MUNDO DOS CLIQUES

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RAFAEL BRAYAN ALVES PENNA

MUNDO DOS CLIQUES: o impacto das redes sociais na produção jornalística e o dilema ético na área esportiva

São2021Paulo

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE JORNALISMO

MUNDO DOS CLIQUES: o impacto das redes sociais na produção jornalística e o dilema ético na área esportiva

Relatório de Fundamentação Teórico Metodológica (RFTM)/Paper, acompanhado de Produto Experimental, desenvolvido como etapa final de elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, sob orientação da Profa. Dra. Mirian Meliani.

São2021Paulo

RAFAEL BRAYAN ALVES PENNA

AGRADECIMENTOS

Aos meus amigos e todos que me acompanham desde os primeiros passos, por sempre comemorarem as minhas vitórias. Por acreditarem mais em mim do que eu mesmo em diversas oportunidades.ÀPLBrasil,

por ter me dado a primeira oportunidade no jornalismo. Por ter acreditado em mim e ter ensinado os elementos principais da profissão e a importância da colaboração para a evolução de todos.

A todos, que, de alguma forma, me deram apoio quando pensei em desistir e comemoraram todas as minhas pequenas e grandes vitórias.

Ao Torcedores, por ter me dado a oportunidade de testar, produzir matérias e aprender durante todo o período de estudo, criando a chance também de vivenciar experiências que só imaginei ter após o término do curso.

Aos meus pais, pelo apoio durante todo o processo de aprendizagem. Por terem acreditado em mim. Por ter me auxiliado em todos os momentos até a publicação deste material. Assim como os meus irmãos, que sempre comemoraram as minhas vitórias, independente do tamanho de cada conquista.

À Universidade Cruzeiro do Sul e à Etec de Poá, por terem me ensinado muito além dos livros. Por terem me mostrado a importância da colaboração, de escutar o outro, de buscar a justiça e por ter me mostrado que era possível sonhar e realizar esses sonhos.

SUMÁRIORESUMO ........................................................................................... 5 1 INTRODUÇÃO ........................................................................... 5 2 APRESENTAÇÃO......................................................................... 5 3 REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO .................... 6 3.1. A história do gatekeeping .............................................................................. 6 3.2. A mudança para o gatewatching ................................................................... 8 3.3. The Guardian e o grande teste do jornalismo na internet 9 3.5. Início do jornalismo esportivo na internet .................................................. 11 4. RESULTADOS............................................................................ 12 4.1. Os jornalistas estão mais desprotegidos ..................................................... 12 4.2. A ética entre jornalista e público na rede social 12 4.3. O dilema da isenção no jornalismo segmentado de clubes 13 4.4. Como a mídia transforma atletas em heróis e vilões .................................. 14 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................... 15 REFERÊNCIAS .............................................................................. 16 APÊNDICE ...................................................................................... 18 A) Produto Experimental .............................................................................. 18 B) CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ................................................................. 33 C) INVESTIMENTO 34 D) PRODUTO .................................................................................................. 35

PALAVRAS CHAVE: Jornalismo esportivo; Blogs; Gatewatching; Jornalismo online;

como parte do Trabalho de Conclusão de Curso RFTM/Paper, derivado do Núcleo de Estudos em Mídia Digital

Rafael Brayan Alves Penna 2 Profa Dra Mirian Meliani 3 Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, SP

2 Estudante de Graduação no 8° semestre em jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, e mail: 3rafael.brayan.alves@gmail.comOrientadoradotrabalho.Professora do curso de jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, e mail: mimeliani@gmail.com.

RESUMO

1Internet.Artigoapresentado

Mundo dos cliques: o impacto das redes sociais na produção jornalística e o dilema ético na área esportiva 1

O jornalismo sofreu diversas mudanças durante a história. Na era das redes sociais e da informação em massa, os profissionais se tornaram os principais filtros de verificação dos fatos, assumindo a função de Gatewatching (BRUNS, 2005). Com grande participação do público na produção da notícia, os comunicadores ainda buscam entender o limite da ética na internet. Segundo Coelho (2003), “esse efeito devastador da internet brasileira ainda poderá ter consequências duradouras para as próximas gerações de jornalistas”. Neste contexto, o presente artigo busca responder à pergunta: qual é a nova função do jornalista esportivo e o dilema ético nas redes sociais? Para isso, a pesquisa usou da pesquisa exploratória e bibliográfica para entender a relação do fenômeno da internet com o jornalismo da área esportiva.

2 APRESENTAÇÃO

Na era da informação em massa, a filtragem dos fatos é uma função imprescindível ou até mesmo principal para o jornalista. Com uma “chuva” de publicações nas redes sociais, os critérios de noticiabilidade passaram a receber participação direta do público. A audiência recebeu um poder que não tinha antes e agora busca participar cada vez mais deste processo.

Portanto, o presente trabalho busca explorar as mudanças da produção jornalística na era das redes sociais em uma reflexão atrelada à história da internet e do jornalismo moderno, com auxílio de grandes referências atuais da área esportiva: Paulo Vinícius Coelho e Rodolfo Rodrigues. O material também busca entender o impacto dessa voz mais ativa dos profissionais de comunicação e as questões éticas em seu comportamento na internet.

Na era da informação digital, separar os fatos dos rumores e notícias falsas precisa ser primordial para cada jornalista, sendo o seu papel principal na sociedade nos últimos anos. Com cada vez mais espaço às colunas de informações na imprensa digital esportiva, os jovens profissionais de comunicação sofrem cada vez mais com os critérios da profissão em uma era onde vale mais ser o primeiro a publicar a informação do que apurar profundamente o fato.

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A internet se tornou uma grande aliada do jornalismo no século XXI. Com o maior acesso às informações em um menor tempo, os profissionais mudaram as suas funções, sofrendo o impacto com as redes sociais. Citado pela primeira vez em 2005 pelo professor australiano Axel Bruns, o gatewatching passou a atuar ao lado do tradicional gatekeeping a partir do momento que o público impacta diretamente na produção de conteúdo jornalístico

As redes sociais também apresentam um dilema ético na indecisão entre o perfil profissional e o pessoal do jornalista na internet, principalmente no Twitter. Em meio à relevância das comunidades no compartilhamento de matérias e informações, a opinião pessoal passou a impactar a credibilidade, pois “a ‘mistura’ das esferas pessoal e profissional, prática corrente nas redes sociais online, coloca numa posição de fragilidade ética os jornalistas” (MATEUS, 2014).

INTRODUÇÃO

Os jornalistas passaram a ser ainda mais influenciadores com o compartilhamento em massa de suas opiniões; ter seguidores nas redes sociais aumenta a credibilidade. Assim, o comportamento dos jornalistas no Twitter será tópico importante neste trabalho, na tentativa de entender a relação do produtor de conteúdo jornalístico com o seu público.

No ano de 1950, o sociólogo e comunicólogo americano David Manning White inicia estudos a partir da teoria criada por Lewin e aponta um filtro, um “porteiro”, que seleciona as

Esse efeito devastador da internet brasileira ainda poderá ter consequências duradouras para as próximas gerações de jornalistas. E não há efeito mais difícil de remover do que o da falta de referência. Ou da falta de critério, da falta de cuidado com a informação. Isso ainda persiste em grande parte das empresas ligadas à internet. Vale a velocidade, mais do que o critério jornalístico. Vale, portanto, todo cuidado do mundo ao jovem jornalista convidado a fazer parte de uma das aventuras. (COELHO, 2003 p.62, 63)

O jornalismo sofreu com mudanças nas últimas duas décadas com o advento e desenvolvimento do mundo digital. Considerado o selecionador do valor notícia das publicações, o jornalista agora se divide em uma nova função na era das redes sociais e de facilidade no acesso à informação instantânea. As mudanças do modo de consumo também alteram o sistema de gatekeeping e desenvolvem o gatewatching

3.1. A história do gatekeeping

Segundo Aroso (2003), “agora, mais do que nunca, precisamos de jornalistas profissionais que ajudem a distinguir o trigo de notícias de confiança e opiniões credíveis do joio de rumores e propaganda que abundam na Internet”. A ideia deste trabalho é levantar ainda mais o debate sobre os comportamentos dos jornalistas nas redes sociais, o espaço pessoal e profissional na internet e o impacto da audiência e dos cliques na produção jornalística.

A teoria do gatekeeping foi criada pelo pesquisador alemão Kurt Lewin em estudo de 1947 e é fruto do campo da psicologia diferente das outras teorias da comunicação, que são originárias na área sociológica. Embora em sua tradução gatekeeper seja traduzido como “porteiro”, Lewin utiliza o conceito como “selecionador”

A pesquisa do alemão teve como foco o processo de alimentação do ser humano. Lewin estudava os distúrbios alimentares e o que rege o princípio da fome. Gatekeeping, então, surge como o selecionador e instrumento psicológico que modifica os hábitos alimentares. Lewin “tentava explicar o comportamento como uma função de grupos de fatores que constituem um todo dinâmico o campo psicológico” (BAVELAS, 1948, p. 16, apud SHOEMAKER e VOS, p.24). Durante os estudos, o psicólogo alemão notou que existiam zonas que podiam funcionar como “cancelas”, ou “portais”, que mudam substancialmente o comportamento após a passagem por estes.

