REPENSE Tabus da sociedade
Há pouca informação sobre o uso da maconha medicinal, confira aqui o quanto essa planta está contribuindo para a medicina em entrevista com um doutor em neurociências, com a senadora Marta Suplicy, entre outras curiosidades sobre o óleo da esperança.
editorial É com imenso prazer que apresento a primeira edição da revista REPENSE: Tabus da sociedade. O intuito deste periódico é fazer a sociedade repensar alguns temas que não são tratados diariamente entre a sociedade, temas que não discutem muito como debatem futebol. Nesta primeira edição convido você, leitor a debater e refletir a situação atual da política de drogas, mais precisamente sobre o uso medicinal da maconha no Brasil. Pesquisas, leituras, apuração dos fatos, entrevistas com os personagens, fotos, atualizações sobre o tema, documentários, essas foram as técnicas utilizadas para a elaboração dessa revista, buscando informar o leitor. E como os meios de comunicação não tratam um assunto tão atual e discutido globalmente, nesta revista você vai adquirir informações que irão clarear os seus pensamentos e até quem sabe preconceitos que permeabilizam nossa sociedade até hoje, assim com devidas informações passadas, o meu intuito é incentivar o debate sobre a legalização do uso medicinal que hoje em dia é essencial para a vida de algumas pessoas.
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Falando sobre maconha
Entrevista com Mara Suplicy
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A marcha da maconha
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Cresce no Brasil o รณleo de cannabis
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Falando sobre maconha...
A Cannabis se tornou uma questão polêmica seja para uso recreativo quanto medicinal A Cannabis sativa, mais conhecida como maconha, atualmente vem sendo estudada e debatida pela sociedade e pelo senado por seus efeitos benéficos. Cultivada há milhares de anos pela humanidade para fins medicinais: eram feitos chás para tratar dores menstruais, dores de cabeça e dores mais crônicas. Além de amenizar as dores, foi descoberto o Cânhamo, uma fibra extraída da planta que era muito utilizada para fazer velas de barco, redes de pesca e outros produtos que exigissem um material muito resistente. O cânhamo é extraído de uma das variações da planta da maconha, a ruderallis, é uma fibra utilizada para tecidos, fabricação de papel, cordas, alimentos (principalmente forragem animal) e para a fabricação de óleos, resinas e combustíveis. Em muitos países, o cultivo dessa variação da planta é autorizado pela baixa concentração de THC(tetraidrocanabinol). Devido a descobertas sobre seus efeitos psicoativos, entre os anos 60 e 80 passou a ser malvista na sociedade, mas, nos últimos 10 anos tem se tem feito muitas pesquisas sobre o poder que essa planta possui: o seu potencial terapêutico. Em países como México, Colômbia, Chile, Argentina e Peru já é autorizado o cultivo e uso da Cannabis para fins científicos e medicinais, isso mostra como o mundo cada vez mais está reconhecendo o uso da maconha, distinguindo a sua utilidade dentro da medicina e como é importante este assunto ser debatido, não somente entre médicos. Desde os anos 80, quando começaram estudos sobre a Cannabis, a medicina brasileira foi evoluindo em suas pesquisas, com cientistas, neurocientistas, e estudantes sobre o assunto. Eles criaram um grupo buscando evoluir cada vez mais sobre os segredos que essa planta tem causado no cérebro humano, os resultados só se mostraram positivos até hoje. Quem pensa que a maconha é só uma plantinha que precisa ser regada e é só uma decoração está enganado. A planta precisa ser muito bem cultivada e tratada para crescer e dar um ótimo óleo, é preciso um bom ambiente e uma boa luz. A planta da maconha tem variações, a Indica sativa são as principais. A Cannabis indica possui folhas largas, estatura baixa, sua origem vem do
SATIVA EFEITO ESTIMULANTE
INDICA EFEITO RELAXANTE
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Seringas com o óleo e Cannabis. Fonte: Redes Sociais
Afeganistão e Paquistão, suas flores são mais densas e compactas, , combate insônia, estresse e perda de apetite. A sativa é mais popular entre as variações fisicamente maior, originárias de regiões equatoriais como Tailândia, Sul da índia, Jamaica, México, etc, suas folhas possuem um aspecto mais fino e alongado, as sativas puras dão uma onda mais “cerebral”, estimulando a mente e promovendo energia e criatividade. Nesta reportagem, o doutor em neurociências e professor da Unifesp(Universidade federal do estado de São Paulo), Renato Filev falou sobre a regulamentação, Thaís Ventura, chefe de cozinha, e mãe e contou sobre a dificuldade de ainda não haver a liberação do remédio no Brasil e Cassiano Teixeira, presidente da Abrace (Associação brasileira de apoio Cannabis esperança), falou sobre seu trabalho na iassociação. Ao longo dos anos a legalização do uso medicinal da maconha tem sido aprovada em alguns países, os resultados confirmam o quanto a Cannabis está contribuindo para a medicina, por ser uma planta com muitas qualidades terapêuticas. “Nós observamos diariamente a ação prática da maconha na vida das pessoas que utilizam. Temos inúmeros casos de melhora substancial com o uso do óleo”, relata Cassiano, que convive diariamente com pacientes e percebe a melhora dos mesmos, ele juntamente com médicos, enfermeiros, voluntários e os cultivadores vivenciam cada sorriso, lágrima, cada pequena melhora dos pacientes é uma vitória.
