Revista Código #1

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palavra do pró- reitor de graduação Desde os primeiros empreendimentos que marcaram sua trajetória ao longo dos 40 anos de atuação, consolidando-se entre as melhores instituições educacionais privadas do país, a Universidade Cruzeiro do Sul renova e amplia uma das características que assinala sua identidade: a interlocução com as comunidades, interna e externa. No desenvolvimento desse diálogo, conta com a atuação dos cursos da área da Comunicação – Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Rádio, TV e Internet e Relações Públicas, congregando equipes docentes e discentes, com produção teórico-prática relevante, com o intuito de difundir o pensamento e a ação da Universidade Cruzeiro do Sul à sociedade em geral. Destaque-se que, nos caminhos trilhados pelos cursos da área da Comunicação, oferecidos pela Cruzeiro do Sul desde 1994, muitos foram os trabalhos que consolidaram a expressão dessa instituição, particularmente, no campo da extensão universitária: centenas de Prof Dr. Luiz Henrique Amaral projetos de conclusão dos cursos colocando em interlocução alunos, Pró-Reitor de graduação professores e organizações de nossas comunidades, dezenas de prêmios concedidos por renomadas entidades e associações de classe, ressaltando a qualidade de trabalhos acadêmicos que mantiveram o olhar e a ação voltada para especificidades dos mercados e seus atores, trabalhos que, ao longo dos últimos anos, qualificaram a formação dos futuros profissionais das respectivas áreas, bem como expressaram ideias e trabalhos das gerações de profissionais e futuros profissionais que se encarregam de ressignificar o diálogo nesse novo tempo em que o próprio conceito de comunicação alcança outras dimensões, em especial, a dimensão humana, para além da técnica. Assim como se pode ressignificar o diálogo, tendo em vista seu maior alcance e efetividade, tanto no meio acadêmico quanto nas demais dimensões de nossa sociedade, pode-se também renovar os meios para a veiculação das informações que retratam a ação universitária, a exemplo da Revista Código, produto dos cursos da área da Comunicação, cuja edição inicial temos o prazer de apresentar. Assim, com o lançamento do número 1 da Código, anunciamos a implementação de novos meios de comunicação que, por intermédio dos cursos acima relacionados, a Universidade coloca à disposição da comunidade acadêmica, integrando, além da revista, a Rádio e TV Código na web. Nesse grato momento de ampliação das oportunidades de interlocução entre a Univesidade Cruzeiro do Sul e a sociedade, relembramos e homenageamos a figura querida e saudosa do Prof. Gilberto Padovese, um dos fundadores do Grupo Educacional Cruzeiro do Sul e defensor do diálogo educativo inclusivo que marca a trajetória da Cruzeiro do Sul em seus 40 anos de existência. Temos a certeza de que esse veículo congregará, mais uma vez, alunos, professores das diversas áreas do conhecimento e as comunidades da Universidade Cruzeiro do Sul, reafirmando o espírito universitário e o ideal de educação superior que nos deixou como seu maior legado.


coordenador dos cursos de comunicação social reitora Profª. Drª. Sueli Cristina Marquesi Pró-reitor de Graduação Prof. Dr. Luiz Henrique Amaral Pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Prof. Dr. Danilo Antonio Duarte

Prof. mS. CArLoS monTeiro Coordenador dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Rádio, TV e Internet e Relações Públicas o Brasil passa por um momento histórico, muito privilegiado em relação às nações desenvolvidas. Ações políticas e uma sociedade mais esclarecida e consciente de sua atuação no cenário geral do país proporcionaram a fase de otimismo econômico e social que vivemos hoje. Em 512 anos como nação organizada, esse momento atesta nossa certeza de que a comunicação é um instrumento primordial para o avanço de uma sociedade. Dos 192 milhões de habitantes presentes em 5561 municípios brasileiros, os meios de comunicação estão ali presentes pela web, TV (aberta e fechada), rádio, mídia impressa, muitas rádios de poste e alto falantes móveis e fixos. Considerando este cenário, o leitor faz uma reflexão rápida e conclui que o acesso é fácil, mas grande parte do conteúdo ainda é de qualidade frágil e questionável. Pura verdade. Nosso país retomou a democracia apenas em 1985, depois de 20 anos de desenvolvimento econômico fictício e a intelectualidade amordaçada. felizmente, retomamos o desenvolvimento com liberdade. Aqui, em nossos cursos e em nossa universidade, temos absoluta certeza de que investir em capacitação e qualidade na formação de profissionais de comunicação é lucro líquido para o país e para nossos alunos. Já somos a sexta economia mundial, com previsão do Bando Mundial de alcançarmos a quinta posição em 2020. Nossa geração está no momento certo e na hora certa. E, como profissionais de comunicação, somos atores com grande janela de oportunidades no Brasil. Nossa revista é um elemento que reflete o trabalho competente de nossa equipe de professores, pró-reitores, reitoria, corpo de profissionais administrativos e nossos alunos. Juntos, buscamos constantemente a excelência da formação profissional consciente de que estamos trabalhando em nossa universidade, pelo avanço do país e da sociedade, como fizeram nossos irmãos brasileiros que lutaram para nos proporcionar esta liberdade de expressão e perspectivas profissionais. Juntos, Jornalistas, radialistas, relações Públicas e Publicitários, temos nas mãos a oportunidade de contribuir com o crescimento do Brasil, para nós e para as gerações vindouras. Esta é a proposta da Revista Código e da Universidade Cruzeiro do Sul. Vamos em frente!

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Pró-reitora de extensão e Assuntos Comunitários Profª. Drª. Janice Valia de Los Santos Coordenador dos Cursos de Comunicação Social Prof. Ms. Carlos Barros Monteiro Coordernadores Adjuntos Jornalismo Profª. Drª. Flávia Serralvo Publicidade e Propaganda Profª. Ms. Kátia Pellicci Cembrone rádio, TV e internet Prof. Ms. Bruno Tavares relações Públicas Profª. Drª. Angela Fernandes

maio de 2012 | Ano 1 | número 1 Tiragem: 1.000 exemplares editor de Conteúdo Prof. Ms. Carlos Barros Monteiro MTb 26.935/SP Jornalista responsável Profª. Drª. Flávia Silveira Serralvo MTb 65.521/SP editora de reportagens Profª. Ms. Regina Tavares idealização Prof. Ms. Bruno Tavares Diagramação Eduardo vianna Capa Eduardo vianna Profª. Ms. Rita Jimenez revisão Profª. Drª. Flávia Silveira Serralvo Profª. Ms. Kátia Pellicci Cembrone impressão rettec Artes Gráficas e Editora (11) 2063-7000


sumário 6 - Jornalismo em quadrinhos 30 - EU, MÍDIA?! 40 - De malas prontas 54 - Realidade revista 64 - Dance conforme a música: os novos caminhos da indústria fonográfica 68 - Detóx digital 70 - Time de comédia 76 - Telenovelas: uma paixão nacional

10 - Sentidos em todos os sentidos 19 - EM 2011 DEU DOBRADINHA DA CRUZEIRO DO SUL NA APP 44 - Agência Experimental do Curso de Publicidade trabalha em parceria com o filme Somos tão Jovens 79 - Oh, my god!

20 - Tvlusão 21 - Televisão: do Preto e Branco para a 3ª Dimensão 22 - O BRASIL 3D AINDA USA FRALDAS 23 - Youtube, um passaporte para a televisão 24 - Como andam as produções culturais na TV aberta brasileira? 34 - O microfone de Silvio Santos 46 - Cinema de Vanguarda

47 - Cores de Burton 48 - A evolução da Sétima Arte 49 - Cinema Brasileiro e sua evolução 58 - OS CASSETAS DO PLANETA 59 - A Tecnologia 3d na televisão brasileira 66 - Qual é a marca do FM? 67 - TV NO METRÔ DE SÃO PAULO 74 - A Indústria do Social 75 - A Sonorização

26 - Relações Públicas nas organizações contemporâneas 36 - O Olhar e a voz da comunidade 38 - O desafio corre nas veias 50 - Formação para o mercado e a pesquisa: o papel do TC em RRPP 60 - planejamento e criatividade em relações públicas


reportagem

JORNALISMO EM QUADRINHOS ENTENDA O QUE É JORNALISMO EM QUADRINHOS (JQ) E DE QUE FORMA ELE TRANSFORMOU E IRÁ TRANSFORMAR, AINDA MAIS, A REALIDADE DA IMPRENSA.

Por adriano alves, andressa Moura, caroline féria, feliPe leandro, luMa carla, Mariana barbosa, renata Pereira E rÔMulo queiroz

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foto: AdriAno AlvES

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m um contexto social onde os heróis modernos não possuem superpoderes para salvar o mundo de terríveis vilões, cidadãos sobrevivem à rotina imposta pelo mundo globalizado e os imprevistos cotidianos. Daí nasce uma vertente do jornalismo capaz de cumprir com o objetivo essencial da profissão, o de informar, juntamente com a prática de reproduzir visualmente as vitórias e os desafios desses personagens. o Jornalismo em quadrinhos, ou também chamado de Jornalismo Gráfico, é uma modalidade jornalística que utiliza os quadrinhos como forma de linguagem. é importante ressaltar que outros elementos visuais como charges, cartoons, tirinhas ou infográficos não estão inseridos em seu conceito. Na opinião do Doutorando em Ciências da Comunicação Juscelino neco, o Jornalismo em quadrinhos não deve ser considerado um gênero à parte do jornalismo, apenas

uma forma diferente de linguagem de informação. “Jornalismo é jornalismo, e Jornalismo em quadrinhos é simplesmente transpor as práticas tradicionais de jornalismo para uma nova mídia. A prova máxima disso é que se tem vários gêneros dentro dele: artigo, resenha, notícia, reportagem e outros”, afirma neco.

iníCio

Este estilo jornalístico surgiu em meados da década de 1980, quando o fotógrafo francês Didier Lefèvre acompanhou ações humanitárias no Afeganistão e não conseguiu exprimir em fotos o que tinha para contar, optando, assim, por narrar os acontecimentos por meio de quadrinhos Segundo o Prof. Dr. Waldomiro vergueiro, coordenador do observatório de histórias em quadrinhos da Universidade de São Paulo (USP), o nascimento do Jq vem em um momento cultural no qual a sociedade já havia reconhecido os quadrinhos como sendo algo capaz de tratar de assuntos de profundidade. “o que ocorreu foi uma adequa-

ção para o espaço jornalístico, que pelo fato de estar utilizando juntamente texto e imagem, fez com que a narrativa se tornasse mais ágil e de mais rápido entendimento”, esclarece. o reconhecimento do Jornalismo em quadrinhos como gênero veio anos mais tarde. Em 1992, o sueco Art Spiegelman recebeu um Prêmio Pulitzer (principal premiação jornalística do mundo) por sua obra Maus, em que retrata a história de seu próprio pai, que sobreviveu aos horrores do holocausto. Já em 1996, o maltês Joe Sacco, principal nome do Jq até os dias atuais, criou o termo “Jornalismo em quadrinhos” para definir sua obra, que consiste, em grande parte, na cobertura de guerras.

oBStáCuLoS

Como um dos principais desafios do Jq, o jornalista leandro Dóro salienta a pouca difusão que o estilo tem perante a grande mídia. “nos últimos anos, o Jq até vem ganhando um espaço maior e um número considerável de adeptos,

augusto paim Graduado em jornalismo pela Universidade federal de Santa Maria (UFSM) em 2007, atualmente Augusto Paim cursa o Mestrado em Teoria da Literatura pela PUC-RS e atua como jornalista cultural e assessor de imprensa. Fundador de um grupo nacional de discussão online sobre Jq, em 2009 ele traduziu a obra Johnny Cash – uma biografia, do quadrinista alemão reinhard Kleist. No ano seguinte foi curador e organizador do i Encontro nacional de Jornalismo em quadrinhos, realizado no rio Grande do Sul. neste ano, publicou no site holandês Cartoon Movement, especializado em reportagens em quadrinhos de todo o mundo, a primeira parte da obra Inside the Favelas, realizado juntamente com o desenhista MauMau, e que retrata a rotina do Complexo de Favelas do Alemão após as ações de ocupação da Polícia Militar.

Para Paim, fazer Jornalismo em quadrinhos trata-se mais de preferências pessoais do que de modificar os padrões vigentes na profissão. “não creio que seja possível revolucionar o jornalismo. trabalho com Jq porque gosto e me realizo profissionalmente. Acredito, sim, que essa possa ser uma ferramenta de linguagem que acrescente ao jornalismo, tornando-o mais hipertextual e interessante, principalmente em mídias online”, afirma. o quadrinista acredita ainda que o domínio de técnicas de desenho e capacidade de orientação aos cartunistas seja fundamental para bons resultados dentro do Jq. “o profissional que faz Jq tem que estar acostumado com os conceitos e a linguagem que serão utilizados para guiar o trabalho dos desenhistas; eles não são jornalistas, não estão acostumados a trabalhar com o conceito de reportagem”, alerta.


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quando o assunto é Jornalismo em quadrinhos, o nome de Joe Sacco é unanimidade entre os estudiosos do segmento em todo o mundo. Nascido em Malta e formado em jornalismo pela Universidade de oregon, nos Estados Unidos, é considerado precursor do estilo desde o sucesso de sua obra Palestina, de 1996, que retrata os horrores da guerra na região. Sacco ainda desenhou suas passagens por outras zonas de batalha, como Sarajejo, Gorazde, iraque e faixa de Gaza, que lhe garantiram vários prêmios. Para Juscelino Neco, a importância de Sacco para o Jornalismo em quadrinhos deve-se ao fato de seu estilo ainda ser único na área. “Até hoje não existe um modelo de grande reportagem igual ao que ele fez. quando você pensa em reportagem em quadrinhos, não há nenhum equivalente, não há outro autor que fez reportagens longas da mesma maneira. Particularmente, acredito que em sua obra haja muitos elementos autobiográficos, mas eles funcionam justamente como uma alavanca para a credibilidade”, afirma. Na opinião de Audaci Junior, é a constante atividade jornalística de Sacco que o faz ser reconhecido dentro de sua área de atuação. “Ele não foi o primeiro a levantar a bandeira do Jq, mas é o mais ativo no gênero. é dele também a conquista dos maiores avanços técnicos neste campo, por isso que, para se entender o Jornalismo em quadrinhos, é essencial falar sobre Joe Sacco”, conclui.

“jQ é simplesmente transpor as práticas tradicionais para uma nova mídia”, afirma Neco E a própria fotografia no jornalismo? Por que seria diferente com o Jq?”, indaga o profissional, que acredita que a função de desenhar - que teoricamente não se encaixa ao perfil do jornalista - possa contribuir com uma visão negativa do Jq. Já para Augusto Paim, um dos principais difusores da modalidade no país, é a capacidade técnica que constitui o maior empecilho para a expansão do Jq. “é preciso conhecer e dominar a linguagem tanto do jornalismo quanto dos quadrinhos. Muitos trabalhos pecam por não terem comprometimento ou com um ou com outro, é preciso saber mesclar as duas áreas”, acredita.

Futuro prof. dr. Waldomiro vergueiro, coordenador do observatório de histórias em Quadrinhos da uSp

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Com o ritmo de vida cada vez mais agitado mesmo fora de grandes metrópoles e o acesso fácil e rápido a qualquer tipo de informação adquirido pelas novas tecnolo-

fotoS: AndrESSA moUrA

joe Sacco

mas conheço profissionais atuantes no mercado que desconhecem completamente este estilo. Acredito que isso se deve, em parte, ao fato do pouco destaque dado ao Jq pelas instituições de ensino e à relutância dos veículos, principalmente nos de pequeno porte, em separar recursos para utilizá-lo em suas edições impressas e online.” Dóro ainda salienta o fato de que apenas mídias especializadas garantem espaço contínuo à área. outro ponto polêmico deve-se ao fato de muitos leitores ainda não possuírem segurança em relação à credibilidade do Jq, fato que é contestado pelo repórter Audaci Junior. “não concordo com isso. o New Journalism não se utiliza de elementos literários para compor seus textos? não há uma série de elementos virtuais que auxiliam no jornalismo deflagrado na internet?


gias, o Jq é apontado não como um substituto, mas como uma soma ao modelo vigente de informação, como assegura vergueiro. “Esse contexto ajuda a popularidade do jornalismo em quadrinhos. No jornal tradicional, a própria diagramação do jornal já é diferente do modelo de vinte anos atrás exatamente para atender a esse novo tipo de leitor, que está a todo o momento tendo o contato da realidade por meio de mensagens que ele recebe no celular, no twitter. o Jornalismo em quadrinhos será apenas mais um passo”, prevê o docente. Dóro acredita que, em um futuro próximo, o Jq será utilizado como diferencial de mercado. “Através da imensa concorrência entre os meios

de comunicação, o Jornalismo em quadrinhos se tornará, de uma forma ou de outra, uma técnica utilizada a fim de atrair público leitor”, explica. Audaci, no entanto, não é tão otimista, principalmente quando se trata de Jq em território nacional. “Não tenho muitas esperanças em relação ao futuro dos quadrinhos. Já houve momentos piores, mas, mesmo assim, o quadro está longe de ser considerado satisfatório, especificamente no Brasil. Ainda assim, devemos travar a luta da divulgação como o mestre mineiro Flávio Colin, que morreu há 10 anos sem concretizar seu sonho de profissionalizar o quadrinista brasileiro”, protesta.

fique ligado! quer conhecer um pouco mais sobre Jq, sob o olhar de nossos entrevistados? Então, acesse: Audaci Junior www.hqemhq.com Augusto Paim www.augustopaim.com.br Juscelino Neco www.massacredepelucia.wordpress.com Leandro Dóro www.contosemquadrinhos.blogspot.com www.jornalismoemquadrinhos. blogspot.com leandromalosidoro.blogspot.com

divUlGAção

confira uM trecho de Juventude - teMPo de crescer, Por auGusto PaiM


interdisciplinar Sentidos em todos os sentidos Por Profª Ms. KÁtia Pellicci Cembrone

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s apresentações do Projeto “Sentidos”, interdisciplinar desenvolvido no 2º/3º semestre do Curso de Publicidade e Propaganda, surpreenderam os participantes do EnCom 2011. Em quatro dias de apresentações nos auditórios dos Campi São Miguel e Anália Franco, pudemos assistir a belíssimos espetáculos elaborados com competência e criatividade pelas agências experimentais. O projeto aborda os conteúdos trabalhados em diferentes disciplinas do curso de forma integrada, favorecendo a habilidade de articulação entre os saberes na atuação profissional. Em 2011, foi proposta às agências a leitura de contos consagrados da literatura universal e, baseada nestes contos, a montagem de espetáculos cujas performances durassem no máximo 10 minutos. A primeira etapa deste trabalho ficou, portanto, por conta das disciplinas Linguagens em Comunicação e Redação Publicitária I, que orientaram a leitura do texto literário proposto para o trabalho da agência e a adaptação do conto para o espetáculo a partir da interpretação do texto literário lido. Também nesta etapa, os alunos estudaram a estrutura da sinopse para divulgação do espetáculo em revistas e cadernos de cultura. A segunda fase do projeto consistiu no Planejamento de Marketing, envolvendo as disciplinas Introdução ao Marketing, Psicologia do Consumidor e Legislação

Profissional em Propaganda. As agências elaboraram estratégias de comunicação para promoção do produto cultural (exploração do 4º P do Marketing) pensando em seus públicos específicos. Também conheceram a legislação que regulamenta a propaganda para adequação das estratégias criadas. A partir do planejamento, passaram a desenvolver, então, um trabalho de composição textual - textos verbais e extra-verbais em diálogo na produção de material gráfico e audiovisual para a divulgação do espetáculo, sob a orientação dos professores de Redação Publicitária I, Design e Criatividade e Psicologia do Consumidor. Criaram também uma peça especial para o lançamento e perceberam a importância do diálogo entre o planejamento, a mídia e a criação publicitária. Finalmente, as agências divulgaram seus espetáculos. As encenações aconteceram na Semana do EnCom, com grande público presente – o que demonstrou a eficiência das estratégias de propaganda e marketing adotadas. Em suas performances, as agências atingiram o principal objetivo do trabalho: mexer com as sensações do público, fazendo-o rir, chorar, enfim, se emocionar. Cores, formas, gestos, sons, aromas, palavras... uma soma de códigos selecionados e organizados para criar efeitos de sentido, como diria Arnaldo Antunes, “sentidos em todos os sentidos”¹. Confira, a seguir, artigos sobre alguns desses excelentes trabalhos produzidos.

¹ Referência ao título do texto sobre a simultaneidade dos sentidos no rock dos anos 80, publicado no livro “40 Escritos”, de Arnaldo Antunes. Disponível em http://www. arnaldoantunes.com.br/sec_livros_view.php?id=7&texto=27

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Pero não vaz Por Gustavo Rufino de Sousa, Sandro Ricardo Alves Junior, José Vital da Silva Filho, Diego da Silva Betioli, Houari Vieira de Morais, Bruno Gustavo Batista e Olimpio Alves de Sousa Junior As agências estavam reunidas, cada uma com seu “briefing” em mãos esperando a autorização para ter acesso às informações do envelope. É fato que a primeira reação que tivemos ao ler o conto de José Saramago intitulado “O conto da ilha desconhecida”, foi de que tínhamos recebido um conto sem formatação, ou mesmo digitado errado, pois não havia travessões ou qualquer tipo de sinalização indicando o início e fim dos diálogos. Eram três páginas separadas apenas por vírgulas e pontos. “Talvez o ENTER do teclado da professora esteja quebrado” – sugeriu um dos integrantes. Como não estávamos habituados a essa maneira de escrever, própria de Saramago, ficamos decepcionados. Mas agora, após termos recebido o prêmio de “Melhor Projeto Sentidos” percebemos que foi exatamente por causa disso que vencemos. Se Saramago não tivesse subvertido as normas

ortográficas vigentes em sua época, talvez hoje não precisássemos ter lido o conto tantas e tantas vezes. Talvez também não conseguíssemos atingir o mesmo resultado. Saramago pensou em tudo! Por isso agradecemos, sem usar travessões, a esse grande escritor português. Um homem que pôs tudo em estado de desordem. E revolucionou! Construindo o projeto Num primeiro momento, após leitura e análise da obra de Saramago, concluímos que o sentido principal do conto é que todos nós somos uma ilha desconhecida. Desconhecida dos outros e de nós mesmos e, na história, a busca por essa ilha representa o autoconhecimento. Sinopse Baseado no conto “A Ilha desconhecida” de José Saramago, o espetáculo narra a saga de Pero Vaz de Caminha (Diego Betioli) que, cansado de ser coadjuvante das grandes façanhas de seus amigos Pedro Álvares Cabral (Olimpio Junior) e Vasco da Gama (Gustavo Rufino), decide escrever sua própria história. Um rei tirano (Bruno Batista), um pescador curioso (Houari Morais) e muito mais nessa trama que fala sobre a busca por seus sonhos e como, apesar de tentarem lhe provar o contrário, eles são possíveis.

CARTAZ: Agência Sete Publicidade e propaganda

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hegou o grande dia. O dia em que receberíamos o conto que determinaria o rumo da nossa apresentação no projeto sentidos. A apreensão e a curiosidade eram nítidas por parte das agências (o que aumentou ainda mais quando foi entregue a cada grupo um envelope lacrado).


UMA COMPOSIÇÃO CIRCULAR DA VIDA Por Larissa Facco Carneiro, Victor Ambrosano da Silva, Leandro Reis Bottura e Júlio Maezato Júnior

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CARTAZ: Agência Atalanta pp

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aseado na obra de Ricardo Ramos, a agência Atalanta Publicidade & Propaganda trouxe ao Projeto Sentidos o espetáculo Circuito Fechado, uma possível interpretação do conto que, abstrato e cheio de detalhes, inspirou seus criadores a unir música, literatura e dança, trazendo ao palco, com muita emoção, movimentos de uma vida que, em muitos momentos, pode parecer a sua. O mais curioso é o fato de que a dança pode ser um meio de libertar o ser humano das amarras e bloqueios que dificultam a interação no meio em que vivemos. Planos, saudade, sentimentos guardados, narcisismo, desilusões, medo, traumas e preconceitos. A apresentação do grupo aconteceu no dia 16/05/2011 às 20h, no Auditório FHC, Campus Anália Franco da Universidade Cruzeiro do Sul. Foi uma oportunidade de apreciar a arte e refletir sobre cada momento intensamente vivido. Esta foi a primeira apresentação da dupla de dançarinos Larissa Facco, bailarina há 10 anos, que conduziu a dança com toda sua experiência e talento, e Leandro Bottura, leigo em relação à dança, porém aplicado e corajoso, a surpresa do evento. Os dois descobriram no balé a harmonia e o ritmo necessários para representar o tema. Assim desenvolveram uma composição performática belíssima e inteligente que valeu a pena conferir!


Os Dentes de Berenice Por Alexander José Eduardo Martins, Juliana de Oliveira Magalhães, Bianca Maione Gomes, Ana Maria Rodrigues Lelis, Fabiano Becker Arce, Stéphanie Jeniffer Nascimento e Flávia Cotrim Almeida

CARTAZ: Agência D status

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uito calorosos foram os aplausos e cumprimentos do público ao término da apresentação do espetáculo “Os Dentes de Berenice”, que aconteceu no auditório FHC, Campus Anália Franco da Universidade Cruzeiro do Sul. Ficamos muito felizes por finalizar mais um projeto interdisciplinar com tanto sucesso e ainda por cima, ganharmos da Universidade o prêmio da categoria melhor projeto. E isso foi resultado de uma combinação que somente as boas agências conhecem: planejamento e trabalho duro. Foram dias de leituras, esboços e ensaios exaustivos para adaptar, da melhor forma possível, sem perder nenhum detalhe relevante, a magnífica obra de Edgar Alan Poe. Tudo começou com o desenho do projeto. Como em todos os nossos trabalhos, fizemos um cronograma e iniciamos a criação. Entre uma orientação e outra, encontrávamos janelas de tempo para resolver os pontos críticos do trabalho. O plano de Marketing foi um verdadeiro desafio, já que foi a primeira vez que colocamos em prática nosso (ainda vago na época), aprendizado em planejamento. Depois veio a criação das peças gráficas, e por último desenvolvemos nosso marketing de guerrilha que consistia na personagem Egeu e na equipe de produção mascarada entrar de sala em sala encenando um trecho da obra e convidando os alunos e professores a assistirem à apresentação. No grande dia, todos estavam nervosos, os vídeos apresentaram problemas, ensaiamos umas 15 vezes a menos de uma hora do evento, a produção estava correndo com os preparativos do cenário, mas, no final, tudo saiu perfeito como o planejado e o resultado dessa experiência até hoje nos traz reconhecimento e nos motiva a inovar em todos os nossos feitos.


CEM ANOS DE PERDÃO Por Eduardo Elisio Vieira Vianna, Fernando da Paz Germano, Josiane Moraes, Victor Moreno, Luiz Henrique de Amorim Santos, Edmundo Andrade Gregório, Eliel Almeida dos Santos e Marcos Tadeu Bonnasorte

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narrador distribuíram rosas ao público, objeto primeiro do desejo da personagem principal, que as roubava e não se arrependia, afinal, “ladrão de rosas e pitangas tem 100 anos de perdão”. Não somente trabalhosas, mas principalmente prazerosas, foram todas as etapas de elaboração e desenvolvimento do projeto Sentidos, que foi possível graças a colaboração e empenho de todos da Agência Pimp’olho e dos professores do curso de Publicidade e Propaganda. Como resultado, a Agência Pimp’olho reapresentou o espetáculo em 23 de maio de 2011 no Auditório FHC, Campus Anália Franco, e esteve entre os trabalhos premiados, o que serve hoje como combustível para os demais projetos, deixando o conceito de que o esforço, a dedicação e a união dos integrantes da agência são pontos que não podem jamais ficar para trás.

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CARTAZ: Agência Pimp’olho

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conto proposto à Agência Pimp’olho no projeto sentidos foi Cem Anos de Perdão, escrito por Clarice Lispector. A narrativa em prosa foi adaptada para poesia rimada, e esses versos foram contados e cantados no palco em forma de Cordel. As personagens declamaram-nos ao som de instrumentos tocados ao vivo, proporcionando a emoção de cada momento da história: desejo, angústia, êxtase ... A riqueza do texto de Clarice proporcionou ao grupo diferentes leituras, até que se chegasse a um consenso a respeito dos aspectos implícitos no texto, como o significado do proibido e da inocência. Mesmo em dúvida a respeito de como encaminhar o enredo, o tema sempre esteve em evidência: o roubo. O desafio foi transmiti-lo sem causar um impacto negativo ou perder sua essência. Então, optamos pela poesia do cordel como base. Assim, desenvolvemos todo o roteiro: poesia com rimas sutis e música instrumental, utilizando flauta, violão, teclado, gaita e baixo. Contamos com a ajuda do jornalista, arquiteto e historiador Gilberto Maringoni, que fez a ilustração para o cartaz. A imagem atendeu a todas as expectativas do grupo, representando perfeitamente a cara do projeto. Uma das estratégias de marketing propostas para a divulgação da peça foi encenar, ao vivo, a declamação de um pequeno trecho do texto nas proximidades do teatro, a fim de atrair a atenção do público que transitava pela calçada, fazendo também a distribuição de rosas. Essa ação trouxe um pouco da característica forte do cordel, por ser feito nas ruas e de forma simples, familiarizando o público com o espetáculo. A apresentação aconteceu em 19 de maio de 2011 no auditório D do Campus São Miguel Paulista. A personagem principal foi mantida e um narrador permaneceu o tempo todo no palco, para ligar as cenas. Tanto as personagens quanto os músicos presentes no palco vestiram-se a caráter para sugerir outra época, enfatizando o romantismo da história. Utilizamos todo o espaço do palco, inclusive o telão com projeção de cenários em xilogravuras (arte de impressão ligada ao cordel). Ao final da apresentação, a personagem e o


Desenredo Por Mayara Silva de Freitas, Alvaro Rugna Costa, Camila da Silva Reis e Ana Carolina nogueira Arini

A Agência Reklame agradece a todos os que contribuíram para que este trabalho tivesse seu melhor desempenho, em específico ao grupo Backstage do 3º semestre de Rádio e TV, que colaboraram como personagens e figurantes, aos pais de alunos que aturaram e deram de comer aos integrantes em suas residências, e ainda (e em especial), ao grupo de profissionais da Universidade Cruzeiro do Sul, que apoiou e acompanhou o desenvolvimento deste trabalho.