3 REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO

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Essa atitude, que dava espaço no noticiário à exploração continuada de materiais que exploravam visões parciais e/ou distorcidas do que acontecia na realidade (“one sided materials”), principalmente em época de guerra, poderia causar mais estragos na opinião pública do que um ataque armado em campo de batalha. (Marocco, 2005, p. 16)

No início dos anos 1990, um polêmico movimento chamado de Jornalismo Público surgiu dentro da imprensa nos Estados Unidos. Segundo Filho (2006), jornalistas, professores e principalmente meios de comunicação questionavam os conceitos fundamentais do jornalismo e propunha reflexões sobre uma nova relação com os usuários. Mesmo assim, de acordo com Axel Bruns (2011), “isto não altera de maneira significativa as relações de poder entre os jornalistas, na sua capacidade de produtores das notícias, e as audiências na sua capacidade de consumidores das notícias”.

Axel Bruns (2011) afirma que as decisões eram críticas, já que “o número total de publicações noticiosas em uma esfera de mídia regional ou nacional estava também rigidamente limitado”. Vale relembrar que na época os meios de comunicação tinham grande influência, mas ainda eram dominados por poucos.

A partir dos estudos de White (1950), pesquisadores passam a focar no emissor, em quem faz a publicação. Vale ressaltar que, diferentemente da agenda setting, que cria tendências e influencia no cotidiano, a teoria do gatekeeper estuda as motivações por trás do jornalista ou do editor de convencer o público que aquela notícia deve ser consumida, com os seus critérios de seleção. Porém, Marocco (2005) aponta que o editor suprimiu as notícias que considerava desagradáveis dando importância as agradáveis.

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Neste cenário, Bruns explica que existem três processos no gatekeeping: entrada, produção e resposta. Porém, a participação da audiência na decisão sobre o que é publicado ainda é ínfima. Segundo o pesquisador australiano, “os interesses e as reações das audiências das notícias são subentendidos e presumidos pelos jornalistas e editores que acreditam ter uma noção intuitiva do que querem seus leitores, ouvintes e telespectadores”.

informações que iriam para o grande público, em artigo publicado na revista Journalism Quartely. Segundo Correia (2011), o gatekeeping é, na sua origem, uma noção que traz em si uma discussão sobre as distorções provocadas pela subjetividade na prática jornalística. Assim como White (1993, apud MAROCCO, 2005, p.9), o qual ressalta que “o processo de seleção é subjetivo e arbitrário, com as decisões dependendo muito de juízos de valor baseados no conjunto de experiências, atitudes e expectativas do gatekeeper”.

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Portanto, com essa participação mais ativa dos usuários na curadoria das informações publicadas, a prática de gatewatching acaba sendo a mais utilizada com o crescimento do público na internet, principalmente com as redes sociais em grande expansão no início da década de Vale2010.ressaltar que os usuários não terão envolvimento direto na publicação das matérias, assim como também não farão a organização do que é publicado ou controlar o portão destes

A premissa dentro da comunidade de produsage é que quanto mais participantes puderem examinar, avaliar e expandir as contribuições dos seus predecessores, mais provável será um resultado de qualidade forte e crescente (uma extensão do lema das fontes abertas, “com globos oculares suficientes, todos os defeitos são superficiais”) (BRUNS, 2008a, p. 24).

Tabela 1: Práticas de Gatekeeping segundo Axel Bruns

3.2. A mudança para o gatewatching

O movimento do Jornalismo Público acabou não tendo grande impacto nos critérios de noticiabilidade das grandes empresas do jornalismo tradicional na década de 1990. Porém, segundo Bruns (2011. p. 122), o que acabou mudando o processo foi a chegada do jornalismo participativo, que não é gerado pela indústria jornalística convencional e sim a partir de fora dela. Ele ainda enfatiza o surgimento da World Wide Web (o sistema de hipermídias executados na internet) como uma mídia popular, multiplicando de forma contínua os canais disponíveis para publicação de divulgação de notícias.

Resposta Por fim, há uma pequena seleção das respostas da audiência que serão incluídas no jornal do dia seguinte ou na transmissão de rádio ou TV.

Entrada Os jornalistas pré selecionam as matérias noticiosas que merecem investigação e cobertura.

Produção Os editores analisam as matérias geradas pelos jornalistas e separam apenas aquelas que cabem no espaço disponível nos jornais e noticiários, e têm importância nas áreas de cobertura da publicação (a política, a economia, os esportes…).

Fonte: elaboração própria

A partir da chegada da internet, os meios de comunicação jornalística deixam de evidenciar matérias pouco expressivas e passam a dar mais destaque às mais importantes, contando sempre com a reação direta do público. Assim, os usuários passam a seguir a lógica da produsage, termo criado por Bruns (2008) que se refere aos eventos coletivos de produção e distribuição de conteúdos na era digital:

Em junho de 2009, o jornal britânico The Guardian foi o responsável pelo primeiro grande teste da utilização da Web e do público na internet como auxiliar na revisão de informações em massa. No caso, um banco de dados com quase meio milhão de documentos de despesas dos membros do Parlamento Britânico foi ao ar.

Todas as informações disponibilizadas no site do The Guardian foram revisadas pelo menos superficialmente nas primeiras 80 horas na internet. Além disso, mais de 50% dos usuários participavam ativamente da análise dos documentos (ANDERSEN, 2009, apud BRUNS, 2011). Essa nova experiência marcou “uma nova fase no relacionamento em evolução entre os jornalistas e as suas audiências”, segundo Bruns (2011).

3.4. Gatekeeping e a relação com filtro bolha

9 canais de comunicação. Porém, segundo Bruns (2011), eles têm condições de participar do acompanhamento e da observação do que passa por esses canais. Com fontes múltiplas envolvendo uma multidão de usuários com interesses diversos, é possível tratar uma gama maior de temas, além de haver um destaque maior de matérias com valor potencial como notícias (BRUNS, 2011, p. 124).

Segundo Recuero (2009, p. 11), “as redes sociais vão atuar com um duplo papel informativo: como fontes, como filtros ou como espaço de reverberação das informações”. Assim, o consumidor passa a ser também um produtor de conteúdo na internet, em uma era que é marcada pela grande quantidade de informações difundidas rapidamente. Na era das redes sociais, o gatekeeping passa a ter grande relação com o conceito de filtro bolha, criado em 2011 pelo executivo Eli Pariser.

3.3. The Guardian e o grande teste do jornalismo na internet

Os algoritmos de sites como Google, Instagram, Twitter e Facebook passam a definir quais conteúdos aparecerão para os leitores de acordo com os seus interesses. Essa separação acontece de acordo com os cliques, acessos, compartilhamentos e os interesses dos amigos com mais interações. Isso, portanto, passa a criar bolhas, grupos separados por interesses e cada vez mais individualizados.OTwitteréum grande caso desse fenômeno social na internet. A aba “Para Você” (Imagem 1), por exemplo, indica os assuntos mais importantes do momento e que são do interesse de cada usuário.

Essas metáforas não são simplesmente estúpidas, mas absolutamente perigosas: elas criam a impressão, primeiro, de que há um problema e, segundo, que o problema é causado de forma significativa pelas tecnologias que usamos. Essa é uma perspectiva explicitamente determinista tecnologicamente, ignorando o elemento humano e assumindo que somos incapazes de moldar essas tecnologias às nossas necessidades. (BRUNS, 2019).

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Imagem 1 Página “Para Você” no Twitter

Apesar do conceito de filtro bolha (também chamado de câmaras de eco) ter se difundido entre pesquisadores, há quem discorda dessa visão. Bruns (2019) diz que “esses grupos sempre existiram na sociedade, e a sociedade evolui por meio da interação e da competição entre eles não há necessidade de criar novas e mal definidas metáforas como “câmaras de eco” e “filtros bolha” para descrever isso”.

3.5. Início do jornalismo esportivo na internet

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O maior dano pode ter sido gerado para os meninos que entraram no mercado e que saíram da aventura com a sensação de que vale mais uma notícia publicada rapidamente do que uma informação checada criteriosamente antes de ser publicada [...] Esse efeito devastador da internet brasileira ainda poderá ter consequências duradouras para as próximas gerações de jornalistas. E não há efeito mais difícil de remover do que o da falta de referência. Ou da falta de critério, da falta de cuidado com a informação. (COELHO, 2003, p. 62 e 63)

Assim como o jornalismo no geral, a área da cobertura de esportes também teve de se adequar à internet a partir do momento em que a World Wide Web se tornou comercialmente um ponto a ser explorado. No Brasil, o primeiro grande movimento foi da união dos grupos Abriel e Folha na criação do UOL, em 1994. No jornalismo esportivo, o grande passo foi dado pelo diário Lance!, que foi um jornal lançado em 1997, mas saiu primeiramente (uma semana antes) pela internet, com o domínio www.lancenet.com.br (existente até hoje), antes da mídia impressa.Segundo Coelho (2003), no entanto, foi apenas dois anos depois, em 1999, que as redações de jornalismo para internet mostraram a sua força. Uma das primeiras grandes mudanças foi com a chegada do site da PSN, empresa de TV a cabo criada com foco em toda a América Latina. Na época, muitos profissionais de nome e com currículo vasto trocaram anos no reconhecido Jornal da Tarde para atuar no promissor jornalismo online. Juntamente com a PSN, outros portais foram aparecendo e tirando os nomes mais renomados de revistas e jornais focados em esportes.

