UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE JORNALISMO KARINE GOMES DA SILVA OSIMPACTOSDOSENSACIONALISMONOCASOELOÁCRISTINAPMENTEL
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
SÃO2021PAULO
Relatório de fundamentação teórica e metodológica apresentada ao curso de jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, como requisito para a obtenção do AssOrientador:títulodebacharelemjornalismo.AntonioLucioRodriguesis.
KARINE GOMES SILVA
OSIMPACTOSDOSENSACIONALISMONOCASOELOÁCRISTINAPMENTEL
Jornalismo; sensacionalism; investigação; democracia; justiça; crime ABSTRACT
Esse estudo tem como objetivo apresentar as consequências do sensacionalismo inserido indevidamente em grandes casos, em especial, o de Eloá Cristina Pimentel, baseando se, a partir de análise de conteúdos de reportagens, relatos de entrevistados e apontamento de fatos.
This study aims to present the consequences of sensationalism improperly inserted in large cases, in particular that of Eloá Cristina Pimentel, based on the analysis of the content of reports, interviewees' reports and fact finding.
Journalism; sensacionalism, investigation; democracy; justice; crime
SÃO2021PAULO
RESUMO
KEY WORDS
PALAVRAS CHAVE
INTRODUÇÃO
Um caso que ganhou total destaque no projeto, foi o sequestro e assassinato da adolescente Eloá Cristina Pimentel. O intuito foi identificar como a mídia invadiu a fronteira ética e passou a reportar o caso com exaustão, a partir de uma exploração. Para contribuir com as discussões realizadas, a Teoria do Agendamento foi uma das referências usadas para entender as caracterizações do caso. Além do mais, a ideia também foi destacar que, tanto a atuação do jornalismo, quanto da justiça, se inserida devidamente, culminaria em um possível desfecho menos trágico. Todo esse estudo foi finalizado em uma grande reportagem para a Revista Opinião, que é voltada para o campo social e aborda como enfoque geral: Os impactos do jornalismo, da justiça e da democracia na sociedade.
O tema proposto tem como intenção desvendar como o sensacionalismo interfere diretamente nasociedade. Posteriormente, casostratados com sensacionalismopelaimprensaforamumdos destaques relatados no conteúdo, visando desvendar as características que levaram os meios de comunicação a reportar notícias com exaustão. Ademais, pontos positivos de investigações que obtiveram exemplar acompanhamento jornalístico e, que, consequente, culminaram em desfechos democráticos também foram exaltados.
APRESENTAÇÃO
Sobretudo, quando pontuo essas caracterizações, não tenho a intenção de desvalorizar ou diminuir a classe jornalística, delimitando uma regra na hora de se redigir ou reportar uma matéria. O poder que nos é oferecido, enquanto jornalistas, pode influenciar grandes massas, formando e esclarecendo opiniões. Sendo assim, a ideia é apenas destacar que essa autonomia tem um grande valor para o coletivo social. Nesse ínterim, em meu tema pretendo trazer reflexões acerca desses aspectos, produzindo um conteúdo de reflexões e esclarecimentos. Mas, para chegar a uma apuração autêntica, é necessário uma série de estudos que vem desde os primórdios dessas ações, a começar pelo jornalismo.
Após entrevista com o jornalista investigativo Eduardo Reina, que escreveu uma tese dissertativa para o seu Mestrado em jornalismo investigativo pela Universidade Metodista de São Paulo, apurei que o primeiro contato do homem com o jornalismo saiu dos cafés da Inglaterra, ainda no século 17, e a função investigativa sempre foi considerada como uma possível se diz necessária vertente dentro do que, no futuro, chamaríamos de profissão. Contudo, mesmo que sua essência principal estivesse voltada para o povo, a imprensa ainda era vista como partidária e movida por interesses políticos. Posteriormente, Reina ainda apontou alguns outros possíveis pontos que justificassem as origens. O professor português, Jorge Pedro Sousa, no qual citou em suas pesquisas, consi-dera que a origem do jornalismo investigativo está relacionada aos jornais que circulavam no fim do século 19, nos Estados Unidos, sob a tutela de Joseph Pulitzer, do The World, que combatia a corrupção, publicando reportagens denun-ciando grandes escândalos.
O principal papel do jornalista é informar, mas, apenas a informação não basta, principalmente se este exerce uma função investigativa. O fato é que tal oficio exige certa conduta que vai muito além do simples ato de reportar, passando a ser uma fonte de denúncia. Sendo assim, é necessário que se tenha consciência desse propósito. Posteriormente, além de correr riscos nas investigações, que em muitos casos envolvem nomes de grande influência social, o jornalista investigativo também precisa lidar com as frustrantes Fake News, que ocorrem quando a notícia chega a um determinado número de pessoas sem autenticidade. A instantaneidade da internet faz com que as notícias se disseminem muito mais rápido e, é por isso que o profissional da área, além de informar, deve apresentar relevância e conduta ética ao apurar assuntos de interesse público. Desse modo, não se pode compartilhar pautas “vazias”.
Do mesmo modo, o jornalista destacou outras suposições, através de pesquisas de Lopes et al (2003), e reforçou a primeira hipótese, apontado que as reportagens investi-gativas mais famosas em todo planeta são da lavra de re-pórteres norte-americanos. Os traba-lhos mais conhecidos se situam nas décadas pós Segunda Guerra Mundial, com florescimento entre 1955
Portanto, o jornalismo investigativo nasce como um auxílio para a sociedade e é a partir dele que obtemos respostas acerca de assuntos de interesse social. Contudo, quando o propósito da investigação deixa de ser o fundamento principal e passa a ter um caráter particular, que visa a manipulação e indução de opiniões, o jornalismo perde o seu oficio e vira sensacionalismo.