CARTAZ: Agência reklame

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ais do que uma narrativa, um enredo. Um “ Des-enredo “. A superação do amor, do suposto arrependimento, da vida, da morte. A verdade, a pureza, a beleza, as tempestades. Jó Joaquim e seu amor por Víliria. Lutar por seu amor e defendê-lo de toda e qualquer desconfiança. Era isso que fazia. E não só isso. O conto adaptado narra a história de Víliria, uma mulher infiel ao seu esposo, que se envolve com o personagem principal: Jó Joaquim, e além dele, sés Vil e Líriou, marido que a flagra com um terceiro amante. O marido, num ato de loucura, mata um dos amantes e, logo em seguida, comete suicídio. A agência optou por uma apresentação em forma de teatro mudo, utilizando os sentimentos dos personagens, como o ódio, por exemplo, representado por pessoas de preto, que simulam uma dança para aguçar os sentidos. A apresentação contou com a importante expressão corporal das personagens envolvidas na história, tendo como música-tema “Bola Dividida“, interpretada por Zeca Baleiro, cuja narrativa dialoga com a encenação do conto, propiciando um trabalho intertextual. A apresentação não deixou de trazer à presença do público um pequeno, mas tão importante detalhe: o Lírio, flor entregue à Víliria por Jó Joaquim, ícone da pureza e do pecado, símbolo das prostitutas medievais. O nome Víliria nasce da oposição entre as palavras Vil e Lírio, que representam maldade e pureza, nessa mulher multifacetada.


A menina e o pássaro encantado

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menina e o pássaro encantado é uma história para a qual podemos encontrar duas formas de interpretação, como diz Rubem Alves: para o adulto que for ler essa história ou para uma criança. O autor explica que o conto gira em torno do amor, separação e saudade. A criança que ouve a história encontra seus encantos textuais e se identifica com o conto, como acontece com qual-

quer outra história infantil. Mas o adulto, por ter uma experiência de vida maior, por já ter vivido as diversas experiências humanas, lê e encontra em um conto infantil, um caminho de uma experiência humana, que tanto o adulto quanto a criança podem sofrer em qualquer época de suas vidas, como a dor da separação, e como aprender a superar isso com o tempo. A adaptação que a agência KAZ fez buscou trazer um traço mais puxado para o real, o cotidiano, e o atual. Uma questão, que acreditamos

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se encaixar perfeitamente no contexto, é a questão do divórcio dos pais, e, com isso, as consequências e mudanças na vida dos filhos. A troca das personagens pássaro e menina pelo pai e a filha evidencia a semelhança da história fictícia a um conto da vida real. O pássaro conta suas histórias, fala dos lugares por onde ele havia passado. Adaptamos essa personagem à figura do pai que, após a separação, tem os momentos certos para visitar a filha. Esse ponto fica bem explicado na história quando a plumagem do pássaro muda de acordo com as suas viagens, retratando os lugares por onde ele havia passado - um quente e outro frio. O pai vem retratar esse pássaro sem as plumagens mas com um figurino diferente, um como andarilho nordestino, e o outro como um gaucho viajante, trazendo momentos cômicos à peça, em meio ao drama que rodeia a história de uma família separada. Assim, com a narrativa, num certo momento, a menina entende que a separação é necessária, e que com essa decisão ela poderá criar pilares certos para dar continuidade a sua vida adulta, sem cometer os mesmos erros que os pais, aprendendo a lidar com a separação e solidão, de forma calma e objetiva, buscando olhar por outro ângulo o problema. A apresentação da agência KAZ foi um sucesso, emocionando o público.

CARTAZ: Agência kaz

Por Leonardo Bianchi da Rocha, Vinicius Biondo Novais, Sheila Rodrigues da Silva, Edilaine Guimarães dos Santos e Cícera Maria da Silva


Premiação do Projeto Sentidos 2º/3º semestres do curso de Publicidade e propaganda 2011 Campus Anália Franco

Bárbara – Agência Nous Marcos Vinicius Z. Pereira Wagner Tadeu Toneli Thamires Bento Negro Jennifer Kiss Andrighetti e Silva Eduardo Simão Dezani Guilherme Feitosa Gimenes Jackeline Sousa Sabino Há Limite? – Agência Lizard Ingrid Oliveira Rebelles Luan de Sousa Ciconelli Carolina Pucci de Oliveira Victor Sanches de Souza Ricardo Correia Martins Renata Aparecida Lopes de Sousa Amanda Cristina Bueno Miranda O Espelho – Agência Optima Valmir de Lima Fiorentino Mariana dos Santos Côdo Felipe Henrique Feitosa da Silva Willian Maffezoli Thais Lima da Costa Marcella Principe Dayane Chagas dos Santos Mariana Moraes de Oliveira Jose Rildo de Santana Junior

Campus São Miguel

Será a Benedita? – Agência Hara Janini Cristini Stefano Amanda Alexandre de Oliveira Caio Matheus Larissa Garcia Mendes Rafaella Fuccia Clares Os obedientes – Agência Dialog Milena Gouvêa Anginoli Thais Stephanie Martinez Caio Fernandes Massani Madeira Luan Ribeiro Sanches Giancarlo Rodrigues Pires Sposito Bruna Paliologo Betto Tiago Scocca Donação A maior flor do mundo – Agência Voice Érika Ferreira Leandro Patrícia Fernanda Codesseira Luan Antonio Rodrigues dos Santos Luna Clara da Silva Mauricio de Freitas Venha ver o por do sol – Agência O Foco Yara Rafaela Silva Ana Paula Amaro dos Santos Jéssica Costa da Silva Priscila Lúcia Antoniate Leonardo Alcantara de Assis

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Os três nomes de Godofredo – Agência Ello Amanda Cordeiro Pereira da Silva Cíntia Souza Ribeiro Fernanda de Faria Santos Giovanna Erbert Nazareno Suellen Dias Sousa Erika Souza Pereira Tacila Saldanha Lira Enterro Prematuro – Agência Flash Manoela Leal Vomero Renan Paranhos Colferai André Augusto Zanon Sarah Fratelli Marcel Ferreira Gonçalves Juliana Carlin Silva Felicidade Clandestina – Agência Coffee Eduardo Augusto Tobita Claudio Bergamini Mendes Junior Thais Azevedo dos Santos Tamara Freire de Figueiredo Jefferson da Silva Castanha Ana Carla Martins de Moura Mariana Aparecida Pontes Silva

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Desenredo – Agência Reklame Mayara Silva de Freitas Alvaro Rugna Costa Camila da Silva Reis Ana Carolina Nogueira Arini Os dentes de Berenice – Agência D Status Alexander José Eduardo Martins Juliana de Oliveira Magalhães Bianca Maione Gomes Ana Maria Rodrigues Lelis Fabiano Becker Arce Stéphanie Jeniffer Nascimento Flávia Cotrim Almeida

O relógio de ouro – Agência Fly Joice Marcelle Bailon Silva Claudia Franciele Alves de Andrade Bianca Maria da Silva Daniele Martins de Sousa Braga Ednaldo Lopes de Oliveira Junior A menina e o pássaro encantado – Agência Kaz Leonardo Bianchi da Rocha Vinicius Biondo Novais Sheila Rodrigues da Silva Edilaine Guimarães dos Santos Cícera Maria da Silva Circuito Fechado – Agência Atalanta PP Larissa Facco Carneiro Victor Ambrosano da Silva Leandro Reis Bottura Júlio Maezato Júnior Pero não Vaz – Agência Sete Publicidade e Propaganda Gustavo Rufino de Sousa Sandro Ricardo Alves Junior José Vital da Silva Filho Diego da Silva Betioli Houari Vieira de Morais Bruno Gustavo Batista Olimpio Alves de Sousa Junior Cem anos de Perdão – Agência Pimp’olho Eduardo Elisio Vieira Vianna Fernando da Paz Germano Josiane Moraes Victor Moreno Luiz Henrique de Amorim Santos Edmundo Andrade Gregório Eliel Almeida dos Santos Marcos Tadeu Bonnasorte

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Menções Honrosas Criatividade em Soluções Cênicas Bárbara Agência Nous Há Limite? Agência Lizard O Espelho Agência Optima Será a Benedita? Agência Hara Os obedientes Agência Dialog A maior flor do mundo Agência Voice Venha ver o por do sol Agência O Foco Os três nomes de Godofredo Agência Ello O relógio de ouro Agência Fly Criatividade em Ações de Marketing Enterro Prematuro Agência Flash A maior flor do mundo Agência Voice Venha ver o por do sol Agência O Foco Melhor Roteiro Adaptado Felicidade Clandestina Agência Coffee


reconhecimento EM 2011 DEU DOBRADINHA DA CRUZEIRO DO SUL NA APP

músico Renato Russo, da banda Legião Urbana. O filme é inédito e os alunos vencedores acompanharam in loco, a convite da produção, algumas gravações da trama. Já o 2º lugar ficou com a Agência Moz Publicidade (campus São Miguel), que desenvolveu um projeto para o cliente Pizza Hut, com o objetivo de divulgar os serviços de Dine-In, Pizza Express e Delivery da empresa. As agências também receberam as menções honrosas de melhor Redação Publicitária - Slogan (Projeto Somos tão Jovens), e de melhor apresentação (aluna Pamela Lima, Projeto Pizza Hut).

A coordenação do curso muito se orgulha pela conquista. “Este é um grande presente para todos nós da Instituição. A dimensão desse prêmio é enorme para todos nós. Isso significa que os Trabalhos de Conclusão de Curso dos alunos de Publicidade e Propaganda da Cruzeiro do Sul são os melhores do Estado de São Paulo, reconhecidos pela APP Brasil”, afirma o Prof. Ms. Carlos Monteiro, coordenador dos cursos de Comunicação Social. Para a Prof.Ms. Kátia Pellicci Cembrone, coordenadora Adjunta do Curso de Publicidade e Propaganda “Este é o merecido reconhecimento de um trabalho sério, de

uma equipe que alicerça sua prática em conhecimentos sólidos, orientando e exigindo dos alunos sua excelência. Leitura, pesquisa, análise de dados, aquisição de repertório levam à criação de belas e eficientes campanhas publicitárias”. A professora afirma ainda que a equipe continuará trabalhando para formar

Alunos e professores premiados no concurso da APP

profissionais de que nossa sociedade se orgulhe.

fotos: divulgação APP

A

s agências experimentais “Sens Comunicação” e “Moz Publicidade”, criadas pelos alunos da Cruzeiro do Sul, conquistaram respectivamente o 1º e o 2º lugar no Concurso de Campanhas Universitárias da Associação dos Profissionais de Propaganda - APP. O projeto “Somos tão Jovens”, assinado pela Sens Comunicação (campus Anália Franco) recebeu a Garra do Galo, com a campanha desenvolvida para o lançamento do filme de mesmo nome, que retrata a trajetória do


televisão

A

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tvLuSão Por flÁvio ataide

cordei cedo, fiz a barba, escolhi uma roupa que não transmitisse um ar tão formal, porém que não fosse tão informal ao ponto de transparecer imaturidade. No caminho em direção ao primeiro dia de trabalho em uma emissora de TV e a primeira oportunidade de integrar um mundo profissional, até então, totalmente desconhecido, a ansiedade era enorme. o que esperar? o que fazer? Como falar? Cheguei cerca de 20 minutos atrasado. Sentei e percebi que os “chefes” também estavam atrasados. Alívio. Ao chegar, a primeira coisa que ouvi de um deles é que não poderia me dar atenção, pois era dia corrido, dia de gravação. Nos bastidores, era tamanha correria que não sabia quem era funcionário e quem era convidado. Depois de pouco tempo, percebi que os convidados eram as pessoas mais simples, que se empolgavam ao sentar nas cadeiras dos maquiadores, ao trocar de figurino e também ao chegar ao enorme restaurante da emissora. Hora da gravação. Todos entram no estúdio, observam o cenário, luzes e os olhos brilham. Estavam há poucos minutos de serem “famosos”, de se sentirem “importantes”, de ouvirem aplausos que ecoavam em menção à apresentadora do programa e não a eles. Durante a gravação, uma platéia que interagia, que gritava adjetivos aos convidados que adentravam ao palco, adjetivos pejorativos. Gravação termina. momento de receber o cachê, dos convidados conversarem sobre o que foi exposto e quais as melhores partes do “circo” que havia sido armado. os olhos de todos ainda brilhavam, mais ainda, ao receber o cachê pela participação. Muitos deles querem trocar telefone com o produtor, manter o vínculo com aquelas pessoas da televisão. muito natural, afinal não se abre uma história de vida para qualquer um, geralmente as pessoas costumam fazer isso com amigos. Aí, da parte deles, surge a pergunta: “E agora, nunca mais vamos nos ver?” Um amigo nunca diria que não. Então o telefone é dado, mas com a resposta da pergunta ecoando como: “Sim! Nunca mais vamos nos ver!”. Com o passar dos dias, uma das situações mais corriqueiras é ouvir gritos nas ruas, quando o carro da emissora passeia pelos lugares mais periféricos da cidade. Todos olham, tentam verificar se algum “famoso” está dentro do veículo e também pedem para serem levados à emissora

ou apenas para serem gravados pela própria. De dentro do carro, observo. No início era até engraçada toda essa curiosidade, e a sensação de “importância” por ser observado e notado apenas por estar sentado num banco de um carro. Com o passar do tempo, torna-se algo comum e sem a menor importância. Depois do trajeto, chego a uma casa bastante humilde na periferia da cidade de Caieiras. Casa de apenas 2 cômodos, chão batido, sem revestimento e moradores que fazem questão de, mesmo com toda a humildade, oferecerem uma xícara de café pros “homens da televisão”. Após a entrevista com os moradores, hora de levá-los à emissora para entregar o relatório e para que passem por uma segunda entrevista. Desta vez, bastante criteriosa, para avaliar se as pessoas têm possibilidade de gravar e falar bem quando estiverem envoltas a toda parafernália do estúdio. Ao chegar à portaria da emissora com a humilde senhora, a mesma começa a se emocionar, chora instantaneamente só pelo fato de ver o logo no alto do prédio. Minha reação imediata é perguntar o motivo das lágrimas, a resposta que tenho é direta e como se fosse proferida da boca inocente e dos olhos marejados de uma criança: “o meu sonho era estar no SBt!” Na emissora ela estava, porém o cachê de R$ 80,00 não foi recebido. Após a entrevista avaliativa, tive a resposta de que aquelas pessoas humildes não iriam corresponder às expectativas do tema do programa expor a falta de relações sexuais do casal– o motivo que me foi dado é de que aquelas pessoas não falavam bem. o “não” foi dado a mim, cabia então a mim, dar a resposta para aquelas pessoas humildes e principalmente para a senhora que sempre sonhou em conhecer e participar de um programa de TV da emissora, que ela não servia e não era boa o suficiente para tal façanha. Pensei, repensei e disse-lhe que ainda não tinha posição sobre a confirmação da gravação com ela. Não consegui lidar com o fato de ver os mesmos olhos marejados e esperançosos tornarem-se olhos tristes e decepcionados. Não acabei com a ilusão da maravilha que é estar “dentro da TV”. A senhora foi embora, aguardando a posição. Talvez até hoje esteja lá sentada com sua melhor roupa, na frente de sua casa, aguardando o dia em que os homens da televisão retornem e a levem para viver a pedante ilusão de estar dentro da televisão, ou como ela mesma diz: “Viver seu sonho!”

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tecnologia teLeviSão: do preto e BranCo para a 3ª dimenSão

A

Por saMara Ketry E bruna Messias

ssis Chateaubriand foi o empreendedor responsável por trazer a televisão para o Brasil, que passou a ser transmitida no dia 18 de setembro do ano de 1950 com a TV Tupi. Naquele período, o aparelho de televisão custava muito caro para quem quisesse adquiri-lo, por ser importado dos Estados Unidos. Como tudo ainda era novidade, não existia gravação em vídeo; portanto, os programas eram ao vivo, com grande possibilidade de erros que acabavam indo ao ar. A televisão era formada por profissionais radialistas que aprendiam com os seus próprios erros, desenvolvendo um novo jeito de transmitir as imagens, com novas idéias e trabalhos, como por exemplo, nos anos 1950 e 1960 a imagem era na cor preto e branco, o equipamento era quadrado, pesado e com botões grandes. Já em 1972, chega ao Brasil a televisão a cores com modelos mais modernos, leves e design diferenciado levando ao telespectador uma qualidade de imagem surpreendente à época. Com o passar do tempo, a tecnologia foi avançando e sempre com o objetivo de levar ao telespectador mais entretenimento e informação. o avanço da tecnologia foi tanta que chegou no mercado brasileiro a televisão com transmissão 3D. Um aparelho de televisão 3D possibilita ao telespectador assistir uma imagem em três dimensões, através de óculos com lentes especiais, aplicando técnicas específicas,ou seja, ver uma imagem em três dimensões significa o seguinte: hoje a imagem é produzida com duas dimensões, o chamado 2D, cada d significa 1 dimensão que é a largura e a altura do objeto, com 3D temos três dimensões, a altura,a largura e o tamanho,e o resultado do tamanho se dá com o auxílio dos óculos específicos, junto com ele a profundidade da cena, ou seja, com a utilização dos óculos com lentes azul + vermelho, vermelho + verde, um em cada olho, acaba alterando o ângulo de cada um deles, dando uma impressão de que os objetos saltam da tela, e o telespectador sente-se como se estivesse na cena exibida. A tecnologia 3D encontra-se agrupada nos novos

modelos de televisores de Plasma, lCd e lEd dos vários fabricantes.Existem quatro tipos de técnicas que compõem a imagem 3d: Anaglifico, true 3d, Alternateframe sequencing, Autostereoscopia Com essas técnicas de desenvolvimento da tecnologia 3D, cada aparelho precisa ter o seu próprio acessório para que a transmissão funcione conforme o emissor espera passar para o receptor, como por exemplo, os fabricantes Sony, Panasonic entre outros, optaram pelos óculos ativos que possuem camadas LCD em suas lentes, que abrem e fecham em sincronia com a TV para criar o efeito tridimensional. Já os óculos polarizados são usados nas salas de cinema 3D, e não servem para televisão. E mais, cada fabricante trabalha com sua tecnologia 3D. Desta forma os óculos funcionam somente com a televisão da mesma marca, assim dificultando ao consumidor a variedade dentro dessa tecnologia. o desenvolvimento de tv 3d sem o uso de óculos ainda está em discussão. Isso porque essa técnica fará com que o telespectador fique em uma distância do televisor e imóvel, caso contrário o efeito pode não funcionar. Mesmo que o telespectador compre um aparelho 3D, nem todos os programas serão exibidos de modo tridimensional. Para que isso aconteça, a emissora precisa captar as imagens com essa tecnologia para que o equipamento funcione. No Brasil, a estreia dessa transmissão já ocorre tanto em canal por assinatura como aberto. A operadora Net fez uma parceria com a tv Globo para fazer a primeira transmissão ao vivo em 15 de Fevereiro de 2010, e a pauta foi o desfile das escolas de samba do rio de Janeiro. A Rede TV não mediu esforços para fazer história, tornando-se a primeira emissora em canal aberto a transmitir conteúdo com a tecnologia 3D para os seus telespectadores em 23 de fevereiro de 2010, com a exibição do programa “Pânico na TV”, considerado a maior audiência e faturamento da emissora. Contudo, essa nova tecnologia aos poucos se torna cada vez mais aceita e desejada pelos consumidores que a cada dia procuram a melhor maneira de se entreter com a melhor imagem disponível no mercado.


O BRASIL 3D AINDA USA FRALDAS

O 22

Por MARIANA FERREIRA DA SILVA E TIAGO DO NASCIMENTO SANTOS

3D ainda impressiona os olhos dos mais experientes, quando o quesito é cinema. Cada vez mais abusando de efeitos especiais de última geração, os filmes hollywoodianos abriram as janelas de seu fantástico mundo para a nossa realidade, ou pelo menos fizeram nos sentir mais próximos dele. E proximidade é a palavra certa quando estamos falando da tecnologia de projeção de imagens em duas dimensões que dão a ilusão de terem três. Engana-se aquele que acredita que essa tecnologia é recente, ou mesmo de origem moderna. Esse tipo de sistema existe desde o século XIX, quando o primeiro filme em 3D, “The Power of Love”, 1922 (O Poder do Amor) entrou em cartaz. Entretanto, essa é uma tecnologia em constante ascensão, ou seja, velha,mas atual. Enquanto, em meados do século passado, quando o 3D se popularizava com grandes sucessos de bilheteria como “A Casa de Cera” e “Dá-me um Beijo”, as pessoas precisavam daqueles óculos azuis e vermelhos (3D anáglifo, imagem ou um vídeo formatado de maneira especial para fornecer um efeito tridimensional estereoscópica), que enjoavam e doíam os olhos, hoje já existem tecnologias que dispensam todo e qualquer tipo de óculos para assistir imagens em 3D. O 3D mais popular hoje em dia é o tipo chamado polarizado (ou passivo). O princípio de formação de imagem é exatamente o mesmo do tipo anáglifo. A diferença é que não há a necessidade de lentes coloridas para bloquear determinados tons coloridos, assim a fidelidade de cores é muito maior. O 3D polarizado gera duas imagens projetadas que são emitidas em ângulos distintos. Nos óculos, as lentes têm tons âmbar pouco diferentes uma do outra e são compensadas com uma camada escura, que o deixa parecido com um óculos de sol. Existe ainda, o 3D chamado Barreira Paralaxe, que nada mais é do que o sistema de projeção de imagens em 3D que dispensa o uso de óculos. O funcionamento dela é similar ao dos óculos polarizados. A diferença é que todo o processo é feito em uma barreira colocada sobre a tela. As duas imagens produzidas são entrelaçadas simultaneamente. Graças à barreira de paralaxe, que nada mais é que uma espécie de filtro, as imagens são divididas em ângulos diferentes, sendo percebidas de maneira distinta por cada um dos olhos,

gerando assim o 3D. Infelizmente, essa tecnologia ainda não está disponível para cinemas. Apenas alguns videogames (Nintendo 3DS) e aparelhos de televisão (LED e Plasma) possuem esse sistema. Mas, onde o Brasil entra nessa história toda? Bem, o Brasil acaba de lançar seu primeiro, exatamente, primeiro longametragem em 3D. O filme “Brasil Animado”, 2010, de Mariana Caltabiano, mistura imagens reais do país com personagens animados, mas não promete lotar as salas de exibição. Felizmente, a situação do Brasil quanto à sua qualidade de produção não pode ser questionada frente ao grande trabalho de Carlos Saldanha. O carioca foi co-diretor de “A Era do Gelo”, e diretor de “A Era do Gelo 2” e “A Era do Gelo 3”. Agora, Saldanha apresentou sua produção “Rio” (2011), em 3D. Mesmo sendo uma produção da 20th Century Fox, os brasileiros sentemse orgulhosos por saberem que um compatriota está tão diretamente ligado a um filme que já arrecadou mais de U$ 300 milhões em todo o mundo. O Brasil ainda está engatinhando no mercado de produções em 3D, mas, mesmo assim, esperamos ver em breve grandes produções nacionais explodindo tela afora pelas salas de todo país. Hoje, sentar-se em frente a uma tela de cinema e esperar que o filme salte do telão em nossa direção é quase tão comum quanto abrir os olhos ao acordar. Os filmes em 3D estão espalhados por todo o planeta, encantado milhões de pessoas, mas sem a fuga de pouco mais de trinta pessoas que assistiram “A Chegada do Trem na Estação” no final do século XIX. O 3D revolucional a ida ao cinema, tornando o filme mais interativo para o público. E que público! De acordo com o Ministério da Cultura, cerca de 25 milhões de brasileiros vão ao cinema pelo menos uma vez ao mês. E isso ainda é pouco, pois só diz respeito à 14% da nossa população. Entretanto, a gama de produção nacional é pequena se comparada a países como Estados Unidos e Inglaterra. Quanto à produção de filmes 3D brasileiros... Bem, antes do último 21 de janeiro, o Brasil jamais havia filmado um longa-metregem em 3D. O filme “Brasil Animado” é o primeiro filme 3D brasileiro e não promete levar milhões às salas de exibição para assisti-lo. Torcemos pelo mercado nacional de produções em filmes 3D a partir de agora, esperado ver muitas mais produções nesse estilo de filmagem, com grande enredos e com a qualidade dos grandes de Hollywood.

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YoutuBe, um paSSaporte para a teLeviSão Por rodolPho santana da costa E vinicius de arauJo labonia reis

C

om a Internet podemos fazer várias coisas como, por exemplo, nos comunicar com uma pessoa do outro lado do mundo, trocar arquivos entre outras coisas. Antigamente, para poder assistir a um vídeo era necessário fazer o download do arquivo de vídeo e assistir a partir de um software de vídeo, como por exemplo, o Windows media Player. Porém, existia a possibilidade de ver alguns vídeos online por meio do programa chamado Flash, um software primariamente de gráfico vetorial - apesar de suportar imagens bitmap e vídeos - utilizado geralmente para a criação de animações interativas que funcionam embutidas num navegador web. o uso do Flash também serve para desenvolver jogos e fazer websites. No ano 2000, já era possível ver algumas dessas animações na televisão, como por exemplo, as do site “charges.com.br”, criado por Maurício Ricardo, que ficou conhecido na internet por suas animações de humor, sobre política, futebol e o cotidiano do brasileiro, chegando a fazer animações para o “Domingão do faustão” e o reality show “Big Brother Brasil”, ambos da emissora rede Globo de televisão. foi quando, em 2005, Chad hurley, Steve Chen e Jawed karim fundaram o youtube, um site que permite que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos em formato digital, ou seja, permite assistir vídeos em sua própria página. A ideia de criar o youtube surgiu por conta deste modo de compartilhar arquivos de vídeo. “Estávamos em um jantar em janeiro de 2005, onde fizemos arquivos digitais. No dia seguinte, não conseguíamos enviá-los por e-mail e demoramos muito para colocálos na Internet. Pensamos que deveria haver uma forma mais fácil de fazer isso”, afirmou hurley, em entrevista à revista norte-americana “Fortune”. Com isso, vários usuários do site começaram a mostrar seus talentos. os usuários norte-americanos foram os que começaram a fazer vídeos de humor, que consistia apenas fazer um curta e outro meio que era ficar de frente da câmera falando sobre o que vinha na cabeça, esses vídeos ficaram conhecido como vlog,

que é uma variante de weblogs cujo conteúdo principal consiste em vídeos. Com estrutura geralmente similar à de weblogs e fotologs, possui atualização frequente e constitui-se como um site pessoal, mantido por uma ou mais pessoas. os vídeos são exibidos diretamente em uma página, sem a necessidade de se fazer download do arquivo. Alguns vlogs norte americanos famosos mundialmente foram de ray William Johsson, Brooke Brodack, Lucas Cruikshank, Shane Dawne e o brasileiro-americano Joe Penna. Brooke Brodack, de acordo com a revista New yorker, foi considerada a primeira estrela youtube. Seus vídeos fizeram tanto sucesso que ela chegou a assinar um contrato com a NBC para fazer alguns vídeos no programa “it’s you Show tv’’. outro que fez sucesso é o jovem ator lucas Cruickshank, criando um personagem fictício chamado fred, de 6 anos, que fica contando sobre sua vida. o sucesso foi tanto que ele fez ponta em seriados americanos infantis como “iCarly” e “hannah montana” e recentemente produziu seu filme “fred: the movie”, especialmente para ser exibido no canal infantil Nickelodeon. A exibição atraiu a audiência de 7,6 milhões de tespectadores. o brasileiro Joe Penna, conhecido pela internet como “mysteryGuitarmen”, nasceu em São Paulo, mas se mudou para o Estados Unidos há uns 11 anos. E virou uma celebridade no youtube, largando a faculdade de medicina para se dedicar a seus vídeos. Joe Penna virou o garoto propaganda da operadora de celular Vivo, fora as várias palestras e aparições mundiais na televisão, até mesmo aqui no Brasil, Joe teve um quadro no Fantástico. Já no Brasil, esse sucesso de vlog e vídeos de humor começaram a virar febre quando o colorista PC Siqueira, resolveu fazer vídeos caseiros falando de sua vida e outras coisas de que gostava. Atualmente ele tem um blog um programa na MTV. Ronald Rios é outra celebridade do youtube que agora tem um programa na rádio Jovem Pan e um na MTV. o youtube, a cada dia que passa, está virando uma plataforma que funciona como vitrine de novas promessas para o mundo televisivo.


pesquisa Como andam aS produÇõeS CuLturaiS na tv aBerta BraSiLeira? nUm PAÍS Com CErCA dE 30% dE AnAlfABEtoS fUnCionAiS E Com 1/3 doS JovEnS Com idAdE EntrE 18 E 24 AnoS qUE não frEqUEntAm ESColAS do EnSino médio, A tElEviSão ConSEGUE imPor Ao UnivErSo dAS fAmÍliAS tUdo AqUilo qUE SE ProJEtA no vÍdEo.