Com muitos problemas nos anos seguintes, incluindo o fechamento de empresas após a queda de investidores no mercado do jornalismo de internet, os sites focados na área esportiva que conseguiram seguir na ativa foram se consolidando e as práticas foram se modificando. Um exemplo citado por Coelho (2003) foi a briga entre UOL e Ig, que se glorificavam quando publicavam a informação em primeira mão. Essa velocidade de produção foi um ponto criticado pelo autor: “o maior dano pode ter sido gerado para os meninos que entraram no mercado e que saíram da aventura com a sensação de que vale mais uma notícia publicada rapidamente do que uma informação checada criteriosamente antes de ser publicada”.

A aposta na mídia digital ainda gerava um incômodo nos jornalistas mais experientes. Porém, logo depois de casa, o caso do Lancenet acabou mostrando que o caminho era frutífero. De acordo com Coelho (2003), “durante certo período, o site virou ponto de referência para o mercado publicitário”, enquanto o jornal diário Lance! estava com problemas financeiros.

4.1.RESULTADOSOsjornalistas

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Hoje, eu acho que a gente está um pouco espalhado, de uma maneira a desproteger o jornalista e, ao mesmo tempo, tem muita gente que entra no noticiário de uma maneira confusa; as redes sociais indicam isso. Tem muita gente que entra no noticiário para destruir a ideia, e não para pensar sobre a ideia. Ler a notícia ou ler análise e falar: “Não, eu não concordo com isso”, ou “Não, eu concordo com isso”. Não, você entra pra dizer: “Isso aqui tá errado”. Mas, por que que tá errado, se eu parei, apurei, chequei, rechequei e escrevi? Aí você escreve um texto que a página ajudava a organizar pra te dizer qual é o ponto de vista e porque aquilo está ali. (COELHO, 2021)

Qual é o limite das publicações do “eu jornalista” e do “eu cidadão” nas redes sociais de um jornalista? O questionamento, levantado por Mateus (2014), reflete sobre os problemas causados pelos profissionais de imprensa em opiniões, comentários e até mesmo simples interações em seus perfis no Facebook, Twitter e Instagram. Sem a definição do que é pessoal e o que é privado, os jornalistas podem sofrer críticas pela falta de imparcialidade caso o público veja um like na publicação de um membro do Governo, por exemplo.

Para um jornalista, um like em qualquer publicação em rede social pode valer a sua reputação e credibilidade junto da sua audiência. Por força do reconhecimento do vínculo ético do jornalista e do jornalismo enquanto

4.

Na visão de Coelho (2021), um dos grandes problemas do jornalismo de internet é a falta de contexto no noticiário. Em jornais e revistas do passado, a hierarquização das matérias mais importantes acabava dando um sentido maior a cada conteúdo até mesmo uma nota menor, mais simples e que talvez seja considerada menos importante no processo de edição. A cultura da leitura de jornais, ausente em boa parte do público alcançado por blogs, portais e sites atuais, acabava protegendo o jornalista.

estão mais desprotegidos

A relação entre o emissor e o receptor também é algo perigoso para o jornalista na visão de Coelho. A mensagem pode não chegar bem no receptor por erro do emissor, que não conseguiu se comunicar da melhor forma, mas também por um erro do receptor, que pode ter má vontade para ler e entender o que foi escrito na matéria. Ele ainda ressalta que estamos “numa guerra em que as redes sociais querem destilar o antissocial, não o social”. Isso teria um grande impacto também nos problemas da recepção da mensagem.

4.2. A ética entre jornalista e público na rede social

Mateus (2014) ressalta que “jornalistas e audiência estão hoje perante um novo contexto comunicacional onde a linha que separa os domínios pessoal e profissional é muito tênue”. Existe um grande risco ao profissional que se utiliza de apenas um perfil nas redes sociais, mesclando publicações pessoais e profissionais, se comunicando no mesmo espaço com amigos, familiares, fontes e público consumidor.

Se tal atividade manchar a sua reputação de isenção manchará também a reputação do veículo. Isso não é admissível, uma vez que a isenção é o principal pilar do jornalismo. Perder a reputação de que é isento inabilita o jornalista que se dedica a reportagens a desempenhar o seu trabalho (GLOBO, 2011).

13 profissão, o público tende a enquadrar os likes dos jornalistas nas redes sociais como uma recomendação de determinado assunto, comentário, personalidade ou causa (MATEUS, 2014)

O Grupo Globo ressalta ainda, em seus Princípios Editoriais, que toda rede social é potencialmente pública. O jornalista tem a sua atividade pública relacionada ao veículo para o qual trabalha.

Hoje funcionário do Grupo Globo, que também exige a exclusividade de conteúdo dos funcionários, Coelho (2021) reconhece a importância desses canais jornalísticos mais segmentados. Um exemplo citado pelo jornalista na entrevista foi que, em vez de um programa geral sobre futebol, em que se fala pouco sobre cada clube seguindo a regra de hierarquização de notícias , o torcedor pode preferir ir no Youtube ou na Twitch para assistir a um vídeo focado em seu clube.

4.3. O dilema da isenção no jornalismo segmentado de clubes

Atualmente, plataformas de publicação de conteúdo em vídeo, como Twitch e Youtube, estão tirando jornalistas renomados das grandes emissoras de televisão. Um grande caso foi a saída do Mauro Cezar Pereira da ESPN Brasil em 2021, após a empresa, comprada pela Disney Media, exigir em contrato a exclusividade de conteúdo no site e no canal da organização o que impossibilitaria a produção de conteúdo em vídeo para outras redes sociais. O motivo para essa briga maior entre redes sociais e emissoras foi a liberdade na produção de conteúdo, a valorização do nome do jornalista como uma marca própria, recebendo patrocínios e recebendo um público de fãs, além da rentabilidade financeira de acordo com a sua audiência nas plataformas. Isso atraiu jornalistas que foram preenchendo os espaços com potencial de crescimento de audiência nas redes sociais. Um deles foi o conteúdo segmentado por clubes, como o feito pelos são paulinos e também ex funcionários da ESPN, Eduardo Tironi e Arnaldo Ribeiro, no canal Arnaldo e Tironi, no Youtube, com mais de 179 mil inscritos.

O caso apresentado de vilanização no jornalismo esportivo brasileiro trata do goleiro Barbosa, que acabou falhando no gol decisivo do Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil e que contou com mais de 100 mil pessoas presentes no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Apesar de ter se tornado ídolo pelo Vasco da Gama, o ex jogador, décadas depois, disse uma frase marcante que ressalta a relação da torcida, da imprensa e de Barbosa após o erro na final do Mundial: “A pena mais alta do Brasil é 30 anos, e eu já sou condenado há 50”.

É a primeira missão da minha profissão: eu dou informação certa. Se eu digo pra minha comunidade palmeirense, por exemplo: “Olha, o juiz tomou essa decisão aqui e é certa” e todo mundo está achando que o Palmeiras foi roubado, mas o Palmeiras não foi roubado, e digo que a decisão é certa por causa desse argumento aqui, desse detalhe da regra. Qual é a chance dessa comunidade do meu “clube” não perder ninguém no meio do caminho, de na próxima live, ter mais público do que eu tenho, mais audiência do que eu tenho? É mínima. E eu não estou dizendo com isso que o cara que faz a live do clube vai abrir mão da isenção, mas percebe que tem um dilema. (COELHO, 2021)

Entretanto, ele também levanta a reflexão sobre o dilema que existe nessa relação do jornalista com a torcida de determinado clube de futebol. Como ir contra a opinião dos torcedores e defender um árbitro acusado de ter errado em um lance, se provavelmente a audiência do seu canal certamente diminuirá?

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4.4. Como a mídia transforma atletas em heróis e vilões

A cobertura jornalística esportiva pode ter muitas abordagens e técnicas diferenciadas para os assuntos tratados como notícias. A linguagem utilizada nas histórias contadas ganham adjetivações e contextos que acabam tornando os jogos e os personagens do futebol em parte de uma espetacularização midiática (VASCONCELOS, 2017). Bird e Dardenne (1987) apontam semelhanças entre os mitos e as notícias pois elas (a) relatam as informações na forma de histórias; (b) se referem ao particular para representar o universal; (c) atribuem significados simbólicos aos fatos; (d) explicam a nossa condição no mundo; (e) normalizam valores; e (f) unificam as pessoas em torno de uma matriz comunal de sentidos.

Na visão de Rodrigues (2021), o espaço para opiniões aumentaram com as redes sociais e também na mídia tradicional. Há muito mais comentaristas em programas de televisão atualmente do que havia décadas atrás. Além disso, influenciadores (jornalistas e não jornalistas) têm milhões de seguidores e se tornaram grandes formadores de opinião. Uma crítica mais calorosa potencializa a narrativa de vilões e heróis no futebol.

Por outro lado, Coelho (2021) pontua ainda que é normal esse processo de criar vilões no futebol. Um exemplo citado é o do técnico Vicente Feola, que foi campeão da Copa do Mundo de 1962 com a seleção brasileira, mas teve a casa apedrejada em 1966, após a eliminação na fase de grupos da competição disputada na Inglaterra. Depois de quatro décadas, Luis Felipe Scolari passou o mesmo ao ser campeão em 2002 e comandar a seleção brasileira na derrota por 7 a 1 para a Alemanha, no Brasil.