ANÁLISE DO CONTEÚDO DE ESTUDO SOBRE O SENSACIONALISMOEJORNALISMO
O programa de Sônia Abrahão foi um dos protagonistas na cobertura sensacionalista do caso. O pico de audiência aconteceu quando a apresentadora conversou exclusivamente por telefone com Lindemberg, durante transmissão ao vivo. A equipe de reportagem queria saber todos os detalhes que faziam o rapaz manter a adolescente em cárcere privado. Em algumas circunstancias, Lindemberg era retratado como um jovem apaixonado que apenas desejava a reconciliação com a amada. Outra situação de desconforto, ocorreu quando a jornalista deu a entender que o público de casa, se encontrava ansioso para chegar em suas casas e assistirem o sequestro, retratando a vítima como “doce Eloá”. Houve uma romantização do caso e a interferência do jornalístico ficou nítida quando Sônia foi convocada pelo júri para fazer parte do time de testemunhas na audiência do caso. A defesa de Lindemberg acusava a mídia, em especial o diurno, pelo trágico assassinato da jovem, alegando que a cobertura intensiva ajudou a prolongar o sequestro e, consequentemente, fez com que este chegasse ao extremo.
Sobretudo, essa não foi a primeira vez que o programa de Abraão abusou da dor alheia. Em 2008, o pintor André Martins, até então com 25 anos, foi morto a tiros pela polícia norte americana, em Massachussets, no dia 27 de julho de 2008 e teve o seu velório narrado com dramaticidade. A apresentadora fez questão de mostrar imagens polêmicas como um close do rosto do cadáver. Enquanto que na legenda da tela, a cobertura era divulgada como “Exclusiva”. Como de costume, o programa reportou o caso durante toda a semana do assassinato de André, extraindo pautas de todos os tipos. Posteriormente, familiares, amigos e até desconhecidos relatavam seus depoimentos sobre como era o pintor em vida. Ainda, deu tempo de o jornalístico consultar especialistas em sua bancada para entender o que realmente
Seja pela forma como foi noticiado ou por seu desfecho, muitos especialistas, como por exemplo, a diretora Lívia Perez, que produziu o premiado documentário “Quem matou Eloá?”, deduzem que a imprensa teve certa parcial de culpa na morte de Eloá. No documentário, é abordado principalmente a forma como o crime foi noticiado, com manchetes apelativas como “um crime passional” ou “um crime por amor”.
e 1974, com textos mais críticos. É a partir desse período que o jornalismo cria um amadurecimento e passa a falar em prol da democracia, deixando de lado interesses políticos.
Um dos meios de comunicação que estudei para discutir o jornalismo investigativo e revelar como o sensacionalismo funciona, é o Programa A Tarde é Sua, da Rede TV!, apresentado pela jornalista Sônia Abraão. O vespertino é referência quando o assunto é reportagens sensacionalistas. O sequestro e assassinato da adolescente Eloá Cristina Pimentel, em 2008, é um exemplo trágico. Após reportagens amadoras, impróprias, desrespeitosas e que teve um desfecho trágico, é fácil entender o porquê o caso chamou tanta atenção da imprensa.
O livro Teoria e Técnica de Reportagem, Entrevista e Pesquisa Jornalística, do autor Nilson Lage, explica como o jornalismo se transformou em publicidade. Em um dos parágrafos é dito: “Por muitas décadas, o jornalista foi essencialmente um publicista, de quem se esperavam orientações e interpretação política. (...)Fazer jornal era atividade barata: bastavam uma prensa, tipos móveis, papel e tinta (...)”.Nesse ínterim, após a citação do livro, notamos que o fazer “atividade barata”, vem desde os primórdios do jornalismo e não é um mal da atualidade.
“
Já em 2015, precisamente no dia 24 de junho, a morte do sertanejo Cristiano Araújo e de sua namorada Alana Morais, comoveu a todo o Brasil. O cantor, de 29 anos, estava no auge de sua carreira quando sofreu um acidente de carro enquanto voltava de um show. Consequentemente, por ser um artista em ascensão, sua partida gerou grande repercussão na mídia, mas nenhuma emissora explorou tanto o caso como o programa A Tarde É Sua. Em uma exaustão de informações durante oito dias seguidos, o ápice da cobertura apelativa aconteceu quando Abraão mostrou uma pomba branca pousando na cabeça do guitarrista de Cristiano. Segundo a jornalista, o animal era um sinal do além enviado pelo cantor.
JORNALISMO DE PUBLICISMO EM CASOS
de fato aconteceu. A abordagem se encaixaria dentro dos padrões jornalísticos, se não fosse o constante foco no cadáver de André.
Jornalismo e publicidade são profissões totalmente diferentes, apesar de apresentarem muitas semelhanças.Não éà toaque compartilhamsuasvertentes.Quemnuncasedeparoucomaquela notícia que o título não leva o nome do personagem, local e nem contexto? Por exemplo: “Ator é visto saindo de motel com ex BBB”. Isso é uma estratégia publicista integrada ao jornalismo. É como se aquele site nos induzisse a acessá lo, para assim, ler a matéria e descobrir de quem se Essatrata.estratégia é usada porque com a instantaneidade das redes sociais e a diversidade das reportagens, podendo ser audiovisuais, radio locução, entre outras, faz com que as pessoas se tornem impacientes para a leitura. Portanto, escrever uma manchete, sem levar nomes, é uma estratégia de publicidade. Não é necessário sequer ler a matéria, somente o manuseio de abrir o site, já gera lucro para a empresa ao contabilizar o número de views. Essa é uma das formas atuais de se fazer notícia publicista, que pode variar de editoria, desde entretenimento, política, cultura, etc. Apesar de ser uma estratégia inteligente, muitas empresas aderem ao sensacionalismo e apelam nas manchetes, exibindo contextos direcionados a uma determinada parcial de leitores, com tendencia a fácil manipulação. E a partir disso, é notável como o ato de transmitir notícias veem perdendo sua essência.