O 24

Por viviane Mendes

s impactos sociais da televisão no Brasil e no mundo têm despertado o interesse e chamado cada vez mais a atenção de estudantes e pesquisadores, certamente devido a seu forte poder de influência em muitos aspectos da vida cotidiana. Em menos de quatro anos, o vídeo transformou a face do país, modificou seus hábitos, seus costumes, suas crenças, impôs alterações na cultura, estabeleceu parâmetros de comportamento, afetou a economia, isso tudo através da publicidade que se tornou uma atuante ferramenta de bens de serviços e consumo através da televisão. Há mais de seis décadas, a televisão se transformou em uma das principais fontes de informação e notícia, para as mais várias classes sociais. Para muitos, ela tem sido sua única fonte de informação e entretenimento.é fato que vivemos em um país com um alto índice de analfabetismo, com uma grande diferença de classes sociais e constantemente em busca de educar para a cidadania. Daí a importância dos meios de comunicação; rádio, televisão, revista, jornais, internet, entre outros, contribuírem com ações que visem promover a educação de cidadãos comuns. Um artigo que desenvolvi durante minha primeira graduação, de jornalismo, aqui na Universidade Cruzeiro do Sul, intitulado “Educação e cidadania na mídia: um estudo da grade de programação da TV aberta brasileira”, que visou analisar a programação das principais emissorastv Globo, SBt, tv record, rede tv, tv Gazeta e tv Cultura, entre setembro de 2007 a setembro de 2008, registrou números nem tanto surpreendentes, porém preocupantes se levarmos em

consideração o artigo 221 da Constituição Federal Brasileira. Lembremos o artigo 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: i – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo a produção independente que objetivo sua divulgação; III – regionalização cultural, artítica e jornalística, conforme percentuais estabelecidos por lei; IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. Infelizmente, em nosso dia a dia, não nos damos conta que a TV aberta brasileira é falha quando se trata desses princípios. Saímos cedo pra trabalhar, voltamos tarde, as nossas crianças passam boa parte do tempo na frente da televisão, não nos preocupamos com os conteúdos apresentados e menos ainda com os números, que mesmo indiretamente são expostos diariamente em nossas casas. Desta forma, faz-se necessário um olhar cada vez mais crítico em relação aos meios de comunicação. A televisão, há tempos, faz parte do cotidiano, da nossa família e, devido a seu forte poder de influência, deveria contribuir com conteúdos voltados a ações de educação e cidadania. Vale lembrar que a educação questionada, não se refere ao aprender ler e escrever, mas sim no que diz respeito a formar cidadãos dignos de conviver pacificamente uns com os outros dentro de um contexto de cidadania. o estudo da grade de programação da tv aberta brasileira a qual me referi registrou um total aproximado de 664 programas distribuído da seguinte forma:

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ToTAL DAS ProDuÇÕeS Por CATeGoriAS

Porcentagem por Emissora

Globo 18%

Cultura 23% Gazeta 7% RedeTV 12%

SBT 15%

Band 15%

Record 10%

DiSTriBuiÇÃo DAS CATeGoriAS Por emiSSorAS TV GLoBo –123 programas, sendo que: Entretenimento (85), informação (16), Educação (11), Publicidade (1) e outros (10). SBT –100 programas, sendo que: Entretenimento (91), informação (7), Educação (0), Publicidade (2) e outros (2). TV reCorD – 69 programas, sendo que: 47 Entretenimento, 13 informação, 0 educação, 1 publicidade e 8 outros. TV BAnDeirAnTeS – 98 programas, sendo que: 63 Entretenimento, 16 informação, 0 educação, 2 publicidade e 17 outros. reDe TV – 77 programas, sendo que: 33 Entretenimento, 17 informação, 0 educação, 15 publicidade e 12 outros. TV GAzeTA – 44 programas, sendo que: 10 Entretenimento, 15 informação, 1 educação, 15 publicidade e 3 outros. TV CuLTurA - 151 programas, sendo que: 79 Entretenimento, 43 informação, 24 educação, 1 publicidade e 4 outros.

São vários os estudos e pesquisas que mostram que o tempo que se gasta diante da TV é maior que o tempo gasto dentro de uma sala de aula e também em relação ao tempo que os pais passam com seus filhos. A televisão está substituindo as funções de cada um desses membros, ela tem sido ponto de referência na organização da vida familiar, pois, a todo instante e a qualquer hora do dia, ela está disponível, oferecendo companhia a quem quer que seja, adulto, criança, idoso, homem, mulher, sem distinção de cor ou raça. é necessário enfrentarmos a discussão, perceber que

1º 2º 3º 4º 5º

entretenimento – 408 programas / Equivale a 62%. informação – 127 programas / Equivale a 19%. outros – 56 programas / Equivale a 8%. Publicidade – 37 programas / Equivale a 6%. educação – 36 programas / Equivale a 5%.

enquanto ficamos parados, os meios de comunicação foram crescendo e se articulando, garantindo sua presença cada vez mais dentro da nossa sociedade. diante dos conflitos apresentados na tv aberta brasileira, é possível dizermos que a TV aberta brasileira está carente de uma identidade? Para o jornalista José Carlos Aronchi, “A TV aberta brasileira está buscando uma identidade, porque está em meio a um vendaval, uma transformação, que é a migração do sinal analógico para o digital, a TV está em um momento de transição e muitas outras exigências estão em pauta”, afirma. Sendo assim, podemos concluir que tanto a migração do sinal, quanto a nova classificação indicativa da faixa etária da programação, as alterações nas políticas públicas, tudo isso faz com que a televisão tenha que se adequar a essa nova era. Por outro lado, não podemos deixar de ressaltar que a TV aberta comercial tem como objetivo o lucro do empresário/empresa. Apesar de a televisão ser um serviço público, hoje ela não atende devidamente há esses interesses públicos, e sim atende mais ao interesse do empresário/empresa. Segundo Aronchi, “a televisão comercial aberta visa o lucro do empresário, desta forma ela procura audiência, então quando ela cria um programa, ela cria pensando em uma falha de audiência de sua grade, ou então na falha de audiência de um concorrente que merece um investimento em um determinado horário pra poder competir com um produto de melhor qualidade”. Convido a todos os profissionais, estudantes de graduação, pesquisadores e comunicólogos a refletir sobre este meio de comunicação altamente influente que é a televisão. façam isso de forma a não esquecer de que estamos falando de uma televisão comercial aberta que depende de patrocinador, e, consequentemente, busca audiência. Sendo assim, produzir conteúdo de qualidade, buscando uma audiência ampla e qualificada, é o grande desafio de quem faz televisão.


artigo reLaÇõeS púBLiCaS naS organizaÇõeS ContemporÂneaS Por Profª. drª. anGela fernandes veja exempLoS de SituaÇõeS Que, emBora SimuLadaS, oCorrem no univerSo daS organizaÇõeS: a) A empresa x, atuante no comércio de acessórios de moda, pretende divulgar coleção exclusiva de bolsas confeccionadas por artesãs rendeiras do nordeste. Na fase inicial de lançamento, o público alvo integra mulheres jovens, classe A e B, zona oeste e sul da cidade de São Paulo, região onde se localiza a maior loja da marca. Um forte trabalho de comunicação utilizando as redes sociais, com vídeos e mensagens virais, faz parte do plano de lançamento da coleção que pretende associar à marca os valores da empresa ligados à capacitação e geração de renda para comunidades artesãs. b)Em parceria com empresa privada e órgão governamental, um renomado instituto ambientalista desenvolve campanha educativa com colaboradores e voluntários, a fim de estimular e fortalecer os valores e práticas organizacionais ligadas ao campo da sustentabilidade. A campanha contará com ciclo de eventos incluindo palestras, teatroempresa, gincanas e visitas guiadas a sítios ambientais, contando com apoio de materiais impressos e audiovisuais, a serem veiculados nas mídias internas e externas.

d)Visando posicionar a marca de maneira associada à qualidade no atendimento pré e pós-venda, a rede de concessionárias Z inicia a implementação do programa de fidelidade buscando, entre outras ações, estreitar relacionamento com clientes reais e potenciais. Fazem parte do programa as ações de treinamento para funcionários da área administrativa e de vendas, o atendimento VIP para clientes reais e potenciais, bem como vantagens Premium para atendentes, vendedores e compradores.

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imAGEnS: intErnEt

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c)Importante órgão público nacional vê sua imagem associada à corrupção e outros atos que mobilizam a opinião pública contra a improbidade administrativa. Desenvolvendo programa de gestão de crises, a assessoria de comunicação do órgão, entre outras ações, busca apoiar as investigações do Ministério Público com o objetivo de garantir a máxima transparência nos processos, além de manter relacionamento aproximado com a imprensa para ampla e constante veiculação de informações de interesse público.


A

No Brasil, como atividade profissional, Relações Públicas está às vésperas de completar cem anos e hoje alcança, em muitas organizações, uma posição estratégica.

Sintonia e sinergia entre as equipes organização que busca difundir sua missão, visão, valores e diretrizes entre os grupos de colaboradores, de maneira a incentivar e conquistar a atuação qualificada e adequada aos objetivos e normas de trabalho, bom para os colaboradores que recebem informações pontuais, necessárias ao cumprimento de suas funções, além de contarem com clima de compartilhamento de idéias e informações que, valorizando a condição humana, favorecem o engajamento entre as diversas equipes. Imagine, por exemplo, a importância da sintonia entre o trabalho da atendente do call center , do vendedor, do gerente de atendimento, do diretor de atendimento pós-venda e do presidente da empresa. No âmbito da comunicação institucional, o profissional atua em apoio à construção, manutenção, fortalecimento e disseminação da identidade da organização fazendo com que os valores e diferenciais que integram sua personalidade possam ser conhecidos e reconhecidos pela opinião pública. Consumidores bem informados tendem a adquirir ou recomendar produtos e serviços da empresa ou instituição que atenda às demandas da sustentabilidade, da qualidade, do Código de Defesa do Consumidor, da legislação trabalhista, ética e de direitos humanos. A tão almejada imagem positi-

imagem: internet

gora responda: em quais dessas situações atua o profissional de Relações Públicas? Se a resposta foi em todas, acertou. Claro que essas situações são, apenas algumas entre milhares que acontecem diariamente no mundo das organizações, sejam elas da indústria, comércio ou serviços; do primeiro setor (governamentais), segundo setor (privadas) ou do terceiro setor (organizações civis de interesse público); de pequeno, médio ou grande porte, com atuação nos vários segmentos – financeiro, educação, saúde, esporte, entretenimento, turismo, habitação, saneamento, tecnologia da informação, construção civil, etc. O fato é que onde existe uma organização formal (legalmente constituída) pode atuar o profissional de Relações Públicas. No Brasil, como atividade profissional, Relações Públicas está às vésperas de completar cem anos e hoje alcança, em muitas organizações, uma posição estratégica com o objetivo de criar e manter, por meio da comunicação criteriosamente elaborada, relacionamentos produtivos entre estas e seus diversos públicos : funcionários, acionistas, clientes, fornecedores, imprensa, governo, entidades de classe, organizações da sociedade civil, comunidade, entre outros. O profissional da área, formado em nível superior, pode atuar no âmbito da comunicação administrativa/interna, institucional e mercadológica. No âmbito da comunicação administrativa e interna, visa a criar e manter aproximação entre a organização e seus funcionários para que necessidades, expectativas e objetivos de ambos os lados possam ser alinhados. Bom para a


além do atendimento no ponto de venda, com uma rede de técnicos treinados com disponibilidade para atendimento qualificado, remoto ou presencial, onde precisar.

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va não é apenas fruto de trabalho estanque que envolva a publicação do nome e símbolo da empresa em algumas notas da imprensa ou a publicação de donativos ou ações de patrocínio. É, sobretudo, resultado de um amplo e contínuo trabalho de comunicação da identidade organizacional expressando, por meio de forte trabalho de relacionamento com os diversos segmentos de público, as crenças, os valores e a conduta da empresa ou entidade. Uma marca reconhecida e valorizada pela sociedade conta, nos bastidores, com dedicado e constante trabalho do profissional de Relações Públicas. Além de atuar no campo da comunicação administrativa/interna e institucional, o profissional da área tem um papel ativo na comunicação mercadológica, ou seja, apóia a conquista dos objetivos da comunicação de marketing das organizações, com ou sem finalidades lucrativas, uma vez que, o relacionamento com público cliente/usuário ou potencial cliente/usuário necessita de aporte estratégico para que experiências e percepções sejam aderentes à identidade da organização traduzindo-se em aceitação e confiança, necessárias ao ato de aquisição/consumo de produto e serviço. Um exemplo: imagine que para usar o novo aparelho com tecnologia 3D o cliente possa contar,

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Aceitação e confiança dependem da qualidade das experiências e percepções dos públicos Sem dúvida, essa experiência fará a diferença na hora da escolha pela marca. Essas ações de relacionamento são planejadas e coordenadas pelo profissional de Relações Públicas em apoio à comunicação mercadológica das organizações. Tanto para o desenvolvimento da comunicação administrativa, interna, institucional ou mercadológica, o profissional da área tem, sob sua responsabilidade, o planejamento e a execução de ações de relacionamento com vários públicos. Essas ações podem envolver reuniões, treinamentos, campanhas de conscientização, de incentivo e motivação; programas de conteúdo social, cultural ou esportivo; programas de gestão de crises, além de outras realizadas com o apoio de uma vasta rede de veículos massivos ou dirigidos, fazendo uso de publicações nos meios impressos, eletrônicos e digitais, além da possibilidade de uso de mídias radicais e/ou alternativas. Na sociedade contemporânea,

Imagens: internet

As Relações Públicas apoiam a expressão da identidade organizacional

Uma marca reconhecida e valorizada pela sociedade conta, nos bastidores, com dedicado e constante trabalho do profissional de Relações Públicas.


variados temas, questões, problemas e oportunidades emergentes integram o mundo organizacional, ao lado de fatores complexos que geram a necessidade de mudanças e adaptação das empresas, órgãos governamentais e entidades a novos contextos. Para essas organizações há, entre outros, o desafio de expressarem sua personalidade, presença e conduta em meio aos mercados mais exigentes e às sociedades mais dinâmicas, o que impõe a necessidade de integração das várias frentes da comunicação, a fim de que possam transparecer para a opinião pública uma identi-

dade sólida e coesa que servirá de alicerce para a construção e manutenção de sua reputação. é preciso destacar que, na contemporaneidade, o aparato tecnológico à disposição da comunicação entre os indivíduos permite o trânsito de muitas vozes que emergem ao mesmo tempo, influenciando a formação de percepções e opiniões, muitas vezes, em conflito com a identidade e os objetivos organizacionais. o diálogo constante com os diversos públicos é o caminho para que a organização assegure a compreensão acerca de sua identidade, bem como de seus desafios e oportuni-

dades, objetivos e metas. A reputação organizacional não prescinde do trabalho do profissional de relações Públicas, cuja formação permite o planejamento estratégico da comunicação integrada, colocando em prática ações criativas, com o uso de diversas ferramentas midiáticas, objetivando a criação de plataformas de relacionamento com os públicos de interesse. Nesse contexto diálogo, identidade e imagem deixam de ser meros conceitos ao integrarem as práticas das Relações Públicas desenvolvidas a favor da efetividade das organizações contemporâneas.

PArA SABer mAiS SoBre reLAÇÕeS PÚBLiCAS ACeSSe: ABErJE - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial www.aberje.com.br ABrACom - Associação Brasileira das Agências de Comunicação www.abracom.org.br ABRP/SP – Associação Brasileira de relações Públicas – Seção Estadual de São Paulo www.abrpsp.wordpress.com ConfErP - Conselho federal de Profissionais de relações Públicas www.conferp.org.br intErCom- Sociedade Brasileira de Estudos interdisciplinares da Comunicação / Núcleo de Comunicação organizacional e Relações Públicas www.portalintercom.org.br MegaBrasil www.megabrasil.com.br SinProrP - Sindicato dos Profissionais liberais de relações Públicas no Estado de São Paulo www.sinprorp.org.br BLoGS Mundo-RP - Mundo das Relações Públicas. www.mundorp.com.br

Portal-RP – Portal de Relações Públicas e Transmarketing www.portal-rp.com.br rPalavreando - Espaço para discussão de questões emergentes em RP e em Comunicação organizacional. rpalavreando.com.br inTernACionAiS ALAIC - Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación www.eca.usp.br/alaic AmCo - Asociación mexicana de Comunicadores organizacionales www.amco.com.mx fEiEA federation European industrial Editors Associations. www.feiea.org.uk IABC - International Association of Business Communicators www.iabc.com ICA -InternationalCommunication Association divisão de Comunicação organizacional: www.icahdq.org/divisions/index.html#division4 Divisão de Relações Públicas: www.icahdq.org/divisions/in-

dex.html#division12 IPRA - International Public Relations Association www.ipra.org AErP - Agência Experimental de relações Públicas http://www2.metodista.br/ agenciarp/ PRSA Public Relations Society of America www.prsa.org ConrerPs– Conselhos Regionais de Profissionais de relações Públicas ConrErP – 1ª região - rJ www.conrerp1.org.br ConrErP – 2ª região - SP / Pr www.conrerp2.org.br ConrErP – 3ª região - mG / BA / ES www.conrerpmg.org.br ConrErP – 4ª região - rS / SC www.conrerprssc.org.br ConrErP – 5ª região – PE / rn / PB / CE / Pi www.conrerp5.org.br ConrErP – 6ª região - df / Go / to / MT / MS www.conrerpdf.org.br


reportagem

EU, MÍDIA?! A MÍDIA SE DEMOCRATIZOU E PERMITIU QUE MILHARES DE PESSOAS PASSASSEM DE MEROS RECEPTORES PARA PORTA-VOZES DE SUAS PRÓPRIAS OPINIÕES E IDEIAS. QUEBRANDO HIERARQUIAS E PASSANDO POR CIMA DE FRONTEIRAS, BLOGS, VLOGS, MÍDIAS SOCIAIS E COLABORATIVAS DÃO ESPAÇO PARA DIÁLOGOS DINÂMICOS E ACABAM COM O SISTEMA DE “INFORMAÇÃO DE MÃO ÚNICA”.

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e um posto de saúde do subúrbio paulista, um pai de família conta, aos prantos e soluços, a difícil busca de remédios que acabariam com as dores e o sofrimento de seu filho. Aflito com a possível morte da criança, decidiu, como última tentativa, entrar em contato com a mídia. Do outro lado da linha, em um estúdio de rádio, o jornalista João Leite grava a denúncia

da falta de medicamentos nos postos de saúde da região, para repassá-la às autoridades. Todos os dias, relatos como o deste cidadão tornam-se pauta para vários veículos de comunicação. Assim como ocorre no rádio, TVs, jornais, revistas e sites mostram que a voz do povo tem poder e cresce visivelmente, apoiada pelos avanços da tecnologia. Mídia Participativa é o nome dado para este fenômeno. Se antes esta forma de comunicação era uma válvula de escape contra a

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repressão imposta pela Ditadura Militar, hoje é um espaço ainda mais aberto e democrático, onde até manifestações descomprometidas com causas sociais são aceitas. Para Magno Nunes, radialista e colaborador de veículos participativos, seu principal papel hoje é dar espaço aos que estão fora do circuito da comunicação de massa. “Ela vem dar o espaço que a gente sabe que é de direito do cidadão, mas também dar oportunidade para pessoas que realmente sofrem com algumas injustiças poderem falar”, diz.

foto: inGrid tAvEirA E lAriSSA lEonArdi

Por inGrid taveira, larissa leonardi, tatianne francisquetti E Wallace toledo


Além disso, essas mídias servem como uma ponte entre a população e as autoridades competentes. “O país é pobre, as pessoas não têm condições e não sabem onde cobrar. A TV e o rádio são mídias fortes e, quando existem problemas, e os mesmos chegam à imprensa, logo são solucionados, pois, além de serem de utilidade pública, também existem interesses por trás de tudo isso”, declara João Leite, exprodutor do programa de prestação de serviços Pulo do Gato, da Rádio Bandeirantes de São Paulo. Em alguma segunda-feira à noite, você já deve ter zapeado entre os canais de TV e parado na bancada dos homens de preto do CQC (Custe o que Custar), da BAND. No quadro Proteste Já, o programa abre espaço para a população. Moradores de comunidades de todo o Brasil relatam denúncias em sua região, e, pelos repórteres, são ouvidos e têm seus problemas resolvidos – plenamente ou em partes pelas autoridades competentes.

Participação 2.0

Mentes criativas como a de Steve Jobs (fundador da Apple) e Mark Zuckerberg (criador de facebook), entre outras, revolucionaram a vida tecnológica e virtual do mundo pósmoderno com conceitos inovadores. Se um novo recurso propõe uma nova visão, a colaboração globalizada e conectada elevou a mídia participativa a outro patamar. As opiniões, vontades, anseios e reivindicações hoje são compartilhados e debatidos livremente nos blogs, vlogs, podcasts e em outros meios virtuais possíveis que navegam no infinito mar cibernético. Os flash mobs (vide box) são exemplos divertidos desta interação atual. Um tímido evento no facebook, lançado no período da

manhã, mostra-se um movimento viral de peso durante o percorrer do dia, e muitos internautas se juntam à brincadeira, em sua maioria, jovens. Com data e local marcados, seja por pura diversão ou por uma causa pertinente, este fenômeno torna-se uma manifestação real e causa impacto na opinião pública. “Há dois tipos de flash mobs, um é para chamar a atenção da população para algo, e outro é mais para socialização, uma grande brincadeira. Os dois são válidos”, explica Fernando Barbosa, coordenador do flash mob Pijama’s Day em São Paulo pelo segundo ano consecutivo. Ele afirma que, se você tiver uma boa ideia, é só postar no facebook e ver se a galera abraça a causa. Mais democrático, impossível. Enquanto o flash mob divulga uma opinião coletiva, outras mídias participativas dão oportunidades para expor pensamentos individuais. Sites interativos, como o portal tricolor SPFC Digital, feito com a ajuda de torcedores, permite que os leitores participem mandando textos, além dos tradicionais comentários. “O portal é todo feito de colaboração. Os colunistas mandam os textos, e nós até evitamos editá-los. Tudo é publicado do jeito que recebemos”, revela Nunes, que narra as partidas do time tricolor pela radioweb do site. A web possibilitou que anônimos se tornassem mídias, da noite para o dia. Qualquer pessoa com acesso à internet e vontade de falar pode criar um blog, fazer uma postagem no twitter ou gravar um depoimento em vídeo. “Oi, como vai você?” é o bordão de Paulo Cezar Goularte Siqueira, vulgo PC Siqueira, que se tornou famoso por suas postagens no canal MasPoxaVida, do Youtube, site mais popular de postagem de vídeos do mundo. PC Siqueira saiu da “terra dos sem-fama”, causou polê-

micas, repercutiu e acabou ganhando um contrato de trabalho na MTV. Como ele, milhares de pessoas utilizam esse espaço. A rede está recheada de uma diversidade sem fim. Mas se por um lado isso é um fator positivo, por outro a ausência de controle dos conteúdos publicados torna sua qualidade questionável. “Quem forma opinião na internet está aí para falar, não tem problema nenhum. O problema é quem recebe essa informação. Para um menino de 10, 15 anos, que não tem opinião formada, o que vier, ele vai absorver e levar aquilo como verdade absoluta”, afirma Nunes. O importante é saber encarar o conteúdo encontrado nas mídias participativas de forma crítica e consciente, mas não deixar de aproveitar os benefícios que ela nos traz. E se o saudoso cineasta Glauber Rocha nos permite: uma ideia na cabeça, uma câmera na mão e um link no youtube fazem toda a diferença.

Eu sou mídia, sim!

Eles fazem parte de um grupo composto por mais de 45 milhões de vozes que se manifestam diariamente na internet. Esse número foi apurado pelo Ibope, em setembro deste ano de 2011, e refere-se à quantidade de usuários ativos na web. São blogs, vlogs, podcasts e outros tipos de mídia feitos para tratar de assuntos específicos ou até mesmo cotidianos. Eles ganharam espaço no mundo da comunicação e transformaram receptores de informações em produtores de opiniões. Conheça a seguir algumas pessoas que usam essas ferramentas para veicular suas ideias pelo mundo afora: Sempre gostei de me expressar. Não à toa, virei jornalista. E por falar em jornalismo, sinto que


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nasci no tempo errado. Gostaria de contar outras histórias: Ditadura e festivais. Porém, com a censura, o que conseguiria dizer? Receitas de bolo? mensagens subliminares? Pior: qual seria o meio utilizado para atingir um vasto público? então, paradoxalmente, agradeço ser da era virtual. Hoje, não precisa ser jornalista para se expressar. As possibilidades oferecidas pela internet são tentadoras. o blog é uma delas. Perdi a conta de quantos blogs eu tive. Lembro-me do último: Bacelardas. Até hoje, está no ar. Porém, desatualizado. no Bacelardas, eu escrevia sobre tudo: política, esporte, cinema, música, amor... não tinha limite de caracteres e ideias. tudo era permitido. e para quem conhece um pouco a história brasileira, sabe que a liberdade de expressão é uma dádiva. Assim, aventurei-me em textos no Bacelardas e em áudios em um podcast chamado Zumbinews, conduzido pelo também jornalista magno nunes. Lá, eu falava apenas sobre esporte. Porém, mais uma vez, sentia que a minha mensagem não tinha limites. Pois, para as ondas virtuais, ainda não inventaram uma foz. elas deságuam onde bem entendem. Vinícius Bacelar, jornalista esportivo da Folha online Logo que comecei a trabalhar no “Caracas, véi”, vi que não era nada parecido com meus projetos anteriores por vários motivos: é a primeira vez que escrevo em um blog sobre tecnologia, apesar de esta ser minha área, profissão e vida. outro motivo é que jamais tinha gravado um podcast, que é uma mídia completamente diferente. A forma de acesso é a mesma de diversas mídias digitais - pela Internet, mas o consumo é completa-

mente diferente: você já viu alguém parado em frente ao computador ouvindo um podcast e não fazendo mais nada? o podcast acompanha as pessoas no caminho para o trabalho ou para a faculdade, dentro do celular ou do mp3 player. Assim, o podcast tem que ser interessante, e, na minha opinião, tem que ser engraçado também. talvez, o fato mais interessante, no nosso caso, é que, mesmo sendo todos profissionais de tecnologia de um grande banco nacional, temos formações e opiniões diferentes. Dois são formados em computação, um em sociologia e outro em publicidade. Além disso, complementamos o blog com reportagens consolidadas de outras fontes e artigos próprios. Praticamente não nos censuramos. Simplesmente não citamos a empresa e projetos em que trabalhamos, pois é o momento em que falamos por nós mesmos como profissionais e como aspirantes a engraçadinhos. Daniel Bastos Pereira, fundador da Mindexs Mobile e analista de Business Intelligence no Itaú Unibanco

eu decidi montar o blog para compartilhar o melhor do designer, levando em consideração tudo que envolve o mundo criativo. Abordo assuntos ligados a tudo que diz respeito à criação, como ilustração, publicidade, fotografia, arquitetura e todo tipo de arte. Por tratar de assuntos bem específicos, meu público é segmentado, meus principais visitantes são ilustradores, estudantes de publicidade e curiosos por arte. Hoje, o blog tem cerca de 7.000 pageviews e, apesar de ter um bom público, não me considero um formador de opinião. tenho pessoas que gostam do meu trabalho, mas isso não significa que eu sou um formador de opinião. Hoje em dia, você encontra de tudo na internet, desde receita de pão, até mesmo como operar a avó que caiu da escada e ficou com problema na vista. Não são as mídias que influenciam as pessoas, são as pessoas que procuram o que lhes influenciar. A mídia é só uma ferramenta, você assimila ou não. Willian Sanfer, designer gráfico no Grupo RBS

pareCe reCente, maS não é... Durante a Ditadura Militar (1964-1985), os meios tradicionais de comunicação foram privados de exercer seu principal papel: informar. A censura proibia que notícias contra o governo fossem veiculadas e o Estado agia com brutalidade contra quem burlasse essa imposição. Repórteres foram assassinados, redações, depredadas e os jornais foram cerceados. Foi nesse cenário que surgiu esta forma de mídia, produzida pelo povo e para o povo. Esse tipo de mídia assumiu um papel político na sociedade, e serviu para que classes menos favorecidas se mobilizassem contra o regime ditatorial vigente.

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FLaSh moBS Domingo. São quase duas da tarde, mas você passa pela Sé e vê dezenas de pessoas vestidas com seus pijamas e pantufas, dormindo ao relento. Então, às duas horas em ponto, um despertador toca, todos eles se levantam e vão para o Metrô, com seus travesseiros e roupas de dormir. Você se pergunta: o que eles estão fazendo? mas o máximo que consegue imaginar é que eles exageraram na bebida, no sábado à noite, e perderam a chave de casa. resposta errada. Eles são participantes do Pijama’s day, um flash mob que se espalhou por todo o mundo e acontece todos os anos, em meados de setembro, em cidades como Beirut, Paris, Roma e São Paulo. Um flash mob pode ser definido como uma manifestação relâmpago, para praticar ações inusitadas e combinadas previamente, por e-mails ou mídias sociais. Essas manifestações podem acontecer porque seus participantes querem protestar contra algo, chamar atenção para um fato ou apenas aparecer. De acordo com Fernando de Caires Barbosa, 24 anos, coordenador do Pijama’s day, há objetivos diversos: chamar a atenção do governo, para que seja investido mais em transportes públicos; mostrar aos jovens uma alternativa ao transporte privado, “seja por conta da menor poluição, questão de sustentabilidade ou por conta do dinheiro, afinal, com r$ 3,00 você pode percorrer toda a São Paulo”; ou ainda, “alertar para os congestionamentos que o automóvel traz para as cidades”, complementa. E você, já viu um flash mob por aí?

não? Então, conheça abaixo alguns flash mobs que ganharam destaque no Brasil e no mundo.

