionais, os serviços de limpeza urbana, coleta de resíduos sólidos, varrição e gestão de unidades de processamento são comumente executados pelas prefeituras de maneira indireta, sendo terceirizados por meio da concessão do serviço a empresas privadas contratadas para essa finalidade. Os gastos com esse tipo de terceirização representam, em média, mais de 70% das despesas totais com manejo de resíduos sólidos urbanos. Por sua vez, essa rubrica corresponde a uma média de 5,4% das despesas correntes dos municípios (OLIVEIRA, 2011). Portanto, pode-se perceber com base nessas reflexões que a estrutura organizacional da cadeia da reciclagem é bem complexa, o que torna extremamente difícil o estabelecimento de uma política ou estratégia nacional para o fortalecimento de sua indústria e para a coordenação de programas de coleta seletiva em todo o território nacional. Para isso, há de se considerar os diversos atores que participam em uma ou mais etapas de seu processo de geração de valor. Os principais atores, conforme esquema mostrado no diagrama 1, são: os catadores e suas organizações de apoio; a indústria (privada e pública) de coleta de deposição de resíduos; os 28


comerciantes intermediários do material coletado; a indústria recicladora e transformadora; e o Estado, com a regulação e as políticas públicas que afetam tanto o setor produtivo quanto os catadores. Esses atores se inserem em um arranjo no qual um reduzido número de indústrias recicladoras (incluindo o pré beneficiamento, o beneficiamento e a transformação dos recicláveis em novos produtos) ocupam o “topo da pirâmide” da cadeia de valor.12 Abaixo delas encontram-se os chamados “intermediários”, que geralmente organizam toda a infraestrutura necessária (balança, prensa, triturador, caminhões, galpão e capital financeiro) para a compra dos materiais, que são separados e oferecidos em grandes volumes às indústrias recicladoras (SANTOS et al., 2011). Já na chamada “base da pirâmide”, encontram-se milhares de catadoras e catadores que trabalham diretamente na coleta, separação e triagem dos resíduos. Por sofrerem de uma infinidade de carências sociais e econômicas, constituem a parte mais frágil da cadeia, quase sempre dependentes da ação dos atravessadores e das indústrias, que determinam os preços, o volume e as condições dos materiais que serão adquiridos. Mesmo assim, eles são os atores-chave em todo o processo, já que são responsáveis por quase 90% de todo o material que chega a ser reciclado no Brasil. Nesse contexto, “não há reciclagem sem catador” (BENVINDO, 2010, p. 71), independentemente de sua forma de organização. Os catadores de material reciclável no Brasil: Organização Econômica, Mobilização Social e Políticas Públicas. Ao longo dos anos, no intuito de reverter essa situação de exclusão social em suas diversas dimensões, os catadores de material reciclável vêm buscando se articular coletivamente com base em diferentes formatos organizacionais, visando a superação de gargalos estruturais que lhes impedem de se apropriarem de um maior valor por seu trabalho. Isso porque, ao se organizarem, os catadores conseguem estabelecer relações de mercado diferenciadas, além de poderem inclusive avançar em alguns elos no âmbito da cadeia produtiva, com a agregação de valor ao material reciclável por meio de algum processo de beneficiamento. A organização dos catadores também é importante na medida em que lhes propicia maior capacidade de mobilização para negociarem com o poder público e com outros setores da sociedade, na busca de parcerias e políticas governamentais para sua maior valorização enquanto categoria profissional e sujeitos detentores de 29


direitos. Em ambos os casos foi de fundamental importância o envolvimento de grupos da sociedade civil, em especial das pastorais de rua da Igreja Católica, que auxiliaram na formação das primeiras articulações de catadores (BENVINDO, 2010). Embora as organizações - econômica e política - dos catadores no Brasil tenham ocorrido simultaneamente, é possível, de maneira didática, apontar alguns fatos e conquistas importantes nesses últimos anos. Organização econômica dos catadores e formação de empreendimentos coletivos Em termos de organização econômica, o fato de maior relevância é a formação de centenas de associações e cooperativas formadas por catadores e catadoras de material reciclável em todos os estados do Brasil. Esses empreendimentos coletivos surgem no intuito de fortalecer os catadores que, por sua vez, constituem o elo economicamente mais frágil na cadeia de valor da reciclagem, na geração de renda em sua atividade, sobretudo quando atuam individualmente. Isso porque, no caso do trabalho individual, o que se observa é a concentração das funções na figura do próprio catador, que é responsável pela coleta, separação, armazenamento e comercialização. Com isso, eles ficam mais vulneráveis à ação de intermediários comerciais – conhecidos popularmente como “atravessadores” – que determinam por imposição o valor a ser pago e as condições exigidas pelo material coletado. O trabalho coletivo realizado pelos catadores permite a materialização, entre eles: do reconhecimento de si diante de um semelhante, de um outro, de um colega que realiza o trabalho de triagem conjuntamente, que compartilha o mesmo espaço físico para o conjunto de atividades necessárias ao funcionamento do negócio e que, de forma direta, tem poder de influir no resultado financeiro auferido para todos os membros do empreendimento coletivo (BENVINDO, 2010). Mesmo assim, há ainda um número muito superior de trabalhadores solitários no setor da reciclagem. De acordo com estimativa do IPEA (2010), com base em relatos de gestores públicos e das próprias organizações de catadores, o percentual de trabalhadores ligados a cooperativas e associações nesse setor está em torno de apenas 10%. Vários motivos podem ser creditados a essa baixa adesão ao trabalho coletivo, entre os quais podem ser citados: i) muitos catadores preferem atuar sozinhos, em nome de uma suposta autonomia na gestão de seu tempo e do 30