“Tivemos dois casos de câncer que se curaram após o início do tratamento, sendo um desses de um câncer no encéfalo, e ambos os casos já estavam em tratamento convencional há tempos sem resultado aparente. Temos um número bem grande de epilépticos que tinham de 40 a 80 crises por dia e após o uso contínuo do óleo passaram até a ter 0 casos por dia. Temos casos de Alzheimer que estavam há anos em estado praticamente catatônico e após o uso passaram a lembrar de coisas do passado e passaram a demonstrar carinho com familiares, andar e conversar de forma quase milagrosa”, conta o diretor da insituição.
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ão existem contraindicações da maconha pois até para se ter uma overdose, é necessário que uma quantidade absurda de 07
maconha seja consumida rapidamente, sendo até humanamente impossível (se não me engano, são 17 kg em 30min). Até hoje não existe um caso sequer de morte por overdose de maconha”
Ele queria tratar a mãe que na época era depressiva e o irmão que é epiléptico, os resultados foram tão bons nos primeiros testes que, depois Cassiano quis ajudar outras pessoas com problemas semelhantes, atualmente a instituição tem crescido muito no Brasil. Por ver de perto toda essa melhora, já ter se envolvido co a justiça para a liberação de cultivo, Cassiano ainda afirma que a maconha não mata, “Não existem contraindicações da maconha pois até para se ter uma overdose, é necessário que uma quantidade absurda de maconha seja consumida rapidamente, sendo até humanamente impossível(se não me engano, são 17kg em 30min). Até hoje não existe um caso sequer de morte por overdose de macnha” No Brasil existe um medicamento, o Sativex feito de extratos da planta, o tetraidrocanabinol (THC)e o canabidiol(CBD), que foi aprovado pela Anvisa (Agência nacional de vigilância sanitária) em 2017, também é possível solicitar a liberação da importação pela Agência para adquirir o óleo da maconha, principalmente para esclerose múltipla. O Sativex é um remédio de alto custo, nem todos podem comprar e havendo a liberação de plantio e cultivo facilitaria muitas mães que possuem filhos com doenças crônicas, “O Sativex tem ensaios de fase 2, fase 3, ensaios clínicos, multicêntricos, com milhares de pacientes para avaliação da eficácia para o tratamento de espasmos em decorrência da esclerose múltipla e de dores de origem de neuropatias, além disso tem o dronabinol que é um medicamento também vendido no Brasil,
é um thc sintético, ele pode ser comercializado, importado, desde o ano 2000, e é indicado para náuseas, vômitos, perda do apetite em decorrência de quimioterapia de câncer e da aids”, conta Renato. Em 2015 a vara federal solicitou a ANVISA (Agência de Vigilância Sanitária), a retirada do THC da lista de substâncias proibidas no Brasil, está liberada a importação de remédios que contenham THC e CBD na fórmula. Com essa liberação, algumas associações surgiram pelo país: ABRA Cannabis – Associação Brasileira para Cannabis, ABRACE Esperança – Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança e AMEMM – Associação Multidisciplinar de Estudos sobre Maconha Medicinal. Essas instituições têm como objetivo auxiliar, informar, dar apoio às famílias que necessitam do tratamento com Cannabis e também realizar pesquisas com pacientes. É importante a sociedade debater sobre o tema e conhecer as propriedades terapêuticas da maconha para assim acontecer como em outros países e a maconha medicinal ser legalizada, a população tendo as informações certas não vai virar a cara para quem precisa do “óleo da esperança”, assim que chamam o óleo da Cannabis os familiares de pacientes cannabicos. “Eu vejo que o uso não só medicinal da maconha, que na prática não é proibido, ele só não está regulado. Só falta uma regulamentação, ele carece de uma regulamentação da Anvisa”, afirma Renato. Cassiano Teixeira é diretor executivo da Abrace (Associação brasileira de apoio Cannabis esperança), conta que no início do projeto, a instituição já esteve na posição da ilegalidade. “Após decidir legalizar nossa ação nós passamos por toda uma tramitação judicial que nos permitiu ter a legalização hoje. Até ameaçado de ser preso eu já fui, mas conseguimos superar isso e cada dia caminhamos mais para que tenhamos mais liberdade de ação”. Atualmente está tramitando no senado, uma lei que permite o plantio e cultivo de Cannabis para uso próprio para fins medicinais.