Churrascão gente diferenciada

Foi criado pelo jornalista Danilo Saraiva, via Twitter e facebook, como forma de protesto contra o cancelamento da construção da estação de Metrô Angélica, em Higienópolis. A decisão de não construir a estação foi tomada após reclamações de moradores do bairro, que chegaram a dizer que o Metrô é frequentado por “gente diferenciada”. daí o nome do flash mob. o movimento aconteceu em maio deste ano e reuniu aproximadamente 600 pessoas, na Avenida Angélica. os manifestantes organizaram batucadas, levaram caixas de isopor com cervejas e refrigerantes, marmitas e churrasco.

pela democracia Em março de 2011, centenas de pessoas compareceram a um flash mob organizado com o intuito de pedir respeito às reformas políticas e à democracia. os manifestantes se reuniram em frente ao parlamento marroquino e permaneceram alguns minutos fazendo um “V” de vitória com as mãos, e, logo em seguida, se dispersaram. Esse não foi o primeiro flash mob pró-democracia organizado pelas mídias sociais. no começo deste ano, o Egito também foi palco de diversos flash mobs. Apesar de o presidente do país ordenar o cancelamento do acesso às mídias sociais, internautas conseguiram furar seu bloqueio e organizar diversas manifestações, que culminaram com a renúncia do ditador

Hosni Mubarak. Inspirados pelo sucesso dos movimentos no Egito, moradores de outros países do oriente médio e do norte da áfrica, como a líbia, a Síria e a Jordânia, também aderiram aos flash mobs pela democracia e pela igualdade, organizados por mídias como o Twitter e facebook.

no pants Subway ride foi criado nos EUA, em 2001, e importado para o Brasil. No dia 9 de janeiro de 2011, um grupo de jovens se reuniu na estação Luz do Metrô, se dividiu em quatro grupos e embarcou em diferentes direções. Nos vagões, os adolescentes tiraram as calças, todos ao mesmo tempo, e utilizaram a justificativa de estarem com calor.

oprah Flash mob dance Considerado o maior flash mob da história, o grupo Black Eyed Peas reuniu cerca de 20 mil fãs na Avenida michigan, em Chicago, nos EUA. o grupo tocou a música i Gotta feeling e o público realizou uma coreografia que envolvia todos os presentes. o flash mob foi uma surpresa para a apresentadora oprah Winfrey, que comemorava a exibição da 24ª temporada de seu programa.

pillow Fight os participantes combinam pela internet um local e horário para travar uma guerra de travesseiros com desconhecidos. é um flash mob com proporções mundiais, já que ocorre em várias cidades do mundo, ao mesmo tempo. Em 2011, ele aconteceu em 2 de abril, em mais de 20 cidades brasileiras.


artigo o miCroFone de SiLvio SantoS Por raPhael Menezes

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para o país. Nessa breve matéria vamos abordar um tema um tanto quanto curioso e pouco divulgado, embora todos nós reparemos: o microfone de Silvio Santos. Não é surpresa para ninguém que grandes nomes da televisão têm suas marcas registradas, no nosso caso, algumas delas são os microfones. A partir da década de 1980 isso se fortaleceu e vários nomes como: xuxa, Sérgio mallandro, Gugu liberato, Angélica, Eliana, raul Gil e, claro, Silvio Santos, procuraram ter seus próprios estilos, nos deixando cada vez mais deslumbrados e curiosos. Se engana quem pensa que Silvio Santos foi o primeiro a usar o microfone pendurado no pescoço. César de Alencar, em 1955, no programa, Rádio Televisado, da TV Rio, lançou a moda que mais tarde seria aderida pelo Senor Abravanel e outros grandes nomes da TV, o que veremos logo mais. quando começou a trabalhar na tv, apresentando seus primeiros programas, Silvio usava microfones grandes, pesados, com traços fortes, o que na época era muito comum, mas com estas características vinham juntos os problemas de tropeços, cabos enrolados, minimizando os movintentos em uma das mãos, pois tinha que segurar o “trambolho”. Naquela época, existia um modelo portátil,

sem fio, fabricado pela, grandiosa e premiada americana Shure, que vinha até com um cordão para pendurar no pescoço. o primeiro modelo a ser usado pelo apresentador foi um “Electro-voice”, marca que iniciou o modelo de microfones de lapela, e até Manoel de Nóbrega usou, também, este mesmo modelo na Praça da Alegria. Hoje, o que estamos acostumados a ver nas noites de domingo é um microfone fabricado pela alemã Sennheiser (segunda empresa no ranking de microfones no Brasil, perdendo apenas para

foto: divUlGAção/ SBt

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odos nós sabemos que na atualidade, além de comunicador, empresário, dono do Baú, irreverente, esposo, pai, avô e, acima de tudo, um ídolo, Silvio Santos contribuiu, contribui e ainda tem muito a contribuir


a americana Shure) modelo MD 405S, revestido metalicamente e produzido na década de 1960. Esse microfone possui um sistema transmissor “bodypack”, como se fosse um sistema de ‘lapela’ ou ‘headset’, opera na frequência Uhf, assim como todos os outros microfones sem fio do SBt. Esse modelo já é uma segunda versão usada pelo apresentador, uma vez que o primeiro se “aposentou” devido a um imprevisto no programa Topa Tudo por Dinheiro, em 1992, quando Silvio caiu em uma piscina d’água, deixando um grande chiado para o telespectador, provando que ali era o fim de seu microfone, porém, dias mais tardes foi substituido pelo modelo hoje usado por Senor Abravanel. outra curiosidade aconteceu no teleton de 1999 que foi gerado e transmitido pela TV Cultura. o fato é que os técnicos da emissora não conseguiram fazer com que o microfone do Homem do Baú funcionasse, obrigando-o, assim, a entrar no ar com o microfone na gravata desligado e segurando um Shure SM 58 UT2 – UHF. Mesmo com toda tecnologia a favor do maior comunicador do Brasil, Silvio Santos continua usando seu microfone pendurado no pescoço, reforçando, além de seus bordões, mais uma

Alguns grandes nomes da TV brasileira usaram o mesmo modelo de microfone que Silvio Santos usou. Chacrinha – usou um microfone idêntico ao de Silvio Santos durante alguns anos de sua carreira, mas afixado com menos capricho, porém, o trocou por outros mais modernos dias depois. manoel de nóbrega – o pai artístico de Silvio o substituiu na década de 1970, no “Programa Silvio Santos”, mas não há informações sobre o motivo da eventualidade. Léo Santos – quando animador, o irmão de Silvio, Leon Abravanel, usava o mesmo modelo de microfone do irmão mais famoso. Nos anos 1980, Léo dedicou-se somente aos negócios como executivo do Grupo Silvio Santos. raul Gil – foi substituto de Silvio aos sábados no “Programa Silvio Santos”, conduzindo seu programa, porém, o apresentador, ao invés de pendurar o microfone no pescoço, o segurava na mão. Hoje tem como exclusividade seu “microfone de ouro”, um prêmio dado pela Warner Music devido ao grande sucesso na TV Record e à contribuição para a música brasileira. J. Silvestre – integrou o elenco do SBT no programa “Show sem Limite”. Por um curto período usou o microfone famoso do patrão, porém, antes de entrar na emissora, já havia usado outros modelos no peito. Bolinha – o animador do “Clube do Bolinha” , édson Cury, usou durante algum tempo, em meados dos anos 1970, um modelo de microfone adaptado para ser usado no pescoço. Sérgio Chapelin – o apresentador do “Globo repórter” saiu da Globo em 1983 para comandar o “Show sem Limite”, depois de J. Silvestre, no SBT. Por incrível que pareça, Chapelin também usou o microfone de Silvio. Gugu Liberato – quando era do SBT, Augusto Liberato saiu da “Sessão Premiada” para comandar o “Viva Noite”, onde se revelou um grande apresentador do gênero. Vídeos na internet comprovam o uso do microfone do ex-patrão no pescoço. Logo depois decidiu por um estilo próprio e, durante sua trajetória, também usou microfones exclusivos. Hoje, na TV Record, usa um Shure UHR-2 Beta 87A com grille (globo do microfone) “beta black”, o único visto até hoje no Brasil. oscar Pardini – o integrante e humorista do grupo Café com Bobagem pode se orgulhar muito: ele foi o único imitador do Silvio Santos a usar o próprio microfone do patrão no “A Praça é Nossa” e no “Domingo Legal”. De tão bom imitador, já recebeu o convite, pelo próprio Silvio, de substituí-lo em algumas locuções.

foto: divUlGAção/ SBt

retroSpeCtiva


trajetivas narratórias quem são? onde estão? O que fizeram ou estão fazendo? qual o percurso trilhado?

Essas são algumas perguntas que fazemos sobre os egressos do curso de relações Públicas. Segundo especialistas em storytelling1 contar e ouvir histórias é uma característica do ser humano, uma vez que as histórias são poderosas ferramentas para difundir ideias, visões e fazer circular o conhecimento. Então, vamos a elas.

o oLhar e a voz da Comunidade

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“escolhi o Curso de relações públicas pela abrangência da área”, afirma Daniela

Escolhi o curso de Relações Públicas ao perceber sua aplicação nas mais diversas áreas e tipos de organizações, tanto do 1º quanto do 2º e 3º setores, com atuação nos segmentos da indústria, comércio, educação, entretenimento, esportes, saúde etc., o que facilita a empregabilidade. Além disso, notei que a área permite a realização de diversas atividades no campo da comunicação planejamento, assessoria de imprensa, desenvolvimento de programas de relacionamento com diversos públicos com uso de vários veículos, dos impressos aos digitais e, entre outras frentes, criação de programas de interação com a comunidade (sempre tive uma predileção por essa área) que representa hoje uma atividade em ascensão no mercado de trabalho, haja vista a importância do papel social das organizações.

1 o storytelling se destaca como técnica que utiliza as histórias e narrativas como instrumento de comunicação e educação. veja http://www.terraforum.com.br/consultoria/lists/areasdeatuacao/dispform.aspx?id=45

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foto: divUlGAção/ tv GloBo

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asci em Guarulhos, tenho 29 anos e sempre estudei em escola pública. Desde o ensino médio, eu exercia atividades voltadas à área da comunicação (fui integrante do grêmio e participava dos eventos que aconteciam na escola, participava de grupo de jovens na Catedral de São Miguel Arcanjo, fui até coordenadora do grupo por algum tempo) sempre atuando como representante das ideias, expectativas e ações de equipes as mais variadas. Essa vivência como porta-voz da situação, anseios e necessidades das pessoas, despertou em mim o desejo de estudar Comunicação. Assim, em 2008, iniciei na Universidade Cruzeiro do Sul, a graduação em Comunicação Social, à época, com habilitação em Relações Públicas.

Por daniela fausto


“Emprego o conhecimento obtido na graduação para mostrar o que acontece no nosso bairro”, diz Daniela

Segundo Daniela, “é muito bom saber que a cidade de São Paulo está conhecendo um pouco mais de São Miguel Paulista”

fOTOS: DIOGO FERREIRA

Nos quatro anos do curso, pude aprender muito com os docente que são extremamente preparados para compartilhar, além de seus conhecimentos teóricos, as suas experiências pessoais e de mercado de trabalho. Isso, com certeza, agregou muito à minha formação e me possibilitou o desenvolvimento de um Trabalho de Curso, junto a um cliente real, em que coloquei em prática tudo o que aprendi. Se durante oito anos trabalhei na área administrativa, hoje eu uso os meus conhecimentos de Relações Públicas para atuar no projeto Parceiros do SP, um quadro do Jornal SPTV, 1ª edição, da Rede Globo. Esse projeto tem por objetivo dar voz à comunidade e mostrar o que acontece no nosso bairro, divulgando e buscando melhorias para todos os moradores. Fico muito feliz por empregar os ensinamentos obtidos durante a graduação neste novo trabalho. Ele está sendo uma experiência incrível. É claro que conquistar esse espaço não foi fácil. Foram mais de 5.000 inscritos e muitas etapas de seleção, dentre as quais: elaboração de vídeo, dinâmicas, redação e entrevistas. A cada etapa, aumentava a esperança em fazer parte deste projeto, pois sabia que eu tinha sido bem preparada. No dia 12 de agosto de 2011, eu soube que entre os mais de 5.000 inscritos, foram selecionados 14 candidatos. E eu fui escolhida para representar o bairro de São Miguel Paulista! Estou aprendendo muito com este projeto, trata-se de uma experiência que vou levar para toda minha vida. Posso dizer que cada momento é único, é, principalmente, muito bom saber que a cidade de São Paulo está conhecendo um pouco mais de São Miguel Paulista e que isso acontece pelo meu olhar e minha voz.


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Por Jacqueline Eiko Takemasa dos Santos

ensei em diversas formas de iniciar esse artigo e descartei todas, comecei diversos “primeiros parágrafos” e apaguei todos. Senti novamente a sensação de desafio correndo nas veias, a mesma sensação que me fez encarar o mundo e buscar, muitas vezes com medo, eu confesso, e também com muita determinação, o meu objetivo: ser uma profissional de comunicação. Nem sempre as coisas são fáceis, não é mesmo? E, se fossem, os desafios não teriam graça. Sempre estudei em escola pública estadual e, infelizmente, quando terminei meu colegial não tinha condições financeiras de iniciar um curso superior imediatamente. Tive, como muitos, que trabalhar para poder pagar meus estudos. Trabalhei por três anos, só então, com o meu salário, iniciei a graduação. Tinha muita vontade, mas o dinheiro era tão pouco, que precisei vender meu carro, um Fusca azul claro lindo, que ganhei do meu marido, na época meu namorado. Ele comprou e disse que era para pagá-lo em prestações (confesso que paguei somente a metade da minha dívida, mas, mesmo assim, ele ainda me pediu em casamento!). Precisei tomar uma decisão, pois, ou pagava o carro e colocava gasolina, ou pagava a mensalidade da universidade, então, decidi vendê-lo. Essa foi a primeira de muitas escolhas e renúncias que fiz em prol da minha formação. Por que mesmo escolhi fazer Comunicação Social? E Relações Públicas (RP) ? Por que escolher uma pro-

fissão que era pouco conhecida no Brasil? Com certeza, mais uma vez foi o calor do desafio correndo nas veias. Pesquisei diversos cursos, conversei com algumas pessoas e tive tempo para decidir o que realmente gostaria de fazer. Acredito que esse tenha sido, no meu caso, o grande diferencial, o tempo para escolha. Despreparo e decisões precipitadas são companheiros do arrependimento. Comunicação Social foi o curso que atendeu às minhas expectativas, unindo uma grade curricular extensa, professores de qualidade e a prática que tanto procurava. Quando eu fiz a minha graduação, ao final do segundo ano da faculdade existia a obrigatoriedade de escolher entre as 4 habilitações que o curso oferecia: Relações Públicas (RP), Jornalismo, Rádio e TV e Publicidade e Propaganda. Eu escolhi RP por dois principais motivos: primeiro pela qualidade do corpo docente, que conseguiu mostrar a

“Ser Relações Públicas é ter o dom de saber lidar com todos os tipos de públicos, pessoas, empresas”, afirma Jacqueline

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abrangência e os desafios de um curso ainda pouco conhecido no Brasil, mas com muitas possibilidades de crescimento, e segundo pelo prazer em trabalhar com relacionamentos. Ser Relações Públicas é fazer uso, de forma coerente e criativa, das diversas ações e ferramentas de comunicação que tanto a tradicional quanto a moderna tecnologia oferecem. É, também, saber lidar com as diferenças, conflitos, expectativas, exigências de cada um e de todos. No terceiro ano, comecei a pensar que não entraria no mercado de trabalho se não iniciasse um estágio rapidamente. Procurei loucamente, quase deixei todos ao meu lado loucos também. Só falava em estágio, só pensava em estágio e só sonhava com estágio. Finalmente consegui um estágio em comunicação, que aceitei mesmo com um salário que pagava só metade do valor da minha faculdade. A decisão em sair de um emprego estável, em que já estava há sete anos, realmente não foi fácil. Eu sabia que daria um jeito para pagar minha faculdade, e dei. Sete meses depois que iniciei meu primeiro estágio em comunicação, consegui um outro que me isentava da mensalidade da universidade e foi assim que minha trajetória profissional começou. Neste estágio consegui o privilégio de trabalhar no mundo acadêmico e estar ao lado de pessoas que compartilharam comigo o que elas tinham de mais belo: seus conhecimentos. Além disso, tive o prazer de trabalhar com minha orientadora do Trabalho de Curso (TC) por quase dois anos. Foram lições aprendidas que levo comigo sempre.

foto: ACERVO PESSOAL

P

O desafio corre nas veias


Além de escolher o curso que atendia às minhas expectativas e, é claro, que me dava prazer, tive a oportunidade de ser orientada no último ano do curso, quando passamos pelo TC, por uma pessoa magnífica, que fez toda diferença na minha trajetória profissional e também na minha vida pessoal. Não poderia deixar de citar aqui seu nome e agradecê-la por todo apoio. Profª Drª. Angela Fernandes, muito obrigada. Mas, como a inquietação faz parte do meu universo, queria mais, queria ingressar de vez como profissional de comunicação e fui encarar, mais uma vez, o mercado de trabalho, agora não mais como estagiária, mas como uma Relações Públicas. Consegui um emprego temporário como Analista de Comunicação Júnior em uma grande empresa do setor petroquímico, e estava tão feliz que não cabia dentro de mim. Aceitei esse emprego, que era temporário e, mesmo com casa mento marcado, com diversas con-

tas para pagar, tomei a decisão de deixar um emprego fixo, que tinha na universidade, e partir para um temporário. E foi esse emprego que me abriu as portas para o mundo corporativo das grandes empresas. Repentinamente, meu contrato temporário foi encerrado e me vi, pela primeira vez, desempregada. Passei uma noite inteira sem dormir, pensando no que poderia fazer e no dia seguinte levantei a cabeça, fui para o computador fazer o meu currículo e procurar vagas, e para as entrevistas do mercado de trabalho. Senti o desafio correr nas minhas veias novamente e isso me encheu de esperanças. Foram apenas 20 dias desempregada, fiz quase dez entrevistas nesse período. Na época eu dizia aos meus amigos que já era pós-graduada em entrevistas de emprego, e, felizmente, após muitos testes, consegui emprego na área de comunicação corporativa na empresa em que estou atualmente, uma multinacional de origem francesa.

foto: ACErvo PESSoAl

Jacqueline acredita que o profissional de Relações Públicas precisa conhecer a estratégia de négocio da empresa e desenvolver planos integrados de comunicação

que frio na barriga, que sensação estranha, estava em um ambiente que nunca havia explorado antes, em um tipo de empresa que nunca havia pensado estar, mas eu estava lá. Tinha conseguido dar o primeiro grande passo da minha vida. Iniciei nesta empresa como Analista de Comunicação, dentro do Setor de Comunicação Corporativa e, após dois anos, fui para o Setor de Recursos Humanos, como Analista de Comunicação Interna e Responsabilidade Social. Nesse período decidi que precisava continuar a me especializar e fui à procura de um curso de pós-graduação. queria me aperfeiçoar em Gestão da Comunicação, porque percebi que me faltava um conhecimento mais aprofundado em gestão. Em 2011, uma grande oportunidade surgiu e retornei para o Setor de Comunicação, dessa vez, como Coordenadora de Comunicação Externa Brasil e América Latina. Minha trajetória não é muito diferente da de muitos outros profissionais de comunicação que batalharam e batalham a cada dia para superar seus desafios, os desafios do mercado e mostrar a importância da nossa profissão ao mundo. Para um profissional de Comunicação, e aqui me permito falar com propriedade das Relações Públicas, é essencial ter pensamento estratégico, visão holística e, é claro, ter conhecimento em planejamento integrado de comunicação. Posso afirmar que, nos diversos empregos e nos muitos departamentos da empresa pelos quais passei, usar as habilidades de RP fez e continua a fazer a diferença para a qualificação de meus trabalhos e consecução de meus objetivos.


reportagem

ADRENALINA, MEDO, SAUDADE E LEMBRANÇAS. PROFISSIONAIS MARCADOS POR GRANDES CONFLITOS. ELES FAZEM PARTE DA HISTÓRIA AO GRAVAR, FOTOGRAFAR, ESCREVER E INFORMAR EM UM CENÁRIO QUE ASSUSTA, MAS TAMBÉM OS ENCANTA. ARRISCAM SUAS VIDAS PARA APURAR FATOS E CONSTRUIR RELATOS QUE SERÃO ESTAMPADOS NA IMPRENSA E FICARÃO AMARELADOS NAS PÁGINAS DOS LIVROS DE HISTÓRIA. SÃO HOMENS E MULHERES A SERVIÇO DA INFORMAÇÃO. SEUS DESTINOS? DEPENDE DO QUE ACONTECE.

Por bruna sales, fabiana chaGas, nathalia alves, roseane costa, sandra Mesquita E taMires freitas

fotoS: ACErvo PESSoAl

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de maLaS prontaS


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Rodrigo Lopes, jornalista multimídia do Grupo RBS

Ele relata um em especial. “Estava exausto, após chegar da fronteira do Líbano. Tomando banho, no vidro embaçado, escrevi no box do banheiro: “Obrigado, meu Deus”. Isso foi um desabafo, porque a gente se sente muito sozinho e a pressão psicológica é muito forte.”

Sem guerras no currículo

Rodrigo Lopes na cobertura da guerra entre Israel e Líbano para hóspedes. Chegamos pela tela de seu computador e não sentamos em seu sofá, ficamos de um lado, e ele, do outro. O que nos ligou? Uma conexão de banda larga que possibilitou uma conversa sem interrupção. Sorridente, com o sotaque típico do sul, ele se mostrou muito simpático. Acabou de escrever seu primeiro livro: “Guerras e Tormentas - Diário de um Correspondente Internacional”. Antes mesmo de perguntarmos, ele dispara: “Eu era um guri que sonhava em ir à guerra. Vivenciando-a, as pessoas revelam o que têm de melhor e pior. Nós, como jornalistas, somos testemunhas da história e retratamos a realidade mesmo que não seja a que gostaríamos de descrever.” Lugares não faltaram como cenário para histórias, que mais parecem ficção: Líbano, Israel, Embaixada do Brasil em Honduras no caso Zelaya, Furacão Katrina, eleição de Obama, entre tantos outros.

O que para alguns é extremamente entusiasmante, para outros não tem razão de ser. Marcelo Diego, ex-correspondente especial da Folha de S.Paulo, nos Estados Unidos, possui sua trajetória marcada por coberturas de eventos e acontecimentos notórios. Atuou nas Olimpíadas de Sidney, Atenas e na polêmica Crise do Mensalão, além da cerimônia de premiação do Oscar, na qual o filme “Central do Brasil” foi indicado. “Cobrir uma guerra não fez falta para a minha essência como jornalista. Muitos estudantes têm esse sonho, veem certo glamour. Sabe o que é cobrir uma guerra na maioria das vezes? Ficar em um bunker protegido de todas as formas. A guerra parece que potencializa aquele sentimento de que, como jornalista, você fará coisas que os outros não farão”, acredita o jornalista. Diego fez questão de nos receber em seu trabalho. Apesar de atarefado e constantemente interrompido para resolver questões profissionais, relatou detalhes das suas diversas experiências. Em 1995, foi contratado pelo jornal Folha de S.Paulo e atuou lá por 15 anos, passando por inúmeras editorias como correspondente. “Ao cobrir as Olimpíadas, tive a oportunidade de atuar em duas frentes: na de Sidney, como coordenador, onde exerci funções burocráticas; e em

fOTOS: acervo pessoal

ncontrar um correspondente com disponibilidade é uma tarefa árdua. A incessante busca pela informação não permite sua permanência em um endereço fixo, sem falar na agenda sempre sujeita a alterações de compromisso e fuso horário. A internet, mesmo trazendo facilidades, ainda pode ser uma faca de dois gumes. Esse é o caso de Rodrigo Lopes, jornalista multimídia do Grupo RBS (RS). Iniciou sua carreira como auxiliar de redação e desenvolveu várias funções até ser contratado como tradutor de textos na editoria mundo. Lopes não se contentava. Não gostava do óbvio. Essa vontade o levou ao seu primeiro furo jornalístico: uma entrevista exclusiva com o general Lino César Oviedo, foragido e acusado de golpe de Estado no Paraguai. Lopes nos recebeu em sua casa de uma maneira atípica


marcelo diego, ex-correspondente especial da Folha de S.paulo

a SatiSFaÇão Que Se Sente de Longe

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A voz rouca ao telefone narra emoções de mais de 20 anos como correspondente. Luiz Recena Grassi trabalhou para grandes veículos, como Correio Braziliense, Gazeta mercantil e rede Globo. Sua carreira começa em um palco diferente. Um intercâmbio aos 18 anos, na Cidade do México, o levou a uma trajetória de sucesso. Recena relembra sua primeira grande cobertura, a visita do presidente Geisel em 1977, ao méxico. “foi extraordinário, pude transmitir o olhar e a opinião brasileira, sem depender do colonialismo traduzido das grandes agências”, conta orgulhoso. Sua trajetória é uma espécie de

documentário que descreve de forma ininterrupta. “Cobertura do muro de Berlim; exclusiva com yasser Arafat, Presidente da Autoridade Nacional Palestina; a morte de François Miterrand, estadista e ex-presidente francês; Fernando Henrique Cardoso em Moscou, convidado por mikhail Gorbachev para discutir o mundo; entre outros fatos”. De todos os casos, Recena relembra os dois terremotos ocorridos na Armênia no dia 7 de dezembro de 1988, que resultariam em 55 mil mortos. “o país ficou numa situação devastadora. Lembro que alguns ex-governantes da URSS pegavam no pó de cimento espalhado pelo chão das cidades, se perguntando o que havia ocorrido”, relata, emocionado. Esquerdista orgulhoso, recena faz questão de falar sobre Havana, capital de Cuba. Esteve lá por cinco vezes. Entrevistou o revolucionário e ex-presidente cubano Fidel Castro. “As conversas com Fidel foram muito marcantes. Tínhamos tamanha intimidade que ele tocou o meu ombro e perguntou como eu falava espanhol tão bem se era brasi-

leiro. Fidel é muito inteligente e dono de um ótimo humor”, confessa o correspondente na condição de fã. Perguntamos sobre como ele vê sua carreira jornalística, afinal, foram duas décadas vivendo sem destino certo. Ele se esforça e, com um grande suspiro, dispara: “Eu faria tudo de novo”.

uma muLher de FiBra

Realizamos via e-mail entrevista com Sandra Coutinho, correspondente da Globo news em nova york. Para Sandra, o que não poderia ficar de fora é a relação entre o trabalho e a família. Logo de início, uma surpresa: “Meu câmera, produtor e editor é também meu marido, Anderson Gazio, com quem tenho dois filhos”, mas, com ar de pesar, completa que com as crianças sempre fica menos tempo do que gostaria. Sobre sua rotina, logo diz: “rotina? Não tenho! A cobertura vai desde o furacão irene à Assembleia Geral da onU. A única certeza é a de que entro ao vivo no Jornal das 10h. Em geral são 10 ou 12 horas de

Luiz recena (à esquerda) no mar Báltico congelado

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fotoS: ACErvo PESSoAl

Atenas, com a missão de garimpar boas histórias, criando as pautas na hora. vivi as olimpíadas com maior plenitude, foi enriquecedor”, recorda Diego, que atualmente é diretor da Agência Máquina Info, empresa voltada à comunicação coorporativa.


pais, do calor do seu povo, mas está muito feliz. “A experiência no exterior tatua o DNA, amplia os horizontes, faz o brasileiro enxergar o Brasil com outro olhar. Incrível e inesquecível”.