resultado de seu trabalho; ii) há uma desinformação muito grande quanto às exigências para constituição de cooperativas e associações; iii) o processo de criação desses empreendimentos exige conhecimento técnico especializado, tanto na sua constituição quanto na sua gestão, o que requer dos catadores o estabelecimento de parcerias que lhes garantam o assessoramento técnico necessário; iv) muitos catadores enxergam as cooperativas como um agente externo, não têm a consciência que elas são formadas e geridas por eles próprios, que são os verdadeiros donos do empreendimento. Esses pontos elencados são relevantes para ressaltar que a gestão eficaz de uma cooperativa, em termos de resultados econômicos, exige de todos os associados o pleno entendimento da estrutura de produção, dos deveres e direitos de cada um no funcionamento da cooperativa (BENVINDO, 2010). Porém, alcançar esse entendimento não é uma tarefa trivial, visto que exige a construção de canais de confiança e reciprocidade entre os participantes, construção essa que requer um longo processo de aprendizagem e prática da cooperação. É justamente nesse ponto que reside o grande desafio para o desenvolvimento do cooperativismo entre os catadores de material reciclável. Seus integrantes são, de maneira geral, pessoas inseridas em jornadas informais de trabalho, com baixa escolaridade, e convivem em um ambiente de múltiplas precariedades. Tais dificuldades levam os catadores a buscar soluções imediatas de resolução de suas carências individuais e familiares, e, consequentemente, não dispõem desse tempo necessário para a consolidação de um empreendimento cooperativo. Por isso, torna-se fundamental observar que a condição social dos catadores implica a emergência da obtenção de renda para as famílias envolvidas. Aqueles que conseguem superar essas dificuldades iniciais com os “custos do aprendizado” durante a formação do empreendimento, muitas vezes com o apoio técnico e financeiro de entidades de fomento ou do poder público, tendem a obter uma inserção mais vantajosa na cadeia de valor da reciclagem. Ao trabalharem em conjunto, os catadores conseguem ter maior poder de barganha com relação à comercialização de seu material coletado, uma vez que passam a negociar maiores quantidades de diferentes materiais. Além disso, o trabalho coletivo em cooperativas permite viabilizar o investimento em infraestrutura (como a construção de galpões) e maquinários (prensas, veículos) para melhorar as condições de trabalho, o que, individualmente, não seria possível. Outro fator que 31


pesa positivamente para o trabalho em conjunto diz respeito à melhor capacidade de planejamento e divisão de trabalho, propiciando uma racionalização da força de trabalho disponível para as atividades, de acordo com as condições físicas e de tempo de cada indivíduo associado, e melhorias nas próprias condições de trabalho, com a definição de jornada regular, equipamentos de proteção individual e condições sanitárias mais adequadas ao desempenho de suas atividades. Com isso, pode-se obter maior produtividade no empreendimento, além de: abrir diferentes possibilidades de envolvimento de mais pessoas das comunidades em trabalhar nas cooperativas, de acordo com suas disponibilidades; e ter maior clareza das necessidades de formação técnica e profissional para o desenvolvimento do empreendimento, conferindo-lhes, por conseguinte, a garantia de seu trabalho em melhores condições, com a obtenção de uma renda superior. Para além dos ganhos econômicos, o fato de trabalharem em conjunto possibilita uma troca de informações mais intensa e a formação de um ambiente mais propício para a mobilização dos atores no intuito de reivindicar direitos e acesso a serviços públicos dos entes governamentais. É bom ressaltar que o cooperativismo e o associativismo são bandeiras históricas do movimento trabalhista em todo o mundo, desde o início da Revolução Industrial, e congregam casos de sucesso nos mais diversos setores da economia brasileira, constituindo o que recentemente passou a ser conhecido como “economia solidária” (SINGER, 2002; NAGEM e SILVA, 2013). No caso específico do setor da reciclagem, a primeira cooperativa formada por catadores que se tem registro no Brasil é a Cooperativa dos Catadores de Papel, Aparas e Materiais Reaproveitáveis (Coopamare), fundada em 1989 no município de São Paulo. A Coopamare também é reconhecida como a primeira cooperativa a integrar um programa de gestão compartilhada dos resíduos sólidos, instituído pela prefeitura municipal da capital paulista no início dos anos 1990. Ela contou inicialmente com vinte catadores associados, e seu início se deu a partir de projetos de apoio aos moradores de rua realizados pela Organização de Auxílio Fraterno – OAF (SANTOS et al., 2011). Em 1990 foi constituída a Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável de Belo Horizonte (Asmare), com o apoio da Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte. Essa é uma das iniciativas de economia solidária no campo da reciclagem mais conhecida e estudada no país atualmente. A Asmare foi formada com dez associados, contando atualmente com 32


mais de trezentos. Em 1993 a Asmare passou a integrar, como parceira, o Projeto de Coleta Seletiva do município. Por seu pioneirismo e relativo sucesso, a Asmare permanece como modelo para a criação de outros empreendimentos associativos de catadores. Com o objetivo de expandir sua capacidade de comercialização e troca de experiências, a Asmare, junto com outras nove associações e cooperativas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), se organizaram para constituir, em 2006, a Rede de Economia Popular e Solidária Cataunidos. A iniciativa de formação de redes constitui uma inovação econômica no mercado de recicláveis, sobretudo porque implica uma nova dimensão estratégica para a atividade de catação. A comercialização é sempre um elo com pouca governança por parte dos catadores, uma vez que a escala de produção é um dos entraves para seus empreendimentos comercializarem diretamente à indústria recicladora, evitando a intermediação que restringe suas margens de ganho na venda de seus produtos e impede o acesso a melhores mercados. De acordo com Scherer-Warren e Luchmann (2011, p. 28), as articulações que aproximam e criam espaços interorganizacionais, de trocas materiais e simbólicas, comunicação e debate, entre as bases das ações coletivas”. Nesse sentido, a organização em forma de rede evidencia a importância da logística de comercialização e a possibilidade de ganhos de escala, ganhos pela difusão de conhecimento e práticas de gestão entre cooperativas de diferentes níveis de eficiência, além do adensamento da cadeia produtiva de recicláveis pela integração vertical de etapas do beneficiamento de materiais, ou mesmo a reciclagem de certos materiais,

transformando-os

em

novos

produtos.

As

cooperativas

menos

estruturadas tendem a ser as maiores beneficiadas pela comercialização em rede, tendo em vista que se beneficiam mais prontamente dos ganhos de escala e outras externalidades positivas deste procedimento (IPEA, 2011), da sociedade civil em forma de redes propiciam o empoderamento dos movimentos sociais e suas organizações “na medida em Com base nesse raciocínio, a Cataunidos surgiu com o objetivo concreto de unir forças entre diferentes organizações de catadores para promover a profissionalização dos seus associados e a comercialização conjunta do material reciclado. A Cataunidos conta também com uma unidade industrial de reciclagem de plástico, 13 localizadas em Belo Horizonte, que vem passando até então por um processo de reestruturação para poder operar, o que daria aos 33


catadores o controle de parte do processo industrial, avançando em termos de cadeia de valor. Segundo Magalhães (2012), em 2011 se juntaram à Cataunidos outras dezesseis organizações de catadores da RMBH. No intuito de produzir um conhecimento

mais

aprofundado

para

subsidiar

as

políticas

públicas

de

assessoramento técnico aos grupos coletivos de catadores (cooperativas e associações),