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O que levou essa discussão ser realidade no Brasil e estar sendo debatido no senado foi uma mãe, que depois de inúmeras tentativas conseguiu na justiça a autorização para importar o óleo,
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que acontece é que isso foi conquistado através de uma decisão judicial não através de uma legistação. retrocesso nós já estamos vivendo a algum tempo no Brasil e eu acredito que ele seja capaz de postergar essa regulamentação, mas não de coibi-la de fato.” No Brasil, se houver regulamentação além de ajudar pacientes que precisam do óleo, a maconha pode contribuir com a economia do país.
Poderia render até R$ 6 bilhões por ano para os cofres públicos, de acordo com um estudo divulgado pela Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, devido a diminuição de gastos por perseguir, processar, julgar e manter presas as pessoas que usam e vendem a substância. “O cultivo de maconha, a maconha já uma comodity mundial, países como o Canadá, Uruguai, Israel, o próprio Estados Unidos tem interesse comercial claros com a planta. Então eu acredito que em breve esse avanço vai chegar aqui no Brasil também”, relata o doutor. Além de lidar com a justiça, Cassiano e os outros funcionários da instituição lidam com familiares de pacientes, “O que geralmente encontramos no discurso comum é falta de conhecimento sobre o tema, mas isso muda cada dia com nossa ação. Acontecem alguns casos de preconceito da família extensa ou de um dos pais da criança, mas a vida é mais importante para os pais se abaterem por isso”. Quando se fala sobre o espaço que a mídia reserva para o assunto, há diferentes opiniões devido aos vários estereótipos criados a partir de quem fuma maconha. Renato tem uma opinião forte sobre o espaço que a mídia reserva para esse debate, para ele não tratam deste assunto com certa importância como deveria,
Estudantes de medicina visitam a associação Abrace. Fonte: Abrace esperança.
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“Eu acho que eles tem um papel ainda muito pernicioso causando um desserviço para a sociedade ao associar, reforçar o estigma em cima do usuário, sobretudo o usuário em vulnerabilidade, o usuário em situação de rua, de substâncias que são pouco acolhidas pela sociedade, no caso do crack por exemplo, eu vejo que a mídia cria estereótipos, reforça o papel da delinquência, do marginal, do viciado, do estigmatizado de forma geral”. Por ser um assunto muito recente, não se encontra notícias e informações sobre a Cannabis medicinal na grande mídia. Poucas vezes esse assunto foi tema central de emissoras, e jornais grandes no país. Os casos mais encontrados são o da advogada Margarete Brito e Katiele Fischer, ambos foram casos que teve uma grande notoriedade no país e também o ‘boom’ para alavancar esse tema. Instituições que cuidam e prestam serviços a pacientes canábicos acreditam que a mídia tem um poder maior do que aumentar o preconceito, “Identificamos cada vez mais veículos de mídia que focam suas atenções na importância desse tratamento, de forma que nos senti-
Annie Ventura, foto que registra seus primeiros sorrisos. Fonte: Imagens cedidas pela mãe da garota.
mos hoje mais acolhidos pela mídia, do que boicotados por ela. Isso é muito importante à medida que a mídia sempre teve o poder sobre o senso comum e como esta enxerga as questões sociais do meio”, afirma Cassiano. Quando iniciaram boatos de que a maconha poderia recuperar vidas, alguns meios de comunicação começaram a ir conhecer as instituições que contribuem pela saúde das pessoas com as novas descobertas, e uma dessas instituições é de Cassiano. Sendo mais uma paciente que comprova a eficácia do óleo, e o que Cassiano conta sobre ajudar as pessoas, Annie Ventura tem 2 anos, nasceu com paralisia cerebral. Em sua primeira hora de vida convulsionou e começou ainda no hospital a utilizar o fenobarbital, mais conhecido como gardenal, foi para a casa ainda usando a medicação. Com 8 meses de vida, Annie passou a ter crises de convulsões em formas de espasmos, tomou mais de 10 anticonvulsionantes e nenhum deles controlou suas crises, além de não controlar as crises, os remédios deixavam marcas com efeitos colaterais muito fortes: “Ela perdeu todas as habilidades que havia conquistado com muita dificuldade, a medicação deixava ela totalmente abestada e prostrada, dormindo o dia todo, algumas fizeram ela perder a deglutição então ela se engasgava com tudo, outras pioraram a visão, enfim, era terrível, até que a neurologista um dia disse que existia a possibilidade do canabidiol só que ela não prescrevia.”, relata a mãe da garota. Thaís Ventura é chefe de cozinha, criadora do blog “As delicias de Dudu e Annie”, e dedica parte de seu dia ao trabalho e para cuidar dos filhos, Eduardo, de 7 anos e a mais nova Annie, que atualmente faz uso do óleo da Cannabis, extratos da planta da maconha, uma droga que está servindo tão bem crianças com doenças raras, como o caso da garota. A mãe de Annie é mais uma que o instinto materno falou mais alto e utilizou da ilegalidade para importar o óleo da Cannabis quando soube da eficácia do medicamento. Não pensou duas vezes recorreu a conhecidos para obter o remédio para um primeiro teste,