Sandra Coutinho concilia trabalho e família numa jornada sem rotina trabalho diário”, informa a jornalista que, de tão apaixonada pela profissão, diz não ver a hora passar. Além de administrar a relação entre casa e trabalho, Sandra também administra suas emoções. Sobre a cobertura que realizou recentemente nos dez anos do atentado de 11 de setembro, diz: “Como não se emocionar com um pai que chora a morte do filho mesmo uma década depois?”. no geral, ela confessa: “é difícil, mas em tragédias que ainda estão acontecendo não choro na frente de quem perdeu tudo, por uma simples razão: tento passar otimismo e coragem. Entretanto, choro depois. Jornalista não tem que ser de ferro.” Ser mulher, para Sandra, é irrelevante, não melhora nem piora. Com bom humor, aponta que o único problema é ter que levar o equipamento. A correspondente, repórter, editora, mãe e esposa não teme o futuro, pelo contrário, espera dele

muito mais histórias e aventuras. Após topar com a experiência de Sandra Coutinho, nos deparamos com um iniciante, Vinícius Dônola, que, com 24 anos de jornalismo, vive a almejada fase de sua carreira na Rede Record.

um Sonho reaLizado

Ao acaso. é assim que o recém-correspondente vê sua entrada na área internacional. Atarefado com a cobertura dos Jogos do Pan de Guadalajara, no México, o correspondente sorri e brinca ao ser indagado sobre sua rotina de trabalho: “Cada semana apresenta uma dinâmica diferente e a próxima é sempre imprevisível”. Tendo em seu passaporte grandes momentos, como o 11 de setembro e a cobertura da morte de osama Bin laden, ele vê toda a sua trajetória com muita satisfação. Sente saudades das praias do Rio de Janeiro, do carinho de seus

Jornalista satisfeita com o que faz, Thais Furlan é correspondente internacional da Rede Record em Londres. Num clima bem informal, diz que não escolheu ser correspondente. “Escolheram para mim (risos). Fui escalada para a cobertura da última eleição presidencial americana pelo meu chefe Douglas Tavolaro. Fui enviada ao Arizona para cobrir o candidato John McCain. A ideia era passar uma semana no país e acabei ficando quatro meses. Com a mudança do correspondente de nova york, surgiu a vaga.” A jornalista fala ainda da necessidade de estar sempre de malas prontas. “Já tive que correr da academia, num final de semana de folga, direto para o aeroporto. Foi uma viagem para a Polônia, quando todo o governo do país morreu num acidente aéreo”, conta. “quem cobre Europa não tem dia, não tem hora”, e, entusiasmada, completa: “Não saberia viver numa rotina rígida. Adoro estar aqui hoje e não saber para onde sigo amanhã.” no final da entrevista, percebese que, entre veteranos e iniciantes, homens e mulheres, a opção pelo jornalismo foi certeira. Ser correspondente, seja pelo acaso, por preferência ou por um convite, tornou esses jornalistas mais humanos, mais completos e realizados. Passaportes na mala, o futuro é incerto, e o passado, uma memória viva que será eternizada pela imprensa.

fotoS: ACErvo PESSoAl

FeLiz Com o Que Faz


artigo Agência Experimental do Curso de Publicidade trabalha em parceria com o filme Somos tão Jovens

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ta das séries Carga Pesada, Você Decide e Ciranda Cirandinha. No cinema, dirigiu produções recentes como o “Gatão de Meia Idade” e “As aventuras de Zico”. O filme “Somos tão Jovens” contará a história do ídolo do rock nacional Renato Russo e como aconteceu a formação de

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bandas dos anos 80, como Aborto Elétrico, Capital Inicial e Plebe Rude. A ideia surgiu da paixão da agência pelo cinema: queríamos realizar um projeto diferenciado mas que também tivesse a nossa “cara”. Procurávamos outras alternativas, mas o cinema sempre vinha a nossa mente. A partir daí, arregaçamos as mangas e fomos em busca de um filme que atendesse a nossas expectativas. Foi então que “Somos tão Jovens” cruzou certeiramente nosso caminho. Entramos em contato com a produção e fomos muito bem atendidos pela Leticia Fontoura, esposa do diretor, que nos convidou para uma reunião no escritório da Canto Claro, no Rio de Janeiro. A viagem foi fantástica, não só porque estávamos prestes a definir nosso futuro acadêmico, mas também porque estávamos entre amigos e as lembranças são indescritíveis. Chegamos à Canto Claro, uma casa antiga em uma rua tranquila no Rio, e Fontoura nos esperava em seu escritório. Ao fundo, ouviam-se música clássica. Nas paredes, car-

FOTO: Agência Sens comunicação

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ós, alunos da agência Sens, do 8º semestre de Publicidade e Propaganda do Campus Anália Franco, ao produzir um projeto experimental para o trabalho de conclusão de Curso, escolhemos como cliente a Canto Claro Produções Artísticas, que está realizando o longa-metragem “Somos tão Jovens” A Canto Claro é uma produtora com sede na capital Carioca que já está há mais de 40 anos no mercado. É especializada no mercado Cult, obtendo sucesso com os filmes “Copacabana me engana” e “A Rainha Diaba”, ganhador de prêmios Internacionais como Festival de Cinema de San Sebastian, Espanha (1975) e Quinzaine des Réalisateurs, Cannes (1974). Por trás disso tudo está Antônio Carlos da Fontoura, produtor e diretor que tem vasta experiência no mercado cinematográfico e também televisivo. Trabalhou na Rede Globo como roteiris-

Por Fernanda Medeiros


Agência Sens: Bete, Fernando, Antonio Fontoura (diretor do filme “Somos tão Jovens”), Fernanda e Diego tava incrível”, diz Diego Leonardo, Produtor de RTVC da Agência Sens. Elaborando o projeto de uma campanha desde os estudos iniciais até, enfim, chegar à criação, a agência percebeu como o trabalho contribuiu para o crescimento acadêmico e profissional do grupo “Ter a responsabilidade da criação do projeto experimental ‘Somos tão Jovens’ foi um grande desafio, por se tratar de uma marca instantânea, não possuindo um histórico de comunicação. Tive que partir das informações obtidas através da Canto Claro, entrar na história, criar o filme em minha cabeça. Espero que o resultado desse estudo surpreenda a todos, levando para um lugar de juventude e voz”, comenta Fernando Alfaro, Diretor de Arte da Sens. A apresentação do trabalho de Conclusão de Curso aconteceu dia 18 de novembro, no campus Anália Franco, e foi um grande sucesso. Com a melhor nota do campus, a agência representou a Universidade Cruzeiro do Sul no Concurso

da APP – Associação dos Profissionais de Propaganda – e levou a Garra do Galo, troféu oferecido ao melhor Projeto Experimental de 2011. o filme tem previsão de lançamento no cinema em julho de 2012. A Sens A agência foi criada no ano de 2010, reunindo oito personalidades diferentes com o mesmo objetivo: produzir bons trabalhos acadêmicos. A formação atual é composta por: Diego Leonardo – Produtor de RTVC, Fernando Alfaro – Diretor de Arte, Daniel Nascimento – Redator, Elisabete nascimento – Planejamento, Andreza Policarpo – Pesquisa, Denise Bondorenko – Mídia, Fernanda Medeiros e Taís Araujo – Atendimento. Em 2010, a agência levou o Prêmio Galo de ouro, pelo projeto Simulado de Campanha, com o cliente Davene e, em 2011, conquistou a Garra do Galo, pela APP São Paulo.

foto : divUlGAção/ AGênCiA SEnS ComUniCAção

tazes de seus maiores sucessos. Ficamos horas conversando. Fontoura explicou-nos todo o projeto, sua empolgação contagiou a agência, contamos a nossa ideia e, no mesmo momento, ele aceitou, dizendo que se sentia honrado por termos escolhido seu filme para o nosso trabalho. Nosso projeto seguiu, e, a cada nova informação, a pressão por um bom trabalho crescia. Foram dezenas de noites sem dormir para entregarmos a primeira etapa do projeto, o planejamento. neste mesmo tempo as filmagens iniciaram e, no dia 23 de julho, fomos convidados a conhecer o set no pólo cinematográfico de Paulínia, interior de São Paulo. “Mais uma vez os esforços valeram a pena, no momento em que entramos no apartamento reconstruído da família Manfredini, no quarto do Renato Russo, onde o ator Tiago Mendonça se preparava para rodar a cena. A produção es-


cinema Cinema de vanguarda

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Por Janaina forti

palavra vanguarda provém do francês avant-garde, e temos como um dos seus sentidos comuns “parte da frente”. A expressão vanguarda, portanto, imputa algo que está à frente do seu tempo. Principalmente nos anos 1920, 1950 e 1960, grupos de diversas origens passaram a realizar experimentos de interação entre o cinema e as vanguardas artístico-literárias. A intenção era fazer uma autocrítica da arte, recriando o processo de criação fílmica como uma forma de protesto, de inovação, reinvenção da arte e do mundo através do advento do cinema. o cinema de vanguarda procurava questionar e discutir os valores estéticos tradicionais, atribuindo uma nova linguagem artística revolucionária para a sua época. Como forma de nova expressão artística, experiências futurista saíram do âmbito da música e da pintura e foram inseridas no cinema, como no filme “A vida futurista”, do autor italiano Filippo Marinetti, criando sobreposições e imagens tridimensionais. o cubismo (movimento artístico do século xx), por exemplo, também aparece em filmes como “Ballet Mecanique” (1924), de Fernand Léger, fazendo um experimento de figuras geométricas, música e abstracionismo. na Alemanha, após a Primeira Guerra mundial nos anos 1920, o expressionismo proveniente da pintura foi trazido para o cinema imprimindo um olhar distorcido de elementos de cenário, fotografia e maquiagem, conferindo uma expressão de subjetividade psicológica aos personagens e aos ambientes do filme, de acordo com uma visão de mundo naquele momento. Com cenários retorcidos, sombrios e maquiagem pesada, os personagens eram carregados de pessimismo e alucinações, como, por exemplo, em “o gabinete do doutor Caligari” (1919), de Robert Wiene, “Nosferatu” (1922), de F.W. Murnau, “Metrópolis” (1927), de Fritz Lang, entre tantos outros filmes que instigaram um grande interesse em produtores hollywoodianos que desejavam inserir em suas produções elementos expressionistas. Também na década de 1920 na França, já havia manifestações fílmicas trazidas do movimento artístico dadaísta, talvez uma das mais provocativas que mesclavam diversos elementos de imagem, sons e movimentos desconexos. o artista plástico francis Picabia, juntamente com o pintor e poeta Marcel

duchamp e o fotógrafo man ray, acabaram fazendo a ligação entre o dadaísmo americano e o francês. Em 1926, com o “Anemic Cinema”, primeiro filme de marcel duchamp, o filme traz esferas rodando e letras que formam palavras e frases que não se podem interpretar ao certo. luis Buñuel, na Espanha, em 1929, rodava seu primeiro e mais famoso filme, “Um chien andalou”, repleto do mais puro surrealismo, trazendo imagens não lineares e fora de conexão. Na França, por volta dos anos 1950/1960, o diretor deixava de ser apenas um diretor e passou a ser chamado de cineasta. Esse profissional deixava de ser um simples diretor de cena para se tornar um autor/ diretor de cinema que “escreve com sua câmera”. Com a formação de cineclubes e a reunião de críticos e intelectuais que escreviam na revista Cahiers Du Cinem, surgiram grandes diretores, como Jean-luc Godard e François Truffaut, uns dos fundadores (juntamente com André Bazin) da nouvelle vague. o movimento era formado por diretores que acreditavam que um filme devia representar a visão pessoal do cineasta e defendiam produções de baixo custo. os movimentos de câmera, como o plano sequência, a utilização de personagens falando diretamente com a câmera e a inexistência de uma grande virada no enredo com narrativas simples e contínuas caracterizavam um pouco da ruptura que a Nouvelle Vague trouxe para o cinema. “os incompreendidos” (1959), de troffaut, e “Acossado” (1959), de Godard, foram dois filmes consagrados como marco da estética cinematográfica francesa. Entre as décadas de 1950/1960 surgia no Brasil o Cinema Novo, com o famigerado lema: “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. o diretor Glauber Rocha trazia à tona assuntos, com o objetivo de abordar a realidade do país, do sertão, e até como forma de denunciar as injustiças sociais, como em “Deus e o diabo na terra do sol”, de 1963. qual seria o cinema de vanguarda nos tempos de hoje? Ele poderia ser analisado anacronicamente mais adiante, sendo observado como obras anticomerciais e não narrativas que trouxeram inovações de caráter experimental ou já se esgotaram as possibilidades de vanguardas cinematográficas? haveria ainda manifestações de protesto ou de rupturas estéticas no cinema do mundo pós-moderno?


Cores de Burton Por GABRIELA FERREIRA e JANINY LUPPI

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im Burton, 52 anos, diretor e produtor. Começou sua carreira como desenhista da Disney, mas logo foi demitido pois sua linguagem não se adaptou aos padrões da empresa. Em busca de seu lugar ao sol, passou a criar seus próprios projetos, imprimindo sua marca registrada: um forte contraste de cores. Esse excêntrico cineasta americano, depois de muitos trabalhos, ganhou a atenção para esse seu jogo de cores com “Batman” (1989). No filme, o personagem Coringa (Jack Nicholson) veio como um elemento perturbador. Suas cores fortes destoavam do ambiente sombrio que a cidade de Gotham City tem, e do próprio Batman, que vem num tom muito escuro. O personagem tem grande interferência na realidade, mas não só pelos seus feitos, mas pela cor muito presente. Sua outra obra foi o filme “Edward: Mãos de Tesoura” (1990), que traz uma dinâmica inversa à do filme Batman. Aqui, o ambiente é muito cheio de vida, muitas cores. Já o personagem principal vem monocromático. Na visão de Burton, Edward (Johnny Depp) é a representação da realidade, pois, trazendo a cidade com muitas cores, é vista como um mundo inexistente, perfeito demais para ser real. E Edward, que é uma espécie de “Frankenstein”, se mostra muito mais humano do que todos da cidade. A cidade o via como um monstro devido a sua aparência, mas ele em momento algum os rejeita, pelo contrário, sempre está disposto a ajudá-los. Com Edward, Burton começa sua crítica à sociedade, e, nos demais filmes, ele passa a usar as cores como um elemento irreal, um mundo de sonhos. E é na representação do cinza que ele expressa a realidade. Em “A Fantástica Fábrica de Chocolates” (2005), a cidade é cinza. Já a fábrica vem com muitas cores, remetendo a este lado imaginário, como um sonho.

Uma vez que na história é um sonho, é um desejo estar na fábrica, então é desta forma que ela vem exposta. Outro exemplo é a animação “A Noiva Cadáver” (2005), onde a realidade de Victor é um mundo sem cores e sem alegria. Quando ele se envolve no drama da noiva cadáver e é levado ao submundo dos mortos, vê que lá é cheio de vida e mais alegre do que todos imaginam. Percebemos que, em todas as produções, é neste mundo de cores que os personagem principais encontram a solução de seus problemas na vida real. Willy Wonka (“A Fántastica Fábrica de Chocolates”) sempre viveu aquele mundo fantástico de sua fábrica em busca da fuga da realidade, mas consegue mudar isso quando conhece o jovem Charlie. Já Victor (“A Noiva Cadáver”) consegue mudar sua visão do seu forçado casamento após passar um tempo com a noiva cadáver do mundo dos mortos. A crítica mais intensa é com o filme “Sweeney Tood” (2007). É o mais escuro e descrente da realidade. É quase total a ausência de cores e, nos poucos momentos em que ela aparece, são expostas pelos devaneios da personagem Sra. Lovett (Helena Boham Carter) ou pelos constantes esguichos de sangue. Assim como o personagem Benjamin Barker (Johnny Depp), que perde toda a sua fé e só enxerga o ódio e seu desejo de vingança pela perda de sua esposa, a cidade também é pessimista. Ambos sem vida, ambos sem cor. Tim Burton, usando esse jogo, consegue tratar de assuntos muito sérios de maneira mais suave e, ao mesmo tempo, fazendo uma grande crítica à sociedade, que na visão dele está morta, sem vida e, claro, sem cor. Uma sociedade que vem perdendo as esperanças, e vive num mundo de sonhos. Muitas vezes, esse mundo pode lhe trazer as respostas para as soluções na vida real, mas apenas se procurar. Viver na ilusão não fará a sua vida melhor, ela continuará sem cor.


A evolução da Sétima Arte

Por Paula Gonçalves E Gisele Martins

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m Paris, 28 de dezembro de 1895, se deu o marco inicial do cinema, arte que vem encantando a todos e crescendo desde então. Foi neste dia que os irmãos Lumière, inventores do cinematógrafo aparelho inspirado na engrenagem de uma máquina de costura - realizaram a primeira exibição pública e paga de cinema. Foram exibidos filmes mudos de pouca duração que retratavam o cotidiano. Dentre os filmes exibidos estavam “A saída dos operários da Fábrica Lumière” e “A chegada do trem à Estação Ciotat”. Os irmãos franceses decidiram então enviar cinegrafistas para vários países com o propósito de registrar imagens e difundir, assim, diversas culturas dentro da capital da França. Com o passar do tempo, os filmes começaram a ter como propósito contar histórias, e o francês Georges Méliès, que comandava um teatro, foi o primeiro grande produtor de filmes de ficção com narrativas voltadas para o entretenimento, filmando “Viagem à Lua”, de 1902. Era o cinema adquirindo aspectos artísticos. Logo depois, no início do século XX, o diretor estadunidense David W. Griffith, um dos pioneiros de Hollywood, criou filmes em que a montagem e os movimentos de câmara eram empregados com maestria, estabelecendo, assim, os parâmetros do fazer cinematográfico dali em diante. Com o surgimento da Primeira Guerra Mundial, a Europa reduziu a quantidade de filmes. Assim, a produção cinematográfica passou a se concentrar nos

Estados Unidos. Um dos grandes destaques do cinema mudo foi Charles Chaplin, uma imagem icônica conhecida em todo o mundo até os dias de hoje. Já no ano de 1926, surge o primeiro filme falado, “O Cantor de Jazz” da Warner Brothers, porém, o som do filme não era totalmente sincronizado. A Warner conseguiu o feito somente dois anos depois, com o filme “As Luzes de Nova Iorque”, 1928. As novidades no mundo cinematográfico não pararam por aí. Em 1935 foi lançado o primeiro filme colorido pelo estúdio Fox,“Vaidade e Beleza”, de Rouben Manoulian. Atualmente, o que é “novidade” são os filmes em 3D, mas o que a maioria das pessoas não sabe é que essa tecnologia já foi utilizada há muito tempo. Em 1922, foi lançado o primeiro filme 3D, “O Poder do Amor”, dirigido por Nat G. Deverich e Harry K. Fairall, mas somente na década de 50 alcançou um sucesso relativo, porém, não decolou, pois na época eram usados óculos de projeção anáglifa que normalmente eram de papelão e possuíam uma lente vermelha e outra azul que causava a falta de fidelidade nas cores e dores de cabeça que desagradavam os espectadores. Hoje, com o avanço da tecnologia, os filmes são exibidos em Dolby 3D, Imax 3D, MasterImage 3D, RealD Cinema e XpanD 3D, com óculos de lente polarizada, garantindo, assim, mais qualidade e realidade ao filme. O Cinema é denominado sétima arte, desde a publicação do Manifesto das Sete Artes, pelo teórico italiano Ricciotto Canudo, em 1911.


a trajetória do Cinema BraSiLeiro

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Por ahlex lessa E alex ferrarezzi

ara muitos, o cinema brasileiro é sinônimo de pobreza, nordestino, baixaria, apelação sexual e/ou tiros e favelas. Logicamente que não podemos deixar de enfatizar que por anos a única coisa que se via nos filmes nacionais era realmente isso. quem não se lembra do “Central do Brasil” (1998)? nos diálogos, durante o filme, foram soltos diversos palavrões, para retratar a dura realidade onde vivia a personagem interpretada pela atriz Fernanda Montenegro. Claro que, mesmo com essas “atribuições”, Fernanda montenegro foi indicada ao oscar de melhor atriz. isso mesmo, de melhor atriz. ou seja, o enredo e a ideia central do filme passaram longe de ser indicado. A trama da pobreza, palavrões e afins não alegrou até mesmo muitos brasileiros, quem diria os americanos. é lamentável que, muitas vezes, na fila do cinema, algumas pessoas comentem: “Ah, é filme nacional, não deve ser bom, ou deve ter apenas palavrões e tiros”. E concordamos. muitos filmes nacionais continuarão não sendo bons. Mas não pode deixar passar e não dizer que essa realidade mudou. temos filmes lindos, inteligentes e até alguns desconhecidos do grande público, inclusive com prêmios. Mas devemos nos questionar sobre essa trajetória, afinal, algo aconteceu e vem mudando. Um filme como “Dona Flor e seus dois Maridos” (1976) era o recordista de público, com 10,7 milhões de telespectadores, posto que manteve por 34 anos, só sendo batido por “Tropa de Elite 2” (2010), com 11 milhões de telespectadores. mas o que será que aconteceu com os outros filmes durante todo esse tempo? Devemos julgar e dizer que foi por falta de capacidade dos roteiros e diretores? ou a culpa é apenas do povo, que prefere pré-julgar o filme sem antes vê-lo? Afinal, é mais gostoso assistir a um filme americano ou inglês, com efeitos especiais, com atores renomados, segundo a mídia. Mas a questão mais óbvia que podemos levantar é que o cinema brasileiro vem se esforçando e se modificando, seja pela parte de quem produz, seja por quem assiste. Até porque o público está cada vez mais exigente e isso só tem a ficar mais forte. também temos que elogiar quem produz os filmes. Por mais que ainda existam muitos palavrões, pobreza

e afins, os textos ficaram mais adaptados ao mercado, ou seja, o enredo demonstra comédia, traição, briga de casais, separação e até mesmo reflexão para a vida. Nós sempre tivemos a impressão de que as pessoas envolvidas com o cinema brasileiro preferiam se fechar no mundo “deles” e não importava o que se via fora. Concordamos que muitas coisas feitas nos Estados Unidos são enormes besteiróis, que não adicionam em nada tanto para cultura, quanto para pessoa. Mas e as pessoas que gostam desses besteiróis, ficam apenas se lamentando quando assistem aos filmes nacionais? tão regados de tiro, morte, gritaria e pobreza? o Brasil é um país que possui diversas etnias e gostos culturais, e então por que até hoje não explorar esse lado? falta de recurso? ou falta de vontade? Percebemos que esse canto do besteirol ainda pode dar muitos valores ao mercado nacional. Mas quem investirá para fazê-lo? E, além disso, não só é preciso fazer, mas, sim, que os produtores e escritores saiam da sua “zona de conforto” e utilizem sua criatividade para isso. Parece que o cinema nacional prefere manter o estilo de “cultura” a abranger todos os gostos. Assistimos a um filme com a atriz ingrid Guimarães, chamado “De Pernas pro Ar” (2011), que conseguiu fazer com que muitas pessoas rissem dos acontecimentos passados pela personagem. E o que dizer do filme “Bruna Surfistinha” (2011), que muitos julgavam ridículo e “vulgar”? mas o filme conta a vida de uma ex-garota de programa. o que podíamos esperar? que tudo se passasse no colégio de freiras? mas já ressaltamos que o filme não é regado de palavrões e tiros, como era de se esperar. Porém, de uma forma diferente e que nos envolveu. Por fim, vemos que, para o cinema brasileiro evoluir, seus frequentadores também precisam evoluir. Um exemplo de que isso acontece é entrar em uma locadora e os filmes brasileiros estão separados dos demais. Se o filme é de ação, por que não está junto na seção de ação? Salientamos também que não adianta fazer um filme cheio de ações e efeitos, se o brasileiro ainda não estiver preparado para esse novo mundo. A trajetória do cinema brasileiro já passou por momentos difíceis, mas começamos a ter a esperança de que lá no fim, bem lá no fim do túnel, está a luz que aperfeiçoará essa relação entre história e evolução.


artigo FormaÇão para o merCado e a peSQuiSa: o papeL do tC em rrpp Por Profª. drª. vilMa silva liMa

reSumo O artigo analisa a inserção do TC – Trabalho de Curso – em Relações Públicas e sua contribuição para a formação acadêmica e orientação para o mercado de trabalho dos egressos do curso. A análise parte da legislação que define as condições de oferta do curso e aborda o posicionamento das entidades de classe e órgão de pesquisa quanto à legitimação do TC como prática de pesquisa e do campo de Relações Públicas. ComuniCaÇão e reLaÇõeS púBLiCaS: aÇõeS para ConStruÇão doS CampoS

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o ConCeito de Campo e Sua apLiCaÇão em rrpp[1]

sse artigo tem como foco a análise do Trabalho de Curso (TC) na formação e no impacto na vida profissional dos futuros Relações Públicas. Antes de aprofundarmos a discussão, entendemos que é importante definir o referencial teórico adotado. o subtítulo de nosso artigo, para alguns, já apresenta uma pista dos caminhos que serão trilhados; para outros, aqueles que nunca ouviram falar do conceito de campo, por exemplo, pode parecer estranho, ou até mesmo uma ideia fora do lugar a utilização da palavra “campo” para designar o primeiro item deste artigo. A opção por utilizar a noção de campo para se pensar a importância do TC no curso e na área profissional dos futuros rrPP

pode parecer estranha, mas não o é quando pensamos na definição dos campos de Comunicação e RRPP. Aliás, muitos autores já estudaram a Comunicação e as RRPP, a partir da teoria de Campo. A noção de campo parte das pesquisas de Pierre Bourdieu, sociólogo francês, que compreendia o mundo social à luz de três conceitos complementares, ainda que distintos: campo, habitus e capital. Bourdieu compreendia campo como “espaços estruturados de posições cujas propriedades dependem das posições nestes espaços, podendo ser analisadas independentemente das características de seus ocupantes“. Para que exista, efetivamente, um campo, o autor chama atenção para o seguinte: “é preciso que haja objetos de disputas e pessoas prontas para disputar o jogo”. Então!!! você, leitor, tem

[1] Seguimos o pesquisador Theobaldo de Andrade, que utiliza essa denominação para diferenciá-la de RP.

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dúvida da pertinência da utilização do conceito (campo) para o entendimento da Comunicação e das rrPP? Será que há de fato um espaço no mundo social no qual se enquadre a comunicação e as rrPP? Nesse espaço, de fato, há disputas e pessoas dispostas a jogar? Ao analisar o conceito de campo, proposto pelo pesquisador, fica evidente a pertinência de suas pesquisas aplicadas à nossa área, no caso, as RRPP. Ressaltamos que as reflexões de Bourdieu são utilizadas em diferentes domínios do conhecimento e apresentam diversas possibilidades de análise; além disso, são amplamente empregadas no circuito acadêmico. As pesquisas do autor centram-se nas discussões acerca das relações de forças e dos processos que regulam as sociedades modernas, ou seja, na mediação


entre o indivíduo e a sociedade. Trajetória das RRPP O campo da comunicação sofreu grandes mudanças no Século XX em função da disseminação das mídias de massa. Tornou-se uma questão acadêmica, política, estética e econômica. De nossa parte discutiremos dois aspectos fundamentais do campo: a legitimação das práticas de mercado e a das práticas do Ensino Superior dedicado à área das RRPP. O ensino na área (comunicação como um todo) surge como necessidade de orientar práticas profissionais desenvolvidas sem a devida reflexão teórica acerca do fazer comunicacional. O campo do Jornalismo atrai a maior parte dos interesses de pesquisadores das ciências sociais. Nas teorias da comunicação, o jornalismo também predomina, por meio dos elementos: newsmaking, agenda setting, gatekeeper que privilegiam os estudos do ethos do jornalista e do jornalismo. Já o campo das RRPP desenvolveu-se como estratégia de instituições públicas e privadas, recebendo do campo científico, como as demais áreas, uma habilitação específica, dedicada à formação de graduados em comunicação com foco nas questões relativas às atividades da habilitação. O campo da comunicação é tema de inúmeros trabalhos acadêmicos e práticas profissionais dos diversos segmentos legitimados pela sociedade. Partimos, nesse artigo, desse pressuposto e dedicamos nossa análise ao campo das Relações Públicas, tanto no que se refere às práticas do mercado quanto às do ensino. Como ocorreu com outros campos da comunicação, a RRPP tam-

bém nasce primeiramente como prática de mercado, havendo registro do primeiro profissional a receber esse título em 1914, como colaborador da Light (atual Eletropaulo). É preciso ressaltar que o Brasil foi o primeiro país a regulamentar a profissão de Relações Públicas (Lei 5377 de 11/12/1967). Posteriormente, torna-se objeto de ensino específico em instituições de Ensino Superior (1967 – ECA/USP). Como habilitação de Comunicação Social, o curso é oferecido em inúmeras instituições desde 1967. A partir dos anos 70, as Relações Públicas consolidam práticas e estudos acadêmicos em linhas de pesquisa específicas e têm maior presença em virtude da ampliação do uso das ferramentas de RRPP por parte de organizações privadas e principalmente públicas. A necessidade de planejar em ambientes contemporâneos marcados pela diminuição da participação do Estado no planejamento exigiu de empresas e instituições elaborar planejamento estratégico, atividade desenvolvida por relações públicas com maior eficácia que outras áreas de comunicação. Ao longo do Século XX, acompanhando a expansão da comunicação como elemento central para as relações sociais em todos os âmbitos, a RRPP tornou-se presença obrigatória em organizações de todos os segmentos. A definição do campo profissional é tarefa até hoje desempenhada por especialistas e associações criadas para organizar o segmento e pelo campo científico, responsável pela produção de conhecimento e por reflexões sobre as práticas. A ABRP, Associação Brasileira de Relações Públicas, entende as atividades da área como

... o esforço deliberado, planificado, coeso e contínuo da alta administração, para estabelecer e manter uma compreensão mútua entre uma organização pública ou privada, e seu pessoal, assim como entre essa organização e todos os grupos aos quais está ligada direta ou indiretamente. (ANDRADE, 1993, p. 41). A sofisticação nas relações comunicacionais, como parte da complexidade da própria sociedade fizeram com que surgissem inúmeros conceitos com o objetivo de explicar e orientar as práticas do mercado. Algumas delas derivaram para o marketing, outras para a publicidade; o campo das RRPP desenvolveu estratégias interdisciplinares e contribuiu para a constituição do conceito de comunicação integrada como principal elemento do posicionamento institucional em relação aos seus públicos de interesse. Do Marketing veio, principalmente, a idéia de Endomarketing, criando-se planos específicos para colaboradores, agora compreendidos como participantes ativos da construção da identidade das empresas nas quais realizam suas atividades. As RRPP trabalham com os públicos de interesse das organizações e contribuem para que estas se posicionem de maneira adequada para cada um deles. Com isso há melhor aproveitamento dos potenciais em relação a cada público e neutralização das fragilidades em relação a cada um deles. Intersecção entre campos O campo científico busca constituir-se como espaço de reflexão e orientação para as práticas de mercado. No campo das RRPP a


O TC em RRPP A elaboração do TC inclui pesquisa acadêmica e de mercado, desenvolvimento de práticas experimentais, incentivo ao trabalho em equipe e, ainda, preparação para pós-graduação. É parte do projeto pedagógico em todas as IES (Instituições de Ensino Superior) que

oferecem o curso e ensejam premiações por entidades de classe e órgãos de pesquisa, legitimando os resultados e apresentando visibilidade a IES, alunos e docentes. A orientação de TC contribui para o processo ensino-aprendizagem desenvolvido na graduação em RRPP ao consolidar um trabalho realizado de acordo com as regras acadêmicas e com as práticas do mercado. Profissionais do ensino e do mercado de RRPP têm oportunidade de avaliar práticas e propor projetos experimentais orientados por premissas desenvolvidas na academia e testadas nos diversos ambientes de mercado. Os prêmios mais relevantes demonstram a convergência entre os campos científico e profissional na área: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e ABRP organizam anualmente eventos nos quais são apresentados os trabalhos realizados como parte do processo de formação acadêmica.