Anteriormente, as pessoas também compravam ideias publicistas. Entretanto, apesar da audiência significativa a esse tipo de fazer comunicacional, há quem não compre a ideia. No
Queremos mostrar o último adeus ao povo da terra em que André nasceu” Sônia Abraão durante cobertura do assassinato do pintor André Martins.
Além do sensacionalismo, o programa jornalístico também é conhecido por dar voz aos “injustiçados”. Em 2011, Abraão conversou com Luiz Henrique Franco, o padrasto do ex goleiro do Flamengo, Bruno. Na época, ambos estavam sendo acusados de sequestrar e assassinar a modelo Elisa Samúdio. Durante a entrevista, Luiz Henrique disse que Elisa estaria viva, loira e vivendo na Colômbia. Essa hipótese jamais foi comprovada.
Recentemente, no bairro do Grajaú, extremo sul da capital de São Paulo, começaram a circular notícias sobre uma van que estava sequestrando mulheres e tirando suas vidas. Não demorou para a notícia se espalhar pelos grupos de WhatsApp. Do mesmo modo, não demorou também para que suspeitassem que os boatos eram falsos, principalmente quando um rapaz se pronunciou aos desesperos, após apontarem sua van, usada para entregas, como a suspeita do suposto crime.
Com a revolução, o publicismo não tinha mais o poder de manipulação em massa: “A guerra de opiniões perdia interesse porque não havia, como antes, aristocracia poderosa para se opor ao pensamento burguês e a organização dos operários para a ação política contínua sempre esbarrou em grandes obstáculos quando não a repressão policial, a recessão econômica”. Nessa fase o jornalismo encontra o seu verdadeiro oficio, voltado para os valores éticos. As notícias agora impactavam todos os povos, que buscavam por mais objeção e direito, do que informações vazias diz se publicistas. Por fim, continuando a fomentar os avanços tecnológicos do fazer jornalismo, o autor ainda cita os dispositivos móveis e sua capacidade instantânea de fazer informação, quase que prevendo o futuro, mesclando o homem receptor, como repórter
Como citado anteriormente, as novas tecnologias e um certo amadurecimento do jornalismo permitiu que pessoas leigas colaborassem com o jornalismo. Contudo, com esse empoderamento oferecido, surge também grandes responsabilidades. Ao se tornar um produtor de notícia, é necessário que se tenha certa noção sobre como tal informação pode impactar uma grande massa. Sobretudo, pontuo essa necessidade, porque muitas pessoas, seja pela falta de conhecimento ou, até, por maldade, infelizmente disseminam notícias falsas, que, consequentemente, geram grandes desgastes na sociedade.
terceiro capítulo do livro de Lage, chamado Sensacionalismo e educação, é citado uma certa revolução indignação popular. Nessa fase acontece a quebra dos paradigmas ideológicos apresentados no jornalismo de publicismo. No século XIX, durante a Revolução Industrial, as pessoas passaram a ter uma maior resistência, assim, o jornalismo começava a ganhar seus aspectos de oficio tradicional, passando a prestar serviço não somente para uma classe social.
Na mesma velocidade que a notícia se espalhou, ela também desapareceu. Porém, em muitos casos, a repercussão é tão grande que fica difícil conter sua disseminação, principalmente com as redes sociais, que torna tudo mais instantâneo. Portanto, é necessário que, antes de repassar uma informação, se cheque sua veracidade. É possível identificar suas caracterizações.
FAKE NEWS E O SENSACIONALISMO EM GRANDES CASOS
Continuando a fomentar os avanços tecnológicos do fazer jornalismo, o autor ainda cita os dispositivos móveis e sua capacidade instantânea de acessar e produzir informação, quase que prevendoofuturo, mesclandoo homem receptor, comorepórter.Naatualidadequalquerpessoa que tenha um aparelho celular pode exercer a função de repórter, mesmo que no sentido literal não exista uma capacitação profissional. Os próprios meios de comunicação dão certo espaço para os telespectadores mostrarem suas ideias e denúncias. É o caso do O Pulo doGato, exibido nas manhãs de segunda a sábado, na programação da Rádio Bandeirantes. O programa jornalístico abre o seu espaço para que os ouvintes deixem suas queixas, comentários e até elogios sobre a cotidiano da cidade de São Paulo. Obviamente, esse exemplo parte mais para o compromisso social ao dar voz ao público. Em outros meios, como o SPTV, jornalístico paulista da Rede Globo, parte para a denúncia, ou mero desabafo, no quadro “Você no SP”.
REFERENCIALTEÓRICO-METODOLÓGICO
No livro Teoria e Técnica de Reportagem, Entrevista e Pesquisa Jornalística, de Nilson Lage, podemos compreender os primórdios jornalísticos relacionados ao jornalismo de publicismo. Curiosamente, os estudos de Lage são semelhantes a tese de meu entrevistado, o jornalista Eduardo Reina. Contudo, Reina não estudou o livro de Lage em seu Mestrado, mas os dois me comtemplaram com assuntos relacionados ao meu tema. Por exemplo, ambos defendem a ideia de como no passado o jornalismo servia de muleta para interesses políticos.
Geralmenteesse tipodenotícia contémchamadassensacionalistas,quebeiramaapelação.Esse fato ocorrido no bairro do Grajaú é apenas um, entre os milhares que surgem nas redes diariamente. São notícias despejadas sem fundamento que tem apenas um propósito: propagar a mentira e chocar. É por isso que a profissão de jornalismo mudou. Além de informar, o jornalista também tem o papel de lutar contra as falsas notícias.