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“A primeira seringa importada que consegui foi de forma ilegal, com um conhecido que já usava com um filho, comprei para testar e em 15 dias de 70 espasmos por dia ela passou a ter 10. Um mês depois passou pra 3 por dia e tinha dias que não tinha nenhum”. (Imagem do exame). Os Conselhos, tanto regional quanto o federal de medicina (CRM e CFM) autorizam a prescrição de canabidiol apenas para crianças com doenças específicas, mesmo assim a Anvisa impõe algumas exigências como a receita médica, termo de responsabilidade e formulário de solicitação e importação e comprovação de que o paciente pode morrer sem o medicamento. Mesmo com autorização, mas sem uma regulamentação sobre o uso do óleo da maconha, médicos temem a prescrição do remédio para pacientes, o que impossibilita muitas mães de obter o medicamento. Thaís teve sorte em conseguir um médico que prescrevesse, mas muitas mães não conseguem assim com tanta facilidade “Fui atrás de uma neurologista para prescrever e conseguir autorização da Anvisa e em um mês a gente estava com tudo pronto, com três meses de uso ela começou a sorrir pra gente, o que ela nunca tinha feito antes”. Além de importar o óleo ilegalmente, passou por uma situação ruím, pois ao contar para a família sobre o medicamento sua mãe ficou preocupada, só depois de uma longa explicação sobre o efeito do óleo, a mãe entendeu e viu os benefícios que o remédio estava trazendo para sua neta. Através de vídeos e fotos postados na rede social criada para compartilhar as conquistas de Annie, no perfil é possível perceber uma empatia e uma ligação muito forte entre os irmãos. Dudu faz de tudo para cuidar, acalmar e proteger Annie e Thais se enche de orgulho dos dois. Thaís posta cada sorriso, cada passo, cada exame, cada novo medicamento que a menina toma, e com isso , vendo os altos custos do remédio e, além disso, alguns equipamentos ela resolveu fazer uma vaquinha no site: https://www.vakinha.com.br/, voltado para isso, onde amigos, familiares, e pessoas envolvidas no caso de Annie ajudaram e Thaís não tem palavras para agradecer o quanto essas pessoas a deixaram feliz ao ver sua filha
mais tranquila e sorrindo. Abaixo um dos posts com explicação sobre a vaquinha, chega ater mais 600 visualições e curtidas, através dessa vaquinha ela conseguiu andador, e mais doses do óleo da cannabis. annie_go_annie “Meus amores começamos hoje mais uma campanha pra ajudar nossa menina com seu desenvolvimento espetacular... Precisamos de sua ajuda para: Compra de mais unidades do canabidiol. Precisamos aumentar a dose, ela estava usando dose mínima - por causa do valor - estava super funcionando porém de uns dias pra cá voltamos a ter alguns escapes (crises leves porém queremos nenhuma), ontem à neuropediatra aumentou a dosagem pra ela, e daquelas que compramos na campanha anterior só temos mais duas seringas que vão durar nessa dosagem 1 mês , então voltamos a pedir sua ajuda, serão R$2.000,00 mensais de canabidiol importado, trocaremos pelo gold que tem maior concentração de CBD e o valor de cada é $249,00(dólares) precisamos de duas mensais. . - Protocolo pediasuit. É um intensivo que vai auxiliar demais o desenvolvimento dela. Ele tem duração de três meses cada módulo e custa R$12.000,00 por módulo e ela precisará de varios durante os anos. Demos entrada numa liminar na justiça pra conseguir pelo estado, faz meses e nada de sair. Não podemos mais esperar a demora da nossa justiça atrasando mais ainda o desenvolvimento dela, o primeiro módulo está marcado pra Setembro. - Compra de um andador. Annie tem tido muita iniciativa em dar seus passinho porém não tem controle de pescoço total e nem equilíbrio, queremos dar a ela mais autonomia com o uso de um andador específico pra ela. O valor do andador + o levitare que é um suporte pra cabecinha dela não tombar pra frente é R$6.000,00 Precisamos muito de sua ajuda pra poder continuar ajudando a Annie... Pode ser pela Vakinha. (O link está em azul no perfil) só clicar.
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>> http://vaka.me/1wm5bv Podem nos ajudar de forma gratuita doando pelo app Joyz. Só baixar no seu celular, fazer seu cadastro e doar pro nosso perfil @anniegoannie dentro do app.”