algumas

pesquisas

vêm

sendo

realizadas

por

diferentes

pesquisadores e institutos. Em uma delas, analisou-se uma série de variáveis socioeconômicas em um conjunto de 83 unidades produtivas em todas as Grandes Regiões brasileiras, à exceção da região Norte, entre os anos 2006 e 2009 (DAMÁSIO, 2010). O autor diferenciou as unidades produtivas por graus de eficiência, identificados na pesquisa da seguinte forma: • Alta eficiência: grupos formalmente organizados em associações ou cooperativas, com prensas, balanças, carrinhos e galpões próprios, com capacidade de ampliar suas estruturas físicas e de equipamentos, a fim de absorver novos catadores e criar condições para implantar unidades industriais de reciclagem. Detêm um conjunto apreciavelmente elevado de conhecimentos adquiridos passíveis de difusão e verticalização da produção de materiais recicláveis. • Média eficiência: grupos formalmente organizados em associações ou cooperativas, contando com alguns equipamentos, porém precisando de apoio financeiro para a aquisição de outros equipamentos e/ou galpões. Detêm algum conhecimento adquirido, e seriam os beneficiários imediatos da difusão de produtividade do grau anterior. • Baixa eficiência: grupos ainda em organização, contando com poucos equipamentos, mas precisando de apoio financeiro para a aquisição de quase todos os equipamentos necessários, além de galpões próprios. Detêm pouco capital e necessitam de forte apoio para treinamento e aprendizado de conhecimentos adicionais. Estes grupos, em geral, sequer têm conhecimento dos meios e das fontes para solicitar financiamento e apoio técnico. • Baixíssima eficiência: grupos desorganizados – em ruas ou lixões –, sem possuírem quaisquer equipamentos, e frequentemente trabalhando em condições de extrema precariedade para atravessadores. Baixo nível de conhecimento técnico, excetuando-se aqueles mais básicos referentes à coleta e à seleção de materiais. Necessitam de apoio financeiro para a montagem completa da infraestrutura de 34


edificações e de equipamentos, para o aperfeiçoamento técnico e na organização de suas cooperativas. A divisão das unidades produtivas de catadores em agrupamentos por níveis de eficiência permite um olhar sobre o conjunto das organizações, enfocando seu desempenho e suas necessidades de infraestrutura e conhecimento. Com base nessas especificações, Damásio chegou aos seguintes números, conforme mostrados na tabela 3. Tanto entre o número de organizações quanto o de catadores, detectou-se que cerca de 60% estão em situação de baixa ou baixíssima eficiência. O estudo apontou que, entre os desafios com que normalmente se deparam os empreendimentos de catadores estão: a eficiência da coleta e triagem; o acondicionamento correto dos materiais, preservando-os de contaminantes e da umidade; a obediência aos padrões exigidos em cada indústria; e os custos logísticos (IPEA, 2011).

Porém, um dos problemas para se caracterizar de forma mais precisa a realidade socioeconômica do associativismo e cooperativismo no setor de reciclagem no Brasil é o desconhecimento da quantidade dos empreendimentos coletivos que compõem seu universo, visto que não existem estatísticas precisas. O que há são levantamentos feitos para fins específicos. Em levantamento realizado pelo IBGE para elaboração do Plano PNSB, tendo como referência o ano de 2008 – ano em que a crise econômica, deflagrada em setembro daquele ano, ainda se faria sentir – foram identificadas 1.175 cooperativas ou associações de catadores, distribuídas em 684 municípios brasileiros e totalizando 30.390 trabalhadores (IPEA, 2011). Outro banco de dados importante é o Sistema de Informações de Economia 35


Solidária (Sies), coordenado pela Senaes. O Sies visa fazer um levantamento nacional desses empreendimentos para verificar informações sobre diversas dimensões de seu funcionamento. A última edição foi realizada entre 2009 e 2012, envolvendo não apenas cooperativas e associações já regularizadas, mas também grupos informais em vias de regularização. Nessa última edição do Sies foram mapeados 692 empreendimentos de reciclagem (com mais de 80% deles constituídos a partir de 2001), totalizando 21.164 mil trabalhadores envolvidos (39% de mulheres), o que representa uma média em torno de trinta trabalhadores por empreendimento.

A

distribuição

regional

desses empreendimentos é

bem

heterogênea entre as regiões. No gráfico 1, nota-se que mais de três em cada quatro empreendimentos de economia solidária no setor da reciclagem do banco de dados do Sies estão localizados nas regiões Sudeste e Sul. Somente a região Sudeste respondeu por quase a metade, com destaque para o estado de São Paulo, com 276 empreendimentos mapeados.

36


Doar, vender ou guardar? Pesquisa mostra o que brasileiro faz com celular antigo após comprar um novo. O que você faz com seu aparelho celular antigo quando compra um aparelho novo? Uma aposta segura, com mais de metade da chance de acertar, é dizer que guarda, por algum motivo. Pois é exatamente isto o que 51% dos brasileiros faz, segundo uma pesquisa realizada pela PiniOn. Por que guardar? As principais razões apontadas foram possibilidade de uso futuro, caso o aparelho novo seja roubado ou se quebre; desconhecimento da forma correta de descarte; manutenção de conteúdos antigos; ou o esquecimento. "É sempre bom ter um aparelho reserva, caso o meu quebre ou seja roubado. Se ficar na assistência, tenho outro para usar", explicou um entrevistado de 26 anos, morador do Nordeste. Este é o pensamento de 40% dos pesquisados que disseram manter um dispositivo antigo guardado em casa. Já uma mulher de 23 anos, do Sudeste, explicou que o aparelho "possui foto da minha filha bebê que não consigo revelar nem fazer nada por causa do aplicativo, que é ruim". Dá para entender que muita gente guarda o dispositivo para não perder, além de fotos e vídeos, alguns contatos, que não conseguiu ou não sabe como transportar quando troca de aparelho. Mas e o esquecimento? "A gente sempre acha que pode servir para alguma coisa um dia e acaba guardando", justificou uma mulher de 34 anos, também do Sudeste. Com relação à última troca, 37% declarou ter dado o aparelho antigo para algum parente ou amigo, enquanto 24% o mantiveram guardado. Já 17% preferiram vender a um parente ou amigo, e 6% venderam para um desconhecido. Do resto, 4% jogou no lixo, 2% disseram ainda não ter precisado trocar, e 1% doou para uma ONG. Outros 6% disseram ter dado outra destinação não prevista pela pesquisa (JUNQUEIRA, 2016). Descarte de celulares joga US$ 63 milhões por ano no lixo Hoje, somente 6% dos aparelhos de todo o mundo passam por reciclagem. No Brasil, a Vivo é cliente de uma grande empresa de reaproveitamento de celulares. Mais de 100 milhões de aparelhos celulares são descartados anualmente no mundo. Com valor médio de US$ 0,63 em ouro por aparelho, o total de celulares descartados por ano renderia, apenas na recuperação desse metal, US$ 63 milhões 37