Pormuitasdécadas,ojornalistafoiessencialmenteumpublicista,dequemseesperavam orientaçõeseinterpretaçãopolítica.(...)Fazerjornaleraatividadebarata:bastavamumaprensa,tipos móveis, papel e tinta (...)”. Nilson Lage, p. 17
A partir da frase “atividade barata”, citada por Lage, percebemos que naquela época a exploração do sensacionalismo sempre esteve presente no jornalismo, não somente com notícias tendenciosas, mas falsas também. Antes, sem a tecnologia, o jornalismo era usado como válvula para alavancar campanhas políticas. Desse modo, suponho que essa forma de reportar não era honesta. A profissão era movida por interesses e quem não compactuava, se via submisso. Mas, com o passar dos anos, houve um amadurecimento e, a partir disso, a profissão se reencontrou com suas raízes de oficio. Isso não significa que o mal jornalismo foi banido, mas a conduta ética antes e atualmente, falam mais alto. Sobretudo, ainda é possível identificar o jornalismo barato em muitos meios. Simultaneamente, em outra teoria estudada, esta do Agendamento, especificamente do livro Teorias do jornalismo, de Felipe Pena, pude ver claramente que o jornalismo antidemocrático está longe de acabar. Essa teoria idealiza a ideia de como a imprensa manipula o nosso cotidiano através da notícia, é ela que escolhe qual assunto será o mais comentado, a partir da repetição da pauta.
Esse estudo tem como objetivo estabelecer algumas caracterizações especificas sobre como o jornalismo investigativo funciona em grandes casos. Sobretudo, para chegar a uma conclusão ou princípio de uma antes de mais nada, é necessário que se tenha aprofundamentos. Durante esta pesquisa, foram analisadas diversas teorias, buscando entender do que realmente se trata o fazer jornalismo. Nesse ínterim, diversos estudos de grandes autores foram estudados e ajudaram na composição do texto.
O sensacionalismo aplicado ao jornalismo não costuma ser diferente de uma novela dramática com um enredo chamativo e, muitas das vezes, banal. É fato que somos acostumados a ver a mídia tratando de diversos assuntos específicos como esporte, economia, política e cultura, no entanto, quando a chamada ganha um tom espalhafatoso, gera grande impacto social e, assim que notamos, estamos presos a TV, obcecados pela vida de pessoas desconhecidas.
Logo, me fez lembrar sobre uma citação da teoria de Agenda Setting, que diz que as notícias são programas e que a imprensa dá ao público o que ele quer. É como se os meios de comunicação agendassem o nosso cotidiano, escolhendo quais assuntos serão os mais falados naquele determinado dia. Posteriormente, com o surgimento das redes sociais, essa forma de manipulação se intensificou ainda mais. As publicações apelativas se diz sensacionalistas são apenas a ponta do iceberg, em comparação ao maleficio que existe no jornalismo. Portanto, é com essas referências teóricos que consegui compor minha matéria apurando e levantando reflexões acerca desses aspectos no jornalismo investigativo.
Para idealizar essa ideia em minha pesquisa, busquei referências teóricos que comtemplassem o meu projeto. Se pesquisarmos no Aurélio apenas pela palavra, teremos a breve definição: “Sensacional Adj.2g. 1. Que produz sensação intensa. 2. Referente a sensação. 3. Que desperta viva admiração ou entusiasmo; espetacular; formidável; um filme sensacional. Agora, quando a associamos ao jornalismo, temos: "1. Divulgação e exploração de matéria capaz de emocionar ou escandalizar. 2. Uso de escândalos, atitudes chocantes, hábitos exóticos etc. com o mesmo fim. 3. Exploração do que é sensacional na literatura, na arte etc. “Sensacionalista Adj.2g. Em que há, ou que usa de sensacionalismo; notícia sensacionalista; jornal sensacionalista”.
RESULTADOS
A partir das minhas pesquisas, levantei algumas características que justificassem o termo sensacionalismo e obtive alguns resultados. O bom jornalismo é aquele que é livre para pautar temas relevantes e compartilha los com a sociedade. Porém, com o avançar dos anos, estratégias comerciais em alguns veículos passaram a exercer muita influência no que é noticiado, explorando o que chamamos de sensacionalismo. Esse modo operante sempre esteve presente na profissão, mas, atualmente, com a instantaneidade das redes de internet, a ação ganhou um peso maior.
O sensacionalismo está ligado ao exagero; a simplificação;interesseestratégiascaracterizarforma.supérfluodescontextualizados;dointensificação,avalorizaçãodaemoção;àexploraçãoextraordinário,àvalorizaçãodeconteúdosàtrocadoessencialpelooupitorescoeinversãodeconteúdopelaOsensacionalismotemservidoparainúmerasdamídiaemgeral,comosuperposiçãodopúblico;aexploraçãodointeressehumano;aadeformação;abanalizaçãoda
Voltando ao meu objeto de estudo, este o programa A tarde é Sua, da Rede TV, tratei de investigar quais fatores motivavam o jornalístico a tais chamadas exorbitantes e a resposta foi uma: a audiência. Durante a transmissão de alguns casos com teor sensacionalista, como o de Eloá, Isabela Nardoni, Elisa Samúdio, entre outros, o pico da grade foi lá em cima. A atenção que o público dava ao caso, encorajava o programa a explorar com exaustão.
violência, da sexualidade e o consumo; a ridicularização das pessoas humildes.
entender como o sensacionalismo se aplica, conversei com Eduardo Reina, que é jornalista investigativo e durante a entrevista, obtive respostas esclarecedoras sobre o conceito sensacionalista. Para idealizar suas respostas, Reina foi no fundo do baú, justificando que para entender o sensacionalismo, primeiramente seria preciso entender os primórdios do jornalismo. Além de Reina, também busquei várias teórias do jornalismo que, em suma, me ajudaram bastante a entender o conceito da notícia. A Teoria do Agendamento, por exemplo, diz que “as notícias são como são porque os veículos de comunicação nos dizem em quem pensar e como pensar sobre fatos noticiosos”. Sobretudo, os estudiosos teorizaram que a estratégia da imprensa é pautar os assuntos da esfera pública.