Foto da divulgação do projeto que Thaís criou no instagram para conseguir mais doses do óleo da Cannabis. Fonte: Imagem cedida pela mãe de Annie.
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Senadora em seu gabinete. Fonte: Foto de autoria própria da revista
Entrevista Marta Suplicy
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stá tramitando no senado um projeto de lei que permite a produção e cultivo da Cannabis sativa para fins medicinais. Marta é relatora desse projeto e não tem certeza que esse debate tenha um resultado tão logo. A senadora ainda defende o uso terapêutico, pois leu muitos relatos de mães de crianças com síndrome de Dravet e esclerose múltipla onde a única solução é o uso do óleo da maconha, ela também preza pela regulamentação para que não haja mais problemas na justiça sobre este assunto. RP: A senadora acha que o Senado Federal vai aprovar a lei da plantação para fins medicinais até o final deste ano? Senadora Marta Suplicy : É sempre muito complicado estimar prazos para a deliberação de um projeto de lei. Muitos fatores podem influenciar esse processo, dando mais ou menos celeridade: prioridades da agenda governamental, pressões da sociedade organizada, e, neste
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ano, o resultado das eleições. O projeto que estamos falando, o PLS 514/2017, depois da CAS, onde sou a relatora, tem que ser apreciado no Plenário do Senado, cuja pauta é definida pelo presidente da Casa em acordo com os líderes. Para ser aprovado deverá ter o apoio da maioria dos 81 senadores. RP: Se aprovada a legalização acha que algumas pessoas vão se aproveitar e plantar somente para uso recreativo ou haverá regras para o cultivo? Senadora Marta Suplicy: Sempre corremos riscos. Veja que, hoje, também, existe o uso indevido de vários outros medicamentos. Temos vários exemplos de pessoas que acabam abusando de medicamentos e provocando prejuízos e riscos para a saúde delas mesmas, mas nem por isso a solução é proibir a produção e a venda desses medicamentos, mas sim aperfeiçoar os mecanismos de controle de produção, de distribuição e de comercialização. Acredito que poderemos fazer o mesmo com a cannabis e dar garantias à sociedade de que as plantas serão destinadas efetivamente ao uso terapêutico medicinal. Em fevereiro, tivemos a notícia amplamente divulgada sobre a chegada no país do primeiro remédio à base de maconha para tratar esclerose múltipla. Cada embalagem, em média, numa base de R$ 2.500. É um custo muito elevado. Com valores cerca de quatro vezes menores, alguns pacientes e neurologistas estão manipulando óleos de cannabis e apontam resultados semelhantes ao do medicamento. Então, a análise desse projeto em tramitação deve levar em conta esse acesso. RP: A senadora sabe explicar quais os argumentos de quem é contra a descriminalização do cultivo da Cannabis sativa? Senadora Marta Suplicy: O que podemos ouvir nas audiências públicas que realizamos no Senado e no contato com pessoas que nos procuram são argumentos como o receio do desvio da produção do cultivo para fins de tráfico de entorpecentes; efeitos colaterais negativos que o consumo da cannabis poderia produzir. Por isso, temos a preocupação de que a legislação a ser aprovada dê condições ao poder público e à sociedade para controlar e fiscalizar a produção e a destinação da produção legalizada. Também, temos que estar seguros de que o uso será feito para pacientes que tenham indicação e acompanhamento médico especializado. Veja que no Brasil já temos uma cultura de automedicação muito perigosa para as pessoas. A legalização deve ser feita com segurança e responsabilidade. RP: Como a senhora avalia o espaço que a mídia tem reservado para o assunto? Senadora Marta Suplicy: Um bom espaço. Até mesmo porque se trata de um assunto polêmico, que mexe com convicções e com a saúde de muitas pessoas. Mas é um tema que está aumentando na grande mídia. RP: Qual o principal impedimento no Brasil atualmente que impossibilita a legalização da cannabis para uso medicinal? Senadora Marta Suplicy: O desconhecimento sobre as utilizações medicinais e os benefícios que ela pode trazer a tantos pacientes. É preciso entender a cannabis para além do campo das drogas recreativas e ver suas potencialidades terapêuticas.
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Ativistas na décima edição da Marcha da maconha na avenida Paulista. Fonte: Redes sociais.