(sem considerar o custo de extração do metal precioso). Apesar disso, somente uma pequena parte desses aparelhos são reaproveitados. A responsável pela pesquisa, a ReCellular, maior empresa do ramo, entretanto, recolheu em 2007 apenas 6,03 milhões de aparelhos, pouco mais de 6% do total descartado, desempenho bastante distante da média das concorrentes. O que você faz com o celular antigo após a troca? Uma pesquisa realizada pela PiniOn tocou exatamente neste ponto: o que os brasileiros fazem com o celular antigo após a compra de um novo. O resultado, divulgado hoje, é bem interessante e mostra que a maioria de nós é "acumuladora". Mais da metade dos entrevistados (51%) guardam em casa, no mínimo, um aparelho celular sem uso. Ainda, 40% dos brasileiros possuem um acessório telefônico velho em casa, como divulgou o pessoal do MobileTime. A pesquisa também indicou os motivos de a maioria das pessoas não doar, vender ou simplesmente se livrar desses gadgets sem uso. São eles: •

Possibilidade de uso: caso o celular atual seja quebrado/roubado

Desconhecimento: não saber como descartar o aparelho

Conteúdo: gerenciar fotos e vídeos antigos

Esquecimento: simplesmente se esqueceram de fazer algo com o aparelho Já entre os usuários que conseguiram se livrar do celular antigo, as

porcentagens foram as seguintes (24% não conseguiu se livrar) — com relação à última troca realizada: •

37%: entregaram o celular para algum parente ou amigo

17%: venderam para algum parente ou amigo

6%: venderam para um desconhecido

4%: jogaram no lixo

1%: doou para uma ONG

6%*: indicaram outro destino não previsto pela pesquisa Pesquisas mostram perfil do doador brasileiro e apontam caminhos para

ampliar a cultura da doação no país. Dois novos estudos acabam de ser lançados e trazem dados até então jamais levantados no país sobre o perfil do doador brasileiro, além de apontar as tendências e estratégias a serem adotadas para que essa prática seja cada vez mais comum e se amplie no Brasil. 38


A primeira delas, a Pesquisa Doação Brasil, foi liderada pelo IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), em parceria com várias organizações do campo – inclusive pelo GIFE, no comitê consultivo – que teve como proposta conhecer quem são, por que doam, como doam e quanto doam, assim como levantar dados sobre o que faria as pessoas doarem mais, quais são as causas que as sensibilizam, quais são suas crenças e desconfianças, entre outros questionamentos. Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, destacou a relevância do estudo, tendo em vista as várias lacunas de dados que existiam até então neste campo, o que dificultava a realização de novas ações para aumentar a cultura de doação no país. O levantamento, encomendado ao Instituto Gallup, entrevistou 2230 pessoas em todo país, com 18 anos ou mais, residentes em áreas urbanas e com renda familiar mensal a partir de um salário mínimo. Segundo o estudo, em 2015, 77% dos brasileiros fizeram algum tipo de doação, sendo que 62% doaram bens, 52% doaram dinheiro e 34% doaram seu tempo para algum trabalho voluntário. Entre os que doaram apenas dinheiro para organizações sociais, são 46%. Assim, em 2015, as doações individuais dos brasileiros totalizaram R$ 13,7 bilhões, valor que corresponde a 0,23% do PIB do Brasil. De acordo com o estudo, o perfil do típico doador brasileiro é mulher com instrução superior, praticante de alguma religião, moradora das regiões Nordeste ou Sudeste, com renda individual e familiar acima de quatro salários mínimos. Percebe-se que as doações são recorrentes: mais de um terço dos doadores, 36%, fizeram uma doação por mês ao longo do ano passado. Essas doações ficam na faixa de R$20 a R$40 mensais, ou seja, de R$240 a R$480 por ano. Entre as temáticas que mais sensibilizam o doador em dinheiro está a saúde, em primeiro lugar, com 40% das respostas; em segundo crianças, com 36%; e em terceiro combate à fome e à pobreza, com 29%. Entre as razões que levam uma pessoa a doar dinheiro está a solidariedade com os mais necessitados, apontando uma ligação entre o ato de doar e a gratificação emocional. A religião também exerce grande influência no hábito de 39


doar, principalmente entre os que se declaram espíritas (58%); católicos (51%); e evangélicos (45%). A pesquisa perguntou ainda aos entrevistados os motivos pelos quais pararam de doar. Entre as principais razões estão: 43% disseram que foi pela falta de dinheiro; 17% não tem confiança nas organizações que pedem; e 7% porque ninguém pediu. A Pesquisa Doação Brasil mostra não existir uma relação direta entre o tamanho da cidade e a prática de doação em dinheiro, ou seja, mesmo fora das grandes cidades, o brasileiro também doa. Porém, existe uma forte relação entre idade e a prática da doação em dinheiro. Quanto maior a faixa etária, maior a incidência deste tipo de doação. O mesmo acontece em relação ao grau de instrução. Pessoas com nível superior, praticam mais doação em dinheiro. Atitudes Referentes ao Ato de Doar Cerca de dois terços da população concordam que o fato de doar pode fazer alguma diferença. Isso demonstra um potencial significativo para uma cultura de doação no país.

Um aspecto ressaltado pela população em geral é o doar sem esperar nada em troca e sem divulgar. Existe a percepção de que o ato de doar tem que ser primordialmente desinteressado.

Conhecimento e Avaliação de Termos Associados à Doação O termo “solidariedade” é o que possui a maior avaliação positiva, com a chancela de quase a totalidade da população (97%). “Caridade” também é percebida 40


positivamente de maneira acentuada (83%). Investimento social (conhecido por 77%) e doação possuem valores inferiores de avaliação positiva, mas ainda em níveis recomendáveis (69% e 67% respectivamente). O termo “negócio social” é o que possui menor nível declarado de conhecimento (37%) e pior avaliação para os que dizem conhecer o termo – 29% de associação positiva. “Filantropia” possui um nível de conhecimento de 47% e 53% de associações positivas. É fundamental enfatizar junto à sociedade a importância de cada indivíduo na busca de justiça e bem-estar social através do ato de doação. Em função tanto da “solidariedade” auto percebida do brasileiro, da grande carência e necessidade de investimentos sociais para uma parcela significativa da população, quanto pelos baixos níveis de contribuição financeira que temos atualmente, é clara a necessidade de mudança cultural e o grande potencial de recursos que podem ser arrecadados. A mudança de mentalidade do brasileiro transformando-o de um “doador oculto” para um agente multiplicador da cultura de doação é fundamental. Outra barreira é a desconfiança com relação às instituições ou aos próprios beneficiados pelas doações.

Por fim, como um dos aspectos mais relevantes, temos a percepção de que a postura de algumas instituições que recebem doações pode gerar um desgaste na relação, por excesso de insistência. É fundamental que as organizações estabelecem estratégias de abordagem adequadas (frequência e permissão) evitando a saturação.

41


Sensibilidade às Causas Sociais Temas que mais sensibilizam a população brasileira para doação são relativos a saúde, crianças, combate à fome e pobreza e idosos. Na verdade, existe uma interação e sinergia muito grande entre estes elementos, onde se caracteriza a ameaça de sofrimento para pessoas em situação de fragilidade. Calamidades também possuem um forte apelo. Educação, um tema considerado um dos grandes problemas sociais do país fica em segundo plano com relação à sensibilidade.