(...)(AMARAL,2006,p.21
Não é errado reportar um crime com intensidade, muito pelo contrário, em casos investigativos, essa forma de abordagem pode ser útil e necessária. Contudo, o erro acontece quando o código de ética e os Direitos Humanos são violados, as vítimas são expostas ao absurdo e o fato ocorrido deixa de ser o foco principal. Em minha pesquisa, o programa A Tarde é Sua, foi o objeto estudada para exemplificar como o sensacionalismo se aplica em grandes casos. É como uma corrente de fatores, a notícia é reportada, atraí a atenção do público, a reportagem começa a ser explorada, se extrai pautas de diversas partes, até que enfim, chega à exaustão de Aindaconteúdo.buscando
Segundo o jornalista Ciro Marcondes Filho, o jornalismo sensacionalista extrai do fato a sua carga emotiva e apelativa e, após, a enaltece: “Fabrica uma nova notícia que a partir disso, passa a se vender por si mesma.” Marcondes também descreve a prática sensacionalista como nutriente psíquico, desviante ideológico e descarga de pulsões instintivas. Caracteriza como “o grau mais radical da mercantilização da informação”. Portanto, tudo o que se vende é aparência e, na verdade, é aquilo que o conteúdo da informação não irá desenvolver melhor do que a manchete. Portanto, a partir dos meus resultados, pude ver claramente que o sensacionalismo faz parte de uma vertente jornalística que é usada desde os primórdios, mas, como tudo na vida, se usado em excesso causa grandes males para a sociedade.
Como dito anteriormente, o sensacionalismo sempre esteve presente no jornalismo, mas com o avançar dos anos, sua tendência se intensificou. Não é preciso se aprofundar muito para encontrar notícias sensacionalistas nos meios de comunicação atual. Emissoras como Record, SBT e Band, com seus telejornais em busca da liderança noticiosos que só reportam a violência são vistas por parte da população como os mais sensacionalistas da TV aberta. Há quem defenda esse tipo de cobertura, justificando que, se existe violência, ela precisa ser mostrada. Sobretudo, nesse projeto destaco que a ideia não é oculta la, apenas esclarecer que a notícia, quando reportada de forma exaustiva, perde o seu propósito informativo e vira sensacionalismo e propaganda.
CONSIDERAÇÕESFINAIS
PENNA, Felipe. Teorias do Jornalismo; tópico Teoria do Agendamento, Editora Contexto, 2005.
LAGE, Nilson. Teoria e Técnica de Reportagem, Entrevista e Pesquisa Jornalística, Editora Record, 2001.
AURÉLIO, Sensacionalismo, definição. Dicionário. 2ª edição. P.847,
8.REFERÊNCIAS
FILHO, Ciro Marcondes. O Jornalismo como Produção Social da Segunda Natureza, Editora Ática, 1986. P.44
AMARAL, 2006, Estéticas e Sensações do jornalismo, Artigo. P.21
4. Público a ser atingido: Produzida por formandos de jornalismo do ano de 2021 da Universidade Cruzeiro do Sul, a revista Opinião tem um propósito social que se caracteriza em um teor democrático, visando pautar e esclarecer assuntos de interesse público de forma reflexiva e coerente. Desse modo,
1. Título do produto
2. Descrição do produto: Periodicidade: Edição única Área: Impressa Formato: Revista com características de livro reportagem. Recursos gráficos: Não se aplica.
APÊNDICE
REVISTA OPINIÃO: PAUTANDO A RELAÇÃO DO JORNALISMO, DA JUSTIÇA E DA DEMOCRACIA NA SOCIEDADE.
3. Estratégias para definição: Reportagens: 3 Notas: 2 Páginas: 25
6. Função Individual:
temos como público alvo pessoas com opinião própria que buscam questionar a atuação dos meios de comunicação com a sociedade.
Na revista Opinião fiquei responsável pela grande reportagem, além de exercer as funções de editora e revisora dos textos de meus colegas. Quando fiz estágio colaborativo no portal esportivo Futebol na Veia, sempre que escrevia um texto, assim que terminado, enviava para a revisão. Após, os colaboradores profissionais do site, chegavam até mim e registravam feedback sobre a minha escrita, apontando pontos positivos e pontos a melhorar. Com o passar dosmeses,fuime aprimorando,atéque,enfim,passeiapostarsozinha,semo auxíliodarevisão e, em seguida, passei a integrar o time de edição do portal. Portanto, essa experiência adquirida foi de grande valia em minha função de edição no projeto.