A marcha da maconha e sua diversidade “Conseguimos fazer com que a nossa causa, a nossa reivindicação alcançasse outras pessoas que não transitavam pelo centro e assim o ato se fortaleceu”
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omemorada a sua décima edição nestano de 2018, o ato é um marco para os ativistas defensores da legalização para as diferentes formas de uso da planta. A marcha acontece em vários estados do Brasil, e pelo mundo. Em seus primeiros anos, o ato recebeu muitas críticas, a justiça vetou o protesto e ameaçou ativistas, chegou até a prender alguns. “Eu acredito que a marcha da maconha é um dos maiores movimentos oficiais autônomos do Brasil hoje e a sua demanda é totalmente legítima para quaisquer tipos de uso que a maconha tenha finalidades, seja para uso social, ou para
uso terapêutico, sacramental, ritualístico, laboral”, diz Renato Filev, que faz parte do coletivo da marcha da maconha em São Paulo desde 2007. O caso foi levado até o STF (Superior tribunal federal), que 4 anos depois autorizou, e atualmente a Marcha reuni milhões de pessoas por cada estado que passa do Brasil. Além de manifestar pela legalização da droga, os ativistas se juntaram a familiares e pacientes, eles pedem o acesso ao uso medicinal da maconha. “Sempre buscamos participar da marcha com a nossa bandeira levantada em prol da maconha medicinal
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juntamente com várias mães que sabem da importância que a ação da maconha tem na vida delas e de seus filhos. Sobre ajudar, na última marcha que houve aqui em João Pessoa a marcha teve problemas com o som e nós conseguimos disponibilizar uma caixa de última hora para que pudéssemos prosseguir. Além disso nós sempre ajudamos com informações e conscientização da população”, conta Cassiano sobre o envolvimento da instituição com a marcha. O Doutor Renato também defende que a marcha luta pelos direitos das minorias que sofrem repressão da polícia muitas vezes por ser negro e morar na periferia, “Conseguimos fazer com que a nossa causa, a nossa reivindicação alcançasse outras pessoas que não transitavam pelo centro e assim a marcha se fortaleceu, se expandiu, mudou de cor, diversificou, pluralizou e por isso hoje a marcha da maconha, ela tem 100 mil pessoas que ocupam a paulista e o centro da cidade e tem as marchas periféricas que tem muitas pessoas, para protestar contra uma lei que causa mais danos para a sociedade, custa mais danos para a sociedade e pro individuo muito maiores do que os danos das substâncias que ela visa combater”, relata. Ativistas que protestam na marcha da maconha, são em sua maioria usuários recreativos, mas ao mesmo tempo medicinal, só não conseguem a receita, pelo fato de alguns médicos não acharem que depressão é doença e também, a Anvisa só autoriza o uso do extrato da cannabis para pacientes mais grave, como esclerose múltipla, e epilepsia. Sandro Madureira é um desses usuários, não tendo a receita para obter o remédio, ele fuma a maconha para aliviar pequenas dores. Seu primeiro contato com a droga foi como muitos, na adolescência em rodinhas de grupos e por influência de amigos, lá em Manaus, onde também foi o início do seu envolvimento com o ativismo voltado ao assunto. Devido alguns problemas psicológicos, estresses do dia a dia ele foi buscar ajuda médica, e foi diagnosticado com depressão, o psiquiatria recomendou medicamentos comuns a pessoas com ansiedade e depressão, mas Sandro não gostou dos
remédios que o deixaram pior e então escolheu ficar só fumando maconha, com isso sua depressão foi diminuindo e ele conseguiu retomar ao trabalho e aos estudos. Um ano se passou e Sandro estava 100% recuperado, mas sofreu um acidente que o fez fraturar o calcanhar e parte do tornozelo, e, novamente seu instinto sobre o uso da maconha falou mais alto, aos poucos diminuindo os medicamentos tradicionais e incluindo a maconha para aliviar as dores Quando comecei a utilizar medicação pesada contra dores, como fosfato de codeína ecloridrato de tramadol, além do paracetamol e outros analgésicos. Nesse mesmo período tive uma piora na depressão, aumentando a dose do ansiolítico associado com alprazolam, foi aí que meu fígado começou a reclamar. Foi quando comecei a utilizar a maconha todos os dias e com isso reduzi o uso dos medicamentos a quase zero”, relata. Atualmente Sandro mora em São Paulo, divide um apartamento com um amigo, ele gosta de lembrar de sua participação nos eventos voltado para a maconha de sua cidade natal, “Sempre fui conhecido no meio que frequentava por ser um maconheiro que nunca se escondeu para fumar maconha. Isso ainda em Manaus, de 1998 até 2013, participei de um grupo no Amazonas, o Clube dos Quadrinheiros de Manaus, éramos produtores de quadrinhos, fanzines e leitores, mas o mesmo com a turma que andava começou a ser conhecido como Clube dos Maconheiros de Manaus. Em 1999 cheguei até fazer o protótipo de um fanzine com o tema maconha, mas que infelizmente não decolou”, desabafa. Ele se considera um paciente da Cannabis, mas muitos o consideram apenas usuário da droga, ‘maconheiro’. Devido ao acidente e aos problemas psicológicos Sandro não consegue arrumar emprego, nem ter uma vida normal, no momento. Conta que está apenas se dedicando a uma atividade/hobby, “Estou num processo de formação que ficou um pouco longo de mais, por tanto que troquei de curso. Mas comecei em Artes Plásticas e por último estava cursando Arquitetura, se tiver esco-
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lha retomo os estudos, mas ficando em São Paulo, me dedico a fotografia, pois aqui tem ótimos cursos”. Apesar de ser uma pessoa ativa, envolvido nos assuntos cannabicos, Sandro já está a uns dois anos sem participar do ato por conta de seus problemas. Mas defende a marcha e se preocupa com o andamento da mesma em se tratando da situação política atual do país. “O ato é muito importante para luta cannábica, mas hoje existem algumas coisas em que o movimento precisa amadurecer, como por exemplo, parar de ignorar o processo eleitoral e se fazer mais presente, pois se estamos num movimento pedindo a mudança das leis e é preocupante não termos ainda uma bancada maconheira. Pois hoje em dia que está no congresso em peso são os proibicionistas e os que lucram com isso”. A falta de conhecimento e poucas informações, faz com que o senso comum seja ignorante e não enxergue o lado bom que a maconha tem. As instituições e ativistas utilizam das redes sociais para espalhar com mais rapidez, sempre colocando informações, links, imagens, a internet está contribuindo para uma grande divulgação. E, além disso, existem as associações que dão apoio jurídico, ensinam a cultivar e distribuem as plantas para extratos medicinas.