Existe divisão com relação à sensibilidade de causas relativas a dependência química, proteção a animais e esportes, e um certo distanciamento com relação ao meio ambiente. Prática da Doação no Brasil Existe a plena percepção de que a doação de indivíduos pode ser em trabalho (tempo), bens e dinheiro. A maior parte dos brasileiros – 77% - fez algum tipo de doação em 2015.

42


62% da população fez alguma doação em bens (produtos, materiais, agasalhos, alimentos etc.). 34% citam que doam tempo através de trabalho voluntário. A doação em dinheiro em todas as possibilidades (além do institucional também contemplando esmolas, dízimos e doações pessoais) é feita por 52% da população.

43


A Doação Institucional em Dinheiro O percentual de incidência de doação institucional em dinheiro, isto é, pessoas que doaram certa quantia em dinheiro no ano de 2015 para alguma instituição visando ações sociais, é de 46% da população.

Dos 46% que doam em dinheiro institucionalmente, pouco menos que 11% doam em maior frequência ou valor do que a média. Existe um potencial de aumento da intensidade de doação para 35% que já praticam este tipo de doação dentro do valor/frequência média. Pessoas que já doaram no passado em dinheiro para alguma instituição são cerca de 23%, podendo ser convencidas a retomar a prática. Existem doadores em geral que não o fazem em dinheiro, em um percentual de 17%. O trabalho de criação da cultura de doação em dinheiro deve ser realizado junto a este segmento que já pratica a doação em geral. Por fim, 15% dos brasileiros são aparentemente avessos de uma maneira mais profunda à cultura de doação.

44


Características da Doação Institucional A maioria dos brasileiros que fazem alguma doação a concentram em apenas uma instituição – 64% Quase 30% destas instituições possuem alguma vinculação com igrejas.

Perfil do Doador Institucional em Dinheiro Onde a população é mais doadora? A região proporcionalmente mais doadora é o Nordeste, onde 50% da população fez alguma doação institucional em dinheiro, em 2015. Enquanto a média 45


brasileira é de 46%. Pelo mesmo critério, a região menos doadora é a Sul, onde apenas 39% da população realizou doação para ações sociais no ano da pesquisa.

Em que idade o brasileiro doa mais? A prática da doação em dinheiro aumenta na proporção da idade, o que seria previsível, uma vez que o hábito acompanha a curva natural de acúmulo de patrimônio. A partir dos 40 anos de idade, mais da metade dos brasileiros pratica doação em dinheiro.

Quem doa mais? Homens ou Mulheres?

46


Qual a influência da escolaridade no comportamento do doador? Existe relação entre possuir instrução superior e praticar mais doação em dinheiro, mas chama a atenção o fato de os brasileiros com grau de instrução mais baixo (analfabetos ou apenas com o ensino fundamental) praticam mais a doação institucional do que a faixa que completou o ensino médio.

Como a renda influencia no comportamento do doador?

47


Existe relação direta entre renda familiar e prática da doação em dinheiro até a faixa de 4 salários mínimos. A partir desse ponto a incidência da doação tende a se estabilizar com um pico na faixa entre 10 a 15 salários mínimos. Novamente chama a atenção o fato de que quase um terço dos indivíduos com renda familiar até dois salários mínimos tenham doado dinheiro para organizações sociais em 2015.

A Religião faz a Diferença Ter uma religião influencia positivamente o comportamento doador, com especial destaque para espíritas e católicos, cuja prática da doação entre seus praticantes é significativamente mais alta do que a média da população brasileira.

48


Motivação para doação institucional em dinheiro A solidariedade e sensibilidade com relação às pessoas que necessitam de ajuda e seus problemas concentram as principais razões para justificar o ato de doar em dinheiro, com quase 80% dos casos. Estas respostas mostram uma conexão afetiva forte na relação de doação, bem como uma eventual gratificação pessoal como resultado da atividade.

Abordagens para doação Quanto mais pessoal a abordagem para doação, mais ela é avaliada como incômoda ou inconveniente. Os modos impessoais são considerados mais 49


adequados para abordagem, mesmo que não sejam os mais eficazes ou efetivos. Apesar desta avaliação de inconveniência, a abordagem pessoal, se bem planejada e executada, é fundamental para o processo de construção de confiança e convencimento da importância da doação.

Modos de pagamento da doação O pagamento em dinheiro vivo é o modo de pagamento mais utilizado e mais conveniente na opinião dos respondentes. Existe rejeição para vinculação do pagamento com conta bancária de débito ou cartão de crédito.

50


Conhecimento e uso de outros modos de pagamento O nível de conhecimento e principalmente o uso de outros meios de pagamentos mostram um grande potencial de ampliação de novos modos, trabalhados seletivamente.

51


Como diferentes tipos compõem a população

Quantos brasileiros doam?

Como é a tomada de decisão? RACIONAL | Eu escolho com cuidado a causa para qual vou doar meu dinheiro.

52


4.3.

O Produto

Desenvolvido pelo Pimp My Carroça, o CATAKI é um aplicativo que visa aumentar dois fatores: a renda dos catadores e os índices de reciclagem do Brasil. Diante da falta de estrutura pública em relação a coleta seletiva nas cidades, o app foi criado para suprir a demanda das pessoas que querem reciclar e não encontram alternativas. Disponível gratuitamente para download no Google Play e na Apple Store, o CATAKI permite ao usuário chamar diretamente o catador ou catadora, sem nenhum intermediário: ele visualiza o perfil do profissional da reciclagem mais próximo, negocia a retirada e o pagamento pelo serviço. A ideia é aproximar, de maneira descomplicada, o gerador de resíduo, com a pessoa que vai dar a destinação correta a esse material. Hoje são mais de 600 catadores cadastrados em 150 cidades brasileiras São Paulo, Rio de Janeiro e Recife são as que possuem o maior número de cadastros. Concorrendo com outras duas mil iniciativas, em fevereiro de 2018, o CATAKI foi escolhido como o melhor projeto de inovação tecnológica do mundo pelo prêmio de inovação digital Netexplo, entregue na sede da UNESCO, em Paris. 53


4.4.

