ERICK ALEXANDRE - ESCRITO

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UniversidadeCruzeirodoSul

ErickAlexandreSerranoRodriguesRGM:29782058

Interdisciplinar

EntrevistacomoParente

Liberdade/SP

2022

A pessoa entrevistada foi Dina Amélia Carmona Serrano, com 68 anos, viúva, nacionalidade Portuguesa. Ela é a minha avó e também é a pessoa mais velha da minha família, então achei bem interessante entrevistar ela e me impressionei muito com sua história e as suas superaçõesdiantedetantosproblemas.Umacuriosidadeemseunomeé queAméliavinhadesuaavó,CarmonavinhadeseupaieSerranodeseumarido

Em sua família seus pais eram portugueses e seus avós também, sendo sua configuração familiar a Mãe (Florinda do Céu Rocha (falecida)), o Pai (Antônio Manuel Carmona (falecido)), quatro irmãs (Maria Delmina Carmona, Teresa do Céu Rocha (falecida), Rosa de Fátima Carmona e Carlota Antonia Carmona) e um irmão (José Emílio Carmona), seus avósqueinfelizmenteelanãoselembra,masdequalquerjeitoela mal osconheceu,emborasejalegalparasaberdaárvorefamiliarnãotevecomoencontrar seus nomes. Em geral, tiveram uma vida precária e com pouco conforto, tendo que trabalhar muito cedo “ a gente não tinha muitos luxos nessa nossa vida, casa de chão batido, tomávamos banho na bacia com baldes, enfim…”, e teve um papel muito importante na sua família pois era uma das mais velhas e mais inteligentes entãoelaque escrevia as cartas da casa e outros afazeres nesse sentido Ainda no pensamento de família, Dina teve uma filha (Simone Carmona Serrano) com seu marido (Osvaldo Serrano (falecido)) e um filho (Diego Carmona Pinangé) com a pessoa que atualmente está junto dela como uniãoestável(PedrodeBarrosPinangé),seusfilhostiveramdetudo

o que podia ser dado devido seu esforço de trabalho. Esses seus filhos se casaram (Simone com Alexandre Rodrigues e Diego com Elaine Cristina Rocha Pinangé) os deram 4 netos (Monique Serrano Rodrigues, Lívia Serrano Rodrigues, Erick Alexandre SerranoRodrigueseJoãoPedroRochaPinangé).

A história começa aos seus 5 anos quando ela vem ao Brasil de naviocomsuas2 irmãs já nascidas naquela época,emdireçãoaOsasco,ondeseupaijáestava2anosantes para construir a casa onde elas iriam morar e assim tentar fazeravida.Comosuafamília já era pobre desde quando viviam em Portugal decidiram arriscar no Brasil, mas aqui infelizmente não mudou muito. Porém, apesar dahistóriacomeçaraosseus5anos,elasó conseguiu se lembrar dos 9 anos à frente em que ela estava no colégio, onde ela sofreu muito de Xenofobia já que era estrangeira, tinha sotaque (ficava com vergonha de falar por conta disso e com o tempo tendo que se adaptar para não ser julgada,atualmenteela fala sem nenhum sinal de sotaque), e seu jeito que era diferente dos demais, logo as pessoas tratavam elacomodiferenteoquecausavaadistânciaeassimdificuldadesemter amizades, evitava de falarsuanacionalidadecommedodeserexcluída,foraelaserpobre então não tinha nem como amarrar cabelo ou ter produtos de beleza nesse gênero, então muitas vezes sofria bullying sendo puxado seus cabelos, tendo até que repetirdeanopor conta desses ocorridos, mas com muito esforço terminou seus estudos. “Naquela época isso era pior do que hoje em dia, a genteapenasguardavaparanóseficavamagoadonos cantos”

ResenhadaEntrevista

Em sua idade jovial, mais ou menos entre seus 14 à 17, ela costumava a ir em bailes para dançar e em um deles conheceu um dos melhores dançarinos desses bailes,o Osvaldo Serrano (nenê), um homem alegre, alto, bonito, que seria seu marido futuramente, “Ele foi a paixão da minha vida…”. E dessa maneira aos seus 18 se casa com estehomemqueéseteanosmaisvelhoqueela,logotendo25,eassimtemumafilha aos 20 anos, porém seu marido morre em uma catástrofe logo após o nascimento de sua filha, então Dina, que já morava com ele em um aluguel, desolada teve que voltar para casa do seus pais e decidiu que em diantedariatudoasuafilha,entãotevequedeixarela com os cuidados de sua mãe enquanto ela trabalhava para poder oferecer todo conforto que podia para sua filha. Então todo domingo saia com a sua filha levando para clubes, como o Sesc e outros lugares para se divertir, já que era o único momento que ela tinha para fazer isso. Nesse meio tempo seus pais não deixaram ela ir atrás de saber o que aconteceu com seu marido pois ela ainda era muito jovem e não podia ficar mal com o acontecido