Linha do tempo - O movimento iniciou no Estados Unidos nos anos 1990. - A marcha de São Paulo conta com blocos que defendem a reforma das leis em benefício também da ciência. - Ao diversificar suas bandeiras, a Marcha da Maconha ganhou visibilidade não só no Centro, mas também na periferia. 2008: Aconteceu a primeira edição da Marcha da Maconha, no Parque do Ibirapuera, na ilegalidade. A Justiça proibiu o encontro com o argumento de que o evento fazia "apologia ao crime", mas cerca de 100 ativistas estiveram no local para pedir a legalização. 2011: Após a repressão observada em São Paulo e muitas decisões judiciais que proibiram a realização do evento em diversos estados, o STF (Supremo Tribunal Federal) levou a questão ao plenário e, em 15 de junho de 2011, os ministros decidiram liberar a Marcha da Maconha
em todo o País. 2014: Os grupos que defendem a regulação do uso medicinal da Cannabis ganharam mais espaço nas marchas a partir de 2014. A luta de Katiele e outras famílias,repercutiu. A primeira vitória coletiva não tardou, e em janeiro de 2015 a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) retirou o CBD do rol de itens proibidos. 2016: A fim de reverter a percepção de que a Marcha da Maconha é um evento da "classe média branca", coletivos à frente do movimento em São Paulo decidiram, em 2016, promover atividades também nas periferias. Com o mote "Fogo na bomba e paz na quebrada", os atos daquele ano não se restringiram à privilegiada região da Avenida Paulista e alcançaram os extremos da cidade. No Brasil, ainda se discute se o usuário é ou não criminoso.A Lei de Drogas (lei 11.343), de 2006, determina que o usuário não pode ser preso - são aplicadas penas alternativas -, mas a ausência de critérios que diferenciem o que é consumo do que é tráfico permite que usuários sejam enquadrados como traficantes.É, portanto, a discussão do uso medicinal da maconha que mais tem avançado no Brasil, embora o progresso ocorra em marcha lenta. A novidade mais recente diz respeito à regulação do plantio de maconha para pesquisa e produção de medicamentos, prometida pela Anvisa para 2018, mas apenas empresas devem ser beneficiadas. Enquanto isso, a luta dos pacientes pelo direito ao cultivo caseiro continua.
Mães levam filhas com paralisia para o evento em 2018. Fonte: Redes sociais.
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Apaga a fumaça do revólver, da pistola Manda a fumaça do cachimbo pra cachola Acende, puxa, prende, passa Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
A LIBERDADE DE EXPRESSÃO É UM DIREITO CONSTITUCIONAL DESDE QUE NÃO ME PREJUDIQUE E NÃO ME FAÇA MAL PROPAGANDA ENGANOSA MEU IRMÃO, NÃO SE ESPANTE OUÇA O QUE EU TÔ LHE DIZENDO NÃO COMPRE, PLANTE.