5. Técnicas utilizadas
7. CronogramaFasedoestudo NAJ VEF MAR ABR MAI NUJ UJL OGA TES UOT VON DEZ Escolha do tema X X Delimitação + objetivo X Pesquisa bibliográfica + Justificativa X X X Leitura de Referências X X X X Entrega primeira parte do projeto X Pautas e Fontes X X Realização de entrevistas + pré roteiro X X
A Revista Opinião busca compor um conteúdo diferenciado que foge da monotonia. A criação surgiu a partir dos seguintes questionamentos: Quão necessário é o papel do jornalismo para a sociedade? O que o público precisa saber? Qual o papel do profissional da área? E sua influência? Portanto, nosso projeto tem como propósito pautar e esclarecer assuntos de interesse social.
da revista X X Revisão + Edição da revista X X Diagramação da revista X X Impressão da revista + Banca X 8. OrçamentoItem Quantidade Valor unitário Valor Total ColetivoTransporte 8 4,40 35,20 Imp. Revista 2 50,00 100,00 TOTAL 135,20
voz e imagem Eduardo Reina, %20Maike%20Hartz%20(1)%20(1).pdffile:///C:/Users/55119/Downloads/Termo%20de%20autoriza%C3%A7%C3%A3o%20Termo%file:///C:/Users/55119/Downloads/Termo%20de%20autoriza%C3%A7%C3%A3o%20jornalista.20Eduardo%20Reina%20(1)%20(1).pdfdeautorizaçãodousodevozeimagemMaikeHartz,advogado. 10. Transcrição das entrevistas
Documentações: Termo de autorização do uso
Apuração
de informações X X X
9. de
Redação
1) Nome, formação, tempo atuante?
Para falarmos sobre as caracterizações que estabelecem os primórdios do jornalismo investigativo a seu oficio de fato, é preciso identificar o marco zero dessas ações no mundo. Aponta los não é uma tarefa tão simples, mas é possível relacionar a alguns trabalhos considerados pioneiros. Por exemplo, os primeiros jornais que saíram dos cafés na Inglaterra, ainda no século 17, já consideravam exer-cer uma função investigativa, enquanto que na América colonial, apesar de funcionar como uma tri-buna para o povo, a imprensa era consi-derada partidária, defensora dos governos da época. Outra teoria mais exata, é que a origem do jornalismo investigativo ocorreu no fim do século 19, nos Estados Unidos. Uma grande referência desse movimento é o jornalista Joseph Pulitzer, do jornal The World, que publicou reportagens denun-ciando escândalos de corrupção. Não é à toa que as reportagens investigativas mais famosas do planeta são da lavra de repórteres norte americanos.
Agora, quando falamos do Brasil, desde sempre o jornalismo investigativo é referência quando o assunto é colocar os pontos nos “is”. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, por exemplo, é formada por centenas de profissionais que se dedicam a estruturar a comunicação jornalística no país, defendendo o direito de acesso a informações públicas, além de lutar a favor da liberdade de imprensa. Jornais como, O Cruzeiro e O Estado de São Paulo, são referências na cobertura de grandes escândalos, sendo o último, responsável por denunciar uma ope-ração irregular envolvendo o Banco do Brasil, na ten-tativa de criação de um monopólio no mercado do algodão em 1940. Anteriormente, precisamente na década de 20, também temos reportagens de destaque. É o caso do jornalista, Mário Rodrigues, que em novembro de 1923, veiculou uma notícia que acusava o ex presidente da República, Epitácio Pessoa, de beneficiar exportadores de açúcar em troca de um colar entregue à sua esposa. O ocorrido ficou conhecido como “O caso do colar”, e rendeu processos ao jornalista. Então, tudo o que eu disse, são características dos primórdios do jornalismo.
Entrevista 1.
Eduardo Reina, jornalista investigativo, falou sobre o papel do jornalismo em grandes casos criminais.
Eu sempre pensei no jornalismo como uma função investigativa. No começo da minha carreira, eu trabalhei na redação da UOU e lá eu fui responsável pelo setor político, então a partir dessa
Por outro lado, os traba-lhos mais conhecidos se situam nas décadas pós Segunda Guerra Mundial, precisamente entre 1955 e 1974, onde jornalistas começaram a escrever textos mais críticos, provocativos e independentes. Entre esses anos e, em consequências da participa-ção dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã, nos períodos de 1964 a 1973, os jornalistas americanos se po-sicionaram contra o governo e começaram a anali-sar, em função investigativa, a atuação dos parlamentares. Sobretudo, é a partir disso que a imprensa se desprende de ideologias políticas e alcança um estágio de amadurecimento suficiente para enfrentar outras investigações que estariam por vir.
3) Por que escolheu essa vertente no jornalismo?
2) Quais os primórdios do jornalismo investigativo?
Eduardo Reina, formado em Comunicação Social desde 1985 e Mestrado em Jornalismo Investigativo desde 2020, pela Universidade Metodista de São Paulo.
São as mais piores possíveis, porque ambas, de certa forma, formam um conjunto em pró da sociedade, então, quando elas não caminham juntas ou se respeitam, quem paga é o povo.
Como eu disse anteriormente, minha especialização é o jornalismo investigativo político, mas eu também tenho autonomia para falar de diversos outros assuntos como casos criminais, economia, mas o campo político é minha especialização de fato.
3) Qual os casos que você tem maior especialidade? Assassinatos
circunstancia, eu comecei a me especializar ainda mais na vertente investigativa, investigando casos de corrupção em sua maioria. Então, reitorizando, eu escolhi essa vertente porque sempre fui uma pessoa curiosa que necessitava analisar preceitos da sociedade e é por isso me especializei na área do jornalismo investigativo político.
Não diria uma aliança necessária, mas ambas são ações que, quando aplicadas para o bem da sociedade, funciona. O jornalismo livre e o bom jornalismo investigativo só existem por causa da democracia e, esta é assegurada entre outras vertentes do próprio jornalismo, da opinião da pública e também por uma parte da justiça. Isso é muito importante, porque uma sociedade democrata precisa de um jornalismo livre, uma justiça independente e da democracia em todos os sentidos.