Considerações sobre a etapa exploratória inicial

Com base nas pesquisas exploratórias realizadas podemos perceber que o processo de reciclagem nos possibilita vários benefícios, são estes, benefícios financeiros, benefícios ao meio ambiente, beneficios a geração de renda de muitos carroceiros e catadores existentes no Brasil, benefícios a saúde pública entre outros. Mas apenas uma pequena parte de todo o lixo produzido no Brasil é reaproveitado, cerca de 6%. Essa coleta é dividida entre cooperativas de catadores e carroceiros e também por empresas concessionárias, porém após a coleta quem faz todo trabalho são somente os catadores e carroceiros que fazem toda a triagem, armazenamento e a venda. Então sem eles não existiria o processo de reciclagem no Brasil. Nem todos os carroceiros fazem parte de cooperativas, muitos trabalham individualmente, alguns dos motivos pelo qual muitos fazem essa escolha são; autonomia na gestão de seu tempo e do resultado de seu trabalho; desinformação quando às exigências para constituição de cooperativas e associações; muitos enxergam as cooperativas como um agente externo. Por isso vivem em condições desiguais vendendo todo seu material por preços baixíssimos aos revendedores. Um outro problema que percebemos é que, devido ao trabalho individual de muitos carroceiros eles acabam entrando em situações de risco já que não possuem os materiais de segurança adequados e vivem em condições insalubres em grau máximo, onde são submetidos ao calor, à umidade, aos ruídos, à chuva, aos riscos de quedas, atropelamentos, cortes, ao contato com ratos e moscas, à sobrecarga por levantamento de peso e a contaminações por materiais biológicos. O trabalho dos carroceiros é uma forma de gerar renda para os mesmos e contribuir com toda a sociedade, pois eles fazem uma grande parte do processo de reciclagem no Brasil contribuindo com o meio ambiente, mas algumas pessoas não enxergam assim, e devido a isso os carroceiros sofrem preconceito dos que não valorizam seu trabalho e tratam o descarte de material reciclável como obrigação. Doação Com base em uma pesquisa feita pelo IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) que entrevistou 2230 pessoas com mais de 18 anos, 77% dos brasileiros fizeram algum tipo de doação, sendo que 62% doaram bens, 52% dinheiro e 34% doaram seu tempo para algum trabalho voluntário. 54


O Perfil do doador Brasileiro é mulher com instrução superior, praticante de alguma religião, moradora das regiões Nordeste e Sudeste, com renda individual e familiar acima de quatro salários mínimos. Os temas que mais sensibilizam os doadores são, em primeiro lugar saúde, em segundo crianças, em terceiro o combate à fome e à pobreza. Alguns dos entrevistados, 17% disseram que pararam de doar por não terem confiança nas organizações de pedem, ou seja, teremos que mostrar que o trabalho da ONG Pimp My Carroça é sério e responsável Alguns dos motivos pelo qual as pessoas não doam é a falta de hábito, relacionado a cultura; a falta de confiança; e a insistência dos que solicitam doação. Ou para trazer doadores a uma ONG é necessário existir uma comunicação eficaz com seu público, porém sem existir saturação. Em relação a doação de celulares que é um dos objetivos da campanha, observamos que, a grande maioria, cerca de 51% guardam os celulares antigos pois veem uma possibilidade de precisar usá-lo futuramente por questões como, quebra ou roubo do aparelho novo; por não conhecerem o processo correto de descarte; manutenção de conteúdos antigos ou esquecimento. Quando o assunto é a doação dos aparelhos celulares 37% doam para amigos e familiares e apenas 1% doam para ONGs, 4% dos entrevistados jogaram o celular no lixo, por ineficiência do aparelho ou pelo fato de não conhecer a possibilidade de doação de celulares antigos. A partir destes dados, desenvolvemos uma campanha que mostre a realidade dos catadores e carroceiros no Brasil, conscientizando as pessoas da importância que eles têm na sociedade; que alcance com eficácia o público doador sem saturação; e faça com que as pessoas tomem consciência de que os seus celulares guardados, sem uso, podem ajudar muito na renda de vários trabalhadores e contribuir de forma positiva com o meio ambiente.

55


5.

Planejamento de Marketing 5.1.

Público-alvo

Homens e Mulheres de 38 a 53 anos, das classes B e C, do estado de São Paulo, que possuam o hábito de fazer doações e sejam engajados em causas sociais relacionadas ao combate à fome e à pobreza e preocupados com o meioambiente e com a sustentabilidade.

5.2.

Objetivos de Marketing

● Arrecadar 500 aparelhos de telefonia celular e smartphones em 6 meses. ● Conseguir 7 mantenedores para ações de mídia.

6.

Planejamento de Campanha 6.1.

Objetivos de Campanha

1. Objetivo

1.1. Estratégia

Arrecadar 500 celulares em bom estado Conscientizar o público-alvo para doar seus para serem doados aos catadores de aparelhos usados, mas em bom estado, material reciclável e carroceiro, em 6 para auxiliar no trabalho dos catadores de meses.

materiais recicláveis.

2. Objetivo

2.1. Estratégia

Aumentar em 30% a presença do aplicativo Propaganda intensa nas redes sociais, CATAKI nas redes sociais.

através de vídeos e fotografias, para que o público-alvo perceba e queira fazer o download do produto.

56


6.2.

Objetivos de Comunicação

● Aumentar em 30% a visibilidade do aplicativo CATAKI, em 6 meses. ● Trazer ao conhecimento do público-alvo, a ONG Pimp My Carroça e a causa à qual ela defende. ● Aumentar o índice de lembrança espontânea da marca Pimp My Carroça e do aplicativo CATAKI, para os consumidores que já utilizaram o serviço ou já doaram para a PMC. ● Reforçar a presença da marca para o público-alvo, despertando a intenção da doação de seu aparelho celular novo ou usado em bom estado. ● Tornar claros os fundamentos da ONG, aumentando, assim, interesse do público no ato de doar.

6.3.

Praça

A campanha será lançada via redes sociais, abrangendo a cidade de São Paulo.

6.4.

Verba

A ONG não possui verba disponível para a comunicação, mas temos uma doação da Google para usar o Google Ads no valor de R$ 10 mil mensais. Logo, podemos patrocinar pesquisas no Google para a nossa campanha e aparecer nos sistemas de busca. Tudo o que é captado pela ONG, é para realização de ações. A AOK Foundation é nossa patrocinadora, mas os recursos são muito limitados. A maior parte para despesas administrativas (imóvel, alguns pagamentos de pessoal, etc.). Todos os nossos programas se financiam por captação via Crowndfunding ou por lei de incentivo via Rouanet.

57


6.5.

Período de Campanha

A campanha será veiculada de outubro de 2018 a março de 2019.

6.6.

Objetivos, Estratégias e Táticas - 5W2H Conseguir 7 mantenedores para ações de mídia.

Objetivo 1.1

Arrecadar 500 celulares para auxiliar os catadores no dia a dia.

Objetivo 1.2

Criar um workshop com a presença do Mundano para a arrecadação dos celulares.

Estratégia 1.1

Conscientizar o público-alvo a doar seus aparelhos celulares usados em bom estado, para auxiliar no trabalho dos catadores de materiais recicláveis.

58


Estratégia 1.2

Criação de Workshop de graffiti para arrecadação de celular, cobrando como entrada do evento um aparelho de celular usado, em bom estado, acompanhado de seu carregador.