São perceptíveis as mudanças nas práticas do fazer jornalismo com a chegada das redes sociais. Cada vez mais pública e popular, a internet precisa ser um ambiente de muito cuidado para os jornalistas. Opiniões em seus perfis pessoais em conversas com amigos atuam diretamente no perfil profissional, atrelando se, inclusive, à empresa em que trabalha. Um dos medidores do sucesso passou a ser o número de seguidores, curtidas e compartilhamento de publicações. Para isso, entrar no senso comum de uma determinada torcida, o jornalista pode esbarrar na ética profissional do seu cargo ao ter mais espaço para divulgar suas opiniões. Neste caso, em meio à crescente cultura do ódio digital, um comentário mais agressivo que pode render mais audiência acaba ferindo o código de ética estabelecido pela profissão.Mesmo que não haja intenção na potencialização dessa cultura negativa nas redes sociais, o jornalista precisa ter o máximo de cuidado no que escreverá em seus perfis ou publicará em suas reportagens, seja em texto, vídeo, fotos ou até mesmo em áudio. Como afirma Paulo Vinícius Coelho, “o jornalista não tem, eticamente, o direito de participar da cultura do ódio, de amplificar a cultura do ódio”.

Muitas vezes, você criticar, falar mal de alguém e/ou botar um jogador numa situação de vilão é muito mais interessante (em visualizações, cliques e audiência) do que ficar elogiando e falando que ele é legal, bonzinho, que é um bom jogador (RODRIGUES, 2021).

O Felipão é mais catalogado como técnico do 7 a 1 do que o Feola é de 1966. Mas tanto o Felipão quanto o Feola são os técnicos de um título mundial e de um fracasso em Copa do Mundo. São as duas coisas. Eu sou o marido da Adriana, o pai do João Pedro e jornalista do SporTV. Tudo isso faz parte da minha história (COELHO, 2021).

É dever do jornalista também a curadoria do conteúdo. Mesmo com o processo de gatewatching, o profissional de comunicação deve sempre se basear no código ético da sua profissão ao produzir um conteúdo. Axel Bruns explica que o gatekeeper não deixou de existir

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

Portanto, a visão inicial da produção deste artigo segue muito atual: “não há efeito mais difícil de remover do que o da falta de referência, da falta de critério ou da falta de cuidado com a informação”. A frase dita por Paulo Vinícius Coelho no livro Jornalismo Esportivo (2004) sobre o impacto da internet na produção jornalística ressalta os perigos para os profissionais de comunicação nas redes sociais. Segundo ele, inclusive, estes são comunicadores desprotegidos na atualidade. Portanto, vale todo o cuidado do mundo para os novos jornalistas ao entrarem no mundo digital.

Jornalistas e Redes Sociais: O lugar da Ética. Jornalismo & Jornalistas, Lisboa, v. 58, n. 58, p. 12 19, dez. 2014. Semestral. Disponível em:

apenas precisa lidar com ainda mais participação direta do leitor. É extremamente necessário que exista um cuidado na relação com o conteúdo segmentado, a partir de filtros bolha.

Jornalismo Esportivo. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2004. CORREIA,120p.

FILTROS BOLHA são reais? Entrevista com Axel Bruns. [S. l.], 23 ago. 2019. Disponível em: https://digilabour.com.br/2019/08/23/filtros bolha sao reais/. Acesso em: 27 out. MAROCCO,2021.Beatriz. Zona de sombra sobre os conceitos de agendamento e gatekeeper, [S. l.], p. 9 15, 1 dez. 2005. Disponível em: MATEUS,.pdf.http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/3722933968327010280495639184169076234Acessoem:6set.2021.Cátia.

DARDENNE, Robert; BIRD, Elizabeth. Mito, registro e estórias: explorando as qualidades narrativas das notícias, [S. l.], p. 263 277, 1 jan. 1987. Disponível em: FILHO,e3d41e32/download.nicle_and_Story_Exploring_the_Narrative_Qualities_of_News/link/5c437614299bf12bhttps://www.researchgate.net/publication/330502720_Bird_and_Dardenne_Myth_ChroAcessoem:27out.2021.Paulo.JornalismoPúblicoPorumanovarelaçãocomospúblicos. Jornalismo Público Por uma nova relação com os públicos, [S. l.], p. 124 139, 1 dez. 2006. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/organicom/article/view/138915/134263. Acesso em: 6 set. 2021.

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AMARAL, Adriana; RECUERO, Raquel; MONTARDO, Sandra. Blogs.com: estudos sobre blogs e comunicação. São Paulo: Momento Editorial, 2009. Disponível COELHO,C3%A7%C3%A3o.https://www.academia.edu/12080617/Blogs_com_estudos_sobre_blogs_e_comunica%em:Acessoem:02mai.2021.PauloVinicius.

João Carlos. Ágora Jornalismo de Proximidade: limites, desafios e oportunidades. São Paulo: Labcom, 2012. 207 p. Disponível em: https://labcom.ubi.pt/ficheiros/20121224 agora_ebook.pdf. Acesso em: 01 mai 2021.

Matrizes, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 203 206, 31 ago. 2016. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/matrizes/article/view/120020. Acesso em: 20 abr. 2021.

line:RECUERO,2021.http://g1.globo.com/principiosPRINCÍPIOSugar_da_etica.https://www.researchgate.net/publication/268801331_Jornalistas_e_Redes_Sociais_o_l17Acessoem:23abr.2021.EditoriaisdoGrupoGlobo.[S.l.],6ago.2011.Disponívelem:editoriaisdogrupoglobo.html.Acessoem:14nov.Raquel;BASTOS,Marco;ZAGO,Gabriela.Análisederedessociaisonumguiaparainiciaçãoteóricaeprática.

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1. Título do produto

APÊNDICE

Instante Seguindo o momento e a metamorfose do jornalismo no mundo dos cliques

Linha editorial

O Instante é um site jornalístico criado com o objetivo de investigar as transformações da sociedade e analisar os impactos provocados pela introdução das redes sociais no jornalismo. Sempre de maneira inovadora e a partir de reportagens extensas e instigantes, sua produção editorial privilegia o rigor e a qualidade da informação.

A) Produto Experimental

As reportagens vão acompanhar como e por que os canais de informação têm migrado para as redes sociais em ascensão. Buscará se debater de que forma as assessorias de imprensa têm lidado com a cultura do cancelamento diante de polêmicas criadas nas redes em um mundo que se cobra cada vez mais posicionamento, a nova função do jornalista nas redes sociais, o limite da ética na internet e de que maneira os perfis dedicados à informação em saúde no Brasil vêm abordando temas de saúde mental dentro do Instagram.

O Instante tem texto objetivo, padrão, descomplicado, acessível, informal e adequado para o público jovem e adulto, e aborda temas relacionados à jornalismo digital e o fazer jornalismo nas redes sociais. Os textos, gráficos, áudios, vídeos e materiais interativos das reportagens extensas priorizam a transparência, o equilíbrio e a clareza da apuração.

Linguagem

18

3. Sinopse

Área: Formato:DigitalReportagem Extensa

2. Área e formato

4. Descrição do projeto

Desde sua fundação, o Instante tem como principal motivação produzir conteúdos jornalísticos que contribuam para um debate público qualificado e plural sobre as mudanças que a internet causou na disseminação de notícias e como o jornalismo tem se adaptado para

Durante o projeto, eu fui responsável pela produção de uma reportagem, que será unificada às outras três da equipe no site. Esta matéria teve foco no dilema ético do jornalista esportivo nas redes sociais e como as narrativas potencializam vilões no futebol, seguindo a minha pesquisa inicial. Fiquei à disposição também para edição de vídeos das entrevistas da equipe, o que acabou não sendo utilizado.

19

distribuir informações no momento em que elas acontecem, através também das redes sociais. Por meio da ética e imparcialidade, o site busca ser uma fonte de informações com credibilidade, capaz de dialogar com as mais diversas perspectivas e grupos sociais.

Tipologia/Identidade Visual/ Identidade sonora/ Outros itens, de acordo com o seu

Contará com cerca de 40 mil caracteres em um site jornalístico para integrar quatro grandes reportagens completas.

FunçãoFormato/Modalidadeindividual

Número de páginas/caracteres/duração

OHISTÓRICOjornalismo

A entrevista com o Rodolfo Rodrigues teve um foco maior na parte de edição de matérias (cargo que ocupa no Torcedores.com) e a influência do público no processo de criação e curadoria de pautas, além de uma importante análise de audiência.

;

PAUTEIROFUNÇÕES: E REPÓRTER

2021EDIÇÃO

RAFAEL BRAYAN RGM 2026125 0.

Colunista da UOL Esporte e Editor chefe do Torcedores.com Paulo Vinícius Coelho Jornalista do Grupo Globo

ALINHAMENTO EDITORIAL ENFOQUE/ANGULAÇÃO

Pautas/Roteiros/ Transcrições/ Outras documentações relevantes para a compreensão do produtoPAUTA

20

Instante Jornalismo

DIGITALEDITORIA JORNALISMOTEMA/ASSUNTOESPORTIVO E REDES SOCIAIS

sofreu diversas mudanças durante a história. Na era das redes sociais e da informação em massa, os profissionais ser tornaram os principais filtros de verificação dos fatos, assumindo a função de Gatewatching (BRUNS, 2005). Com grande participação do público na produção da notícia, os comunicadores ainda buscam entender o limite da ética na internet. Segundo Coelho (2003), “esse efeito devastador da internet brasileira ainda poderá ter consequências duradouras para as próximas gerações de jornalistas”.