Quando o jornalismo trabalha com a verdade, com o intuito apenas de informar e esclarecer, ele funciona. A divulgação correta de um crime movimenta a opinião pública e mostra como a profissãotemumpoder de impacto.Quandoo jornalismotrabalhacomaverdade,comointuito apenas de informar e esclarecer, ele funciona. Porém, nós estamos sujeitos ao sensacionalismo, que é a perca da essência jornalística. Quando o sensacionalismo acontece de forma exorbitante, a sociedade é prejudicada. Se aplicado de forma leve, pode até ser de grande valia para as próprias redações. Quando falo forma leve, quero dizer sobre as manchetes chamativas que atraem leitores, telespectadores, etc, mas, se ocorre uma extrapolação, então toda a ética é perdida.
5) Qual a influência da mídia em casos criminais?
Eu já investiguei diversos casos, então é difícil citar apenas um, mas, tentando responder a sua pergunta, no início da minha carreira eu cobri muitos casos investigativos que foram muito repercutidos, de exemplo o Impeachment do Collor. Agora, falando de casos mais recentes, eu investiguei as operações da Lava Jato, CPI da Covid, são muitos casos de relevância que desperta a curiosidade do povo que necessita saber o que acontece com esses crimes, pois interfere diretamente em suas vidas.
6) Acredita que o jornalismo, a justiça e a democracia são uma aliança necessária para a sociedade?
7) Quais as consequências quando o jornalismo e a justiça caminham em lados opostos?
8) Quais as consequências do sensacionalismo da imprensa?
A mídia tem muita relevância em investigações criminais. De exemplo, temos o recente caso da CPI da Covid, do Senado Federal. Graças a cobertura exemplar da imprensa, um contrato que iria lesar os cofres públicos foi suspenso. Outro caso bastante relevante foi o impeachment do ex presidente Fernando Collor, em 1992, que eu inclusive cobri. Após a denúncia de seu irmão, Pedro Collor, houve uma investigação massiva, que mais tarde culminou em sua queda. Todas essas investigações foram fundamentadas com princípios éticos, informativos e democráticos.
4) Quais casos você já cobriu ou investigou?
1) Qual seu nome completo ou social e sua formação?
5) A liberdade nem sempre é o resultado, existem defesas que a principal meta é apenas a redução da pena. Existe caso indefensável?
6) Os métodos de defesa são padrões dos advogados criminalistas ou você costuma ter métodos pessoais?
Não considero preconceito, mas as pessoas se assustam em estar com um advogado que atua com a marginalidade, temendo talvez algum atentado ou algo nesse sentido.
O processo criminal é um jogo de xadrez, então a estratégia é algo bem particular de cada caso. Recentemente, tive um caso de relevância midiática, onde defini como estratégia a comoção social, sendo que tive êxito nesse aspecto, momento onde fortaleci minha defesa com parcerias importantes, inclusive deputados municipais. Então cada profissional vai seguir uma estratégia, meus métodos são reflexo de cada caso.
A figura do advogado dentro do ordenamento Jurídico Pátrio é positivada pelo artigo 133 da Constituição Federal, vejamos: Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da Dentrolei.
2) Por que escolheu essa profissão?
de ordenamentos jurídicos arcaicos, assim como Código de Hamurabi, a defesa sempre foi necessária a validade da aplicação da pena, punitiva ou corretiva, no exemplo mencionado o punitivo. A defesa justiça é cega, assim como a defesa deve ser no aspecto moral, obviamente não defendemos o criminoso, mas sim a aplicação do direito, enfatizo que essa defesa é uma forma de prestigiar e defender o estado democrático de direito. Um exemplo prático seria o artigo 59 do Código Penal, que faz o balizamento da pena, isso dentro de aspectos objetivos e subjetivos. Dentro dessa perspectiva, não vejo o criminoso ou seu crime, prezo pela aplicação da lei dentro dos ditames esculpidos no papel branco com tinta preta.
Maike Har, pós graduado em Direito Penal, militante na área criminal, especificamente casos de relevância midiática.
Iniciei minha jornada almejado o cargo de delegado de polícia, mas no decorrer do curso direcionei para a advocacia, isso após me apaixonar no direito criminal teoria/prática.
Por obvio, existem casos que o advogado serve como fiscal da aplicação da lei, isto dentro das ponderações do anteriormente mencionado artigo 59 do Código Penal. Não acredito em caso indefensável, pois o direito é evolutivo em vários aspectos, logo, existem várias terias que acompanham a evolução social. 6
Entrevista 2.
Maike Hartz, advogado criminal, falou sobre os preceitos do direito à justiça e como os meios de comunicação se associam.
7) Você sofre preconceito por escolher essa profissão?
4) É lei, que toda a pessoa tem o direito a ampla defesa, mesmo que essa seja culpada pelos seus atos. Você, como advogado, é a ponte por esse direito. Em sua profissão, um dos princípios é a ética. Pergunta: Como defender um caso, onde a pessoa se declare culpada, seguindo os princípios éticos?
10). Qual a sua opinião sobre o papel da justiça e do jornalismo no caso Eloá?
Janeiro No início, eu não tinha um tema especifico em mente, mas já sabia qual editoria gostaria de trabalhar em meu TCC. Queria falar sobre algo que remetesse a democracia.
Abril Assim como em março, em abril, eu já tinha um tema e junto ao meu grupo de estudo, um produto. Seria uma revista, com características de livro reportagem, enquanto que o meu tema, seria sobre o caso do Lucas Terra.
Maio Nesse mês, eu comecei a procurar minhas fontes. Tentei contato com a Marion Terra, mãe do Lucas e, apesar do retorno positivo, acabei não fechando uma entrevista, por conta de problemas pessoais da Marion. Simultaneamente a busca por fontes, também estava elaborando os seminários, tanto individuais, quanto em grupo para apresentar aos professores,entregadeprojetos porescrito,etc.Comonãoobtiveêxitocom a fonte desejada, acabei por mudar parcialmente o enfoque do meu tema.