Tática

Criar anúncios e divulgar em redes sociais, como: Facebook, Instagram e vídeos para o YouTube para atingir o maior número de doadores.

Ação

What

Who

When

Where

Why

How

How much

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Agência

De

Região

Muitas

Entrar em

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celular

Clã.

outubro

de

pessoas

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campanha

doado,

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São

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com

não conta

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2018 a

Paulo.

seus

doadores

com

ajudará um

abril

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por meio de

verba,

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de

celulares

redes

pois

materiais

2019.

com o

sociais,

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passar do

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de uma

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tempo de

local para o

empresa

território de

uso, pois

recebimento

do

trabalho.

optam por

dos

terceiro

59


aparelhos

celulares,

mais

estipular um

recentes.

local para a

setor.

realização do workshop, separar os equipamentos.

Objetivo

Aumentar a visibilidade do aplicativo Cataki em 30% em 6 meses.

Estratégia

Propaganda intensa nas redes sociais através de vídeos e fotografias, para que o público-alvo perceba e queira fazer download do aplicativo Cataki.

Tática

Divulgação intensa nas redes sociais, com publicações no Facebook e Instagram, e 60


vídeo para divulgação no YouTube.

Ação

What

Who

When

Where

Why

How

How much

Alcançar o

Agência

De

Região

Muitas

Criação de

Essa

púbico que

Clã.

outubro

de

pessoas

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São

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2018 a

Paulo.

conhecem

divulgação

com

coleta de

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com foto no

verba,

materiais

2019.

benefícios

Facebook e

pois

recicláveis

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Instagram,

trata-se

Cataki, e

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Cataki, e

também um

empresa

que esse

sentem

vídeo no

do

serviço

receio

YouTube.

terceiro

aumente

de os

a cada dia.

catadores

setor.

serem ajudados.

Objetivo

Conseguir 7 mantenedores para as ações de mídia.

61


Estratégia

Criação de evento de divulgação para a ONG e mostrar seu trabalho e, assim, conquistar mantenedores.

Tática

Criação de evento para a divulgação em redes sociais, como o Facebook e Instagram. Entrar em contato com empresas que ajudam ONGs.

Ações

What

Who

When

Where

Why

How

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De

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de

ONGs não

evento

campanha

s para que a

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São

possuem

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não conta

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2018 a

Paulo.

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com

continue

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lucrativos,

em redes

verba,

realizando

2019.

precisam

sociais,

pois

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62


e prossiga

empresas

com

empresa

ajudando

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conseguir

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terceiro

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se manter

ajudam

setor.

os catadores

e manter

ONGs.

de

suas

materiais

campanha

reciclĂĄveis.

s, para entĂŁo, conseguir cada vez mais visibilidade

63


6.7.

Mapa de Posicionamento

64


6.8.

Efemérides

Mês

Evento

Dia

Janeiro

Controle da Poluição por Agrotóxicos

11

Aniversário de SP

25

Dia do Agente de Defesa Ambiental

06

Fevereiro

Carnaval Março

Dia Nacional da Conscientização sobre 16 as Mudanças Climáticas Dia Mundial da Água

22

Maio

Dia Mundial da Reciclagem

17

Junho

Dia Nacional da Reciclagem

05

Semana Nacional do Meio Ambiente

31/05 a 05/06

Abril

Julho

Aniversário

de

criação

do

Fundo 10

Nacional do Meio Ambiente Agosto

Dia do Controle da Poluição Industrial

14

Aniversário do Instituto Chico Mendes

28

de Conservação da Biodiversidade Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Independência

7

Dia da Árvore

21

Dia Mundial sem Carro

22

Dia das Crianças

12

Dia do Consumo Consciente

15

Proclamação da República

15

Consciência Negra

20

Natal

25

Dia Mundial da Biodiversidade

29

65


7.

Criação e Produção 7.1.

Flyer

Os flyers servirão como apoio para empresas, prédios e condomínios para conhecimento do trabalho da Pimp My Carroça e conseguir, assim, parcerias e patrocinadores da causa.

66


7.2. •

Artes e Mockups

Artes

67


68


•

Mockups

69


7.3.

MĂ­dia Sonora 70


AGÊNCIA: __CLÃ_________________________________________________________ CLIENTE: __PIMP MY CARROÇA_______________TÍTULO:__CELULAR SEM USAR TÁ NA HORA DE DOAR____________________________________________________ PRODUTO:__CATAKI_________________________DURAÇÃO:_1’37”______________ FORMATO:__ JINGLE________________________ DATA: __09/10/2018____________

TEC

INSERIR MELODIA (1’37”)/DESCE BG

LOC 1

AONDE VOCÊ VAI ELE VAI ATRÁS É TIPO EXTENSÃO DO CORPO, SEM ELE NADA MAIS SE FAZ, TRAZ INFORMAÇÃO E MUITA EVOLUÇÃO, ELE NÃO SAI DA PALMA DA SUA MÃO, É DE CELULAR QUE EU TÔ FALANDO E NESSE MOMENTO É PRA ELE QUE “CÊ” TÁ OLHANDO? AÍ QUE TÁ EU VIM AQUI FALAR SOBRE O DIREITO DE SE COMUNICAR SEJA ADVOGADO, CATADOR, PEDREIRO A COMUNICAÇÃO NÃO EXIGE PROFISSÃO TEM UM CELULAR SOBRANDO? POR QUE NÃO AJUDAR? SE NÃO TÁ USANDO, TÁ NA HORA DE DOAR O DESAPEGO NUNCA É EM VÃO PENSE MENOS, AJA MAIS E PARTE LOGO PRA AÇÃO MAS CUIDADO, NÃO FAZ DE QUALQUER JEITO NÃO A SOLIDARIEDADE TEM QUE VIR DO CORAÇÃO LIGA PRO PAI, LIGA PRO AVÔ, LIGA ATÉ PRA YEMANJÁ, DEPOIS LIGA PRO CATADOR ELE TE AJUDA A RECICLAR, "MAS POR QUE DOAR? UM CATADOR USA CELULAR? ELE NEM PRECISA SE ATUALIZAR" PESADO NÃO É O LIXO E SIM O PRECONCEITO O CATADOR TAMBÉM É GENTE E MERECE RESPEITO ENTÃO ABRACE ESSA CAUSA EXPANDA A COMUNICAÇÃO PRECISA RECICLAR? A SOLUÇÃO TÁ NA PALMA DA SUA MÃO. CELULAR SEM USAR TÁ NA HORA DE DOAR.

TEC

SOBE/CORTA BG

71


8.

Mídias e Custos 8.1.