RodolfoFONTESRodrigues

Com Paulo Vinicius Coelho, o foco da entrevista foi a relação história do jornalismo esportivo com a narrativa que cria (ou potencializa) vilões no futebol. Comentarista da Globo e colunista da Folha de S. Paulo, o PVC ainda ajudou numa reflexão sobre o maior espaço para as opiniões através das redes sociais.

NOME DO VEÍCULO

CesarFONTESódio.Candido

Amanda Djehdian Vice campeã do BBB 15, empresária e criadora de conteúdo com 1,5 milhões de seguidores no Instagram.

Diante desse cenário, um considerável número de brasileiros sofre o impacto do Instagram constantemente, e desde o ano passado a rede social tem sido tema de reportagens investigativas com base num vazamento de documentos que ganhou o nome de Facebook Papers. De acordo com as publicações, a empresa Facebook (agora com o nome de Meta) ignorou problemas como desinformação, impactos negativos na saúde mental de jovens e disseminação de discursos de

Abordou também sobre a “Vida de Instagram” pregada na rede e os impactos para os criadores de conteúdo e ainda de que forma os portais jornalísticos dentro do Instagram tem veiculado temas de saúde mental.

OHISTÓRICOInstagram

Issaaf Karhwai Doutora e mestre em Ciências da Comunicação pela ECA USP. Professora na pós-graduação em Mídia, Informação e Cultura do CELAC(ECA-USP);

21 APAUT

Luíse Gatelli Psicóloga, especialista Cognitivo comportamental e criadora de conteúdo no CamillaInstagram;Viana

ALINHAMENTO EDITORIAL ENFOQUE/ANGULAÇÃO

21/11/2021EDIÇÃO

Psicóloga e mestra em Orientação e Mediação Familiar, e criadora de conteúdo no Instagram;

Editor do UOL Viva Bem; Amanda Ventorin Repórter da Revista Boa Forma;

DigitalEDITORIA JORNALISMOTEMA/ASSUNTOESAÚDE MENTAL NO INSTAGRAM

é a terceira rede social mais utilizada no Brasil, com mais de 95 milhões de usuários, e a segunda em que os usuários gastam mais tempo, de acordo com pesquisa realizada pela We are Social (2021). Logo, portais jornalísticos que já veiculavam em outras mídias, a exemplo de revistas e canais de televisão, passaram a fazer parte também desta rede social, usando dos recursos deste aplicativo como forma de distribuir seus conteúdos para a população (DA SILVA, 2019).

O objetivo da matéria foi abordar os efeitos do Instagram na saúde mental dos usuários e levantar um debate sobre o caso Facebook Papers, que diz que a Meta ignorou problemas, como os impactos negativos na saúde mental de jovens e ainda compactuou com a disseminação de discursos de ódio.

Já a influenciadora nos ajudou a compreender a importância do criador de conteúdo nas redes e os impactos que a mesma causa também na saúde mental deles. A doutora em Ciências da Comunicação entrou em ação para contextualizar a importância do jornalismo estar inserido nas rede PorOBSERVAÇÃO:sociais.contadapandemia

PAUTEIRO (A)

Vitória Santos do Nascimento RGM 1960154 9.

AmandaFONTESGomes

Repórter de uma filial do SBT e produtora de conteúdo do Tiktok;

NOME DO VEÍCULO

ATEMA/ASSUNTOviralizaçãodoTiktok: como canais de notícias tem se apropriado desta plataforma 21/11/2021EDIÇÃO

da Covid 19, todas as entrevistas foram feitas via aplicativos da internet, facilitando a gravação das conversas e também evitando problemas de saúde.

DuranteHISTÓRICOesse

período de pandemia, a rede social TikTok surgiu e se popularizou, com vários vídeos viralizados que vem chamando atenção mundial, e com isso surgiram também perfis de canais de informação e notícias dentro da plataforma. Como esses canais têm utilizado esse método de linguagem para fazer jornalismo?

22

VitóriaREPÓRTERSantos do Nascimento RGM 1960154 9.

Dessa forma, as entrevistas com os colaboradores da UOL Viva Bem e da Revista Boa forma se fez necessária para compreender como são escolhidas e pautadas as notícias que são veiculadas no Instagram dos dois portais.

PAUTA

Guilherme Gama Repórter do jornal da USP, produtor de conteúdo de Tiktok

Vanessa Rocha Psicóloga clínica, especialista em crianças adolescentes e psicopedagoga.

DigitalEDITORIA

As psicólogas ajudaram a compreender de que maneira esta rede social pode ser prejudicial ou benéfica à saúde mental de seus usuários.

; PAUTA

da Covid 19, todas as entrevistas foram feitas via aplicativos da internet, facilitando a gravação das conversas e também evitando problemas de saúde.

NOME DO VEÍCULO

Angela Barbosa Souza RGM 1939796 8

Também relatei sobre momento em que ele começou a viralizar, que foi durante o período de pandemia da Covid 19, e a Psicóloga Vanessa pode falar por que acontece a viralização, o que as pessoas pensam a respeito de vídeos em alta e porque querem tanto estar visível aos outros,

Relatei sobre o por quê dessas mídias estarem migrando para lá, como se tornou um canal tão promissor e não somente para canais de notícias, mas também para grandes empresas e pessoas

se iniciou como uma forma de combate ao preconceito, assim deixando de dar visibilidade para figuras públicas que cometem algum ato desrespeitoso. Porém, essa prática se tornou uma nova forma de ostracismo, onde qualquer erro ou até mesmo uma falta de posicionamento pode levar uma figura pública ao cancelamento e logo a Dianteexclusão.do cancelamento, vem a necessidade de restaurar a imagem para o público e para a mídia, e assim entra o trabalho jornalístico feito por assessores de imprensa para gerenciamento de crises e media training.

PAUTEIRO (A)

PorOBSERVAÇÃO:famosas.contadapandemia

AngelaREPÓRTERBarbosa Souza RGM 1939796 8

A reportagem extensa teve o intuito de contar como esses perfis têm divulgado notícias nessa rede social, demonstrar qual método e linguagem eles têm utilizado, para qual público eles têm falado perguntas respondidas com clareza pelos jornalistas Guilherme e Amanda.

ALINHAMENTO EDITORIAL ENFOQUE/ANGULAÇÃO

AHISTÓRICOculturadecancelamento

23

DigitalEDITORIA PósTEMA/ASSUNTOcancelamento: O trabalho jornalístico realizado para manter reputações

22/11/2021EDIÇÃO

Madeleine Lacsko Escritora, Youtuber e Jornalista especializada em cidadania digital.

PorOBSERVAÇÃO:contadapandemia

Pablo Miyazawa Jornalista, apresentador e criador de conteúdo.

May Cardoso Digital Influencer com 7 Mil Seguidores no Instagram (@amaycardosoo).

PAUTEIRO (A)

Victória Ragazzi Jornalista fundadora e diretora da agência Ragazzi Comunicação focada em assessoria de imprensa para artistas e projetos musicais nacionais e internacionais.

Brenda Zaninetti de Souza RGM 1992543 3.

Folha de Decupagem

Tema: esportivoJornalismonaInternet

Assunto: Quais foram as mudanças no jornalismo esportivo na era das redes sociais?

Jornalista e fundadora da Merched Comunicação, Empresa de Assessoria, Consultoria e Produção de Conteúdo.

O tema tem a finalidade de abordar a cultura de cancelamento por outra perspectiva: a jornalística. Mostrando o “pós cancelamento” e o quanto depende do trabalho de gerenciamento de crise e media training feito por assessores.

24

Data: 11/10/2021

BrendaREPÓRTERZaninetti de Souza RGM 1992543 3.

da Covid 19, todas as entrevistas deverão ser feitas via aplicativos da internet, facilitando a gravação das conversas e também evitando problemas de saúde.

Tempo in / out Conteúdo

BeatrizFONTESMerched

ALINHAMENTO EDITORIAL ENFOQUE/ANGULAÇÃO

Editoria: Esportes

1:43 2:14

Eu acho que o jornalismo esportivo sempre teve uma influência muito grande. Acho que desde o início mesmo, do século passado. Então, em todos os jogos você tinha o vilão da partida, o jogador que foi mal ali, e acabava sempre tendo esse destaque negativo, tanto em clássicos, em partidas em que os grandes foram derrotados pelos pequenos, perdas de títulos, algum fato relevante que o jogador fez algo negativo e acaba ganhando destaque nos jornais. Isso sempre aconteceu... É claro, na maioria das vezes, como times grandes geralmente ganham as partidas, o destaque maior vai sempre para os jogadores que fizeram algo interessante na partida. A final da Copa de 50, como as vezes que você tinha algum vilão da partida, algum jogador geralmente conhecido que não fez nada e o cara foi expulso, ele também ganhava o destaque. Isso acabava sendo noticiado como fato.

2:15 2:30

Rodolfo Rodrigues

Rafael Brayan Como você vê a influência do jornalismo esportivo na criação de vilões no futebol?