Na entrevista perguntei sobre a cultura, afinal ela é Portuguesa e seus pais também, logo manias diferentes. Foi enfatizado que a limpeza seria a maior mania que tiveram, por exemplo, tendo que tirar sapatos na hora de entrar em casa, fazer faxina diariamente, não subir sobre as camas e muito menos pular nelas. Apesar de existir uma hipocrisia, por conta de seus pais que só tomavam banho apenas uma à duas vezes por semana, o que teoricamente é ruim, mas por conta dessa mania de limpeza não se via necessário tomar banho. Mas o interessante é que seus filhos apesar de pegar algumas manias, essa do banho não foi uma que ficou, afinal foram criados aqui no Brasil praticamente sua vida toda, então tinham sim o costume de tomar banho. Outra parte dessa cultura era a maneira reservada de seus pais, poisnamesanãosefalavadepoisdos mais velhos em questão de respeito, isso não era aplicado apenas na mesa por conta que crianças não poderiam interromper adultos, então acabava não tendo conversas paralelas sendo apenas uma reunião para comer juntos Quando tinha visita os filhos eram os últimos a se sentarem na mesa tendo que esperar sentados no chão a visita para poder fazerseuprato.EssaeraasuaeducaçãoquereceberamemsuavidaesegundoDinasegue até hoje esses ensinamentos Em relação à religião, todo dia rezavam uma vez o terço e seguiam bastante a igreja por conta de sua mãe. Enquanto isso ainda existia manias de falacomo,porexemplo,“caralho”ou“caralhos”queseupaidiziaemquasetodaafrase. Sua vida de trabalho começou bem cedo aos 14 anos por conta de sua vida financeira que era bem ruim, trabalhou 2 meses em uma pastelaria mas devido ao mal cheiro que ela ficava e uma boa oportunidade decidiu sair, logo depois foi trabalhar em uma floricultura onde passou boa parte da sua vida profissional e conheceu diversas pessoas importantes, uma delas foi Lázaro que foi padrinho de sua filha e que deu diversos presentes “Ele foi uma pessoa muito presente para mim, me ajudou diversas vezes e deu de tudo para sua mãe”. Foi por conta dele que sua filha fez uma viagem a Portugal nos seus 15 anos e teve alguns de seus presentes. Emseguida,comoelasempre ia no que pagava mais, mudou para a Jogê, uma empresa de lingerie onde se destacou e fez até viagens por conta de seu trabalho, sendo um dos lugares o Rio de Janeiro que

ficou hospedada em Copacabana, “Naquela época havia muita confiança e como eu me destacava nesse quesito, logo já tinha que levar chave para abrir e fechar a loja”.Depois de um tempo decidiu sair, então em 1998 parou de trabalhar, mas só foi se aposentar pegandoaposentadoriaapenasaos60anos.

Um problema que achamos na história é a comunicação, porque em determinado momento ela contou de uma vez que foi atropelada fazendo compras para seus pais A pessoa que atropelou ela prestou socorros, mas falamos da preocupação que pode causar por conta de um desconhecido ter que ir na sua casa avisar seus pais de queafilhadeles tinha sido atropelada por ele e mesmo que prestando socorro na hora e estar tudobem,é muito preocupante para os pais. Ainda nessa conversa, ela contou de uma vez em que perdeu o ônibus para voltar para casa após seu trabalho e como sua mãe ficou preocupada, afinal sua filha chegou em casa 2 horas da manhã, o que não eraohabitual, “Apesar de já existir telefone não eram todos que tinha, nós não tínhamos uma boa condição para ter esses luxos” Então chegamos a conclusão juntos de que estamos em um ótimo momento para a comunicação pois mesmo a quilômetros de distância, ainda podemos manter os outros bem informados de imprevistos ou outros acontecimentos, sendo assim um auge na comunicação e que se existisse essas facilidades antigamente seriademuitaajudaparaevitaralgunsacontecimentosoumelhoraroutrosprocedimentos. No fim da entrevista fiz a seguinte pergunta “Emqualdessemomentodasuavida foi o pior e qual foi o melhor? E se você mudaria algo na sua vida.”, e logo em seguida ela falou “meu pior momento foi quando fiquei viúva logojovemeaindatinhaumafilha para cuidar, aquilo me destruiu Agora em relação ao melhor momentodiriaquefoiter meus filhos e criar eles e poder ver eles crescendo e amadurecendo… Eu não mudaria nadanaminhavidaanãoserpoderviajarmaishahaha”.

Anexo

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