A Universidade Cruzeiro do Sul no Prêmio ABRP Na Universidade Cruzeiro do Sul, o desenvolvimento de Trabalhos de Curso para um cliente real, ocorre desde a primeira turma do curso (1994/1997). No ano de 1997, dois Projetos foram desenvolvidos e desde então diversos planejamentos de comunicação para as mais variadas áreas são apresentados anualmente por nossos discentes. Entre 2002 e 2009 mais de uma dúzia de trabalhos foram premiados pela Associação Brasileira de Relações Públicas que anualmente premia os melhores trabalhos desenvolvidos pelas inúmeras faculdades de Relações Públicas do país. O TC “Comunicação Integrada Finta – uma estratégia vencedora”, desenvolvido no curso de RRPP da Universidade Cruzeiro do Sul, pelos alunos Aline Medeiros, Diego Capelo, Dorothy da Silva, Lucas Godoy e Lucia Porto, foi inscrito em três das dezesseis categorias existentes e obteve as seguintes premiações:

Mais uma conquista dos alunos do Curso de Relações Públicas da Universidade Cruzeiro do Sul

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FOTO: aCERVO abrp

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imbricação entre o campo científico e o campo do mercado ocorreu com menos conflitos que em outros, considerando as associações profissionais e docentes transitarem pelos dois campos tendendo mais à sinergia que às divergências. O reconhecimento mútuo ocorre em diversos programas comuns desenvolvidos e o TC – Trabalho de Curso – é elemento-chave do processo de aproximação entre formação acadêmica e atuação no mercado de trabalho. Lembramos que o TC produzido pelos alunos de RRPP pressupõe a realização de um projeto de Comunicação para um cliente real, ou seja, de fato, uma instituição que já esteja estabelecida no mercado. As atuais Diretrizes para o Curso de Comunicação Social, estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases de 1997, orientam a formação de cursos heterogêneos, de acordo com os projetos pedagógicos das instituições que os oferecem, em contraposição às diretrizes anteriores, do início dos anos 1980, que definiam disciplinas e tornavam os cursos mais homogêneos no que se refere às práticas pedagógicas e à nomenclatura das disciplinas. Em ambos, o TC mantém-se como principal articulador entre os conceitos das ciências humanas e sociais, comunicação social e relações públicas e sua aplicação prática.


profª. drª. vilma Lima (à esquerda) e membros da agência experimental vero recebendo o prêmio da aBrp

ConSiDerAÇÕeS finAiS Em um país instável, sob vá-

rios aspectos, o planejamento em RRPP exige conhecimento, criatividade e muito trabalho para construir planos capazes de orientar empresas, instituições e pessoas. Combinar esses elementos no ambiente acadêmico é um desa-

BiBLioGrAfiA AndrAdE, Cândido teobaldo de Souza. Curso de relações públicas: relações com os diferentes públicos. 6. ed. São Paulo: Thomson, 2003. AndrAdE, Cândido teobaldo de Souza. Para entender relações públicas. 4. ed. São Paulo: loyola, 1993. BoUrdiEU, Pierre - questões de Sociologia. rio de Janeiro: Ed. marco Zero, 1983. frAnçA e frEitAS, fábio e Sidinéia Gomes. manual da qualidade em Projetos de Comunicação.São Paulo: Pioneira, 1997.

foto: ACErvo ABrP

1º LuGAr: Projeto Experimental Empresas Privadas; 2º LuGAr: Ações estratégicas de RRPP – apoio ao marketing; 3º LuGAr: Ações Estratégicas de RRPP – comunicação interna; e m e n ÇÃo HonroS A : ações estratégicas de RRPP em ações culturais e esportivas. Ao longo destes 17 anos de oferecimento do Curso na Universidade Cruzeiro dos Sul, diversos trabalhos receberam premiações, o que demonstra a maturidade do curso na iES, que, em 1997, formou a primeira turma de graduados em RRPP e, desde então, busca aprimorar o projeto pedagógico do curso e estruturar a comunidade acadêmica formada por docentes e discentes, em busca de sintonia com o campo de atuação dos egressos.

fio coletivo de docentes e alunos, que, na elaboração de TCs o fazem e contribuem para a formação acadêmica e profissional, além da consolidação do campo de RRPP. mudanças no sistema de Educação Superior, ocorridas nas décadas de 1980 e 1990, pouco afetaram o papel do TC como parte do projeto pedagógico, confirmando o acerto de manter a exigência de elaboração de trabalho teórico-prático na formação específica em rrPP. A emergência de novas iES, a partir dos anos 1990, nas quais são oferecidos cursos do campo de RRPP, e a sinergia entre estas instituições, órgãos de pesquisa e associações profissionais do campo contribuíram para consolidar o TC como prática acadêmica e de interface com o mercado. A Universidade Cruzeiro do Sul faz parte do campo desde 1994 e participa do processo de construção do campo de RRPP, desenvolvendo práticas pedagógicas voltadas à formação dos futuros RRPP.


reportagem reaLidade reviSta

O TROCADILHO NÃO É NOSSO. TRATA-SE DO TÍTULO DE UMA RECENTE PUBLICAÇÃO SOBRE A RELEVÂNCIA DA REVISTA REALIDADE PARA A HISTÓRIA DA IMPRENSA BRASILEIRA, VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO PROPOSTO PELA EDITORA ABRIL, QUE MUDARIA, PARA SEMPRE, O CENÁRIO DE UM PAÍS MARCADO PELO REGIME DITATORIAL.

N

Por anselMo duarte E thaÍs saraiva

o final de 2010, os jornalistas José Carlos Marão e José Hamilton Ribeiro lançaram, pela Realejo Livros, a obra “Realidade Revista – A história e as melhores matérias da revista que marcou o jornalismo e influenciou as mudanças no país”. Logo de cara,

o livro conta a trajetória da revista Realidade, que durou apenas dez anos, de 1966 a 1976. Para a época, ela era ousada e inovadora, escrevia matérias em primeira pessoa e abordava assuntos polêmicos. Passaram pela revista jornalistas como José Hamilton ribeiro, Carlos Azevedo, Eurico Andrade, Roberto Pereira, Roberto Freire, Múcio Borges da Fonseca, Audálio Dantas, os fotógrafos Wal-

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ter Firmo, Roger Bester e Cláudia Andujar. o redator-chefe Paulo Patarra contava com o apoio de Woile Guimarães, Alessandro Porto, Luiz Fernando Mercadante, Sérgio de Souza e Narciso Kalili. Além da grande equipe, algumas personalidades participaram ativamente. Para citar alguns: Adoniran Barbosa, Carlos Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, Carlos Lacerda, Plínio Marcos e Paulo Francis.

foto: roSEAnE fErrEirA

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Nossa equipe de reportagem conversou com alguns personagens determinantes para a construção da história desta revista, tão bem quista no meio jornalístico. O primeiro a conversar com a Código foi José Carlos Marão, atuante como repórter da revista por cinco anos. Para ele, o que diferencia o seu livro, de 430 páginas e 11 capítulos, dos demais já lançados sobre o tema é a idealização de tal projeto partir de quem vivenciou o veículo de perto. Também buscamos referências nos estudos empenhados por José Salvador Faro, professor doutor de História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Além de se considerar um ávido leitor da Realidade e possuir tese no assunto, Faro também publicou o livro “Revista Realidade, 19661968 - Tempo da reportagem na imprensa brasileira”, pela editora Age. Falamos ainda com quem ajudou o livro “Realidade Revista” a ga-

A Realidade na real

A revista começou a ser elaborada em 1965, em São Paulo. Inicialmente como revista semanal, encarava a concorrência carioca de títulos como O Cruzeiro. Já como revista mensal, contratou vários jornalistas advindos de outros veículos, como Quatro Rodas e Jornal da Tarde, assim como apostou em novos talentos. “Realidade teve

seu primeiro número lançado em abril de 1966. Foi o meu terceiro emprego na vida. Os dois anteriores tinham sido muito curtos e eu era muito jovem. Obviamente, marcou minha vida e minha carreira”, relembra Marão. Dentre tantas reportagens realizadas pela revista, destacar uma delas é um tanto complicado, mas Marão se arrisca: “A matéria mais marcante foi Nossa Cidade, publicada na edição número dois. O motivo: ela criou um estilo, que viria a caracterizar uma parte das matérias da revista e outros colegas”. Segundo os entrevistados, os leitores assíduos da revista sabiam quem escrevia pelo estilo da reportagem, pois cada jornalista escrevia de forma autoral, sem cumprir as regras do padrão jornalístico clássico. “Eu procurava trazer para o papel impresso o linguajar coloquial das ruas, corrigindo os erros, obviamente. Quando possível, usava alguma técnica de suspense, para intrigar o leitor e levá-lo até o fim do texto. A abertura tinha que ter algum impacto, e o final deveria, de alguma forma, concluir a linha de pensamento da matéria”, esclarece Marão. Para Guimarães, o texto era diferenciado de revistas da época, como O Cruzeiro, por exemplo. A Realidade também não se parecia em nada com os textos-legenda de revistas como Manchete e Fatos e Fotos. “Realidade inovou, trabalhando mais o texto, mas nunca perdendo o conteúdo. Privilegiava a informação, contextualizava-a e dava o sabor do romance às reportagens, permitindo que os repórteres colocassem arte e estilo nas narrações.” O padre e líder de movimentos sociais na Zona Leste, Antonio Luiz Marchioni, ou Padre Ticão, como é conhecido na Paróquia São Fran-

foto: Miriam freitas

O autor do livro “Realidade Revista”, José Carlos Marão

nhar as livrarias: José Luís Tahan, proprietário da Realejo Editora e livreiro na cidade de Santos, em São Paulo. Ele nos contou como encarou o desafio de trazer a revista Realidade à tona. “Conheci mais da revista depois de viver com dois dos seus fundadores. Os jornalistas eram autores que se alinhavam ao jornalismo literário, como se costuma denominar. Assim, tornei-me um admirador da postura e ousadia daqueles tempos. Nenhuma revista de hoje se compara em popularidade e qualidade de textos e imagens”. Conversamos também com Woile Guimarães, jornalista e um dos proprietários da GW Comunicações, que já trabalhou em diversos veículos, dentre eles, Folha de S. Paulo e Rede Globo. Ele atuou na Realidade como secretário gráfico, mas logo assumiu a secretaria de redação e ficou por lá até o Ato Institucional de Número 5 (AI-5). Como um dos pontos fortes da Realidade era a fotografia, não podíamos deixar de fora um bate-papo com Cláudia Andujar, que atuou na revista como free-lancer a convite de Victor Civita, fundador da editora Abril. A fotógrafa que nasceu em Neuchâtel, na Suíça, hoje é naturalizada brasileira. Por fim, ouvimos os leitores saudosistas Antônio Luiz Marchioni e Joilda Bélo.


Realidade em foco

Faro ressalta a qualidade estética da revista, em especial, de suas fotografias: “Era a mais elaborada

Faro lê edição especial da Realidade, censurada em 1967 em termos gráficos. As matérias eram muito sincronizadas com a época.” Guimarães acrescenta que “Realidade inovou também nas fotos, contratando grandes fotógrafos que faziam verdadeiros ensaios e não apenas documentavam as reportagens, mas acrescentavam sensibilidade visual e artística. Os exemplos estão em toda a coleção da revista, desde o número um”, explica o jornalista. As pessoas consideravam que a fotógrafa Cláudia Andujar tinha um jeito especial de entrar nos lugares, pela curiosidade de estrangeira. E, de fato, as fontes das reportagens a acolhiam com facilidade. “Eu tinha aproximadamente 22 anos. Normalmente, ia sozinha para o local escolhido. Considero que fez a diferença, a liberdade que a Realidade me deu”, analisa Cláudia. Ao ser questionada sobre momentos marcantes de sua carreira, ela sorri e recorda com satisfação quando fotografou o norte brasileiro: “Um padre havia sido assassinado na Amazônia. Não havia interesse em fazer denúncia devido

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ao momento político. Então, decidi fotografar os índios Yanomami. Fiz um retrato humano deles. A revista dedicou a capa e mais seis páginas à índia que fotografei. Foi gratificante. Não ficou só na reportagem. Passei a ser ativista na causa em defesa da tribo Yanomami”. Em janeiro de 1967, uma edição temática teve que sair das bancas com o argumento de que uma foto era indecente, claro sinal da censura imposta pelo regime militar vigente no Brasil entre 1964 e 1985. A edição censurada foi vendida recentemente nas bancas, relançada pela editora Abril. “Os censores alegaram que era devido à foto que tirei de um parto realizado no Rio Grande do Sul”, explica a fotógrafa.

Painel de comportamentos

A revista Realidade desafiou muitos preconceitos com suas matérias. Para Marão, todos tentavam, racionalmente, combater os preconceitos de que estavam impregnados, desde a infância. “Não só os jornalistas da Realidade, mas toda uma geração de uma determinada camada cultural conseguiu, em boa medida, se livrar dos preconceitos. Mas, infelizmente, a geração imediatamente posterior era muito conservadora, em todos os sentidos”, lamenta. Para o experiente jornalista, a revista contribuiu para a mudança de costumes, na medida em que divulgou e, em alguns casos, endossou as grandes mudanças que estavam ocorrendo no resto do mundo. “Pode parecer inacreditável, nos dias de hoje, mas os tabus da virgindade, do divórcio, do casamento inter-racial e muitos outros eram fortíssimos. Uma revista de grande circulação, atacando diretamente esses temas, obviamente atingiu grande parce-

foto: Miriam freitas

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cisco de Assis, no bairro de Ermelino Matarazzo em São Paulo, relembra: “Eu era um jovem no seminário, por volta de 1968, e saiu uma reportagem sobre um senhor da minha cidade natal, Urupês, interior paulista. Ele escrevia ainda no tempo da impressão mais artesanal. Depois entregava os jornais de casa em casa. Realidade trazia um modo humano de fazer reportagens.” Faro comenta como conheceu a revista Realidade. “Comecei a ler a Realidade, porque sempre gostei de ler e, naquela época, não havia tantas revistas como hoje. São daquele tempo O Cruzeiro e Manchete. Na roda de amigos também se falava de uma revista diferente, com reportagens mais profundas. Tínhamos mais tempo para leitura. E aqueles textos foram sendo excelentes para discutirmos assuntos, pautarmos conversas. Foi uma adesão espontânea. Mais tarde, já como estudante, ela me chamou atenção pelo aspecto da importância cultural para nossa sociedade.” Ao comparar o jornalismo praticado pelas revistas atuais com a revista Realidade, Marão explica que os contextos sociais, econômicos e culturais são completamente diferentes. A Realidade, dentro do contexto da época, dava liberdade para cada um desenvolver seu próprio estilo. “Outros condicionamentos, como a periodicidade mensal, levaram a um exercício de criatividade que permitiu encontrar muitos caminhos novos nos textos. Hoje, há satélites, internet e outros recursos. Parece, então, que o estilo da revista Realidade ficou mesmo para livros”, sentencia o jornalista.


la do público, que acabava agindo como multiplicadora de opinião.” A respeito da forte audiência, Guimarães complementa: “A verdade é que a revista esgotava-se sucessivamente a cada número. Saiu com 100 mil exemplares e, assim, número a número, chegou a mais de 500 mil exemplares. Um sucesso editorial. os leitores participavam muito com cartas interessantes e instigantes. E, claro, comprando, discutindo os assuntos, debatendo as apreensões, repercutindo a censura que a revista sofria, algumas bem explícitas, como proibições de circulação”, afirma. A revista Realidade é vista, por especialistas em jornalismo, como de grande contribuição para o Brasil. “Naquele período, a revista contribuiu tanto para a modernidade quanto o fusca, a minissaia, a televisão. Porque, mais do que combater a Ditadura, as reportagens falavam de assuntos gerais onde o leitor podia abrir a cabeça, refletir sobre todas as suas inquietações. Não só políticas. E aí, esse leitor se tornava também crítico e criativo. E era, por tabela, ameaça à Ditadura Militar. Sua principal contribuição, a meu ver, foi em discutir muitos temas comportamentais”, explica Faro. Guimarães finaliza: “Se eu fosse resumir em uma frase, a Realidade desbravou o Brasil, quebrou tabus e entendeu seu tempo”.

aS FaSeS da reaLidade

A revista foi marcada por três fases, nas quais a linha editorial mudou ligeiramente sua essência. A primeira fase da revista (19661968) foi marcada por matérias humanizadas e escritas com emoção. Investia-se muito no jornalista, para que ele conseguisse transmitir em suas reportagens uma ideia

real do fato. A grande reportagem era a principal característica editorial do periódico. Faro comenta sobre a fase de ouro de Realidade: “A primeira fase definiu o perfil da Realidade para todos os anos seguintes, foi uma consolidação.” Na segunda fase (1969-1973), o texto perdeu o tom de denúncia, embora tivesse permanecido o formato da reportagem e o estilo literário. Pouco a pouco, a revista foi assumindo o modelo newsmagazine, ou seja, de revista de informação. Marão sentiu falta da fase de ouro da revista. “Participei de duas fases. Todo o esforço na segunda fase era tentar alcançar o mesmo nível da primeira. No entanto, as condições políticas e, eu creio, uma equipe menos criativa que a anterior, impediram.” A partir de outubro de 1973, o periódico abandonou a pauta investigativa. Nesta terceira fase, a revista se assemelhou às revistas época e veja.

CenSura reaL

Nos primeiros anos, a Realidade teve liberdade autoral. Depois, a censura se converteu em autocensura, como conta Marão: “Nenhuma matéria minha foi censurada, tal como se entende a censura, ou seja, impedir a divulgação de alguns fatos. Pelo menos na primeira fase da revista, nunca descartei nada por censura interna. Já na segunda fase, havia muitas amarras, mas a eventual censura já ocorria na própria pauta. Não saíamos para fazer matérias que pudessem trazer problemas.” Segundo Marão, a edição mais emblemática foi a de número dez, edição especial da mulher brasileira, apreendida por ação de setores da Igreja e do Judiciário. Ao

folhear a revista, Faro concorda: “Há uma variedade de temas sobre a mulher brasileira na edição censurada que reportou temas como virgindade, corpo feminino, mãe solteira etc. Foi inovadora.” Joilda Bélo, aposentada, nos fala sobre sua relação com a revista: “Ao ler Realidade, era como se tivesse com quem conversar sobre tabus não abordados em casa, mas pulsantes na sociedade em mudança da década de 60”, desabafa a leitora a respeito dos aspectos feministas da revista. Na capa da edição em questão, uma jovem loira é vista sob uma lente de aumento, traduzindo o desejo da edição de observar a mulher brasileira de perto. “Eu diria que era uma mulher dos anos 60 do sudoeste e do sul do Brasil, onde o mercado se concentrava. Se a revista fosse feita hoje, acredito que seria diferente nesse aspecto, tendo mais consciência da diversidade étnica”, opina Marão. Após publicar 120 edições, Realidade acabou perdendo sua força e fechou em 1976. A revista, que foi de grande importância para jornalistas e leitores brasileiros, com certeza, deixou saudades. Nos dias de hoje, Marão acredita que uma revista como a Realidade estaria em outro tipo de mercado. “Há pelo menos duas revistas mensais muito boas, a Piauí e a Brasileiros. No entanto, a situação é outra. é importante lembrar que, quando a Realidade foi lançada, havia um grande vácuo no mercado de publicações. Realidade preencheu esse vácuo. No mercado de hoje, os espaços estão preenchidos, então é difícil ter o mesmo nível de sucesso.”


televisão

oS CaSSetaS do pLaneta Por ricardo reis E lucilene oliveira

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m dos programas que revolucionou a forma de fazer humor na televisão chegou ao fim em 2010. trata-se do programa “Casseta & Planeta, Urgente!” que compunha, desde 1992, as noites de terçasfeiras da emissora carioca. Por mais estranho que pareça, Cláudio Besserman, Reinaldo Figueiredo, Hélio De La Peña, Cláudio Manoel, Beto Silva, Marcelo Madureira e Hubert Aranha não se conheceram através da telinha. Eles eram redatores dos jornais Casseta Popular e o Planeta diário. Autores do lema ‘’Jornalismo mentira, humorismo verdade’’, os Cassetas tiveram seu primeiro trabalho em televisão com o “Doris para Maiores”, em 1991. Além de interpretar, os futuros Cassetas também escreviam parte do roteiro cômico do programa que mesclava humor e informação. Com a participação dos humoristas, a rede Globo atingiu 52 pontos no iBoPE na época. Devido ao enorme sucesso, em 28/04/1992 nasceu uma das mais bem-sucedidas atrações de humor da televisão brasileira, o “Casseta & Planeta, Urgente!”. Geralmente as atrações incluíam coberturas jornalísticas e documentários falsos, sátiras de outros programas de tv (novelas, filmes, seriados) e de campanhas publicitárias, entrevistas com populares e videoclipes com paródias de músicas de sucesso. Com seu jeito irreverente, os comediantes davam vida a personagens até hoje lembradas pelo grande público, como Seu Creysson, marrentinho Carioca, Carlos maçaranduba, fucker & Sucker, além, é claro, das clássicas imitações de personalidades do meio artístico e político. Ao longo dos anos, além das personagens, o humorístico da Globo veiculou quadros que

representavam situações do dia-a-dia nacional e alguns outros historicamente reconhecidos como as organizações tabajara (sátiras aos programas de vendas da televisão), o Tabajara Futebol Clube (típico time de bairro, considerado por eles como o pior time do mundo), Grupo Gagoto magoto e Sambabaca (sátira aos grupos de samba e pagode, por se tornarem conhecidas por uma só música e ainda assim, com a dicção errada). o Casseta, como era chamado, foi um programa que, durante anos, acompanhou os brasileiros, fazendo rir de situações nem sempre agradáveis. Um programa que valorizava o acervo e a programação da emissora de Roberto Marinho, através de tantas paródias e sátiras de personagens, novelas, programas, seriados e atrações da emissora. Afinal, quem não se lembra do começo do programa com as apresentações humorísticas das mesmas cenas da novela que o antecedia? Porém, o programa nunca mais foi o mesmo quando, em meados 2006, durante a cobertura na Copa do Mundo na Alemanha, o integrante Cláudio Besserman, mais conhecido como Bussunda, passou mal e faleceu. Desde então, nenhum integrante foi adicionado ao programa. o cancelamento do programa, no entanto, não significa o fim do grupo. de acordo com o que foi divulgado pela sua assessora de imprensa ‘’o grupo sentiu necessidade de pensar em um novo formato e pediu à Globo para esticar o período de férias e trabalhar nisso”. Agora, a Globo e nós, telespectadores, conferimos todas às sextas-feiras o “Casseta e Planeta Vai Fundo”, o novo projeto dos talentosos humoristas brasileiros. Será que vai surgir um novo campeão de audiência?

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a teCnoLogia 3d na teLeviSão BraSiLeira

A

Por henrique Gualdieri E vinÍcius hirayaMa

Tecnologia 3D veio do cinema e não surgiu agora. A primeira exibição aconteceu em 1922, com o filme “The Power of Love”, e foi muito usada entre os anos 1950 e 1990. Com o passar do tempo, essa tecnologia se aprimorou e, atualmente, o 3D utilizado na TV é o mesmo do cinema. Na verdade, o 3D é uma ilusão da mente pela projeção de uma imagem em dois pontos de observação diferentes. Isso porque a perspectiva do olho esquerdo não é a mesma que a do olho direito: a tecnologia imita nossos olhos. Como a TV 3D emite imagens em alta velocidade alternadamente para cada olho, os óculos especiais, em sincronia com a TV, permitem a visualização dessa imagem, o que não seria possível apenas com movimentação natural de nossa pálpebra, que é mais lenta. Essa tecnologia está em fase de implementação no Brasil. Segundo o engenheiro marcelo Zuffo, coordenador do LSI (Laboratório de Sistemas Integrados) da USP, o Sistema Brasileiro de TV Digital, o ISDB-T, já está preparado para receber o sinal 3D. Com o apoio da Sony, o laboratório elaborou as especificações técnicas de como é esse novo padrão 3D para TV aberta, usando como referência o Blu-ray 3d.

A RedeTV saiu na frente com a transmissão pública em 3D do programa ao vivo “Pânico na TV”. Para isso, os investimentos da emissora giram em torno de 1.250 milhões de dólares, o que corresponde a cinco câmeras especiais com duas lentes. Segundo a emissora, ela se tornou a primeira do mundo de TV aberta a transmitir imagens com a tecnologia 3D. Apesar do realismo nas imagens, o 3D não traz só vantagens. De acordo com a Samsung, podem ocorrer sintomas como dores oculares e de cabeça, pelo efeito denominado Crosstalk, em que a imagem passa a ser enxergada invertidamente: a imagem destinada ao olho esquerdo é vista pelo direito e a do direito é vista pelo esquerdo. Para a solução desse problema, empresas como a SempToshiba estão trabalhando para desenvolver óculos que reduzam esses desconfortos. Além dos problemas de saúde causados pelo 3D, outra desvantagem é o limitado acesso desta tecnologia pela população, afinal, para ver imagens em 3d é necessário adquirir aparelho de TV compatível, além dos óculos que custam cerca de 200 reais, no caso de não estarem inclusos nos pacotes. Atualmente, o valor médio desses aparelhos é de 8.000 reais. A tendência é esta tecnologia ser aceita, assim como ocorreu com a transmissão HD. Segundo o superintendente de operações da

RedeTV, Kalled Adib, que cita o fato de 300.000 receptores HD terem sido vendidos em 2007 e os mais de 16 milhões no ano de 2010, é preciso se pensar no futuro e não se preocupar com o número de pessoas que estão assistindo hoje, referindose à implantação da tecnologia 3D. quem já possui o televisor 3d em casa vai deixar de se queixar de um dos atuais problemas da tecnologia: a baixa quantidade de conteúdo. A rede Globo, em parceria com a Net, ofereceu para os assinantes da operadora a transmissão do Carnaval 2011 com a tecnologia 3D através do canal exclusivo 701. o megafestival de música “Rock in Rio” foi transmitido com a mesma tecnologia. Além disso, a Globosat, programadora da Globo, já anunciou estar preparada para abrir um novo canal com 100% de conteúdo 3D. Apesar dos esforços para manter o Brasil entre os primeiros a implantar a tecnologia 3D na televisão, a acessibilidade desse recurso está comprometida pelos preços inacessíveis à maior parte da população, e porque, diferentemente da implantação da televisão digital no Brasil, a tecnologia 3D não possui uma legislação específica que determina prazos de implantação no território nacional, o que, provavelmente, fará com que a tecnologia 3D seja exclusividade de algumas emissoras que possuam capital suficiente para implantá-la.


interdisciplinar pLanejamento e Criatividade em reLaÇõeS púBLiCaS

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PROJETO INTERDISCIPLINAR: UM DESAFIO A CADA SEMESTRE

unte um lugar paradisíaco no litoral paulista, música, diversão e público jovem; acrescente conceitos de preservação ambiental, turismo sustentável e valorização da cultura local. Agora pense num projeto de comunicação integrada que atraia a atenção e mobilize diversos segmentos de público, em nível local, nacional e internacional, com a promoção desses e outros conceitos reconhecidos pela sociedade contemporânea. Essa foi a fórmula que integrou o desafio vivido pelos alunos do 5º e 6º semestre de Relações Públicas no desenvolvimento do Projeto Interdisciplinar no 2º semestre de 2011. Sob o tema Brazil Music Festival: música, educação e cultura, as agências experimentais das respectivas turmas, sob a orientação da Prof.ª Renata Alves, contando com o apoio dos professores das demais disciplinas do semestre, atenderam ao briefing que propôs divulgar e promover o evento Brazil Music Festival(BMF), realizado em Ilhabela, por iniciativa da organização Atitude Brasil. Para o desenvolvimento da proposta, as agências realizaram es-

tudo exploratório com uso de pesquisas direcionadas, planejamento de ações estratégicas de Relações Públicas para públicos específicos, criação de peças contextualizadas e avaliação das ações propostas, colocando em prática ingredientes que fundamentam um plano de comunicação em moldes profissionais. Segundo a Agência Experimental Herzog Comunicação Corporativa, composta pelas alunas Fernanda Carvalho, Juliana Codinhoto, Camila Mota, Cristiane Souza e Rosângela Gomes, o desafio consistiu em criar uma campanha de comunicação integrada e envolvente que expressasse o conceito do Festival de forma simples, destaquesse sua associação à Carta da terra, mobilizasse o público alvo para a cidade de Ilhabela, promovesse o Brasil por meio da música de qualidade e incluísse o BmF no circuito mundial de festivais de música. Além do objetivo geral, a proposta teve como objetivos específicos, entre outros, o lançamento e promoção do BmF para o público jovem (18 a 24 anos) e estreitamento de relacionamento com mídia geral e especializada com ênfase nas ações de Assessoria de Imprensa e Relações Públicas. Entre os dados pesquisados, destacam-se aqueles que revelam

parte do perfil do público alvo e que serviram, entre outros, para o traçado das ações propostas pela Agência Herzog. o marco desta etapa da pesquisa é o salto das estatísticas em relação ao uso de sites de relacionamento e comunicação online. em 2010, tínhamos 93% dos jovens usando sites de comunicação instantânea, e 89% fazendo uso de sites de relacionamento. Podemos considerar que alguns fazem parte destes tipos de site por influência de amigos ou, então, para não se sentir excluído. mas o fato é que eles estão lá e podem ser trabalhados. Além de se relacionar via internet, muitos jovens utilizam a rede mundial de computadores para ampliar seus conhecimentos sobre música: conhecer novos hits, compartilhar sensações e gostos. o Dossiê Universo Jovem fez um levantamento de como este público descobre as novidades do mundo musical. 78% dos entrevistados consideram o rádio como a melhor fonte de descoberta para novas músicas. A indicação de parentes e amigos está em segundo lugar com 74% das opiniões. televisão, Internet, Redes Sociais, Shows e Festas, vendedores ambulantes e lojas também foram citados. em último lugar, com apenas 19%, estão os

os textos em itálico correspondem ao trabalho original produzido pela Agência experimental Herzog Comunicação Corpotativa