Rafael Brayan

No Twitter existe uma polarização ali e nichos de clubes. A gente vê muito fanatismo, então o cara que é palmeirense odeia todos os outros e fica lá criticando. Não aceita que ninguém critique os jogadores do seu time. Cria se um ambiente de muito ódio ali dentro. Hoje em dia é muito difícil... os jogadores, além do que eles fazem em campo, eles são tachados muitas vezes pelo que eles fazem, até mesmo nos treinos. Como é tudo controlado... controlado não, está muito fácil o acesso à informação. Os jogadores são vistos em baladas ou em alguns outros lugares e dependendo da situação, o cara é super criticado. Você tem que tomar um cuidado muito grande, cuidado nas palavras. Acho que, nesse ambiente de ódio, a pessoa tem que entrar muito na linha. O jogador, além ser certinho fora de campo, o cara tem que ser um exemplo dentro de campo pra ele não ser criticado. Acho que estão todos sujeitos às críticas, mesmo os mais queridinhos ali, eles não são unanimidade. Sempre que fizer alguma coisa errada ele vai receber uma crítica muito grande. E hoje eu acho que isso tem um peso maior porque assim: você tem milhões de seguidores espalhados pelo mundo. Com a globalização então, isso se torna maior ainda. Você vê as vezes o jogador

Rodolfo Rodrigues:

00:00 1:26

25

1:27 1:43

Existem alguns jornalistas que tentam entender o impacto de palavras como “vergonha”, “vexame”, entre outras, no futebol. Qual é a sua visão sobre a utilização de termos tratados até como agressivos na análise de jogadores, treinadores, etc.?

Durante a época de brilho da revista Placar, nos anos 70, 80, 90, muito se falava disso. Os jogadores até acabavam ganhando apelidos. Tinha o jogador do São Paulo dos anos 80, o Renato “Pé Murcho”. O Jorginho era o principal jogador do Palmeiras no início dos anos 80, acabou ganhando de Jorginho “Pé Frio”. Então... era no tom da brincadeira, mas a gente sabia que o apelido acabava mesmo prejudicando a sua imagem, mas era também no tom da brincadeira, não era uma coisa tão agressiva como a gente vê hoje.

Rafael Brayan

Você citou que não era como hoje, não era tão agressivo como atualmente. Como você o impacto das redes sociais nesse ódio aos jogadores?

Rodolfo Rodrigues

2:31 5:02

Rafael Brayan

Nesse mundo dos cliques, como você o espaço cada vez maior para a opinião dos jornalistas em seus perfis nas redes sociais?

Falando sobre audiência, as emissoras de televisão estão apostando muito mais em programas com muitos comentaristas, principalmente ex jogadores, que não têm a formação e o cuidado que, em tese, o jornalista, por ter um código de ética definido, tem. Como você vê isso?

10:30 12:05

francês fazendo algo contra o jogador brasileiro, ele recebe várias críticas de brasileiros nos perfis. Isso acaba aumentando muito.

Rodolfo Rodrigues

Uma coisa que também não existia há tanto tempo atrás, nessa porção de comentaristas. Agora tem influencers também. Então, por terem também uma rede muito grande de seguidores, eles têm peso enorme na formação de opinião. O influencer tem um, dois, três milhões de seguidores. Aí o cara começa a puxar o assunto, colocar o jogador ali como vilão, aquele negócio ali ganha muita força, e eu diria mais até do que antigamente.

7:34 8:10

8:11 8:57

Rodolfo Rodrigues

5:03 7:12

Alguns jogadores de elite já relataram problemas ao lidar com a pressão da torcida e as críticas da imprensa. Qual é o papel da imprensa na tentativa de evitar isso?

Recentemente, a gente viu o caso do Neymar, que ele deu uma declaração falando que não jogaria a Copa de 2026, que não teria cabeça para jogar e acabou sendo bem crucificado ali. As pessoas atiraram pedra nele. Dos jornalistas, acho que a maioria o criticou, falando que ele é um jogador mimado, um jogador que poderia se dedicar mais. Ainda mais no momento ruim que ele teve na seleção brasileira. E aí veio um debate pra acalorar, onde muita gente relembrou os defeitos do Neymar e achou que ele deveria não levar dessa maneira, mas enfim, eu acho que tem uma participação errônea ainda hoje em dia, muito mais, eu acho, justamente pelo fato de buscar uma audiência.

8:58 9:54

9:55 10:29

Rafael Brayan

26

Rafael Brayan

Agora, da influência do jornalismo, hoje, na criação dos vilões, eu acho que isso continua forte. Acho que também o jornalismo esportivo hoje entrou na onda da busca por cliques e por audiência, porque é o que dá dinheiro hoje em dia. Não adianta você fazer apenas matérias bonitas e bem escritas e profundas, que não vai dar nada de audiência, então tem sempre a busca por audiência que dá noticia, que é o que o povo quer ler, né? Isso também sempre fez parte do jornalismo, se não fosse isso a gente não estaria só fazendo matérias de tragédia nos telejornais, que é o que a população quer ver. Não adianta você fazer o jornal bonitinho que não dá audiência, isso não sustenta, não dá dinheiro. As pessoas querem ler e os jornalistas buscam passar informação. Também buscam colocar o que as pessoas querem ler.

Se não tivesse uma audiência, por exemplo, o programa do Neto, que é um ex jogador, não um jornalista, não existiria por mais de dez anos. Ele faz parte de

Rodolfo Rodrigues

7:13 7:33

Vamos lá, eu acho que o trecho está atual. Claro que você tem jornais fazendo jornal na internet. Hoje você abrir uma coisa que você não podia fazer naquela época. Eu posso abrir: folha.com.br e baixar a edição do jornal da Folha de São Paulo. E eu acho que no fundo a edição impressa que continua disponível até mesmo com celular, tem uma importância que parece banal, mas que é organizar uma parte. A página do jornal e da revista que hierarquizava a notícia; então você sabia: o que estava em cima era mais importante do que estava embaixo. Mesmo que você pudesse achar uma nota embaixo que te desse uma noção de uma pauta fabulosa, mas em teoria, o que estava em cima era hierarquicamente mais importante, e mesmo para os colunistas, quando você pegava uma coluna do Juca Kfouri escrevendo sobre o Newcastle comprado por um fundo saudita, pelo governo saudita, você sabia do que ele estava falando. Tinha um contexto pelo noticiário. Hoje, as coisas são espalhadas de um jeito que, claro, para os leitores comuns, e talvez a gente pegue no passado, talvez, da quantidade de gente que entra num site hoje; se dez pessoas entram num site, talvez duas fossem na banca comprar o jornal. Desse ponto de vista, é melhor você ter mais gente lendo, mais gente tendo acesso à informação. Por outro lado, você tem muita gente que não tem a cultura da leitura do jornal e da revista, ou seja, o cara entra no meu blog e fala assim: “Por que que esse idiota tá escrevendo isso daqui?”. Porque ele não sabe

um grupo de comunicação e está lá, opinando sobre tudo. O legal, às vezes, é você falar mal, ficar criticando. Se você fica só elogiando, isso não gera tanta audiência, né? Se você for pegar os telejornais do século passado, as capas e as notícias dos jornais são sempre ruins: assassinatos, corrupção. Então, só tem notícias ruins. O que acaba acontecendo no jornalismo esportivo é isso. Muitas vezes você criticar, falar mal de alguém, botar um jogador numa situação de vilão é muito mais interessante do que você ficar elogiando e falando que ele é legal, bonzinho, que é um bom jogador.

27

Editoria: Esportes Tema: Jornalismo esportivo na Internet Assunto: Quais foram as mudanças no jornalismo esportivo na era das redes sociais?

Repórter: Rafael Brayan Folha de Decupagem

Em um trecho específico do seu livro “Jornalismo Esportivo”, de 2003, você ressalta que a internet poderia ter um efeito devastador nas próximas gerações de jornalistas por causa da falta de cuidado com a informação. Você vê essa fala se tornando realidade quase duas décadas depois?

Paulo 00:15CoelhoVinicius05:01

Tempo in / out Conteúdo

Rafael Brayan 00:00 00:14

Data: 11/10/2021

05:02Rafael

05:44

É comum hoje ver jornalistas segmentando conteúdo para torcedores de clubes específicos. Como você essa onda de jornalistas torcedores, aqueles que se tornam porta voz de uma torcida na imprensa?