Crowdsourcing

A meta do Crouwdsoursing é adquirir fontes na população, através da inteligência colaborativa em massa. O tema proposto pela agência, para a Pimp My Carroça, é: - “Compartilhe sua Arte.” O objetivo - Promover a participação popular, incentivando o envio de sua arte através do graffiti, para serem estampadas nas carroças dos catadores. Desenvolvimento - Criar um hotsite com um tutorial de como se cadastrar no CATAKI e um formulário para o envio da arte.

8.2.

Briefing de Mídia

● Produto: aplicativo CATAKI. ● Público-alvo: homens e mulheres de 38 a 53 anos, das classes B e C. ● Período de campanha: de outubro de 2018 a março de 2019 ● Verba: R$300.000,00 (trezentos mil reais). 8.3.

Objetivos de Mídia

● Continuidade: em ondas. ● Cobertura: a área de abrangência da campanha será a Grande São Paulo. O Mercado prioritário é o estado de São Paulo, por possuir contingente superior às outras regiões do Brasil.

8.4.

Meios Selecionados

● Metrô ● Internet ● Revista 8.5.

Meios Principais

Internet

Metrô 72


8.6. •

Meios de Apoio

Revista

8.7. •

Critérios para Escolha dos Meios

Sexo, idade e classe social

8.8.

Mídia Dados 2018

Meios

Sexo

Idade

Classe Social

%B

%C

Internet

Masculino e Feminino Masculino e Feminino Masculino e Feminino

38 a 53 ANOS

BeC

23%

27%

38 a 53 ANOS

BeC

24%

26%

38 a 53 ANOS

BeC

--

--

Revista Metrô

8.9.

Táticas de Mídia

● Flow Chart

● Cashflow

73


74


Flights

Cronograma Geral

Revista

Metrô

Internet 75


76


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS BIOMANIA, Atuações das ONGs sobre o Meio Ambiente. Disponível em: https://biomania.com.br/artigo/atuacoes-das-ongs-sobre-o-meio-ambiente. Acesso em: 01 de setembro de 2018.

BLOG ANGULOS CIDADANIA. 10 ONGs e entidades relacionadas a lixo e reciclagem. Disponível em: http://anguloscidadania.blogspot.com/2017/11/10-ongse-entidades-relacionadas-lixo-e.html?m=1. Acesso em: 01 de setembro de 2018.

BLOG TRACKMOB. IDIS divulga segunda parte da Pesquisa Doação Brasil, traz dados inéditos no país e mostra que o doador brasileiro reconhece a importância do trabalho das ONGs, mas não confiam na maior parte delas. Disponível em: https://blog.trackmob.com.br/pesquisa-doacao-brasil-o-doadorbrasileiro-quer-mais-transparencia/. Acesso em: 01 de setembro de 2018.

CATAKI. Disponível em: http://www.cataki.org. Acesso em: 06 de setembro de 2018.

DIONISIO ARTE. Disponível em https://www.dionisioarte.com.br/o-projeto-pimp-mycarroca-e-seu-impacto-social/amp/. Acesso em 01 de setembro de 2018.

G1 GLOBO. Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/0,,LTM0-55972135,00.html. Acesso em: 03 de setembro de 2018.

GIFE. Pesquisas mostram perfil do doador brasileiro e apontam caminhos para ampliar a cultura da doação no país. Disponível em: https://gife.org.br/pesquisasmostram-perfil-do-doador-brasileiro-e-apontam-caminhos-para-ampliar-a-cultura-dadoacao-no-pais/. Acesso em: 03 de setembro de 2018.

IDIS. Como é a tomada de decisão. Disponível em: http://idis.org.br/pesquisadoacaobrasil/resultados/como-e-a-tomada-de-decisao/. Acesso em: 03 de setembro de 2018. 77


IDIS. IDIS divulga resultados da Pesquisa Doação Brasil. Disponível em: http://www.idis.org.br/idis-divulga-resultados-da-pesquisa-doacao-brasil/. Acesso em: 03 de setembro de 2018.

IPEA. Situação Social das Catadoras e dos Catadores de Material Reciclável e Reutilizável. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/situacao_social/131219_relatori o_situacaosocial_mat_reciclavel_brasil.pdf. Acesso em: 03 de setembro de 2018.

MORI, Letícia. 'Acham que a gente é lixo': a rede invisível de catadores que processa tudo o que é reciclado em SP. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-40664406. Acesso em: 06 de setembro de 2018.

MUNDANO. Disponível em: http://www.mundano.art.br/mundano/#. Acesso em: 01 de setembro de 2018.

NEWSWIRE, Pr. Relatório revela como as ONGs de todo o mundo usam a tecnologia on-line e a mídia social. Disponível em: https://economia.estadao.com.br/noticias/releases-ae,relatorio-revela-como-as-ongsde-todo-o-mundo-usam-a-tecnologia-on-line-e-a-midia-social,70001647577. Acesso em: 01 de setembro de 2018.

NOSSA CAUSA, Diferença Entre ONG e OSCIP. Disponível em: http://nossacausa.com/diferenca-entre-ong-e-oscip/. Acesso em 01 de setembro de 2018.

NOSSA CAUSA, O Mercado de Trabalho no Terceiro Setor. Disponível em: http://nossacausa.com/o-mercado-de-trabalho-no-terceiro-setor/. Acesso em: 01 de setembro de 2018.

78


NOSSA CAUSA. Disponível em: http://nossacausa.com/. Acesso em: 01 de setembro de 2018.

PAYÃO, Felipe. O que você faz com o celular antigo após a troca? Disponível em https://www.tecmundo.com.br/pesquisa/105231-voce-o-celular-antigo-troca/. Acesso em 03 de setembro de 2018.

PESQUISA DOAÇÃO BRASIL. Disponível em: http://idis.org.br/pesquisadoacaobrasil/wpcontent/uploads/2016/10/PBD_IDIS_Sumario_2016.pdf. Acesso em: 03 de setembro de 2018.

PIMP MY CARROÇA. Disponível em: http://www.pimpmycarroca.com.br. Acesso em: 06 de setembro de 2018.

SAEMIENTO, Susana. Pesquisa Doação Brasil traz número e quanto os brasileiros doam, o que pensam, e também as pessoas que não são doadoras. Disponível em: http://setor3.com.br/pesquisa-doacao-brasil-traz-numero-e-quantoos-brasileiros-doam-o-que-pensam-e-tambem-as-pessoas-que-nao-sao-doadoras/. Acesso em: 01 de setembro de 2018.

TUDO CELULAR. Doar, vender ou guardar? Pesquisa mostra o que brasileiro faz com celular antigo após comprar um novo. Disponível em: https://www.tudocelular.com/android/noticias/n72314/Doar-vender-ou-guardarcelular-antigo.html. Acesso em: 03 de setembro de 2018. Código de Autorregulamentação Publicitária – CONAR Código de Defesa do Consumidor – CDC Código de Ética da AMPRO – Associação de Marketing Promocional

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