Avisa pra ANVISA que é medicinal Os índios já usavam, saiu no jornal Só depois de 10 mil anos tu foi perceber Propriedade magica THC, CBD Ta na hora de legalizar!
tô vendendo ervas que curam e acalmam tô vendendo ervas que aliviam e temperam mas eu não sou autorizado quando o rappa chega eu quase sempre escapo quem me fornece 20 é que ganha mais
Cresce no Brasil do óleo de cannabis A maconha medicinal teve um grande avanço nos últimos anos, e com a evolução das pesquisas surgiram associações, organizações sem fins lucrativos que conseguiram conquistar a autorização judicial para o plantio da cannabis e distribuição do seu óleo e para a realização de pesquisas. A Cannabis sativa pode ser cultivada em qualquer região do país, até mesmo em apartamentos. E o método mais comum de preparação do óleo está disponível em dezenas de tutoriais na internet. A lei de drogas brasileira --a Lei 11.343, de 11 de outubro de 2006-- diz que a União pode autorizar "o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo pre detrminados, mediate a fiscalização”, entre elas a cannabis. Entre elas, estão:
APEPI : Apoio a pesquisa e a pacientes de Cannabis medicinal A advogada Margarete Brito é conhecida por ser a primeira mãe a conseguir na justiça o aval para plantar a cannabis para uso terapêutico de sua filha. Após ver uma enorme procura e discussão na justiça pelo remédio sentiu a necessidade de uma associação no Rio de Janeiro. Com isso, formalizou-se a APEPI em 2017, com o principal objetivo de desenvolver ações para favorecer o acesso à cannabis como mais uma opção terapêutica justa e democrática, além de estimular a pesquisa e dar apoio às famílias, a associação ainda oferece cursos voltado ao assunto. “O curso da Apepi é focado para pacientes e familiares que usam ou pretendem usar a Cannabis como via terapêutica. No nosso curso vamos abordar a questão Jurídica, a questão cultural-histórica da cannabis e um resumo de suas aplicações, assim como uma oficina básica de como plantar. Além de falar brevemente da nossa luta por um acesso mais democrático á remédios a base de cannabis, e da necessidade de pesquisa e plantio nacional”. Informação disponível no site da associação.
ABRACE : Associação brasileira de apoio Cannabis esperança Já ciatada na primeira reportagem dessa edição, a Abrace é uma associação, que atua na Paraíba com o cultivo da planta para tratamentos desde maio de 2017, quando houve autorização judicial para esta ação e iniciou quando Cassiano, o diretor quis ajudar sua mãe e seu irmão, ambos doentes que começaram um tratamento com o óleo da cannabis. Muito mais do que atender a pacientes que utilizam o óleo e apoiar seus familiares, a Abrace assim como a Apepi realiza pesquisa com os pacientes que utilizam a Cannabis como medicamento. A linha de produtos tem agora, além de óleos em gota ricos em THC e CBD, uma versão em spray oral, que os pacientes usam para situações de emergência --borrifado no nariz das crianças durante a convulsão, ele produz efeito mais rápido. Os óleos e pomadas derivadas da cannabis que a Abrace desenvolve, têm apresentado resultados em pessoas com doenças como epilepsia, crises convulsivas, câncer, infecções e outras. Além de organizações sem fins lucrativos, há também os grupos de pesquisa, um deles é o CEBRID, do qual Renato Filev faz parte. O CEBRID (centro brasileiro de informações sobre drogas psicotrópicas), é um grupo de estudos/pesquisa liderado por Elisaldo Carlini, pesquisador e professor da Unifesp (Universidade Federal do estado de São Paulo), o grupo organiza/participa de simpósios, congressos, e lança informativos para a sociedade com dados, artigos, pesquisas mostrando o lado benéfico da cannabis sativa. Não somente sobre maconha, o grupo traz informações sobre outras drogas psicotrópicas também. No site do projeto ainda tem um curso online sobre cannabis medicinal e dor crônica: “Uso médico da cannabis no tratamento da dor crônica”
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Durante a elaboração da revista e a coleta de informações sobre o assunto não pararam de surgir novas atualizações sobre a legalização do plantio para uso próprio terapêutico. cada nova possível aceitação da cannabis, um sorriso de algum familiar/mãe de pacientes canábicos.Como já foi dito aqui e é mostrado no documentário Ilegal, a burocracia é muita, e o custo é muito alto. Segundo, a Abrace a maior parte dos pacientes que tem o uso do óleo da cannabis como alternativa de remédio são crianças com doenças raras/crôncas. E um debate no senado sobre assunto referente a lei que está tramitando também já citada aquii, a senadora Marta Suplyci cita:
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ais que tudo, é preciso que tenhamos empatia e nos coloquemos no lugar do outro. É ssim que defendemos a verdadeira essência do cuidado em saúde, que é mitigar o sofrimento humano”.
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Equipe Edição de texto: Viviane Sousa Edição de foto: Lorraine e Viviane Fotografia: Internet Design: Lorraine Barbosa Diagramação: Lorraine Barbosa Arte: Hanna Amorim
Agradecimentos Obrigado a você, leitor que chegou até o final dessa primeira edição da REPENSE. E que essa edição tenha feito você, leitor realmente repensar temas pouco debatidos na sociedade, que essa revista venha para acrescentar conhecimento para você. Não esqueça de adquirir o seu exemplar mensalmente nos enviando um email para vivixs1707@hotmail.com.
Um abraço Viviane Sousa
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