28

Eu vou te dar um exemplo de hoje. A gente fez um programa do Seleção Sport e, porque o jogo do Flamengo foi sábado, o programa teve duas horas e meia e teve dez ou onze minutos de Flamengo. Passou um tempo, um cara mandou uma mensagem falando assim: “Eu fiquei esperando uma hora e meia pra vocês falarem quatro minutos do Flamengo”. Bom, não foram quatro minutos, foram dez ou onze minutos de Flamengo. Tem uma razão de ser isso, né? Que é, o jogo do Flamengo foi no sábado. Hoje é segunda feira, teve seleção brasileira no meio. Teve a declaração do Neymar, teve a demissão do Felipão, teve o Santos saindo do Rebaixamento, a gente ouviu o Jair, que é jogador do líder do campeonato brasileiro; tem uma série de coisas. O que acontece com esse telespectador que entra no programa de televisão, na TV segmentada, na TV a cabo, e fica bravo porque viu pouca coisa do clube dele? Ele vai pro canal do Youtube do Rubro Negro, Paparazzo Rubro Negro, sei lá; que vai falar só do Flamengo. Ele quer saber só do Flamengo, beleza; aí a gente pensa no que é isso. Quando você tem jornalistas bons, jornalistas com história, jornalistas sem história, torcedores, gente disposta a caçar clique, todo tipo de gente que tem canais do Flamengo, canais que se relacionam com a torcida do Flamengo. Canais que se relacionam com a torcida do São Paulo, por exemplo. Se eu faço um pós jogo do São Paulo, ou do Palmeiras, ou do Corinthians, e eu não faço um pós jogo num canal de Youtube, do Cruzeiro, do Grêmio, do Inter, o meu canal passa a se identificar com o clube que eu estou

12:20

05:45Coelho

quem eu sou e eu viro uma espécie de celebridade do jornalismo jornalista não é celebridade, jornalista é jornalista e o cara vai e fala: “Quem é esse PVC que tá falando?”. Ah, porque ele falou que o Neymar hoje não tá na primeira prateleira e quem tá é o Benzema, e ele não vai entender que tem o contexto de uma página daquele dia e naquele dia o Benzema fez quatorze jogos na temporada e dezoito ações de gol, enquanto o Neymar fez dez jogos e quatro ações de gol. E o cara vai determinar: “Isso aqui não tem sentido nenhum!”. Tem sentido dentro de um contexto. Que a pagina ajudava a organizar o noticiário, ajudava a organizar. Hoje, eu acho que a gente está um pouco espalhado, de uma maneira a desproteger o jornalista e, ao mesmo tempo, tem muita gente que entra no noticiário de uma maneira confusa; as redes sociais indicam isso. Tem muita gente que entra no noticiário pra destruir a ideia, e não pra pensar sobre a ideia. Ler a notícia ou ler análise e falar: “Não, eu não concordo com isso”, ou “Não, eu concordo com isso”. Não, você entra pra dizer: “Isso aqui tá errado”. Mas, por que que tá errado, se eu parei, apurei, chequei, rechequei e escrevi? Aí você escreve um texto de um ponto de vista, que a página ajudava a organizar pra te dizer qual é o ponto de vista e porque aquilo está ali. A gente continua precisando ter muita responsabilidade. Como a gente aprendeu, toda mensagem tem um receptor e um emissor; o erro, muitas vezes, pode estar no emissor, eu, por exemplo, posso errar na emissão da mensagem, mas a mensagem muitas vezes não está chegando bem do outro lado, por erro do emissor, e também por má vontade do receptor. E você tá numa guerra em que as redes sociais querem destilar o antissocial, não o social.

12:21Rafael

13:40

O meia Everton Felipe, do Sport, revelou recentemente que está com depressão e um fato que pode ter influenciado foi o aumento de críticas nesta temporada.

13:41Coelho

16:42

O jornalista não pode ter ódio. As profissões têm ética; todas elas têm seu código de ética. Vou dar um exemplo banal: se eu fosse médico e discutisse com meu vizinho por causa de uma vaga de garagem por exemplo, e aí, com perdão da expressão, mando o vizinho tomar naquele lugar, e uma semana depois, meu vizinho tem um infarto e a mulher dele bate na minha porta e diz: “Pelo amor de Deus, meu marido tá tendo um infarto” e eu, médico, posso dizer: “Foda se ele, que ele me ferrou semana passada”? Não posso, não posso medir socorro. Da mesma maneira, o jornalista não tem amigo ou inimigo; jornalista não tem o direito

29 fazendo, certo? Digamos que você tenha um grande erro da sua diretoria ou um grande erro da arbitragem a favor do seu clube. E você se relaciona apenas com a torcida do seu clube. Jornalista, em tese, não tem clube, quer dizer, todo mundo tem. Eu costumo dizer está até no meu livro, eu acho, né? eu não digo meu time nunca, a não ser quando é relevante, ou seja, toda vez que alguém me pergunta. Nesse caso, é a primeira missão da minha profissão: eu dou informação certa. Se eu digo pra minha comunidade palmeirense, por exemplo: “Olha, o juiz tomou essa decisão” e todo mundo está achando que o Palmeiras foi roubado; mas o Palmeiras não foi roubado, a decisão é certa por causa desse argumento aqui, desse detalhe da regra. Qual é a chance dessa comunidade do meu “clube” não perder ninguém no meio do caminho, de na próxima live, ter mais público do que eu tenho, mais audiência do que eu tenho? É mínima. E eu não estou dizendo com isso que o cara que faz a live do clube vai abrir mão da isenção, mas percebe que tem um dilema. É como no passado, os jornais populares. Tem uma manchete, absolutamente genial, do Notícias Populares, que era um jornal popularíssimo no sentido de que a gente brincava que você ia na banca, pegava o Notícias Populares, espremia e saía sangue. Esse jornal quando, em 92, o Piquet bateu o carro em Indianápolis, e o Piquet precisou fazer uma cirurgia em que o médico retirou carne das nádegas para colocar no pé, que podia ser amputado, e o Piquet teve o pé mantido, não precisou amputar o pé, a manchete do Notícias Populares era: “Piquet dá a bunda para salvar o pé”. Essa manchete eu acho genial porque é um jornal popular e a manchete só tem informação certa; é super filha da puta, mas ela só tem informação certa. Agora, você tinha o dilema de fazer uma capa, uma primeira página de jornal vendedora. Hoje, o dilema desse cara que tem um canal no Youtube é: “Como é que eu vou ser um jornalista isento, lidando com uma multidão enfurecida, que me seguem, não porque me seguem, seguem o meu clube, e esperam de mim que eu tenha noticiário do meu clube?” mas não necessariamente a isenção do jornalista. Então, eu não estou dizendo que não exista a possibilidade de isenção neste caso. Mas percebe que existe o dilema? E o dilema se espalha de um jeito a que, quem faz um programa de televisão que tenta hierarquizar a notícia e, eventualmente, num dia em que o Flamengo jogou duas datas antes, oferece ao noticiário do Flamengo dois minutos em vez de uma hora e dez, o cara entra e fala assim: “Não vou mais assistir o seu programa, porque eu esperei uma hora e meia e você não falou dez minutos do meu clube”.

Eu tive um diretor, que era o Paulo Nogueira eu mal conheço o Paulo Nogueira, porque na verdade ele era diretor de um grupo de revistas, então ele era diretor do meu diretor mas tinha uma época em que ele dizia e obrigava que a gente não escrevesse verbos que pensam. Então quando você escrevia uma aspa, você tinha que escrever “diz”, ou “afirma”. Eu acho isso uma radicalização perigosa, mas, de fato, isso era um ponto positivo na comparação com verbos que pensam, tipo “insinua”: “Felipão sai do grêmio e diz: ‘Rafinha é um líder’, ironiza”. Por que que ele tá ironizando? Da onde eu tirei que ele tá ironizando? Nesse ponto de vista, ele afirma, ou ele diz. Eu não posso determinar que é uma ironia, no noticiário eu não posso. Em uma coluna de opinião eu posso dizer: “Felipão ironizou a situação de Rafinha que liderou o movimento de vestiário do Grêmio, blá blá blá”. Vexame é uma palavra muito subjetiva, de fato, mas é difícil evitar em algumas situações. Quando você disser: “O Brasil foi eliminado da copa do mundo por Bangladesh”, como chama isso? Aí você vai dizer: “Ah não, não é vexame. Bangladesh pode ter virado a melhor seleção do planeta, e não é vexame”. “Brasil perde Copa América de 2001 para Honduras”, como chama? Vergonha, vexame, derrota? Eu não acho que nesse caso a palavra “vexame” está mal empregada, acho que a gente precisa ter cuidado com a aplicação das palavras. Jornalismo não é ciência exata, não vai ser exata, vai exigir responsabilidade. É como o médico que só lê exame. Você lê o exame e o cara diz: “O exame diz que você tá com câncer”, mas eu conheço um amigo meu que é médico que estava desconfiado do pai dele tá tendo um infarto. Daí ele abraçou o pai por trás, pôs a mão no coração e falou: “Vamos no hospital”. Medicina é ciência, não totalmente exata. Ele pôs a mão no cara e falou “É infarto,

30 de defender amigo e criticar inimigo, nem tem o direito de, sistematicamente, criticar uma pessoa, porque antipatiza com o trabalho dela. Você tem o direito de analisar, com informação, o que tá acontecendo em cada situação, mas não de sistematizar uma crítica. Isso vira panfletagem, ou seja, você diz todo dia a mesma coisa sobre a mesma pessoa; isso não é jornalismo, isso é panfleto. “Ah, mas o jornalismo nasceu de panfletagem”. Provavelmente, lá no passado, quando o Gutenberg inventou a prensa, muita gente foi fazer política com panfleto na rua dizendo: “Fora governo Dom Pedro II”, mas o jornalismo evoluiu de uma maneira a ele ter se tornado uma profissão que só foi regulamentada no Brasil em 69. E a partir daqui a gente tem um código de ética; e imagina que as pessoas que exerçam a profissão tenham esse código de ética. Eu não posso dizer que o jogador fulano é mau jogador porque ele criticou uma matéria que eu fiz. Não posso, eu não tenho esse direito. Então o jornalista não tem, eticamente, o direito de participar da cultura do ódio, de amplificar a cultura do ódio. A cultura do ódio já está nas redes sociais, eu não tenho direito de amplificar isso; eu tenho o dever de dar informação e fazer análise, de preferência com base na informação que eu apurei. E se você tiver esse cuidado, é banal trabalhar certo e com honestidade. A gente vai fazer direito, vai acertar e errar; todo mundo acerta e erra.