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Dossiê Universo Jovem (Adaptação Agência Herzog)

Dossiê Universo Jovem (Adaptação Agência Herzog)

jornais e as revistas. Estes dados nos mostram que o rádio ainda é procurado pelos jovens quando o assunto é novidade musical, porém, a internet e as redes sociais estão em ascensão e também são ferramentas potenciais para divulgação de músicas, eventos, etc. Após a análise cruzada desses e outros dados obtidos com a pesquisa exploratória, as alunas elaboraram plano de comunicação integrado por conjunto de programas de Relações Públicas, cada qual com várias ações pontuais, voltadas para determinado segmento de público de interesse. Importante ressaltar que todos os programas são detalhados, ação por ação, contendo, cada qual, os objetivos, justificativas, estratégias de ação e divulgação, cronograma de execução, orçamento e formas de avaliação. Para exemplificar, segue parte da apresentação dos programas propostos. Programas de Relações Públicas Entende-se como programa de Relações Públicas o conjunto de ações que, unidas por um objetivo similar, constroem ou mantém um relacionamento entre uma organização e seus públicos. No caso do Brazil Music Festival, a Herzog Comunicação Corporativa planejou 3 programas de Relações Públicas, sendo cada um deles focado em um objetivo especial. O primeiro programa sugerido é o Programa I – Semear. Como o próprio nome diz, buscamos, a partir das 4 ações que o compõem, a apresentação do nome Brazil Music Festival, tanto para o público alvo definido através do Estudo Exploratório quanto a aproxi-


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mação do evento com a população nativa de Ilhabela (por tratar-se de um município com características específicas e número reduzido de habitantes, há a preocupação de haver predisposição negativa em relação à presença do festival no município). O programa Semear inclui as ações: Ação I - BMFest na Ilha - Apresentar a Carta da Terra aos moradores e ligá-la à realidade do município; - Expor o conceito do evento; - Sanar dúvidas dos moradores para evitar descontentamento. Ação II - Olhar Caiçara - Aproximar o público-alvo do festival, e também os moradores de Ilhabela, na produção do evento; - Permitir a divulgação da Cultura Caiçara através do olhar de pessoas comuns, que não fazem parte da rotina da comunidade. Esta ação permite que o público se identifique com as fotografias; - Interligar o conceito do evento (meio ambiente, sustentabilidade) com a rotina da cidade sede do festival (Ilhabela); - Instigar a participação do público-alvo na produção do evento, dando-lhes a oportunidade de expressar arte através de fotografias; Ação III – Instigar - Instigar a curiosidade do público alvo sobre a realização do Brazil Music Festival; - Aproximar o evento de seu público potencial antes da divulgação na mídia; - Introduzir o conceito do evento em locais de grande movimentação de pessoas; Ação IV – Mídia Indoor - Informar os veranistas e turistas de forma direta e objetiva; - Posicionar a marca Brazil Music

Festival ; - Incentivar a presença do público no evento; - Despertar o interesse e atenção das pessoas pelo ecossistema de Ilhabela; - Disseminar os valores e princípios da Carta da Terra. Destaque-se que as ações são desenvolvidas de maneira encadeada, cada qual voltada para segmentos de público específicos e objetivos delimitados. Entre as ações propostas, apresenta-se como exemplo a terceira, denominada Instigar, cuja formulação atende ao objetivo de atrair a atenção do público jovem, potencial participante do BMF. Objetivo Geral Viabilizar o primeiro contato do público estratégico com o conceito do Brazil Music Festival. Objetivos Específicos Instigar a curiosidade do público alvo sobre a realização do Brazil Music Festival; Aproximar o evento de seu público potencial antes da divulgação na mídia; Introduzir o conceito do evento em locais de grande movimentação de pessoas. Público–Alvo - Jovens de 18 a 24 anos que residam/circulem em municípios como São Paulo, Rio de Janeiro, Caraguatatuba, Ubatuba e São Sebastião. Estratégias de Ação Como foi dito anteriormente, o principal objetivo do teaser é gerar curiosidade no público alvo de maneira misteriosa, construindo uma prévia sobre algum lançamento seja ele de produto, serviço ou evento.

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No caso do Brazil Music Festival, a chave de lançamento para o público potencial será o conceito de sustentabilidade. Para isso, utilizaremos bicicletas que geram energia elétrica instaladas em pontos de grande circulação de pessoas. Os transeuntes poderão utilizar as bicicletas para carregar a bateria de seus celulares e esta mesma energia ligará um pequeno monitor instalado em cada um dos aparelhos. Na medida em que o usuário pedala, a bateria de seu celular é carregada e o monitor exibe informações sobre o ecossistema de Ilhabela, medidas de preservação do ambiente e curiosidades sobre a Carta da Terra. Ao final da sessão, os usuários serão questionados sobre qual a opinião deles sobre as bicicletas, a importância de preservar a natureza e poderão registrar suas impressões em uma câmera de vídeo que ficará sob responsabilidade de um dos colaboradores do stand. Aqueles usuários que autorizarem a exposição de sua imagem terão o vídeo divulgado nos sites de relacionamentos Facebook e Twitter, e poderão incentivar seus amigos a assistirem pela Internet. Aos internautas também será permitida a postagem de comentários. As bicicletas estarão expostas nos pontos citados durante uma semana. Após a campanha de divulgação do BMFest, divulgaremos os vídeos também nos intervalos de atrações musicais durante a realização do evento. Estratégia de Divulgação As cidades que receberão as bicicletas serão: São Paulo, Rio de Janeiro, Ubatuba e Caraguatatuba. Em cada município, as bicicletas ficarão


Banner/ teaser produzido pela agência experimental herzog compondo a ação instigar para ConSuLtar eSSa e outraS aÇõeS Com reSpeCtivaS peÇaS, vide doCumento CompLeto no núCLeo de ComuniCaÇão

em evidência, instaladas em locais de grande circulação de pessoas . Além dos objetivos e estratégias, o plano de ação instigar, apresentado para o Projeto Interdisciplinar, conta com a descrição de cronograma detalhado mostrando como as ações são coordenadas no tempo. Há ainda o plano orçamentário que detalha os custos relativos aos recursos humanos, técnicos e materiais empregados nas várias etapas da ação. é importante lembrar que as etapas que compõem programas e ações de Relações Públicas para os Projetos Interdiciplinares envolvem um conjunto de etapas que nescessitam ser desenvolvidas de maneira alinhada à realidade das organizações estudadas. Pesquisas direcionadas, criação de ações estratégicas e peças contextualizadas para públicos específicos, bem como avaliação das ações propostas são alguns dos ingredientes para um plano de comunicação eficaz. Em cada semestre letivo, os alunos do Curso de Relações Públicas têm novos desafios para o cumprimento do Projeto Interdisciplinar. Cada proposta traz situações, contextos e problemas específicos que requerem a aplicação prática do conhecimento construído no conjunto de disciplinas que se inter-relacionam. Assim, as habilidades de planejamento e criação em Relações Públicas são desenvolvidas de forma contextualizada, visando a preparar o futuro profissional para situações reais do mercado.


reportagem danCe ConForme a múSiCa: oS novoS CaminhoS da indúStria FonográFiCa

NUNCA TIVEMOS TANTAS FORMAS DE ACESSO À MÚSICA COMO HOJE. A INTERNET E O MERCADO APROXIMARAM O ARTISTA DE SEU PÚBLICO E O FIZERAM MAIS CRIATIVO PARA QUE SOBREVIVESSE A ESTA NOVA INDÚSTRIA QUE, ACREDITE, ESTÁ SE RECUPERANDO.

O

s rumores eram que a indústria fonográfica caminhava para a morte certa, após as investidas da pirataria. Executivos diziam que era impossível sobreviver em um mundo no qual 48% dos internautas baixam música de graça. Não estavam errados: de acordo com Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD),

em cinco anos o faturamento da indústria brasileira recuou 50%. Mas, também, não estavam totalmente certos, pois, em 2009, as gravadoras nacionais cresceram 160% no meio digital. E isto não é fato isolado. Em todo o mundo os lucros da música online sobem anualmente. A verdade é que a internet tem que ser vista como aliada. Como fazer dinheiro com ela? isso ainda é um desafio. Segundo João marcello Bôscoli, presidente da trama Entre-

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tenimento, a internet permitiu ao artista publicar, divulgar, promover e vender sua obra sem precisar pedir autorização para ninguém. “Antes, era necessário ter a anuência de alguma grande gravadora, sobretudo no Brasil, onde o mercado independente era quase inexistente. Havia poucas portas para o artista bater. Se todas dissessem não, era quase impossível sobreviver.” o inegável é que para se fazer sucesso é preciso estar próximo ao

foto: EliZABEth SoUSA

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Por bianca castilho, danilo cardoso, elizabeth souza, fernanda ricardo E vasco GuiMarães


Cds originais continuam fundamentais para colecionadores e apreciadores da música

mente, como é o caso da venda de CDs que subiu entre 2008 e 2009. Novas e velhas plataformas também passam a conviver juntas, como é o caso do LP. Dado como morto, o zumbi da indústria fonográfica vendeu 4 milhões de cópias em 2010 nos Estados Unidos. “o vinil, desde quando surgiu, se tornou objeto de desejo do consumidor por ser um produto para se colecionar”, afirma luís oliveira, proprietário de loja de Cds, vinis e afins.

e oS artiStaS?

Com a indústria perdendo o poder, como ficam os artistas? muitos deles resolveram gerenciar a própria carreira. Neste novo cenário, artistas se tornam adeptos do lema “faça você mesmo”, no qual eles são responsáveis pelos contatos, pela identidade visual e por toda a produção e promoção da música. Ainda assim, muitos artistas anseiam por uma gravadora. Usar novas tecnologias para se promover já se tornou uma obrigação. Com um público, na sua maioria jovem, ferramentas como redes sociais são fundamentais para gerar uma aproximação. o Teatro Mágico, que está há oito anos na estrada, se consolidou como principal fenômeno da internet nacional, obtendo mais de 6 milhões de downloads oficiais por seguidores e fãs em redes sociais. “Esse é um momento para comemorar, assim como o Teatro Mágico, que não aparece na televisão, não é capa de revista e nem ganha prêmios, mas, mesmo assim, lota as casas de shows, tudo isso porque o artista e o público falam de igual para igual”, diz Gustavo Anitelli, produtor executivo da trupe. o esperado para os próximos anos é que a internet seja mais uma vitrine do que uma fonte de renda.

Para se ter uma ideia, um artista fatura R$ 1.000,00, se sua música tocar cerca de 820 mil vezes ao mês na rádio online last.fm. ou seja, a receita é simples: seja popular na internet, faça shows, assine contratos publicitários e então, quem sabe, desta forma consiga a fama e até enriquecer.

a pirataria

A facilidade em se achar um camelô somada ao poder aquisitivo do povo brasileiro, hoje, são os fatores que mais contribuem para que a pirataria cresça a cada dia. Se compararmos o preço de um CD original, que hoje gira em torno dos R$ 35,00, e o oferecido pelo mercado ilegal, aproximadamente por r$4,00, fica claro quem vencerá esta disputa. “A pirataria atingiu mais a grande indústria do que os artistas. A solução mais eficaz é baixar os preços”, comenta Bôscoli, presidente da trama Entretenimento. Há também as questões de fiscalização, da ação da polícia e do governo que atualmente não têm o impacto desejado. Em nota oficial, Paulo Abrão, presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CnCP), afirma: "temos de aprofundar os debates sobre o arcabouço legislativo em torno dos direitos da propriedade intelectual e conhecer as principais jurisprudências dos tribunais para que possamos aperfeiçoá-las". o Brasil é um dos países que mais combatem a pirataria, contudo, se o problema econômico não for resolvido, nenhuma campanha será eficaz. “Só estamos aqui porque tem gente para comprar”, conclui Ronaldo da Silva, que trabalha há cinco anos com produtos piratas.

foto: dAnilo CArdoSo

público. quer ser famoso? Então, saiba como as pessoas ouvem música hoje. Em uma pesquisa feita pelo instituto Nilsen, em janeiro de 2011, 26 mil pessoas foram entrevistadas, com o intuito de revelar como se ouve música na internet. A conclusão: não se ouve música, se vê música. De acordo com o estudo, acessar música em sites de vídeo, como o youtube, é mais comum do que fazer download. Isto evidencia que o grande inimigo da indústria, nos últimos anos, o download pirata, não tem mais a força de antes. No país vice-líder mundial em pirataria, de acordo com a Federação Internacional da Indústria Fonográfica, 44% dos internautas brasileiros baixam conteúdo ilegal. Por culpa da burocracia, que dificulta com que gravadoras entrem em contato com as lojas virtuais, o download legal no Brasil é coisa rara. Em contrapartida, as receitas de músicas online já representam 12% do total e alguns formatos crescem gradativa-


rádio QuaL é a marCa do Fm? Por bruna GoMes

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89FM de São Paulo assinou recentemente um contrato que terá 15 meses de duração com a Nestlé. o nome da rádio e vários programas passaram a levar a marca Fast, de uma linha de produtos da empresa. A mudança trouxe novas vinhetas, uma nova identidade visual (criada por designers da linha Fast) e algumas alterações na programação, com inserção de novos programas, como o “Play fast”, que toca músicas escolhidas pelos ouvintes através de redes sociais, como o twitter e o facebook. A novidade está movimentando o meio rádio e criando uma expectativa para uma possível tendência no mercado de fms. Esse formato já era utilizado em nomes de programas há vários anos, desde o “repórter Esso”, mas só recentemente, através do pioneirismo da SulAmérica Trânsito (e mais tarde pela oi fm e mitsubishi fm) foi experimentado o patrocínio da própria emissora. Por já ter um investimento fixo, as rádios se “desprendem” dos anunciantes comerciais e ganham mais liberdade na programação. Para o público, uma vantagem: as rádios apostam mais na interatividade, já que o processo de customização abre espaço para arriscar e inovar. A 89 Fast, por exemplo, traz no novo slogan “A rádio no seu ritmo”, a conotação de agilidade, típica do público jovem e da internet, que pretende ser cada vez mais utilizado para interagir e aproximar o ouvinte da rádio. A oi fm se auto-rotula, como é possível observar em seu site, uma rádio “livre pra tocar as músicas que quiser: as mais

pedidas, as menos pedidas e até as nunca pedidas”. Já a SulAmérica Trânsito apostou na prestação de serviços, com uma programação exclusivamente voltada para o trânsito das 6 às 22h e, atualmente, segundo dados do iBoPE divulgados no site emissora, está no topo da audiência nos horários de congestionamento. Em novembro do ano passado, estreou mais uma rádio com um nome conhecido. foi a rádio disney fm, que trouxe uma programação bastante diversificada, misturando músicas de artistas como Justin Bieber e Pearl Jam e tendo em sua programação um telejornal, para um público mais velho. Além dessas, no final de março foi lançada a rádio Estadão ESPn, que será jornalística, para concorrer diretamente como CBn e Bandnews. Ela nasceu da parceria, que já existe desde 2007, entre os dois grupos em transmissões esportivas. A rádio ocupará o 92,9 no dial FM e o 700 no AM, que são as freqüências das atuais Eldorado. Esta, por sua vez, junta-se com a Brasil 2000, que altera o nome para Eldorado Brasil 3000. A customização das rádios e todas as mudanças no dial de São Paulo abrem espaço para os ouvintes, através das mídias eletrônicas, e também para os profissionais da área, já que serão necessárias novas tecnologias e, principalmente, novas ideias para manter a audiência e a atratividade para o mercado publicitário em um momento em que a informação e o entretenimento estão cada vez mais acessíveis. A marca do rádio precisa continuar sendo instantaneidade, inovação e a proximidade com o ouvinte.


novas mídias tv no metrÔ de São pauLo

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Por renata Molina E thiaGo teixeira

rimeiro foram as telinhas nos ônibus. Depois, com o sucesso, a ideia foi aplicada no Metrô de São Paulo em 2007. o lançamento da tv minuto se deu na estação Vila Madalena, em São Paulo. A chegada dessa nova mídia na cidade permitiu a transmissão de informações em tempo real para mais de 5 mil monitores LCD dentro dos trens por meio de uma tecnologia inédita no Brasil. Na TV Minuto, 30% da programação é utilizada pelo Metrô para veiculação de informativos institucionais, como campanhas comportamentais e de segurança, além de dicas culturais. Ela está baseada em três idéias: informar, educar e entreter. Segundo dados do Metrô, cada passageiro permanece, em média, por 32 minutos diários nos trens dos metrôs. A passageira Josenice, que exerce a profissão de enfermeira, diz que esse meio é muito útil para seus dias. “é muito bom ter a tv no metrô, vemos noticias do trânsito, do tempo, e também podemos saber o que está acontecendo na cidade enquanto estamos indo para o trabalho.” A atualização do conteúdo e mensagens é em tempo real, um de seus maiores diferenciais. A missão é informar e entreter os usuários do metrô, que chegam a 3,3 milhões de pessoas por dia em São Paulo, sendo que 75% dos passageiros utilizam o meio de transporte por, no mínimo, cinco vezes por semana, de acordo com a Gerência de operações Comerciais do metrô de São Paulo (GoC). o conteúdo da tv minuto foi desenvolvido especialmente para atender às especificidades do ambiente do Metrô. De acordo com seu diretor comercial, dario Gohda, por não possuírem som, os filmes, vinhetas e informações transmitidos nos monitores da tv minuto desafia a criatividade dos publicitários. “As mensagens deverão ter foco na força da imagem e da informação simples e direta, para entreter e seduzir o passageiro”, afirma em comunicado à imprensa. A TV Minuto está realizando uma pesquisa para detectar com mais detalhes o perfil exato dos usuários, por linha e por horário, permitindo avaliar cobertura e frequência do veículo e, assim, oferecer aos anunciantes espaços ainda mais eficientes. Cada estação possuirá cerca de 40 aparelhos de TV espalhados desde a entrada, passando pelas escadas rolantes, até plataformas de embarque. A estação do Brás terminou em 2009 esse processo. o passageiro victor diz

estar satisfeito com essa nova fase de modernização do sistema de comunicação do Metrô de São Paulo, mas dá um alerta de que, na visão dele, a empresa poderia veicular mais informações da cidade.“Eu acho legal, tudo o que é feito para modernizar, deixar melhor o metrô e interessante”. A empresa imagina que o telespectador terá, em média, um contato de 7 minutos com a programação exibida na estação. Exibindo 20 horas de programação em tempo real, transmite seu conteúdo em mais de 5,2 mil monitores distribuídos nas Linhas Verde, Vermelha e Azul. Com um público interessado em promoções e nos mais variados canais, conta com uma grade dinâmica e diversificada, com notícias nacionais e internacionais, esporte, turismo, cultura, muita informação, prêmios e entretenimento, A promotora de vendas Patrícia é testemunha dessa interação entre passageiro e entretenimento televisivo. “Eu acho que ter televisão no metrô é bom pra gente, porque, até mesmo nos momentos em que estamos estressados no Metrô, podemos nos distrair um pouco.” Além de possuir mais de 30 anunciantes, mostrando, assim, sua força no campo publicitário. A tv Globo está sendo uma das primeiras emissoras a exibir uma parte da sua programação nas telas como, por exemplo, trechos de suas novelas do metrô em São Paulo. A emissora carioca já oferece o mesmo serviço em cerca de 400 ônibus na cidade de São Paulo. Para as transmissões, que ocorrerão dentro dos vagões, o material dos folhetins está editado em três blocos de um minuto e meio, com um intervalo de 30 segundos, sem som e com legenda explicativa. Porém, nem todos os usuários estão satisfeitos com essa implantação de televisão informativa no Metrô. Segundo a empregada doméstica Dona Maria, muita coisa ainda precisa ser melhorada. “é bom! mas o Metrô só vive cheio, a televisão pra mim tanto faz, prefiro a qualidade no transporte.” Com a inauguração da TV Minuto, a Companhia do Metrô terá uma receita adicional mensal de, no mínimo, R$ 219 mil ou 33,6% do faturamento do Consórcio TV Minuto, o que for maior. Essa arrecadação somada à receita não-tarifária da Companhia, composta de valores obtidos com a locação de espaços, publicidade em trens e estações, participação no faturamento de shoppings, mídia, comercialização nas estações e terminais rodoviários, é repassada para investimentos na operação e manutenção do sistema metroviário.


reportagem detóx digitaL “COMO VOU PASSAR O DIA SEM ENTRAR NO MSN? COMO FICAREI O DIA TODO SEM PODER FALAR COM OS MEUS AMIGOS, SEM ME INTEIRAR DOS ACONTECIMENTOS E SEM FALAR COM O MEU NAMORADO?” Por adriana nasciMento, carolina ribeiro, José Pessoto, Juliana veloso E roberta chaMorro

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Esses foram os primeiros questionamentos que passaram pela minha cabeça, quando fui convidada por uma equipe de estudantes de jornalismo a realizar uma experiência, que a princípio me deixou morrendo de medo: passar um dia inteiro longe da internet. Eu aceitei, mas pensei que seria impossível, pois sou uma pessoa que liga o computador logo ao levantar da cama, é automático. No sábado, como de costume, eu levantei e já ia ligar o PC, mas lembrei da proposta e nem cheguei perto. Fui me ocupar com outras coisas, como, por exemplo, realizar tarefas de casa, que estavam deixadas de lado. Conclusão: passei roupa das 12h às 17h. Depois disso, passei o resto do tempo com o meu filho. dormi antes das 23h. Um milagre, pois sempre madrugo na net. No domingo, liguei o PC assim que levantei, não aguentei. Entrei no mSn e notei que alguns amigos sentiram a minha falta. Uns perguntaram se eu estava em São Paulo, outros, se eu tinha ido para a balada em Araraquara (risos). Engraçado que nem senti muito a falta de e-mails, orkut, facebook e MSN. A única coisa de que senti falta, de verdade, foi de não ter conversado com o Renato, uma

pessoa que eu adoro, um amigo que conheci na internet. Foi muito engraçada a minha reação inicial, imaginei que não conseguiria sobreviver, e, mais engraçado ainda, foi constatar como é simples ficar o dia todo fazendo outras coisas. Pretendo fazer essa desintoxicação mais vezes, faz bem. Eu recomendo!” Convidada pela revista Código, Karina Nogueira, uma paulistana de 31 anos, que se diz totalmente dependente do mundo digital, aceitou passar por uma desintoxicação digital e relatar o desafio para nossos leitores. karina ficou um dia inteiro sem acessar a internet, sem assistir à TV e, até mesmo, sem usar o celular. A dona de casa conseguiu passar pela experiência sem muito estresse, colocou a casa em dia e ainda deu mais atenção ao seu filho. quando questionada pela Código se conseguiria ficar mais uma semana em processo de desintoxicação digital, a resposta foi imediata: “Aí já é demais, uma semana inteira eu não aguentaria”, reclamou. Segundo pesquisas recentes da fGv, f-nazca e iBoPE, são 81,3 milhões de brasileiros que, a partir dos 12 anos de idade, acessam a internet com uma média mensal de 69 horas. Ao total, são 85 milhões de computadores, 250 milhões de telefones e 155 milhões

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de TVs em atividade no país. o acúmulo de informação e conhecimento, a angústia em estar conectado em tempo real, o medo de perder algum acontecimento importante, entre outros fatores têm contribuído para gerar estresse, estafa e isolamento social no mundo contemporâneo. A tecnologia produziu uma mudança na forma de pensar, agir e viver.

A inToXiCAÇÃo ComeÇA CeDo Com 10 anos, Thiago Nogueira se encantava com computadores disponíveis aos clientes em um shopping próximo a sua casa. Ficava fascinado com as demonstrações de jogos, dos gráficos e, principalmente, com a agilidade daqueles mecanismos. Segundo ele, naquele instante, soube que faria parte daquele universo. Hoje, aos 26 anos, Nogueira é analista de sistemas na empresa Uol e diz não viver sem o seu arsenal particular: notebook, celular 3G, tv a cabo e videogame. Ele se considera dependente da internet e do telefone celular, por causa do acesso 3G. “Acho que internet, hoje em dia, tem mais importância que o telefone, para mim. Temos respostas rápidas (certas ou não) sobre qual-


quer assunto em segundos”, diz. Para a psicóloga de comportamento, Denise de Toledo, o uso da internet tem a ver com as necessidades de cada um. o significado é que aponta o uso adequado ou não. Assim, pessoas, ditas normais, podem usar a internet para trabalho, lazer ou puramente como fonte de informação, sem acarretar transtorno psicológico algum. “é importante identificar se há uma relação satisfatória entre o que a internet oferece e o uso que se faz dela”, explica Denise.

forA DA reDe

“Em 1969, eu vi a primeira demonstração de tecnologia, com o foguete da NASA. Hoje, após 40 anos, eles mandam ônibus espaciais para a lua, frequentemente.” Essa é a concepção de tecnologia mais marcante para o bombeiro aposentado de 72 anos, orlando ribeiro. Ele sabe o que é um computador, mas não faz ideia do que é acessar a internet. Para ele, o mundo digital não causou nenhum

para o bombeiro aposentado, os avanços tecnológicos contribuem para o aprendizado dessa nova geração

tempo real”, complementa. A sedução da internet é grande e pode trazer benefícios para o mundo presencial. “A Web 2.0 aproxima almas. Uma pessoa no Brasil que anda em cadeira de rodas pode conhecer outra na Malásia, 20 anos mais jovem, e começar uma amizade atraída pela paixão comum: caça a borboletas, por exemplo”, filosofa. o especialista deixa a dica. “Ao viciado tecnológico: mais vale um canário mudo que come alpiste do que cinco mil canários virtuais do game eletrônico. A quem está alheio à tecnologia: quantos bits terá sua lápide no cemitério virtual? Se não sabe, é porque já está morto e enterrado”, finaliza.

CurioSidadeS de um mundo oFFLine Segundo especialistas, desplugar-se faz bem para a saúde e ajuda a manter a atenção. Recente pesquisa, divulgada na China, revelou que jovens que passam entre 10 e 12 horas por dia na internet tiveram a matéria branca cerebral reduzida. há hotéis nos EUA que oferecem pacotes de desintoxicação digital. A diária varia entre US$ 199 e US$ 399. Em alguns deles, há uma porcentagem de até 15% de desconto na diária para hóspedes que toparem deixar seus aparelhos eletrônicos em casa.

fotoS: JUliAnA vEloSo

o analista de sistemas confessa que “seria osso” ficar um dia sem acessar seus e-mails e redes sociais

impacto. Diz não viver essa geração, pois “as crianças de hoje, diferentes das do passado, aprendem bem mais rápido e melhor”, reflete. Mas nem todos pensam como ribeiro. o mundo tem sete bilhões de habitantes e 70% dessas pessoas acham a internet indispensável. Cada vez mais, fazer parte da sociedade da informação tornou-se imprescindível. Produzir, interagir e usar tudo o que nos é fornecido, faz parte da teia tecnológica em que vivemos. Para saber a dosagem certa, o importante é fazer parte do mundo digital sem se tornar dependente. o especialista em marketing em redes sociais e escritor do livro “twitter, Chiclete & Camisinha”, tagil Ramos, acredita que o mau uso dos meios digitais pode causar isolamento. “Este é o caso de alguém que resolve comprar um aquecedor elétrico e nunca mais sai para a rua para tomar sol”, salienta. “Esse é o lado negativo”, explica o autor. “o positivo é que as pessoas passam a conhecer a cultura humana em


reportagem

time de Comédia

A BOLA ESTÁ COM MILTON NEVES, TOCA NO MEIO DE CAMPO PARA TADEU SCHMIDT, PASSA PARA ROBERTO AVALLONE E CRUZA PARA TIAGO LEIFERT, QUE FAZ O GOL DE AUDIÊNCIA COM O NOVO JORNALISMO ESPORTIVO.