Quando a cobertura de um caso gera grande repercussão, atraí os olhares das pessoas e, através disso, nasce a revolta. No caso da Eloá, a imprensa interviu negativamente e, mesmo que essa não fosse a intenção, pois acredito que o propósito era tentar ajudar, no final, só atrapalharam as negociações. Quiseram passar por cima da lei. É necessário que se tenha total responsabilidade nesse tipo de situação, porque é muito delicada. É um erro da imprensa em intervir dessa maneira e um erro maior ainda da justiça em deixar que acontecesse”.
11.Diário de campo
Com absoluta certeza, temos a função de administrar a justiça, não julgar o acusado moralmente ou refletir seus atos na vida pessoal. Defendo casos de estupro entre outros crimes aterrorizantes, mas minha ideia moral jamais pode refletir no fato propriamente dito. Mas por obvio abomino qualquer pratica criminosa. 9) Você costuma pensar no ponto de vista das vítimas? Não, pois não sou responsável pelo parâmetro moral do crime, tenho que a vítima foi parte de um fato criminosos, sem a vítima não existe crime, logo ela é figura elementar do crime. Não existe crime sem vítima.
Fevereiro Continuei com o mesmo pensamento em relação a qual editoria trabalhar, mas, dessa vez, já começava a pensar qual produto usar, revista, documentário, podcast, livro.
Junho Nesse mês, entreguei as primeiras partes do projeto, todos os resultados obtidos até então, que, consideravelmente, foram bons.
Março Em março, estava mais claro. Eu já tinha um tema em mente, mas a questão do produto ainda estava inconclusiva. Contudo, com o tema em mente, comecei a estudar os conteúdos teóricos, referências indicadas pelos professores, a fim de complementar o meu trabalho e essa formalidade seguiu para os meses posteriores.
8) Defender um acusado, nem sempre é concordar com seus atos?
Agosto A essa altura, eu já tinha uma estrutura de como moldar o meu texto, então me dediquei a apurar informações e comecei a redigir as primeiras linhas de minha redação.
Outubro Nessa etapa, estávamos com o projeto parcialmente encaminhado. Meu texto estava basicamente finalizado, necessitando apenas de revisões. Do mesmo modo, também passei a exercer funções coletivas, ficando responsável pela edição de todos os textos do grupo. Além das funções coletivas, também trabalhava nas minhas obrigações individuais. Comecei a elaborar minha apresentação para a banca.
Novembro Em novembro, começamos a intensiva nosso projeto, com todos os textos entregues, agora era passá los para a diagramação da revista, sempre com reuniões pontuais para sugestões e feedbacks coletivos. Simultaneamente ao coletivo, no individual elaborei meu paper, resultados de todo o meu projeto de pesquisa no decorrer do ano. Dezembro Aguardando a apresentação para a Banca.
12.PautasPAUTA
HISTÓRICO
A base do jornalismo é a coleta da investigação e a análise das informações, assim, produzindo relatos para a sociedade, através da mídia televisiva, impressa, digital ou rádio. Na Teoria do Agendamento é formulado que “as notícias são como são porque os veículos de comunicação nos dizem em quem pensar e como pensar sobre fatos noticiosos”. Sobretudo, os estudiosos teorizaram que a estratégia da imprensa é pautar os assuntos da esfera pública. Portanto, apresentando uma breve introdução sobre o meu tema que visa falar sobre como o sensacionalismo interfere diretamente na vida das pessoas, a ideia é relatar casos de grande repercussão midiática, como o da adolescente Eloá Cristina Pimentel, que perdeu sua vida em um sequestro onde, não somente a imprensa, mas a justiça negligenciara na conduta ética.
Julho Em julho, tempo de férias, aproveitei para buscar outras fontes que comtemplassem o meu tema, foi então que conheci Eduardo Reina, jornalista investigativo, que ajudou bastante na construção do meu texto. Além de Reina, o advogado Guilherme Domiciano também foi um de meus entrevistados e me ajudou a desvendar características da justiça.
FONTES
PAPER
Tema: Os impactos do sensacionalismo no caso Eloá Cristina Pimentel
Data: 29/11/2021
Setembro Simultaneamente ao meu tema, também colaborava com a elaboração da revista junto ao meu grupo. Reuniões semanais, nos ajudavam a manter o contato e compartilhar ideias. Nessa etapa, definimos o nome da revista, que se chamaria Opinião, e começamos a estabelecer prazos de entregas e sugestões para elaborar o corpo da revista.
Em todo o projeto, exerci as funções de repórter, redatora, revisora, editora e pauteira.
Falar sobre os impactos que o sensacionalismo, a justiça e a democracia geram quando aplicadasem conjunto, abordandopontosa seexaltar eoutrosquedeixaram adesejar.Assim, determinando ideias, moldando opiniões e baseando se na Teoria do Agendamento, trazer, em uma linguagem analítica e crítica, o papel do jornalismo na justiça e na democracia.
OBSERVAÇÕES
Eduardo Reina, jornalista investigativo especializado em casos políticos e criminais falou sobre os tramites que levam o jornalismo a ter uma conduta sensacionalista e quais as consequências.
FUNÇÕES
Além da Teoria do Agendamento, também busquei aspectos teóricos dentro das teorias críticas da escola de Frankfurt, além de tópicos do Livro Teoria e Técnica de Reportagem, Entrevista e Pesquisa Jornalística, de Nilson Lage.
Guilherme Domiciano, advogado criminalista, falou sobre o papel da justiça ente a sociedade e quais os impactos causados quando a mesma não se aplica devidamente.
ALINHAMENTO EDITORIAL/ENFOQUE