Existe uma onda do jornalismo que tenta estudar o impacto de palavras como “vergonha”, “vexame” e outras que são utilizadas em derrotas no futebol. Qual é a sua visão sobre a utilização de termos tratados até como agressivos na análise de jogadores, treinadores?

17:29

16:43Rafael

17:30PVC

20:39

Barbosa e Thiago Silva são casos bastante citados como “vilões que foram potencializados pela imprensa”. Como você vê a influência do jornalismo esportivo na criação de vilões no futebol?

Então, eu acho que isso hoje está muito perigoso, da gente trocar e misturar coisas que podem estar misturadas e talvez não estejam. Por exemplo: eu não acho que foi a imprensa que catalogou o Barbosa. Assim, Barbosa voltou a jogar na seleção brasileira, muita gente não sabe disso. O Barbosa foi condenado a vida inteira. O Barbosa tem uma frase maravilhosa aqui, que é: “A pena mais alta do Brasil é trinta anos e eu já sou condenado a cinquenta”. Só que o Barbosa foi condenado até um ponto, porque ele voltou a ser convocado para a seleção brasileira. A gente sempre se lembra do Barbosa do gol de 1950, mas a gente sabe que o Barbosa foi um grande goleiro. O Barbosa foi o goleiro do Expresso da Vitória. É muito mais específico o conhecimento do Expresso da Vitória. Mas quando você se refere ao Vasco, campeão do torneio dos campeões de 48, campeão carioca de 45, 47, 49, 50, você fala: Barbosa, Augusto, Rafanelli, Eli, Danilo e Jorge, Maneca, Ipojucan e Chico; você vai contar a história do time e vai começar pelo Barbosa que foi um grande goleiro. E ele voltou à seleção. O Thiago Silva é mais fácil de determinar. Porque o Thiago Silva, se ele vai pra quarta copa do mundo, ele não foi condenado na segunda. Ele tem um episódio na segunda Copa do Mundo dele que é muito lembrado. Mas se ele fosse condenado, ele não voltaria à seleção brasileira, pra jogar duas copas do mundo depois. Ele não seria o campeão da Champions League pelo Chelsea, finalista da Champions League pelo Paris Saint German. Então o Thiago não foi condenado. Eu acho que tem um aspecto que é da biografia de todos nós. Felipão saiu do Grêmio agora; vai ficar catalogado como um fracasso do Felipão no final da carreira dele; no final da carreira dele, ele foi campeão brasileiro pelo Palmeiras. Na carreira do Felipão, ele foi campeão do mundo de 2002 e tomou 7x1 da Alemanha. Vicente Feola, morreu triste. Depois do fiasco da copa do mundo de 66, a única copa que o Brasil caiu na fase de grupo, a casa do Feola é apedrejada. Jogaram laranja, tomate, ovos... e ele morreu triste. O Feola é o que? O Feola é o campeão do mundo de 58, e o técnico da derrota, do fiasco de 66. Ele é as duas coisas. Você não precisa catalogar o Feola: “Feola, técnico do fiasco de 66”, mas você sabe. O Felipão é mais catalogado como técnico do 7x1 do que o Feola em 66. Mas tanto o Felipão quanto o Feola são os técnicos de um título mundial e de um fracasso em copa. São as duas coisas. Eu sou o marido da Adriana, o pai do João Pedro e jornalista do SporTV. Tudo isso faz parte da minha história.

25:17

25:18Rafael 25:59

21:58

Como colunista, o que você tem em mente sobre os possíveis problemas na hora de textualizar a sua opinião? Há uma tentativa de evitar essa ridicularização do jogador, do técnico, etc.?

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vamos embora”, e salvou a vida do pai dele. Então têm coisas que estão no meio do caminho, vão continuar no meio do caminho. Acho que a palavra chave é compromisso e responsabilidade.

20:40Rafael

21:59PVC

32 26:00PVC

29:31

A base do trabalho teve início em 2020 durante pesquisas e leituras sobre o jornalismo esportivo e a sua relação com a internet. Como usuário assíduo do Twitter, notava como as publicações de jornalistas com um número grandes seguidores acabam formando opinião e como isso era prejudicial em caso de críticas pesadas aos jogadores

A gente sempre tenta escolher a palavra, mas a gente tem pressa. Fechamento é rápido. Outro dia escrevi uma coisa e fui salvo pelo meu filho e pelo meu editor, porque eu escrevi que a atuação contra a Venezuela foi a mais negra da história do Tite na seleção. E aí você vai dizer: essa visão foi racista. Eu não fui racista ao escrever isso, mas eu podia ter evitado escrever isso. E rapidamente a gente substituiu a palavra e resolveu o problema. Então se criou um problema. Mas eu errei na escolha da palavra? No ponto de vista de hoje, sim. É como você dizer: a noite está escura. Não quer dizer que você está sendo racista por dizer que a noite está escura. Tem coisas que a gente foi criado de um jeito que denota o racismo, e outras não. Hoje eu estava discutindo... A Gabriela Ribeiro falou que evita falar palavras como “porrada” e “sacanagem”, e eu falei: “porrada eu evito, mas sacanagem não”. “Por que sacanagem?”, eu perguntei pra ela. Ela falou: “Porque remete a sexo”. Aí eu falei: “Não, sacanagem não remete a sexo. No fundo, essa sacanagem tá na sua cabeça”. Aí eu fui ver a origem da palavra “sacanagem”. Dava “traiçoeiro” ... não tinha nada com sexo. O cara sacana é um cara que faz cambalacho, um cara que faz picaretagem. É um cara que faz sacanagem. A origem da palavra não tem nada a ver com sexo. Eu nunca associei sacanagem a sexo, e ela associa a sexo. Mas a origem da palavra não é associada a sexo. Aí também tem a questão do receptor e do emissor. Sempre falei “sacanagem” numa boa porque “sacanagem” é uma gíria, não é um palavrão. “Porrada” eu não gosto, porque “porrada” vem de “porra”. Então eu prefiro não falar no ar, embora tenha virado gíria. Muitas vezes as pessoas falam “porrada” no ar. O Zebini na Fox odiava que se falava “porrada”. Eu não gosto também de falar “porrada”. Prefiro falar: “deu uma pancada”. A gente tenta escolher palavras certas. Às vezes a pressa atrapalha; às vezes, a compreensão não é exatamente aquela que você quis dar; às vezes, o receptor não conseguiu entender; às vezes, o receptor entende uma coisa que não está escrita. Volta e meia, às vezes eu respondo para gente no Twitter: “Cara, leia só o que está escrito”. Aí você fala assim: “Não, você falou que o Palmeiras foi covarde contra o Bragantino”. Eu não falei isso, eu falei que ele jogou defensivamente. “Não, mas está implícito no seu texto”, aí eu falei: “Desculpa, não está escrito ‘covarde’, eu não escrevi essa palavra. Leia o que está escrito, não lê o que você acha que está escrito”. Então tem uma série de circunstâncias no meio disso. A gente tem que escolher palavras, e a gente vai acertar e errar, como qualquer profissão. O médico também erra o remédio que ele vai me dar.

Repórter: Rafael Brayan Alves Penna Diário de campo

B) CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Fase do estudo

No início, a ideia era analisar o conteúdo do UOL Esporte, tentando entender o impacto do público na produção de matérias. Atrelado a isso, gostaria de analisar como os jornalistas esportivos podem ferir o código de ética por não saber tratar o perfil pessoal do profissional nas redes sociais.Porém, no fim, decidi focar na reflexão com os jornalistas Paulo Vinicius Coelho e Rodolfo Rodrigues, além do material produzido por Cátia Mateus, para analisar de fato o impacto dessa relação mais direta com o público do jornalista em si e não nas matérias jornalísticas do UOL Esporte como havia pensado no início da pesquisa.

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fev/21 mar/21 Abr/21 mai/21 jun/21 jul/21 ago/21 set/21 out/21 nov/21 dez/21

Leitura de referências Formação da equipe Pesquisa de campo Elaboração de pautas Coleta de dados e informações Planejamento e recursos Idealizar design do portal Entrevistas com fontes Produção das matérias Edição da EntregaRevisãoFinalizaçãoreportagemdosite

A partir do início das aulas de pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso, eu procurei ter uma base teórica maior para iniciar de fato as reflexões que gostaria de trazer para a minha reportagem. Para isso, estudei gatekeeping, gatewatching, filtro bolha e outras teorias e modelos de edição jornalística proposto por pesquisadores nas últimas décadas.

INVESTIMENTOITEMQUANTIDADE

Livros 2 R$ 17,90 R$ 55,00 R$ 150,00

Total 20 R$ 3.067,05 R$ 3.742,90

UNITÁRIOVALOR VALOR TOTAL

34 C)

Identidade visual 1 R$ 295,00 R$ 295,00

Designer para criação de site 1 R$ 1.800,00 R$ 1.800,00

Revisão profissional 1 R$ 300,00 R$ 300,00

Gifs 5 R$ 150,00 R$ 75,00 R$ 600,00

Infográfico 1 R$ 150,00 R$ 375,00

Vídeo da página inicial 1 R$ 150,00 R$ 150,00

Ilustrações 8 R$ 75,00 R$ 300,00

35 D) PRODUTO

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