C

FormaÇão do time

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omemorar o dia da mentira ao informar que o Corinthians venceu a Libertadores seria uma brincadeira comum para um torcedor adversário em provocação ao time rival. Porém, foi Tiago Leifert quem brincou no dia primeiro de abril deste ano no seu stand up comedy diário, o programa Globo Esporte, veiculado pela rede Globo. desde 2010, o apresentador adotou um

novo modo de se fazer jornalismo esportivo. outros adeptos a esta nova corrente são: Milton Neves, Tadeu Schmidt e Roberto Avallone. A inserção do humor no segmento repercute na opinião pública, na imprensa, no meio esportivo e acadêmico. Em nome da audiência ou outra coisa que valha, o jornalismo esportivo, tal qual conhecemos, adquire um novo perfil.

e ComeÇa o jogo...

os meios de comunicação são grandes produtores de humor, principalmente a campeã da

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comunicação de massa, a televisão. Não é só nos programas voltados para a comédia que o humor se faz presente, outros formatos também aplicam certa dose de graça no seu dia a dia, devido ao crescimento de uma audiência saturada por antigas fórmulas midiáticas. os modelos dos programas esportivos atuais mostram uma nova forma de apresentação que conta com dinamismo e uma linguagem de fácil compreensão. Até bem pouco tempo, o formato de apresentação não era tão descontraído assim. Apesar da

ilUStrAção: BrUno GUStAvo BAtiStA

Por feliPe accacio (o zaGueiro), João Pontaltti (o Meio-caMPista) E laÍs carvalho (a atacante)


Biro Biro se diz favorável à liberdade de expressão no jornalismo esportivo cas. Para o docente, tais fatores agregam conhecimento, maturidade e segurança no momento da apresentação do programa. Os apresentadores atuais carregam essa bagagem de experiência. Muitos trabalharam como redatores, repórteres e produtores, antes de conquistar a autonomia para apresentar um programa, principalmente ao vivo. Roque reforça que existe uma facilidade em se fazer humor em todo o jornalismo, porém, o segmento esportivo é o que mais contribui para isso. Renato Mendes, editor e jornalista do segmento automobilístico em revista e internet, acredita que a inserção do formato humorístico em seu setor pode ser válida dentro dos programas de TV aberta, pois é destinada a um público que aceita o discurso informal.

O juiz apita a falta...

Daniel Batista, repórter do Jornal da Tarde e do Jornal O Estado de S. Paulo, diz não poder usar o mesmo formato adotado por Leitfer na empresa em que trabalha. “Por uma política da empresa, tenho que adotar um tom

mais sério nas matérias. O humor eu deixo para fazer no Twitter”. O formato e a inserção do humor nos meios de comunicação, dependendo da mídia, pode não ser um bom investimento, ressalta Batista ao falar sobre o conhecido jornal impresso O Estado de S.Paulo. “O leitor do Estadão é mais crítico, então quer um texto mais noticioso e analítico. Não quer apenas que eu escreva que o Kleber está fora do Palmeiras, tenho que explicar os motivos que o fizeram sair e o que vai acontecer com o time após a sua saída.”

Tá impedido?

Segundo o Manual de Telejornalismo – Os segredos da notícia na TV, de Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima, o jornalista esportivo não pode se deixar levar totalmente pela emoção, pois o exagero é um passo para a desinformação, ele faz com que o jornalismo esportivo esteja sempre em uma linha tênue entre a pieguice e a razão. Sobre a posição do jornalista, o Manual esclarece que: “A intervenção do narrador ou repórter deve ser discreta, sem que haja a manipulação da emoção dos telespectadores com adjetivos e advérbios falsos e inconsistentes, com o objetivo de estimular a audiência e a sustentação dos patrocinadores.” Improvisar também faz parte da função do jornalista esportivo, porém, a coerência deve prevalecer. “A improvisação é constante, mas as informações não podem ser recheadas de metáforas, erroneamente confundidas com estilo. O jornalismo esportivo não é jornalismo de segunda categoria e não se confunde com talk-show, quem faz o espetáculo é o atleta e não o narrador ou o repórter.”

foto: acervo pessoal

linguagem flexível dos convidados de um programa televisivo, entre eles: jogadores, jornalistas, técnicos e torcedores, o jornalista sempre mediava entrevistas e debates com um tom mais sério e objetivo, assim como rezam os manuais de jornalismo esportivo nas faculdades. O ex-jogador e destaque do Corinthians na década de 1980, Biro Biro, comenta o formato dos programas em sua época. “Os programas eram apresentados com o mesmo contexto dos de hoje, porém, o que vem mudando desde a minha época são as formas inovadoras com que os programas são apresentados.” Na Rede Globo, por exemplo, a renovação no comando do telejornal esportivo aconteceu quando a emissora notou perda da audiência no horário em que era exibido o programa Globo Esporte. Para a emissora, os telespectadores não se sentiam mais atraídos pelos comentários do experiente Léo Batista, da ex-atleta Glenda Kozlowski ou do repórter Tico Marcos. “Quando começou o novo formato do Globo Esporte, a emissora estava há alguns anos perdendo para o programa Chaves (SBT) em audiência, pois o público que assiste TV no horário é formado por adolescentes e os que antes gostavam de saber sobre esportes envelheceram”, diz Rubens Lisboa, jornalista esportivo do Universo Online (UOL) e aluno egresso da Universidade Cruzeiro do Sul. Segundo o professor de jornalismo esportivo, Dirceu Roque, os antigos apresentadores tentavam inserir o humor nos programas de esporte, porém, não conseguiam, devido à falta de prática jornalística de alguns profissionais, como a elaboração de uma reportagem na rua e de tarefas mais práti-


O torcedor vibra...

“Eu acho que é um formato e que de certa maneira revolucionou alguns programas jornalísticos esportivos na televisão”, aponta o canoísta Rodrigo Oliveira. Além de aprovar o novo jornalismo, Oliveira acredita que faltava apenas coragem para transformar o jornalismo em um formato mais dinâmico.

programas citados. “Casos de corrupção envolvendo o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e dirigentes de clubes ou federações. Da mesma forma, os casos de doping no esporte também aumentaram. Com certeza o tempo de veiculação é menor que o da apresentação do concurso de musas ou do jogo de videogame do apresentador. Sem contar que na Rede Globo você não ouve falar das denúncias contra Ricardo Teixeira.”

E como anda o placar?

Daniel Batista acredita que o uso do humor no jornalismo esportivo deve ser aplicado em veículos menos conservadores Biro Biro e Roque também acreditam que o novo formato é uma boa iniciativa. “Acho que é uma boa tática para atrair determinada variedade de público”, diz o ex-jogador. “É legal o que o Tiago faz e vem dando certo”, afirma o professor.

agosto de 2011, o programa Globo Esporte teve a maior audiência, com 14.2 pontos de média, com picos de 16 nos períodos da manhã e da tarde, entre todas as emissoras, segundo a média do Ibope em São Paulo. No mesmo horário, o SBT marcou 5.8 pontos, a Record, 5.5 pontos e a Band registrou 2.7 pontos de média. Já nos programas dos finais de semana, os índices divulgados pelo IBOPE das emissoras Globo, Record, Band, RedeTV! e Gazeta

Para o telespectador e estagiário Felipe Salomão, os programas esportivos têm muita gritaria e assuntos infundados. Em relação a um bom humor, depende do programa. No caso dos debates da TV Bandeirantes, dá para perceber que é forçado, diferente do Super Esporte da Gazeta e o Globo Esporte da TV Globo.” O jornalista Lisboa acredita que outros problemas deveriam ter maior tempo de aparição nos

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fotos: Acervo pessoal

A outra torcida reclama...

fonte: ibope

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Segundo o IBOPE, um ponto de audiência corresponde a 1% do universo de pessoas ou domicílios que estavam sintonizados em um canal ou assistindo a um programa específico. Dessa maneira, existem dois tipos de audiência: a individual e a domiciliar. Na audiência individual, um ponto quer dizer que 1% dos telespectadores estava assistindo a um determinado programa. Por outro lado, na audiência domiciliar, um ponto refere-se a 1% das casas que estavam assistindo a um determinado programa. Pela segunda vez, no mês de

Felipe Salomão diz como alguns programas forçam a associação entre humor e jornalismo


e oS téCniCoS vão À LouCura...

A rede Globo é a recordista de audiência do país. A emissora televisiona os maiores jogos e campeonatos nacionais entre alguns internacionais, como a Libertadores da América e a Sulamericana, das quais participa a seleção brasileira de futebol. A emissora conta também com boa estrutura de profissionais da área esportiva. Enquanto isso, a Band também cresceu no segmento de esportes. Nos últimos anos, transmitiu o Campeonato Brasileiro e entrou em duelo constante com a rede Globo ao exibir a série B, a Copa do Brasil e a Champions League, atingindo, assim, os admiradores do futebol europeu.

dias acredita que o formato tradicional não perderá público

é hora doS pênaLtiS...

CÓDIGO: Vemos todos os dias na TV o Tiago Leifert comandar o Globo Esporte e introduzir humor e piadas em meio a notícias. Como você vê esse novo jornalismo esportivo? BATISTA: Acho válido. é um novo formato para noticiar os fatos. é uma forma, inclusive, de fazer com que o futebol volte a sua essência, que é ser um entretenimento. Hoje, muita gente leva o futebol a sério. quer brigar e xingar por qualquer crítica. Esporte, principalmente o futebol, não é isso. LISBOA: o jornalismo esportivo acabou virando entretenimento e isso tem dois pontos. o primeiro, que me agrada, é o fato de ter mais pessoas jovens acompanhando esportes. o segundo, que acho péssimo, é a forma como se chega a isso. o novo perfil prefere rir a informar. MENDES: é um novo padrão, diferenciado e que dá definição ao jornalismo esportivo moderno. Já se foi a época em que a formalidade ditava as regras neste gênero, pois hoje o público é mais aberto a novas ideias. Até locutores de rádio e televisão se adaptaram a este modelo, e, não por acaso, são os mais cogitados e apreciados pela opinião pública. CÓDIGO: Você acha que, por serem programas do gênero informativo, a forma com que os apresentadores dão as suas opiniões prejudica o programa? BIRO BIRO: De forma alguma, eu sou totalmente a favor de que as pessoas sejam livres para dar as suas opiniões. OLIVEIRA: Acredito que existe, sim. Existe um poder de influência através das opiniões dos apresentadores ou convidados,

sejam positivas ou negativas, e geram no telespectador muitas críticas em relação ao formato, o que acho que prejudica a emissora. LISBOA: Não. Acho que, quando passam a opinião explícita do apresentador, do programa ou da emissora, é algo legítimo. Sabemos que não existe 100% de imparcialidade em nada que seja jornalístico, mas o ideal é que fique claro ser uma opinião do apresentador ou da emissora, uma vez que o público geralmente tem dificuldade para saber o que é notícia e o que é apenas um comentário. CÓDIGO: Você acha que os programas de esporte mais tradicionais podem perder público por não adotarem esse novo formato? BIRO BIRO: Acho que sim, porque o público quer interagir, e, quanto mais moderno e atualizado, consequentemente mais sucesso se terá. DIAS: os programas mais tradicionais sempre serão as mesas-redondas e não perderão público, uma vez que elas são sempre realizadas após os jogos, e na maioria das vezes contam com a presença de jogadores, técnicos, entre outros. Esse formato de jornalismo com humor é mais para a forma de abordagem da matéria, ou seja, para as reportagens. MENDES: A ordem natural das coisas é que o mais novo ganhe mais espaço, e o antigo perca sua força com o tempo, como acontece com tudo. E vale lembrar, também, que esse tipo de recurso evolui muito rápido, e logo o formato de hoje estará ultrapassado. Porém, o público conservador, que cresceu observando o antigo formato, talvez ainda o prefira, e isso faz com que os moldes antigos ainda tenham seu espaço.

foto: ACErvo PESSoAl

são dos dias 17 e 18 de setembro de 2011. Record, Band, RedeTV! e Gazeta são dos dias 17 e 18 de setembro de 2011. “Um novo formato, seja ele qual for, traz mais audiência enquanto ele é único, ou seja, outras emissoras ainda não contam com esse estilo. Mas a partir do momento em que diversas emissoras utilizam do mesmo modo de produção jornalística, a audiência volta a ser a mesma”, diz o jornalista Paulo Roberto Dias, editor de programas de TV online.


merchandising social a indúStria do SoCiaL SE Por UM LADo AS TELENoVELAS BrASILEIrAS SÃo CrITICADAS Por ESTIMULAr A VIoLÊNCIA, ABUSAr Do EroTISMo E INFLUENCIAr JoVENS E CrIANÇAS, Por oUTro, A NoSSA DrAMATUrGIA INSErE EM SUAS TrAMAS MENSAGENS CoM PrEoCUPAÇÕES SoCIAIS E EDUCATIVAS, AÇÕES CoMErCIALMENTE CHAMADAS DE MErCHANDISING SoCIAL.

Por viviane Mendes E rozy silva

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merchandising social começou no México e chegou ao Brasil em meados da década de 1980. os mais jovens certamente não se lembrarão, mas seus pais certamente não se esquecem de Heleninha Roitman, personagem de renata Sorrah na novela “vale tudo”, 1988. o problema de alcoolismo da personagem rompeu paradigmas, a sociedade como um todo passou a respeitar e olhar de forma diferente esta questão. Para muitos profissionais, o merchandising social deve ter um compromisso ideológico com o pensamento do autor, é possível defender temáticas sociais que ele acredita. Glória Perez, manoel Carlos, Benedito ruy Barbosa, entre outros, há tempos aderiram a este tipo de ação para sensibilizar e esclarecer a sociedade sobre questões importantes e de interesse público. Se existe alguém que questione o poder de abrangência dessas ações sociais, lembremos o último capítulo da novela “o Clone”, 2002, escrita por Glória Perez e que está sendo reprisada atualmente. Na ocasião, o último capítulo foi visto por aproximadamente 45 milhões de pessoas. A trama levantou questões como a dependência química, alcoolismo, diferença entre culturas e principalmente a clonagem de seres humanos. Não podemos ignorar a dimensão de pessoas atingidas pelo merchandising social nas telenovelas. Embora muitos questionem o excesso de violência e o abuso do erotismo nas novelas, é importante destacar que um simples detalhe como a cena exibida na novela

“Laços de Família”, em que Capitu, personagem da atriz Giovana Antonelli, mostrava uma camisinha, é de extrema importância para desencadear campanhas cuja finalidade seja alertar os jovens sobre a importância do uso do preservativo para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e evitar a gravidez. ou então uma situação mais séria e delicada como a doação de medula encabeçada pela personagem da atriz Carolina Dieckmann, Camila. Na época, a Secretaria de Saúde Pública chegou a declarar que houve um aumento de doação de medulas de 20 para 200 por mês. é fato que o merchandising social se tornou a indústria do Social, é só olharmos os índices de audiência das novelas. na época em que a novela “o Clone” foi ao ar pela primeira vez, a autora e escritora Glória Perez teve a ideia de inserir depoimentos reais de dependentes químicos em cenas. Na ocasião, muitos críticos declararam ser uma estratégia para alavancar a audiência da novela. Já a autora declarou, na época, ser menos moralista ter depoimentos de pessoas que estão passando pelo mesmo problema que uma personagem e muito mais eficiente do que colocar a família, a polícia ou psicólogos falando sobre o assunto. Seja de que forma for, atentando para questões familiares, dependência química, taxa de natalidade, exploração sexual, trabalho infantil, alcoolismo, homossexualidade, entre outras questões, não faltam bandeiras a serem levantadas e discutidas na teledramaturgia brasileira.

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áudio a SonorizaÇão Por Giovani batista benK E tiaGo Gilberto da silva

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sonorização é todo o equipamento de som que serve para aumentar o poder sonoro dos instrumentos musicais e a voz em ambientes grandes com muitas pessoas reunidas. Na sonorização, são usadas caixas de som, amplificadores, equalizadores, efeitos, microfones, Cd player e outros componentes de som. Pode-se, então, definir sonorização como sendo a amplificação sonora de uma determinada fonte a níveis aceitáveis de audição para seres humanos. Estranho, mas verdadeiro, pois existem frequências que não estão no espectro audível humano, denominados infrasons e ultrasons. Existem países que limitam o nível sonoro para um evento ou show em 85 dB, mesmo amplificado a milhares de Watts. No Brasil é uma festa, não se tem regulamentação e podemos escutar eventos e shows a níveis estúpidos de 120 dB SPL a 140 dB SPL. Imagine que você tenha um sistema, fly, floor, amontoado, ou como você queira colocar suas caixas de som, com 10 alto-falantes de 15” e 95 dB SPL (1 W/1 M) – a sensibilidade do alto-falante – com aproximadamente 500 Watts cada um, e a uns 4 metros de distância teremos 122 dB SPL. Fique exposto a isso por um período de uma hora seguida. Pronto, ficou surdo. Nas emissoras de TV, é comum a sonorização de matérias jornalísticas. o áudio principal, que são as narrações ou áudio de sonoras, é gravado em um canal. No outro canal, são inseridos os sons diretos que seguem as imagens respectivas. Assim, ao ser exibida, a matéria tem o som da narração com os sons diretos mixados adequadamente, oferecendo ao telespectador um resultado sonoro agradável. Esta prática serve também para sonorização de programas ou documentários, com complexidade maior que a edição de matérias jornalísticas de curta duração. A sonorização é parte fundamental de um filme, mesmo antes do cinema falado. Até 1926, as sessões de cinema eram acompanhadas por música ao vivo, geralmente executadas por piano, órgão ou até mesmo

por orquestras. “o Cantor de Jazz”, de 1927, foi o primeiro filme sonoro a ser lançado, mas, na época, o som ainda era gravado em disco. Mais tarde, a técnica foi sendo aperfeiçoada, passando a existir gravação simultânea entre imagem e som sincronizado, gravado numa faixa lateral que acompanhava os fotogramas. A seguir, foi desenvolvido um sistema que permitia gravar o som sincronizado com as imagens, em uma película separada daquela que registrava essas imagens. Atualmente, com a criação dos sistemas de som digitais, os estúdios de som fazem mixagem de até seis bandas de som para acompanhamento das imagens, possibilitando uma qualidade sonora extremamente realista. Em shows, apresentações artísticas ou mesmo eventos sociais ou corporativos, contam com o apoio de sistema de “sonorização”, em que se amplifica o som de instrumentos, acústicos ou elétricos. Existem diversos tipos de sistemas de sonorização, que normalmente são dimensionados de acordo com o orçamento disponível, solicitação do artista ou contratante, ou, que seria a forma mais correta, pela definição de um profissional da área, neste caso, o Engenheiro de Som. No estúdio de rádio, são utilizados diversos equipamentos de sonorização para proporcionar um som de qualidade para os ouvintes. Dentre eles estão a mesa de som, elemento central; microfones; altofalantes (monitores, caixas de som), e o processador de áudio que é o mais importante em uma emissora de rádio FM. Antes de enviar o sinal ao transmissor, o áudio passa por este equipamento que o equaliza e comprime. é muito importante ter a certeza de que os ouvintes da emissora tenham um som de boa qualidade, com clareza, definição e densidade. A sonorização, de um modo geral, é de extrema importância em qualquer transmissão que possua efeito sonoro, seja ele profissional ou não, em vários setores, seja no rádio, na TV, no cinema, em palestras, em apresentações musicais, de orquestras, etc., a fim de se obter um bom som, que transmita nitidez e boa audição a quem o está ouvindo.


reportagem

TELENOVELAS: UMA PAIXÃO NACIONAL “A NOVELA ESTÁ PARA O BRASIL, ASSIM COMO O CINEMA ESTÁ PARA HOLLYWOOD.”

Por barbara neGri, elizabete farias, inGrid caMPos, Jaqueline bonfiM, laerte conde E sheila ProcóPio

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imAGEnS : ÍtAlo SilvA

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Telespectadora fiel, Tereza acompanha a evolução das telenovelas diariamente

me pertence”, de Walter Foster, exibida pela TV Tupi. Desde então, nunca mais parou. Apaixonada, revela que não perde um capítulo, assiste diariamente a todas as telenovelas. Na Rede Globo, seu canal predileto, encontra tramas exibidas às 15h, no programa “Vale a Pena Ver de Novo”, e perpassa por mais quatro títulos até chegar à telenovela das 23h, “O Astro”, exibida até o final de outubro. Assim como várias senhoras, enquanto assiste à telenovela, Tereza não dispensa fazer um bom crochê. Para ela, há prazer em comentar com as vizinhas sobre a vida dos personagens e até arriscar-se em palpites sobre o final de cada um deles nas suas respectivas tramas. Tereza se lembra da adolescência, quando sua mãe ouvia as radionovelas e se emocionava com os personagens. A senhora de sorriso largo confessa ter acompanhado o desenvolvimento da televisão e da telenovela numa época em que poucas pessoas desfrutavam de tecnologia. Quem possuía TV na década de 50 se prestava a receber os vizinhos em casa para assistir aos programas de televisão. Com o decorrer dos anos, houve diversas mudanças na dramaturgia brasileira. A telenovela começou na década de 50 ao vivo e com muitos improvisos. Na década seguinte, com o advento do videotape surge a gravação das ficções, fator revolucionário para o ganho de qualidade nas histórias televisivas. Nas décadas de 70 e 80, a qualidade se aperfeiçoou ainda mais e a telenovela tornou-se o produto mais comentado pela audiência nacional. A Rede Globo se consolidou nessa época como a maior produtora do gênero. Em 1990, surgem concorrentes tentando ganhar o mercado

publicitário desta nova vertente da comunicação de massa. A extinta TV Manchete apresentou “Pantanal”, de Benedito Rui Barbosa, e “Xica da Silva”, de Walcir Carrasco, enquanto o SBT não mediu esforços para produzir “Éramos Seis”, de Silvio de Abreu. Já a Rede Globo fecha a década com o sucesso “O Rei do Gado”, de Benedito Rui Barbosa.

Telenovela faz pensar

Com a evolução das temáticas, a dramaturgia passou a abordar assuntos capazes de conscientizar a população sobre determinados problemas sociais. “As novelas são o retrato da realidade das pessoas. Hoje em dia, nós vivemos as mesmas situações que os personagens, por isso fica fácil nos identificar com a história”, comenta Alessandro Ortega, musicista, declaradamente apaixonado por telenovelas. As telenovelas trazem temas polêmicos, como: preconceito aos homossexuais em “Insensato Coração”, doenças pouco conhecidas, como a Síndrome de Down, em “Páginas da Vida”, drogas e clonagem humana em “O Clone” etc. “O principal ponto positivo é que pode fazer refletir sobre a vida, sobre os problemas da sociedade, para além do mero entretenimento. O principal ponto negativo é a influência que uma informação ou mensagem errada pode passar para o telespectador. Se a família está com o mesmo problema apresentado na novela, ela leva à reflexão. É o mínimo que pode acontecer”, comenta Nilson Xavier, autor do Almanaque da Telenovela Brasileira. O escritor da telenovela “Amor e Revolução”, do SBT, Tiago Xavier Santiago, rememorou a Dita-

foto: acervo pessoal

D

ona Tereza olha ansiosa para o relógio, faltam poucos minutos para começar a maratona de telenovelas a que se propõe a assistir de segunda a sábado. Ao total, são sete telenovelas com tramas das mais variadas. De época, juvenil, bem-humorada, proibida para menores... Seja lá qual for o seu teor, as telenovelas têm um papel definitivo no cenário cultural nacional e, principalmente, no coração do brasileiro. “É a melhor hora para reunir toda a família”, garante a telespectadora que acompanhou as primeiras telenovelas, as modernizações das tramas, a produção dos autores e a evolução dos atores. Famosa por prender a atenção das pessoas, a telenovela tem o poder de unir uma família, gerar novos costumes, mudar uma rotina e até lançar temáticas reflexivas. Dona de casa, Tereza Santos, 84 anos, vê telenovela desde 1951, quando teve contato com “Sua vida


agora é Que São eLeS

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ortega admite que as telenovelas são feitas em especial para as mulheres, porém, acha natural que o homem também tenha apreço pelas tramas televisivas. “Pelo contrário, homem tem que apreciar o romantismo e os bons desfechos das histórias que a telenovela apresenta”, completa. o telespectador de carteirinha ainda ressalta a importância de telenovelas como “Irmãos Coragem” na tentativa de aproximar os homens do universo das telenovelas. “os homens passaram a assumir que também assistem novelas”, afirma xavier. Para o especialista em telenovelas, com a tecnologia e a qualidade da ficção televisiva, houve algumas mudanças de comportamento, os telespectadores cobram temas atuais. “Antes as pessoas não cobravam tanto da telenovela, o público era passivo, hoje o público reage, ele desliga a TV quando não gosta, critica e manda e-mail reclamando. temos um perfil diferente e a cada década o público reage de uma maneira. quem sustenta a telenovela é a classe C, são homens e mulheres que não possuem outro meio de entretenimen-

autor de almanaque da telenovela Brasileira fala sobre esta paixão genuinamente nacional to”, explica Claudino mayer, pesquisador de teledramaturgia pela Universidade de São Paulo (USP). Vale lembrar que o Brasil tem o posto de maior produtor de telenovelas e líder de exportação cultural do país. A telenovela “o Bem Amado” foi a primeira a ser vendida em 1973 para o Uruguai, e em 1999 a rede Globo conquistou o status de maior exportadora de telenovelas, passando a estabelecer contratações fixas de elencos, de escritores em longo prazo, assim como passou a ter roteiristas e equipe de produção para manter o que chama de Padrão Globo de qualidade. “A telenovela é a narração da nação, e se tornou o principal produto cultural de exportação pela qualidade de seus dramaturgos e da equipe de produção e de atores e atrizes”, revela Maria Aparecida Baccega, pesquisadora do Centro de Estudos nacionais da telenovela da USP (CEntv – USP).

Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul

Bordões famosos: 1. Sou chique, bem (Drica Moraes, na personagem Márcia) 2. Cada mergulho é um flash (mara manzan, na personagem odete) 3. Sou chique de doer (Nívea Stelmann, na personagem Elvira) 4. Catiguria (Camila Pitanga, na personagem Bebel) 5. Garota mau caráter (miguel Falabella, no personagem Mário Jorge) Pares românticos: 1. Simone Marques\ Rosana Reis e Cristiano Vilhena (Regina Duarte e Francisco Cuoco, em “Selva de Pedra” - 1972) 2. Dona Lola e Júlio (Nicette Bruno e Gianfrancesco Guaranieri, em “éramos Seis” – 1977) 3. nacib e Gabriela (Armando Bógus e Sônia Braga, em “Gabriela” –1976) 4. Zé trovão e Ana raio (Almir Sater e Ingra Liberato, em “A história de Ana raio e Zé trovão” - 1990) 5.Edu e Camila (reinaldo Gianeccini e Carolina dieckmann, em “Por Amor” –1997) Vilões: 1. Nazaré Tedesco (Renata Sorrah, em “Senhora do Destino” - 2004) 2. Flora (Patrícia Pillar, em “A Favorita” - 2009) 3. Laura Prudente e Renato Mendes (Claudia Abreu e Fábio Assunção, em “Celebridade” - 2003) 4. Bia Falcão (Fernanda Montenegro, em “Belíssima” - 2005) 5. odete roitman e maria de fátima (Beatriz Segall e Glória Pires, em “Vale Tudo” - 1988) As mais exportadas: 1. “Da Cor do Pecado” – 100 países 2. “Terra Nostra” – 95 países 3. “o Clone” – 90 países 4. “Caminho das Índias” – 90 países 5. “Escrava isaura” – 79 países

foto: ACErvo PESSoAl

dura Militar brasileira e apostou em um processo de conscientização histórica. “Foi trabalhoso e difícil, porém, motivo de grande orgulho. Fui criança e adolescente no regime militar. Votei pela primeira vez para presidente com 26 anos de idade. Sei o que é viver sob uma Ditadura. A ideia veio daí, da necessidade de lembrar e alertar o povão, para que os fatos não se repitam”, e ressalta: “no caso desta novela, a ficção retrata a realidade”.


oh, mY god! Por dieGo loPes Motoda

Q

uatro pessoas, uma mesma cena, uma mesma palavra e perspectivas completamente diferentes. A história é a seguinte: Anastasia é uma turista russa que está juntamente a seu grupo, visitando os principais pontos turísticos do rio de Janeiro. Elias é um morador de rua que, na maioria das vezes, não sabe o que vai comer – ou SE vai comer naquele dia. osvaldo e luís são dois batedores de carteira que estão observando, há um bom tempo, um grupo de turistas a espera da hora certa para fazer o que melhor sabem. o grupo de Anastasia para em frente a um dos morros que tanto embelezam a cidade maravilhosa esperando novas explicações de seu guia. Encostado em um muro não muito longe dali, está Elias que adora ver o jeito estupefato como ficam os gringos ao verem o cenário que está tão acostumado e cansado de ver. osvaldo e Luís também estão por perto, ainda esperando o momento oportuno. E este se apresentou quando o guia disse “Aquele é o morro do Alemão. Nele, vivem seres humanos, e não macacos, como todos pensavam”; “That is the Morro do Alemão. In that mountain, human beings live, and not monkeys, just like everybody thought”. Ao ouvirem as palavras do guia, os turistas, admirados com a afirmação, disseram “oh!!!”. Elias, que se sentia envergonhado e até mesmo ofendido com aquilo tudo, empregou o máximo que pôde à palavra “oh” seu tom sarcástico, de modo que soasse como um “nossa, como vocês são idiotas”. osvaldo, no mesmo momento em que o guia abriu a boca, cutucou Luís e, apontando para a bolsa de Anastasia, disse para o seu comparsa “oh”, chamando sua atenção para o alvo escolhido. Sim, a bolsa foi roubada. A nossa turista russa não restou outra opção a não ser gritar “oh, my god! my purse was stolen!!!”, ao ver os ladrões indo embora com seus pertences. mas, no meio de tantos “oh’s”, ninguém ouvia ninguém.



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